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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

Programa de Pós-graduação em Geografia


Disciplina: Análise Territorial
Docente: Vilomar Sandes Sampaio
Discente: Raffael Saloes de Souza¹

GENTRIFICAÇÃO: ASPECTOS CONCEITUAIS E PRÁTICOS DE SUA


VERIFICAÇÃO NO BRASIL
Tarcyla Fidalgo RIBEIRO

No artigo intitulado acima, a autora vai discorrer sobre o tema Gentrificação


abordando as características conceituais que muitas vezes se misturam com outras
questões não deixando claro o real significado. Traz também as problematizações
que envolvem esse fenômeno espacial. Segundo a autora, o processo de
gentrificação vai além da remoção dos moradores de uma localidade para a
implantação de projetos de requalificação ou revitalização sem refletir sobre as
questões individuais e o direito a cidade.
Ribeiro destaca a relação do processo de gentrificação como resultado das
necessidades da reprodução do capital e como uma forma de absorver os
excedentes do capital, tão necessários para o equilíbrio do sistema.
Essas revitalizações ou renovações de áreas urbanas implicam, quase
sempre, em remoção de moradores, seja de maneira imperativa ou indireta na
medida que se mudam os padrões de consumo e moradia das redondezas
A autora sugere que a gentrificação pode estar ligada também a uma
necessidade de se “adequar” áreas centrais a uma nova classe social de
profissionais que veem nas regiões centrais o ambiente propício para o exercício da
sua atividade.
Duas teorias são destacadas para explicar o conceito de gentrificação: David
Ley, que caracteriza a gentrificação como um processo decorrente de atender as
necessidades de uma nova classe social; e Niel Smith, expõe como as terras
centrais, mesmo que desvalorizadas pela dinâmica que suburbanização, possuem
alto potencial de valorização e capitalização.
Podemos encontrar exemplos de gentrificação nas mais diversas cidades
brasileiras. A autora apresenta no artigo exemplos do Pelourinho em Salvador, do

¹Mestrando em Geografia – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.


bairro Recife, em Recife, e do Porto Maravilha no Rio de Janeiro. Nesses exemplos,
com suas devidas particularidades, fica claro como o processo atende as
potencialidades maiores de consumo. Visam atender as classes de maior poder
aquisitivo ou que tenham capital para consumir. As classes menos favorecidas
restam a expulsão para áreas mais distantes devido a valorização dos terrenos, e
quando presentes, atuam não como frequentadores, mas como prestadores de
serviços, no caso de estabelecimentos comerciais.

RIBEIRO, Tarcyla Fidalgo. Gentrificação: aspectos conceituais e práticos de sua


verificação no brasil, Revista de Direito da Cidade, Rio de janeiro, RJ, v.10, nº 3, p.
1334-1356. 2018.

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