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Status atual das atividades de projeto no âmbito do

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) no Brasil e no mundo


Última compilação do site da CQNUMC: 17 de agosto de 2010.

O Protocolo de Quioto, entre vários outros elementos, traz a possibilidade de utilização de


mecanismos de mercado para que os países desenvolvidos possam cumprir os compromissos
quantificados de redução e limitação de emissão de gases de efeito estufa. No caso do Brasil, a
participação no mencionado mercado ocorre por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo –
MDL, por ser o único mecanismo do Protocolo de Quioto que admite a participação voluntária de
países em desenvolvimento. O MDL permite a certificação de projetos de redução de emissões nos
países em desenvolvimento e a posterior venda das reduções certificadas de emissões - RCEs, para
serem utilizadas pelos países desenvolvidos como modo suplementar para cumprirem suas metas.
Esse mecanismo deve implicar em reduções de emissões adicionais àquelas que ocorreriam na
ausência do projeto, garantindo benefícios reais, mensuráveis e de longo prazo para a mitigação da
mudança do clima.

Para que um projeto resulte em reduções certificadas de emissões – RCEs, as atividades de projeto
do MDL devem, necessariamente, passar pelas etapas do ciclo do projeto, que são sete: elaboração
de documento de concepção de projeto (DCP), usando metodologia de linha de base e plano de
monitoramento aprovados; validação (verifica se o projeto está em conformidade com a
regulamentação do Protocolo de Quioto); aprovação pela Autoridade Nacional Designada – AND,
que no caso do Brasil é a Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima - CIMGC
(verifica a contribuição do projeto para o desenvolvimento sustentável); submissão ao Conselho
Executivo para registro; monitoramento; verificação/certificação; e emissão de unidades segundo o
acordo de projeto.

A elaboração do Documento de Concepção de Projeto – DCP é a primeira etapa do ciclo. Esse


documento deverá incluir, entre outros elementos, a descrição: da atividade de projeto; dos
participantes da atividade de projeto; da metodologia da linha de base; das metodologias para
cálculo da redução de emissões de gases de efeito estufa e para o estabelecimento dos limites da
atividade de projeto, bem como das fugas; e do plano de monitoramento. Deve conter, ainda, a
definição do período de obtenção de créditos; a descrição das informações para demonstrar a
adicionalidade da atividade de projeto; as informações sobre impactos ambientais; os comentários
dos atores e informações quanto à utilização de fontes adicionais de financiamento. Os responsáveis
por essa etapa do processo são os participantes do projeto.
1
A validação é o segundo passo no Brasil e corresponde ao processo de avaliação independente de
uma atividade de projeto por uma Entidade Operacional Designada – EOD, no tocante aos
requisitos do MDL, com base no DCP. A aprovação, por sua vez, é o processo pelo qual a AND das
Partes envolvidas confirmam a participação voluntária e a AND do país onde são implementadas as
atividades de projeto do MDL atesta que dita atividade contribui para o desenvolvimento
sustentável do país. No caso do Brasil, os projetos são analisados pelos integrantes da Comissão
Interministerial de Mudança Global do Clima, que avaliam o relatório de validação e a contribuição
da atividade de projeto para o desenvolvimento sustentável do país, segundo cinco critérios básicos:
distribuição de renda, sustentabilidade ambiental local, desenvolvimento das condições de trabalho
e geração líquida de emprego, capacitação e desenvolvimento tecnológico, e integração regional e
articulação com outros setores.

Registro é aceitação formal, pelo Conselho Executivo, de um projeto validado como atividade de
projeto do MDL. A aprovação de projetos no Conselho Executivo do MDL é subseqüente à
aprovação pela Autoridade Nacional Designada. A aprovação pela CIMGC é necessária para a
continuidade dos projetos, mas não é suficiente para sua aprovação pelo Conselho Executivo, que
analisa também a metodologia escolhida, a adicionalidade do projeto, entre outros aspectos. O
registro é o pré-requisito para o monitoramento, a verificação/certificação e emissão das RCEs
relativas à atividade de projeto no âmbito do MDL.

O processo de monitoramento da atividade de projeto inclui o recolhimento e armazenamento de


todos os dados necessários para calcular a redução das emissões de gases de efeito estufa, de acordo
com a metodologia de linha de base estabelecida no DCP, que tenham ocorrido dentro dos limites
da atividade de projeto e dentro do período de obtenção de créditos. Os participantes do projeto
serão os responsáveis pelo processo de monitoramento.

