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e Inovação para
Engenharia
Material Teórico
Fontes de Inovação na Empresa
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Fontes de Inovação na Empresa
• Introdução;
• Fontes de Conhecimento para a Inovação;
• Desenvolvimento Tecnológico Próprio;
• Inovação Aberta e Inovação pelo Usuário;
• Transferência de Tecnologia;
• Conhecimento Tácito e Conhecimento Codificado;
• Propriedade Intelectual;
• Fontes de Inovação na Indústria Brasileira.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Apresentar conceitos sobre fontes de conhecimento para a inovação, desenvolvimen-
to tecnológico, inovação aberta, transferência de tecnologia, conhecimento tácito e
codificado, propriedade intelectual e fontes de inovação da indústria brasileira.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Fontes de Inovação na Empresa
Introdução
A literatura sobre inovação mostra que a tecnologia não é apenas exógena e nem
totalmente endógena à empresa. Ou seja, o conhecimento da organização é estru-
turado mediante diferentes fontes de tecnologia e de aprendizado, que podem ser
de origem externa ou interna, e que são utilizadas pelas organizações para lançar
novos produtos, melhorar processos, adotar novos métodos de gestão organizacional
e aumentar a competitividade. Nesta unidade, iremos identificar as diversas fontes
de tecnologia utilizadas pelas empresas, discutir suas características, oportunidades
e limitações, bem como levantar seus impactos potenciais sobre a competitividade.
Quadro 1
Fontes de Tecnologia Exemplos
P&D, engenharia reversa, participação em redes
Desenvolvimento tecnológico próprio
de pesquisa.
Licenças e patentes, contratos com universidades e centros
Contratos de transferência de tecnologia
de pesquisa.
Tecnologia incorporada Máquinas, equipamentos e software embutido.
Livros, manuais, revistas técnicas, internet, feiras e exposições,
Conhecimento codificado
software aplicativo, cursos e programas educacionais.
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Fontes de Tecnologia Exemplos
Aprendizado cognitivo, contratação de RH experiente,
Conhecimento tácito consultores, informações de clientes e fornecedores,
estágios e treinamento prático.
Processo de aprender fazendo, usando, interagindo, etc.
Aprendizado cumulativo
devidamente documentado e difundido na empresa.
Fonte: Tigre (2014)
Os projetos de P&D nas empresas podem ter origem tanto na área de vendas,
através da identificação de novas demandas do mercado (demand pull), quanto
nas áreas técnicas que buscam oportunidades tecnológicas para inovar (technology
push). As empresas mais orientadas para o mercado, nas quais a área comercial
tem maior peso nas decisões estratégicas, costumam correr menos riscos. As áreas
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UNIDADE Fontes de Inovação na Empresa
O orçamento de P&D de uma empresa varia muito em função de sua estratégia tecno-
lógica e do setor de atividades em que atua. As empresas que desenvolvem atividades
formais de P&D são geralmente de grande porte, embora também existam pequenas
empresas inovadoras, principalmente em novos segmentos industriais. Os esforços de
P&D são geralmente medidos pelo percentual desses gastos em relação ao faturamento
da empresa. Os setores de aeronáutica, farmacêutico e de microeletrônica costumam
gastar mais de 10% de seu faturamento em atividades de P&D, enquanto setores menos
dinâmicos tecnologicamente investem em média menos de 1%.
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Inovação Aberta e Inovação pelo Usuário
Os custos crescentes de P&D, associados a ciclos de vida do produto cada
vez mais curtos, têm levado algumas empresas a lançar programas de inovação
aberta (open innovation) e inovação pelo usuário. O termo Open Innovation,
em português, Inovação Aberta (IA), surgiu com o autor Chesbrough (2003). Em
seu livro “Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting
from Technology”, o autor aborda os obstáculos para as empresas manterem-se
inovadoras utilizando apenas seus recursos internos. Assim, Chesbrough (2003)
expõe observações sobre a experiência de algumas empresas em utilizarem novas
formas de gerar inovação tecnológica, diante disso, propõe um novo modelo de
geração de inovação – o modelo Open Innovation. Autores como Dosi (1988),
Freeman (1999), dentre outros, já destacavam a interação entre partes externas
e os membros internos da empresa como forma de prospectar possibilidade de
desenvolvimento de novos conhecimentos e inovação.
Ciência e
Tecnologia Novos mercados
Mercado atual
Novos
Projetos de Limites da produtos/serviços
pesquisas empresa
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UNIDADE Fontes de Inovação na Empresa
Sendo assim, compreende-se que a IA torna as fronteiras das empresas cada vez
mais permeáveis aos ambientes que a circundam, favorecendo suas funções de ne-
gócios e de gestão, minimizando a inércia organizacional e adaptabilidade ao meio
ambiente, possibilitando, com isso, a criação de valor e vantagem competitiva para
o negócio (HUANG et al., 2013).
