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Aula 02

PETROBRAS (Engenharia de
Equipamento - Elétrica) Conhecimentos
Específicos - 2021 (Pós-Edital)

Autor:
Mariana Moronari

27 de Dezembro de 2021

05147124497 - Wanessa Morais de Araújo


Mariana Moronari
Aula 02

Sumário

1. Análise de circuitos CA ........................................................................................................................... 6

1.1. Senóides ............................................................................................................................................. 6

1.2. Fasores ............................................................................................................................................. 10

1.3. Relações fasoriais entre os elementos do circuito .................................................................... 14

1.4. Análise senoidal de circuitos CA .................................................................................................. 23

2. Análise de potência CA ........................................................................................................................ 27

2.1. Potência instantânea e média ...................................................................................................... 27

2.2. Valor eficaz ....................................................................................................................................... 30

2.3. Fator de potência ........................................................................................................................... 33

2.4. Triângulo de potências .................................................................................................................. 36

2.5. Correção do fator de potência ..................................................................................................... 41

3. Circuitos trifásicos .................................................................................................................................. 49

3.1. Sistemas trifásicos balanceados ................................................................................................... 49

3.2. Conexão estrela-estrela ................................................................................................................. 54

3.3. Conexão estrela-delta .................................................................................................................... 59

3.4. Conexão delta-delta....................................................................................................................... 65

3.5. Conexão delta-estrela .................................................................................................................... 67

3.6. Potência em sistemas trifásicos .................................................................................................... 69

3.7. Sistemas trifásicos desbalanceados ............................................................................................. 71

4. Lista de questões ................................................................................................................................... 77

5. Questões comentadas .......................................................................................................................... 88

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6. Referências bibliográficas ................................................................................................................... 134

7. Gabarito ................................................................................................................................................ 135

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INTRODUÇÃO
As duas teorias fundamentais em que se apoiam os ramos da engenharia elétrica são a teoria de
circuitos elétricos e a teoria eletromagnética. A teoria de circuitos elétricos é a base para diversas matérias
como máquinas elétricas, controle e automação, instrumentação e outras. Por ser fundamental, este assunto
despenca nas provas de concursos!

Dessa forma, iniciaremos essa aula com a teoria envolvida em circuitos elétricos de corrente
alternada utilizando as leis, princípios e técnicas de análise de circuitos CC.

Conforme já estudado, os circuitos de corrente contínua são excitados por fontes constantes, ou seja,
invariáveis no tempo. Historicamente, as fontes de corrente contínua foram primeiramente utilizadas como
meio para prover energia elétricas nas cidades. No entanto, os sistemas de corrente alternada tornaram-se
predominantes devido à eficiência e à economia para transmitir energia elétrica a grandes distâncias.

Considere que as provas de concursos não cobram apenas o conhecimento de circuitos de corrente
contínua. Na verdade, elas exigem que o profissional saiba também aplicar as leis, os teoremas, e as técnicas
da análise de circuitos CC para entender também o comportamento dos circuitos de corrente alternada.

No capítulo 1, abordarei os aspectos mais fundamentais e relevantes sobre senóides e fasores. A


análise de potência CA será apresentada no capítulo 2. Por fim, o capítulo 3 aplicará os conteúdos estudados
para analisar os circuitos trifásicos de corrente alternada.

Portanto, vamos iniciar a análise de circuitos elétricos em que a tensão e a corrente variam com o
tempo.

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1. ANÁLISE DE CIRCUITOS CA
Para entrarmos nesta parte da matéria, devemos considerar que nos circuitos de corrente alternada
nos interessará estudar a excitação senoidal. Ou seja, uma excitação por uma senóide. A senóide é o tipo de
excitação dominante na indústria elétrica e também é recorrente em fenômenos da natureza, como por
exemplo, no movimento de um pêndulo.

Devido à sua importância, iniciarei a análise de circuitos de corrente alternada por meio do estudo
das senóides e da sua representação por meio dos fasores.

1.1. Senóides

Vamos começar com a definição de uma senóide?

Uma senóide é um sinal que tem a forma de uma função seno ou cosseno.

Considere que uma determinada tensão v(t) é caracterizada pela sua variação no tempo segundo a
forma de uma senóide. Temos então a seguinte representação no domínio temporal:

𝑣(𝑡) = 𝑉𝑚 𝑠𝑒𝑛𝜔𝑡

Onde Vm representa a amplitude da senóide, ω é a frequência angular em rad/s e ωt é o argumento


da função. A Figura (1) representa o gráfico da tensão como uma função senoidal.

Figura 1- Gráfico de uma tensão senoidal (a) como função de ωt e (b) como função de t. Fonte: Sadiku (2006).

Note que o comportamento da função se repete a cada T. Devido ao fato das funções senoidais se
repetirem a cada período, também são denominadas funções periódicas. Ou seja, elas se repetem a cada
período T. Dessa forma, o período de uma senóide é dado por:

2𝜋
𝑇= 𝜔

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Como a função se repete cada T segundos:

𝑣(𝑡 + 𝑇) = 𝑣(𝑡)

Uma função periódica é aquela que satisfaz 𝒇(𝒕) = 𝒇(𝒕 + 𝐧𝑻) para qualquer t e para
qualquer n inteiros.

Por meio do período de uma função periódica, podemos determinar a frequência (hertz) que é dada
pelo inverso do período. Portanto,

1
𝑓=𝑇

Substituindo o valor de T anteriormente definido, podemos calcular a frequência angular dada por:

2𝜋 1
𝑇= =
𝜔 𝑓

𝜔 = 2 𝜋𝑓

Agora eu vou explicar a você um ponto que fará toda a diferença para o entendimento da
representação fasorial! Este ponto trata sobre a fase de uma função senoidal. Aprendendo sobre a fase das
funções, esclarecemos o que significa dizer, por exemplo, que uma tensão va está adiantada, atrasada ou em
fase com uma tensão vb.

Vamos analisar as seguintes tensões senoidais:

𝑣1 (𝑡) = 𝑉𝑚 𝑠𝑒𝑛𝜔𝑡

𝑣2 (𝑡) = 𝑉𝑚 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜙)

Veja que (ωt + φ) é o argumento da função e que φ representa a fase! Desta forma, a fase de uma
função senoidal nos permite saber se uma determinada função está adiantada, atrasada ou em fase com
outra função qualquer. Veja o exemplo da Fig.(2) em que a tensão v2 está adiantada em φ com relação a v1.

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Figura 2-Funções senoidais defasadas em ϕ. Fonte: Sadiku (2006).

Ou seja, as tensões v2 e v1 estão defasadas em φ radianos ou graus. Se as tensões estivessem em fase


uma com a outra, o termo φ seria nulo!

Lembre-se que o argumento da função senoidal pode ser representado tanto em radianos quanto
em graus. Portanto, não se confunda caso as diferentes representações sejam consideradas!

Por mais que seja usual representar uma senóide por meio de uma função seno, a função cosseno
também pode utilizada devido à relação entre essas duas funções. Note que:

𝜋
𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 = cos (𝜔𝑡 − )
2
𝜋
𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 = sen (𝜔𝑡 + )
2

A única diferença entre a função seno e cosseno é o ângulo de fase! A função cosseno nada
mais é do que a função seno adiantada 90°. Assim, podemos transformar uma senóide na
forma de seno para a forma cosseno e vice-versa.

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(Pref. Cuiabá-Selecon-2019) Em um circuito de corrente alternada alimentado por um gerador de


tensão de 170V/60Hz, considerando π=3,14, o valor da frequência angular da tensão, em unidades
SI, é:

(A) 314

(B) 378

(C) 188,4

(D) 157

Resolução e comentários:

A questão solicita que você calcule o valor da frequência angular. Para calculá-la, devemos
utilizar a seguinte relação:

𝜔 = 2 𝜋𝑓

Substituindo os valores, temos

𝜔 = 2 𝜋60

𝜔 = 376,8 𝑟𝑎𝑑/𝑠

Informo que, de acordo com o gabarito oficial, esta questão foi anulada por não possuir
nenhuma opção correta nas alternativas.

Por mais que essa questão seja simples e tenha sido anulada, ela nos traz um grande
aprendizado. Perceba que até mesmo os assuntos mais fundamentais podem ser cobrados em sua
prova! Por isso, não deixe de garantir uma questão por não dar a devida importância aos temas iniciais,
básicos e conceituais.

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1.2. Fasores

Os fasores representam um meio para analisar circuitos excitados por fontes senoidais, pois a análise
destes circuitos de outra maneira seria inviável. Dessa forma, podemos utilizar os fasores expressar e fazer
operações com as funções senoidais.

O método fasorial de análise de circuitos foi proposto por Charle Steinmetz , um famoso
engenheiro elétrico da General Electric Company, em 1893.

Os números complexos são a base para o estudo de fasores, portanto, caso você não se lembre ou
tenha dificuldades com números complexos, eu te aconselho usar um pouquinho de seu tempo para
relembrar esse assunto. A utilização desse conhecimento é inevitável para a resolução de questões de
concursos que são representadas em notação fasorial.

As senóides são frequentemente expressadas por meio dos fasores, já que é mais fácil trabalhar com
essa notação do que com as funções seno e cosseno. Assim, vamos à definição de fasores.

Um fasor é um número complexo que representa a amplitude e a fase de uma senóide.

Os números complexos podem ser representados na forma retangular, polar e exponencial. O


conhecimento dessas formas de representação é de extrema importância, pois, para fazer determinadas
operações entre os fasores, é necessário que eles sejam convertidos de uma forma para outra.

As três maneiras de representação dos fasores são:

1- Forma retangular: 𝑧 = 𝑥 + 𝑗𝑦

2- Forma polar: 𝑧 = 𝑟∠ϕ

3- Forma exponencial: 𝑧 = 𝑟𝑒 𝑗ϕ

A forma retangular é a forma utilizada para realizar as operações de soma e subtração. Já para fazer
as operações de multiplicação e divisão, a forma polar é utilizada. Ou seja, você deverá transformar um
fasor de uma forma para outra no decorrer das análises dos circuitos de corrente alternada. Então, vamos
aprender como transformá-lo?!

A Figura (3) que representa um determinado número complexo r em sua forma polar e retangular.

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Figura 3-Representação de um número complexo. Fonte: Sadiku (2006).

Veja que que a conversão da forma polar para a forma retangular nada mais é do que a decomposição
de um vetor no eixo x (eixo dos números reais) e do eixo y (eixo dos números imaginários). Para
determinarmos a magnitude do vetor r , devemos calcular o módulo do vetor por meio das suas
componentes x e y. Dessa forma, dadas as componentes x e y, podemos obter o vetor r e a fase φ por meio
das seguintes relações:

𝑦
𝑟 = √𝑥 2 + 𝑦 2 , ϕ = tan−1
𝑥

Por outro lado, quando conhecemos o modulo de r e a fase φ, temos que:

𝑥 = 𝑟𝑐𝑜𝑠ϕ , 𝑦 = 𝑟𝑠𝑒𝑛ϕ

Note também que a parte real do número complexo z é dado pelo vetor x e a parte imaginária é
dado pelo vetor y.

Professora,

Mesmo que já saibamos transformar um fasor de uma forma para outra, como devo proceder para
efetuar as operações?

Você deve estar questionando exatamente isso, não é mesmo? Pois bem...

Como eu comentei anteriormente, a soma e a subtração de números complexos são mais simples de
serem realizadas na forma retangular. Já a multiplicação e a divisão devem ser efetuadas na forma polar. Por
meio de um esquema, eu listarei as principais operações com fasores para que você entenda o porquê
devemos proceder dessa forma para efetuar os cálculos nas provas.

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OPERAÇÃO PROCEDIMENTO

Soma 𝑧1 + 𝑧2 = (𝑥1 + 𝑥2 ) + 𝑗(𝑦1 + 𝑦2 )

Subtração 𝑧1 − 𝑧2 = 𝑥1 − 𝑥2 + 𝑗(𝑦1 − 𝑦2 )

Multiplicação 𝑠1 𝑠2 = 𝑟1 𝑟2 ∠(ϕ1 + ϕ2 )

Divisão 𝑠1 𝑟
= 𝑟1 ∠(ϕ1 − ϕ2 )
𝑠2 2

1 1
Inverso 𝑧
= 𝑟 ∠ −ϕ

Complexo conjugado 𝑧 ∗ = 𝑥 − 𝑗𝑦 = 𝑟∠ −ϕ = 𝑟𝑒 −𝑗ϕ

Perceba que a soma ou a subtração de números complexos na forma retangular consiste em


basicamente somar ou subtrair as respectivas partes reais e imaginárias dos números.

Para a operação de multiplicação e divisão de fasores na forma polar, a devida atenção para o ângulo
de fase será necessária. Caso necessite multiplicar fasores, você deverá multiplicar os módulos e somar os
ângulos de fase. Caso a operação seja de divisão, você deverá dividir os módulos e subtrair os ângulos. Ok?
Não se preocupe, pois este procedimento se torna automático com a prática.

Agora vamos suprimir o fator do tempo, transformando a senóide do domínio temporal para o
fasorial! Ou seja, vamos aplicar a notação fasorial em uma senóide. Temos então que:

𝑣(𝑡) = 𝑉𝑚 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜙)

𝑽 = 𝑉𝑚 ∠𝜙

Da mesma forma, podemos representar uma função seno como um fasor. Você lembra que, na seção
anterior, comentei que a função cosseno pode ser reescrita como uma função seno?!

A única diferença entre elas é o atraso da função seno com relação a função cosseno. Esta defasagem
equivale a 90°. Portanto podemos reescrever uma função senoidal na forma de seno também em notação
fasorial. Temos que:

𝑣(𝑡) = 𝑉𝑚 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜙)

𝑽 = 𝑉𝑚 ∠𝜙 − 90°

Em notação fasorial, a defasagem entre a função seno e cosseno fica ainda mais visível! É válido
ressaltar também que, como ambas as funções possuem a mesma frequência, é comum denominarmos o

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domínio fasorial como domínio frequencial. É conveniente também falar um pouco sobre as diferenças entre
a senóide no domínio temporal v(t) e no domínio fasorial V.

➢ v(t) é a representação instantânea no domínio temporal, enquanto V é a representação de frequência


no domínio fasorial.
➢ v(t) depende do tempo, enquanto V não.
➢ v(t) sempre é real e não possui nenhum termo complexo, enquanto V é representado por um número
complexo.

Devemos ter em mente que a análise de fasores se aplica apenas quando a frequência é constante e
também na manipulação de dois ou mais sinais senoidais apenas se eles tiverem a mesma frequência!

A operação entre funções senoidais ocorre apenas se elas possuírem a mesma frequência!
Isto é, a soma de senóides de mesmas frequência equivale a somar seus correspondentes
fasores.

(Pref. Cuiabá-Selecon-2019) A importância da notação fasorial na análise do regime permanente


senoidal deve-se ao fato de nos circuitos lineares excitados por fontes senoidais:

Marque a alternativa correta:

(a) As tensões e as correntes em todos os nós e componentes do circuito serem também senoidais e
sem a frequência angular.

(b) As tensões e as correntes em todos os nós e componentes do circuito serem também senoidais e
com a mesma frequência angular.

(c) As tensões e as correntes em alguns nós e componentes do circuito serem também senoidais e com
baixa frequência angular.

(d) As tensões e as correntes em todos os nós e componentes do circuito serem também senoidais e
sem a mesma frequência angular.

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(e) As tensões e as correntes em todos os nós e componentes do circuito serem também senoidais e
com a mesma frequência regular.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine o item que explique o motivo importância da notação
fasorial na análise do regime permanente senoidal. Ou seja, exige que você saiba o porquê utilizamos
a notação fasorial para representar as funções senoidais em um circuito. Portanto, vamos analisar cada
item.

(a) A alternativa está incorreta, pois as tensões e correntes possuem a mesma frequência angular por
mais que, de fato, as tensões e as correntes em todos os nós e componentes do circuito sejam senoidais

(b) A alternativa está correta, pois as tensões e as correntes, além de serem senoidais, possuem a
mesma frequência angular.

(c ) A alternativa está incorreta, as tensões e as correntes possuem a mesma frequência angular e não
baixa frequência.

(d) A alternativa está incorreta, as tensões e as correntes possuem a mesma frequência angular.

(e) A alternativa está incorreta, pois não se trata de frequência regular e sim angular.

Portanto,

A alternativa (B) é o gabarito da questão.

A alternativa B está correta pois, um fasor representa exatamente a amplitude e a fase de uma
senóide conforme estudamos nessa seção do livro!

Devemos entender que a questão exige seu conhecimento conceitual sobre fasores. Sim!
Questões conceituais podem cair em sua prova e caem com frequência!

1.3. Relações fasoriais entre os elementos do circuito

Agora que já sabemos como representar uma senóide como um fasor, resta saber como aplicar essa
ferramenta nos elementos dos circuitos elétricos em corrente alternada.

O objetivo principal desta seção é apresentar a vocês como os elementos dos circuitos (sejam eles
elementos resistivos, indutivos ou capacitivos) se relacionam na forma fasorial.

Vamos iniciar nosso estudo pelo elemento puramente resistivo e posteriormente faremos a mesma
análise para os elementos capacitivos e indutivos do circuito. Considere que a corrente que circula em um
determinado resistor R seja:
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𝑖 = 𝐼𝑚 cos(𝜔𝑡 + ϕ)

A tensão através deste elemento é dada pela lei de Ohm como,

𝑣 = 𝑅𝑖 = 𝑅𝐼𝑚 cos(𝜔𝑡 + ϕ)

Na representação fasorial temos,

𝐕 = R𝐼𝑚 ∠ϕ = R𝐈

A Figura (4) ilustra as relações entre a tensão e a corrente em um resistor.

Figura 4-Relação entre tensão e corrente em um resistor a) Domínio temporal b) Domínio fasorial c) Diagrama fasorial. Fonte: Sadiku (2006).

Veja que a tensão e a corrente estão em fase, pois ambas possuem o mesmo valor de φ. Portanto,
para um circuito que possua apenas elementos resistivos, a corrente e a tensão nos resistores permanecem
em fase como apresenta o diagrama fasorial da Fig. (4-c).

No entanto, sabemos que um circuito pode ser constituído também de elementos capacitivos e
indutivos. Assim, nossa análise não pode ser simplista em considerar apenas elementos resistivos!

Os circuitos elétricos puramente resistivos possuem aplicação muito restrita, já que a maioria dos
circuitos práticos possuem elementos indutivos e capacitivos. Ressalta-se que as técnicas de análise de
circuitos são igualmente aplicadas em circuito com capacitores e indutores.

Os capacitores e indutores são considerados elementos passivos de um circuito, bem como os


resistores. A diferença entre os resistores e eles é que o primeiro dissipa energia na forma de calor e os
outros armazenam energia que pode ser utilizada posteriormente. Mas todos eles são considerados
elementos passivos, justamente pela sua incapacidade de gerar energia ( característica que os difere de
elementos ativos como baterias, geradores etc)

Objetivamente, eu comentarei sobre os indutores e, em seguida, sobre os capacitores para que você
tenha a base para resolver as questões de provas. Como seu tempo é precioso, vou explanar apenas sobre
aquilo que efetivamente será fundamental. Ok?

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INDUTOR

Os indutores de energia possuem numerosas aplicações em sistemas elétricos. Eles são utilizados em
transformadores, rádios, televisores e motores elétricos por exemplo. Qualquer condutor de corrente
elétrica possui efeito indutivo. Para aumentar esse efeito, um indutor é geralmente formado por uma bobina
com várias voltas de um fio condutor

Um indutor é um elemento passivo projetado para armazenar energia em seu campo


magnético.

A tensão em um indutor é diretamente proporcional a taxa de variação da corrente no tempo. Assim,


temos que:

𝑑𝑖
𝑣 = 𝐿 𝑑𝑡

Note que L é chamada de indutância do indutor e sua unidade é o Henry (H).

Diz-se que os indutores que realizam essa equação são chamados de lineares. Ou seja, a
indutância é constante e independe da corrente.

CAPACITOR

Os capacitores são largamente utilizados em eletrônica, comunicação, computadores e sistemas de


potência. Um capacitor é composto por placas condutoras separadas por um isolante. Quando um capacitor
está sob uma determinada tensão, cargas positivas são depositadas em uma placa, enquanto as cargas
negativas são depositas em outra.

Um capacitor é um elemento passivo projetado para armazenar energia em seu campo


elétrico.

A relação entre a corrente elétrica e a tensão em um capacitor é dada por:

𝑑𝑣
𝑖 = 𝐶 𝑑𝑡

A capacitância de um capacitor é dada por C em Farad (F). Perceba que o indutor armazena energia
em seu campo magnético e o capacitor armazena energia em seu campo elétrico!

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Diz-se que os capacitores que realizam essa equação são chamados de lineares. Ou seja, a
capacitância é constante e independe da tensão.

RELAÇÕES FASORIAIS

Feitas as principais considerações sobre os elementos armazenadores de energia, vamos agora


representá-los na notação fasorial para posteriormente entender as relações fasoriais entre os elementos
de um circuito elétrico com excitação senoidal.

Agora, vamos realizar a análise fasorial para o indutor e o capacitor como fizemos anteriormente para
o resistor.

Considere que a corrente que circula em um determinado indutor L seja:

𝑖 = 𝐼𝑚 cos(𝜔𝑡 + ϕ)

Assim, podemos escrever a tensão como:

𝑑𝑖
𝑣(𝑡) = 𝐿 = −𝜔𝐿𝐼𝑚 sen(𝜔𝑡 + ϕ)
𝑑𝑡

Veja que apenas derivamos a função i(t) para chegar na função v(t). Nós podemos também reescrever
a função seno como a função cosseno pela relação -senA=cos(A+90°). Assim, v(t) se torna:

𝑣(𝑡) = 𝜔𝐿𝐼𝑚 cos(𝜔𝑡 + 𝜙 + 90°)

Transformando a tensão em fasor, temos:

𝑽 = 𝜔𝐿𝐼𝑚 𝑒 j( ϕ+90°) = 𝜔𝐿𝐼𝑚 𝑒 jϕ 𝑒 j 90° = 𝜔𝐿𝐼𝑚 ∠ϕ + 90°

Note que Im ∠ φ =I e ej90°=j. Portanto,

𝑽 = 𝑗𝜔𝐿𝑰

Esta equação indica que a tensão possui uma magnitude de ωLIm e uma fase de φ + 90°.

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Figura 5-Relação entre tensão e corrente em um indutor a) Domínio temporal b) Domínio fasorial c) Diagrama fasorial. Fonte: Sadiku (2006).

Analisando a Fig. (5), podemos perceber que a corrente e a tensão estão defasadas em 90°. Ou melhor
dizendo, a corrente se atrasa em 90° com relação a tensão em um indutor.

Com relação ao capacitor C, suponha que a tensão através desse elemento seja:

𝑣 = 𝑉𝑚 cos(𝜔𝑡 + ϕ)

A corrente no capacitor é dada por:

𝑑𝑣
𝑖=𝐶
𝑑𝑡

Seguindo os mesmos passos realizados na análise do indutor (para não perdermos tempo e energia),
temos que:

𝑰
𝑽 = 𝑗𝜔𝐶

O que indica que a corrente e a tensão permanecem defasadas em 90 °, no entanto agora a corrente
se adianta com relação a tensão em um capacitor como pode ser visualizado na Fig. (6).

Figura 6-Relação entre tensão e corrente em um capacitor a) Domínio temporal b) Domínio fasorial c) Diagrama fasorial. Fonte: Sadiku (2006).

Para facilitar a sua memorização, vamos esquematizar?!

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R L C 𝑑𝑣
Domínio 𝑣 = 𝑅𝑖 𝑑𝑖 𝑖=𝐶
𝑣= 𝐿 𝑑𝑡 𝑑𝑡
temporal

𝑰
Domínio 𝑽 = 𝑅𝑰 𝑽 = 𝑗ω𝐿𝑰 𝑽=
fasorial 𝑗𝜔𝐶

A análise dos circuitos em corrente alternada será realizada considerando os três elementos passivos
dos circuitos, os quais podem ser compactados em um único termo conhecido como impedância Z do
circuito.

A impedância Z de um circuito é a razão entre a tensão fasorial V e a corrente fasorial I,


medida em ohms (Ω).

Assim,

𝑽
𝒁= 𝑜𝑢 𝑽 = 𝒁𝑰
𝑰

Perceba que, mesmo que a impedância seja a relação entre dois fasores, ela não é um fasor, pois não
corresponde a uma quantidade que varia senoidalmente.

A impedância dos resistores, indutores e capacitores pode ser obtida por meio das seguintes relações:

𝑽 𝑽 𝑽 1
= 𝑅, = 𝑗𝜔𝐿, = 𝑗𝜔𝐶
𝑰 𝑰 𝑰

Como quantidade complexa, a impedância pode ser expressada em forma retangular, como se segue:

𝒁 = 𝑅 + 𝑗𝑋

Onde, a resistência (R) é a parte real do número Z e a reatância (X) é a parte imaginária. O
interessante aqui é perceber que a reatância pode ter característica predominantemente indutiva ou
capacitiva dependendo do seu sinal.

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Quando temos uma impedância indutiva, o sinal da reatância é positivo. E quando o


circuito possui uma impedância capacitiva, o sinal da reatância é negativo.

Devido a esta relação, é comum dizermos que a impedância é indutiva de retardo, pois assim a
corrente se atrasa com relação a tensão. E que a impedância é capacitiva de adianto, posto que a corrente
se adianta neste caso.

Com os conhecimentos adquiridos no decorrer deste capítulo, podemos converter a impedância da


forma retangular para a polar.

𝒁 = 𝑅 + 𝑗𝑋 = |𝒁|∠𝜃

Note que,

𝑋
|𝒁| = √𝑅 2 + 𝑋 2 𝑒 𝜃 = tan−1
𝑅

𝑅 = |𝒁|𝑐𝑜𝑠𝜃 𝑒 𝑋 = |𝒁|𝑠𝑒𝑛𝜃

Convenientemente, trabalhar com o inverso da impedância é comum. Principalmente quando


aplicamos os métodos das malhas e dos nós na análise de circuito. Assim, saiba que a admitância Y é o
inverso da impedância:

1
𝒀=𝒁

Para finalizar este capítulo vamos resumir então como os elementos passivos dos circuitos podem ser
representados como impedância.

R L C 1
𝒁=𝑅 𝒁 = 𝑗ω𝐿 𝒁=
𝑗𝜔𝐶

(Pref. Gramado-Fundatec-2018) Determine a corrente fornecida pela fonte para o circuito a seguir.

