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Equipe PL & PEE

Tradução: Rachel O; MeG B.;


Masterjuliana; Lu; Paula dsf e PEE;

Revisão Inicial: Olis; Sofia; Enchantress

Revisão Final: Su Pinheiro

Leitura Final: Anna Azulzinha

Formatação: Lola
Ian Taggart e toda a equipe de segurança de

McKay-Taggart retornam em Love and Let Die.

Uma história de amor trágico

A missão de Charlotte Dennis foi clara:

distrair e desviar o agente IIA Taggart da CIA

por qualquer meio necessário. Se ela falhasse,

nunca mais veria sua irmã. Com seu

treinamento, deveria ter sido simples, mas depois

de uma noite nos braços de Ian, ela sabia que

salvar sua irmã significaria perder o homem de

seus sonhos.

Ian estava rastreando um terrorista quando

conheceu a bela filha americana de um mafioso

russo. Seu instinto lhe disse que Charlotte era um

problema, mas seu corpo a ansiava como uma

droga e seu coração não seria negado. Ela pegou o

anel e o colar. Pela primeira vez, ele estava

realmente feliz. Mas quando ele fechou seu alvo,


sua traição lhe custou sua missão enquanto seu

sacrifício salvou sua vida. Quando morreu em

seus braços, Ian prometeu que nunca mais

amaria.

Um encontro perigoso

Por seis anos, Charlotte não pensou em nada

além de retornar ao marido, seu Mestre.

Trabalhando nas sombras, ela se dedicou a

ganhar uma chance de recuperar seu lugar na

vida de Ian. Mas o perdão não faz parte do

vocabulário de Ian.

Nada é mais importante para Ian Taggart

do que a sua nova missão. Mas a informação que

ele precisa está firmemente nas mãos da mulher

que o traiu. Para pegar sua presa mais perigosa,

Ian terá que deixar Charlotte entrar novamente

em sua vida. À medida que a caçada os leva a

alguns dos locais mais exóticos do mundo, o

perigo cresce e sua paixão reina.

Será que Ian perdoará sua rebelde submissa

... ou a perderá de novo?


Londres, Inglaterra
—Sr. Taggart?

Ian Taggart ouviu o médico falar, mas tudo o que pôde


fazer foi olhar para a visão na frente dele. Ela estava viva
quando saiu esta manhã e agora ele estava de pé no
necrotério de um hospital de Londres olhando para seu corpo
colocado sobre uma mesa de metal, coberta pelo mais fino
dos lençóis. Ele queria quebrar o vidro entre eles. Como era
possível?

Charlotte não podia estar morta. Não sua Charlie. Ela


não podia estar naquela sala fria de exame, enquanto ele
estava em pé no corredor olhando para seu corpo.

—Sr. Taggart? —A voz do homem tornou-se mais


agitada, seu sotaque ficando mais acentuado, mostrando que
o médico legista era provavelmente de algum outro país. —As
autoridades precisarão falar com você.

Ele apostava que eles queriam. Eles iriam querer mais


do que apenas uma conversa. Eles gostariam de prendê-lo.
Gostariam de colocá-lo em uma cela e deixá-lo totalmente
sem defesa e então alguém muito silenciosamente e
calmamente acabaria com ele, porque esta era uma
armadilha e ele sabia disso. Isto era sobre certificar-se que
ele estava vulnerável.
Alguém sabia sobre a missão irlandesa. Foi marcada
para ocorrer em algumas horas. Ele deveria estar a caminho
de Dublin para se reunir com a equipe G2 que ele tinha no
lugar, um garoto chamado Liam e seu irmão, Rory.

Charlotte não podia estar morta. Ele fez amor com ela
horas antes, dirigindo em seu corpo uma e outra vez,
enquanto ela se agarrou a ele. Ela era a mulher mais forte
que ele já conheceu e ele conseguiu domá-la. Ele conseguiu
colocar um anel em seu dedo e um colar no pescoço. Ele
sabia no minuto que pôs os olhos nela que pertencia a ele.

Minha. Todo o seu ser chamava por ela. Minha.

—Você está ouvindo, Sr. Taggart? — Ian podia ouvir a


voz, mas parecia distante, como se alguém estivesse falando
com ele de uma grande distância.

Sua visão limitou a uma coisa, bloqueando todo o resto.

Deus, Sean nem mesmo sabia que ele tinha se casado.


Ele não disse a seu irmão sobre o casamento e agora sua
esposa estava morta. Sua vida estava em ruínas e ele nem
mesmo poderia chegar a seu irmão. Sean estava em algum
lugar no Afeganistão. Sean pensou que Ian estava com uma
equipe no Iraque. Sean não tinha ideia de que ele trabalhava
para a CIA. Nenhum deles fez. Alex pode suspeitar, mas ele
nunca perguntou.

Será que eles disseram ao seu irmão que ele morreu na


prisão ou o governo dos EUA cobriu tudo? Será mesmo que
ele morreria ou seria enviado a algum lugar que só Deus sabe
onde?
Por que ele pensava assim? Ele precisava se mover.
Precisava dar o fora daqui. Ele precisava…

Ele precisava estar com ela.

Um dos técnicos se moveu e começou a fechar a gaveta


que continha o corpo de Charlotte. Eles fariam uma autópsia
nela mais tarde em uma tentativa de provar que Ian Taggart
matou sua esposa. Ian não tinha dúvida de que eles iriam
chegar a todos os tipos de provas contra ele.

—Nem pense em fechar isso! — Ele bateu com o punho


contra o vidro, mas não quebrou como ele queria. Ele se
manteve firme. O técnico parecia que estava prestes a fazer
xixi nas calças.

E Charlotte ainda estava morta.

—Ela não gosta de espaços fechados. — Ela tinha pavor


de lugares muito apertados. Algo sobre sua infância. Seu pai
foi um idiota controlador que torturou suas filhas e uma das
maneiras pelas quais ele abusou delas, foi prendendo-as em
espaços pequenos. Charlotte odiava estar em elevadores.

Até que ele envolveu seus braços em torno dela e


deixou-a esconder os olhos contra seu peito. No começo, ele
se perguntou se tudo foi um jogo, uma maneira de seduzi-lo.
Ela parecia entendê-lo tão facilmente, mas havia um medo
real em seus olhos e seu pulso acelerou.

É diferente com você, Mestre. Estou segura com você.


Diga-me que estou segura com você, Ian.
Charlotte estava morta. Ele a trouxe para sua vida e
agora ela estava morta. Ela não estava segura com ele.

—Sr. Taggart, a polícia está aqui. Você tem que ir com


eles agora.

A polícia o havia escoltado para o hospital. Um par de


tiras que o trataram com algum respeito, mas ele não
duvidava que iria receber uma visita dos detetives da New
Scotland Yard. Eles não seriam tão cuidadosos com ele. Ou
alguém apareceria, o tipo de homens que não têm restrições
sobre a forma como tratavam um suspeito. Homens como o
próprio Ian.

Deus, Charlotte ainda era linda para caralho. Sua pele


estava pálida, mas era sempre pálida. Não fazia sentido. Ela
tinha que se levantar. Ela tinha que sair daqui com ele. Ian a
amava.

Se ele for com a polícia, seria capaz de estar com ela


novamente. Talvez toda essa merda sobre o céu estava certa e
ele seria capaz de ver Charlie. Talvez pudesse deixar tudo
para trás, todas as mentiras e manipulações.

Ele tinha sido um homem diferente com Charlotte, um


homem mais suave, um homem que poderia ter um futuro.

Deus, ele até pensou sobre crianças de uma forma vaga


e indefinida. Apenas uma pequena visão fugaz de quão doce
sua Charlie ficaria com um bebê em seus braços.

Algo tocou seu ombro direito e ele reagiu sem pensar,


seu cotovelo subiu e voltou. Ele sentiu o impacto, ouviu o
som de cartilagem rachando e então uma enxurrada de
palavrões com os cassetetes fazendo sua primeira aparição.

Ele colocou as mãos no ar, desistindo dessa luta


particular. Ele tinha certeza absoluta que não o levariam para
baixo em um maldito necrotério.

Oh, Deus, ele estava deixando sua esposa em um


necrotério.

Ele forçou a dor a diminuir. Alguém matou Charlotte e


provavelmente tinha algo a ver com a operação que estava
trabalhando. Ele estava rastreando um cidadão russo que
estava tentando adquirir material nuclear. Charlotte tinha
laços com a máfia russa. Não tentou esconder isso. Ela
apareceu no clube em que ele jogava enquanto trabalhava em
Paris e ele pensou que seria uma maneira agradável de
passar um par de semanas e reunir informações. Era para
ser sexo a curto prazo, mas de alguma forma tornou-se mais.
Então ele a trouxe para Londres e ela foi sua amante, sua
esposa, sua submissa.

Agora ela era o seu erro e alguém ia pagar.

Ele ajoelhou no chão, porque não havia mais o que


fazer, senão obedecer no momento. O salão estava muito
lotado para ele se mover. Uma vez que o algemaram, ele só
teria as pernas para usar, mas ele esteve em situações piores
antes. Não podia deixar que o colocassem em uma cela. No
minuto em que ele estivesse em uma, ele estaria vulnerável.
Um milhão de cenários passaram pela sua cabeça, mas
no final do dia, ele estava sozinho. Esta era a sua operação e
ele fodeu tudo.

Metal frio circulou seus pulsos e ele deixou seu corpo


ficar mole. Os policiais se esforçaram para ter os seus 1,98
metros de pé, mas ele não ajudaria. De maneira nenhuma.
Um policial cansado era um do qual ele podia fugir. Ele
deixaria os filhos da puta arrastá-lo todo o caminho.

Um homem de terno e gravata entrou. Ele era diferente


dos policiais, mas não havia dúvida sobre sua autoridade. Ele
tinha um parceiro com ele, um homem um pouco menor,
ainda alto, mas mais magro. Eles puxaram os distintivos,
mostrando as suas credenciais.

Ah, Scotland Yard finalmente fez sua aparição. Estes


homens pareciam capazes de se controlar. Estes não eram
detetives barrigudos de meia idade apenas tentando
aposentar-se. Não. Estes eram predadores.

Talvez fossem realmente da Scotland Yard e talvez não.


Ele estava prestes a descobrir de um jeito ou de outro.

A Agência negaria qualquer conhecimento dele. Ele


estava completamente sozinho. Seu irmão não tinha ideia de
onde ele estava. Seu melhor amigo estava em Washington
trabalhando no FBI.

Ian Taggart desapareceria no sistema e outro operatório


tomaria seu lugar.
Depois de alguns momentos de discussão, o maior dos
dois homens deu um passo à frente, conquistando o direito
ao prêmio.

—Vem comigo, — disse o homem grande com um


elegante sotaque britânico. Ian apostou que ele não perderia
seus sons perfeitamente superiores quando estivesse com
raiva. Ele tinha um olhar aristocrático nele.

Ele tinha que correr. Tinha que encontrar uma maneira


de chegar a seus contatos.

Ian olhou para a janela, quando eles começaram a levá-


lo, mas o pequeno técnico filho da puta, fechou a gaveta,
fazendo com que Charlotte ficasse longe dele.

Ele estava atordoado. Seus olhos não pareciam querer


funcionar. Seu estômago estava embrulhado. Não queria
deixá-la. Como ele poderia deixá-la?

Ele lutou, perdendo a razão. Precisava segurá-la


novamente. Precisava ter certeza. As coisas em seu mundo
podem ser falsas e manipuladoras.

—Só mais um pouco, companheiro. — O homem que


andava ao seu lado nunca olhou para qualquer lugar, mas
em direção ao elevador. —E não tente fazer nada. Eu tive
uma noite bastante dura e gostaria de chegar em casa ileso.
Acredito que o meu chefe prefere ser o único a me quebrar.

Seu parceiro pisou ao lado dele, um sorriso em seu rosto


enquanto piscava para uma das enfermeiras.
—Oh, não é você um lindo passarinho... Tem certeza de
que não temos um minuto, Damon? Não vai demorar muito e
o Yank parece que poderia ter um descanso.

Uma coisa correu bem. Uma fodida coisa. As portas do


elevador se abriram.

—Você é do MI6.

O moreno lhe deu um acendo de cabeça.

—Claro. Deveria estar aqui mais cedo companheiro, mas


o meu parceiro insiste em chá da tarde. O nome é Damon
Knight.

—E eu sou Basil Champion Terceiro, mas obviamente, o


terceiro é apenas um charme. Você pode me chamar de Baz.
Eu acho que nós três estamos prestes a passar um tempo
juntos. Nós temos um problema com os irlandeses. Para o
elevador, antes que a polícia descubra que não somos
realmente da Scotland Yard e todos estaremos fodidos.

Todos entraram no elevador.

Damon Knight apertou o botão para subir e se virou


para ele.

—O que você sabe sobre um homem chamado Liam


O'Donnell?

O'Donnell era um agente da Irlanda, o mesmo que ele


escolheu para se encontrar com o russo. Ele se sentiu
entorpecido, mas obrigado a perguntar.

—O que aconteceu de errado?

—Tudo.
As portas se fecharam e apesar do fato de que ele tinha
outros dois homens com ele, Ian de repente sabia que estaria
sempre sozinho.

Charlotte Dennis despertou na escuridão completa. Por


um momento ela pensou que ficou cega. As drogas que ela
tomou podem causar inúmeros efeitos colaterais horríveis.
Talvez este foi um deles. Mas a dor no ombro era pura ferida
de bala. Porra. Teriam atirado nela? Ela sabia que eles teriam
que deixá-la dentro por um tempo. Se eles tivessem retirado a
bala, eles notariam que ela ainda estava sangrando.
Cadáveres não sangram. Tinha certeza de que alguém lhe deu
uma droga para parar o sangramento, mas remover a bala
faria começar novamente. Ainda estava sangrando? Perfurada
pelo metal?

Deus, ela estava com tanta dor e a do seu coração era


pior do que a ferida de bala.

—Olá?

Alguém deveria estar aqui para levá-la a Chelsea. Ela e


Chelsea deveriam estar livres de seu pai agora.

—Olá? — Sentia-se fraca, mas seu corpo esteve tão


perto da morte que ninguém suspeitaria que ela estava viva.

Onde estava Ian agora? Eles o prenderam? Ela não era


estúpida. Sabia o que Eli Nelson tentava fazer. Ele queria —
distrair— um agente da CIA. Que melhor maneira haveria
para distraí-lo do que matá-lo?
O problema era que seu marido era muito duro de
matar.

Deus, se ela descobrisse que ele foi preso e morto


enquanto estava sob custódia, ela voltaria para baixo e não
precisaria de drogas. Ela morreria, simplesmente
desapareceria.

Por que Ian Taggart tem que ser o único homem no


mundo para ela?

Charlie respirou, sua cabeça ainda grogue. Ela


precisava chegar a sua irmã. Não viu Chelsea por meses. E se
seu pai a machucou de novo? E se ele a matou? Ela tinha
que ver Chelsea, certificar-se que estava viva.

E ela tinha que salvar Ian. Tinha que encontrar uma


maneira.

Mas primeiro tinha que encontrar o interruptor de luz.

Ela tentou mover o braço bom e sentiu o metal frio na


ponta dos seus dedos. Suas mãos começaram a tremer de
uma maneira que não tinha nada a ver com as drogas que ela
tomou.

As luzes não estavam apagadas no quarto. Ela não


estava em um quarto.

Ela jogou a mão para fora, desesperada para provar que


seus instintos estavam errados, para provar que ela não
estava presa em uma caixa.

Tudo o que encontrou foi mais metal. Ela não estava


presa em uma caixa. Estava presa em um caixão.
O grito que saiu de sua garganta quase rachou seus
ouvidos. Ela tinha quatorze anos de novo e estava presa na
caixa que seu pai a trancava quando se rebelava. Às vezes,
ela não estava sozinha na caixa. Às vezes, um rato ou uma
cobra conseguia entrar e Charlie tinha que matá-los com
suas mãos ou pés. Ela ainda lembrava da cobra mordendo-a
mais e mais antes que ela encontrasse uma maneira de matá-
la. Felizmente não era venenosa, mas ela não sabia disso.

Bateu as mãos contra as paredes que a seguravam e


gritou do jeito que gritava quando era criança.

Não. Não era igual, porque agora ela gritou um nome.

Agora gritou por seu marido. O marido que ela traiu.

Sentiu seu corpo inteiro puxar para trás e então a luz


inundou sua visão.

—Cale sua fodida boca, Charlotte, ou você não vai ver


sua irmã novamente. Você não pode vê-la se eu tiver que
matá-la.

Ela ficou completamente em silêncio. Ela desistiu de


tudo por Chelsea. Tudo. Porque Ian Taggart se tornou seu
tudo. Lágrimas nublaram sua visão. Uma figura escura
pairava sobre ela.

Obrigou-se a sentar-se, cada músculo dolorido e com


espasmos. Seu estômago revirou e de repente havia uma lata
de lixo na frente dela quando começou a vomitar.

Houve um longo suspiro.


—As drogas vão fazer isso com você. Um efeito colateral
infeliz.

Eli Nelson, o homem que prometeu salvá-la se ela fizesse


um pequeno e minúsculo trabalho para ele, estava ao lado
dela em seu terno projetado para atrair o mínimo de atenção.
Tudo sobre o homem era calculado para fazê-lo parecer tão
brando e normal quanto possível. De sua altura média até o
cabelo indefinido, ele se encaixava no meio da multidão.

Ela decidiu. Eli Nelson era o diabo.

Ela esvaziou o estômago e voltou-se, com as pernas


balançando. Olhou para o ombro esquerdo. Um curativo
estava enrolado em volta dele.

—Sim, querida, eu pensei que deveria mandar tirar a


bala antes que você acordasse. Eu não poderia tê-la incapaz
de correr. A dor deve ser insuportável. Quero parabenizá-la
por sua força.

—Quem o tirou? Eles puxaram. — Ela agora tinha mais


uma cicatriz em um corpo cheio delas.

Os lábios de Nelson se ergueram em uma imitação


medonha de um sorriso.

—Eu cuidei disso. Eu não queria deixar qualquer


evidência para trás. Eu tenho um homem lá dentro que me
deixou entrar depois que todas as formalidades acabaram. As
suturas podem não estar perfeitas, mas eles fizeram o
trabalho.
Deus, será que ela nunca pararia de tremer? Estava tão
frio. Fazia horas que ela esteve nos braços quentes de Ian?
Agora estava aqui. Ela reconheceu onde estava.

Um necrotério.

Estava em um necrotério porque tinha morrido e agora


ela estava viva novamente. De salto alto Lázaro. Suas roupas
estavam cobertas de sangue. O que diabos ela ia fazer agora?
Não podia pensar sobre o futuro. Tudo o que importava era a
resposta a uma pergunta.

—Onde está Chelsea?

Nelson fez um gesto para alguém atrás dele e a porta se


abriu.

—Charlotte. — Sua irmã mais nova tropeçou dentro, seu


aparelho arrastando pelo chão.

Chelsea tinha vinte e dois anos de idade, mas parecia


muito mais jovem. Era magra e fraca porque o pai a
mantinha assim. Para seu pai, Chelsea era nada além de
uma ferramenta para fazer com que Charlie fizesse o que ele
queria. Apesar do fato de que elas eram tecnicamente
adultas, o seu pai ainda as governava com mão de ferro.
Depois que ele o tinha encontrado e sequestrado de Mama,
ele tornou impossível para elas saírem da Rússia. Até Eli
Nelson aparecer com a barganha do diabo. Agora Chelsea
estava aqui e elas poderiam correr. Elas poderiam esconder-
se.

Será que ele poderia encontrá-las?


—Seu pai está morto, — Nelson disse sem rodeios. —Eu
mantive minha parte do acordo. MI6 provavelmente vai
encontrar o seu corpo em um par de dias e eles vão acreditar
que tudo acabou. Eventualmente, vão descobrir que o seu
querido papa não era o único a tentar comprar urânio, mas
por enquanto vão acreditar no que eu quero que eles
acreditem. Obrigado querida. Esse caos não teria sido
possível sem você.

Com as mãos trêmulas, ela agarrou sua irmã, puxando-


a para trás de seu corpo no caso de tudo ter ido para o
inferno.

—Eu não entendo.

Nelson encolheu um pouco.

—Você não deve. Você fez um trabalho decente levando


Taggart em torno de seu pau e eu aprecio isso. Você olha
para mim como se eu fosse matar você. Se eu quisesse matá-
la, eu não teria falsificado a sua morte. Eu teria tornado real.
Você entende o quão complexo foi? Não, querida, quero que
você viva. Você provou ser muito inventiva quando se trata de
recuperação de informação. Eu poderia usá-la no futuro. Na
verdade, eu quero que você comece a rastrear alguns
jogadores, incluindo o seu amado.

Ian. Ian não estava morto. Ela deu um profundo suspiro


de alívio. Se Ian estivesse morto, ela poderia rastejar de volta
para dentro daquela caixa de metal e deixar a loucura levá-la.

—Eu pensei que este era um jogo para matá-lo.

Nelson riu.
—Ah não. Eu nunca sacrifico um peão até que eu
precise. Agora nossos empregadores estão trabalhando tão
duro para lidar com as questões do Sr. Taggart que não estão
olhando para mim e é assim que eu quero isso por um tempo.
Tenho alguns planos para agentes como o Sr. Taggart que
exigem que sua atenção seja direcionada para outro lugar.
Não que você precise saber quais são os meus planos.

Não. Ela era apenas mais um dos seus peões,


exatamente como foi para o seu pai.

Nelson entregou-lhe um conjunto de chaves.

—Há um BMW no estacionamento com novos


passaportes, passagens de avião e uma maleta com
cinquenta mil dólares dentro. Contate-me quando você se
estabelecer nos Estados Unidos. Espero grandes coisas de
você, Charlotte Dennis.

Ela quase disse, quase o corrigiu. O nome dela era


Taggart. Ela tinha sido Charlotte Marie Taggart por trinta e
dois dias e ela nunca teria outro nome, porque nunca tomaria
outro homem. Ela pertencia a seu Mestre e sempre o faria.

Nelson se virou e começou a sair pela porta.

—Você deve se apressar, querida. O seu cadáver será


perdido em breve. Não é todos os dias que um cadáver some.
Estou deixando evidências suficientes para trás para apontar
para o seu marido ou a família que tanto amava você. Eu não
quero Taggart fazendo muitas perguntas. Scotland Yard vai
suspeitar de Taggart e Taggart vai suspeitar de seu pai
recentemente falecido e de seus homens. Meu palpite é que
eu fui bom com o seu querido velho pai. Eu só cortei sua
garganta. Aposto que Taggart teria feito algo pior.

Ele assobiou um pouco quando saiu do necrotério, seus


comparsas acompanhando. A porta se fechou com um
pequeno murmúrio e elas estavam sozinhas.

—Charlotte, você está bem? — Ela fez a pergunta no


idioma de sua infância, a língua de sua mãe, Inglês. A mãe
delas as batizou com nomes americanos. Ela conseguiu
correr, fugir durante anos, antes de seu pai encontrá-las
novamente. Durante anos, tudo o que falou era russo. Exceto
em seus lugares secretos. Quando ficavam sozinhas, tinham
mantido o seu Inglês. Sua verdadeira linguagem. Quando ela
ouvia, ela sabia que estava segura.

Chelsea. Ela tinha que pensar em Chelsea. Chelsea


estava completamente desamparada e seu marido poderia
cuidar de si mesmo.

—Temos de ir. Ele tem razão. Eu não posso ser


encontrada aqui.

—Eles drogaram o guarda noturno e aparentemente,


Nelson tem alguns dos funcionários em sua folha de
pagamento. Temos alguns minutos. Seu braço está bem?

—Eu acho que ele ainda funciona. — Elas seriam uma


dupla e tanto. Chelsea com seu pé mancando e ela com uma
ferida de bala no braço. Sim, eram verdadeiras ameaças
físicas.
—Charlotte, você acha que ele está morto mesmo? —
Perguntou Chelsea, as palavras soando no quarto quase
silencioso.

Vladimir Denisovitch. O pai delas. Seu agressor. O


homem que bateu tanto em Chelsea que suas pernas nunca
foram as mesmas. Aquele que transformou Charlotte em uma
assassina treinada porque ninguém suspeitaria de uma
menina tão suave. —Eu não sei.

Ela não acreditaria até que visse. Mas a morte de seu


pai só iria resolver um dos seus problemas. Provavelmente
abriu mais uma centena, incluindo o fato de que seu marido
suspeitaria que ela estava mentindo para ele. Trabalhou tão
duro para ganhar sua confiança e tudo foi quebrado agora.

—Vamos voltar para os Estados Unidos? Eu quero ir


para casa, Charlotte. Não onde morávamos, apenas de volta
para a América. Mas e se os homens de papai nos encontrar?

—Então nós vamos ter que matá-los.

Chelsea olhou para ela e pela primeira vez, Charlie viu a


força profunda nos olhos de sua irmã. Por muito tempo,
Chelsea tinha sido seu fardo. Ela amava sua irmã. Também
sacrificou a maior parte de sua vida por ela. Mas agora,
Chelsea estendeu a mão e as estabilizou.

—Você realmente se casou com esse homem? Ian


Taggart?

—Eu o amo. — Pelo menos uma pessoa no mundo deve


saber a verdade. —Eu não queria. Foi estúpido, mas eu o
amo.
—Podemos ir até ele?

E arriscar Nelson acabar com tudo? Deus, poderia Ian


até mesmo falar com ela depois de tudo o que fez?

—Acho que não. Eu nem sequer sei onde ele está. Não
sei por que Nelson acha que eu vou ser capaz de localizá-lo.
Ian é um agente e um muito bom nisso. Acho que preciso de
tempo para descobrir tudo.

Ela precisava encontrar uma maneira de ser digna dele.


Se voltasse para sua vida agora, ele poderia realmente matá-
la. Seu marido era um homem perigoso e ela o colocou e toda
a sua operação em perigo. Ele levaria isso a sério. Não
haveria palmadas leves seguidas por um orgasmo retido.

Não, sua sub o traiu. Ele não confiaria nela novamente.

A menos que encontrasse uma maneira de compensá-lo.

Chelsea assentiu.

—Então nós levamos nosso tempo e vamos ficar mais


fortes. Eu quero ser forte agora. Descobri algumas coisas.
Estivemos tentando sair deste mundo, mas nós não podemos.
Sempre nos puxará de volta. Sempre seremos filhas de
Denisovitch. Podemos encurtar e americanizar nosso
sobrenome que todos nós gostamos. Os homens como Nelson
sempre saberão e eles querem nos usar.

—Temos que ficar longe. — Ela estava tentando sair


durante anos, mas se tornou conhecida por tudo o que seu
pai a treinou para fazer. Ele a encontrara novamente aos
treze anos e não esperou muito tempo para começar a
ensinar-lhe o que significava ser sua filha. Ele não teve
nenhum filho, então ele tratou Charlotte como um. Ela
executou o seu primeiro golpe aos quatorze anos. Matou o
primeiro aos quinze. Roubou seu primeiro banco em seu
décimo sétimo aniversário. Ela fez tudo isso porque seu pai a
teria matado se não o fizesse, mas as manchas estavam na
sua alma mesmo assim.

E quando tinha vinte e seis anos, ela finalmente


descobriu o que era amor, quando um homem que parecia
um Viking tomou-a nos braços e lhe mostrou um mundo
totalmente diferente. Um mundo onde ela poderia confiar em
alguém o suficiente para submeter-se a ele.

—Ele não vai nos deixar. Você ouviu o que ele disse. Ele
espera que você o chame.

Charlie assentiu.

—Sim. Eu. Você não. Quando voltar para os Estados


Unidos, você vai para a faculdade e eu vou lidar com isso.

Sua irmã segurou a mesa e a olhou diretamente nos


olhos.

—Eu parei de te deixar arruinar sua vida. Ouça-me e


ouça-me agora. Eu sei que você pensa que sou apenas uma
aleijada.

—Chelsea, não. — Sua irmã era frágil, mas ela nunca


quis fazê-la se sentir mal sobre isso. Desde que sua mãe
morreu, Chelsea era toda a sua vida.

Ela balançou a cabeça.


—Sim, é como você me vê e até agora, é como eu agi. Fui
um rato pequeno e assustado. Eu a deixei desistir de tudo
por mim. Mas não mais. Quando formos para casa, eu vou
ajudá-la. Aprendi muito nos últimos anos. Papa me fez
aprender a invadir sistemas. Eu sou realmente boa. Posso
escrever código, também. Eu posso ser útil.

—Eu não quero isso para você. — Ela estava tentando


sair deste mundo por causa de sua irmã.

—E eu não quero que você perca o homem que ama,


mas eu tenho que lidar com isso agora, não é? Não, se não
podemos fugir deste mundo, então há uma coisa a fazer.

Seu coração endureceu ligeiramente quando percebeu a


verdade das palavras de sua irmã.

—Temos de governá-lo.

Chelsea concordou.

—Este mundo funciona em informações. Por isso, se nos


tornarmos o centro de tudo, nós os usaremos da maneira que
nos usaram.

Ela encontrou seus pés, sua irmã firmemente contra ela.


Eram apenas duas meninas contra um mundo de operações
negras e crime movido a dinheiro.

De repente, ela sabia que iria ganhar. Teria seu marido


de volta e iria derrubar todos os que tentarem impedi-la.
Otimismo. Tinha que ter isso. Ela tinha que acreditar que
poderia fazer tudo o que precisava.
Se havia uma coisa que ela aprendeu em sua vida, era
que o mundo era um jogo.

Ela iria ganhar ou iria morrer.


Dallas, TX

Cinco anos depois

Ian Taggart olhou através da mesa para sua esposa


anteriormente morta e observou as mudanças que os últimos
cinco anos trouxeram.

Ela estava mais velha. Haviam linhas finas ao redor dos


olhos que anteriormente não estavam lá. Seu cabelo estava
um loiro avermelhado, mas parecia estranhamente bom nela.
Combinava com seus olhos azuis escuro.

A morte foi muito boa para ela. Ainda era a mulher mais
deslumbrante que ele já tinha viu. Seu retorno dos mortos
mexeu mais do que sua curiosidade.

Seu pau estava duro, mas ele não ia ceder. Não. Não
dessa vez.

—Tetraodontidae1? — Ian perguntou depois de um


tempo muito longo, muito tenso. Ele estava curioso sobre o
que ela usou para falsificar sua morte. Tetraodontidae foi
uma boa aposta.

1
Os tetraodontídeos (Tetraodontidae), geralmente designados como baiacu, peixe-balão ou fugu compõem uma
família da ordem dos peixes Tetraodontiformes. O seu nome científico provém da língua grega, significando "com
quatro dentes". Sua dieta consiste em algas, moluscos, crustáceos e outros invertebrados
Ela apareceu em sua porta, toda olhos azuis brilhantes
e cabelo espesso e chamando-o de mestre. Superou seu
incrivelmente rigoroso sistema de segurança. Seu irmão
gostava de chamá-lo de paranoico, mas Ian sabia a verdade.
O mundo realmente estava lá para pegá-lo. Era o que
acontecia com espiões. Eles raramente chegavam à velhice,
mesmo os que saíram.

Ele assistiu muitos de seus colegas morrerem, alguns


dolorosamente e sob tortura. Esta foi a primeira vez que um
voltou do outro lado. Claro que, quando ele se casou com ela,
não tinha exatamente percebido que ela era uma espiã.

Sabia que algo estava errado, mas pensou que ela


estava em apuros. Foi um tolo.

Ele a convidou apenas porque era educado. E porque


descobriria o que diabos ela queria dele.

E porque não podia ajudar a si mesmo. Foda-se, não


poderia ajudar a si mesmo em tudo. Ele não gostava da
sensação agora mais do que tinha na época. A partir do
momento em que a vira, sabia que a teria, não importa o que
fosse preciso e esse sentimento começava a enraizar-se em
seu estômago novamente.

—A neurotoxina baiacu? — Ela balançou a cabeça. —


Não. Quer dizer, eu acho que pode ser baseado nisso, mas
era uma pílula. Eu tomei uma pílula e então era como
dormir.
Ele assentiu brevemente. Quando percebeu que era
realmente Charlotte de pé em sua porta, ele juntou tudo.
Pena que foi muito estúpido naquela época.

—Eu ouvi rumores de que a Agência trabalhava em uma


droga zumbi. Acho que eu saí antes que realmente precisasse
usá-lo. Sorte minha.

Uma droga zumbi foi usada para falsificar a morte de


um agente. O baiacu tem uma neurotoxina em seu corpo, que
tornaria um ser humano sem vida, aparentemente sem
fôlego. A vítima parece morta. A vítima quase sempre
acabaria morta, mas aparentemente alguém lá fora
aperfeiçoou a mistura.

Ela estremeceu um pouco.

—Eu não recomendo.

—E o sangue? — Ela estava coberta dele, ele ficou


coberto. Às vezes, ainda podia sentir o cheiro de cobre
misturando-se com o sabonete de lavanda que ela usava em
seu corpo. Ele amava o cheiro de lavanda, até aquele dia.

—Oh, ele realmente me deu um tiro. Ele me deu a droga


e então puxou o gatilho. — Ela empurrou um dos lados da
blusa expondo o ombro e mostrando a cicatriz enrugada
abaixo de sua clavícula esquerda. —Foi perto o suficiente
para eu supor que o sangue te fez pensar que era meu
coração.

Ele queria empurrar essa roupa fora e dar uma olhada


em cada polegada de sua pele, procurando as novas cicatrizes
que ela teria, deslizando seus dedos por aquelas que ela tinha
quando se casaram.

Antes de morrer. Antes que ela voltasse.

A primeira vez que ele fez amor com ela, pensou que ela
tinha um mau Dom em seu passado. Ela tinha mais
cicatrizes do que a maioria dos homens que conhecia e todos
eles eram das forças especiais.

Por enquanto, ele iria se contentar em ter suas


perguntas respondidas. Não cederia à adrenalina das batidas
do seu coração por tê-la de volta. Seu primeiro instinto foi
envolver-se em torno dela e nunca a deixar ir embora. Seu
segundo foi arrastá-la para o calabouço e tirar toda a sua
raiva. Mas não. Não faria nenhuma dessas coisas durante
esta pequena entrevista. Ele veria como um pós-operatório.
Era o tipo de coisa que faria com seus empregados. Iria
sentar com eles e passar por um milhão de perguntas, na
tentativa de descobrir exatamente como os filhos da puta
estragaram as coisas.

Desta vez ele foi o único que ficou completamente fora


dos trilhos e estava profundamente curioso do quão longe ele
ficou.

—Quem?

Charlotte franziu a testa como se toda a reunião não


fosse muito da maneira como planejou. Sem dúvida, esperava
que ele cedesse ao instinto número um.

—O que quer dizer com quem?


Ele gostou do fato de que ela estava fora de equilíbrio.
Ela não conseguia entender a calma dele. Ele não podia
culpá-la. Sempre foi um idiota apaixonado ao redor dela. Ela
não conhecia o real Ian Taggart, o que era antes de se casar
com ela, o que encontrou seu caminho de volta depois de
longos anos de luto. Ele estava frio, calmo, contido. Era um
profissional.

—Quem atirou em você, Charlotte?

Ela se acalmou.

—Você não vai gostar, Mestre.

—Ian, por favor. Eu não sou seu Mestre, querida. Prefiro


que você use o meu nome. Eu mantenho o título honorário
para os meus submissos. — Ele manteve sua voz uniforme,
mas a palavra ‘Mestre’ o afetou quando saiu de sua boca.

—Você sempre será o meu mestre, — ela disse, com voz


doce e um pouco triste. —E eu sua submissa.

—Nós vamos ter que concordar em discordar sobre isso.


— Ou ele poderia empurrá-la sobre o joelho, tirar aquele
jeans fora de seus quadris e bater no seu traseiro tolo.
Charlotte podia aguentar. Ela desejava isso.

Quem estava batendo em seu traseiro, amarrando-a e


fodendo com ela até que gritasse? Porque não havia nenhuma
maneira dela ter ficado sem.

—Mestre, eu preciso que você me ouça. — Seus olhos


azuis imploraram para ele. Aqueles olhos eram o que
começou tudo em primeiro lugar. Oh, ele amava seus seios e
quadris. Ela estava solidamente construída e isso era perfeito
para ele. Queria uma mulher que pudesse foder por horas e
não se preocupar em quebrar, mas seus olhos eram
surpreendentes. Azul oceano, como as águas do Caribe que
refletem um céu de cristal. Ele foi atraído por aqueles olhos.

—Estou ouvindo, Charlotte. — Um pensamento lhe


ocorreu. —Esse é o nome que você usa agora ou devo chamá-
la de Kristen? Não tenho ideia de qual é seu nome verdadeiro.

Suas mãos fizeram punhos frustrados. Ah, ela não


mudou sua forma de se expressar. Esses punhos sempre
apareciam quando achava que ele era teimoso. Seu cabelo
pode ter mudado, mas ele ainda poderia dizer quando estava
incomodando-a.

—Eu sou Charlotte Dennis e você malditamente sabe


muito bem isso. Você conferiu da primeira vez. Nunca menti
sobre o meu passado.

Ele levantou uma sobrancelha.

Ela mordeu o lábio inferior, seus olhos deslizando


submissamente.

—Peço desculpas, Mestre. Eu não deveria ter


amaldiçoado.

Ele se sacudiu. Era apenas um hábito. Discipliná-la foi


um hábito, da mesma forma que ela afundando de joelhos a
seus pés e esfregando o rosto na perna foi um hábito. A
maneira como ele era capaz de relaxar e pensar enquanto
acariciava seu cabelo e apreciava o contato antes que
inevitavelmente a puxasse em seu colo e começasse a fazer
amor com ela.

Sim. Apenas um hábito. Ele poderia quebrar hábitos.


Não a tinha em cinco anos e sobreviveu muito bem.

—Amaldiçoe o quanto quiser. Eu provavelmente faria se


meu chefe tivesse atirado em mim e depois me dosado com
toxina baiacu. Você acha que ele esperava que você vivesse?

Ele sufocou o pânico que apareceu com o pensamento


de alguém atirar nela, envenená-la e deixá-la ali no chão de
seu apartamento como um sacrifício. O protecionismo
também era um hábito. Ela não era dele para proteger e
nunca foi. Ela não foi realmente sua sub. Foi sua adversária
e a primeira rodada tinha ido para ela.

Mas ela não ganharia essa.

—Ele não era meu chefe, querido. Ele tinha algo que eu
precisava e eu achava que era o único que poderia fazer o
trabalho. Depois que te conheci, percebi o quão estúpida eu
era. — Seus olhos estavam muito nublados com lágrimas e
ela começou a estender a mão para ele. Ele moveu as mãos e
inclinou-se para trás, fora de seu alcance. —Eu deveria ter
falado com você, mas até então o homem para quem eu
estava trabalhando tinha Chelsea. Depois que ele matou meu
pai, ele tomou-a como seguro de que eu iria fazer o trabalho.
Não podia arriscar Chelsea.

—Claro que não. — Ele não sabia quem Chelsea era.


Provavelmente seu cão. —Eu quero um nome, Charlotte.

Sua mandíbula se apertou e ela olhou para suas mãos.


—Chelsea é o nome da minha irmã. Eu sei que não lhe
disse sobre ela, mas ela é mais jovem do que eu. Ela é mais...
frágil. Você se lembra de como eu disse a você sobre o meu
pai?

Seu pai mafioso russo. Sim, Vladimir Denisovitch. Ele


tinha a ficha criminal de cerca de 20 quilômetros de
comprimento em vinte e dois países diferentes. Se ele
seguisse o costume da máfia russa de tatuar seus crimes em
seu corpo, Ian tinha certeza de que não haveria um
centímetro de pele sobrando no corpo de Vlad. Mas seus
crimes contra Charlotte foram ainda piores. No entanto, Ian
não se importava mais.

—Eu perguntei por um nome. Não preciso saber sobre


sua irmã.

—Você vai ser difícil.

Ele balançou a cabeça.

—De jeito nenhum. Se você não quiser falar, deve se


sentir livre para sair. Não há nada de difícil sobre isso.

Ela respirou fundo antes de falar.

—Eu vou te dizer, mas quero que você fique calmo.

Tudo caiu perfeitamente no lugar. Havia apenas um


nome que ele pudesse pensar que realmente o enfureceria.
Ou se ele realmente se importasse com ela.

—Então é Eli Nelson. Isso faz sentido. Eu pensei que iria


encontrá-lo no fundo desta pilha particular de merda.
Nelson parecia estar no fundo de toda a merda
desagradável que aconteceu com Ian estes dias.

Na época, que conhecera Charlotte, Ian trabalhava em


um caso complicado envolvendo a unidade de inteligência
irlandesa G2, MI6 e um suposto terrorista russo. Eli Nelson
estava com a CIA, mas o caso era a operação de Ian.
Infelizmente, Ian foi distraído pela adorável Charlotte Dennis,
como Nelson planejou. Nelson fugiu com um par de milhões
em títulos ao portador e se colocou como um traficante de
armas.

Ian tirou a merda da CIA.

—Eu não o conhecia quando concordei em ajudá-lo.—


Charlotte não fez nada para parar as lágrimas escorrendo
pelo rosto. —Eu não te amava.

—Sim, bem, eu percebi isso alguns momentos atrás,


quando você apareceu na minha porta.

Seu cabelo loiro avermelhado tremia. Na verdade, ficava-


lhe muito bem. Quando ele a conheceu, ela tinha cabelos
negros. Isso aqueceu sua pele.

—Não, Mestre. Eu quis dizer que não te amava quando


comecei a operação. Isso mudou tão rapidamente. Por favor
acredite em mim. Eu nunca quis te machucar. Mestre, eu te
amo tanto. Tenho trabalhado por cinco anos para voltar para
você.

—Um bilhete de avião teria feito isso. Você deveria


tentar o aeroporto. — Ele não compraria essa besteira. —Eu
fiz isso de Londres para Dallas muito bem.
Claro que ele fez isso em um jato particular, porque MI6
teve de encobrir a morte de sua esposa. Na época eles
acreditavam que seu corpo desapareceu em uma tentativa
dos russos fazerem Ian parecer culpado e jogar toda a
operação no caos. Agora ele sabia que foi apenas o bom e
velho Eli Nelson, o grande babaca americano e do crime.

Ele encontraria Eli Nelson. Rasgaria Eli Nelson aberto e


brincaria com suas entranhas, enquanto o filho da puta
vivesse para vê-lo. Nada de tortura sofisticada para Nelson.
Ele não iria enviar o bastardo para Guantánamo. Simples.
Iria mantê-lo simples. Apenas ele e uma mordaça de bola e
uma das facas de filé de Sean. Ele deixaria que o seu irmão
brincasse também. Sean provavelmente desfrutaria de
castrar Nelson, refogar seu pau e forçá-lo a comer. Poderia
ser um projeto familiar. Talvez eles pudessem ter um fim de
semana.

—Por que você está tão feliz, Mestre? — Perguntou


Charlotte. —Ele realmente me assusta.

Ele forçou o sorriso do rosto. Ultimamente, suas


fantasias de vingança o tornavam muito mais feliz do que as
sexuais. Porque as sexuais, todas giravam em torno dela.

—Eu gostaria de uma descrição detalhada de tudo o que


você sabe sobre Nelson, mas eu não seria capaz de confiar em
uma palavra que você tem a dizer, não é? É muito provável
que jogue o e-mail que você me enviou no lixo. — Pouco antes
dele abrir a porta, recebeu um e-mail com todos os tipos de
informações sobre Eli Nelson. Agora era inútil, porque veio
dela. Ele estava pronto para acabar com essa pequena
entrevista. Havia uma garrafa de Scotch cinquenta anos
chamando seu nome. Onde estava o seu telefone? Ele
precisava de um pouco de música.

—Eu vou dizer-lhe tudo o que você quer saber. Enviei-


lhe o e-mail porque quero ajudar a encontrar Nelson. —
Charlotte levantou-se, movendo-se em torno da mesa e
ficando de joelhos na frente dele. —Mestre, eu sei que tenho
muito para compensar, mas vou fazê-lo. Vou ajudá-lo. Eu já
fiz. Salvei Alex. Eu fiz isso para você.

Ele sentiu os olhos se estreitarem.

—Está certo. Você se colocou na frente de uma bala por


Alex.

Ela estava jogando um jogo mais longo do que ele lhe


deu crédito.

Ela assentiu com a cabeça.

—Sim e eu faria novamente porque você ama Alex e eu


te amo. Eu cuidei deles. Guiei-os juntos novamente. Você
acha que eu não me lembro de como você falou sobre eles?
Você queria que nós todos vivêssemos juntos.

Eles se deitaram na cama na noite em que se casaram e


falaram sobre voltar para os Estados Unidos. Ele queria
mudar-se para Virginia para estar perto de Alex e Eva. Foi
conversa de travesseiro, nada mais. Ele não quis dizer uma
palavra. Não tinha a intenção de desistir de sua carreira por
ela, então ele poderia ser algum idiota vivendo nos subúrbios
e ter churrascos de quintal e ir para os jogos de futebol dos
seus filhos.

—Bem, eu acho que tenho meu desejo, embora estamos


em Dallas e não Virginia. — Um pensamento súbito ocorreu-
lhe e tinha a mão praticamente se contraindo. —Você trouxe
meus amigos juntos tudo bem, mas isso não é tudo que você
fez, não é, sua pequena pirralha?

Ela deu-lhe um sorriso fraco.

—Eu tinha que mantê-lo longe, mestre. Eu mudei partes


da minha aparência, mas eu nunca seria capaz de enganá-lo.
Você acabaria com tudo. Você pode ser um pouco valentão
quando quer.

Ela fingiu ser uma repórter e se ofereceu para ajudar


Alex a localizar o homem que estuprou e aterrorizou a esposa
de Alex, Eve. Ela trouxe a maior parte da equipe para seu
apartamento em St. Augustine, Flórida, mas Ian encontrava-
se com uma série de coisas dando errado.

—Você me colocou em uma lista no-fly2.

Entre outras palavras. Ela causou estragos em sua vida.

—Se eu não tivesse feito, teria descoberto que era eu e


toda a operação iria pelos ares.

—Você congelou minhas contas bancárias. Moveu-as


para outro nome. — Ele foi tão estúpido. Acreditou que era

2
Uma lista de potenciais parceiros sexuais que um indivíduo nunca consideraria dormir com.
Nelson atrapalhando ele. Deus, teria um cérebro em sua
cabeça quando se tratava dessa mulher?

—Eu deveria obter pontos por nomeá-lo calças mega


gostosas. Eu quis dizer isso como um elogio. Você está tão
bem, Mestre. E na verdade, foi Chelsea que lidou com todo o
material do computador. Sou na maior parte apenas
músculos comparados a ela. Sou boa em buscar informações,
mas nada como ela. Ela é muito inteligente, entende. Se eu
soubesse melhor, teria mudado tudo para Big Tag. — O
sorriso mais sexy enrolou seus lábios para cima. —Eu
conheci um pouco sobre a operação Florida. Ele é um
excelente cozinheiro, mas se acha demais. Ele é atraente,
mas nada comparado a você.

