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Fixação de frat uras ilíacas em cães com parafusos, fios de aço e ciment o ósseo de polimet ilmet acril…
Bernardo Kemper
traumática em gato doméstico: relato de caso
“Traumatic hip dislocation in domestic cat: case report”
“Luxación coxofemoral traumática en gato domestico: relato del caso”
RESUMEN: Las luxación son lesiones traumáticas visible y permanente de las articulaciones, la cual sólo afecta a
los tejidos blandos y las relaciones anatómicas entre las superficies articulares. La luxación de la cadera es menos
común en los gatos en relación con los perros, debido a sus estructuras anatómicas de las superficies articulares,
pero se requiere un tratamiento quirúrgico debido a la alta incidencia de recidiva. El objetivo de este estudio fue
relatar el reducción fechada de luxación de la cadera traumáticos en un gato con 10 meses de edad, se raza
definida. El animal fue atendido en el Hospital Veterinario Escuela (HEV), Facultad de Veterinaria, Mozambique, con
signos de dolor en la cadera derecha, cojeando y son renuentes a apoyar derecho las extremidades pélvicas. Fue
realizado examen radiográfico de la región de la cadera derecha y artroscopia de la articulación y el diagnóstico
fue luxación cráneo-dorsal. Lo tratamiento realizado fue la reducción cerrada y su posterior estabilización con
vendaje Ehmer durante 10 días. Después de 30 días, el animal no tenía signos de recidiva. Fue concluido que la
luxación de la cadera en los gatos pueden ser tratadas mediante una reducción cerrada siempre que el tiempo
transcurrido entre el trauma y el diagnóstico no excederá 48 horas, siendo que la permanencia de vendaje Ehmer
durante 10 días fue suficiente para la estabilización de la luxación
Palabras clave: acetábulo, gato, dislocación, reducción cerrada, vendaje Ehmer
Introdução dorsal, ventral, ventro-caudal, ventro-cra- das, crepitação articular, movimento limi-
As luxações são definidas como lesões nial, ou ainda, intrapélvica, menos co- tado ou anormal do membro pélvico e his-
que afetam os tecidos moles e as relações mum2,5, sendo as luxações crânio-dorsais tórico de trauma2. O diagnóstico é reali-
anatômicas entre as superfícies articula- as mais frequentes6. A principal causa da zado pelo exame físico e radiográfico em
res. As luxações coxofemorais podem ocor- luxação crânio-dorsal é o trauma de forte projeção latero-lateral e ventro-dorsal2. O
rer nas superfícies articulares intactas, ou impacto aplicado sobre a região coxofe- tratamento é dividido em redução fechada
estando associadas a fraturas de uma ou moral, induzindo a luxação da articulação ou aberta, com estabilização com técnicas
ambas as superfícies articulares1,2. coxofemoral5. Pode ocorrer laceração da conservadoras ou cirúrgicas1,7. Segundo
As luxações coxofemorais em gatos ge- cápsula articular ou do ligamento redon- Denny & Butterworth7, o objetivo do tra-
ralmente resultam de traumas externos, do, avulsão da cabeça femoral ou do ace- tamento da luxação coxofemoral é redu-
sendo 50% a 80% causados por acidentes tábulo e presença de fragmentos ósseos5. zir o deslocamento e estabilizar suficien-
rodoviários e a maioria são lesões unilate- Os sinais clínicos são caracterizados temente a articulação, com vista a permi-
rais3,4. As luxações coxofemorais são clas- por dor, encurtamento do membro afeta- tir a cicatrização dos tecidos moles cir-
sificadas em dorsal, crânio-dorsal, caudo- do, relutância em se levantar e subir esca- cunvizinhos e o retorno à funcionalidade
normal da articulação. A redução fechada uso da medicação pré-anestésica compos-
é indicada nos casos de traumatismos re- ta por morfina (0,5 mg/kg) e acepromazi-
centes, até 48 horas após o trauma, devido na (0,05 mg/kg) associadas em uma mes-
à ausência de cicatrização das lesões dos ma seringa e aplicadas pela via intramus-
tecidos moles articulares e peri-articula- cular. Após 15 minutos foi realizada a ca-
res2,4,5. Após a redução fechada, pode ocor- teterização da veia cefálica, iniciando-se
rer recidiva com taxa que varia entre 50% a fluidoterapia com ringer lactato (10 ml/
a 60%. Por outro lado, a claudicação pode kg/hora) e subsequente indução anestési-
persistir em cerca de 30% a 35% dos ca- ca com propofol (2,5 mg/kg, IV). Após a
sos, dependendo do nível de traumatismo intubação orotraqueal, precedida da insen-
da cartilagem e dos tecidos moles circun- sibilização da glote com lidocaína 2%, re-
vizinhos2,5. Se a técnica de redução fecha- alizou-se a manutenção da anestesia atra-
da falhar ou se o deslocamento reincidir vés da administração de isofluorano.
com persistência, após de repetidas redu- De acordo com o resultado do exame
ções, torna-se necessária uma redução radiográfico foi diagnosticada luxação co-
aberta4,8. xofemoral crânio-dorsal direita (Figura 1).
