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Estatística Industrial – Técnicas de Diagnóstico

Análise de Pareto
Para construir um diagrama de Pareto deve proceder do seguinte modo:

1. Decidir quais os problemas a investigar (ex. itens defeituosos, n.º de acidentes, ... ) e como
coligir os dados (por tipo de defeito, localização, processo, operário, método, ... ).Determinar
qual o método de recolha de dados e qual o período a considerar.
2. Elaborar uma lista de verificação.
3. Recolher os dados e preencher a lista.
4. Preparar um quadro a partir de 3 com listagem dos itens e o seu total e % individuais e
cumulativos em ordem quantitativa.

Tipo de defeito Quantidade Total


RACHA IIIII IIIII IIIII IIIII 20
ARRANHÃO IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII ... IIIII IIIII IIIII 84
IIIII
MANCHA IIIII IIIII II 12
IMPUREZA IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII ... IIIII IIIII IIIII 208
IIIII
BURACO GRANDE IIIII III 8
BURACO PEQUENO IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII 40
OUTROS IIIII IIIII IIIII IIIII IIIII III 28
Total 400

1 João Bastos – 2001


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Análise de Pareto
O diagrama de Pareto é um método de identificar “os poucos vitais", distinguindo-se dois tipos de diagramas:

! Pareto por fenómeno: para determinar quais são os maiores problemas.


" Qualidade : defeitos, falhas, reclamações, devoluções, reparações.
" Custo: perdas, despesas.
" Entregas : rupturas de stock, atrasos nos pagamentos, atrasos nas entregas.
" Segurança : acidentes, falhas paragens.

! Paretos por causas: para determinar quais são as principais causas dos problemas.
" Operário turno, idade, grupo, experiência, habilidade.
" Máquina máquina, equipamento, ferramenta, modelo, instrumento, organização.
" Matéria Prima : fabricante, fábrica, lote, tipo.
" Método de operação: condições, encomendas, métodos.

2 João Bastos – 2001


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Análise de Pareto

Há ainda a considerar os seguintes aspectos na utilização dos diagramas de Pareto:

1. Verificar várias classificações e construir muitos tipos de Pareto (analisar o problema


de vários ângulos).

2. É indesejável que "outros" representem uma grande percentagem.

3. Utilizar o custo (escudos) como unidade de medida sempre que possível.

4. Se um item tiver uma solução simples implementá-la logo mesmo que o impacto não
seja dos mais significativos.

5. Elaborar sempre o diagrama de Pareto por causas.

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Análise de Pareto

Tabela com percentagem cumulativa

% %
Tipo de Defeitos N.º Defeitos Total Cumulativo
Cumulativa
Impureza 208 208 52 52
Arranhão 84 292 21 73
Buraco pequeno 40 332 10 83
Racha 20 352 5 88
Mancha 12 364 3 91
Buraco grande 8 372 2 93
Outros 28 400 7 100
TOTAL 400 100

4 João Bastos – 2001


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Análise de Pareto
Desenhar um gráfico X (n.º intervalos = n.º itens) e Y (0 até ao total ou 0 a 100%), construa um diagrama de
Barras, desenhe a curva cumulativos e registe todos os dados necessários (Título, quantidades, unidades,
período, objectivo, ...).

N.º Percentagem
unidades 400 100 Cumulativa
defeituosas
360 90

320 80

280 70

240 60

200 50

160 40

120 30

80 20

40 10

D B F A C E Outros

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Análise de Pareto
Constata-se que em geral somente um pequeno número de causas é que contribuem para uma
grande percentagem dos custos anuais de não qualidade, enquanto que a maior parte das
causas contribuem apenas para uma pequena percentagem dos custos anuais de consumo.

A análise Pareto ou ABC permite classificar as causas em três grandes grupos A, B e C de


acordo com a maior ou menor contribuição destas para o valor anual dos custos.
•Produtos A - produtos que contribuem com uma grande percentagem dos custos mas que
representam uma pequena fracção dos produtos
•Produtos C - produtos que contribuem com uma pequena percentagem dos custos mas que
representam um número elevado de produtos.
•Produtos B - produtos não classificados em A ou C.