Agora, seu pau estava de volta à luta. Ela estava


ajoelhada a seus pés, seus olhos suaves e doces, aquela voz
rouca dela chamando por ele. Ela sempre olhou para ele
como se pudesse comê-lo e voltar para mais. Ele poderia
estender as mãos e enrolá-la em seu cabelo e puxá-lo. Ela
adorava ter seu cabelo puxado. Ele podia ser áspero com
Charlie, porque isso a deixava quente.

Era exatamente por isso que ele não podia tocá-la. Ela
era seu calcanhar de Aquiles. Nelson sempre soube isso.

—Então, eu devo a essa Chelsea a pesquisa recente da


minha cavidade corporal.

—Como eu disse, Chelsea é minha irmã, Mestre. Eu


adoraria te contar tudo sobre ela. Por que você não me deixa
fazer-lhe uma bebida e nós conversamos mais? Se você está
com fome, posso preparar alguma coisa. — Ela colocou a mão
sobre sua coxa. —Eu me tornei muito melhor em cozinhar ao
longo dos anos. Sei o quanto você gosta de italiano, então eu
trabalhei sobre isso. Posso não ser tão boa como Sean, mas
pareço melhor do que ele cozinhando nua.

Seu pênis se contorceu. Sua frequência cardíaca


acelerou. Todo o seu sistema nervoso central estava em
sintonia com ela. Cinco anos mais tarde e ela tinha-o no
limite com um simples toque. Ninguém nunca chegou a ele
como Charlie fez. Ela era sua hot spot 3sexual.

Ou você simplesmente a amava, idiota. Sua voz interior


estava começando a soar muito como Alex.

Ele cuidadosamente moveu a mão fora de sua perna.

—Eu acho que vou passar. Eu tenho um trabalho a


fazer. Você deve deixar seu chefe saber que vou matá-lo
muito lentamente.

—Ele não é meu chefe, Ian. — Suas bochechas coraram,


as sobrancelhas se unindo em um frustrado V.

Finalmente, ele conseguiu chegar até ela.

—Eu acreditaria totalmente em você, querida, se não


fosse uma excelente mentirosa.

—Eu não estou mentindo. — Ela assumiu o controle de


si mesma novamente. Seu rosto ficou tranquilo, seu olhar
submisso. Ela o usara mais de uma vez e sempre funcionava.

3
Uma área desconhecida do corpo humano que quando tocada, lambida ou soprada, pode
despertar sensações.
—Eu passei os últimos cinco anos tentando ser uma pessoa
melhor para você, Mestre. Como posso provar isso?

Ela não podia. Não havia nenhuma maneira que ele


pudesse acreditar nela novamente. Tinha sido um tolo por
acreditar nela em primeiro lugar.

Mas sua mão estava de volta em sua perna, os seios


expostos em uma camiseta decotada. Ele amava seus seios.
Eles eram o tamanho certo e natural. Ele amava como
pareciam sair do sutiã apertado que ela usava. Eles se
afundariam apenas um pouco, mas isso só provava o quão
suave eram. Seus mamilos costumavam enrugar-se
docemente para ele. Eles eram duros pequenos seixos agora?

—Mestre... Ian, eu sei que isso vai ser difícil, mas você
precisa saber que não estou desistindo. Eu te amo. As únicas
pessoas que amei na minha vida foi minha irmã e minha
mãe, por isso não vou desistir de você.

Ou ela tinha outra agenda e trepar com ele sem sentido


vinha antes. Ela não era terrivelmente criativa, mas também
não deu a ela nenhuma razão para pensar que tinha que ser.
Ela piscou para ele o seu ame-me, salve-me, foda-me e Ian
deixou toda a sua carreira e uma grande operação ir pelo
ralo. Isso quase custou-lhe a vida.

É claro que a virada sempre foi um jogo justo. Não que


isso importasse. Ele não jogava limpo.

—Você sentiu minha falta, Charlie? — Ele não lutou


contra seu pênis neste momento. Talvez ele e seu pênis
conseguiriam o que queriam. Havia sempre um compromisso.
Charlie não se importou de tomar cerca de mil orgasmos dele
sem explicar suas verdadeiras intenções.

Não havia jeito de perder o engate em sua voz. Sua mão


deslizou sobre sua coxa.

—Você sabe que sim. Eu senti sua falta a cada minuto


de cada dia.

Ele certamente sentiu falta de foder com ela. Ele ignorou


aquela pequena voz que soava muito parecida com Alex, que
gritava para ele que isso era uma ideia horrível. Se Alex era o
anjo em seu ombro, seu pênis era o diabo e o diabo pensou
que este era um de seus planos mais brilhantes.

—Mostre-me.

Ele flexionou os quadris, demonstrando exatamente que


parte dele que precisava de sua atenção.

As mãos de Charlotte foram direto para suas calças e


Ian deixou o diabo assumir o controle.

Ele tramava algo. Ela não era estúpida. Mas também


não estava disposta a deixar a chance passar. Sexo conectou-
os em todos esses anos. Poderia fazer a mesma coisa agora.

Tinha que funcionar. Ela chegou longe demais para


desistir. Ela o queria demais.

Ela lutou um pouco com o botão de suas calças. Ele


ainda estava vestido com a calça do smoking. Ela observou-o
entrar em Sanctum, seu clube, no início desta noite. A
cerimônia de casamento de Alex e Eva foi realizada lá. Ela
queria tanto se juntar a ele. Alex e Eva, Adam e Sean
tornaram-se seus amigos durante o tempo que passaram na
Flórida. Claro, eles não sabiam o nome verdadeiro dela nem
nada, mas foi honesta sobre a maioria das coisas. Sentia
como se pertencesse àquele pequeno círculo de amigos – o
círculo de Ian.

Ela ficou extremamente ciumenta que o idiota do Jesse


recebeu um convite e ela não. Jesse foi o único que atirou
nela. Oh, ele pensou que estava apontando para Alex, mas foi
ela que recebeu aquela bala e Jesse era todo sorrisos, como
se ele valsasse no Sanctum, como se fosse dono do lugar.
Eles não deveriam ter assassinado brutalmente o pequeno
filho da puta?

—Existe algum problema? — A voz de Ian era


positivamente fria.

Às vezes, ela ficava um pouco desatenta quando se


sentia segura o suficiente. Ela viveu sua vida no limite tantas
vezes que, quando tinha uma chance de relaxar, ela ficava
desatenta4. Normalmente só podia relaxar em seu
apartamento bem protegido, no alto da cidade, mas apenas
estar na presença de Ian teve um efeito sobre ela.

—Peço desculpas, Mestre. Minha mente vagou.

—Algumas coisas nunca mudam, — ele resmungou.

4
Aqui ela se refere ao fato de ter TDAH
Não, elas não mudam. Ela suspirou quando o pênis de
Ian pulsou contra sua calça. Era um monstro. Sim, seu
Mestre estava com fome, mas então ele sempre esteve. Esta
pode ser a única chance que tinha para colocá-lo em um
estado de espírito razoável. Ele podia realmente ser um idiota
irresponsável quando queria ser.

Ela trabalhou no botão e baixou o zíper. Ela não fez isso


há anos. Desde o momento em que ‘morreu’, manteve-se
perfeitamente pura, porque enquanto Ian poderia pensar que
seu casamento estava acabado, Charlie sabia muito bem que
não estava. Não poderia estar.

Ele não estava usando cueca. Muitas vezes ele não


usava quando vestia calça. Ela adorava isso, amava que
estivesse a um zíper de distância para tomá-la. Agora que
estava aqui no mesmo espaço com ele, tudo o que ela queria
fazer era deleitar-se em tudo sobre o seu marido, seu cheiro,
a forma como sua pele se sentia contra a dela e mais do que
tudo, queria se lembrar o quão gostoso ele era.

—Eu vi que você contratou Jesse Murdoch.

—Não fale, — Ian ordenou entre os dentes cerrados. —


Eu não preciso de um comentário neste momento.

—Mas eu posso fazer as duas coisas. — Ela era boa em


multitarefas e havia realmente apenas uma maneira de
manter Ian na tarefa ou ele diria um de seus comentários
frios, divertidos, cheios de maldição que tendiam a fazer com
que todos ao seu redor se escondessem. —Jesse Murdoch
atirou em mim.
Ian resmungou um pouco, seus quadris contraindo
ligeiramente.

—Eu sabia que havia uma razão pela qual eu gostei do


garoto.

Ela revirou os olhos.

—Legal.

Ela tomou seu pau na mão e ficou profundamente


satisfeita com o suspiro que o encheu. Ele recostou-se na
cadeira, forçando seus quadris para cima, colocando seu pau
em exibição.

—Não é como se eu o contratasse. Jamais contrataria


qualquer um deles. Eles aparecem para trabalhar e então
Grace ficou chateada quando eu não quis pagá-los. PTSD5
Jesse seguiu Alex de volta da Florida como um cachorro
perdido. Eu continuo dizendo para Alex não alimentar
animais vadios. Eles nunca vão embora. Nem mesmo depois
que eles morrem.

Ela não podia deixar de sorrir.

—Eu era um pouco vadia, não era? — Ela esteve perdida


e Ian pegou e cuidou dela.

Ele rosnou um pouco.

—Eu não quero ouvir você falar, Charlie. Eu


definitivamente não quero refazer o nosso passado muito
patético. Não romantize isso. Eu tive um dia de merda e

5
Transtorno pós traumático.
quero gozar. Isso é tudo que estou disposto a lhe oferecer. Eu
quero que você me chupe e depois vá embora. Se você não vai
fizer isso, posso ligar para alguém que o fará.

Ele sempre foi honesto sobre sexo, mas ela tinha certeza
que poderia convencê-lo do contrário. Sexo sempre fora
quente entre eles. Um beijo e ela acendia como um fósforo.
Ela planejava montar o pau do seu mestre antes que a noite
terminasse. Estaria de volta em sua cama, seus braços
envoltos em torno dela. E o faria escutar.

Ela definitivamente não ia deixar sua natureza teimosa


levá-lo a dormir com uma de suas companheiras de foda. Ele
estava prestes a descobrir que o seu tempo de brincar com
cada sub que entrara pela porta acabou.

—Bem, se vai ser tão unilateral, Mestre, eu acho que a


sua pobre sub deve pelo menos ser capaz de defender seu
caso. — A cabeça de seu pau já estava chorando, uma gota
perolada bem na ponta. Ela não podia ajudar a si mesma...
pegou o prêmio com a língua. Tanto tempo. Fazia tanto
tempo.

Ian assobiou, seu corpo contraindo-se.

—Eu não vou ouvir, Charlie.

Mas ele já estava. Era simplesmente teimoso demais


para admitir isso. Ele a chamou de Charlotte naquele tom
gelado dele e Charlie num tom estrondoso do fundo do seu
peito, um rosnado baixo e sexy. Charlie era o seu apelido
para ela. Ele era a única pessoa em todo o mundo que a
chamava assim.
—Provavelmente não, — admitiu ela, mas seus olhos
estavam em seu pênis. Ele era maior do que qualquer homem
que já viu antes e ele sabia como usá-lo. —Você sabe o
quanto eu senti falta disso, Mestre?

Agora, seus olhos se abriram e ela podia ver uma pitada


da raiva que ela esperava.

—Estou surpreso que você se lembre. Tenho certeza que


você já passou por uma dezena de Mestres desde mim.

Ela balançou a cabeça rapidamente, tentando não


mostrar a ele o quanto o tom possessivo que ele usava a
agradou. Ela precisava deixar isso muito claro.

—Não, Ian. Não houve absolutamente ninguém, embora


você provavelmente não pode dizer o mesmo.

Ela sabia a verdade. Ela acompanhou-o. Ele levou


muitas mulheres, mas não foi sério com qualquer uma delas.

—Eu tive uma centena de mulheres desde você, amor.


Mal me lembro de você.

Que mentiroso. Ele era como um leão maldito com um


espinho na pata. Ele sempre foi. Ela chegou perto o suficiente
para tirá-lo uma vez. Ela só tinha que fazê-lo novamente. E o
sexo era o único caminho para o coração frio de Ian Taggart.

—Então vou ter que lembrá-lo, mestre.

Ela agarrou seu pênis pela base. Ele era tão grande e
grosso que ela mal conseguia colocar sua palma toda em
torno dele. Seus dedos não podiam se fechar. Ela passou a
mão, logo abaixo do bulbo em forma de ameixa na parte
superior diretamente acima de suas bolas. Ela as chuparia
uma por uma em sua boca quando tivesse tempo. Ele a
deixaria jogar por horas com seu pau, lambendo, chupando e
adorando-o. Adoração ao pau, amor ao pau, ela fez tudo e
queria de novo. Seu pênis foi o primeiro e único a trazer
prazer para ela e que mostrou que fazer sexo pode ser algo
especial.

Ela bombeou seu pau em sua mão novamente e


novamente antes de pairar sobre a cabeça, dando-lhe uma
sugestão do calor de sua boca.

—Eu amo você, Ian. — Ela sussurrou as palavras sobre


sua carne como se pudesse fazer-lhes uma parte do seu
corpo. —Eu senti sua falta a cada segundo de cada dia que
estávamos separados e cada noite eu sonhei com você.

Ele se afastou, seu rosto perfeitamente em branco.

—Eu não ouvirei essa merda, Charlie. Posso me dispor a


ignorar suas divagações sobre o passado, mas não ouvirei
isso.

Seu coração doía um pouco, mas ela recuou. Ele não


estava pronto. Tinha que dar-lhe um pouco de espaço. Ele
estava deixando-a fisicamente. A parte emocional pode
demorar um pouco. Ela se inclinou e levemente sugou a
cabeça de seu pau, satisfeita quando ele relaxou novamente.
Deve ter sobrado alguma confiança entre eles.

—Bem. Então vamos falar sobre algo mais agradável. Eu


gosto da sua cidade. É quente, mas eu gosto muito de Dallas.
—Bom para você, porque nunca realmente faz frio. Não
é como na Rússia. — Ele gemeu. —Lamba o lado de baixo.

Tão mandão. Ela deixou sua língua encontrar a parte


inferior de seu pênis e lambeu o V profundo com carinho. A
pele do seu pau era suave como a seda.

—Eu comprei um condomínio em Victory Park. Eu posso


ver toda a cidade.

Suas mãos enrolaram em seu cabelo.

—Esses condomínios são extremamente caros, Charlie.


O que você tem feito, sua pequena criminosa?

Ele podia dizer que esqueceu, mas ele ainda a conhecia


muito bem. Ela deixou sua língua correr pelo longo
comprimento de seu pênis, ignorando o puxão em seu cabelo.

—Eu fiz um pouco de dinheiro no negócio da


informação.

Ele puxou seu cabelo de novo, um puxão forte. Ela


quase fechou os olhos pelo modo como atacou seu couro
cabeludo.

—Você é uma intermediária?

Ela encolheu os ombros um pouco.

—É a vida. Eu tento não me envolver em qualquer coisa


muito desagradável. Você não deve me julgar, Ian. Meu
negócio encontrou Michael Evans para Alex. Eu sou a única
com uma pista para Eli Nelson. Você não foi capaz de
encontrá-lo.

Ele balançou a cabeça e a deixou ir.


—Eu não quero ouvir sobre ele, Charlie. Ele era seu
chefe. Não posso acreditar em nada que você diga sobre ele.
Pelo que sei, ele te enviou aqui. Coloque minhas bolas.

Ele ia deixá-la louca.

—Não seja tão teimoso, Mestre. Estou tentando dar o


que você precisa.

—Não me dê ordens, sub. O que eu preciso é sentir suas


mãos em minhas bolas.

Bem, ela queria que ele pensasse em sexo. Ele ficava


muito mandão e inflexível quando seu pau estava duro. Pelo
menos ele não estava mais usando aquele tom frio com ela.
Ela se abaixou e rolou suas bolas na palma da mão.

Este era o lugar onde ela deveria ter estado todos os dias
durante os últimos cinco anos. Ela afundou no papel
submisso que Ian lhe ensinou a valorizar. Tudo foi uma luta
antes daquele dia em um clube de Paris, quando encontrou
seu amante, seu mestre, seu marido.

Eles só tinham que superar aquela horrível traição e


tudo ficaria bem.

—Apenas chupe-me, Charlie. Apenas me chupe, porra!


— Ele não iria pedir-lhe o que precisava. Ela sabia disso. Não
estava em sua natureza. Suas necessidades e desejos saiam
como demandas, mas há muito tempo ela descobriu o que ele
estava realmente pedindo. Ele queria esquecer tudo apenas
por alguns minutos. Ele encontrou sua paz no domínio e ela
afundou em sua submissão.
Metades de um todo. Almas gêmeas. Em algum lugar ao
longo do caminho, Ian tornou-se o anjo em seu ombro. Oh,
ele era um anjo mal-humorado, mas era a voz que ouvia
quando estava tentada a seguir os passos de seu pai e
queimar o mundo ao seu redor.

Ela só conheceu violência e raiva antes de Ian Taggart.

E ela lhe devia mais do que sua vida. Ela se instalou e


rezou para que ele pudesse perdoá-la.
Ian rangeu os dentes e prometeu a si mesmo que não
iria perdoar a deusa e cadela de sua esposa, mas porra, ela
sabia como chupar seu pênis. Ele não conseguia se lembrar
de quantos boquetes recebeu ao longo de sua vida, mas sabia
quantos eram de Charlie.

Charlotte. A porra do nome era Charlotte Denisovitch,


ela era uma informante e estava de volta para usá-lo da
mesma maneira que fez antes. Não importava que ela deu a
ele catorze boquetes, cada um deles, uma memória fascinante
em sua cabeça porque fez isso com uma submissão tão doce.
Ela hesitou no início, mas depois o seu entusiasmo oprimiu
essa hesitação. Havia alegria no ato e não uma simples troca
de prazer.

Ela passou a língua pelo seu pênis, iluminando cada


polegada de sua carne. Ele observou seu cabelo vermelho e
dourado, cobria suas coxas e ele queria jogar as calças à
distância para que sentisse quão suave isso era. Ele era
totalmente fascinado por isso. Ele pensou que Charlie era
linda antes, mas havia uma estranha confiança na mulher à
frente dele que a deixava ainda mais sexy.

A maioria das subs que ele fodeu no último dois anos


teria chorado se ele usasse esse tom de voz com elas, mas,
não Charlie, ela apenas rosnou direto de volta. Não havia
ninguém correndo para longe, na esperança de encontrar um
Mestre amável. Charlie sabia o que queria e não recuou.

Foi o que o tinha atraído por ela, em primeiro lugar.


Charlie foi uma mistura de vulnerável e predadora e ele
simplesmente não podia resistir a ela.

Ele deixou cair a cabeça para trás.

—Você quer fazer isso durar, Mestre? — Charlie


perguntou entre longas sugadas ao longo de seu pênis.

Ela era a única que tinha que perguntar. Ele tinha o


controle de si mesmo. Era seu equipamento, ele gozaria
quando quisesse. Sempre fez. Exceto quando Charlie foi
selvagem com ele e então ele estava em seu mundo e ela
poderia levá-lo a lugares que nunca foi antes.

Iria mostrar que ele não era o mesmo idiota que foi
enganado antes. Ele deslizou as mãos pelo cabelo loiro
morango em seus punhos, era como seda.

—Pare de falar.

Cada palavra que saiu daquela boca mentirosa dela o


trouxe mais perto do limite. Ele não ia acabar na cama com
ela. Não iria. Ele iria controlar este encontro, com um pouco
de vingança, antes que ele a jogasse de volta no quintal e
acabasse com sua vida.

Seu coração parecia que estava apertando dentro de seu


peito. Ela estava viva. Charlie estava viva. Ela estava aqui...
quente, macia e disposta.
Ele apagou rápido essa merda. Não haveria sentimentos
estranhos ou estômagos torcidos. Ela mentiu para ele. Usou-
o. Condenou Liam a ficar perto da morte. Isso custou muitos
anos de suas vidas.

Ele a odiava. Odiava cada batida da porra do seu


coração, que ele gastou amando-a.

—Leve-me. Leve-me profundamente. — Se ele permitisse


que ela controlasse a cena, ela iria jogar com ele por horas.
Ele sabia muito bem o que estava fazendo. Ela tentava
reforçar um vínculo, que eles formaram na Europa, que foi
forte, com horas e horas de sexo, com dias passados
descansando na cama conhecendo cada centímetro do corpo
um do outro.

Ele não desperdiçaria esse tipo de tempo novamente.

Ela engoliu-o mais profundo. Mais uma vez, ela não era
uma flor pequena e delicada. Não. Quando Charlotte decidia
tomar um homem profundo, ela o levaria para baixo. Seus
olhos quase rolaram para a parte de trás de sua cabeça. O
prazer era tão forte. Charlotte fechou a boca em torno dele e
trabalhou-o com muita determinação. Todo o tempo, a mão
dela estava tocando suas bolas suavemente, brincando com
ele.

Sua língua trabalhou a parte inferior de seu pênis,


lambendo-o com carinho. Ian guiou para cima e para baixo,
usando o cabelo dela para forçá-la a ter mais.

Charlie apenas gemia em torno de seu pênis, não um


som de dor, mas de prazer. Ela amava quando puxava seu
cabelo. Ela tinha uma pitada de masoquista dentro dela.
Ficava excitada ao puxar cabelo, ao bater e ela se iluminava
quando ele beliscava sua pele.

Seu pênis inchou, ficando pronto para gozar. O calor de


sua boca era mais do que ele podia suportar. Sua pele estava
muito apertada, seu coração batendo muito rápido. Ela era
demais, sempre foi demais.

Ela não lutava com ele, simplesmente lhe permitiu foder


sua boca. Não reclamava ou mentia. Um zumbido baixo
começou no fundo da garganta e o som se transferiu para o
seu pênis.

Ele não seria capaz de segurar. Não importa o quanto


tentasse controlar a cena.

Um calor suave o envolveu, fazendo sua coluna se


curvar e bolas ficarem prontas.

—Dá-me, Mestre, — disse Charlie contra seu pênis


antes de afundar o pau dele até o fundo novamente.

Ela não esperou por ele neste momento. Ela levou-o


todo, trabalhando-o para o lugar de seda na parte de trás de
sua garganta. Ela segurou-o lá e depois engoliu.

Ele tentou se concentrar para não gritar quando gozou.


Parecia que tinham anos desde que gozou, como se estivesse
morrendo de fome por isso, morrendo por ele.

Ele manteve sua boca fechada, enquanto gozava, o que


parecia ser um fluxo interminável.
Finalmente, ele caiu para trás contra a cadeira. Sentia o
corpo mole, drenado, torcido, da maneira mais agradável.

Charlie lambeu-o até o deixar limpo. Sua língua não


parou porque gozou. Ela chupou-o suavemente e foi assim
que ele sentiu a pressão começar a construir novamente.

Ele não ia para a segunda rodada.

Ian forçou-se a sentar-se.

—Obrigada, querida.

Ele chamava todas as subs de querida, porque na


maioria das vezes não conseguia se lembrar de seus nomes.
Iria colocar Charlotte na mesma categoria que as outras
mulheres que fodeu e esquecido ao longo do caminho.

Claro, houve um contrato com essas outras mulheres.


Porra. Ele acabou de fazer sexo e não negociou nada.

Ele precisava tirá-la daqui.

—Mestre? — Charlie virou os olhos para cima quando


ele se levantou e abotoava sua calça.

Não havia nenhum ponto em corrigi-la. Ela só iria fazê-


lo novamente. Não. Havia muito pouco sentido em discutir ou
brigar com Charlotte. Ela era muito teimosa e ele não estava
disposto a discipliná-la. Essa foi uma ideia muito ruim. Ele se
inclinou e pegou-a pelos braços.

Charlotte engasgou um pouco, mas, em seguida, seus


braços estavam em volta do pescoço dele e uma aparência
suave brilhava em seus olhos.
—Você não vai se arrepender, querido. Deus, eu senti
sua falta.

—Eu nunca me arrependo de nada, querida. — Uma


mentira descarada, mas ele era bom com isso. Ele também
iria desfrutar dos próximos minutos. Charlie pensou que ela
o tinha exatamente onde o queria.

Em vez de caminhar pelo corredor até o seu espaço


calabouço privado ou seu quarto, ele se voltou para a porta
da frente.

Charlie franziu o cenho.

—Ian, não faça isso. Fale comigo.

Ele simplesmente continuou andando.

—Não tenho nada para lhe dizer. Como expliquei antes,


você tende a mentir. Você é uma mentirosa muito
convincente. A única coisa em que você é melhor do que
mentir é se prostituir.

Seu rosto ficou vermelho e apesar do fato de que ela


estava em seus braços, conseguiu bater com o punho firme
em seu rosto.

Sim, isso também o deixou excitado. Charlie não


choraria quando poderia lutar.

—Você é um maldito idiota, Ian Taggart.

—Você apenas está recebendo o que merece? — Ele já


foi chamado de coisas muito piores. Ele levaria um gancho de
direita decente de novo, porque deixá-la chateada, era uma
das poucas alegrias desta reunião mal concebida. —Eu
pensei que você fosse uma grande informante. Talvez deva
repensar sua carreira.

—Leve lá para baixo agora.

—Não até que você esteja do lado direito da porta,


querida. — Ele conseguiu abrir a porta da frente, mesmo
enquanto ela lutava contra ele.

A noite estava úmida, calor batendo nele enquanto


caminhava para sua garagem.

—Isso é estúpido, Ian. Você tem que me ouvir.

Seu idiota interior tinha um treino sério esta noite.

—Se você queria que eu a ouvisse, deveria ter aguentado


no Hummer. Eu tive o que eu queria. Não vejo razão para
ajudá-la agora. Realmente, Charlotte, já deveria saber que
deve receber o dinheiro adiantado.

Ele colocou-a no chão e imediatamente teve de fugir de


outro punho voando. Ela fingiu direita e, em seguida, veio a
ele a partir da esquerda. Felizmente, ele ainda se lembrava de
como lutar. Pegou seu punho na palma da mão e segurou-a
lá. Ele não mostrou, mas tudo sobre ela o excitava. Ele já
estava duro, cinco minutos depois de gozar.

—Não me chame de prostituta novamente, Ian. — Seu


corpo estava praticamente vibrando com raiva.

—Eu a chamo como eu a vejo. — Ela parecia louca? Ele


poderia deixá-la louca. —Quanto Nelson lhe pagou para me
foder pela primeira vez? Ele não vai fazer o seu dinheiro valer
a pena neste momento, porque essa é a única conexão que
pretendo ter com você. Tendo feito tudo.

Ele a deixou ir. Se ela tentasse algo novamente, ele a


teria no chão, mas então ela saberia que era um mentiroso,
pois mesmo depois de um boquete seu pau estava
dolorosamente duro. Se ele a prendesse no chão, poderia
transar com ela ali mesmo.

Ela recuou um pouco, dando-lhe um pouco de espaço.

—Você vai se arrepender de cada palavra suja que está


saindo de sua boca. Você acha que pode me assustar,
chamando-me de prostituta e dizendo que o sexo era sem
sentido? Tente novamente. Porque enquanto eu posso ser
uma excelente mentirosa, você perdeu a sua vantagem,
Taggart. Faça-nos um favor e corte o papo furado. Você sabe
que irá falar comigo. Você quer descobrir o que aconteceu.

O sarcasmo sobre perder o rumo muito próximo de casa.


Ela era a razão pela qual ele perdeu seu rumo. Ela era a
razão pela qual ele saiu do jogo em primeiro lugar.

—Eu sei o que aconteceu. Eu fui conduzido pelo meu


pau e uma operação de dois anos ficou complicada. Sabe
quantas pessoas quase foram mortas? Liam quase morreu
por sua causa.

Ela suavizou.

—Eu sei. Eu não posso te dizer o quanto estou triste


com isso. Vamos para dentro, mestre.

Ele se virou e começou a entrar. Não faria isso com ela.


—Encontre seu caminho para casa. Eu não farei
caridade hoje à noite.

—Caridade? Você acha que vou viver de caridade? —Ela


estava nervosa, obviamente, não estava disposta a desistir.

Ian virou-se porque ela estava de volta em sua


armadilha. Apesar do que ela disse, ele sabia exatamente
como machucá-la. Charlie poderia mentir todos os dias sobre
as suas razões, mas ela foi honesta quando se apresentou.
Foi honesta sobre o que a machucava como mulher.

—Sim, era caridade. Eu não estou atraído por você. Eu


fui atraído por sua inocência, pela mentira da sua inocência
na primeira vez. Agora eu sei exatamente quem e o que você
é, e eu não tenho nenhum interesse em transar com uma
criminosa. Será que queria assumir a empresa do pai? É isso
o que Nelson lhe prometeu? Será que ele ficaria fora de seu
caminho para que você pudesse ser a rainha? Você chorou
em todas as vezes que o Papai te machucou. Pergunto-me
agora. Talvez você gostasse.

Ele sabia o momento em que foi longe demais. Mesmo à


luz da lua ele pode ver como ela empalideceu e suas mãos
começaram a tremer. Ela não podia fingir aquela reação.
Quando ela levantou a mão para acertar seu rosto, ele
deixou.

Ele mereceu. A culpa roía em seu estômago, mas ele não


se desculparia. Não iria recuar.

—Vá para casa, Charlotte. Não há absolutamente nada


para você aqui.
Ele fechou a porta entre eles, bloqueando-a novamente.
Amanhã ele iria redesenhar todo o seu sistema de segurança
porque obviamente não era suficientemente paranoico. Mas,
para esta noite, ele tinha uma garrafa de Scotch chamando
seu nome.

E sabia exatamente o que queria ouvir.

Charlie mordeu de volta um grito, enquanto observava a


porta se fechar.

E então ela se forçou a não andar para a direita até ele,


vencê-lo pelo cansaço, encontrar o marido idiota e rasgar as
bolas direto de seu corpo.

Que iria ensinar-lhe a não a chamar de prostituta


novamente.

Droga. Exceto por definição, ela foi antes. Ela concordou


em distrair Ian Taggart em troca de sua segurança e de sua
irmã e ela pegou dinheiro que Nelson deu a ela. Ela não o
usou muito do jeito que ele queria, mas ela usou do mesmo
jeito.

Ela não se sentia como uma prostituta. Sentia-se como


uma mulher que acabou de ter o mundo arrancado de
debaixo dela.

Como ele poderia dizer essas coisas sobre seu pai?


Lágrimas brotaram, uma tristeza esmagadora abafando a
raiva. Ian foi a única pessoa no planeta que ela disse sobre o
que seu pai fez com ela. Ela escondeu muito da verdade,
mesmo para a irmã. Confiou nele e ele jogou tudo em seu
rosto.

Ela estaria errada? Estava tão certa que, uma vez que
ela ajudou seus amigos e trouxe-lhe boas ideias que ele se
sentaria e ouviria.

O telefone vibrou. Ela fungou, tentando banir as


lágrimas. Haveria tempo para elas mais tarde. Quando
estivesse em segurança em seu quarto no alto da cidade, ela
poderia chorar e chorar e deixá-lo fora, mas não estava
segura agora. Ela virou o telefone para atender.

—Chelsea?

—Você só tinha uma tonelada de suas inúteis


informações pessoais. Alguém está à procura de Charlotte,
não Kris.

Bem, ela sabia que descobriria isso mais cedo ou mais


tarde. Ela deixou alguns fios soltos que um homem
inteligente poderia seguir.

—Eu tenho certeza que é Adam. — Adam Miles era o


cara dos computadores de Ian e um homem muito
inteligente. Ela sabia que seria apenas uma questão de tempo
antes que ele a seguisse. —Ele é o único que vai estar
olhando.

—Então ele é o que eu vou estar enviando em círculos,


novamente. — Havia uma riqueza de satisfação na voz de
Chelsea. Ela desfrutava de um desafio. Ela e Adam passaram
algum tempo juntos durante a operação na Florida.
—Ele é bom. — Adam tinha trabalhado com ela na
queda de Michael Evans. Ele não sabia ainda, mas ele já
tinha se enroscado com a Chelsea.

Por todo o bem que fez a ela.

—Eu sou melhor, — disse Chelsea.

Charlie suspirou.

—Deixe-o entrar. Não importa agora. Eles descobriram.


Aposto que eles finalmente encontraram a gravação da noite
em que usei a sua copiadora.

Foi assim que ela descobriu tudo sobre eles. Tinha sido
uma operação que a deixou mais do que feliz ao ser
concluída.

—Por que você não apagou?

Porque ela meio que esperava que ele viesse procurá-la.

—Isso não importa agora. Parece que não vai usar as


novas IDs do jeito que planejei.

Ela tinha novas identidades para ambas. Seu tio ficou


quieto por um tempo. Ela não viria atrás de Ian se achasse
que havia algo sobre ela. Seu plano era, vir para a cidade e
tentar resolver as coisas por meio de Ian. Em seguida, ela
conseguiria se esconder aqui sob uma nova identidade, iria
manter o nariz limpo e seu tio iria perder o interesse em
puni-la.

—O que você está dizendo, Charlotte?

Ela não queria passar por cima de todas as asneiras que


fez.
—Eu tenho que caminhar de volta para o meu carro e
então eu vou voltar para casa.

—Você está perseguindo o grandalhão? Porque


precisamos seguir em frente. — Chelsea não era exatamente
a favor dos planos de Charlie para ganhar Ian de volta. Desde
que sua irmã veio em seu favor, Chelsea parecia pensar que
elas não precisavam de homens.

Charlie olhou para a casa. Ian fez bem para si mesmo.


Sua casa era grande e robusta, como o próprio homem. Ela
esperava que fosse um condomínio como o dela. Sem
confusões. Mas não, a casa de Ian Taggart tinha um grande
quintal e árvores. Parecia que uma família poderia viver lá.

Mas não seria a sua família.

Ela sentiu como se tivesse rasgado seu coração para


fora. Foi esta a maneira que ele sentiu quando descobriu sua
traição? Ela trabalhou tão duro para se tornar uma mulher
que era digna dele, mas talvez houvesse algumas coisas que
ela não podia voltar atrás.

—Charlotte? Merda. Você o viu, não é? O que ele fez?


Porque eu estou perto e posso ensinar algo a ele. Posso
acabar com ele como um cão raivoso.

—Não se atreva. — Louco como ele era, ela


compreendeu. Se ele tivesse feito a mesma coisa, ela poderia
tê-lo chamado de todos os tipos de nomes também.

A voz de Chelsea suavizou.


—Charlotte, eu sei que você amava o homem, mas não
podemos ficar aqui para sempre.

—O condomínio é seguro. — Ela tinha certeza.

—Nelson tem olhos por toda parte e ele gostaria de


cortar sua garganta, minha irmã. Ele não é o único. Se
Taggart não está interessado em uma reunião, então devemos
dar o fora. Por que não vendemos o condomínio Flórida e
vamos para a Europa por um tempo? Ou no Caribe. Eu
poderia usar um bronzeado.

—Não, não venderemos o imóvel de Palm Coast.


Coloque-o em nome de Alex. Alex e Eva McKay. —Eles se
apaixonaram novamente em seu apartamento na praia. Ela
observou-os e lhe deram tanta esperança. Só porque ela
perdeu não significa que eles deveriam perder.

Acabou. Ele era muito teimoso, também brutalmente


servil ao seu próprio código de conduta. Ele quebrou as
regras dele por ela uma vez, mas não faria novamente.

Talvez seja a hora de seguir em frente.

E então ela ouviu. Um lamento familiar de guitarras e


bateria e a voz de Axl Rose estridentes de dentro da casa.

Uma única memória queimando de volta a vida. Ian


espalhando seu corpo e levando-a pela primeira vez, com o
rosto tão sério trabalhou sobre ela. Ela se agarrou a ele para
salvar sua vida e quando estava feito, sabia que ela foi presa
em sua própria armadilha. Ela ficou em seus braços, essa
música ecoando no clube abaixo.
Meu doce amor.

Ele não esqueceu nada, já que estava ouvindo essa


música. Nenhum único momento. Todos esses anos se
passaram e ele ainda ouvia a sua canção da mesma maneira
maldita que ela fez, como se pudesse conectá-los através das
distâncias.

E por isso não acabou.

—Chelsea, eu vou matá-la de formas horríveis se


prejudicar um fio de cabelo dele.— Ela era a única autorizada
a fazer isso.

Um baixo Huff veio sobre a linha.

—Que maneira de falar, minha irmãzinha.

Sua irmãzinha se tornou um tubarão com seis fileiras de


dentes, perfeitamente capaz de arruinar a vida de um homem
sem nunca se deixar abalar.

—Ele é meu marido. Ele pode ser um babaca, mas é


meu e vou protegê-lo, então não acho que você pode
manipular esta situação. Nós não estamos deixando. Se isso
significa que tenho que lidar com alguns assassinos, em
seguida, trazê-los adiante, que seja. Localize Nelson para
mim. Eu preciso de um relatório completo sobre tudo o que
temos sobre ele.

Porque ela planejava uma pequena reunião com seu


novo time. Um otimismo antinatural veio sobre ela. Seu
primeiro plano não foi como esperado, mas havia sempre um
outro plano. O que ela tinha em mente era absolutamente
certo para fazer o seu marido se levantar e perceber.

E, potencialmente, estrangulá-la, mas, ei, uma menina


tem que tomar algumas chances na vida.

—Eu tenho que ir. Consiga esse relatório pronto. Eu


tenho uma reunião na parte da manhã. —Ela teve um
vislumbre de Ian através de suas cortinas quando ela
desligou. Ele tinha uma garrafa na mão. Droga. Ele teria uma
longa noite mesmo.

Ele provavelmente precisava de um substituto. Charlie


estava com vontade de confessar.

Ela discou Sean Taggart e estava feliz quando ele


respondeu imediatamente.

—Kris? É você? Porque nós precisamos conversar. Que


diabos está acontecendo? Você sabe o que Adam está
dizendo?

Ela estava tão feliz que ele manteve o número que ela
lhe dera. Normalmente jogava fora o telefone depois de uma
operação, mas ela manteve sua linha da Florida. Isso fez as
coisas mais fáceis. Ela tinha certeza de que sabia o que Adam
dizia a todos.

—Olá, pequeno Tag. Definitivamente precisamos


conversar, mas esta noite o grande Tag precisa de você mais
do que eu. Ele está ficando bêbado feito um burro porque sua
esposa acabou de voltar dos mortos. Você provavelmente deve
começar por aqui. Ah e diga a Grace que eu disse oi. Ela
parecia realmente linda esta noite.
—O quê? — A voz de Sean gritou por cima da linha.

Aconselhamento familiar pode estar no seu futuro.


Talvez Eva tivesse uma abertura.

—Sim, Ian pode não ter lhe contado sobre mim, irmão,
mas gostaria de fazer uma aposta que Adam está à caça de
todos os fatos, mesmo enquanto falamos. Mas, falando sério,
ele precisa de você hoje à noite. E amanhã, diga a equipe que
eu vou vê-los bem cedo. Eu tenho a ajuda de Eli Nelson. Vou
precisar de uma sala de conferências e uma máquina de
cópia. Não se preocupe, eu sei onde eles estão.

Ela praticamente podia ouvir a frustração de Sean sobre


a linha.

—Kris, você precisa explicar isso para mim direito porra,


agora.

—Não há tempo. E o nome não é Kris. É Charlotte.


Charlotte Taggart e eu preciso ter o meu sono de beleza,
porque eu vou ter que encarar o McKay Taggart na parte da
manhã. Ian vai estar muito bêbado e Alex está em sua lua de
mel. Falo com você em breve.

Ela desligou a ligação com seu cunhado e deixou o


telefone desligado, assim que ele começou a tocar novamente.

Charlie começou a longa caminhada até o carro


pensando o quão bom, que o Texas era uma comunidade de
propriedade do estado. Já era hora dela reivindicar sua
metade.
Eli Nelson olhou para fora sobre o rio Neva. Havia uma
névoa fina sobre a água presente no início da manhã, mas,
então, Nelson descobriu que São Petersburgo, na Rússia,
ficava em uma escuridão melancólica quase perpétua. Oh,
eles tentaram iluminar as coisas com flores vermelhas e
perfeitos espaços verdes, mas a Rússia era escura e úmida na
maior parte do tempo, não importando o quanto a elegância
dos antigos czares embelezasse a rua.

O sol ainda estava escondido atrás das nuvens


intermináveis. Havia uma frase que ele ouviu uma vez sobre a
esperança do verão na Rússia. O ano era nove meses de
otimismo e expectativa seguidos por três meses de decepção.

Porra, ele odiava a Rússia. Um dia ele teria uma


pequena mansão em sua própria porra de ilha privada onde
os dias seriam quentes e as noites preenchidas por bocetas
de verdade - e por bocetas de verdade ele queria dizer alguma
cadela burra que tinha menos da metade da sua idade e não
conhecia nada melhor.

Ele sentiu no minuto em que Denisovitch andou atrás


dele. O Hermitage estava do outro lado do rio e já havia uma
longa fila de turistas esperando embora não abriria por
horas. O Museu Naval estava às suas costas. Ele foi pego no
meio do inferno turístico e esta era a única maneira para se
encontrar com esta víbora. A máfia russa podia governar,
mas eles preferiam fazer o trabalho sujo no escuro.

Mikhail Denisovitch se aproximou do muro, inclinando-


se em seu terno impecável como se a neblina e o nevoeiro não
pudessem tocá-lo. Claro, ele não veio sozinho. Nelson levou
seus olhos ao redor do pequeno parque com vista para o
Neva. Era lindo, com begônias vermelhas brilhantes e aqueles
malditos bancos brancos e verdes. Mas eles estavam todos
vazios como se até mesmo os turistas intrépidos soubessem
que os dois homens que estavam nos caminhos de cascalho
não podiam ser perturbados. Denisovitch nunca ia a
qualquer lugar sem seu guarda-costas, um homem cheio de
cicatrizes grandes que realmente não tentava esconder o fato
do que ele fazia. Ele era um brutamontes colocado num terno
e ele não era inteligente o suficiente para esconder a
protuberância de sua arma. Ou talvez fosse um pedido de
Mikhail. Talvez Mikhail quisesse que todos ao redor dele
soubessem que ele estava protegido. Era uma lição que
Nelson tinha certeza que aprendeu com seu irmão.

Era uma lição que Nelson ensinou a Mikhail


Denisovitch, embora o homem não soubesse que ele foi o
professor.

Gaivotas guincharam alto, mas Nelson ignorou.

—Eu pensei que você perderia nosso compromisso.

Ele falou em russo impecável. Uma das vantagens de


treinamento de longo prazo com a CIA era um intenso estudo
de idiomas. Ele podia xingar alguém em cinco idiomas
diferentes.

Denisovitch olhou por sobre a água.

—Nosso tráfego pode ser um problema a esta hora da


manhã. Eu tive que vir de Moscou. O avião atrasou e, então,
nós enfrentamos o trânsito.

—Sim, estou surpreso que me pediu para encontrá-lo


aqui. Pensei que você ficaria em Moscou. — São Petersburgo
não era um foco de atividade. Era uma cidade turística, um
lugar para artistas e intelectuais. O poder era todo em
Moscou agora.

Denisovitch riu levemente, seus olhos assistindo a um


barco que navegava em direção à Palace Bridge. A Veneza do
Norte estava acordada e viva. Ele apontou para o Hermitage.

—Há muito a fazer aqui. Esta é a nossa cidade


portuária. Poderíamos ficar tranquilos aqui, mas sem dúvida
cada um tem sua própria visão. Você vê aquele edifício?

Nelson tentou não revirar os olhos. O prédio era uma


obra-prima barroca. Qualquer um que entendia de museus
sabia o que o Hermitage era. Três palácios separados que
juntos alojavam todos os tesouros da Rússia, alguns
roubados da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial. A
Rússia compreendia a arte do negócio. O espólio é do
vencedor. —É o Hermitage. Quer me dar uma lição de arte?

—Não, apenas história. Era o palácio de verão dos


czares. Eu sou o czar agora. Eu passo o verão aqui como
Pedro, o Grande. É mais civilizado aqui do que em Moscou.
Políticos demais colocando suas mãos na minha torta. É bom
aqui e eu posso adorar nas catedrais.

São Petersburgo tinha mais do que a sua quota de


catedrais ortodoxas. Ele sabia que Denisovitch era devoto.
Era bom saber que a hipocrisia estava viva e bem viva na
Rússia.

—Todos nós precisamos encontrar um lar.

—Isso é verdade. Agora, eu estou farto de conversa


fiada. Você me dirá a verdade. Você a encontrou?

Nelson quase suspirou porque essa era a parte do


trabalho que ele apreciava tão profundamente. Adorou
quando esteve na CIA. Agora ele amava isto. Estava fodendo
várias pessoas que acreditavam ou tinham acreditado que ele
fosse seu parceiro. Era um pequeno pedaço do céu.

—Eu tenho.

Charlotte Denisovitch poderia ter sido sua rainha. Ele a


preparou. Oh, ela não era nada além de uma mulher então
ele a usou como uma. Sua beleza era o seu maior trunfo, mas
então ele nunca tinha profundamente valorizado a pureza.
Ele não dava a mínima se Ian Taggart foi o seu primeiro. Foi
necessário. Ela seguiu seu plano, ele a forçou em sua cama e
pegou seu corpo delicioso e o que seu cérebro tortuoso
desejasse. Ele a teria usado como gostava, mas ele também
teria cuidado dela a sua própria maneira.

Ela escolheu outro caminho e isto lhe custaria caro.


—Diga-me onde a pequena cadela está, — Denisovitch
ordenou.

Foi por isso que ele veio todo este caminho quando ele
precisava assessorar a porra do playboy idiota na Índia.

—Sim. Eu acredito que você vai descobrir que ela está


em Dallas, Texas.

Denisovitch ficou tenso.

—Então ela foi para ele.

Ela tinha ido para ‘ele’ um par de semanas atrás, mas


Nelson perdeu isso. Ele esteve ocupado tentando limpar a
bagunça que o filho da puta do Taggart causou a ele,
bloqueando um carregamento de armas para a África. Esses
ditadores senhores de guerra não gostavam de trabalhar com
um homem que toma seu dinheiro e não lhes dá nada.

Graças a Deus ele não era um traficante de armas


comum. Ian Taggart não tinha ideia com quem ele estava
lidando e nem como Nelson planejava mantê-lo. Se Taggart
descobrisse quão profunda era a conspiração, todos estariam
fodidos.

—Ela e a boceta da irmã dela compraram um lugar em


Dallas há poucos dias. Ela teve um caso com um homem.
Tudo o que você quer dizer sobre a cadela, é verdade. Ela está
instalada com um sistema de segurança ultramoderno e pega
várias saídas quando sai. Ela nunca segue um cronograma.
Se você está tentando pegá-la ao sair, você precisará de três
assassinos para ter certeza.
Charlotte Denisovitch era um problema. Ela provou ser
muito inteligente para a satisfação de Nelson. Ele tentou
matá-la três vezes, mas ela se esquivou. Ele perdeu três
homens bons para suas habilidades. Ele não se podia dar ao
luxo de parecer fraco. Seus homens tendem a desprezar
qualquer fraqueza.

