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3 de Novembro de 2019
Prefácio
Este livro apresenta uma primeira abordagem dos conceitos teóricos de Análise Mate-
mática, e tem alguns exercícios resolvidos. Para fazer este livro inspirei-me nos livros
de Cálculo de Hamilton Guidorizzi volumes 1 e 2, de James Stuart e no primeiro
volume de cálculo de Sallas Saturnino. Trata-se de uma actualização das Noções de
Análise Matemática 1 publicadas por mim.
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Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
dedicatória
Dedico este livro a todos os meus alunos da Feup, e dos cursos de Minas e Ambiente,
e a toda a minha família especialmente à minha querida mãe.
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Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Conteúdo
Prefácio 3
3 Funções Elementares 19
3.1 Funções Polinomiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.2 Funções Racionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.2.1 Funções Trigonométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.2.2 Desigualdades Importantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.2.2.1 Propriedades de um Triângulo Rectângulo . . . . . . 24
3.2.2.2 Propriedades num Triângulo Qualquer . . . . . . . . . 24
3.2.3 Algumas Operações Elementares Sobre Funções . . . . . . . . . 24
3.3 Gráfico de uma Função Real de Variável Real . . . . . . . . . . . . . . 25
3.3.0.1 Monotonia de uma função real de variável real . . . . 25
3.3.1 Inversa de uma Função Injectiva . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.3.2 Algumas Propriedades Gráficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.4 Funções Inversas das Funções Trigonométricas . . . . . . . . . . . . . 28
3.4.1 Função Exponencial de Base a > 0 e a 6= 1 . . . . . . . . . . . 32
3.4.2 Função Logaritmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.4.3 Alguns limites Importantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.4.4 Funções Hiperbólicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.4.5 Limite Segundo Cauchy . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.4.6 Revisões de Propriedades dos Limites . . . . . . . . . . . . . . 38
3.4.7 Definição de Limite Segundo Heine . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3.5 Assimptotas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.6 Continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.7 Diferenciabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.8 Recta Normal e Recta Tangente ao Gráfico de f num Ponto . . . . . . 48
3.9 Teorema de Bolzano, Weierstrass, Rolle e de Lagrange . . . . . . . . . 51
3.10 Dedução de algumas das Fórmulas de Derivação . . . . . . . . . . . . 61
3.10.1 Tabela das Derivadas em x . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
3.10.2 Tabela das Derivadas no Caso Geral . . . . . . . . . . . . . . . 68
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Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
R pq1 p2 pr
ax+b q2 ax+b qr
f (x, ax+b
)dx
1
14 Integrais da Forma cx+d , cx+d , · · · , cx+d 193
R
15 Integrais do tipo f (sen(x), cos(x))dx 197
R
15.1 Integrais do Tipo f (sen (x), cos (x))dx . . . . . . . . . . . . . . . . 198
2 2
R
15.2 Integrais do Tipo f (sen(x), cos(x))dx onde f é uma função ímpar em · · · .201
R √
16 Outro método para obter f (x, ax2 + bx + c)dx. 203
17 Sucessões 207
17.0.1 Princípio de Indução Matemática . . . . . . . . . . . . . . . . . 214
19 Aplicações 243
19.1 Comprimento de uma Curva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 243
19.2 Área de uma Superfície de Revolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 246
19.3 Centro de Gravidade de n Particulas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 249
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Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
[a, +∞[ = {x ∈ R : x ≥ a}
]a, +∞[ = {x ∈ R : x > a}
] − ∞, b] = {x ∈ R : x ≤ b}
] − ∞, b[ = {x ∈ R : x < b}
] − ∞, +∞[ = R.
Apresentamos de seguida algumas das propriedades que são utilizadas quer no secun-
dário quer na maior das unidades curriculares de Análise Matemática.
a) ∀x ∈ R, |x| ≥ 0;
b) ∀x, y ∈ R, |xy| = |x||y|;
c) ∀x, y ∈ R, |x + y| ≤ |x| + |y|;
d) ∀x ∈ R, ∀y ∈ R \ {0}, xy = |x|
|y| ;
dois números reais a e b dizendo que se nas inequações de módulos envolvidas nos
conjuntos apresentados envolvêssem ≤ o comentário seria análogo basta substituir
nas definições anteriores < por ≤ .
Agora precisamos de começar por introduzir novos conceitos como majorante, mino-
rante, conjunto majporado, conjunto minorado, conjunto limitado, supremo de um
conjunto e infimo de um conjunto, mínimo de um conjunto e máximo de um conjunto
estes conceitos são de máxima utilidade quando estivermos a definir o conceito de
função integrável num conjunto e no estudo ne máximos e mínimos absolutos de uma
função real num conjunto.
Estamos agora em condições de introduzir algumas notações topológicas em R. Assim,
vamos apresentar um conjunto de definições e exemplos.
◦
Exemplo 1.4. Se A = [0, 1] então A nãoé aberto, pois A =]0, 1[6= A = [0, 1]. Mas,
◦
se A =]0, 1[ então A é um conjunto aberto pois A =]0, 1[= A.
1
Exemplo 1.5. Considere-se o conjunto A = {x ∈ R : ∃n ∈ N : x = n }. Então 0 ∈ A
◦
e A = A ∪ {0} e A = ∅.
∃ǫ ∈ R+ : B(a, ǫ) ∩ A \ {a} = ∅.
1
Exemplo 1.6. Por exemplo, o conjunto A = {x ∈ R : ∃n ∈ N : x = n} é um
conjunto majorado pois ∀x ∈ A, x ≤ 1.
2 Com a topologia em R induzida pela distância d definida por d(x, y) = |x − y|
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Observação 1.8. Mas será natural introduzir uma maneira mais matemática de
definir supremo e ínfimo de um conjunto, o que será feito no próximo teorema.
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Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Definição 2.2. Seja f uma função real de variável real. Chama-se domínio de uma
função real de variável real ao conjunto formado pelos números reais para os quais a
expressão analítica de f está bem definida.
Definição 2.3. Seja f uma função real de varíavel real. Chama-se contradomínio de
f ao conjunto dos valores reais que são imagem de algum número real do domínio de
f.
Exemplo 2.1. Assim, quando dizemos considere a função real de variável real f tal
que f (x) = x+1
x−1
, fica logo explicito que o domínio de f é D = {x ∈ R : x + 1 6= 0},
isto é que o domínio de f é D = R \ {−1}, pois o conjunto de valores reais onde
a expressão analítica de f toma significado são aqueles em que o denomidador da
√
fração x+1
x−1
é diferente de zero. Por sua vez, o domínio da função f (x) = x + 1 é
D = [−1, +∞[ porque o conjunto dos valores onde a raiz toma significado são aqueles
em que o radicando é não negativo. Mas muitas vez, para determinar o domínio de
uma função real de variável real temos de exigir que todas as expressões envolvidas
na expressa analítica da função tomem significado. Por exemplo se consideramos a
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Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
√
função real de variável real f tal que f (x) = x + 1 + √1x então1 o domínio de f é o
√
conjunto D = {x ∈ R : (x + 1 ≥ 0) ∧ ( x 6= 0) ∧ (x ≥ 0)}. Logo D = {x ∈ R : (x + 1 ≥
0) ∧ (x > 0)}, ou seja D = {x ∈ R : (x ≥ −1) ∧ (x > 0)}. E portanto D =]0, +∞[.
Observação 2.1. Daqui para a frente, vamos designar o domínio de uma função real
de variável real ora D ora por Df.
Definição 2.4. {Gráfico de uma função}Se f é uma função real de variável real cujo
domínio é D então o gráfico de f é o conjunto Graf(f ) = {(x, f (x)) ∈ R2 : x ∈ D}.
Muitas vezes para desenhar o gráfico de uma função real de variável real temos de
recorrer a certos conceitos tais como o de a função ser par e da função ser ímpar.
Definição 2.6. Função parUma função f real de variável real diz-se par se e só se
f (x) = f (−x), ∀x ∈ D.
1 Notem que sempre na expressão analítica de uma função real surge uma raiz então o radicando
tem de ser não negativo, por sua vez sempre que na expressão analítica de uma função surge uma
fração então o denominador dessa fração tem de ser não nulo
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Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
3 Funções Elementares
positivo formado pela semi-recta OP com o semi-eixo positivo do eixo Ox. Então
definem-se as funções trigonométricas em α do seguinte modo:
sen(α) = y
cos(α) = x
y sen(α)
tg(α) = =
x cos(α)
x cos(α)
cotg(α) = =
y sen(α)
1 1
sec(α) = =
x cos(α)
1 1
cosec(α) = = .
y sen(α)
Aqui temos que antes de tudo, dizer quando é que as funções trigonométricas seno,
coseno, ......,cosecante estão definidas. O domínio do seno e do cosseno é R. O domínio
da tangente é o conjunto D = {x ∈ R : x 6= π2 + kπ, k ∈ Z}, o domínio da cotangente
é o conjunto D = {x ∈ R : x 6= kΠ, k ∈ Z} o domínio da secante é o conjunto
D = {x ∈ R : x 6= π2 + kπ, k ∈ Z} e por sua vez o domínio da cosecante é o conjunto
D = {x ∈ R : x 6= kπ, k ∈ Z}.
Note-se que o contradomínio do seno e do coseno é D′ = [−1, 1]. Por sua vez, o
contradomínio da tangente, cotangente é o conjunto d′ =]−∞, +∞[ e o contradomínio
da secante e da cosecante são ] − ∞, −1] ∪ [1, +∞[.
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Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
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Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
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Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Graus 0ž 300 450 600 900 1200 1350 1500 180ž 2700 3600
2π 3π 5π 3π
Radianos 0 π
6
π
4
π
3
π
2 3 4 6 π 2 2π
√ √ √ √
1 2.0 3.0 3.0 2.0 1
sen(θ) 0 2 1 0 −1 0
√ √2 2 2.0 2.0
√ 2.0√
3.0 2.0 1
cos(θ) 1 0 − 12 − 2.02.0 3.0
− 2.0 −1 0 1
√2 2 2.0
√ √ √
3.0 3.0
tg(θ) 0 3.0 1 3 s/S − 3.0 −1.0 − 3.0 0 s/S 0
Por exemplo para desenhar o gráfico g(x) = cf (x) desenha-se o gráfico de f (x) e
depois para desenhar o gráfico de g num ponto x multiplica-se f (x) por c. Assim,
por exemplo para desenhar o gráfico de g tal que g(x) = −f (x) faz-se uma simetria
do gráfico de f relativamente ao eixo Ox. Por exemplo para desenhar o gráfico de g
tal que g(x) = f (x) + c basta deslocar o gráfico de f c unidades para cima do eixo
Ox e paralelamente ao gráfico de f se c > 0 ou deslocar |c| unidades para baixo do
eixo Ox se c < 0. Por sua vez, se c é positivo para desenhar o gráfico de g tal que
g(x) = f (x − c) basta fazer uma translação do gráfico de f c unidades para a direita
e para desenhar o gráfico de g tal que g(x) = f (x + c) basta fazer uma translação do
gráfico de f c unidades para a esquerda. Apresentamos agora, alguns gráficos:
Seja f uma função real de variável real cujo domínio é o conjunto D. Então
i) f é uma função crescente em D se e só se ∀x, y ∈ D, x < y ⇒ f (x) ≤ f (y);
ii) f é uma função estritamente crescente em D se e só se ∀x, y ∈ D, x < y ⇒
f (x) < f (y);
iii) f é uma função decrescente em D se e só se ∀x, y ∈ D, x < y ⇒ f (x) ≥ f (y);
iv) f é uma função estritamente decrescente em D se ∀x, y ∈ D, x < y ⇒ f (x) >
f (y).
Definição 3.1. Uma função f diz-se monótona em D se é crescente ou decrescente.
Por sua vez, diz-se estritamente monótona em D se ela for estritamente crescente ou
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Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
estritamente decrescente em D.
Agora vamos introduzir as noções de máximo e mínimo local de uma função real de
variável real.
Definição 3.2. Sejam f uma função real de variável real cujo domínio é D e x0 ∈ D.
Se f (x) ≤ f (x0 ), ∀x ∈ D então diz-se que f (x0 ) é o valor máximo absoluto de f. E
x0 diz-se que é um ponto de máximo absoluto de f.
Definição 3.3. Sejam f uma função real de variável real cujo domínio é D e x0 ∈ D.
Se f (x) ≥ f (x0 ), ∀x ∈ D então diz-se que f (x0 ) é o valor mínimo absoluto de f. E
x0 diz-se que é um ponto de mínimo absoluto de f.
Mas mais para a frente precisamos do conceito de função real de variável real limitada,
que não é mais que uma função cujo contradomínio de f é majorado e minorado. Mas
fica melhor introduzir a definição que se segue.
Definição 3.4. {Função limitada num subconjunto do domínio} Seja f uma
função real de variável real cujo domínio é D. Diz-se que f é uma função limitada
em A ⊂ D se ∃L ∈ R+ ∀x ∈ A |f (x)| ≤ L.
Definição 3.5. {Definição de mínimo local de uma função} Sejam f uma
função real de variável real cujo domínio é D e x0 ∈ D. Diz-se que x0 é um ponto de
mínimo local(relativo) de f se existir δ > 0, ∀x ∈ Bδ (x0 ) ∩ D, f (x) ≥ f (x0 ).
Definição 3.6. {Definição de máximo local de uma função} Sejam f uma
função real de variável real cujo domínio é D e x0 ∈ D. Diz-se que x0 ∈ D é um
ponto de máximo local(relativo) de f se existir δ > 0, ∀x ∈ Bδ (x0 ) ∩ D, f (x) ≤ f (x0 ).
Definição 3.7. Função injetivaSeja f uma função real de variável real cujo domínio
é D. A função f diz-se injetiva se e só se ∀x, y ∈ D, (x 6= y) ⇒ (f (x) 6= f (y)) .
Observação 3.1. Muitas vezes utiliza-se uma outra definição de função injetiva
quando f é uma função real de variável real cujo domínio é D. Assim, diz-se que
f é injetiva se e só se ∀x, y ∈ D, (f (x) = f (y)) ⇒ (x = y) .
Para desenhar o gráfico de uma função f, muitas vezes, precisamos de saber qual é
o contradomínio de f e se o contradomínio de f coincide com o conjunto de chegada
função e esta última observação conduz-nos ao conceito de função sobrejectiva.
Definição 3.8. Definição de função sobrejectivaSeja f uma função real de variá-
vel real cujo domínio é D e o conjunto de chegada é E. A função f diz-se sobrejéctiva
se e só se o contradomínio de f coincide com E. Isto é f é sobrejéctiva se e só se
∀y ∈ E, ∃x ∈ D : f (x) = y.
Observação 3.2. Por sua vez, uma função real de variável real muitas vezes é in-
jectiva e sobrejectiva e nesse caso então ela diz-se bijectiva.
Definição 3.9. Definição de função bijectivaSeja f uma função real de variável
real. A função f diz-se bijectiva se e só se for injectiva e sobrejectiva.
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√
Exemplo 3.1. Se considerarmos f e g tais que f (x) = x3 e g(x) = 3
x então
g = f −1 , pois para x ∈ R tem-se
f ◦ g(x) = p
f (g(x))) = f ( 3 (x))
√
= ( 3 x)3
=x
e
g ◦ f (x) =
g(f√(x))) = g(x3 )
= x3
3
= x.
Observação 3.9. Contração em relação ao eixo OySe 0 < c < 1 então o gráfico
de g tal que g(x) = cf (x) obtém-se do gráfico de f aproximando o gráfico de f do
eixo Ox.
Observação 3.10. O gráfico de g tal que g(x) = f (cx) com c > 1 obtém-se do gráfico
de f contraindo o gráfico de f , isto é aproximando o gráfico de f do eixo Oy. Isto quer
dizer por exemplo para desenhar o gráfico de g tal que g(x) = sen(2x), ∀x ∈ R basta
desenhar o gráfico de f (x) = sen(x) e aproximá-lo do eixo Oy, passando o periodo
de g a ser π e portanto para desenhar g basta fazer o desenho do seno e e depois
dividir os valores particulares do seno por 2. E se 0 < c < 1 então o gráfico g tal que
g(x) = f (cx) obtém-se do gráfico de f afastando o gráfico de f do eixo Oy.
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Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
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Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
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Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
intervalo [0, π] \ { π2 }.
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Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Gráfico do arccosecx
Exercício 3.1. Faça o gráfico f (x) = cos2 (x) + sen(x).
Resolução 3.1.
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Demonstração.
a) Sejam u = loga (x) e v = loga (y). Mas então au = x e av = y. Mas então au av = xy.
Ou seja au+v = xy. Mas então loga (xy) = u + v, ou seja loga (xy) = loga (x) + loga (y).
u
b) Sejam u = loga (x) e v = loga (y). Mas então au = x e av = y. E portanto xy = aav ,
ou seja xy = au−v . Logo loga xy = u − v. Como u = loga (x) e v = loga (y). Então
mostramos que loga xy = loga (x) − loga (y).
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Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
c) Seja um u = loga (x) então au = x. Mas então (au )b = xb , ou seja abu = xb . Logo
loga (xb ) = bu. Como u = loga (u) então loga (xb ) = b loga (x).
1
e) sech(x) = cosh(x)
1
f) cosech(x) = sinh(x) .
Observação 3.12. Assim, como nas funções trigonométricas se verifica cos2 (x) +
sen2 (x) = 1 nas funções hiperbólicas tem-se cosh2 (x) − sinh2 (x) = 1. Com efeito,
tem-se: x −x 2
cosh2 (x) − sinh2 (x) = e +e2
x −x 2
e −e
− 2
2x
+2+e−2x e2x −2+e−2x
= e 2 − 4
= 44
= 1.
Exercício 3.2. Mostre que ∀x, y ∈ R, sinh(x + y) = sinh(x) cosh(y) + cosh(x) sinh(y).
Obtenha uma desigualdade semelhante para sinh(x − y).
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Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Exercício 3.4. Mostre que sinh(2x) = 2 sinh(x) cosh(x) e que cosh2 (x) = cosh2 (x) +
sinh2 (x) e deduza então que cosh(2x)−1
2 = sinh2 (x).
Figura 3.4: Nesta figura apresentamos os gráficos das quatros funções hiperbólicas
sobrepostos
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Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Observação 3.13. Dizer que limx→a+ f (x) = limx→a− f (x) = b é equivalente a dizer
que limx→a f (x) = b
Figura 3.6: Ideia geométrica do conceito de limite quando x tende para a ser mais
infinito
Figura 3.7: Ideia geométrica do conceito de limite quando x tende para a ser menos
infinito
Figura 3.8: Ideia geométrica do conceito de limite quando x tende para +∞ ser um
número real
Figura 3.9: Ideia geométrica do conceito de limite quando x tende para +∞ ser um
número real
Figura 3.10: Ideia geométrica do conceito de limite quando x tende para +∞ ser +∞
Definição 3.22. Seja f uma função real de variável real cujo domínio é Df e seja
a um ponto de acumulação de D então diz-se que limx→a+ f (x) = +∞ se e só se
∀M > 0∃δ > 0 : ((x ∈ Df ) ∧ (a < x < a + δ)) ⇒ (f (x) > M ). Por sua vez-se diz-se
que limx→a+ f (x) = −∞ se e só se ∀M < 0∃δ > 0 : ((x ∈ Df ) ∧ (a < x < a + δ)) ⇒
f (x) < M.
Do mesmo modo falamos das definições limx→a− f (x) = ±∞. Por essa razão apresen-
tamos as definições que se seguem
Definição 3.23. Seja f uma função real de variável real cujo domínio é Df e seja
a um ponto de acumulação de D então diz-se que limx→a− f (x) = +∞ se e só se
∀M > 0∃δ > 0 : (a − δ < x < a) ⇒ (f (x) > M ). Por sua vez-se diz-se que
limx→a− f (x) = −∞ se e só se ∀M < 0∃δ > 0 : ((x ∈ Df ) ∧ (a − δ < x < a)) ⇒
(f (x) < M ).
Demonstração. a) Com efeito se c = 0 é evidente que limx→a cf1 (x) = limx→a 0f1 (x) =
limx→a 0 = 0 e por sua vez c∗l1 = 0. Logo mostramos neste caso que limx→a cf1 (x) =
c ∗ l1 . Suponhamos agora que c 6= 0. Seja ǫ um número real positivo e seja D1 o
domínio de f1 e seja δ um número real positivo, tal que 0 < |x − a| < δ ∧ x ∈ D1
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Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Figura 3.11: Ideia geométrica do conceito de limite quando x tende para −∞ ser +∞
Figura 3.12: Ideia geométrica do conceito de limite quando x tende para −∞ ser −∞
d) Para provar esta igualdade, nós vamos começar por fazer um pequeno truque.
Note-se que
e portanto
ǫ
(x ∈ (D1 ∩ D2 ) ∧ 0 < |x − a| < δ1 )) ⇒ |f1 (x) − l1 |(|l2 | + 2) < .
2
Por sua vez, seja δ2 > 0 tal que
1 1 |l1 − f1 (x)|
| − |=
fx l1 |l1 | ∗ |f1 (x)|
1 1
= |l1 − f1 (x)| ∗
|l1 | |f1 (x)|
1
Seja ǫ > 0 e D1 o domínio de f1 . Como limx→a f1 (x) = l1 então escolha-se
|l1 |
δ1 > 0 tal que x ∈ D ∧ f1 (x) 6= 0 ∧ 0 < |x − a| < δ1 e tal que |f1 (x) − l1 | < 4 .
Mas então, tem-se
|l1 | = |l1 − f1 (x) + f1 (x)|
≤ |L1 − f1 (x)| + |f1 (x)|
≤ |L41 | + |f1 (x)|.
Mas, então para 0 < |x − a| < δ1 ∧ x ∈ D1 tem-se
l1
|f1 (x)| ≥ |L1 | − ,
4
x ∈ D1 ∧ 0 < |x − a| < δ1 |
tem-se
1 1 4
≤ .
||f1 (x)|| |l1 | 3
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Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
3 2
|f1 (x) − l1 | < |l1 | ǫ.
4
Mas então para x ∈ D1 ∧ 0 < |x − a| < δ2 tem-se
| f11(x) − 1
l1 | ≤ |l12 | 34 ǫ 43 |l11|2
≤ ǫ.
1 1
E portanto limx→a f1 (x) = l1 .
f) Pelo item c) e item d) tem-se
f1 (x) 1
limx→a f2 (x) = limx→a f1 (x) limx→a f2 (x) = l1 l12
= ll21 .
Demonstração. Com efeito seja ǫ um número positivo e sejam δ1 , δ2 < c tais 0 <
|x − a| < δ1 ⇒ |f1 − l| ≤ ǫ e 0 < |x − a| < δ2 ⇒ |f3 − l| ≤ ǫ. Mas então considere-se
δ3 = min{δ1 , δ2 }. Então
e
0 < |x − a| ≤ δ3 ⇒ |f3 (x) − l| < ǫ.
Logo, tem-se 0 < |x − a| < δ3 ⇒ (l − ǫ ≤ f1 ≤ l + ǫ) ∧ (l − ǫ ≤ f3 (x) ≤ l + ǫ) . Mas
então como f1 (x) ≤ f2 (x) ≤ f3 (x), ∀x ∈]a − δ3 , a + δ3 [ podemos concluir que 0 <
|x − a| < δ ⇒ |f2 (x) − l| < ǫ. Ou seja mostramos que limx→a f2 (x) = l.
Observação 3.14. Muitas vezes para provar que não existe limx→a f (x) de um modo
simples temos que utilizar uma outra definição de limx→a f (x) = b conhecida por
definição de Heine. Que passamos a introduzir na próxima.
1
xn = ,
π
2 + 2nπ
e
1
yn = 3π .
2 + 2nπ
Tem-se limn→+∞ xn = 0 e limn→+∞ yn = 0 e
1 π
lim sen = lim sen + 2nπ = 1,
n→∞ xn n→∞ 2
1 3π
lim sen = lim sen + 2nπ = −1.
n→∞ yn n→∞ 2
1
Logo 6 ∃ limx→0 sen x .
3.5 Assimptotas
Definição 3.25. {Verticais} Seja f : Df ⊂ R e a ∈ Df . Diz-se que a recta x = a
é uma assimptota vertical ao gráfico da função real de variável real f se e só se
limx→a+ f (x) = ±∞ ou limx→a− f (x) = ±∞.
42
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Observação 3.15. Assim, por exemplo se o domínio de uma função real de variável
real f é R então f tem uma assimptota oblíqua em+∞(−∞) se e só se limx→+∞ f (x) x =
m ∈ R(limx→−∞ f (x) x = m ∈ R) e lim x→+∞ (f (x) − mx) ∈ R(lim x→−∞ (f (x) − mx) ∈
R).
3.6 Continuidade
Definição 3.28. {Definição de Continuidade mum Ponto} Sejam f : D ⊂ R 7→ R e
◦
a ∈ D. Diz-se que f é contínua no ponto a se e só se existir limx→a f (x) = f (a).
43
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Demonstração. Tem-se
= g ′ (f (a))f ′ (a).
|f (a)|
(x ∈ D ∧ |x − a| < δ) ⇒ |f (x) − f (a)| < .
2
Logo,
|f (a)| |f (a)|
(x ∈ D∩]a − δ, a + δ[) ⇒ f (a) − < f (x) < f (a) + .
2 2
Ou seja
f (a) f (a)
(x ∈ D∩]a − δ, a + δ[) ⇒ f (a) + < f (x) < f (a) − .
2 2
Assim
f (a)
(x ∈ D∩]a − δ, a + δ[) ⇒ f (x) < < 0.
2
3.7 Diferenciabilidade
Definição 3.33. Sejam f : D ⊂ R 7→ R e a um ponto interior a D. Chama-se
derivada de f no ponto a ao limite se existir limx→a f (x)−f
x−a
(a)
e f diz-se derivável
df
em a. Designa-se a derivada de f no ponto a por f (a) ou por dx
′
(a). Se o limite
f (x)−f (a)
limx→a x−a existir e for um número real então f diz-se diferenciável em a
Observação 3.19. Note-se que uma função é diferenciável num ponto a então o
gráfico de f não apresenta um bico em a e f é contínua em a. Por essa razão sabemos
que f (x) = |x| não é diferenciável no ponto 0. Com efeito tem-se
limx→0+ f (x)−f
x−0
(0)
= limx→0+ |x|−|0|
x−a
= limx→0+ xx
= limx→0+ 1
=1
limx→0− f (x)−f
x−0
(0)
|x|−|0|
= limx→0− x−a
= limx→0− −x x
= limx→0− (−1)
= −1.
Vamos apresentar mais um exemplo para que o conceito de derivável num ponto e
diferenciável num ponto fiquem bem percebidos. Considere-se por exemplo
1
x sex>0
f (x) =
= 0 se x = 0
Vamos mostrar que f é derivável em 0, mas quef não é diferenciávelem 0. Temos que
1
x −0
f ′ (0+ ) = limx→0+ x−0
= limx→0+ x12
= 01+
= +∞
1
x −0
f ′ (0− ) = limx→0− x−0
= limx→0+ x12
= 01+
= +∞
Logo f é derivável em 0 pois existe f ′ (0) = f ′ (0+ ) = f ′ (0− ) = +∞. Mas f não é
diferenciável em 0 pois f ′ (0) 6∈ R. Vale apena dizer também que em geral para ver
se uma função f é diferenciável num ponto a quando a expressão analítica de f está
partida por ramos então em geral analisam-se as derivadas de f à esquerda e à direita
no ponto em estudo.
◦
Demonstração. Seja x ∈ A e suponhamos que f é diferenciável em a, logo f ′ (a) ∈ R.
f (x) − f (a)
f (x) − f (a) = (x − a)
x−a
Mas então aplicando limites a ambos os membros da igualdade anterior vem
f (x) − f (a)
lim (f (x) − f (a)) = lim lim (x − a)
x→a x→a x−a x→a
Ou seja f é contínua em a.
de A.
Definição 3.38. Diferencibilidade num intervalo [a, b] ⊂ Df Sejam f : [a, b] ⊂ R 7→ R
e [a, b] ⊂ Df. Diz-se que f é diferenciável em [a, b] se e só se f for diferenciável em
]a, b[ e se f for diferenciável à direita no ponto a e se f for diferenciável à esquerda
no ponto b.
Observação 3.21. Pressupomos que são diferenciáveis todas as funções reais de va-
riável real dadas no secundário, mais as funções polinomiais e as funções hiperbólicas.
= limx→a g(x)g(a)
x−a =
f (x)g(a)−f (x)g(x)+f (x)g(x)−g(x)f (a)
= limx→a g(x)g(a)
x−a =
f (x)(g(a)−g(x))+(f (x)−f (a))g(a)
l
= limx→a x−a =
g(x)g(a)
49
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
1
(f −1 )′ (f (x))f ′ (x) = 1 ∧ f ′ (x) 6= 0 ⇔ (f −1 )′ (f (x)) = ∧ f ′ (x) 6= 0.
f ′ (x)
1
(f −1 )′ (f (a)) = .
f ′ (a)
Observação 3.22. {Regra de aplicação muito prática, para calcular as derivadas das
funções inversas das funções trigonométricas}
dy 1
= dx
dx dy
y = arctg(x), x = tg(y)
dy 1
= dx
dx dy
1 1
= =
1
cos2 y
1 + tg 2 y
1
= .
1 + x2
Observação 3.23. Vamos fazer mais um exemplo para que fiquem esclarecidos com
o método. Considere-se f tal que f (x) = arcsen(x) sendo a inversa da função f
a função g tal que g(x) = sen(x), x ∈] − π2 , π2 [. Assim, tem-se y = arcsen(x) e
x = sen(y). Donde
dy 1
dx = dx dy
1
= cos(y)
= √ 1 ,
1−sen2 (y)
Note-se quey ∈] − π2 , π2 [
1
= √1−x 2
.
◦
Teorema 3.15. {a Ponto de Máximo local ou mínimo local implica f ′ (a) = 0 se a ∈ A
e f for diferenciável numa bola centrada em a } Sejam f uma função diferenciável num
50
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
◦
conjunto D e a ∈ D. Se a for um ponto de máximo local de f ou ponto de mínimo
local de f então f ′ (a) = 0.
f (x) − f (a)
x ∈]a − ǫ, a + ǫ[∧x > a ⇒ ≤ 0,
x−a
pois x − a > 0. Assim,
f (x) − f (a)
f ′ (a+ ) = lim+ ≤ 0.
x→a x−a
Por sua vez
f (x) − f (a)
x ∈]a − ǫ, a + ǫ[∧x < a ⇒ ≥ 0.
x−a
Assim f ′ (a− ) = limx→a− f (x)−fx−a
(a)
≥ 0. Mas então f ′ (a) = f ′ (a+ ) ≤ 0 e f ′ (a) =
f ′ (a− ) ≥ 0. E portanto f ′ (a) = 0. Segundo caso a é um ponto de mínimo relativo de
f , repete-se o raciocínio. Logo f ′ (a) = 0.
f (x) < 0, ∀x ∈ [a, c[. Seja M = sup{c : f (x) < 0, ∀x ∈ [a, c[}. É evidente que M ≤ b.
Não pode acontecer que f (M ) > 0 pois nesse caso f seria positiva em algum intervalo
à esquerda de M e sabemos que à esquerda de M f é negativa. Por sua vez, do mesmo
modo concluimos que M < b. Por sua vez não podemos ter f (M ) < 0, pois nesse
caso existiria um intervalo [M, t[ com t > M no qual f seria negativa o que contradiria
a definição de M. Logo f (M ) = 0. O caso de f (a) > 0 > f (b) procediriamos do
mesmo considerando M = sup{c : f (x) < 0, ∀x ∈]c, b]} e chegariamos à conclusão
que f (M ) = 0. Suponhamos agora que f é contínua em [a, b] e K é um número
real tal que f (a) < K < f (b)(o outro caso pode ser tratado do mesmo modo) e
mostremos que existe c ∈]a, b[ tal que f (c) = K. Mas então considere-se a função g
tal que g(x) = f (x) − K que é contínua em [a, b] e tem-se g(a) = f (a) − K < 0 e
g(b) = f (b) − K > 0. Mas então existe c ∈]a, b[ tal que g(c) = 0, ou seja tal que
f (c) = K.
52
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Exemplo 3.4. Considere f (x) = x3 − x2 + x. Mostre que existe c ∈]0, 3[ tal que
f (c) = 10. Vamos analisar f no intervalo [0, 3]. f (0) = 0 e f (3) = 21. Como f é
contínua em [0, 3] então pelo Teorema de Bolzano f assume todos os valores entre 0
e 21 e portanto existe c ∈]0, 3[ tal que f (c) = 10.
Demonstração. Como f é contínua em [a, b] então pelo Teorema 3.10 podemos concluir
que f é limitada em [a, b]. Considere-se M = sup{f (x) : x ∈ [a, b]}. Precisamos
de mostrar que ∃xM ∈ [a, b] tal que f (xM ) = M. Para provar que isso acontece,
1
considere-se a função g(x) = M−f (x) . Senão existisse nenhum xM ∈]a.b[ tal que
f (xM ) = M ,então g seria uma função contínua em [a, b] e pelo Teorema anterior g
seria uma função limitada em [a, b]. Mas pela definição da função g é evidente que
ela não pode ser limitada em [a, b]. Logo f assume o valor M em [a, b],isto é existe
xM ∈ [a, b] : f (xM ) = M. Considere-se m = inf{f (x) : x ∈ [a, b]}. Para provar que f
1
atinge o minimo valor absoluto m em [a, b]. Consideramos a função g(x) = f (x)−m .
Mas então g seria contínua em [a, b] e portanto seria limitada em [a, b], mas tal seria
um absurdo. Logo existe xm ∈]a, b[: f (xm ) = m.
53
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Teorema 3.18. Teorema de RolleSeja f uma função contínua num intervalo [a, b]
e diferenciável no intervalo aberto ]a, b[(a < b). Se f (a) = f (b) então existe c ∈]a, b[
tal que f ′ (c) = 0.
b) Segundo caso: que m 6= M. Mas neste caso ou xm ∈]a, b[ ou xM ∈]a, b[, pois
f (a) = f (b). Se xm ∈]a, b[ então escolhemos 2
c = xm e temos f ′ (c) = 0. Se xM ∈]a, b[ então escolhemos c = xM e temos
f ′ (c) = 0.
2 Como xm é um ponto de mínimo local de f então pelo Teorema 3.15 temos f ′ (xm ) = 0
54
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Exercício 3.6. Mostre que a função f tal que f (x) = 2x3 − 3x2 + 4 não tem dois
zeros no intervalo ]2, +∞[.
Resolução 3.6. Notem que se x1 e x2 com x1 < x2 fossem dois zeros de f em ]2, +∞[
então f (x1 ) = f (x2 ). Mas como f é uma função contínua em [x1 , x2 ] ⊂]2, +∞[,
pois f é uma função polinomial, e como f é diferenciável em ]x1 , x2 [, pois f é uma
função polinomial então pelo Teorema de Rolle existiria um ponto c ∈]x1 , x2 [⊂]2, +∞[
tal que f ′ (c) = 0, e portanto existiria um ponto c ∈]2, ∞[ tal que f ′ (c) = 0. Mas
f ′ (x) = 6x2 − 6x. E portanto (f ′ (x) = 0) ⇔ (x2 − x = 0) ⇔ (x(x − 1) = 0) ⇔ ((x =
0) ∨ (x = 1)). Mas então os zeros de f’ são zero e um, e portanto f’ não se anula em
]2, +∞[. Logo a função f não tem dois zeros ]2, +∞[.
