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SUMÁRIO
LEI DE TORTURA ............................................................................................................................................... 2
Constituição federal de 1988 .................................................................................................................... 2
Crimes de máximo potencial ofensivo ...................................................................................................... 3
Competência ................................................................................................................................................ 4
Ação Penal .................................................................................................................................................... 5
Bem jurídico tutelado ................................................................................................................................... 5
Prescritibilidade............................................................................................................................................ 6
Reparação civil do dano decorrente da prática de tortura é imprescritível ............................................. 6
Sofrimento Físico ou Mental ........................................................................................................................ 7
Organização da lei ........................................................................................................................................ 8
Art. 1º - inciso i ........................................................................................................................................... 10
A) Tortura prova ......................................................................................................................................... 10
B) Tortura crime ......................................................................................................................................... 10
C) Tortura Racismo ..................................................................................................................................... 11
Art. 1º - Inciso II – Tortura Castigo.............................................................................................................. 12
Tortura Castigo X Maus Tratos (art. 136, CP) .......................................................................................... 13
Art. 1º, § 1º – Tortura ao Preso .................................................................................................................. 14
Art. 1º, § 2º tortura imprópria .................................................................................................................... 15
Qualificadoras ............................................................................................................................................ 16
art. 1º, § 3º – Tortura Qualificada .......................................................................................................... 16
Art. 1º, § 4º – Causas de Aumento da Pena: .............................................................................................. 18
Art. 1º, § 5º e § 6º – efeito da condenação ................................................................................................ 20
art. 1º, § 7º – Regime inicial de cumprimento de pena .............................................................................. 22
Art. 2º – Extraterritorialidade ..................................................................................................................... 24
Referências bibliográficas ........................................................................................................................... 27

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LEI DE TORTURA
Lei nº 9.455/97

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988


A Constituição Federal de 1988, traz em seu art. 5º, inciso III, o repúdio à tortura, bem
como ao tratamento desumano e degradante.
Vejamos:
Art. 5º, III
“Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante”

Ainda na CF/88, em seu art. 5º, inciso XLIII, segundo doutrina costuma mencionar, há um
mandado de criminalização expresso.
Vejamos:
Art. 5°, XLIII
“A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por
eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo
evitá-los, se omitirem”

Mas, professor, a lei de tortura é de 1997! Existia algum dispositivo que


criminalizasse a tortura antes da edição da referida lei?

Lei n. 8.069/90 (ECA)


Art. 233. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou
vigilância a tortura: Pena - reclusão de um a cinco anos. (Revogado pela Lei n.
9.455/97)
§1º Se resultar lesão corporal grave: Pena - reclusão de dois a oito anos. §2º
Se resultar lesão corporal gravíssima: Pena - reclusão de quatro a doze anos. § 3º
Se resultar morte: Pena - reclusão de quinze a trinta anos.

O artigo 233, do ECA/90, foi expressamente revogado:

Lei n. 9.455/97 (Lei de Tortura)


Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei n. 8.069/90 - Estatuto da Criança e do
Adolescente.

Professor, é possível dizer que houve Abolitio Criminis?

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A Constituição Federal separa os Crimes Hediondos dos equiparados a hediondos.


Tortura, Tráfico de Drogas e Terrorismo são equiparados a hediondos.
Os Crimes Hediondos estão dispostos em um rol taxativo na Lei nº 8.072/90.

CRIMES DE MÁXIMO POTENCIAL OFENSIVO


Para o STF, os crimes hediondos e os Equiparados a Hediondos, tal qual a tortura, são
chamados Crimes de Máximo Potencial Ofensivo e estão previstos no art. 5º, XLII, XLIII e
XLIV da Constituição Federal.

Art. 5º - CF/88
LII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito
à pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia
a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e
os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados,
civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.

(...) A Constituição explicitamente trabalha com dois extremos em matéria de


política criminal: os crimes de máximo potencial ofensivo (dentre os quais os
chamados delitos hediondos e os que lhe sejam equiparados, de parelha com os
crimes de natureza jurídica imprescritível) e as infrações de pequeno potencial
ofensivo (inciso I do art. 98 da CF).
HC 109.277 / SE 13/12/11

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COMPETÊNCIA
Em regra, a competência para julgar os crimes de tortura é da Justiça Comum Estadual.

➢ Justiça Federal: “Se o crime estiver previsto em um tratado ou convenção internacional,


e seja dotado de uma internacionalidade territorial do resultado.”

Como vimos no início de nossa aula, tortura é um crime previsto em Tratado


ou Convenção Internacional.
Na redação do art. 109 da CF/88 temos:

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:


(...)
V - Os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando,
iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro,
ou reciprocamente;

Assim, não basta que o crime esteja em Tratado ou Convenção Internacional


para atrair a competência para Justiça Federal. Como vimos no inciso V do art. 109
da CF/88, será de competência da Justiça Federal os crimes previstos em
Tratados ou Convenções Internacionais (Tortura, por exemplo) quando
iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no
estrangeiro, ou reciprocamente;

➢ Justiça Federal: Súmula n. 147 do STJ:


“Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra/por
funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função”.

➢ Justiça Federal: STJ:


“(...) existindo indícios de que o crime de tortura fora praticado por policiais
militares estaduais no interior de Delegacia da Polícia Federal, compete à
Justiça Federal, a teor do art. 109, IV, da Constituição Federal, o processamento e
julgamento do feito. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo Federal da
Subseção. Judiciária de Rio Verde/GO, o suscitante”.
STJ, 3ª Seção, CC 102.714/GO, 10/06/2010

➢ Justiça Militar:
Nesse momento, peço a você, aluno, que se lembre de nossa aula de Abuso de Autoridade
e da atualização que ocorreu em decorrência da Lei 13.491/2017.
A referida Lei alterou o Código Penal Militar em seu art. 9º, expandido o rol de
possibilidades de inclusão de crimes não militares como sendo militares.
Com a alteração legislativa, a previsão é de que “os crimes previstos neste Código” (Código
Penal Militar) e os “previstos na legislação penal” também se tornem crimes militares, quando
preenchida uma das hipóteses do inciso II do Código Penal Militar.

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:

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II – Os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação


penal, quando praticados:
(...)
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em
comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do
lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou
reformado, ou CIVIL;
(...)