—Vou enviá-los todos então. Eu não gostaria que minha


querida pensasse que eu a esqueci. — Mikhail se inclinou
para frente, os cotovelos sobre a parede de concreto que o
impedia de cair. —Eu tive as mesmas informações. Eu
mandei alguns para a América ontem. É bom saber que
podemos confiar um no outro.

Era bom que, por uma vez, tivesse dito a verdade. Ele
era apaixonado demais para aceitar uma mentira.

—Eu nunca lhe daria nada menos.

Denisovitch inclinou a cabeça.

—É bom ter amigos. Talvez devêssemos nos ajudar um


ao outro novamente.

Sim. Sim. Sim. Foi por isso que ele realmente veio até
aqui. Uma maneira de se livrar de todos os seus problemas.
Ele manteve sua expressão neutra.

—O que você quer dizer?

Denisovitch riu, mas era um som áspero.

—Quero dizer que você tem um problema assim como


eu. Os nossos problemas estão muito provavelmente
enroscando um no outro enquanto falamos. Deve ser fácil
tirá-los, não?

Tão fácil. Agora Denisovitch poderia lidar com essa


merda e ele poderia voltar para seu verdadeiro ponto - Índia e
aquele grande filho da puta em Loa Mali.

—Taggart é um problema há algum tempo, mas se você


o matar, o resto da equipe virá atrás de você.

Denisovitch estalou os dedos e o valentão de terno deu


um passo adiante, um arquivo na mão.

—Esta é uma questão que já pensei. Isto resolve?

Nelson pegou a pasta e rapidamente folheou. Sean


Taggart. Alexander McKay. Liam O'Donnell. Jacob Dean.
Adam Miles. Eve St. James.

—E sobre Brit? Ele contratou um Brit alguns meses


atrás.

—Você realmente acha que ele é leal?

O bastardo tinha sido um MI6 e deixado seu lugar para


seguir Taggart. Com certeza ele seria leal. Taggart exigia um
sentimento louco de lealdade de seus homens. Foi assim
durante os anos do Exército. Felizmente, a CIA desanimava a
lealdade a alguém, somente a Agência.

—Eu acho que é seguro dizer que ele poderia causar


problemas. Mate-o também. Acidente seria melhor, mas
assassinatos são bons.

Denisovitch apontou para a imagem de Eve St. James,


que tinha recentemente mudado seu nome para McKay.
—Você realmente acha que a mulher é uma ameaça?

Ele não podia deixar o homem voltar atrás agora.

—Não subestime as mulheres. Seu irmão não cometeu


esse erro?

Denisovitch fez uma careta como se tivesse cheiro de


algo podre.

—Eu disse ao meu irmão para não se casar com aquela


prostituta americana. Quando ela fugiu, eu disse para deixar
as crianças da vaca ir, mas ele teve que a punir. Tudo bem,
então, eu vou matar a mulher, também.

—Grace Taggart, — disse Nelson. —Não se esqueça de


esposa e filho de Sean. É sempre melhor tirar toda a
linhagem. Afinal, o seu irmão matou sua esposa desleal
apenas para ser morto por uma filha desleal.

Nelson tinha negócios inacabados com Grace e Sean.


Oh, ele desejava que pudesse ver o rosto de Sean quando sua
esposa e bebê morressem e ele percebesse que seria o
próximo. Este seria um belo dia, mas ele tinha coisas
melhores a fazer. Ele só teria que imaginar.

—Certo. Mas Charlotte é a primeira. Ela vai morrer e,


em seguida, sua irmã e depois o restante. Eu insisto nisso.

Se o filho da puta não pegasse Ian e Sean primeiro,


haveria uma guerra em suas mãos. Mas, novamente, uma
guerra com o sindicato iria manter Taggart ocupado e
permitir que Nelson trabalhasse livremente. Não era uma
coisa ruim.
Nelson estendeu a mão.

—Vou deixar tudo com você, então.

—Vou destruir essas pessoas. Qualquer um que estiver


envolvido com Charlotte e sua irmã, vai morrer. Isso eu juro
enquanto oro hoje.

O russo começou a falar sobre vingança e Deus, mas


Nelson olhou para a cidade. Á distância estavam as altas
torres da Igreja do Sangue Derramado. Nelson olhou para
eles.

Convinha, já que ele ia fazer Taggart sangrar.

Ian acordou com o cheiro de fritura de bacon. E


prontamente quis vomitar. Oh, ele brincava muito sobre
vômitos, mas hoje era real. Seu estômago revirou e retumbou
e ameaçou explodir.

Quanto Scotch ele tomou a noite passada? O suficiente


para ter o sonho mais louco. Charlie tinha voltado. Ela
caminhou até sua casa e caiu de joelhos e chupou seu pau
daquele seu jeito quente, entusiasmado e louco.

E ela tinha cabelo loiro acobreado e novas cicatrizes.

E lhe deu um soco no rosto.

Ele estendeu a mão e sentiu seu nariz. Sim. Nenhum


sonho.

—Você podia muito bem acordar. Quanto mais cedo


fizer, mais rápido você sairá da ressaca, irmão.
Sean. Isto não era um sonho. Era um pesadelo. Ele
forçou os olhos a abrir e com certeza, seu irmão estava
sentado à sua frente, uma perna negligentemente cruzada
sobre a outra. O sol estava entrando através de uma das suas
janelas do quarto. Deve ter sido cortesia de Sean porque ele
nunca abria aquelas cortinas. Ele gostava do escuro, mas o
sol brilhou como um halo sobre seu irmão mais novo.

—Que porra você está fazendo aqui? E falando nisso,


como é que você entrou?

Todo mundo estava conseguindo passar pela sua


segurança ultimamente.

—Você me deixou entrar, Ian. Eu apareci no portão.


Você me bateu depois de me fazer prometer que eu era o
homem da pizza.

Era pior do que pensava.

—Eu não fiz.

Sean balançou a cabeça, os olhos arregalados e um


sorriso divertido em seu rosto.

—Oh, sim, você fez. Você teve fome por volta da meia-
noite. Está tudo bem, cara. Você foi muito controlado e
perfeitamente macho quando você ameaçou me matar se eu
colocasse anchovas em sua pizza.

Seu estômago revirou com o pensamento, mas ele


manteve seu rosto perfeitamente limpo.

—Tudo bem, vou reformular a pergunta. Por que você


está aqui?
—Porque a sua esposa disse que precisava de mim.

Ele iria matá-la. Ele iria apertar as mãos em torno de


sua garganta. Exceto que no minuto em que ele teve a visão
de matar sua esposa, ela de repente estava nua e ele não
estava pensando em estrangulá-la mais. Talvez ele pudesse
transar com ela até a morte. Essa seria a melhor maneira de
ir.

—Fiquei surpreso ao receber a ligação, — Sean


continuou. —Já que eu não sabia que você tinha uma
esposa.

—Eu não. — Ele precisava se levantar. Ele precisava


tomar um banho e se mexer. Ele não podia mentir na cama.
Ele tinha que descobrir se Charlie estava mentindo sobre Eli
Nelson. Ela era muito inteligente para fabricar
completamente uma história, então tinha certeza que havia
um fundo de verdade em algum lugar ali. Era seu trabalho
encontrar a verdade na mentira, bater nela em seu próprio
jogo.

—Ela parecia muito clara sobre isso. — Sean se inclinou


para frente. —Há água e ibuprofeno na mesa de cabeceira.
Overdose de Guns N 'Roses? Sério, você ouviu essa música
trezentas vezes na noite passada. Eu queria explodir meus
próprios ouvidos depois de uma hora.

Ele realmente a odiava. Como ela pôde trazer Sean para


isso?

—Eu gosto de Axl Rose. Algo sobre o cabelo.


Ele tomou as pílulas. Se não tivesse alguém sentado à
sua frente, ele não tomaria. Ele presumiria que era veneno
para liquefazer horrivelmente suas entranhas. Merda, ele
raramente bebia uma bebida que ele mesmo não se servisse,
mas confiava em Sean. Mesmo que Sean raramente falasse
com ele. Pensando bem, isto era o mais perto que ele e Sean
ficaram em um ano.

Ele confiava em sua equipe – Alex, Eve, Li e Jake e até


mesmo aquele filho da puta do Adam. Ele confiava em Grace,
Serena e Avery porque amavam os seus irmãos, mas era só
isso. Ele não conhecia Simon tempo suficiente e ele confiava
em Jesse tanto quanto ele poderia atirar no pequeno filho da
puta.

Charlie era a prova de que ele não podia confiar em


ninguém fora de seu círculo.

—Vamos lá, cara. Eu nunca vi você do jeito que estava


ontem à noite.

Ele o olhou de modo interrogativo.

—Eu me comportei de alguma forma que não deveria?

Sean passou a mão frustrada pelo cabelo e sentou.

—Não. Você sentou. Bebeu. Você gritou comigo quando


tentei desligar a música. Você estava totalmente resignado e
se recusou a falar sobre qualquer coisa, exceto a sua pizza.
Eu estou honestamente surpreso que você consiga se manter
tão baixo. Eu tive que preparar do zero, você sabe. Se você
me forçar a cozinhar no meio da noite, vamos falar sobre o
estoque da sua cozinha. Eu tive que chamar Alex com
suprimentos. Como você sobrevive com Fruity Pebbles e de
comida chinesa velha?

Ele frequentemente comia no escritório. Grace


contrabandeou o que quer que Sean tenha cozinhado na
noite anterior para o frigorífico no escritório e todos sabiam
que se pegassem essa comida, Ian iria matá-los.

Deus, sua vida tornou-se um círculo patético de dormir


e comer em sua mesa, se obrigando a trabalhar. Ele foi
sonâmbulo pela vida durante anos por causa daquela
mulher. Ele tinha que parar. Se ela aparecer em sua porta lhe
ensinou uma coisa, foi que era hora de deixá-la ir.

—Eu preciso pegar uma sub. Esse é o meu problema.


Preciso de alguém para cuidar da merda todos os dias e,
então, eu vou ficar bem. Vou solicitar os serviços de Ryan. —
Isso ele faria. Ele colocou uma boceta à frente de suas
próprias necessidades por anos. Ele precisava de uma
submissa em tempo integral que cuidasse da casa, lidasse
com as futilidades da vida, estivesse certa que ele estava
alimentado e visse suas necessidades sexuais. Em troca, ele
ofereceria apoio financeiro e sua própria marca única de
disciplina.

Sim, era isso o que ele deveria fazer. Talvez ele pegasse
duas subs. Ele tinha um monte de necessidades.

Os olhos de Sean se abriram.

—Eu acho que isso seria um erro.

—Eu acho que você ficaria encantado. Confio totalmente


em Grace.
Sean suspirou um pouco, da mesma forma que fazia
quando era mais jovem e admitia algo que ele fez de errado.

—Grace te ama. Ela não se importa. E eu faço extra. Eu


sei que você acha que ela está arriscando a minha ira, mas
eu sempre soube que ela estava te alimentando. Tão louco
como eu estive com você, você sempre foi meu irmão. Eu não
vou deixar você morrer de fome. Deus sabe que você não me
deixaria.

Sua infância compartilhada ficou entre eles. Seu pai os


deixou e sua mãe precisava de alguém para lhe dizer o que
fazer. Ian foi forçado a assumir. Ele teve que conseguir um
emprego e trazer dinheiro enquanto terminava o ensino
médio e garantia que Sean tinha o que precisava. Houve
muitas vezes durante esses anos, quando não havia comida
suficiente e Ian garantia que Sean ia para a cama de barriga
cheia, em detrimento de seu próprio estômago. Ele teve de
fazê-lo. Sean era mais jovem. Sean precisava dele. Ele sabia
disso a partir do momento em que Sean nasceu. —Isso não
importa agora.

—Você não tem ideia de como essa atitude me


incomoda, mas vou deixar para lá. Estou feliz que você deixe
Grace ajudar. Kris não vai cortar a cabeça de Grace. Eu me
preocupo com o que ela fará se começar a ouvir sobre você e
suas subs. Você tem uma esposa. Elas tendem a ficar
irritadas sobre outras mulheres que tomam o seu lugar.
—Ela não é minha esposa. — Ele esqueceu brevemente
que Sean já conhecia Charlie. Eles trabalharam juntos na
Flórida. —E o seu nome não é Kris.

Os olhos azuis de Sean rolaram.

—Eu sei. Desculpa. Charlotte. Gostaria que todos


tivessem apenas um nome. Eu estive fora do jogo por muito
tempo para lembrar de todos os nomes falsos. Meu ‘sous’6
chef se chama Hans. Eu não sei o sobrenome dele. Não
preciso. É apenas Hans. Um nome por pessoa, por favor.

Sua cabeça latejava. Ressaca de merda. —Bom para


você e Hans. Eu espero que vocês sejam muito felizes juntos.

—Sim, bem, o ponto é que você não será feliz quando


Charlotte começar a decapitar subs em Sanctum. Ela parece
ser uma mulher agradável, mas há uma louca lá, também.

Ele viu a louca nela desde o primeiro momento. Foi ali


mesmo naqueles olhos azuis cristalinos. Sim, foi por isso que
ele a amou. Ele a queria. Queria fodê-la. Era isso.

—Ela irá em breve.

Já que ela percebeu que ele não daria o que queria, ela
iria seguir em frente e ele poderia esquecê-la novamente.

Só que ele nunca conseguiu esquecê-la em primeiro


lugar.

6
Subchef
—Ela sabe disso? Porque eu não acho que ela perdeu a
memória, — Sean disse. —Olha, por que você não me conta a
história desde o início? Onde a conheceu?

Ele não tinha intenção de reviver a velha história. Algo


estava errado. Jogado em sua mente. Ele estava perdendo
alguma coisa importante.

—Ela estava em um clube. Eu a fodi. Ela não foi


embora. Então, ela morreu. Fim da história.

—Deus, você é detestável. Você se casou com a mulher.


Tem de haver mais.

O que diabos ele estava perdendo?

—Eu não vou me juntar ao seu grupo de terapia de


homens-chicoteando bocetas, Sean.

Sean apontou-lhe o dedo.

—É chamado de clube de poker, idiota e nós não


queremos você.

O bacon. Esse era o problema. Ele continuava


obrigando-se a realmente ouvir. Alguém estava cozinhando e
com certeza não era Sean.

—Você trouxe Hans com você?

Sean negou.

—Nah, é Alex.

Filho da puta. Ele se pôs de pé, com a cabeça


ameaçando rachar. Um homem não podia simplesmente
beber até morrer em silêncio por aqui. Não. Seus amigos
tinham que aparecer para assistir ao show.

—Ele deveria estar em sua lua de mel.

O corpo grande de Alex estava de repente na porta.

—Eve e eu cancelamos. Isto é muito mais importante.

Deus, Alex ia matá-lo. Ele realmente ia vomitar.

—Eu não preciso de ninguém para segurar a porra da


minha mão.

—Ah não. Você não entende. Eu não estava falando


sobre estar aqui para você emocionalmente. Eu sei que você
nunca me deixaria fazer isso. Eu falava sobre o quão
divertido vai ser assisti-lo lidar com Kris... Charlotte. Eve e eu
concordamos que assistir essa merda ir para baixo vai ser
muito melhor do que o Havaí.

Agora, ele enviou ao seu melhor amigo seu dedo médio.

—Foda-se, Alex.

—Vamos lá, cara. Você estava sempre lá para mim. Você


tem problemas com mulher. Você pode confiar em mim.

—Você faz parecer como se eu estivesse menstruando,


Alex.

Sean assentiu.

—Isso explicaria as mudanças de humor, e muito da


minha infância.

Ele enviou a seu irmão um olhar que deveria tê-lo feito


correr.
—Eu não tenho mudanças de humor. Eu só odeio tudo.
Veja, isso é o que significa temperamento forte.

Alex apenas riu.

—Eu acho que Eve discordaria, mas é bom ver que a


noite passada não o mudou. Eu me preocupei se sua amada
iria voltar dos mortos e você seria um homem mudado, todo
corações e flores.

—Ela tem sorte por eu não a matar. — Ele realmente


não pensou nisso. Ele teve uma arma em sua mão. Teve
alguém que o traiu na sua mira, mas não, ele apenas a
convenceu a dar-lhe um emprego e a insultou e a despediu.
Talvez Alex estivesse certo. Ele estava sendo totalmente
suave. Se ele não ficasse atento estaria na quinta-feira do
clube de poker de Sean, que era apenas uma desculpa para
beber cerveja girlie importada e discutir seus sentimentos.
Eles jogavam poker para que eles pudessem nominalmente
chamar a si mesmos homens.

Ele deveria ter atirado nela. Então, ele estaria numa


agradável e confortável cela de prisão longe de seus amigos
intrometidos.

Alex franziu a testa um pouco.

—Fiquei realmente surpreso que ela ainda não estivesse


aqui. Achei que você queria interrogá-la. Eu vim para me
certificar de que ela não estava amarrada em algum lugar.

Mas se ele a amarrasse, ele não teria sido capaz de


deixá-la sozinha. Ele teria espancado aquela bunda suculenta
e não teria demorado a empurrar seu pau em sua boceta
pequena.

Deus, ele nunca fodeu a bunda dela. Ele a esteve


treinando para isso, quando ela ‘morreu’. Isso é o que ele
deveria ter conseguido dela. Um pouco de sexo anal
desagradável.

—Eu não ligo para o que ela tem a dizer. — Ele não ia
falar sobre o que se passava em sua cabeça. Alex não
precisava saber que ele ainda tinha uma obsessão perversa
com a bunda de sua ex.

—Ian, ela é inteligente, — Alex apontou. —Se ela diz que


tem uma pista de Nelson, deveríamos verificá-la.

—Ela trabalhava para Nelson, por isso não podemos


acreditar nela. Ela também é uma criminosa.

—Eu não acho que ela ainda faz isso. Você não a viu na
Flórida. — Alex encostou-se no batente da porta. —Acho que
ela está tentando se redimir. Para você.

Conseguir se casar novamente fez uma bagunça no


cérebro de seu melhor amigo.

—Ela é uma mentirosa. Ela fodeu comigo por dinheiro e


informações e é por isso que ela está aqui agora.

Sean assobiou.

—Diga-me que você não a chamou de prostituta.

Ian deu de ombros. Ele não tentou mentir a seu irmão.

—Merda, — Sean amaldiçoou e enfiou a mão no bolso,


retirando o que parecia ser vinte dólares.
Alex deu um aceno de cabeça.

—Eu disse a você. — Ele se virou para Ian. —Apostamos


sobre como você conseguiu o olho roxo.

—Fodam-se os dois. Saiam da minha casa. — Ele andou


na direção do banheiro. Precisava de um banho. Precisava
voltar a ter equilíbrio. O que quer que Charlie estivesse
tentando fazer entrando em contato com seu irmão, não
importava, porque não iria funcionar.

—Não se sinta mal. É como ela diz ‘eu te amo’ —, Sean


explicou a Alex.

Alex riu, balançando a cabeça.

—O Café da manhã está pronto quando você tiver


estômago para isso, irmão.

Ele bateu a porta. Aqueles dois não iriam embora. Ele


poderia ser capaz de usar Adam para assustá-los até que
saíssem. Jake seguiria as ordens. Simon não se importava o
suficiente para foder com ele, mas Sean e Alex não iriam
acreditar nele mesmo se ele ameaçasse matá-los.

Talvez ele precisasse repensar toda a coisa de ‘círculo de


confiança’. Era como uma mordida na bunda agora. Ele
deveria poder chafurdar na sua miséria, mas não, ele tinha
de lidar com essa porcaria.

Ele teve um vislumbre de si mesmo no espelho. Droga,


estava uma merda. Ele estendeu a mão e tocou o olho
esquerdo. Não estava horrível, mas machucou. Charlie sabia
como dar um soco.
Ele não gostava de pensar em quantos ela tomou. Lá
estava ele de novo, com a culpa o corroendo.

Ele ligou o chuveiro, sem se preocupar em deixar


aquecer a água. Não precisava de nenhuma porra de calor.
Gelo. Ele precisava se lembrar que tinha gelo em suas veias.
Deu de ombros ao ver as calças. Ele tinha, aparentemente,
desmaiado ainda com elas.

Que porra tinha aquela mulher feito com ele? Ele perdeu
o controle. Ele nunca perdeu o controle. Ele se embebedou e
apagou. Mesmo durante todos os anos de luto por sua perda,
ele sempre lembrava a cada momento. Uma vez por ano, no
dia em que ela morreu, ele ouvia aquela canção do caralho e
bebia uísque e lembrava a si mesmo por que não deixaria
outra mulher entrar. Nem uma vez ele desmaiou e esqueceu a
maior parte da noite. Era perigoso. Era estúpido.

Ela iria matá-lo no final.

Ele entrou no chuveiro, sua cabeça ainda batendo. O


frio explodiu em seu sistema, mas era bem-vindo. No mínimo,
encolheu um pouco seu pau. A maldita coisa não abaixou
desde o momento em que ela entrou.

Apesar da dor em sua cabeça e seu estômago revirando,


no minuto em que pensou em Charlie, seu pênis ficou duro
como uma rocha.

Não importava, porque ela se foi e ele não iria deixá-la


entrar novamente. Se ela aparecesse, ele chamaria a polícia.
Aquela pequena criminosa não gostaria de ver a polícia.
Apesar do que Alex disse, ele sabia muito bem que ela ainda
era algum tipo de vigarista. Era apenas quem ela era.

E Ian era um profissional com um trabalho a fazer. Não


podia deixar Charlie entrar em seu caminho.

—Café? — Alex estendeu uma caneca. —Puta merda.


Aquilo é água fria?

Ninguém o deixava em paz. Nem mesmo quando ele


estava nu. Ele tomou o café, derrubando cerca de metade da
caneca antes de entregá-la de volta.

—Sim. É a única maneira de acordar. Vou levar aquele


café da manhã. Você vai se arrepender por perder sua lua de
mel, porque tudo o que vai acontecer hoje é outra reunião.
Ligue e se certifique que todos estarão no escritório. Eu tenho
algumas informações para verificar sobre Eli Nelson.

—Oh, todo mundo já está no escritório. Eles estão na


reunião.

Ian olhou para o amigo.

—Que reunião? Eu não pedi uma reunião e você deveria


estar em um avião. Adam decidiu iniciar um golpe, porque
deixe-me dizer, eu estou com vontade de enfiar na bunda de
alguém.

—Uhm, sua esposa chamou uma reunião. Parece que


ela acha que é dona de metade de McKay Taggart e ela disse
que já que o chefe estava dormindo, ela assumiria por hoje.

A água fria não funcionou mais.

—Ela não se atreveria.


—Oh, ela se atreveu. Viu, valeu totalmente perder as
férias, — disse Alex com um sorriso.

Ian desligou a água. Ele não se incomodaria em ficar


limpo. Seria um tipo de dia sangrento.

—Me dê uma boa razão para eu estar sentado aqui. — O


sotaque britânico de Simon Weston cortou o silêncio da sala
de conferências.

—Porque eu sou sua chefe e eu lhe disse para estar


aqui. — A melhor maneira de nadar através de um mar
agitado era ir para frente. Charlie conseguiu passar por
muitas situações difíceis porque ela simplesmente agia como
se fosse a dona do lugar.

Ela se perguntou se a cabeça do seu Mestre idiota doía.


Ele foi derrubado com estilo pelo Scotch na noite anterior. Ela
sabia que merecia todos os xingamentos e tal e ela não podia
fazer nada, mas gostaria de estar lá para cuidar dele. Sean
faria melhor o seu trabalho e cuidaria de seu irmão. Eles
eram da família. Era o que a família fazia.

Ou pelo menos era o que Ian a ensinou. Família não


desistia. Família continuava mesmo quando um deles era um
completo idiota que chamava sua esposa de prostituta.

Simon olhava para ela como se mentalmente a colocasse


numa camisa de força.

—Eu não sei nada sobre isso.


Eve McKay largou a sempre presente caneca de café
para viagem, com um sorriso no rosto.

—Vamos, Simon. Você sabe por que está aqui. Você está
curioso. Assim como o resto de nós.

Adam bateu as mãos e jogou seu corpo em uma das


cadeiras.

—Estou emocionado. Eu acho que Kris vai chutar Ian


na bunda e eu estive esperando por isso.

Ela gostava de Adam, mas estava ao lado do seu Mestre.


Apesar de toda a coisa de socá-lo no rosto - que ela faria de
novo - ela estava tentando ser uma boa submissa e aquilo
significava resguardar seu Mestre. Era óbvio que ele tinha
alguns funcionários difíceis.

—Você deve respeitar Ian, Adam.

Adam fez uma careta.

—Eu pensei que você ia ser mais divertida do que isso.

Eve se debruçou.

—Alex me disse que Ian tem um olho roxo.

Adam deu um soco no ar.

—Merda, sim. Vai nessa garota.

Serena deu um tapa no braço do marido.

—Seja educado.

Jake estava do outro lado de Serena, uma caneca de


café na mão.
—Ele não sabe como. Ele acha que tato é uma palavra
inventada.

Adam fez uma careta.

—Bem, todos nós sabemos que tato significa deitar


sobre a merda. Quantos de nós aplaudiram quando
descobrimos que Kris era a esposa perdida de Ian? Vamos.

Eve, Jake e Serena levantaram as mãos.

—Bem, eu só estava chateado ao descobrir que ela


mentiu sobre o seu nome. — Jesse Murdoch estava sentado
ao lado de Simon, um olhar azedo em seu rosto.

—Eu estava disfarçada. — Ela realmente não gostava de


Jesse. Ele atirou nela.

—Então era eu, mas usei o meu nome real. É confuso


ficar mudando nomes, — Jesse retrucou.

Ele estava um pouco atrás da curva, mas ela jurou ser


mais gentil com todas as criaturas de Deus, mesmo os mais
lentos.

—Desculpe, Jesse. É Charlotte. Vou tentar ser mais


clara no futuro para você saber o nome completo da mulher
que você está atirando e deixando cicatrizes horríveis.

Ela estava perfeitamente satisfeita com a maneira como


ele empalideceu.

Simon riu baixinho.

—Ela te pegou. Não seja uma porra de um idiota. Eu


sou seu maldito chefe. Não me faça olhar feio.
—Eu só estou aqui para descobrir o que você sabe sobre
Eli Nelson. — Liam O'Donnell não brincava.

Deus, ela se sentia como merda quando olhava para ele.


A única maneira de lidar com Liam era com honestidade.

—Eu sei que eu sou a razão pela qual ele teve a chance
de explodir o apartamento que estávamos e enviar o seu
irmão. Você pode não acreditar, mas eu não sabia o que ele
estava planejando. Ele não me deixou saber.

Liam não trouxe sua esposa com ele. Charlie sabia que
isso não era entretenimento para ele. Isto era sério. Ela traiu
mais do que apenas Ian.

—Não mudaria absolutamente nada saber o que


aconteceria?

Ela odiava a resposta, mas tinha que ser verdadeira.

—Não. Eli Nelson tinha minha irmã.

—Sua irmã, Chelsea Dennis. Ela foi levada de sua escola


primária na Carolina do Norte por seu pai, Vladimir
Denisovitch e trazida a Moscou. Ele a raptou do playground.
Você era mais velha. Ele usou sua irmã para conseguir que
você fosse com ele? Ou você estava com medo, porque ele
tinha assassinado sua mãe? —Adam perguntou, provando o
quão inteligente ele era.

Charlie sentiu seu queixo cair. Ela pensou que Chelsea


enterrou essa informação.

—Como você sabe disso?


—Sua irmã é o hacker? — Os olhos de Adam queimaram
como se tivesse encontrado um desafio.

Charlie assentiu.

—Ela é a melhor do mundo.

Adam sentou-se.

—Segunda melhor. Diga que ela não vai suficientemente


longe. Nenhuma informação é sempre realmente perdida.
Você apenas tem que saber quais tópicos seguir e que levam
a algum lugar. Eu tenho instintos surpreendentes. Não se
trata apenas de talento. Eu conhecia você. Não sei se era você
ou alguém que cobria os trilhos. Eu tive um palpite. Ela pode
andar? Seus registros médicos não foram conclusivos.

Charlie respirou fundo. Deus, ele descobriu muito mais


do que ela esperava.

—Ela manca um pouco.

A voz de Adam tinha um tom grave, como se ele fosse


profundamente simpático.

—As fraturas compostas tanto da tíbia e da fíbula em


cada perna. Eu não posso imaginar a dor disso. Ela foi
deixada assim durante um longo período de tempo? Eu
encontrei os raios-X online. Eles mostraram um processo de
cura. Os médicos tiveram que quebrar as pernas para defini-
los. Ela tinha dez anos?

A verdade só poderia ajudá-la aqui. Ela precisava dessas


pessoas do seu lado. Mas era tão difícil falar. Especialmente
com as acusações de Ian em sua cabeça.
—Ela tinha dez anos. A única razão pela qual meu pai a
levou para o hospital é que eu concordei em cumprir com a
formação. Meu pai era o chefe do sindicato Denisovitch.
Minha mãe fugiu quando estava grávida de Chelsea. Ela
percebeu que não queria que suas filhas fossem levadas por
um monstro. Ela pagou um homem para nos contrabandear
para fora do país. Nós vivemos na Carolina do Norte por dez
anos. Ela pensou que ele tinha se esquecido de nós, mas não
tinha. Ele matou minha mãe e levou minha irmã e eu de volta
à Rússia. Eu era um pouco rebelde, para dizer o mínimo. Ele
percebeu que Chelsea era a melhor forma de me controlar
então um dia ele quebrou suas pernas. Eu fiz o que ele pediu
depois disso.

—Que horrível, — Serena disse, com os olhos


lacrimejando.

Horrível não era o suficiente para descrevê-lo. Num dia,


ela era uma criança na escola cuja mãe adorava. Ela tinha
um futuro... queria ir para a faculdade. No seguinte, sua mãe
estava morta e seu único futuro era com os fora da lei.

—Meu pai vendia drogas e mulheres e Eli Nelson tentou


transformá-lo em traficante de armas. Nelson usou o meu
amor por minha irmã para me colocar numa operação. Ele
me disse que ele mataria meu pai se eu passasse algumas
semanas distraindo um agente da CIA para ele.

—Ian. — Eve se sentou para frente, um olhar


encorajador no rosto. —Você estava tentando salvar sua
irmã.
Bem, pelo menos eles estavam dando-lhe mais espaço
do que Ian.

—Sim. Eu não conhecia Ian então. Minha missão era


passar um pouco de tempo com ele. Eu não esperava me
casar com ele... não esperava amá-lo. Ele teria feito o mesmo
por Sean.

—Sim, — Jake disse. —Ele teria. Então, por que você


voltou?

Grace trouxe uma bandeja de café e donuts.

—A loja de donuts entregou. Por que você encomendou


dez de limão?

—É o favorito de Ian.

Jake sentou-se.

—Então você ama o grandalhão. Droga, boa sorte para


você.

Grace olhou para as quatro dúzias de rosquinhas que


Charlie encomendou.

—Ian não come donuts.

Charlie acenou para ela.

—Ele acha que não consegue lidar com carboidratos. Ele


os ama, confie em mim. Agora podemos chegar ao ponto
desta reunião? Alguém está interessado em Eli Nelson, Mr.
Black?

Serena se sentou, um caderno na mão.

—Eu estou.
Ótimo. A romancista estava interessada no que ela tinha
a dizer. Assim, todos os seus dados duramente conquistados
apenas significavam algo que combinava dupla penetração e
lubrificantes em uma extravagância literária.

—Olha, isso é sério. Eu quero todos, exceto os membros


da equipe, fora desta sala de conferências. Isso não é
brincadeira, pessoal. Eli Nelson não é uma piada.

Grace franziu a testa.

—Sim, eu sei disso. Eu tenho uma placa de metal na


minha cabeça para provar isso. Você não está me dizendo
nada que já não sei. Só que você está aqui sem Ian. Eu
conheço Serena. Serena está aqui porque ela é um membro
da nossa pequena família. Não importa o que Sean diz, você
não provou nada para mim até agora. Assim, eu pisaria com
cuidado ou vamos chamar a segurança e colocá-la para fora.

Droga. Ela perdeu Grace no minuto em que questionou


Serena. Então, havia uma ‘girl Power’. Ela não tinha
necessidade de irritá-los, mas ela precisava ser clara.

—Eu disponibilizarei minha licença de casamento para


você.

Simon sorriu, mas era uma coisa predatória.

—Nós não precisaremos chamar a segurança, amor. Vou


levá-la para fora eu mesmo.

Sim, ela sabia que ele iria acompanhá-la para fora da


maneira mais desagradável possível.
—Eu estou aqui porque eu amo Ian. Eu já sangrei por
esta equipe.

—Grace, ela salvou Alex, — Eve explicou.

—Ela é a razão de todo o plano terrorista de Evans ser


derrubado, — acrescentou Serena. —Eu estava lá. Eu não
tinha certeza lá, mas sei que ela ajudou. Eles não entrariam
sem ela. — Ela se virou para Charlie. —Eu só estou aqui
porque tenho manchas de sangramento ultimamente e Jake e
Adam estão doze vezes mais assustados sobre perder o bebê.
Posso esperar no escritório de Adam, se preferir.

Sim, ela era uma cadela. Deus, a vida era mais fácil
quando ela não se importava com sua consciência.

—Não. Por favor, fique, Serena. Eu sinto muito. Estou


tentando fazer algo que nunca fiz antes - ser profissional.
Quero que Ian se orgulhe de mim.

—Ele provavelmente vai ficar louco de raiva de você, —


Liam apontou, mas mesmo ele a estava estudando com algo
diferente de raiva completa.

Ela animou-se um pouco, pensando em quão bem Ian a


espancou no passado. Ele tinha um conjunto muito estrito de
regras.

—Sim, eu estou totalmente contando com isso. — Ela


ficou sóbria. —Eu entendo que a maioria de vocês não tem
nenhuma razão para confiar em mim. Adam, o que mais você
descobriu sobre mim nas últimas doze horas, porque estou
apostando que você não dormiu um minuto desde que Alex
descobriu quem eu sou.
Adam sentou-se ereto, com os olhos brilhando de
entusiasmo.

—Eu descobri tudo, querida. Você é profundamente


interessante. Seu nome é Charlotte Dennis, nascida Charlotte
Denisovitch, embora eu ache que essa mudança de nome não
foi completamente legal.

Não foi, mas sua mãe estava desesperada.

—Mamãe achou que um nome americano ajudaria.

—Seu pai era um filho da puta. Ele era um homem


brutal, violento e ele não se limitava ao seu negócio. — Seus
olhos se suavizaram ligeiramente. —Ele não a quebrou como
fez com Chelsea.

Ela não gostava de pensar sobre aqueles momentos


agora.

—Minha tortura era mais mental do que com Chelsea,


mas garanto que fui submetida a testes rigorosos. Meu pai
acreditava que seus filhos deviam ser fortes ou deveriam
morrer. Temos sorte, Chelsea e eu.

—O sindicato ainda procura por você? — Adam


perguntou. —É por isso que você teve trinta e quatro
residências nos últimos cinco anos?

Foram tão poucas? Parecia uma centena.

—Sim. Meu tio assumiu depois que meu pai foi morto.
Tio Mikhail levou a morte do meu pai como pessoal. Ele me
culpa. Ele deveria. Eu troquei meu trabalho por Eli Nelson
por seus serviços de assassino. Na época, não achava que
tinha escolha. Eu poderia trabalhar para meu pai e esperar
que ele não matasse a mim e minha irmã ou eu poderia
esperar que Nelson mantivesse nosso acordo até o fim. Ele o
fez, embora, no final, ele tenha tentado levar mais do que
tínhamos inicialmente negociado.

—Ele queria que você continuasse a trabalhar para ele?


— Adam perguntou.

Jake bufou, sentando-se na cadeira.

—Merda. Ele está procurando por você, também.

Charlie encolheu um pouco. Eles não estavam dizendo a


ela qualquer coisa que não soubesse.

—Não pessoalmente, mas ele enviou vários assassinos


atrás de mim. Eu roubei muito dinheiro.

—Eu sabia que havia uma razão para eu gostar dela, —


disse Eve. —Você sabe, além de toda essa coisa de salvar a
vida do meu marido.

Pelo menos ela tinha uma pessoa ao seu lado.

—Chelsea e eu estamos em fuga desde então. Eu tenho


um objetivo. Vou trazer meu marido de volta. Vou fazer tudo
e passar o resto da minha vida fazendo-o feliz. Já fiz algumas
coisas terríveis, mas tento fazer o bem agora. Tento fazer as
coisas melhores e a melhor maneira de fazer isso é ajudá-los
a pegar Eli Nelson. Chelsea e eu conseguimos prejudicá-lo
financeiramente cerca de um ano e meio atrás.

Os olhos de Adam foram para longe.


—Merda. Você é a razão pela qual ele estava lidando
com os chineses. Você roubou o dinheiro reserva dele.

E assim, ela estava de volta à casa do cachorro.

—A maioria dos agentes mantém um estoque para o


caso de se queimar. Normalmente é como cem mil ou algo
assim, mas não Eli. Não. Ele estava sujo para caramba e
tinha que pagar bem. Ele também gostava de fazer certos
investimentos empresariais. Quando eu peguei seus dois
milhões, ele devia uma boa parte para alguns senhores da
América do Sul. Sim, ele tinha que pensar rápido para
resolver isso. É provavelmente por isso que ele finalmente
usou os títulos ao portador. Eu sei que ele planejou mantê-
los para sua aposentadoria, mas eu o forcei a abri-los. Tenho
certeza que você me culpa por isso, O'Donnell.

—Eu consegui uma garota legal fora, então podemos


dizer que empatamos. — O irlandês ainda a estudava, mas
ele relaxou um pouco. Ela não achava que ele estava com a
mão no gatilho mais.

—Onde está essa irmã que você falou? — Simon


perguntou.

—Eu não sabia que você tinha uma irmã, Kris. Quer
dizer, Charlotte. — Jesse parecia alguém que estava nas
compras, possivelmente, com Brit. Ele estava de terno e
gravata e parecia um pouco desconfortável. Ela tinha que
admitir, ele parecia bem.

—Sim, mais uma vez supersecreto, — ela respondeu. —


Eu pensei em vir e ver se alguém atirava em mim antes de
trazer minha irmã. — Essa não era a única razão. Chelsea
não saía muito. Ela preferia viver sua vida na frente do
monitor. —Mas eu tive a informação que ela está
desprotegida. Pensei que podíamos conversar sobre isso
antes das coisas de Adam.

—Você sabe onde Nelson está? — Jake perguntou.

—Eu sei no que ele está interessado. Eu não tenho


muito acesso a ele, mas tenho alguns informantes. Ele tem
passado muito tempo na Índia, nos últimos meses.

—Índia? — Simon perguntou. —Mumbai?

—Não, ele foi visto em Goa. Sul de Goa para ser exata,
embora os relatórios o mostrem ao redor da costa ocidental
da Índia.

—Goa? — Adam perguntou. Ele estava com seu laptop,


os dedos já voando através do teclado.

—É o menor estado da Índia, mas a costa é conhecida


por seu turismo. Os europeus passam o feriado lá. Pensei que
poderíamos enviar Simon para dar uma olhada, talvez fazer
algumas perguntas. Ele poderia ser facilmente confundido
com um turista se enfiássemos sua bunda nuns shorts. —
Ela ignorou o palavrão e abriu para sua nova equipe o pacote
que tinha lhe tomado todas as noites. —Se olharem na
página três, verão que eu tenho uma lista de empresas que
ele frequenta na área usando um de seus conhecidos nomes
falsos. Infelizmente, ao contrário de Londres, essas cidades à
beira-mar não são equipadas com câmeras de vigilância em
cada esquina, então eu estou tendo que contar com
informantes via papel. Verão que ele costuma ir a vários
guias. Não consigo dizer se ele está comprando produtos ou
serviços, porque ele está usando o dinheiro lá. Pode ser para
mim, porque meu informante na área ficou quieto.

—Então ele está morto, — Jake supôs.

—Provavelmente.

—E você quer me enviar, — Simon disse com um


pequeno sorriso divertido. —Muito lisonjeiro.

—Bem, eu espero que você não permita que Nelson o


pegue, — ela atirou de volta.

—O que há em Goa que Nelson iria querer? — Jake se


inclinou para frente, pegando um donut.

Ela reprimiu um sorriso. Ela se sentiu vulnerável. Foi


tão estúpido, infantil, mas se sentiu ferida por ninguém
comer os donuts que trouxe. Ela não os envenenou ou algo
assim. Eles só estavam repletos de açúcar e gordura. O fato
de que estavam lá intocados a fez se sentir profundamente
indesejada.

Assim que Jake estendeu a mão para um, Jesse pegou


um par e todos os homens começaram a comer. Mesmo
Simon os cheirou antes de selecionar um de geleia.

—Eu não sei ainda, mas há algumas equipes científicas


na área, um projeto de energia, e vários bilionários. Ele
estaria, provavelmente, interessado nos bilionários, e estou
curioso sobre o projeto de energia. Principalmente porque não
há muita informação sobre ele. É executado por um pequeno
consórcio de cientistas hospedados pela realeza de um
pequeno país insular chamado Loa Mali. A ilha é um dos
menores países do mundo. Eu não sei como o soberano se
mantém, mas é muito dinheiro. Tem sido um país durante os
últimos duzentos anos e a mesma família tem o chefe de
governo. O nome do rei é Kashmir Kamdar.

—O guru high-tech? — Adam perguntou com sua


bomba de chocolate. —Eu ouvi falar dele. Ele é como um
playboy bilionário.

—Ou ele é um terrorista trabalhando com Eli Nelson.


Estou um pouco preocupada que Nelson está tentando voltar
a entrar no mercado de armas com a venda para as facções
da Caxemira, a região da Índia chamada Kash. Sua família
tem laços estreitos com a Índia. Ele é um grande defensor de
manter Caxemira nas mãos da Índia.

—E o governo paquistanês quer para si, — disse Simon,


ordenadamente resumindo centenas de anos de conflito. —É
perfeito para um homem como Nelson. Então, eu tenho que ir
e descobrir se Nelson está tentando conseguir que parte do
mundo seja nuclear. Bem, vou precisar de um per diem. Se
eu vou entrar como turista, eu definitivamente devo ser um
rico.

—Você não vai a lugar nenhum. — Ian estava de pé no


batente da porta, seu corpo grande em um par de jeans e
uma T-shirt. Seu cabelo ainda estava um pouco molhado
como se tivesse saído do banho para o escritório. Ele parecia
grande e perigoso e completamente sexy. Ele a fez ter água na
boca só de olhar para ele.

Ele até parecia bom com um olho roxo. Talvez ela não
devia ter batido nele com tanta força. Bem, só havia uma
maneira de passar por isso e era para ser descarada.

—Olá, Ian. Eu trouxe seus donuts favoritos. Creme de


limão. Você gostaria de um pouco de café? Sean lhe deu
ibuprofeno? Eu disse a ele para lhe dar.

Ele simplesmente entrou, estendeu a mão e puxou-a


para cima. Sem uma palavra, ele a atirou sobre o ombro largo
e começou a carregá-la para fora.

—Certo, então, Adam, você sabe o que fazer, — disse


Charlie, tentando segurar a cabeça para cima. Ao contrário
de seu marido, ela não estava disposta a ter um confronto na
frente de seus empregados e amigos.

—Deus, eu gostaria de ter uma câmera de vídeo. Alguém


se certifique de que a segurança não apague essas fitas, —
Adam disse.

—Adam! — Ele podia ser tão detestável. Ela tinha que


mantê-lo na linha.

Ele endireitou-se imediatamente.

—Sim, senhora. Eu vou verificar.

A mão dura deu um tapa na bunda dela, fazendo a pele


formigar.

—Ele não vai verificar nada, exceto novas fechaduras


para nossas malditas portas.
—Mamãe e papai estão brigando, Jake. O que devo
fazer? — Adam perguntou.

Pelo que ela podia ver, todos seguiam a ela e Ian fora da
sala de conferência, lanches na mão.

Jake observava a cena com uma expressão divertida.

—Acho que descobrir quem é mais assustador.

—Vou escrever isso num livro, — disse Serena, tomando


notas em um pequeno bloco de papel.

—A reunião acabou? — Grace perguntou. —Devo


limpar?

Charlie sabia exatamente o que ia acontecer.

—Ele vai dizer que ele não quer um donut, mas ele quer.
Guarde três para ele. Ele vai comê-los antes do almoço e, em
seguida, fingir que não o fez. Ah e ele gosta de seu café
realmente preto, quase com gosto de expresso.

Grace parou.

—Sério? Eu tenho feito médio.

—Ele gosta realmente muito escuro.

Outro golpe atingiu seu traseiro. —

Eu odeio tudo.

Ele era tão irritante.

—Você pode me bater na bunda. Eu voltarei em dez


minutos.

Ele saiu pelas portas de vidro, deixando-as bater atrás


deles.
—Não se eu te matar.

Como se isso fosse uma ameaça real.

—Claro, Superman, me mate, amigo.

Ian fazia um jogo tão bom. Ele falava como se fosse o


maior durão que já andou na face da terra e, de certa forma,
era. Ele poderia estripar um homem que fez o mal sem
pensar duas vezes. Era perfeitamente capaz de tirar a cabeça
de alguém.

Mas apenas se eles mereciam.

Ela percebeu há muito tempo. Ele destruiria os maus - e


ninguém mais. Seria difícil para ele pegar uma mulher,
mesmo que ela merecesse. Ele tinha o seu código e era preso
a ele rigidamente.

Ian Taggart, sem dúvida, disse a ela que o fez vomitar,


mas ele era um herói. O verdadeiro herói americano.

Ele era seu herói. E maldição, seu traseiro parecia lindo


num par de jeans. Ela pensou seriamente sobre apertar os
músculos fortes com as palmas das mãos, mas decidiu não o
fazer. Ela só podia empurrá-lo antes que ele fizesse algo que
iria se arrepender.

—Ou eu poderia apenas jogá-la na rua, onde você


pertence. — O elevador abriu e ele caminhou para dentro.

Ela respirou fundo, contra o espaço fechado de aço.

—Ian, vamos lá.

Ian ignorou, olhando para sua equipe.


—Vocês fiquem na porra do escritório ou estão
demitidos.

—Eu não despedirei ninguém, — ela atirou de volta. O


elevador era grande e elegantemente decorado e vazio. Ela
lidou com isso quando subiu. Ela poderia descer. —Exceto
Jesse. Ele quase me matou.

Ela ouviu um suspiro triste.

—Mas eu só tenho um apartamento.

—Você não está demitido, Jesse, — disse Ian, a


frustração evidente em seu tom. —Esta ainda é a minha
empresa. Eu queria demiti-lo, mas agora não vou porque sei
que ela não quer você aqui. Mas se você tentar nos seguir
para baixo, eu vou te matar.

Ele virou-se então ela não podia ver nada, exceto a parte
de trás do elevador e quão linda era a sua bunda. Ela
concentrou-se nisso e não no fato de que eles estavam em um
pequeno espaço fechado.

—Ele é uma rainha do drama. Ele não vai matar


ninguém. Ele definitivamente não vai matar Eli Nelson
porque ele não vai encontrar o filho da puta sem mim.