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A)2√2∠ − 15°

B) 2√2∠15°

C) 2∠ − 15°
7
D) 2∠15°

E) 2√2∠30°

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine a corrente fornecida pela fonte para o circuito da figura.
O procedimento para resolver esta questão consiste em relacionar os elementos do circuito na forma
fasorial como aprendemos nessa seção.

Também será necessário converter os fasores da forma polar para a forma retangular (e vice-
versa), pois precisaremos fazer operações de soma e divisão.

Para calcular a corrente, devemos considerar a relação entre a tensão e a impedância do


sistema dada por:

𝑽
𝑰=𝒁

Perceba que possuímos um resistor, um indutor e um capacitor ligados em série na figura do


circuito. Assim, a questão solicita uma análise de um circuito RLC em corrente alternada.

Podemos tirar esta conclusão devido ao fato de que o ângulo de fase entre a tensão e a corrente
é nulo para a resistência (tensão e corrente estão em fase). Para a indutância, o ângulo de fase equivale
a 90 ° positivos e, para a capacitância, o ângulo de fase equivale a 90 ° negativos.

Dessa forma, a impedância total do circuito pode ser determinada pela soma desses elementos.
Logo,

𝑍 =𝑅+𝐿+𝐶

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Como devemos somar os elementos do circuito que estão em série, precisaremos converter os
fasores (fornecidos no enunciado) da forma polar para a retangular. Portanto a parte real (x) e parte
imaginária (y) de um número complexo serão calculadas pela fórmula abaixo.

𝑥 = 𝑟𝑐𝑜𝑠ϕ , 𝑦 = 𝑟𝑠𝑒𝑛ϕ

Lembre-se que a resistência possui apenas parte real. Já a indutância e a capacitância possuem
apenas parte imaginária positiva e negativa, respectivamente. Com os valores fornecidos pelo
enunciado da questão, temos que:

𝑅 = 5∠0° = 5𝛺

𝐿 = 10∠90° = 𝑗10𝛺

𝐶 = 5∠ − 90° = −𝑗5𝛺
9
Logo, a impedância equivale a:

𝑍 = 5 + 𝑗10 − 𝑗5

𝑍 = 5 + 𝑗5

Como a impedância pode ser reescrita na forma polar, temos que:

𝒁 = 𝑅 + 𝑗𝑋 = |𝒁|∠𝜃

Onde,

𝑅=5 𝑒 𝑋=5

Perceba que R é a resistência e X é reatância (parte imaginária composta pela capacitância e


indutância) da impedância de carga Z!

Ressalto que devemos converter a impedância total da forma retangular para a forma polar,
pois precisamos fazer uma divisão no cálculo da corrente. Usando as relações que foram abordadas
nessa seção do capítulo, temos

|𝒁| = √𝑅 2 + 𝑋 2 = √52 + 52 = 5√2

𝑋 5
𝜃 = tan−1 𝑅 = tan−1 5 = tan−1 1 = 45°

A impedância de carga na forma polar equivale a:

𝒁 = 5√2 ∠45°

Finalmente podemos calcular a corrente fornecida pela fonte, já que enunciado da questão
também fornece o valor da tensão na forma polar. Portanto,
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𝑽 10√2∠30°
𝑰=𝒁= 5√2∠45°

𝑰 = 2∠ − 15° 𝐴

Portanto,

A alternativa (C) é o gabarito da questão.

1.4. Análise senoidal de circuitos CA

As técnicas de divisão de tensão e corrente, de combinação em série e em paralelo, de redução de


circuitos e de transformação estrela-delta podem ser
5 aplicadas de igual forma às análises de circuitos de
corrente alternada.

As questões sobre a análise de circuitos de corrente alternada podem ser resolvidas seguindo três
passos principais, os quais consistem em:

Transformar o Aplicar as técnicas Transformar o fasor


circuito para o de análise de resultante para o
domínio fasorial. circuitos. domínio temporal.

Então, não se preocupe! As mesmas técnicas de análise de circuito de corrente contínua, você poderá
utilizar nos circuitos de corrente alternada. Portanto, os métodos das malhas e dos nós bem como os
teoremas da superposição, Norton e Thévenin também podem aplicados.

A única diferença é que você deverá trabalhar com números complexos e agora isso já não é um
problema, visto que nós aprendemos a trabalhar com as relações fasoriais entre os elementos do circuito
neste capítulo do livro.

Analisando as questões de concursos sobre a análise de circuitos de corrente alternada, eu verifiquei


que basicamente o entendimento das relações fasoriais entre os elementos do circuito é exigido. Assim,
absorvendo o conhecimento sobre os tópicos abordados neste capítulo, você estará apto a resolver a maioria
das questões sobre este tema.

Abaixo resolveremos um tipo de questão que representa o que de fato é cobrado na prática. Saiba
que este tipo de questão demanda o conhecimento dos métodos e técnicas de análise de circuitos CC
aplicado aos circuitos CA. Dessa forma, será necessário aplicar um determinado método e relacionar os
elementos fasoriais do circuito na forma polar e retangular.

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(Pref. São Luís-FCC-2015) Considere o circuito dado abaixo.

VTh e ZTh do gerador equivalente de Thèvenin, do circuito apresentado, encontra-se,


respectivamente, em:

(A) 70,7 ∠54° V; (−5 + j5) Ω

(B) 42,4 ∠60° V; (5 − j5) Ω

(C) 46 ∠45° V; (5 + j5) Ω

(D) 56,6 ∠45° V; (5 − j5) Ω

(E) 40 ∠45° V; (5 + j5) Ω

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine a tensão e impedância de Thévenin. Para atingir o nosso
objetivo, aplicaremos o teorema de Thévenin utilizando as relações fasoriais entre os elementos do
circuito.

A resistência equivalente de Thévenin é a resistência calculada quando todas as fontes


independentes se apagam.

Para o circuito da questão, teremos então que apagar a fonte de tensão de 40V. O circuito
equivalente é:
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Dessa forma, teremos a uma associação em série entre a resistência e o indutor (Z eq1). A
impedância resultante estará em paralelo com o capacitor (Z1) . A resistência equivalente de Thévenin
(ZTH) é:

𝒁𝟏 = 5 ∠ − 90° = −𝑗5

𝒁𝒆𝑞1 = 5 + 𝑗5 = 5√2 ∠45°

𝒁𝑇𝐻 = 𝒁1 //𝒁𝑒𝑞1

5 ∠−90°∙5√2 ∠45°
𝒁𝑇𝐻 = −𝑗5+5+𝑗5

𝒁𝑇𝐻 = 5 − 𝑗5 𝛺

Agora, devemos calcular a tensão de Thévenin. Conforme estudamos, VTH é a tensão de circuito
aberto nos terminais. Para analisarmos o circuito, considere a figura abaixo.

Perceba que teremos apenas associação em série caso o terminal ab (Zeq2) esteja em aberto.
Portanto, podemos achar a corrente fornecida pela fonte de 40V (VF).

𝒁𝑒𝑞2 = 5 + 𝑗5 − 𝑗5 = 5𝛺

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𝑽𝐹 40∠0°
𝑰=𝒁 = = 8∠0° 𝐴
𝑒𝑞2 5∠0°

Logo, a tensão de Thévenin será a tensão da fonte menos a queda de tensão no capacitor. A
queda de tensão no capacitor VC é:

𝑽𝑪 = 𝑰 𝒁𝟏 = 8∠0° ∙ 5 ∠ − 90°

𝑽𝑪 = 40∠ − 90° = −𝑗40

Logo,

𝑽 𝑇𝐻 = 𝑽𝐹 − 𝑽𝐶

𝑽 𝑇𝐻 = 40 − (−𝑗40)

𝑽 𝑇𝐻 = 40 + 𝑗40 = 56,56∠45°

Portanto,

A alternativa (D) é o gabarito da questão.

Perceba que você poderá utilizar nos circuitos de corrente alternada as mesmas técnicas de
análise de circuito de corrente contínua. A única diferença é que você deverá trabalhar com as relações
fasoriais entre os elementos do circuito.

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2. ANÁLISE DE POTÊNCIA CA
Neste capítulo do livro, nós vamos concentrar nossos esforços para analisar a potência em circuitos
de corrente alternada. No capítulo passado, nós estudamos como os elementos dos circuitos se relacionam.
Ou seja, aprendemos a calcular a tensão e a corrente em circuito ca.

Agora nós vamos trabalhar com a potência, devido ao fato de que a potência é a principal quantidade
já que os sistemas de fornecimento de energia elétrica transmitem potência de um lugar para outro.

Primeiramente, vamos conceituar alguns termos para entender como a potência se comporta em
um circuito de corrente alternada. Posteriormente, entraremos em uma “parte” mais prática da matéria
para entender o procedimento de correção do fator de potência, que é um tópico extremamente cobrado
nos concursos.

Antes de começarmos, gostaria de ressaltar que não é interessante, nem para você e nem para mim,
entrar de maneira aprofundada na dedução das equações. Concorda?! Se nos aprofundarmos nessa parte,
nós utilizaremos nosso tempo para obter um conhecimento que não será cobrado nas questões dos
concursos. Assim, vamos focar naquilo que realmente importa e que é exigido em prova!

2.1. Potência instantânea e média

A potência instantânea p(t) absorvida por algum elemento do circuito é o produto da tensão e da
corrente.

A potência instantânea p(t), em watts, é a potência em qualquer instante.

Considerando que em circuitos de corrente alternada a tensão e a corrente são caracterizadas por
funções senoidais, temos que:

𝑝(𝑡) = 𝑣(𝑡)𝑖(𝑡) = 𝑉𝑚 𝐼𝑚 cos(𝜔𝑡 + 𝜃𝑣 ) cos(𝜔𝑡 + 𝜃𝑖 )

Aplicando as identidades trigonométricas e realizando as devidas simplificações, a potência


instantânea é dada por:

1
𝑝(𝑡) = 2 𝑉𝑚 𝐼𝑚 cos(𝜃𝑣 − 𝜃𝑖 ) +
1
𝑉 𝐼 cos(2𝜔𝑡 + 𝜃𝑣 + 𝜃𝑖 )
2 𝑚 𝑚

Note que a potência instantânea possui uma parte que é constante e não depende do tempo e a
outra que é de fato uma função senoidal. A primeira parte depende exclusivamente da defasagem entre a
tensão e a corrente. Você pode analisar o gráfico de potência instantânea por meio da Fig. (7).

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Figura 7-Potência instantânea em um circuito de corrente alternada. Fonte: Sadiku (2006)

Note que a potência instantânea depende do tempo. Quando a potência instantânea é positiva, o
circuito absorve potência. E quando é negativa, a fonte absorve potência por meio dos indutores e
capacitores do circuito.

O wattímetro é o instrumento de medição utilizado para medir potência média.

Na verdade, nos interessa saber a potência média absorvida em um circuito, que pode ser obtida por
meio da potência instantânea.

A potência média equivale à média da potência instantânea em um dado período.

Assim, a potência média é dada por:

1 𝑇
𝑃 = 𝑇 ∫0 𝑝(𝑡) 𝑑𝑡

Substituindo a função p(t) definida anteriormente e realizando a devida integração, obtemos:

1
𝑃 = 2 𝑉𝑚 𝐼𝑚 cos(𝜃𝑣 − 𝜃𝑖 )

Cabe ressaltar que podemos representar essa função por meio da notação fasorial, já que a corrente
e a tensão podem ser também representadas como fasores. Portanto, a potência média pode ser reescrita
da seguinte maneira:

1
𝑃= 𝑅𝑒[𝐕𝐈 ∗ ]
2

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A potência média nada mais é do que a parte real da multiplicação fasorial entre a tensão
e a corrente. Daí você deve se perguntar:

Mas, se é uma multiplicação, por que os ângulos também não são somados?!

Saiba que o complexo conjugado da corrente (*) está nesta equação justamente para
desempenhar a função de tornar o sinal da fase da corrente negativo! Dessa forma,
podemos de fato representar a potência média como um produto entre fasores.

Perceba também que se a potência média ( que gora será considerada como ativa) é dada pela parte
real, o que seria a parte imaginária do produto entre a tensão e o conjugado complexo da corrente?! Essa
explicação eu deixo para as próximas seções deste capítulo quando formos estudar sobre potência complexa.

Mas por que consideramos o ângulo entre a fase da tensão e da corrente na equação? Ora, o ângulo
entre a tensão e a corrente é justamente o ângulo de fase da impedância Z (θ), conforme vimos no capítulo
anterior. Assim,

𝜃 = 𝜃𝑣 − 𝜃𝑖

Agora vamos considerar casos específicos dessa equação para podermos tirar algumas conclusões
com relação ao ângulo de fase da impedância. Quando a tensão e a corrente estão em fase, θ é igual a 0 e
temos que:

1 1
𝑃= 𝑉𝑚 𝐼𝑚 cos(0) = 𝑉𝑚 𝐼𝑚
2 2

Ou seja, o circuito analisado é um circuito puramente resistivo caracterizado por absorver potência
todo o tempo. No entanto, quando o ângulo entre a tensão e a corrente equivale a ± 90°, estamos falando
de um circuito puramente reativo (indutivo se o sinal for positivo e capacitivo se o sinal for negativo).

Veja que como o cosseno de 90° equivale a 0, então os circuitos puramente reativos não absorvem
potência média (potência ativa).

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Uma carga resistiva absorve potência média, enquanto cargas reativas (indutores e
capacitores) absorvem potência média nula.

2.2. Valor eficaz

Quando estudamos os circuitos de corrente alternada, é comum nos depararmos com o valor eficaz
de tensão e corrente de um circuito. Isto ocorre devido a necessidade de medir a eficácia do fornecimento
de potência às cargas resistivas.

O valor eficaz ou valor rms de uma corrente periódica equivale a corrente contínua que
fornece a mesma potência média a uma resistência que seria fornecida pela corrente
periódica.

O valor eficaz também é denominado valor quadrático médio devido ao fato de ser calculado por
meio da raiz da média do quadrado de um sinal periódico. Sem mais delongas, o valor quadrático médio de
qualquer função periódica x(t) pode ser calculada por meio da seguinte equação:

1 𝑇
𝑋𝑟𝑚𝑠 = √𝑇 ∫0 𝑥 2 𝑑𝑡

Se calcularmos o valor quadrático médio da corrente i(t) e da tensão v(t) em seus respectivos
formatos senoidais, nós obteremos a seguinte relação:

𝑉𝑚 𝐼𝑚
𝑉𝑟𝑚𝑠 = 𝑒 𝐼𝑟𝑚𝑠 =
√2 √2

Lembre-se que estas equações são válidas apenas para funções senoidais, ok? Note também que Vm
e Im são as amplitudes (ou valores máximos) da tensão e da corrente elétrica respectivamente.

Agora vamos apresentar a potência média com referência aos valores rms da tensão e da corrente.

1 𝑉𝑚 𝐼𝑚
𝑃= 𝑉𝑚 𝐼𝑚 cos(𝜃𝑣 − 𝜃𝑖 ) = cos(𝜃𝑣 − 𝜃𝑖 )
2 √2 √2

Assim, temos que:

𝑃 = 𝑉𝑟𝑚𝑠 𝐼𝑟𝑚𝑠 cos(𝜃𝑣 − 𝜃𝑖 )

Em termos práticos, caso uma questão forneça a amplitude ou valor de pico da tensão e da corrente,
basta dividir esses valores por raiz de dois para calcular os respectivos valores eficazes. E isso ocorre com
grande frequência como veremos na questão a seguir.

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(Pref. Salvador-FGV-2017) Uma fonte senoidal monofásica possui tensão igual a 25 V de valor médio.
O valor da tensão eficaz dessa fonte é igual a

(A) 12,5π x 20,5 V.

(B) 6,25π x 20,5 V.

(C) 12,5π x 30,5 V.

(D) 6,25π x 30,5 V.

(E) 12,5π x 60,5 V.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você calcule o valor da tensão eficaz de uma fonte senoidal. Lembre-se
que Vm representa a amplitude (ou valor de pico) da tensão. No entanto, a questão fornece apenas o
valor médio para que possamos calcular a amplitude! Então, o primeiro procedimento será a aplicação
do conceito de valor médio de uma função.

Conforme estudamos na seção anterior, o valor médio para uma função qualquer é dada por:

1 𝑇
𝑋𝑚𝑒𝑑 = ∫0 𝑥(𝑡) 𝑑𝑡
𝑇

Para a tensão v(t):

1 𝑇
𝑉𝑚𝑒𝑑 = ∫0 𝑣(𝑡) 𝑑𝑡
𝑇

Considerando que v(t) seja:

𝑣(𝑡) = 𝑉𝑚 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡)

1 𝑇
𝑉𝑚𝑒𝑑 = ∫0 𝑉𝑚 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) 𝑑𝑡
𝑇

Com o sinal retificado, o período de integração será de 0 a T/2. Devemos fazer essa
consideração, pois o valor médio de uma senóide é zero e a questão informou que a tensão média é
25 V. Logo,
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𝑇
1
𝑉𝑚𝑒𝑑 = 𝑇 ∫0 𝑉𝑚 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) 𝑑𝑡
2

Resolvendo a integral,

−2𝑉𝑚
𝑉𝑚𝑒𝑑 = cos (𝜔𝑡)|𝑇/2
0
𝜔𝑇

Considerando que ω=2πf e f=1/T, temos

−2𝑉𝑚 2𝜋 𝑇 2𝜋
𝑉𝑚𝑒𝑑 = 1 [cos ( ) − cos ( 0)]
(2𝜋 )𝑇 𝑇 2 𝑇
𝑇

Simplificando os termos,

2𝑉𝑚
𝑉𝑚𝑒𝑑 =
𝜋

Portanto, o valor de pico da tensão equivale a:

𝜋𝑉𝑚𝑒𝑑
𝑉𝑚 =
2

Para calcular o valor eficaz ou rms da tensão, devemos utilizar a seguinte relação:

𝑉𝑚
𝑉𝑟𝑚𝑠 =
√2

Considerando que Vmed=25 (pelo enunciado da questão) e realizando as devidas substituições,


temos que:

𝜋𝑉𝑚𝑒𝑑
𝑉𝑟𝑚𝑠 = ( )
2√2

π√2𝑉𝑚𝑒𝑑 25π √2
𝑉𝑟𝑚𝑠 = = = 6,25 π √2
4 4

𝑉𝑟𝑚𝑠 = 6,25 π 20,5

Portanto,

A alternativa (B) é o gabarito da questão.

O procedimento de resolução dessa questão consiste em basicamente resolver a integral para


achar a relação entre a tensão de pico e a tensão média. Para tal, nós aplicamos o conceito de valor
médio de uma função e de valor eficaz. Então, perceba que uma questão deste tipo pode aparecer na
sua prova mesmo sendo fundamentalmente conceitual e teórica.

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2.3. Fator de potência

Na seção anterior, definimos que a potência média ( potência ativa) é dada por:

𝑃 = 𝑉𝑟𝑚𝑠 𝐼𝑟𝑚𝑠 cos(𝜃𝑣 − 𝜃𝑖 )

Agora, vou introduzir um termo muito importante que é a potência aparente! A potência aparente é
justamente o termo que multiplica o cosseno do ângulo entre a tensão e a corrente. Assim, a potência
aparente (S) é dada por:

𝑆 = 𝑉𝑟𝑚𝑠 𝐼𝑟𝑚𝑠

A potência aparente, em VA, é o produto entre os valores eficazes da tensão pela corrente
elétrica.

Fazendo uma comparação com os circuitos de corrente contínua, a potência deveria ser o produto
entre a tensão e corrente do circuito. No entanto, parte desta potência não pode ser considerada com
potência útil (ou potência ativa) em um sistema. Logo, a potência aparente possui esta denominação devido
ao fato de ser um valor apenas aparente.

Um termo muito cobrado em questões de concurso (que exigem o conhecimento de análise de


potência em circuitos de corrente alternada) é o fator de potência (fp). Esse fator pode ser calculado da
seguinte maneira:

𝑃
𝑓𝑝 = = cos(𝜃𝑣 − 𝜃𝑖 )
𝑆

Repare que ângulo formado entre a tensão e a corrente (θv – θi) equivale justamente ao ângulo da
impedância da carga Z, pois

𝑽 𝑉𝑟𝑚𝑠 ∠𝜃𝑣 𝑉𝑟𝑚𝑠


𝒁= = = ∠(𝜃𝑣 − 𝜃𝑖 )
𝑰 𝐼𝑟𝑚𝑠 ∠𝜃𝑖 𝐼𝑟𝑚𝑠

Consequentemente, podemos conceituar o que vem a ser o fator de potência.

O fator de potência é o cosseno da diferença de fase entre a tensão e a corrente. Ou seja,


equivale ao cosseno do ângulo da impedância da carga. Podemos calculá-lo também pela
razão entre a potência ativa P e a potência aparente S.

Vamos analisar os casos extremos em que um circuito é caracterizado por ser puramente resistivo ou
reativo.

➢ Se considerarmos uma carga puramente resistiva, o ângulo entre a tensão e a corrente é nulo, pois
a corrente e a tensão estarão em fase. Assim, o fator de potência assumirá seu valor máximo ( fp=1)
e a potência aparente corresponderá a potência ativa.

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➢ Caso a carga do circuito seja puramente reativa, a tensão e a corrente estarão defasadas em 90°.
Portanto, o fator de potência será nulo (cos ±90°=0).

Portanto, em uma rede constituída apenas de elementos reativos ideais a potência média dissipada é
zero. Fisicamente, eles armazenam energia durante uma parte do período e a devolvem durante outra.

Mas e nos casos mais gerais em que existam cargas resistivas, indutiva e capacitivas? Então, o valor do
fator de potência estará entre 0 e 1.

➢ Ele será considerado um fator de potência adiantado quando a corrente estiver adiantada com
relação a tensão, implicando em uma carga predominantemente capacitiva.
➢ E será considerado atrasado no caso contrário em que uma carga seja predominantemente indutiva.

(Pref. São Luís-FCC-2015) Considere uma carga indutiva, cosϕ = 0,8, a qual submetida à tensão v(t) =
170 cos (377t − 90°) V produz uma corrente de módulo igual a 1,3ARMS.

A potência ativa em W dissipada pela carga é, aproximadamente,

(A) 220.

(B) 176.

(C) 100.

(D) 125.

(E) 85.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você calcule a potência ativa em uma carga predominantemente
indutiva. Primeiramente, devemos considerar que a questão nos informa o fator de potência, a tensão
e a corrente. Lembre-se que o fator de potência é calculado por:

𝑃
𝑓𝑝 = = cos(𝜃𝑣 − 𝜃𝑖 )
𝑆

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Portanto, conseguiremos determinar a potência ativa P se primeiramente calcularmos a


potência aparente S. Sabemos também que calculamos a potência aparente por meio da seguinte
relação:

𝑆 = 𝑉𝑟𝑚𝑠 𝐼𝑟𝑚𝑠

Perceba que, para calcular a potência aparente, precisamos dos valores rms tanto da tensão
quanto da corrente. O enunciado da questão fornece o valor em rms para a corrente. Com relação à
tensão, ele apresenta apenas a sua função senoidal. Dessa fora, temos que primeiramente calcular o
valor rms da tensão. Logo,

𝑉𝑚
𝑉𝑟𝑚𝑠 =
√2

Para calcular o módulo da tensão em rms, precisaremos da sua amplitude. Ela pode ser obtida
por meio da função v(t) = 170 cos (377t − 90°) fornecida pelo enunciado. Então,

𝑉𝑚 = 170 𝑉

Logo,

170
𝑉𝑟𝑚𝑠 =
√2

Agora sim podemos calcular a potência aparente S por meio dos valores em rms da tensão e da
corrente. Ou seja,

170
𝑆 = 𝑉𝑟𝑚𝑠 𝐼𝑟𝑚𝑠 = ∙ 1,3
√2

Finalmente possuímos os dados necessários para calcular a potência ativa por meio do fator de
potência. Como o enunciado da questão fornece o valor do fator de potência (cosϕ), temos. Dessa
forma,

𝑓𝑝 = cos 𝜑 = 0,8

Reescrevendo,

𝑃
cos 𝜑 =
𝑆

Isolando a potência ativa,

170
𝑃 = 𝑆 ∙ cos 𝜑 = ∙ 1,3 ∙ 0,8
√2

𝑃 = 125 𝑊

Portanto,

35

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A alternativa (D) é o gabarito da questão.

Veja o quanto essa questão é relevante! Para resolvê-la, nós aplicamos os conceitos de valores
rms, fator de potência e potência aparente!

Ressalto que ela também poderia solicitar o cálculo da potência aparente por meio do triângulo de
potências. No entanto, estudaremos esse conteúdo apenas na próxima seção!

2.4. Triângulo de potências

O triângulo de potências, como o próprio nome já informa, é um triângulo no qual podemos expressar
as principais “potências” em uma dada carga. Para analisarmos esse triângulo, é necessário entender o que
representa a potência complexa. Essa potência é muito importante, pois ela contém toda a informação para
realizar a análise de potência em uma carga.

A potência complexa S é o produto da tensão V pelo complexo conjugado da corrente I


em valores rms.

A potência complexa na forma polar é dada por:

𝑺 = 𝑽𝑟𝑚𝑠 𝑰∗ 𝑟𝑚𝑠 = 𝑉𝑟𝑚𝑠 𝐼𝑟𝑚𝑠 ∠(𝜃𝑣 −


𝜃𝑖 )

Como qualquer fasor, também podemos representá-la na forma retangular. Assim,

𝑺 = 𝑉𝑟𝑚𝑠 𝐼𝑟𝑚𝑠 cos(𝜃𝑣 − 𝜃𝑖 ) +


j 𝑉𝑟𝑚𝑠 𝐼𝑟𝑚𝑠 sen(𝜃𝑣 − 𝜃𝑖 )

Observe que a magnitude da potência complexa é o produto da tensão pela corrente, ou seja, é a
potência aparente S que definimos na seção anterior!

Na seção 2.1, eu fiquei devendo a você a explicação sobre o que seria a parte imaginária do produto
entre a tensão e o conjugado complexo da corrente. Você lembra?! Agora possuímos o conhecimento
necessário para fazer essa explicação.

Analisando a potência complexa em sua forma retangular, verificamos que ela possui uma parte real
e outra imaginária. Já sabemos que a parte real da potência complexa é justamente a potência média (P)
absorvida por uma carga puramente resistiva. Ou seja, é a verdadeira potência dissipada na carga. Mas então
o que seria a parte imaginária?

A parte imaginária da potência complexa é a denominada potência reativa, que depende


exclusivamente da reatância da carga Z. Sendo assim, vamos conceituar essa nova componente da potência
complexa.
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A potência reativa Q, em VAR, é uma medida da troca de energia entre a fonte e a parte
reativa da impedância Z de uma carga.