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Análise de Pareto
Tipicamente os valores são:

Classe % de Causas % do Custo Anual

A 15 - 25 70 – 80

C > 50 5 - 10

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Análise de Pareto - Exercício


Causa Frequência Custo

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Análise de Pareto - Exercício


Ordem N.º Causa Freq. Custo Freq. Anual Acum. % Classificação

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Análise de Pareto - Exercício

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Diagrama de Causa-Efeito Saúde Moral

Descanso Orgulho
Nutrição Calorias Paciência

Diagrama de espinha de Relaxe Espírito de


peixe ou Diagrama de Luta
Divertimento
Ishikawa Refeições Devoção Cuidado

Tempo Calma
O diagrama de causa- Quantidade Concentração
efeito é uma técnica de Sono Compostura

identificação das Profundidade Confiança


possíveis causas de um
Derrota num
problema (o problema é jogo
o efeito); ou seja das desportivo
Informação
soluções entre uma Qualidade
Teoria Potência
característica da Estudo do
adversário Exercício
qualidade e diversos
Análise Quantidade
factores. Planeamento Movimento
Exemplo: Observação Conselho
Velocidade
Julgamento
Forma
da situação
Regras Senso
Comum
Árbitro Experiência Modelo Repetição

Estratégia Técnica
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Diagrama de Causa-Efeito
Como é obvio cada processo tem as suas particularidades e é sempre possível construir numerosos
diagramas.

Existem várias maneiras de construir um diagrama de causa-efeito.

No entanto, é sempre aconselhável começar a sua construção partindo dos quatro grandes grupos, ou fontes,
de variação:

• Materiais
• Pessoal
• Medições
• Máquinas

A partir daqui e caso eles se apliquem ao problema, pode então pensar em pôr questões em relação a cada
fonte de variação.

Notar que nem todas as questões aplicam em todos os casos e cada analista possivelmente terá questões mais
específicas a pôr.

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Diagrama de Causa-Efeito
A lista em baixo é indicativa para se preencher o diagrama de Causa-Efeito:
Materiais Pessoal
Como são produzidos? Qual a sua idade? Têm uma supervisão e apoios adequados?
Como se verifica a qualidade antes do processo? Conhecem aquilo que têm de fazer no seu trabalho?
Qual o seu nível histórico de qualidade? Qual a experiência que têm?
Como são embalados? Estão adequadamente motivados para fazer o melhor possível?
Como são armazenados? E por quanto tempo? São mais ou menos produtivos conforme a hora do dia?
Será que as condições do posto de trabalho como luz e temperatura
afectam o trabalho a executar?
Têm as ferramentas adequadas?
Com quem contactam caso haja problemas?
Será que a carga de trabalho é razoável?

Medições Máquinas
Com que frequência é que os produtos são inspeccionados? Qual a idade do equipamento ou maquinaria?
Como é que os instrumentos são calibrados? São sujeitos a manutenção regular?
Todos os produtos são medidos com as mesmas ferramentas ou São afectados pelo calor, vibração ou outros factores físicos?
equipamentos? Como é que o operador sabe se a máquina está a trabalhar correctamente?
Como são registados os resultados das inspecções? Quais os ajustes que o operador deve fazer durante o processo?
Será que os inspectores seguem procedimentos Será que o processo sofreu recentemente alterações?
idênticos?(Existem procedimentos escritos?)
Será que os inspectores sabem usar o equipamento de teste?

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Diagrama de Causa-Efeito

Exercício:
Uma empresa produz veios para veículos pesados, no entanto tem uma elevada percentagem de não-
conformidades no diâmetro dos veios. Pretende-se avaliar as causas desses defeitos através de uma
análise CE.

Problemas apontados:

• Desgaste rápido e aquecimento das ferramentas de corte


• Confusão na sequência das operações
• Ocorrência da utilização de materiais incorrectos ou inadequados
• Aparelhos de medida insufecientes para as especificações solicitadas
• Falta de formação e disposição dos operadores
• Condições de trabalho difíceis com variações elevadas de temperatura, humidade e
luminosidade.