Um tapa duro. Sim, ele definitivamente estava chegando


ao fim da sua paciência.

Ele bateu com a mão nos botões e a porta fechou. Ele


não fez um único movimento para deixá-la descer.

—Eu não vou a lugar nenhum, Ian.

—Eu vou barrá-la no edifício.


—Isso vai ser difícil, já que eu sou proprietária de
metade do andar de cima.

Uma pequena pausa.

—Não, você não é porra nenhuma.

Era hora de apontar algumas verdades irrefutáveis de


sua situação.

—Nós não temos um acordo pré-nupcial, querido.


Mesmo que nós fizéssemos, esta propriedade você comprou
após nossas núpcias. Texas é um estado de propriedade da
comunidade. O que é seu é meu. No lado feliz, tenho um
condomínio de dez milhões de dólares que compartilho com
você. Eu mesma comprei mil lençóis de linho. Eu sei que você
tem pele sensível.

Ele a desceu com um pequeno empurrão, colocando


distância entre eles. Sua mão disparou, pressionando o botão
que parou o elevador no meio da descida.

—Que porra você está tentando fazer, Charlie?

Ela preferia quando ele a estava levando como um saco


de farinha. Pelo menos havia uma conexão. Agora, ela sentiu
o espaço entre eles. E o aperto do elevador.

—Estou tentando fazer as coisas direito.

—Você não pode. Eu não posso confiar em você de novo.

—Ian, eu cometi um erro terrível. Eu deveria ter


confiado em você. Eu deveria ter dito o que estava
acontecendo. — Esse era seu verdadeiro crime. Ela pensou
que ele iria ajudá-la, salvá-la, mas ela não arriscou. Desde o
dia em que seu pai a sequestrou até aquele momento, quando
ela pegou as drogas de Nelson, sua vida tinha sido um ato de
equilíbrio cuidadoso, um jogo constante de não tropeçar nas
minas terrestres do mundo de seu pai. Todo mundo nesse
mundo queria algo dela e estavam todos dispostos a
machucá-la para obtê-lo.

Ela não sabia que havia confiança, amor e suavidade no


mundo até que conheceu Ian Taggart.

—Eu a teria levado de volta para os Estados Unidos e a


colocado sob custódia, — ele explicou. —Você fez a coisa
certa, se você queria ficar fora da cadeia. Você jogou comigo e
jogou bem.

—Você sabia que algo estava errado, Ian. Você sabia


disso, mas você não fez absolutamente nada sobre isso
porque você estava apaixonado por mim. — Se ela pudesse
fazê-lo admitir isso, talvez eles tivessem uma chance. Suas
mãos estavam começando a tremer. Só um pouco. Ela podia
lidar com isso.

—Eu estava pensando com meu pau. Eu não faço mais


isso. Você me custou o meu trabalho, Charlotte. Como na
terra você acha que eu nunca lhe daria outro tiro? Você quer
me matar desta vez?

—Se eu quisesse, não estaria aqui.

Ele se inclinou contra a parede do elevador, estudando-a


com os olhos quase fechados.

—Ou, o cenário mais provável é que você precisa de


informações para seu chefe e você acha que pode me seduzir
novamente. Eu não vou mentir para você. Estou atraído por
você. Você é exatamente o meu tipo. Seios grandes, quadris
bonitos. Você não é uma coisa pequena que poderia esmagar.
Eu não gostaria que fosse verdade, mas quero te foder duro.
Quero fazê-lo aqui e agora. Você pode ter controle sobre meu
pau, mas isso não vai mudar absolutamente nada. Eu vou
foder você e então vou chutá-la do edifício e, em seguida, não
vou pensar em você

Ela odiava o quanto suas palavras podiam aquecê-la,


mas ela descobriu há muito tempo que este era o preço que
tinha que pagar. Esta terrível vulnerabilidade era o preço
pago por todas as mulheres por amar um homem. Se ela se
fechasse, construiria um muro entre eles, então ela nunca
iria voltar para o lugar onde foi amada, salva e pura. Deus,
amá-lo a deixou pura e ela não se sentia dessa forma há
muito tempo.

Ela estendeu a mão para ele, deixando seus dedos


tocarem a pele eriçada de seu queixo. Ele não se preocupou
em fazer a barba.

—Eu sempre penso em você.

Ele tirou a mão.

—Não, Charlie. Não desse jeito. Se você quiser jogar, eu


jogo, mas não vou ouvir essa merda de novo.

Porque não era uma merda. Porque ele a amava como


ela o amava. Não podia enganá-la. Ele poderia mentir o
quanto quisesse, mas estava em seus olhos.
—Você vai me beijar? — Tudo valeria a pena se ele
colocasse seus lábios nos dela novamente.

Sua cabeça balançou, uma rejeição afiada.

—Não. Eu não beijo.

—Você fez. — Ele a beijou muitas vezes. Ele passou o


que pareceram horas drogando-a de beijos.

—Eu não.

—Então você não beijou ninguém depois de mim?

Os lábios de Ian curvaram num pequeno sorriso


malévolo.

—Eu comi provavelmente uma centena de mulheres


depois de você, querida.

Mas ele não beijou nenhuma delas. Fez seu coração


pular.

—Eu não beijei ninguém também. Não em todos esses


anos.

Seus olhos eram de pedra.

—Eu não me importo.

Ela tinha que encontrar uma maneira de fazê-lo se


importar.

—Você deixará Adam verificar os dados que recolhi?

—Eu farei do meu jeito, — ele respondeu.

—Deus, você é tão teimoso.


—Seria bom se lembrar disso. — Seu telefone tocou. Ele
tirou do bolso e fez uma careta. —Falando no diabo. O que é,
Adam? — Ele rosnou para o receptor. —Não, eu não estou
transando com a porra da minha esposa na porra do maldito
elevador. Eu estou discutindo com ela. E ela não é a porra da
minha esposa. E diga a segurança que reiniciarei o maldito
elevador quando eu estiver pronto. Você sabe que posso
demiti-lo, idiota, então cuidado.

Ele deslizou o telefone de volta em suas calças e apertou


o botão do elevador.

—Eu esqueci sobre a claustrofobia. Vou descê-lo em um


minuto. — Ele parecia quase terno, mas depois pareceu se
lembrar que não deveria fazer aquilo. —Quando chegar ao
lobby, você não precisa se preocupar com o espaço porque
você nunca terá que entrar nesse edifício de novo.

O elevador deslizou para baixo e Ian se afastou dela.

As portas se abriram, revelando uma mulher jovem e


bonita em uma saia amarela e uma blusa que era pelo menos
um tamanho muito maior para ela. Usava óculos e seu cabelo
escuro estava em um coque bagunçado.

Ela sorria, mas parou assim que olhou para Ian. Ela
parecia um cervo à frente de um farol de caminhão que se
aproximava em fúria.

—Phoebe, você está atrasada, — disse Ian numa voz


obscura.

A garota, que não passava de vinte e quatro,


empalideceu.
—Eu só vou pegar as escadas, Sr. Taggart.

Ela correu tão rápido quanto seus saltos podiam.

—O que significa isso? Você se diverte assustando


garotinhas agora?

Ele a pegou pelo cotovelo e começou a arrastá-la para


fora.

—Elas parecem ser as únicas que se assustam. Vou


ficar chocado se ela subir os quinze andares. Alguém vai ter
que buscá-la. Por que eu me distrairia? Pelo menos eu posso
me livrar de você. Segurança!

Dois homens imediatamente reforçaram. Eles estavam


vestidos com uniformes quase militares.

—Sr. Taggart?

Ele apontou um dedo em sua direção.

—Não deixe que esta mulher volte ao prédio.

Ela não podia permitir que isso acontecesse.

—Vou processar todos aqui. Ele é meu marido. Eu sou


dona de metade do décimo quinto andar.

O queixo quadrado de Ian, seus olhos endureceram.

—Nós não somos casados.

—Sim, nós somos e tenho os documentos para provar


isso.

Ian sorriu.

—E eu tenho o seu atestado de óbito. Está tudo


emoldurado.
Ela retirou seu ás.

—Você é o único que tem.

Ele parou.

—Você não fez.

—Claro que eu fiz. Eu não ia deixá-lo pendurar. Eu


tenho certeza que existem alguns arquivos com MI6 e a
Agência, mas boa sorte para consegui-los. Eu acho que verá
que eles são confidenciais. — Na verdade Chelsea
recentemente apagou todas as informações pertinentes, mas
ela deixou Ian acreditar no que ele queria. No minuto em que
ela soube que a operação Florida ia ser um sucesso, colocou
seu plano em movimento. —A certidão de casamento está de
volta no lugar desde ontem. De acordo com todos os registros
públicos, nós temos vivido juntos e felizes por quase seis
anos agora. — Ela sorriu para os guardas de segurança. —
Nós estamos tentando ter um bebê. Os médicos disseram que
ele tem esperma lento. Isso o deixa muito irritado.

Ele deu um passo em direção a ela, sua voz baixa.

—Querida, eu vou me acomodar naquele banco logo ali e


vou puxar para cima essa pequena saia que você está
vestindo, descer sua roupa de baixo e espancá-la até você
gritar na frente destas pessoas tão agradáveis. Você quer
isso?

Ela balançou a cabeça.

—Eu não estou usando calcinha, Ian. Você me disse que


não era permitido. Assim fica muito mais fácil.
Ele agarrou seu pulso e começou a arrastá-la para fora
do prédio.

Ele parecia estar sob algum tipo de impressão que ela


teve a dignidade de proteger ou algo assim. Dignidade não
significa porcaria nenhuma para ela. Charlie plantou seus
pés. Infelizmente, a superfície de mármore liso ajudou-a
deslizar para a direita junto.

—Saia, Charlie. Se eu a vir aqui novamente, vou chamar


a polícia. E você deve entender que a minha primeira ligação
quando eu voltar lá para cima será para meu advogado. Se
ainda estamos casados, querida, nós estamos começando um
divórcio.

—Eu não quero o divórcio, Ian.

—Não me importa o que você quer. — Ele usou um


ombro largo para abrir as portas de vidro, deixando entrar
uma rajada de puro calor do Texas.

Charlie tropeçou um pouco quando seus pés passaram


do mármore para o concreto. Ian amaldiçoou e a segurou
antes que sua bunda batesse no terreno.

—Ian, por favor. Vamos falar sobre isso. Posso provar


que não estou trabalhando para Eli Nelson.

Ele teve certeza que ela estava firme em seus pés antes
de se afastar novamente.

—Não, você não pode.

—Tem de haver alguma coisa. — Ela não tinha certeza


se ele acreditaria nela nem se Deus descesse e batesse sobre
sua testa com a verdade. Seu marido paranoico iria decidir
que o Pai Celestial era um agente duplo enviado para matá-
lo. —Ian, você tem que confiar em seus instintos. Olhe para
os dados na sua frente. Leia o que eu lhe enviei. Olhe
desapaixonadamente e depois forme uma conclusão lógica.
Você é o homem mais inteligente que eu já conheci.

—Seguir meus instintos? Eu fiz isso uma vez. Deixei


todos os fatos de lado e segui meus instintos. E perdi meu
emprego e quase perdi minha vida. Você me ensinou a lição,
Charlie. Adeus.

Ele começou a se virar e Charlie sentiu o aperto no


coração.

Ele olhou por um momento, os olhos na porta e então


ela viu. Um único brilho de metal.

—Abaixe-se! — Ian gritou, seu corpo movendo-se com


graça predatória.

Ele bateu nela com o impacto de uma locomotiva e ela


se viu abordada e jogada ao chão enquanto as balas
começaram a voar.
Ian rangeu os dentes quando seu ombro bateu no
concreto. Ele rolou para a esquerda, colocando Charlie perto
de seu corpo enquanto ele tentava manobrá-los para as
árvores que ladeavam a passarela.

O pânico estava se espalhando. No minuto que o tiro foi


disparado, houve berros e gritos e as pessoas que circulavam
na frente do prédio dispersaram.

Ele não estava armado. O que diabos ele estava


pensando? Charlie deixava sua cabeça uma confusão.

—Ian, você está bem? — Pelo menos ela estava calma.


Ian sabia que a maioria das mulheres estaria gritando agora.
Elas estariam lutando com ele. Mas Charlie estava
completamente relaxada em seus braços, tornando fácil para
ele rolá-la para fora do perigo. Ela confiava nele para cuidar
dela.

—Eu não fui atingido se é isso que você está


perguntando.

—Chefe? — Jacob Dean de repente estava ao seu lado e


ele não esqueceu a sua arma de fogo.
—Eu pensei ter dito para você ficar lá em cima. — Ian
levantou a cabeça. Havia uma fila de loendros7 à sua
esquerda. Eram cerca de quatro pés de altura e espessos.
Eles serviriam bem a seus propósitos. —Arranja-nos
cobertura. Ele provavelmente fez, mas eu não posso correr o
risco.

Porque no minuto que ele viu o brilho de uma arma


refletindo fora da janela, ele teve uma visão de Charlie
deitada em uma poça de seu próprio sangue. Seria esse
apenas o seu destino? Vê-la sempre assim?

Jake se moveu, sua arma pronta. Ele colocou-se em


perigo para Ian não ter que colocar Charlie lá.

—Eu também acho que ele acabou chefe. Os policiais já


estão a caminho. Mova-se, agora.

Ian se levantou, mas manteve a cabeça baixa e cobriu


Charlie enquanto a levantava. Três passos largos e eles
estavam a salvo por trás dos arbustos. Árvores cobriam suas
costas. Só com muita maldita sorte o filho da puta acertaria
um tiro agora.

—Adam já estava puxando as fitas de segurança. Os


policiais vão querer as fitas para tentar identificar quem era a
vítima. Procedimento padrão. Imaginei que era melhor
manter o rosto da Sra. Taggart fora dos jornais desde que ela
provavelmente tem um par de agencias procurando por ela.

7
O loendro[1] (Nerium oleander L.) da família Apocynaceae, é um arbusto “extremamente tóxico”, cuja distribuição
geográfica está confinada à região mediterrânica. Em Portugal encontra-se disperso por todo o país, mas é
particularmente abundante no Alentejo e Algarve.
Porra. Ele ainda não pensou sobre isso. À distância,
podia ouvir as sirenes.

—Ela não é a Sra. Taggart, — Ian disse, cerrando os


dentes.

—Eu tenho os documentos para provar isso. — Charlie


respondeu.

Não havia nenhum ponto em discutir agora. Eles não


tinham tempo.

—Então, quem está tentando matá-la, Charlie? — Não


havia nenhuma dúvida que isso era tudo sobre ela.

—Talvez alguém estava tentando matar você, — Charlie


atirou de volta, uma carranca virando aqueles lábios lindos
para baixo. —Você se conhece? Eu consigo pensar em um
grande número de pessoas que você irritou o suficiente para
tentarem um pequeno assassinato.

Ela não estava totalmente enganada, mas Ian sabia


muito bem que isso não era sobre ele.

—Charlie? A polícia vai estar aqui a qualquer minuto. O


quanto eu tenho que mentir para eles?

Ela balançou a cabeça.

—Nem um pouco, porque na verdade você não sabe de


nada.

Como ele poderia ir de estar salvando sua vida a querer


estrangulá-la em menos de dez segundos?
—Você vai voltar lá para cima com Jacob, porque só
Deus sabe o que os policiais têm sobre você. Você está indo
para o meu escritório e vai ficar lá. Entendido?

O mais doce sorriso atravessou seu rosto.

—Sim mestre. Eu absolutamente vou obedecer sua


ordem. Jacob?

Jake a ajudou a se levantar.

—Vou levá-la pelos fundos. Eu acho que posso fazer isso


sem perder a cobertura. Adam vai desligar as câmeras e ele já
tem uma chamada para Brighton.

Derek Brighton era seu contato no DPD. Ele também foi


um Dom em Sanctum. Se Ian queria a chance de não ter
Charlie envolvida nisso, ele precisaria de Derek.

Ele viu como Charlie seguia atrás de Jake. Ela estava


calma e serena. Ninguém jamais pensaria que ela esteve tão
perto de ter a maldita cabeça quase arrancada por um
atirador.

Não era sexy. Não. Era irritante. Ele tentou se convencer


de que iria preferir se ela fosse uma dessas mulheres que
gritavam, choravam e que estivessem aterrorizadas.

Ele achava essas mulheres profundamente irritantes.

Era isso. Ele nunca a amou de verdade. Ele apenas


gostava do fato de que ela era calma durante um tiroteio.
Sim, tinha que ser isso.

Assim que Charlie desapareceu pela porta de


manutenção, os policiais apareceram cantando os pneus e
com as sirenes berrando. Eles não poderiam ficar quietos
nem durante um tiroteio.

Mas eles poderiam foder tudo.

Ian não podia deixar isso acontecer. Isto acabou de se


tornar sua operação.

Duas horas mais tarde, ele foi finalmente capaz de voltar


ao seu escritório, convenceu os oficiais que deve ter sido um
escapamento de carro, já que houve apenas o som do tiro. As
pessoas, ele disse aos oficiais, eram muito nervosas nos dias
de hoje.

Enquanto a polícia falava com os espectadores


assustados, Alex já encontrou a bala e começou sua própria
investigação.

—Eu quero saber onde o filho da puta estava, com o que


ele estava atirando e para quem ele trabalha porra, — disse
Ian, entrando na sala de conferências.

Adam estava sentado na parte de trás, com a cabeça


para baixo enquanto digitava. Jake e Alex olhavam para o
invólucro de plástico onde a bala estava.

Grace segurava a mão de Phoebe enquanto ela respirava


através de seu inalador. Ela enviou a Ian um olhar sujo.

—Realmente, Ian? O que há de errado com você? Você a


fez subir quinze lances de escadas?

—Eu não fiz ela fazer qualquer coisa. Ela deu uma
olhada para o elevador correu para o outro lado. —
Novamente, outra razão para ele preferir Charlie. Phoebe era
uma mulher bonita. Ela tinha curvas em todos os lugares
certos, embora ela tentava escondê-las. Ela fingia ser
desleixada, mas ela tinha um belo corpo sob todas aquelas
roupas. Infelizmente, ela também parecia ter uma tonelada de
inibições. Se ele tivesse dito a Charlie que ela estava
atrasada, ela teria mostrado o dedo para ele e entrado no
elevador.

O elevador. Ele tinha esquecido o quanto ela os odiava.


Ela era extremamente claustrofóbica. Ele nunca iria esquecer
a forma como suas mãos tremiam, mas ela mantinha o rosto
perfeitamente calmo. Apenas o tremor fino em suas mãos
entregava que algo estava errado.

—Ela deve fazer algum tipo de aula de defesa pessoal, —


Jake disse suspirando. —Essa é a mulher mais submissa que
eu conheci em toda a minha vida. Ok, Charlie está bem. Ela
estava no telefone com a irmã.

—Você gravou a conversa?

Grace engasgou.

—Gravou a conversa? Ele não faria isso.

—É claro, — respondeu Jake, ignorando-a


completamente. Protocolos de segurança não faziam parte do
treinamento do emprego de Grace. —Eu mandei uma
mensagem para Alex com um 540 antes de eu colocá-la no
elevador de manutenção. Ela estava um pouco trêmula.

Não por causa do tiroteio, mas o elevador faria isso com


ela.
—Bom.

—O que é um 540? — Perguntou Grace.

Ele deveria ter limpado a sala, mas no final do dia,


Grace era família e Phoebe fez um trabalho decente. Elas
mereciam saber como McKay-Taggart operava. Embora ele
nunca iria dizer-lhes sobre a 640. Era o código do que fazer
se todos eles estivessem sob o fogo. Grace, Eve, Phoebe e
quaisquer outras mulheres deveriam ser protegidas em
primeiro lugar, os homens dariam suas vidas por elas. Todo
homem que trabalhava para ele tinha que concordar com
esse protocolo. Mesmo o último, Jesse. Ele praticamente
saltou para cima e para baixo com a perspectiva. Foi quando
ele sabia que iria contratar o pequeno filho da puta. Debaixo
de seu exterior de cachorrinho, ele era um protetor. Ele era
um Dom.

—É um código para assistir e observar. Alex ligou as


câmeras em meu escritório. Adam a vigia desde o momento
em que ela entrou.

—Sua irmã disse que iria chamá-la de volta, mas ela


achou que tinha alguém na linha. Charlotte não se
preocupou em mencionar que alguém tentou atirar nela, —
Jake explicou. —Ela disse para sua irmã chamá-la de volta e
agora ela está esperando.

—Ela parece gostar de cheirar as coisas chefe. — Adam


olhou para cima. —Está cheirando o casaco que você guarda
no escritório. Ela é intrometida também. Olhou todas as suas
gavetas. Ela também pediu pizza. Não se comporta como uma
mulher que está terrivelmente preocupada em ser alvejada.

—Porque ela está acostumada a isso. — Ele se


perguntou quantas vezes algo como isso já aconteceu com
ela. Como será que os últimos cinco anos foram realmente?
Se dizia a verdade ela se afastou tanto do sindicato quanto do
fodido Eli Nelson, então todo o momento deve ter sido um
delicado equilíbrio de trabalhar para se manter viva. Os
russos sozinhos seriam um inferno para se livrar, para não
mencionar alguém com os talentos de Nelson.

Distraidamente, ele estendeu a mão e pegou um donut.


Foi um dia desagradável. Ele precisava disso. Observou o
monitor no computador de Adam. Charlie estava sentado na
sua mesa, com as pernas enroladas em seu peito, deixou cair
a cabeça para trás e fechou os olhos. Ele podia ver a longa
linha de sua garganta e como se inclinava graciosamente em
direção à curva dos seus seios. Embora a câmera era em
preto e branco, ele sabia como sua pele era perfeita, a única
coisa maculando eram as cicatrizes, ele sempre prestou
bastante atenção a elas. Ele beijou suas cicatrizes mais e
mais, traçando com a língua, como se fossem um roteiro para
a mulher e ele poderia conhecê-la através do toque e gosto.

Ele mordeu o donut e suspirou, limão, ele amava limão,


porra. Azedo. Doce. Picante. Assim como Charlie.

—Ei, eu trouxe um pouco de café. Você quer que leve


estes para fora, Ian? —Gracie segurava uma caneca de café
nas mãos e fez um gesto para as caixas de donuts.
—Hey, eu só tive um, — Adam disse, pulando para cima,
suas mãos alcançando os de limão, o pequeno filho da puta.

Ian golpeou-o para longe.

—Meu.

—Cara, ainda tem algo como trinta rosquinhas


sobrando.

—Os limões são meus. — Quanto tempo passou desde


que ele se deu ao luxo de ter algo tão simples como um donut
de limão? Uma eternidade. Tomou um gole do café que Gracie
lhe entregara e seus olhos fecharam de prazer. —Oh, isso é
tão bom. Você mudou a marca do café?

Gracie tinha o olhar mais estranho em seu rosto quando


ela olhou para ele.

—Não, depois do que Charlotte disse anteriormente, eu


pensei em tentar algo novo. Eu fiz isso três vezes mais forte
do que normalmente faria.

Adam estremeceu.

—Tem gosto de óleo de motor.

—Cale a boca, Adam. Tem gosto de céu. —Sim, ele teria


Gracie ensinando sua nova sub como fazer o café. Porque ele
ainda faria isso totalmente. Charlie tinha feito-o
profundamente ciente de que precisava de uma saída. Só
porque ela se lembrou de que ele gostava de rosquinhas de
limão e como gostava do seu café não compensava por ela ter
ferrado com ele.
—Você sabe o que tiraria o sabor de óleo de motor da
minha boca? — Adam perguntou, —Limão.

—Foda-se. Compre seus próprios donuts de limão.

Gracie suspirou.

— Derek Brighton está aqui. Eu o coloquei no escritório


de Alex. O seu estava cheio.

Ele pegou o que restava da caixa e saiu.

—Alex. Seu escritório. Agora.

—Maravilha, — ele ouviu Adam dizer enquanto saia. —


Eu odeio quando ele para de usar verbos. Se eu tiver
escorbuto8 é a sua culpa por pegar todos os de limão.

Alex o alcançou.

—A bala é um calibre 30. Não nos diz muito.


Provavelmente veio de um rifle sniper. Simon e Jesse estão
trabalhando na trajetória. Eles têm quase certeza que o
atirador estava aproximadamente sete ou oito andares para
cima e para o noroeste. Há dois hotéis que podem funcionar.
Desculpa. Nós não conseguimos ser mais específicos, sem
trazer alguns equipamentos que nos denunciariam para os
policiais.

—Eu aposto que você vai descobrir que o rifle utilizado


foi um Dragunov. É o que o sindicato Denisovitch usa. Eles
acreditam no apoio a Mãe Rússia. Eles também trabalham
limpo. Diga a Simon para tentar descobrir qual o quarto que

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O escorbuto é uma doença carencial (falta de nutriente essencial), devido à ausência de vitamina 2 C (ou ácido
ascórbico) na dieta.
ele estava, mas eu apostaria minha vida que não vai
encontrar uma maldita coisa. O nosso atirador se foi. —Ele
deu outra mordida de seu donut. Foi a única fodida coisa que
deu certo durante todo o dia. —Merda. Ela precisava sair.

—Ou nós precisamos protegê-la, — Alex sugeriu.

—Ou nós poderíamos deixá-los levá-la e, em seguida,


todos os meus problemas seriam resolvidos. — Ele disse as
palavras, mas sabia que, porra, ele nunca iria deixar que isso
acontecesse.

—Ian, — Alex suspirou.

Ele estava profundamente grato de ser capaz de


empurrar através da porta de Alex. Ele não queria entrar
nisso com Alex. Desde que Alex e Eve voltaram, Alex era todo
sobre seus sentimentos malditos e merda. Agora Alex
esperava que ele tivesse sentimentos também. Pensando
nisso, tudo era culpa de Charlie. Todas as coisas ruins eram
culpa de Charlie.

E todas as coisas boas vinham de creme de limão.

—Derek, é bom ver você. — Ian cumprimentou o grande


policial que caminhava pelo escritório de Alex.

Derek Brighton esteve na equipe boina verde de Ian. Ian


manteve contato com todos os seus ex-companheiros de
equipe, mas sempre foi mais estreita com Derek. Quando Ian
e Alex procuraram por uma cidade para iniciar um negócio,
foi Derek, que os aconselhou a mudar para o Texas. Derek
era sua ligação com o DPD e eles precisavam dele muito mais
frequentemente do que Ian gostaria.
—Eu gostaria de dizer o mesmo, mas estou mais
inclinado a perguntar por que diabos eu tenho dois
investigadores no térreo que acreditam firmemente que um
possível ataque terrorista não era nada mais do que um
escapamento de carro.

E Derek era mais esperto do que um policial comum.


Mesmo assim, Ele teve que dar-lhe um tiro. Ele terminou a
rosquinha e tomou um bom gole de café.

—Oh aquilo? Sim, eu estava lá em baixo. Um idiota


precisa ter o seu cano de descarga consertado. Assustou os
turistas para caramba.

Derek franziu a testa.

—Sério? Apenas os turistas? Porque faço isso por mais


tempo que os policiais de ronda e eu consegui perceber que a
loja do outro lado da rua tem CCTV e um deles está apontado
para cá. Adivinha o que eu vi?

Filho da puta. Ele ia crucificar alguém.

—Nenhuma ideia.

—Eu vi você, garotão. Vi você descobrir o que ia


acontecer cerca de dois segundos antes de acontecer. O que
você viu? Algum brilho fora da janela? De alguma forma eu
acho que não veio da porra de um problema de escapamento,
Tag.

Ele estava ferrado. Ou talvez não. Brighton era um


homem razoável.

—Por que os policiais não estão aqui atrás de mim?


—Porque a última coisa que esta cidade precisa é de
uma ameaça terrorista, — disse Brighton, com os ombros
relaxando um pouco.

—Eu não acho que é uma ameaça terrorista, — Alex


disse, cruzando os braços sobre o peito.

—Então, quem Ian irritou? É a CIA finalmente passando


de queimá-lo para realmente matá-lo? — Derek perguntou.

—Eles não me queimaram. — A televisão ia ser a morte


oficial da inteligência. —Eu fui embora.

Ele se queimou. Só que não pela Agência. Charlie


queimou o caralho fora dele. Ela queimou tão quente que ele
ficou chamuscado.

—Temos tudo sob controle, — Alex disse.

—Eu preciso de mais do que sua palavra como garantia.


— Derek não se mexeu, sua mandíbula trincou. —Preciso
saber o que está acontecendo. Eles estavam atrás do Ian?
Será que vão tentar de novo?

Este seria o ponto em que ele entregava Charlie para o


DPD e os deixava lidar com ela. Charlie sairia de seu
caminho. Não teria que a ver novamente. Ela estava em seu
escritório e tudo o que ele tinha que fazer era levar Derek pelo
corredor e explicar que ela estava muito provavelmente em
várias listas de mais procurados. Ele pegou outro donut. Ele
ia ter que ir ao ginásio.

—O que há de errado com ele? — Derek perguntou.


—Ele está pensando. — Alex o conhecia muito bem. —
Ele está tramando alguma merda na sua cabeça e eu
realmente, realmente espero que ele faça a porra da coisa
certa.

Bem, ele sabia o que Alex queria. Ele suspirou. Ele não
ia se apressar. Foda-se, isso tinha um gosto bom. A
combinação de azedo e doce e do excelente café amargo era
praticamente perfeito.

Claro, se ele a entregasse, ela seria levada em custódia e


muito provavelmente morreria nas próximas vinte e quatro
horas e não a do tipo de ‘voltar em cinco anos’.

E isso seria ruim? Ele poderia deixá-la ir e encontrar a


sub de seus sonhos, uma pequena e quente sub que nunca o
questionaria, cozinharia melhor do que Sean e apreciaria
profundamente o anal. Ele não sabia se Charlie gostava de
anal. Ela provavelmente gostaria se ele fizesse. Ele era
realmente muito bom nisso. Mas não iria fazê-lo.

Eli Nelson ficaria feliz se ela morresse. Bem, Nelson


ficaria feliz se ele tivesse acreditado na história fantasiosa de
Charlie ferrando ele. Poderia dar um desconto? Nunca iria
querer fazer o Nelson feliz. Portanto, ele não poderia entregar
Charlie.

Decisão tomada.

—Eli Nelson está atrás de mim.

Alex soltou um longo suspiro de alívio.

—Eu estava preocupado que você não diria a verdade.


Ian deu de ombros.

—Eu sou praticamente o George porra Washington. Eu


não consigo dizer uma mentira.

Os olhos de Derek se estreitaram.

—Sim claro. Eu estou procurando um franco-atirador


solto em Dallas?

Não é provável. Pelo menos sobre isso ele poderia ser


honesto.

—Você sabe como os profissionais são. Eles tomam sua


chance e depois desaparecem profundamente. A última coisa
que eles querem é uma cidade na borda. Eu estarei em
guarda e Simon e Adam já estão trabalhando em descobrir
quem Nelson contratou. Nós vamos cuidar dele. Você só vai
criar uma tonelada de problemas de merda para você e para a
cidade se colocar a forca policial nisso. Ah, e se você quiser os
meios de comunicação nacionais focados em cada pequeno
problema que DPD tem, você chamaria isso de um ataque
aleatório de algum franco-atirador. Não é. Trata-se de mim e
isso significa que ele vai acabar sendo arquivado. Salve a
cidade e você de um monte de problemas. Era um
escapamento de carro.

Derek amaldiçoou em voz baixa.

—Bem, mas, porra, eu vou ter suas bolas se você mentir


para mim e acontecer outro ataque. É a minha bunda que
está na linha aqui, Tag.
—Então isso é comigo e eu posso cuidar disso melhor se
mantivermos em segredo.

Derek assentiu e foi para a porta.

—Vou deixá-lo por agora. Eu estou informando meu


CO. —Derek muitas vezes falava em jargão militar. —Mas ele
vai ficar bem com isso. A propósito, quem é a menina?

—A garota? — Droga. Ele não precisava de Derek


olhando para ela.

—A mulher que você protegeu, — Derek instigou.

Alex bufou um pouco.

—Ian tomou uma nova sub.

Aquele filho da puta. Ian forçou um sorriso no rosto.

—Coisinha quente. Embora eu me preocupe que ela


pode ter se assustado. Você sabe, depois de hoje. Ela
provavelmente vai ter ido embora amanhã. Você sabe como
as mulheres podem ser. Uma tentativa de assassinato aqui e
elas passam para o próximo cara.

Alex sacudiu a cabeça.

—Nah, ela é feita de material mais duro do que isso.


Você deve conhecê-la, Derek. Ela vai estar no Sanctum esta
noite.

—Tudo bem, — disse Derek. —Estou ansioso para vê-la


esta noite. Eu vou sozinho, assistir o grande cara se retirando
por uma sub, pode fazer o meu dia valer a pena.
Alex tinha fodido-o com força. Ian se fodeu. E ele nunca
se fodia.

—Eu decidi levar um par de subs em tempo integral. Ela


é apenas a primeira. Estou fazendo testes, se você sabe o que
quero dizer.

Derek estudou-o por um momento.

—Eu faço. Estou um pouco solitário, também. Eu não


acho que poderia lidar com duas, apesar de tudo. Talvez
apenas uma. Porra, talvez você tenha razão. Talvez eu deva
começar a fazer entrevistas. Eu evito porque sei que Amanda
iria se candidatar. Porra, cara, você não poderia manter de
fora as subs com quem eu tenho que trabalhar? Vejo você à
noite.

Amanda era uma cadela pirralha do Sanctum. Ian sabia


que ela era desagradável com todas as outras subs, mas
ninguém lhe pediu para cuidar dela, então ele estava
deixando-a em paz. Às vezes, as subs precisavam resolver os
seus próprios problemas.

Perguntou-se como Charlie lidaria com o tipo de menina


má que era Amanda. Isso pode ser divertido de ver.

Derek caminhou para fora da porta e Ian virou para o


seu melhor amigo no minuto em que a porta se fechou.

—Você é um filho da puta.

Alex apenas sorriu.

—Meus pais ainda estão casados e felizes.

—Você sabe o que eu quero dizer. Que merda foi aquela?


—Isso era sobre lhe dar uma chance, apesar de você
mesmo. Você não está pensando sobre isso. Você precisa
pensar por dois malditos minutos. Sua esposa voltou dos
mortos.

—Não, de acordo com tudo o que eu sei, ela voltou de St.


Augustine. — Ele não precisava desta merda. Agora ele tinha
que levá-la para Sanctum esta noite. Ele teria que a vestir
com roupas de fetiche e caminhar ao seu lado fingindo ser
seu mestre. Isso era culpa de Alex.

Alex passou a mão em toda a cabeça, obviamente


frustrado.

—Ela me salvou, homem. Me trouxe de volta junto com


Eve. Porque ela faria isso? Ela andou na frente de uma bala.
Eu estaria morto. Essa bala estava indo direto para o meu
maldito coração. Dê-me uma razão por que ela faria isso além
do fato de que ela te ama e está tentando fazer o seu caminho
de volta para você.

Ele não poderia nem mesmo considerar isso.

—Ou você só está com raiva de mim.

Alex rolou os olhos.

—Por que eu estaria puto com você?

Ele não tinha uma boa resposta para isso. Ele realmente
tratava Alex como ouro. Alex era seu irmão do mesmo jeito
que Sean era. Um por DNA e história, o outro por meio de
sacrifícios e sangue.
—Isso não importa agora. Você me colocou em um
caminho. Eu tenho que levá-la para Sanctum esta noite. O
local vai explodir provavelmente.

—Vou ligar para Ryan e colocar alguns protocolos de


segurança no lugar.

Protocolos de segurança não salvariam Charlie. Só Deus


sabia quantas balas estariam voando no caminho dela.

Porque ela não está em movimento. Porque vai ficar aqui


para você. Ela pegou a bala destinada a Alex por você. Por
que ela não te matou antes? Seria muito mais conveniente.
Por que voltar agora?

Sua voz interior era uma droga. E um pouco ingênua.

Ele pousou o café e foi até a janela. O escritório de Alex


estava ao lado do dele. Eles compartilhavam uma vista
espetacular da cidade. Será que Charlie estava de pé ao lado,
olhando para o mesmo conjunto de edifícios? Havia realmente
apenas uma parede que os separava?

—Ei, eu gostaria de saber onde sua cabeça está,


homem. — Alex se aproximou. —Você sabe que eu estava
brincando sobre o porquê de ficarmos. Nós não poderíamos
deixá-lo. Eu sei que você vai pensar que é estúpido e te faria
vomitar, mas eu nunca iria deixá-lo sozinho para lidar com
isso. Você pode não querer o meu conselho, mas eu vi você
chorar por ela durante cinco anos. Você amava aquela
mulher. Eu sei que ela o traiu e se a sua decisão final é
deixá-la ir, então vou ter a maldita certeza de que ela não vai
chegar perto de você novamente. Mas eu acho que você
precisa dela. Você precisa dar-lhe outra chance ou precisa de
encerramento e você não pode obter se não falar com ela.
Você pode nem se importar que eu estou aqui, mas estou
aqui se precisar de mim. Eve está aqui se você precisar dela.
Sean está aqui. Eu sei que você pensa que está sozinho, mas
você tem uma família inteira em torno de você.

Ele estava definitivamente indo vomitar. E sentia-se


estranhamente seguro.

Será que ele teria esta família estranha em torno dele se


tivesse ficado na Agência? Ele duvidava. Ele teria se
distanciado mais e mais deles. E seria forçado a esconder
grande parte de sua vida em torno deles que não teria
nenhum sentido.

Se tivesse passado os últimos cinco anos na CIA, será


que ainda teria seus irmãos? Ou será que Sean e Alex se
afastariam, suas vidas sem sentido e suas tramas? Ele sabia.
Ele não mentia. Desfrutou das tramas, amou ter se colocado
de encontro aos outros em um pequeno jogo mortal.
Conseguiu uma corrida no desligamento. Ele era um pouco
obcecado com isso.

Até que ele encontrou algo que era mais obcecado.


Charlotte. Charlie.

Será que ela o salvou de uma vida que exceto o jogo, não
significaria absolutamente nada? Ele nunca iria admitir isso,
mas ele amava Gracie. Ela tornou-se rapidamente o coração
de sua pequena família. Gracie, Sean e Carys. Sua sobrinha,
ele gostava da forma como ela olhava para ele, com
admiração. Não havia nada além de puro amor nos olhos de
sua sobrinha, e ela o purificou de alguma maneira.

Ele seguraria Carys em suas mãos, se ele não tivesse


tido Charlie em sua vida?

Não é provável. Ela provavelmente nem existiria, porque


ele nunca começaria McKay-Taggart e Sean nunca conheceria
Gracie.

Ele não gostou da sensação de que ele devia alguma


coisa a Charlie. Não significava que ela o livrou de uma vida
sem família.

—Você quer outro donut? — Alex olhou para fora, sem


olhar para ele. Sua mão cheia de açúcar já estava lá.

Ele mordeu a porra da isca.

—Eu não quero falar.

—Legal. — Alex assentiu. —Nós podemos apenas ficar


aqui.

Ian estava com seu melhor amigo. Talvez ele não fosse
tão solitário.

Charlie rodou a cadeira para a esquerda e depois à


direita. Era uma cadeira de couro grande, sólida e bem
construída, como o homem a qual pertencia.

Era brutalmente patético ela achar que valeu a pena


quase ser assassinada para estar em seus braços por alguns
segundos? Ela ainda não pensou sobre isso, não reagiu. Ela
apenas confiava nele.

Ele estava prestes a jogá-la fora de novo? Seu telefone


tocou. Ela olhou para o número de entrada antes de
responder.

—E aí, Chelsea?

—Ok, é oficial. Yuri Zhukov está na cidade. Ele está


viajando com um passaporte polonês, mas eu achei o filho da
puta. —Sua irmã soava quase eufórica, como se descobrir
que encontrou um assassino russo muito bem pago era uma
coisa para comemorar. Deus, ela estava tão cansada. Tão,
malditamente cansada.

Assim, pelo menos ela sabia quem atirava contra ela.

—Estou feliz que você o encontrou, mas você está um


pouco atrasada.

Houve uma pausa na linha.

—O que aconteceu? Porra. O tiroteio no centro que


acabou por ser um escapamento de carro? Isso era sobre
você?

Então é assim que Ian jogou com isso. Ela queria saber
exatamente o que ele fez para manter a polícia fora.

—Não era um carro. Tenho certeza de que era Zhukov,


mas Ian resolveu isso.

—Como ele resolveu isso?

—Ele jogou seu corpo sobre o meu e depois lidou com os


policiais. — Que foi realmente uma boa ideia, porque se ele
não tivesse, havia toda probabilidade de que seu rosto
chegaria no sistema e no minuto em que isso acontecesse, ela
teria mais que Zhukov na bunda dela.

—Temos de avançar, — Chelsea disse.

Sim. Esse era o protocolo. No minuto em que mesmo um


indício de que alguém do sindicato sabia onde elas estavam,
deixavam a cidade.

Por vezes, deixaram o maldito país. Mas ela sabia no


minuto que começou a operação St. Augustine que não sairia
novamente. Ela resolveria o problema e teria o seu marido de
volta ou os filhos da puta poderiam levá-la para baixo. Ela
estava farta. Isso não significava que Chelsea tinha também.

—Eu quero que você vá. Va para as ilhas por um tempo.


Você gosta de lá.

—Você quer que eu te deixe aqui? Isso é insano.


Charlotte, aquele homem vai te matar.

—Aquele homem... — estava bem atrás dela. Oh, ele se


movia silenciosamente, mas ela teve anos de prática no
sentido de assegurar que ela sempre sabia se alguém a
perseguia. Sua adolescência foi uma longa lição de sempre
saber o que a rodeava, em memorizar e catalogar tudo o que
poderia ajudá-la a sobreviver. A memória do seu aroma a
ajudou a sobreviver estes últimos anos. Ele ainda usava o
mesmo sabão, limpo e masculino. Ela sentia o seu cheiro.
Virou-se e seu coração pulou uma pequena batida. Ainda era
incrível estar na mesma sala com o bastardo lindo. Seus
olhos prenderam nos dele enquanto ela respondia a sua irmã.
—Você provavelmente está certa, mas vou aproveitar a
oportunidade. Chelsea, você sabia que este era o lugar onde
eu estava indo. Nunca menti para você sobre o que eu queria.
Eu te amo. Deixe-me uma nota se você for para fora. —Ela
desligou o telefone sob os mais vigorosos protestos da
Chelsea.

Ela o desligou, porque não havia nenhuma maneira de


que sua irmã não ligaria de volta.

—Sua irmã?

Charlie assentiu.

—Sim. Ela acha que foi um homem do sindicato do meu


pai.

—Zhukov ou Sobrev?

Charlie franziu o cenho.

—Zhukov. Como você sabia disso?

Ian encolheu os ombros.

—Talvez eu seja a pessoa que o contratou. — Ele


colocou o café em sua mesa e ela deu a ele seu melhor olhar.
—Bem. Acontece que sei que o sindicato usa dois assassinos
de longo prazo. Eu estudei a organização do seu pai depois
que eles se envolveram com a minha operação na Irlanda.

Mentiroso. Ele estudou o Sindicato de seu pai depois


que ele pensou que eles a mataram. Mas ela ia deixá-lo
manter seu orgulho.

—Zhukov chegou a DFW com um passaporte polonês.


Ian resmungou um pouco. Era seu método preferido de
comunicação. Ela aprendeu a interpretar seus muitos sons
guturais, homem das cavernas. Este era o seu grunhido de
acordo.

—Não é surpreendente. Ele é o mais antigo dos dois.


Eles devem realmente querer você morta.

Era hora de um pouco mais de honestidade.

—Estou surpresa. Eu pensei que eles me prenderiam e


não apenas matariam. Eu sei de algumas informações
secretas que eles provavelmente iriam gostar de obter.

Seus olhos se estreitaram.

—Caralho, você roubou dinheiro da máfia russa?

Ela realmente gostaria de poder dizer que ela não tinha.

—Eu pensei nisso como minha herança.

—Droga, Charlie. — Quando ele rosnou para ela sentiu


como se ele realmente se preocupasse. Ela estava tão fodida.

—Eu poderia devolver. Desde que eu peguei, já


multipliquei esse dinheiro dez vezes mais.

—Nem me atrevo a perguntar como você conseguiu isso?


Deixa para lá. Eu não quero saber.

Porque ele realmente a conhecia bem. Mais uma vez,


algo que lhe deu esperança. Mas ela não mencionou todas as
informações que vendeu ao longo dos últimos anos. Ela
tentou fazer o bem, mas ela não sabia se Ian iria vê-lo dessa
forma. Ela estava absolutamente certa de que as agências de
inteligência do mundo não a viam como uma força para o
bem. Ela ouviu que eles tinham um nome de código para ela
‘The Broker’. Felizmente, Ian nunca descobriria isso. —Será
que você teve um tempo difícil com a polícia?

—Eu tenho contatos. Está tudo certo. Você está na


minha cadeira. —Ian franziu o cenho para ela.

Ela graciosamente se levantou.

—Claro, mestre.

Ian lançou seu grande corpo na cadeira e abriu seu


laptop.

—Eu tenho Simon trabalhando em quem deu aquele


tiro, mas preciso de você para manter sua cabeça abaixada.
Ele vai tentar novamente.

Assim, ele não ia jogá-la fora. Não era interessante?


Seria muito mais fácil deixar a polícia levá-la. Uma vez que
ela estivesse no sistema, não demoraria muito para alguém
pegá-la. Haviam vários governos que gostariam de ter suas
mãos nela. Ele nunca teria de lidar com ela novamente.
Então, ele fez sua escolha.

Mas, então, ela fez a dela também. Ela profundamente


preferia ficar com Ian mesmo que isso significasse seguir o
protocolo. Ela caiu de joelhos.

—Sim, ele vai tentar novamente e provavelmente em


breve. Zhukov é muito impaciente. Eu acho que eles
decidiram cortar suas perdas e me matar.

Ela deixou a cabeça afundar em seu colo, da mesma


forma que costumava fazer. Ele poderia ficar sentado por
horas acariciando-a enquanto trabalhava. Isso parecia
acalmá-lo. Durante essas horas ela poderia relaxar, porque
estava segura. Ela era capaz de sonhar e cada pensamento
era sobre ele.

Ela suspirou e esfregou o rosto contra a coxa e quase


imediatamente sentiu seu interesse rápido e seguro.

Mas todo o seu corpo ficou completamente imóvel, como


se uma cascavel tivesse se enrolado em torno dele e estivesse
pronta para atacar.

—Charlie? Gostaria de me dizer o que você está fazendo?

Obtendo seu marido de volta.

—Você pensa melhor com uma sub aos seus pés.

—Eu nunca tive uma porra de uma sub ao meus ...—


Ian parou. —Você deve se levantar agora.