CRIME DE TORTURA PRATICADO POR POLICIAL MILITAR ATUANDO EM


RAZÃO DE SUA FUNÇÃO. SUPERVENIÊNCIA DA LEI 13.491/17 QUE AMPLIOU
A DEFINIÇÃO DE CRIMES MILITARES. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA
CASTRENSE.
1. Em que pese o crime atribuído ao acusado tenha sido praticado, em tese,
antes da edição da Lei nº 13.491/17 que ampliou a definição dos crimes militares,
não há se falar, no caso concreto, em ofensa ao princípio que veda a retroatividade
de lei posterior mais gravosa, pois o crime de tortura atribuído ao réu não configura
infração de menor potencial ofensivo, na qual se possa aplicar medidas
despenalizadoras previstas na Lei nº 9.099/95.
2. Constatado, pela descrição fática contida na denúncia e pelos indícios de
provas até então colhidos, que o crime de tortura foi praticado por policial militar da
ativa que, embora não estivesse em serviço, atuava em razão de sua função, deve o
feito ser processado e julgado perante a Justiça castrense em face do disposto na
nova redação do artigo 9º, inciso II, alínea ?c?, do Código Penal Militar.
3. Conflito de Jurisdição conhecido para declarar competente o Juízo suscitante,
qual seja, o Juízo da Auditoria Militar.
TJ-DF, 02/08/2019

AÇÃO PENAL
A ação penal no crime de tortura será sempre pública incondicionada.

BEM JURÍDICO TUTELADO


O Bem Jurídico tutelado é a Dignidade da pessoa humana, bem como a integridade física
e psíquica.

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PRESCRITIBILIDADE
Tortura prescreve?

A imprescritibilidade da Tortura no âmbito penal é muito discutida na doutrina e envolve


questões Constitucionais, Tratados Internacionais e divergência entre eles!
A questão é a seguinte: Os Tratados Internacionais dos quais o Brasil é signatário tratam
a tortura como imprescritível, em especial, o Estatuto de Roma, promulgado no Brasil apenas
em 2002 no Decreto nº 4.388/02.
Não é nosso objetivo mostrar o que a Doutrina escreve e quais os argumentos de todas as
correntes (quem quiser se aprofundar, está bem completo nos livros de Renato Brasileiro (2) e
Rogério Sanches (5), todos de 2020).
Segundo os próprios doutrinadores citados acima, prevalece a prescritibilidade do crime
de tortura de acordo com a CF/88, porquanto as normas internacionais não se submeteram a
aprovação nos moldes de Emenda Constitucional.
Aplicam-se os prazos prescricionais previstos no Código Penal. Os únicos crimes
imprescritíveis no nosso ordenamento jurídico são (art. 5, XLII e XLIV CF), Racismo e Ação de
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
O que é IMPRESCRITÍVEL (em relação à tortura) é a ação de reparação por
danos morais (âmbito civil), ajuizadas em decorrência de atos de tortura cometidos
durante o Regime Militar.

REPARAÇÃO CIVIL DO DANO DECORRENTE DA PRÁTICA DE TORTURA É


IMPRESCRITÍVEL
Como vimos, o crime de tortura é prescritível!
Embora seja pacífico que o crime de tortura prescreva, há precedentes dos Tribunais
Superiores (STF/STJ) no sentido de que a reparação civil do dano decorrente da prática de
tortura é imprescritível:

“(...) As ações indenizatórias por danos morais decorrentes de atos de


tortura ocorridos durante o Regime Militar de exceção são imprescritíveis.
Inaplicabilidade do prazo prescricional do art. 1º do Decreto 20.910/1932.
Precedentes do STJ.
STF, 1ª Turma, RE 715.268, 22/05/2014

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SOFRIMENTO FÍSICO OU MENTAL


O crime de tortura pode ou não deixar vestígios. É mais comum ao imaginarmos um crime
de tortura, ter como primeira ideia a presença de marcas físicas, lesões, sangue e sofrimento
causado por castigos físicos. Porém, é importante deixar claro que nem toda tortura é causada
com sofrimento físico. A tortura causada pelo torturador pode ser mental. Como consequência,
a tortura pode deixar vestígios físicos ou mentais (psíquicos).
No Direito Penal, o crime que não deixa vestígios físicos é chamado de crime transeunte
e, por isso, não são alvos do exame de corpo de delito.
Diante disso, caso sua banca de concurso cobrasse a resposta da afirmação abaixo, o que
você marcaria?
“Nem todos os crimes de tortura deverão ter como prova de materialidade o exame
de corpo de delito.”
A resposta é certa! Quando a infração penal não possuir vestígios físicos (crime
transeunte) a prova de sua existência poderá ser realizada por qualquer forma admitida em
direito ou quando os vestígios desaparecerem, a prova testemunhal poderá suprir a falta do
exame de corpo de delito.
Quando a infração penal deixar vestígios (ou seja, no caso de crime não transeunte) será
obrigatória a realização do exame de corpo de delito.

Em se tratando do crime de tortura, previsto no artigo 1º, inciso I, ‘a’, da Lei


9.445/97, e sendo impingido à vítima apenas e tão somente sofrimento de ordem
mental, e que, portanto, e de regra, não deixa vestígios, é suficiente a sua
comprovação por meio de prova testemunhal.
STJ-6a Turma. HC 72.084/PB, 16/04/2009.

A prática de tortura mediante grave ameaça não deixa vestígios, não se


exigindo, para sua constatação, a realização do exame de corpo de delito
(art. 158 do CPP).
HC 16142 RJ

STJ: “(...) O crime previsto no artigo 1º, inciso I, letra a, da Lei 9.455/1997
pressupõe o suplício físico ou mental da vítima, não se podendo olvidar que a
tortura psicológica não deixa vestígios, não podendo, consequentemente, ser
comprovada por meio de laudo pericial, motivo pelo qual a materialidade delitiva
depende da análise de todo o conjunto fático-probatório constante dos
autos, principalmente do depoimento da vítima e de eventuais testemunhas.
Precedentes. (...)”.
STJ, 5ª Turma, HC 214.770, DJe 19/12/2011

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1. Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: PRF Prova: Policial


Para que um cidadão seja processado e julgado por crime de tortura, é prescindível que
esse crime deixe vestígios de ordem física.
Gabarito:1

2. Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: PC-BA Prova: Delegado


Determinado policial militar efetuou a prisão em flagrante de Luciano e o conduziu à
delegacia de polícia. Lá, com o objetivo de fazer Luciano confessar a prática dos atos que
ensejaram sua prisão, o policial responsável por seu interrogatório cobriu sua cabeça com um
saco plástico e amarrou-o no seu pescoço, asfixiando-o. Como Luciano não confessou, o policial
deixou-o trancado na sala de interrogatório durante várias horas, pendurado de cabeça para
baixo, no escuro, período em que lhe dizia que, se ele não confessasse, seria morto. O delegado
de polícia, ciente do que ocorria na sala de interrogatório, manteve-se inerte. Em depoimento
posterior, Luciano afirmou que a conduta do policial lhe provocara intenso sofrimento físico e
mental.
Para a comprovação da materialidade da conduta do policial, é imprescindível a
realização de exame de corpo de delito que confirme as agressões sofridas por Luciano.
Gabarito:2
Viram isso? Mesmo ano, mesmo assunto, mesma
palavra! Veja a importância de fazer questões
anteriores!

ORGANIZAÇÃO DA LEI

1 Certo.
2 Errado.

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a) Tortura Propriamente dita: Correspondem as condutas previstas nos incisos I e II, e


no § 1º do art. 1º da Lei de Tortura. Observem os verbos: “constranger” e “submeter”.

Art. 1º Constitui crime de tortura:

I - Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,


causando-lhe sofrimento físico ou mental:

a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima


ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

II - Submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com


emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou
mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter
preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a


medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio
da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida
legal.

b) Tortura Imprópria: Corresponde a conduta prevista no parágrafo 2º, do artigo 1º.

§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o


dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a
quatro anos.

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CRIMES EM ESPÉCIE

ART. 1º - INCISO I
Art. 1º Constitui crime de tortura:

I - Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,


causando-lhe sofrimento físico ou mental:

a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima


ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
Pena - reclusão, de dois a oito anos

A) TORTURA PROVA
“Com o fim de OBTER INFORMAÇÃO, DECLARAÇÃO, ou CONFISSÃO da
vítima ou terceira pessoa”

B) TORTURA CRIME

“Para provocar AÇÃO ou OMISSÃO de NATUREZA CRIMINOSA”

Em Direito Penal aprendemos que esse tipo de coação, a coação moral


irresistível, isenta o agente de pena, na medida em que não era exigível, no caso
concreto, que a pessoa sob coação adotasse uma conduta diversa da cometida
(finalidade específica da alínea “b”: ação ou omissão de natureza criminosa).
Dessa forma, presente a chamada “inexigibilidade de conduta diversa”, exclui
a culpabilidade.
No caso da coação física irresistível, exclui-se a conduta.
O autor do crime de tortura é quem também será responsabilizado pela ação
ou omissão de natureza criminosa praticada pela vítima. Quanto à tortura, ele será
autor imediato. Em relação à conduta criminosa da vítima, por ele provocada, essa
lhe será imputada a título de autoria mediata.

➢ Esta modalidade de crime não abrange o emprego da violência ou grave ameaça para a
provocação de uma contravenção penal, do contrário seria uma analogia in malam partem.
(4) (2) (6)3

3 Vitor Eduardo Rios Gonçalves e José Paulo Baltazar Júnior, Legislação Penal Especial Esquematizado. 5º Edição, Ed. Saraiva, 2019

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C) TORTURA RACISMO

“Em razão de discriminação RACIAL ou RELIGIOSA”

➢ Também chamada de Tortura Preconceito ou Discriminação.

➢ Perceba que diferentemente da tortura prova (a) e da tortura crime (b), em que o agente
age com uma finalidade específica, na Tortura Racismo o agente age com uma motivação
específica! O agente não tem finalidade, tem motivação!

➢ O criminoso, motivado por discriminação racial ou religiosa, constrange a vítima,


empregando violência ou grave ameaça, causando sofrimento físico ou mental. O agente
já inicia a tortura motivado pela discriminação. De qualquer forma, sempre deve existir a
específica motivação discriminatória, seja racial, seja religiosa.

MUITA ATENÇÃO

Há uma divergência entre os professores e doutrinadores acerca da possibilidade de a


tortura praticada em razão de discriminação por ORIENTAÇÃO SEXUAL ser tipificada como
TORTURA RACISMO.
A divergência se deve ao fato do Supremo Tribunal Federal entendeu que a
ORIENTAÇÃO SEXUAL DEVERIA SER INCLUÍDA NO CONCEITO DE “RAÇA”, razão pela qual a
prática discriminatória em razão desse elemento caracterizaria o delito de racismo previsto na
Lei nº 7.716/89 (julgamento conjunto da ADI 26 e do MI 4733, 13/06/2019). Então, é crime de
racismo qualquer discriminação ou preconceito por raça, cor, etnia, religião e procedência
nacional e agora, também, por HOMOFOBIA e TRANSFOBIA.
Alguns professores acreditam que isso vincula a Lei de Tortura, na qual seria tortura
racismo a discriminação por questão racial, religiosa e orientação sexual. Outros autores,
porém, refutam essa analogia.
➢ Corrente 1º: Embora não haja previsão expressa no tipo penal, a discriminação em razão
da orientação sexual da vítima também configura tortura preconceito.

➢ Corrente 2º: A decisão do STF abrange somente a Lei 7.716/89 e não se pode ampliar
suas conclusões para outros delitos sob pena de violação ao Princípio da Legalidade. Seria,
portanto, analogia in malam partem.
Nesse sentido: Renato Brasileiro (2), Cláudia Barros (4), Rogério Sanches e Ronaldo
Batista Pinto (5), Flávio Milhomem (12) 4.

Recomendo que os alunos aguardem o Legislativo resolver essa


lacuna ou o STF dirimir esse questionamento. Caso não tenhamos
essa “resposta” até o dia da prova, recomendo irmos de acordo com
o Princípio da Legalidade e com a vedação da Analogia in malam
partem, até para fins de fundamentação em possíveis recursos.