Teorema 3.19. Teorema de LagrangeSeja f uma função real de variável real contínua
em [a, b] e diferenciável em ]a, b[. Então existe c ∈]a, b[ tal que f ′ (c) = f (b)−f
b−a
(a)
f (b) − f (a)
g(x) = f (x) − f (a) − (x − a).
b−a
Logo g é contínua em [a, b] e diferenciável em ]a, b[. Logo para que g verifique as
condições do Teorema de Rolle falta mostrar que g(a) = g(b). É evidente que g(a) = 0
e
g(b) = f (b) − f (a) − f (b)−f
b−a
(a)
(b − a)
= f (b) − f (a) − (f (b) − f (a))
= 0.
Logo pelo Teorema de Rolle ∃c ∈]a, b[ tal que g ′ (c) = 0. Mas, como
f (b) − f (a)
g ′ (x) = f ′ (x) −
b−a
f (b)−f (a)
então ∃c ∈]a, b[ tal que f ′ (c) − b−a = 0, ou seja tal que
f (b) − f (a)
f ′ (c) = .
b−a
3 Notem que a ideia da demonstração consiste em construir uma função g auxiliar tal que g em
a e b tome o mesmo valor zero. Mas então a ideia para construir tal função consiste em dois
passos:Primeiro determinamos uma função h tal que h(a) = f (a) e tal que h(b) = f (b). Segundo
consideramos a função g(x) = f (x) − h(x). Determine-se a expressão analítica da função h que é
f (b)−f (a)
o gráfico da recta secante que passa por (a, f (a)) e por (b, f (b)). h(x) − f (a) = b−a
(x − a),
f (b)−f (a)
ou seja h(x) = f (a) + b−a
(x − a). Notem que neste caso h(a) = f (a) e h(b) = f (b) .E
f (b)−f (a)
portanto g(x) = f (x) − f (a) − b−a
(x − a).
55
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Observação 3.25. Não podemos deixar de lembra que o teorema de Lagrange afirma
que se tivermos uma função contínua no intervalo [a, b] e diferenciável no intervalo
aberto ]a, b[, então existe um valor c tal que c ∈]a, b[ tal que a recta tangente ao gráfico
de f no ponto (c, f (c)) tem o mesmo declive que a recta secante que une os pontos
(a, f (a)) e (b, f (b)).
56
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Resolução 3.7. Seja x um número real tal que x > 0. Notem que ((ex > 1+x)∧(x >
x
0)) ⇔ ( e x−1 > 1) ∧ x > 0 Assim, considere-se f tal que f (u) = eu , ∀u ∈ [0, x].
Como f é a função exponencial então f é contínua em [0, x] e diferenciável em ]0, x[.
Mas então pelo Teorema de Lagrange tem-se f (x)−f
x−0
(0)
= ec com c ∈]0, x[. Como ec > 1
para c ∈]0, x[ então tem-se f (x)−f
x−0
(0)
> 1 para x > 0. Mas como f (x) = ex ∧ e0 = 1
x
−1
então ex−0 > 1, e portanto ex − 1 > x, ou seja ex > x + 1.
vi) Seja x ∈]a, b[. Se f é crescente em [a, b] então podemos afirmar que f (y)−f
y−x
(x)
≥
0, ∀y ∈ [a, b], y > x. Mas então f (x ) ≥ 0. Logo f (x) ≥ 0, ∀x ∈]a, b[. Ana-
′ + ′
Teorema 3.22. {Concavidade para cima f (2) (x) > 0, x ∈ I, concavidade voltada
para baixo f (2) (x) < 0, x ∈ I} Seja f :]a, b[7→ R. Se f (2) (x) > 0, ∀x ∈]a, b[ então f
tem concavidade voltada para cima em ]a, b[. Se f (2) (x) < 0, ∀x ∈]a, b[ então f tem
concavidade voltada para baixo em ]a, b[.
Demonstração. Suponhamos que f (2) (x) > 0, ∀x ∈]a, b[. Sejam u, v ∈]a, b[ tal que u <
v. Como f (1) é contínua em [u, v] pois [u, v] ⊂ I e diferenciável em ]u, v[, pois ]u, v[⊂ I,
(1) (1)
então pelo Teorema de Lagrange tem-se f (v)−fv−u
(u)
= f (2) (c) > 0, c ∈]u, v[. Como
v − u > 0 então f (u) < f (v). Mas então f
(1) (1) (1)
é crescente em ]a, b[ e portanto f
tem concavidade voltada para cima em ]a, b[.
Suponhamos que f (2) (x) < 0, ∀x ∈]a, b[. Sejam u, v ∈]a, b[ tal que u < v. Como f (1)
é contínua em [u, v] e diferenciável em ]u, v[, pois ]u, v[⊂ I, então pelo Teorema de
(1) (1)
Lagrange podemos concluir que ∃c ∈]u, v[ tal que f (v)−f v−u
(u)
= f (2) (c) < 0. Mas
como v − u > 0 então f (1) (v) − f (1) (u) < 0. Logo f (1) (v) < f (1) (u) e portanto f (1) é
decrescente em ]a, b[, logo f tem concavidade voltada para baixo em ]a, b[.
58
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
59
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
60
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Definição 3.42. Seja f : [a, b] 7→ R e tal que f (2) está definida em ]a, b[. Um ponto
c ∈]a, b[ tal que f (2) (c) = 0 e a segunda derivada muda de sinal na vizinhança de c
diz-se um ponto de inflexão de f.
Teorema 3.23. Sejam f uma função que admite segunda derivada contínua num
intervalo aberto I =]a, b[ e c ∈]a, b[. Então:
i) se f (1) (c) = 0 e f (2) (c) > 0 então c é um ponto de mínimo local de f ;
ii) se f 1) (c) = 0 e f (2) (c) < 0 então c é um ponto de máximo local de f.
Demonstração. i) Como f (2) é contínua em ]a, b[ e f (2) (c) > 0 pelo Teorema de
conservação de sinal, existe δ > 0 tal que δ < min{b − c, c − a} tal que f 2) (x) >
0, ∀x ∈]c − δ, c + δ[. Segue-se que f (1) é crescente em I e como f ′ (c) = 0 resulta
que f ′ (x) < 0, ∀x ∈]c − δ, c[ e f ′ (x) > 0, ∀x ∈]c, c + δ[. Logo f é estritamente
decrescente em ]c − δ, c] e estritamente crescente em [c, c + δ[.
ii) Deixamos para o leitor, pois é análoga à feita para o item[i)].
f) (cos(x))′ = −sen(x)
1
g) (tg(x))′ = (cos(x))2 .
j) (sinh(x))′ = cosh(x)′
k) (cosh(x))′ = sinh(x)
1
l) (tanh(x))′ = cosh2 (x)
m) (cotgh(x))′ = sinh12 (x) .
n) (a ) = ln(a)a .
x ′ x
1
o) (loga (x))′ = x ln(a) .
61
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
= limx→a 1
= 1.
= limx→a ln(x)−ln(a)
x−a
ln( x
a)
= limx→a x−a
= limy→0 aeyy−a
= limy→0 a(eyy−1)
= a1 limy→0 eyy−1
= a1 .
1
Como a era um número real positivo, mostramos que ∀x ∈]0, +∞[, (ln(x))′ = x
d) Para provarmos que a derivada de f (x) = xn é f ′ (x) = nxn−1 vamos adotar um
método mais simples. Considere-se a notação:
y = xn . (3.1)
Logo
62
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
y′ n
= . (3.4)
y x
Donde
n
y′ = y . (3.5)
x
Como y = xn então
n
y ′ = xn (3.6)
x
63
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
g) Tem-se
tg(x)−tg(a)
f ′ (a) = limx→a x−a
sen(x) sen(a)
− cos(a)
= limx→a cos(x)
x−a
sen(x) cos(a)−cos(x)sen(a)
1
∀x ∈ R, (tg(x))′ =
cos2 (x)
1 a 1 1
= 2 e + 2 ea
1 a 1 −a
= 2e + 2e
ea +e−a
= 2
= cosh(a).
Como a era um número real qualquer, então mostramos que (sinh(x))′ = cosh(x).
Notem que eu deveria ter escrito (senh(x))′ = cosh(x), mas como estou a fazer
os apontamentos latex é mais fácil escrever deste modo.
k) Fica a cargo do leitor.
l) Fica a cargo do leitor.
m) Fica a cargo do leitor.
64
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
n) Notem que:
f (x) = ax
= (eln(a) )x
= ex ln a .
y = (f (x))g(x) . (3.8)
Mas então:
y′
= (g(x) ln(f (x))′ (3.11)
y
Logo
′ ′ f ′ (x)
y = y g (x) ln(f (x)) + g(x) (3.12)
f (x)
dy
y = h(x) dx = h′ (x)
y=K 0
(x)α α(x)α−1 , α 6= 0
exp (x) ex
1
ln |x| x
cx = ex ln c , c ∈ R+ \ {1} cx ln c
logc |x| = lnln|x| +
c , c ∈ R \ {1}
1
x ln c
sen(x) cos(x)
cos(x) −sen(x)
1
tg(x) cos2 x = sec2 (x)
1
arccotg(x) − 1+x 2.
senh(x) cosh(x)
cosh(x) senh(x)
1
tanh(x)
cosh2 (x)
1
cotgh(x)
senh2 (x)
Observação 3.26. Mas antes devemos habituar-nos a utilizar uma tabela de deri-
vação mais geral que chamamos a tabela geral das derivadas. Assim, vamos apre-
sentar só um exemplo para explicar a notação da tabela. Vamos agora mostrar que
(ef (x) )′ = ef (x) f ′ (x) Assim, considere-se a notação y = eu e u = f (x) mas então,
dy dy
pela regra da cadeia, ver Teorema 3.13, vem dx = du du
|u=f (x) dx
. E portanto, tem-se:
dy d(eu ) dy dy
dx = du | u = f (x) du
dx . Mas então dx = (eu )|u=f (x) f ′ (x). Logo dx = ef (x) f ′ (x).
66
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
67
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
dy
y = f (x) dx = f ′ (x)
y=K 0
1
ln |f (x)| f (x) f (x)
′
ln |f (x)| 1
logc |f (x)| = ln c , c ∈ R+ \ {1} f (x) ln c f (x)
′
1
tg(f (x)) cos2 f (x) f (x)
′
= sec2 (f (x))f ′ (x)
1
arcsen(f (x)) √ f ′ (x)
1−f (x)2
1
arccos(f (x)) −√ f ′ (x)
1−f (x)2
1
arctgf (x) 1+f (x)2 f (x)
′
1
tanh(f (x)) f ′ (x)
cosh2 (f (x))
68
1
cotgh(f (x)) f ′ (x)
senh2 (f (x))
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
c) h(x) = xe ;x
ln(x)
d) l(x) = x .
f (x) f ′ (cx )
limx→a g(x) = limx→a g′ (cx )
′
(y)
= limy→a fg′ (y)
70
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Demonstração. Sejam f e g duas funções reais de variável real e seja δ > 0 tal que f e g
são funções diferenciáveis em ]a−δ, a+δ[\{a}[ e tal que g ′ (x) 6= 0, ∀x ∈]a−δ, a+δ[\{a}.
′
(x)
Suponhamos que limx→a f (x) = ±∞, limx→a g(x) = ±∞ e que limx→a fg′ (x) = l e
f (x) f (x)
vamos provar que limx→a+ g(x) = l . Vamos mostrar que limx→a+ g(x) = l, (A prova
f (x)
de que limx→a− = l é análoga). Sejam (xn )n∈N tal que xn → a e (yn )n∈N tal
g(x)
+
f (yn ) g(yn )
e tal que limn→+∞ g(xn ) = 0 ∧ limn→+∞ g(xn ) = 0. Tem-se:
f ′ (cn )
= lim (1 − 0) + 0 (3.20)
n→+∞ g ′ (cn )
f ′ (x)
= lim (3.21)
n→+∞ g ′ (x)
= l (3.22)
f (x)
Como sucessão (xn )n∈N convergia para a então podemos escrever limx→a+ g(x) = l. Do
f (x) f (x)
mesmo provariamos que limx→a− g(x) = l. Donde podemos concluir que limx→a g(x) =
l.
[M, +∞[ e diferenciáveis em ]M, +∞[ com M > 0 e g ′ (x) 6= 0, ∀x ∈]M, +∞[. Então se
′
(x) (x)
limx→+∞ f (x) = limx→+∞ g(x) = l e limx→+∞ fg′ (x) = l1 então limx→+∞ fg(x) = l1 .
1
Demonstração. Considere-se a função f1 tal que f1 (x) = f ( x1 ), x ∈]0, M [. Então f1 é
1 1 1
diferenciável em ]0, M [, pois a função h tal que h(x) = x , ∀x ∈]0, M [ é diferenciável
1 1
]0, M [ e f é diferenciável em ]M, +∞[ e h([0, M [) ⊂]M, +∞[ e g(x) = f ◦ g(x), ∀x ∈
1
]0, M [.
1
A função é contínua em ]0, M [ porque é composta de duas funções contínuas. Temos
que limx→0+ f1 (x) = limx→0+ f ( x1 ) = limx→+∞ f (x) = l Considere-se a função g1
tal que g1 (x) = f ( x1 ), x ∈]0, M 1 1
[. Então g1 é diferenciável em ]0, M [, pois a função
1 1 1
h tal que h(x) = x , ∀x ∈]0, M [ é diferenciável ]0, M [ e gé diferenciável em [M, +∞[
1 1
e h([0, M [) ⊂]M, +∞[ e g(x) = f ◦ g(x), ∀x ∈]0, M [. temos que limx→0+ g1 (x) =
1 1
limx→0+ g1 ( x ) = limx→+∞ g(x) = l. Verifica-se que g1′ (x) 6= 0, ∀x ∈]0, M [, pois
′ 1 1
g1 (x) = g ( x )(− x2 ) e g (x) 6= 0, ∀x ∈]M, +∞[. Assim, podemosconcluir que
′ ′
f1′ (x) 1
(f ( x ))′
limx→0+ g1′ (x) = limx→0 (g( x
+ 1
))′
−f ′ ( 1 ) 1
= limx→0+ −g′ ( 1x ) x12
x x2
f ′( x1
)
= limx→0+ g′ ( 1 )
x
′
(x)
= limx→+∞ fg′ (x)
= l1 .
f1 (x) f1 (x)
Recorrendo ao Teorema 3.30 concluimos que existe limx→0+ g1 (x) e limx→0+ g1 (x) =
f1′ (x)
lim x→0+ g′ (x) = l1 Assim
1
f (x) f1 (x)
lim = lim = l1
x→+∞ g(x) x→0+ g1 (x)
Teorema 3.31. Seja l o número real zero, ou +∞ ou −∞. Sejam f e g duas funções
reais de variável real contínuas em ] − ∞, M ] e diferenciáveis em ] − ∞, M ] com
M < 0 e g ′ (x) 6= 0, ∀x ∈] − ∞, M ]. Então se limx→−∞ f (x) = limx→−∞ g(x) = l e
′
(x) (x)
limx→−∞ fg′ (x) = l1 então limx→−∞ fg(x) = l1 .
3.12 Indeterminações
0
3.12.1 Indeterminções do Tipo 0
ex −1
Resolução 3.8. a) Tem-se limx→0 x = 00 ;
Logo pela regra de L’Hopital obtemos
x
limx→0 e x−1
x
−1)′
= limx→0 (e(x) ′
x
= limx→0 e 1−0
x
= limx→0 e1
= limx→0 ex
= e0
=1
tg(x)−x
b) limx→0 x−sen(x) = 00 ;
Mas então pela regra de L’Hopital tem-se:
tg(x)−x
limx→0 x−sen(x)
2
= limx→0 sec (x)−1
= ( 00 )
1−cos(x)
Pela regra de L’Hopital
2
(x)−1)′
= limx→0 (sec
(1−cos(x))′
2 sec x sec xtg(x) 2 sec3 (x)
= limx→0 0+sen(x) = limx→0 1
= 1.
73
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
sen(2x)
c) Tem-se limx→π sen(3x) = 00 ; Logo aplicando a regra de L’Hopital, tem-se
sen(2x)
limx→π sen(3x)
′
= limx→π (sen(2x))
(sen(3x))
= limx→π 32 cos(3x)
cos(2x)
2 cos(2x)
= 3 limx→π cos(3x)
2 1
= 3 −1
= − 32 .
d) Tem-se
1 − cos x 0
lim = .
x→0 ln(1 + x2 ) 0
Pela regra de L’Hopital tem-se
1−cos x
limx→0 ln(1+x2 )
(1−cos x)′
= limx→0 (ln(1+x 2 ))′
= limx→0 +sen(x)
2x = 00
1+x2
2
= limx→0 +(1+x 2x
))sen(x)
= 0
0
Pela regra de L’Hopital
2
))sen(x))′
= limx→0 (+(1+x(2x) ′
2xsen(x)+(1+x2 ) cos(x)
= limx→0 2
= 12 .
∞
3.12.2 Indeterminações do tipo ∞
ex +∞
Resolução 3.9. a) Como limx→+∞ x2 = +∞ , então pela regra de L’Hopital vem
x
limx→+∞ xe 2
(ex )′
= limx→+∞ (x 2 )′
ex
= limx→+∞ 2x = +∞
+∞
Logo pela regra de L’Hopital
x
= limx→+∞ e2
= +∞.
74
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
x3 −x2 +x+1 +∞
b) Como limx→+∞ x3 −1 = +∞ então pela regrade L’Hopital vem,
x3 −x2 +x+1
limx→+∞ x3 −1
3 2
+x+1)′
= limx→+∞ (x −x (x3 −1)′
2
limx→+∞ 3x −2x+1
3x2 = +∞
+∞
Logo pela regra de L’Hopital tem-se
2
−2x+1)′
= limx→+∞ (3x (3x 2 )′
6x−2 +∞
= limx→+∞ 6x = +∞
Logo pela regra deL’Hopital vem
= limx→+∞ 66 = 1.
ex +∞
c) Tem-se limx→+∞ x2 = +∞ . Logo pela regra de L’Hopital vem
x
limx→+∞ xe 2
(ex )′
= limx→+∞ (x 2 )′
ex
= limx→+∞ 2x = +∞
+∞
Logo pela regra de L’Hopital vem
(ex )′
= limx→+∞ (2x) ′
x
= limx→+∞ e2
= +∞.
ou
g(x)
limx→a f (x)g(x) = limx→a 1
f (x)
∞
= ∞.
Exercício 3.11. Calcule limx→0+ x ln(x).
Resolução 3.10.
limx→0+ x ln(x)
= limx→0+ ln(x)
1 = −∞
+∞
x
Pela regra de l’Hopital vem
1
= limx→0+ x
− x12
= limx→0+ (−x)
= 0.
75
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Neste caso estas indeterminações são levantadas todas do mesmo modo. A função
f g é definida por f (x)g(x) = eg(x) ln(f (x)) , ∀x tal que f (x) > 0. Assim-se f e g estão
definidas e f (x) > 0 num intervalo ]a, b[ então se existe limx→b− g(x) ln(f (x)) tem-se
a) limx→0+ xx = 00 .
1
b) limx→1+ x x−1
1
c) limx→+∞ x x .
ln x
limx→1+ x−1
(ln x)′
= limx→1+ (x−1) ′
1
= limx→1+ x
1
1
= limx→1+ x
= 1.
Mas então
1 ln x
lim+ x x−1 = elimx→1+ x−1 = e1 = e.
x→1
1 1 1 ln x
c) Temos que limx→+∞ x x = ∞0 e x x = eln x x = e x . Aplicando a regra de
76
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
ln x
L’Hopital ao limite limx→+∞ x (= ∞/∞ obtemos
ln x (ln x)′
limx→+∞ x = limx→+∞ x′
1
limx→+∞ x1
1
= limx→+∞ x
= 1/(+∞)
= 0.
E portanto
1
lim+ x x−1 = e0 = 1.
x→1
lim ln(y) = 0.
x→0+
Ou seja
elimx→0+ ln(y) = e0 .
Logo
lim eln(y) = 1.
x→0+
E portanto
lim y = 1.
x→0+
x cos( x )−0
2 1
= limx→0 x−0
x2 cos( x
1
)
= limx→0 x
1
= limx→0 x cos x
=0
Pois
1
0 ≤ |x cos
| ≤ |x|
x
e como limx→0 |x| = 0 então limx→0 |x cos x1 | = 0 e portanto limx→0 x cos 1
x = 0.
Assim, mostramos que
2x cos x1 + sen 1
, se x 6= 0
f ′ (0) = x
0, se x = 0.
Mas f’ não é contínua em 0. Para mostrar que f ′ não é contínua em zero, vamos
construir duas sucessões xn e yn ambas a convergirem para zero e tais que f ′ (xn ) = 1
1
e tal que f ′ (yn ) = −1. Assim, considerem-se as sucessões xn = π +2nπ e yn =
2
1
3π . Mas então temos que f ′ (xn ) = 1, ∀n ∈ N e f ′ (yn ) = −1, ∀n ∈ N. Temos que
2 +2nπ
limn→+∞ xn = 0 e limn→+∞ yn = 0 e limn→+∞ f ′ (xn ) = 1 6= −1 = limn→+∞ f ′ (yn ).
Logo não existe limx→0 f ′ (x) e portanto f ′ não é contínua em 0 e portanto f não é
de classe C 1 em R.
Definição 3.44. {Função de classe C ∞ num conjunto} Se ∀n ∈ N, f ∈ C n (D) então
diz-se que f é de classe C ∞ em D e escrevemos f ∈ C ∞ (D).
Exemplo 3.6. A função f tal que f (x) = ex , ∀x ∈ R é de classe C ∞ , isto é f ∈
C ∞ (D), pois ∀n ∈ N, f (n) (x) = ex e a função exponencial é contínua.
f (a) = pn,a (a) e de tal modo que para todo o número natural j menor ou igual a n
se tenha f (j) (a) = p(j) (a). Vamos já considerar o polinómio escrito em potências de
x − a. Assim, considere-se o polinómio pn,a tal que:
pn,a (a) = a0
p(1)
n,a (a) = a1
p(2)
n,a (a) = 2a2
p(3)
n,a (a) = 3.2a3
.. .
. = ..
p(n)
n,a (a) = n(n − 1)(n − 2) · · · 1an . (3.24)
p(a)n = a0
p(1)
n,a (a) = a1
(2)
p (a)n,a = 2!a2
(3)
p (a)n,a = 3! ∗ a3
.. .
. = ..
p(n)
n,a (a) = n!an (3.25)
(j)
Assim, como queremos que pn (a) = f (j) (a) para j um número natural menor ou
igual a n, então os coeficientes do polinómio pn,a ficam determinados pelas igualdades
3.26.
a0 = f (a)
a1 = f (1) (a)
2!a2 = f (2) (a)
3!a3 = f (3) (a)
.. .
. · · · ..
n!an f (n) (a),
(3.27)
79
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
a0 = f (a)
a1 = f (1) (a)
f (2) (a)
a2 =
2!
f (3) (a)
a3 =
3!
.. .
. · · · ..
f (n) (a)
an = . (3.28)
n!
Assim, o polinómio pn,a que verifica as condições pretendidas é tal que
f (a) = ea
f (1) (a) = ea
f (2) (a) = ea
f (3) (a) = ea
..
.
f (n) (a) = ea .
ea ea ea
pn,a (x) = ea + (x − a) + (x − a) + (x − a)3 + · · · +
1! 2! 3!
ea 4 (x − a)n
+ (x − a) + · · · + .
4! n!
80
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
1 3 1 π
p2n,0 (x) = x − x + x5 − ... + sen((2n − 1) )(x)2n−1 ,
3! 5! 2
e que
1 3 1 π
x + x5 − ... + sen((2n − 1) )x2n−1 .
p2n−1,0 (x) = x −
3! 5! 2
Agora, apresentamos o gráfico de vários polinómios de MacLaurin do seno na
figura 3.21.
P0,0 (x) = 0
p1,0 (x) = x
P2,0 (x) = x
3
p3,0 (x) = x − x3!
3 5
p5,0 (x) = x − x3! + x5! .
c) Tem-se
p0,0 (x) = −1,
p1,0 (x) = x − 1,
p2,0 (x) = x − 1,
p3,0 (x) = x3 + x − 1,
pn,0 (x) = x3 + x − 1, ∀n ∈ N + 3.
f (2) (a)
f (x) = f (a) + f (1) (a)(x − a) + (x − a)2 + · · · +
2!
f (n−1) (a) f (n) (a) f (n+1) (c)
+ (x − a)n−1 + (x − a)n + (x − a)n+1 .(3.31)
(n − 1)! (n)! (n + 1)!
Demonstração. Vamos construir uma função g de [a, x] 7→ R tal que g(a) = g(x) =
0, tal que g é contínua em [a, x]([x, a]) e tal que g é diferenciável em]a, x[(]x, a[).
Considere-se então g de [a, x](]x, a[) em R tal que
(x − t)2 (2)
g(t) = f (x) − [f (t) + (x − t)f ′ (t) + f (t) + · · · +
2!
(x − t)n (n) C
+ f (t)] − (x − t)n+1 . (3.32)
n! (n + 1)!
82
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
g é contínua em [a, x] pois f ∈ C n ([a, x])(C n ([x, a])) e das condições do Teorema
resulta também que g é diferenciável em ]a, x[(]x, a]). Determine-se a constante C tal
que g(a) = g(x) = 0. Como g é contínua em [a, x] e diferenciável em ]a, x[, então pelo
Teorema de Rolle, podemos concluir que existe c ∈]a, x[(c ∈]x, a[) tal que g ′ (c) = 0.
Derivemos então ambos os membros de (3.32) em ordem a t. Logo obtemos
2
(− (x−t)
2! f (2) (t))’
(−(x − t)f ′ (t))′ }|z {
z }| { (x − t)2 (3)
g ′ (t) ′ ′ ′′ ′′
= −f (t) + f (t) − (x − t)f (t) + (x − t)f (t) − f (t) + · · · +
2!
(x−t)n−1
(- (n−1)!
f (n−1) (t))’
z }| {
(x − t)n−2 (n−1) (x − t)n−1 (n)
+ f (t) − f (t) +
(n − 2)! (n − 1)!
(x−t)n
(− n! f (n) (t))’ C
(− (n+1)! (x − t)n+1 )’
z }| { z }| {
(x − t)(n−1) (n) (x − t)(n) (n+1) C
+ f (t) − f (t) + (x − t)n . (3.33)
(n − 1)! (n)! n!
C − f (n+1) (t)
g ′ (t) = (x − t)n (3.34)
n!
Mas como g(a) = g(x) = 0, g é contínua em [a, x] e diferenciável em ]a, x[ então pelo
Teorema de Rolle existe c ∈]a, x[, (c ∈]x, a[) tal que g ′ (c) = 0. Mas então a constante
C verifica a equação:
C − f (n+1) (c)
(x − c)n = 0 (3.35)
n!
Donde de (3.36) obtemos a igualdade (3.37) que se designa por fórmula de Taylor de
83
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
f de ordem n no ponto a.
f (2) (a)
f (x) = f (a) + f (1) (a)(x − a) + (x − a)2 + · · · + (3.38)
2!
f (n−1) (a) f (n+1) (c)
+ (x − a)n + (x − a)n+1 , c ∈]a, x[∨c ∈]x, a[, c ∈]x, a[
n! (n + 1)!
Assim, tem-se
Se limn→+∞ Rn,a (x) = 0 e como limn→+∞ f (x) = f (x) então podemos escrever que
Mas
n
X f j (a)
lim pn,a (x) = lim (x − a)j
n→+∞ n→+∞
j=0
j!
+∞ (j)
X f (a)
= (x − a)j ,
j=0
j!
+∞ (j)
X f (a)
ea (x − a)j passsamos a chamar série de Taylor de f no ponto a.
j=0
j!
x2 x4 x6 x2n
cos x = 1− + − + · · · + (−1)n + · · · + · · · , ∀x ∈ R,
2! 4! 6! (2n)!
x3 x5 x7 x2n+1
sen(x) = x− + − + · · · + (−1)n + · · · , ∀x ∈ R,
3! 5! 7! (2n + 1)!
x2 x3 xn
ex = 1+x+ + + ···+ + · · · , ∀x ∈ R,
2| 3! n!
x2 x3 x4
ln(1 + x) = x− + − + · · · +, ∀x ∈] − 1, 1],
2 3 4
x3 x5 x7
arctg(x) = x− + − + · · · , ∀x ∈ [−1, 1].
3 5 7
f (x)−g(x)
Definição 3.47. Diz-se que f = g + o(h) na vizinhança de a se limx→a h(x) = 0.
x2 x4 x6 x2n
cos (x) = 1− + − + · · · + (−1)n + o(x2n ),
2! 4! 6! (2n)!
x3 x5 x7 x2n+1
sen(x) = x− + − + · · · + (−1)n + o(x2n+1 ),
3! 5! 7! (2n + 1)!
x2 x3 xn
ex = 1+x+ + + ···+ + o(xn ),
2| 3! n!
x2 x3 x4 (−1)n−1 n
ln(1 + x) = x− + − + ···+ x + o(xn ),
2 3 4 n
x2
cos(x)−e− 2
Exercício 3.14. Aplicando a fórmula de Taylor calcule limx→0 x4 .
85
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Resolução 3.13.
x2
cos(x)−e− 2
limx→0 x4 =
2 4 2 4
1− x2 + x4! − 1− x2 + x8 )+o(x4
= limx→0 x4
1 4
− 12 x +o(x4 )
= limx→0 x4
o(x4 )
x4 (− 12
1
+ x4 )
= limx→0 x 4
4
)
= limx→0 − 12 1
+ o(x x4
1
= − 12 .
Exemplo 3.7. Fórmula de MacLaurin de ordem 3 da exponencial
p10 (x) = 1 + x,
x2
p20 (x) = 1 + x + 2 ,
x2 x3
p30 (x) = 1 + x + 2 + 3! .
x2 x3 ec
f (x) = 1 + x + + + x4 ,
2 3! 4!
com c ∈]0, x[ se x > 0 ou com c ∈]x, 0[ se x < 0.
f (x) = ln(1 + x)
1
f (1) (x) = 1+x
f (x) = (1 + x)−1
(1)
Com
(−1)9 f (10) (c) 10
R9 (x) = x .
10!
Seja x ∈ [0, 1]. Então
9!
|R9 (x)| = |(−1)9 10!(1+c) 10 x
10
|
1
≤ 10 |x|10
1
≤ 10 .
x2
Exercício 3.16. Prove a seguinte as desigualdades: x − 2 < ln(1 + x) < x, ∀x ∈
]0, +∞[.
1
Resolução 3.15. Temos que f (x) = ln(1 + x), f (0) = 0, f (1) (x) = 1+x = (1 +
x) , f (0) = 1, f (x) = (−1)(1 + x) , f (0) = −1, f (x) = 2!(1 + x)−3 . Pro-
−1 (1) (2) −2 (2) (3)
2
vemos em primeiro lugar que x − x2 < ln(1 + x). Como a fórmula de MacLaurin de
ordem 1 de f é
1 1
f (x) = x − x2 , c ∈]0, x[
2 (1 + c)2
então podemos dizer, que f (x) < x, ∀x ∈ R. Por sua vez, temos que para a fórmula
1 2
de Maclaurin de ordem 2 de f obtemos que: ln(1 + x) = x − 2! x + 13 (1+c)
1
3x
3
com
1 2
c ∈]0, x[ e portanto concluimos que ln(1 + x) > x − 2 x , ∀x ∈]0, +∞[.
87
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
88
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Resolução 3.16. Vamos relacionar o valor de f (0.15) com o valor de f (0). Assim,
vamos considerar a = 0 e h = △ = 0.15. Assim, vamos considerar que f (0.15) ≈
f (0) + df (0)h = f (0) + f ′ (0.15)h. Tem-se
1 ′
2−x 5
f ′ (x) = 2+x
−4
5
′ −4
5
= 51 2−x2+x
2−x
2+x = 1
5
2−x
2+x
−4
(2+x)2
45
= − 45 2−x2+x 1
2
r(2+x)
4
4 2+x
= − 5(2+x) 2
5
2−x
df (0)h
= − 15 0.15
= −0.03.
E portanto f (0.15) ≈ f (0) + df (0)h = 1 − 0.03 = 0.97. Note-se que o verdadeiro valor
de f (0.15) = 0.9724.
√
Exercício 3.18. Encontre um valor aproximado de 5 33.
√
Resolução 3.17. Considere-se f (x) = 5 x.
√
5
33 = f (2) + df (32)1
√ √
= 5 32 + ( 5 x)′|x=32 · 1
1
= 2 + 5√ 5
324
1
= 2 + 80
= 2.0125
1 − xn
x
1−x
n
X 1 − xn
Resolução 3.18. Considere-se a condição c(n) : xp = x .
p=1
1−x
P1
1) Para n = 1 tem-se displaystyle n=1 x = x 1−x 1−x . Esta igualdade é verificada
p
1
X
1−x
pois pois xp = x e x 1−x = x Logo c(1) é verdadeira.
p=1
2) Provemos agora que ∀k ∈ N, c(k) ⇒ c(k + 1) é uma proposição verdadeira.
Hipótese c(k) é verdadeira; Tese c(k + 1) é verdadeira Assim, suponhamos agora
k
X 1 − xk
que c(k) é verdadeira, isto é que xp = x . Provemos que c(k + 1) é
p=1
1−x
k+1
X 1 − xk+1
verdadeira isto é que xp = x .
p=1
1−x
k+1
X k
X
xp = xp + xk+1
p=1 p=1
como c(k) é verdadeira então
k
= x 1−x
1−x + x
k+1
k k
= x(1−x )+x(1−x)x
1−x
k k
−xk+1
= x 1−x +x1−x
k+1
= x 1−x
1−x .
Logo 2) é verificada
n
X 1 − xn
Logo por 1) e 2) mostramos que ∀n ∈ N, xp = x .
p=1
1−x
Tem-se
2 ∗ (k + 1) ≤ 2k + 2
Pela Hipótese de Indução
≤ 2k + 2
≤ 2k + 2k
≤ 2 ∗ 2k
≤ 2k+1 .
Logo as propriedades (1) e (2) são verificadas e portanto, mostramos pelo princípio
de indução matemática que ∀n ∈ N, 2n ≤ 2n .
n(n + 1)(2n + 1)
∀n ∈ N, 12 + 22 + 32 + · · · + n2 =
6
utilizando o princípio de indução matemática.
n(n+1)(2n+1)
Resolução 3.20. Considere-se a condição c(n) : 12 +22 +32 +· · ·+n2 = 6 .
Prove-se então que:
1) c(1) é uma proposição verdadeira .
