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Para que um projeto resulte em reduções certificadas de emissões – RCEs, as atividades de projeto
do MDL devem, necessariamente, passar pelas etapas do ciclo do projeto, que são sete: elaboração
de documento de concepção de projeto (DCP), usando metodologia de linha de base e plano de
monitoramento aprovados; validação (verifica se o projeto está em conformidade com a
regulamentação do Protocolo de Quioto); aprovação pela Autoridade Nacional Designada – AND,
que no caso do Brasil é a Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima - CIMGC
(verifica a contribuição do projeto para o desenvolvimento sustentável); submissão ao Conselho
Executivo para registro; monitoramento; verificação/certificação; e emissão de unidades segundo o
acordo de projeto.
Registro é aceitação formal, pelo Conselho Executivo, de um projeto validado como atividade de
projeto do MDL. A aprovação de projetos no Conselho Executivo do MDL é subseqüente à
aprovação pela Autoridade Nacional Designada. A aprovação pela CIMGC é necessária para a
continuidade dos projetos, mas não é suficiente para sua aprovação pelo Conselho Executivo, que
analisa também a metodologia escolhida, a adicionalidade do projeto, entre outros aspectos. O
registro é o pré-requisito para o monitoramento, a verificação/certificação e emissão das RCEs
relativas à atividade de projeto no âmbito do MDL.
2
A etapa final é quando o Conselho Executivo tem certeza de que, cumpridas todas as etapas, as
reduções de emissões de gases de efeito estufa decorrentes das atividades de projeto são reais,
mensuráveis e de longo prazo e, portanto, podem dar origem a RCEs. As RCEs são emitidas pelo
Conselho Executivo e creditadas aos participantes de uma atividade de projeto na proporção por
eles definida e, dependendo do caso, podendo ser utilizadas como forma de cumprimento parcial
dos compromissos quantificados de redução e limitação de emissão de gases de efeito estufa por
parte dos países desenvolvidos (Anexo I da Convenção sobre Mudança do Clima).
Abaixo são apresentadas as estatísticas das atividades de projeto no âmbito do MDL no Brasil e no
mundo até 17 de agosto de 2010.
Uma atividade de projeto entra no sistema do MDL quando o seu documento de concepção de
projeto (DCP) correspondente é submetido para validação a uma Entidade Operacional Designada
(EOD). Ao completar o ciclo de validação, aprovação e registro, a atividade registrada torna-se
efetivamente uma atividade de projeto no âmbito do MDL. A figura 1 e 1a mostram o status atual
das atividades de projeto em estágio de validação, aprovação e registro. Um total de 6567 projetos
encontrava-se em alguma fase do ciclo de projetos do MDL, sendo 2323 já registrados pelo
Conselho Executivo do MDL e 4244 em outras fases do ciclo. Como pode ser verificado nas figuras
1 e 1a, o Brasil ocupa o 3º lugar em número de atividades de projeto, com 460 projetos (7%), sendo
que em primeiro lugar encontra-se a China com 2487 (38%) e, em segundo, a Índia com 1769
projetos (27%).
2500
2250
2000
1750
1500
1250
1000
750 460
500
250
0
México
Peru
Paquistão
Bolívia
P. N. Guiné
Panamá
Moldávia
El Salvador
Paraguai
Vietnam
Butão
Egito
Índia
Chile
Brasil
Tailândia
Israel
África do Sul
Uzbequistão
Chipre
Nepal
Congo
Cuba
Moçambique
Ghana
Colômbia
Argentina
Sri Lanka
Uganda
Uruguai
Rep. Dominicana
Costa do Marfim
Cameroon
Jamaica
Mali
Maurício
Fiji
Sudão
Cape Verde
Armênia
Senegal
Iran
China
Malásia
Indonésia
Coréia do Sul
Filipinas
Equador
Guatemala
Quênia
Costa Rica
Nigéria
Georgia
Camboja
Azerbaijão
Mongólia
Bangladesh
Jordânia
Macedônia
Tunísia
Albania
Syria
Quirguistão
Liberia
Malta
Ethiopia