4 Flávio Milhomem, Tortura por Homofobia ou Transfobia, 4/06/2019, aula disponível em: encurtador.com.br/cGQ49

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3. Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: DPU Prova: Defensor Público Federal
Em relação aos crimes contra a fé pública, aos crimes contra a administração pública, aos
crimes de tortura e aos crimes contra o meio ambiente, julgue o item a seguir.
Caracteriza uma das espécies do crime de tortura a conduta consistente em, com emprego
de grave ameaça, constranger outrem em razão de discriminação racial, causando-lhe
sofrimento mental.
Gabarito:5

ART. 1º - INCISO II – TORTURA CASTIGO

Art. 1º II - Submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade,


com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento
físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de
caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

“… O crime de tortura, na forma do art. 1º, II, da Lei n. 9.455/1997 (tortura-


castigo), ao contrário da figura típica do inciso anterior, não pode ser perpetrado
por qualquer pessoa, na medida em que exige atributos específicos do agente
ativo, somente cometendo essa forma de tortura quem detiver outra pessoa sob sua
guarda, poder ou autoridade (crime próprio).
5. A expressão guarda, poder ou autoridade denota um vínculo preexistente,
de natureza pública, entre o agente ativo e o agente passivo do crime. Logo, o delito
até pode ser perpetrado por um particular, mas ele deve ocupar posição de
GARANTE (obrigação de cuidado, proteção ou vigilância) com relação à
vítima, seja em virtude da lei ou de outra relação jurídica.
6. Ampliar a abrangência da norma, de forma a admitir que o crime possa ser
perpetrado por particular que não ocupe a posição de garante, seja em decorrência
da lei ou de prévia relação jurídica, implicaria uma interpretação desarrazoada e
desproporcional, também não consentânea com os instrumentos internacionais que
versam sobre o tema.
7. No caso, embora a vítima estivesse subjugada de fato, ou seja, sob poder
dos recorridos, inexistia uma prévia relação jurídica apta a firmar a posição de
garante dos autores com relação à vítima, circunstância que obsta a tipificação da
conduta como crime de tortura, na forma do art. 1º, II, da Lei n. 9.455/1997.
8. Recurso especial improvido.
STJ, REsp 1.738.264/DF, 6ª Turma, 14.09.2018

5 Certo.

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TORTURA CASTIGO X MAUS TRATOS (ART. 136, CP)


Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade,
guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer
privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho
excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.

Na tortura castigo temos uma conduta mais grave e o fim visado pelo agente é o intenso
sofrimento físico ou mental, como forma de castigo ou medida preventiva. Há o sadismo, o
“sangue no olho”, a intenção de torturar. Segundo o professor Renato Brasileiro, essas são as
principais diferenças entre os crimes:

TORTURA CASTIGO MAUS TRATOS

O próprio legislador diz como o crime deve ser


Forma Livre
praticado: privando-a de alimentação ou cuidados
indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo
ou inadequado, quer abusando de meios de correção
ou disciplina.

Dolo de PERIGO - sendo suficiente a exposição do


Dolo de DANO - Depende de Intenso Sofrimento
perigo de vida ou da saúde da pessoa.
Físico ou Mental

Especial fim de agir: O crime de maus tratos é


Especial fim de agir: Não é necessário.
praticado para fins de educação.

“(...). Para que se configure o delito de maus tratos é necessária a


demonstração de que os castigos infligidos tenham por fim a educação, o ensino, o
tratamento ou a custódia do sujeito passivo, circunstâncias que não se evidenciam
na hipótese. Precedente desta Corte. 2. A conduta verificada nos autos encontra
melhor adequação típica na descrição feita pelo art. 1o., II da Lei 9.455/97 - tortura,
o que não exclui a possibilidade de outra definição do fato se verificado, depois de
realizada mais aprofundada cognição probatória, serem outras as circunstâncias
delitivas. (...)”.
STJ, 3ª Seção, CC 102.833/MG, 10/09/2009

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4. Ano: 2019 Banca: IADES Órgão: SEAP-GO


A tortura-castigo exige uma relação de guarda, poder ou autoridade entre o sujeito ativo
e o passivo.
Gabarito:6

ART. 1º, § 1º – TORTURA AO PRESO

Também chamada de Tortura Equiparada ou Tortura pela Tortura.

§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a


medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio
da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida
legal.

MUITA ATENÇÃO!
Nas espécies de Torturas estudadas até aqui, de qual modo ou quais
modos o torturador poderia causar o sofrimento físico ou mental na
vítima?
Violência ou Grave Ameaça, certo?
Pois bem... Na Tortura ao Preso, a violência ou grave ameaça não é
necessária. Pode existir, mas não é necessária.
Basta que o agente torturador atinja o sofrimento físico ou mental PELA
PRÁTICA DE ATO NÃO PREVISTO EM LEI ou NÃO RESULTANTE DE MEDIDA
LEGAL.

➢ Perceber que NÃO HÁ NECESSIDADE DE PRATICAR ATO COM VIOLÊNCIA OU GRAVE


AMEAÇA!
➢ Dizer que a violência não é necessária, não significa dizer que não pode haver violência. A
tortura contra o preso pode ser praticada mediante violência, mas a violência não é o
único meio possível.
➢ Não prevê finalidade específica e não prevê a necessidade de violência ou grave ameaça.
Exemplo: Colocar o preso o durante todo o dia pelado andado pelo presídio ou privá-lo de
alimentação e água.
➢ E se o preso sentir sofrimento físico ou mental por ato previsto em lei? Fato Atípico.

5. Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: DEPEN Prova: Agente


Um agente penitenciário federal determinou que José, preso sob sua custódia,
permanecesse de pé por dez horas ininterruptas, sem que pudesse beber água ou alimentar-se,
como forma de castigo, já que José havia cometido, comprovadamente, grave falta disciplinar.
Nessa situação, esse agente cometeu crime de tortura, ainda que não tenha utilizado de
violência ou grave ameaça contra José.
Gabarito:7

6
Certo.
7
Certo.

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6. Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: PC-DF Prova: Agente


O agente público que submeter pessoa presa a sofrimento físico ou mental, ainda que por
intermédio da prática de ato previsto em lei ou resultante de medida legal, praticará o crime de
tortura.
Gabarito:8

7. Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: DEPEN Prova: Agente


SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Um servidor público federal, no exercício de atividade
carcerária, colocou em perigo a saúde física de preso em virtude de excesso na imposição da
disciplina, com a mera intenção de aplicar medida educativa, sem lhe causar sofrimento.
ASSERTIVA: Nessa situação, o referido agente responderá pelo crime de tortura.
Gabarito:9

ART. 1º, § 2º TORTURA IMPRÓPRIA

Também conhecida como anômala ou atípica.