Como variável complexa, a parte real da potência complexa representa a potência ativa
(real ou dissipada) P e a parte imaginária representa a potência reativa Q.

Potência complexa

Potência ativa Potência reativa

𝑃 = 𝑉𝑟𝑚𝑠 𝐼𝑟𝑚𝑠 cos(θ𝑣 − θ𝑖 ) 𝑄 = 𝑉𝑟𝑚𝑠 𝐼𝑟𝑚𝑠 sin(θ𝑣 − θ𝑖 )

Também podemos expressar a potência complexa em termos da impedância de carga Z! Fazendo


este procedimento, ficará mais claro ainda o porquê consideramos a potência ativa apenas em elementos
resistivos do circuito e potência reativa nos elementos capacitivos ou indutivos.

Considere que:

𝑉𝑟𝑚𝑠
𝒁= ∠(𝜃𝑣 − 𝜃𝑖 )
𝐼𝑟𝑚𝑠

Logo,

𝑉𝑟𝑚𝑠 = 𝒁𝐼𝑟𝑚𝑠

Substituindo esta relação na equação da potência complexa, temos que:

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𝑺 = 𝐼 2 𝑟𝑚𝑠 𝐙

Como Z em sua forma retangular é dada por Z=R+jX, então

𝑺 = 𝐼 2 𝑟𝑚𝑠 (R + jX) = (𝐼 2 𝑟𝑚𝑠 R) + j(𝐼 2 𝑟𝑚𝑠 X) = 𝑃 + 𝑗𝑄

Dessa forma, podemos verificar que de fato a potência ativa P possui relação direta e exclusiva com
os elementos resistivos do circuito. E a potência reativa Q possui relação com os elementos reativos, seja
eles indutivos ou capacitivos.

Abaixo segue um esquema com as principais relações abordadas nessa seção para demonstrar quanta
informação a potência complexa carrega.

POTÊNCIA POTÊNCIA POTÊNCIA POTÊNCIA


COMPLEXA APARENTE ATIVA REATIVA

1
𝑺 = 𝑃 + 𝑗𝑄 = 𝑽𝑰∗ 𝑆 = 𝑉𝑟𝑚𝑠 𝐼𝑟𝑚𝑠 𝑃 = 𝑅𝑒(𝑺) 𝑄 = 𝐼𝑚(𝑺)
2

𝑺 = 𝑉𝑟𝑚𝑠 𝐼𝑟𝑚𝑠 ∠(θ𝑣 −


𝑆= 𝑃2 + 𝑄2 𝑃 = 𝑆 cos(θ𝑣 − θ𝑖 ) 𝑄 = 𝑆 sin(θ𝑣 − θ𝑖 )
θ𝑖 )

S é o produto da
A magnitude de S é A parte imaginária
tensão V pelo A parte real de S é
a potência de S é a potência
complexo a potência ativa P.
aparente S. reativa Q.
conjugado de I.

Conforme comentei anteriormente, o triângulo de potência é uma maneira resumida de representar


S, P e Q em função do ângulo θ (diferença entre a fase da tensão e da corrente). No triângulo fica visível que
a potência ativa P é a projeção da potência aparente S no eixo dos números reais e que a potência reativa Q
é a projeção de S nos eixos dos números imaginários.

Também é comum trabalharmos com o triângulo de impedância que possui uma parte resistiva R e
outra reativa X (onde fica mais visível ainda que o ângulo θ é a fase da impedância da carga). A Figura (8-a)
e (8-b) ilustram os respectivos triângulos de impedância e potência.

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Figura 8- a) Triângulo de impedância b) Triângulo de potência. Fonte: Adaptado de Sadiku (2006)

Para você entender e fixar esta parte da matéria, nós vamos resolver e comentar uma questão de
concurso que representa boa parte das questões sobre análise de potência em circuitos de corrente
alternada. Ela basicamente exige que você saiba calcular o fator de potência e a potência aparente em uma
carga.

(Pref. Manaus-2010) Considere um sistema, apresentado abaixo, no qual a potência ativa é de 400
kW e a potência reativa é 300 kVar.

É correto afirmar que o seu fator de potência:

(A) 0,6

(B) 0,8

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(C) 0,9

(D) 0,75

Resolução e comentários:

A questão solicita que você calcule o fator de potência. O enunciado fornece tanto a potência
ativa P quanto a reativa Q. Com esses valores, podemos calcular o fator de potência por meio da
equação:

𝑃
𝑓𝑝 = cos(𝜑) =
𝑆

Mas primeiramente precisamos calcular a potência aparente S. Então, considere o triângulo de


potências abaixo.

Vamos determinar a potência aparente por meio da relação:

𝑆2 = 𝑃2 + 𝑄2

𝑆 = √𝑃2 + 𝑄 2 = √4002 + 3002 = 500 𝑘𝑉𝐴

Logo, o fator de potência é:

𝑃 400
𝑓𝑝 = = 500
𝑆

𝑓𝑝 = 0,8

Portanto,

A alternativa (B) é o gabarito da questão.

Perceba que o fator de potência é um fator de potência adiantado, pois a orientação da


potência reativa está para baixo. Ou seja, a impedância de carga possui uma característica

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predominantemente capacitiva, onde a corrente está adiantada com relação a tensão. Assim, o ângulo
de fase é negativo.

2.5. Correção do fator de potência

Por fim, chegamos à última, e não menos importante, seção deste capítulo!

Aqui nós vamos estudar sobre a correção do fator de potência, que é um tema muitíssimo cobrado
nas questões de concurso. Na verdade, ele é muito exigido devido à sua aplicação prática nos sistemas
elétricos.

Basicamente, você deve entender que a maioria das cargas em um sistema elétrico é caracterizada
por ser indutiva, como por exemplo: motores e refrigeradores. Portanto, parte da potência entregue a essas
cargas será potência reativa (predominantemente indutiva) e não potência útil (potência ativa). A potência
reativa não permite a realização de trabalho útil e serve apenas para magnetizar boinas em motores e
transformadores, por exemplo.

Uma forma de compensar a potência reativa devido a uma carga indutiva é tentar diminuir, o quanto
possível, o seu valor por meio de cargas capacitivas. Ou seja, se o sistema possui uma potência reativa alta
devido a cargas predominantemente indutivas, é possível então diminuí-la por meio do incremento de cargas
capacitivas.

Este procedimento é justamente a correção do fator de potência!

Veja que, se diminuirmos a potência reativa, a potência aparente também diminuirá.


Consequentemente o fator de potência se aproximará da unidade. O que representaria o caso ideal, no qual
toda potência fornecida ao sistema seria potência útil. Mas sabemos que isso não acontece na prática. Pois,
não existem apenas cargas resistivas, mas também, as indutivas e as capacitivas.

O processo de aumentar o fator de potência sem alterar a tensão ou a corrente da carga


original é conhecido como correção do fator de potência.

Professora, mas de que forma é possível diminuir a potência reativa proveniente das cargas
indutivas?

Se adicionarmos cargas capacitivas ao sistema, a potência reativa diminuirá e o fator de potência


aumentará! Este processo é realizado por meio da instalação de um capacitor (ou banco de capacitores) em
paralelo com a carga.

Agora nós vamos analisar o triângulo de potências quando adicionamos um capacitor para diminuir
a potência reativa original e aumentar o fator de potência. A Figura (9) representa justamente essa situação.

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Figura 9-Triângulo de potência que ilustra a correção do fator de potência. Fonte: Sadiku(2006).

Primeiramente, considere que a situação original de uma carga puramente indutiva seja:

➢ Potência aparente S1, potência reativa Q1, potência ativa P e ângulo de fase da impedância θ1.

Essa situação é representada pelo triângulo maior da Fig. (9). Se adicionarmos uma potência reativa
(capacitiva) Qc para diminuir a potência reativa (indutiva) Q1, obteremos uma nova potência reativa Q2 menor
do que a original.

Considere a segunda situação:

➢ Potência aparente S2, potência reativa Q2, potência ativa P e ângulo de fase da impedância θ2.

Veja que agora o ângulo de fase θ2 é menor do que o anterior. O fator de potência dessa nova situação
será maior, pois quanto menor o ângulo mais o cosθ se aproximará da unidade! Em um caso extremo, se
reduzirmos o ângulo θ2 a zero, então o fator de potência será igual a 1.

Assim, toda potência aparente poderá ser utilizada como potência útil (S=P)! Este caso representaria
a situação em que a tensão e a corrente estariam em fase, ou seja, a situação em que supostamente teríamos
apenas uma carga resistiva!

Espero que fique claro para você que todo esse procedimento é exatamente a correção do fator de
potência!

No entanto, agora vamos representá-lo por meio de cálculos para saber como podemos dimensionar
uma carga capacitiva para alterar um determinado fator de potência.

Já adianto que o primeiro passo é basicamente diminuir o ângulo de fase para aumentar o fator de
potência para um valor específico. E isso só será possível se diminuirmos a potência aparente original!

Vamos avaliar as relações do triângulo de potência das duas situações descritas anteriormente.

Se a carga indutiva original tem a potência aparente S1, então


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𝑃 = 𝑆1 𝑐𝑜𝑠𝜃1 , 𝑄1 = 𝑆1 𝑠𝑒𝑛𝜃1 = 𝑃 𝑡𝑎𝑛𝜃1

Se desejarmos aumentar o fator de potência de cosθ1 para cosθ2 sem alterar a potência ativa P,
temos:

𝑃 = 𝑆2 𝑐𝑜𝑠𝜃2 , 𝑄2 = 𝑃 𝑡𝑎𝑛𝜃2

A redução da potência reativa é causada pelo capacitor em derivação (ligado em paralelo). Portanto,

𝑄𝐶 = 𝑄1 − 𝑄2 = 𝑃(𝑡𝑎𝑛𝜃1 − 𝑡𝑎𝑛𝜃2 )

Se considerarmos que:

𝑉2 𝑟𝑚𝑠
𝑄𝐶 = = 𝜔𝐶𝑉2 𝑟𝑚𝑠
𝑋𝐶

Então,

𝑄 𝑃(𝑡𝑎𝑛𝜃1 −𝑡𝑎𝑛𝜃2 )
𝐶 = 𝜔𝑉 2𝐶 =
𝑟𝑚𝑠 𝜔𝑉 2 𝑟𝑚𝑠

Por meio desta importante equação é possível calcular a capacitância necessária para aumentar o
fator de potência.

A maioria das questões que eu analisei sobre fator de potência está relacionada com a
correção do fator de potência. Portanto, não meça esforços para aprender, fixar e treinar
este conteúdo com a resolução de exercícios.

Eu não poderia terminar a matéria sobre a correção do fator de potência sem antes comentar um
ponto muito cobrado nas provas de concurso sobre esse tema. Algumas questões exigirão que você analise
se um determinado banco de capacitores consegue corrigir o fator de potência para um valor específico ou
uma faixa de valores. Então vamos aprofundar um pouco a nossa análise sobre correção do fator de potência.

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Recorde que o fator de potência pode apresentar um determinado valor de forma atrasada ou
adiantada (Fig.10), o que dependerá se a potência reativa final vai ser predominantemente indutiva ou
capacitiva.

Figura 10-Fotor de potência atrasado e adiantado.

Vamos considerar a seguinte situação hipotética:

Uma concessionária de energia elétrica solicitou a uma indústria que aumentasse o fator de potência
para um valor maior ou igual a 0,8. A solução que a indústria encontrou foi aumentar o seu fator de potência
atrasado por meio da instalação de um banco de capacitores. Qual seria a potência reativa necessária para
corrigir o fator de potência?

Podemos constatar que o fator de potência possuía um baixo valor devido a cargas
predominantemente indutivas, pois foi especificado que o fator de potência é atrasado.

Considere o primeiro caso:

➢ A situação ideal seria a instalação de um banco de capacitores dimensionado apenas o suficiente para
reduzir a potência reativa (indutiva) a fim de obter o fator de potência de 0,8. Para achar a potência
reativa gerada pelo banco (QC1) nesse primeiro caso, usamos:

𝑄𝐶1 = 𝑄1 − 𝑄2

Onde, Q1 é a potência reativa original e Q2 é a potência reativa final (ainda indutiva).

No entanto, devemos considerar também um segundo caso:

➢ Se o banco de capacitores for superdimensionado até um determinado ponto, ele vai gerar o mesmo
fator de potência de forma adiantada. Ou seja, a indústria poderá obter um fator de potência de 0,8
agora adiantado com cargas predominantemente capacitivas.

Então, podemos concluir que o segundo caso vai atender a demanda da indústria para corrigir o fator de
potência da mesma forma que o primeiro.

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Professora, mas qual seria o valor desse banco de capacitores superdimensionado?

Como a potência reativa final da indústria (Q2) agora será predominantemente capacitiva (devido ao
banco de capacitores superdimensionado), ela apresentará o sinal negativo. Logo, a equação para
determinar o valor da potência reativa do banco (QC2) se torna:

𝑄𝐶2 = 𝑄1 − (−𝑄2 )

𝑄𝐶2 = 𝑄1 + 𝑄2

Onde Q1 é a potência reativa original e Q2 é a potência reativa final (agora capacitiva!)

Veja que devemos avaliar as duas situações limites que podem aumentar o fator de potência para
um valor solicitado.

Tome muito cuidado, pois:

Se aumentarmos ainda mais a potência reativa (agora predominantemente capacitiva) gerada pelo
banco superdimensionado, ele aumentará tanto a potência reativa (devido ao aumento das cargas
capacitivas) que o fator de potência vai começar a diminuir novamente. O que não vai atender à solicitação
da concessionária!

Resumindo...

O fator de potência pode apresentar o mesmo valor de forma atrasada (indutiva) ou adiantada
(capacitiva). Dessa forma, devemos avaliar o banco de capacitores que pode reduzir o fator de potência nos
dois casos:

➢ Potência reativa final (Q2 positivo) predominantemente indutiva.

𝑄𝐶1 = 𝑄1 − 𝑄2

➢ Potência reativa final (Q2 negativo) predominantemente capacitiva.

𝑄𝐶2 = 𝑄1 + 𝑄2

Quando a exigência for um fator de potência for igual a 1, aí vamos ter que dimensionar exatamente
um banco de capacitores que reduza a potência reativa (seja ela indutiva ou capacitiva) a zero.

Conforme a seção 3.2.1 do módulo 8 do PRODIST (2018),


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"Para unidade consumidora ou conexão entre distribuidoras com tensão inferior a 230 kV,
o fator de potência no ponto de conexão deve estar compreendido entre 0,92 (noventa e
dois centésimos) e 1,00 (um) indutivo ou 1,00 (um) e 0,92 (noventa e dois centésimos)
capacitivo, de acordo com regulamentação vigente."

Logo abaixo e na lista de questões, resolveremos questões deste tipo para você entender como este
tema é cobrado. Nós focaremos no que objetivamente é necessário você saber para priorizar o seu tempo e
o seu foco!

(Pref. Gramado-Fundatec-2018) Um consumidor industrial tem uma carga conectada a uma rede
elétrica com tensão de 200V que apresenta potência ativa de 3.400 W e potência reativa de 2.100
Var. A empresa de fornecimento de energia está exigindo dos consumidores industriais fator de
potência unitário. Determine o valor do banco de capacitores que atende esse requisito. Considere
a frequência da rede elétrica em 50Hz e o valor de π = 3,14.

A) 161 μF

B) 164 μF

C) 167 μF

D) 170 μF

E) 173 μF

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine o valor do banco de capacitores que atenda a solicitação
da empresa de fornecimento de energia. Logo, será necessária a aplicação do conhecimento sobre a
correção do fator de potência.

Essa questão é mais simples do que imaginamos inicialmente!

Como ele pede que o fator de potência seja unitário, o banco de capacitores deve compensar
toda a potência reativa. Portanto, demos dimensioná-lo. Para isso, devemos utilizar a seguinte relação:

𝑄
𝐶 = 𝜔𝑉 2𝐶
𝑟𝑚𝑠

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O enunciado da questão fornece a tensão da rede (220 V) e a frequência (50Hz). Desta maneira,
precisamos determinar a potência reativa gerada pelo banco de capacitores.

Como você não quer gastar muito tempo na hora da prova, vamos raciocinar de maneira mais
simples e direta.

Se a empresa exige que o fator de potência seja igual a um, ela está solicitando que toda a
potência reativa original do sistema seja reduzida a 0. Portanto, precisaremos de um banco de
capacitores que compense exatamente o valor da potência reativa original. Assim, o valor de Q C será
exatamente igual a 2100 Var.

Substituindo esse valor na equação acima, chegaríamos rapidamente na resposta final para a
capacitância.

No entanto, a intenção é que você entenda o porquê devemos fazer essa consideração. Para
atingir esse objetivo, utilizaremos o triângulo de potências. Considere o triângulo e potências abaixo.

Note que,

𝑄𝐶 = 𝑄1 − 𝑄2

De acordo com o enunciado, a potência reativa final Q2 deve ser zero para que o ângulo seja
mínimo e consequentemente o fator de potência seja igual a um. Assim, toda potência aparente será
convertida em potência ativa! Substituindo,

𝑄𝐶 = 2100 − 0

𝑄𝐶 = 2100 Var

Agora temos o valor de Qc para calcular a capacitância total do banco de capacitores. Logo,

2100
𝐶 = 2𝜋50 (200)2 = 1,67 ∙ 10−4 𝐹

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𝐶 = 167𝜇𝐹

Portanto,

A alternativa (C) é o gabarito da questão.

Perceba que nem utilizamos a potência ativa. O enunciado especifica seu valor para que você
perca seu tempo tentando calcular o ângulo de fase ou a potência aparente do sistema! Mas como
somos mais espertos, bastou substituir os valores na equação!

Questões sobre correção do fator de potência caem nas provas com muita frequência, porque esse
assunto, além de ter uma aplicação prática, reúne basicamente todos os conceitos e fundamentos
sobre análise de potência. Portanto, você deve dar a devida importância para este tema!

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3. CIRCUITOS TRIFÁSICOS
O uso da corrente alternada possui uma importante aplicação nos sistemas de potência. A principal
razão de utilizar corrente alternada para transmitir potência a longas distância é a necessidade de transmiti-
la sob uma alta tensão, para que a corrente seja menor e consequentemente as perdas também sejam
menores. O ponto chave consiste no fato de que é mais simples elevar tensões em sistemas de corrente
alternada do que em corrente contínua.

Até então, as análises de circuitos foram realizadas para circuitos monofásicos de corrente alternada,
nos quais um gerador é conectado a uma carga por meio de dois condutores. No entanto, também é
necessário entender o comportamento da corrente e da tensão nos circuitos polifásicos.

Os circuitos em que as fontes senoidais operam com a mesma frequência e em diferentes fases são
denominados os circuitos polifásicos. Dentre os polifásicos, os sistemas trifásicos são os mais comuns,
porque a potência elétrica gerada nas unidades geradoras é transmitida na forma trifásica. Caso entradas
monofásicas ou bifásicas sejam requeridas é possível obtê-las por meio do sistema trifásico.

Neste capítulo, vamos estudar sobre os circuitos trifásicos e as diferentes formas como as fontes e as
impedâncias desses circuitos podem ser conectadas. Apesar da maior parte do conteúdo apresentado nesse
capítulo se referir a sistemas trifásicos equilibrados, a última seção deste livro será destinada aos sistemas
desequilibrados.

Ressalto que, em algumas ocasiões, o passo a passo para a obtenção das equações será omitido para não
perdermos o nosso tempo e nem o nosso foco com as deduções!

3.1. Sistemas trifásicos balanceados

As tensões trifásicas são produzidas por meio de geradores trifásicos de corrente alternada. O
princípio de funcionamento de um gerador será abordado em outro livro digital, no qual estudaremos sobre
máquinas elétricas, ok? Portanto, não se preocupe!

Em um sistema trifásico, as fontes de tensão podem ser conectadas em estrela (Y) ou em triângulo
(Δ) conforme pode ser observado na Fig. (12).

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Figura 11-Fontes trifásicas conectadas (a) em Y (b) em Δ. Fonte: Sadiku (2006)

Por meio dessa figura vamos definir alguns termos para que você não se confunda no decorrer das
análises!

➢ As tensões Van, Vbn e Vcn (Fig.11-a) são consideradas tensões de fase, pois estão entre a linha a,b e c
e a linha neutra n.
➢ Elas possuem a mesma amplitude e frequência, no entanto estão defasadas em 120°.

Portanto,

𝑽𝑎𝑛 + 𝑽𝑏𝑛 + 𝑽𝑐𝑛 = 0

|𝑽𝑎𝑛 | = |𝑽𝑏𝑛 | = |𝑽𝑐𝑛 |

Agora, podemos definir um termo muito importante!

As tensões de fase balanceadas correspondem a tensões senoidais que possuem a mesma amplitude
e estão defasadas 120° entre si.

Representando as tensões de fase no formato fasorial, temos que:

𝑽𝑎𝑛 = 𝑉𝑝 ∠0°

𝑽𝑏𝑛 = 𝑉𝑝 ∠ − 120°

𝑽𝑐𝑛 = 𝑉𝑝 ∠120°

Professora, o que seria o termo Vp que aparece nas equações acima?

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O termo Vp é o valor eficaz (rms) das tensões de fase!

A fonte trifásica equivale a três fontes monofásicas interconectadas, onde cada uma gera uma tensão
com uma defasagem de 120 ° entre elas.

Quando as correntes que saem das fontes também estão defasadas em 120°, o sistema é
considerado um sistema trifásico equilibrado.

Quando a tensão Van possui um ângulo de fase igual a 0°, Vbn possui um ângulo de fase igual a -120°
e Vcn possui um ângulo de fase igual a 120°, essa sequência de fase será denominada sequência positiva ou
sequência abc (Fig.13-a). No caso em que a tensão Van se adianta com relação a Vcn, então teremos a
sequência negativa (sequência acb).

Figura 12- Sequência (a) positiva (b) negativa. Fonte: Sadiku(2006).

A sequência ser positiva ou negativa dependerá se o rotor do gerador gira em sentido anti-horário ou
horário.

É muito importante entender sobre a sequência das fontes, pois uma questão pode apenas te dar
esta informação para que você defina quais os ângulos de fase de cada tensão.

Da mesma forma que as tensões, as cargas podem estar conectadas em estrela e em triângulo como
pode ser visualizado na Fig. (14).

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Figura 13-Cargas conectadas (a) em Y e (b) em Δ. Fonte: Sadiku (2006).

Uma carga balanceada é aquela em que as impedâncias de cada fase possuem a mesma
magnitude e mesma fase.

Compreenda que tanto o módulo da impedância quanto a fase de cada carga devem ser iguais para
que um conjunto de cargas seja considerado balanceado.

Sabendo que as tensões e as cargas podem ser conectadas em estrela (Y) ou em triângulo (ou delta
Δ), quatro configurações diferentes podem existir!

As próximas seções deste capítulo serão destinadas a entender cada uma das conexões listadas
abaixo:

➢ Conexão Y-Y;
➢ Conexão Y-Δ;
➢ Conexão Δ- Δ;
➢ Conexão Δ-Y;

É importante ressaltar que, na prática, a configuração das cargas em triângulo é mais comum do que
a configuração em estrela devido à facilidade de se retirar ou conectar uma outra carga. Sendo que isto não
seria possível no caso da configuração em estrela, já que a linha neutra pode não estar acessível. Com relação
às fontes, a conexão em estrela é a forma mais usual de configuração.

Dessa forma, a ocorrência de questões que exigem a análise da conexão Y-Δ é mais frequente! Esta
constatação é muito útil para você! No entanto, não deixe de se dedicar no estudo de outras configurações,
uma vez que não sabemos qual delas pode ser cobrada em sua prova.

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É preciso que você fique atento a um ponto importantes sobre os valores fornecidos nos
enunciados das questões.

Algumas bancas podem não especificar se os valores fornecidos são valores de pico ou
valore rms.

Mesmo podendo ocorrer de forma diferente, pois essencialmente não sabemos o que a
banca de fato tem a intenção de cobrar, podemos interpretar o enunciado de acordo com
o contexto da questão. Isto é,

-Se o tema principal da questão for essencialmente sobre potência, é muito provável que
o enunciado esteja considerando os valores de pico para que você tenha o “trabalho” de
calcular os valores em rms.

-Se a questão se referir a sistemas trifásicos, é mais provável ainda que os valores já estejam
em rms, pois eles querem um conhecimento relacionado a outros fatores (como por
exemplo: corrente de linha, tensão de fase etc.).

Infelizmente, temos que lidar com essas situações, caso as bancas não se preocupem em
esclarecer os termos. Nós não temos como controlar se os enunciados serão claros e irão
especificar bem cada termo (e isso depende muito da qualidade da banca). Por isso,
podemos encontrar dúvidas de interpretação. Essas são variáveis que não podemos
controlar, pois não depende da gente.

A melhor forma de lidar com isso, a meu ver, é tentar entender o contexto da questão.

Em virtude do uso tradicional em sistemas de energia, a tensão e a corrente já são


fornecidas valores rms e não em termos de valores de pico. Até mesmo os voltímetros e
amperímetros analógicos são projetados para mostrarem diretamente o valor rms dessas
grandezas.

Portanto, para este capítulo vamos considerar à priori que:

A tensão e a corrente serão dadas em valores rms nos enunciados das questões, a menos
que se diga o contrário.

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3.2. Conexão estrela-estrela

A análise desta primeira configuração será a chave para entendermos as outras formas de conexão.
Considere o sistema Y-Y balanceado de quatro condutores da Fig.(15). O sistema Y-Y balanceado é o sistema
no qual as fontes e as cargas estão conectadas em estrela.

Figura 14-Conexão Y-Y balanceada. Fonte: Sadiku (2006)

O sistema é considerado equilibrado, pois tanto as tensões das fontes (possuem o mesmo módulo e
defasagem de 120°) quanto as cargas também são equilibradas (mesma magnitude e mesma fase).

Considerando a sequência positiva, as tensões de fase equivalem a:

𝑽𝑎𝑛 = 𝑉𝑝 ∠0°

𝑽𝑏𝑛 = 𝑉𝑝 ∠ − 120°

𝑽𝑐𝑛 = 𝑉𝑝 ∠120°

As tensões de linha (ou fase-fase) podem ser calculadas por meio das tensões de fase. Eu apresentarei
apenas o procedimento para determinar a tensão de linha V ab , sendo que o mesmo raciocínio pode ser
utilizado para determinar Vbc e Vca. Por exemplo,

𝑽𝑎𝑏 = 𝑽𝑎𝑛 + 𝑽𝑛𝑏

𝑽𝑎𝑏 = 𝑉𝑝 ∠0° − 𝑉𝑝 ∠ − 120°

𝑽𝑎𝑏 = √3𝑉𝑝 ∠30°

Da mesma forma,

𝑽𝑏𝑐 = √3𝑉𝑝 ∠ − 90°

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𝑽𝑐𝑎 = √3𝑉𝑝 ∠ − 210°(ou 150°)

É importante você notar que as tensões de linha (Vab, Vbc e Vca) permanecem defasadas
entre si em 120°. No entanto, elas estão adiantadas em 30° com relação às tensões de
fase.

