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Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
NORMAS DO COAF
Finalidade e Comunicação de Operações Financeiras
Roteiro
1. Introdução
2. Conceito
2.1. COAF Compreendido Como Unidade de Inteligência Financeira
2.2. COAF Compreendido Como Órgão de Supervisão
2.2.1. Órgãos Reguladores e Fiscalizadores
3. Obrigatoriedade de Prestar Informações
3.1. Cadastramento e Habilitação
3.1.1. Obrigatoriedade de Cadastramento
3.1.2. Obrigatoriedade de Cadastramento em Órgãos Reguladores
3.2. Obrigações
4. Responsabilidade do Profissional Contábil
5. Declaração
5.1. Comunicação de Ocorrência
5.1.1. Comunicação de Operação em Espécie (COE)
5.1.2. Comunicação de Operação Suspeita (COS)
5.2. Declaração Negativa
6. Penalidades
1. . Introdução
A presente matéria tem por escopo abordar as linhas gerais sobre o COAF e sua atuação na implantação de mecanismos e procedimentos de controle
financeiros no Brasil para fins de prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo.
Além disso, este estudo visa esclarecer aspectos da obrigatoriedade do envio de comunicações de ocorrência e de não ocorrência ao COAF, relativamente a
eventos financeiros com suspeita de origem ilícita.
2. Conceito
O Conselho de Controle das Atividades Financeiras (COAF) foi criado pela Lei n° 9.613/98, com o objetivo de prevenção e combate à lavagem de dinheiro e
ao terrorismo.
Trata-se de um órgão de inteligência cuja finalidade consiste em identificar recursos provenientes de crimes e evitar que eles sejam ocultados e, por fim,
integrados à economia formal como se fossem de origem lícita. Além disso, também tem a finalidade de estabelecer a interlocução com organismos
internacionais de inteligência financeira, no intuito de coibir a circulação de recursos de origem ilícita entre países.
Em atendimento a recomendações de órgãos de inteligência financeira internacional dos quais o Brasil é membro (Gafi, Gafilat e Grupo Engemont), foi
editada a Medida Provisória n° 893/2019 (DOU de 20.08.2019) com o objetivo de que o COAF fosse reestruturado por meio da criação da Unidade de
Inteligência Financeira (UIT), vinculado ao Banco Central do Brasil, que consistiria no órgão centralizador de comunicações de operações suspeitas e outras
informações importantes para a prevenção da lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo. (Gafi, Recomendação 29)
Entretanto, com a conversão da Medida Provisória na Lei n° 13.974/2020 (DOU de 08.01.2020), a UIT não teve continuidade, de modo que o nome do órgão
de inteligência voltou a ser COAF, sendo mantida, porém, a vinculação ao Banco Central do Brasil. (Lei n° 13.974/2020, artigo 2°)
Mesmo com a reestruturação do COAF, cumpre salientar que não houve mudança na sua competência funcional, prevista no artigo 3° da Lei 13.974/2020,
que assim dispõe:
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Publicado em: 05/01/2022
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Art. 3° Compete ao COAF, em todo o território nacional, sem prejuízo das atribuições estabelecidas na legislação em vigor:
I - produzir e gerir informações de inteligência financeira para a prevenção e o combate à lavagem de dinheiro;
II - promover a interlocução institucional com órgãos e entidades nacionais, estrangeiros e internacionais que tenham conexão com suas
atividades.
Como pode ser extraído do dispositivo legal, o COAF não tem por incumbência promover investigações, bloqueio de recursos, detenção de pessoas,
interrogatórios ou outras funções dessa mesma natureza. Sua função é auxiliar, sendo de sua atribuição a identificação de operações suspeitas e a difusão
de informações às autoridades competentes no Brasil e no mundo.
A partir da identificação de operações que tenham fundados indícios de que ilícitos foram cometidos ou até mesmo a existência de crimes, o COAF elabora
Relatórios de Inteligência Financeira (RIF) e os encaminha para as autoridades competentes, a fim de amparar eventuais procedimentos investigativos.
Nesse caso, caberá ao próprio COAF a regulamentação, o monitoramento, a fiscalização e a aplicação das sanções cabíveis, conforme o artigo 14, § 1° da
Lei n° 9.613/98.
O objetivo do COAF como supervisor consiste em implementar e efetivar mecanismos e procedimentos de controle que impeçam algumas pessoas, físicas
ou jurídicas, ligadas a determinadas atividades de serem utilizadas para fins ilícitos por seus clientes.
Ou seja, é da atribuição deles estabelecer as normas, os regulamentos, o monitoramento e a fiscalização das atividades sujeitas ao controle financeiro,
assim como aplicar as sanções, com o fito de evitar e/ou combater práticas financeiras suspeitas ou ilícitas. (Perguntas e Respostas do COAF, Letra “H”, item
2).
...