2) ∀k ∈ N, c(k) ⇒ c(k + 1).
Como 12 = 1∗2∗3
6 então provamos que c(1) é uma proposição verdadeira. Provemos
agora 2) Hipótese c(k) é verdadeira; Tese c(k + 1) é verdadeira. ou seja;
• Hipótese
k(k + 1)(2k + 1)
12 + 22 + 32 + · · · + k 2 =
6
• Tese
(k + 1)(k + 2)(2k + 3)
12 + 22 + 32 + · · · + (k + 1)2 = .
6
Como
Então provamos 2), logo como mostramos que 1) e 2) são verdadeiras chegamos à
91
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
n(n + 1)(2n + 1)
∀n ∈ N, 12 + 22 + 32 + · · · + n2 = .
6
então
a) se n é ímpar então a não é um ponto de extremo local(relativo) de f;
b) Se n é par e f (n) (a) < 0 então a é um ponto de máximo relativo de f e se n é
par e f (n) (a) > 0 então a é um ponto de mínimo relativo de f.
Demonstração. a) Seja n um número natural ímpar e f (n) (a) > 0( f (n) (a) < 0)
Visto que f (n) é contínua em I e a ∈ Int(A) então escolha-se δ > 0 tal que
f (n) (c)
f (x) − f (a) = (x − a)n , ∀x ∈]a − δ, a + δ[, c ∈]a, x[∨c ∈]x, a[
n!
e
f (x) < f (a), x < a ∧ x ∈]a − δ, a + δ[
E portanto x não é um ponto de extremo relativo de f. Do mesmo modo se
mostraria no caso em f (n) (a) < 0 que a não é um ponto extremo de f.
b) Seja n um número natural par e suponha-se que f (n) (a) > 0. Então escolha-se
(n)
δ > 0 : ∀x ∈]a − δ, a + δ[, f n (x) > 0. Então f (x) − f (a) = f n!(c) (x − a)n , ∀x ∈
]a − δ, a + δ[, c ∈]a, x[∨c ∈]x, a[. Como f (n) (c) > 0 e n é par então f (x) − f (a) >
92
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
f (n) (c)
f (x) − f (a) = (x − a)n , ∀x ∈]a − δ, a + δ[, c ∈]a, x[∨c ∈]x, a[.
n!
como c ∈]a − δ, a + δ[ logo f (n) (c) < 0 e como n é par então f (x) − f (a) <
0, ∀x ∈]a − δ, a + δ[\{a}. Ou seja n é par
f (2) (x) = 2x − 1
então
f (2) (0) = −1 < 0
e portanto x = 0 é um ponto de máximo local de f. Como
93
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Como medir a área de D? Para tal começamos por dividir a região D em n regiões
Di , i = 1, · · · , n e consideramos a partição de pontos Pn = {(x0 , 0), (x1 , 0), · · · , (xn , 0)}
do intervalo [a, b] verificando x0 = a, xn = b e xi < xi+1 , ∀i = 1, n − 1.
Considere-se a figura 4.2 e aproxime-se o valor da área da região Di por um valor
inferior e por um valor superior. Aproximamos, ver 4.3, a área da região Di pela área
da região rectangular ri por defeito.
A aproximamos,4.4 , a área da região Di pela área da região Ri rectangular por
excesso. Mas então temos
ri ⊂ Di ⊂ Ri
Mas a área de cada rectângulo obtém-se multiplicando o valor do comprimento da
95
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
sua altura vezes o comprimento da sua largura, assim podemos concluir que
Considerando a notação △xi = xi −xi−1 , mi = inf x∈[xi−1 ,xi ] f (x) e Mi = supx∈[xi−1 ,xi ] f (x)
96
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
obtemos
mi △xi ≤ area(Di ) ≤ Mi △xi .
As desigualdades anteriores, supondo f positiva em [a, b], dizem-nos que o valor can-
didato a representar o valor da área da região D 1 deverá ser um número real maior
ou igual do que o valor de qualquer soma inferior e menor ou igual que o valor de
qualquer soma superior. Mostraremos adiante que se f for contínua em [a, b] só hà um
valor nessas circunstâncias. A este número chamamos a área de D.
1 Onde D é a região limitada por x = a, x = b o gráfico de f e y = 0
98
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Daqui em diante, vamos supor que f é uma função real de variável real que é limitada
no intervalo [a, b]. Logo existe um número real positivo M tal que |f (x)| ≤ M, ∀x ∈
[a.b].
Z b Z b
f (x)dx = f (x)dx = c(b − a)
a a
100
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Teorema 4.2. Sejam a e b números reais tais que a < b e f : [a, b] ⊂ R 7→ R tal que
Rb
f (x) = c, ∀x ∈ [a, b]. Então a cdx = c(b − a).
Observação 4.5. {Convenção} Sejam a e b números reais tais que a > b então
Rb Ra Ra
define-se a f (x)dx = − b f (x)dx, note-se que b < a, e a f (x)dx = 0.
n
X n
X n
X
S(f, Pn ) = Mi △xi = 1△xi = 1 △xi = b − a
i=1 i=1 i=1
101
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Rb
e portanto a
f (x)dx = b − a. Como
Rb
a
f (x)dx = 0
6= b − a
Rb
= a f (x)dx
Rb
Mas então inf{S(f, Q)}Q∈F − sup{s(f, Q)}Q∈F ≤ ǫ. Logo a f (x)dx = InfS(f, Q) =
Rb
Sup(s(f, Q)) = a f (x)dx Logo f é integrável em [a, b]. Suponhamos agora que f é
Rb
integrável então a f (x)dx + ǫ não é um minorante das somas superiores. Então existe
Rb Rb
uma partição Pǫ1 de [a, b] tal que S(f, Pǫ1 ) < a f (x)dx + ǫ Por sua vez, a f (x)dx − ǫ
não é um majorante das somas inferiores, então existe uma partição Pǫ2 tal que
Rb
a
f (x)dx − ǫ < s(f, Pǫ2 ) Mas então considerando P ǫ = Pǫ1 ∪ Pǫ2 . temos S(f, P ǫ ) −
s(f, P ǫ ) < ǫ.
n n
X X b−a b−a
s(f, Pn ) = mi △xi = (a + (i − 1) )
n n
i=1 i=1
b −a2
(b − a)2
2
= −
2 2n
n n
X X b−a b−a
S(f, Pn ) = mi △xi = (a + i )
i=1 i=1
n n
b 2 − a2 (b − a)2
= +
2 2n
b 2 − a2 (b − a)2 b 2 − a2 (b − a)2
S(f, Pn ) − s(f, Pn ) = + − −
2 2n 2 2n
(b − a)2
=
n
2
(b−a)2 2
Escolha-se n tal que (b−a)
n < ǫ, ou seja tal que ǫ < n. Escolha-se pǫ = ⌊ (b−a)
ǫ ⌋+1
Assim, podemos dizer que
Logo
ǫ
∀ǫ > 0∃δ = : ∀x, y ∈ [a, b] : |x − y| < δ ⇒ |x2 − y 2 | < ǫ.
2L
Teorema 4.4. Toda a função contínua num intervalo fechado e limitado [a, b]é uni-
formemente contínua em [a, b].
Teorema 4.5. Sejam a e b números reais com a < b e f : [a, b] 7→ R uma função
contínua em [a, b]. Então f é integrável em [a, b].
com ζiMi ∈ [xi−1 , xi ] e mi = infx∈[xi−1 ,xi ] f (x) = f (ζimi ) com ζimi ∈ [xi−1 , xi ].
104
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Teorema 4.6. Sejam a e b números reais com a < b e f : [a, b] 7→ R uma função
limitada com um número finito de descontínuidades em [a, b]. Então f é integrável em
[a, b].
Teorema 4.7. Sejam a e b números reais com a < b e f : [a, b] 7→ R uma função
Rb
integrável em [a, b]. Se m ≤ f (x) ≤ M, ∀x ∈ [a, b] então m(b − a) ≤ a f (x)dx ≤
M (b − a).
Observação 4.6. Muitas vezes usa-se outra definição de função integrável em [a, b].
Que passamos a apresentar já de seguida que é equivalente à definição apresentada
anteriormente. E é esta definição que é utilizada para estabelecer mais à frente fórmu-
las de cálculo de volumes, de áreas de sólidos de revolução, fórmulas de comprimentos
de arcos e fórmulas que determinem o centro geométrica de regiões planas.
Observação 4.7. Muitas vezes daqui em diante vamos dizer apenas que f é integrável
Rb
em [a, b] e ao simbolo a f (x)dx chamamos integral definido em [a, b]. Apresentamos
aqui esta definição de função integrável em [a, b] também por permitir provar as pro-
priedades que apresentamos no Teorema 4.8 de um modo fácil.
Rb Rb
f) Se f (x) ≤ g(x), ∀x ∈ [a, b] então a f (x)dx ≤ a g(x)dx.
Rb Rb
g) |f | é uma função integrável e | a f (x)dx| ≤ a |f (x)|dx.
e) Se f é integrável então
Rb Rb
f (x)dx = a f (x)dx = sup(s(f, P))
a
≥ s(f, P )
Xn
= mi (xi − xi−1 )
i=1
n
X
= infx∈[xi−1 ,xi ] f (x)(xi − xi−1 )
i=1
porque f (x) ≥ 0, ∀x ∈ [a, b] então
≥0
f) Se f (x) ≤ g(x), ∀x ∈ [a, b] então 0 ≤ (g − f )(x), ∀x ∈ [a, b]. Mas então pela proprie-
Rb Rb Rb
dade e) conluimos que a (g − f )(x)dx ≥ 0 e portanto a g(x)dx − a f (x)dx ≥ 0, ou
Rb Rb Rb Rb
seja a g(x)dx ≥ a f (x)dx. Finalmente, tem-se a f (x)dx ≤ a g(x)dx.
g) Temos que
Como limx→x+ L|x − x0 | = 0 então concluimos que limx→x+ (F (x) − F (x0 )) = 0, isto
0 0
é limx→x+ F (x) = F (x0 ). Se x ∈]a, b[ e x < x0 então
0
Z x Z x0 Z x0
F (x) − F (x0 ) = f (u)du − f (u)du = − f (u)du
a a x
Mas então Z x0
| f (u)du| ≤ L(x0 − x)
x
e portanto limx→x− (F (x) − F (x0 )) = 0, isto é limx→x− F (x) = F (x0 ). Assim, mos-
0 0
ou seja que Z Z Z
x x x
mx du ≤ f (u)du ≤ Mx du
x0 x0 x0
e portanto temos
Rx
m(x − x0 ) ≤ x0 f (u)du ≤ Mx (x − x0 ) e portanto divididindo a equação anterior por
x − x0 obtemos que mx ≤ F (x)−F (x0 )
x−x0 ≤ Mx . Mas por f ser contínua em x0 então
podemos concluir que limx→x+ Mx = f (x0 ) = limx→x+ mx e portanto mostramos que
0 0
F (x)−F (x0 ) F (x)−F (x0 )
limx→x+ x−x0 = f (x0 ). Do mesmo modo mostramos que limx→x− x−x0 =
0 0
108
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Rx
Demonstração. Considere-se a função F (x) = a f (u)du. Como f é contínua em [a, b]
então F é diferenciável e ∀x ∈ [a, b] : F ′ (x) = f (x). Mas temos também que g ′ (x) =
Ra
f (x). Mas então F (x) = g(x) + K. Como F (a) = 0 pois a f (x)dx = 0 então K =
Rb
−g(a) e portanto F (x) = g(x) − g(a). Ora F (b) = a f (x)dx. Mas F (b) = g(b) − g(a)
Rb
e portanto F (b) = g(b) − g(a). Assim a f (u)du = g(b) − g(a).
Definição 4.11. Dada uma função f definida num intervalo aberto I, diz-se que F
é uma primitiva de f se e só se F ′ = f.
R2
Exercício 4.1. Calcule 1 x3 dx.
4
Resolução 4.1. Como ( x4 )′ = x3 então
R4 4
1
x3 dx = ( x4 )|21
= 4 − 14
16
= 15
4 .
R3
Exercício 4.2. Calcule 1 (x2 − x)dx.
Demonstração. Sejam xmin , xmax ∈ [a, b] tal que f (xmin ) = minx∈[a,b] f (x),
f (xmax ) = maxx∈[a,b] f (x). Considere-se m1 = f (xmin ) e M1 = f (xmax ). Mas então
Rb Rb Rb
Pelo Teorema 4.8 alínea f vem a m1 dx ≤ a f (x)dx ≤ a M1 f (x)dx. Logo m1 (b−a) ≤
Rb
Rb f (x)dx
a f (x)dx ≤ M1 (b − a) E portanto m1 ≤ ≤ M1 . Logo pelo Teorema de
a
b−a Rb
f (x)dx
Bolzano, note-se que f é contínua em [a, b], ∃c ∈]a, b[ tal que f (c) = a b−a .
Rb
Observação 4.8. Note-se que do Teorema 4.12 resultaque a f (x)dx = f (c)(b − a).
E portanto o Teorema 4.12 permite-nos concluir que quando a função integranda
f é positiva que existe c ∈]a, b[ tal que a área da região do espaço delimitada por
y = f (x), x = a, x = b e y = 0 é a mesma que área do rectângulo de altura f (c) e com
largura b − a.
Resolução 4.3.
Logo R1
area(D) = −1 (1 − x2 )dx
Z 1
R1
= −1 1dx − x2 dx
−1
3
= x|1−1 − x3 |1−1
= (1 − (−1)) − ( 13 − (− 31 )
= 2 − ( 23 )
= 63 − 32
= 34 .
Resolução 4.4.
Observação 4.9. Notem que o Teorema da média R b permite-nos dizer que c ∈]a, b[ tal
Rb f (x)dx
que a f (x) = f (c)(b−a),ou seja diz-nos f (c) = a b−a . E esta igualdade sugere-nos
a introdução do conceito de valor médio de uma função real definida num intervalo
[a, b], que apresentamos na definição seguinte.
111
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Definição 4.12. Seja f uma função real de variável real contínua em [a, b] então
define-se
Rb o valor médio de f em [a, b] como sendo o valor fmedia tal que: fmedia =
f (x)dx
a
b−a .
R
f (x) f (x)dx
g ′ (u(x))u′ (x) (g ◦ u)(x) + C
(u(x))α+1
(u(x))α u′ (x), α 6= −1 α+1 +C
u′ (x)
u(x) ln |u(x)|+C
e u (x)
u(x) ′
eu(x) + C
au(x)
au(x) u′ (x) = eu(x) ln a u′ (x), a ∈ R+ \ {1} ln a +C
cos (u(x))u′ (x) sen(u(x)) + C
sen(u(x))u′ (x) − cos (u(x)) + C
tg(u(x))u′ (x) − ln | cos(u(x))| + C
+2[ 27 8
3 − 12) − ( 3 − 3 )]
24
= 2[( 3 − 3 ) − (− 3 + 24
16 9 8 24 8 24 8
3 )] + 2[( 3 − 3 ) − (− 3 + 3 )]+
+2[( 27 36 16
3 − 3 ) − (− 3 )]
= 2( 3 − 3) + 2( 3 + 16
16 16 16
3 ) + 2(−3 + 3 )
7 32 7 7 32
= 2( 3 ) + 2( 3 ) + 2 3 = 2(2 3 + 3 )
= 2 46
3
= 92
3 .
115
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
5 Método de Substituição
R R
Um integral da forma g(f (x))f ′ (x)dx pode ser escrito na forma g(u)du fazendo
u = f (x) e du = f ′ (x)dx. Por sua vez, se G é uma primitiva de g, note-se que
G′ (u) = g(u), então G ◦ f (x) é uma primitiva de g(f (x))f ′ (x). Pois
dx (G
◦ f (x)) = G′ (f (x))f ′ (x)
d
=
′
g(f (x))f ′ (x).
G =g
Assim Z Z
′ d
g(f (x))f (x)dx = (G ◦ f (x))dx = G ◦ f (x) + C.
dx
Note-se que podemos chegar ao mesmo resultado se calcularmos
Z
g(u)du
R
e depois substituirmos u por f (x). Assim, escrevemos g(u)du = G(u)|u=f (x) + C =
G(f (x)) + C.
R
Exercício 5.1. Calcule (x3 − 1)4 3x2 dx e depois verifique o resultado através da
derivação.
Z
u5 (x3 − 1)5
= u4 du = ( )|u=x3 −1 + C = + C.
5 5
Note-se que
(x3 − 1)5 1
( + C)′ = ((x3 − 1)5 )′ + (C)′ = (x3 − 1)4 3x2 + 0 = (x3 − 1)4 3x2 .
5 5
R
Exercício 5.2. Calcule senx cos xdx.
R
h 2 i5.2. Se u = sen(x)2 então du = cos(x)dx. Assim
Resolução
R
senx cos(x)dx =
udu = u2 + C = sen2 (x) + C.
|u=sen(x)
117
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Observação 5.1. Solução alternativa Aqui,temos que dizer que podiamos ter proce-
dido do seguinte modo: R
senx cos(x)dx
R
= 12 (2sen(x) cos(x)dx
R
= 21 (2sen(x) cos(x))dx
R
= 21 sen(2x)dx
R
= 41 2sen(2x)dx
= 41 (− cos(2x)) + C
= − 41 cos(2x) + C.
R dx
Exercício 5.3. Calcule (1+5x) 5.
R √
Exercício 5.4. x3 4 1 + x4 dx.
R
Exercício 5.7. Calcule cos5 xdx
Exercício 5.8.
Z
1
√ dx (5.1)
1 − 4x2
120
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Demonstração.
(f g)′ = f ′ g + f g ′
Z Z
′
(f g) dx = (f ′ g + f g ′ )dx
Z Z
fg = f ′ gdx + f g ′ dx,
Z Z
fg − f ′ gdx = f g ′ dx
Ou seja Z Z
′
f g dx = f g − f ′ gdx
Exemplo 6.1. Z Z
x
xe dx = xe − x
1ex dx
Z Z
xex dx = xex − 1ex dx
Z
xex dx = xex − ex + C
Mas a regra de primitivação por partes também fica definida pela seguinte igualdade:
R R
uvdx = P (v)u − u′ P (v)dx
121
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Exemplo 6.2. R
x ln xdx
R
= ln xxdx
2
= ln x x2 −
R 1 x2
− x 2 dx
2 R
= x 2ln x − x2 dx
2 R
= x 2ln x − 21 xdx
2 2
= x 2ln x − 21 x2 + C
2 2
= x 2ln x − x4 + C.
Exemplo 6.3. {Muitas vezes temos repetir a integração por partes até surgir o mesmo
integral} Z Z
ex sen(x)dx = ex sen(x) − ex cos (x)dx
Z Z
x x
e sen(x)dx = e sen(x) − e cos (x) − x x
e (−sin(x))dx
Z Z
ex sen(x)dx = ex sen(x) − ex cos (x) − ex sin(x)dx
Z
2 ex senxdx = ex sen(x) − ex cos (x) + B
Z
ex sen(x) − ex cos (x)
ex senxdx = + C.
2
A integração por partes permite obter primitivas dos arcos e dos logaritmos, por
exemplo de ln x, arctgx, arcsenx, · · · etc.
Exemplo 6.4. Z Z
ln (x)dx = 1 ln (x)dx
Z Z
1
ln (x)dx = x ln (x) − x dx
x
Z Z
ln (x)dx = x ln (x) − 1dx
Z
ln (x)dx = x ln (x) − x + C.
Z Z
arctgxdx = 1arctg(x)dx
Z
1
= xarctg(x) − x dx
1 + x2
Z
x
= xarctg(x) − dx
1 + x2
122
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Z
1 2x
= xarctg(x) − dx
2 1 + x2
1
= xarctg(x) − ln (1 + x2 ) + C.
2
O objectivo da integração por partes é transformar o cálculo de uma primitiva de uma
função no de outra primitiva de outra função mais simples.
Exemplo 6.5.
R 1 R 1
1
x3 (1 + x2 ) 2 dx = 2 x2 2x(1 + x2 ) 2 dx
2 3
= 21 x2 (1+x3 ) −
2
R 22 3
− 12 2x 3 (1 + x2 ) 2 dx
2 3 R 3
= 21 x2 (1+x3 ) − 31
2
2x(1 + x2 ) 2 dx
2
2 5
3 1 (1+x ) 2
= 31 x2 (1 + x2 ) 2 − 3 5 +C
2
3
2 25
= 31 x2 (1
p+
2
x ) − 15 (1p
2 2
+x ) +C
= 31 x2 (1 2
+ x2 )3 − 15 (1 + x2 )5 + C.
R
Para utilizar a integração por partes em uvdx temos1 que seguir várias regras:
quando conhecemos as primitivas dos dois factores u e v da função integranda de
R
uvdx, então temos respeitar a seguinte ordem de preferência:
a) se um dos factores é a exponencial, começa-se a primitivar pela exponencial.
b) se nenhum dos factores é uma exponencial e um deles é uma função trigonométrica,sen(x)
ou cos(x), então começa-se por ela.
c) se nenhum dos factores não é uma função exponencial ou uma função trigono-
métrica, mas um deles é da foram xm então começa-se a primitivar por ele.
R
Exercício 6.1. Calcule xex dx.
Resolução 6.1. R R
xex dx = ex dx
R
= ex x − ex dx
= ex x − ex + C.
R
Exercício 6.2. Calcule x cos(x)dx.
Resolução 6.2. R R
x cos(x)dx = cos (x)xdx
R
= sen(x)x − sen(x)dx
= sen(x)x − (− cos (x)) + C
= sen(x)x + cos(x) + C.
1 Pressupomos que u e v ou são funções, ou funções tigonométricas seno ou coseno ou potências de
x. Pressupõe-se ainda que são de tipos diferentes
123
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
R
Exercício 6.3. Calcule x3 (1 + x)100 dx.
Resolução 6.3.
R R
x3 (1 + x)100 dx = (1 + x)100 x3 dx
101 R 101
= (1+x)
101 x3 − (1+x) 101 3x2 dx
101 R
(1+x) 3
= 101 x − 101 (1 + x)101 x2 dx
3
101 102 R 102
= (1+x)
101 x3 − 1013 (1+x)
[ 102 x2 − (1+x) 102 2x]dx + C
(1+x)101 3 3 (1+x)
102
6
R (1+x)102
= 101 x − 101 102 x + 101 2
xdx
101 102 R102
= (1+x)
101 x3
− 3 (1+x)
101 102 x2
+ 6
101∗102 (1 + x)102 xdx
(1+x)101 3 3 (1+x)
102
= 101 x − 101 102 x + 2
103 R 103
6
+ 101∗102 [ (1+x)
103 x − (1+x) 103 dx]
101 102
= (1+x)
101
3 (1+x)
x3 − 101 102 x2 +
6 6
R
+ 101∗102∗103 (1 + x) x − 101∗102∗103
103
(1 + x)103 dx
101 102
= (1+x)
101
3 (1+x)
x3 − 101 102 x2 +
6 6
+ 101∗102∗103 (1 + x) x − 101∗102∗103∗104
103
(1 + x)104 + C
124
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Demonstração. Tem-se
(f G)′ = f ′ G + f G′ .
Como G′ = g logo podemos escrever
(f G)′ = f ′ G + f g.
Assim Z Z
b b
′
(f G) dx = (f ′ G + f g)dx,
a a
ou seja
Z b Z b
[f G]ba = f ′ Gdx + f gdx
a a
e portanto
Z b Z b
f gdx = [f G]ba − f ′ Gdx.
a a
Exemplo 7.1. R2 R2
ln xdx = 1 1 ln (x)dx
1 R2
= (x ln (x))|21 − 1 x x1 dx
R2
= 2 ln 2 − 1 ln 1 − 1 dx
R2
= 2 ln 2 − 1 dx
= 2 ln 2 − x|21
= 2 ln 2 − (2 − 1)
= 2 ln 2 − 1.
125
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Teorema 8.1. {Integração por Substituição} Sejam a e b números reais tais que
a < b, f : [a, b] 7→ R, x 7→ f (x) uma função contínua em [a, b] , F uma primitiva de
f em [a, b] e g : [c, d] 7→ [a, b], t 7→ x = g(t)(dx = g ′ (t)dt) tal que g ∈ C 1 ([c, d]) tal que
g(c) = a e g(d) = b. Então
Z b Z d
f (x)dx = f (g(t)) g ′ (t)dt.
a c
Z b
= F (b) − F (a) = f (x)dx.
a
dx
= g ′ (t)
dt
,
dx = g ′ (t)dt
,
a = g(c), b = g(d).
R1√ √
Exemplo 8.1. 0 1 − x2 dx f (x) = 1 − x2 . Considere-se a mudança x = g(t) =
127
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
= 02 f (g(t))g ′ (t)dt
Rπ√
= 02 1 − sen2 t cos(t)dt
Rπ
= 02 cos(t) cos(t)dt
R π2
= 0 cos2 (t)dt
Rπ
= 02 1+cos (2t)
dt
R π2 2 Rπ
= 1/2 0 dt + 14 02 2 cos (2t)dt
π
= π4 + 14 (sen(2t))|02
= π4 .
R √
Exemplo 8.2. Obtenha-se 1+1√x dx considerando a mudança x = t2 , t = x, dx =
2tdt. R 1 R 2t
√ dx =
1+R x 1+t dt
1+t−1
= 2 1+t dt
R R 1
=2 1dt − 1+t dt
= 2 (t − ln |1 + t|)t=√x + C
√ √
= 2 x − 2 ln (1 + x) + C.
Resolução 8.1.
Z 1
x3 1 1
area(D) = x2 dx = ( )| = .
0 3 0 3
d) Z
sec xdx = ln | sec x + tgx| + C.
129
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Resolução 8.2. a)
R x3 +1
R 3 R 1
= xx dx +
dx x dx
Rx 2 R 1
= x dx + x dx
3
= x3 + ln |x| + C.
b) Z Z
1 1
dx = 2 dx
a2 + x2 a (1 + xa2 )
2
Z 1
1
= a
2
a (1 + xa2 )
1 x
= arctg + C.
a a
c) Z Z
1 1
√ dx = q dx
a − x2
2
a 1−
x 2
a
Z
1 1
= q dx
a
x 2
1− a
Z 1
= q a dx
2
1 − xa
x
= arcsen +C
a
d) Como (sec (x))′ = tg(x) sec (x) e (tg(x))′ = sec2 (x) então é por essa razão que
tem sentido a a resolução que se apresenta agora:
R R
sec (x)dx = sec (x)(tg(x)+sec
sec (x)+tg(x)
(x))
dx
= ln | sec (x) + tg(x)| + C.
Exercício 8.3. a)
Z
x(1 + x)10 (1 + x)11
x(1 + x)9 dx = − + C;
10 110
b) √
Z p
x a2 + x2 a2 p
a + x dx =
2 2 + ln |x + a2 + x2 | + C;
2 2
130
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
c) Z
x cos xdx = xsenx + cos x + C;
d) Z
x 1
(cos x)2 dx = + sen2x + C;
2 4
e) Z
x2 senxdx = −x2 cos x + 2xsenx + 2 cos x + C.
R
Resolução 8.3. a) Para obter I = x(1+x)9 dx temos de ver qual é objectivo que
devemos satisfazer, assim pretende-se que após calcular a primitiva de uma das
funções x ou (1 + x)9 se obtenha uma função que já se saiba primitivar então é
por essa razão que vou começar por fazer a primitiva de (1 + x)9 . Assim, tem-se
R
x(1 + x)9 dx
10 R 10
= x (1+x)
10 − 1 (1+x)10 dx
(1+x)10 1 (x+1)
11
= x 10 − 10 11 + C
10 11
= x (1+x)
10 − (x+1)
110 + C.
b) R√ R √
a2 + x2 dx = 1 a2 + x2 dx
√ R
= x a2 + x2 − x 2√a2x 2 +x2
dx
√ R 2
= x a + x − √a2 +x2 dx
2 2 x
√ R 2 2 −a2
= x a2 + x2 − a√+x 2 +x2
dx
√ R a2a+x 2 R 2
= x a + x − √a2 +x2 dx + √aa2 +x2 dx
2 2
√ R √ R
= x a2 + x2 − a2 + x2 dx + a2 √a21+x2 dx
truque de mágico
√ R√ R √
x+ a2 +x 2
= x a2 + x2 − a2 + x2 dx + a2 √a2 +x √
2 (a2 + a2 +x2
dx.
Logo
Z p Z √
p
2 x + a2 + x2
2 a + x dx = x a + x + a
2 2 2 2 √ √ dx.
a2 + x2 (x + a2 + x2 )
Ou seja
Z p p p
2 a2 + x2 dx = x a2 + x2 + a2 ln(x + a2 + x2 ) + B.
Assim
Z p √ √
x a2 + x2 + a2 ln(x + a2 + x2 )
a + x dx =
2 2 + C.
2
131
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Ou seja que Z
sen2x x
cos2 xdx = + + C.
4 2
e) Nesta alínea o objéctivo a cumprir na integração por partes é primitivar a função
trigonométrica duas vezes é chegarmos a um integral de uma função trigonomé-
trica. R 2
x senxdx
R
= x2 (− cos x) − 2x(− cos x)dx
R
= x2 (− cos x) + 2 cos xxdx
R
= −x2 cos x + 2[senxx − senx1dx]
R
= cos xx2 + 2xsenx − 2 senxdx
= cos xx2 + 2xsenx − 2(− cos x) + C
= cos xx2 + 2xsenx + 2 cos x + C.
Resolução 8.4. R R
xex dx = xex − 1ex dx
R
= xex − 1exdx
R
= xex − ex dx
= xex − ex + C
= ex (x − 1) + C.
133
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
1
c) Considere-se a mudança u = arctg(x) e portanto du = 1+x2 dx. Assim, obtemos
R dx R 1
(x2 +1) 1+x2
arctg(x) = arctg(x) dx
R
= duu
= ln |u|u=arctg(x) + C
= ln(arctg(x)) + C.
Resolução 8.6. a) Neste exercício podemos fazer directamente por partes ou pri-
meiro uma mudança de variável e depois por partes. Mas é melhor fazer uma
mudança em primeiro lugar. Considere-se t = ln x e portanto x = et , e
dx = et dt. Para converter o problema de obter a primitiva de cos(ln x) no pro-
blema de obter a primitiva de et cos t que já sabemos.
R R
cos(ln x)dx = cos(t)et dt
R t
= e cos tdt
R
= et cos t − et (−sent)dt
R
= et cos t + et sentdt
R
= et cos t + [et sent − et cos tdt]
R
= et cos t + et sent − et cos tdt.
Como Z
2 et cos(t)dt = et cos t + et sent
eñtão Z
eln x cos(ln x) + eln x sen(ln x)
cos(ln x)dx = +D
2
Logo Z
x cos(ln x)
cos(ln x)dx = xsen(ln x)2 + C
+
b) Neste exercício vamos considerar a mudança u = arctg(x) e portanto du =
134
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
1
1+x2 dx e x = tg(u). Logo tem-se
R earctg(x)
R eu
3 dx = 1 du
R 2 )e2u
(1+x (1+tg2 u) 2
= 1 du
2 u) 2
R (sec
eu
= sec u du
R u
= e cos udu
E portanto R
eu cos(u)du
eu cos(u)+eu sen(u)
= 2 + B.
Assim R R
earctg(x) eu
3 dx = 1 du
R 2 ) e2u
(1+x (1+tg2 (u)) 2
= 1 du
2 (u)) 2
R (sec
eu
= sec(u) du
R
= eu cos(u)du
u u
= [ e cos(u)+e2
sen(u)
]|u=arctg(x) + C
earctg(x) cos (arctgx)+eu sen(arctg(x))
= 2
arctg(x)
xe√arctg(x)
= e√
1+x2
+ 1+x2
+C
earctg(x) (1+x)
= √
1+x2
+ C.
135
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
1 x 2n − 1 1
In+1 = + In , n ≥ 1, n ∈ N
2na2 (x2 + a2 )n 2n a2
e
x 1 1 x
I2 = + arctg + C.
2a2 x2 + a2 2a3 a
R R
b) Mostre que lnn (x)dx = x lnn (x) − n lnn−1 xdx + C, n ∈ N.
Resolução 9.1. a)
R
In+1 = (x2 +a12 )n+1 dx
R 2
= a12 (x2 +aa 2 )n+1 dx
R a2 +x2 −x2
= a12 (x 2 +a2 )n+1 dx
R 2 2 R x2
= a12 (x2a+a+x 2 )n+1 dx − a2
1
(x2 +a2 )n+1 dx
R R
= a12 (x2 +a 1
2 )n dx − 2a2
1
x 2x(x2 + a2 )−n−1 dx
2 2 −n R 2 2 −n
= a12 In − 2a12 [x (x +a −n
)
− 1 (x +a −n
)
dx]
R
= a12 In + 2na2 (xx2 +a2 )n − 2na 1
2
1
(x2 +a2 )n dx
2n 1
= 2na 2 In + 2na2 (x2 +a2 )n − 2na2 In
x
= 2n−1
2na2 In + 2na2 (x2 +a2 )n
x
2n − 1 x
In+1 = In +
2na2 2na2 (x2 + a2 )n
1 x
I2 =
I1 + 2 2 .
2a2 2a (x + a2 )
R 1 1
Como I1 = a2 +x 2 dx obtemos I1 = a arctg a + C e portanto
x
1 x x
I2 = arctg + 2 2 + C.
2a 3 a 2a (x + a2 )
R R
b) Para mostrar que lnn (x)dx = x lnn (x) − n lnn (x)dx + C, ∀n ∈ N nota-se
137
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
logo que temos que escrever a função integranda como 1(ln(x))n e começar por
integrar a função constante 1. Assim, obtemos
R R
lnn (x)dx = 1 lnn (x)dx
R
= x lnn (x) − xn lnn−1 (x) x1 dx
R
= x lnn (x) − n lnn−1 (x)dx + C.
Exercício 9.3. Utilize o Teorema da média para integrais para mostrar que
a)
Z 1 p √
3< 9 + x2 dx < 10;
0
b) r r
Z π
π 2 1 π 3
< 1 + sen2 xdx < .
2 0 2 2 2
138
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Resolução 9.3. a)
Z 1 p √
3< 9 + x2 dx < 10;
0
√
Como a função f (x) = 9 + x2 é uma função continua em [0, 1] então pelo
Teorema do valor médio para integrais tem-se
Z 1 p
9 + x2 dx = (1 − 0)f (c)
0
então Z Z Z
1 1 p 1 √
3dx < 9 + x2 dx < 10dx,
0 0 0
ou seja Z 1 p √
(3x)|10 < 9 + x2 dx < ( 10x)|10
0
e finalmente obtemos
Z 1 p √
3< 9 + x2 dx < 10.
0
b)
Z π2 r r
π 1 π 3
< 1 + sen2 (x)dx <
2 0 2 2 2
q
Neste caso temos f (x) = 1 + 12 sen2 (x) e portanto f é uma função contínua em
Rπq
[0, π2 ] logo pelo Teorema da média para integrais obtemos 02 1 + 12 sen2 (x)dx =
2 − 0 f (c) com c ∈]0, 2 [. Como
π π
r r
π 1 3
c ∈]0, [⇒ 1 < 1 + sen2 c <
2 2 2
então Z π Z π r Z π r
2 2 1 2 3
1dx < 1 + sen2 (x)dx < dx
0 0 2 0 2
E portanto concluimos que
Z π r r
π 2 1 π 3
< 1 + sen2 (x)dx < .