Veja também que as tensões de linha possuem o mesmo módulo. Portanto, o módulo da tensão de
linha equivale a:

𝑉𝐿 = √3𝑉𝑝

Essa relação permitirá que você converta a tensão de fase em tensão de linha para resolver as
questões!

Professora, mas como a corrente se comporta na conexão Y-Y?

Da mesma forma que podemos calcular a tensão de fase e a tensão de linha, também podemos
realizar um procedimento para calcular a corrente de fase e a corrente de linha!

Vou te dar um spoiler: elas são iguais neste tipo de configuração! Acompanhe-me para entender o
porquê.

A Figura (16) representa apenas uma fase do nosso sistema trifásico. Por meio dela, nós podemos
visualizar como é fácil determinar a corrente elétrica que circula na linha e chega à carga Z Y.

Figura 15-Circuito monofásico da conexão Y-Y. Fonte: Sadiku (2006).

Examinando a fase “aANn” verificamos que:

𝑽𝑎𝑛
𝑰𝑎 = 𝒁𝑌

Por meio desta equação, podemos aplicar a sequência de fases para obter as correntes Ib e Ic. Assim,

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𝑽𝑏𝑛 𝑽𝑎𝑛 ∠−120°


𝑰𝑏 = = = 𝑰𝑎 ∠ − 120° (𝑜𝑢 240°)
𝒁𝑌 𝒁𝑌

𝑽𝑐𝑛 𝑽𝑎𝑛 ∠−240°


𝑰𝑐 = = = 𝑰𝑎 ∠ − 240° (𝑜𝑢 120°)
𝒁𝑌 𝒁𝑌

Portanto, as correntes de linha para as outras fases podem ser calculadas apenas em função da
corrente de linha Ia. Perceba que a defasagem de 120° entre elas permanece. Logo, a soma dessas correntes
(que passam pela linha neutra) é zero.

𝑰𝑁 = −(𝑰𝑎 + 𝑰𝑏 + 𝑰𝑐 ) = 0

Na configuração Y-Y, a corrente elétrica que passa na linha é a mesma que passa pela carga
conectada em uma fase. Dessa forma, a corrente de linha e de fase são iguais. Você pode
visualizar essa constatação apenas por inspeção da Fig.(15)!

Após compreender o comportamento do sistema em uma determinada configuração, é importante


que você também memorize como as tensões e as correntes se relacionam nos diferentes tipos de conexão.
As equações devem estar na ponta da língua! Desta forma, você economizará tempo e terá um bom
desempenho na hora da prova.

O esquema abaixo reúne as fórmulas para o cálculo das tensões e das correntes em um sistema
trifásico na configuração Y-Y para facilitar o seu entendimento. Eu farei o mesmo no final de cada seção,
quando analisarmos as outras configurações.

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CONEXÃO Y-Y FASE LINHA

𝑽𝑎𝑛 = 𝑉𝑝 ∠0° 𝑽𝑎𝑏 = 3𝑉𝑝 ∠30°

TENSÃO 𝑽𝑏𝑛 = 𝑉𝑝 ∠ − 120° 𝑽𝑏𝑐 = 𝑽𝑎𝑏 ∠ − 120°

𝑽𝑐𝑛 = 𝑉𝑝 ∠ + 120° 𝑽𝑐𝑎 = 𝑽𝑎𝑏 ∠ + 120°

𝑰𝐴𝐵 = 𝑰𝑎 𝑽𝑎𝑛
𝑰𝑎 = 𝒁𝑌

CORRENTE 𝑰𝐵𝐶 = 𝑰𝑏 𝑰𝑏 = 𝑰𝑎 ∠ − 120°°

𝑰𝐶𝐵 = 𝑰𝑐 𝑰𝑐 = 𝑰𝑎 ∠ + 120°°

A maioria das questões sobre sistemas trifásicos estão concentradas na configuração Y-Y e Y-Δ,
provavelmente por serem as configurações mais comuns dos sistemas práticos.

Uma questão sobre a configuração Y-Y de um sistema balanceado será apresentada em seguida para
você entender como podemos aplicar os conceitos estudados à resolução de questões.

(Pref. São José dos Campos- Vunesp-2012) Uma carga trifásica equilibrada ligada em estrela aterrada
é alimentada por uma fonte trifásica equilibrada, de sequência positiva (ABC), também ligada em
estrela aterrada.

Dados: Van = 200∠120º [V] e Zp = 8 + j6 [Ω].

Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o valor da corrente na fase B da carga. (Obs.:
arccos0,8 = 37º)

(A) 20∠0º [A]

(B) 20∠157º [A]

(C) 20∠–157º [A]

(D) 20∠+37º [A]


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(E) 20∠–37º [A]

Resolução e comentários:

A questão solicita que você calcule a corrente de fase na fase B do sistema. Primeiramente,
devemos considerar que o sistema em questão é um sistema balanceado com conexão Y-Y. Outra
informação importante é que a sequência positiva será considerada.

Devemos prestar muita atenção com relação a sequência de fase, porque o ângulo de fase da
resposta dependerá se a sequência é positiva (abc) ou negativa (acb).

Da mesma forma que analisamos o sistema nesta seção, faremos para resolver a questão.

Portanto, vamos analisar apenas uma fase (a) do sistema para depois aplicarmos a sequência
de fase positiva para calcular a corrente na fase b. Considere o sistema abaixo.

Para calcular a corrente de linha Ia neste tipo de configuração, utilizamos a fórmula abaixo:

𝑽𝑎𝑛
𝑰𝑎 = 𝒁𝑌

O enunciado da questão fornece todos os dados necessário para fazer este cálculo! No entanto,
devemos converter a impedância da carga da forma retangular para a forma polar conforme
aprendemos no capítulo 1 deste livro! Logo,

|𝒁𝑌 | = √82 + 62 = 10

Já temos a magnitude da impedância, agora precisamos do ângulo de fase. Gentilmente, a


questão nos fornece e ele equivale a 37°. A impedância na forma polar equivale a:

𝒁𝑌 = 10∠37°

Agora podemos calcular a corrente de linha!

𝑽𝑎𝑛 200∠120°
𝑰𝑎 = = = 20∠83°
𝒁𝑌 10∠37°

Porém, essa é a corrente de linha na fase a e a questão pede a corrente na fase b. Devemos
então aplicar a sequência de fases! Lembre-se que:

𝑰𝑏 = 𝑰𝑎 ∠ − 120°
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Portanto,

𝑰𝑏 = 20∠(83° − 120°)

𝑰𝑏 = 20∠ − 37°

Note que nós estamos calculando a corrente de linha Ib do sistema, contudo a questão pede a
corrente de fase. E agora?

Lembre-se que a corrente de fase é igual a corrente de linha na configuração Y-Y. Dessa forma,

𝑰𝐵𝐶 = 𝑰𝑏 = 20∠ − 37°

Portanto,

A alternativa (E) é o gabarito da questão.

Perceba que a questão também poderia pedir a corrente na fase C do nosso sistema. Para tal,
bastaria aplicar novamente a sequência de fase positiva.

Mas e se a questão pedisse a tensão de linha? Não se apavore! Como o enunciado já forneceu
a tensão de fase, apenas aplicaríamos a relação:

𝑽𝑎𝑏 = √3𝑉𝑝 ∠30°

Aproveite a tabela que eu fiz no final de cada seção para conferir as fórmulas e as relações que
você deve usar em cada caso!

3.3. Conexão estrela-delta

Agora vamos analisar a configuração estrela-triângulo, que representa a conexão mais comum nos
sistemas trifásicos. O sistema Y-Δ balanceado é apresentado na Fig. (16), onde é possível visualizar que as
fontes estão conectadas em estrela e as cargas estão conectadas em triângulo.

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Figura 16-Conexão Y-Δ balanceada. Fonte: Sadiku (2006).

Supondo a sequência positiva, as tensões de fase das fontes continuam sendo representadas por:

𝑽𝑎𝑛 = 𝑉𝑝 ∠0°, 𝑽𝑏𝑛 = 𝑉𝑝 ∠ − 120° e 𝑽𝑐𝑛 = 𝑉𝑝 ∠120°

Conforme foi mostrado na seção 3.2, as tensões de linha são:

𝑽𝑎𝑏 = √3𝑉𝑝 ∠30°, 𝑽𝑏𝑐 = √3𝑉𝑝 ∠ − 90° e 𝑽𝑐𝑎 = √3𝑉𝑝 ∠ − 210°(ou 150°)

Por meio da Fig. (16), perceba que a tensão de linha é igual à tensão nas cargas para essa
configuração. Assim,

𝑽𝑎𝑏 = 𝑽𝐴𝐵 , 𝑽𝑏𝑐 = 𝑽𝐵𝐶 𝑒 𝑽𝑐𝑎 = 𝑽𝐶𝐴

Nós podemos determinar a corrente que passa pela impedância de carga (corrente de fase),
considerando justamente a tensão que acabados de definir. Portanto,

𝑽𝐴𝐵
𝑰𝐴𝐵 = 𝒁𝛥

𝑽𝐵𝐶
𝑰𝐵𝐶 = 𝒁𝛥

𝑽𝐶𝐴
𝑰𝐶𝐴 = 𝒁𝛥

Com relação às fases das correntes, o mesmo raciocínio anterior é válido. Ou seja, essas correntes
possuem a mesma magnitude, contudo estão defasadas 120° entre si.

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Nesta configuração, a corrente de linha não é igual a corrente de fase! Veja na Fig. (16),
que a corrente de linha Ia não possui o mesmo valor do que a corrente de fase IAB.

Apenas lendo o que eu acabei de escrever fica complicado de entender não é mesmo?!

Mas se você olhar atentamente a Fig. (17), você entenderá que isto ocorre devido ao fato de que a
corrente de linha Ia e a corrente de fase ICA entram pelo mesmo nó. Portanto, devem ser somadas para
resultar na corrente de fase IAB. Temos então que a corrente de linha Ia equivale a:

𝑰𝐴𝐵 = 𝑰𝑎 + 𝑰𝐶𝐴 𝑜𝑢 𝑰𝑎 = 𝑰𝐴𝐵 − 𝑰𝐶𝐴

Considerando que ICA = IAB∠120° (possuem o mesmo módulo e estão defasadas em 120°), temos

𝑰𝑎 = 𝑰𝐴𝐵 − 𝑰𝐴𝐵 ∠120° = √3𝑰𝐴𝐵 ∠ − 30°

Veja que a corrente de linha se atrasa em 30° com relação a corrente de fase na
conexão Y-Δ. Não confunda com a tensão de linha que se adianta em 30 ° com relação a
tensão de fase na conexão Y-Y.

Concluindo, a magnitude da corrente de linha IL corresponde a raiz de três vezes a magnitude da


corrente de fase Ip. Dessa forma,

𝑰𝐿 = √3𝑰𝑝

Para calcular as correntes de linha Ib e Ic, basta aplicar a sequência de fases. Logo,

𝑰𝑎 = √3𝑰𝐴𝐵 ∠ − 30°

𝑰𝑏 = 𝑰𝑎 ∠ − 120°

𝑰𝑐 = 𝑰𝑎 ∠ − 240°(𝑜𝑢 + 120°)

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Perceba também que, nesta configuração, as tensões de fase e de linha permanecem


diferentes e continuam se relacionando pelo fator “raiz de três”. No entanto, as correntes
de linha e de fase, que anteriormente eram iguais (conexão Y-Y), também serão diferentes
para este caso!

Como prometido, o esquema (que reúne as fórmulas para o cálculo das tensões e das correntes para
a configuração Y-Δ) segue abaixo.

CONEXÃO Y-Δ FASE LINHA

𝑽𝑎𝑛 = 𝑉𝑝 ∠0° 𝑽𝑎𝑏 = 𝑽𝐴𝐵 = 3𝑽𝑝 ∠30°

TENSÃO 𝑽𝑏𝑛 = 𝑉𝑝 ∠ − 120° 𝑽𝑏𝑐 = 𝑽𝐵𝐶 = 𝑽𝑎𝑏 ∠ − 120°

𝑽𝑐𝑛 = 𝑉𝑝 ∠ + 120° 𝑽𝑐𝑎 = 𝑽𝐶𝐴 = 𝑽𝑎𝑏 ∠ + 120°


𝑽𝑨𝑩
𝑰𝐴𝐵 = 𝒁𝜟
𝑰𝑎 = 3𝑰𝐴𝐵 ∠ − 30°

𝑽𝑩𝑪
CORRENTE 𝑰𝐵𝐶 = 𝒁Δ
𝑰𝑏 = 𝑰𝑎 ∠ − 120°°
𝑽𝐶𝐴
𝑰𝐶𝐴 = 𝒁Δ
𝑰𝑐 = 𝑰𝑎 ∠ + 120°°

Em seguida, uma questão sobre a configuração Y-Δ de um sistema balanceado será apresentada para
você entender como podemos aplicar os conceitos estudados.

(Pref. São José dos Campos-Vunesp-2015) Uma fonte trifásica, simétrica e de sequência positiva
alimenta uma carga trifásica, equilibrada, ligada em triângulo. São dados:

- O módulo da tensão de fase na fonte é 127 [V];

- A fonte está conectada em estrela;

- A fase da tensão VAB é nula; e

- Zc = 3+j4 [Ω] é a impedância por fase da carga.

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Nesse contexto, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a corrente de fase na


carga.

(A) IAB = 26,4 + j 35,2 [A]

(B) IAB = 26,4 - j 35,2 [A]

(C) IAB = 15,2 + j 20,3 [A]

(D) IAB = 15,2 - j 20,3 [A]

(E) IAB = 13,2 +j 17,6 [A]

Resolução e comentários:

A questão solicita que você calcule a corrente de fase na fase AB do sistema. Primeiramente,
devemos considerar que o sistema em questão é um sistema balanceado com conexão Y-Δ. Outra
informação importante é que a sequência positiva será considerada.

Conforme eu já havia comentado, devemos prestar muita atenção com relação a sequência de
fase! Pois, o ângulo de fase da resposta dependerá se a sequência é positiva (abc) ou negativa (acb).

Da mesma forma que analisamos o sistema nesta seção, faremos para resolver a questão.

À princípio, já sabemos que a corrente e a tensão de linha e de fase são diferentes para essa
configuração.

Portanto, vamos analisar apenas uma fase do sistema para calcular IAB. Considere a conexão Y-
Δ para o sistema da questão.

A corrente de fase pode ser calculada por meio da equação:

𝑽𝐴𝐵
𝑰𝐴𝐵 = 𝒁𝛥

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No entanto, o enunciado da questão fornece apenas o ângulo de fase (0°) da tensão VAB. O
módulo dessa tensão pode ser obtido pela relação entre a tensão de fase a tensão de linha. Logo,

𝑽𝑎𝑛 = 𝑉𝑝 ∠θ = 127∠θ

𝑽𝐴𝐵 = √3𝑉𝑝 ∠0° =√3 127∠0°

Conforme definimos nessa seção, a corrente de fase pode ser calculada por:

𝑽𝐴𝐵
𝑰𝐴𝐵 = 𝒁𝛥

Agora precisamos transformar a impedância de carga da forma retangular para polar. A


magnitude da impedância é:

𝒁𝛥 = 3 + 𝑗4

|𝒁𝛥 | = √32 + 42 = 5

E o ângulo de fase é:

3
cos 𝜃 = 5 = 0,6

𝜃 = cos −1 0,6 = 53°

Assim, podemos calcular a corrente de fase IAB.

𝑽𝐴𝐵 √3 127∠0°
𝑰𝐴𝐵 = = = 44∠ − 53°
𝒁𝛥 5∠53°

As alternativas estão no formato retangular, portanto ainda devemos fazer mais uma
transformação. Na forma retangular temos:

𝑰𝐴𝐵 = |𝑰𝐴𝐵 | cos 𝜃 + 𝑗|𝑰𝐴𝐵 | sen 𝜃

Substituindo,

𝑰𝐴𝐵 = 44 cos(−53°) + 𝑗 44 sen(−53°)


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𝑰𝐴𝐵 = 26,4 − 𝑗 35,2

Portanto,

A alternativa (B) é o gabarito da questão.

Perceba que a questão também poderia pedir a corrente de linha Ia. Como a corrente de fase e
de linha são diferentes para este tipo de conexão, você apenas usaria a fórmula abaixo para calculá-la.

𝑰𝑎 = √3𝑰𝐴𝐵 ∠ − 30°

𝑰𝑎 = 76,2∠ − 83°

Volto a enfatizar que você pode aproveitar a tabela que eu fiz no final de cada seção para
conferir as fórmulas e as relações que você deve usar em cada caso!

3.4. Conexão delta-delta

Outra forma de configuração é a conexão Δ-Δ, a qual está representada pela Fig. (18).

Figura 17- Conexão Δ-Δ balanceada. Fonte: Sadiku (2006).

Como nas outras seções, o nosso objetivo é determinar as tensões e correntes de fase e de linha do
sistema trifásico balanceado. Então vamos lá!

Considerando novamente a sequência positiva, as tensões de fase das fontes conectadas em triângulo
são:

𝑽𝑎𝑏 = 𝑉𝑝 ∠0°, 𝑽𝑏𝑐 = 𝑉𝑝 ∠ − 120° e 𝑽𝑐𝑎 = 𝑉𝑝 ∠120°

Analisando apenas a fase A-B na Fig. (18), o primeiro fato que podemos perceber é que a tensão de
fase A-B (onde a impedância de carga está conectada) é a própria tensão Vab.

O mesmo raciocínio pode ser estendido para as outras fases do sistema. Isto significa dizer que as
tensões de fase de cada fonte equivalem às tensões sob a qual as impedâncias estão submetidas.

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𝑽𝑎𝑏 = 𝑽𝐴𝐵 ; 𝑽𝑏𝑐 = 𝑽𝐵𝐶 ; 𝑽𝑐𝑎 = 𝑽𝐶𝐴

Dessa forma, as correntes de fase equivalem a :

𝑽𝐴𝐵 𝑽𝑎𝑏
𝑰𝐴𝐵 = =
𝒁𝛥 𝒁𝛥

𝑽𝐵𝐶 𝑽𝑏𝑐
𝑰𝐵𝐶 = =
𝒁𝛥 𝒁𝛥

𝑽𝐶𝐴 𝑽𝑐𝑎
𝑰𝐶𝐴 = =
𝒁𝛥 𝒁𝛥

A análise da corrente fica mais fácil agora, pois estudamos na seção anterior como ela comporta
quando as cargas estão conectadas em triângulo. Repetindo o mesmo raciocínio, temos que:

𝑰𝑎 = 𝑰𝐴𝐵 − 𝑰𝐶𝐴 , 𝑰𝑏 = 𝑰𝐵𝐶 − 𝑰𝐴𝐵 𝑒 𝑰𝑐 = 𝑰𝐶𝐴 − 𝑰𝐵𝐶

Vamos considerar as mesmas conclusões obtidas para a corrente na seção passada, dado que as
cargas permanecem conectadas em triângulo.

➢ A corrente de linha permanece atrasada com relação a corrente de fase em 30°;


➢ A corrente de linha e a corrente de fase se relacionam por meio do fator “raiz de três”.

Portanto,

𝑰𝐿 = √3𝑰𝑝

Entenda que, nesta configuração, a tensão de linha é igual à tensão de fase. No entanto, a
corrente de linha e a corrente de fase permanecem diferentes e continuam a se relacionar
pelo fator “raiz de três”.

As principais relações estão resumidas logo abaixo.

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CONEXÃO Δ-Δ FASE LINHA

𝑽𝑎𝑏 = 𝑉𝑝 ∠0° 𝑽𝑎𝑏 = 𝑽𝐴𝐵

TENSÃO 𝑽𝑏𝑐 = 𝑉𝑝 ∠ − 120° 𝑽𝑏𝑐 = 𝑽𝐵𝐶

𝑽𝑐𝑎 = 𝑉𝑝 ∠ + 120° 𝑽𝑐𝑎 = 𝑽𝐶𝐴


𝑽𝒂𝒃
𝑰𝐴𝐵 = 𝒁𝜟
𝑰𝑎 = 3𝑰𝐴𝐵 ∠ − 30°

𝑽𝑏𝑐
CORRENTE 𝑰𝐵𝐶 = 𝒁Δ
𝑰𝑏 = 𝑰𝑎 ∠ − 120°°
𝑽𝑐𝑎
𝑰𝐶𝐴 = 𝑰𝑐 = 𝑰𝑎 ∠ + 120°°
𝒁Δ

3.5. Conexão delta-estrela

Por fim, a fonte e a carga podem estar conectadas na configuração Δ-Y, como pode ser visualizado na
Fig. (19).

Figura 18-Conexão Δ-Y balanceada. Fonte: Sadiku (2006).

Considerando que as fontes continuam conectadas em triângulo, nós vamos utilizar o mesmo
raciocínio da seção anterior para analisar as tensões do nosso sistema.

As tensões de fase de fontes conectas em triângulo em sequência positiva são iguais às tensões de
linha. Logo,

𝑽𝑎𝑏 = 𝑽𝐴𝐵 = 𝑉𝑝 ∠0°


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𝑽𝑏𝑐 = 𝑽𝐵𝐶 = 𝑉𝑝 ∠ − 120°

𝑽𝑐𝑎 = 𝑽𝐶𝐴 = 𝑉𝑝 ∠120°

Basta considerarmos uma fase do circuito para determinar as correntes de linhas. Vamos aplicar a lei
de Kirchhoff das tensões na malha formada pelos pontos a ANBba. Temos então que:

−𝑽𝑎𝑏 + 𝒁𝑌 𝑰𝑎 − 𝒁𝑌 𝑰𝑏 = 0

𝑽𝑎𝑏 = 𝒁𝑌 (𝑰𝑎 − 𝑰𝑏 ) = 𝑉𝑝 ∠0°

Isolando as correntes,

𝑉𝑝 ∠0°
𝑰𝑎 − 𝑰𝑏 = 𝒁𝑌

Perceba que Ib pode ser escrito em função de Ia, já que as correntes possuem a mesma magnitude e
são diferenciadas apenas pela sua fase em um sistema balanceado. Então vamos deixar todos os termos em
função de Ia. Portanto,

𝑰𝑎 − 𝑰𝑏 = 𝑰𝑎 − (𝑰𝑎 ∠ − 120°)

𝑰𝑎 − 𝑰𝑏 = √3𝑰𝑎 ∠30°

Nós podemos encontrar a equação para calcular a corrente Ia fazendo as devidas substituições. Dessa
maneira,

𝑉𝑝 ∠0°
𝑰𝑎 − 𝑰𝑏 = = √3𝑰𝑎 ∠30°
𝒁𝑌

𝑉𝑝 ∠−30°
𝑰𝑎 =
√3𝒁𝑌

Por fim, aplica-se a sequência de fases para determinar a corrente Ib e Ic. É importante ressaltar que
as correntes de linha são iguais às correntes de fase da mesma forma que ocorreu na configuração Y-Y.

Após analisar as quatro configurações, sabe qual foi a conclusão mais simples que eu cheguei?

Quando as fontes de tensão estão conectadas em triângulo, as tensões de linha e de fase


serão sempre iguais! E quando as cargas estão conectadas em estrela, as correntes de
linha e de fase também serão sempre iguais!
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O esquema a seguir reúne as principais informações para a conexão triângulo-estrela.

CONEXÃO Δ-Y FASE LINHA

𝑽𝑎𝑏 = 𝑉𝑝 ∠0° 𝑽𝑎𝑏 = 𝑽𝐴𝐵

TENSÃO 𝑽𝑏𝑐 = 𝑉𝑝 ∠ − 120° 𝑽𝑏𝑐 = 𝑽𝐵𝐶

𝑽𝑐𝑎 = 𝑉𝑝 ∠ + 120° 𝑽𝑐𝑎 = 𝑽𝐶𝐴


𝑉𝑝 ∠−30°
𝑰𝐴𝐵 = 𝑰𝑎 𝑰𝑎 = 3𝒁𝑌

CORRENTE 𝑰𝐵𝐶 = 𝑰𝑏 𝑰𝑏 = 𝑰𝑎 ∠ − 120°°

𝑰𝐶𝐴 = 𝑰𝑐 𝑰𝑐 = 𝑰𝑎 ∠ + 120°°

3.6. Potência em sistemas trifásicos

Após entendermos como a corrente e a tensão se comportam, vamos analisar a potência em um


sistema trifásico balanceado! A maneira mais fácil de começarmos é analisando a potência no circuito
monofásico. Considere novamente o circuito monofásico de uma conexão Y-Y (Fig.16).

Para calcularmos a potência ativa P por fase do circuito, devemos considerar a magnitude da tensão
de fase Vp e da corrente de fase Ip (que para este caso específico é igual à corrente de linha!). Logo,

𝑃𝑝 = 𝑉𝑝 𝐼𝑝 cos 𝜃

Perceba que a análise de potência em corrente alternada será realizada da mesma forma que
estudados o capítulo 2.

Portanto, a potência reativa por fase é:

𝑄𝑝 = 𝑉𝑝 𝐼𝑝 sen 𝜃

A potência aparente por fase equivale a:

𝑆𝑝 = 𝑉𝑝 𝐼𝑝

E a potência complexa por fase pode ser obtida por:


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𝑺𝑝 = 𝑃𝑝 + 𝑗𝑄𝑝 = 𝑽𝑝 𝑰𝑝 ∗

No entanto, esses valores referem-se apenas a uma fase do sistema.

Professora, então como podemos calcular a potência total do sistema?! Basta somar a potência de
cada fase. Simples assim!

Por exemplo, a potência ativa total será a soma das potências ativas de cada fase. Como estamos
considerando um sistema trifásico balanceado, as potências de casa fase serão iguais. Assim,

P = 𝑃𝑎 + 𝑃𝑏 + 𝑃𝑐 = 3𝑃𝑝 = 3𝑉𝑝 𝐼𝑝 cos 𝜃

Ainda podemos reescrever a equação acima deixando todos os termos em função dos parâmetros de
linha ou de fase. Para este caso específico (Y-Y), lembre-se que a corrente de linha é exatamente igual a
corrente de fase e a tensão de linha se relaciona com a tensão de fase por meio do fator “raiz de três”. Logo,

P = 3𝑉𝑝 𝐼𝑝 cos 𝜃 = √3𝑉𝐿 𝐼𝐿 cos 𝜃

É natural você questionar o seguinte:

Professora,

Até o momento, a explicação se referiu a cargas conectadas em estrela. Mas como esta análise
procederá quando as cargas estiverem conectadas em triângulo?!