As demais pessoas obrigadas reguladas pelo Coaf não estão sujeitas a este tipo de comunicação.
Outros setores abrangidos pela Lei n° 9.613, de 1998, que possuam órgãos reguladores próprios, também devem efetuar a Comunicação de Não
Ocorrência / “Declaração Negativa”, nos prazos e condições estabelecidos pela regulamentação específica de cada segmento.
As entidades que não forem cadastradas no COAF deverão solicitar a permissão de acesso ao SISCOAF, de modo a viabilizar o encaminhamento de
comunicações ao COAF conforme prevê o inciso II do artigo 11 dessa Lei.
Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
Departamento de Registro
Juntas Comerciais Instrução Normativa DREI n° 76/2020
Empresarial e Integração (DREI)
Polícia Federal (PF) Empresas de Transporte e Guarda de Valores Instrução Normativa PF n° 132/2018
Secretaria de Avaliação,
Loterias e promoções comerciais mediante sorteio ou métodos
Planejamento, Energia e Loteria Portaria MF n° 537/2013
assemelhados
(Secap)
Superintendência Nacional de
Entidades fechadas de previdência complementar Instrução Previc n° 34/2020
Previdência Complementar (Previc)
3.2. Obrigações
As obrigações das pessoas sujeitas ao mecanismo de controle constam nos artigos 10 e 11 da
Lei n° 9.613/98.
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a) identificar os clientes;
Assim, de acordo com a Resolução CFC n° 1.530/2017, os profissionais e as organizações contábeis devem apresentar a comunicação de ocorrência ou de
não ocorrência de eventos que constituam crimes ou contenham indícios de lavagem de dinheiro ou financiamento ao terrorismo.
No caso de ocorrência de operação suspeita, o profissional contábil deverá efetuar comunicação no sítio eletrônico do COAF, no prazo de 24 horas, contadas
a partir do momento em que ele julgar que a operação deva ser reportada, sem que tal ato seja cientificado aos clientes. (Resolução CFC n° 1.530/2017,
artigo 9°)
Caso não tenha ocorrido nenhuma ocorrência de operações suspeitas durante o ano-calendário, o profissional contábil deverá fazer uma comunicação de
não ocorrência até 31 de janeiro do ano subsequente, por meio do site do Conselho Federal de Contabilidade. (Resolução CFC n° 1.530/2017, artigo 10)
Porém, é importante salientar que não são todos os profissionais de contabilidade que estão sujeitos à comunicação de não ocorrência.
Os profissionais da contabilidade que tenham vínculo empregatício com escritórios de contabilidade estão dispensados de entregar a comunicação de não
ocorrência de eventos suspeitos de lavagem de dinheiro ou financiamento de terrorismo. (Resolução CFC n° 1.530/2017, artigo 11)
Também estão dispensados da comunicação os profissionais de contabilidade que realizarem trabalhos de perícia contábil e de auditoria forense.
(Resolução CFC n° 1.530/2017, artigo 8°, parágrafo único)
A comunicação de não ocorrência ao COAF deve ser procedida pela organização contábil. No caso de esta não proceder na comunicação, a obrigatoriedade
de fazer comunicação recai aos sócios ou titulares, que deverão apresentá-la individualmente.
5. Declaração
As pessoas listadas no artigo 9° da
Lei n° 9.613/98 estão obrigadas a fazer a “declaração negativa” ou “comunicação de não ocorrência” ao órgão regulador
ou fiscalizador da sua atividade.
Dentre os setores sob supervisão do COAF, apenas deverão realizar a comunicação os setores de fomento mercantil, comércio de joias e metais preciosos.
Os demais setores sob supervisão do COAF estão dispensados de fazer a comunicação. (Perguntas Frequentes do COAF, Letra “H”, item 2)
A comunicação de ocorrência deve ser feita diretamente ao órgão regulador ou fiscalizador da atividade relacionada à pessoa obrigada. Porém, caso esteja
sob supervisão do COAF, deverá apresentar a comunicação direta a ele. (Lei n° 9.613/98, artigo 11, inciso II)
Verificada a existência de fundados indícios de ilicitude nas operações reportadas ao COAF, as informações recebidas serão utilizadas para embasar o
Relatório de Inteligência Financeira (RIF) que será caminhado às autoridades competentes. (Lei n° 9.613/98, artigo 11, §§ 1° e 3°)
Existem duas formas de comunicação a serem recebidas dos setores obrigados, sendo uma relativa a operações em espécie e outra a operações suspeitas.
(Cartilha do COAF, página 9)
A comunicação de operações em espécie está ligada a operações individuais. Nela deve constar o valor da operação, o titular da conta bancária e os dados
cadastrais bancários. (Circular Bacen n° 3.978/2020, artigo 49)
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A comunicação de operações em espécie está ligada a políticas de controle e critérios que visam encontrar motivos razoáveis de suspeita das transações,
por estas envolverem mais riscos de que as operações dos clientes estejam relacionadas a ilícitos.