2 0 2 2 2
139
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
b) Z
1 1 √ 1 √
√ √ dx = (x + 1) x + 1 + (x − 1) x − 1 + C;
x+1− x−1 3 3
c) Z
1 1
√ dx = arcsen(2x − 2) + C.
−27 + 72x − 36x2 6
Resolução 9.4. a) R R
1 1
dx = x2 +2x+5 dx
R2 +2x+51
x
= x2 +2x+1+4 dx
R 1
= (x+1) 2 +4 dx
R 1
= 2 dx
4 (x+1)
4 +1
R
= 41 1
(x+1)2
22 +1
R 1
1
= 2
2
(x+1)
2
2 +1
1
= 2 arctg
x+1
2 + C.
b)
R 1√
R √x+1+√x−1
√ dx = 2 dx
R √ x−1 √
x+1−
= 12 ( x + 1 + x − 1)dx
R 1 1
= 12 ((x + 1) 2 + (x −1) 2 )dx
3 3
= 12 (x+1) + (x−1)
2 2
3 3 +C
2 2
√ √
= (x+1)3 x+1 + (x−1)3 x−1 + C.
140
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
c) R 1
√
2
dx
R −27+72x−36x
1
= √ 2
dx
R −27−36(x1 −2x)
= √ 2 −2x+1−1)
dx
R −27−36(x 1
= √ 2 −2x+1)
dx
R 9−36(x 1
= √ dx
9−36(x−1)2
1
R 1
=3 √ dx
1−4(x−1)2
R
= 13 √ 1 2
dx
1
R 1−(2x−2)
2
=6 √ dx
1−(2x−2)2
1
= 6 arcsen(2x − 2) + C.
Resolução 9.5.
a) Tem-se
Z Z
In = secn (x)dx = secn−2 (x) sec2 (x)dx
Z
= secn−2 (x)(1 + tg 2 (x))dx
Z Z
= secn−2 (x)dx + secn−2 (x)tg 2 (x)dx
Z Z
= sec n−2
(x)dx + secn−2 (x)tg(x)tg(x)dx
Z Z
= secn−2 (x)dx + secn−3 (x) sec(x)tg(x) tg(x)dx
1 secn−2 x(x)
In + In = In−2 + tgx
n−2 n−2
Ou seja que
n−1 secn−2 (x)
In = In−2 + tg(x)
n−2 n−2
Assim, vem
n−2 secn−2 (x)
In = In−2 + tgx.
n−1 n−1
b) I2 = tg(x) + C.
b)
1 x
I2 = arctg(x) + + D.
2 2(1 + x2 )
1 x
In = In−1 + In−1 − ,
2(1 − n) 2(1 − n)(1 + x2 )n−1
142
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
ou seja que
3 − 2n x
In = In−1 − .
2(1 − n) 2(1 − n)(1 + x2 )n−1
Finalmente concluimos que
2n − 3 x
In = In−1 + .
2n − 2 (2n − 2)(1 + x2 )n−1
2n−3
b) Como In = 2n−2 In−1 + x
(2n−2)(1+x2 )n−1 , ∀n ∈ N, n ≥ 2 então
1 x
I2 = I1 +
2 2(1 + x2 )
R 1
Visto que I1 = 1+x2 dx então I1 = arctg(x) + C então
1 x
arctg(x) +
I2 = + D.
2 2(1 + x2 )
R
Exercício 9.7. Considere-se a seguinte notação In = senn (x)dx. Mostrem que
cos (x)senn−1 (x)
In = n−1
n In−2 − n + C, ∀n ∈ N + 1 e que I3 = − cos3 x 2 + sen2 x + C.
Resolução 9.7. Sugestão:olhem para o segundo membro da igualdade a estabelecer.
R
Exercício 9.8. Considere-se a seguinte notação In = (cos (x))n dx. Mostrem que
sen(x) cosn−1 (x) sen(x) cos3 (x)
In = n−1
n In−2 + n + C e que I4 = 83 x + 3
16 sen(2x) + 4 +C :
Resolução 9.8. Sugestão:igual à feita no exercício anterior.
x3 + x2 + x + 1 = (x + 1)(x2 + bx + 1).
x3 + x2 + x + 1 = x3 + bx2 + x + x2 + bx + 1
x3 + x2 + x + 1 = x3 + (b + 1)x2 + (1 + b)x + 1 = 0.
Logo, tem-se
b+1=1
1+b = 1
m
b=0
Logo obtivemos x3 + x2 + x + 1 = (x + 1)(x2 + 1). Mas se tivessemos obtido um
sistema impossível, então utilizariamos mais variáveis para resolver o problema. Mas
144
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
não haverá em certos casos maneiras mais simples? Para responder a tal questão
apresentamos os seguintes Teoremas.
2 1
p(x) = 6(x + 2)(x + )(x − ).
3 2
Teorema 9.4. Todo o polinómio de grau n com coeficientes reais ou complexos possui
exactamente n raízes em C.
1 1 1 1 1 1 1 1
Z0 = √ + i √ , Z1 = − √ + i √ , Z2 = − √ − i √ , Z3 = √ − i √
2 2 2 2 2 2 2 2
Logo
1 + x4 =
1 + x4 = x − √12 + i √12 x − − √12 + i √12 ··
· x − − √12 − i √12 x − + √12 − i √12
145
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Assim
1 + x4 = (x − √12 ) − i √12 (x + √12 ) − i √12
(x + √12 ) + i √12 (x − √12 ) + i √12
= (x − √12 ) − i √12 (x − √12 ) + i √12
(x + √12 ) − i √12 (x + √12 ) + i √12
√ √
= (x − √12 )2 + 21 (x + √12 )2 + 12 = x2 − 2x + 1 x2 + 2x + 1 .
146
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
10 Funções Racionais
Definição 10.1. Chama-se função racional em x toda a função f : D ⊂ R 7→ R que
pode escrever-se da forma f (x) = pp12 (x)
(x) em que p1 e p2 são polinómios e D := {x ∈
R : p2 (x) 6= 0}.
(x)
Definição 10.2. Uma função racional f (x) = pp21 (x) diz-se irredutível se p1 e q1 não
tiverem raízes comuns, caso contrário diz-se redutível.
p(x) p(x)
Quando f (x) = q(x) é redutível o que se faz é simplifica-se a fração q(x) . Por exemplo
2
x −1
se f (x) = x3 −x2 +x−1 então tem-se
(x + 1)(x − 1) x+1
f (x) = = 2 .
(x − 1)(x2 + 1) x +1
1
= ln(x2 + 1) + arctg(x) + C.
2
R x2 +x+1
Exemplo 10.1. Calculemos então x−1 dx. Para tal proceda-se do seguinte modo:
a) x + x + 1 = (x − 1)(x + 2) + 3;
2
x2 +x+1 3
b) x−1 = x + 2 + x−1 ;
R x2 +x+1 R R 3
c) x−1 dx = (x + 2)dx + x−1 dx;
R x2 +x+1 R R R 3
d) x−1 dx = xdx + 2dx + x−1 dx;
R x2 +x+1 2 R 3
e) x−1 dx = 2 + 2x +
x
x−1 dx;
R x2 +x+1 x2
f) x−1 dx = 2 + 2x + 3 ln |x − 1| + C.
Definição 10.4. {Definição de função racional simples } Diz-se que a função racional
f (x) = p(x)
q(x) é uma função racional simples ou uma fração simples se e só se
b) Se l > 1 então R R C
f (x)dx = (x−a) l dx
R
= C (x − a) dx
−l
−l+1
= C (x−a)
−l+1 +D
1
= C (1−l)(x−a) l−1 + D.
148
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Z Z
t 1 1 (t2 + 1)−r+1
dt = 2t(t2 + 1)−r dt = +C
(t + 1)
2 r 2 2 −r + 1
1 1
= +C
2 (1 − r)(t2 + 1)r−1
Finalmente, tem-se Z
f (x)dx = ... = [G(t)]t= x−a .
b
R R R
Exemplo 10.2. Exemplo (x2 −4x+5) 2 dx = ((x2 −4x+4)+1)2 dx =
x x x
((x−2)2 +1)2 dx.
Então faça-se a mudança x − 2 = t, dx = dt. Logo
R 2+t
R
(x2R−4x+5)2 dx = R (t2 +1)2 dt
x
149
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
R 1
Calcule-se (1+t2 )2 dt.
R 1
R
1+t2 −t2
(1+t2 )2 dt = 2 2 dt
R 1+t2 R(1+t t)2
= (1+t2 )2 dt − (1+t2 )2 dt
R 1 R
= 1+t 2 dt − tt(1 + t2 )−2 dt
1
R
= arctg(t) − 2 h t 2t(1 + t2 )−2 dt i
2 −1 R (1+t2 )−1
= arctg(t) − 12 t (1+t −1
)
− −1 1dt
1
= arctg(t) + 2(1+t t
2 ) − 2 arctg(t) + C
= 21 arctg(t) + 2(1+t t
2 ) + C.
R
Por sua vez, calcule-se t
(1+t2 )2 dt. Tem-se
R R
2 )2 dt = t(1 + t2 )−2 dt
t
(1+t
R
= 21 2t(1 + t2 )−2 dt
2 −1
= 12 (1+t−1
)
+D
1
= − 2(1+t 2) + D
Finalmente tem-se
R 1
R R
(x2h−4x+5)2 dx = 2 dt + (t2 +1)
x t
2 dt.
i 2 )2
(1+t h i
1 1
= 2 2 arctg(t) + 2(1+t2 )
t
− 2(1+t2 ) +E
|t=x−2 |t=x−2
1
= [arctgt + 1+tt
2 − 2(1+t2 ) ]|t=x−2 + E,
1
= arctg(x − 2) + 1+(x−2)
x−2
2 − 2(1+(x−2)2 ) + E.
α1 , · · · , αp .a1 , · · · , ar , b1 , b2 , · · · , br
1
f (x) =
(x − 1)2 (x − 3)3
então
A1 A2 B1 B2 B3
f (x) = + + + + .
(x − 1)2 x − 1 (x − 3)3 (x − 3)2 x−3
Mas a notação com indices é muito complicada, então na decomposição de uma função
racional irredutível própria à custa de funções racionais simples podemos utilizar
constantes sem indices.
A B C D E
f (x) = + + + + .
(x − 1)2 x − 1 (x − 3)3 (x − 3)2 x−3
A1 x + B1 A2 x + B2 C1 x + D1 C2 x + D2
f (x) = + + 2 + 2
(x + 1)
2 2 (x + 1)
2 (x + 4) 3 (x + 4)2
C1 x + D1
+ .
(x2 + 4)
1
Exemplo 10.6. Se f (x) = (x−1)3 (x2 +x+1)2 então
A1
f (x) = (x−1) 3 +
A2
(x−1)2 + A3
x−1 +
B1 x+C1
+ (x2 +x+1)2 +
+B 2 x+C2
x2 +x+1 .
R 1
Exemplo 10.7. Calcule-se (x−1)2 (x+2)2 dx. Tem-se
1
(x−1)2 (x+2)2 = (x−1)2 + x−1 + (x+2)2 + x+2
A B C D
2 2 2 2
= A(x+2) +B(x+2) (x−1)
(x−1)+C(x−1) +D(x−1) (x+2)
2 (x+2)2
A(x +4x+4)+B(x +4x+4)(x−1)+C(x2 −2x+1)
2 2
= (x−1)2 (x+2)2 +
D(x2 −2x+1)(x+2)
+ (x−1)2 (x+2)2 .
Donde
Demonstração. Como
p(x) p(x)
=
q(x) (x − α)ni t(x)
A1 A2 Ani
= + + ··· + +
(x − α) ni (x − α)ni −1 x−α
+ v(x) (10.1)
p(x)
= A1 + A2 (x − α) + A3 (x − α)2 + · · · + Ani (x − α)ni −1 +
t(x)
+ (x − α)ni (v(x)) (10.2)
P (x)
Considerando a notação g(x) = T (x) = f (x)(x − α)ni ,podemos dizer que Aj =
g(j−1) (α)
(j−1)! , j = 1, · · · , ni .
1
Exemplo 10.8. Desenvolva a função racional f (x) = (x−1)2 (x+1)3 em frações racio-
nais simples. Tem-se
1 A1 A2 B1 B2 B3
= + + + +
(x − 1)2 (x + 1)3 (x − 1)2 (x − 1) (x + 1)3 (x + 1)2 (x + 1)
Logo h i
1
A1 = (x+1)3
|x=1
= 18 , h i
1 1
A2 = 1! d
(
dx (x+1) 3 )
d |x=1
= dx ((x + 1)−3 ) x=1
= (−3)(x + 1)−4 |x=1
3
= − 16
Determinem-se agora os Bi s
1 1
B1 = [ (x−1) 2 ]|x=−1 = 4 ,
B2 = [ dx
d
((x − 1)−2 )]|x=−1
= (−2)((x − 1)−3 ) |x=−1
= 82
= 14
h 2 i
1
B3 = 2! d
dx 2 ((x − 1)−2
)
d |x=−1
= dx ((−2)(x − 1)−3 ) |x=−1
1
= 2! [6(x − 1)−4 ]|x=−1
1 6
= 2 16
13
= 28
3
= 16
154
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
1 1
(c2i + d = [ ]|x=2i ) ⇔ (c(2i) + d = ).
x2 + 1 −3
1 1 1 1 1
= −
(x2 + 1)(x2 + 4) 3 x2 + 1 3 x2 + 4
E portanto Z Z
1 1 1 1 1
dx = dx − dx
(x2 + 1)(x2 + 4) 3 x2 + 1 3 x2 + 4
Logo R 1 1 1 1
(x2 +1)(x2 +4) dx =R 3 arctg(x) − 3 x2 +4 dx
= 31 arctg(x) − 13 14 1
dx
( x )2 +1 2
R 1
= 31 arctg(x) − 1 2
6( ) x
2
2
+1
= 31 arctg(x) − 16 arctg x
2 + C.
Exemplo 10.10. {Exemplo 3}
R 4 −x3 +6x2 −4x+7
Obtenha I = x (x−1)(x 2 +2)2 dx. Desenvolvendo a função integranda de I em ele-
mentos simples obtemos:
x4 − x3 + 6x2 − 4x + 7 A Cx + D Ex + F
= + 2 + 2 .
(x − 1)(x + 2)
2 2 x − 1 (x + 2)2 x +2
155
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Logo
x4 − x3 + 6x2 − 4x + 7
A= = 1.0
(x2 + 2)2 |x=1
√ 4 3 2
C 2i + D = [ x −x +6x −4x+7
]|x=√2i ⇔
√ √ x−1 √
4+2 2i−6∗2−4 2i+7
C 2i + D = √
2−1 √
⇔
√ √
4+2 2i−6∗2−4 2i+7
C 2i + D = √ ⇔
√ √ 2i−1
C √2i + D = √2i − 1 ⇔
C 2i + D = 2i − 1 ⇔
C = 1 ∧ D = −1
E portanto concluimos que
x4 − x3 + 6x2 − 4x + 7 1.0 1x − 1 Ex + F
= + + 2 (10.5)
(x − 1)(x2 + 2)2 x − 1 (x2 + 2)2 x +2
E portanto F = −1 e
x4 − x3 + 6x2 − 4x + 7 1.0 1x − 1 Ex − 1
= + 2 + 2 . (10.6)
(x − 1)(x2 + 2)2 x − 1 (x + 2) 2 x +2
1 = 1 + E,
156
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
b) Tem-se
x2 Ax + B Cx + D
= 2 + 2
(x2 + 1)(x2 + 4) x +1 x +4
e 2
Ai + B = [ x2x+4 ]|x=i
m
Ai + B = −13
m
Ai + B = − 31
m
A = 0 ∧ B = − 31 .
157
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Assim 2
C2i + D = [ x2x+1 ]|x=2i
m
−4
C2i + D = −4+1
m
C2i + D = + 34
m
C = 0 ∧ D = 43
Logo R R R
x2 1 1 4 +1
(x2 +1)(x2 +4) dx = − R 3 x2 +1 dx + 3 x2 +4 dx
= − 13 arctg(x) + 41 43 1
dx
( x2 ) +1
2
R x2
= (x2 +1)(x2 +4) dx
R 1
= − 13 arctg(x) + 21 43 2
dx
( x2 )
2
+1
R x2
= (x2 +1)(x2 +4) dx
= − 13 arctg(x) + 32 arctg x
2 + C.
b) Z
x 1 (x + 2)4
dx = ln +C
(x + 1)(x + 2)(x + 3) 2 (x + 1)(x + 3)3
2x + 3 A B
= + ,
(x − 2)(x + 5) x−2 x+5
2x + 3 7
A= = =1
x + 5 |x=2 7
e que
2x + 3 −7
B= = =1
x−2 |x=−5 −7
Logo
2x + 3 1 1
= + .
(x − 2)(x + 5) x−2 x+5
Assim R R R 1
2x+3 1
(x−2)(x+5) dx = + x+5
x−2 dx dx.
R 2x+3
= (x−2)(x+5) dx = ln |x − 1| + ln |x + 5| + C.
158
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
b) Temos que
x A B C
= + + ,
(x + 1)(x + 2)(x + 3) x+1 x+2 x+3
−1 1
A = [ (x+2)(x+3)
x
]x=−1 = (+1)2 = − 2
−2
B = [ (x+1)(x+3) ]x=−2 =
x
−1 = 2
−3 3
C = [ (x+1)(x+2)
x
]x=−3 = 2 = −2
e portanto
R R
1 1
R 2 3 1
R
(x+1)(x+2)(x+3) dx = − 2 x+1 dx +
x
x+2 dx − 2 x+3 dx
= − 12 ln |x + 1| + 2 ln |x + 2| − 23 ln |x + 3| + C
= − 12 ln |x + 1| + 21 4 ln |x + 2| − 23 ln |x + 3| + C
(x+2)4
= 12 ln |(x + 2)4 | − 21 ln |(x + 1)(x + 3)3 | + C. = 12 ln (x+1)(x+3) 3 +C
b) Z
3x2 − 2x + 4
dx = ln |x − 1| + ln(x2 + 4) + C;
(x − 1)(x2 + 4)
c) Z
3x2 − 2x + 3 1 − 3x
dx = 2 + C.
(x − 1) (x + 1)
2 2 x −1
A = [ x+2
x
]|x=1 = 31 ,
B = [ x−1 ]|x=−2 = 32
x
e portanto
x
(x−1)(x+2) = 31 x−1
1
+2 1
1
R 1 2
R 1 3 x+2
= 3 x−1 dx + 3 x+2 dx
R
= (x−1)(x+2)
x
dx = 13 ln |x − 1| + 2
3 ln |x + 2| + C.
Tem-se que
3x2 − 2x + 4 A Bx + C
= + 2
(x − 1)(x + 4)
2 x−1 x +4
onde 2
A = [ 3x x−2x+4
2 +4 ]|x=1 = 55 = 1,
3x2 −2x+4
B2i + C = [ x−1 ]x=2i
m
B2i + C = −12−4i+4
2i−1
m
2Bi + C = −8−4i2i−1
m
(2Bi + C)(2i − 1) = −8 − 4i
m
−4B + 2iC − 2Bi − C = −8 − 4i
m
(−2B + 2C)i − 4B − C = −8 − 4i
m
−2B + 2C = −4
−4B − C = −8
m
2B − 2C = 4
4B + C = 8
m
C =0
B=2
Logo, concluimos que
3x2 − 2x + 4 1 2x
= + 2
(x − 1)(x + 4)
2 x−1 x +4
Z Z Z
3x2 − 2x + 4 1 2x
dx = dx + dx
(x − 1)(x2 + 4) x−1 x2+4
Z
3x2 − 2x + 4
dx = ln |x − 1| + ln |x2 + 4| + C
(x − 1)(x2 + 4)
3x2 − 2x + 3 A B C D
= + + +
(x − 1) (x + 1)
2 2 (x − 1)2 x − 1 (x + 1)2 x+1
160
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Tem-se
h i
3x2 −2x+3
A= (x+1)2 = 44 = 1
h |x=1
i h i
2 2
d 3x2 −2x+3
B= dx (x+1)2 = (6x−2)(x+1) −(3x
(x+1)4
−2x+3)2(x+1)
= 16−16
16
h 2 i |x=1 |x=1
3x −2x+3 8
C= (x−1)2 = 4 =2
h |x=−1 i h i
d 3x2 −2x+3 (6x−2)(x−1)2 −(3x2 −2x+3)2(x−1)
D= dx ( (x−1)2 ) |x=−1 = (x−1)4 |x=−1
−32+32
= 16 = 0.
3x2 −2x+3 1 0 2 0
Logo (x−1)2 (x+1)2 = (x−1)2 + x−1 + (x+1)2 + x+1
R 3x2 −2x+3
R 1
R 2
(x−1) 2 (x+1)2 dx = (x−1) 2 dx + (x+1)2 dx
R R
= (x − 1) −2
dx + 2 (x + 1)−2 dx
−1 −1
= (x−1)
−1 + 2 (x+1)
−1 +C
1 1
= − x−1 − 2 x+1 +C
= x1−3x
2 −1 + C.
b) Z
x2 1
dx = arctg(x + 1) + 2 + C;
(x + 2x + 2)
2 2 x + 2x + 2
c) Z
4x2 − 16x + 14
dx = ln |x − 1| + 2 ln |x − 2| + ln |x − 3| + C.
(x − 1)(x − 2)(x − 3)
Resolução 10.4. a)
R 1
R
1+x2 −x2
(x2 +1)2 dx = 2 2 dx
R 1+x2 R (xx2+1)
= (1+x2 )2 − (x2 +1)2 dx
R 1 1
R
= (1+x 2) − 2 x 2x(x2 + 1)−2 dx
2 −1 R 2 −1
= arctgx − 21 [ (x +1)
−1 x − (x +1)
−1 1dx]
R
= arctgx + 12 x2x+1 − 21 x21+1 dx
= arctgx + 21 x2x+1 − 21 arctg(x) + C
= 12 arctg(x) + 21 x2x+1 + C.
161
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
b)
R x2
R x2 +2x+2−2x−2
(x 2 +2x+2)2 dx = 2 +2x+2)2 dx
R 1
R (x2x+2
= x2 +2x+2 dx − (x2 +2x+2)2 dx
R 1
R
= (x+1) 2 +1 dx − (2x + 2)(x2 + 2x + 2)−2 dx
2 −1
= arctg(x + 1) − (x +2x+2) −1 +C
1
= arctg(x + 1) + x2 +2x+2 + C.
4x2 − 16x + 14 A B C
= + +
(x − 1)(x − 2)(x − 3) x−1 x−2 x−3
e que
4x2 − 16x + 14 2
A= = = 1,
(x − 2)(x − 3) |x=1 2
2
4x − 16x + 14 −2
B= = = 2,
(x − 1)(x − 3) |x=2 −1
e que
4x2 − 16x + 14 2
C= = =1
(x − 1)(x − 2) |x=3 2
e portanto
4x2 − 16x + 14 1 2 1
= + + .
(x − 1)(x − 2)(x − 3) x−1 x−2 x−3
Logo
Z Z Z Z
4x2 − 16x + 14 1 2 1
dx = dx + dx + dx.
(x − 1)(x − 2)(x − 3) x−1 x−2 x−3
b) Z
6x2 − 12 (x − 1)(x − 2)
dx = ln
+ C;
x4 − 5x2 + 4 (x + 1)(x + 2)
c) Z
3x3 + x2 − x − 1 1
4 2
dx = − + ln |x3 − x| + C.
x −x x
162
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Resolução 10.5. a)
R 5x−2
R 5 2x 2
R
(x2 +1)2 dx = h2 (x2 +1)2
dx − (x2 +1)
i2
dx
2 −1
5 (x +1) 1 1 x
= 2 −1 − 2 2 arctg(x) + 2 x2 +1
5 1
= − 2 x2 +1 − arctan(x) − x2x+1 + C
−x− 25
= −arctg(x) + 2(x2 +1) + C.
6x2 − 12 6x2 − 12 A B C D
= = + + +
x − 5x + 4
4 2 (x − 1)(x + 1)(x − 2)(x + 2) x−1 x+1 x−2 x+2
Logo
6x2 − 12 −6
A= = = 1,
(x + 1)(x − 2)(x + 2) |x=1 −6
6x2 − 12 −6
B= = = −1,
(x − 1)(x − 2)(x + 2) |x−1 6
6x2 − 12 12
C= = = 1,
(x − 1)(x + 1)(x + 2) |x=2 12
6x2 − 12 12
D= = = −1.
(x − 1)(x + 1)(x − 2) |x=−2 −12
Assim
6x2 − 12 1 −1 1 −1
= + + +
(x − 1)(x + 1)(x − 2)(x + 2) x−1 x+1 x−2 x+2
E portanto
R 6x2 −12
(x−1)(x+1)(x−2)(x+2) dx
R 1 R −1 R R −1
1
= x−1 dx + x+1 dx + + x+2
x−2 dxdx
= ln |x − 1| − ln |x + 1| + ln |x − 2| − ln |x + 2| + C
= ln | (x−1)(x−2)
(x+1)(x+2) | + C.
163
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
C
x−1 + D
x+1 Logo
3x3 + x2 − x − 1 −1
A= = =1
(x − 1)(x + 1) |x=0 −1
(9x2 + 2x − 1)(x2 − 1) − (3x3 + x2 − x − 1)2x 1
B= = =1
(x − 1)
2 2
|x=0 1
3
3x + x2 − x − 1 2
C= = =1
x2 (x + 1) |x=1 2
3
3x + x2 − x − 1 −2
D= )= =1
x (x − 1)
2
|x=−1 −2
E portanto
R 3x3 +x2 −x−1
R R R R
x4 −x2 dx = x12 dx + x1 dx + x−1 1
dx + 1
x+1 dx
1
= − x + ln |x| + ln |x − 1| + |x + 1| + C.
b) Z
ex x2 dx = ex x2 − 2exx + 2ex + C,
c) Z √
arcsen x √ √ √
√ dx = 2 xarcsen x + 2 1 − x + C.
x
Resolução 10.6. a)
R 1
2 R 2 −1
xarctg x dx = x2 arctg x1 − x2 1+x21 dx
1 R x2 x2
x2 1
= 2 arctg x + 2 R x2 +1 dx
x2 1 1 x2 +1−1
= 2 arctg x + 2 R x2 +1 dx
x2 1 1
R 1
= 2 arctg x + 2 1dx − 21 1+x 2 dx
x2 1 1 1
= 2 arctg x + 2 x − 2 arctg(x) + C.
164
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
b) R R
ex x2 dx = ex x2 − ex 2xdx
R
= ex x2 − 2 ex xdx
R
= ex x2 − 2[ex x − ex 1dx]
= ex x2 − 2ex x + 2ex + C.
Exercício 10.7. Mostre que as igualdades abaixo sáo verificadas, recorra à mudança
indicada só se for necessário.
a) Z
√ 9 p 3p
x 3 1 + xdx = − 3
(1 + x)7 + 3 (1 + x)4 + C, 1 + x = t3 ;
28 4
b) Z
x3 x2 1
x2 arctgxdx = arctg(x) − + ln (x2 + 1) + C;
3 6 6
c) Z
1 √
3 1 dx = 2arctg x + 1 + C, 1 + x = t2 .
(1 + x) + (1 + x) 2
2
Resolução 10.7. a)
R √ R 1
x 3 1 + xdx = x(1 + x) 3 dx
1 +1 R 4
= x (1+x) − 1 (1+x)
3 3
1
+1 4 dx
3 3
4 R 4
= x (1+x) − (1+x)
3 3
4 4 dx
3 3
4 4
+1
= x (1+x) 3 (1+x) 3
3
4 − 4 4
+1
+C
3 3
4 7
(1+x) 3 3 (1+x) 3
=x 4 − 4 7 +C
3 3
3 4 9 7
= 4 x(1
p + x) − 28
3 (1 p
+ x) 3 + C
3 3 9 3
= 4x (1 + x)4 − 28 (1 + x)7 + C.
165
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
b)
R 3 R 3 1
x2 arctg(x)dx = x3 arctgx − x3 1+x 2 dx + C.
x3 arctg(x) 1
R x3
= 3 − 3 1+x2 dx
x3 arctg(x) R
= 3 − 31 (x − x2x+1 )dx
3 R R
= x arctg(x)
3 − 31 xdx + 13 x2x+1 dx)dx
3 2 R
= x arctg(x)
3 − 31 x2 + 61 x22x
+1 dx)dx
x3 arctg(x) x2 1
= 3 − 6 + 6 ln(1 + x2 ) + C.
b)
Z 1
dx
= arctg3 − arctg2.
0 x2 + 4x + 5
Resolução 10.8. a) Fazendo x = t2 vem dx = 2tdt e t = 3 e t = 0
R9 1√
R3 R3
dx = 0 2tdt dt =2 t+1−1
1+t dt
0 1+ x
R3 R 3 1+t
1
0
= 2( 0 1dt − 0 1+t dt)
= 2[t]30 − 2(ln(1 + t))|30
= 6 − 2 ln 4.
b)
R1 R1 1
dx
0 x2 +4x+5
= 0 (x+2) 2 +1 dx = (arctg(x + 2))|0
1
= arctg(3) − arctg(2).
b) Seja f uma função contínua em [−a, a]. Mostre que se f é uma função par então
Ra Ra Ra
−a f (x)dx = 2 0 f (x)dx e que se f é ímpar então −a f (x)dx = 0.
166
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
b)
Ra Ra R0
−a
f (x)dx = 0 f (x)dx + −a f (x)dx
Ra R0
= 0 f (x)dx + a f (−u)(−du)
Ra Ra
= 0 f (x)dx − 0 f (u)(−du)du
Ra Ra
= 0 f (x)dx + 0 f (u)du
Ra Ra
= 0 f (x)dx + 0 f (x)dx
Ra
= 2 0 f (x)dx
Não tem solução, pois pretende-se que o leitor resolva o problema ou consulte um bom
livro de Ánálise.
D = {(x, y) ∈ R2 : −3 ≤ x ≤ 3, 0 ≤ y ≤ (x + 1)ex+1 }.
x2 y2
b) Calcule a área da região do espaço D = {(x, y) ∈ R2 : a2 + b2 = 1}. Solução
area(D) = πab.
c) Calcule a área da região D = {(x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 ≤ 4 ∧ x2 + y 2 ≤ 4x}.
167
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
11 Exercícios de Revisão
1
y= x e y = x2 supondo x > 0. Assim, tem-se
1
= x2
x
y = x2
x>0
m
1=x
3
y = x2
x>0
m
x=1
y=1
x>0
m
x=1
y=1
Então
R √1 R1
area(D) = 0 2 (2x − x2 )dx + √1 ( x1 − x2 )dx
2
R √1 R √1 R1 R1
= 0 2 2xdx − 0 2 x2 dx + √1 x1 dx − √1 x2 dx
2 2
1
√ 1
√
3 3
= (x2 )|0 2 − ( x3 )|0 2 + (ln x)|1√1 − ( x3 )|1√1
2 2
1
= 12 − 0 − [ 6√ 2
− 0] + [ln(1) − ln √1 ] − [ 1 −
2 3
1
√
6 2
]
√
= 12 − 31 +√ln( 2)
= 61 + ln( 2).
b)
R5
area(D) = 1 (x2 − x1 )dx
3
= ( x3 )|51 − (ln x)|51
= 125 1
3 − 3 − ln(5) + ln(1)
= 3 − 31 − ln(5)
125
= 124
3 − ln(5).
Resolução 11.5. Neste exercício pretende-se que o leitor faça o exercício e depois
verifique o resultado utilizando as propriedades do integral indefinido.
c) Estude o sinal de f.
d) Calcule a primeira derivada de f e estude a monotonia de f.
e) Calcule o(s) ponto(s) de minímo e o(s) ponto(s) de máximo local de f se existi-
rem.
f) Calcule a segunda derivada de f e estude a concavidade de f.
g) Faça um esboço do gráfico de f.
√ √
Resolução 11.7. a)√Fazendo x = t2 e portanto t = x, logo (x = 2) → (t = 2)
1
e (x = 1) → (t = 1) e como dt = 2√ x
dx então concluimos que :
R √
x R √2 √
e√x
21 e√x dx = 2 1 2 x
dx
R √2
= 2 1 √et dt
= 2(et√)|1 2
= 2(e√ 2 − e1 )
= 2e 2 − 2e
+ 58 (1+x) (1+x) 2
2
7 x|10 − 0 7 1dx
2 2
5
5
= 3 − 45 2 2 +
22
7 R1 7
+ 58 72 2 2 − 72 0 (1 + x) 2 dx
5
5
= 232 − 45 2 2 +
6 27 16 1
R 7
+ 35 2 − 35 0 (1 + x) dx
2
5
22 4 52
= 3 − 52 +
9
6 27 16 (1+x) 2 1
+ 35 2 − 35 9 |0
2
5
5
= 232 − 45 2 2 +
6 27 32 9
+ 35 2 − 35∗9 (1 + x) 2 |10
5
5
= 232 − 45 2 2 +
6 27 32 9
+ 35 2 − 315 (2 2 − 1)
√
c) Fazendo a mudança √x = t6 então obtemos dx = 6t5 dt para x = 9 vem t = 6
9e
para x = 3 vem t = 6 3
R9 √
1+ x
√
6 5 √ dx
4 x (1+ 3 x)
R√ 6
9 1+t3
= √6
3√ t5 (1+t2 ) 6t dt
5
R 3 1+t3
= 6 √ 6
3 (1+t2 )
dt
R √3 −t+1
= 6 6 3 t + t2 +1
√
2 √
3
R √3 t R √3 1
= 6 t2 | √ 6
3
− √6
3 t2 +1 dt +
√
6
3 t2 +1 dt
√ 3 R √3 2t √
3
= 6 3−2 3 − 21 √ 6 2
3 t +1 dt + arctg(t)| √6
3
√ √
3
√ √
= 9 − 3 3 −3 ln(1 + t2 )| √ 6
3
+ 6arctg( 3) − arctan( 6 3).
174
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
d)
R 2 arctgx
1 R 1+x2
dx
2 1
= 1 arctg(x) 1+x 2 dx
2
= ( arctg2 (x) )|21
2 2
= arctg (2)−arctg
2
(1)
.
175
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
12 Técnicas de Integração
Agora vamos introduzir a noção de função racional nas incógnitas x1 , x2 , · · · , xn .
x2 +y 2 +1
Exemplo 12.1. Por exemplo f (x, y) = x2 −y 2 +1 é uma função racional em x e
2 2
+z 2
y. A função f (x, y, z) = x x+y 2 +z 2 é uma função racional em x, y e z. A função
x2
f (x1 , x2 , · · · , xn ) = x1 +x2 +x3 +···+xn +x2 é uma função racional em x1 , x2 , · · · , xn−1 e
1
em xn .