A sexta etapa é a verificação/certificação. Verificação é o processo de auditoria periódico e


independente para revisar os cálculos acerca da redução de emissões de gases de efeito estufa ou de
remoção de CO2 resultantes de uma atividade de projeto do MDL que foram enviados ao Conselho
Executivo por meio do DCP. Esse processo é feito com o intuito de verificar a redução de emissões
que efetivamente ocorreu. Após a verificação, o Conselho Executivo certifica que uma determinada
atividade de projeto atingiu um determinado nível de redução de emissões de gases de efeito estufa
durante um período de tempo específico.

2
A etapa final é quando o Conselho Executivo tem certeza de que, cumpridas todas as etapas, as
reduções de emissões de gases de efeito estufa decorrentes das atividades de projeto são reais,
mensuráveis e de longo prazo e, portanto, podem dar origem a RCEs. As RCEs são emitidas pelo
Conselho Executivo e creditadas aos participantes de uma atividade de projeto na proporção por
eles definida e, dependendo do caso, podendo ser utilizadas como forma de cumprimento parcial
dos compromissos quantificados de redução e limitação de emissão de gases de efeito estufa por
parte dos países desenvolvidos (Anexo I da Convenção sobre Mudança do Clima).

Abaixo são apresentadas as estatísticas das atividades de projeto no âmbito do MDL no Brasil e no
mundo até 17 de agosto de 2010.

1 - Número de atividades de projeto

Uma atividade de projeto entra no sistema do MDL quando o seu documento de concepção de
projeto (DCP) correspondente é submetido para validação a uma Entidade Operacional Designada
(EOD). Ao completar o ciclo de validação, aprovação e registro, a atividade registrada torna-se
efetivamente uma atividade de projeto no âmbito do MDL. A figura 1 e 1a mostram o status atual
das atividades de projeto em estágio de validação, aprovação e registro. Um total de 6567 projetos
encontrava-se em alguma fase do ciclo de projetos do MDL, sendo 2323 já registrados pelo
Conselho Executivo do MDL e 4244 em outras fases do ciclo. Como pode ser verificado nas figuras
1 e 1a, o Brasil ocupa o 3º lugar em número de atividades de projeto, com 460 projetos (7%), sendo
que em primeiro lugar encontra-se a China com 2487 (38%) e, em segundo, a Índia com 1769
projetos (27%).