Querido(a) aluno(a),

Chegamos a um ponto muitíssimo interessante da matéria! Analisar a potência em um sistema


trifásico em qualquer tipo de configuração possível é mais simples do que você imagina!

Relembre que em uma carga conectada em Y:

𝐼𝐿 = 𝐼𝑝 𝑒 𝑉𝐿 = √3𝑉𝑝

Enquanto em uma carga conectada em Δ:

𝐼𝐿 = √3𝐼𝑝 𝑒 𝑉𝐿 = 𝑉𝑝

Realizando as devidas substituições nos dois casos:

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CARGA EM Y

𝑉𝐿
•𝑃 = 3𝑉𝑝 𝐼𝑃 cos 𝜃 = 3 3
𝐼𝐿 cos 𝜃 = 3𝑉𝐿 𝐼𝐿 cos 𝜃

CARGA EM Δ

𝐼𝐿
•𝑃 = 3𝑉𝑝 𝐼𝑃 cos 𝜃 = 3𝑉𝑝 3
cos 𝜃 = 3𝑉𝐿 𝐼𝐿 cos 𝜃

Não importa qual seja o tipo de ligação, a fórmula resultante da potência será a mesma em
qualquer um dos casos!

O mesmo raciocínio se repete para a potência reativa total e potência aparente total de um sistema
trifásico balanceado. Assim,

Q = 3𝑉𝑝 𝐼𝑝 sen 𝜃 = √3𝑉𝐿 𝐼𝐿 sen 𝜃

S = 3𝑉𝑝 𝐼𝑝 = √3𝑉𝐿 𝐼𝐿

3.7. Sistemas trifásicos desbalanceados

Finalmente, vamos encerrar a matéria sobre sistemas trifásicos comentando sobre os sistemas
desbalanceado. Se você entendeu todo raciocino por trás das análises realizadas nas seções anteriores,
facilmente entenderá como analisar também este tipo de sistema.

Um sistema pode se tornar desbalanceado devido a fontes ou a cargas desbalanceadas.

Você deverá analisar cada fase separadamente para determinar as tensões e as correntes em um
sistema desbalanceado. Este procedimento será realizado aplicando os métodos das malhas e dos nós. Para
você entender melhor, vamos analisar o sistema da Fig. (21).

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Figura 19-Carga trifásica desbalanceada

A Figura (21) representa um sistema desbalanceado devido a cargas desbalanceadas conectadas em


estrela. Perceba que agora as impedâncias de carga ZA, ZB e ZC possuem valores diferentes. Aplicando a lei
de Ohm separadamente para cada circuito, temos que

𝑽𝐴𝑁 𝑽𝐵𝑁 𝑽𝐶𝑁


𝑰𝑎 = ; 𝑰𝑏 = ; 𝑰𝑏 =
𝒁𝐴 𝒁𝐵 𝒁𝐶

Este conjunto de correntes resultam em uma corrente circulante diferente de zero na linha neutra,
diferentemente do que ocorria nos sistemas balanceados. Portanto,

𝑰𝑛 = −(𝑰𝑎 + 𝑰𝑏 + 𝑰𝑐 )

Quando uma questão especificar que a corrente na linha neutra é diferente de zero,
perceba imediatamente que se trata de um sistema trifásico desbalanceado!

Por fim, a análise de potência é muito simples nos sistemas desbalanceados. Então, irei comentar o
que de fato é necessário você saber. A potência ativa, reativa e aparente serão dadas pela soma das
potências de cada fase. Logo,

𝑃 = 𝑃𝑎 + 𝑃𝑏 + 𝑃𝑐

𝑄 = 𝑄𝑎 + 𝑄𝑏 + 𝑄𝑐

𝑆 = 𝑆𝑎 + 𝑆𝑏 + 𝑆𝑐

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A potência total de um sistema trifásico desbalanceado não é simplesmente três vezes a


potência em uma fase, mas sim a soma das potências de cada fase.

Volto a enfatizar que memorizar as fórmulas que relacionam as tensões e as correntes também é
importante, pois menos tempo será demandado na resolução das questões. Obviamente, compreender o
procedimento e o raciocínio por trás das equações é indispensável! Deste modo, releia as seções e faça o
máximo de exercícios possíveis para garantir que o conteúdo foi de fato compreendido e fixado!

A questão que iremos resolver e comentar em seguida é uma das mais completas que eu encontrei
analisando as questões de concurso sobre circuitos trifásicos. Primeiro, porque foi uma das únicas que
abordava sobre conexão Δ-Δ (seção 3.4). Segundo, porque exige os conhecimentos sobre de análise de
potência (capítulo 2 e seção 3.6). E terceiro, porque trata de um sistema desbalanceado (seção 3.7). Ou seja,
ela reúne o conteúdo de diferentes capítulos e seções do livro.

Portanto, nós não poderíamos deixar de resolvê-la!

(Pref. Salvador-FGV-2019) Um sistema trifásico ABC alimenta um circuito composto por três cargas
distintas conforme mostra a figura a seguir.

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Para essa configuração, a potência ativa total consumida pelo circuito, em W, é de:

(A) 950.

(B) 1900.

(C) 2850.

(D) 7600.

(E) 10450.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você calcule a potência ativa total consumida pelo sistema. Primeiro
devemos fazer algumas considerações:

- O sistema é um sistema desbalanceado devido às diferentes impedâncias de carga, que possuem


diferentes magnitude e diferentes ângulos de fase;

-O sistema possui uma configuração Δ-Δ (configuração menos recorrentes nas provas);

Para calcularmos a potência ativa total, devemos calcular a potência ativa em cada fase do
nosso sistema. Tendo em vista que a potência total em sistemas desbalanceados é dada pela soma das
potências de cada fase, temos que:

𝑃 = 𝑃𝑎 + 𝑃𝑏 + 𝑃𝑐

Nós precisamos da corrente e da tensão em cada fase no sistema para calcular a potência ativa,
bem como o ângulo de fase da impedância de carga que já é fornecido pelo enunciado da questão.

Lembre-se que não importa o tipo de conexão (Y ou Δ) entre as cargas, dado que a fórmula
resultante da potência será igual em ambos os casos.

A potência ativa por fase é dada por:

𝑃𝑝 = 𝑉𝑝 𝐼𝑝 cos 𝜃

Perceba que nós poderíamos reescrever essa mesma equação em função da corrente de linha.
Mas como vamos calcular primeiro a corrente de fase, nós podemos utilizá-la diretamente na equação
da potência ativa de fase e assim não precisaremos calcular a corrente de linha.

Lembre-se também que, para fontes conectadas em triângulo, a tensão de linha é igual a tensão
de fase. Então, não precisamos nos preocupar com ela. O enunciado da questão fornece tanto a tensão
quanto a impedância de cada carga e ambas estão no formato polar. Ou seja, não precisaremos
trabalhar com a transformações dos fasores.

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Outra consideração importante é que, como se trata de um sistema desbalanceados, nós


iremos analisar cada fase separadamente. Nós usaremos as equações abaixo para calcular a corrente
de fase do sistema.

𝑽𝐴𝐵 𝑽𝐵𝐶 𝑽𝐶𝐴


𝑰𝐴𝐵 = , 𝑰𝐵𝐶 = e 𝑰𝐶𝐴 =
𝒁𝐴 𝒁𝐵 𝒁𝐶

Fazendo as devidas substituições temos que:

Fase AB:

380∠0°
𝑰𝐴𝐵 = 76∠60° = 5∠ − 60°

Fase BC:

380∠−120°
𝑰𝐵𝐶 = = 20∠ − 120°
19∠0°

Fase CA:

380∠120°
𝑰𝐶𝐴 = = 10∠180°
38∠−60°

Portanto, agora temos todos os dados necessários para calcular a potência. Outro ponto que
você deve prestar muita atenção é que o ângulo θ (utilizado para calcular a potência) é a defasagem
entre a tensão e a corrente. Ou melhor, corresponde ao próprio Ângulo de fase da impedância de
carga. Assim, basta olhar o ângulo da impedância de carga de cada fase para utilizar na equação da
potência. Logo,

Fase AB:

𝑃𝐴𝐵 = 380 ∙ 5 ∙ cos 60° = 950 𝑊

Fase BC:

𝑃𝐵𝐶 = 380 ∙ 20 ∙ cos 0° = 7600 𝑊

Fase CA:

𝑃𝐶𝐴 = 380 ∙ 10 ∙ cos −60° = 1900 𝑊

Calculando a potência ativa total do sistema:

𝑃 = 𝑃𝑎 + 𝑃𝑏 + 𝑃𝑐 = 950 + 7600 + 1900

𝑃 = 10450 𝑊

Portanto,

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A alternativa (E) é o gabarito da questão.

A questão também poderia solicitar a potência reativa ou a potência aparente. Mas o


procedimento seria basicamente o mesmo, dado que elas também dependem da corrente e da tensão.

Você pode perceber também que o ângulo de fase da impedância BC do sistema é zero. Ou seja,
a tensão e a corrente na carga estão em fase (carga puramente resistiva). Logo, o fator de potência
atinge seu valor máximo, que corresponde a um (potência aparente igual a potência ativa).

A conclusão final é que toda potência que chega a esta fase é potência ativa e pode ser
transformada em trabalho útil!

Para que você esteja sempre preparado, note como os assuntos abordados nos capítulos se
relacionam e como as questões podem cobrar essas relações!

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4. LISTA DE QUESTÕES

1. (Pref. Aracati-Acep-2018) Um retificador monofásico não controlado de onda completa alimenta uma
carga RL, sendo R= 10 Ω e L= 5 mH. O retificador é alimentado por uma fonte senoidal de 60 Hz e tensão
eficaz de 100 V. Nessa condição, corrente média na carga será:
A) 8,5 A
B) 9,0 A
C) 9,5 A
D) 10,0 A

2. (Pref. São José dos Campos-Vunesp-2015) Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o valor
do fasor da corrente indicada na figura.

Considere que:

𝒗(𝒕) = 𝟏𝟒𝟏𝒔𝒆𝒏(𝟏𝟎𝟎𝒕 + 𝟒𝟓°)

√𝟐 = 𝟏, 𝟒𝟏

Nesse contexto, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o fasor da corrente indicada na figura.

5
(A) 3 ∠ − 135° 𝐴
10
(B) ∠ + 135° 𝐴
3
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10
(C) ∠ − 135° 𝐴
3
20
(D) ∠ + 135° 𝐴
3
20
(E) ∠ − 135° 𝐴
3

3. (Pref. São José dos Campos-Vunesp-2015) Um circuito elétrico qualquer é alimentado por uma fonte
de tensão de corrente alternada e é composto por um resistor em série com dois elementos passivos.
A tensão eficaz sobre o resistor é 30 [V], a tensão eficaz sobre o primeiro elemento passivo é 50 [V] em
fase com a tensão sobre o resistor, e a tensão eficaz sobre o segundo elemento passivo é 60 [V]
adiantados de 90º em relação à tensão eficaz sobre o resistor. Nesse contexto, assinale a alternativa
correta.

(A) O segundo elemento passivo é um indutor, e a tensão eficaz na fonte é 140 [V].
(B) O segundo elemento passivo é um capacitor, e a tensão eficaz na fonte é 140 [V].
(C) O segundo elemento passivo é um indutor, e a tensão eficaz na fonte é 100 [V].
(D) O segundo elemento passivo é um capacitor, e a tensão eficaz na fonte é 100 [V].
(E) O segundo elemento passivo é um capacitor, e a tensão eficaz na fonte é 50 [V].

4. (Pref. Várzea Grande-UFMT-2017) A potência média absorvida por uma impedância Z = 30 – j40 Ω
quando é aplicada uma tensão V = 120∠0° é, aproximadamente:

[A] 86,4 W.
[B] 173,3 W.
[C] 43,2 W.
[D] 144,4 W.
5. (Pref. Salvador-FGV-2017) Uma carga monofásica solicita da fonte de tensão de 50<-40° V uma
potência elétrica igual a 200<160° VA. A impedância dessa carga é:

A) 12,5<-120°
B) 12,5<160°
C) 12,5<-40°
D) 16<120°
E) 16<160°

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6. (Pref. Aracati-Acep-2018) Qual o valor eficaz de uma onda de tensão triangular periódica, como
mostrada na figura abaixo, com tempo de queda igual a zero?

𝑉𝑝
A)
√3
𝑉𝑝
B)
√2
𝑉𝑝
C) 2√2
D) √2𝑉𝑝

7. (Pref. Salvador-FGV-2017) Uma carga industrial solicita 120 kVA de potência aparente. Sabendo-se
que a relação de reatância indutiva pela resistência X/R é igual a 3 0,5, a potência ativa solicitada por
esse circuito é igual a
(A) 30 W.
(B) 45 W.
(C) 60 W.
(D) 90 W.
(E) 100 W.
8. (Pref. Várzea Grande-UFMT-2017) A coluna da esquerda apresenta conceitos da engenharia elétrica e
a da direita, os principais aspectos de cada um deles. Numere a coluna da direita de acordo com a da
esquerda.

1 - Demanda
2 - Fator de carga
3 - Fator de potência

( ) Razão entre a energia elétrica ativa e a raiz quadrada da soma dos quadrados das energias elétricas ativa
e reativa, consumidas num mesmo período especificado.
( ) Média das potências elétricas ativas ou reativas, solicitadas ao sistema elétrico pela parcela da carga
instalada em operação na unidade consumidora, durante um intervalo de tempo especificado, expressa em
quilowatts (kW) e quilovolt-ampère reativo (kvar), respectivamente.
( ) Razão entre a demanda média e a demanda máxima da unidade consumidora ocorridas no mesmo
intervalo de tempo especificado.
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Marque a sequência correta.


A) 1, 3, 2
B) 2, 3, 1
C) 3, 1, 2
D) 2, 1, 3

9. (Pref. Curitiba- UFPR-2019) No circuito ao lado, sendo PT a potência ativa total (medida em W ou kW)
e QT a potência reativa total (medida em VAR ou kVAR) fornecidas pela fonte, o módulo da razão
QT/PT é igual a:

a) 0,25.
b) 0,40.
c) 0,50.
d) 0,80.
e) 0,85.

10. (Pref. São José dos Campos-Vunesp-2015) Uma indústria siderúrgica consome 4 [MW] de potência
ativa trifásica, com fator de potência 0,8 (indutivo). Após sucessivas penalizações aplicadas pela
concessionária de distribuição, a indústria resolveu corrigir o seu fator de potência e análises
preliminares indicaram a possibilidade de instalação das soluções apresentadas na tabela.

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Dado que a tensão de fase na ligação estrela é 8 [kV], que a frequência angular é 350 [rad/s] e que o fator
de potência exigido pela concessionária deve ser 0,9 ⩽ cos φ ⩽ 1,0, assinale a alternativa que apresenta,
corretamente, a(s) solução(ões) que pode(m) ser utilizada(s) pela indústria.
(A) Apenas APAC.
(B) Apenas ROT.
(C) Apenas TUSA.
(D) APAC e ROT.
(E) APAC, ROT e TUSA.

11. (Pref. Itapevi -Vunesp-2018) A instalação elétrica de uma indústria é monofásica e consome otência
ativa de 36 [kW]. Essa instalação possui fator de potência indutivo igual a 0,8 e tensão de alimentação
de 5 [kV]. O engenheiro eletrotécnico da indústria avaliou essa instalação e propôs o uso de capacitores
para correção do fator de potência, cujos dados estão apresentados na tabela.

Dado que tg [acos(0,92)] = 0,426 e que a frequência angular da rede é 360 [rad/s], o(s) capacitor(es) que
pode(m) ser utilizado(s) de modo a fazer com que o fator de potência do conjunto encontre- se no intervalo
0,92 ≤ cosφ ≤ 1,00:

(A) são apenas o Capa e o Tor.


(B) é apenas o Capa.
(C) é apenas o Tor.
(D) é apenas o Roti.
(E) são apenas o Roti e o Tor.

12. (Pref. Salvador-FGV-2017) Uma instalação elétrica, cujo fator de potência é igual a 0,5 indutivo, solicita
uma potência reativa da fonte igual a 9 kVar. A fim de corrigir esse fator de potência para um valor
mínimo superior a 0,866, deve ser instalado um banco de capacitores
(A) igual a 6 kVar.

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(B) igual a 12 kVar.


(C) maior que 12 kVar.
(D) entre 5 kVar e 13 kVar.
(E) entre 6 kVar e 12 kVar.

13. (Pref. Itapevi -Vunesp-2018) Um engenheiro elétrico efetuou medições de tensões de fase, correntes
de linha e potências ativas em três cargas monofásicas indutivas conectadas entre fase e neutro de
uma instalação elétrica trifásica e registrou-as na tabela.

Assinale a alternativa que apresenta corretamente a potência reativa trifásica total, em [kVAr], dado que
a sequência de fases do sistema trifásico é ABC e que o neutro é denominado N.

(A) 21.
(B) 20.
(C) 18.
(D) 9.
(E) 6.

14. (Pref. São José dos Campos-Vunesp-2015) Uma carga trifásica ligada em triângulo é equilibrada e
possui impedância Zc = 45+j30 [Ω] por fase. Essa carga é alimentada por uma fonte trifásica, simétrica
e de sequência positiva, que possui tensão de fase de 200 [V] e está conectada em estrela. Nesse
contexto, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a corrente de fase na carga equivalente
conectada em estrela, na fase de referência. Para tanto, faça a transformação estrela- -triângulo e
considere que a tensão na fase de referência possui fase nula.

30 20
A) − 𝑗 13 [𝐴]
13
60 40
B) + 𝑗 13 [𝐴]
13
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60 40
C) − 𝑗 13 [𝐴]
13
120 80
D) + 𝑗 13 [𝐴]
13
120 80
E) − 𝑗 13 [𝐴]
13

15. (Pref. Salvador-FGV-2019) A figura a seguir apresenta o equivalente monofásico de um circuito que
possui uma carga ligada em Y, cuja impedância de fase é ZL , conectada à fonte de alimentação por
meio de um cabo com impedância igual a 3 + j4 Ω.

Diante do exposto, é correto afirmar que


(A) o módulo da corrente de linha é 5√3 A.
(B) as perdas totais na linha de transmissão são de 75 W.
(C) a potência aparente total consumida pela carga e pela linha de transmissão é 500 VA.
(D) o módulo da tensão de linha é 100 V.
(E) a potência ativa total consumida pela carga é 525 W.

16. (Pref. São José dos Campos-Vunesp-2015) Uma carga trifásica desequilibrada ligada em estrela foi
conectada a uma fonte trifásica. Foram feitas medições de tensões e correntes nos terminais da carga
e os resultados estão apresentados na tabela.

Com base nesses resultados, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o valor da potência
complexa trifásica consumida pela carga.
(A) 600∠–30º [VA]
(B) 200∠–150º [VA]
(C) 200∠150º [VA]

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(D) 600∠30º [VA]


(E) 600∠0º [VA]

17. (Pref. São Paulo -Vunesp-2012) Uma fonte trifásica ideal, simétrica e de sequência positiva (ABC),
encontra-se na configuração estrela aterrada. Essa fonte alimenta uma impedância de carga, que está
conectada entre a fase A da fonte e o ponto de aterramento. Supondo que a impedância da carga seja
Zcarga = 10j [Ω] e que a tensão na fase A da fonte seja VAN = 300 ∠ 30º [V], assinale a alternativa que
apresenta corretamente as correntes nas fases A, B e C da fonte.

(A) 𝑰𝐴 = 30∠ − 60° 𝐴; 𝑰𝐵 = 30∠ − 60° 𝐴; 𝑰𝐶 = 30∠ − 60° 𝐴


(B) 𝑰𝐴 = 10∠ − 60° 𝐴; 𝑰𝐵 = 10∠ − 60° 𝐴; 𝑰𝐶 = 10∠ − 60° 𝐴
(C) 𝑰𝐴 = 30∠ − 60° 𝐴; 𝑰𝐵 = 0 𝐴; 𝑰𝐶 = 0 𝐴
(D) 𝑰𝐴 = 10∠ − 60° 𝐴; 𝑰𝐵 = 0 𝐴; 𝑰𝐶 = 0 𝐴
(E) 𝑰𝐴 = 20∠ − 60° 𝐴; 𝑰𝐵 = 20∠ − 60° 𝐴; 𝑰𝐶 = 20∠ − 60° 𝐴
==795b==

18. (Pref. São Luís-FCC-2015) Um transformador trifásico com secundário ligado em estrela fornece tensão
de linha de 600 V a uma carga resistiva de 20 Ω. Os valores aproximados da tensão de fase e das
correntes de fase e de linha são:

A) VF=346 V; IF=30 A; IL= 30 A


B) VF=600 V; IF=20 A; IL= 52A
C) VF=424 V; IF=52 A; IL= 17 A
D) VF=346 V; IF=17 A; IL= 30 A
E) VF=1040 V; IF=30 A; IL= 52 A

19. (Pref. São José dos Campos-Vunesp-2015) Uma carga trifásica e desequilibrada é alimentada por uma
fonte trifásica, simétrica e de sequência positiva. Essa carga está ligada em estrela, o neutro é acessível
e a tabela apresenta as medições de tensões e correntes efetuadas em seus terminais, utilizando a
convenção do receptor.

Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o valor da potência complexa consumida pela carga.
(A) 246 + j · 100 [VA]
(B) 246 + j · 0 [VA]
(C) 0 + j · 246 [VA]
(D) 100 + j · 0 [VA]
(E) 0 + j · 100 [VA]
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20. (Pref. Várzea Grande-UFMT-2017) Sobre circuitos trifásicos desequilibrados, assinale a afirmativa
INCORRETA.
A) Os desequilíbrios dos sistemas trifásicos são provocados por impedâncias de carga desiguais.
B) O cálculo da potência em um sistema trifásico desequilibrado requer a determinação da potência em cada
fase.
C) A potência total em um sistema trifásico desequilibrado é três vezes a potência em cada fase.
D) Os desequilíbrios dos sistemas trifásicos são provocados por tensões de fonte desiguais em magnitude
e/ou diferem em fase por ângulos desiguais.

21. (Pref. São Paulo -Vunesp-2012) Uma fonte simétrica, trifásica e de sequência direta (ABC), ligada em
estrela aterrada, alimenta uma carga trifásica, desequilibrada e ligada em estrela aterrada, cujas
impedâncias são: ZAN = 10 [Ω], ZBN = j10 [Ω] e ZCN = 5 – j8,7 [Ω]. Supondo que a tensão na fase A da carga
seja VAN = 100 ∠ 30º [V], assinale a alternativa que apresenta corretamente a corrente de neutro do
sistema (obs.: sen 60º ≈ 0,87).
(A) –17,4 [A].
(B) –8,7 [A].
(C) 10,0 [A].
(D) –10,0 [A].
(E) 17,4 [A].

22. (Pref. Salvador-FGV-2019) - Uma fonte trifásica simétrica de sequência negativa, na configuração
estrela alimenta uma carga trifásica equilibrada na configuração delta. O ângulo da tensão da fase A é
igual a 25º e as impedâncias da carga possuem um ângulo igual a 45º negativos. O ângulo da corrente
que flui pela impedância alimentada pela tensão VAB é igual a:
(A) 185º
(B) 145º
(C) 70º
(D) -45º
(E) -20º

23. (Pref. São Paulo -Vunesp-2012) Uma fonte trifásica simétrica de sequência direta (ABC) alimenta uma
carga trifásica equilibrada, ligada em estrela, através de uma linha de transmissão cuja impedância por
fase é ZL = 3 + j4 [Ω]. Dado que a impedância da carga por fase é ZC = 5 + j2 [Ω] e que a tensão de fase

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na fonte é VAN = 200 ∠ 0º [V], assinale a alternativa que apresenta corretamente o valor da corrente
de fase IB na fonte. Considere atan (3/4) ≈ 37°.
(A) 20 ∠ 37º [A].
(B) 20 ∠ –157º [A].
(C) 10 ∠ 37º [A].
(D) 10 ∠ –83º [A].
(E) 20 ∠ –83º [A].

24. (Pref. São Luís-FCC-2015) Considere o sistema trifásico a três fios representado abaixo, onde todas as
impedâncias são iguais a 30 ∠ 60°Ω.

A potência em W do sistema é, aproximadamente,


(A) 4190.
(B) 2420.
(C) 1900.
(D) 2900.
(E) 1400.

25. (Pref. Vassouras-FUNCAB-2012) Uma rede de alimentação trifásica alimenta uma carga resistiva
trifásica, equilibrada e ligada em triângulo. Considerando que todas as resistências tenham o mesmo
valor e que a ligação seja modificada para estrela, sendo mantido o valor da tensão de alimentação,
assinale a alternativa correta.
(A) A corrente de linha da ligação em estrela é igual a corrente de linha da ligação em triângulo, pois a tensão
é a mesma.
(B) A corrente de linha na ligação em estrela é √3 menor que a corrente de fase na ligação em triângulo.
(C) Na ligação em estrela, ocorre um aquecimento mais rápido das resistências do que na ligação em
triângulo.

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(D) Se as resistências são iguais, as cargas nas duas ligações são equilibradas, e as tensões de fase são iguais
em ambas as ligações.
(E) A tensão de fase na ligação em triângulo é √3 vezes menor que a tensão de fase na ligação em estrela.

26. (Perito Criminal ITEP-RN- Instituto AOCP – 2017) Considerando uma carga trifásica ligada em estrela
com as seguintes características: impedância as fases Iguais a 4+j3 Ω / fase e tensão de linha de 208 V,
é correto afirmar que a potência ativa total Consumida pela carga é de
A) 1.050,8 W por fase.
B) 5.205,3 W por fase.
C) 12.583,5 W por fase.
D) 3.252,4 W por fase.
E) 2.305,7 W por fase.