√
12.1 Integrais de Euler, do Tipo f (x, ax2 + bx + c)dx
R
R √
Para desenvolver os integrais da forma f (x, ax2 + bx + c)dx onde f é uma função
racional em duas variáveis vamos ter de estabelecer mudanças de variáveis que permi-
tam estabelecer uma relação entre a antiga variável e a nova variável que√seja da forma
x = g(t) sendo g uma função racional em t e de tal modo que a raiz ax2 + bx + c
seja transformada
√ numa função racional em t. Tal consegue-se se considerarmos a
√
igualdade ax2 + bx + c = ax + t, no caso em que a > 0, após quadrarmos ambos
os membros desta igualdade e após simplificarmos √ a equação obtida o termo em x2
√
anula-se, ou então se considerarmos a igualdade ax + bx + c = xt + c, no caso
2
em que c > 0, e depois após quadrarmos ambos os menbros desta igualdade e após
simplificarmos a equação obtida desapareçe o termo em c. E depois após resolver essa
nova equação obtida em ordem a x obtemos a mudança de variável que desejamos.
√
Ou então, quando b2 − 4ac > 0 fazendo ax2 + bx + c = t(x − α), onde α é uma
das raízes da equação ax2 + bx + c = 0, e portanto após elevar ambos os membros
desta igualdade ao quadrado, e após a simplificação da mesma e resolvendo a equação
obtida em ordem a x obtemos uma equação que nos dá ao fim ao cabo a mudança a
fazer. Assim, após estes breves comentários, vamos considerar o método para resolver
177
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
R √
os integrais do tipo f (x, ax2 + bx + c)dx onde f é uma função racional em duas
variáveis. Para tal considerem-se os 3 casos que passamos a descrever:
√ √
a) Primeiro caso. Se a > 0 então fazemos ax2 + bx + c = t ± ax.
i) Vamos optar por analisar o caso em que escolhemos
√ o sinal mais e portanto
√
analisemos
√ a mudança definida pela igualdade ax2 + bx + c = t + ax,
√
logo t = √ax + bx + c − ax. Mas então elevando ambos os membros da
2
√
igualdade ax2 + bx + c = t + ax ao quadrado obtemos
√
ax2 + bx + c = t2 + 2tx a + ax2 .
Logo
√
bx + c = t2 + 2tx a. (12.1)
E portanto
√
x(b − 2t a) = t2 − c.
Assim, tem-se
t2 − c
x= √ . (12.2)
b − 2 at
Logo √ √ t2 −c
ax2 + bx + c = t + a b−2√
at
√ √ √
bt−2 at2 +√ at2 − ac
=
√ b−2
2 √
at
bt− at√ − ac
=
√b−2 at √
− at2 +bt− ac
= √
b−2 at
.
Assim
R √ R
t2 −c
√ 2 √ √
ac −2 at2 +2tb−2
√
f (x, ax2 + bx + c)dx = f √ , − at +bt−
√ √ 2
ac
dt
b−2 at b−2 at (b−2 at)
= (G(t))|t=√ax2 +bx+c−√ax ,
178
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Assim
√
ax2 + bx = x2 t2 + 2xt c (12.4)
e portanto
√
ax − xt2 = 2t c − b. (12.5)
1O
√ √
objectivo é que após elevar a igualdade ao quadrado na igualdade ax2 + bx + c = xt ± c
desapareça o termo em c.
179
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
c) b2 − 4ac > 0.
Neste caso sendo x1 e x2 as raízes do polinómio
√ √ ax + bx + c =
2
0 fazemos
√
ax + bx + c = t(x − x1 ) ou se a > 0 fazemos ax + bx + c = at(x − x1 ).
2 2
Logo
a(x − x1 )(x − x2 ) = at2 (x − x1 )2 .
Assim
x − x2 = t2 (x − x1 ).
Logo
x − t2 x = x2 − t2 x1 .
Assim
x(1 − t2 ) = x2 − t2 x1 .
Logo
x2 − t2 x1
x=
1 − t2
e portanto
2t(x2 − x1 )
dx = dt.
(1 − t2 )2
180
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Donde
R √ R −t2 x1 √ (x2 −x1 ) 2t(x2 −x1 )
f (x, ax2 + bx + c)dx = f x21−t2 , at 1−t2 (1−t2 )2 dt
= (G(t)) √
ax2 +bx+c
|t= √
a(x−x1 )
p
1 + x + x2 = xt + 1 (12.6)
1 + x + x2 = x2 t2 + 2xt + 1
x + x2 = x2 t2 + 2xt
1 + x = xt2 + 2t
x − xt2 = 2t − 1
x(1 − t2 ) = 2t − 1
2t − 1
x = . (12.7)
1 − t2
Assim, tem-se
2(1−t2 )−(2t−1)(−2t)
dx = (1−t2 )2 dt
2−2t2 +4t2 −2t
= (1−t2 )2 dt
e portanto
2t2 − 2t + 2
dx = dt.
(1 − t2 )2
181
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Agora vamos exprimir a raiz como função de t, utilizando (12.6) em (12.7) obtemos
√
1 + x + x2 = xt + 1
2t−1
= 1−t 2t + 1
2t2 −t+1−t2
= 1−t2
2
−t+1
= t 1−t 2 .
ou seja
p t2 − t + 1
1 + x + x2 =
1 − t2
donde R R
√ 1 1 2t2 −2t+2
x 1+x+x2
dx = 2t−1 t2 −t+1 (1−t2 )2 dt
R 2 1−t2 1−t2
= 2t−1 dt
= (ln |2t − 1|) √1+x+x2 −1 + C
√ t= x
1+x+x2 −1
= ln 2 1 +C
x −
√
2 1+x+x2 −2−x
= ln x + C.
R √
−x2 +2x+3
Exemplo 12.3. Desenvolva x2 dx
Como
−x2 + 2x + 3 = 0 ⇔ (−1)(x − 3)(x + 1) = 0
então fazemos a mudança de varıável
p
(−1)(x − 3)(x + 1) = t(x − 3) (12.8)
3t2 − 1
x = (12.9)
1 + t2
182
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
√ 2
−x2 + 2x + 3 = t 3t1+t−1 2 − 3
h 2 i
3+3t2
= t 3t1+t−1
2 − 1+t2
h 2 2
i h i
= t 3t −1−3−3t
1+t2 = t −4
1+t2
4t
= − 1+t 2.
Logo √
R −x2 +2x+3
R (1+t2 )2 4t 8t
x2 dx = − (3t 2 −1)2 1+t2 (1+t2 )2 dt
R 32t2
= − (3t2 −1) 2 (t2 +1) dt
= ··· .
Optamos por deixar assim, devido o desenvolvimento conduzir a um grande volume de
cálculo. Agora, aqui achamos melhor que o leitor vá pesquisar no google um link para
cálculo de integrais, por exemplo indo navegar na net utilizando a chave bfintegrator
calculator Symbolad.
R
Exemplo 12.4. Obtenha o integral √ dx
1+ 1+x+x2
.
Aqui temos a = 1 > 0, logo podemos fazer
p
x2 + 2x + 2 = x − t. (12.10)
x2 + 2x + 2 = x2 − 2xt + t2 (12.11)
2x + 2 = t2 − 2xt. (12.12)
E portanto
2x + 2xt = t2 − 2.
Assim
x(2 + 2t) = t2 − 2.
E portanto
t2 − 2
x =
2 + 2t
183
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Donde
2t(2+2t)−(t2 −2)2
dx = (2+2t)2 dt
t2 +2t+2
= 2(1+t)2 dt
√
x2 + 2x + 2 = x − t
t2 −2
= 2+2t −t
2 2
= t −2−2t−2t
2+2t
2
= −t 2+2t
−2t−2
.
E portanto √ −t2 −2t−2
1 + x2 + 2x + 2 = 1 + 2+2t
2
= 2+2t−t2+2t
−2t−2
2
−t
= 2+2t
t2
= − 2+2t .
Logo R
√ dx
1+ 1+x+x2
2 +2t+2
R t2(1+t)2 dt
= −t2
2+2t
R (t2 +2t+2)(1+t)
=− t2 (1+t)2 dt
R t2 +2t+2
=− t2 (1+t) dt
R t2 +2(t+1)
=− dt
R t2 (1+t)
2 1
=− t2 + t+1 dt
R R 1
=− 2t−2 dt − t+1 dt
−1
= −2 t−1 − ln |1 + t| + C
= 2t − ln |1 + t| + C √
= x−√x22+2x+2 − ln |1 + x − x2 + 2x + 2| + C.
R
Exemplo 12.5. Calcule o seguinte integral √ 1 dx.
x2 −1
p
x2 − 1 = t(x − 1) (12.13)
x2 − 1 = t2 (x − 1)2 (12.14)
Logo, vem
x + 1 = t2 (x − 1) (12.16)
184
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
x − t2 x = −t2 − 1. (12.17)
−t2 − 1
x = . (12.18)
1 − t2
1 + t2
x = . (12.19)
t2 − 1
Logo
2t(t2 −1)−(1+t2 )2t
dx = (t2 −1)2 dt
2t3 −2t−2t−2t3
= (t2 −1)2 dt
−4t
= (t2 −1)2 dt.
Logo
−4t
R R (t2 −1)2
√ 1 dx = 2t dt
2
R x −1
2
t2 −1
= 1−t2 dt.
Determinemos as constantes A e B tais que
2 A B
= + .
1−t 2 1−t 1+t
Logo. pelos apontamentos de polinómios obtemos
2
A = [ 1+t ]|t=1
=1
2
B = [ 1−t ]|t=−1
=1
e portanto
2 1 1
= +
1−t 2 1−t 1+t
185
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Assim, tem-se Z Z Z
2 −1 1
dt = − dt + dt,
1 − t2 1−t 1+t
ou seja Z
2
dt = − ln |1 − t| + ln |1 + t| + C.
1 − t2
E portanto Z
2 1 + t
dt = ln 1 − t p x+1 + C.
1 − t2 |t=
x−1
Assim, temos q
Z 1 + x+1
2 x−1
dt = ln q + C.
1 − t2 1 − x+1
x−1
186
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
bxn = tα − a
α
xn = t b−a
α 1
x = t b−a n .
Logo
1
1 tα −a n −1 αtα−1
dx = n b b dt
α tα −a
1−n
= bn b
n
t α−1
dt.
Assim, vem
R R tα −a
m tα −a
1−n
xm (a + bxn )p dx = b
n α
tpα bn b
n
tα−1 dt
R tα −a m+1−n
= α
bn b
n
t pα+α−1
dt
R tα −a
m+1 tα −a −1 pα+α−1
= α
bn b
n
b t dt
R m+1
tα −a
= α
bn b
n b
tα −a t
pα+α−1
dt
R m+1 pα+α−1
tα −a
= αb
bn b
n t
t −a α dt
R α m+1 pα+α−1
−a
= α
n
t
b
n t
tα −a dt.
Donde Z
α
xm (a + bxn )p dx = (G(t))|t= √
α
a+bxn ,
n
com G uma primitiva da função racional g tal que
m+1
tα − a n
tpα+α−1
g(t) = .
b tα − a
Z
= xm+np (b + ax−n )p dx
m+np+1
Agora nota-se que −n = − m+1
n −p = −
m+1
n + p ∈ Z e portanto estamos
no segundo caso.
188
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
R 1 R 1
x3 (1 + x2 ) 2 dx = x2 (1 + x2 ) 2 xdx
R 2
= (t − 1)ttdt
R
= (t2 − 1)t2 dt
R 4
= (t − t2)dt
5 3
= t5 − t3 √ +C
√ |t=√1+x2
2
(1+x ) 5 (1+x )3
2
= 5 − 3 + C.
R 1
Exemplo 13.4. Calcule o seguinte integral x2 (1 + x2 ) 2 dx.
Logo m = 2, n = 2, p = 21 e m+1 3 1
n + p = 2 + 2 = 2 ∈ Z. Logo estamos no terceiro caso.
R 1
Então devemos transformar a função integranda de x2 (1 + x2 ) 2 dx de modo que se
caia no segundo caso. Assim, tem-se
R 1
x2 (1 + x2 ) 2 dx
R 1
= x2 x2 (x−2 + 1) 2 dx
R 1
= x2 x x−2 + 1 2 dx
R 1
= x3 x−2 + 1 2 dx.
189
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
2 Notem 1
que x2 = t2 −1
190
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
R 1 1 1
Calculemos agora o integral (t2 −1)2 dt Como (t2 −1)2 = (t−1)2 (t+1)2 então tem-se3
1 A B C D
= + + +
(t − 1)2 (t + 1)2 (t − 1)2 t − 1 (t + 1)2 t+1
3 Notem 1
que podiamos ter resolvido a decomposição da fração racional (t2 −1)2
à custa de frações
simples de outro modo, como vou explicar de seguida. EÃľ muito importante que todos os
alunos percebam que quando nos esquecemos de um método para resolver um problema tem-
se sempre uma outra maneira de resolver. Mas temos sempre de pensar em sermos rápidos
para podermos resolver outros problemas. Assim, para descobrir as constantes A, B, C e D por
exemplo, podemos reduzir ao mesmo denominador na equação (13.1) todas as frações envolvidas,
mas deixando sempre todos os productos factorizados.
1 A B C D
= + + + (13.1)
(t − 1)2 (t + 1)2 (t − 1)2 t−1 (t + 1)2 t+1
Assim, tem-se
1 = A(t + 1)2 + B(t − 1)(t + 1)2 + C(t − 1)2 + D(t − 1)2 (t + 1) (13.2)
Agora reparem, que fazendo t = 1 em (13.2) obtemos 1 = A(1 + e portanto 1 = 4A, ou 1)2
seja A = 14 . Por sua vez, fazendo t = −1 em (13.2) vem 1 = C(−2)2 e portanto C = 14 . Assim,
analisemos a igualdade (refoutramaneira2)
1 1
1 = (t + 1)2 + B(t − 1)(t + 1)2 + (t − 1)2 + D(t − 1)2 (t + 1) (13.3)
4 4
Derivando sos membros de (13.3) obtemos (13.4)
1 1
0 = (t + 1) + B(t + 1)2 + 2B(t − 1)(t + 1) + (t − 1) + 2D(t − 1)(t + 1) + D(t − 1)(13.4)
2
2 2
Agora substituindo t = 1 em (13.4) vem
0 = 1 + 4B
Logo B = − 14 . Agora substittuindo t = −1 em (13.4) vem
0 = −1 + 4D
1
Logo D = 4
. E portanto
R 1
R 1 1
R 1 1
2 (t+1)2 dt = 4 (t−1)2
dt − 4 t−1
dt+
R(t−1)
1 1
R 1 1 .
+ 4 (t+1)2
dt + 4 t+1
dt + C
Notem em todo o cálculo eu deixei tudo factorizado, para ser fácil determinar as constantes.
Notem que a maneira mais lenta para determinar as constantes envolvidas (13.1) é rduzir as
frações todas ao mesmo denominador, depois reescrever ambos os membros desta equação obtida,
como polinómios de quando muito grau 3, e depois igualar ambos os coeficentes dos polinómios da
equação obtida em ambos os membros,e em seguida resolver um sistema com quatro incógnitas.
191
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Logo, R R 1 1 R 1 1
1
2 (t+1)2 dt = 4 (t−1)2 dt − 4 t−1 dt+
R(t−1) R
+ 41 (t+1) 1
2 dt + 1 1
4 t+1 dt
= − 41 t−1 1
− 41 ln |1 − t| − 14 t+1
1
+ 14 ln |1 + t| + C
= − 21 t2 −1
t
+ 41 ln t+1t−1 + C.
R 2 1
x (1 + x2 ) 2 dx = + 41 (t2 −1) t 1 t
2 + 8 t2 −1
√
2 −
|t= 1+x
|x|
h i
1
− 16 ln t−1t+1 √
1+x2
+ C.
|t= |x|
192
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Donde
R p1 pq1 pr R dtα −b α α−1
ax+b q1 ax+b qr
f (x, cx+d )dx = f ( a−ct , · · · , tαr ) (dαa−bcα)t
1
, ax+b
cx+d , · · · , cx+d α,t
1
(a−ctα )2 dt
R
= g(t)dt
1
ax+b α
= G( cx+d )+C
α α−1
dt −b α1
onde G é uma primitiva da função racional g em t tal que g(t) = f ( a−ctα,t , · · · , tαr ) (dαa−bcα)t
(a−ctα )2 .
c ou d podem ser nulos, mas não podem ser ambos nulos, e note-se que b, c e d podem
assumir os valor a = 1, b = 0, c = 0, d = 1. E por facilidade de exposição vamos
apresentar exemplos em que as constantes verificam estas condições.
R √
x+1
Exemplo 14.1. Calcule 1+
√3
x+1
dx.
√
Então considere-se a relação x + 1 = t (t = 6 6
x + 1). E portanto dx = 6t5 dt. Logo
R √ R
x+1 t3
√
1+R3 x+1
dx = 1+t2 6t dt
5
t8
= 6 1+t2 dt
R 6 1
=6 t − t + t2 − 1 +
4
+C 1+t2
7 5 3
= 6 t7 − t5 + t3 − t + arctg(t) √ +C
√ √ √ |t= 6 x+1
6
6 (x+1)7 6
6 (x+1)5 6
6 (x+1)3 √ √
= √7 − √5 + 3 − 6 6 x + 1 + 6arctg( 6 x + 1) + C
6 6 (x+1)7 6 6 (x+1)5 p √ √
= 7 − 5 + 2 6 (x + 1)3 − 6 6 x + 1 + 6arctg( 6 x + 1) + C.
R 1√
Exemplo 14.2. Calcule √ 3 dx.
x+ x2
Note-se que Z Z
1 1
√ √
1 dx =
2 dx
x2 + x3
x + x2
3
√
e portanto, então devemos fazer a mudança x = t6 (t = 6 x) e portanto dx = 6t5 dt.
194
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Logo: R R
1√ 1
√ 3 2 dx = 1 2 dx
R x+ 1 x 5 x 2 +x 3
= t3 +t4 6t dt
R 5
= t36t
+t 4 dt
R t2
=6∗
t+1
R
1
=6 t−1+ t+1 √
6
t= x
2
=6 2
t
− t + ln(1 + t) + C
√
6 √ √
2
= 6 2x − 6 x + ln(1 + 6 x) +C
√ √ √
= 3 x2 − 6 6 x + 6 ln(1 + 6 x)
+D
6
√ √ √
= 3 x − 6 x + 6 ln(1 + x) + D.
3 6 6
R x
Exemplo 14.3. Calcule √1+x dx.
√
Fazendo x + 1 = t então t = 1 + x, x = t2 − 1 , dx = 2tdt e
2
R R 2
−1
√ x dx = t√
2tdt
1+x
R 3 t2
= 2 t t−t dt
R 2 R
= 2 t dt − 2 1dt
3
= (2√t3 − 2t)t=√1+x + C
(1+x)3 √
=2 3 − 2 1 + x + C.
R
Observação 14.2. Para calcular o integral √ x dx
1+x
vamos agora utilizar o método
de integração por partes.
R R 1
√ x dx
1+x
= x(1 + x)− 2 dx
1 R 1
(1+x) 2 (1+x) 2
= 1 x− 1 ∗ 1dx
2 2
1 R
(1+x) 2 1
= 1 x − 2 (1 + x) 2 dx
2
√ 3
= 2x 1 + x − 2 (1+x)
2
3 +C
√ p2
4 2
= 2x 1 + x − 3 (1 + x)3 + C
√ √
= 2x 1 + x − 34 (x + 1) 1 + x + C
√
= 6x−4x−4
3√ x+1+C
2x−4
= 3 x + 1 + C.
195
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
15 Integrais do tipo
f (sen(x), cos(x))dx
R
Vamos agora explicar os métodos que devem ser utilizados para desenvolver os in-
R
tegrais f (sen(x), cos(x))dx onde f é uma função racional em duas variáveis. Para
os integrais deste tipo existe um método eficiente que permite transformar a função
integranda dos integrais deste tipo numa função racional de uma variável, só que o
método que vamos descrever tem um defeito que é pode conduzir-nos muitas vezes
a muito cálculo. Neste método vamos considerar a mudança t = tg x2 . Mas para
utilizar esta mudança de variável temos de exprimir o seno e coseno como funções de
tg x2 . Assim, considerem-se os seguintes cálculos1
senx = sen2 x2
= 2sen( x2 ) cos( x2 )
sen( x )
= 2 cos x2 cos2 ( x2 )
( 2 )
= 2tg x2 1+tg12 x
(2)
= 2 1+t
t
2
cos(x) = cos(2 x2 )
= cos2 x2 − sen2 x2
= cos2 ( x2 1 − tg 2 x2
= 1+tg12 x 1 − tg 2 x2
(2)
2
= 1−t
1+t2 .
2
Como t = tg x
2 então arctg(t) = 2 ou
x
seja x = 2arctg(t), e portanto dx = 1+t2 dt.
Assim R R 2
2t 1−t 2
f (sin(x), cos(x))dx = f ( 1+t 2 , 1+t2 ) 1+t2 dt
R
= g(t)dt
= G(tg x2 ) + C
2
2t 1−t 2
onde G é uma primitiva da função racional g tal que g(t) = f ( 1+t 2 , 1+t2 ) 1+t2
Exemplo 15.1. Faça a mudança t = tg x2 para desenvolver o integral
Z
dx
.
sen(x)(2 + cos(x) − 4sen(x))
1 Temos de saber as fórmulas de trigonometra sen(2u) = 2sen(u) cos(u) e cos(2u) = cos2 (u) −
sen2 (u) e 1 + tg 2 (x) = cos21(x) .
197
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Se t = tg x
2 então :
1−t2
sen(x) = 2 1+tt
2 , cos(x) = 1+t2
2
dx = 1+t2 dt.
Logo R dx
sen(x)(2+cos(x)−2sen(x)) =
2
R 1+t2
dt
= t 1−t 2
2t
2 1+t 2 2+ 1+t2 −2 1+t2
R (1+t2 )dt
= t(t2 −4t+3)
R 1+t2
= t(t−3)(t−1) dt.
1+t2
Determinem-se as constantes A, B e C tais que t(t−3)(t−1) dt = A
t + B
t−3 + C
t−1 .
Assim 2
1+t 1
A = ( (t−3)(t−1) )|t=0 = 3
1+t2 10 5
B= ( t(t−1) )|t=3 = 3∗2 = 3
1+t2 2
C= ( t(t−3) )|t=1 = −2 = −1.
Logo Z Z Z Z
1 + t2 11 5 1 1
dt = dt + dt − dt
t(t − 3)(t − 1) 3t 3t−3 t−1
Assim,
Z
1 + t2 1 5
dt = ( ln |t| + ln |t − 3| − ln |t − 1|)|t=tg( x ) + C.
t(t − 3)(t − 1) 3 3 2
R
Mas quando pretendemos calcular f (sin2 (x), cos2 (x))dx onde f é uma função raci-
onal de duas variáveis então devemos fazer a mudança de variáveis t = tg(x). Por sua
vez, devemos notar que
1 1
sen2 (x) = 1 − cos2 (x) = 1 − 1 =1− sec2 (x)
cos2 (x)
1
=1− 1+tg2 (x)
2
tg (x) t2
= 1+tg2 (x) = 1+t2
1 1 1 1
cos (x) =
2
1 = sec2 x = 1+tg2 (x) = 1+t2 .
cos2 (x)
198
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
1
Como t = tg(x) então x = arctg(t) ou seja dx = 1+t2 dt Logo
R R 2
1 1
f (sen2 (x), cos2 (x))dx = f ( 1+t
t
2 , 1+t2 ) 1+t2 dt
R
= g(t)dt
= G(tg(x)) + C.
t2 1 1
g(t) = f ( , ) .
1 + t 1 + t 1 + t2
2 2
Vamos agora resolver um integral em que na função integranda o seno e coseno apare-
cem ambos elevados a expoentes pares ou pode ser reescrita de modo que tal aconteça.
Apresentamos já de seguida um exemplo.
Então como 2
1
sen2 (x) = 1+t
t
2 , cos (x) =
2
1+t2 ,
1
dx = 1+t2 dt
vem 2
t
R 1+sen2 x
R 1+ 1+t 1
=
2
1+cos2 (x) dx 1
1+ 1+t2
1+t2 dt
R 1+2t2
= (2+t2 )(1+t2 ) dt.
1+2t2
Vamos agora decompor a fração racional em t, (2+t2 )(1+t2 ) em frações racionais sim-
ples ou elementos simples. Assim, vem
1 + 2t2 At + B Ct + D
= + .
(2 + t )(1 + t )
2 2 2+t 2 1 + t2
h i
1+2t2
Logo Ci + D = 2+t2 . Logo
|t=i
1 + 2i2
Ci + D = [ ]|t=i
2 + i2
1−2
Ci + D =
2−1
−1
Ci + D = .
1
E portanto
Ci + D = −1
199
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
(C = 0) ∧ (D = −1).
Assim, vem
1 + 2t2 At + B 1
= − .
(2 + t )(1 + t )
2 2 2+t 2 1 + t2
Agora determinem-se as outras constantes A e B.
√ 1 + 2t2
A 2i + B =
1 + t2 t=√2i
Logo
√ 1 + 22i2
A 2i + B = ,
1 + 2i2
ou seja
√ 1−4
A 2i + B = ,
1−2
√ −3
⇔ A 2i + B =
−1
√
⇔ A 2i + B = 3.
E portanto
(A = 0) ∧ (B = 3),
Assim
1 + 2t2 3 1
= − ,
(2 + t2 )(1 + t2 ) 2 + t2 1 + t2
e portanto Z Z Z
1 + 2t2 3 1
dt = dt − dt.
(2 + t2 )(1 + t2 ) 2 + t2 1 + t2
Logo Z Z
1 + 2t2 3 1
dt = 2 dt − arctg(t) + C.
(2 + t )(1 + t )
2 2 2 1 + t2
Assim, vem
Z Z
1 + 2t2 3 1
dt = 2 dt − arctg(t) + C.
(2 + t2 )(1 + t2 ) 2
1+ √t
2
Mas então
Z Z √1
1 + 2t2 3 2
dt = √ 2 dt − arctg(t) + C,
(2 + t2 )(1 + t2 )
2 1+ √t
2
200
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Ou seja
Z
1 + 2t2 3 t
dt = √ arctg √ − (arctg(t))|t=tg(x) + C.
(2 + t )(1 + t )
2 2
2 2
E portanto
Z
1 + sen2 x 3 tg(x)
dx = √ arctg √ − arctg(tg(x)) + C.
1 + cos (x)
2
2 2
− cos3 x
f (sen(x), − cos(x)) = 1+cos2 x
cos3 x
= − 1+cos 2x
= −f (sen(x), cos(x))
201
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
202
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
R √
Os integrais da forma f (x, ax2 + bx + c)dx onde f é uma função racional em
duas variáveis podem ser desenvolvidos utilizando outro método que não o descrito
R
anteriormente, podem ser transformados em integrais√ do tipo f (sen(x), cos(x))dx
baseando-nos na ideia que devemos converter a raiz ax + bx + c numa função tri-
2
R p
nos integrais da forma f (u, ±p2 u2 ± q 2 )du atravéz da mudança u = x + 2a b
e
R
depois transformamos estes em integrais g(sen(t), cos(t))dt. Segue-se a apresentação
de alguns para elucidar melhor as nossas ideias.
b) Z p
1 + x2 dx
c) Z
1
√ dx
25x2 − 9
R R
√ 1 dx = √9 sec12 t−9 53 sec (t)tg(t)dt
R 25x2 −9
= 3√sec12 t−1 53 sec (t)tg(t)dt
R
= √1 3
sec (t)tg(t)dt
3 tg2 (t) 5
R
= 15 tg(t) 1
sec (t)tg(t)dt
1
R
= 5 sec (t)dt
= ( 15 ln | sec (t) + tg(t))|t=arcsec( 5 x) + C
q 3
1
= ln 53 x + 25
9 x − 1 + C.
2
5
R √
Observação 16.1. Assim, para desenvolver os integrais da f (x, ax2 + bx + c)dx
temos que considerar 3 casos.
√
4ac−b2
1) 4ac − b2 > 0 e a > 0 então faz-se a mudança x + b
2a = 2a tg(t)(x + b
2a =
204
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
√ √
4ac−b2 4ac−b2
2a cotg(t)), donde dx = 2a sec2 (t)dt Neste caso, tem-se
R √ R √ q
f (x, ax2 + bx + c)dx = f (x, a x2 + ab x + ac )dx
R √ q
b2 b2
= f (x, a x2 + ab x + 4a 2 − 4a2 + a )dx
c
R √ q b2 4ac−b2
= f (x, a x2 + ab x + 4a 2 + 4a 2 )dx
r
R √ b 2
2
= f (x, a x + 2a + 4ac−b
4a2 )dx
√ q √
b √
R 2
= f ( 4ac−b tg(t) − , a 4ac−b2
tg 2 (t) + 4ac−b2 ) 4ac−b2 sec2 (t)dt
2a 2a 2 2
R √ q 4a p 4a
√
2a
2 b √ 4ac−b2 2 (t) + 1)) 4ac−b2 sec2 (t)dt
= f ( 4ac−b
2a tg(t) − 2a , a 2 (tg
R √4ac−b2 q 4a p √
2a
b √ 4ac−b2 4ac−b2
= f ( 2a tg(t) − 2a , a 4a2 (sec (t))) 2a sec2 (t)dt
2
R √4ac−b2 q √
b √ 2 4ac−b2
= f ( 2a tg(t) − 2a , a 4ac−b 4a2 sec(t)) 2a sec2 (t)dt
R
e logo caimos no caso dos integrais do tipo g(sen(x), cos(x))dx onde g é uma
função racional em duas variáveis.
√
−4ac 2
2) 4ac−b2 < 0 e a > 0 neste caso faz-se a mudança x+ 2ab
= b 2a sec (t). E pro-
R
cedendo como no caso 1 chegariamos a um integral da forma g(sen(x), cos(x))dx
onde g é uma função racional em- duas variáveis.
√
−4ac 2
3) 4ac − b2 < 0 ea < 0 então faz-se a mudança x + 2ab
= b 2a sen(t). E proce-
R
dendo como no caso 1 chegariamos a um integral da forma g(sen(x), cos(x))dx
onde g é uma função racional em duas variáveis.
Terminamos estes apontamentos sobre estes integrais com um exemplo, mais sofisti-
cado Z Z
1 1
√ dx = √ dx
−x − 2x
2 −x − 2x − 1 + 1
2
205
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
17 Sucessões
Definição 17.1. Uma sucessão real é uma função de N em R. Geralmente em vez de
dizermos considere a sucessão a : N 7→ R : n 7→ a(n) vamos passar a dizer considere a
sucessão {an }{n∈N} , ou considere a sucessão (an ){n∈N} , ou considere a sucessão an .
Definição 17.2. Diz-se que a sucessão bn é uma subsucessão ou uma sucessão parcial
da sucessão an se e só se ∃g : N 7→ N estritamente crescente tal que bn = ag(n) . Por
exemplo a sucessão (an )n∈N tem duas sucessões parciais óbvias a sucessão dos termos
pares bn e a sucessão dos termos impares cn , que se definem do seguinte modo bn = a2n
e cn = a2n−1 .
Definição 17.3. Diz-se que uma sucessão an converge para l ou que limn→+∞ an = l,
isto é se e só se
∀ǫ > 0∃p ∈ N : n > p ⇒ |an − l| < ǫ.
Se limn→+∞ an não existe, ou dá mais infinito ou menos infinito dizemos que a
sucessão an diverge.
Definição 17.4. {Definição de sucessão crescente, decrescente e monótona} Uma su-
cessão (an )n∈N diz-se crescente se e só se ∀n ∈ N, an ≤ an+1 . Uma sucessão (an )n∈N
diz-se decrescente se e só se ∀n ∈ N, an ≥ an+1 . Uma sucessão (an )n∈N diz-se monó-
tona se e só se ou for uma sucessão crescente ou for uma sucessão decrescente.
n2 −(n+1)(n−1)
an+1 − an = n
n+1 − n−1
n = n(n+1)
n2 −(n2 −1) 1
= n(n+1) = n(n+1) ≥ 0.
207
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Definição 17.5. {Sucessão majorada, minorada, limitada } Uma sucessão (an )n∈N
diz-se majorada se ∃M ∈ R : an ≤ M, ∀n ∈ N. Uma sucessão (an )n diz-se minorada
se ∃M ∈ R : an ≥ M, ∀n ∈ N. Uma sucessão (an )n diz-se limitada se ∃M ∈ R :
|an | ≤ M, ∀n ∈ N.
1
Exemplo 17.3. A sucessão an = n+1 n = 1 + n é decrescente e minorada pois an =
1 + n ≥ 1. E por sua vez, tem-se que inf{an : n ∈ N} = inf{1 + n1 , n ∈ N} = 1 e
1
1
n(1+ n )
limn→+∞ n =
n+1
limn→+∞ n
1+ 1
= limn→+∞ 1 n = 1.
1
Exemplo 17.4. A sucessão an = n−1n = 1− n é crescente e a sucessão an é majorada
pois an ≤ 1, ∀n ∈ N. Por sua vez, tem-se limn→+∞ an = limn→+∞ (1 − n1 ) = 1. E
tem-se sup{1 − n1 : n ∈ N} = 1.
sen(n) 1
|an | = | | ≤ 2 ≤ 1.
n2 n
Assim, mostramos que |an | ≤ 1, ∀n ∈ N , ou seja mostramos que a sucessão an é
limitada.
Definição 17.6. Seja (an )n∈N uma sucessão de números reais. Então.
a) (limn→+∞ an = +∞) ⇔ ∀M > 0∃p ∈ N : ∀n ∈ N, (n > p) ⇒ an > M
b) (limn→+∞ an = −∞) ⇔ ∀M < 0∃p ∈ N : ∀n ∈ N, (n > p) ⇒ an < M
c) (limn→+∞ an = ∞) ⇔ ∀M > 0∃p ∈ N : ∀n ∈ N, (n > p) ⇒ |an | > M
d) (limn→+∞ an = 0) ⇔ ∀ǫ > 0∃p ∈ N : ∀n ∈ N, (n > p) ⇒ |an | < ǫ.
Teorema 17.1. {Propriedades sobre limites} Sejam (an )n∈N e (bn )n∈N sucessões de
números reais convergentes e c um número real então
a) limn→+∞ (an ± bn ) = limn→+∞ an ± limn→+∞ bn ;
b) limn→+∞ (an bn ) = limn→+∞ an limn→+∞ bn ;
c) limn→+∞ (can ) = c limn→+∞ an ;
limn→+∞ an
d) limn→+∞ an
bn = limn→+∞ bn se limn→+∞ bn 6= 0;
e) limn→+∞ c = c.
an −bn
a) se (0 < a < b) ∧ (0 < a < 1) então limn→+∞ an bn = −∞.
an −bn
b) se (0 < a < b) ∧ (a > 1)) então limn→+∞ an bn = 0.
Resolução 17.1. a) Suponhamos então que 0 < a < b. Mas então 0 < a
b < 1.