Ele nunca teve uma sub a seus pés, mas ele teve uma
esposa lá. Só ela. Apenas ela. Charlie tinha que lembrar-lhe o
quão bom poderia ser entre eles. Ela notou que trouxe os
donuts de limão com ele. Ele precisava dela. Era tão rígido.
Não se permitiu nada, nem mesmo conforto. Ela foi feita para
compreender verdadeiramente este homem. Apesar do fato de
que ele se tornou um grande e mau –não-devo–nada–a–
ninguém. Como Dom, ele era realmente grande em servir. Ela
não sabia de ninguém no clube que tenha realmente
compreendido ele. Ian necessitava servir sua sub, para
conhecer às necessidades dela antes mesmo de encontrar
suas próprias necessidades. Foi por isso que ele não disse
para Gracie como ele gostava do seu café. Se ele fizesse isso,
se ela mudasse o jeito por causa dele, ele ia ficar em debito
com ela. E ele não gostava de dever a ninguém.

Mas ele acreditava na troca de forças.

—Eu estava com muito medo, mestr ... Ian. — Ela não ia
empurrar neste momento. Ela precisava dele no estado de
espirito certo. Ela deixou seu olhar derivar para cima. Sua
mão estava em movimento, levando o donut de limão para
sua boca. Ele estava gostando do mimo que ela comprou para
ele. Ian gostaria deste também, se ela apenas conseguir se
expressar da forma certa. —Eu posso ter alguns momentos?
Isso me relaxaria. Eu sinto que estou à beira das lágrimas e
eu sei como você odeia lagrimas.

Ele gemeu um pouco.

—Você não tem canais lacrimais, Charlie.

Não era verdade. Ela chorou mais por causa dele nos
últimos cinco anos do que ela já chorou em todos os anos
antes. Ele tinha a chave para suas emoções. Quando ela o
conheceu, tinha passado anos desde que tinha se permitido
liberar algumas lágrimas. Ela não podia ajudar a si mesma.
Ela esfregou sua bochecha contra sua coxa de novo,
deleitando-se em estar tão perto dele.

Ele não a tocou. No passado, ele teria alisado a cabeça,


a mão ficaria acariciando-a suavemente enquanto ele
trabalhava. Mas não agora.

Então, novamente, ele não jogou ela para fora em sua


bunda. Era um progresso.
Um longo momento passou, onde ela o ouviu suspirar e
ele começou a relaxar em sua cadeira. Mesmo seus músculos
pareciam desenrolar e aceitar a situação.

—O que você sabe sobre Eli Nelson? — Houve o som de


sua caneca de café raspando contra a mesa quando ele
colocava para baixo novamente.

Uma pergunta perigosa, mas ela tinha que responder.

—Eu posso lhe enviar o arquivo que tenho sobre ele,


mas é inconsistente. Posso te dizer que ele está envolvido com
o meu tio.

Ian usou seu grunhido sarcástico desta vez.

—Isso realmente surpreende você? Você roubou o


dinheiro de ambos. O inimigo do meu inimigo é meu amigo e
tal. Faz todo o sentido eles se ajudarem.

Ela realmente odiava seu tio. Mikhail Denisovitch era o


braço direito de seu pai. Ela tinha um casal de primos que
estavam bem, mas eles ainda eram homens do sindicato. Não
tinha dúvida de que iriam matá-la, se fosse preciso. Não
importava que eles costumavam sair e se divertir juntos.
Homens Denisovitch eram leais ao sindicato primeiro e ao
sangue depois.

—Eu sei que ele se encontrou com o meu tio algumas


vezes. Tenho certeza que ele diz ter encontrado a informação
que eu era a pessoa que contratou o assassino. E claro que
não foi ele que fez isso. Não tenho dúvidas de que tudo parece
perfeito. O homem sabe como armar uma cilada para uma
mulher.
A tensão estava de volta em suas pernas. Droga. Ela não
deveria ter mencionado isso. Sua voz era um ruído baixo.

—Sim, ele certamente sabe.

Ela precisava levá-lo a pensar sobre o presente.

—Ele sabe o que está fazendo e como se manter fora do


radar. A maior parte do que descobri foi por causa dos seus
contatos fodidos. Quase nunca é ele. No começo, eu tinha
uma tonelada de informações e quando eu começava a segui-
lo, ele estava lá esperando para me tirar.

—Como você sabe que a liderança indiana não é a


mesma coisa?

Ela pensou sobre isso.

—Eu não sei, mas não seguem o mesmo padrão. Hoje


em dia ninguém pode realmente cobrir cada detalhe do seu
rastro. Há também muitas câmeras de CCTV. Eu acho que é
por isso que ele deixou a Inglaterra.

—Ele foi feito na Inglaterra. Ele tentou foder com a


minha equipe. Ele fez exatamente o que você disse, baby. Ele
colocou-nos a fazer o trabalho sujo para que ele pudesse sair
com o prêmio, uma rede de tráfico de armas. Eu consegui
acabar com essa merda, mas levou algumas manobras.

Ah, as alegrias de ser uma pessoa de hábitos. Ele


sempre a chamou de baby. Seus dedos tamborilando ao longo
da mesa, um sinal claro de que ele não sabia o que fazer com
eles. Ela poderia dizer onde podia colocar as mãos, mas
achava que ele não levaria suas sugestões muito gentilmente
neste momento.

—Então ele está procurando uma nova ocupação. Vou


pedir a Chelsea para chamar esse cara Kashmir.

—Não, eu vou pedir a Adam para fazer isso. Você e


Chelsea devem pegar um avião e ir para algum lugar com,
absolutamente 100 por cento de certeza, não é aqui.

Ela precisava que ele entendesse que sair não era uma
opção.

—Eu não vou sair de novo, Ian. Vou ficar aqui. Passei
cinco anos em fuga e estou cansada. Quero uma vida. Eu
quero isso tanto que estou disposta a arriscar tudo o que
tenho agora. Eu quero ser sua esposa e ter alguns bebês e ser
sua sub. Se você me mandar embora, vou dormir na rua em
frente à sua casa, porque você precisa de mim. De mim e de
ninguém mais.

Ele empurrou sua cadeira para trás, parecendo não se


importar que ele empurrou ela.

—Você deve ir e se sentar com a Eve. Não, Phoebe. Eve


iria falar com você. Phoebe tem medo da sua própria sombra.

Ela sentou-se nos calcanhares, olhando para ele.

—Eu preferiria ficar com você.

Sua mandíbula formava uma linha teimosa.

—Você pode ir se sentar com a Phoebe ou sair do meu


prédio. É um ou o outro. Estou disposto a dar-lhe algum
abrigo, porque eu ainda não tenho certeza se você está
jogando comigo ou não. Eu não posso deixar você ir se você
tiver informações que preciso, mas não vou brincar de
amante devoto de novo, assim saia do meu escritório.

Droga, ela o empurrou. Ela sempre foi tão impaciente


sobre as coisas que realmente queria. Era seu calcanhar de
Aquiles. Ela ficou de pé sem a ajuda dele.

—Tudo certo. Vou sentar onde você quer que eu sente.


Posso usar um computador?

Aqueles olhos azuis árticos se estreitaram.

—Então você pode explodir o mundo?

Ele acreditava em hipérboles. Ela o ignorou.

—Então eu posso fazer algumas notas sobre o que eu


sei.

—Basta enviar-me o arquivo que você tem. Vou fazer


minhas próprias notas.

Ele era tão teimoso quando ele queria ser e quase


sempre queria ser.

—Droga, Ian. Eu não posso simplesmente sentar lá por


seis horas ou mais, até a gente ir para casa.

—Eu não estou te levando para casa, Charlie. Por causa


de Alex nós temos que ir para Sanctum esta noite. E se você
não desempenhar o papel de ser minha sub, nosso disfarce
com o DPD pode estragar. Então talvez você deva se sentar e
pensar em me obedecer. Vá. —Ele apontou para a porta. —
Não se atreva a causar nenhum problema. Eu juro que se eu
ouvir você falando com alguém, vou amarrá-la e amordaçá-la
e não de uma forma divertida.

Ele faria isto. Mas ela acabou de dar as chaves do reino.


Ela ia ter a certeza de enviar uma pequena nota de
agradecimento para Alex McKay.

—Sim mestre.

—Eu não sou seu mestre.

—Se ele anda como um Dom e dá ordens como um Dom,


ele geralmente é um Dom. E se ele é brutalmente sarcástico,
ele é o meu Dom.

Ian agarrou seu braço, a girando.

—Quero dizer isso, Charlie. Eu nunca vou voltar com


você novamente. Essa parte da minha vida acabou. Eu
poderia te foder novamente porque Alex nos colocou em uma
posição horrível e parece que nós sempre acabamos na cama,
mas só vai ser sexo. Eu não vou permitir você entrar
novamente. Entende? Estou tentando avisá-la. Se você
deixar, vou te destruir e eu ainda vou desfrutar. Vou levar
tudo o que puder e não vou te dar nada em troca, exceto dor
e pesar.

Mas ele já salvou sua vida.

—Eu entendo. E eu estou disposta a arriscar.

Ele pairava sobre ela. Sua presença dando uma


sobrecarga em todos os seus nervos. Ele se aproximou dela,
forçando-a contra a parede. Ela estava de repente tão
consciente de seu corpo, a forma como os mamilos ficaram
duros, sua respiração ofegou, sua vagina doía.

—Isso não é muito inteligente, Charlie. — Ele olhou para


ela. Se ela não o conhecesse do jeito que conhecia, teria
jurado que ele não se afetou. Seu rosto estava sem emoção,
com o corpo todo intimidando-a. Mas ela ouviu o modo como
sua voz se aprofundou e ela esperava que, se ela estendesse
sua mão, ela iria encontrar seu pênis duro e desejoso.

Ela hesitou, porque tocá-lo quando ele estava neste


estado sem permissão seria uma má ideia. Seu Mestre
precisava do controle de volta. E ela daria a ele.

—Eu acho que é coisa mais inteligente que eu já fiz.

Ele se inclinou, pressionando seu corpo contra o dela.


Sim, ele foi definitivamente afetado.

—Então, eu não vou tentar ajudá-la novamente. Vou


levar o que você me der e não vou pedir desculpas, mas isso
vai do meu jeito a partir de agora. Você vai me obedecer ou
todo este processo acaba agora.

Ela assentiu, sem tirar os olhos dele, mesmo quando


pressionou seu pênis contra sua barriga. Ela não podia
ajudar, mas amoleceu contra ele, mantendo suas mãos para
os lados. Ele não estava pronto para o seu afeto.

—Tudo bem, Ian.

—Vá para o escritório de contabilidade. Eu espero ver


você sentada em seu escritório às cinco horas. Ao meio-dia,
você pode se levantar e almoçar com Phoebe na sala de
descanso. Ela é a única que não come fora ou em seu
escritório. Você pode não falar com ela. Alguém vai descer
para pegar um sanduíche e uma bebida. Você terá quarenta e
cinco minutos, momento esse que vai voltar para o seu lugar.
Se precisar de uma pausa para o banheiro, peça a Eve ou
Gracie para escoltá-la.

Oh, parecia que ele tentava testar os seus limites. Ela


sabia que deveria concordar, mas as palavras travessas
fluíram de sua boca.

—Eu acho que posso encontrar meu caminho para o


banheiro, Ian.

—Isso são dez.

Ela teve que tomar uma respiração profunda. Ah, porra,


ele estava indo para lá.

—Eu achei que você não fosse meu Mestre.

Suas mãos estavam em seus ombros, traçando


levemente as linhas de seu corpo. Sua voz tinha suavizado
como se ele pensasse em outra coisa, algo mais doce.

—Eu sou seu Dom, por agora, porque é a única maneira


que posso confiar em você para fazer o que eu lhe digo. Você
é perigosa e alguém tem que mantê-la na linha. Estou me
sentindo um domador de cascavel. Estamos em alto
protocolo, Charlie. Você só vai falar quando falarem com
você. Vai obedecer cada ordem minha ou vai ter o seu castigo.
Se não seguir as minhas regras, eu vou entrar em contato
com a Agência e deixá-los lidar com você.
Ele a queria sem saída. Ele não parecia entender que ela
não queria sair. Ele precisava estar no comando. Ela estava
disposta a passar um dia chato, assim, ele teria o que
precisava.

—Sim, Mestre ... quero dizer, Senhor.

Mestre significava que eles tinham uma relação especial.


E ela fodeu isso. O Senhor poderia ser qualquer Dom. Foi
apenas educação. Apesar do fato de que ele estava
definitivamente agindo como seu Mestre, ele precisava ser
Senhor por agora. Ela poderia jogar dessa maneira.

—Quero dizer isso, Charlie. Isto é tudo que você vai ter
de mim. —Ele apertou seu pênis contra ela, encostando sua
testa na dela. —Eu não sou o homem que você conheceu. Eu
sou um bastardo e não vou sentir nenhum arrependimento
de te foder e te deixar para você lidar com o seu destino
quando eu terminar. Quando eu obter o que preciso de você,
vou embora e não vou olhar para trás. Enterrei você há muito
tempo. Não sobrou nada, exceto um pouco de luxúria e um
lote inteiro de negócios entre nós.

Mas o desejo aumentava. Ela praticamente podia sentir


isso rolando para fora dele.

—Se nós estamos colocando todas as nossas cartas na


mesa, devo dizer-lhe que tenho a intenção de encontrar o
meu caminho em sua cama e eu pretendo ficar lá. Não me
importa quanto tempo levar. Você me amou uma vez. E eu
vou fazer você me amar de novo.
—Eu nunca te amei, Charlie. — Ele soprou as palavras
contra sua pele. Suas mãos se moveram de seus ombros para
seu peito, os olhos trilhando um caminho para baixo. Ele
deixou suas palmas descansarem sobre os montes e suspirou
um pouco.

Deus, se ele não a amou, ela ia levar essa conexão que


sentia com ele de qualquer maneira.

—Mais uma vez, um risco que estou disposta a correr.


Você me quer.

Ele tomou um longo passo para trás, mas seus olhos


permaneceram em seu peito.

—Sim, mas não é o mesmo. É apenas química sexual. E


eu estou disposto a admitir que tenho com você. Tenho mais
química sexual com você que com a maioria das outras
mulheres. Mas a luxúria é tudo o que há entre nós. Mostre-
me seus peitos.

A luxuria era tão boa. Ela ignorou sua frase sobre a


maioria das outras mulheres porque era apenas teimosia.
Nos últimos anos, ela aprendeu a empurrar o mau de lado e
se deleitar com as raras coisas boas. Ela não hesitou, não
provocou e não zombou dele. Ela simplesmente puxou a
camisa sobre a cabeça e jogou para o lado antes de trabalhar
em seu sutiã.

O ar frio atingiu sua pele. Seus mamilos ainda estavam


enrugados da sensação de suas mãos em seu corpo. Ela
deixou o sutiã escapar de seus dedos antes de assumir a
posição que tinha certeza que ele queria. Mãos cruzadas
atrás das costas, peito lançados fora.

Ian olhou. Charlie esperou. Ele gostava de gastar muito


tempo, só olhando para ela.

—Seu corpo pertence a mim. Seus seios, sua vagina, sua


bunda são todos, minha propriedade. — Ele disse essas
palavras para ela há muito tempo, mas ela ainda podia ouvir
sua voz escura reclamá-la.

—O que eu ganho em troca? — Ela pedia, com a voz


ofegante.

—Sou seu. Apenas seu, Charlie. Tudo o que eu sou. Tudo


o que tenho. Tudo o que terei. Tudo seu. Passado. Presente.
Futuro. Vou dar tudo para você.

Ela ferrou tudo no passado. Precisava do presente.


Ansiava por um futuro. Então, ela ficou ali, oferecendo-lhe
tudo o que tinha.

Ele estendeu a mão e colocou uma mão em seu peito,


levemente no início, seus dedos roçando sua pele. Seus olhos
foram para baixo, observando o lugar onde eles estavam
ligados. Ele traçou o disco redondo em torno de seu mamilo,
observando ele se enrugar para ele. Ele roçou o mamilo,
fazendo-a querer pedir-lhe para dar um puxão com sua boca.
Seu corpo foi suavizando em todos os lugares certos. Ela
podia sentir sua vagina ficar molhada e pronta. Tudo o que
ele tinha a fazer era tocá-la e ela estava pronta para abrir as
pernas e recebê-lo em casa.
Em vez disso, ela ficou perfeitamente imóvel. Ian não
parecia estar provocando-a. Havia uma expressão branda em
seu rosto, mas as pontas dos dedos estavam carinhosamente
explorando-a, correndo ao longo das veias azuis que
cruzavam seu peito. Ele passou pela cicatriz enrugada onde a
bala entrou em seu ombro, apenas sob seu osso da clavícula.
Ele passou um tempo lá, circulando-a com o polegar, olhando
como se memorizando o lugar.

Seus dedos se moveram novamente, desta vez em sua


garganta. Lembrou-se quando ela usava o colar. Foi de couro
no início, mas ele comprou um colar de ouro Cartier que
circulava seu pescoço, lembrando sempre que ela era sua.

—Para onde ele foi? — Ian perguntou como se lesse sua


mente.

Algumas lágrimas escaparam de seus olhos.

—Eu não sei. Ele sumiu quando acordei. Eles haviam


tomado o meu anel fora, também.

Ela perdeu seu colar e o anel de platina e diamante que


ele comprou para ela. Ela se sentiu nua por tanto tempo sem
eles. Levara quase um ano para parar de tentar tocar o colar.
Ela usou isso por um período tão curto de tempo, mas se
tornou um hábito tocá-lo quando estava nervosa.

—Está em algum lugar na sala de provas da Scotland


Yard, ou então alguém o roubou. — Ele tocou o lugar onde o
colar ficava.

—Eu sinto muito, Ian.


Ele pareceu voltar a si mesmo.

—Está tudo bem. Foi só dinheiro. Fiz mais.

Ela fechou os olhos, piscando para conter as lágrimas,


porque ele foi propositadamente obtuso e não havia uma
maldita coisa que ela poderia fazer agora para corrigi-lo. Ela
sabia que ele iria puni-la. Ela não sabia o quanto a sua
distância faria mal.

—Tudo bem, Ian. Vou me vestir e ir sentar-me com a


Phoebe.

Pelo menos provavelmente seria tranquilo no escritório


de contabilidade. Aquela garota Phoebe não parece ser uma
grande faladora. Ela poderia pensar sobre a situação e
encontrar uma maneira de chegar até ele.

—Você me deve dez, sub.

Ela pensou que ele iria esquecer sobre isso. Deus, ela
estava aqui com ele, estava seminua e ele queria bater na sua
bunda. De repente, ela não sabia se poderia lidar com isso.

—Ian, você não tem que me disciplinar. Eu entendo. A


situação é grave. Eu vou sentar com Phoebe e não vou causar
problemas.

—Vinte.

Ele era um maldito cretino.

—Tudo bem. Onde você me quer?

—Sobre o meu colo. Você está muito vestida para a


disciplina. Tire tudo e coloque-se por cima do meu colo.
Quando eu terminar, pode se vestir e pensar em não me
desafiar novamente. Você vai ter uma tarde inteira para
analisar sua nova realidade. Se não gostar dela, há sempre a
porta, querida. Não espere que eu entre na frente de outra
bala por você.

Ela deixou os dedos encontrar o cós da saia.

—Você realmente, não está vestindo roupas íntimas? —


Ian perguntou sentando-se na cadeira. De alguma forma, ele
fez a peça de mobiliário funcional parecer um trono.

Ela arrancou as sapatilhas que usava enquanto puxava


a saia fora.

—Eu te disse. Eu não estou autorizada a usar calcinha.

—Não enquanto você estiver me servindo, você não está.


Mas quando acabarmos, você pode fazer o que quiser,
Charlie. Se você quiser cobrir essa boceta com filme plástico,
eu não vou dar a mínima. Mas, enquanto estamos jogando
Mestre e sub, você vai seguir as minhas regras. Aproxime-se.
Mostre-me sua boceta. Eu preciso ter certeza de que você se
encontra nos meus padrões. Brighton não vai acreditar em
nosso disfarce nem por um segundo, se você não estiver
preparada adequadamente.

Se ela não estivesse, o que ele faria? Muito


provavelmente iria raspá-la ele mesmo. Ele ainda, iria dizer o
tempo todo que não queria fazer. Ele tinha que fazer porque
era parte de seu disfarce e não iria amá-la, mas, oops, seu
pênis deslizou para dentro e isso também não significava
nada.
—Eu fiz depilação a laser. — Ela deu um passo em
frente.

—Abra suas pernas.

Deus, ele ia matá-la. Ela separou as pernas, dando o


acesso que queria. Sua mão escorregou entre suas pernas,
que atravessa as pétalas de seu sexo, causando raios na sua
boceta.

—Eu estou lisa em todos os lugares, Ian. Acredite em


mim, ela era muito detalhista. Eu gritei por dois dias
enquanto ela passava a maldita coisa nos meus lábios.

Sua mão livre bateu no seu rabo, uma batida afiada


contra sua carne.

— Nenhuma maldição.

Nenhuma maldição. Sem pelos pubianos. Nada de novo


lá.

—Eu só estou dizendo que eu sou perfeitamente lisa lá


em baixo.

—Eu serei o juiz disso. Quando decidiu fazer este


procedimento? Você verificou a empresa?

Ela engasgou quando seus dedos deslizaram em seus


lábios, separando-a e testando a pele lá. Deus, não havia
maneira de esconder o fato de que ela estava molhada e
pronta.

—Fiz com laser cerca de seis meses atrás, porque eu


estava cansada de raspar e houve semanas em que não
poderia tomar um banho porque estava fugindo. Encontrei a
loja pela Internet.

Ele gemeu um pouco e levou a mão para trás.

—Não foi inteligente. Você devia tê-los verificados,


visitado as instalações e obtido recomendações.

Sim. Ela não contaria que usou um cupom. Ou que o


lugar era também um salão de beleza. Ou que a pessoa que
fez o laser nela pode ou não pode ter sido um cara. Ela não
podia ter certeza. Ela tinha o cabelo loiro mais bonito, mas
que não combinava com a sua sombra de barba depois de
cinco horas.

—Eu vou, na próxima vez.

—Sobre o meu colo. Estamos no sistema de semáforo.

O que significava que vermelho era sua palavra segura.


Cada célula de seu corpo de repente estava acordada e viva,
mas seu cérebro estava um pouco apreensivo agora. Ian
poderia ser um cruel bastardo, desagradável. Ele realmente
poderia usá-la e jogá-la fora como lixo. Podia rasgá-la e fazê-
la sofrer.

Ela estaria mais segura fugindo. Sabia como se


esconder, sabia como desaparecer.

Nada disso significa alguma coisa sem ele. Se ele a


rasgasse, então, pelo menos ela teria mais alguns momentos
com ele. Talvez se machucando lhe daria uma sensação de
paz, porque o que ele não sabia, o que ela não contou a ele,
ainda a assombrava até hoje.
Ela não estava totalmente fora quando ele encontrou
seu corpo. Ela ouviu seu baixo grito, sentiu-o levantá-la em
seus braços.

Ela sentiu quando seu corpo foi sacudido por soluços e


ela o ouviu suplicar a Deus para trazê-la de volta.

Ela o fez passar por isso.

Charlie colocou-se sobre seu colo, prometendo deixar de


ser uma covarde. Isso foi o que ela devia a Ian, uma chance.
Ele teria uma chance para o encerramento com ela, a chance
de encontrar um pouco de paz. E eles teriam uma chance de
estar juntos novamente.

Se ela tivesse seu coração partido, então, era


exatamente o que ela merecia.

Ela encheu seus pulmões lentamente enquanto sua mão


se moveu sobre as curvas de seu traseiro. Como tudo que Ian
fazia, ele tomou o seu próprio tempo, falando absolutamente
nada. Antecipação pairava no ar como uma névoa e ela não
conseguia ver através dele. Ela sabia exatamente o que ele
faria e ainda assim estava lá, seu coração martelando,
esperando por ele.

Tapa. Charlie ouviu o estalo de som através do ar antes


dela sentir a picada contra sua pele. Fogo passou através
dela. Reprimiu uma maldição, porque Ian não estava
aquecendo-a. Ele foi direto no mais difícil.

Tapa. Tapa. Tapa. Dor, queimação. Lágrimas brotaram.


Ela nem sequer pensava em pará-las. Parecia bom demais.
Ela foi forte por tanto tempo. Esta foi uma libertação, pura e
simples. Ela se soltou, chorando enquanto ele continuava sua
disciplina.

Mais e mais ele batia em sua carne disposta. Ele queria


dizer que ela não tinha canais lacrimais? Sim. Mostraria a
ele. Ele não disse que ela precisava ficar quieta, então ela
gritou.

Ele não disse uma palavra, mas ela sabia que ele
manteria uma contagem perfeita. Teria cada tapa que ele
prometeu a ela. Também sabia que ele pararia se gritasse
vermelho. A palavra nem sequer passou pela sua cabeça. Isso
era o que ela desejava. Ian ensinou que ela precisava disso,
lhe ensinou a não ter vergonha de que era diferente e
necessitava um pouco de torção para encontrar sua paz. Não
houve nenhuma paz antes dele e não havia paz depois dele,
apenas uma desconexão profunda do mundo que ela
aprendeu a amar.

Perdeu a conta, não se importava em saber. Ele poderia


continuar para sempre e poderiam ficar neste lugar. Ela
levaria a dor para sentir a conexão com ele. Enquanto ele a
estava disciplinando, eram as duas únicas pessoas no mundo
todo. Todo o resto poderia desmoronar e podia ser ela mesma,
a Charlie que descobriu quando se apaixonou por ele. A
Charlie que se sacrificaria para os outros, que estendeu a
mão e fez amigos. A Charlie que era corajosa o suficiente para
merecer esses amigos.

A sala ficou em silêncio. Apenas os sons de seus


suspiros e lágrimas podiam ser ouvidos. A mão de Ian
acalmou contra sua carne e ela se perguntou por um
momento se ele iria negar-lhe o que daria a qualquer outra
sub que ele tivesse disciplinado. Isso machucaria mais do que
tudo. Ela tomaria qualquer coisa que ele colocasse para fora,
desde que conseguisse o cuidado que completava o ciclo,
mesmo não sendo nada mais do que algumas palavras de
elogio, um momento ou dois, quando ela sentia que o
agradou.

Lentamente, sua mão acalmou contra sua pele,


esfregando em círculos suaves onde ele foi tão áspero antes.

—Você fez bem, Charlotte. Mas, então, você sempre fez.


Como está se sentindo?

Solta. Em paz. Apenas um pouco vazia porque não


estaria em seus braços.

—Eu estou verde, Senhor.

—Levante-se, então.

Ela fungou um pouco. Talvez seria bom ter a tarde para


pensar sobre o que estava fazendo. Ela empurrou-se fora de
seu colo e se levantou sobre os pés instáveis, voltando-se
para onde deixou suas roupas.

Ele franziu o cenho em sua direção, segurando sua mão.

—Onde você vai? Eu não lhe disse para sair. — Ele


puxou-a para o seu colo, seus braços rodeando-a. —Você
esqueceu a disciplina?

Ela estava à beira das lágrimas novamente, porque seu


rosto aninhado contra sua testa, a intimidade tão doce que
ela mal podia suportar. Ele a abraçou perto, suspirando
enquanto seus braços foram ao redor dele.

—Eu faço isso para todas as subs que eu disciplino,


Charlie.

Claro que ele fazia. Ele era conhecido como o mais terno
dos Doms. Sua reputação de afago era de renome mundial.
Ela o amava, mas ele era um idiota se pensou que ela
acreditava nisso. Ela fez um estudo sobre ele antes de o
conhecer e continuou o acompanhando desde que morreu.
Ian Taggart era conhecido como um bastardo que preferia
pagar por suas experiências sexuais para que as mulheres
que ele fodia nunca pensassem que ele ficaria com elas. Sim,
ela estava certa de que ele se aconchegou com todas elas e
cheirou seus cabelos, respirando-os como se eles fossem o ar
necessário para viver.

—Sim senhor. Eu não vou confundi-lo com qualquer


coisa, que não apenas cuidados posteriores.

—Vejo que você não faz.— Ele balançou a cadeira para


trás e para a frente, com a mão alisando o cabelo enquanto
ele a segurava.

Não importa o que aconteceu, ela não deixaria ir.


A diminuição da luz em cima da mesa da sala de
conferências mostrava que Simon e Jesse passaram a tarde
juntando provas/evidências.

—Será que o DPD já sabe? — Ian passou a mão pelo seu


cabelo, enquanto olhava para as fotos que Simon tirou. Elas
mostravam um homem, provavelmente um homem de
negócios, dado o fato de que ele estava vestindo um terno,
deitado no chão de seu caro quarto de hotel. Ele tinha uma
expressão de perplexidade no rosto, mas então ele também
tinha um buraco de bala na testa de modo que Ian poderia
perdoar o homem por estar perplexo. Foi uma execução
limpa, o tipo que a máfia era especializada. Parecia que o seu
assassino encontrou o poleiro perfeito para atirar em alguém
que saísse do prédio da McKay-Taggart e ele realmente não se
importou que ele já estivesse ocupado.

—Não. Ninguém encontrou o cara ainda. —Simon estava


relaxado em sua cadeira como se encontrar cadáveres fosse
uma ocorrência diária para ele. Ele tomou um gole de Earl
Grey. Eram quatro horas. Nada interrompia o chá da tarde
para O Britânico. Ian tinha certeza que Simon pararia no
meio de um tiroteio para tomar o maldito chá. —O atirador
colocou a placa de: Não perturbe na porta. Eu acho que os
funcionários não vão encontrar o corpo até que ele tenha que
fazer o check-out.
E então talvez eles consigam colocar dois mais dois
juntos. Talvez, se eles forem espertos. Ele precisava fazer as
coisas ficarem bem com Brighton ou então a polícia se
envolveria e tudo iria para o inferno.

Jesse tirou o boné que usava. Pelo menos ele teve o bom
senso de usar um boné e um moletom largo. O garoto parecia
muito casual para o escritório, mas ninguém se lembraria da
cor do seu cabelo ou o seu tipo de corpo. Se ele fizesse
corretamente, ele utilizaria centímetros de seus 1,83 de
altura.

—O hotel é calmo, segurança mínima. Quarto 721 é


definitivamente o lugar onde o atirador ficou. Encontramos o
local do tiro. As janelas não abrem então ele usou um
cortador de vidro para fazer um buraco redondo de uma
polegada, apenas o suficiente para passar o cano da arma e
não o suficiente para cair na rua e causar um tumulto. Ele
sabia que poderia ter que ficar lá por um tempo.

—Isso não era obvio? — Novamente, ele estava


pensando nos policiais. Seria mais fácil desenhar uma linha
do ponto A ao ponto B se eles não encontrassem buracos que
não deveriam existir.

—Eu quase não encontrei. Ele fez isso no canto da


janela. Eu quebrei um pouco mais para que não parecesse
tão perfeito e coloquei um lenço de papel. É o que teria feito
se eu acidentalmente quebrasse uma janela, — Jesse disse.

Pode ou não funcionar.


—Estou supondo que o filho da puta não deixou alguma
coisa para trás?

—Não, — respondeu Simon. —Ele era muito organizado,


muito limpo. Eu consegui subornar um dos guardas de
segurança. O convenci que eu era um detetive à procura de
uma esposa traidora. Ele me deixou ver as câmeras de
segurança do corredor e no horário certo, um homem de
aproximadamente 1,83 usando um boné de baseball pegou o
elevador carregando uma valise. Eu não consegui ver o seu
rosto, ele teve o cuidado de manter a cabeça abaixada.

Ian respirou fundo. Que merda de dia.

—Bem, é bom saber que as pessoas de Denisovitch são


bem treinadas. Podemos apostar que ele vai tentar
novamente. Precisamos chegar a novos protocolos em relação
a Charlotte.

O que ele deveria fazer com ela? Se não fosse embora e


se escondesse, ele não sabia como deixaria ela andar sozinha
pelas ruas de Dallas. Ele não tinha nenhuma dúvida de que
ela poderia cuidar de si mesma. A questão era quanto caos
que ela causaria no processo?

Ele tinha que manter um olho sobre ela e isso


significava que ela teria que ficar com ele. Porra.

Ele olhou e a viu através das cortinas abertas. Ela


estava sentada no escritório de Phoebe, as duas mulheres
estavam tranquilas. A cabeça de Phoebe estava abaixada,
com os olhos na tela do computador, enquanto os de Charlie
estavam em suas mãos. Ela olhava para seu colo e Ian se
perguntou no que ela pensava.

Tramando alguma coisa, era o mais provável. Ela


sempre pareceu tão bonita enquanto conspirava.

Ele tinha que levá-la para o calabouço esta noite. Se eles


não fossem horrivelmente assassinados primeiro. Charlie ia
ficar ajoelhada a seus pés no Sanctum, montando um show
para Derek Brighton.

Ela estaria representando para ele, também?

Alex entrou no quarto, estendendo as chaves do carro de


Ian.

—Eu movi seu carro para dentro da garagem. Achei que


seria melhor tirar Charlie dessa maneira do que andar em
campo aberto.

Aquela mulher estava indo lhe dar uma enxaqueca.

—Obrigado. Vou me certificar de colocá-la no porta-


malas quando for para o Sanctum.

—Ela vai adorar isso. Não, vamos deixar o seu carro


aqui e levar o meu. Duvido que eles estejam procurando o
meu carro. —Alex sentou ao lado dele, olhando as fotos. —
Agradável. Assim, o nosso assassino não se importa em tirar
alguns civis do caminho. O que Charlie vai querer fazer sobre
sua irmã?

Ele não tinha sequer pensado em Chelsea, a irmã que


Charlie o havia traído para salvar. Ele não queria admitir,
mas ele estava interessado em conhecer Chelsea Dennis.
—Envie alguém para o seu lugar. Traga-a para o
Sanctum esta noite. Vamos reagrupar lá. Simon, por que você
e Jesse não vão e apanham a garota?

A sobrancelha de Simon arqueou.

—E se a garota não quiser ser pega?

Alex deu um olhar desagradável a Jesse.

—Bem, acontece que eu sei que seu parceiro é muito


bom com uma fita adesiva.

—Eu disse que estava arrependido pelo sequestro de


Eve. — Jesse virou um vermelho brilhante. —Eu vou pegar o
endereço com Charlie. Espere. Eu atirei nela. Talvez você
deva fazê-lo, Simon.

—Você realmente vai ter que parar de agredir as pessoas


que acabam se tornando membros da equipe. — Simon se
levantou e Jesse o seguiu. —Ela pode falar o endereço? Eu
entendi que ela está no alto protocolo.

E ela ia ficar desse jeito. Quanto mais Charlie não


conversasse com membros de sua equipe, melhor.

—Adam já tem isso, juntamente com um número de


telefone. Ele aparentemente já falou com a muito abrupta
Senhorita Dennis. Eles estão traçando um plano para tentar
pegar esse cara. Eu não quero você incomodando Charlie.
Charlie está pensando em todas as coisas que ela fez de
errado hoje. Vejo você no clube em duas horas. Certifique-se
que esta menina, Chelsea tenha as roupas adequadas para o
calabouço. Se ela não tiver, ela pode ficar sentada no
vestiário até que eu esteja pronto para interrogá-la.

—Tenho certeza que ela vai ficar radiante com o convite,


— Simon murmurou.

Provavelmente não. De acordo com Adam, ela estava


cuspindo marimbondos. Ian estava apenas cortando-a do
caminho. Se ele não a trouxesse para junto deles, ela iria
aparecer em sua porta e possivelmente levar uma bala na
cabeça e então ele teria que lidar com uma menina morta que
ele não iria poder explicar para Brighton. Ele precisava saber
onde as irmãs Dennis estavam em todos os momentos. Se
Chelsea era qualquer coisa como sua irmã, ela poderia
começar um apocalipse sem realmente pensar sobre isso.

Ian apertou o botão do telefone.

—Adam, você pode se juntar a nós?

Houve uma ligeira pausa e ele podia jurar que ouviu o


sorriso do filho da puta e Serena dizendo para ele parar.
Pobre Serena. Ela ia ter dois filhos em breve.

—Sim, claro, chefe. Eu estarei aí logo.

—Então, Charlotte está no alto protocolo? — Alex


perguntou, seus olhos deslizando na direção de Ian. Ele tinha
um pequeno sorriso no rosto.

—O que é um alto protocolo? — Jesse perguntou.

—Ela não está autorizada a falar sem permissão, —


Simon explicou.

—Nós podemos fazer isso?


—Se apenas funcionasse dessa maneira. — Simon olhou
para fora da janela.

Sobre o que era aquele sorriso de Alex? Ele tentou não


pensar nisso.

—Sim. Achei melhor colocá-la no alto protocolo. Dessa


forma, eu não tenho que a ouvir. É a única coisa boa em ter
que levá-la para o Sanctum esta noite.

—A única coisa? — Mais uma vez houve aquele sorriso


no rosto de Alex que fez Ian se sentir como o alvo de uma
piada.

Ian se voltou para o seu melhor amigo. —Você tem algo


que quer dizer?

—Não. Só que você pode querer cancelar a vigilância em


seu escritório. Será que as subs no Sanctum sabem sobre
sua mais recente regra de ‘abraçar cada uma delas’? Uma
longa risada saiu da boca de Alex.

Filho da puta. Ele praticamente estrelou um filme


pornô. E ele sabia exatamente quem iria manter uma cópia.

—Adam!

Adam entrou com Jake e eles trocaram um olhar. O


mesmo olhar que os meninos de cinco anos davam quando
eles faziam algo estúpido e não conseguiam deixar de rir
sobre isso.

Porra. Ele esqueceu sobre o 540. Maldito seja! Era o tipo


de coisa que ele nunca esquecia. Ele até a observou por um
tempo do computador de Adam, mas no minuto em que
chegou na mesma sala com ela, ele esqueceu tudo, exceto o
fato de que ele era o seu mestre temporário.

—Você vai desligar as câmeras agora.

Jake deu um passo na frente de Adam como se pudesse


proteger a sua bunda se Ian decidisse perfurar seu crânio.

—Agora, Ian, você nos disse para manter o olhar sobre


ela. Infelizmente tivemos que assistir muito mais dela do que
esperávamos.

—A minha vida privada não é um dos pornôs de Adam.

—Hey Ian, não o culpe! — Disse Jake. —Ele estava


realmente trabalhando em outra coisa. Eu estava vigiando.
Eu o chamei e a Alex também. —Jake realmente corou um
pouco. —E Serena poderia ter estado no escritório também.

Oh, isso era tudo culpa dela. Charlie virou toda a sua
vida de cabeça para baixo e ele foi de ser o chefe respeitado
da equipe para estrela pornô. Graças a Deus ele não fodeu
ela. Porque ele realmente queria. Queria limpar sua mesa,
espalhar as pernas dela e forçar seu pênis profundamente.
Ele queria fazê-la gemer e gritar.

—Serena chorou. Ela disse que era muito bonito, —


Adam explicou.

—Será que ela tomou notas? — Ele não acabaria na


porcaria de um dos romances Dom de Serena, onde a sub
manipula o inferno fora do Dom.

—Eu acredito que ela estava muito ocupada tirando


fotografias mentais, — Jake disse. —Ela quer que Charlotte
saiba que ela realmente admira seus seios. Serena realmente
tem um profundo apreço pela forma humana, não importa se
é homem ou mulher.

Jesse franziu a testa.

—Espere, vocês estão dizendo que Charlotte teve algo


como doze tipos de nudez e eu perdi?

Três mãos diferentes levantaram e bateram na sua


cabeça.

—Droga. — Jesse balançou a cabeça. —Eu não vejo qual


é o grande negócio. Vocês veem uns aos outros pelados o
tempo todo.

—Eu estou colocando você em aulas de dicção, — Simon


disse aparentemente mais interessado no falar do caipira a
seu cargo. —Por que eu fui deixado com a versão sertaneja de
My Fair Lady? É porque eu sou o Britânico, não é?

Porque aqui Jesse fala pelada, que seria a versão


caipira de nua. Era hora de colocar o seu pornô no passado.

—Adam, dê a Simon tudo o que você conseguiu de


Chelsea Dennis. E agora, me diga qual é o plano?

—Eu já deixei um rastro para o Russo seguir. Eu não fiz


óbvio demais ou ele ficaria desconfiado, — Adam explicou. —
Eu usei o cartão de crédito de Charlotte para reservar um
quarto em um motel em Waco. Eu contratei Karina para
dirigir o carro de Charlotte com uma peruca loira. Ela sai em
uma hora. Ela vai passar por várias câmeras de trânsito e eu
falei para avançar pelo menos um sinal vermelho.
Karina Mills foi uma agente formada em Fort Worth.
Eles trabalhavam com ela de vez em quando. Também foi
uma submissa em Sanctum. Ela era minuciosa e muito
resistente. Outra coisa para colocar a culpa em Charlie.

—Então ela está fazendo o check-in como se fosse a


Charlie e esperando por Zhukov?

—Nah, eu pensei que você preferiria que um de nós


estivesse lá para pegá-lo. Li está com ela. Jake e eu estamos
trabalhando com Avery. Li e Karina vão se estabelecer no
motel. Nós repassamos todo o procedimento. Eles vão manter
as cortinas fechadas para que ele não consiga acertá-los de
longe. Eu verifiquei os arredores. Não existem muitos locais
para um atirador de elite. É um motel movimentado. Ele terá
que ficar bem perto e pessoal, se não quiser um monte de
atenção sobre ele.

Significa que o assassino vai ser forçado a invadir o


quarto. Ele provavelmente vai tentar fazer com que pareça
um simples arrombamento. Roubar algum dinheiro, talvez
estuprar a garota. E ele vai descobrir rapidamente que Liam
O'Donnell não aprecia estupro.

—Liam sabe que eu quero esse cara vivo, certo? — Ele


queria saber exatamente quem o contratou e até onde iria o
vínculo de Nelson com o sindicato do Denisovitch.

—Vivo, mas fodido, certo? Porque Liam realmente quer


foder esse cara. Ele afirma que está há muito tempo sem uma
boa luta, — Adam explicou.
Enquanto o filho da puta fosse capaz de falar, Ian não se
importava.

—Diga a Li para tirar suas frustrações com o cara, mas


eu quero que ele seja capaz de responder a algumas
perguntas. É um bom plano. Você ainda está contratado. Vá
e coloque em movimento e, em seguida, apague a porra da
fita.

—Você sabe que não existe realmente uma fita. — Adam


pareceu notar o olhar desagradável que Ian lhe enviou. —Eu
vou cuidar disso. Caras, por que vocês não vêm comigo?

Os quatro homens saíram, todos eles sorrindo


disfarçadamente.

—Ei, você sabe que Jesse está certo, — Alex disse


calmamente. —Não houve nada na gravação que você não fez
no Sanctum uma centena de vezes.

Oh, mas havia. Ele não abraçava as subs depois, não


importa o que ele disse a Charlie. Cada encontro foi
negociado, e o máximo de cuidados posteriores que ele deu,
foram elogios por um trabalho bem feito, alguma pomada
sobre as abrasões se tivesse deixado alguma e uma
massagem ocasional. Às vezes, ele poderia oferecer orgasmos
se quisesse a sub sexualmente.

Mas ele não abraçava depois e não dormia ao lado delas.


Ele nunca iria admitir isso. Nunca. Ele não admitiria que
podia enganar a si mesmo durante o sexo. Ele podia fechar os
olhos e fingir que a sub debaixo dele era Charlie, mas no
minuto em que as segurava, a ilusão iria embora e ele se
sentia oco e vazio novamente.

Elas não cheiravam como ela, como limões e açúcar.


Elas não eram tão suaves como sua esposa. A pele delas não
era tão macia quando ficavam contra a sua. Quando suas
parceiras falavam, elas não tinham seu doce sarcasmo. Elas
não mentiram para ele. E elas não o traíram.

—Porra.

—Eu preciso que você e Eve venham para casa e fiquem


com a gente. Se este plano funcionar, Li vai trazer o imbecil
ao meu lugar para interrogatório. — Isso poderia resolver um
dos seus problemas. Talvez ele sabendo que Alex e Eve
estavam lá ele conseguiria manter suas mãos longe da garota.

Talvez.

Alex estudou-o por um momento.

—Tudo bem. Isso vai funcionar bem. Nós estamos


reformando a casa que compramos. Era para ter ficado
pronto quando voltássemos do Havaí. Nós estávamos indo
ficar num hotel, mas o seu lugar pode ser muito mais
divertido. Posso perguntar por quê? Você poderia lidar com
um interrogatório sozinho.

Bem, ele com certeza do caralho não ia dizer a Alex que


precisava de ajuda para manter as mãos longe de Charlie.
Alex parecia estar se transformando em Oprah e Ian estava
certo de que todos os tipos de conselhos exageradamente
românticos viriam a seguir.
— Quero que Eve consiga uma avaliação completa de
Charlotte e sua irmã. Ela pode fazer isso melhor observando
do que perguntando.

—Tem certeza de que quer tratá-la como um suspeito?


Este pode ser o momento para tentar conhecê-la novamente.
—Yep. Oprah estava na casa.

—A única maneira que eu quero conhecer aquela


mulher novamente é saber se ela está ou não dizendo a
verdade.

—Isso não é o que parecia naquela fita, homem.

—Eu estou atraído por ela, — ele se permitiu dizer.

—Você fica atraído por um monte de mulheres. Você não


cuida delas ou esfrega seu rosto contra seus cabelos. E você
não parece em paz quando você está junto delas.

Ele deu a seu melhor amigo um olhar duro.

—Você tem lido os livros de Serena? Que porra está


errado com você?

Alex levantou as mãos em sinal de rendição.

—Desculpa. Você não está pronto para falar sobre isso.


Eve me disse para levá-lo lentamente e eu estou empurrando
você.

Ele tinha que deixar algumas coisas claras.

—Eu me sinto atraído por Charlotte, mas eu não vou


deixar ela jogar comigo do jeito que fez da última vez. Talvez
ela esteja aqui para todas as razões certas, mas ela está
muito atrasada. Eu não vou deixá-la entrar novamente. Eu
poderia transar com ela porque é quase inevitável, mas assim
que isso acabar, vou despejar sua bunda e não vou olhar
para trás. Vocês parecem estar esperando eu ter alguma
grande revelação. Bem, deixe-me dizer-lhe uma coisa, Alex.
Eu já tive isso. Eu tive quando percebi que ela estava
disposta a me usar, a deixar meu time sofrer as
consequências para que ela pudesse resolver seus próprios
problemas.

—Ela estava tentando salvar sua irmã.

—Eu teria salvado sua irmã, — Ian quase rugiu de volta,


a traição tão perto da superfície. Ele forçou sua raiva para
baixo. Deus, ele não queria fazer isso, mas ninguém parecia
disposto a deixar ir. —Ela era minha sub e ela não confiou
em mim e sim naquele filho da puta do Nelson. Acabou.

—Eu não tinha pensado nisso assim, Ian, — Alex disse.

Ian se virou e viu Charlie olhando diretamente para ele.


Ele tinha certeza que ela não foi capaz de ouvir o que ele
disse, mas ela obviamente não perdeu o jeito que ele disse
isso. O rosto dela ficou suave como se pudesse lhe oferecer
simpatia e paz da outra sala.

Ele esfriou. Sim, assim era melhor. Frio era


infinitamente melhor do que a raiva quente que ameaçava
ultrapassá-lo.