Art. 1º
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o
dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a
quatro anos.

Essa omissão NÃO SE SUBMETE às disposições dos CRIMES


HEDIONDOS e EQUIPARADOS.

A condenação por crime de tortura omissiva, da mesma forma como ocorre


nos crimes de tortura comissiva, acarreta a perda automática do cargo segundo
entendimento do STJ sobre o tema. HC 47.846/MG – 22/02/2010

8. Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: Polícia Federal Prova: Delegado de Polícia Federal
Cinco guardas municipais em serviço foram desacatados por dois menores. Após breve
perseguição, um dos menores evadiu-se, mas o outro foi apreendido. Dois dos guardas
conduziram o menor apreendido para um local isolado, imobilizaram-no, espancaram-no e
ameaçaram-no, além de submetê-lo a choques elétricos. Os outros três guardas deram
cobertura. Nessa situação, os cinco guardas municipais responderão pelo crime de tortura,
incorrendo todos nas mesmas penas.
Gabarito:10

8 Errado.
9 Errado.
10 Certo.

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QUALIFICADORAS

ART. 1º, § 3º – TORTURA QUALIFICADA

Lesão grave ou gravíssima:

“§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a


pena é de reclusão de quatro a dez anos.”

Morte:
“Se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.”

As qualificadoras são preterdolosas, ou seja, configuram-se somente quando existe dolo


de torturar e culpa em relação ao resultado agravador (lesão grave ou morte).
Se, como consequência da tortura, resultar lesão grave ou gravíssima a pena é de reclusão
de 04 a 10 anos.

Lesão corporal
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 dias;
II - Perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - Aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Lesão corporal de natureza gravíssima
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - Enfermidade incurável;
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - Deformidade permanente;
V - Aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Se sobrevier a morte, a pena é de reclusão de 8 a 16 anos.


Não se confunde o crime de tortura qualificada pela morte com o homicídio qualificado
pela tortura.
Na tortura qualificada pela morte, o dolo do agente é de torturar e não de causar a
morte. Acontece que, por excessos na execução do crime, o agente acaba causando
culposamente a morte da vítima.
No homicídio qualificado pela tortura, o agente quer a morte da vítima ou assume o
risco de produzi-la. O dolo do agente é de matar e a tortura foi o meio empregado para realizar
o feito.

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Tortura qualificada pela morte


• Lei de Tortura.
• É crime equiparado a hediondo.
• Elemento subjetivo: É crime preterdoloso.
• Crime de competência do juízo comum.

➢ Homicídio qualificado pela tortura


• art. 121, § 2º, III – Código Penal
• É crime hediondo.
• Elemento subjetivo: É crime doloso. A tortura é meio de execução para produzir a
morte.
• Crime de competência do tribunal do júri.

Atenção!
As qualificadoras alcançam o agente que cometeu a Tortura Imprópria?
§2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o
dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a
quatro anos.

Não é consenso na doutrina se as qualificadoras também são aptas a alcançar a conduta


do agente que se omite na tortura imprópria.

1. Há uma corrente que sustenta que as qualificadoras apenas alcançam o executor da


tortura. É a posição Majoritária (2) (5)
Nesse sentido Cláudia Barros (4)

2. Para uma segunda corrente, as qualificadoras abrangem todas as espécies de tortura,


exceto a figura do agente que deixa de apurar. Se o agente deixou de apurar um crime de
tortura consumado, não há como aplicar a qualificadora a ele.
Nesse sentido Rogério Sanches e Ronaldo Batista Pinto (5)

3. E para uma terceira corrente, a qualificadora é aplicável a todas as formas de omissão


(deixar de evitar e deixar de apurar).
Nesse sentido Renato Brasileiro (2)

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ART. 1º, § 4º – CAUSAS DE AUMENTO DA PENA:


(+1/6 A 1/3)

§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:

I - Se o crime é cometido por agente público;

II - Se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de


deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;

III - Se o crime é cometido mediante sequestro.

➢ I - Se o crime for cometido por AGENTE PÚBLICO;


Qualidade do sujeito ativo. Segundo Renato Brasileiro, o conceito de agente público deve
ser extraído do art. 2º da nova Lei de Abuso de Autoridade. (volte lá página que estudamos isso
para dar uma lida!)
Para incidir a causa de aumento e o crime de tortura é praticado por agente público no
exercício da função ou em razão dela.
Atenção ao julgado abaixo!
A figura típica prevista no § 2º, do art. 1.º, da Lei de Tortura, constitui-se em
crime próprio, porquanto exige condição especial do sujeito. Ou seja, é um delito
que somente pode ser praticado por pessoa que, ao presenciar tortura, omite-se, a
despeito do "dever de evitá-las ou apurá-las " (como é o caso do carcereiro policial).
Em tais casos, a incidência da circunstância agravante prevista no art. 61, inciso
II, alínea g, do Código Penal, e da majorante de pena estabelecida no art. 1.º, § 4.º,
inciso I, da Lei n.º 9.455/1997 ("se o crime é cometido por agente público"), constitui
evidente bis in idem na valoração da condição pessoal do sujeito ativo.
STJ - HC Nº 131.828 – RJ 02/12/2013

➢ II – Se o crime for cometido contra criança, gestante, portador de deficiência,


adolescente ou > 60 anos;
Qualidade do sujeito passivo e fundamenta-se na situação de fragilidade ou debilidade da
vítima.
Para o conceito de criança adota-se o critério do ECA, ou seja, criança até 12 anos
incompletos e adolescente de 12 a 18 anos incompletos.
Como não há distinção do tipo de deficiência, prevalece que pode ser qualquer, por
exemplo, deficiência física ou mental.
No caso de crime de tortura perpetrado contra criança em que há prevalência
de relações domésticas e de coabitação, não configura bis in idem a aplicação
conjunta da causa de aumento de pena prevista no art. 1º, § 4º, II, da Lei n.
9.455/1997 (Lei de Tortura) e da agravante genérica estatuída no art. 61, II, f, do
Código Penal.
STJ, 6a Turma. HC 362.624/RJ – Info 589

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➢ III – Se o crime for cometido mediante sequestro.