Assim, vem
b ) −1)
bn (( a
n
an −bn
limn→+∞ an bn = limn→+∞ an bn
(( ab ) −1)
n
= limn→+∞ an
= 0−1
0+
Notem que limn→+∞ an = 0porque|a|<1.
= − 01+
= −∞;
= limn→+∞ an
= 0−1
+∞
−1
= +∞
= 0.
an −bn
Notem que se 0 < a < b e a = 1 então limn→+∞ an bn = −1.
Exercício 17.2. Para cada uma das sucessões calcule (an )n∈N o limite do termo geral
e caso tal limite não exista, justifique a sua resposta.
n3 +n2 +1
a) an = n3 +n2 +n ;
n2 +1
b) an = n3 +n2 +n+1 ;
n2 +1
c) an = n+1 ;
d) an = sen( π2 n);
√
e) an = n
3n + 4n ;
n2
n2 +1
f) limn→+∞ n2 +2 .
Resolução 17.2. a)
n3 +n2 +1
limn→+∞ an = limn→+∞ n3 +n2 +n
3 1
n (1+ n + n13 )
= limn→+∞ n (1+ n + n12
3 1
)
1
1+ n + n13
= limn→+∞ 1+ n + n12
1
= 1+0+0
1+0+0
= 1.
209
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
b)
n2 +1
limn→+∞ an = limn→+∞ n3 +n2 +n+1
n2 (1+ n12 )
= limn→+∞ n3 (1+ n1
+ n12 + n13 )
1+ n12
= limn→+∞ n(1+ 1 + 1 + 1 )
n n2 n3
= limn→+∞ 1+0
+∞
= 0.
c)
n2 +1 n2 (1+ n12 )
limn→+∞ an = limn→+∞ n+1 = limn→+∞ n(1+ n1
)
n(1+ n12 )
= limn→+∞ 1
1+ n
+∞
= 1+0 = +∞
e
limk→+∞ sen (3 + 4k) π2
= limk→+∞ sen 3π
2 + 2π
= limk→+∞ sen 3π
2
= −1
e)
√ q
3 n
limn→+∞ n 3n + 4n = limn→+∞ n 4n 4 +1
q n
= 4 n 34 + 1 = 4 ∗ 1
f)
n2
n2 +1
limn→+∞ n2 +2 = 1+∞ (= indeterminação)
n2 n2 +1
n2 +1 ln n2
limn→+∞ n2 +2 = limn→+∞ e n2 +2 .
Tem-se
n2 +1
limn→+∞ ln n2 +2 n2
= limn→+∞ ln(n + 1) − ln(n
2
+ 2) n2
2
210
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
ln(x2 +1)−ln(x2 +2)
Calcule-se agora o limx→+∞ 1 Tem-se:
x2
ln(x2 +1)−ln(x2 +2)
limx→+∞ 1 (= 00 )
x2
2x 2x
x2 +1
− x2 +2
= limx→+∞ 2
− x3
3
2x∗x
= limx→+∞ −2(x2 +1)(x2 +2)
4
= limx→+∞ −2(x42x
+3x2 +2)
x4
= − limx→+∞ x4 +3x 2 +2
4
= − limx→+∞ x4 (1+x3 + 2 )
x2 x4
= − limx→+∞ 1+ 31+ 2
x2 x4
= −1.
Logo
ln(n2 + 1) − ln(n2 + 2)
lim 1 = −1.
n→+∞
n2
E portanto
n2 + 1
lim ln n2 = −1.
n→+∞ n2 + 2
Assim
n2
n2 + 1
lim = e−1
n→+∞ n2 + 2
Teorema 17.2. Se a sucessão (an )n∈N é convergente então (an )n∈N é limitada.
efeito tem-se
1 1 1
√ ≤√ ≤ √ , ∀i = 1, · · · n
n +n
2 n +i
2 n +1
2
Ou seja, obtemos
n 1 1 1 n
√ ≤√ +√ + ···+ √ ≤√
n +n
2 n +1
2 n +2
2 n +n
2 n +1
2
Como
limn→+∞ √ n
n2 +1
= limn→+∞ p n = limn→+∞ p 1
n 1+ n12 1 1+ n12
= 1,
e
limn→+∞ √ n
n2 +n
= limn→+∞ √n 1
= limn→+∞ √ 1 1
n 1+ n 1 1+ n
= 1,
então pelo Teorema de enquadramento de limites 17.3 temos que
1 1 1
lim √ +√ + ···+ √ = 1.
n→+∞ n2 + 1 n2 + 2 n2 + n
Teorema 17.5. Seja (un ){n∈N} uma sucessão de números reais tal limn→+∞ un = 0
e (vn ){n∈N} uma sucesão de números reais limitada. Então limn→+∞ un vn = 0.
Demonstração. Como vn é uma sucessão limitada então existe M ∈ R tal que |vn | <
M, ∀n ∈ N : Mas então
0 ≤ |un vn | ≤ |un |M, ∀n ∈ N
Como limn→+∞ |un | = 0 então limn→+∞ |un vn | = 0 e portanto pelo Teorema (??)
tem-se que limn→+∞ un vn = 0.
0, −1 < r < 1
Teorema 17.6. Seja r um número real. Ent ao limn→+∞ r = n
1, r = 1
, limn→+∞ rn = +∞ se r > 1, limn→+∞ rn = ∞ se r < −1 , se r = −1 então
limn→+∞ (−1)2n = 1 e limn→+∞ (−1)2n−1 = −1, e portanto a sucessão rn diverge
quando r = −1.
Teorema 17.9. Qualquer sucessão de números reais (un ){n∈N} admite uma sucessão
parcial monótona
Corolário 17.0.1. Qualquer sucessão limitada tem uma sucessão parcial convergente.
Demonstração. Seja (un ){n∈N} uma sucessão de números reais, então pelo Teorema
17.9 anterior ela admite uma sucessão parcial monótona, seja ela (bn ){n∈N} = (ag(n) ){n∈N} .
Mas como a sucessão (un ){n∈N} é limitada então ela é majorada e minorada e por-
tanto (bn ){n∈N} é majorada e minorada. Se a sucessão parcial (bn ){n∈N} é crescente
então como ela é majorada então pelo Teorema 17.7 ela é convergente. Se a sucessão
parcial (bn ){n∈N} é decrescente como ela é minorada então pelo Teorema 17.8 ela é
convergente,
Definição 17.7. {Sucessão de Cauchy} Diz-se que uma sucessão (an )n∈N é uma
sucessão de Cauchy se e só se
Teorema 17.11. Seja (an )n∈N uma sucessão de Cauchy então (an )n∈N é uma suces-
são limitada.
Demonstração. Sejam (un ){n∈N} uma sucessão de Cauchy e p um número natural tal
que para todo número natural n se verifique n > p ⇒ |un − up+1 | < 2. Mas então
−2 − up+1 < un < 2 + up+1 donde |un | < max |2 − up+1 |, |2 + up+1 | para n > p.
Logo podemos concluir que |un | < max{|2 − up+1 |, |2 + up+1 |, |u1 |, |u1 |, · · · , |up |}. E
portanto (un ){n∈N} é uma sucessão limitada.
Teorema 17.12. Toda a sucessão de Cauchy, admite uma sucessão parcial conver-
gente.
Demonstração. Como toda a sucessão admite uma sucessão parcial monótona e como
toda a sucessão de Cauchy é limitada, logo toda a sucessão de Cauchy admite uma
sucessão parcial monótona e limitada. Como toda a sucessão monótona e limitada
é convergente então toda a sucessão de Cauchy admite uma sucessão parcial conver-
gente.
Demonstração. Seja (un ){n∈N} uma sucessão de Cauchy e seja bn = (ug(n) ){n∈N} ,
notem que g é estritamente crescente, uma sucessão parcial da sucessão (un ){n∈N}
convergente e seja l = limn→+∞ bn = l. Mas então escolha-se p ∈ N tal que |bn −l| < 2ǫ .
Escolha-se p1 > p tal que para todo o número natural n se verifique ((n > p1 ) ∧ (m >
p1 )) ⇒ |un − um | < 2ǫ . Mas então, temos que para n > p1 então g(n) > p1 e portanto
|un − l| = |un − ug(n) + ug(n) − l| < |un − ug(n) | + |ug(n) − l| < 2ǫ + 2ǫ = ǫ. Logo como
mostramos que existe p1 ∈ N tal que |un − l| < ǫ para n > p1 . Logo mostramos que a
sucessão (un ){n∈N} converge e que limn→+∞ un = l.
n
X
Exercício 17.3. Mostre que (2k − 1) = n2 , ∀n ∈ N.
k=1
n
X
Resolução 17.3. Seja A = {n ∈ N : (2k − 1) = n2 } Mostremos então que
k=1
a) 1 ∈ A,
b) ∀k ∈ N, (k ∈ A) ⇒ (k + 1 ∈ A).
X1
Temos que 1 ∈ A pois (2j − 1) = 1 = 12 . Mostre-se agora que
j=1
(k ∈ A) ⇒ ((k + 1) ∈ A).
k
X
Seja k ∈ A e suponha-se que (2j − 1) = k 2 . Mostre-se agora que k + 1 ∈ A isto é
j=1
Pk+1
que j=1 (2j − 1) = (k + 1) . Com efeito,
2
k+1
X
(2j − 1)
j=1
k
X
= 2(k + 1) − 1 + (2j − 1)
j=1
= 2k + 2 − 1 + k 2
= k 2 + 2k + 1
= (k + 1)2 .
Exercício 17.4. Seja (an )n∈N uma sucessão de números reais definida por
a1 = 1
an +3
an+1 = 3
a) Mostre que ∀n ∈ N, an ≤ 23 ;
b) Mostre que an é uma sucessão crescente;
c) Com as conclusões anteriores o quê que pode concluir sobre a convergência da
sucessão an ;
3
d) Mostre que limn→+∞ an = 2
ak +3
ak+1 = 3
3
2 +3
≤ 3
9
≤ 2
3
3
≤ 2
Logo k+1 ∈ A. E portanto como mostramos que os items i) e ii) são verdadeiros
então podemos concluir pelo princípio de Indução Matemática que A = N, ou
seja podemos concluir que é verdadeira a proposição ∀n ∈ N, an ≤ 32 .
b) Mostremos agora que a sucessão (an )n∈N é uma sucessão crescente sabendo que
an ≤ 23 . Tem-se
an+1 − an = an3+3 − an
= an +3−3a
3
n
−2an +3
= 3 .
Mas
(an ≤ 32 )
m
−2an ≥ −3
m
−2an + 3 ≥ 0
m
−2an +3
3 ≥ 0.
Logo an+1 − an ≥ 0, ∀n ∈ N. Como an+1 − an ≥ 0, ∀n ∈ N então a sucessão an
é crescente.
c) Como a sucessão an é crescente e majorada então an é uma sucessão conver-
gente.
d) Seja l = limn→+∞ an . Mas então l = limn→+∞ an+1 . Asim, vem
an + 3
lim an+1 = lim .
n→ n→ 3
E portanto
l+3
l= ⇔ (3l = l + 3)
3
2
⇔ (2l = 3) ⇔ l = .
3
Donde limn→+∞ an = 23 .
216
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
18.1 Fundamentos
Definição 18.1. Seja (an ){n∈N} uma sucessão de números reais e (Sn ){n∈N} a suces-
são tal que Sn = a1 + a2 + · · · + an , ∀n ∈ N. Designa-se por série real o par ordenado
+∞
X X X
((an )n∈N , (Sn )n∈N ) e representa-se por an ou an ou an . Os números reais
n=1 n∈N
+∞
X
an s designam-se por termos da série e an diz-se o termo geral da série an e a
n=1
+∞
X
sucessão (Sn ){n∈N} chama-se a sucessão das somas parciais da série an . Diz-se
n=1
+∞
X
que a série an converge se e só se a sucessão das somas parciais (Sn ){n∈N} é con-
n=1
vergente. E se S = limn→+∞ Sn ∈ R dizemos que a soma da série é S e escrevemos
+∞
X
S= an .
n=1
+∞
X 1
Exemplo 18.1. Considere a série . Então a soma parcial de ordem n da série
n=1
2 n
+∞
X 1
é
n=1
2 n
n n
X 1 1 1 − 21
Sn = = .
2k 2 1 − 12
k=1
Mas 1
então:
1 1−( 2 )
1 n
S = limn→+∞ Sn = limn→+∞ 2 1− 12
1 1−0
= 2 1− 12 = 1.
+∞ +∞
X 1 X 1
Logo a série converge e a sua soma é S = 1 e podemos escrever = 1.
n=1
2 n
n=1
2 n
1 Notem
que Sn = r + r 2 + r 3 + · · · + r n e rSn = r 2 + r 3 + · · · + r n+1 e portanto Sn − rS1 = r − r n+1 .
Como r 6= 1 então
r − r n+1 1 − rn
Sn = =r
1−r 1−r
217
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Observação 18.1. A primeira coisa que devemos fazer quando estamos analisar uma
série é ver se o seu termo geral tende para zero ou não. Pois se não tender a série é
divergente. Por essa razão, apresentamos o Teorema 18.1.
+∞
X
Teorema 18.1. Se a série an converge então limn→+∞ an = 0.
n=1
n
X +∞
X
Demonstração. Considere-se Sn = ak . Como a série an converge então limn→+∞ Sn =
k=1 n=1
l ∈ R e portanto limn→+∞ Sn−1 = l ∈ R. Mas, como an = Sn − Sn−1 então
Demonstração. Com efeito, se r ∈]−∞, −1[∪]1, +∞[ então a sucessão (rn )n∈N diverge
+∞
X
e portanto pelo Teorema 18.1 a série rn diverge. Se r = 1 então o termo geral
n=1
+∞
X
da série n
r é rn = 1 e portanto limn→+∞ rn = 1. E portanto mais uma vez, pelo
n=1
+∞
X
Teorema 18.1 a série rn diverge. Seja r tal que |r| < 1. Determinemos agora a
n=1
P+∞ P+∞
soma parcial de ordem n da série n=1 rn . Mostremos, então que a série n=1 rn
Pn=1
converge. Temos que Sn = k=1 rn = r +r2 +r3 +· · ·+rn e rSn = r2 +r3 +· · ·+rn+1
e portanto
Sn − rSn = r − rn+1 .
r−r n+1
Logo para r 6= 1 obtemos Sn = 1−r . Assim,
1 − rn
Sn = r .
1 − rn
218
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
S = limn→+∞ Sn
n
= limn→+∞ r 1−r
1−r n
1−limn→+∞ r n .
=r 1−r
= 1−r
r
+∞
X
Logo, mostramos que se |r| < 1 então a série rn converge e a sua soma é r
1−r .
n=1
+∞
X r
Donde podemos escrever rn = Logo mostramos que a série converge se e só
n=1
1−r
se |r| < 1 e a sua soma é S = r
1−r
∞ n
X 1 1 1
Observação 18.3. Assim, a soma da série convergente éS= 3 1− 13 , isto
n=1
3
∞ n
1
X 1 1
éS= e portanto podemos escrever = .
2
n=1
3 2
Observação 18.4. Vamos agora falar das séries telescópicas ou de Mengoli, que são
+∞
X
as séries de números reais an em que an = bn − bn+k ou em que an = bn+k − bn .
n=1
Vamos só analisar aquelas em em que an = bn+1 − bn . O caso geral em que un =
bn+k − bn procede-se de um modo idêntico.
Demonstração. Tem-se
n
X
Sn = ak
k=1 .
n
X
= (bk+1 − bk )
k=1
Mas então
e portanto
Sn = bn+1 − b1 .
+∞
X
Logo Sn converge se e só se a sucessão bn − b1 converge e portanto a série an
n=1
converge se e só se bn converge. E neste caso, tem-se
S = limn→+∞ Sn
= limn→+∞ (bn+1 − b1 )
= l − b1 .
+∞
X
Logo concluimos que an = l − b 1 .
n=1
+∞
X
Observação 18.5. Notem que no caso de a série swer da forma an com an =
n=1
bn − bn+1 então, as conclusões sobre a convergência desta série são análogas, a série
converge se e só se a sucessão (bn ){n∈N} converge e quando (bn ){n∈N} converge e
+∞
X
então, procedendo como anteriormente chegamos à conclusão que an = b1 − l.
n=1
Para determinar a soma de uma série telescópica não se deve decorar mas proceder
como na demonstração do Teorema ??.
+∞
X 1 1
Exemplo 18.2. Mostre que a série − converge e determine a
n=1
(n)! (n + 1)!
1
sua soma. Notem que neste caso temos bn = n! e como limn→+∞ bn = 0 então a série
+∞
X 1 1
− converge. Determinemos, então a soma desta série. Tem-se
n=1
(n)! (n + 1)!
n
X 1 1
Sn = −
(k)! (k + 1)!
k=1
1 1 1 1 1 1 1
= (1 − 2! ) + ( 2! − 3! ) + ( 3! − 4! ) + · · · + ( n! − (n+1)! )
1
= 1 − (n+1)! .
Logo
1
S = limn→+∞ Sn = limn→+∞ 1 − (n+1)!
1
= 1 − limn→+∞ (n+1)! 1 − 0 = 1.
+∞
X +∞
X
Teorema 18.4. Sejam α e β números reais e an e bn séries convergentes.
n=1 n=1
220
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
+∞
X
Então a série (αan + βbn ) é convergente e
n=1
+∞
X +∞
X +∞
X
(αan + βbn ) = α an + β bn .
n=1 n=1 n=1
+∞
X +∞
X
Demonstração. Suponhamos então que an e bn são séries convergentes e que
n=1 n=1
+∞
X +∞
X
an = A e que bn = B. Calculemos agora a soma parcial de ordem n da série
n=1 n=1
+∞
X
(αan + βbn )
n=1
Assim, tem-se
n
X
Sn = (αak + βbk )
k=1
n
X n
X
=α ak + β bk .
k=1 k=1
+∞
X n
X +∞
X
Como an converge então A = limn→+∞ ak e como bn converge então
n=1 k=1 n=1
n
X
B = limn→+∞ bk . Mas então temos que
k=1
n
X n
X
S = limn→+∞ Sn = α limn→+∞ ak + β lim bk
n→+∞
k=1 k=1
= αA + βB.
P+∞
E portanto n=1 (αan + βbn ) converge e
+∞
X +∞
X +∞
X
(αan + βbn ) = α an + β bn .
n=1 n=1 n=1
P+∞ 1
Exemplo 18.3. Determine a soma da série n=1 n(n+3) . Vamos agora decompor o
1
termo geral an = n(n+3) como uma diferença de termos de uma sucessão (bn ){n∈N} .
1 1 1 1 1
Como x(x+3) =A x + x+3 e A = ( x+3 )|x=0 = 3 e B = ( x )|x=−3 = − 3 então obtemos
B
1
x(x+3) = 31 x1 − 31 x+3
1
= 13 x1 − x+31
.
221
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Logo
1 1 1 1
= − .
n(n + 3) 3 n n+3
Assim, vem P+∞ 1
n=1 n(n+3)
P+∞ 1 1 1
= n=1 3 n − n+3
P+∞
= 31 n=1 n1 − n+31
P+∞
= 31 n=1 n1 − n+11
+ n+11
+ 1
n+2 − 1
n+2 − 1
n+3
P+∞
= 31 n=1 n1 − n+11
+
P
1 +∞ 1 1
+ 3 n=1 n+1 − n+2
P+∞ 1
+ 31 n=1 n+2 1
− n+3 .
+∞ X+∞ +∞
X 1 1 1 1 X 1 1
As séries − , − , e − são to-
n=1
n n+1 n=1
n+1 n+2 n=1
n+2 n+3
1
das convergentes pois são todas telescópicas e limn→+∞ n1 = 0, limn→+∞ n+1 = 0
1
e limn→+∞ n+2 = 0. Vamos então determinar as expressões das somas parciais de
ordem n destas séries. Designem-se as suas somas parciais de ordem n por Sn1 , Sn2 e
Sn3 respectivamente. Tem-se
n
X 1 1
=
Sn1 −
k k+1
k=1
= (1 − 12 ) + ( 12 − 31 ) + · · · + ( n1 − 1
n+1 )
1
=1− n+1 .
Logo
S1 = lim n→+∞ S
n
1
P+∞ 1 1
n=1 n − n+1
= limn→+∞ S
n
1
1
= limn→+∞ 1 − n+1
1
=1− limn→+∞ n+1
=1−0
= 1,
P
S2 = Sn2 = nk=1 k+1 1
− k+2 1
= ( 12 − 31 ) + ( 13 − 41 ) + · · · + ( n+1
1
− 1
n+2 )
1 1
= 2 − n+2 .
222
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Assim,
P+∞ 1 1
S2 = n+1 − n+2
n=1
= limn→+∞ S 2
n
= limn→+∞ 21 − n+21
1 1
= 2 − limn→+∞ n+2
1
= 2 −0
1
= 2.
Tem-se
S3 = limn→+∞ Sn3
n
X 1 1
= limn→+∞ Sn
3
−
k+2 k+3
k=1
= limn→+∞ ( 13 − 41 ) + ( 14 − 51 ) + · · · + ( n+2
1
− 1
n+3 )
1 1
= limn→+∞ 3 − n+3 .
E portanto
P+∞ 1 1
S3 = n=1 n+2 − n+3
= limn→+∞ S 3
n
= limn→+∞ 21 − n+21
1 1
= 3 − limn→+∞ n+3
1
= 3 −0
1
= 3.
+∞ X +∞ +∞
X 1 1 1 1 X 1 1
Como as séries − , − , e −
n=1
n n+1 n=1
n+1 n+2 n=1
n+2 n+3
são todas convergentes então pelo Teorema 18.4 vem
+∞
X 1
n=1
n(n + 3)
= 31 1 + 11
32 + 11
33
= 31 11
6
= 11
18 .
+∞ n X +∞ n +∞ n
X 2 3 X 4
Resolução 18.1. Como as séries , e são séries geométrica
n=1
5 n
n=1
5 n
n=1
5 n
= 25 1−
1−0
2 + 5
3 1−0
1− 3 + 5
4 1−0
1− 4
5 5 5
2 1−0 3 1−0 4 1−0
= 5 35 + 5 25 + 5 15
2 3
= 3 + 2 +4
37
= 6 .
c) 1 − 31 + 91 − 27
1
+ ···+
P+∞ 1
d) n=1 n(2+n) .
Resolução 18.2. a)
+∞ X +∞ +∞
X 1 2 1 X 2
+ = + S =
n=1
2 n (n + 1)(n + 2) n=1
2 n
n=1
(n + 1)(n + 2)
+∞ +∞
X 1 X 1
= +2
n=1
2 n
n=1
(n + 1)(n + 2)
+∞
X 1 1
= 12 1−1 1 + 2 −
2
n=1
n+1 n+2
1 1 1 1
= 2 1 + 2 limn→+∞ (1/2 − 1/3) + (1/3 − 1/4) + · · · + ( n+1 − n+2 )
2
1
= 1 + 2 limn→+∞ (1/2 − n+2 )
= 1 + 2( 21 )
=1+1
= 2.
224
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
b) Como
+∞
X 1 1 1
S= =
n=1
3 n 31− 1
3
1 1 13
= 3 23 = 32
1
= 2.
c) Tem-se
1 1 1
S =1− 3 ++ ···+
9 − 27
+∞ n−1
X 1 1
= limn→+∞ (−1)n−1 =1∗
n=1
3 1 − − 31
= 1+1 1 = 14 = 43 .
3 3
1 1 1 1 1
d) Como n(n+2) = 2n − 2 n+2 então
+∞
1 X
S = limn→+∞
n=1
n(2 + n)
+∞
X 11 1 1
= limn→+∞ ( − )
n=1
2 n 2n+2
n
X 11 1 1
= limn→+∞ ( − )
2k 2k+2
k=1
n
X 1 1
= 12 limn→+∞ −
k k+2
k=1
1
= limn→+∞ (1 − 31 ) + ( 21 − 41 ) + ( 31 − 15 )+
2
1
+ · · · + ( n−2 − n1 ) + ( n−1
1 1
− n+1 ) + ( n1 − n+2
1
)
1 1 1 1
= 2 limn→+∞ 1 + 2 − n+1 − n+2
= 12 1 + 21 = 12 23 = 43 .
+∞
X 1
Observação 18.6. Seja p > 0. As séries p
chamam-se séries de Riemann.
n=1
n
Vamos mostrar que estas séries são convergentes se e só se p > 1. Mas antes vamos
apresentar o critério do Integral no Teorema 18.5.
Observação 18.7. Notem que pelas figuras podemos dizer que Sn−1 dá o valor da
Rn
área da região cinzenta e Sn − a1 dá o valor da área vermelha e 1 f (x)dx como f é
positiva representa o valor da área da região verde, da região do espaço limitada por
x = 1, , x = n, y = 0 e y = f (x).
225
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
P
Demonstração. Considere-se a seguinte notação Sn = nk=1 ak . Mas então Sn − a1 ≤
Rn R +∞
1 f (x)dx
Rn
≤ Sn−1 . Como o integral 1 f (x)dx converge, então a sucessão que a n
Rn R +∞
associa 1 f (x)dx é convergente e como se tem 1 f (x)dx ≤ 1 f (x)dx. Mas então
R +∞ R +∞
Sn −a1 ≤ 1 f (x)dx e portanto Sn < 1 f (x)dx+a1 . Mas então a sucessão parcial
Sn é crescente2 e majorada e portanto Sn é uma sucessão convergente, ou a seja a série
+∞
X +∞
X R +∞
an converge. Mostremos agora que se a série an converge então 1 f (x)dx
n=1 n=1
+∞
X +∞
X
converge. Se a série an converge então S = an ≥ Sn e como Sn − an ≥
Rn n=1 n=1 Rn
1 f (x)dx, então
R +∞
limn→+∞ Sn − limn→+∞ an ≥ limn→+∞ 1 f (x)dx. Assim,3 tem-
R +∞
se S − 0 ≥ 1 f (x)dx, ou seja S ≥ 1 f (x)dx e portanto o integral impróprio
R +∞
n=1 f (x)dx converge.
+∞
X 1
Teorema 18.6. As séries de Riemann convergem se e só se p > 1Seja
n=1
np
+∞
X 1
p um número real positivo. Então a série converge se e só se p > 1.
n=1
np
Demonstração. Seja f (x) = x1p , x ∈ [1, +∞[ então , f (x) > 0, ∀x ∈ [1, +∞[, f é
integrável em [1, +∞[ pois f é uma função contínua em [1, +∞[ e f é decrescente em
p
[1, +∞[ pois f ′ (x) = (x−p )′ = (−p)x−p−1 = − xp+1 < 0, ∀x ∈ [1, +∞[. E portanto
R +∞
como an = f (n) então pelo critério do integral, como o integral impróprio 1 f (x)dx
+∞
X 1
converge se e só se p > 1 então a série converge se e só se p > 1.
n=1
np
+∞
X
Definição 18.2. Seja an uma série de números reais convergente então define-se
n=1
o resto de ordem n da soma parcial Sn como sendo Rn = S −Sn = an+1 +an+2 +· · ·+.
2 Notem que
Sn+1 − Sn = a1 + a2 + · · · + an + an+1 − (an + an−1 + · · · + a2 + a1 )
= an+1 ≥ 0
. Logo Sn+1 − Sn ≥ 0, ∀n ∈ N e portanto Sn é uma sucessão crescente
3 Notem que limn→+∞ an = 0
226
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Observação 18.8. Se olharmos para a figura, quando an = f (n) com f (x) positiva e
+∞
X
decrescente então quando consideramos a série convergente an podemos dizer que
n=1
+∞
X Z +∞
Rn = S − Sn = ak ≤ f (x)dx.
k=n+1 n
P+∞
Por sua vez, pela figura que se segue fácilmente vemos que para a série n=1 an se
R +∞
tem n+1 f (x)dx ≤ Rn .
P+∞
Teorema 18.7. Seja n=1 an uma série de números reais positivos convergente tal
que an = f (n) com f uma funçõ integrável, decrescente e positiva em [1, +∞[ então
Z +∞ Z +∞
f (x)dx ≤ Rn ≤ f (x)dx.
n+1 n
R k+1 P+∞
Demonstração. Temos que ak+1 ≤ k f (x)dx e portanto Rn = k=n+1 ak ≤
+∞ Z k+1
X Z +∞
R k+2
f (x)dx = f (x)dx. Por sua vez, temos que k+1 f (x)dx ≤ ak+1 e
k=n k n
R +∞ P+∞ R k+2 P+∞
portanto n+1
f (x)dx = k=n k+1 f (x)dx ≤ k=n ak+1 = Rn .
x
+∞
X 1
Exemplo 18.4. Mostre que diverge. Com efeito, tem-se como
n=1
(n + 1) ln(n + 1)
1
f (x) = (x+1) ln(x+1) ≥ 0, ∀x ∈ [1, +∞[,f é integrável em [1, +∞[ pois f é uma função
contínua em [1, +∞[ e f é decrescente em [1, +∞[ pois f ′ (x) = (((x + 1) ln(x +
1))−1 )′ = (−1)((x + 1) ln(x + 1))−2 (ln(x + 1) + 1) e portanto f ′ (x) < 0, ∀x ∈ [1, +∞[.
227
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Como
R +∞ 1 R l x+11
1
x+1
ln(x+1) dx = lim l→+∞ 1 ln(x+1)
dx
= liml→+∞ [ln(ln(x + 1))]l1 = liml→+∞ [ln(ln(l + 1)) − ln(ln(2))]
= +∞ − ln(ln(2))
= +∞
+∞
R +∞ 1 X 1
então ln(x+1) dx diverge e portanto pelo critério do integral a série
x+1
1
n=1
(n + 1) ln(n + 1)
diverge.
+∞
X
Exemplo 18.5. Mostre que a série e−n é convergente. Tem-se que an = f (n)
n=1
com f (x) = e−x . É evidente que f é contínua em [1, +∞[ e portanto integrável em
[1, +∞[, como f ′ (x) = −e−x então f é decrescente em [1, +∞[. É evidente que
f (x) = e−x ≥ 0, ∀x ∈ [1, +∞[. Como
R +∞
1 e−x
Ra
= lima→+∞ 1 e−x
= − lima→+∞ [e−x ]a1
= − lima→+∞ [e−a − e−1 ]
= −e−∞ + e−1
= 0 + e−1
= e−1 ∈ R
R +∞
então o integral impróprio 1 e−x converge e portanto pelo critério do integral a
P+∞
série displaystyle n=1 e−n converge.
+∞
X
Observação 18.10. Se a soma das áreas verdes(se a série bn convergir) for um
n=1
número real então a soma dos valores das áreas vermelhas é um número real( a série
+∞
X
an ) converge. Se a soma das áreas vermelhas for muito grande +∞, isto é se a
n=1
+∞
X
série an divergir então a soma dos valores das áreas verdes é muito grande (+∞)
n=1
+∞
X
e portanto a série bn diverge.
n=1
+∞
X +∞
X
Teorema 18.8. Primeiro Critério de ComparaçãoSejam an e bn duas
n=1 n=1
séries de termos posítivos tais que an ≤ bn , ∀n ∈ N. Então:
228
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
+∞
X +∞
X
a) se bn converge então an converge;
n=1 n=1
+∞
X +∞
X
b) se an diverge então bn diverge.
n=1 n=1
+∞
X
Demonstração. a) Suponhamos que a série bn converge. Mas então a sucessão
n=1
n
X +∞
X
Sn′ = bk é convergente e além disso, como Sn′ ≤ bn . A sucessão Sn =
k=1 n=1
n
X
ak é uma sucessão crescente. Pois
k=1
n+1
X n
X
Sn+1 − Sn = ak − ak = an+1 ≥ 0.
k=1 k=1
+∞
X
E como an ≤ bn , ∀n ∈ N então Sn ≤ Sn′ e portanto Sn ≤ bn ∈ R. Mas então
n=1
a sucessão Sn é crescente e majorada e portanto a sucessão (Sn ){n∈N} converge.
+∞
X
Ou seja a série an é convergente.
n=1
+∞
X
b) Como a série an é divergente e é uma série de termos positivos, e como a
n=1
sucessão das somas parciais Sn é uma sucessão crescente então limn→+∞ Sn =
Xn Xn
+∞. Mas como Sn = ak ≤ bk = Sn′ então limn→+∞ Sn′ = +∞ e portanto
k=1 k=1
+∞
X
a série bn é divergente.
n=1
Observação 18.12. Mas este critério de comparação para séries de termos positivos
tem o defeito de termos de saber majorar ou minorar o termo geral de uma sucessão
de números reais muito bem por o termo geral de uma série convergente ou divergente
respectivamente. E portanto interessa trabalhar com um critério que analise o termo
+∞
X +∞
X
geral da série de números reais quando n é grande, pois as séries an e an são
n=1 n=p
da mesma natureza. Por essa razão, se recorre ao segundo critério de comparação,
que eu chamo critŕio do quociente ou da razão.
+∞
X +∞
X
Teorema 18.9. Critério do quociente ou da razãoSejam an e bn séries
n=1 n=1
de termos posítivos. Se limn→+∞ an
bn existe então:
+∞
X +∞
X
Se limn→+∞ abnn = L > 0 então ambas as séries an e bn são convergentes ou
n=1 n=1
+∞
X +∞
X
ambas as séries an e bn são divergentes.
n=1 n=1
Demonstração. Como limn→+∞ abnn = l então considere-se p ∈ N tal que para p > n
se tenha abnn − L < L2 . Mas então, para n > p 4
3L 3L
tem-se L
2 < an
bn < 2 e portanto L
2 bn < an < 2 bn para n > p. Logo pelo primeiro
+∞
X P+∞
critério de comparação as séries an e n=p+1 bn são ambas convergentes ou
n=p+1
an
4 Note-se que como limn→+∞ bn
= L então existe uma ordem p tal que para n > p se | ab n −L| < L
2
.
n
L an L L an 3L
Logo (n > p) ⇒ L − 2 bn
<L+ 2
e portanto para n > p tem-se 2
< bn
< 2
.
230
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
+∞
X P+∞
ambas divergentes. E portanto as séries an e n=1 bn são ambas convergentes ou
n=1
são ambas divergentes.
+∞
X +∞
X
Corolário 18.2.1. Sejam an e bn duas séries de termos positivos e existe
n=1 n=1
limn→+∞ an
bn . Então:
a) se limn→+∞ an
bn = 0 então :
+∞
X +∞
X
i) se bn converge então an converge.
n=1 n=1
+∞
X +∞
X
ii) se an diverge então bn diverge.
n=1 n=1
b) Se limn→+∞ an
bn = +∞ então:
+∞
X +∞
X
i) se an converge então bn converge.
n=1 n=1
+∞
X +∞
X
ii) se bn diverge então an diverge.
n=1 n=1
+∞
X +∞
X
bn converge e portanto provamos a alínea i) do item b). Se bn diverge
n=1 n=1
+∞
X P+∞
então a série bn diverge e portanto a série n=p+1 an diverge e portanto
n=p+1
P+∞
a série n=1 an diverge. Provamos assim a alínea ii) do item b)].
Observação 18.13. Mas, podemos mais ou menos olhar para o termo da série e
dizer se ela converge ou não? Em muitos exemplos a resposta é sim. Desde que
consigamos aproximar para n grande o termo geral da série pelo termo geral de outra
série que saibamos que é convergente ou divergente.