Figura 1 – Número de atividades de projeto no âmbito do MDL no mundo


Número de Atividades de Projeto no Âmbito do MDL no mundo

2500
2250
2000
1750
1500
1250
1000
750 460
500
250
0
México

Peru

Paquistão

Bolívia

P. N. Guiné
Panamá

Moldávia
El Salvador

Paraguai
Vietnam

Butão
Egito
Índia

Chile
Brasil

Tailândia

Israel
África do Sul

Uzbequistão

Chipre

Nepal
Congo
Cuba

Moçambique

Ghana
Colômbia
Argentina

Sri Lanka

Uganda
Uruguai

Rep. Dominicana

Costa do Marfim
Cameroon

Jamaica
Mali
Maurício
Fiji
Sudão
Cape Verde
Armênia

Senegal
Iran
China

Malásia
Indonésia

Coréia do Sul
Filipinas

Equador

Guatemala
Quênia

Costa Rica

Nigéria
Georgia
Camboja
Azerbaijão

Mongólia
Bangladesh
Jordânia

Macedônia
Tunísia
Albania
Syria

Quirguistão
Liberia
Malta
Ethiopia
Honduras

Marrocos

Cingapura
Nicarágua

Tanzania

Laos

Guiné Equatorial
Guiana

Swaziland
Zambia

Tadjiquistão
Mauritânia
Rwanda
Emirados Árabes

Qatar

Madagascar

Bahamas

3
Figura 1a – Participação no total de atividades de projeto no âmbito do MDL no mundo

Participação no Total de Atividades de Projeto no Âmbito do


MDL no mundo
6567

Malásia
3%
México
China
4%
38%
Brasil
7%

Índia
27%

China Índia Brasil México Malásia Tailândia Indonésia Vietnam Filipinas Coréia do Sul
Chile Colômbia Peru Argentina Israel África do Sul Honduras Sri Lanka Equador Paquistão
Panamá Guatemala Egito Quênia Marrocos Emirados Árabes Uzbequistão Uganda Uruguai Armênia
Costa Rica Bolívia Cingapura Nicarágua Chipre Moldávia Rep. Dominicana El Salvador Nigéria Tanzania
Georgia Camboja Azerbaijão Nepal Congo P. N. Guiné Cuba Bangladesh Jordânia Senegal
Iran Butão Mongólia Paraguai Macedônia Costa do Marfim Tunísia Cameroon Albania Laos
Syria Jamaica Mali Maurício Fiji Qatar Sudão Cape Verde Guiné Equatorial Guiana
Quirguistão Liberia Madagascar Malta Moçambique Ethiopia Swaziland Ghana Zambia Mauritânia
Bahamas Rwanda Tadjiquistão

2 – Potencial de Redução de emissões para o primeiro período de obtenção de créditos

Em termos do potencial de reduções de emissões associado aos projetos no ciclo do MDL, o Brasil
ocupa a terceira posição, sendo responsável pela redução de 393.527.792 tCO2e, o que corresponde
a 5% do total mundial, para o primeiro período de obtenção de créditos, que podem ser de no
máximo 10 anos para projetos de período fixo ou de 7 anos para projetos de período renovável (os
projetos são renováveis por no máximo três períodos de 7 anos dando um total de 21 anos). A China
ocupa o primeiro lugar com 3.482.722.469 tCO2e a serem reduzidas (47%), seguida pela Índia com
1.785.339.554 de tCO2e (24%) de emissões projetadas para o primeiro período de obtenção de
créditos.

Figura 2 – Potencial de Redução de emissões para o primeiro período de obtenção de créditos

4
Potencial de Redução de Emissões para o Primeiro Período de Obtenção de Créditos

3,500,000,000

3,000,000,000

2,500,000,000
t CO2 e

2,000,000,000

1,500,000,000

1,000,000,000

500,000,000
393,527,792

0
México

Peru

Bolívia

P. N. Guiné
Paquistão

Panamá

Moldávia

El Salvador

Paraguai
Vietnam

Butão
Chile

Gana

Egito

Congo
Rep.

Cuba

Chipre

Sudão

Mali

Fiji
Índia
Brasil

África do Sul

Israel

Uzbequistão

Sri Lanka

Iran

Uruguai

Senegal

Jamaica

Nepal
Maurício

Moçambique
Jordânia

Síria

Cameroon
China

Coréia do Sul

Malásia
Nigéria
Tailândia

Tunísia

Armênia

Zambia
Ruanda
Etiópia

Cape Verde
Liberia

Albania
Indonésia

Colômbia
Argentina

Azerbaijão

Filipinas

Equador

Quênia
Tanzania
Costa do Marfim
Uganda

Georgia
Guiné Equatorial
Guatemala

Costa Rica

Camboja

Laos

Mongólia

Quirguistão
Tadjiquistão
Suazilândia

Guiana
Malta
Marrocos

Qatar
Emirados
Macedônia

Bangladesh
Honduras

Cingapura

Nicarágua

Mauritânia

Madagascar

Bahamas
Figura 2a – Participação no Potencial de Redução de emissões para o primeiro período de obtenção
de créditos

Participação no Potencial de Redução de Emissões para o


Primeiro Período de Obtenção de Créditos
(7.476 milhões t CO2e)

México
2%
Coréia do Sul
3% China
47%

Brasil
5%

Índia
24%

China Índia Brasil Coréia do Sul México Indonésia Malásia Nigéria Tailândia
Chile Colômbia Argentina Vietnam África do Sul Azerbaijão Peru Israel Gana
Butão Uzbequistão Filipinas Egito Paquistão Equador Guiné Equatorial Guatemala Panamá
Congo Rep. Dominicana Quênia Marrocos Tanzania Costa do Marfim Uganda Qatar Emirados Árabes
Honduras Macedônia Georgia Jordânia Sri Lanka Cingapura Tunísia Bolívia Cuba
Iran Moldávia Armênia Nicarágua Costa Rica Uruguai P. N. Guiné Chipre Camboja
Senegal El Salvador Bangladesh Jamaica Maurício Laos Síria Nepal Mongólia
Cameroon Sudão Zambia Ruanda Etiópia Paraguai Liberia Mali Mauritânia
Cape Verde Albania Quirguistão Tadjiquistão Madagascar Suazilândia Fiji Moçambique Guiana
Malta Bahamas