É o meio de execução do crime. Privação de liberdade.
O sequestro aumenta a pena quando ele for meio empregado pelo agente para tortura.
Por óbvio que o tempo do sequestro deve ser juridicamente relevante.
Se o sequestro for realizado inicialmente para que seja pedido um resgate, por exemplo,
e apenas depois, no cativeiro, a vítima é torturada, teremos 2 crimes em concurso material –
extorsão mediante sequestro em concurso material com o crime de tortura.

Apesar de haver divergência, segundo Rogério Sanches29, a maioria


da doutrina entende que as causas de aumento de pena se aplicam às
qualificadoras.

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ART. 1º, § 5º E § 6º – EFEITO DA CONDENAÇÃO

§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego


público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena
aplicada. ”
A condenação pela Tortura gera efeitos penais e extrapenais. Os efeitos extrapenais são a
PERDA DO CARGO, FUNÇÃO ou EMPREGO PÚBLICO e a interdição para seu exercício pelo
DOBRO do prazo da pena aplicada.
Esse efeito da condenação é OBRIGATÓRIO e AUTOMATICO, sendo desnecessária a
fundamentação por parte do juiz. Ou seja, uma vez condenado (com trânsito em julgado) por
crime de tortura, automaticamente o criminoso perderá o cargo, emprego ou função, ficando
interditado para o seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
Uma vez condenado, o agente não poderá, pelo dobro do prazo da pena aplicada, exercer
qualquer cargo, emprego ou função na Administração Pública. Após esse lapso temporal o
sujeito poderá concorrer novamente a outros cargos públicos, porém jamais aquele cuja
perda foi declarada. (5) (2)
O efeito da condenação também é aplicado ao condenado pela tortura imprópria. (2)

A condenação criminal transitada em julgado não acarreta a cassação da


aposentadoria automaticamente.
O STJ não admitiu a interpretação extensiva do art. 1º, § 5º da Lei para alcançar
a cassação de aposentadoria
O tribunal ressalvou a possibilidade de aplicação da penalidade de cassação da
aposentadoria na esfera administrativa, por meio do devido processo administrativo
disciplinar.
STJ – 1.317.487/MT, 22/08/2014

A condenação por tortura omissiva gera a perda automática do cargo segundo


entendimento do STJ
HC 47.846/MG – 22/02/2010

§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou


anistia.

Esse dispositivo é uma repetição do texto constitucional. Porém, ao contrário da Lei de


Crimes Hediondos que veda expressamente a graça, anistia e o indulto, a Lei de Tortura proíbe
apenas a graça e a anistia.
Cláudia Barros (4) e Ricardo Andreucci (7) entendem que é cabível o indulto para o
condenado pela tortura.
Para Guilherme Souza Nucci, onde se lê “graça” deve-se ler “indulto” pois o indulto nada
mais é que o perdão coletivo, sendo assim, seria vedado tanto a graça quanto o indulto para o
condenado pela tortura.
Há precedentes no STF no sentido de que é vedada a concessão do indulto aos condenados
pela prática de tortura, ou de qualquer outro crime hediondo ou equiparado. (STF, Pleno, ADI
2.795 MC/DF, 08/05/2003.) É o que prevalece.

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Além disso, a liberdade provisória é possível, caso o juiz entenda pela sua concessão, mas
sempre sem fiança, pois, como sabemos, estamos diante de um crime inafiançável.

9. Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: STJ Prova: Analista


Tendo como referência a legislação penal extravagante e a jurisprudência das súmulas
dos tribunais superiores, julgue o item que se segue.
A condenação pela prática de crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou
emprego público e a interdição para o seu exercício por prazo igual ao da pena aplicada.
Gabarito:11

10. Ano: 2015 Banca: FUNIVERSA Órgão: SEAP-DF


A condenação por crime de tortura acarretará a perda do cargo, da função ou do emprego
público e a interdição, para seu exercício, pelo triplo do prazo da pena aplicada.
Gabarito:12

11
Errado.
12
Errada.

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ART. 1º, § 7º – REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA

§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do §


2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.

O §7° prevê que o regime inicial obrigatoriamente será o fechado para os crimes de
tortura comissivos, como a exceção expressa da não aplicabilidade dessa obrigação ao
condenado pela Tortura Imprópria.
O STF já declarou a inconstitucionalidade da obrigatoriedade do regime inicial de
cumprimento de pena pois violava o Princípio da Individualização da pena. Para estabelecer o
regime prisional, deveria o magistrado avaliar o caso concreto, seguindo os parâmetros
estabelecidos pelo Código Penal.

É firme neste Tribunal a orientação de que é necessária a apresentação de


motivação concreta para a fixação de regime mais gravoso, fundada nas
circunstâncias judiciais do art. 59 do Código Penal - CP. Nesse sentido, foi elaborado
o enunciado n. 440 da Súmula desta Corte que prevê: "fixada a pena-base no mínimo
legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível
em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito". No
mesmo sentido, são os enunciados n. 718 e 719 da Súmula do Supremo Tribunal
Federal.
O exame dos autos revela que após manterem a pena-base no mínimo legal,
por considerarem favoráveis as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP, o regime
fechado foi fixado pelo Magistrado sentenciante e mantido pelo Tribunal de
Justiça sem fundamentação idônea, baseado exclusivamente na imposição
legal contida na Lei n. 9.455/97, o que contraria a jurisprudência desta
Corte.
Ademais, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, no dia 27 de junho de 2012,
ao julgar o HC n. 111.840/ES, por maioria, declarou incidentalmente a
inconstitucionalidade do § 1º, do art. 2.º, da Lei n. 8.072/90, com a redação
que lhe foi dada pela Lei n. 11.464/07, afastando, dessa forma, a
obrigatoriedade do regime inicial fechado para os condenados por crimes
hediondos e equiparados, incluído aqui o crime de tortura.
Dessa forma, em razão da primariedade do paciente, do quantum de pena
aplicado, inferior a 4 anos (art. 33, § 2º, "c", do CP), da inexistência de circunstância
judicial desfavorável (art. 59 do CP), bem como da fixação da pena-base no mínimo
legal, o regime a ser imposto deve ser o aberto. Habeas corpus não conhecido. Ordem
concedida, de ofício, para fixar o regime inicial aberto.
HC 383.090/SP, 30/03/2017

REGIME INICIAL FECHADO FIXADO EXCLUSIVAMENTE COM BASE NO ART. 1º,


§ 7º, DA LEI 9.455/97. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA.
RECONHECIMENTO DA ILEGALIDADE PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. ALTERAÇÃO DO
REGIME PARA O SEMIABERTO, COM FULCRO NO ART. 33 E PARÁGRAFOS DO CÓDIGO
PENAL.REFORMATIO IN PEJUS. AUSÊNCIA. REPRIMENDA FINAL INFERIOR A 4 ANOS

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DE RECLUSÃO. REGIME INICIAL SEMIABERTO. CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL.


AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. RECURSO A QUE SE NEGA
PROVIMENTO.
1. A obrigatoriedade do regime inicial fechado prevista na Lei do Crime
de Tortura foi superada pela Suprema Corte, de modo que a mera natureza do
crime não configura fundamentação idônea a justificar a fixação do regime mais
gravoso para os condenados pela prática de crimes hediondos e equiparados. Para
estabelecer o regime prisional, deve o magistrado avaliar o caso concreto,
seguindo os parâmetros estabelecidos pelo artigo 33 e parágrafos do Código
Penal.
RHC 76.642/RN, 28/10/2016

A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada


permitir exige motivação idônea.
Súmula 719
A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui
motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido
segundo a pena aplicada.
Súmula 718

Pelo que vimos nos julgados acima, parece que é pacífica a situação da
inconstitucionalidade do regime inicial fechado, não? Logico que não! Nada é fácil para o
concurseiro! A primeira turma do STF já julgou diferente:

STF - PRIMEIRA TURMA


O condenado por crime de tortura iniciará o cumprimento da pena em
regime fechado, nos termos do disposto no § 7º do art. 1º da Lei 9.455/1997 - Lei
de Tortura. Com base nessa orientação, a Primeira Turma denegou pedido formulado
em “habeas corpus”, no qual se pretendia o reconhecimento de constrangimento
ilegal consubstanciado na fixação, em sentença penal transitada em julgado, do
cumprimento das penas impostas aos pacientes em regime inicialmente fechado.
Alegavam os impetrantes a ocorrência de violação ao princípio da individualização da
pena, uma vez que desrespeitados os artigos 33, § 3º, e 59 do CP. Apontavam a
existência de similitude entre o disposto no artigo 1º, § 7º, da Lei de Tortura e o
previsto no art. 2º, § 1º, da Lei de Crimes Hediondos, dispositivo legal que já teria
sido declarado inconstitucional pelo STF no julgamento do HC 111.840/ES (DJe de
17.12.2013). Salientavam, por fim, afronta ao Enunciado 719 da Súmula do
STF. O Ministro Marco Aurélio (relator) denegou a ordem. Considerou que, no caso,
a dosimetria e o regime inicial de cumprimento das penas fixadas atenderiam aos
ditames legais. Asseverou não caber articular com a Lei de Crimes Hediondos, pois a
regência específica (Lei 9.455/1997) prevê expressamente que o condenado por
crime de tortura iniciará o cumprimento da pena em regime fechado, o que
não se confundiria com a imposição de regime de cumprimento da pena
integralmente fechado. Assinalou que o legislador ordinário, em consonância com a
CF/1988, teria feito uma opção válida, ao prever que, considerada a gravidade do

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crime de tortura, a execução da pena, ainda que fixada no mínimo legal, deveria ser
cumprida inicialmente em regime fechado, sem prejuízo de posterior progressão.
HC 123316/SE, rel. Min. Marco Aurélio, 9.6.2015.

ART. 2º – EXTRATERRITORIALIDADE
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha
sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou
encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.

O Brasil manifesta interesse punitivo ainda que o crime de tortura não seja cometido
dentro do território nacional, constituindo uma exceção ao princípio da territorialidade (art. 5º
do Código Penal) A regra é a territorialidade. Extraterritorialidade é a aplicação da lei brasileira
praticada no estrangeiro. Requisitos:
➢ VÍTIMA BRASILEIRA
• Segundo Renato Brasileiro, nesse caso em especial, toda em qualquer pessoa,
independentemente de nacionalidade, que praticar tortura contra uma vítima
brasileira, poderá ser processado e condenado, ainda que não tenha entrado em
território nacional, pouco importando se foi condenado ou absolvido no país em que o
crime foi executado.
• Devemos lembrar que se o agente tiver sido já punido no Brasil, diz o art. 8º do CP que
a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil.
• Estamos diante de uma hipótese de Extraterritorialidade Incondicionada.

➢ ENCONTRANDO-SE O AGENTE EM LOCAL DE JURISDIÇÃO BRASILEIRA


• Nesse caso, o agente, independentemente de nacionalidade, que praticar tortura em
território estrangeiro e, posteriormente ingressar no Brasil, será aplicada a lei
Brasileira.
• Caso não exista extradição, o Brasil assume o compromisso de processá-lo e julgá-lo a
partir do momento que ingressar no território brasileiro.
• Lembram do exemplo que dou em sala? “Um italiano tortura um Japonês na em Paris e
depois vai passar o carnaval em Salvador!” Poderá ser julgado e processado no Brasil?
Sim.
• A polêmica como sempre está na classificação que a doutrina traz para o tipo de
extraterritorialidade:
• Para alguns, trata-se de extraterritorialidade incondicionada. (Nucci)
• Para outros, consiste em extraterritorialidade condicionada. (Marcelo Azeredo) (13)
“Entendemos que se trata de extraterritorialidade condicionada. A
condição não está prevista na lei especial nem no Código Penal, mas em
duas convenções sobre a tortura: Convenção Contra a Tortura e Outros
Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes (art. 12) e a
Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura (art. 5º). Os
dispositivos citados condicionam que a lei será aplicada caso não haja

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extradição. Ou seja, se for caso de extradição, não incidirá a lei do país em


que o agente se encontrar. ” 13

• Competência: Em regra, Justiça Comum Estadual.