27. (Perito Criminal ITEP-RN- Instituto AOCP – 2017) Em uma carga equilibrada, a tensão fase-fase e fase-
neutro (fase-terra) é dada pela seguinte expressão:

A) 𝑈 = 𝑈0 × 2√3 cos(𝜃)
B) 𝑈 = 𝑈0 × √3
C) 𝑈 = 2𝑈0 ± √3
D) 𝑈 = 2𝑈0 × √2,71
E) 𝑈 = 3𝑈0 × √3𝜋

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5. QUESTÕES COMENTADAS

1. (Pref. Aracati-Acep-2018) Um retificador monofásico não controlado de onda completa alimenta uma
carga RL, sendo R= 10 Ω e L= 5 mH. O retificador é alimentado por uma fonte senoidal de 60 Hz e tensão
eficaz de 100 V. Nessa condição, corrente média na carga será:
A) 8,5 A
B) 9,0 A
C) 9,5 A
D) 10,0 A

Resolução e comentários:

A questão solicita que você calcule a corrente média na carga. O procedimento para resolver esta
questão consistirá em determinar a função senoidal para a corrente para posteriormente calcular a
corrente média. Conforme estudamos na aula, o valor médio para uma função qualquer é dada por:

1 𝑇
𝑋𝑚𝑒𝑑 = 𝑇 ∫0 𝑥(𝑡) 𝑑𝑡

Para a tensão i(t):

1 𝑇
𝐼𝑚𝑒𝑑 = 𝑇 ∫0 𝑖(𝑡) 𝑑𝑡

Considerando que v(t) seja:

𝑖(𝑡) = 𝐼𝑚 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡)

1 𝑇
𝐼𝑚𝑒𝑑 = 𝑇 ∫0 𝐼𝑚 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) 𝑑𝑡

Como o enunciado informa que o se trata de um retificador, o período de integração será de 0 a


T/2. Devemos fazer essa consideração, pois o valor médio de uma senóide é zero. Mas antes
precisamos determinar a amplitude da corrente, que pode ser calculada pelos dados do circuito
informados no enunciado da questão. Considere que:

𝑽
𝑰=𝒁

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Como a tensão fornecida pelo enunciado está em valores rms, temos que amplitude da tensão é:

𝑉𝑚 = √2𝑉𝑟𝑚𝑠 = 100√2 𝑉

A impedância do circuito é dada por:

𝒁 = 𝑅 + 𝑗𝑋

Considerando que:

𝑅 = 10 Ω

𝑋 = 𝑗𝜔𝐿 = 𝑗(2π60)(5−3 ) = 1,88

A impedância total será:

𝑟𝑒𝑡𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟: 𝒁 = 10 + 𝑗1,88

𝑝𝑜𝑙𝑎𝑟: 𝒁 = 10∠10,64°

Assim, podemos calcular a magnitude da corrente (perceba que não precisamos trabalhar com a
fase dos fasores resultantes!) que equivale a:

𝑉𝑚 100√2
𝐼𝑚 = |𝒁|
= 10

𝐼𝑚 = 10√2

Substituindo os valores encontrados na função senoidal da corrente e aplicando os corretos limites


de integração, temos:
𝑇
1
𝐼𝑚𝑒𝑑 = 𝑇 ∫02 10√2 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) 𝑑𝑡
2

Dessa forma, precisaremos apenas resolver a integral para calcular a corrente média do circuito!

Resolvendo a integral,
𝑇
−2𝐼𝑚 2
𝐼𝑚𝑒𝑑 = cos(𝜔𝑡) |0
𝜔𝑇

−2(10√2) 𝑇/2
𝐼𝑚𝑒𝑑 = cos (𝜔𝑡)|0
𝜔𝑇

Considerando que ω=2πf e f=1/T, temos

10√2 2𝜋 𝑇 2𝜋
𝐼𝑚𝑒𝑑 = − [cos ( 𝑇 ) − cos ( 𝑇 0)]
𝜋 2

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10√2
𝐼𝑚𝑒𝑑 = − [cos(𝜋) − cos (0)]
𝜋

Simplificando os termos,

20√2
𝐼𝑚𝑒𝑑 = 𝜋

𝐼𝑚𝑒𝑑 = 9𝐴

Portanto,

A alternativa (B) é o gabarito da questão.

O procedimento de resolução dessa questão consiste em basicamente determinar a amplitude da


corrente para poder calcular o seu valor médio por meio da integral. Para tal, nós aplicamos os
conceitos de valor médio de uma função, de valor eficaz e sobre as relações entre os elementos do
circuito.

2. (Pref. São José dos Campos-Vunesp-2015) Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o valor
do fasor da corrente indicada na figura.

Considere que:

𝒗(𝒕) = 𝟏𝟒𝟏𝒔𝒆𝒏(𝟏𝟎𝟎𝒕 + 𝟒𝟓°)

√𝟐 = 𝟏, 𝟒𝟏

Nesse contexto, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o fasor da corrente indicada na figura.

5
(F) ∠ − 135° 𝐴
3
10
(G) ∠ + 135° 𝐴
3
10
(H) ∠ − 135° 𝐴
3
20
(I) ∠ + 135° 𝐴
3

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20
(J) ∠ − 135° 𝐴
3

Resolução e comentários:

A questão solicita que você calcule a corrente que passa pelo indutor indicado na figura.
Primeiramente vamos analisar a tensão senoidal fornecida pelo enunciado para reescrevê-la em
notação fasorial. Conforme abordei no livro, lembre-se que:

𝑣(𝑡) = 𝑉𝑚 cos(𝜔𝑡 + ϕ) ↔ 𝐕 = 𝑉𝑚 ∠ϕ

𝑣(𝑡) = 𝑉𝑚 sen(𝜔𝑡 + ϕ) ↔ 𝐕 = 𝑉𝑚 ∠ϕ − 90°

Transformando a tensão fornecida para fasor:

𝑣(𝑡) = 141𝑠𝑒𝑛(100𝑡 + 45°) ↔ 𝐕 = 141∠45° − 90°

𝐕 = 141∠ − 45°

Analisando o circuito, nós precisaremos determinar a corrente total fornecida pela fonte para,
posteriormente, calcular a corrente que passa pelo indutor que se encontra em paralelo com o
capacitor. Dessa forma, vamos ter que calcular a impedância equivalente do nosso circuito!

Primeiramente, vamos calcular a impedância em cada elemento do circuito. Considerando que a


frequência angular é 100 rad/s (dado encontrado na função senoidal da tensão), a impedância Z a e Zb
(primeiro e segundo indutor) equivalem a:

𝒁𝑎 = 𝒁𝑏 = 𝑗𝜔𝐿 = 𝑗 (100 ∙ 100 ∙ 10−3 )

𝒁𝑎 = 𝒁𝑏 = 𝑗10 = 10∠90°

A impedância do capacitor Zc é:

1 1
𝒁𝑐 = 𝑗𝜔𝐶 = −𝑗 (100∙500∙10−6)

𝒁𝑐 = −𝑗20 = 20∠ − 90°

A impedância equivalente será dada pela associação em série do primeiro indutor com a
impedância equivalente entre a associação em paralelo do segundo indutor com o capacitor. Para ficar
mais fácil o seu entendimento, considere a figura abaixo que ilustra o circuito de maneira simplificada.

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A impedância Zeq1 é a impedância resultante da associação em paralelo entre o indutor e o


capacitor. Ela será calculada pela regra do produto pela soma! Veja:

(Zb//Zc):

𝒁 ∙𝒁 10∠90°∙20∠−90°
𝒁𝑒𝑞1 = 𝒁 𝑏+𝒁𝑐 =
𝑏 𝑐 𝑗10−𝑗20

𝒁𝑒𝑞1 = 20∠90° = 𝑗20

Para obtermos a impedância total do circuito ZT, demos somar a impedância Za e Zeq1 (estão
associadas em série!). Logo,

𝒁𝑇 = 𝒁𝑎 + 𝒁𝑒𝑞1 = 𝑗10 + 𝑗20

𝒁𝑇 = 𝑗30 = 30∠90°

Agora possuímos a impedância total e a tensão da fonte para calcularmos a corrente total. No
entanto, você precisa prestar muita atenção em um detalhe. O valor eficaz da tensão que deve ser
utilizado! Logo, dividiremos sua amplitude por raiz de 2.

A corrente total fornecida pela fonte é:


141
𝑽 ( )∠−45°
√2
𝑰𝑇 = 𝒁 =
𝑇 30∠90°

10
𝑰𝑇 = ∠ − 135° 𝐴
3

Calma! Esta não é a resposta final da questão. Essa corrente se refere a corrente total fornecida
pela fonte. Nós precisamos da corrente que chega ao indutor (que está em paralelo com o capacitor)!

Conforme, vocês estudaram na aula passada utilizamos uma equação para determinar a corrente
I1, quando a corrente total se divide em ramos diferentes do circuito. A equação é:

𝑍 𝐼
𝑖1 = 𝑍 2+𝑍T
1 2

Como possuímos a corrente total, podemos então calcular finalmente a corrente solicitada na
questão. Portanto, temos para os parâmetros do nosso circuito:
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10
𝑍 𝐼 (20∠−90°)∙( ∠−135°)
i(t) = 𝑍 c+𝑍T = 3
b 𝑐 j10−j20

20
i(t) = ∠ − 135° A
3

Portanto,

A alternativa (E) é o gabarito da questão.

Perceba que a análise comportamental da corrente em um determinado circuito permanece a


mesma, no entanto apenas estamos trabalhando com os fasores pelo fato de ser um circuito de
corrente alternada!

3. (Pref. São José dos Campos-Vunesp-2015) Um circuito elétrico qualquer é alimentado por uma fonte
de tensão de corrente alternada e é composto por um resistor em série com dois elementos passivos.
A tensão eficaz sobre o resistor é 30 [V], a tensão eficaz sobre o primeiro elemento passivo é 50 [V] em
fase com a tensão sobre o resistor, e a tensão eficaz sobre o segundo elemento passivo é 60 [V]
adiantados de 90º em relação à tensão eficaz sobre o resistor. Nesse contexto, assinale a alternativa
correta.

(A) O segundo elemento passivo é um indutor, e a tensão eficaz na fonte é 140 [V].
(B) O segundo elemento passivo é um capacitor, e a tensão eficaz na fonte é 140 [V].
(C) O segundo elemento passivo é um indutor, e a tensão eficaz na fonte é 100 [V].
(D) O segundo elemento passivo é um capacitor, e a tensão eficaz na fonte é 100 [V].
(E) O segundo elemento passivo é um capacitor, e a tensão eficaz na fonte é 50 [V].

Resolução e comentários:

A questão solicita que você consiga determinar se o segundo elemento passivo do circuito é um
indutor ou um capacitor e qual a tensão total da fonte.

Inicialmente vamos nos concentrar apenas na primeira tarefa!

O raciocínio é mais simples do que parece. Se soubermos o ângulo de fase do segundo elemento
passivo, conseguiremos definir se ele é um indutor ou capacitor. Conforme estudamos, o indutor é um
elemento em que a tensão está adiantada em 90° com relação a corrente. No capacitor, temos
exatamente o contrário. Como o ângulo de fase da impedância exprime exatamente essa relação,
deveremos encontrá-lo para poder definir o tipo de elemento.

Considerando que a corrente é a mesma em todos os elementos do circuito e sabendo que, em


um resistor, a corrente e a tensão estão em fase (possuem o mesmo ângulo), então a tensão no resistor
pode ser representada por:
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𝑉𝑅 ∠𝜃𝑖 ° = 𝐼∠𝜃𝑖 ° ∙ 𝑍𝑅 ∠0°

Segundo o enunciado da questão, o ângulo da tensão (não sabemos o quanto ele vale) no segundo
elemento passivo (X2) está 90° adiantado com relação ao ângulo da tensão do resistor. Portanto,

𝑉𝑋2 ∠(𝜃𝑖 ° + 90°) = 𝐼∠𝜃𝑖 ° ∙ 𝑋2 ∠𝜑

𝑉𝑋2 ∠(𝜃𝑖 ° + 90°) = 𝐼 ∙ 𝑋2 ∠(𝜃𝑖 ° + 𝜑)

Analisando apenas a relação entre os ângulos:

(𝜃𝑖 ° + 90°) = (𝜃𝑖 ° + 𝜑)

𝜑 = +90°

Como o ângulo resultante equivale a 90°, o segundo elemento passivo é um indutor! Assim, a
tensão está adiantada 90° com relação a corrente.

Para determinar a tensão fornecida pela fonte, devemos analisar também as características do
primeiro elemento passivo fornecidas pelo enunciado da questão. Segundo a questão, a tensão eficaz
sobre o primeiro elemento passivo está em fase com a tensão sobre o resistor.

Se a tensão do primeiro elemento possui a mesma fase do resistor e a fase da tensão no resistor
é a mesma fase da corrente, logo esse primeiro elemento também é um resistor. Perceba que tiramos
essa conclusão, porque ele também estará em fase com a corrente (uma característica puramente
resistiva!). Modelando,

𝑉𝑋1 ∠𝜃𝑖 ° = 𝐼∠𝜃𝑖 ° ∙ 𝑋1 ∠0°

Agora, vamos utilizar essas conclusões para montar um diagrama das tensões em cada elemento.

Como a tensão no primeiro elemento passivo está em fase com o resistor, vamos apenas somá-
los para depois calcular o vetor resultante da tensão total.

Assim, a magnitude da tensão total será dada por:

|𝑉𝑇 |2 = |𝑉𝑋2 |2 + |(𝑉𝑋1 + 𝑉𝑅 )|2

Conforme o enunciado:

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|𝑉𝑋2 | = 60 𝑉

|𝑉𝑋1 | = 50 𝑉

|𝑉𝑅 | = 30 𝑉

Substituindo,

|𝑉𝑇 | = √|60|2 + |(50 + 30)|2

|𝑉𝑇 | = 100 𝑉

Portanto,

A alternativa (C) é o gabarito da questão.

Perceba que o procedimento para resolver a questão consistiu em realizar uma análise vetorial
das tensões em cada elemento.

4. (Pref. Várzea Grande-UFMT-2017) A potência média absorvida por uma impedância Z = 30 – j40 Ω
quando é aplicada uma tensão V = 120∠0° é, aproximadamente:

[A] 86,4 W.
[B] 173,3 W.
[C] 43,2 W.
[D] 144,4 W.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você calcule a potência média absorvida em uma carga e para isso fornece
como dados a impedância e a tensão.

Utilizamos a seguinte equação para calcularmos a potência média:

𝑃 = 𝑉𝑟𝑚𝑠 𝐼𝑟𝑚𝑠 cos(𝜃𝑣 − 𝜃𝑖 )

Que pode ser reescrita em função da impedância de carga, como:

𝑉𝑟𝑚𝑠 2
𝑃=( ) cos(𝜃)
𝑍

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Onde, θv - θi corresponde justamente a fase θ da impedância de carga Z.

Portanto,

𝒁 = 30 + 𝑗40 = |50|∠ − 53,13°

Como o enunciado não informa que a tensão dada é a tensão eficaz, devemos calculá-la:

𝑉𝑚 120
𝑉𝑟𝑚𝑠 = =
√2 √2

Substituindo os termos na equação da potência média:

120 2
( )
√2
𝑃=( ) cos(−53,13)
50

𝑃 = 86,40 𝑊

Portanto,

A alternativa (A) é o gabarito da questão.

Perceba que, além de cobrar os conceitos relacionados a potência ativa, a questão também exige
que você fique atento à conversão entre valores de pico e valores eficazes.

Você pode se perguntar: Professora, mas porque você considerou a tensão como valor de pico e não
como valor rms, já que o enunciado não especificou? Ou melhor, como saberemos caso o enunciado
não especifique?

Nunca teremos certeza, pois não temos como adivinhar o que a banca está considerando.

A melhor forma de lidar com isso é entender em qual contexto a questão está inserida. Essencialmente,
essa questão cobra um conhecimento sobre potência, onde justamente aplicamos o conceito de “
rms”, então muito provavelmente ele estaria cobrando também esse entendimento.

Você pode verificar que nas questões sobre sistemas trifásicos não é especificado que o valor da tensão na
fonte é em rms. Mas é natural já considerarmos isso, como falei antes, devido à forma comum de expressar
tanto a tensão como a corrente em rms. Ou seja, em virtude do uso tradicional em sistemas de energia, a
tensão e a corrente estão em valores rms a menos que se diga o contrário.

Esse ponto foi discutido de forma mais aprofundada na página 52 desse livro.

5. (Pref. Salvador-FGV-2017) Uma carga monofásica solicita da fonte de tensão de 50<-40° V uma
potência elétrica igual a 200<160° VA. A impedância dessa carga é:

F) 12,5<-120°
G) 12,5<160°
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H) 12,5<-40°
I) 16<120°
J) 16<160°

Resolução e comentários:

A questão solicita que você calcule a impedância de carga quando os dados da potência complexa
e tensão são fornecidas. A equação que relacionas essas variáveis é:

𝑺 = 𝑽𝑰∗

Logo, determinaremos primeiro a corrente para depois determinarmos a impedância de caga.

𝑺 200∠160°
𝑰∗ = 𝑽 = 50∠−40°

𝑰∗ = 4∠ + 200°

Note que este é o valor do conjugado complexo da corrente. Portanto,

𝑰 = 4∠ − 200°

Substituindo os valores em:

𝑽 50∠−40°
𝒁= =
𝑰 4∠−200°

𝒁 = 12,5∠160°𝛺

Portanto,

A alternativa (B) é o gabarito da questão.

Perceba que se torna complicado determinar se os valores fornecidos são valores rms ou não,
quando o enunciado não especifica. No entanto, caso você não ache a resposta em nenhuma das
alternativas basta inserir nos cálculos o fator “raiz de 2”.

Note também que o valor conjugado complexo de I* corresponde ao seu valor em módulo, no
entanto com o valor negativo do ângulo de fase.

6. (Pref. Aracati-Acep-2018) Qual o valor eficaz de uma onda de tensão triangular periódica, como
mostrada na figura abaixo, com tempo de queda igual a zero?

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𝑉𝑝
E)
√3
𝑉𝑝
F)
√2
𝑉𝑝
G) 2√2
H) √2𝑉𝑝

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine o valor eficaz de uma onda de tensão triangular periódica.
Para determiná-lo, devemos considerar a fórmula geral para calcular o valor eficaz. O valor quadrático
médio (ou valor eficaz) de qualquer função periódica x(t) pode ser calculada por meio da seguinte
equação:

1 𝑇
𝑋𝑟𝑚𝑠 = √𝑇 ∫0 𝑥 2 𝑑𝑡

Portanto, deveremos achar a função x(t) que representa a onda de tensão triangular no período
de 0 a T. Pelo gráfico da função temos que:

𝑉𝑝
𝑣(𝑡) = 𝑡
𝑇

𝑉𝑝 2 2
𝑣(𝑡)2 = 𝑡
𝑇2

1 𝑇 𝑉𝑝 2 2
𝑉𝑟𝑚𝑠 = √𝑇 ∫0 𝑡 𝑑𝑡
𝑇2

Simplificando,

𝑉𝑝 2
𝑉𝑟𝑚𝑠 = √ 3

𝑉𝑝 2
𝑉𝑟𝑚𝑠 =
√3

Portanto,

A alternativa (A) é o gabarito da questão.


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A intenção da questão é que você confunda o valor quadrático médio de uma função qualquer x(t)
com o valor que definimos para as funções senoidais, onde deveríamos dividir o valor de pico por raiz
quadrada de 2.

7. (Pref. Salvador-FGV-2017) Uma carga industrial solicita 120 kVA de potência aparente. Sabendo-se que
a relação de reatância indutiva pela resistência X/R é igual a 3 0,5, a potência ativa solicitada por esse
circuito é igual a
(A) 30 W.
(B) 45 W.
(C) 60 W.
(D) 90 W.
(E) 100 W.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine a potência ativa solicitada por um circuito. Como o
enunciado nos informa o valor da potência aparente, devemos utilizar a equação que relaciona essa
varável com a potência ativa. Conforme estudamos no livro, sabemos que o fator de potência é
justamente a relação entre a potência ativa e a potência aparente. Logo,

𝑃
𝑓𝑝 = cos(𝜃) = 𝑆

Para calcular a potência ativa, precisamos do ângulo de fase entre a tensão e a corrente (que é a
fase da impedância de carga). Vamos analisar o triângulo de impedância e o triângulo de potência.

Perceba que o ângulo de fase é o mesmo em ambos os triângulos e que enunciado da questão
fornece justamente a relação entre X e R. Logo,

𝑋
tan 𝜃 = 𝑅 = √3

O ângulo de fase é:

𝜃 = tan−1 √3

𝜃 = 60°
99

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Substituindo os valores na equação do fator de potência, temos:

𝑃 = 𝑆 cos(𝜃) = 120 ∙ cos(60°)

𝑃 = 60𝑘𝑊

Portanto,

A alternativa (C) é o gabarito da questão.

Veja que a unidade expressa nas alternativas está W e deveria ser kW, pois a potência aparente
fornecida no enunciado estava em kVA. Apenas um detalhe! No entanto estejam sempre atentos às
unidades de cada variável.

8. (Pref. Várzea Grande-UFMT-2017) A coluna da esquerda apresenta conceitos da engenharia elétrica e


a da direita, os principais aspectos de cada um deles. Numere a coluna da direita de acordo com a da
esquerda.

1 - Demanda
2 - Fator de carga
3 - Fator de potência

( ) Razão entre a energia elétrica ativa e a raiz quadrada da soma dos quadrados das energias elétricas ativa
e reativa, consumidas num mesmo período especificado.
( ) Média das potências elétricas ativas ou reativas, solicitadas ao sistema elétrico pela parcela da carga
instalada em operação na unidade consumidora, durante um intervalo de tempo especificado, expressa em
quilowatts (kW) e quilovolt-ampère reativo (kvar), respectivamente.
( ) Razão entre a demanda média e a demanda máxima da unidade consumidora ocorridas no mesmo
intervalo de tempo especificado.
Marque a sequência correta.
E) 1, 3, 2
F) 2, 3, 1
G) 3, 1, 2
H) 2, 1, 3

Resolução e comentários:

A questão solicita que classifique o conceito de demanda, de fator de carga e de fator de potência.
Vamos analisar apenas a conceituação do fator de carga, devido ao fato de que não estudamos ainda
ou outros termos considerados na questão.

Conforme estudamos nesta aula, o fator de potência é dado por:

100

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𝑃
𝑓𝑝 = cos(𝜃) = 𝑆

Ou seja, é razão entre a potência ativa pela potência aparente solicitas por um circuito de corrente
alternada.

Por meio do triângulo de potências, podemos relacionar a potência aparente, ativa e reativa. Logo,

𝑆 2 = 𝑃2 + 𝑄 2

𝑆 = √𝑃2 + 𝑄 2

Veja então que a razão entre a energia elétrica ativa e a raiz quadrada da soma dos quadrados das
energias elétricas ativa e reativa também pode ser considerada como uma definição do fator de
potência.

Mesmo sem considerar a definição dos outros termos, você conseguiria responder essa questão
apenas entendendo o triângulo de potência e o conceito de fator de potência.

Portanto,

A alternativa (C) é o gabarito da questão.

9. (Pref. Curitiba- UFPR-2019) No circuito ao lado, sendo PT a potência ativa total (medida em W ou kW)
e QT a potência reativa total (medida em VAR ou kVAR) fornecidas pela fonte, o módulo da razão
QT/PT é igual a:

a) 0,25.
b) 0,40.
c) 0,50.
d) 0,80.
e) 0,85.

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Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine o módulo da razão entre a potência reativa e potência ativa
do circuito da figura.

Primeiramente, vamos analisar o que seria a razão entre a potência reativa e a potência ativa para
resolver esta questão.

Pelo triângulo de potências, temos que:


𝑄
sin 𝜃 𝑆
tan 𝜃 = cos 𝜃 = 𝑃
𝑆

𝑄
tan 𝜃 =
𝑃

Ou seja, a razão entre Q e P equivale a tangente do ângulo de fase da impedância do circuito.


Dessa maneira, devemos determinar o ângulo de fase da impedância total do circuito para poder
calcular essa razão.

Nós iremos calcular a impedância total da carga do circuito por meio da associação em série e em
paralelo das impedâncias individuais. Basicamente, todo processo envolverá a conversão entre fasores
da forma polar para a retangular e vice-versa.

Para simplificar a explicação, considere que Z1 seja a impedância do primeiro capacitor do circuito
(visto da direita para a esquerda). Logo,

1 1
𝒁1 = 𝑗𝜔𝐶 = −𝑗 (500∙200∙10−6)

𝒁1 = −𝑗10 = 10∠ − 90°

Considere que Z2 seja a impedância equivalente da associação em série dos dois indutores de 6
mH e do resistor de 8 Ω. Dessa forma,

𝒁2 = 𝑅 + 2(𝑗𝜔𝐿) = 8 + 𝑗2(500 ∙ 2 ∙ 10−3 )

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𝒁2 = 8 + 𝑗6 = 10∠36,86°

Considere que Z3 seja a impedância equivalente da associação em série do capacitor de 500 μF e


do resistor de 3 Ω. Dessa forma,

1 1
𝒁3 = 𝑅 + 𝑗𝜔𝐶 = 3 − 𝑗 (500∙500∙10−6)

𝒁3 = 3 − 𝑗4 = 5∠ − 53,13°

Considere que Z4 seja apenas a impedância do resistor de 3 Ω. Assim,

𝒁4 = 5 = 5∠0°

O circuito equivalente pode ser visualizado logo abaixo.

Para determinar a impedância equivalente, nós deveremos aplicar os procedimentos da


associação em paralelo até chegar na impedância equivalente total do circuito.

Considere que ZEQ1 seja a impedância equivalente da associação paralelo de Z1 e Z2, como pode
ser visualizado na figura.

Logo,

(Z1//Z2):

𝒁 ∙𝒁 10∠−90°∙10∠36,86°
𝒁𝐸𝑄1 = 𝒁 𝟏+𝒁𝟐 =
1 𝟐 −𝑗10+8+j6

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𝒁𝐸𝑄1 = 11,18∠ − 26,58° = 10 − j5

Faremos novamente o mesmo procedimento. Considere que ZEQ2 seja a impedância equivalente
da associação paralelo de ZEQ1 e Z3, como pode ser visualizado na figura.

Logo,

(ZEQ1//Z3):

𝒁 ∙𝒁 (11,18∠−26,58°)∙(5∠−53,13°)
𝒁𝐸𝑄2 = 𝒁 EQ1+𝒁3 =
𝐸𝑄1 𝟑 10−j5+3−𝑗4

𝒁𝐸𝑄2 = 3,53∠ − 45° = 2,5 − j2,5

Por fim, considere que ZEQT seja a impedância equivalente total do circuito resultante da
associação paralelo de ZEQ2 e Z4, como pode ser visualizado na figura.