—Bem, é a única maneira que eu penso sobre isso.

—Eu quebrei a confiança com Eve e nos ainda


conseguimos consertar isso.
Ian revirou os olhos, afastando-os do que foi uma vez a
sua esposa e de volta ao seu melhor amigo.

—Não, você era estúpido. Você não a ouviu e ambos se


machucaram. Então você foi teimoso por um tempo muito
longo. É diferente. Eu sabia logo no início do relacionamento
que Charlotte não era o que parecia ser, mas eu a amava. Eu
sabia que ela estava em algum tipo de problema, mas não
queria empurrá-la. Eu amei aquela mulher mais do que
qualquer coisa que amei na minha vida. Mais do que Sean.
Mais do que minha mãe. Pensei que tínhamos uma ligação.
Eu me casei com ela porque pensei que ela viria para mim.
Dei todas as chances para ela confiar em mim. Em vez disso,
ela deixou Nelson quase matá-la. Tomou uma droga que
provavelmente tinha chance de cinquenta por cento de
acabar com ela em vez de confiar em mim. Não. Eu não vou
confiar nela novamente. Não. Eu não vou deixar ela entrar de
novo. Sei que você pensa que um pedaço de mim está
faltando. Você acha que sou um bastardo e que de alguma
forma uma mulher vai magicamente me corrigir, mas você
está errado. Ela foi a minha chance e não funcionou. Nem
todos vão conseguir encontrar as nossas Eves. Eu entendo se
você preferir sair com os homens casados. As mulheres
tendem a ficar nervosas perto de mim.

Ele odiava a ideia de perder Alex. Realmente odiava, mas


não deixou transparecer.

Alex suspirou, levantando-se e colocando a mão em seu


ombro.
—Eu estou recuando agora. Não de você. Você é meu
melhor amigo e tem sido por quase toda a minha vida. Você
não pode me perder. E Eve te ama. Grace te ama. Eu não sei
onde estão essas mulheres nervosas, porque Serena
realmente estava tomando notas e muito provavelmente irá
colocar você em um livro. Você pode praguejar o quanto você
quiser e ela só vai sorrir para você. A única mulher por aqui
que tem medo de você é Phoebe, mas então, outro dia ela
gritou por causa de uma aranha do tamanho de uma moeda
de dez centavos. Logo, eu não estou muito preocupado com
ela. Vou falar com Eve e dizer que ficaremos com você por um
par de dias para tomar conta de você.

Ele relaxou um pouco.

—Eu não acho que você realmente precisa cuidar de


mim. Eles estão atrás de Charlie.

—Eu não duvido que eles gostariam de acabar com você,


também.

—Aconteça o que acontecer, você sabe que eu não quero


Eve se colocando em perigo. Talvez eu deva repensar isso. —
Ele estava andando em círculos. Não estava pensando em
ninguém além de si mesmo. Como ele podia colocar a sua
equipe em perigo assim?

—Hey, nós estamos indo com você e ponto final. Eve


pode cuidar de si mesma. Ela é perfeitamente capaz e ela
sabe quando se esquivar, — disse Alex com um sorriso. —
Eles vão estar procurando pelo seu carro. Vamos levar o meu
para Sanctum e depois sair para o seu lugar. Eu posso pegar
nossas malas do hotel esta tarde e estar de volta a tempo
para sair para o clube. A sua entrada pelo quintal traseiro é
razoável?

Havia uma razão porque Ian escolheu aquele local


especifico para sua casa. Ele era dono de vários acres de terra
em torno dele e tinha há muito tempo colocado uma entrada
alternativa para o seu lugar. Envolvia alguma condução por
estrada de terra, mas ele podia entrar sem ser detectado
quando ele queria.

—Deve estar bom.

Ele gostava de ter apoio. O pensamento de estar sozinho


e ser responsável por manter Charlie viva assustava para
cacete.

Alex se encolheu um pouco.

—Eu quero que você saiba que sinto muito por colocá-
lo em uma situação ruim com Brighton. Vou tentar suavizar
isso também.

Ele conteve um suspiro, mas percebeu o quanto


perderia se Alex e Eve não estivessem mais em sua vida. E ele
estava apenas começando a voltar a se relacionar com o seu
irmão. Charlie estava ameaçando foder tudo isso. Ela estava
ficando entre ele e as pessoas que amava. Ela estava
forçando-os a escolher um lado nesta pequena guerra deles.

Talvez fosse hora de deixá-la ver que a operação dela era


um caso perdido.
Alex saiu pela porta e a mente de Ian começou a
trabalhar. Ele caminhou pelo escritório no qual ela estava
sentada, os olhos dela o seguiram, mas ele não prestou
nenhuma atenção.

Ele teve a tarde para planejar. Ele chegou em sua mesa


e pegou seu telefone, discou um número familiar. —Ryan? Eu
vou precisar de você para fazer algumas coisas antes da cena
de hoje à noite.

Quinze minutos depois, ele tinha quase tudo


organizado. Pelo menos esta parte de seu mundo estava
funcionando de forma eficiente. Então, por que seu estômago
estava em um nó de novo?
Charlie sentou-se no banco em frente ao armário que foi
atribuído para ela. O vestiário no Sanctum era muito mais
extravagante e luxuoso do que qualquer clube que ela já foi
antes. Certamente mais agradável do que Cuffs, a ratoeira
que ela ficou presa por meses enquanto trabalhava na
operação que, finalmente, a trouxe para Dallas. Aquele lugar
mal tinha baús, muito menos armários de madeira
cuidadosamente elaborados com cabides para roupas e
gavetas para qualquer outra coisa que uma sub necessitasse.

A seção dos banheiros tinha vários chuveiros de


azulejos, bancada com vários sabonetes e loções de aparência
cara, chapinhas e secadores de cabelo. As subs no Sanctum
eram tratadas como rainhas.

—O vestiário dos homens tem uma fileira de poltronas e


uma TV de tela grande. É como uma grande caverna
masculina. Eu peguei Alex e Ian se escondendo lá de vez em
quando com uma caixa de cerveja. Eles acham que porque é
vestiário dos homens eu não vou entrar. Eles estão errados.
— O armário de Eve era ao lado do dela. Ela ajustou o
espartilho que usava. —Isso foi uma agradável surra. Você
quer que eu aperte isso para você?

Ian lhe deu uma pequena pilha de roupas de fetiche


antes de enviá-la para o vestiário com Eve. Ela logo se viu em
um lugar acolhedor, onde Serena estava sentada em uma
cadeira confortável, com os pés para cima e um computador
no colo, enquanto Avery O'Donnell estava sentada em uma
cadeira igualmente confortável ao lado dela tricotando o que
parecia ser um casaquinho muito pequeno.

Foi estranho.

—Não se importe com as gêmeas grávidas, — Eve disse


com um sorriso.

—Apenas não é como eu achei que Sanctum seria e eu


já estive em alguns clubes.

Serena se animou.

—Será que Ian levou você?

Avery ergueu os olhos do seu tricô.

—Oh, foi na Europa? Eu queria voltar, mas quando eu


menciono isso a Liam, ele fica um pouco verde e diz a que
nossa próxima temporada vai ser em um trailer porque nada
de ruim acontece em trailers. Será que ele nunca assistiu um
filme de terror?

Eve sorriu.

—Eu acho que ele nunca viu um trailer real, mel. Então,
confesse Charlotte. Que clubes Ian te levou?

Será que ela deveria responder a isso? Ian não tinha


exatamente dito que ela não poderia falar no vestiário. Mas,
então, ele enviou-lhe um olhar desagradável cada vez que ela
parecia que ia falar no carro.

—Esta é uma zona livre de Dom, — disse Serena. —Ao


contrário de Eve, eles realmente têm muito medo de entrar
aqui. Quando eu estou atrasada, Jake fica do lado de fora
gritando.

Avery concordou.

—O que acontece no vestiário, fica no vestiário. Este é o


lugar onde nós planejamos maior parte do nosso
comportamento malcriado.

Eve encostou em seu armário.

—Eles estão certos, você sabe. Nós subs temos que ficar
juntas. É apenas nós três desde que Grace começou a ficar
em casa com Carys. Nós começamos a ficar amigáveis com
Jillian. Ela toma conta do bar aqui e é casada com Ryan, o
Dom da casa. Ela tem uma irmã que veio algumas vezes, mas
na maioria das vezes só fica na parte de trás parecendo
assustada.

—Ela não está com medo. Ela é curiosa, — Serena disse.


—Então, você já foi no The Garden?

Ela balançou a cabeça. Ela sabia sobre The Garden,


com suas flores florescendo a noite e seu grande e mau
proprietário Dom, agente do MI6 Damon Knight. Knight
trabalhou com Ian em alguns casos e ele muito
provavelmente ia gostar de levá-la a Londres para um
interrogatório.

—Não. Nós não fomos a nenhum clube em Londres. Ian


estava trabalhando. Mas, fomos a um clube em Paris. A The
Velvet Collar, que foi onde eu conheci Ian.

Serena suspirou.
—Veja, você tem o olhar mais doce em seu rosto sempre
que menciona o seu nome.

—Ele realmente me surpreendeu. Ele é um pouco


intimidante, —Avery admitiu.

—Ele pode ser, mas também pode ser muito doce


quando estamos sozinhos. Bem, ele costumava ser. Agora, ele
é na maior parte apenas um idiota, mas tem suas razões. —
Ela olhou para o espartilho e micro mini. Ele não deixou seus
sapatos ou roupas de baixo, embora ela realmente não
esperava por elas. Ela teria que tomar uma decisão. Quem ela
estava enganando? —Você pode me ajudar com isto? Tem
sido um tempo desde que eu usei roupas de fetiche. Eu não
tinha que usá-las no Cuffs. —Ela olhou para o grupo de
grávidas. —Eu não tinha um Dom lá.

Serena bateu seu teclado. Multitarefa parecia ser seu


estado padrão.

—Eu sei. É onde você estava trabalhando para


encontrar o homem que quase matou Eve. Eu tenho a
maioria disso escrito aqui, embora os nomes foram alterados
para proteger os inocentes.

—Ele vai te matar, — disse Avery em uma voz


monótona, como se ela já tivesse dito isso tantas vezes que
agora tinha que ser cantado.

—Ele não vai lê-lo. Ian não lê qualquer coisa, que não
seja o jornal e relatórios. — Serena acenou a mão
dispensando ela. —E não é realmente sobre você e Ian. É
apenas sobre uma mulher que esteve correndo por anos e seu
marido espião acha que ela está morta, mas oops, ela não
está e ela volta para seu homem. Muito pouco a ver com
vocês. Como eles chamam a droga que fez parecer que você
estivesse morta?

Sim, Ian ia matar Serena, mas Charlie meio que


esperava que ela pudesse ler esse livro. Ela definitivamente
esperava que tivesse um final feliz. Ela puxou a camisa sobre
a cabeça e tentou não pensar sobre como os peitos dela
caíram um pouco. Ela não ficava normalmente nervosa. Ian
os viu antes e ele parecia gostar deles. Ou pelo menos o pau
dele gostou. Ela se esticou um pouco. Ela não era uma coisa
fina, mas tinha boas curvas e ninguém poderia acusá-la de
ser frágil.

Eve estava estudando-a com cuidado.

—O que acabou de passar na sua cabeça?

A honestidade era a melhor política, a maior parte do


tempo.

—Eu estava me sentindo insegura sobre estar nua. E eu


decidi não ficar.

Um pequeno sorriso se enrolou nos lábios de Eve.

—Bom para você.

—Você pode me ensinar a fazer isso? — Perguntou


Serena. —Porque eu sou sempre insegura.

Ela não disse a Serena que ela aprendeu isso da


maneira mais dura. Ela aprendeu a escolher, porque se ela
não tivesse, teria quebrado. Nunca se esqueça. Você é minha
filha. Você é Charlotte e ninguém consegue tirar isso de você.
As últimas palavras que sua mãe disse a ela.

Seu pai tentou. Ele bateu nela. Negou alimentos por um


tempo. Ele poderia forçá-la a conformidade, fazê-la fazer
coisas que normalmente não faria, mas ela não deixou ele
mudar aquele pedaço dentro de si mesma que permaneceu
Charlotte.

Apenas um homem poderia fazer isso. O único que ela


escolheu.

—Você fica sempre constrangida? Porque eu aprendi


que a maioria das mulheres não são realmente. Serena, você
gosta do que vê no espelho? Você está satisfeita com seu
corpo quando você está sozinha?

Ela pensou por um momento.

—Sim. Na verdade, eu realmente estou. Quando estou


sozinha, tenho mania de dançar de metade nua, então sim.

A maioria das mulheres eram. Elas só começavam a


odiar a si mesmas quando outras pessoas se envolviam.

—Querida, então o que importa o que qualquer pessoa


pense? Você tem que decidir se é boa o suficiente para você.
Se você passar a vida tentando viver de acordo com todos os
outros, você vai ter uma vida desperdiçada.

—Puta merda. Eu estou totalmente anotando isso!!

Avery sorriu.

—Eu gosto disso. Eu gosto muito disso.


—Minha irmã é tipo um filósofo, — disse uma voz
familiar.

Uau. A última pessoa que ela pensou que veria aqui em


Sanctum era Chelsea e ainda lá ela estava na porta, com um
saco na mão.

—Ei, Chels.

Sua irmã olhou para ela e, em seguida, quebrou rindo.

—Eu deveria saber que você iria ficar nua em algum


lugar. Você nunca teve problemas com seu corpo, como o
resto de nós.

—Só porque eu aceitei toda essa triste embalagem, —


Charlie admitiu. Chelsea era definitivamente uma daquelas
mulheres que ficavam confortáveis, até o momento que um
homem entrava na sala. —O que você está fazendo aqui?
Achei que você estaria em Barbados por agora.

—E deixar minha grande Sis9? Não. Eu não vou a lugar


nenhum sem você.

Ela entrou no quarto, o único sinal de sua perna ruim


era um ligeiro coxear.

—Se nós estamos fazendo uma resistência, então você


tem que saber que vou aguentar com você. Quanto ao porquê
de estar aqui neste antro de iniquidade, bem, o imbecil
britânico e o idiota americano decidiram que eu precisava de
umas férias do meu condomínio muito agradável e decidiram

9
Abreviatura de sister = irmã em inglês
me trazer aqui. Eles realmente passaram pela segurança
alegando serem mensageiros. Eu estou reclamando com a
gerência sobre o porteiro. Eles deveriam ir para o quinto
andar, mas aparentemente um deles é muito bom em
manutenção de elevadores. Ele também é calmo ou eu
arrancaria a cabeça dele. Seu neanderthal aparentemente
quer manter a família unida.

—Ele provavelmente quer manter um olho em nós duas,


enquanto toda a coisa do ‘assassino-tentando-nos-matar’ se
resolve. — Ela não sabia como eles iam resolver isso. Meio
que esperava ter algum tempo antes que eles a
encontrassem. Boa sorte.

—Você é realmente uma agente de informação? —


Perguntou Serena.

Os olhos de Chelsea se ampliaram.

—Você distribuiu cartões de visita?

Charlie deu de ombros enquanto Eve mexia nos laços do


espartilho. Ela escorregou uma pequena lycra sobre seus
quadris. Ele mal cobriria o rabo, mas esse era provavelmente
o ponto. Observou que alguém foi um pouco mais gentil com
sua irmã. Parecia que ela usava leggings de pvc e um top
correspondente.

—Eu não minto sobre o que fazemos.

Chelsea pigarreou deliberadamente.

Ela levava tudo tão a sério.


—Bem, é claro que eu minto para os federais. Eu estava
falando sobre os nossos amigos.

—Você vai ter que me dar algum tempo para descobrir


se eles são nossos amigos. Onde posso obter alguma
privacidade? Enquanto eu estou aqui, poderia me exercitar.
Minha perna está dura. Estive sentada durante dias.

—Há trocadores e chuveiros que você pode usar, — Eve


explicou, apontando para a parte de trás do vestiário.

—Excelente. — Chelsea deu a volta para os vestiários, a


perna esquerda arrastando um pouco. Ela provavelmente
estava com muita dor, mas ela não queria mostrar. Uma das
maneiras que ela aprendeu a lidar com a dor era BDSM.
Charlie pode não ter tido um Dom desde Ian, mas ela
encontrou vários dispostos a ajudar sua irmã.

—Então, ela parece estranhamente confortável para


uma mulher que provavelmente foi arrastada para fora de
sua casa e levada para um clube de sexo. Braços para cima.
— Eve estendeu o espartilho verde esmeralda, esticando-a em
torno do tronco de Charlie antes que ela começasse com os
laços.

—Ela tem alguns problemas com as pernas,


especialmente a esquerda. Uma boa e longa flagelação lhe dá
algum alívio. Nós normalmente tínhamos Doms indo ao nosso
lugar, mas ela esteve em alguns clubes também. — Respirou
fundo, porque esta seria, provavelmente sua última noite.

A porta para o vestiário se abriu de novo e duas


mulheres entraram. Ambas eram loiras e pareciam que
necessitavam desesperadamente de um cheeseburger. Uma
das loiras tinha um par de seios agradáveis e a outra tinha
um falso. Elas carregavam suas roupas de BDSM em sacolas.
Eve gemeu um pouco. Então, essas meninas não eram
amigas. Eve parecia determinada a ignorá-las.

—Olá. Você deve ser a garota nova, — disse a loira com


peitos falsos. Ela estava vestida de forma conservadora,
embora usasse uma tonelada de maquiagem e tinha deixado
a blusa aberta longe do que poderia ser considerado
profissional. —Meu mestre me disse que você estaria aqui
esta noite.

Serena olhou para cima, franzindo a testa em direção a


loira.

—Eu não sabia que você ganhou um colar, Amanda.

—Eu nem sabia que você estava namorando alguém, —


disse Avery.

Eve continuou trabalhando sobre os laços, as mãos


movendo-se suavemente.

—Ela teve seu olho sobre este Mestre em particular por


um bom tempo, — a outra loira disse com uma risada
desagradável. Ela pegou um armário e pendurou suas roupas
para a noite. —Nós todos devíamos saber que Mandy seria a
única que ia derrubá-lo.

—Mandy— piscou para a sua amiga. —Você sabe disso,


Britney. Era inevitável. A propósito, Serena, você está muito
bonita hoje. Eu não conheço ninguém que pode levar esse
look da maneira que você faz. Eu não sabia que eles ainda
faziam vestidos como este.

Serena desligou, olhando por trás do seu computador.

—O que você acabou de dizer? — Perguntou Charlie.

Amanda balançou a cabeça loira.

—Eu só estava elogiando-a. Nós subs temos que ficar


juntas. Não é o que você diz, Eve? E você realmente tem que
me dar o nome do seu hidratante. Você parece tão bem para
uma mulher da sua idade.

—Eu vou te dar, Amanda. Eu sou um pouco ocupada


com o meu marido. Estamos todas ocupadas com os nossos
maridos e famílias. — Eve tinha algumas garras, mas Charlie
não tinha certeza se foi longe o suficiente.

Amanda olhou para Charlie e depois Eve.

—Oh, querida, se você precisar de alguma ajuda para o


corset dela, eu sou realmente muito forte. Não se preocupe.
Eu acho que o Mestre vai estar ocupado comigo esta noite. —
Ela se inclinou. —Ryan explicou tudo para mim. O Mestre
precisa fingir que tem alguma coisa acontecendo com você
então, ele tem que ter alguém por quem ele está realmente
atraído por perto ou ele não será capaz de conseguir. Eu
sempre soube que ele voltaria para mim.

Charlie não tinha certeza o que o Mestre da loira tinha a


ver com ela, mas não queria prolongar a conversa. Amanda
foi até os vestiários com uma confiança que a maioria das
mulheres não têm. Era uma confiança que Charlie tinha
certeza que ela não merecia.

—Apenas ignore-a, — Eve disse, dando os retoques


finais no espartilho. —Todos nós fazemos.

Serena estava olhando para sua tela, mas Charlie


poderia dizer que ela estava à beira das lágrimas.

Essa vadia loira disse a uma mulher grávida, que ela


não parecia bem. Entre outras coisas.

—Ela é sempre tão desagradável?

As mãos de Avery mexiam com raiva. Ela provavelmente


poderia fazer algum dano com essas agulhas de tricô, se
quisesse.

—Ela deu em cima de cada um dos nossos maridos.


Mesmo depois de toda a coisa do casamento. Ela também
gosta de me dizer o quão grávida eu pareço. Eu não suporto
ela.

—Ela é uma peste. Ela é muito doce quando os homens


estão por perto, mas ela é detestável em torno das mulheres.
Eu tentei conseguir que Alex a expulsasse, mas ela não vai
fazer nada para violar as regras, —Eve explicou.

Ser bom deveria ser uma regra.

—Ian não se importa que ela seja tão má?

—Ninguém realmente fala com ele sobre ela. Ele sempre


foi distante. Eu não entendo por que ele faria ... —Serena
parou no meio da frase.

Tudo finalmente se encaixou.


—Ela estava falando sobre Ian. Quando ela falou sobre
seu Mestre. Aquele rato-vagabundo desgraçado. Eu sabia que
ele tramava algo. Esta é a sua maneira de me mostrar que ele
não se importa. Diga-me honestamente, Eve, ele já a tocou
antes?

Eve virou um belo tom de rosa.

—Talvez uma vez, quando ela veio pela primeira vez para
o clube, mas você tem que entender ...

Ela entendeu.

—Ele fodeu tudo que usasse um espartilho. Eu não


estou preocupada com isso. Diga-me se eles tinham um
relacionamento. Eu quero saber se ele tinha uma coisa por
ela.

—Não. Ele não pode suportá-la. Ele é o único que vê


através de sua besteira. Charlotte, ele não teve um
relacionamento com ninguém.

Serena sacudiu a cabeça.

—Ele nunca gasta mais do que um par de noites com


qualquer sub e todos os seus contratos estipulam que ele não
está interessado em qualquer coisa permanente. E as poucas
vezes que ele treinou novas subs, ele não dormiu com elas.

A boca de Avery caiu aberta.

—Como você sabe sobre seus contratos?

—Oh, eu realmente queria ler um e ele mantém cópias


no computador de Ryan. Ryan nunca muda a sua senha, por
isso foi fácil para Adam me conseguir um. Eu usei como base
para o contrato em Sweetheart in Bloom. — Ela corou um
pouco. —Agora pode ser um bom momento para lembrar a
todos que o que acontece no vestiário permanece no vestiário.

Eve revirou os olhos.

—Você vai entrar em tantos problemas algum dia.

Ian precisava deles para permanecer nos trilhos. Então,


ele escolheu alguém que não podia suportar a fim de irritá-la,
para mostrar a ela que ele não poderia ser conquistado de
volta. Bem, ele pegou a garota errada para puxar essa merda.
Se escolhesse alguém doce e agradável então, Charlie teria
dificuldade em lidar, mas Ian fez tudo mais fácil.

—Então, Ian está fingindo ter duas subs com ele esta
noite. Eu por causa de toda essa coisa do tiro e para tentar
manter os policiais longe de descobrir quem eu sou e a cadela
magra porque ele quer ter certeza que eu sei que ele só está
me dando cobertura por causa da coisa do tiro. Vocês todas
deixam ela falar assim com vocês?

—Ela nunca diz nada que não possa ter dois sentidos.
Ela é a rainha do elogio indireto. Se eu pedir para tirá-la, ela
vai dizer que eu entendi errado, — explicou Avery.

—Ninguém nunca bate de frente com a sua merda? —


Charlie ficou realmente chocada.

Eve suspirou.

—É como é no Sul. Nós apenas engolimos e dizemos —


Deus abençoe seu coração.
Abençoar não era o que Charlie iria fazer com o coração
da loirinha. Rasgá-lo e enfiá-lo para baixo de sua garganta,
soava como uma ideia muito melhor.

—Ok, eu vou mostrar a vocês como lidar com isso.

Os olhos do Eve se alargaram.

—Eu não sei se isso é um bom plano.

—Você vai matá-la? — Serena perguntou com um


pequeno sorriso.

Charlie virou.

—Não, eu vou ser honesta com ela. Ela foi honesta


comigo sobre onde ela achava que era o meu lugar com o
Mestre. Vou retribuir o favor.

Ela caminhou para o vestiário. Uma mulher como


Amanda saia com sua porcaria, seguindo um conjunto muito
específico de regras sociais. Charlie tinha suas próprias
regras.

Ela viu-se no espelho. Amanda queria que ela pensasse


que ela era gorda? Ela parecia muito bem. Eve tinha uma boa
mão com os laços. Seus peitos pareciam enormes.

Britney saiu da seção de chuveiro com uma toalha


enrolada na sua cintura magra. Essa toalha provavelmente
mal cobriria os seios de Charlie, mas envolveu em torno de
Britney duas vezes.

—Oh, Deus não! Tem uma garota no chuveiro com a


cicatriz retorcida em sua perna. Primeiro aquela menina
Avery e agora esta. Nós nos tornamos o calabouço para
aleijadas.

Britney era fácil. Charlie andou direto até ela.

—Essa é minha irmã. Você gostaria de chamá-la de


aleijada na minha cara? Deixe-me explicar o que vai
acontecer se o fizer.

—Você não tem que fazer isso. — Britney engoliu duas


vezes, obviamente, não acostumada com qualquer pessoa a
chamando em sua merda. —Desculpa. Eu sinto muito.

Ela se afastou e praticamente correu para fora da sala.

—Uau, um pouco rude? — Perguntou Amanda. Ela


ainda estava vestida. Obviamente, ainda não tinha ido para
os vestiários. —Você não vai durar muito tempo por aqui se o
Mestre pegar você fazendo isso.

—Você está falando de Ian Taggart?

—Sim. Eu estou falando sobre o galã quente Dom que


eu já tive algumas vezes. Eu sabia que ele voltaria para mim.
Olha, eu estava tentando ser legal lá fora, mas você deve
entender que ele está apenas permitindo você ao redor
porque você é algum tipo de trabalho para ele.

Ela se elevou sobre Amanda. Às vezes sua altura era


realmente útil.

—Eu sou sua esposa.

O rosto de Amanda torceu em uma máscara feia. Era


provavelmente o seu rosto pensativo.

—Ele não é casado.


—Eu tenho a papelada que diz o contrário, querida. Sou
Charlotte Taggart e eu estive fora por cinco anos, por isso, se
você acha que vou deixar você foder meu marido de novo,
você está totalmente errada.

Sua pele virou um vermelho manchado, Amanda se


manteve firme.

—Bem, ele está te traindo. Com todas. Odeio ser a única


a dizer-lhe, mas o seu ‘marido’ é uma espécie de mulherengo.

—Oh, eu acho que você ama me contar isso, mas não


está dizendo nada que eu já não soubesse. Eu o perdoo por
dormir ao redor. Ele não sabia que ainda era casado. Agora
que ele sabe, vai parar. Eu também o perdoo pela
necessidade de ter outra sub para se esconder atrás. Ele não
é muito autoconsciente. Não é bom com toda a coisa
emocional, mas sou paciente. E adivinhe? Não vai ser você.

—Do que você está falando? Ian me quer.

—Ian vai ter de viver com a decepção, porque você é


uma rude, desagradável e seu reinado de terror termina
agora.

Amanda riu.

—Quem é que vai me impedir? Com certeza não vai ser


Eve. Todo mundo pensa que ela é a rainha do calabouço,
porque ela está casada com Alex, mas ela é apenas uma velha
bruxa. Alex se casou com ela porque sente pena dela. E
Deus, eu não sei mesmo o que Liam e Jake pensavam
quando trouxeram aquelas ratinhas gordas aqui.
Charlie ouviu um suspiro e percebeu Serena, Avery e
Eve estavam de pé no fundo ouvindo toda a porcaria que
Amanda vomitava.

Era hora de tomar o seu lugar na hierarquia. Eve era


uma senhora simpática, mas era óbvio para Charlie que ela
não cuidava dos negócios da maneira que deveria.

—Eu gosto de Eve, mas Eve não é a rainha. A rainha é a


sub que é casada com o rei e há apenas um rei em Sanctum.

—O que você vai fazer? — Amanda perguntou em voz de


zombaria. —Você está pedindo para Ian me expulsar? Não vai
funcionar. Ian pensa que sou uma querida. Todos os Doms
fazem. Não há nada que qualquer uma de vocês pode fazer.

—Oh, merda. — Chelsea estava em pé no corredor que


levava para os chuveiros. —Você não pode matá-la aqui, Sis.
Não temos qualquer ácido. Os chuveiros podem funcionar.
Eles são bons e espaçosos, mas onde poderíamos obter um
par de galões de ácido a esta hora da noite? E eu não acho
que mesmo ácido iria trabalhar nesses peitos falsos. Teríamos
de enterrá-los em algum lugar. Como você explicará que está
andando com dois implantes de tamanho-D?

Sua irmã foi sempre refrescante em uma crise. Amanda


estava encarando-a. Foi uma daquelas coisas que ninguém
levaria a sério se fosse dito com raiva, mas o comportamento
frio e calmo da Chelsea chamou a atenção de Amanda.

Charlie acompanhou. Foi bastante fácil de inventar uma


mentira. Elas nunca tinham realmente desmontado um
corpo. Charlie matou alguns homens, mas ela nunca teve que
enterrar ninguém. Amanda não tinha que saber isso.

—Chels, não vale a pena matar ela. Quero dizer a parte


assassinato seria divertido, sim, mas pensa em todo o
trabalho que teríamos depois. Você se lembra da última vez
que desmontou um corpo? O cheiro era horrível e nós tivemos
que usar todo aquele equipamento de proteção que também
cheirava mal.

—Você está brincando. — A voz de Amanda tremeu um


pouco.

—Eu estou? Bem, como eu disse, você não vale a pena.


— Charlie estendeu a mão e agarrou um punhado do cabelo
loiro. —Mas eu vou ensinar-lhe quem é a rainha.

Charlie começou a transportar Amanda para fora do


vestiário. As meninas disseram que o que acontecia no
vestiário ficava no vestiário, mas neste caso particular, ela
não poderia manter seu problema em segredo. Ele
provavelmente iria tê-la em apuros, mas algumas coisas
valem uma surra. E, provavelmente, um sermão. E mais
tempo de silencio.

—Alguém me ajude! Tirem essa cadela Amazona para


longe de mim! — Amanda estava gritando quando elas
chegaram ao lobby.

—Hey! — Alex estava de pé e parecia muito agradável


em seus couros. —Que diabos está acontecendo aqui?

Amanda gritou, obviamente, à procura de um salvador.


—Mestre Alex, por favor me ajude. Ela enlouqueceu. Por
favor.

—Charlotte, você vai soltá-la neste instante. — Alex


provou que ele tinha uma voz de Dom extremamente
excelente.

Sim, ele queria mediar, mas Charlie não tinha tempo


para isso. Ela definitivamente não ia permitir que Amanda o
levasse para o seu lado.

—Ela chamou Eve de velha e patética.

Os olhos de Alex queimaram.

—Você está fodendo comigo?

Eve estava na porta, uma expressão divertida no rosto.

—Não. Amanda não é a mais legal das garotas.

—Ela me chamou de gorda, — Serena disse.

—Ela disse que minhas cicatrizes eram feias, —


acrescentou Avery. —Elas são, mas não é bom apontar isso.

Um grande segurança estava em pé na frente da porta.


Charlie sabia que ele era provavelmente um grande e mau
Dom, mas ele olhou para ela, obviamente, não tendo
nenhuma ideia do que fazer quando uma sub atacava outra.

—Você deve abrir a porta, — Charlie sugeriu. —


Senhorita Amanda aqui teve sua filiação revogada.

—Está tudo bem, Brian, — Alex disse. —A partir deste


momento, Amanda não é mais um membro deste
estabelecimento.
—Seu filho da puta! — Amanda gritou. Seus pés se
moveram rápido ou Charlie a teria arrastado pela sua bunda
magra. —Eu vou processar todos aqui. Eu vou contar para
que todos saibam que bando de pervertidos vocês são.

—Sério? — Perguntou uma voz escura. Charlie olhou


para cima e um homem alto, com ombros largos olhava para
a cena. —Porque eu acho que você provavelmente deve
considerar o seu outro trabalho agora mesmo.

—Derek? Derek, não deixe que eles me expulsem. Você


sabe que posso causar problemas, — ela ameaçou.

—Eu posso matá-la em um beco escuro, — Charlie


replicou.

—E eu posso ignorar o assassinato inteiramente. Você


poderia fazer com que pareça um assalto, — o homem
chamado Derek ofereceu antes de voltar seu olhar para
Amanda. —Eu disse que sua boca iria colocar você em
problemas. Não se esqueça que o chefe tem uma adesão aqui.
Eu não acho que ele vai gostar de ser visto como um
pervertido. Nós vamos ter uma conversa em meu escritório na
segunda-feira se você sobreviver ao fim de semana.

Com isso a porta foi aberta e Charlie jogou Amanda para


fora e, em seguida, fechou a porta atrás dela. Ela voltou para
Eve.

—Veja, isso foi muito simples.

—Foi? — Ian estava de repente no hall de entrada, seu


corpo maciço ocupando a maior parte do espaço. Ele estava
em seus couros e Charlie lutou muito para realmente não
babar.

Ela acabou de tomar mais uma daquelas liberdades que


Ian costumava se opor. Afundando-se de joelhos, ela decidiu
jogar pelo seguro. Ela deixou a cabeça cair para a frente, os
cabelos roçando o chão quando ela colocou as palmas das
mãos para cima.

—Agora você opta por me obedecer. — Botas de Ian


vieram à tona. Deus, até mesmo as botas eram sexy. Elas não
eram polidas ou novas. Elas foram usadas, com pequenas
rugas aqui e ali. —Charlie, eu quero saber o que aconteceu.

Ela olhou para cima.

—Eu só levei o lixo para fora, senhor.

Ele estava tão sério que por um momento se preocupou


que ela ia se juntar a Amanda do lado de fora. E então a
cabeça caiu para trás e ele riu.

—Deus, eu estive esperando as subs empurrarem a


bunda dela no chão. Eu deveria saber que você seria a única
a fazê-lo. Derek, esta é a minha ... —ele suspirou antes de
continuar. —Este é a minha submissa, Charlotte. Ela
também é uma dor na minha bunda.

—Todas as boas são, — disse Derek.

—Vamos lá então. — Ian estendeu a mão, ajudando-a


levantar. —Eu preciso de uma bebida. Termine no vestiário e
venha nos encontrar no bar.
Ele virou e foi embora, mas ela podia dizer pela forma
como a cabeça balançou que ele ainda estava rindo. Foi
melhor do que o esperado.

—Então, você realmente se desfaz de um corpo usando


ácido? — Serena perguntou. —Porque eu gostaria de
entrevistá-la sobre isso. Quanto é que você tem que usar?
Quanta bagunça faz?

Deus, salve-a dos escritores. Charlie seguiu Eve de volta


para se preparar para a noite.

Ian olhou para o calabouço, tentando não pensar sobre


a sub ao seu lado. Tentando não pensar sobre o quão certo
era a sensação de tê-la ali. A partir de seu assento na parte
de trás do bar, ele podia ver tudo o que acontecia, mas eles
estavam longe o suficiente para que a conversa não
interrompesse as cenas.

—Devo atribuir um Dom para sua irmã ou ela está bem


em negociar a si mesma?

Ele estava surpreso com o quão confortável a irmã mais


nova estava no calabouço. Ele tinha meio que esperado
lágrimas e reclamações da menina. Ele esperava que ela se
escondesse no vestiário ou na sala de conferência, mas tudo
o que ela pediu era algo que cobrisse as pernas. Ele
encontrou algumas leggings de PVC e ela virou e se afastou
dele sem outra palavra.
—Chelsea? — Charlie perguntou de seu lugar no chão.
Ela estava sentada em uma das grandes almofadas macias
que muitos Doms usavam quando eles tinham as suas subs
ajoelhadas ou reclinadas em seus pés por longos períodos de
tempo. Desse ângulo, Ian podia ver as curvas de seus seios,
perfeitamente empurrado para cima pelo espartilho apertado.
Ele escolheu verde, uma cor de esmeralda que combinava
com o cabelo dela. Ela usava muito preto. Mas ficava muito
bonita em verdes e azuis. Cores vibrantes, como a própria
mulher.

Ele gostou do fato de que ela estava agitada. Ela foi uma
rainha guerreira quando arrastou a menina má para fora,
mas desde então parecia um pouco perdida. Como se não
confiasse em nada do que ele fazia. Eles se sentaram e
conversaram com Derek Brighton por uns bons trinta
minutos, ou melhor, ele falou com Derek enquanto Charlie
sentou a seus pés e permitiu alimentá-la com alguns
aperitivos. Ela continuava olhando para ele como se ele
estivesse prestes a envenená-la. Era até um pouco divertido.

—Sim, a menos que tenha uma outra irmã que você não
me falou.

—Não é a primeira vez dela em um calabouço.

Então elas estiveram jogando. Isso não caiu bem.

—Então, você estava mentindo sobre não tomar um


Dom. Não deveria me surpreender.
Sua cabeça balançou.

—Não, eu não tinha um Dom. Eu juro. Eu não tenho


jogado nos últimos anos. Apenas encontrei alguns para
Chelsea. Na maioria das vezes eu os contratava para ir para
onde estávamos vivendo no momento, mas algumas vezes,
fomos convidadas para calabouços.

—Eu nunca diria que ela era uma sub. Se eu tivesse que
supor, apenas olhando para ela, eu diria que ela iria preferir
dominar alguém. — Chelsea Dennis era uma mulher
atraente. Ela era realmente muito linda, mas ela não sorria.
Havia uma tensão na maneira que ela se segurava que
deixava Ian saber que ela queria estar no controle.

Mas talvez isso não era o que ela precisava. Charlie teve
a mesma tensão em seus ossos todos os anos atrás até a
primeira semana que eles estavam juntos. Ele assistiu como
ela lutou para deixar ir, a confiar nele. Quando ela fez, deixou
totalmente ir dando-lhe tudo que ela tinha.

Bem, de seu corpo. Ela nunca tinha realmente confiado


nele ou não estariam nesta posição. Adam estava tentando
rastrear os assassinos mais conhecidos, mas eles eram muito
bons no seu trabalho. Eles desapareceram. Algumas vezes
que Ian definitivamente desejou que Dallas tivesse mais
CCTVs. Eles viriam atrás dela novamente. A única questão
era quando.

Ele teria que sentar e esperar que um deles tomasse a


isca. Até agora, tudo o que ele tinha era um texto de Liam de
que tudo estava quieto e ele perdeu uma centena de dólares
para Karina no poker.

—Eu não posso imaginá-la sacudindo um chicote. —


Charlie olhou para ela. —Mas ela realmente ama o flogger. Na
verdade, eu provavelmente deveria ser a única a negociar. Ela
não é muito boa com Doms.

No palco, Alex usava um chicote de quatro pés em Eve.


Ele movia o chicote com uma beleza de quem estava
acostumado a usar. O som do golpe do chicote contradizia o
que Ian sabia que não era nada mais do que uma picada ao
longo de sua pele seguido por um belo calor. Charlie
costumava amar o chicote. Ele sentiu-se como um verdadeiro
dom na primeira vez que o substituiu enquanto estava
trabalhando nela. Ele sentiu que finalmente entendia porque
estava atraído por essa vida. Não era para a torção ou porque
ele queria o controle. Foi porque quando ela estava relaxada,
ele se sentia necessário. Sentiu ser mais do que uma cara
bala de canhão.

Ele se forçou para mandar para longe os pensamentos


perigosos.

—Se ela quiser encontrar um Dom aqui, ela vai ter que
falar com ele sozinha ou eu vou atribuir um. Então, ela usa
como terapia? As endorfinas ajudam com a dor da perna? —
Ian perguntou, olhando para Chelsea.

—Sim. Ela resistiu no início, mas depois que ela


experimentou, ela realmente viu a diferença. Ajuda de uma
maneira que uma massagem não faz.
—Uma sub oculta? — Ian perguntou, pensativo.

—Eu acho que sim. Eu acho que Chelsea seria muito


mais feliz se ela conseguisse se soltar, mas duvido que a
minha irmã fará isso algum dia. Ela passou muitos anos sem
qualquer controle. Ela era muito jovem quando meu pai nos
levou para a Rússia. Ela mal tinha nove. Eu sei que ela se
lembra de nossa mãe, mas não como eu faço. Minha mãe era
maravilhosa. Eu me preocupo que Chelsea não teve o
suficiente dela.

—Estou surpreso que ela fala Inglês sem sotaque. —


Ocorreu-lhe que ele não tinha que se preocupar só com
Charlie. Ele tinha que desvendar Chelsea também. Charlie
desistiu de um monte de coisas por causa da sua irmã.

—Eu tive a certeza que ela sempre mantivesse seu Inglês


atualizado. Quando nós estávamos sozinhas sempre
falávamos em Inglês. Porém nós duas falamos russo
fluentemente e você não seria capaz de nos diferenciar de
falantes nativos. Meu pai odiava o fato de não ter tido um
filho, mas ele não ia ser humilhado por ter filhas ignorantes.
Meu pai tinha na cabeça que ele era um czar. Filhos do czar
tinha tutores. O nosso por acaso era de LA. Ele era um
homem muito inteligente, mas bateu de frente com a
organização de jogo do meu pai.

—Então ele pagou sua dívida, ensinando a você e a


Chelsea.

—Quando ele não estava bêbado, ele era um excelente


tutor, — Charlie admitiu.
Ele odiava pensar sobre sua infância. Seu pai podia ter
deixado eles, mas pelo menos ele e Sean tinham sua mãe. Ela
não foi a mulher mais forte e Ian foi forçado a crescer rápido,
mas ela não os deixou a sós com bêbados ou torturadores
para torná-los fortes.

O mundo já podia torturar um homem o suficiente. Ele


não precisava de membros da família para ajudar no
processo.

Chelsea deixou seu lugar na parte de trás da multidão e


entrou na sala de estar. Ela deu um leve aceno para sua
irmã, mas parecia ter um objetivo em mente. Ela olhou para o
bar por um momento.

Simon estava sentado em um banquinho ao lado de


Jesse, os dois homens com cervejas nas mãos. Jillian pegou a
caneca vazia de Simon. Ela mantinha um estoque da sua
cerveja favorita na parte de trás e logo voltaria com um novo
copo de cerveja. Jesse tinha o que parecia ser uma Bud em
sua mão. Bebia direto da lata. Deus, ele ia ter que trabalhar
no decoro do garoto.

—Isso vai ser interessante, — ele murmurou, sua mão


indo para o cabelo de Charlie. Ele tinha que manter a ilusão,
afinal de contas. —Parece que a pequena irmã escolheu um
Dom para a noite.

Chelsea estava andando em linha reta até Simon. Simon


estava vestido com calças de couro e um colete sem camisa.
Na maioria das noites ele não tomava uma sub, preferindo
passar seu tempo no bar, mas algumas vezes ele negociava
com apenas uma sub. Ele parecia preferir jogar bondage,
onde sua sub ficaria completamente amarrada. Simon tinha
completado seu curso de cordas nas semanas que se juntou à
equipe e agora ele estava estudando shibari com Alex.

Ian preferia um jogo mais extremo, que Charlie logo iria


descobrir.

—Eu gostaria de falar com você, senhor. — Chelsea


usava todas as palavras certas, mas havia um tom de
impertinência que fez Ian franzir a testa. Pelo menos Charlie
sabia como manipulá-lo. Ela ficou de joelhos quando ele a
pegou jogando Amanda para fora.

Ele planejou usar Amanda para mostrar a Charlie que


ela não podia ter tudo do seu jeito, mas deveria saber. Ele
escolheu Amanda porque ela era a mais provável para irritar
Charlie ao limite. Ele era um idiota, porque deveria ter
escolhido alguém doce, alguém que Charlie não poderia
competir.

Ou talvez ele soubesse que ela faria. Talvez tivesse lá na


parte de trás de sua cabeça.

Ele não iria lhe dizer que estava à espera de alguém


para se livrar dela. Ele não era estúpido. Ele nunca realmente
comprou o ato de Amanda. Claro que ele fodeu ela algumas
vezes, porque ela era conveniente e receptiva, mas isso não
significava que ele pensava que ela era um anjo. As subs
precisam se defender sozinhas, então ele recuou. Ele tinha
que dar isso a Charlie. Ele deveria tê-la jogado fora pela
orelha no minuto em que ela abriu a boca, mas Eve e Grace
fizeram aquela coisa de Dama-do-Sul.

Charlie levantou a cabeça e ela estava assistindo a sua


irmã mais nova. Ian suavemente a forçou de volta para seu
colo.

—Ela vai ficar bem.

—Você realmente acha que Simon é o Dom certo para


ela? — Perguntou Charlie.

Ele não tinha certeza que o Britânico seria certo para


qualquer um. Simon era rígido e escondia uma riqueza de
conhecimento próprio sob sua aparência exterior perfeita.
Simon fodeu tudo recentemente e ele ainda não superou isso.
Não. Simon provavelmente não era certo para qualquer um
agora.

—Eu acho que é um encontro único e ou ele vai lidar


com isso ou ele não vai. Agora pare de falar. Eu não posso
ouvi-los quando você fala.

Ele sabia que estava soando como uma velha fofoqueira,


mas ele meio que queria ver como a irmã de Charlie ia lidar
com o britânico.

Simon se virou, arqueando a sobrancelha aristocrática.

—Sim? Precisa de mais alguma coisa? Eu não acho que


essas leggings são as que eu selecionei para você.

Jesse tinha se virado e era óbvio a partir da expressão


do garoto que ele estava observando o que estava
acontecendo também. Seus olhos iam de Simon para Chelsea
e vice-versa.

—Eu tenho as roupas que você me deu, mas eu pedi


algo diferente para o Mestre Ian. — Ela sabia todas as coisas
certas para dizer, mas de alguma forma ela colocava uma
torção nas palavras educadas para dar um tom sarcástico.

Os olhos de Simon trilharam o bar, encontrando Ian e


estreitando.

—E ele deu para você?

Ian não mexeu um músculo. Chelsea não estava usando


um colar e ela era a irmã de Charlie, o que a colocava sob
controle e proteção de Ian. Mas por um breve segundo, ele
pensou que Simon poderia chamá-lo para fora. Interessante.

—O que você quer?

—Eu estou precisando de uma sessão. — Não havia


nada suave ou submisso sobre a forma como Chelsea falou.
Ela poderia ter andado por uma loja de departamento e
pedido a um vendedor para trazer uma camisa.

—Merda, — Charlie disse debaixo de sua respiração. —


Tentei ensinar-lhe comportamento adequado.

Ian acariciou seus cabelos.

—Silêncio. Você não pode salvá-la disso.

—Você está me pedindo para jogar com você? — Simon


perguntou. Mesmo de onde Ian estava sentado podia ver a
calma avaliação de Simon olhando Chelsea de cima e para
baixo.
Ela não tinha a altura de sua irmã. Chelsea era na
média, provavelmente, 1,68m e ela não era uma supermodelo
faminta. Ian tinha certeza que uma cadela louca como
Amanda provavelmente chamaria Chelsea de gorda, mas Ian
apenas pensou que ela parecia saudável. Amanda seria mais
feliz se alguém a alimentasse. Mulheres tendem a ser más
quando elas não comem. Mesmo Eve era muito mais feliz
agora que Alex estava enchendo-a com chocolates.