3 – Potencial de Redução anual de emissões para o primeiro período de obtenção de créditos

Dividindo-se as toneladas a serem reduzidas no primeiro período de obtenção de créditos pelo


número de anos (7 ou 10) obtém-se uma estimativa anual de redução esperada. No cenário global, o
Brasil ocupa a terceira posição entre os países com maiores reduções anuais de emissões de gases
de efeito estufa, com uma redução de 49.768.483 de tCO2e/ano, o que é igual a 6% do total
mundial. Em primeiro lugar, encontra-se a China, com 459.209.719 de tCO2e/ano (51%), e, em

5
segundo, a Índia, com redução de 183.036.631 de tCO2e/ano, o que corresponde a quase 20% do
total mundial.

Potencial de Redução Anual de Emissões para o Primeiro Período de Obtenção de Créditos


Figura 3 – Potencial de Redução anual de emissões para o primeiro período de obtenção de créditos
450,000,000
400,000,000
350,000,000
t CO2 e

300,000,000
250,000,000
200,000,000
150,000,000
100,000,000
49,768,483
50,000,000
0
México

Peru

Paquistão

Bolívia

P. N. Guiné
Panamá

Moldávia

El Salvador

Paraguai
Vietnam

Butão

Ghana

Congo
Chile

Cuba

Nepal
Índia
Brasil

África do Sul

Israel
Uzbequistão
Egito
Coréia do Sul

Tailândia

Iran

Chipre
Maurício

Cameroon
Argentina
Azerbaijão

Colômbia

Uruguai

Senegal

Jamaica

Sudão

Cape Verde

Mali

Moçambique
Fiji
Macedônia

Sri Lanka

Mongólia
China

Malásia
Indonésia
Nigéria

Filipinas

Equador

Guatemala
Costa do Marfim

Uganda
Quênia
Rep. Dominicana

Jordânia
Georgia

Armênia
Camboja
Costa Rica

Syria

Zambia

Tadjiquistão

Ethiopia
Nicarágua
Tunísia
Tanzania

Bangladesh
Guiné Equatorial

Marrocos

Qatar
Honduras

Cingapura

Laos

Rwanda

Quirguistão
Liberia
Mauritânia
Swaziland
Albania

Guiana

Malta
Madagascar
Emirados Árabes

Bahamas
Figura 3a – Participação no potencial de Redução anual de emissões para o primeiro período de
obtenção de créditos

Participação no potencial de Redução anual de emissões


para o primeiro período de obtenção de créditos
(901 milhões tCO2e)

México
2%
Coréia do Sul
3%
Brasil China
6% 51%

Índia
20%

China Índia Brasil Coréia do Sul México Malásia Indonésia Nigéria Chile Tailândia
Vietnam África do Sul Argentina Peru Azerbaijão Israel Filipinas Uzbequistão Butão Egito
Paquistão Equador Colômbia Panamá Guiné Equatorial Ghana Guatemala Marrocos Costa do Marfim Quênia
Rep. Dominicana Qatar Uganda Honduras Moldávia Emirados Árabes Macedônia Jordânia Georgia Sri Lanka
Bolívia Congo Cuba Iran Nicarágua Tunísia Tanzania Cingapura Uruguai Armênia
El Salvador Camboja Costa Rica P. N. Guiné Chipre Senegal Maurício Bangladesh Syria Jamaica
Mongólia Nepal Laos Cameroon Sudão Zambia Rwanda Cape Verde Paraguai Quirguistão
Liberia Mali Mauritânia Swaziland Tadjiquistão Albania Madagascar Moçambique Guiana Fiji
Ethiopia Bahamas Malta

4 – Distribuição das atividades de projeto no Brasil por tipo de gás de efeito estufa

A figura 4 apresenta a participação das atividades de projeto desenvolvidas no Brasil, no âmbito do


MDL, no que se refere à redução das emissões de gases de efeito estufa, por tipo de gás. . Nota-se
que, em termos de número de atividades de projeto, o gás carbônico (CO2) é atualmente o mais

6
relevante, seguido pelo metano (CH4) e pelo óxido nitroso (N2O). A figura 5 mostra que a maior
parte das atividades de projeto desenvolvidas no Brasil está no setor energético, o que explica a
predominância do CO2 na balança de reduções de emissões brasileiras.