Assim,

(ZEQ2//Z4):

𝒁 ∙𝒁 (3,53∠−45°)∙(5∠0°)
𝒁𝐸𝑄T = 𝒁 EQ2+𝒁4 =
𝐸𝑄2 4 2,5−j2,5+5

𝒁𝐸𝑄𝑇 = 2,23∠ − 26,56° = 2 − j1

Pela forma polar, conseguimos determinar o ângulo de fase da impedância total do circuito. Para
θ=-26,6°, temos que

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tan −26,56° = −0,5

Logo,

𝑄
tan 𝜃 = 𝑃

𝑄
= −0,5
𝑃

Portanto,

A alternativa (C) é o gabarito da questão. Perceba que a questão pede o módulo!

10. (Pref. São José dos Campos-Vunesp-2015) Uma indústria siderúrgica consome 4 [MW] de potência
ativa trifásica, com fator de potência 0,8 (indutivo). Após sucessivas penalizações aplicadas pela
concessionária de distribuição, a indústria resolveu corrigir o seu fator de potência e análises
preliminares indicaram a possibilidade de instalação das soluções apresentadas na tabela.

Dado que a tensão de fase na ligação estrela é 8 [kV], que a frequência angular é 350 [rad/s] e que o fator
de potência exigido pela concessionária deve ser 0,9 ⩽ cos φ ⩽ 1,0, assinale a alternativa que apresenta,
corretamente, a(s) solução(ões) que pode(m) ser utilizada(s) pela indústria.
(A) Apenas APAC.
(B) Apenas ROT.
(C) Apenas TUSA.
(D) APAC e ROT.
(E) APAC, ROT e TUSA.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você avalie quais bancos de capacitores atenderão à solicitação da
concessionária. Conforme o enunciado, a concessionária exige que o fator de potência seja maior ou
igual a 0,9.

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Vamos analisar a situação original da indústria primeiramente. Ela consome 4MW de potência
ativa e possui um fator de potência de 0,8 indutivo. Logo, a potência aparente é:

𝑃
𝑓𝑝 = 𝑆

𝑃 4
𝑆1 = 𝑓𝑝 = 0,8 = 5𝑀𝑉𝐴

Pelo triângulo de potências:

𝑆1 2 = 𝑃2 + 𝑄1 2

𝑄1 = √𝑆1 2 − 𝑃2 = √52 − 42 = 3 𝑀𝑉𝐴𝑟

Portanto, a potência reativa original consumida pela indústria equivale a 3MVAr. Vamos agora
calcular a potência reativa consumida pela indústria caso consideremos o fator de potência igual a 0,9.
Sabendo que a potência ativa permanecerá igual, temos:

𝑃
𝑓𝑝 = 𝑆

𝑃 4
𝑆2 = 𝑓𝑝 = 0,9 = 4,44𝑀𝑉𝐴

Pelo triângulo de potências:

𝑆2 2 = 𝑃2 + 𝑄2 2

𝑄2 = √𝑆2 2 − 𝑃2 = √4,442 − 42 = 1,936 𝑀𝑉𝐴𝑟

Agora possuímos a potência reativa original da indústria(Q1) e a potência reativa final (Q2) que vai
corrigir o fator de potência para um valor maior ou igual a 0,9.

Fique atento, pois a potência final Q2 pode ser predominantemente indutiva ou capacitiva.

Conforme foi ressaltado na seção 2.5 do livro, o fator de potência pode apresentar o mesmo valor
de forma atrasada (indutiva) ou adiantada (capacitiva). Dessa forma, devemos avaliar o banco de
capacitores que pode aumentar o fator de potência nos dois casos.

No caso em que a potência reativa final (Q2 positivo) é predominantemente indutiva, temos que:

𝑄𝐶1 = 𝑄1 − 𝑄2

No caso em que a potência reativa final (Q2 negativa) é predominantemente capacitiva, temos
que:

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𝑄𝐶2 = 𝑄1 + 𝑄2

Considerando os dois casos, nós calcularemos a potência reativa mínima e máxima que pode
corrigir o fator de potência para um valor maior ou igual a 0,9.

Substituindo os valores, temos que:

𝑄𝐶1 = 𝑄1 − 𝑄2 = 3 − 1,936

𝑄𝐶1 = 1,064 𝑀𝑉𝐴𝑟

𝑄𝐶2 = 𝑄1 + 𝑄2 = 3 + 1,936

𝑄𝐶2 = 4,936 𝑀𝑉𝐴𝑟

Assim, encontramos a faixa da potência reativa gerada pelo banco de capacitores que resultará
em um fator de potência maior ou igual a 0,9.

Mas, nós ainda devemos calcular a capacitância necessária para dimensionar o banco de
capacitores.

Conforme também estudamos no livro, devemos utilizar a seguinte relação para calcular a
capacitância total:

𝑄
𝐶 = 𝜔𝑉 2𝐶
𝑟𝑚𝑠

No entanto, o enunciado da questão nos informa que o banco de capacitores será instalado em
uma rede trifásica! Então, devemos fazer algumas considerações para equação acima.

Para um sistema trifásico, o valor da potência reativa gerada pelo banco de capacitores QC agora
será o valor total correspondente às três fases do sistema. Analisando apenas uma fase temos que:

𝐶3𝜙 𝑄
𝐶 = 3𝜔𝑉 2
𝑓

O enunciado da questão fornece a tensão de fase da ligação em estrela (8 KV) e frequência angular
(350 rad/s). Portanto, agora possuímos todos os dados para calcular o valor mínimo e máximo da
capacitância.

O banco de capacitores deve ter no mínimo:

𝑄 1,064 ∙106
𝐶1 = 3𝜔𝑉𝐶1 2 = 3∙350∙(8∙103)2
𝑓

𝐶1 = 15,8𝜇𝐹

E no máximo:

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𝑄 4,936 ∙106
𝐶2 = 3𝜔𝑉𝐶2 2 = 3∙350∙(8∙103)2
𝑓

𝐶2 = 73,45𝜇𝐹

Dentre as opções fornecidas pelo enunciado, apenas a solução APAC e ROT estão dentro desta
faixa de valores para a capacitância total do banco.

Portanto,

A alternativa (D) é o gabarito da questão.

Perceba que você deve utilizar o seu conhecimento sobre correção do fator de potência aplicado
à sistemas trifásicos. Essa é uma ótima questão para você fixar e treinar esta matéria!

11. (Pref. Itapevi -Vunesp-2018) A instalação elétrica de uma indústria é monofásica e consome potência
ativa de 36 [kW]. Essa instalação possui fator de potência indutivo igual a 0,8 e tensão de alimentação
de 5 [kV]. O engenheiro eletrotécnico da indústria avaliou essa instalação e propôs o uso de capacitores
para correção do fator de potência, cujos dados estão apresentados na tabela.

Dado que tg [acos(0,92)] = 0,426 e que a frequência angular da rede é 360 [rad/s], o(s) capacitor(es) que
pode(m) ser utilizado(s) de modo a fazer com que o fator de potência do conjunto encontre- se no intervalo
0,92 ≤ cosφ ≤ 1,00:

(A) são apenas o Capa e o Tor.


(B) é apenas o Capa.
(C) é apenas o Tor.
(D) é apenas o Roti.
(E) são apenas o Roti e o Tor.

Resolução e comentários:

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Essa questão solicita novamente que você avalie quais os bancos de capacitores podem corrigir o
fator de potência para um valor maior ou igual a 0,92.

Nós vamos proceder da mesma forma que fizemos na questão anterior. Dessa forma, eu retirarei
algumas explicações para dar dinamismo à resolução.

No entanto, vamos utilizar a relação abaixo para diminuir a quantidade de operações ( já que o
enunciado nos fornece alguns dados necessários).

𝑄𝐶 = 𝑄1 − 𝑄2 = 𝑃(𝑡𝑎𝑛𝜃1 − 𝑡𝑎𝑛𝜃2 )

Vamos analisar a situação original da indústria primeiramente. Ela consome 36kW de potência
ativa e possui um fator de potência indutivo de 0,8. Logo,

𝑓𝑝1 = cos 𝜃1 = 0,8

𝜃1 = cos −1 0,8 = 36,86°

Vamos agora calcular o ângulo de fase considerando o fator de potência igual a 0,92.

𝑓𝑝2 = cos 𝜃2 = 0,92

𝜃2 = cos −1 0,92 = 23,07°

Conforme foi ressaltado anteriormente, o fator de potência pode apresentar o mesmo valor de
forma atrasada (indutiva) ou adiantada (capacitiva). Dessa forma, devemos avaliar o banco de
capacitores que pode aumentar o fator de potência nos dois casos.

No caso em que a potência reativa final (Q2 positivo) é predominantemente indutiva, temos que:

𝑄𝐶1 = 𝑃(𝑡𝑎𝑛𝜃1 − 𝑡𝑎𝑛𝜃2 )

𝑄𝐶1 = 36(𝑡𝑎𝑛36,86° − 𝑡𝑎𝑛23,07°) = 36(0,75 − 0,426)

𝑄𝐶1 = 11,66𝑘𝑉𝐴𝑟

No caso em que a potência reativa final (Q2 negativa) é predominantemente capacitiva, temos
que:

𝑄𝐶2 = 𝑃(𝑡𝑎𝑛𝜃1 + 𝑡𝑎𝑛𝜃2 )

𝑄𝐶2 = 36(0,75 + 0,426)

𝑄𝐶2 = 42,33𝑘𝑉𝐴𝑟

Conforme também estudamos no livro, devemos utilizar a seguinte relação para calcular a
capacitância total em ambos os casos:

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𝑄
𝐶 = 𝜔𝑉 2𝐶
𝑟𝑚𝑠

Assim, o banco de capacitores deve ter no mínimo:

𝑄 11,66 ∙103
𝐶1 = 𝜔𝑉 2𝐶1 = ∙360∙(5∙103)2
𝑟𝑚𝑠

𝐶1 = 1,3𝜇𝐹

E no máximo:

𝑄 42,33 ∙106
𝐶2 = 3𝜔𝑉𝐶2 2 = 360∙(5∙103)2
𝑓

𝐶2 = 4,7𝜇𝐹

Dentre as opções fornecidas pelo enunciado, apenas a solução Capa e Tor estão dentro desta faixa
de valores para a capacitância total do banco.

Portanto,

A alternativa (A) é o gabarito da questão.

Perceba que utilizamos basicamente o mesmo procedimento da questão anterior para


resolvermos este problema.

12. (Pref. Salvador-FGV-2017) Uma instalação elétrica, cujo fator de potência é igual a 0,5 indutivo, solicita
uma potência reativa da fonte igual a 9 kVar. A fim de corrigir esse fator de potência para um valor
mínimo superior a 0,866, deve ser instalado um banco de capacitores
(A) igual a 6 kVar.
(B) igual a 12 kVar.
(C) maior que 12 kVar.
(D) entre 5 kVar e 13 kVar.
(E) entre 6 kVar e 12 kVar.

Resolução e comentários:

Note como esse tipo de questão é frequente nas provas de concursos!

A questão solicita novamente que você avalie quais os bancos de capacitores podem corrigir o
fator de potência para um valor mínimo ou superior a 0,866.

Nós vamos proceder da mesma forma que fizemos nas questões anteriores, utilizando a relação:
110

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𝑄𝐶 = 𝑄1 − 𝑄2 = 𝑃(𝑡𝑎𝑛𝜃1 − 𝑡𝑎𝑛𝜃2 )

Perceba que precisaremos da potência ativa para calcular a potência reativa gerada pelo banco de
capacitores!

Vamos analisar a situação original da indústria para calcular a potência ativa. Ela consome 9kVar
de potência reativa e possui um fator de potência de 0,5 indutivo. Considerando o fator de potência
inicial da indústria, o ângulo de fase equivale a:

𝑓𝑝1 = cos 𝜃1 = 0,5

𝜃1 = cos −1 0,5 = 60°

Pelo triângulo de potência, sabemos que:

𝑄1
𝑡𝑎𝑛𝜃1 = 𝑃

Logo,

1 𝑄
𝑃 = 𝑡𝑎𝑛60° = 5,19𝑘𝑊

Vamos agora calcular o ângulo de fase considerando o fator de potência igual a 0,866. Sabendo
que a potência ativa permanecerá igual, temos:

𝑓𝑝2 = cos 𝜃2 = 0,866

𝜃2 = cos −1 0,866 = 30°

Conforme foi ressaltado anteriormente, o fator de potência pode apresentar o mesmo valor de
forma atrasada (indutiva) ou adiantada (capacitiva). Dessa forma, devemos avaliar o banco de
capacitores que pode aumentar o fator de potência nos dois casos.

No caso em que a potência reativa final (Q2 positivo) é predominantemente indutiva, temos que:

𝑄𝐶1 = 𝑃(𝑡𝑎𝑛𝜃1 − 𝑡𝑎𝑛𝜃2 )

𝑄𝐶1 = 5,19(𝑡𝑎𝑛60° − 𝑡𝑎𝑛30°)

𝑄𝐶1 = 6 𝑘𝑉𝐴𝑟

No caso em que a potência reativa final (Q2 negativa) é predominantemente capacitiva, temos
que:

𝑄𝐶2 = 𝑃(𝑡𝑎𝑛𝜃1 + 𝑡𝑎𝑛𝜃2 )

𝑄𝐶2 = 5,19(𝑡𝑎𝑛60° − 𝑡𝑎𝑛30°)

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𝑄𝐶2 = 12 𝑘𝑉𝐴𝑟

Assim, o banco de capacitores deve gerar no mínimo 6 kVAr e no máximo 12 kVAr de potência
reativa para provocar a alteração do fator de potência a um valor mínimo ou superior a 0,866.

Portanto,

A alternativa (E) é o gabarito da questão.

13. (Pref. Itapevi -Vunesp-2018) Um engenheiro elétrico efetuou medições de tensões de fase, correntes
de linha e potências ativas em três cargas monofásicas indutivas conectadas entre fase e neutro de
uma instalação elétrica trifásica e registrou-as na tabela.

Assinale a alternativa que apresenta corretamente a potência reativa trifásica total, em [kVAr], dado que
a sequência de fases do sistema trifásico é ABC e que o neutro é denominado N.

(A) 21.
(B) 20.
(C) 18.
(D) 9.
(E) 6.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você calcule a potência reativa total consumida pelo sistema. Considerando
os dados fornecidos pela tabela, podemos concluir que:

-O sistema em questão é um sistema desbalanceado devido às diferentes impedâncias de carga,


pois as correntes que chegam às cargas são diferentes!

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-O sistema é composto por três cargas monofásicas indutivas conectadas entre fase e neutro. Ou
seja, cargas conectadas em Y.

Para calcularmos a potência reativa total, devemos calcular a potência reativa em cada fase do
nosso sistema.

A potência reativa em cada fase é dada por:

𝑄𝑝 = 𝑉𝑝 𝐼𝑝 sen 𝜃

Portanto, precisamos determinar o ângulo entre a tensão e a corrente para cada fase do sistema.

Perceba que a corrente de linha é igual a corrente de fase, pois as cargas do sistema estão
conectadas em Y. Vamos analisar cada fase separadamente por meio dos dados fornecidos pelo
enunciado da questão.

Fase (A):

𝑆𝐴 = 𝑉𝑓𝐴 ∙ 𝐼𝑓𝐴 = 500 ∙ 10 = 5000 𝑉𝐴

𝑃𝐴 4000
cos 𝜃𝐴 = = 5000 = 0,8
𝑆𝐴

sen 𝜃𝐴 = 0,6

𝑄𝐴 = 𝑆𝐴 sen 𝜃 = 5000 ∙ 0,6 = 3000𝑉𝐴𝑟

Fase (B):

𝑆𝐵 = 𝑉𝑓𝐵 ∙ 𝐼𝑓 = 500 ∙ 20 = 10000 𝑉𝐴

𝑃𝐵 8000
cos 𝜃𝐵 = = 10000 = 0,8
𝑆𝐵

sen 𝜃𝐵 = 0,6

𝑄𝐵 = 𝑆𝐵 sen 𝜃 = 10000 ∙ 0,6 = 6000𝑉𝐴𝑟

Fase (C):

𝑆𝐶 = 𝑉𝑓𝐶 ∙ 𝐼𝑓 = 500 ∙ 30 = 15000 𝑉𝐴

𝑃𝐶 12000
cos 𝜃𝐶 = = 15000 = 0,8
𝑆𝐶

sen 𝜃𝐶 = 0,6

𝑄𝐶 = 𝑆𝐶 sen 𝜃 = 15000 ∙ 0,6 = 9000𝑉𝐴𝑟

113

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Tendo em vista que a potência total em sistemas desbalanceados é dada pela soma das potências
de cada fase, temos que:

𝑄 = 𝑄𝑎 + 𝑄𝑏 + 𝑄𝑐 = 3 𝑘𝑉𝐴𝑟 + 6 𝑘𝑉𝐴𝑟 + 9𝑘𝑉𝐴𝑟

𝑄 = 18 𝑘𝑉𝐴𝑟

Portanto,

A alternativa (C) é o gabarito da questão.

14. (Pref. São José dos Campos-Vunesp-2015) Uma carga trifásica ligada em triângulo é equilibrada e
possui impedância Zc = 45+j30 [Ω] por fase. Essa carga é alimentada por uma fonte trifásica, simétrica
e de sequência positiva, que possui tensão de fase de 200 [V] e está conectada em estrela. Nesse
contexto, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a corrente de fase na carga equivalente
conectada em estrela, na fase de referência. Para tanto, faça a transformação estrela- -triângulo e
considere que a tensão na fase de referência possui fase nula.

30 20
F) − 𝑗 13 [𝐴]
13
60 40
G) + 𝑗 13 [𝐴]
13
60 40
H) − 𝑗 13 [𝐴]
13
120 80
I) + 𝑗 13 [𝐴]
13
120 80
J) − 𝑗 13 [𝐴]
13

Resolução e comentários:

A questão solicita que realize a transformação estrela-triângulo para calcular a corrente se fase na
carga conectada em estrela.

Por meio do enunciado, as primeiras considerações que devemos fazer são as seguintes:

- O sistema é trifásico e equilibrado.

-A carga equilibrada está conectada em triângulo e possui uma impedância equivalente a Zc = 45+j30
[Ω] por fase.

-A fonte é simétrica em sequência positiva, possui tensão de fase de 200 [V] e fase nula para a fase de
referência.

Vamos transformar a impedância de carga da conexão em triângulo para estrela. Para tal,
consideramos que:

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𝑍𝛥
𝑍𝑌 = 3

45+𝑗30
𝑍𝑌 = = 15 + 𝑗10 = 5√3∠33,69°
3

Como realizamos essa transformação, devemos considerar que o sistema agora possui uma
conexão Y-Y. Portanto, devemos fazer todas as considerações necessárias para analisar um sistema Y-
Y, onde a corrente de linha pode ser calculada por meio da consideração de um circuito monofásico
representado pela figura a seguir.

A corrente de linha pode ser calculada por:

𝑽𝑎𝑛 200∠0°
𝑰𝑎 = = 5√3∠33,69°
𝑍𝑌

𝑰𝑎 = 11,09∠ − 33,69° = 9,22 − 𝑗6,15 𝐴


120 80
𝑰𝑎 = 9,22 − 𝑗6,15 = −𝑗 𝐴
13 13

Portanto,

A alternativa (E) é o gabarito da questão.

15. (Pref. Salvador-FGV-2019) A figura a seguir apresenta o equivalente monofásico de um circuito que
possui uma carga ligada em Y, cuja impedância de fase é ZL , conectada à fonte de alimentação por
meio de um cabo com impedância igual a 3 + j4 Ω.

Diante do exposto, é correto afirmar que


(A) o módulo da corrente de linha é 5√3 A.
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(B) as perdas totais na linha de transmissão são de 75 W.


(C) a potência aparente total consumida pela carga e pela linha de transmissão é 500 VA.
(D) o módulo da tensão de linha é 100 V.
(E) a potência ativa total consumida pela carga é 525 W.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você julgue os itens para determinar qual está correto. Portanto, vamos
analisar cada alternativa.

(A)- o módulo da corrente de linha é 5√3 A.

A alternativa está incorreta, pois a corrente de linha é igual a corrente de fase para cargas
conectadas em Y. Assim, a corrente de linha é:

𝑰𝑎 = 5∠60°𝐴

(B)- as perdas totais na linha de transmissão são de 75 W.

Para calcular as perdas totais apenas na linha de transmissão em uma fase, devemos considerar
que:

𝒁𝐿𝑇 = 3 + j4 = 5∠53,13°

𝑽𝐿𝑇 = 𝑰𝑎 𝒁𝐿𝑇 = 5∠60° ∙ 5∠53,13° = 25∠113,13° = −9,82 + j23

𝑷𝐿𝑇 = 𝑉𝐿𝑇 𝐼𝑎 cos(𝜃𝑍𝐿𝑇 ) = 25 ∙ 5 cos 53,13° = 75𝑊

Como se trata de um sistema equilibrado, temos para a três fases:

𝑷 𝑇𝐿𝑇 = 3 ∙ 𝑷𝐿𝑇 = 225𝑊

A alternativa está incorreta, pois devemos considerar as três fases do sistema.

-(C) a potência aparente total consumida pela carga e pela linha de transmissão é 500 VA.

Para julgar o item, devemos calcular a potência aparente total do sistema. Como se trata de um
sistema equilibrado, temos

𝑆𝑇 = 3𝑉𝑃 𝐼𝑝 =3∙ 100 ∙ 5

𝑆𝑇 = 1500 𝑉𝐴

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A alternativa está incorreta, pois também considerou apenas uma fase e não o sistema por
completo.

-(D) o módulo da tensão de linha é 100 V.

A tensão de fase fornecida pelo enunciado equivale a:

𝑽𝑎𝑛 = 100∠0°

Logo, a tensão de linha pode ser calculada por:

𝑽𝑎𝑏 = √3𝑽𝑎𝑛 ∠30°

|𝑽𝑎𝑏 | = √3 · 100 V

A alternativa está incorreta, pois não considerou o fator “raiz de três”.

-(E) a potência ativa total consumida pela carga é 525 W.

Para julgar o item, devemos calcular a potência ativa apenas carga do sistema. Analisaremos
inicialmente apenas uma fase. A potência ativa na carga é dada por:

𝑷𝐶 = 𝑉𝐶 𝐼𝑎 cos(𝜃𝑉𝐶 − 𝜃𝐼 )

Podemos determinar a tensão na carga aplicando a Lei de Kirchoff das tensões. Assim, a tensão na
carga corresponderá a tensão total menos a queda de tensão na linha de transmissão. Logo:

𝑽𝐶 = 𝑽𝑓 − 𝑽𝐿𝑇

𝑽𝐶 = 100 − (−9,82 + j23)

𝑽𝐶 = 109,82 + 𝑗23 = 112,15 ∠ − 11,82° V

Calculando a potência ativa para uma fase:

𝑷𝐶 = 𝑉𝐶 𝐼𝑎 cos(𝜃𝑉𝐶 − 𝜃𝐼 ) = 112,15 ∙ 5 cos(−11,82° − 60°)

𝑷𝐶 = 175 𝑊

Como se trata de um sistema equilibrado, a potência total consumida pela carga equivale a:

𝑷 𝑇𝐶 = 3𝑷𝐶 = 3 · 175

𝑷 𝑇𝐶 = 525 𝑊

Portanto, a alternativa está correta.

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A alternativa (E) é o gabarito da questão.

16. (Pref. São José dos Campos-Vunesp-2015) Uma carga trifásica desequilibrada ligada em estrela foi
conectada a uma fonte trifásica. Foram feitas medições de tensões e correntes nos terminais da carga
e os resultados estão apresentados na tabela.

Com base nesses resultados, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o valor da potência
complexa trifásica consumida pela carga.
(A) 600∠–30º [VA]
(B) 200∠–150º [VA]
(C) 200∠150º [VA]
(D) 600∠30º [VA]
(E) 600∠0º [VA]

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine o valor da potência complexa trifásica consumida pela
carga.

Primeiramente, devemos considerar que o sistema é desequilibrado devido a carga do sistema. A


potência complexa trifásica consumida em uma fase é dada por:

𝑺 = 𝑽𝑝 𝑰 𝑝 ∗

Como as cargas estão conectadas em estrela, sabemos que a corrente de linha é igual a corrente
de fase. Ou seja, não é necessário fazer nenhum tipo de conversão entre corrente de linha e de fase.
Considerando os dados fornecidos pelo enunciado da questão, a potência complexa para cada fase
equivale a:

𝑺𝐴 = 𝑽𝐴𝑁 𝑰𝐴 ∗ = 100∠0° · 2∠30° = 200∠30°VA

𝑺𝐵 = 𝑽𝐵𝑁 𝑰𝐵 ∗ = 80∠ − 60° · 2,5∠90° = 200∠30°VA

𝑺𝐶 = 𝑽𝐶𝑁 𝑰𝐶 ∗ = 125∠90° · 1,6∠ − 600° = 200∠30°VA

Como se trata de um sistema desequilibrado, a potência consumida pela carga é dada pela soma
da potência consumida por fase. Logo,

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𝑺 𝑇 = 𝑺𝐴 + 𝑺𝐵 + 𝑺𝐶 = 600∠30°VA

Portanto,

A alternativa (D) é o gabarito da questão.

17. (Pref. São Paulo -Vunesp-2012) Uma fonte trifásica ideal, simétrica e de sequência positiva (ABC),
encontra-se na configuração estrela aterrada. Essa fonte alimenta uma impedância de carga, que está
conectada entre a fase A da fonte e o ponto de aterramento. Supondo que a impedância da carga seja
Zcarga = 10j [Ω] e que a tensão na fase A da fonte seja VAN = 300 ∠ 30º [V], assinale a alternativa que
apresenta corretamente as correntes nas fases A, B e C da fonte.

A) 𝑰𝐴 = 30∠ − 60° 𝐴; 𝑰𝐵 = 30∠ − 60° 𝐴; 𝑰𝐶 = 30∠ − 60° 𝐴


B) 𝑰𝐴 = 10∠ − 60° 𝐴; 𝑰𝐵 = 10∠ − 60° 𝐴; 𝑰𝐶 = 10∠ − 60° 𝐴
C) 𝑰𝐴 = 30∠ − 60° 𝐴; 𝑰𝐵 = 0 𝐴; 𝑰𝐶 = 0 𝐴
D) 𝑰𝐴 = 10∠ − 60° 𝐴; 𝑰𝐵 = 0 𝐴; 𝑰𝐶 = 0 𝐴
E) 𝑰𝐴 = 20∠ − 60° 𝐴; 𝑰𝐵 = 20∠ − 60° 𝐴; 𝑰𝐶 = 20∠ − 60° 𝐴

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine as correntes nas fases A, B e C do sistema trifásico.