Honduras
Marrocos
Cingapura
Nicarágua
Tanzania
Laos
Guiné Equatorial
Guiana
Swaziland
Zambia
Tadjiquistão
Mauritânia
Rwanda
Emirados Árabes
Qatar
Madagascar
Bahamas
3
Figura 1a – Participação no total de atividades de projeto no âmbito do MDL no mundo
Malásia
3%
México
China
4%
38%
Brasil
7%
Índia
27%
China Índia Brasil México Malásia Tailândia Indonésia Vietnam Filipinas Coréia do Sul
Chile Colômbia Peru Argentina Israel África do Sul Honduras Sri Lanka Equador Paquistão
Panamá Guatemala Egito Quênia Marrocos Emirados Árabes Uzbequistão Uganda Uruguai Armênia
Costa Rica Bolívia Cingapura Nicarágua Chipre Moldávia Rep. Dominicana El Salvador Nigéria Tanzania
Georgia Camboja Azerbaijão Nepal Congo P. N. Guiné Cuba Bangladesh Jordânia Senegal
Iran Butão Mongólia Paraguai Macedônia Costa do Marfim Tunísia Cameroon Albania Laos
Syria Jamaica Mali Maurício Fiji Qatar Sudão Cape Verde Guiné Equatorial Guiana
Quirguistão Liberia Madagascar Malta Moçambique Ethiopia Swaziland Ghana Zambia Mauritânia
Bahamas Rwanda Tadjiquistão
Em termos do potencial de reduções de emissões associado aos projetos no ciclo do MDL, o Brasil
ocupa a terceira posição, sendo responsável pela redução de 393.527.792 tCO2e, o que corresponde
a 5% do total mundial, para o primeiro período de obtenção de créditos, que podem ser de no
máximo 10 anos para projetos de período fixo ou de 7 anos para projetos de período renovável (os
projetos são renováveis por no máximo três períodos de 7 anos dando um total de 21 anos). A China
ocupa o primeiro lugar com 3.482.722.469 tCO2e a serem reduzidas (47%), seguida pela Índia com
1.785.339.554 de tCO2e (24%) de emissões projetadas para o primeiro período de obtenção de
créditos.
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Potencial de Redução de Emissões para o Primeiro Período de Obtenção de Créditos
3,500,000,000
3,000,000,000
2,500,000,000
t CO2 e
2,000,000,000
1,500,000,000
1,000,000,000
500,000,000
393,527,792
0
México
Peru
Bolívia
P. N. Guiné
Paquistão
Panamá
Moldávia
El Salvador
Paraguai
Vietnam
Butão
Chile
Gana
Egito
Congo
Rep.
Cuba
Chipre
Sudão
Mali
Fiji
Índia
Brasil
África do Sul
Israel
Uzbequistão
Sri Lanka
Iran
Uruguai
Senegal
Jamaica
Nepal
Maurício
Moçambique
Jordânia
Síria
Cameroon
China
Coréia do Sul
Malásia
Nigéria
Tailândia
Tunísia
Armênia
Zambia
Ruanda
Etiópia
Cape Verde
Liberia
Albania
Indonésia
Colômbia
Argentina
Azerbaijão
Filipinas
Equador
Quênia
Tanzania
Costa do Marfim
Uganda
Georgia
Guiné Equatorial
Guatemala
Costa Rica
Camboja
Laos
Mongólia
Quirguistão
Tadjiquistão
Suazilândia
Guiana
Malta
Marrocos
Qatar
Emirados
Macedônia
Bangladesh
Honduras
Cingapura
Nicarágua
Mauritânia
Madagascar
Bahamas
Figura 2a – Participação no Potencial de Redução de emissões para o primeiro período de obtenção
de créditos
México
2%
Coréia do Sul
3% China
47%
Brasil
5%
Índia
24%
China Índia Brasil Coréia do Sul México Indonésia Malásia Nigéria Tailândia
Chile Colômbia Argentina Vietnam África do Sul Azerbaijão Peru Israel Gana
Butão Uzbequistão Filipinas Egito Paquistão Equador Guiné Equatorial Guatemala Panamá
Congo Rep. Dominicana Quênia Marrocos Tanzania Costa do Marfim Uganda Qatar Emirados Árabes
Honduras Macedônia Georgia Jordânia Sri Lanka Cingapura Tunísia Bolívia Cuba
Iran Moldávia Armênia Nicarágua Costa Rica Uruguai P. N. Guiné Chipre Camboja
Senegal El Salvador Bangladesh Jamaica Maurício Laos Síria Nepal Mongólia
Cameroon Sudão Zambia Ruanda Etiópia Paraguai Liberia Mali Mauritânia
Cape Verde Albania Quirguistão Tadjiquistão Madagascar Suazilândia Fiji Moçambique Guiana
Malta Bahamas
5
segundo, a Índia, com redução de 183.036.631 de tCO2e/ano, o que corresponde a quase 20% do
total mundial.