Figura 4 – Distribuição das atividades de projeto no Brasil por tipo de gás de efeito estufa reduzido
Distribuição das atividades de projeto no Brasil
por tipo de gás de efeito estufa reduzido

1.1% 0.4%

33% CO2
CH4
N2O
PFC

66%

5 – Distribuição das atividades de projeto no Brasil por escopo setorial

Esse indicador mostra os escopos setoriais que mais têm atraído o interesse dos participantes de
projetos. A predominância das atividades de projeto está no setor energético.

Figura 5 – Distribuição das atividades de projeto no Brasil por escopo setorial

Número de Projetos Brasileiros por Escopo Setorial

Energia renovável Energia renovável


Suinocultura
Aterro sanitário 50.7% Troca de combustível fóssil
7.8% Aterro sanitário
Eficiência energética
Resíduos
Processos industrais
Redução de N2O
Reflorestamento
Troca de Emissões fugitivas
combustível fóssil
9.8%

Suinocultura
16.5%

6 – Distribuição das atividades de projeto no Brasil por tipo de metodologia utilizada

As atividades de projeto estão divididas em pequena e larga escala. Por meio dos Acordos de
Marraqueche foram estabelecidas as definições para atividades de projetos de pequena escala.
Posteriormente, essas definições sofreram modificações constantes da Decisão 1/CMP.2, que

7
definiu como sendo de pequena escala as seguintes atividades de projeto: Tipo I) atividades de
projeto de energia renovável com capacidade máxima de produção equivalente a até 15 megawatts
(ou uma equivalência adequada); Tipo II) atividades de projeto de melhoria da eficiência energética,
que reduzam o consumo de energia do lado da oferta e/ou da demanda, até o equivalente a 60
gigawatt/hora por ano (ou uma equivalência adequada); Tipo III) outras atividades de projeto
limitadas àquelas que resultem em reduções de emissões menores ou iguais a 60 quilo toneladas de
dióxido de carbono equivalente por ano. As outras atividades serão, então, classificadas como
atividades de projeto de larga escala. A distribuição dos projetos brasileiros por tipo de
metodologia, como pode ser observado na figura 6, indica que a maioria das atividades de projeto
desenvolvidas no Brasil é de larga escala.

Figura 6 – Distribuição das atividades de projeto no Brasil por tipo de metodologia utilizada

Porcentagem dos projetos brasileiros de


larga e pequena escala

Larga escala Pequena escala

43%

57%

7 – Distribuição das atividades de projeto no Brasil por tipo de projeto

A tabela 1 demonstra que o maior número de projetos brasileiros é desenvolvido na área de geração
de energia e suinocultura, os quais representam a maioria das atividades de projeto (67% somados).
Os escopos que mais reduzirão emissões de CO2e são os de energia renovável, aterro sanitário e
redução de N2O, totalizando 70% do total de emissões de CO2e a serem reduzidas no primeiro
período de obtenção de créditos. Esses três setores apresentam um potencial de redução de emissões
de 275,556,382 tCO2e durante o primeiro período de obtenção de créditos.

Tabela 1 – Distribuição das atividades de projeto no Brasil por tipo de projeto

8
Redução de Redução de
Redução emissão no Número Redução emissão no 1º
Número de
Projetos em Validação/Aprovação anual de 1º período de de anual de período de
projetos
emissão obtenção de projetos emissão obtenção de
crédito crédito
Energia renovável 233 19,716,353 146,729,015 50.7% 39.6% 37.3%
Aterro Sanitário 36 11,327,606 84,210,095 7.8% 22.8% 21.4%
Redução de N2O 5 6,373,896 44,617,272 1.1% 12.8% 11.3%
Suinocultura 76 4,222,884 39,282,569 16.5% 8.5% 10.0%
Troca de combustível fóssil 45 3,296,291 27,630,240 9.8% 6.6% 7.0%
Eficiência Energética 28 2,027,173 19,853,258 6.1% 4.1% 5.0%
Reflorestamento 2 434,438 13,033,140 0.4% 0.9% 3.3%
Processos industriais 14 1,002,940 7,449,083 3.0% 2.0% 1.9%
Resíduos 17 646,833 5,002,110 3.7% 1.3% 1.3%
Emissões fugitivas 4 720,068 5,721,011 0.9% 1.4% 1.5%