Uma variante desse processo é a inovação pelo usuário, que parte da ideia de
que muitos produtos e serviços são desenvolvidos ou aperfeiçoados por clientes
durante o processo de implementação e uso. Isso ocorre porque os produtos são
originalmente desenvolvidos de forma genérica e, quando usuários individuais se
defrontam com problemas particulares não compartilhados com outros usuários,
eles precisam fazer modificações, ou mesmo desenvolver produtos inteiramente
novos para atender suas necessidades. Frequentemente, usuários compartilham
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suas ideias com fabricantes, levando-os a incorporá-las em seus produtos. Isso in-
clui inovações na forma de usar um produto, na prestação de serviços associados,
na configuração de tecnologias e no desenvolvimento de novas tecnologias propria-
mente ditas (TIGRE, 2014).
Transferência de Tecnologia
O processo de transferência de tecnologia envolve diferentes formas de transmis-
são de conhecimentos, incluindo contratos de assistência técnica, em que a empre-
sa obtém ajuda externa para iniciar o processo produtivo, solucionar problemas ou
lançar novos produtos, obtenção de licenças de fabricação, utilização de patentes e
marcas registradas e a aquisição de serviços técnicos de engenharia (TIGRE, 2014).
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UNIDADE Fontes de Inovação na Empresa
Conhecimento Tácito
e Conhecimento Codificado
A natureza do conhecimento utilizado em atividades econômicas é usualmente
dividida em codificada e tácita. O conhecimento codificado é apresentado sob a
forma de informação, por meio de manuais, livros, revistas técnicas, software,
fórmulas matemáticas, documentos de patentes, bancos de dados etc. A codifi-
cação permite que o conhecimento seja transmitido, manipulado, armazenado e
reproduzido. Já o conhecimento tácito envolve habilidades e experiências pesso-
ais ou de grupo, apresentando um caráter mais subjetivo. Tal conhecimento difi-
cilmente é passível de transmissão objetiva e, portanto, não pode ser facilmente
transformado em informação. O conhecimento tácito permite a diferenciação da
capacitação entre diferentes empresas, pois constitui uma vantagem competitiva
única. A forma mais comum de se adquirir conhecimento tácito é através da ges-
tão do conhecimento, da acumulação de experiência e da contratação de consul-
tores e profissionais de outras empresas (FIGUEIREDO, 2011).
O conhecimento codificado é mais fácil de transferir, mas sua rápida evolução limita
seus benefícios para quem não adquire a capacitação necessária para aprender a deco-
dificar o conhecimento. A codificação cria a possibilidade de transformar informação em
mercadoria, mas seu valor será muito limitado para aqueles que não têm a capacitação
necessária para compreender e utilizar produtivamente o conhecimento (TIGRE, 2014).
Propriedade Intelectual
O valor de uma determinada tecnologia geralmente depende das condições de
apropriabilidade, ou seja, da possibilidade de o inventor ou inovador manter exclu-
sividade sobre a tecnologia por um determinado período de tempo. Tal controle é
geralmente exercido através da propriedade intelectual sobre bens imateriais, por
meio de patentes. Em alguns casos, a tecnologia não é patenteável, e a proteção é
mantida por segredo industrial. Uma tecnologia facilmente imitável leva os rendi-
mentos monopolistas de uma inovação a quase zero (TIGRE, 2014).
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O modelo de utilidade se refere mais a um detalhe de funcionamento, ou de uti-
lização, do que, propriamente, de estética ou configuração. Trata-se de um disposi-
tivo ou forma nova conferida a um objeto conhecido visando aumentar ou facilitar
sua capacidade de utilização. Por exemplo, uma nova engrenagem em um isqueiro
ou um novo dispositivo para abertura de uma lata constitui um modelo de utilidade
passível de ser patenteado.
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UNIDADE Fontes de Inovação na Empresa
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Apesar de atribuir menor importância relativa às atividades de P&D, o cruza-
mento com dados factuais da PINTEC revela que as empresas brasileiras estão
inovando mais: no período 2012 a 2014, do universo de 132.529 empresas com
10 ou mais pessoas ocupadas, 47.693 implementaram produtos ou processos no-
vos ou significativamente aprimorados, perfazendo uma taxa geral de inovação de
36,0%. Houve uma diferença foi de 0,3 ponto percentual acima do verificado no
triênio 2009-2011, quando então a taxa havia sido de 35,7%.
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UNIDADE Fontes de Inovação na Empresa
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Interdisciplinaridade em Ciência, Tecnologia e Inovação
PHILIPPI JUNIOR, A.; NETO, A. J. S. Interdisciplinaridade em Ciência, Tecnologia
e Inovação. São Paulo: Manole, 2010. (e-book)
Gestão da inovação e do conhecimento
POSSOLI, G. E. Gestão da inovação e do conhecimento. InterSaberes: São Paulo,
2012. 172 p. (e-book)
Inovação em produtos e serviços
PAIXÃO, M. V. Inovação em produtos e serviços. InterSaberes: São Paulo, 2014.
184 p. (e-book)
Leitura
Manual de Oslo
OCDE. Manual de Oslo.
https://bit.ly/2n8EOK6
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Referências
CHESBROUGH, H. W.; BOGERS, M. Explicating open innovation: clarifying
na emerging paradigm for understanding innovation. New Frontiers in Open
Innovation. Oxford: Oxford University Press, Forthcoming, pp. 3-28, 2014.
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