300,000,000
250,000,000
200,000,000
150,000,000
100,000,000
49,768,483
50,000,000
0
México
Peru
Paquistão
Bolívia
P. N. Guiné
Panamá
Moldávia
El Salvador
Paraguai
Vietnam
Butão
Ghana
Congo
Chile
Cuba
Nepal
Índia
Brasil
África do Sul
Israel
Uzbequistão
Egito
Coréia do Sul
Tailândia
Iran
Chipre
Maurício
Cameroon
Argentina
Azerbaijão
Colômbia
Uruguai
Senegal
Jamaica
Sudão
Cape Verde
Mali
Moçambique
Fiji
Macedônia
Sri Lanka
Mongólia
China
Malásia
Indonésia
Nigéria
Filipinas
Equador
Guatemala
Costa do Marfim
Uganda
Quênia
Rep. Dominicana
Jordânia
Georgia
Armênia
Camboja
Costa Rica
Syria
Zambia
Tadjiquistão
Ethiopia
Nicarágua
Tunísia
Tanzania
Bangladesh
Guiné Equatorial
Marrocos
Qatar
Honduras
Cingapura
Laos
Rwanda
Quirguistão
Liberia
Mauritânia
Swaziland
Albania
Guiana
Malta
Madagascar
Emirados Árabes
Bahamas
Figura 3a – Participação no potencial de Redução anual de emissões para o primeiro período de
obtenção de créditos
México
2%
Coréia do Sul
3%
Brasil China
6% 51%
Índia
20%
China Índia Brasil Coréia do Sul México Malásia Indonésia Nigéria Chile Tailândia
Vietnam África do Sul Argentina Peru Azerbaijão Israel Filipinas Uzbequistão Butão Egito
Paquistão Equador Colômbia Panamá Guiné Equatorial Ghana Guatemala Marrocos Costa do Marfim Quênia
Rep. Dominicana Qatar Uganda Honduras Moldávia Emirados Árabes Macedônia Jordânia Georgia Sri Lanka
Bolívia Congo Cuba Iran Nicarágua Tunísia Tanzania Cingapura Uruguai Armênia
El Salvador Camboja Costa Rica P. N. Guiné Chipre Senegal Maurício Bangladesh Syria Jamaica
Mongólia Nepal Laos Cameroon Sudão Zambia Rwanda Cape Verde Paraguai Quirguistão
Liberia Mali Mauritânia Swaziland Tadjiquistão Albania Madagascar Moçambique Guiana Fiji
Ethiopia Bahamas Malta
4 – Distribuição das atividades de projeto no Brasil por tipo de gás de efeito estufa
6
relevante, seguido pelo metano (CH4) e pelo óxido nitroso (N2O). A figura 5 mostra que a maior
parte das atividades de projeto desenvolvidas no Brasil está no setor energético, o que explica a
predominância do CO2 na balança de reduções de emissões brasileiras.
Figura 4 – Distribuição das atividades de projeto no Brasil por tipo de gás de efeito estufa reduzido
Distribuição das atividades de projeto no Brasil
por tipo de gás de efeito estufa reduzido
1.1% 0.4%
33% CO2
CH4
N2O
PFC
66%
Esse indicador mostra os escopos setoriais que mais têm atraído o interesse dos participantes de
projetos. A predominância das atividades de projeto está no setor energético.
Suinocultura
16.5%
As atividades de projeto estão divididas em pequena e larga escala. Por meio dos Acordos de
Marraqueche foram estabelecidas as definições para atividades de projetos de pequena escala.
Posteriormente, essas definições sofreram modificações constantes da Decisão 1/CMP.2, que
7
definiu como sendo de pequena escala as seguintes atividades de projeto: Tipo I) atividades de
projeto de energia renovável com capacidade máxima de produção equivalente a até 15 megawatts
(ou uma equivalência adequada); Tipo II) atividades de projeto de melhoria da eficiência energética,
que reduzam o consumo de energia do lado da oferta e/ou da demanda, até o equivalente a 60
gigawatt/hora por ano (ou uma equivalência adequada); Tipo III) outras atividades de projeto
limitadas àquelas que resultem em reduções de emissões menores ou iguais a 60 quilo toneladas de
dióxido de carbono equivalente por ano. As outras atividades serão, então, classificadas como
atividades de projeto de larga escala. A distribuição dos projetos brasileiros por tipo de
metodologia, como pode ser observado na figura 6, indica que a maioria das atividades de projeto
desenvolvidas no Brasil é de larga escala.
Figura 6 – Distribuição das atividades de projeto no Brasil por tipo de metodologia utilizada
43%
57%
A tabela 1 demonstra que o maior número de projetos brasileiros é desenvolvido na área de geração
de energia e suinocultura, os quais representam a maioria das atividades de projeto (67% somados).
Os escopos que mais reduzirão emissões de CO2e são os de energia renovável, aterro sanitário e
redução de N2O, totalizando 70% do total de emissões de CO2e a serem reduzidas no primeiro
período de obtenção de créditos. Esses três setores apresentam um potencial de redução de emissões
de 275,556,382 tCO2e durante o primeiro período de obtenção de créditos.