8 – Status atual dos projetos na Autoridade Nacional Designada - AND brasileira

A tabela 2 mostra as atividades de projeto quanto à situação no âmbito da Comissão Interministerial


de Mudança Global do Clima (CIMGC), que é a AND brasileira: atividades submetidas, atividades
aprovadas, atividades aprovadas com ressalva, ou atividades em revisão. Atividades de projeto são
consideradas como submetidas somente após a verificação, pela Secretaria Executiva, de que todos
os documentos referentes a essas atividades de projeto, e exigidos de acordo com as resoluções da
CIMGC, tenham sido devidamente entregues. Após essa verificação, a documentação é tornada
pública, em meio eletrônico, na página do sítio eletrônico do Ministério da Ciência e Tecnologia
constante da Rede Mundial de computadores – Internet (www.mct.gov.br/clima). As atividades de
projeto cuja contribuição para o desenvolvimento sustentável for considerada adequada, mas que
apresentem erros de edição ou quaisquer incongruências consideradas de menor relevância pelos
membros da Comissão, serão consideradas aprovadas com ressalva. Já as atividades que necessitem
de esclarecimentos quanto à descrição da contribuição para o desenvolvimento sustentável ou que
apresentem erros de edição ou quaisquer incongruências que os membros da Comissão considerem
relevantes, serão consideradas em revisão.

Tabela 2 – Status atual dos projetos na AND brasileira


Projetos aprovados na CIMGC 245
Projetos aprovados com ressalvas na CIMGC 06
Projetos em revisão na CIMGC 06
Projetos submetidos para a próxima reunião da CIMGC 04
Total de projetos na CIMGC 261

9 – Status atual dos projetos brasileiros no Conselho Executivo do MDL

A tabela 3 apresenta quantidade de atividades de projeto que foram submetidas para registro ou
estão registradas pelo Conselho Executivo do MDL.

9
Tabela 3 – Status atual das atividades de projeto brasileiras no Conselho Executivo do MDL
Projetos brasileiros registrados no Conselho Executivo 175

Projetos brasileiros pedindo registro no Conselho Executivo 70


Total de projetos no Conselho Executivo 245

10 – Distribuição dos projetos registrados no Conselho Executivo do MDL

As figuras 7 e 7a apresentam o número de projetos registrados por país anfitrião. Do total de 2323
projetos registrados, 175 são projetos brasileiros, estando o Brasil em terceiro lugar em número de
projetos registrados, sendo em segundo a Índia, com 520 projetos, e em primeiro China, com 923. A
figura 7b mostra o potencial de redução de emissões de gases de efeito estufa durante o primeiro
período de obtenção de créditos dos projetos registrados no Conselho Executivo por país anfitrião.
O Brasil se encontra em terceiro lugar quanto à redução de emissões durante o primeiro período de
obtenção de créditos dos projetos registrados com 172,993,311 de tCO2e do total mundial de
2,798,925,828 de tCO2e.

Figura 7 – Número de projetos registrados no Conselho Executivo do MDL

Nº. de Projetos Registrados


2323

Malásia
4%
México
5%

Brasil
8% China
40%
Índia
22%

China Índia Brasil México Malásia Indonésia Coréia do Sul Filipinas


Chile Tailândia Vietnam Colômbia Peru Argentina África do Sul Honduras
Israel Equador Guatemala Paquistão Uzbequsitão Costa Rica Chipre El Salvador
Panamá Sri Lanka Armênia Egito Marrocos Bolívia Camboja Nicarágua
Moldávia Emirados Árabes Mongólia Nigéria Uruguai Bangladesh Butão Cuba
R. Dominicana Georgia Jordânia Quênia Nepal Síria Tunísia Uganda
Albania Camarões Costa do Marfin Etiópia Fiji Guiana Irã Jamaica
Laos Mali Mauritânia P. N. Guiné Paraguai Qatar Ruanda Senegal
Singapura Tanzania Macedonia Zâmbia