—Não, — Chelsea deu um aceno rápido de sua cabeça.


—Eu estou pedindo para você me chicotear. Eu precisaria de
cerca de trinta a quarenta minutos de seu tempo. Eu prefiro
uma batida mais do que uma picada. Eu prefiro que use um
chicote de camurça e eu não vou ser amarrada.

Ian gemeu um pouco. A maioria das subs sabiam que


não devia soar como se estivessem pedindo um hambúrguer
num fast-food.

Charlie estava tentando ver novamente.

—Eu te disse. Eu preciso fazer a negociação. Ela não é


boa nisso. Ela esteve na frente do computador por tanto
tempo, que ela se esqueceu de como lidar com seres
humanos reais.

—Levante. — Era inútil não deixar ela assistir. Ela iria


mexer e torcer e provavelmente obter um torcicolo no
pescoço. Era mais fácil puxá-la em seu colo.

Ela se sentou bem em cima do seu pênis e esse maldito


pedaço de lycra já tinha subido nos quadris de modo que
tudo o que impedia a penetração eram seus couros. Porque
seu pênis sabia o que queria. Foi difícil desde o momento em
que ela caiu de joelhos. Porra, ele despertou observando-a
arrastar a bunda da Amanda para fora. Se ele não estivesse
em seus couros, ele sabia muito bem que o seu pau estaria
trabalhando seu caminho dentro dela. Ele podia deixá-la
sentar no seu pau e ver o mundo passar.

—Sério? — Simon perguntou, sua voz baixa e


sarcástica. —Você vai me dar uma lista de exigências, sub?

Chelsea deu de ombros.

—Não. Eu achei que você era inteligente o suficiente


para lembrar o que eu queria.

Charlie enterrou a cabeça no ombro de Ian.

—Eu não quero ver.

Mas Ian totalmente queria. Foda-se, ele meio que vivia


por esta merda. Era triste, mas ele aceitou. Era um voyeur
em todas as coisas. Ele gostava de ver as pessoas foderem
quando elas eram boas nisso e ele com certeza gostava de ver
as pessoas se fodendo. Era divertido.

Simon se levantou, elevando-se sobre a Chelsea. —O


que você disse, sub?

Chelsea parecia ter sido pega pelo grande peito do


britânico, seus olhos olhando para o lugar onde o seu colete
de couro se separava e exibia pele.

—Eu estava simplesmente tentando explicar o que eu


preciso, Senhor.

—Isso não vai funcionar, — Ian disse.


Charlie estava olhando de novo, com o rosto cheio de
esperança. —Talvez ela consiga sair dessa.

Ele sorriu, porque não havia nenhuma maneira do


caralho.

—Quer apostar?

Charlie balançou a cabeça e se abaixou novamente.

—Não. Eu perderia.

Simon levou a mão ao queixo da Chelsea, forçando-a a


olhar para o rosto dele, mas havia um conjunto de olhos
teimosos.

—Não, Chels, vamos lá. Amoleça, — Charlie dizia.

—Nah, ela está prestes a ser uma pirralha com ele.


Deveríamos chamar Derek de volta, — Ian disse.

Charlie fez um som vômitos.

—Isso é horrível.

Foi. Ele era cheio de trocadilhos ruins, mas eles quase


nunca os deixavam sair.

Se ele estivesse sentado aqui com Grace e Eve, elas já


teriam apontado como era rude ficar escutando a conversa de
Simon e Chelsea. Avery teria lhe implorado para intervir
porque seu coração terno não suportava conflitos e Serena
estaria tomando notas. Apenas Charlie estava no momento
com ele. Só ela entendia que os dramas em torno deles não
eram destinados para o seu entretenimento, mas porra eles
eram divertidos de assistir. Outras subs iriam apenas sentar
em silêncio e provavelmente ririam de sua terrível piada, não
apontado seu horrível senso de humor. Mas não a Charlie.

Por que a única mulher que fazia ele se sentir


confortável tinha que ser o inimigo?

—Talvez eu tenha minhas próprias exigências, — Simon


disse.

Os ombros de Chelsea se enquadraram. —Bem. Eu


estou disposta a ouvir.

—Vou usar o chicote de camurça. Eu tenho um muito


bom que eu estou com vontade de amaciar. Golpe sem
ardência, embora eu ache que você pode gostar um pouco da
picada, se você tentar. E você estará nua e amarrada.

—Ela não vai fazer isso, — Charlie sussurrou. —Ela


estava amarrada quando suas pernas foram quebradas. Ela
não pode suportar isso.

—Mais uma razão para ela enfrentar com alguém que


ela confia, — Ian respondeu. —Mas eu não acho que vai ser
Simon.

A mandíbula de Chelsea cerrou e ela levou um momento


para responder.

—Cordas frouxas e eu mantenho minhas roupas.

Ele olhou para baixo e os olhos de Charlie aumentaram.


Parecia que Chelsea tinha uma coisa por Simon.

O britânico correu as pontas dos dedos de seu pescoço


até a gola da camisa que Chelsea estava vestindo.
—Eu vou te dar sobre as cordas, mas nenhuma roupa.
— Ah, o britânico queria ver alguma pele.

—Por quê? Você quer ver a aleijada nua? — Chelsea


perguntou com a voz dura.

—Ouch. — Charlie se encolheu.

—Sim, isso vai levá-la em sérios problemas, — Ian


concordou. Zombar de si mesma era brutalmente
desagradável. Ele preferia estar com uma mulher comum que
se achava bonita do que com uma bonita que ficava
reclamando que era simples.

—Não. Eu quero ver você nua e se você continuar


falando assim, não é uma flagelação que você vai ter, é uma
surra e eu prometo a você que vai doer. — Cada palavra
saindo com raiva da sua boca.

Um longo momento passou, onde eles pareciam


conectados. Talvez ele estivesse errado sobre Simon não estar
pronto. O grande Dom estava olhando para a fofa nerd de
computador como se ele pudesse comê-la viva.

Chelsea, por sua vez, parecia determinada a provar que


não precisava respirar.

Finalmente, ela deu um passo para trás e virou-se para


Jesse. —E quanto a você? — Simon entrou na sua frente. —
Não.

—O que quer dizer não? Ele não pode falar por si


mesmo?
—Não, se quer viver, ele não vai. — Jesse sabiamente
manteve sua boca fechada.

—Então, se eu não fizer o que você quer, eu não consigo


um Dom? — As mãos de Chelsea foram para os quadris.

Simon balançou a cabeça. —Você não vai tê-lo querida,


não importa o que você faça. Ele está em treinamento. Se
você deseja obter o que você precisa, você vai negociar. Eu
estou disposto a desistir de uma das minhas exigências
habituais.

—E eu estava disposta a permitir que me amarrasse, —


ela atirou de volta. —E você não tem ideia do quão difícil isso
seria para mim.

—Então eu vou torná-lo fácil para você. Tudo que você


tem a fazer é tirar o pouco de roupa que você está usando e
eu vou cuidar de você. Sem cordas. Tudo o mais do jeito que
você quer.

Chelsea simplesmente se virou e começou a se afastar.


Simon ficou olhando quando ela saiu.

—Droga. — Charlie se inclinou de volta para ele


novamente. —Agora ela vai ficar com dor. Ela tem algumas
cicatrizes. Quem por aqui, não tem? Eu não entendo qual é o
problema que ela tem com ficar nua.

—Porque você é uma exibicionista. — Charlie não se


incomodava em andar por aí em sua própria pele linda. Era
uma das coisas que o atraíram. —Ela é mais normal, você
sabe.
Ele olhou para trás e Alex estava tirando Eve da cruz,
suas mãos se movendo suavemente pelo seu corpo, a
profunda conexão deles era uma coisa palpável. Porque se
amavam e confiavam um no outro. Porque eles estavam nesta
vida juntos até o fim.

Ele podia ficar acariciando o cabelo de Charlie do jeito


que ele gostava. Ele poderia sentar aqui e jogar com ela, mas
sempre ia ficar esperando ela ir embora novamente. Ele não
gostou do sentimento oco que deixou em seu estômago, mas
havia uma parte de Ian que começou a empurrá-lo para levar
tudo a partir deste tempo que eles tinham. Uma vez que a
merda com Nelson fosse resolvida, ele teria que deixá-la ir
embora. Mas, por agora, ele poderia levá-la. Poderia deleitar-
se com ela.

—Vou pedir a Ryan para cuidar de Chelsea. Ele é


casado. Não terá qualquer interesse em vê-la nua. — Ian não
sabia por que ele estava fazendo isso. Normalmente, ele
permitiria que a sub se debatesse até que pedisse
adequadamente o que queria. Era parte do processo. Mas
Charlie estaria preocupada com sua irmã e ele precisava de
sua calma e serenidade para o que ele estivesse prestes a
fazer. Brighton estaria assistindo. Apesar do fato de que
Derek pensou que eles eram um casal novo, ele também
tinha que saber muito bem que Ian não faria uma cena
publicamente com alguém que ele não confiava.

Bem, até hoje à noite.


Derek se aproximou e sentou novamente, seu rosto uma
máscara de frustração.

—Eu recebi um telefonema de um dos meus homens.


Eles encontraram um corpo no hotel em frente ao seu
escritório. Sétimo andar.

Isso aconteceu mais rápido do que ele queria.

—Isso é terrível. Você não pode mais confiar nem em


hotéis de cinco estrelas.

—Corte a merda, Ian. Eu sei que não estou te contando


nada de novo. O sétimo andar soa quase perfeito demais para
dar um tiro em você. — Ele cruzou os braços sobre o peito. —
Eu estou me mantendo quieto por agora. Me dê alguma coisa.

Ele odiava partilhar. Partilha era para idiotas, mas agora


o intercâmbio de informações era para manter a mulher no
colo longe de um provável afogamento. Embora ela realmente
ficasse bem molhada ...

Charlie se mexeu em seu colo, lembrando-lhe que parte


de sua anatomia estava realmente no comando.

—Achamos que o cara é russo, — Ian ofereceu. Às vezes,


oferecendo um pouco de informação sem importância poderia
satisfazer as autoridades. — Um homem chamado Zhukov.
Ele é um assassino conhecido. Ele é profissional, então você
não deve esperar uma contagem desnecessária de corpos. O
homem no hotel foi infeliz. Ele precisava desse quarto
específico. Eu vou tentar ficar fora das ruas para que ele não
faça de novo. Eu posso lhe enviar um dossiê sobre o filho da
puta, se quiser.
—Por que ele está atrás de você? — Brighton perguntou.

Pelo menos havia uma resposta fácil para isso. O


segredo era não contar uma mentira deslavada.

—Eu suponho que ele está sendo pago.

Charlie descansou a cabeça no seu ombro, mas ele


podia sentir a quão tensa estava. Ela entendeu o que estava
em jogo, e ele não tinha dúvida de que neste caso ela iria
manter a boca fechada. Ela tinha um talento especial para a
autopreservação.

—Pelo homem da operação de Fort Worth? — Brighton


perguntou. —O agente corrupto que você tem procurado?

Era sempre melhor deixar uma pessoa fazer as suas


próprias suposições. Eles preferiam acreditar em si mesmos e
sentiam-se mais inteligentes com as suas deduções.

—Seu nome é Eli Nelson. Ele está puto comigo por mais
de uma razão. Eu lhe custei um negócio muito lucrativo
alguns meses atrás. E ele sabe muito bem que não vou parar
até que acabe com ele. — Não era uma mentira. Apenas não
era toda a verdade.

Brighton sentou de volta, passando a mão pelo cabelo


muito rente.

—Eu odeio essa merda de espionagem. Prefiro um bom


assassinato em qualquer dia da semana.

—A boa notícia é que você tem um assassinato em suas


mãos agora. Não precisa me agradecer.

Olhos castanhos escuros rolaram.


—Eu não posso resolver esse, imbecil. Vai ficar no meu
registro e esse vai terminar como não resolvido.

Um caso não resolvido em seu registro iria doer.

—Olha, quando eu conseguir solucionar este, eu vou


ajudá-lo, ok? Podemos ligar alguns pontos e deixar a família
desse cara saber por que ele foi morto.

Brighton estreitou os olhos.

—Ou eu posso levá-lo em custódia, que seria a coisa


certa a fazer. Eu não posso simplesmente deixar esse cara
correndo por aí. Ele já matou uma vez. Pode fazer de novo.

—Você pode tentar. Vamos ver se você tem alguma casa


segura que seja capaz de me prender. — Ian estava bem
consciente de que sua voz ficou fria. —E você sabe o que vai
acontecer se você fizer isso. Esse cara vai desaparecer e vai
ressurgir quando eu menos esperar. Agora eu sei que ele está
vindo atrás de mim. Tudo o que você faria é me fazer perder
meses da minha vida e eu perderia a chance de saber com
certeza, quem quer me matar.

Brighton deixou cair a cabeça para trás. —Eu deveria


chamar a porra dos Federais. Droga, deveria chamar a
Agência. Eles que deveriam lidar com esta merda.

Ele não podia deixar isso acontecer. No minuto que a


Agência se envolvesse, ele perderia o controle de Charlie e
tinham alguns lugares que ele não sabia se conseguiria
entrar.
—Eu estou cobrando o favor que você me deve, Derek.
Por Kandahar.

Ian salvou a vida de Derek no Afeganistão e ainda


encobriu uma bagunça monumental por parte do ex
sargento. Foi uma bagunça sangrenta e Ian teve que limpar
tudo. Ele sabia que foi direto para a garganta. Brighton ainda
não tinha se perdoado pelo que aconteceu, mas Ian não podia
se permitir recuar.

—Droga. — Brighton se inclinou. — Porra, isso é tão


injusto.

—Você devia saber mais do que a maioria das pessoas


que a vida não é justa, Derek. — Ian não podia recuar e ele
não queria. Favores foram feitos para serem cobrados e ele
fez a Derek Brighton um grande favor.

Brighton levantou a mão em sinal de rendição.

—Tudo bem, mas você tem que me manter atualizado.


Você deve saber que no minuto que isso afetar outro civil,
não vou me importar quanto eu lhe devo. Vou fazer o meu
trabalho, Ian.

Ele faria isto porque quando ele não fez aquele único
incidente afetou o resto de sua vida. Ian sabia que ele tinha
que ficar malditamente feliz por ter esse favor ou o trabalho
do Derek estragaria tudo.

—Eu não esperaria menos.

Charlie relaxou um pouco.


Brighton virou um pouco e fez um gesto em direção ao
bar, levantou um único dedo. Jillian assentiu e começou a
lhe servir uma cerveja.

—Eu não acho que estou no clima para jogar esta noite.
A boa notícia é que eu fico livre para beber.

No Sanctum eram permitidas duas bebidas se eles


estivessem jogando, mas todos os Doms eram conhecidos por
tratar o bar como um bar quando eles não estavam.
Especialmente, Derek. Ultimamente, Ian notou que Derek
não jogou muito. Ele parecia preferir assistir as cenas, beber
e ir para casa sozinho.

—Esta é por minha conta. — Era o mínimo que ele podia


fazer, além do mais, Ian não estava bebendo esta noite. Para
a cena que ele planejou, ele não tocaria álcool.

Jillian trouxe uma caneca gelada e colocou na frente de


Brighton. Ian pediu calmamente para ela encontrar seu Dom
e pedir para ele cuidar de Chelsea. Jillian, que também
testemunhou a cena, assentiu e foi procurar seu marido,
Ryan.

Charlie levantou o rosto e haviam lágrimas em seus


olhos.

—Não, — disse Ian. Ele não precisava de uma sub


chorando. —E não se esqueça do Protocolo Alto. Eu fui
negligente. Mas não serei agora.

Havia vantagens de estar no controle de sua habilidade


de falar. Ele não tinha que ouvir melosos ‘Obrigados’. Na
verdade, esta era uma espécie de sonho. Charlie não podia
falar. Ela só podia sentar lá e ficar bonita. Se ao menos
houvesse um protocolo para não ser morta por assassinos.
Ele iria com certeza colocar essa merda em uso.

Brighton tomou um longo gole da sua cerveja,


assistindo-os cuidadosamente.

—Tem certeza de que é o momento certo para tomar


uma sub? Não me interprete mal. Estou realmente feliz por
vê-lo com uma sub, mas você não está preocupado que ela
poderia ser pega no fogo cruzado?

—Ela é praticamente à prova de balas. — Ele bateu no


seu rabo muito suculento. —E ela é sólida. Ela pode aguentar
um monte de danos.

A boca de Charlie apertou em uma linha teimosa e seus


olhos se estreitaram, mas ela não disse uma palavra. Ela
apenas olhou para ele. Sim, ele gostava do Protocolo Alto.

Alex escolheu aquele momento para chegar carregando


uma Eve muito feliz. Ela estava enrolada em um cobertor e
aninhada nos braços de seu marido. Alex sentou-se no sofá
ao lado de Ian e Charlie.

—Ei, Jillian, você pode me trazer uma cerveja? Você


quer alguma coisa, baby?

Eles acabaram com o jogo essa noite, mas Eve apenas


balançou a cabeça e se aninhou mais perto.

Alex sorriu.

—Ela vai dormir em alguns minutos. Ela vai roncar.


Eve deu um tapa no peito de seu marido
carinhosamente.

—Eu não ronco.

—Claro, meu anjo. — Alex balbuciou um ‘wow’ na


direção de Ian. —Então, como vão as coisas hoje à noite?
Charlotte está curtindo o Sanctum?

Ele desejava poder colocar Alex em Protocolo Alto.

—Ela amou e ela está realmente ansiosa para sua


primeira cena.

Os olhos de Charlie se arregalaram. Ele não havia


mencionado que iriam jogar juntos aqui. Ela enrolou os
lábios e um olhar agradecido apareceu em seus olhos. Ela
muito provavelmente pensou que ele estava planejando para
espancá-la ou usar o folgue nela e, em seguida, fazer o que
ele costumava fazer. Fodê-la duro e longamente na frente de
uma plateia. Charlie não se importava com outras pessoas
assistindo. Ela não procurava por isso, mas em um ambiente
de clube, ela não se incomodaria também. Ela seria boa com
o que tivesse. Não iria se segurar nem por um minuto.

Mas ele não tinha a intenção de espancá-la. E ele não ia


fodê-la. Provavelmente. Não. Definitivamente.
Definitivamente, provavelmente não ia transar com ela.

Ela se mexeu no seu colo. Merda. Ele ia fodê-la.

—Eu vi Ryan recebendo o algodão. Você tem certeza


sobre o jogo com fogo hoje à noite? — Alex perguntou.

Charlie engasgou.
—Jogar fogo?

Porra. Agora tinha de espancá-la, também. Ela estava


conseguindo obter seu caminho maldito. Não ia funcionar,
mas parecia que ele teria que mostrar a ela.

—Sobre o meu colo. Isso são dez.

—Ian, devemos falar sobre isso, — Charlie gaguejou.

—Isso são vinte. Tem certeza de que quer ir para trinta?


Eu configurei uma cena muito boa para apresentá-la ao
Sanctum como minha sub. Claro, você tem o poder, querida.
Você sempre pode dizer não e então eu posso encontrar um
novo Dom para lhe mostrar o Sanctum. — Talvez ele não
estaria transando com ela esta noite. Talvez ele conseguisse
se livrar da armadilha de Alex. Sua vida seria muito mais
fácil se ela dissesse não e ele poderia soltá-la em outra
pessoa.

Talvez Simon e Jesse. Eles poderiam lidar com o


disfarce. Provavelmente. Exceto que Jesse tentou atirar em
Alex e não conseguiu acertar o alvo. Ah, claro, Charlie ficou
no caminho, mas Jesse não tinha nem conseguido dar um
segundo tiro ou qualquer coisa. Ian teria que trabalhar esse
problema antes que ele o colocasse para cuidar de alguém
importante.

E Simon não tinha uma tonelada de experiência de


campo. E Charlie poderia ser escorregadia quando queria.
Não. Ele teria que cuidar dela.
—Isso é tão injusto, Ian, — ela sussurrou as palavras,
sua voz quebrando um pouco. —Eu estou assustada. Eu
nunca vi fazerem isso antes. Parece um pouco extremo.

—Então você pode dizer não. Isso são trinta, Charlie.


Claro, se você disser não, podemos esquecer a surra também.
A escolha é sua. —Ele estava deixando-a encurralada, mas,
ela também o deixou encurralado quando apareceu de volta
em sua vida. Ela precisava entender como isso iria funcionar.
Seria do seu jeito. Todo o caminho. Sua única opção era dizer
não, ir embora e libertá-lo.

Ele já deveria saber que ela não confiaria nele. No fundo


ele sabia que foi exatamente por isso que ele planejou a cena
com fogo. Ela já tinha resistido antes. E ele sabia que ela
estava com medo. Ele era um bastardo, mas não ia mudar
seus planos agora.

Charlie se levantou, suas pernas se firmaram sobre o


tapete debaixo dela. Seu rosto não mostrava nenhuma
expressão e ele sabia que estava prestes a levar um soco
novamente. Que provavelmente iria explodir sua cobertura
com Derek. Então ela levantou sua saia e se colocou sobre
seu colo.

Porra. Ela ia matá-lo. Sua bunda era tão redonda e


perfeita e ele não podia se impedir de acariciar. Ele passou as
mãos sobre aquelas bochechas rechonchudas, a pele tão
suave sob a palma da mão. Havia ainda um pouco de rosa
nessas bochechas da palmada que ele deu antes.
Ele bateu no seu rabo de leve. Uma vez, duas vezes e,
em seguida, dez vezes rapidamente. Ele era mais suave desta
vez, porque não queria ela dolorida. Ou talvez ele era mais
suave porque ela virou a porra do seu cérebro em mingau.
Seu pênis estava duro e pulsando com cada tapa nesse doce
traseiro.

Ele contou em sua cabeça. Era parte de deixá-la relaxar.


Ao aceitar sua disciplina, ela aceitava a cena e ele precisava
dela pronta para isso. A menos que ela estivesse contando,
ela não saberia quando ele ia parar e podia se concentrar
somente na sensação.

Realmente, ele a sentiu começar a relaxar, sua coluna


vertebral amolecendo e seu corpo se derretendo no seu colo.

Ele continuou batendo suas bochechas em um ritmo


suave. Ela esfregava o rosto contra sua perna e ele ... porra ...
ele podia cheirar sua excitação. Ela respondeu de forma tão
aberta, tão honesta. Ele nunca duvidou que ela o desejava.
Isso sempre esteve lá. Mesmo quando ela o estava traindo,
sua boceta sabia quem era o seu Mestre.

Ele terminou os últimos dez tapas, cada um fazendo-a


relaxar ainda mais. Ele foi devagar para segurar o calor
contra sua carne. Sua pele estava quente e rosa, todo o seu
corpo era como manteiga contra ele.

Isso era o que ele queria, ela tranquila e confiante. Ele a


ajudou a se levantar, mas não se incomodou em empurrar a
saia de volta para o lugar. Ele gostou do seu cheiro, todo
excitação picante e mulher doce. Ele a puxou para o seu colo,
não dando a mínima que ela estava molhada e iria marcar
seus couros. Era uma mancha que ele ia ficar orgulhoso em
usar. Ela se aninhou contra ele, enfiando a cabeça debaixo do
queixo e ele sabia por que não segurou uma sub assim em
todos estes anos. Porque elas não preenchiam seus braços do
jeito que ela fazia. Elas não se encaixam nele, como uma peça
de um quebra-cabeça que ele perdeu. Elas não ficavam ao
seu redor. Elas não o faziam sentir.

Ele olhou para Alex, que abraçava Eve e enviava um


olhar encorajador. Como se ele acabasse de se juntar a
irmandade dos maridos imbecis.

Derek estava olhando para eles e então seu olhar se


apagou. Ele estava sozinho e era óbvio que estava muito
consciente desse fato.

Ian era mais como Derek do que como Alex.

Ele não poderia dizer a Alex o quanto desejava poder ser


como ele ou Sean ou como o resto deles. Eve nunca traiu
Alex. Grace nunca escolheu alguém acima de Sean. Serena
foi estável e fiel a Jake e Adam. Avery não custou a Liam ou a
seus amigos anos de suas vidas.

Ele podia admitir bem lá no fundo que ela era a mulher


para ele. Ian na verdade nunca negou isso. Mas não poderia
perdoá-la e com toda a maldita certeza nunca perdoaria a si
mesmo. Sentimentos eram uma merda. E Alex estava certo.
Eve roncava.
Charlie olhou para a multidão e esperou que Ian
soubesse o que estava fazendo. Já que, ela meio que esperava
que ele praticasse com cada sub disponível, já que estava
pensando em enlouquecê-la com fogo.

O fogo arde, machuca. Os homens das cavernas


descobriram isso, mas Ian Taggart foi mais atrás no tempo.

Ele estava no canto onde Ryan ficou após a cena de Alex


e Eve. Ela não estava prestando atenção. Ela parecia assistir
a cena de Alex e Eve, mas acabou de estar perto de Ian. Ela
estava preocupada demais com a irmã para se envolver na
cena de alguém. Agora ela podia ver claramente que sua irmã
estava recebendo o que ela precisava de um Dom no Sanctum
o Residente, que ao contrário de Simon Weston, realmente
não queria vê-la nua. Chelsea segurava as cordas da Cruz de
Santo André e Ryan Church usava um chicote de pele de
veado em suas costas, nádegas e pernas. Ele trabalhava com
muito cuidado e Chelsea estava perfeita para o tratamento.
Não havia paixão lá, apenas uma troca simples.

O que ela conseguiria com Simon? A grande vadia


estava em pé na parte de trás da multidão assistindo a cena
que acontecia. Seu belo rosto era de pedra, seus olhos fixos
em Chelsea. Ele a forçaria fora da sua zona de conforto.
Charlie teve a sensação de que ele também a teria
recompensado por ser valente.
Chelsea chegou ao ponto que não poderia abrir mão do
controle. Simon não podia saber o quanto isso custou a sua
irmã para oferecer-se para deixá-lo amarrá-la. Chelsea odiava
cintos de segurança. Mas ela estava mais disposta a
enfrentar esse medo do que tirar a roupa. Era sua irmã, que
estava tão envergonhada das cicatrizes nas pernas, que
estava disposta a nunca ter um amante? Será que ela
realmente pretendia permanecer virgem para o resto da sua
vida? Porque Charlie foi convincente em garantir isso. Será
que Chelsea passaria toda a sua vida sem confiar em
ninguém?

Charlie poderia passar a vida assim. Ela podia andar


longe de Ian e ela, muito provavelmente, seria capaz de
encontrar um homem que iria concordar com suas demandas
e que ela iria obter exatamente o que ela dissesse que
precisava.

Ou ela poderia confiar em Ian e descobrir um novo


mundo que ela queria.

Ela tentou ver exatamente o que estava sobre a mesa.


Parecia que havia um grande maço de bolas de algodão,
várias garrafas de plástico contendo só Deus sabia o quê e ela
podia ver as peças de vidro em uma varinha violeta.

—Charlie? — Ian fez um gesto para a mesa de


massagem no meio do palco.

Já haviam pessoas em pé ao redor, incluindo Serena,


que lhe deu uma piscadela e um polegar para cima. Ela
provavelmente já estava escrevendo uma cena de fogo em sua
cabeça.

Era apenas uma cena. Apenas jogo. Ian nunca a


machucou. Ela foi a única a machucá-lo. Ele manteve a sua
parte no trato. Era algo do passado para manter a dela.

Ela tinha medo de fogo, mas, em seguida, ela também


tinha medo de elevadores e quando ela segurou sua mão, ela
poderia lidar com eles.

Um profundo sentimento de paz caiu sobre ela. A maior


parte de sua vida ela empurrou seu medo para baixo, porque
o medo poderia começar a matá-la. Mas seria bom ter medo
no Sanctum. Ele estava aqui. Ela não tinha o direito de sentir
medo, porque nada de ruim aconteceria com ela.

Ela deixou seu coração disparar enquanto caminhava


para ele.

—Você está pronta para a cena, amor.

Bem, é claro que ela estava. Ele certamente não gostaria


de falar da sua micro-saia e o espartilho que provavelmente
foi caro. Certamente sua pele curaria.

Ela deu um passo em direção a ele, deixando alguns


centímetros entre eles. Tinha que inclinar a cabeça para olhar
para ele. Era tão raro um homem ser realmente muito mais
alto que ela. Charlie tinha quase um e oitenta e ninguém
poderia chamá-la de desnutrida, mas Ian Taggart era uma
montanha de homem. Ela deixou seus olhos a deriva de sua
cintura magra para a linda linha de pele mostrada onde seu
colete de couro ficou em aberto. Seus couros pendurados
abaixo na cintura, expondo entalhes profundos em seu torso,
as pernas fortes que ela conhecia. Seu abdômen era um
perfeito tanquinho. Seu peito era grande, seus ombros largos.
Ele poderia pegá-la e não notar seu peso.

E então ela chegou ao queixo quadrado perfeito. Ela


queria beijá-lo, para acalmá-lo, para que ele sorrisse para ela.
Ele quase nunca sorria, mas quando o fazia isso iluminava o
quarto, ele tem as linhas de riso mais doces. Ela adorava a
maneira como seu rosto enrugava em volta dos olhos.
Quando ele realmente sorria, quando se esquecia de tudo, em
sua própria diversão, ele tinha as covinhas mais bonitas em
suas bochechas.

—Charlotte? — Perguntou Ian. —Eu perdi você de novo?


Posso perguntar o que está acontecendo na sua cabeça?

Ela estava ciente de que havia uma multidão e todos


eles estavam avidamente assistindo a troca, provavelmente se
perguntando se ela ia usar a palavra de Segurança. Ian
parecia pensar também. —Eu estava pensando sobre o quão
bonito você é, Senhor.

Os olhos de Ian fecharam brevemente, sua mandíbula


reta apertou como se ele estivesse segurando uma risada. Ele
sufocou-a, mas seus olhos estavam quentes quando ele olhou
para ela.

—Sou muito, hein? Eu nunca fui descrito como muito.

Tinha certeza de que ele foi descrito como quente, tão


sexy, tão intimidador.
—Eles não olham para ti, Senhor, porque eu acho que
você é a coisa mais bonita que eu já vi.

Haviam sussurros, ouvia-se algumas pessoas falando


sobre como Taggart não aceitaria ‘isso’ a partir de uma sub.

Se ela tivesse fodido de novo?

Sua mão saiu, inclinando o queixo para cima.

—Acho que deve verificar a sua visão, amor, mas eu vou


levá-la. E todos os Doms lá fora, rindo por trás de suas mãos
com alunas empurrando suas bundas, porque,
aparentemente, eu sou mais bonito do que todos eles juntos.
Agora vamos mostrar-lhes como minha sub é. Deixe-me tirar
esse espartilho.

O calor a preencheu. Ele era um homem que poderia


tomar um elogio quando foi bem-intencionado. Ele lhe
ensinou a aceitá-los, também. Antes de Ian não houve
elogios, nem doces palavras de homens.

Nenhum fogo assustador.

Ela respirou mais profundo quanto lhe permitia o


espartilho e levantou os braços para cima, pronto para ele
trabalhar nos laços.

Em vez disso ele levantou uma faca.

—Você não vai precisar disso pelo resto da noite.

Ele colocou a faca sob os laços e levantou-se como se


estivesse movendo-o na manteiga. Em um instante, ela foi
exposta, o espartilho caindo de lado. O ar frio atingiu sua
pele e seus mamilos enrugaram imediatamente.
Ian colocou o corset e a faca de lado e caiu de joelhos.
Suas mãos foram até a cintura, puxando a saia e arrastando-
a pelos quadris. Arrepios corriam ao longo de sua pele, em
todos os lugares que ele a tocou e ela não podia perder a
forma como ele parou em sua vagina e deu um longo suspiro.
Ele era um pervertido desagradável e isso a deixava com
calafrios na espinha, seu coração amoleceu.

Ele jogou a saia de lado e voltou para seus pés. Aquele


olhar gelado nos olhos de mais cedo desapareceu
completamente, substituído com o que ela sabia que era uma
antecipação de profundidade. Ele estava ansioso para a cena.
Não era apenas um castigo para ela. Ele lhe traria prazer.
Tornou muito mais fácil para ela seguir em frente.

—Devo deitar-me, senhor? — Chamá-lo de mestre


parecia tão mal.

Ele se inclinou e pegou-a com uma facilidade que tirou o


fôlego.

—Vou colocá-la onde eu quero você, sub. Não se


preocupe com nada. Tudo que você tem a fazer é ficar lá e
ficar bonita. Não deve ser difícil para você.

Quando ele falou assim, ela derreteu em seus braços.


Assim, grande parte da sua vida era sobre ouvir onde ela
falhou, como ela precisava compensar todas as suas
deficiências. Mas Ian pensou que ela era linda e isso era tudo
que precisava. Foi uma coisa milagrosa para encontrar a
única pessoa no mundo que fez todas as coisas ruins sem
sentido. Ian era seu talismã contra a escuridão.
Ele a levou para a mesa, colocando-a sobre o lençol que
a cobria. Estudou-a por um momento, os olhos quentes ao
observar seu corpo. Um único dedo traçou uma de suas
cicatrizes distraído enquanto a inspecionava. Ele alisou o
cabelo para trás, arrastando-o para fora do caminho com
cuidado e torcendo-o para o lado. —É muito importante
certificar-se que o cabelo de sua sub está bem longe do
espaço de jogo. O espaço de jogo, é claro, é todas as partes
divertidas da sua sub.

Ele beliscou um mamilo e ela sentiu-o em sua vagina.

Ele virou-se abruptamente e ela odiava a perda de


conexão. Quando ele estava tocando-a, não houve hesitação.
Quando olhou para ela, Charlie sentiu-se confiante,
tranquila. No minuto que ele se virou, todas as suas dúvidas
e medos voltaram, será que ela não o merecia, que ao trai-lo
não havia esperança.

—Então, eu sei que alguns de vocês têm perguntado


sobre o jogo com fogo. Pensei que poderíamos aproveitar este
momento para fazer uma pequena demonstração. Se houver
um número suficiente de Doms interessados, eu vou ensinar
uma classe no próximo par de meses, mas tudo o que você
deve saber muito bem, não há nenhum jogo até que eu diga.

Porque mesmo entre Doms ele era um maníaco por


controle. Ele nunca permitiria que um Dom tocasse em uma
sub no seu clube até que ele tivesse certeza que o Dom sabia
o que estava fazendo.
—Ryan é o único aqui, além de mim, com experiência,
para que possa fazer suas perguntas a qualquer um de nós.
Esta é a minha submissa pessoal. Seu nome é Charlotte e
esta é sua primeira cena com fogo. Eu acho que sim.

Ela abriu os olhos e enviou-lhe um olhar. O que o fez


pensar que ela ficou de vagabundagem com qualquer Dom no
mundo ocidental?

—Sim, Ian. É a primeira vez para mim. Eu não fiquei por


aí trabalhando com fogo.

—Nós iremos realizar uma cena de jogo de fogo hoje à


noite, porque sua bunda já está vermelha por causa de várias
palmadas. Ela é uma moleca da mais alta ordem, mas
estamos trabalhando no problema. —Sua mão saiu e
rapidamente torceu seu mamilo, fazendo-a ofegar. —Quando
eu precisar de sua opinião, eu deixarei você saber.

—Onde você aprendeu? — Jake estava perto, Serena ao


seu lado. —Sinto muito, mas estou muito curioso. Eu nunca
vi este feito. Eu certamente nunca vi você jogar desta forma.

—Eu aprendi isso na Inglaterra. Você estava muito


ocupado brincando de casinha com Serena. Eu estava
trabalhando quando ele não estava transando com o nosso
objeto. Alex foi em lua de mel com Eve. Então, eu tinha
algum tempo livre em minhas mãos e eu tenho um amigo
britânico que é um especialista em explosivos de todo tipo. —
Ele parecia tão confiante e confortável em pé em frente a este
grupo. Ele normalmente ficava na parte de trás, observando e
esperando, mas hoje esta era a sua casa. Este foi o seu clube
e estas eram suas pessoas.

Deus, ela esperava que não surtasse e fizesse papel de


idiota. Será que vai doer? Será que vai se queimar antes que
ele pudesse apagar as chamas? Ela tinha que ter certeza que
não gritaria.

—A verdade da questão é, jogar com fogo é uma forma


muito eficaz de foder a mente, se você não perceber que a sub
está apavorada. Eu apostaria que sua mente está jogando
com um milhão de cenários de como isso será e alguns deles
não são bons. É a adrenalina, amor?

Oh, sim, uma vibração passou através de seu sistema.


Que era para ser o ponto alto do jogo, ela ficou fora de si. Leu
algo sobre isso, mas ela e Ian passaram a maior parte de seu
tempo juntos na cama. Ele a apresentou ao impactante jogo
de bondagem e escravidão, mas na maior parte ele fez amor
com ela, falou com ela e segurou-a.

Foi apenas um par de meses de sua vida. Quando ela


realmente olhou para ele, era uma quantidade insignificante
de dias em comparação com tudo o que veio antes e depois
dele, mas essas semanas mudaram o curso de tudo. Essas
semanas com Ian lhe ensinaram a diferença entre sobreviver
e viver.

Não era apenas a adrenalina fluindo através dela. Era a


esperança. Ele estava aqui e ela estava aqui e ela iria usar
essa experiência para uni-los.
—Sim senhor. Tenho tanto medo e um pouco de
curiosidade.

—Isso é exatamente o que eu quero ouvir.

Ela ouviu o estalo da varinha violeta ser ligado. Olhou


para cima, mas não levantou a cabeça. Não se moveria agora.
Ele havia anexado uma cabeça de vidro em forma de
cogumelo na varinha violeta. Uma luz roxa acendeu a partir
da cabeça, onde ele correu-o sobre sua própria pele. —Eu
gosto de aquecer a sub um pouco. Eu pensei em usar a
varinha com ela. Este é um brinquedo que ela usou antes.

Uma noite em Paris. Ele a presenteou a varinha violeta.


Ela ficou com medo no início e, em seguida, aprendeu
rapidamente a amar a sensação. Ele a beijou enquanto
segurava a varinha na mão, faíscas queimavam a partir de
sua língua. Como se fossem um fio vivo esperando para
explodir.

Ela fechou os olhos enquanto o som a atingiu primeiro.


O som de energia elétrica, de um raio produzido pelo homem.
Em seguida, o cheiro fraco do ozono atingiu seu nariz. Em
seguida, sua pele foi acendendo na maneira mais deliciosa
enquanto Ian corria a varinha sobre seu torso. A sensação de
bolhas se formando ao longo de sua carne a fez sorrir.

—Este é em um nível baixo. Charlie gosta de um pouco


de dor, mas ela não é uma puta da dor. Se eu lhe der muito,
eu provavelmente vou obtê-lo de volta para mim, — disse Ian
com uma risada autodepreciativa. —Mas não pensem em
dizer que eu sou muito gentil com as minhas subs.
Ela ouviu a mudança na varinha e, em seguida, lutou
para não sair da mesa enquanto corria a maldita coisa sobre
seus lábios. Um pouco de queimadura começou e, em
seguida, a sensação se intensificou. Ele mudou-se para as
coxas, mas a seu boceta estava definitivamente acordada e
viva agora.

Charlie focou na sensação. Ian parecia determinado a


não deixar uma polegada de pele intacta. Ele virou a varinha
para que a queimadura leve raspasse através dela. Ele trouxe
o calor onde ela estava com frio antes.

Ele puxou a varinha de volta e ela perdeu seu toque.

—O truque com algodão é que você tem que estar


absolutamente certo de que você se livrou de todas as partes,
não deixar nada acumulado. Você tem que deixar uma fina
camada, como uma teia de aranha. Se você deixar muito
juntos, ele poderia queimar a sub. Então, a primeira coisa
que o parceiro dominante tem que lembrar é a de separar
completamente o algodão.

Suas grandes mãos passaram a trabalhar no monte de


algodão. Em nenhum momento, depois de tudo o que ele
puxou era diferente, de modo que se assemelhava a uma teia
de aranha. Ele separou um pedaço de algodão sobre o
tamanho da palma da mão e levantou.

—Isso deve funcionar para a nossa primeira


demonstração. Eu gosto de chamá-lo montículo de fogo.

Os amigos de Ian todos gemeram, mas Charlie estava


tentando descobrir se ele estava prestes a colocar o algodão
em sua vagina. Ela deu um suspiro de alívio rápido quando
ele cobriu seu seio direito com o material. Sua pele já
sensibilizada pela varinha, ela podia sentir cada pequeno
movimento, enquanto ajustava o material fino, membranoso.

Ele realmente iria fazê-lo. Ele iria acender o algodão em


chamas e ele iria queimá-la. Certo? Certamente que iria
queimar. Isso era o que o fogo fazia. No entanto, ela sabia que
isso era uma forma perfeitamente aceitável de jogo no mundo
do BDSM. Ela não viu um monte de subs incendiadas
correndo, então era algo somente racional, chegar à
conclusão de que ela ficaria bem.

Mas seu cérebro de lagarto estava dizendo para perfurar


Ian, saltar para fora da mesa e fugir. Ian olhou para ela,
aqueles lábios lindos se enrolando com um sorriso sexy.

—Assustada?

Idiota.

—Sim.

—Bom, porque eu vou acendê-lo, bebê. — Ele segurou a


varinha violeta como se fosse uma tocha, o som elétrico
apagando os murmúrios ao seu redor.

Seu coração estava batendo muito, quase batendo fora


do seu peito. Isso foi o que ela ouviu, o som da varinha e seu
próprio coração alto.

Por dentro, ela estava tremendo, mas por fora manteve-


se completamente imóvel como se o algodão em seu peito
fosse uma aranha e iria atacá-la caso se movesse uma só
polegada.

Em seguida, ele começou. Faíscas roxas voaram da


varinha para o algodão e ela estava em chamas. Tudo
começou na borda exterior e as chamas vermelhas e
alaranjadas marcharam um passo rápido através de seu
peito, deixando um rastro de calor quente que se espalharam
sobre ela. Ela observou com uma mistura de horror e
fascinação como o fogo deflagrou, em seguida, tão
rapidamente como veio, foi embora e ela foi deixada com nada
além de uma sensação de calor e uma onda de endorfina
louca.

Ela riu, um desejo selvagem que não podia conter. Ela


teve tanto medo e agora o medo se transformou em alegria.

Ian olhou para ela, seu sorriso anterior amoleceu em um


sorriso que mostrava essas rugas no rosto.

—É por isso que eles chamam de uma transa mental,


baby. — Ele virou-se para a sua audiência. —Agora, deixe-me
mostrar-lhe como formar alguns padrões divertidos. Você
começa com o algodão.

Ele falou, mas Charlie relaxou, deixando seu fluxo de


voz sobre ela, encontrando este propósito, que sentiu falta a
maior parte de sua vida, exceto para aquelas preciosas
semanas. Ela faria qualquer coisa para não perdê-lo
novamente.
Ian ajudou Charlie na mesa. Após a demonstração
inicial, ela pareceu relaxar e permitiu-lhe toda a liberdade
possível com o resto da cena. Ela não protestou uma vez
quando ele desenhou o algodão em trilhas elaboradas que
levaram a partir de entre os seus seios todo o caminho até
aos dedos dos pés. Cada vez que ele a iluminou, houve uma
falta de ar momentânea e, em seguida, um sorriso brilhante
quando a chama morreu, sem machucá-la nenhuma vez.

Pelo menos ele pensou que não a tocou. Não foi sua
intenção de colocá-la em subespaço (fora de seu corpo), mas
ele tinha certeza que ela ainda estava lá. Ele precisava tirá-la
da multidão e garantir que não a queimou de qualquer
maneira. Quando Charlie estava no subespaço, ela poderia
aguentar uma dor muito maior do que o normal. Pelo menos
ela costumava ser capaz de fazer.

—Por que você não a leva para o vestiário e deixa-a


melhor? — Alex perguntou, intensificando e começou a lidar
com a cena para limpá-la. —Eu vou cuidar disso. Você deve
lidar com pós-tratamento.

Charlie estava com uma túnica que Eve deu a ela, seus
braços em volta de sua cintura, mas trouxe um sorriso
inocente no rosto. Deus, ela parecia tão inocente foi por vezes
difícil de lembrar toda a merda que ela fez.
—Vou levá-la para o vestiário para você, — Eve se
ofereceu.

Eve estava ultrapassando um pouco, embora ela não


poderia realmente fazê-lo. Eve muitas vezes teve o cuidado
com os subs após a cena, porque eles precisavam de mais do
que ele estava disposto a dar-lhes. Mas isso era diferente. Ele
não assinou um contrato com Charlie descrevendo o que ele
iria ou não fazer como os cuidados posteriores. Não importa o
que ele queria, Charlie era sua sub por agora e ele iria cuidar
dela. Ele girou-a em seus braços e começou a se afastar.

—Você não acha que foi um pouco rude, Senhor? —


Charlie perguntou, mas a cabeça já estava à deriva no ombro,
os braços ao redor de seu pescoço. —Você não deveria ter
falado assim com a Eve?

Ele pensou que fez algo bastante simples.

—Eu prefiro ações a palavras. Palavras podem ser


compreendidas de diferentes maneiras. Indo embora disse a
Eve tudo o que ela precisava saber.

Ele queria ficar fora do seu relacionamento com uma


sub. Só que não era um relacionamento. Na verdade, não.

E talvez ele tivesse entrado em subespaço. Jogando com


ela, tê-la confiando nele, ele ficou um pouco alto, também.
Ela não era a única que foi atingida com uma tonelada de
adrenalina. Toda vez que ele tocou a varinha para o algodão,
uma emoção queimou por ele também e Ian não fingiu que
seria assim com qualquer sub. Ela foi sua sub, a única que
estava em sintonia com suas necessidades e desejos, o que de
alguma forma o completou. Foi diferente com as outras e
quando ela se for ele choraria por ela tudo de novo, mas
então ele sempre soube que choraria por ela para o resto de
sua vida.

Seu corpo estava zumbindo, um desejo saudável


dedilhando através de seu sistema. Por que ele deveria deixá-
la no vestiário? Ele foi honesto. Disse tudo o que aconteceria
se ela ficasse sexual com ele novamente. Explicou que não
era um relacionamento e nunca seria. Foi sexo e o sexo entre
eles foi sempre incrível.

Charlie era uma menina grande que conhecia todas as


regras. Por que ele deveria deixá-la sozinha? Por que ele não
deveria tomar este tempo e aproveitar o momento fora de seu
corpo?

—Posso falar agora? — Charlie perguntou em voz baixa.

—Você não é muito boa em todas as coisas do alto


protocolo. — Nós vamos ter que trabalhar nisso. Ele a levou
passando o bar em direção aos quartos de privacidade.
Haviam três no Sanctum, cada um com nada mais do que um
quarto com ganchos e ilhós nas paredes e tetos, para
cativeiro e jogo de suspensão. Ele usaria o seu kit com ela,
mas não havia necessidade. Isto não era sobre a disciplina.
Foi sobre sair. Foi sobre deixar seu pênis tomar o seu
caminho.