DIREITO PROCESSUAL PENAL. COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR E


JULGAR CRIME DE TORTURA COMETIDO FORA DO TERRITÓRIO NACIONAL.
O fato de o crime de tortura, praticado contra brasileiros, ter ocorrido
no exterior não torna, por si só, a Justiça Federal competente para processar
e julgar os agentes estrangeiros. De fato, o crime de tortura praticado
integralmente em território estrangeiro contra brasileiros não se subsume, em regra,
a nenhuma das hipóteses de competência da Justiça Federal previstas no art. 109 da
CF. Esclareça-se que não há adequação ao art. 109, V, da CF, que dispõe que
compete à Justiça Federal processar e julgar "os crimes previstos em tratado ou
convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou
devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente", pois não se trata de crime
à distância. De igual modo, não há possibilidade de aplicar o inciso IV do art. 109 da
CF, visto que não se tem dano direto a bens ou serviços da União, suas entidades
autárquicas ou empresas públicas. Ademais, ressalte-se que o deslocamento de
competência para a jurisdição federal de crimes com violação a direitos humanos
exige provocação e hipóteses extremadas e taxativas, nos termos do art. 109, V-A e
§ 5º, da CF. Desse modo, o incidente só será instaurado em casos de grave violação
aos direitos humanos, em delitos de natureza coletiva, com grande repercussão, e
para os quais a Justiça Estadual esteja, por alguma razão, inepta à melhor apuração
dos fatos e à celeridade que o sistema de proteção internacional dos Direitos
Humanos exige
CC 107.397-DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, 24/9/2014.

11. Ano: 2020 Banca: CESPE Órgão: MPE-CE Prova: Analista Ministerial
A Lei de Crimes de Tortura, ao prever sua incidência mesmo sobre crimes que tenham sido
cometidos fora do território nacional, estabelece hipótese de extraterritorialidade
incondicionada.
Gabarito:14

12. Ano: 2010 Banca: CESPE Órgão: DPE-BA Prova: Defensor Público
Pela lei que define os crimes de tortura, o legislador incluiu, no ordenamento jurídico
brasileiro, mais uma hipótese de extraterritorialidade da lei penal brasileira, qual seja, a de o
delito não ter sido praticado no território e a vítima ser brasileira, ou encontrar-se o agente em
local sob a jurisdição nacional.
Gabarito:15

13 Marcelo André Azeredo, Direito Penal. Parte Geral. Salvador: Juspodivm, 2012, p. 122.
14 Certo.
15 Certo.

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13. Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: Polícia Federal Prova: Perito Criminal Federal
Tendo em vista que o médico-legista deve descrever, em seu laudo, as lesões que
eventualmente encontrar, e cuja natureza jurídica pode ser leve, grave e gravíssima, ou, ainda,
lesão corporal seguida de morte, em conformidade com o art. 129 do Código Penal, julgue o
item que se segue.
A legislação brasileira define tortura como constrangimento com emprego de violência ou
grave ameaça, de modo a causar sofrimento, para se obter informação, ou para provocar ação
ou omissão, com o objetivo de discriminação racial, religiosa ou ainda como forma de castigo.
Gabarito:16

14. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PRF Prova: Policial Rodoviário Federal
A respeito da identificação criminal, do crime de tortura, do abuso de direito, da
prevenção do uso indevido de drogas, da comercialização de armas de fogo e dos crimes
hediondos, julgue o item que se segue.
Praticam o crime de tortura policiais rodoviários federais que, dentro de um posto
policial, submetem o autor de crime a sofrimento físico, independentemente de sua intensidade.
Gabarito:17

16
Certo. Perceba, aluno, que o examinador tentou elencar as modalidades da tortura na redação da questão. Em relação ao sofrimento, por mais que
existam outros tipos, vale o gênero que engloba o físico e o mental. Atenção caso existam palavras como “exclusivamente” ou “todos”.
17
Errado. Para que fosse uma tortura própria era necessário o especial fim de agir, que a questão não traz. E para ser possível supor que seria a
tortura castigo, o sofrimento físico tinha que ser intenso, como há na redação da lei.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Único.

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Juspodivm, 2020.

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Edição. Juspodivm, 2020.

6. Gonçalves, Victor Eduardo Rios e Junior, José Paulo Baltazar. Legislação Penal Especial. 5º Edição. Editora
Saraiva, 2019.

7. Andreucci, Ricardo Antônio. Legislação Penal Especial. 14º edição. Editoria Saraiva, 2019.

8. Ó Souza, Renee, Cunha, Rogério Sanches e Lins, Caroline de Assis. Meu Site Jurídico. Meu Site Jurídico.
[Online] Dezembro de 2019. https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2019/12/27/nova-figura-
agente-disfarcado-prevista-na-lei-13-9642019/.

9. Grupo Nacional de Procuradores Gerais. conjur.com.br. Enunciados da Lei de Abuso de Autoridade - Leiº
13.869/2019. [Online] 26 de Novembro de 2019. https://www.conjur.com.br/dl/novos-enunciados-
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10. Said, Rhaila Carvalho. O conceito de funcionário público para fins penais- um giro pela jurisprudência dos
tribunais superiores Conteúdo Jurídico. Conteúdo Jurídico. [Online] [Citado em: 24 de agosto de 2020.]
https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/53372/o-conceito-de-funcionrio-pblico-para-fins-penais-
um-giro-pela-jurisprudncia-dos-tribunais-superiores.

11. Masson, Cleber. Código Penal Comentado. 7º Edição. Editora Método, 2019.

12. Milhomem, Flávio. Tortura por homofobia ou Transfobia. Youtube. [Online] 2019.
https://www.youtube.com/watch?v=laSdGmjDOAg&t=466s.

13. Azeredo, Marcelo André. Direito Penal. Parte Geral. Editora Juspodivm, 2012.

14. Jr, Aury Lopes. Lei 13.491/2017 fez muito mais do que retirar os militares do tribunal do júri. Consultor
Jurídico. [Online] 20 de 10 de 2017. https://www.conjur.com.br/2017-out-20/limite-penal-lei-134912017-
fez-retirar-militares-tribunal-juri.

15. Foureaux, Rodrigo. A Lei 13.491/17 e a ampliação da competência da Justiça Militar. jus.com.br. [Online]
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16. Cavalcante, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito. [Online] [Citado em: 21 de 09 de 2020.]
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e
.

17. Domingoos, Moisés Souza e Filho, Pedro Alves de Freitas. Fundamentos dos Direitos Humanos: Uma
análise comparada. Jusbrasil. [Online] 2019.
https://souzamoises0.jusbrasil.com.br/artigos/722169060/fundamentos-dos-direitos-humanos-uma-
analise-comparada.

AGORA EU PASSO!
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