Diante disso, é necessário a definição de critérios e procedimentos no sentido de poder identificar e a qualificar os clientes, bem como a origem dos recursos
utilizados nas operações, os beneficiários e a finalidade. (Circular Bacen n° 3.978/2020, artigo 48)
A “Comunicação de Não Ocorrência” ou “Declaração Negativa” é o ato pelo qual a pessoa obrigada deverá comunicar ao órgão regulador ou
fiscalizador da sua atividade a não ocorrência de propostas, transações ou operações passíveis de serem comunicadas ao Coaf na periodicidade
e forma definidas por eles.
Alguns reguladores definiram em suas normas a utilização do Siscoaf para o envio da comunicação de não ocorrência. Nesse caso, a pessoa
obrigada deve acessar o Siscoaf.
A apresentação da declaração negativa é anual. No que se refere aos profissionais da contabilidade, a apresentação deverá ocorrer até o último dia do mês
de janeiro do ano-calendário subsequente. (Resolução CFC n° 1.530/2017, artigo 10; Lei n° 9.613/98, artigo 11, inciso III)
A declaração negativa deve ser feita diretamente ao órgão regulador ou fiscalizador da atividade relacionada à pessoa obrigada, de acordo com os prazos e
as condições definidos pelas normas específicas de cada um deles. (Perguntas Frequentes do COAF, Letra “H”, item 1)
Os órgãos reguladores ou fiscalizadores que não utilizarem o SISCOAF para a entrega da comunicação deverão ser consultados diretamente pelos
obrigados, a fim de se obter as orientações sobre o envio. (Perguntas Frequentes do COAF, Letra “H”, item 3)
O usuário deve acessar o site do Coaf no endereço www.gov.br/coaf/pt-br. Após acessar o site, selecione a opção "Acesso ao Siscoaf”, localizado
na parte superior, utilizando o CPF e senha ou o certificado digital do usuário, autorizado pela pessoa obrigada.
Caso não possua habilitação no sistema, acesse a opção Primeiro Acesso e efetue seu cadastramento no Coaf.
Após acessar o Sistema, acione a funcionalidade Comunicação de Não Ocorrência / ”Declaração Negativa”. Informe o ano para o qual será
realizada a Declaração Negativa e confirme o envio (Emitir Declaração Negativa). Caso o usuário seja autorizado a realizar declaração negativa
para mais de uma Pessoa Obrigada, deverá utilizar a opção “Alternar Comunicante” para selecionar a Pessoa Obrigada para qual fará a Declaração
Negativa.
Os setores cujo canal de registro da Comunicação de não ocorrência / “Declaração Negativa” não seja o Siscoaf, deverão consultar seu regulador
para orientações sobre o envio.
Nos casos em que o órgão tenha decidido utilizar o COAF para realizar a comunicação, a pessoa obrigada deverá fazer o envio por meio do SISCOAF.
(Perguntas Frequentes do COAF, Letra “H”, item 1)
A declaração negativa é obrigatória mesmo para as empresas com atividade encerrada, a qual deverá ser entregue até o último dia útil de janeiro do ano
subsequente ao do evento de encerramento das atividades. (Perguntas Frequentes do COAF, Letra “H”, item 6)
Neste sentido, aqui está o que dispõe o item 6 da Letra “H”, das Perguntas Frequentes do COAF:
A empresa é obrigada a registrar a “Comunicação de não ocorrência”, caso se enquadre na situação, até o último ano de atividade. Por exemplo,
se realizou operações em 2015, e não foram identificadas situações passíveis de comunicação ao Coaf, na forma disposta no art. 11 da
Lei n°
9.613, de 1998, a comunicação de não ocorrência deve ser efetuada até 31 de janeiro de 2016.
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Publicado em: 05/01/2022
Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
No caso de mudança de segmento de atividade, a pessoa obrigada deverá observar a forma e os prazos dispostos no regulamento específico do segmento
que atua, conforme dispõe o inciso III do
artigo 11 da
Lei n° 9.613/98.
6. Penalidades
Conforme o artigo 12 da
Lei n° 9.613/98, poderão ser aplicadas penalidades às pessoas obrigadas, bem como aos administradores das pessoas jurídicas,
pelo descumprimento das obrigações previstas nos artigos 10 e 11 da referida Lei.
a) advertência;
c) inabilitação temporária; e
No caso de descumprimento da obrigatoriedade de apresentar a comunicação de ocorrência no prazo estabelecido, é aplicável a penalidade de multa, nos
termos do artigo 12, § 2°, inciso IV, da
Lei n° 9.613/98.
Nos termos da Lei n° 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais, é proibida a reprodução total ou parcial, bem como a produção de
apostilas a partir desta obra, por qualquer forma, meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos reprográficos, fotocópias ou gravações - sem
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artigo 184 do Código Penal.
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