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Redução de Redução de
Redução emissão no Número Redução emissão no 1º
Número de
Projetos em Validação/Aprovação anual de 1º período de de anual de período de
projetos
emissão obtenção de projetos emissão obtenção de
crédito crédito
Energia renovável 233 19,716,353 146,729,015 50.7% 39.6% 37.3%
Aterro Sanitário 36 11,327,606 84,210,095 7.8% 22.8% 21.4%
Redução de N2O 5 6,373,896 44,617,272 1.1% 12.8% 11.3%
Suinocultura 76 4,222,884 39,282,569 16.5% 8.5% 10.0%
Troca de combustível fóssil 45 3,296,291 27,630,240 9.8% 6.6% 7.0%
Eficiência Energética 28 2,027,173 19,853,258 6.1% 4.1% 5.0%
Reflorestamento 2 434,438 13,033,140 0.4% 0.9% 3.3%
Processos industriais 14 1,002,940 7,449,083 3.0% 2.0% 1.9%
Resíduos 17 646,833 5,002,110 3.7% 1.3% 1.3%
Emissões fugitivas 4 720,068 5,721,011 0.9% 1.4% 1.5%
A tabela 3 apresenta quantidade de atividades de projeto que foram submetidas para registro ou
estão registradas pelo Conselho Executivo do MDL.
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Tabela 3 – Status atual das atividades de projeto brasileiras no Conselho Executivo do MDL
Projetos brasileiros registrados no Conselho Executivo 175
As figuras 7 e 7a apresentam o número de projetos registrados por país anfitrião. Do total de 2323
projetos registrados, 175 são projetos brasileiros, estando o Brasil em terceiro lugar em número de
projetos registrados, sendo em segundo a Índia, com 520 projetos, e em primeiro China, com 923. A
figura 7b mostra o potencial de redução de emissões de gases de efeito estufa durante o primeiro
período de obtenção de créditos dos projetos registrados no Conselho Executivo por país anfitrião.
O Brasil se encontra em terceiro lugar quanto à redução de emissões durante o primeiro período de
obtenção de créditos dos projetos registrados com 172,993,311 de tCO2e do total mundial de
2,798,925,828 de tCO2e.
Malásia
4%
México
5%
Brasil
8% China
40%
Índia
22%
10
Nº. de Projetos Registrados
1000 2323
900
800
700
600
500
400
300
200 175
100
0
El Salvador
Argentina
Albania
África do Sul
Armênia
Bolívia
Moldávia
Peru
Equador
Chipre
Fiji
Qatar
Butão
China
Brasil
Filipinas
Israel
Egito
Nepal
Irã
México
Chile
Vietnam
Colômbia
Honduras
Paquistão
Uzbequsitão
Costa Rica
Panamá
Sri Lanka
Emirados
Nigéria
Uruguai
Paraguai
Senegal
Singapura
Camboja
Mongólia
Cuba
Georgia
Síria
Bangladesh
Jordânia
Quênia
Uganda
Camarões
Mali
Malásia
Coréia do Sul
Indonésia
Tailândia
Guatemala
Marrocos
Nicarágua
R. Dominicana
Tunísia
Guiana
Laos
Jamaica
Mauritânia
P. N. Guiné
Tanzania
Zâmbia
Macedonia
Costa do Marfin
Índia
Etiópia
Ruanda
Figura 7b – Reduções de emissões dos projetos registrados no Conselho Executivo do MDL
México
4%
Coréia do Sul
5%
Brasil China
6% 55%
Índia
15%
450
400
nº de projetos
350
300
250
200
150
100
50
0
nov/04
nov/05
nov/06
nov/07
nov/08
nov/09
jul/04
jul/05
jul/06
jul/07
jul/08
jul/09
jul/10
jan/04
set/04
jan/05
set/05
jan/06
set/06
jan/07
set/07
jan/08
set/08
jan/09
set/09
jan/10
mai/04
mai/05
mai/06
mai/07
mai/08
mai/09
mai/10
mar/04
mar/05
mar/06
mar/07
mar/08
mar/09
mar/10
mês
12
13 – Capacidade instalada (MW) das atividades de projeto do MDL aprovadas na CIMGC
A figura 10 apresenta a capacidade total instalada das atividades de projeto no âmbito do MDL
aprovadas pela CIMGC na área energética. Mostra também a distribuição dessas áreas energéticas,
sendo a primeira, hidrelétricas, com 1625 MW; a segunda, co-geração com biomassa, com 1334
MW; e a terceira, PCHs, com 831 MW.
Figura 10 – Capacidade instalada (MW) das atividades de projeto do MDL aprovadas na CIMGC
Bagaço
30%
13