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Fluxograma
O Fluxograma é um meio gráfico de descrever actividades, identificando as entradas e saídas relevantes. Também
possibilita a enumeração de sub-actividades e apresentação de potenciais problemas.
Exemplo: Instruções Orais e
telefone
Actividade #1
Instruções Escritas Actividade #2

Correio Secretária

Sub-Actividades
1 - Atender telefone
2 - Escrever cartas
3 - Preparar apresentações
4 - Fotocopiar documentos
5 - Distribuir correio
6 - Arquivar documentos
7 - Aprovisionamento material de escritório

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Fluxograma
Exemplo (cont.):

Problemas
Actuais Potenciais
1. Instruções pouco claras
2. Prioridades múltiplas
3. Erros escrita
4. Falta de impressora
5. Espera na fotocopiadora

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Fluxograma
Exemplo de Aplicação de fluxograma para Gráfico de Controle de Processo:

O – processo o – Transporte ! – Armazenamento # – Inspecção Data:

Fluxograma da Item a Característic Sistema de Gestão


Produção controlar a da Quando Quem Onde Como
Qualidade Instrumento Método Efectuado
por

Viscosimetro

Amostragem

Encarregado
Misturador
ário
Oper
Taxa de Viscosidade Uma verificação
mistura Mistura por hora
(gráfico)

Balança Automática

Gráfico de Controlo
Peso

Encarregado

Distribuidor
inspecção de (gráfico Peso Uma verificação

Supervisor
quantidade de por hora
controlo)

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Análise Temporal
A análise temporal é uma técnica para ordenar informação ao longo do tempo, para determinar a
existência de padrões ou tendências.

% Rendimento

100

95

90

85

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Jan

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Brainstorming
O “Brainstorming” é uma técnica de geração de ideias destinada a encorajar o pensamento criativo.
O objectivo é listar o maior número possível de ideias (quantidade), sem que seja permitida qualquer crítica.
A avaliação e selecção de ideias será efectuada numa fase posterior.

Regras do Brainstorming:

• Segundo uma sequência, cada elemento contribuí com uma ideia


• Um pensamento de cada vez
• Não criticar
• Não discutir
• Aproveitar as ideias dos outros para criar as suas próprias (Filão de ideias)
• Se não ocorrer nenhuma ideia passar
• Registar todas as ideias
• Termina quando todos os elementos não tem mais ideias (passam)

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Autópsia
A autópsia, consiste em investigar as falhas para compreender qual a sua causa.
Exemplo: Analisar a causa da Falha dum motor no banco de ensaios.
Por vezes não é possível proceder à autópsia por o exemplar estar destruído.

Análise de Custo/Benefício e análise de Payback

A análise de Custo Benefício e a análise de Payback, são métodos utilizados para seleccionar problemas e as
respectivas soluções.

A análise de custo/benefício, é a quantificação da razão entre o benefício duma decisão e o custo que lhe
está associado (em escudos).

A decisão a tomar é aquela que apresentar um coeficiente mais elevado.

A análise de Payback, é a razão entre o custo da decisão e o benefício dessa decisão para um certo período
de tempo. Dá a indicação de quanto tempo demora a decisão a pagar-se a si própria.

Devem ser escolhidas as decisões que se pagam a si próprias em menor tempo.


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Análise de Custo/Benefício
Exercício
+0.106
Uma empresa produz um veio em aço com as seguintes dimensões: 200mm−0.168
O preço de venda do veio é de 5000$00. O processo de fabrico tem demonstrado grande variabilidade. Tendo
sido feito um diagnóstico, concluiu-se que a causa principal desta variabilidade resulta das folgas mecânicas
existentes no torno. O estudo estatístico da população mostrou seguir um distribuição normal de frequência
com média 200 mm e desvio padrão de 0,2 mm.
Considerando que a matéria prima do veio custa 500$00, e as operações de maquinagem em média 1000$00,
e sabendo também que a procura deste veio é de 1000 unidades semana, determine:
a) Os custos das não conformidades.
b) Se for possível retrabalho (com um custo de 500$00), quais serão os custos das não
conformidades?
c) Faça uma análise custo beneficio para as seguintes opções:
A. Reparar torno para um ano de actividade, custo 2500 contos e desvio padrão 0,15
B. Adquirir torno CNC para amortizar em 5 anos, custo 25000 contos e desvio padrão 0,1
e custo da operação de maquinagem 250$00
C. Adquirir torno manual para amortizar em 5 anos, custo 15000 contos e desvio padrão
0,15 e custo da operação de maquinagem 800$00
d) Faça uma análise PayBack para as opções B e C

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