Figura 7a – Número de projetos registrados no Conselho Executivo do MD

10
Nº. de Projetos Registrados
1000 2323

900

800

700

600

500

400

300

200 175

100

0
El Salvador
Argentina

Albania
África do Sul

Armênia

Bolívia

Moldávia
Peru

Equador

Chipre

Fiji

Qatar
Butão
China
Brasil

Filipinas

Israel

Egito

Nepal

Irã
México

Chile
Vietnam
Colômbia

Honduras

Paquistão
Uzbequsitão
Costa Rica

Panamá
Sri Lanka

Emirados
Nigéria
Uruguai

Paraguai

Senegal
Singapura
Camboja

Mongólia

Cuba
Georgia

Síria
Bangladesh

Jordânia
Quênia

Uganda
Camarões

Mali
Malásia
Coréia do Sul
Indonésia

Tailândia

Guatemala

Marrocos

Nicarágua

R. Dominicana

Tunísia

Guiana

Laos
Jamaica

Mauritânia
P. N. Guiné

Tanzania
Zâmbia
Macedonia
Costa do Marfin
Índia

Etiópia

Ruanda
Figura 7b – Reduções de emissões dos projetos registrados no Conselho Executivo do MDL

Emissões a serem Reduzidas durante o 1º Período de


Obtenção de Créditos dos Projetos Registrados
(2,799 bilhões de tCO2e)

México
4%

Coréia do Sul
5%

Brasil China
6% 55%
Índia
15%

China Índia Brasil Coréia do Sul México Malásia Nigéria


Argentina Chile África do Sul Colômbia Tailândia Egito Peru
Israel Filipinas Vietnam Paquistão Qatar Indonésia Uzbequistão
Guatemala Tunísia Equador Nicarágua Moldávia Jordânia Costa Rica
El Salvador Cuba P. N. Guiné Marrocos Emirados Árabes Honduras Panamá
Quênia Uruguai Bangladesh Sri Lanka Armênia Bolívia Zâmbia
Rep. Dominicana Tanzania Chipre Camarões Georgia Etiópia Camboja
Uganda Siria Mongólia Costa do Marfim Jamaica Irã Albania
Nepal Mali Mauritânia Senegal Macedonia Guiana Ruanda
Fiji Paraguai Singapura Laos Butão

11 – Distribuição do número de atividades de projeto do MDL no Brasil por estado


11
A figura 8 apresenta a distribuição por estado das atividades de projeto no âmbito do MDL. A
figura mostra que a região Sudeste predomina em número de projetos devido a posição dos Estados
de São Paulo e de Minas Gerais, com 22% e 16% respectivamente.

Figura 8 – Distribuição do número de atividades de projeto do MDL no Brasil por estado

Número de atividades de projeto do MDL


no Brasil por estado SP
MG
RS
SC
GO SP PR
MT
5% 22% MS
GO
RJ
ES
BA
MS RO
6% PE
MG PA
CE
MT 16% AM
7% PR AL
RN
7% SC RS TO
9% 10% PB
AP
MA
PI

12 – Distribuição mensal das atividades de projeto do MDL no Brasil

A figura 9 apresenta a curva de crescimento do número de atividades de projeto no âmbito do MDL


no Brasil, tanto dos projetos que estão em validação ou passaram pela etapa de validação como dos
projetos registrados. Para validação, a curva inicia-se em janeiro de 2004 e, para o registro, em
novembro de 2004, quando o primeiro projeto foi registrado pelo Conselho Executivo do MDL, no
caso um projeto brasileiro.

Figura 9 – Curva de crescimento das atividades de projeto MDL no Brasil

Atividades de Projeto do MDL no Brasil


Validação Registro

450
400
nº de projetos

350
300
250
200
150
100
50
0
nov/04

nov/05

nov/06

nov/07

nov/08

nov/09
jul/04

jul/05

jul/06

jul/07

jul/08

jul/09

jul/10
jan/04

set/04

jan/05

set/05

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13 – Capacidade instalada (MW) das atividades de projeto do MDL aprovadas na CIMGC

A figura 10 apresenta a capacidade total instalada das atividades de projeto no âmbito do MDL
aprovadas pela CIMGC na área energética. Mostra também a distribuição dessas áreas energéticas,
sendo a primeira, hidrelétricas, com 1625 MW; a segunda, co-geração com biomassa, com 1334
MW; e a terceira, PCHs, com 831 MW.
Figura 10 – Capacidade instalada (MW) das atividades de projeto do MDL aprovadas na CIMGC

Capacidade instalada (MW) das atividades de projeto


aprovadas na CIMGC
Total: 4032 MW
PROINFA: 447 MW

PCH Hidrelétrica Hidrelétrica


21% 40% Bagaço
PCH
Eólica
Outras biomassas
Biogás

Bagaço
30%

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