A fonte de tensão é ideal, simétrica, de sequência positiva e encontra-se na ligação Y. Segundo o


enunciado a fonte de tensão alimenta uma impedância de carga entre a fase a e o ponto de
aterramento. Então, podemos deduzir que a carga está ligada na configuração estrela (corrente de
linha é igual a corrente de fase).

Analisando apenas uma fase do circuito, temos que a corrente de fase para a fase A do sistema
equivale a:

𝑽𝑎𝑛
𝑰𝑎 = 𝑍𝑌

300∠30°
𝑰𝑎 = = 30∠ − 60° 𝐴
10∠90°

Como o enunciado especificou que a fonte alimenta uma impedância de carga conectada entre a
fase A e o ponto de aterramento e não especificou impedância de carga nas outras fases, consideramos
que a corrente na fase B e C é nula.

𝑰𝑏 = 𝑰𝑐 = 0 𝐴

Portanto,
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A alternativa (C) é o gabarito da questão.

Considerar que tenhamos apenas impedância de carga na fase A do sistema, permite que
obtenhamos a resposta corresponde ao gabarito oficial da prova. Mas se houvesse impedância de
carga nas três fases do sistema, nós aplicaríamos a sequência de fase positiva para obter as demais
correntes de fase.

18. (Pref. São Luís-FCC-2015) Um transformador trifásico com secundário ligado em estrela fornece tensão
de linha de 600 V a uma carga resistiva de 20 Ω. Os valores aproximados da tensão de fase e das
correntes de fase e de linha são:

A) VF=346 V; IF=30 A; IL= 30 A


B) VF=600 V; IF=20 A; IL= 52A
C) VF=424 V; IF=52 A; IL= 17 A
D) VF=346 V; IF=17 A; IL= 30 A
E) VF=1040 V; IF=30 A; IL= 52 A

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine a tensão de fase, a corrente de fase e a corrente de linha.

Conforme o enunciado, sabemos que a fonte de tensão (secundário do transformador) está ligada
em estrela alimentando uma carga puramente resistiva. A tensão de linha e a resistência são fornecidas
pelo enunciado.

Para fontes conectadas em estrela, sabemos que a tensão de linha e a tensão de fase se relacionam
por:

𝑽𝐿 = √3𝑽𝑃

Logo,

600
𝑽𝑃 = = 346 𝑉
√3

Perceba que o enunciado não diz nada a respeito da carga ser trifásica. Então vamos considerar
que a tensão fornecida à carga é justamente a tensão de linha do secundário do transformador. Como
o transformador fornece tensão de linha de 600 V à carga de 20 Ω (Lei de Ohm), temos:

𝑉 600
𝑰𝐿 = 𝑅 = = 30 𝐴
20

Perceba que a corrente que passa na linha é a mesma que chega à carga do sistema. Logo,

𝑰𝐿 = 𝑰𝑃 = 30 𝐴

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Portanto,

A alternativa (A) é o gabarito da questão.

Ressalto que você sempre deve tomar muito cuidado ao interpretar o enunciado da questão.

19. (Pref. São José dos Campos-Vunesp-2015) Uma carga trifásica e desequilibrada é alimentada por uma
fonte trifásica, simétrica e de sequência positiva. Essa carga está ligada em estrela, o neutro é acessível
e a tabela apresenta as medições de tensões e correntes efetuadas em seus terminais, utilizando a
convenção do receptor.

Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o valor da potência complexa consumida pela carga.
(A) 246 + j · 100 [VA]
(B) 246 + j · 0 [VA]
(C) 0 + j · 246 [VA]
(D) 100 + j · 0 [VA]
(E) 0 + j · 100 [VA]

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine o valor da potência complexa trifásica consumida pela
carga.

Primeiramente, devemos considerar que o sistema é desequilibrado devido a carga do sistema. A


potência complexa trifásica consumida em uma fase é dada por:

𝑺 = 𝑽𝑝 𝑰 𝑝 ∗

Como as cargas estão conectadas em estrela, sabemos que a corrente de linha é igual a corrente
de fase. Ou seja, não é necessário fazer nenhum tipo de conversão entre corrente de linha e de fase.
Considerando os dados fornecidos pelo enunciado da questão, a potência complexa para cada fase
equivale a:

𝑺𝐴 = 𝑽𝐴𝑁 𝑰𝐴 ∗ = 100∠0° · 1∠0° = 100∠0°VA = 100 VA

𝑺𝐵 = 𝑽𝐵𝑁 𝑰𝐵 ∗ = 100∠ − 120° · 2∠ + 30° = 200∠ − 90°VA = −j200 VA

𝑺𝐶 = 𝑽𝐶𝑁 𝑰𝐶 ∗ = 100∠120° · 2∠ − 30° = 200∠ + 90°VA = j200 VA


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Como se trata de um sistema equilibrado, a potência consumida pela carga é dada pela soma da
potência consumida por fase. Logo,

𝑺 𝑇 = 𝑺𝐴 + 𝑺𝐵 + 𝑺𝐶 = 100 VA

Portanto,

A alternativa (D) é o gabarito da questão.

Perceba que o sinal da fase da corrente foi trocado pelo fato de utilizarmos seu complexo
conjugado!

20. (Pref. Várzea Grande-UFMT-2017) Sobre circuitos trifásicos desequilibrados, assinale a afirmativa
INCORRETA.
A) Os desequilíbrios dos sistemas trifásicos são provocados por impedâncias de carga desiguais.
B) O cálculo da potência em um sistema trifásico desequilibrado requer a determinação da potência em cada
fase.
C) A potência total em um sistema trifásico desequilibrado é três vezes a potência em cada fase.
D) Os desequilíbrios dos sistemas trifásicos são provocados por tensões de fonte desiguais em magnitude
e/ou diferem em fase por ângulos desiguais.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você julgue os itens para determinar qual alternativa está errada.

(A)- A alternativa está correta, pois o desequilíbrio de um sistema pode ser causado por cargas
desiguais (desbalanceadas). Ou também por fontes de tensão desbalanceada (diferentes em
magnitude e/ou não possuem defasagem de 120° entre si.)

(B)- A alternativa está correta, pois a potência total em um sistema trifásico desbalanceado é dada
pela soma das potências consumida por cada fase.

(C )- A alternativa está incorreta, pois a potência total é três vezes a potência em cada fase apenas em
um sistema trifásico equilibrado. Lembre-se que como o sistema é equilibrado a potência consumida
em cada fase deve ser igual.

(D)- A alternativa está correta pela mesma justificativa do item (A).

Portanto,

A alternativa (C) é o gabarito da questão.

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21. (Pref. São Paulo -Vunesp-2012) Uma fonte simétrica, trifásica e de sequência direta (ABC), ligada em
estrela aterrada, alimenta uma carga trifásica, desequilibrada e ligada em estrela aterrada, cujas
impedâncias são: ZAN = 10 [Ω], ZBN = j10 [Ω] e ZCN = 5 – j8,7 [Ω]. Supondo que a tensão na fase A da carga
seja VAN = 100 ∠ 30º [V], assinale a alternativa que apresenta corretamente a corrente de neutro do
sistema (obs.: sen 60º ≈ 0,87).
(A) –17,4 [A].
(B) –8,7 [A].
(C) 10,0 [A].
(D) –10,0 [A].
(E) 17,4 [A].

Resolução e comentários:

A questão solicita que você calcule a corrente circulante no condutor neutro do sistema.

Segundo o enunciado a fonte é simétrica, trifásica, de sequência positiva e está ligada em estrela.
Ela alimenta uma carga trifásica, desequilibrada e que também está ligada em estrela aterrada. Como
o sistema é um sistema desequilibrado, a corrente que circula no neutro não pode ser considerada
nula. Portanto,

𝑰𝑛 = −(𝑰𝑎𝑛 + 𝑰𝑏𝑛 + 𝑰𝑐𝑛 )

O procedimento para resolver essa questão consiste em calcular a corrente de linha para cada fase
do sistema. Por meio dos dados fornecidos pela questão, é possível calcular as tensões de cada fase do
sistema aplicando a sequência de fase positiva. Dessa forma,

𝑽𝑎𝑛 = 𝑉𝑝 ∠0° = 100∠30°

𝑽𝑏𝑛 = 𝑉𝑝 ∠ − 120° = 100∠30 − 120° = 100∠ − 90°

𝑽𝑐𝑛 = 𝑉𝑝 ∠ + 120 = 100∠30 + 120° = 100∠150°

O enunciado também fornece a impedância de carga de cada fase. Elas equivalem a:

𝒁𝑎 = 10 = 10∠0°𝛺

𝒁𝑏 = j10 = 10∠90°𝛺

𝒁𝑐 = 5 − j8,7 = 10∠ − 60°𝛺

Devemos considerar que a corrente de fase é igual a corrente de linha, pois o sistema possui uma
conexão Y-Y. Dessa forma,
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𝑽𝑎𝑛 100∠30°
𝑰𝑎 = = = 10∠30° = 8,6 + j5
𝑍𝑎 10∠0°

𝑽𝑏𝑛 100∠−90°
𝑰𝑏 = = = 10∠ − 180° = −10
𝑍𝑏 10∠90°

𝑽𝑐𝑛 100∠150°
𝑰𝑐 = = = 10∠210° = −8,6 − 𝑗5
𝑍𝑐 10∠−60°

A corrente que circula no neutro equivale a:

𝑰𝑛 = −(𝑰𝑎𝑛 + 𝑰𝑏𝑛 + 𝑰𝑐𝑛 )

𝑰𝑛 = −(8,6 + j5 + −10 − 8,6 − 𝑗5)

𝑰𝑛 = −(−10 ) = 10 𝐴

Portanto,

A alternativa (C) é o gabarito da questão.

22. (Pref. Salvador-FGV-2019) - Uma fonte trifásica simétrica de sequência negativa, na configuração
estrela alimenta uma carga trifásica equilibrada na configuração delta. O ângulo da tensão da fase A é
igual a 25º e as impedâncias da carga possuem um ângulo igual a 45º negativos. O ângulo da corrente
que flui pela impedância alimentada pela tensão VAB é igual a:
(A) 185º
(B) 145º
(C) 70º
(D) -45º
(E) -20º

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine o ângulo de fase da corrente que é alimentada pela tensão
VAB do sistema.

Conforme o enunciado, o sistema é equilibrado e possui ima configuração Y-Δ. Preste muita
atenção, pois a sequência de fase indicada para esse sistema é a negativa. A sequência negativa será o
ponto de partida para resolvermos a questão. Vamos então analisá-la! Segundo estudamos nesta aula,
a sequência negativa é representada por:

𝑽𝑎𝑛 = 𝑉𝑝 ∠0°

𝑽𝑏𝑛 = 𝑉𝑝 ∠ + 120°

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𝑽𝑐𝑛 = 𝑉𝑝 ∠ − 120

Onde, a tensão Vbn está adiantada com relação a Van.

Como já estudamos, a tensão de linha é diferente da tensão de fase quando as fontes de tensão
estão conectadas em Y. E elas se relacionam pela seguinte relação:

𝑽𝐴𝐵 = √3𝑉𝑝 ∠30°

Se necessário, reveja a seção do livro correspondente a essa configuração!

No entanto, esta relação é valida apenas para a sequência positiva (que não é o caso da questão).
Portanto, deveremos deduzir essa relação para a sequência negativa!

Considerando a configuração Y-Δ, as tensões de linha (ou fase-fase) podem ser calculadas por meio
das tensões de fase da seguinte maneira:

𝑽𝑎𝑏 = 𝑽𝑎𝑛 + 𝑽𝑛𝑏

No entanto, devemos considerar o novo ângulo de fase da tensão Vbn. Dessa forma,

𝑽𝑎𝑏 = 𝑉𝑝 ∠0° − 𝑉𝑝 ∠ + 120°

1 𝑗√3
𝑽𝑎𝑏 = 𝑉𝑝 (1 + 2 − )
2

𝑽𝑎𝑏 = √3𝑉𝑝 ∠ − 30°

Esta é a nova relação entre a tensão de linha e a tensão de fase! O enunciado também nos informa
que o ângulo de Van é igual a 25º. Logo,

𝑽𝑎𝑛 = 𝑉𝑝 ∠25°

𝑽𝑎𝑏 = √3𝑉𝑝 ∠25° − 30°

𝑽𝑎𝑏 = √3𝑉𝑝 ∠ − 5°

A impedâncias da carga possuem um ângulo igual a 45º negativos de acordo com a questão. Logo,

𝒁𝛥 = |𝒁𝛥 |∠ − 45°Ω

A corrente de fase da carga conectada em Δ pode ser calculada por:

𝑽𝐴𝐵
𝑰𝐴𝐵 = 𝒁𝛥

Assim,
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𝑽𝐴𝐵 √3𝑉𝑝 ∠−5°


𝑰𝐴𝐵 = = |𝒁
𝒁𝛥 𝛥 |∠−45°

√3𝑉𝑝
𝑰𝐴𝐵 = |𝒁𝛥 |
∠40° 𝐴

Portanto, o ângulo da corrente que flui pela impedância alimentada pela tensão VAB é igual a 40°.

A questão não possui alternativa que corresponda a resposta correta, portanto ela foi anulada.
Devemos prestar muita atenção com relação a sequência de fase, porque o ângulo de fase da resposta
dependerá se a sequência é positiva (abc) ou negativa (acb). O objetivo principal de colocar essa
questão na lista é mostrar para você como as questões com sequência de fase negativa podem ser
cobradas.

23. (Pref. São Paulo -Vunesp-2012) Uma fonte trifásica simétrica de sequência direta (ABC) alimenta uma
carga trifásica equilibrada, ligada em estrela, através de uma linha de transmissão cuja impedância por
fase é ZL = 3 + j4 [Ω]. Dado que a impedância da carga por fase é ZC = 5 + j2 [Ω] e que a tensão de fase
na fonte é VAN = 200 ∠ 0º [V], assinale a alternativa que apresenta corretamente o valor da corrente
de fase IB na fonte. Considere atan (3/4) ≈ 37°.
(A) 20 ∠ 37º [A].
(B) 20 ∠ –157º [A].
(C) 10 ∠ 37º [A].
(D) 10 ∠ –83º [A].
(E) 20 ∠ –83º [A].

Resolução e comentários:

A questão solicita que você calcule o valor da corrente de fase IB.

Segundo o enunciado, a fonte de tensão é simétrica, de sequência positiva e está conectada em Y


(já que fornece o valor de VAN). Ela alimenta uma carga trifásica, equilibrada, conectada também em
estrela por meio de uma linha de transmissão. Logo, estamos diante de um sistema trifásico
equilibrado que possui uma configuração Y-Y.

Para resolver essa questão, devemos considerar tanto a impedância da carga quanto a impedância
da linha de transmissão. Dessa forma, teremos a impedância total de cada fase do sistema. A
impedância total ZT equivale a:

𝒁𝑇 = 𝒁𝐿 + 𝒁𝐶

𝒁𝑇 = 3 + 𝑗4 + 5 + 𝑗2 = 8 + 𝑗6 = 10∠36,86°

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Para atingir o objetivo da questão, nós podemos calcular a corrente de fase IA e aplicar a sequência
de fase para determinar IB. Devemos considerar também que a corrente de linha é igual a corrente de
fase, dado que o sistema possui uma conexão Y-Y. Logo, a corrente de fase IAB equivale a:

𝑽𝑎𝑛 200∠0°
𝑰𝑎 = = 10∠36,86°
𝑍𝑇

𝑰𝑎 = 20∠ − 36,86°

Aplicando a sequência de fase,

𝑰𝑏 = 𝑰𝑎 ∠ − 120° = 20∠(−36,860° − 120°)

𝑰𝐵𝐶 = 𝑰𝑏 = 20∠ − 156,86° 𝐴

Portanto,

A alternativa (B) é o gabarito da questão.

Lembre-se que você pode aproveitar a tabela que eu fiz no final de cada seção para conferir as
fórmulas e as relações que devem ser usadas em cada tipo de configuração!

24. (Pref. São Luís-FCC-2015) Considere o sistema trifásico a três fios representado abaixo, onde todas as
impedâncias são iguais a 30 ∠ 60°Ω.

A potência em W do sistema é, aproximadamente,


(A) 4190.
(B) 2420.
(C) 1900.
(D) 2900.
(E) 1400.

Resolução e comentários:
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A questão solicita que você calcule a potência ativa total consumida pelo sistema. Segundo o
enunciado, o sistema é trifásico. Analisando a figura, perceba também que estamos diante de uma
configuração em que as cargas estão conectadas em Δ.

A potência ativa total em um sistema trifásico pode ser calculada por:

𝑉𝑃 2
P = 3𝑉𝑝 𝐼𝑝 cos 𝜃 = 3 cos 𝜃
𝑍𝛥

Relembre que, independente da configuração (em Y ou Δ), a potência pode ser calculada pela
equação acima.

Já que o enunciado nos fornece a tensão e a impedância de carga, apenas devemos substituir na
equação. Logo,

𝑉𝑃 2 2202
𝑷𝑇 = 3 cos 𝜃 = 3 · cos 60°
𝑍𝛥 30

𝑷 𝑇 = 2420 𝑊

Portanto,

A alternativa (B) é o gabarito da questão.

Perceba que não podemos afirmar que o sistema é balanceado, pois não sabemos nada sobre os
ângulos de fase das fontes de tensão. No entanto, isso não fará diferença para a resolução, já que, na
análise de potência trabalhamos com o módulo da tensão, o módulo da corrente e o ângulo de fase da
impedância de carga (diferença de fase entre a tensão e a corrente) e esses valores serão sempre os
mesmos para as diferentes fases... Isso ocorre porque a impedância do sistema é a mesma para as três
fases, então o ângulo de fase resultante para a potência complexa de cada uma também será igual .

Caso isso não acontecesse aí teríamos que analisar cada fase separadamente

25. (Pref. Vassouras-FUNCAB-2012) Uma rede de alimentação trifásica alimenta uma carga resistiva
trifásica, equilibrada e ligada em triângulo. Considerando que todas as resistências tenham o mesmo
valor e que a ligação seja modificada para estrela, sendo mantido o valor da tensão de alimentação,
assinale a alternativa correta.
(A) A corrente de linha da ligação em estrela é igual a corrente de linha da ligação em triângulo, pois a tensão
é a mesma.
(B) A corrente de linha na ligação em estrela é √3 menor que a corrente de fase na ligação em triângulo.
(C) Na ligação em estrela, ocorre um aquecimento mais rápido das resistências do que na ligação em
triângulo.
(D) Se as resistências são iguais, as cargas nas duas ligações são equilibradas, e as tensões de fase são iguais
em ambas as ligações.

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(E) A tensão de fase na ligação em triângulo é √3 vezes menor que a tensão de fase na ligação em estrela.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você julgue os itens para determinar qual está correto. Portanto, vamos
analisar cada alternativa.

Antes de julgar cada item, vamos analisar como a corrente se comporta quando a ligação é
modificada da ligação da carga é modificada de Y para triângulo conforme o enunciado especifica.

Segundo às informações do enunciado, a carga trifásica, puramente resistiva, equilibrada e


inicialmente ligada em triângulo. Sob uma mesma tensão, a ligação da carga é modificada para estrela.
Portanto, vamos analisar os dois casos.

Quando as cargas estão conectadas em triângulo, a tensão de fase e a tensão de linha são iguais.
No entanto, as correntes de linha e de fase se relacional pelo “fator raiz de três”. Quando as cargas
estão conectadas em estrela, o contrário acontece. A tensão de linha se relaciona coma de fase pelo
“fator raiz de três” e a corrente de linha e de fase são iguais.

Portanto, vamos determinar a corrente de fase e de linha quando a carga está sob a tensão de
alimentação V para as duas situações. Considere a impedância de fase da carga igual a R.

-LIGAÇÃO Δ:

𝑍Δ = 𝑅

Tensão de linha:

𝑉𝐿Δ = V

Tensão de fase:

𝑉𝐹Δ = 𝑉𝐿Δ = 𝑉

Corrente de fase:

𝑉𝐹Δ 𝑉
𝐼𝐹Δ = =𝑅
𝑍𝛥

Corrente de linha:

𝑉𝐹Δ
𝐼𝐿Δ = √3𝐼𝐹Δ = √3 𝑍𝛥

V
𝐼𝐿Δ = √3 R

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-LIGAÇÃO Y:

𝑍𝑌 = 𝑅

Tensão de linha:

𝑉𝐿𝑌 = V

Tensão de fase:

𝑉𝐿𝑌 𝑉
𝑉𝐹𝑌 = =
√3 √3

𝑍𝑌 = 𝑅

Corrente de fase:

𝑉𝐹𝑌 𝑉
𝐼𝐹𝑌 = =
𝑍𝑌 √3𝑅

Corrente de linha:

𝐼𝐿𝑌 = 𝐼𝐹𝑌

Agora podemos julgar os itens, mediante as relações estabelecidas para cada tipo de ligação.

(A) A alternativa está incorreta, pois veja que a corrente de linha na ligação Δ é multiplicada pelo √3
e a corrente de linha na ligação Y é dividida por √3.

(B) A alternativa está correta, pois a corrente de linha em Y é exatamente o valor da corrente de fase
em Δ dividido por √3.

(C) A alternativa está incorreta, pois, como a corrente na ligação Y é menor do a corrente de linha e
que a corrente de fase na ligação Δ, a potência dissipada também será menor causando um menor
aquecimento.

(D) A alternativa está incorreta, pois as tensões de fase para cada situação são diferentes. A tensão de
fase na ligação Y é √3 vezes menor do que a tensão de fase na ligação Δ.

(E) A alternativa está incorreta, devido à mesma justificativa do item anterior.

Portanto,

A alternativa (B) é o gabarito da questão.

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26. (Perito Criminal ITEP-RN- Instituto AOCP – 2017) Considerando uma carga trifásica ligada em estrela
com as seguintes características: impedância as fases Iguais a 4+j3 Ω / fase e tensão de linha de 208 V,
é correto afirmar que a potência ativa total Consumida pela carga é de
A) 1.050,8 W por fase.
B) 5.205,3 W por fase.
C) 12.583,5 W por fase.
D) 3.252,4 W por fase.
E) 2.305,7 W por fase.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você calcule a potência ativa total consumida pela carga. Mas perceba que
as alternativas fornecidas apresentam o valor por fase. Certo?

O procedimento para resolver essa questão consiste em aplicar a expressão e os conhecimentos


relacionados à análise de potência trifásica do sistema. Vamos utilizar a fase A como referência.

A potência trifásica é dada por:

P = 3𝑉𝑝 𝐼𝑝 cos 𝜃 = √3𝑉𝐿 𝐼𝐿 cos 𝜃

Vamos utilizar a expressão em função dos parâmetros de linha, por uma questão de escolha e
conveniência ( isso é pessoal!).

De acordo com o enunciado a carga trifásica é equilibrada e está conectada em estrela. A tensão
de linha também é fornecida. Independentemente de como as fases estão conectadas, teremos a
seguinte configuração para analisar a carga uma impedância de carga conectada entre fase e neutro
da seguinte forma:

Portanto vamos usar a seguinte expressão para calcular a corrente de linha Ia:

𝑽𝑎𝑛
𝑰𝑎 = 𝒁𝑌

Precisamos então da tensão de fase do circuito! Como sabemos:

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𝑉𝐿 = √3𝑉𝑝

𝑉𝐿 208
𝑉𝑝 = =
√3 √3

Também precisamos da impedância de carga na forma polar! Podemos trabalhar apenas com sua
magnitude já que no final das contas precisaremos apenas do cos 𝜃. Ou seja, não precisamos do
arcotangente para determinar especificamente o ângulo 𝜃.

|𝒁𝑌 | = √42 + 32 = 5

Substituindo os valores na expressão da corrente de linha Ia:

𝑽𝑎𝑛 208
𝑰𝑎 = =
𝒁𝑌 √3∙5

Para calcular a potência ativa por fase do circuito, dividiremos a expressão anterior por 3 já que
temos 3 fases no sistema:

P √3
𝑃𝑓𝑎𝑠𝑒 = 3 = 𝑉 𝐼 cos 𝜃
3 𝐿 𝐿

Ainda é necessário cos 𝜃. Vamos determiná-lo por meio do triângulo de impedância!

Temos então que o cos 𝜃 é dado pelo cateto adjacente sobre a hipotenusa, logo:

4
cos 𝜃 = 5

Com todos os valores "em mãos", vamos substituí-los,

√3 208 4
𝑃𝑓𝑎𝑠𝑒 = 208 ∙ ∙
3 √3∙5 5

Resolvendo a expressão, temos:

𝑃𝑓𝑎𝑠𝑒 = 2307,4 𝑊

Portanto,

A alternativa (E) é o gabarito da questão.


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27. (Perito Criminal ITEP-RN- Instituto AOCP – 2017) Em uma carga equilibrada, a tensão fase-fase e fase-
neutro (fase-terra) é dada pela seguinte expressão:

F) 𝑈 = 𝑈0 × 2√3 cos(𝜃)
G) 𝑈 = 𝑈0 × √3
H) 𝑈 = 2𝑈0 ± √3
I) 𝑈 = 2𝑈0 × √2,71
J) 𝑈 = 3𝑈0 × √3𝜋

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine a expressão que relaciona a tensão entre fases (ou entre
linhas) e entre fase e neutro.

Conforme estudamos nessa aula, temos a seguinte relação:

𝑉𝐿 = √3𝑉𝑝

Portanto,

A alternativa (B) é o gabarito da questão.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JOHNSON, D; HILBURN, J; JOHNSON, J. Fundamentos de análise de circuitos elétricos. 4ª Edição. Rio de
Janeiro: Prentice-hall do Brasil,2000.

FITZGERALD, A. E; UMANS, S. D. Máquinas elétricas: Com introdução à eletrônica de potência. 6a Edição. São
Paulo: Bookman, 2006.

EDMININSTER, J.A. Circuitos elétricos. 5a Edição. São Paulo: Pearson Educatin,1991.

SADIKU, M.O; ALEXANDER, C. K. Fundamentos de circuitos elétricos. 3a Edição. México: McGraw-Hill, 2006.

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7. GABARITO

1. Letra D 11. Letra A 21. Letra C


2. Letra E 12. Letra E 22. Anulada
3. Letra C 13. Letra C 23. Letra B
4. Letra A 14. Letra E 24. Letra B
5. Letra B 15. Letra E 25. Letra B
6. Letra A 16. Letra D 26. Letra E
7. Letra C 17. Letra C 27. Letra B
8. Letra C 18. Letra A
9. Letra C 19. Letra D
10. Letra D 20. Letra C

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