Observação 18.14. Supomos que na prova do Teorema anterior que bn > 0 a partir
de uma certa ordem. Para podermos considerar abnn .
+∞
X n+1
Exercício 18.4. Determine se a série converge ou diverge.
n=1
n2 + 1
+∞
X n+1
Resolução 18.4. Note-se que em primeiro lugar que a série é de termos
n=1
n2 + 1
1
positivos. Pois ≥ 0, ∀n ∈ N. Para n grande podemos dizer que nn+1
n+1
n2 +1 2 +1 ≈ n2 = n e
n
+∞ +∞
an X n+1 X 1
portanto devemos comparar a série lim = com a série . Como
n→+∞ bn
n=1
n +1
2
n=1
n
n+1
n2 +1 n2 +n
limn→+∞ 1 = limn→+∞ n2 +1
n
2 1
n (1+ n )
= limn→+∞ n2 (1+ n12 )
1+ 1
= limn→+∞ 1+ n1
n2
= 1 6= 0
+∞
X 1
e é uma série de termos positivos divergente então como limn→+∞ an
bn = 1 6= 0
n=1
n
+∞
X n+1
então pelo critério do quociente podemos dizer que a série 2+1
é divergente.
n=1
n
P+∞
Exercício 18.5. Diga se a série √2n−1 converge ou diverge.
n=1 n6 +1
Resolução 18.5. Antes de tudo temos que √2n−1 ≥ 0, ∀n ∈ N. Note-se que para n
n6 +1
grande podemos dizer que
√2n−1 ≈ √n
n6 +1 n6
= n2n3
= n22 .
232
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
+∞ +∞
X 2n − 1 X 1
Então, devemos comparar a série √ com a série 2
. Como
n=1
n +1
6
n=1
n
√n−1
n6 +1 (2n−1)n2
limn→+∞ an
bn = limn→+∞ 1 = limn→+∞ √
n6 +1
n2
3 1
3
−n2 n (2− n )
= limn→+∞ p2n6 = limn→+∞ 3 p
n (1+ n16 ) n (1+ n16 )
1
2− 2−0
= limn→+∞ p n 1 = 1+0 = 21
1+ n6
= 2 6= 0.
+∞
X n−1
Logo como limn→+∞ an
bn = 2 6= 0 pelo critério do quociente como a série √
n=1
n6 + 1
+∞
X 1
é de termos positivos e a série é convergente, pois trata-se de uma série de
n=1
n2
+∞
X n−1
Riemann com p = 2 > 1, então a série √ é convergente.
n=1
n6 + 1
Teorema 18.10. Critério d’Alembert Sejam (an )n∈N uma sucessão de números
+∞
X
reais e p1 um númro natural tal que an > 0 para n > p1 . Considere-se a série an de
n=1
an+1 an+1
termos posítivos e supounhamos que existe limn→+∞ an . Então se limn→+∞ an =
L. Então:
+∞
X
a) se L < 1, a série an converge;
n=1
+∞
X
b) se L > 1, a série an diverge;
n=1
+∞
X
c) se L = 1+ então an diverge;
n=1
+∞
X
d) se L = 1− então an nada se pode concluir;
n=1
+∞
X
an+1
e) se limn→+∞ an = +∞ então a série an diverge;
n=1
an+1 1 L
a) Suponhamos que limn→+∞ an = L e L < 1. Escolha-se ǫ = 2 e considere-se
233
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
a
5
p ∈ N tal que para n ≥ p ⇒ aan+1n
< r = 1+L2 . Mas então ap < r e portanto
p+1
ap+2
ap+1 < rap . Por sua vez, ap+1 < r e portanto ap+2 < rap+1 . Logo ap+2 < r(rap )
, ou seja ap+2 < r2 ap . e portanto ap+j < rj ap . Assim, temos que ak < rk−p ap
para k > p. Logo
ak < rk−p ap
k
= rrp ap
+∞
X
P+∞
e portanto como a série k=p+1 r converge então a série
k 6
ak converge e
k=p+1
+∞
X
portanto a série ak . converge.
k=1
b) Se limn→+∞ aan+1
n
= L > 1. Então para ǫ = L−1 2 escolha-se um número natural
p > p1 tal que para n ≥ p ⇒ aan+1 n
> L − 2 . Logo para n > p tem-se que
L−1
ap+1 ap+2
ap > r = L+1
2 e portanto a p+1 > ra ,
p ap+1 > r e portanto ap+2 > ap+1 r, mas
como ap+1 > ap r então ap+2 > r ap . E de um modo geral obtemos ap+j > rj ap .
2
k
Mas então ak > rk−p ap para k > p + 1. Logo ak > rrp ap . Como r > 1 então
+∞
X
limk→+∞ rk = +∞, então limk→+∞ ak = +∞ e portanto a série ak diverge.
n=1
c) Se limn→+∞ aan+1
n
= 1+ então ∃p ∈ N tal que p > p1 e tal que para n > p se
an+1
verifica an ≥ 1. Mas então, tem-se an+1 ≥ an para n > p e portanto ap+2 ≥
ap+1 , ap+3 ≥ ap+2 e portanto ap+2 ≥ ap+1 , ap+3 ≥ ap+1 , · · · ap+1+j ≥ ap+1 . E
+∞
X
portanto an ≥ ap+1 , ∀n ≥ p + 2, logo limn→+∞ an 6= 0 e portanto a série an
n=1
diverge.
d) Se limn→+∞ aan+1
n
= 1− então nada se pode concluir. Para justificar esta con-
clusão temos de apresentar dois exemplos de séries tal que ambas verifiquem
limn→+∞ aan+1
n
= 1− mas uma seja convergente e outra divergente. Com efeito,
5 Note-se an+1
que como limn→+∞ an
= L < 1 então
∀ǫ > 0∃p ∈ N : n ≥ p > p1 ⇒
an+1
− L < ǫ.
an
1−L
Mas então para ǫ = 2
escolha-se p ∈ N tal que para n > p se tenha
an+1 1−L
− L < .
an 2
1−L an+1 1−L 3L−1
Mas então para n ≥ p tem-se L − 2
< an
< L+ 2
. Logo para n ≥ p tem-se 2
<
+∞
an+1
X
1+L
an
< 2
. Mas como an é uma série de termos positivos então temo
n=1
an+1
0≤ <r
an
para n ≥ p.
6 Notem 1+L
que esta série é geométrica e 0 < r = 2
<1
234
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
+∞
X 1 1
se considerarmos temos neste caso que an = n então temos que
n=1
n
an+1
limn→+∞ an
1
= limn→+∞ n+1
1
n
= limn→+∞ n
n+1 = 1−1
+∞ +∞
X 1 X 1 1
e a série diverge. Se considerarmos a série 2
e an = n2 temos que
n=1
n n=1
n
an+1
limn→+∞ an
1
(n+1)2
= limn→+∞ 1
n2
2
= limn→+∞ n
(n+1)2
n2 ∗1
= limn→+∞ n2 (1+ 1 2
n)
1
= limn→+∞ (1+ 1 )2
n
=1 −
+∞
X 1
E é uma série convergente porque é uma séries de Riemann com p = 2 >
n=1
n2
1.
an+1
e) Se limn→+∞ an = M então
+ an+1
∀M ∈ R ∃p ∈ N∀n ∈ N, (n ≥ p) ⇒ >M .
an
Então, seja p um número natural tal que n > p1 e para todo o n ∈ N se tenha
Mas então temos, queap+2 > 2ap+1 e ap+3 > 2ap+2 e portanto ap+3 > 2(2ap+1 ),
ou seja ap+3 > 22 ap+1 e portanto ap+1+j > 2j ap+1 . Assim, vem
donde
lim ak ≥ lim 2k−(p+1) ap = +∞
k→+∞ k→+∞
+∞
X
e portanto a série an diverge.
n=1
+∞
X
o termo geral da série an for um quociente em que o numerador e o denominador
n=1
são produtos de factores. É evidente que faz jeito que verifiquemos em primeiro lugar
que limn→+∞ an = 0.
+∞
X 3n n!
Exemplo 18.6. Considere-se a série . Em primeiro lugar te-
n=1
2 ∗ 4 ∗ 6 · · · ∗ 2n
3n n! 3n n!
mos que 2∗4∗6···∗2n ≥ 0, ∀n ∈ N. Neste caso, tem-se an = 2∗4∗6···∗2n e an+1 =
3n+1 (n+1)!
2∗4∗6∗···∗2n∗2(n+1) E portanto
an+1
limn→+∞ an
3n+1 (n+1)!
= limn→+∞ 2∗4∗6∗···∗2n∗2(n+1)
3n n!
2∗4∗6···∗2n
3(n+1)
= 2(n+1)
3
= 2 > 1.
an+1 3 P+∞ 3n n!
Logo como limn→+∞ an = 2 > 1 então pelo critério d’Alembert a série n=1 2∗4∗6···∗2n
diverge.
Observação 18.16. Muitas vezes o termo geral de uma série de números reais não
é um quociente de dois produtos de factores mas sim uma potência de uma expressão
matemática de expoente n e neste caso o critério de Cauchy para analisar a conver-
gência da seérie neste caso é adequado. Desde que o limite do termo geral an tenda
para zero quando n tende para +∞.
+∞
X
Teorema 18.11. {Critério de Cauchy} Sejam an uma série de termos positivos
n=1
1
e suponhamos que existe limn→+∞ (an ) n . Então se limn→+∞ an = L então tem-se:
+∞
X
a) se L < 1 então a série an converge;
n=1
+∞
X
b) se L > 1 então a série an diverge;
n=1
+∞
X
c) se L = 1+1 então a série an diverge.
n=1
+∞
X
d) se L = 1−1 então nada se pode concluir sobre a convergência da série an .
n=1
+∞
X
e) se L = +∞ então a série an diverge.
n=1
1 1−L
Demonstração. a) Seja L = limn→+∞ (an ) n e L < 1. Seja ǫ = 2
236
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
7
1
para n > p → (an ) n < r. Mas então an < rn para n > p, como a série
+∞
X +∞
X
geométrica rn converge pois 0 < r < 1 então a série an converge e
n=p+1 n=p+1
+∞
X
portanto a série an converge.
n=1
1
b) Sejam L = limn→+∞ (an ) n com L > 1 e ǫ = L−1 2 . Então existe uma ordem
1
p ∈ N tal que (n > p) ⇒ ((an ) n > L − L−12 ). Logo para n > p tem-se (n >
1
p) ⇒ ((an ) n > L+1
2 ) = r > 1. Mas então a n > r n
para n > p. E portanto
+∞
X
limn→+∞ an = +∞, o que nos permite concluir que a série an diverge.
n=1
1 1
c) Se limn→+∞ (an ) n = 1+ . Então existe p ∈ N tal que para n > p então (an ) n ≥
1+1 , mas então para n > p verifica-se an ≥ 1 logo limn→+∞ 6= 0 e portanto a
+∞
X
série an diverge.
n=1
1
d) Se limn→+∞ (an ) n = 1−1 então nada se pode concluir.Com efeito tem-se se
+∞
√ X 1
an = n1 então limn→+∞ n an = limn→+∞ √ 1
nn = 1
−1
e a série diverge. Se
n=1
n
1
considerarmos an = n2 então
q
1
limn→+∞ n2
n
1
= limn→+∞ √n 2
n
1
= limn→+∞ ( √
n
n)2
=1 −
+∞
X 1
e a série 2
converge.
n=1
n
√
e) Suponhamos que limn→+∞ n an = +∞. Então existe p ∈ N tal que para n > p
√
então n an > 2 mas então n > p tem-se an > 2n . Logo limn→+∞ an = +∞ e
7 Como
1
lim (an ) n = L < 1
n→+∞
então
1
∀ǫ > 0∀n ∈ N : (n ≥ p) ⇒ (an ) n − L < ǫ.
1−L 1 1−L
Mas então para ǫ = 2
escolha-se p ∈ N tal que (n > p) ⇒ (an ) n − L < 2
. Logo para
1 1
n ≥ p tem-se L − 1−L
2
< (an ) n
−l < L+ 1−L
2
. Assim para n > p tem-se 2l − r < (an ) n <
1+L
2
= r < 1. Como a n ≥ 0, ∀n ∈ N então
1
0 ≤ (an ) n < r
para n > p.
237
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
+∞
X
portanto a série an diverge.
n=1
+∞
X 1
Logo pelo critério de Cauchy a série converge.
n=1
(n + 1)n
+∞ 2n
X 3n + 1
Exercício 18.6. Mostre que a série é divergente.
n=1
4 − 2n
+∞ 2n
X 3n + 1
então a série é divergente.
n=1
4 − 2n
Definição 18.3. Séries alternadas de números reais são séries cujos termos podem
ser alternadamente posítivos e negativos.
Teorema 18.12. {Critério de Leibnitz} Seja (bn ){n∈N} uma sucessão decrescente de
+∞
X
números positivos tal que limn→+∞ bn = 0. Então a série (−1)n−1 bn converge.
n=1
S 2 = a1 − a2 ,
S4 = (a1 − a2 ) + (a3 − a4 ) = S2 + (a3 − a4 ) ≥ S2
S6 = (a1 − a2 ) + (a3 − a4 ) + (a5 − a6 ) = S4 + (a5 − a6 ) ≥ S4 ;
· · · , S2n = S2n−2 + (a2n−1 − a2n ) > S2(n−1)
+∞
X
P+∞
Teorema 18.13. Seja n=1 an uma série de números reais. Se |an | converge
n=1
P+∞
então a série n=1 an converge.
+∞
X +∞
X P+∞
ak = ak + |ak | − |ak | e (ak + |ak |) converge e (|ak |) converge então n=1 ak
k=1 k=1
converge.
+∞
X
Teorema 18.14. Seja (−1)n−1 an uma série alternada tal que an ≥ 0, ∀n ∈ N
n=1
e tal que (an )n∈N é uma sucessão decrescente e tal que limn→+∞ an = 0. Se S =
+∞
X
(−1)n−1 an então |S − an | ≤ an+1
n=1
+∞
X (−1)n
Exemplo 18.10. {Exemplo de série simplesmente convergente} A série é
n=1
n
n
simplesmente convergente. Pois considere-se an = | (−1) 1 1
n | = n . A sucessão an = n é
1 1 1
decrescente pois an+1 −an = n+1 − n = n(n+1) = − n(n+1) Logo an+1 −an ≤ 0, ∀n ∈ N
n−n−1
+∞
X 1
Exercício 18.7. Mostre que a série sen(nπ) converge absolutamene
n=1
2n
+∞ n
1 n
X 1
Resolução 18.7. Como |sen(nπ) 21n | ≤ 1
= e como a série converge
2n 2
n=1
2
+∞
1
X 1
por ser uma série geométrica de razão r = então a série sen(nπ) converge
2
n=1
2n
absolutamente.
Definição 18.6. Diz-se que uma sucessão (bn ){n∈N} é uma reordenação de uma suces-
são (an ){n∈N} se existe uma aplicação bijectiva g : N 7→ N tal que bn = ag(n) , ∀n ∈ N
+∞
X
Teorema 18.15. Se an converge absolutamente e (bn ){n∈N} é uma reordenação
n=1
+∞
X +∞
X
P+∞
de (an ){n∈N} então n=1 bn converge absolutamente e bn = an .
n=1 n=1
+∞
X
a) se L < 1 então a série an converge absolutamente ;
n=1
+∞
X
b) se L > 1 então a série an diverge;
n=1
+∞
X
|an+1 |
c) Se limn→+∞ |an | = 1+ então a série an diverge.
n=1
+∞
X
|an+1 |
d) se limn→+∞ |an | = 1− então nada se pode concluir sobre a série an .
n=1
|an+1 | P+∞
Se limn→+∞ |an | = +∞ então a série n=1 an diverge.
P+∞
Teorema p18.17. Critério de Cauchy Seja n=1 an com an 6= 0, ∀n ∈ N. Se
limn→+∞ n |an | = L ∈ R então:
+∞
X
a) se L < 1 então a série an converge absolutamente;
n=1
+∞
X
b) se L > 1 então a série an diverge;
n=1
+∞
X
p
c) se limn→+∞ n
|an | = 1+ então a série an diverge;
n=1
p
d) se limn→+∞ n
|an | = 1− então nada se pode concluir sobre a convergência da
+∞
X
série an .
n=1
+∞
X
p
Se limn→+∞ n
|an | = +∞ então a série an diverge.
n=1
EEEEE
242
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
19 Aplicações
Assim p
△si = 1 + (f ′ (ζi ))2 △xi .
1O Teorema de Lagrange diz que se f é uma função contínua em [a, b] e é diferenciável em ]a, b[
f (b)−f (a)
então existe um ponto yi tal que b−a
= f ′ (yi )
243
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Z b p
= 1 + (f ′ (x))2 dx
a
Por sua vez, para calcular o comprimento de uma curva C com x = x(y) com y ∈ [c, d]
, utiliza-se a menemónica
R R d ds
s = l(C) = CD ds = c dy dy
√
R d (dx)2 +(dy)2
= c dy
r dy r
R d dx 2 dy 2 R d dx 2
= c dy + dy dy = c dy + 1dy
dy 1
Resolução 19.2. Temos que f ′ (x) = dx = 32 x 2 . Logo
s = l(C) r
R R 5 ds R5 2
dy
= AB ds = 0 dx dx = 0 1 + dx dx
R5 q R 1
5
= 0 1 + 94 xdx = 49 0 49 1 + 49 x 2 dx
3
(1+ 94 x) 2 3
= 94 3 = 278
( 1 + 94 x 2 )|50
h 2 3 i
8
= 27 1 + 49 5 2 − 1 = 27 8 344
8 −1
8 335 335
= 27 8 = 27 .
3
Exercício 19.3. Encontre o comprimento da linha C definida por x = 3y 2 − 1 com
y ∈ [0, 4].
Resolução 19.3. Neste caso pensamos na linha C como o gráfico de uma função que
3 9 21
depende de y e então3 considerando x = f (y) = 3y 2 − 1 obtemos dx dy = f (y) = 2 y
′
e portanto R R
s = l(C) = CD ds = CD dy ds
dy
R4p
= 0 q1 + (f (y)) dy
′ 2
R4 R 4 81 12
= 0 1 + 81 4
4 ydy = 81 0 4 1 + 4 y
81
dy
3
4 (1+ 4 y ) 4
81 2 3
8
= 81 [ 3 ]0 = 243 [ 1 + 81 4 y ]0
2 4
8
√2
= 243 82 82 − 1 .
Observação 19.2. Notem quando a linha C está p definida por x = x(u) e y = y(u)
com u ∈ [a, b] então, utiliza-se o pensamento ds = (dx)2 + (dy)2 . Logo
√ q
(dx)2 +(dy)2 (dx)2 (dy)2
ds
=
du r du = (du)2 + (du)2
2
dx 2
dy
= du + du
3 Notem
C é o ponto da curva C correspondente a y = 0 e D é o ponto da curva C correspondente
ay=4
245
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
R R4
s = l(C)r = AB ds = 0 ds dt dt
R4 dx 2
2 R4√
= 0 dt + dy dt dt = 0 4t2 + 9t4 dt
R4 q 2 R4 q 2
= 0 2t 1 + 9t4 dt = 49 0 t 29 1 + 9t4 dt
2
3 q
1+ 9t4 2 2 3
= 49 ( 3 )|40 = 278
( 1 + 9t4 )|40
8
√2
= 27 (37 37 − 1).
Observação 19.3. Muitas vezes uma curva C está definida em coordenadas polares
x = f (θ), y = f (θ) com θ ∈ [θ1 , θ2 ]. Então neste caso temos que
p s s 2
2
ds (dx)2 + (dy)2 (dx)2 (dy)2 dx dy
= = + = + .
dθ dθ (dθ)2 (dθ)2 dθ dθ
os planos verticais x = xi−1 e x = xi é △Si = π(f (xi−1 ) + f (xi )) 1 + (f (ζi ))2 △xi .
′
Pn
Logo tem-se area(S) = limn→+∞ i=1 △Si . Assim, no nosso caso a área da superfície
de revolução Sn obtida rodando a linha poligonal é
n
X
area(Sn ) = △Si
i
n
X p
= π(f (xi−1 ) + f (xi )) 1 + (f ′ (ζi ))2 △xi
i=1
n
X p
area(Sn ) = π (f (xi−1 ) + f (xi ) 1 + (f ′ (ζi ))2 △xi
i=1
n
X p
area(Sn ) ≈ π (f (ζi ) + f (ζi )) 1 + (f ′ (ζi ))2 △xi
i=1
n
X p
area(Sn ) ≈ 2π (f (ζi ))) 1 + (f ′ (ζi ))2 △xi .
i=1
Note-se que aqui fizemos uma aproximação, isto é supomos que f (xi ) ≈ f (xi−1 ) =≈
f (ζi ) pois quando xi−1 está muito próximo de xi é isso que acontece. Logo relem-
brando a definição de soma de Riemann de uma função de classe C 1 em [a, b] obtemos
Z b p
area(S) = lim area(Sn ) = 2π f (x) 1 + (f ′ (x))2 dx.
n→+∞ a
Observação 19.4. Muitas vezes para ser mais fácil guardar uma fórmula na memória
p uma forma menemónica. Assim, vamos dizer que area(S) =
temos que guardá-la de
R
2π AB yds com ds = (dx)2 + (dy)2 onde A e B são os ponto inicial e final da linha
5 Vamos supor que 0 < a < b. Note-se que a área lateral do tronco do cone cone entre os planos
verticais x = xi−1 e x = xi é △Si = π(f (xi−1 )+f (xi ))△si onde si é o comprimento do segmento
que une os pontos Pi−1 a Pi , ver o livro Cálculo 1, James Stuart
247
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
E quando rodamos uma linha C definida por x = x(y) com y ∈ [c, d] em torno do eixo
R
Oy então escrevemos area(S) = 2π CD xds com C o ponto da curva C correspondente
a y = c e D o ponto da curva C correspondente a y = d. E então com esta menemónica
começamos a trabalhar
R
area(S) = CD xds
Rd
= 2π c x(y) dy
ds
dy
√
Rd (dx)2 +(dy)2
= 2π c x(y) dy
r dy 2
Rd 2
= 2π c x(y) dx
dy + dy dy dy
r
Rd 2
= 2π c x(y) dx
dy + 1dy.
Exercício 19.7. Encontre a área da superfície que se obtém rodando a linha C defi-
nida6 por x = y 3 com y ∈ [0, 1] em torno do eixo Oy.
√
R R Rπ (dx)2 +(dy)2
area(S) = 2π ABr yds = 2π AB y(t) ds dt dt = 2π 0
y(t) dt dt
R π2 2
dx 2
= 4π 0 asen3 (t) dt + dy dt dt
R π2 p
= 4π 0 asen3 (t) 9a2 cos4 (t)sen2 (t) + 9a2 sen4 (t) cos2 (t)dt
Rπ p Rπ
= 4π 02 asen3 (t) 9a2 cos2 (t)sen2 (t)dt = 4π 02 asen3 (t)3a cos(t)sen(t)dt
Rπ 5 π 2
= 12a2 π 02 sen4 (t) cos(t)dt = 12a2 π( sin5 (t) )|02 = 12a5 π .
= x1 mm1 +x
xc P 2 m2 +···+xn mn
1 +m2 +···+mn
n
x i mi
= Pi=1
n
m
;
i
i=1
yc = y1 mm1 +y 2 m2 +···+yn mn
Pn=1 1 +m2 +···+mn
y i mi
= Pi=1n
m
.
i
i=1
Imaginando D como sendo uma região do plano de densidade constante então o centro
de gravidade de D é o ponto (xc , yc ) tal que
Rb
x(f (x) − g(x))
xc = a
area(D)
1
Rb
2 (f (x) + g(x))(f (x) − g(x))dx
yc = a
.
area(D)
Demonstração. Sejam f e g duas funções de classe C 1 em [a, b] tais que g(x) ≤ f (x).
E considerem-se os pontos (xi , 0) do eixo Ox com i = 0, 1, · · · , n. Seja D = {(x, y) ∈
R2 : (a ≤ x ≤ b) ∧ (g(x) ≤ y ≤ f (x))}. Por sua vez, a cada intervalo [xi−1 , xi ]
para i = 1, · · · , n vamos associar um rectângulo Ri do seguinte modo:considere-se
x∗i = xi−12+xi . Então o rectângulo Ri tem a base superior na recta horizontal y = f (x∗i )
e a base inferior na recta horizontal y = g(x∗i ) e os lados laterais do rectângulo Ri
encontram-se nas recta verticais x = xi−1 e x = xi . Assim a área de Ri verifica
area(Ri ) = (f (x∗i ) − g(x∗i ))(xi − xi−1 ) = (f (x∗i ) − g(x∗i ))△xi .
Determinemos agora o centro de gravidade de uma região D do plano R2 que ima-
ginamos que é uma lâmina fina, homogénea, de modo que a densidade superficial é
constante e é ρ(ρ é a massa por unidade de área).
Vamos agora considerar Dn = ∪ni=1 Ri . Seja mi a massa do rectângulo Ri para i =
1, · · · , n. Então a massa do rectângulo Ri é mi = ρarea(Ri ) para i = 1, · · · , n. Neste
caso definimos o centro de gravidade de Dn como sendo o centro de gravidade do
sistema de particulas m1 , · · · , mn com mi localizada no centro do rectângulo Ri para
i = 1, · · · n, que se encontra no ponto de encontro das diagonais do rectângulo Ri .
Então a massa do rectângulo Ri é mi = ρ(f (x∗i ) − g(x∗i ))(xi − xi−1 ) Para cada
f (x∗ ∗
i )+g(xi )
rectângulo Ri o centro do rectângulo tem coordenadas (x∗i , 2 ).
251
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Mas então
n
X
x∗i ρ[f (x∗i ) − g(x∗i )]△xi
xc = limn→+∞ n
i=1
X
ρ[f (x∗i ) − g(x∗i )](xi − xi−1 )
Rb i=1
ρx(f (x)−g(x))dx
= Rb
a
;
ρ(f (x)−g(x))dx
a
n
X f (x∗i ) + g(x∗i )
ρ [f (x∗i ) − g(x∗i )](xi − xi−1 )
2
yc = limn→+∞ i=1
n
X
ρ(f (x∗i ) − g(x∗i ))(xi − xi−1 )
Rb i=1
1
ρ(f (x)+g(x))(f (x)−g(x))dx
= 2 a Rb .
ρ(f (x)−g(x))dx
a
1
Rb
2 (f (x) + g(x))(f (x) − g(x))dx
yc = a
Rb .
a
(f (x) − g(x))dx
Ou seja
Rb
x(f (x) − g(x))dx
xc = a
area(D)
1
Rb
a (f (x) − g 2 (x))dx
2
2
yc =
area(D)
252
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Observação 20.1. Aqui vale apena dizer, que como as fórmulas para o cálculo do
centro de gravidade da região D quando a densidade ρ é constante não depende da
densidade então vamos passar a defini-lo como centro geométrico da figura da re-
gião plana D. Do mesmo que dissemos anteriormente quando temos uma região D
delimitada pelas curvas x = f (y) e x = g(y) e entre y = c e y = d onde c ≤ d
g(y) ≤ f (y), ∀y ∈ [c, d] então o centro geométrico de D é o ponto (xg , yg ) tal que
Rd
y(f (y) − g(y))dy
xg = c
area(D)
1
Rd
2 (f 2 (y) − g 2 (y))dy
yg = c
area(D)
Teorema 20.2. Seja f : [a, b] 7→ R tal que f é uma função de classe C 1 em [a, b].
Então supondo que C é um fio de densidade constante então o centro de gravidade de
C é o ponto (xc , yc ) tal que
Rb √
x 1+(f ′ (x))2 dx
xc = Ra b √ ;
1+(f ′ (x))2 dx
R ba √
f (x) 1+(f ′ (x))2 dx
yc = aR b √ ′ 2
.
1+(f (x)) dx
a
Demonstração.
Seja C = {(x, y) ∈ R : (a ≤ x ≤ b) ∧ (y = f (x))} e vamos imaginar este conjunto
2
como um fio fino, homogéneo, com uma função densidade ρ constante ( massa por
unidade de comprimento). Sejam f uma função de classe C 1 em [a, b], (xi , 0) para
i = 0, · · · , n pontos do eixo Ox, com xi = a + b−a n i, i = 0, 1, · · · , n. Agora, vamos
construir uma linha Cn formada por segmentos: considere-se x∗i o ponto médio do
intervalo [xi−1 , xi ]. Em seguida para x∗i consideramos o segmento Pi−1 Pi da recta
secante ao gráfico de f passando nos ponto (xi−1 , f (xi−1 )) e (xi , f (xi )). Em seguida
calculamos o centro de gravidade dessa linha interpretando cada segmento Pi−1 Pi
como uma particula cujo centro de gravidade está no ponto (x∗i , f (x∗i )), e cuja massa
é a densidade vezes o comprimento do segmento,pnotem que fizemos uma suposição,
que ficará para o leitor descobrir, ou seja mi = ρ 1 + (f ′ (x∗i ))2 △xi . Assim, o centro
de gravidade do sistema de n particulas (x∗i , f (x∗i )), i = 1, · · · , n com s massas mi =
253
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
p
ρ 1 + (f ′ (x∗i ))2 △xi , i = 1, · · · , n é o ponto do espaço (xn , yn ) tal que
n
X q
x∗i ρ 1 + (f ′ (x∗i ))2 △xi
xn = i=1
n q
X
ρ 1 + (f ′ (x∗i ))2 △xi
i=1
n
X q
f (x∗i )ρ 1 + (f ′ (x∗i ))2 △xi
yn = i=1
n q .
X
ρ 1 + (f ′ (x∗i ))2 △xi
i=1
O que estamos a dizer é que o centro de massa da linha poligonal Cn é o ponto (xn , yn ).
Como quando n → +∞ Cn tende para C então definimos o centro de gravidade do fio
C como sendo o ponto (xc , yc ) = limn→+∞ (xn , yn ). Assim, lembrando a definição de
somas de Riemann, podemos escrever:
Rb √
x 1+(f ′ (x))2 dx
xc = Ra b √
1+(f ′ (x))2 dx
R ba √
f (x) 1+(f ′ (x))2 dx
yc = aR
b√
′ 21+(f (x)) dx
a
Assim se C é uma linha2 que é o gráfico de uma função x = f (y) com y ∈ [c, d] então:
R
yds
xc = RCD
R CD ds
f (y)ds
yc = CDR .
ds
CD
20.1 Resumo
n=1
X
y i mi
y1 m1 +y2 m2 +···+yn mn
yc = m1 +m2 +···+mn = i=1
P n
mi
.
i=1
Imaginando D como sendo uma região do plano de densidade constante então o centro
de gravidade de D é o ponto (xc , yc ) tal que
Rb
x(f (x) − g(x))
xc = a
area(D)
255
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
1
Rb
2 (f 2 (x) − g 2 (x))dx
yc = a
area(D)
256
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
21 Integrais Impróprios
Rb
Observação 21.1. No integral definido a f (x)dx , exige-se que o intervalo [a, b] seja
fechado e limitado e que a função f seja limitada. Vamos agora generalizar a definição
de integral definido para o caso em que uma destas condições não é verificada.
onde f é integrável em qualquer intervalo [α, x], x ≥ α; [β, x], x ≤ β; [a, b], ∀a, b ∈ R :
a < b respectivamente.
Figura 21.1: Integral de primeira espécie associado a uma região ilimidata à direita
Figura 21.2: Integral de primeira espécie associado a uma região ilimitada à direita
Figura 21.3: Integral de primeira espécie associado a uma região ilimitada à direita e
à esquerda
Rβ
b) Seja f :] − ∞, β] 7→ R. Diz-se que o integral impróprio −∞ f (t)dt com f inte-
grável em qualquer intervalo da forma [x, β] com x < β é convergente se e só
Rβ
se existir o limite limx→−∞ x f (t)dt e for um número real e neste caso escre-
Rβ Rβ
vemos −∞ f (t)dt = limx→−∞ x f (t)dt. Caso contrário, isto é se não existe
Rβ Rβ Rβ
limx→−∞ x f (t)dt ou limx→−∞ x f (t)dt = +∞ ou limx→−∞ x f (t)dt = −∞
Rβ
dizemos que o integral impróprio −∞ f (t)dt é divergente.
c) Seja f :] − ∞, +∞[7→ R uma função integrável em qualquer intervalo da forma
Rγ R +∞
[α, β] com α < β. Seja γ ∈ R. Se os integrais −∞ f (t)dt e γ f (t)dt fo-
R +∞
rem ambos convergentes então o integral impróprio −∞ f (t)dt é convergente e
escrevemos Z Z Z
+∞ γ +∞
f (t)dt = f (t)dt + f (t)dt.
−∞ −∞ γ
Rγ R +∞
Se o integral impróprio −∞f (t)dt ou o integral impróprio γ f (t)dt é diver-
R +∞
gente então o integral impróprio −∞ f (t)dt é divergente.
R −2
então o integral impróprio −∞ e−t dt é divergente.
b) Como
Rx 4
limx→+∞ 1 t3 dt = limx→+∞ ( t4 )|x1
4 4 4
= limx→+∞ ( x4 − 14 ) = limx→+∞ ( x4 − 41 )
= +∞ − 14 = +∞
R +∞
então o integral impróprio 1 t3 dt é divergente.
258
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
c) Rx
limx→+∞ 2 t14 dt
Rx
= limx→+∞ 2 t−4 dt
−3
= limx→+∞ ( t−3 )|x2
−3 −3
= limx→+∞ ( x−3 − 2−3 )
1
= 0− + 24
1
= 24 .
R +∞ 1
Logo o integral impróprio 2 t4 dt é convergente e portanto podemos escrever
R +∞ 1 1
que 2 t4 dt = 24 .
d) Considere-se a igualdade:
Z +∞ Z +∞ Z 0
cos(t)dt = cos(t)dt + cos(t)dt
−∞ 0 −∞
Como Rx
limx→+∞ 0 cos(t)dt = limx→+∞ (sen(t))|x0
= limx→+∞ (sen(x) − sen(0)) = limx→+∞ sen(x)]
R +∞ R +∞
e limx→+∞ sen(x) não exite então 0 cos(t)dt é divergente e portanto −∞ cos(t)dt
é divergente.
Figura 21.4: Integral impróprio de segunda espécie, f tem uma assimptota à esquerda
Figura 21.5: Integral impróprio de segunda espécie, f tem uma assimptota à direita
Rβ
Definição 21.4. {Convergência de integrais impróprios do tipo α f (t)dt, com a
função integranda ilimitada perto de β, por exemplo quando f é contínua em I = [α, β[
e f tem uma assimptota em x = β} Seja f : [α, β[7→ R uma função não limitada em
259
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
[α, β[ mas integrável em qualquer intervalo da forma [α, x] com x < β. Então o integral
Rβ Rx
impróprio α f (t)dt diz-se convergente se e só se existir o limx→β − α f (t)dt e for um
Rβ Rx
número real e neste caso escrevemos α f (t)dt = limx→β − α f (t)dt. Caso tal limite
Rβ
não exista, ou dê +∞ ou −∞ então o integral impróprio α f (t)dt diz-se divergente.