Sendo a luxação coxofemoral menos A artroscopia da articulação não evi-
Relato do caso
Foi atendido no HEV, Faculdade de Ve-
terinária, Moçambique, uma gata castra-
da, SRD, com 10 meses de idade e pesan-
do 5 kg, domiciliada, com acesso a áreas
externas, com histórico de trauma por atro-
pelamento, há cerca de 20 horas. No exa-
me físico, foi observada claudicação e re-
lutância em apoiar o membro pélvico di-
xação (Figura 5). tabelecer a estabilidade articular. Optou- 6 - DECAMP, C.E. Dislocations. In: OLMSTEAD, M. (Ed.). Small
animal orthopedics. St. Louis: Mosby, 1995, p.347-353.
Paralelamente, foi prescrito o cetopro- se pela redução fechada porque foram ob-
feno (0,2 mg/kg, cada 24 horas, PO) e di- servados danos mínimos aos tecidos mo- 7 - DENNY, H.R.; BUTTERWORTH, S. A guide to canine and
feline orthopaedic surgery. 4.ed., Oxford: Blackwell Science,
pirona (25 mg/kg, cada oito horas, PO) du- les, articulares e/ou ósseos, confirmado 2000, p.110-119.
rante cinco dias e cefalexina (15 mg/kg, pelo exame radiográfico e pela artrosco- 8 - BARDET, J.F. Claudicação. In: ETTINGER, S.J.; FELDMAN,
cada 24 horas, SC) durante sete dias. O pia, e o tempo decorrido entre o trauma e E.C. (Ed.). Tratado de Medicina Interna Veterinária. Moléstias
do cão e do gato, 4.ed., São Paulo: Manole, 1997, p.188-196.
proprietário foi orientado a administrar tra- o tratamento não excedeu 24 horas, de
9 - BARBOSA, A.T.; SCHOSSLER, J.W. Luxação coxofemoral
madol (2 mg/kg, cada oito horas, PO) acordo com citado por López2 e Wadswor- traumática em cães e gatos: estudo retrospectivo (1997-2006).
como medicação analgésica de resgate. th5. As luxações antigas, acima de 48 ho- Ciência Rural, v.39, p.1823-1829, 2009.
Dez dias após o procedimento, o ani- ras, são geralmente irredutíveis por ma- 10 - EVERS, P. Long terms results of treatment of traumatic co-
xofemoral joint dislocation in cats: 64 cases. J Am Vet Med
mal retornou ao HEV e foi lhe removido a nobras externas ou redução fechada. Pois, Assoc.,v.210, p.59-64, 1997.
bandagem de Ehmer e realizado um exa- numa primeira fase, ocorre à cicatrização
11 - MANLEY, P.A. The hip joint. In: SLATTER, D. (Ed.). Text-
me radiográfico da região coxofemoral di- dos tecidos moles lesados, contratura mus- book of Small Animal Surger, 2.ed., vol. 2. Philadelphia: W.B.
reita, não sendo observadas quaisquer al- cular e formação de aderências, e numa Saunders, 1998, p.1786-1805.
terações radiográficas da região da articu- segunda fase, observa-se modificações das 12 - BASHER, A.P.; WALTER, M.C.; NEWTON, C.D. Coxofe-
moral dislocation in the dog and cat. Vet Surg., v.35, p.462-462,
lação coxofemoral. Por outro lado, o ani- extremidades ósseas - artrite, conducentes 1996.
mal não apoiava o membro pélvico direito à neoartrose ou à anquilose5. 13 - OLMSTEAD, M.L. Articulação coxofemoral. In: BIR-
e apresentava atrofia dos músculos qua- Embora Ozadyni3, tenha descrito uma CHARD, S.J.; SHERDING, R.G. (Ed.). Clínica de pequenos ani-
mais, 2.ed., São Paulo: Roca, 1998, p.1135-1137.
dríceps. O mesmo foi encaminhado para técnica de redução fechada da luxação da
14 - WALLACE, L.J. Técnicas de colocação de pinos para o repa-
fisioterapia e após 45 dias o animal retor- articulação coxofemoral para gatos, neste ro das luxações coxofemorais. In: BOJRAB, M.J. (Ed.). Cirurgia
nou a apoiar o membro. caso, foi utilizada a técnica descrita por de pequenos animais, 2.ed., São Paulo: Roca, 2001, p.660-666.