Rβ
Definição 21.5. {integrais impróprios do tipo α f (t)dt, com a função integranda
ilimitada perto de α.} Seja f :]α, β] 7→ R uma função não limitada em ]α, β] mas
integrável em qualquer intervalo da forma [x, β] com x > α. Então o integral im-
Rβ Rβ
próprio α f (t)dt diz-se convergente se e só se existir o limx→α+ x f (t)dt e for um
Rβ Rβ
número real e neste caso escrevemos α f (t)dt = limx→α+ x f (t)dt. Caso tal limite
Rβ
não exista, ou dé +∞ ou −∞ então o integral impróprio α f (t)dt diz-se divergente.
Exercício 21.2. Diga quais dos seguintes integrais impróprios de segunda espécie são
convergentes.
R4 1
a) 3 1 dt;
(t−3) 3
R4 1
b) 3 4−t dt;
R8 1
c) 6 1 dt.
(t−6) 3
a) Tem-se1
R4 1
R4 − 13
lima→3+ a (t−3) 31 dt = lima→3
+
a (t − 3) dt
1
− +1 2
b) Como 2
Rb 1
limb→4− 3 4−t dt = − limb→4− (ln |4 − t|)|b3
= − limb→4− (ln |4 − b| − ln 1)) = − ln 0+ + 0 = +∞
R4 1
então 3 4−t dt é divergente.
1A
R4 1
função integranda de 1 dt tem uma assimptota vertical em x = 3 e por sua vez em
3 (t−3) 3
qualquer intervalo da forma [x, 4] com 4 ≥ x > 3 a função integranda é integrável, pois é contínua
R4 1
em ]3, 4], assim 1 dt é um integral impróprio de segunda espécie
3 (t−3) 3
2A
R41
função integranda de dt tem uma assimptota vertical em x = 4 e por sua vez em
3 4−t
qualquer intervalo da forma [3, x] com 4 > x ≥ 3 a função integranda é integrável, pois é uma
R4 1
função contínua em [3, 4[, assim 4−t
dt é um integral impróprio de segunda espécie
3
260
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
c) Como3
R8 1
lima→6+ a (t−6) 31
dt
R8 1
= lima→6+ a (t − 6)− 3 dt
1
− +1
lima→6+ ( (t−6)
3
= − 1 +1
)|8a
3
2
= lima→6+ ( (t−6)
3
2 )|8a
3
2 2
= 32 limx→6+ ((8 − 6) 3 − (a − 6) 3 )|
2 2
= 32 (2 3 − (6+ − 6) 3 )
2
= 23 √
(2 3 − 0+ )
334
= 2
R8 1 R8 √
3
1 3 4
então o integral impróprio 6 1 dt é convergente e 6 1 dt = 2 .
(t−6) 3 (t−6) 3
Teorema 21.1. Seja α um número real tal que α > 0. Então o integral impróprio
R +∞ 1
α tp dt é convergente se e só se p > 1.
R +∞
Observação 21.4. {Resumindo para os integrais α t1p dt tem-se:} se α > 0 então:
R +∞
a) se p > 1 então o integral impróprio α t1p dt é convergente.
R +∞
b) se p < 1 então o integral impróprio α t1p dt é divergente.
R +∞
c) se p = 1 então o integral impróprio α t1p dt é divergente.
262
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Rα
Observação 21.5. {Resumindo para os integrais −∞ t1p dt com α < 0 tem-se} Seja
α < 0 então:
Rα
a) se p > 1 então o integral impróprio −∞ t1p dt é convergente.
Rα
b) se p < 1 então o integral impróprio −∞ t1p dt é divergente.
Rα
c) se p = 1 então o integral impróprio −∞ t1p dt é divergente.
Rb 1
Teorema 21.2. O integral impróprio a (b−t)p dt é convergente se e só se p < 1.
−p+1
Donde se p > 1 então −p + 1 < 0 e portanto limx→b− [− (b−x) 1
−p+1 ] = 0+ = +∞ e
Rx 1 −p+1
portanto limx→b− a (b−t)p dt = +∞ + (b−a) −p+1 = +∞. E portanto o integral im-
Rb 1
próprio a (b−t)p dt é divergente para p > 1. Se p < 1 então 1 − p > 0 e portanto
−p+1 Rx 1 (b−a)−p+1 −p+1
limx→b− (b−x) −p+1 = 0 e limx→b− a (b−t) p dt = 0 + −p+1 = + (b−a)
−p+1 . E por-
Rb 1
tanto o integral impróprio a (b−t) p dt é convergente se p < 1 e podemos escrever
Rb 1 (b−a)−p+1
a (b−t)p
dt = + −p+1 . Se p = 1 então
Rx 1
limx→b− a b−t dt
= limx→b− (− ln |b − t|)|xa
= limx→b− (− ln |b − x| + ln |b − a|)
= +∞ + ln |b − a| = +∞.
Rb 1
E portanto o integral impróprio a (b−t) p dt é divergente. Logo mostramos que o
Rb 1
integral impróprio a (b−t)p dt converge se e só se p < 1.
Rb 1
Observação 21.6. {Resumindo para os integrais impróprios a (b−t) p dt tem-se}
Rb 1
a) Se p > 1 então o integral impróprio a (b−t)p dt é divergente
Rb 1
b) Se p < 1 então o integral impróprio a (b−t) p dt é convergente
Rb 1
c) Se p = 1 então o integral impróprio a (b−t)p dt é divergente.
Rb 1
Observação 21.7. {Resumindo para os integrais impróprios a (t−a) p dt tem-se}
Rb 1
a) Se p > 1 então o integral impróprio a (t−a)p dt é divergente
Rb 1
b) Se p < 1 então o integral impróprio a (t−a) p dt é convergente
Rb 1
c) Se p = 1 então o integral impróprio a (t−a)p dt é divergente.
263
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Observação 21.8. Muitas vezes as funções integrandas dos integrais impróprios são
complicadas demais para perdermos tempo a integrá-las ou podem mesmo não ad-
mitir primitivas mas nós devemos ter a capacidade de saber responder se o inte-
gral impróprio é convergente ou não. Por exemplo será que o integral impróprio
R +∞ −x
0 e sen2 (x)dx é convergente? Voltaremos a este integral após a apresentação do
primeiro critério de comparação entre integrais impróprios do mesmo tipo:
Observação 21.9. Para ser mais fácil de apreender e guardar na memória o primeiro
critério de comparação devemos notar que a um integral impróprio quer de primeira
espécie quer de segunda espécie está sempre associada uma área de uma região do
espaço.
Demonstração.
Rx
a) Considerem-se as funções F e G tais que F (x) = a f (t)dt, ∀x ∈ [a, +∞[ e tal
Rx
que G(x) = a g(t)dt, ∀x ∈ [a, +∞[. Como f (t) ≥ 0 e g(t) ≥ 0 para t ∈ [a, +∞[
então as funções F e G são funções crescentes. Como f (t) ≤ g(t), ∀t ∈ [a, x] então
R +∞
F (x) ≤ G(x), ∀x ∈ [a, +∞[. Como G é crescente e como limx→+∞ G(x) = a g(t)dt
R +∞ R +∞
conclui-se que G(x) ≤ a g(t)dt. E portanto F (x) ≤ a g(t)dt, ∀x ∈ [a, +∞[.
Como a função F é crescente e majorada então ∃ limx→+∞ F (x) e esse limite é finito
R +∞
e portanto a f (t)dt converge.
R +∞ R +∞
b) Se a f (t)dt é divergente então a g(t)dt é divergente. Pois se fosse convergente
R +∞
então concluiriamos pela alínea anterior que a f (t)dt seria convergente. O que
R +∞
seria absurdo. Pois concluiriamos que a f (t)dt seria convergente e divergente . E
R +∞
como esta contradição vem da hipótese de admitirmos a g(t)dt é convergente logo
a conclusão é que ele só pode ser divergente.
264
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Nos 3 teoremas que se seguem a demonstração seria análoga à que fizemos na prova
feita acima e portanto não apresentamos as provas dos 3 teoremas que apresentamos
já de seguida.
Teorema 21.4. Critério de comparação para os integrais impróprios de primeira
espécie definidos em ] − ∞, b] Sejam f e g funções integráveis em qualquer intervalo
da forma [x, b] com x < b e suponhamos que 0 ≤ f (x) ≤ g(x), ∀x ∈] − ∞, b]. Então
Rb Rb
a) se −∞ g(t)dt é convergente então −∞ f (t)dt é convergente.
Rb Rb
b) se −∞ f (t)dt é divergente então −∞ g(t)dt é divergente.
Teorema 21.5. {Critério de comparação para os integrais impróprios de segunda
Rb
espécie I = a f (x)dx , com a função integranda f ilimitada perto de x = b} Sejam f
e g funções ilimitadas em [a, b[ mas integráveis em qualquer intervalo da forma [a, x]
com a < x < b e suponhamos que 0 ≤ f (x) ≤ g(x), ∀x ∈ [a, b[. Então:
Rb Rb
a) se o integral impróprio a g(t)dt converge então o integral impróprio a f (t)dt
converge.
Rb Rb
b) se o integral impróprio a f (t)dt diverge então o integral impróprio a g(t)dt
diverge.
Teorema 21.6. {Primeiro Critério de comparação de integrais impróprios de segunda
Rb
espécie I = a f (x)dx, com função integranda f ilimitada perto de x = a} Sejam f e
g funções ilimitadas em ]a, b] e integráveis em qualquer intervalo da forma [x, b] com
a < x < b e suponhamos que 0 ≤ f (x) ≤ g(x), ∀x ∈]a, b]. Então
Rb Rb
a) se o integral impróprio a g(t)dt é convergente então o integral impróprio a f (t)dt
é convergente.
Rb Rb
b) se o integral impróprio a f (t)dt é divergente então o integral impróprio a g(t)dt
é divergente.
R +∞
Exemplo 21.1. Regressemos ao integral impróprio 0 e−t sen2 (t)dt. Tem-se que
0 ≤ e−x sen2 (x) ≤ e−x , ∀x ∈ [0. + ∞[. Como
R +∞ Rx Rx
0
e−t dt = − limx→+∞ 0 (−e−t )dt = − limx→+∞ 0 (−e−t )dt
= − limx→+∞ (e−x − e0 ) = − limx→+∞ (e−x − 1) = −(0 − 1)
=1
265
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
R +∞
então 0 e−t dt é convergente e portanto pelo primeiro critério de comparação de
R +∞
integrais impróprios podemos concluir que 0 e−t sen2 (t)dt é convergente.
Observação 21.10. Mas este critério de comparação tem um defeito exige que ma-
R
joremos a função integranda do integral impróprio I f (x)dx por outra em todo o
domínio de integração e tal exige que eu saiba muito bem as propriedades dos núme-
ros reais e potanto será natural apresentar um critério que se preocupe em dizer que
a função integranda se comporta tal como outra mais simples de analisar quanto à
convergêmcia, mas sem compará-la com a função integranda em todo o domínio de
integração mas apenas onde é necessário. Por essa razão apresentamos o critério do
quociente. Mas antes paresentamos um critério que nos será útil, quando necessitar-
R
mos de provar que se um integral impróprio I |f (x)|dx é absolutamente convergente
R
então o integral impróprio f (x)dx converge.
Teorema 21.7. Sejam f, g : [a, +∞[7→ R e tais que f e g são funções integráveis
em qualquer intervalo da forma [a, x] com x > a. Então se os integrais impróprios
R +∞ R +∞
a f (x)dx e a g(x)dx são convergentes e α e β são números reais então o in-
R +∞ R +∞ R +∞
tegral a (αf + βg)(x)dx é convergente e a (αf + βg)(x)dx = α a f (x)dx +
R +∞
β a g(x)dx.
Observação 21.11. É evidente que o Teorema (21.7) pode ser formulado para qual-
quer tipo de integrais impróprios, é o que faremos no próximo Teorema.
R R
Teorema 21.8. Considere-se os integrais impróprios I f (t)dt e I g(t)dt da mesma
R R
espécie e sejam α e β dois números reais. Então se I f (t)dt e I g(t)dt são conver-
R
gentes então I (αf + βg)(x)dx é convergente e tem-se
Z Z Z
(αf + βg)(x)dx = α f (x)dx + β g(x)dx
I I I
R +∞ R +∞
Teorema 21.9. Os integrais impróprios a
f (t)d e b
f (t)dt são da mesma na-
tureza.
Rx
Demonstração. Sejam a e b números tais que b > a Seja x > b. Então a f (t)dt =
Rb Rx Rx Rb Rx
a
f (t)dt+ b f (t)dt. E portanto limx→+∞ a f (t)dt = a f (t)dt+limx→+∞ b f (t)dt.
R +∞
E portanto o integral impróprio a f (t)dt é convergente(divergente) se e só o integral
R +∞
impróprio b f (t)dt é convergente(divergente).
que são funções integráveis em qualquer intervalo da forma [a, x] com x > a tais que
R +∞
f (x) ≥ 0 ∧ g(x) ≥ 0, ∀x ∈ [a, +∞[ e considerem-se os integrais impróprios a f (t)dt
R +∞ (x)
e a g(t)dt . Se limx→+∞ fg(x) = L ∈ R+ \ {0} então os integrais impróprios
R +∞ R +∞
a f (t)dt e a g(t)dt são da mesma natureza, isto é são ambos convergentes ou
(x)
são ambos divergentes. Se limx→+∞ fg(x) = 0 então concluimos que:
R +∞ R +∞
a) se a g(x)dx é convergente então a f (x)dx é convergente;
R +∞ R +∞
b) se a f (x)dx é divergente então a g(x)dx é divergente.
(x)
Se limx→+∞ fg(x) = +∞ então;
R +∞ R +∞
a) se a g(x)dx é divergente então a f (x)dx é divergente.
R +∞ R +∞
b) se a f (x)dx é convergente então a g(x)dx é convergente.
(x)
Demonstração. a) Suponhamos que limx→+∞ fg(x) = L ∈ R+ . Então para ǫ = L4 ,
(x)
existe ∃M > a tal que, fg(x) − L < L4 para x > M. Mas então para x > M
f (x)
tem-se − L4 < g(x) − L < 4 . Assim,
L
podemos dizer que para x > M se verifica
3L f (x) 5L
que <
4 concluimos que 3L
g(x) < 4 . E finalmente,
5L
4 g(x) < f (x) < 4 g(x).
Logo pelo primeiro critério de comparação concluimos que os integrais impró-
R +∞ R +∞
prios M f (t)dt e M g(t)dt são da mesma natureza e portanto os integrais
R +∞ R +∞
impróprios a f (t)dt e a g(t)dt são da mesma natureza.
(x)
b) Seja ǫ um número real tal que ǫ > 0. Se limx→+∞ fg(x) = 0 então existe M > a
f (x)
tal que para x ≥ M então g(x) < ǫ. Mas como f e g são ambas funções
(x)
posítivas em [a, +∞[ então temos que fg(x) < ǫ para x > M. Assim f (x) < ǫg(x)
R +∞ R +∞
para x > M. Logo se o integral a g(t)dt converge então M g(t)dt converge
R +∞ R +∞ R +∞
e portanto M f (t)dt e a f (t)dt convergem. Por sua vez, se a f (t)dt
R +∞ R +∞ R +∞
diverge então M f (t)dt diverge e portanto M g(t)dt e a g(t)dt divergem.
f (x)
c) Se limx→+∞ g(x) = +∞ então dado N > 0 existe M > a tal que para x > M se
f (x) f (x)
tem g(x) > N. Então escolha-se N = 1 então > 1 para x > M. Mas então
g(x)
R +∞
f (x) > g(x) para x > M. Mas então se o integral impróprio a g(t)dt é diver-
R +∞ R +∞
gente então M g(t)dt é divergente e portanto M f (t)dt é divergente e por-
R +∞ R +∞ R +∞
tanto a f (t)dt é divergente. Se a f (t)dt é convergente então M f (t)dt
é convergente e portanto pelo critério de comparação de integrais impróprios
R +∞
podemos concluir que M g(t)dt ’e convergente e portanto concluimos que
R +∞
a g(t)dt converge.
Rb
f (x) ≥ 0 ∧ g(x) ≥ 0, ∀x ∈] − ∞, b] e considerem-se os integrais impróprios −∞ f (t)dt
Rb (x)
e −∞ g(t)dt . Se limx→−∞ fg(x) = L ∈ R+ \ {0} então os integrais impróprios
Rb Rb
−∞ f (t)dt e −∞ g(t)dt são da mesma natureza, isto é são ambos convergentes ou
(x)
são ambos divergentes. Se limx→−∞ fg(x) = 0 então concluimos que:
Rb Rb
a) se −∞ g(x)dx é convergente então −∞ f (x)dx é convergente;
Rb Rb
b) se −∞ f (x)dx é divergente então −∞ g(x)dx é divergente.
(x)
Se limx→−∞ fg(x) = +∞ então;
Rb Rb
a) se −∞ g(x)dx é divergente então −∞ f (x)dx é divergente.
Rb Rb
b) se −∞ f (x)dx é convergente então −∞ g(x)dx é convergente.
Teorema 21.12. {Critério do quociente para os integrais impróprios de segunda
espécie, com função integranda ilimitada perto de a} Sejam f e g duas funções reais
de variável real não limitadas em ]a, b] e integráveis em qualquer intervalo [x, b] com
b > x > a, e tais que f (x) ≥ 0, ∀x ∈]a, b] ∧ g(x) ≥ 0∀x ∈]a, b] e considerem-se os
Rb Rb (x)
integrais impróprios a f (t)dt e a g(t)dt . Se limx→a+ fg(x) = L ∈ R \ {0} então os
Rb Rb
integrais impróprios a f (t)dt e a g(t)dt são da mesma natureza, isto é são ambos
(x)
convergentes ou são ambos divergentes. Se limx→a+ fg(x) = 0 então concluimos que:
Rb Rb
a) se a g(x)dx é convergente então a f (x)dx é convergente;
Rb Rb
b) se a f (x)dx é divergente então a g(x)dx é divergente.
(x)
Se limx→a+ fg(x) = +∞ entãoconcluimos que:
Rb Rb
a) se a g(x)dx é divergente então a f (x)dx é divergente;
Rb Rb
b) se a f (x)dx é convergente então a g(x)dx é convergente.
Teorema 21.13. {Critério do quociente para os integrais impróprios de segunda
espécie, com função integranda ilimitada perto de b} Sejam f e g duas funções reais
de variável real não limitadas em [a, b[ mas integráveis em [a, x] com a < x < b e
tais que f (x) ≥ 0, ∀x ∈ [a, b[ e g(x) ≥ 0, ∀x ∈ [a, b[ e considerem-se os integrais
Rb Rb (x)
impróprios a f (t)dt e a g(t)dt de segunda espécie. Se limx→b− fg(x) = L ∈ R \ {0}
Rb Rb
então os integrais impróprios a f (t)dt e a g(t)dt são da mesma natureza, isto é são
(x)
ambos convergentes ou são ambos divergentes. Se limx→b− fg(x) = 0 então concluimos
que:
Rb Rb
a) se a g(x)dx é convergente então a f (x)dx é convergente;
Rb Rb
b) se a f (x)dx é divergente então a g(x)dx é divergente.
(x)
Se limx→b− fg(x) = +∞ então:
Rb Rb
a) se a g(x)dx é divergente então a f (x)dx é divergente.
Rb Rb
b) se a f (x)dx é convergente então a g(x)dx é convergente.
R +∞ x+1
Exercício 21.3. Diga se o integral impróprio 1 x5 +x+1 dx é convergente.
268
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Observação 21.12. Temos aqui que dizer que o critério de comparação e o critério
do quociente ambos exigem que as funções comparadas sejam ambas posítivas. Mas
muitas vezes, quando a função integranda do integral impróprio não for posítiva e
a utilização da definição de integral impróprio não permitir dizer se o integral im-
próprio é convergente ou se não é, estudamos o módulo da função integranda e se
o integral impróprio da função módulo for convergente então podemos que o integral
impróprio é convergente. Mas se divergir nada podemos conluir sobre o primeiro. As-
sim, apresentamos o Teorema 21.14. com a demonstração para fundamentar o nosso
pensamento.
R +∞
Teorema 21.14. Se o integral impróprio de primeira espécie a |f (x)|dx é conver-
R +∞ R +∞
gente então o integral impróprio a f (x)dx é convergente e verifica-se | a f (x)dx| ≤
R +∞ Rb
a |f (x)|dx. Se o integral impróprio de primeira espécie −∞ |f (x)|dx é convergente
Rb Rb
então o integral impróprio −∞ f (x)dx é convergente e verifica-se | −∞ f (x)dx| ≤
Rb Rb
−∞ |f (x)|dx Se o integral impróprio de segunda espécie a |f (x)|dx é convergente en-
Rb Rb Rb
tão o integral impróprio a f (x)dx é convergente e verifica-se | a f (x)dx| ≤ a |f (x)|dx
Logo Z Z
f (x)dx ≤ |f (x)|dx
I I
269
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
!htb
mistos, o que se faz é decompõem-se em vários integrais impróprios de modo que cada
um seja um integral impróprio só de uma espécie e depois dizemos que o integral
decomposto é convergente se e só se cada um dos integrais impróprios envolvidos for
convergente e divergente se e só se pelo menos um deles for divergente.
R +∞ 1
Exercício 21.4. Diga se o integral impróprio misto 1 x3 −1 dx é convergente, jus-
tifique a sua resposta.
Resolução 21.5. Bem para mostrar que esta série é convergente vamos mostrar que
a série é uma série de Mengoli. Então vamos tentar descobrir constantes tais que
4x + 4 a b
= 2+ (21.1)
x2 (x + 2)2 x (x + 2)2
4x+4 1 1
Assim, podemos escrever x2 (x+2)2 = x2 − (x+2)2 para x 6= 0 e para x 6= −1. E portanto
4(n+1) 1 1
temos =
n2 (n+2)2 −
n2 = n12 − (n+1)
(n+1)2 . Mas então como n2 (n+2)2
n+1 1
2 então a série
+∞
X n+1 +∞
X n+1
é uma série de Mengoli. Assim, por a série ser de
n=1
n (n + 2)
2 2
n=1
n2 (n + 2)2
271
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
Mengoli então é muito simples de terminar a soma parcial de ordem n desta série.
Assim, tem-se
n
X 4k + 4
Sn =
k (k + 2)2
2
k=1
n
X 1
1
= −
k2 (k + 2)2
k=1
= 112 − 312 + 212 −412 +
+ 312 − 512 + · · · + (n−2)1 1
2 − n2 +
1 1 1 1
+ (n−1)2 − (n+1)2 + n2 − (n+2)2
= 1 + 14 − (n+1)
1 1
2 − (n+2)2
1
= 54 − (n+1) 1
2 − (n+2)2 .
Donde como
1
limn→+∞ Sn = 1 + 4
= 45
+∞
X n+1 5
então a série 2 (n + 2)2
é convergente e a sua soma é 4 e portanto podemos
n=1
n
escrever
n
5 X 4n + 4
= .
4 n2 (n + 2)2
k=1
+∞
X n
Exercício 21.6. Verifique se a série é convergente
n=1
7n
Resolução 21.6. Aqui, devemos notar que em primeiro lugar que 7n para n grande
é muito maior que n. Aqui vamos resolver o exercício utilizando este comportamento
do termo geral. Assim, lembrando o binómio de Newton podemos escrever que:
n
X n
7 = (1 + 6) =
n n
1n−j 6j
j=0
j
n
X n!
= 1n−j ∗ 6j
j=0
j!(n − j)!
n−2 2 n−3 3 0 n
= n0 1n 60 + n1 1n−1 6 + n
2 1 6 + n
3 1 6 + ···+ n
n 1 6
≥ n3 63
n!
≥ 3!(n−3)! 63
≥ n(n−1)(n−2)(n−3)!
6(n−3)! 63
≥ n(n − 1)(n − 2)62 .
1 1 1
Assim, obtemos, para n ≥ 3, 7n ≤ 36n(n−1)(n−2) e portanto n
7n ≤ 36n(n−1)(n−2) . Fi-
+∞
1
X 1
nalmente para n ≥ 3 tem-se n
≤ 36(n−1)(n−2) . Agora, a série é
7n
n=3
36(n − 1)(n − 2)
272
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
+∞
X 1 1 1
da mesma natureza de convergência da série . Como ≤
n=1
36(n + 1)(n) 36(n+1)(n) n2
+∞ +∞
X 1 X 1
para n ∈ N e como a série de Dirichelet converge então a série
4
n=1
n 2
n=1
36(n + 1)(n)
+∞
X 1
converge portanto a série converge. Assim, concluimos que a sé-
n=3
36(n − 1)(n − 3)
+∞ +∞
X n X n
rie converge ou seja que a série converge .
n=3
7 n
n=3
7 n
n+1
an+1
limn→+∞ an = limn→+∞
7n+1
n
7n
1
= limn→+∞ n+1
n 7
n(1+ 1 )
= limn→+∞ 7n n
1+ 1
= limn→+∞ 7 n
1+0
= 7
an+1 1
Donde como an > 0, ∀n ∈ N e limn→+∞ an = 7 < 1 então pelo critério d’Alembert
+∞
X n
a série converge.
n=1
7n
lnx
ln x
Agora, calcule-se limx→+∞ e x . Como limx→+∞ x
= ∞
∞
então aplicando a regra de L’Hopital
273
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
an = n
7n . Mas então
√ √
n
n
limn→+∞ n a
n = limn→+∞ √
n n
7
√
n
n
= limn→+∞ 7
= 17
√ 1
Assim, como an > 0, ∀n ∈ N e limn→+∞ n
an = 7 < 1 então pelo critério de Cauchy
+∞
X n
a série converge.
n=1
7n
Resolução 21.7. Será regra de bom senso analizar se o termo geral tende para zero
ou não antes de aplicar a regra deCauchy.
n Assim, apresenta-se os seguintes cálculos,
mas considere-se a notação an = n+2 . Assim, vem
n+1
limn→+∞ an = n
= limn→+∞ n+1
n+2 1 n
n(1+ )
= limn→+∞ n(1+ n2 )
n
(1+ 1 )n
= limn→+∞ (1+ n2 )n
n
1 n
limn→+∞ (1+ n )
= 2 n
limn→+∞ (1+ n )
= e
e2
1
= e 6= 0.
+∞ n
X n+1
Como limn→+∞ an 6= 0 então a série diverge. Aqui vale apena dizer
n=1
n+2
obtemos
ln x
limx→+∞ x
1
= limx→+∞ x
1
1
= limx→+∞ x
1
= +∞
= 0.
ln x √
E portanto limx→+∞ e x = e0 = 1 e consequentemente tem-se limn→+∞ n
n=1
274
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
= limn→+∞ n+1
n+2
n(1+ 1 )
= limn→+∞ n(1+ n2 )
n
1+ 1
= limn→+∞ 1+ n2
n
=1 −
Observação 21.15. Será natural perguntar quando utilizar o critério d’Alembert para
dectetar se uma série de números converge ou diverge. A resposta a esta questão será
quando o termo geral da série for um quociente de duas expressões que se encontram
factorizadas e que saibamos à partida que ou o númerador é bastante maior que o
denominador ou quando o denominador é muito maior que o numerador. Ou quando
o numerador é constante e por exemplo denominador é muito grande e é muito fácil
de factorizar. Esta regra de bom senso, é para não cairmos no caso em que o limite do
termo geral tende para L 6= 0. Assim, apresentamos um exemplo que verifica algumas
dãs regras de bom sendo ditas nesta observação.
+∞
X 1
Exercício 21.8. Mostre que a série é convergente. Utilize o critério de Alem-
n=1
n!
bert.
1
Resolução 21.8. Considere-se então an = n! . Então pelo critério d’Alemebert tem-se
que
1 1
an+1
limn→+∞ an = limn→+∞ (n+1)!
1 = limn→+∞ (n+1)n!
1
n! n!
1
= limn→+∞ n!
(n+1)n! = limn→+∞ n+1 =0
≤1
+∞
X an+1
Então como an é uma série de termos positivos e limn→+∞ an = 0 < 1 então
n=1
+∞
X 1
pelo critério d’Alembert a série converge. Note-se que é natural que a série
n=1
n!
seja convergente pois a n grande estamos a somar termos muito, muito pequenos.
Exercício 21.9. Sabendo que a soma dos n primeiros termos de uma série de nú-
meros reais é Sn = n+2
n+1
calcule o termo geral da série.
275
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
+∞
X 1
Exercício 21.10. Determine a soma da série .
n=1
n(n + 3)
1 1 1 1
Resolução 21.10. Tem-se n(n+3) = 3 n − n+1 . Assim, tem-se
+∞ +∞
X 1 X 1 1 1
= −
n=1
n(n + 3) n=1 3 n n + 3
+∞
1
X 1 1
= 3 −
n=1
n n+3
+∞
X 1 1
Calcule-se agora a soma da série − . Tem-se:
n=1
n n+3
S1 = 1 − 14
S2 = 1 − 41 + 12 − 51
S3 = 1 − 41 + 12 − 51 + 13 − 61
S4 = 1 − 14 + 12 − 51 + 13 − 61 + 14 − 71
..
.
Sn= 1 − 14 + 21 − 15 + 31− 16 + 41 − 17 + · ·· +
1
+ n−3 − n1 + n−2 1 1
− n+1 + n−1 1 1
− n−2 + n1 − 1
n+3
1 1 1 1 1
Assim, Sn = 1 + 2 + 3 − n+1 − n+2 − n+3 e portanto
1 1 11
lim Sn = 1 + + =
n→+∞ 2 3 6
+∞
X 1 1 1 1 1 11 11
E portanto a soma da série − éS= limn→+∞ Sn = = e
n=1
3 n n+3 3 3 6 18
escrevemos
+∞
11 X 1 1 1
= −
18 n=1 3 n n + 3
+∞
X 8n
Exercício 21.11. Encontre o valor de a de modo que a série seja
n=0
(a + 1)3n
convergente.
276
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
+∞ +∞ n
8n
X X 8
Resolução 21.11. Temos que = . Assim, podemos
n=0
(a + 1)3n n=0
(a + 1)3
+∞
X 8n 8
dizer que a série é uma série geométrica cuja razão é r = (a+1)3 . Donde
n=0
(a + 1)3n
+∞
X 8n
a série será convergente se e só se |r| < 1. Ou seja será convergente se
n=0
(a + 1)3n
8
e só se (a+1) 3 < 1. Considerem-se as seguintes equivalências:
8 8
(a+1)3 < 1 ⇔ |(a+1)3 | <1
8 < |(a + 1) | ⇔ |a + 1| > 2
3
+∞
X 8n
Donde, a série converge se e só se a ∈] − ∞, −3[∪]1, +∞[.
n=0
(a + 1)3n
+∞
X +∞
X
Exercício 21.12. Considerem-se as séries an e bn de termos positivos tal
n=1 n=1
que existe p ∈ N tal que para n > p se verifica an > 0 e bn > 0 e de tal modo que é
verificada a desigualdade (21.8).
an+1 bn+1
≤ . (21.8)
an bn
+∞
X +∞
X
para n > p. Mostre que então se bn converge então an converge.
n=1 n=1
+∞
X
Exercício 21.13. Suponha que a série de termos positivos converge. Prove que
n=1
+∞ +∞
X √ X √
a série an an+1 também converge. Mostre que se an an+1 converge e se an
n=1 n=1
+∞
X
é uma sucessão decrescente então podemos concluir que a série an converge.
n=1
277
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
√ √ √ √ √
Resolução 21.13. Seja n ∈ N então ( an − an+1 )2 ≥ 0, isto é ( an )2 −2 an an+1 +
√ √
( an+1 )2 ≥ 0 e portanto an +a
2
n+1
≥ an an+1 . Logo, pelo primeiro critério de compa-
+∞
X +∞
X
ração como a série an converge então a série an+1 também converge e portanto
n=1 n=1
+∞
X an + an+1 an +an+1 √
a série converge logo como ≥ an an+1 para todo n ∈ N então
n=1
2 2
+∞
X √
pelo primeiro critério de comparação de séries concluimos que a série an an+1
n=1
converge.
Se a sucessão an é uma sucess ao decrescente então an ≥ an+1 e portanto an an+1 ≥
+∞
√ X √
a2n+1 , ou seja an an+1 ≥ an+1 Logo, se a série ak ak+1 converge então a série
k=1
+∞
X +∞
X
an+1 converge e portanto a série an converge.
n=1 n=1
+∞
X +∞
X
Exercício 21.14. Suponha que a2n e que b2n são séries convergentes mostre
n=1 n=1
+∞
X
que então a série an b n .
n=1
Resolução 21.14. Como para n ∈ N então a2n − 2an bn + b2n ≥ 0 e portanto a2n + b2n ≥
+∞
X +∞
X
2an bn . Como a2n e b2n são convergentes então pelo primeiro critério comparação
n=1 n=1
+∞
X
a série an bn converge.
n=1
+∞
X a2n
Exercício 21.15. Seja an uma série de termos positivos. Mostre que a
n=1
1 + n2 a2n
é convergente.
a2 a2
Resolução 21.15. Seja n ∈ N. Como para n ∈ N se tem 1+nn2 a2 ≤ n2 an2 e portanto
n n
+∞ +∞
a2n
X 1 X a2n
verifica-se que 1+n2 a2 ≤ n12 . Assim, como converge então a série
n
n=1
n2 n=1
1 + n2 a2n
converge.
+∞
X
Exercício 21.16. Mostre que se a série de números reais posítivos an converge
n=1
+∞
X
então a série a2n converge.
n=1
+∞
X
Resolução 21.16. Como a série an converge então limn→+∞ an = 0, mas então
n=1
278
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
seja p um número natural tal que para n > p se tenha an < 1. Mas então para n > p
+∞
X
temos que a2n ≤ an . Logo como a série an converge então pelo primeiro critério
n=1
+∞
X
de comparação de séries a série a2n converge.
n=1
+∞
X +∞
X
Definição 21.9. Sejam an e bn duas séries de números reais. Define-se
n=0 n=0
+∞
X +∞
X +∞
X
o producto de Cauchy das séries ak e bk como sendo a série cn onde
n=1 n=1 n=0
n
X
cn = ak bn−k .
k=0
+∞
X +∞
X
Observação 21.16. A série producto de Cauchy das séries an e bn denota-se
n=0 n=0
+∞
X +∞
X +∞
X
por an × bn . E o producto de Cauchy da série an por ela própria denota-se
n=0 n=0 n=0
+∞
!2
X
por an
n=0
+∞
!2
X 1
Exercício 21.17. Determine o producto de Cauchy .
n=0
2 n
+∞ 2 +∞ 2 +∞
X 1 X 1 X
Resolução 21.17. Temos que . Temos que = cn , onde
n=0
2n n=0
2n n=0
n n +∞ 2
X 1 1 X 1 X 1
cn = . Donde c n = e portanto c n = n
. Donde =
2i 2n−i 2n 2n
2n
279
Breves Apontamentos Introdução à Análise Matemática 1
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