—Tenho a sensação de que você me manteria em alto


protocolo para sempre se pudesse. — Ela aconchegou contra
ele, não parecendo se importar que todos no clube estavam a
observá-los.

Ian se importava, mas não havia nada que ele pudesse


fazer sobre isso. Eles iriam assistir e haveria fofocas. Era uma
parte da vida. Quando não estava na extremidade de
recepção, ele normalmente assistia e comentava, por isso ele
aceitou. —Nós nos damos melhor quando você não fala.

—Homem das cavernas. — Ela bateu levemente em seu


peito, mas não havia nenhuma real intenção por trás dele. —
Você sabe que é uma espécie de Neanderthal.

Às vezes, ele invejava os bastardos. Tudo que eles


tinham que fazer para encontrar um companheiro era
localizar uma fêmea consideravelmente, batê-la sobre a
cabeça e arrastá-la pelos cabelos. Ninguém pensou uma coisa
sobre eles. Então, esperava-se que a mulher das cavernas
fosse manter uma caverna limpa, cuspir alguns bebês e
certificar-se que havia um saboroso ensopado quando o
marido chegasse em casa. Ele estava apostando que as
mulheres das cavernas não correriam ao redor tornando-se
corretores de informação internacionais ou assassinos depois
disso. E elas foram, provavelmente, muito bem no alto
protocolo.

—Você gostaria que fossemos homens das cavernas, não


é? — Charlie perguntou, com uma careta no rosto.

Ela sempre foi muito boa em lê-lo.

—Parece que foi um bom momento para ser um homem.


Ela gemeu. Novamente, não é algo que ele teria que se
preocupar com alguém como Amanda. Ela concordaria com
tudo o que ele disse e, em seguida, viraria e faria piada com
todas suas amigas do sexo feminino. Charlie, por outro lado,
defendeu suas amigas do sexo feminino e fez piada com ele.
De alguma forma, ele achava a maneira de Charlie melhor. A
cabeça dela saiu de seu peito quando ela percebeu que algo
estava errado.

—Este não parece ser o caminho para o vestiário.

—Você nunca esteve aqui antes. Como você sabe?

Ela olhou por cima do ombro.

—Eu fiz uma rápida viagem pelo lugar quando você me


deixou.

Bem, naturalmente, ela não ficaria onde ele a deixasse.


Mais uma vez, um outro ponto para o homem das cavernas.
Ainda assim, ele entendeu o que ela estava fazendo.

—Quantas saídas você achou?

Ela precisa saber. Depois de tantos anos fugindo para


sobreviver, Charlie tinha uma necessidade arraigada de
conhecer cada rota de fuga e de eventuais pontos de
infiltração. O que Ian aprendeu a partir de anos no serviço
militar e da CIA, Charlie aprendeu na infância.

—Quatro, mas eu realmente me sinto muito segura


aqui. É uma espécie de forte, não é? Há a porta da frente,
embora seja guardada. E tem vidro à prova de balas nas
portas?
Ela tinha um bom olho.

—Sim. Há apenas um par de janelas, mas todas elas são


coloridas e à prova de balas. —Ele não precisa de pessoas da
rua assistindo seus clientes e amigos jogando. Alguns de seus
clientes incluíam altos apostadores. A CIA podia pagar uma
merda, mas no Sanctum podia ter o seu dinheiro de volta em
massa.

—Na porta de trás tem uma escada de incêndio. Você a


mantêm protegida também. Eu poderia sair pela janela na
sala de armazenamento, — disse Charlie. —Mas eu duvido
que muitas pessoas poderiam entrar.

Aquela coisa pequena?

—É seguro, baby. Eu não sei se você poderia sair


mesmo se pudesse abri-la.

—Confie em mim, eu poderia tentar escapar. Eu já


passei por lugares menores antes. —Ela estremeceu um
pouco.

—Bem, eu acho que nossos assassinos russos


provavelmente não vão tentar. Eles ficariam presos e eles não
gostariam do que eu faria com qualquer parte do corpo que
estivesse dentro do meu prédio. —Seria divertido, na verdade.
Como aquela história do Ursinho Pooh, Sean leu para Carys,
mas de uma forma mais sangrenta e com o Urso Pooh
gritando em agonia.

—Veja, eu sempre fico com medo quando você começa a


olhar em meu rosto.
—Eu só estava tendo pensamentos felizes. Qual é o
terceiro ponto fraco? —Ele estava curioso. Ela tinha um olho
bem melhor para a fraqueza do que ninguém sabia.

—Os dutos de ar.

Ele deu um pequeno suspiro de alívio. Ele se perguntou


onde ela encontrou um ponto alto o suficiente para levantar-
se e conferir os dutos de ar. —Eles são minha última
tentativa de fuga. É por isso que eles são tão grandes. Eles
estão bloqueados também. Eu tinha personalizado equipado
com portões eletronicamente protegidos. O cara que
construiu para mim pensou que eu era um louco fodido.
Preciso contratar um engenheiro que não vai olhar para mim
como se eu fosse louco. Eu preciso de um MacGyver, mas me
preocupo, eu só iria conseguir outro Adão.

Dois deles eram demais. Por que todos os pensadores


eram criativos e muito espertinhos?

—Então, eu vou dizer outra vez. Nós não vamos para o


vestiário. — Desta vez, quando ela disse houve um rosnado,
um tom sedutor em sua voz.

Que foi direto para o seu pau. Ele balançou a cabeça


enquanto passava o segurança que cuidava dos quartos de
privacidade.

—O número três está aberto, chefe, — disse o


segurança.

Era uma noite movimentada no Sanctum se ele tinha


que ir para três. Ele viu Jesse esgueirando-se de volta com
uma morena bonita chamada Jana, que gosta do toque
áspero. Ian não mencionaria isso a Charlie, embora. Ela lidou
muito bem com o fato de que ele fodeu Amanda. Ele não iria
dar-lhe um resumo do que gostou ou não de cada sub no
clube. —Como você sabe que eu não estou jogando com seu
lindo traseiro?

Seu sorriso era lindo quando ela olhou para ele.

—Porque eu fui uma boa menina e deixei-o me


incendiar. Você me deve.

Ele sabia que era apenas mais uma razão para deixar o
pau perder. Uma noite de orgasmos era uma das formas que
ele gostava de equilibrar a equação. As subs davam a ele o
que precisava e ele lhes dava o que elas precisavam.
Curiosamente, a maioria das vezes o sexo não era satisfatório
para ele e sim um mero processo biológico.

Talvez fosse dessa maneira desta vez também. Talvez


seu cérebro esteja fazendo muito da conexão com Charlie.
Eles eram mais jovens, menos sábios. Talvez fosse apenas a
primeira vez que ele conheceu alguém que realmente lhe
despertou algo. Charlie era diferente de qualquer uma que ele
já conheceu. Talvez a memória estivesse brincando com ele e
transar com ela seria como as outras mulheres em sua vida.

Boa sorte com isso, amigo. Porque este é o seu pau


falando, minha memória é muito mais longa do que aquele
pedaço de carne que está ligado ao seu cérebro. Essa é a
minha boceta e eu não posso esperar para voltar a estar
dentro dela, uma forma certa de pensar enquanto você transa
com ela.
Porra, até mesmo o pau tinha um monólogo interior.
Isso é culpa de Charlie também. Na verdade, foi um pouco
útil ter alguém por perto que ele pudesse simplesmente
culpar por tudo. Normalmente, ele tinha que espalhar a
culpa, mas Charlie era uma loja de culpa. Quem é a culpada
por sua existência solitária? Charlotte Dennis. Por que o seu
lado esquerdo estava doendo um pouco? Ele bateu numa
pedra, quando foi forçado a salvar Charlie. Por que o preço do
petróleo estava tão elevado? Não faço ideia, mas ele tinha
certeza de que Charlie estava de alguma forma por trás disso.

A porta para três foi gentilmente entreaberta. Ele tinha


certeza de que os seguranças deixaram um pouco aberta
porque a maioria dos Doms entra com uma sub em seus
braços e chutando a porta aberta era a maneira mais
conveniente para entrar.

As luzes estavam ligadas baixa. Toda a sala num tom


âmbar baixo. Ele jogou Charlie na cama grande e olhou para
ela. Seu cabelo parecia um vermelho ardente na luz baixa, a
pele dela uma pérola de seda. Ela deixou cair o manto aberto,
dando-lhe uma vista espetacular sobre os seios.

—Ian, você vai fazer amor comigo?

Sim, por isso, era muito mais fácil quando ela não
falava.

—Charlie, eu pensei que nós já discutimos isso. Não, eu


não vou fazer amor com você porque eu não te amo. Estou
disposto a transar com você porque você fez um bom trabalho
lá fora.
Mesmo na penumbra, ele podia ver a forma como ela
corou.

—Portanto, esta é apenas sua parte?

Seu cérebro pensava diferente. Seu pau queria mentir.


Seu pau queria dizer a ela não, baby, isso é tudo sobre você,
quero estar dentro de você, a necessidade de levá-la. Mas ela
merecia a verdade.

—Eu quero você. Eu não vou mentir sobre isso, mas


isso foi a muito tempo. Estamos jogando juntos até que
possamos resolver o problema, mas então quero você fora da
minha vida. Eu sei que você acha que é boa para mim, mas
eu a considero responsável por alguns dos piores eventos que
já me aconteceram.

—Eu posso fazer isso, Ian.

Ele balançou sua cabeça.

—Eu não penso assim., mas esta é a sua escolha. Vou


levá-la de volta para o vestiário, se você prefere ir lá.

Ela ficou de joelhos, empurrando o manto de seus


ombros e ajoelhando orgulhosamente na frente dele. —Eu
não estou disposta a desistir, Ian.

Havia um pedaço dentro dele que relaxou. Seu pau ficou


mais difícil. Seus olhos foram direto para seu lindo corpo.
Seus seios eram um tanto celestes, sua cintura graciosa e
fluindo para os quadris que ele podia apertar forte enquanto
fodia nela por trás. Seu cérebro estava começando a fechar,
seu duro pau e bolas já formigando com o pensamento de
disparar dentro dela.

—Em seguida, ambos entendemos o que as apostas são.

—Beije-me, Senhor.

Ele quase a agarrou, quase cobriu aqueles deliciosos


lábios com os seus. Ele queria prová-la, para lembrar o que
era a sensação de respirar com ela. Mas ele não podia. Ele
balançou a cabeça levemente.

—Não. Eu disse que não beijo. Eu quis dizer isso.


Charlotte, você está esquecendo quem está no comando. Eu
não posso permitir isso.

Ele precisava estar no controle no quarto com ela. Era a


única maneira de se lembrar que ela não era sua esposa. Ela
era a mulher que o usou e deixou para trás para pegar a
bagunça.

Seu lábio inferior gordo desapareceu atrás de seus


dentes enquanto ela considerava o que ele disse.

—Então eu posso te beijar? Eu não vou tocar em sua


boca, Ian. Apenas deixe-me tocar em você. Você ainda vai
estar no controle. Você pode me parar a qualquer momento.
Eu só quero colocar minhas mãos em você.

Ele sabia que era um erro, mas deixou a cabeça


ligeiramente inclinada e foi tudo que Charlie precisava. Ela
mudou-se para a frente, as mãos empurrando na frente de
seu colete de couro, puxando-o fora dele. Seu corpo estava
tão perto que podia sentir o calor derramando dela. O peito
bateu juntos, seus mamilos roçando sua carne quando ela
puxou o colete ao redor de seu corpo com uma das mãos. Ela
deitou-o na cama e colocou as palmas das mãos sobre o
peito, fechando os olhos como se ela podia sentir seu coração
batendo. Ela podia ser capaz disso. Ele estava batendo em
seu corpo, corridas de sangue para o pênis. Ele não seria
capaz de pensar se o sangue deixasse o seu cérebro, mas ele
tinha certeza de que em um minuto não daria a mínima para
pensar ou ter boas decisões ou nada, exceto ficar dentro dela.

Ele olhou para baixo, vendo o lugar onde os seios


tocaram. Seus mamilos estavam duros pequenas
protuberâncias, as grandes auréolas no seu ponto mais
apertado. Mesmo com os mamilos desenhados, eles eram
ainda maiores do que nunca. Ele ainda teria dificuldade ao
chupá-lo para colocá-los plenamente em sua boca.

Um tremor passou por ele quando Charlie pôs a boca


em sua garganta, sua língua saindo para traçar seu pomo de
Adão. Ela correu sua língua um pouco quente em todo o
pescoço, parando para sugar e morder suavemente. Suas
mãos foram para seu cabelo enterrando como uma seda.

Ela arrastou por seu peito e ele lutou para ficar parado.
Ele fechou os olhos, deixando-a trabalhar a sua magia. Isso
foi o que as outras subs não conseguiam fazer. Elas lhe
permitiram atendê-las, mas elas nunca tentaram dar nada de
volta. Não podia dizer que o sexo não era bom. Era como ele
preferia.

Exceto com ela.


Ele resmungou um pouco quando ela lambeu seu
mamilo esquerdo.

—Morda-me, Charlie. Faça-me sentir isso.

Ele gostava de um pouco de dor, também. Sim, ele não


aceitava, porém, de qualquer pessoa, menos ela. Anos se
passaram e tinha se negado. Ele não estava disposto a fazê-lo
esta noite. Hoje à noite ele iria obter o que precisava.

Ela o mordeu, a dor queimou através dele, fazendo com


que uma onda de sua droga favorita entrasse, adrenalina. Ela
mudou-se para o outro lado do peito, dando-lhe o mesmo
tratamento.

Ele prendeu bem seu cabelo, forçando a cabeça para


cima.

—Não se segure comigo.

Ela mordeu mais forte desta vez e ele assobiou. Sim,


isso estaria lá amanhã, um lembrete de que a sua mulher era
forte o suficiente para marcá-lo. Ele estava pensando
pensamentos perigosos, mas ele não conseguia se conter.

Ela mudou-se para baixo de seu corpo, alternadamente


lambendo e mordendo, fazendo com que sua pele ganhasse
vida.

Ele puxou seu cabelo novamente quando ela se mudou


para o chão.

—Não ouse morder-me lá, bebê. Você não vai gostar de


como eu vou morder de volta.
Houve aquele pequeno sorriso maligno que fez o seu
coração bater. Seus dedos trabalhando os laços de seus
couros, libertando-o. Ela correu o nariz ao longo de seu
pênis.

—Eu não sonharia em danificar isso, Sir. Tenho planos


para ele.

Ela fez como antes, imediatamente chupou a ponta de


seu pênis. Ele puxou o ar em seus pulmões, lutando para
manter o controle. Sexo quando feito corretamente, é um
conflito puro seguido por uma simetria perfeita. Charlie veria
que ela poderia levá-lo se soprasse. Ele iria lutar com ela. Ele
poderia virar o jogo em cima dela e mantê-la no limite por
horas até que ela estivesse implorando para ele.

Quando chegasse o tempo certo, ele iria ceder a seus


apelos, ao canto de sereia do ponto entre suas pernas, onde
ele encontrou seu céu e então eles estariam em perfeita
sintonia com o outro.

Ele amava cada minuto dela.

Ele agarrou seu cabelo, sabendo que ela gostaria dá


pitada de dor em seu couro cabeludo. Ele podia cheirar sua
excitação, sabia que estava pronta, mas ele queria jogar por
um tempo. Ele teria seu tempo nessa noite. Não houve
corrida louca. Ele queria que ela implorasse antes que ele
desse a ela seu pênis.

Suas mãos estavam em sua bunda, suas unhas


afundando em sua carne.
Ele forçou seu pau mais profundo. Sua língua girou em
torno dele, que aprofundava o pau no calor escorregadio.

Mais e mais ela rolou pelo seu pênis, levando-o para o


limite de seu controle. Ele a puxou de volta, seu pau duro e
pronto para disparar. Mas ele não estava jogando dessa
forma esta noite.

—Em cima da cama. Abra suas pernas. —Ele queria


saboreá-la novamente, para reaprender como ela era macia,
como era seu creme revestindo sua língua.

Charlie subiu, sua respiração presa enquanto se movia


na cama. A cor escura da colcha contrastava com sua pele,
fazendo-a parecer um raio brilhoso. Ela era tão angelical, mas
adorava o diabo que saia quando eles se tocaram. Ela abriu
as pernas bem largas, sem autoconsciência, apenas uma
vontade profunda, óbvio para ter prazer.

Ele levou seus tornozelos em suas mãos. Apesar do fato


de que Charlie não era uma coisa pequena, em comparação
com ele, ela era praticamente diminuta. Ele amava o jeito que
ele conseguia segurar o tornozelo e fazer um punho em torno
dele. Ele poderia dominá-la, mas levou mais do que força
para Charlie se abrir. Levou confiança e prazer.

Ela não lutou com ele quando ele empurrou seus pés
para cima, dobrando as pernas na altura dos joelhos e
fazendo um lugar para si mesmo lá. Ela simplesmente lhe
permitiu move-la para onde ele queria.

Porra, mas ele gostou da coisa toda. Ele cobriu sua


boceta com a palma da mão, apreciando o toque sedoso da
pele ali. Embora ele preferia fazer exames, para se certificar
de que era seguro, ele não podia discutir com o resultado.

Ele sabia que havia algo de errado com essa linha de


pensamento, mas ele não se importava. Seus joelhos bateram
no chão e ele arrastou-a até que sua bunda estava na beira
da cama, sua boceta bem na frente de seu rosto.

Tão lindo. Era uma flor que se abriu só para ele. As


pétalas eram macia e úmida. Era uma flor comestível e como
todas as flores, que precisava de amor e carinho. E realmente
uma boa lambida.

—Você está me matando, Ian. Você não pode


simplesmente ir em frente? — Perguntou Charlie.

Ele levemente deu um tapa em seu clitóris.

—Silêncio. Eu estou olhando para a minha boceta. Essa


flor é minha pela noite toda e eu vou fazer exatamente o que
quero fazer com ela. Se quiser sentar aqui e olhar para ela, eu
vou.

Porque ele gostava de olhar para ela. Ele gostava


especialmente como ela era rosa e seus lábios inchados,
brilhando de excitação. Ele mal acariciou com um dedo, mas
Charlie quase pulou.

Mantê-la no limite foi divertido. Era muito mais fácil de


segurar-se quando ele sabia o quanto estava matando-a.

Às vezes, ele era mau, mas estava perfeitamente


confortável com isso. Ele cheirou sua vagina, deixando seu
perfume encher seus sentidos.
—Há algo que você queria, baby?

Ela gemeu, um som que teria sido difícil para ele se não
pudesse martelar os pregos.

—Você sabe o que eu quero.

Ele estendeu a mão, deslizando seus dedos por seus


lábios até a pequena joia de seu clitóris. Essa pérola estava
praticamente pulsando, mas ele não estava pronto para
deixá-la fora do gancho ainda. De jeito nenhum. Ele beliscou,
um pouco desagradável em sua peça cor de rosa. O corpo de
Charlie como um raio saiu da cama.

—Oh, Deus, — ela gritou, um novo pulso de excitação


revestindo sua carne.

—Essa não é a maneira de chamar por ele, amor.

Suas pernas ficaram onde ele as colocou, mas ela estava


tremendo.

—Por favor, Ian.

Outra dura reviravolta.

—Do que você me chamou?

—Senhor. Oh, por favor, por favor, senhor.

—Mestre no quarto, Charlie. Só aqui. —Ele queria ouvir


a palavra de seus lábios. Ele nunca foi mestre de ninguém.
Apenas Senhor não porque ele colocou um colar em outra
fêmea. Nunca sequer queria. Ele iria ouvir o seu título dela
quando eles estivessem sozinhos e ele dentro dela.
Ela suspirou, como se suas palavras tivessem lhe dado o
prazer que ela estava procurando.

—Mestre. Meu mestre. Por favor, por favor, beija minha


boceta.

Ele colocou um beijo muito casto direto sobre seu


clitóris.

—Aí está.

Sua cabeça foi para cima, seus olhos se estreitando.

—Droga, Ian, você sabe que não é o que eu quis dizer.

Ele virou-a, cuidadosamente deslocando-a de forma que


seu traseiro estivesse disponível para ele. Ele não dava a
mínima para o tom rosa que estava. Se ela não parar de
xinga-lo, ficaria vermelho. Ele colocou cinco tapas rápidos na
parte macia de seu traseiro antes de virá-la de volta mais
uma vez.

—Você quer que eu prenda você?

Ele poderia amarrá-la e colocar grampos em seus seios,


tipo grampos de jacaré para morder os seus belos mamilos.
Ele poderia colocar uma braçadeira de clitóris nela, também.
Ele viu um com um pequeno sino anexado e, em seguida, ele
simplesmente a manteria nua e ele sempre saberia
exatamente onde ela estava.

Perguntou-se brevemente se havia um piercing com um


sino nele. Mais difícil de remover. Talvez se ele a tivesse
perfurado antes não a teria perdido a primeira vez. Ele teria
apenas seguido o som de seu clitóris tilintando.
—Mestre, eu prometo que vou ser boa. Por favor, não
faça o que você está pensando agora. —Os olhos de Charlie
ficaram grandes.

Ele empurrou as pernas abertas novamente, espalhando


as palmas das mãos através de suas coxas macias.

—Se você não parar com o mau comportamento, você


terá uma noite muito longa. Eu planejei fodê-la algumas
vezes, mas se você preferir, podemos gastar esse tempo
disciplinando-a, colocá-la em seu lugar. Você parece precisar
disso.

Sua cabeça balançou.

—Não, Mestre. Não por favor. Prometo ser uma boa


submissa pelo resto da noite.

Ele deixou sua boca pairar direto sobre sua vagina,


dando-lhe seu calor, deixando-a sentir a vibração de suas
palavras.

—Você não poderia se comportar corretamente para


salvar sua vida, animal de estimação.

Graças a Deus por isso. Caso contrário, ele não teria o


prazer de discipliná-la.

—Por favor, Mestre. — Sua voz estava sem fôlego, sua


pele corada de um lindo tom de rosa. —Por favor, me lambe.
Por favor, jogue comigo. Por favor, faça o que lhe parecer
melhor. Sou sua.

Ela era seu brinquedo, seu brinquedo malditamente


doce. Ele poderia fazer o que quisesse com ela e ele tinha
certeza de que era o único a realmente jogar com este
brinquedo particular. Com certeza.

—Diga-me novamente quantos homens você já teve


desde a mim. Eu quero a verdade, Charlie.

—Nenhum. Nem um único, mestre. Eu não culpo você.


Você não sabia que eu estava viva, mas eu sabia muito bem
quem eu era. Sei a quem pertenço. Conheço-o há anos. Todo
esse tempo, tentei seguir suas regras.

—Tentou? — Ele deixou seu nariz jogar através de seus


lábios. Ele não se importaria de acordar todas as manhãs e
correr o nariz através de sua vagina para que ele pudesse
sentir o cheiro dela o dia todo.

—Sim mestre. Eu tentei, mas me masturbava algumas


vezes. Eu não poderia me parar. Eu estava muito solitária e
pensava em você e me tocava. Fingindo que era você.

Ele pensava nela deitada na cama, no escuro, seus


dedos trabalhando dentro e fora de sua boceta, seu pequeno
polegar esfregando contra seu clitóris.

—Mostre-me.

Atingindo-se, agarrou sua mão esquerda, puxando-a


para baixo de seu corpo para cobrir sua vagina.

Seus dedos deslizaram através do suco de lá, dois dedos


escorregaram dentro passado por seus lábios, a parte macia
de sua mão contra seu clitóris.
Ele observou enquanto ela se movia contra sua mão,
fascinado pela maneira como seus dedos dirigiram profunda
e puxando para trás.

—Não chegou ainda.

Ela choramingou novamente, mas não discutiu com ele.


Ela manteve o ritmo, fodendo-se com os dedos, seus quadris
balançando com um ritmo doce.

Quando teve certeza de que ela não poderia ter um outro


segundo, ele agarrou a mão dela, puxando-a para fora de sua
boceta e à boca. Ele chupou os dedos. Sua língua deslizou em
torno para recolher todas as gotas de creme que pudesse
encontrar. Ela tinha um gosto bom para caralho. Ele nunca
esqueceu seu gosto, nunca perdeu a doçura dela em sua
mente. Sim, essa parte não foi uma falsa memória. Nada
disso foi falso. Ele só se sentia vivo quando estava com ela.

Ele colocou a mão para baixo.

—Trabalhe em seu pequeno clitóris, baby. Eu vou cuidar


do resto.

—Por favor, venha dentro de mim, Mestre. — Ela estava


olhando para ele, os olhos arregalados enquanto ela ofereceu-
se para ele.

Esta parecia ser uma nova Charlotte, uma Charlie mais


aberta. A Charlie que ele conheceu estava debaixo de sua
superfície.

Ele abriu seus lábios com os dedos e deixou uma


forragem em sua vagina.
Ele trabalhou um dedo, massageando sua carne. Ele
colocou seu dedo gentilmente dentro e para fora, abrindo-a.
Ele acrescentou um segundo dedo quando ela relaxou e ela
começou a se mover no tempo com os dedos. Este era o único
lugar que eles estavam sempre em sincronia.

—Você tem a minha permissão. Goze sobre a minha


mão. Deixe-me ouvi-la. —Ele fechou os dedos para cima,
procurando por esse ponto doce que sempre tem seus gritos.
Ela estava ofegante, não segurando. Ela fodeu seus dedos
com o vigor de uma mulher que a muito se negava.

—Sim mestre. Oh, isso é tão bom. —Ela empurrou para


baixo, empurrando os dedos mais profundo enquanto ela
trabalhou seu clitóris.

—Tire a sua mão. — Ele queria ser a única coisa fazê-la


gozar. No minuto em que ela tirou a mão, ele se inclinou e
chupou seu clitóris, seu sabor único enchendo-o.

Charlie gritou, e ele sentiu seus músculos apertando


para baixo sobre ele, quando ela gozou, sucos fluindo ao
redor dele.

Ele lambeu seu clitóris quando ela gozou e, em seguida,


tirou a mão, finalmente, dando a si mesmo permissão para
fazer o que ele queria fazer desde o momento em que a porta
se fechou atrás deles. Ele empurrou sua língua acima de sua
boceta e começou a fazer uma refeição dela. Ele lambeu e
chupou e comeu o seu interior.

E se perguntou se esta foi uma refeição, ele


simplesmente não conseguia o suficiente.
Charlie segurou outro grito quando a língua de Ian foi
profunda dentro dela. Tanto tempo. Ela esperou tanto tempo
para senti-lo mais uma vez que isso era quase uma
sobrecarga sensorial. Era quase demais para suportar, mas
ela se forçou a ficar imóvel, para dar a seu doce Senhor tudo
o que ele queria.

Ele chupou seus lábios, puxando primeiro um lado de


sua boca e, em seguida, o outro antes de mergulhar
profundamente novamente. Sua língua parecia dançar dentro
dela, tocando-a em lugares que não estiveram vivos desde a
última vez que ele fez amor com ela.

E foi amor. Ele poderia lutar contra isso tanto quanto


queria, mas não havia nenhuma maneira desse sentimento
não ser amor. Era uma obsessão magnífica e foi o melhor
sexo de sempre, mas foram ambas as coisas porque foi
fundamentada no amor.

O orgasmo que ela acabou de ter ainda estava vibrando


por ela quando outro começou a ser construído. Seu Mestre
parecia interessado em lembrar-lhe quão bem seu corpo
respondia a ele.

Uma e outra vez, sua língua passava por ela, levando-a


em longas viagens antes de mover-se para sugar seu clitóris.
Quando ele abriu a boca, ele poderia cobrir toda a sua boceta
como se o Lobo Mau tivesse vindo fazer uma festa dela.
Charlie começou a tremer e gemer quando de repente ele se
sentou.

—Não goze baby. Não até que eu esteja dentro de você.


Agora fique desse jeito. Não se mova ou eu vou bater em você
de novo. — Ele se levantou.

Ela estava tão perto e agora ela estava fria. Ele a deixou
espalhada para ele, mas o frio no ar era apenas uma outra
sensação tinha que sentir, aquela que iria embora no
momento em que ele a cobrisse novamente.

Ian tirou sua roupa de couro, chutando suas botas de


seus pés, ao mesmo tempo. Seu magnífico pau ficou exposto.
Ela nunca viu um maior, podia ser executada se o fizesse,
porque ele poderia fazer algum dano com sua arma maciça.

Ele olhou para ela. A luz da fonte aparentemente


escondida mostrando sua silhueta, fazendo suas
características difíceis de olhar, deixando-o mais masculino.
Ele foi o melhor de todos do sexo masculino e ela nunca iria
entender completamente o que o levou a ser. Nunca seria
capaz de entender exatamente por que ele escolheu a ela,
porque ela era a única que poderia tomar essa masculinidade
e amaciá-la apenas o suficiente para que ele não estivesse
sempre sozinho. Charlie não conseguia entender isso, mas
iria lutar por seus direitos. Ela era sua companheira natural.
Ela sabia a partir do momento em que ele a possuiu.

Essa foi a primeira noite e foi completa. Ela foi mais do


que apenas Charlotte Denisovitch, vítima e peão. Ela foi real e
alguém nova e brilhante.
Esse momento não poderia ter se perdido para sempre.

Ele não poderia ser diferente do que compartilhou com


ela. Mas me parece ser algo que ele temia compartilhar
novamente.

—Tem alguma coisa errada, Mestre? — Ela manteve a


voz calma, livre de emoção. —Será que eu posso? Devo
apresentar o meu pobre traseiro de novo?

Um pequeno sorriso curvou seus lábios para cima. Sim,


isso era o que ela precisava.

—Não, Charlie, por uma vez, você está se comportando.


Foi difícil não gozar?

Ah, a conversa suja. Ele desejava isso. Ele gostava de


obrigá-la a dizer coisas sujas.

—Sim mestre.

Ele acariciou seu pênis, mas não fez nenhum


movimento para cobri-lo. Ele só olhou para baixo, mas havia
um olhar um pouco mais suave em seu rosto agora.

—Por que era tão difícil? Diga-me sobre isso.

Porque ele queria ouvir o quão bom ele era.

—Porque com seus dedos me senti tão bem. Eu os sinto


grandes dentro de mim, mas não em qualquer lugar, não tão
grande quanto seu pênis.

—Todos esses anos, você se masturbou pensando em


mim? — Havia um desafio em sua pergunta, mas era uma
que ela poderia igualar.
—Eu não acho que devo chamá-lo de punheteiro. Eu
acho que é uma coisa mais masculina. Eu me masturbava
pensando em você. Eu tentei segurar, mas os sonhos
chegavam a mim. Eu sonhava e você estava lá, me tocando,
me segurando baixo com todo seu jeito comigo. Você me
levava do jeito que você queria, em qualquer lugar que você
queria e eu era incapaz de fazer algo para pará-lo.

Sim, isso estava afetando-o. Se fosse possível, ela


pensou que seu pênis endureceu ainda mais.

—Porque eu amarraria você?

—Porque eu queria você tanto que faria qualquer coisa


para tê-lo, Mestre. Qualquer coisa para agradá-lo.

—Você faria?

—Sim. — Ela se manteve só por cinco anos, evitando a


dor ao longo do caminho, para negar-lhe sexualmente. —
Qualquer coisa que você quiser, meu Mestre.

Ela poderia fazer uma promessa, porque ela confiou


nesse homem a sua vida. Ele nunca trouxe qualquer dor que
não tinha melhorado seu prazer. Ele nunca a levou a
qualquer lugar, mas era puro paraíso quando se tratava de
fazerem amor.

—Eu estou limpo, Charlie. Eu só tinha algo físico.

Ele iria foder com ela. Deus, quanto tempo ela esperou?

—Estou perfeitamente limpa, também. Sem sexo desde


você. Juro não tenho quaisquer doenças sexualmente
transmissíveis. Pensei em comprar um vibrador uma vez,
mas eu percebi que você poderia opor-se.

Ela encontrou on-line, mas era um pouco pequeno


comparado a seu tamanho. Ela planejou chamá-lo de Ian,
mas tinha medo de acabar se apegando demais ao objeto.

—Ninguém irá usar um vibrador em você, — disse ele,


provando o seu primeiro direito. —Quero dizer. Enquanto eu
estiver com você, vou controlar os seus orgasmos. Se eu
pegar você usando um vibrador de bolso, você não irá gozar
por um tempo muito longo. Agora, preste atenção. Você está
tomando anticoncepcionais? —A pergunta saiu de sua boca
em um rosnado baixo.

Ficou ali mesmo na ponta da língua para dizer-lhe que


sim. Ela iniciou a fala, mas um milhão de coisas tinham que
ser levados em conta e ela deixou esse pequeno detalhe
escapar. Ela precisava de tempo para se recuperar de seu
ferimento de bala e, em seguida, ela não queria perder mais
um minuto antes de voltar para Ian. E havia um pouco de
esperança de que tudo poderia ficar melhor do que o
esperado e se ele não quisesse que ela tomasse remédio. Foi
uma ideia estúpida, mas agora a deixou com uma escolha.

Ela poderia dizer-lhe que sim e ele iria levá-la sem nada
entre eles. Quando ela esteve sempre com ele pela primeira
vez, ela sabia que dormiria com ele, sabia que era seu
trabalho. Antes da Operação, ela levou um tiro o que a
impediu de engravidar por três meses. Ele acreditava nela.
Ele viu que ela apenas ficou ao seu lado o tempo todo. Se ela
ficasse grávida, ele não podia deixá-la para trás. Ele teria que
ficar com ela. Uma criança poderia uni-los, poderia tornar
impossível para ele realmente se separar.

—Eu não estou, Mestre. Você deve usar um


preservativo. —Ela não podia mentir para ele. Nunca mais.
Devia-lhe e ela não iria mantê-lo com mentiras.

Ele amaldiçoou e caminhou até o pequeno guarda-roupa


contra o lado da parede oeste. Ele puxou uma porta,
revelando que não havia roupas neste armário particular.
Havia caixas de brinquedos e restrições, garrafas de
lubrificante e preservativos. Ele rasgou um e cobriu seu
pênis, pegando uma garrafa de lubrificante antes de fechar a
porta novamente.

—Se vamos ficar juntos por um tempo, eu quero que


você tome anticoncepcionais, Charlie. Eu não vou correr
nenhum risco. —Ele lubrificou seu pau, a mão correndo ao
longo dele em longas passadas.

Ele não quis arriscar que ela ficasse grávida. As palavras


não deviam doer. Ela sabia que era completamente estúpido
engravidar neste momento. Haviam muitos problemas, mas
ouvi-lo rejeitar a ideia a fez sentir dor. Ela não tinha dito a ele
o quanto ela sonhou, sim, ela sonhava com ele dentro dela,
mas ela também sonhou que embalava seu bebê em seus
braços. Ela sonhava com uma vida com ele.

—Qualquer coisa que eu quero, Charlie? — O desafio


estava de volta em sua voz, em sua postura arrogante.

—Sim mestre.
—Então, fique de quatro. — Ele indicou que ela deveria
ficar na cama.

Charlie virou, fazendo sua vontade ficando sobre suas


mãos e joelhos. Ele poderia controlar a penetração melhor
assim. Era uma pequena mentira disse a si mesma. Ela
sentiu a cama se mexer enquanto ele colocou-se atrás dela.
Um longo suspiro saiu de sua boca, e suas mãos correram ao
longo de sua espinha para baixo até sua bunda.

—Deus, você tem a bunda mais bela, baby. — Ele


segurou ela, gemendo em apreciação antes de deixar suas
mãos deslizarem para tocar seus seios balançando. —E
esses. Estes são belos peitos.

Ela odiava eles algumas vezes. Eles eram grandes


demais para caber nas roupas de grife femininas, aquelas
bonitas para se usar, mas quando Ian olhou para eles e
elogiou-os, ela não podia deixar de se sentir sexy. Ele deu a
ela uma confiança que ela nunca queria perder. —São seus,
Mestre. Todo seu. Você gostaria de transar com eles?

Ela sabia exatamente qual conversa suja ter com ele.

—Deus, você vai me matar, — ele sussurrou e então ele


se foi, voltou a ficar de joelhos. —Olha para cima. Veja-nos no
espelho.

Ela virou a cabeça e percebeu que a parede sul era


espelhada do chão ao teto. O grande corpo de Ian apareceu
por trás e sobre ela. Ele agarrou seus quadris, puxando-a
para mais perto dele para que sua bunda ficasse contra seus
quadris e ela não poderia dizer onde ela terminava e ele
começava.

—Observe e me diga se não tenho a mais bela, submissa


neste clube. — Ele se inclinou para trás, levando seu pênis
na mão e colocando-o em sua entrada. A cabeça larga
começou a entrar e ela engasgou com a sensação. Ele era tão
grande e se passou tanto tempo. A pressão construindo
enquanto ele empurrava.

Ela viu no espelho quando ele começou a trabalhar seu


pênis dentro dela, empurrando cuidadosamente em pequenos
movimentos. Ela podia ver o tempo que tomou sobre si. Seu
rosto estava em uma feição apertada, cada movimento seu
uma prova de disciplina. Mais e mais ele entrava, ganhando
terreno antes de se retirar para começar novamente.

Charlie relaxou, dando-lhe tudo. Ele era tão cuidadoso


com ela, mas orou para que em breve ele deixasse de ser. Ela
podia lidar com isso. Ela queria sua paixão.

—Porra, você é tão apertada, baby. — Sua pele corada


com o esforço para se conter.

—Você é gostoso Mestre. — Ela mexeu o rabo um pouco,


deixando-o saber que ela poderia lidar com mais.

Suas mãos agarraram seus quadris.

—Você quer isso, não é? Você não quer que eu brinque.


Você não se importa quão apertada você é. Você quer algum
movimento, não é querida? Você precisa de um grande pau
duro dentro de você.
—Sim. — Ela estava praticando sua palavra favorita esta
noite.

Ele deu um tapa na bunda dela.

—De que pau que você precisa?

—O Seu, Mestre. Eu só preciso de você. —Ela só queria


o seu. Em toda a sua vida, só queria um homem.

—Então eu vou dar para você. Não se atreva a manter a


boca fechada agora. Me diga se doer. Me diz se está se
sentindo bem. —Ele empurrou, a pressão e tensão
inundaram seu sistema. Ela ficou extremamente completa.
Ele estava em toda parte, pressionando para dentro até que o
levou até a raiz e ela não teria nenhuma outra maneira. —Eu
estou bem, Ian.

—Isso não é o que eu quero ouvir. — Uma mão


encontrou o seu caminho em torno de seu quadril, fixando-se
sobre seu clitóris, seu dedo pressionando para baixo. Ele
começou a fazer pequenos círculos. —Eu não vou me mover
novamente até que você esteja melhor do que bem.

Ele estava pulsando dentro dela. Ela podia sentir o quão


perto de gozar ele estava, mas ele ainda se manteve fora
porque não iria machucá-la. Não fisicamente.

Esfregando seu clitóris, seus quadris contra sua bunda,


Charlie observou-o no espelho. Seu rosto estava tão sério, a
boca voltada para baixo quando ele se estabeleceu em sua
tarefa. Ele era tão bonito na luz âmbar que ela queria apenas
virar-se para que ela pudesse ver seu rosto, mas ela só tinha
o espelho para vê-lo.
Um pequeno suspiro escapou de sua garganta quando o
prazer começou a expulsar a tensão.

—Ian, Mestre, por favor, — implorou. Ela precisava que


ele se movesse. Ela precisava senti-lo deslizar profundamente
dentro dela. A conexão esteve ausente por tanto tempo. Ela
não podia ficar mais um momento sem ele.

Ele puxou seus quadris, forçando-se e em seguida,


movendo-se para trás para fora, uma forma lenta ao longo de
sua carne.

—Isso definitivamente vai agradar o seu mestre.

Charlie observava no espelho como a cabeça de Ian caiu


para trás e ele mergulhou profundamente, transando com ela
como ela queria ser tomada, duro e áspero e tão possessivo
que ela mal podia suportá-lo. Quando ele transou com ela,
era a única mulher no mundo. Os quadris de Ian moviam-se
para trás e para a frente, mergulhando seu pênis
profundamente cada vez.

Charlie acostumou com o tempo dele, encontraram um


ritmo perfeito. Seus seios saltaram, seu cabelo estava
selvagem, mas ela se perdeu no sentimento. Ian empurrou
dentro e para fora, profundo e duro, encontrando seu ponto
doce e arrastando seu pau sobre ele uma e outra vez até que
o prazer balançou através de seu sistema e ela gritou seu
nome quando ela gozou.

—Ian! — Suas mãos se curvaram em colcha porque


suas investidas eram tão poderosas que ele poderia empurrá-
la para fora da cama, se ela não se segurasse.
Ouvir seu nome parecia quebrar alguma coisa nele. Ele
jogou um braço ao redor de sua cintura e içou-a para que ela
ficasse presa à sua frente, com o rosto em seu cabelo.

—Diga isso de novo. Diga-me a quem você pertence,


sub.

Ele forçou os joelhos ainda mais e pegou ela por trás,


seu pênis sem nunca perder o ritmo.

—Você. Eu pertenço a você. Eu pertenço a Ian. —Não foi


nada menos do que a verdade. Ela queria seu pênis, o colar,
seu anel, o seu futuro.

—Porra, porra dupla. — Ele cresceu dentro dela, um


braço em volta da cintura, o outro segurando seu peito
quando ele balançou contra ela. Ele a abraçou com força, seu
pênis bombeando o seu orgasmo enquanto estremecia contra
ela. Seu rosto mudou-se contra o dela. Ela podia sentir o
calor de sua boca em seu rosto, beijos pequenos doces em
sua bochecha. Só por um breve momento pensou que ele iria
fundir suas bocas. Ela virou o rosto para cima, querendo essa
conexão novamente. Mesmo quando o prazer vibrava através
de seu corpo, ela precisava mais dele.

Ele soltou e se afastou dela.

Charlie caiu de barriga, a cama macia pegando a queda


quando Ian a deitou na cama. Levantou-se, alongando e
balançando a cabeça como se a estivesse limpando de alguma
coisa.

Ela tentou recuperar o fôlego.


—Ian, o que está errado?

Ela o olhou no espelho, seu coração caiu. Toda a paixão


que ele ofereceu momentos antes tinham ido embora.

Seu rosto era inexpressivo enquanto ele retirava o


preservativo, amarrando-o cuidadosamente.

—Você precisa ir para o vestiário, entrar no chuveiro e


se vestir. Vamos nos encontrar com Alex e Eva em quarenta e
cinco minutos. Certifique-se de que sua irmã esteja pronta,
também.

Ela virou-se, empurrando-se para cima.

—Ian?

—Você precisa se apressar. Eu não quero chegar muito


tarde, antes de voltar para a minha casa. Aparentemente,
temos que ir de carro para a nova casa de Alex, porque os
empreiteiros estragaram alguma coisa. Isso é o que ele
recebeu por uma contratação do menor preço. Eu disse a ele,
mas ele nunca me ouve. Então, mexa-se. —Ele começou a
caminhar para o que parecia ser um pequeno banheiro.

Ele estava falando como se fosse perfeitamente normal


foder uma menina boba e depois queixar-se das práticas de
seu melhor amigo. Ele estava se comportando como se
absolutamente nada tivesse acontecido. Agora ela estava com
frio novamente.

Ela puxou o manto que tinha posto de lado. —Ian, o que


está errado? Não devemos falar sobre isso? — Ela tentou em
vão, mas seus olhos estavam cheios de lágrimas.
—Não há nada errado, Charlie e não há absolutamente
nada para falar. Eu só estou satisfeito com o sexo e tenho
coisas para fazer hoje à noite. Infelizmente você está presa a
mim agora, então você tem coisas para fazer, também. Onde
eu vou, você vai, por isso, comece a se mexer. —Ele entrou no
banheiro.

—Por que está sendo tão frio? — Ele não era um


computador. Ela não poderia envolver sua mente em torno
dele. Ele foi tão quente apenas alguns segundos antes.
Charlie estava lá com ele. Seus corpos foram pressionados
juntos e ela teria jurado que sentia tudo o que ele fez. Ian a
abraçou tão apertado, como se ela fosse a coisa mais preciosa
do mundo e ele não podia deixá-la ir. Foi como há cinco anos
entre eles, derreteram e eles estavam juntos novamente, de
volta quando eles estavam apenas descobrindo um ao outro.

Ele deu um passo para trás para fora, com as mãos


sobre os quadris esculpidos.

—Eu não estou sendo frio, Charlie. Terminei. É assim


que sou depois que estou satisfeito com o sexo. Eu disse que
você não iria gostar. Isso é como sou agora. Você disse que
não se importava com isso, tomei a sua palavra.

—Eu não entendo. — Ela empurrou o cabelo para trás,


olhando para ele.

—Você não entende o que, baby? Que um cara pode


dizer e fazer coisas que ele realmente pensa quando não está
tentando fazer seu pau entrar em você? Eu meio que pensei
que você fosse mais mundana do que isso.
Ela não era estúpida. Ela sabia disso. Ela só não
esperava isso dele. Ele sempre foi seu lugar seguro.

—Então, foi apenas sexo.

Ele suspirou.

—Sim, eu acho que eu te disse isso. Também mencionei


que seria o meu caminho, todo o meu caminho, ou não
seríamos nada. Então você pode ir para o vestiário e seguir as
minhas instruções ou o que pode ser feito. Vou tomar banho
aqui. Vou encontrá-la no lobby.

Ela ficou lá, tentando processar as palavras. Ela fez


tudo certo. Ela sabia que, uma vez que fizeram amor de novo,
ele saberia. Saberia que ela era sua esposa e tudo estaria
bem, desde que eles estavam juntos.

O mundo era uma confusão aguada e ela teve um


vislumbre de si mesma no espelho.

Seu cabelo estava bagunçado, seu corpo muito maior do


que o que ela viu em sua cabeça. Foi um daqueles momentos
em que ela sabia que tinha de tomar uma decisão para ficar
bem com ela mesma, mas ela simplesmente não conseguia,
quando ele estava olhando para ela como se fosse um pedaço
de carne. Ele disse que ela era malditamente quente, mas
com certeza ela não parecia assim agora. Claro, ele também
admitiu que ele iria mentir para chegar entre suas pernas.
Assim como outros caras.

—Eu lhe disse como seria, — disse ele suavemente. Mas


o olhar frio ainda estava em seus olhos.
Ela puxou o roupão, fechando-o firmemente em torno de
si mesma.

—Sim, você fez.

Ele foi muito mais honesto do que foi quando eles se


encontraram pela primeira vez. E se ele for tratá-la como um
pedaço de carne era porque ela se ofereceu como um. Ela
estava tão desesperada para voltar para o lugar que ela foi
feliz. E se fosse uma ilusão?

Ele ficou olhando-a quando ela foi para a porta. Ele não
se moveu para abri-la para ela. Tinha certeza de que ele não
iria impedir de bater na bunda dela quando ela deixasse a
sala.

Se ele fosse uma ilusão? Durante anos ele foi seu


homem ideal. Ela realmente não achava que ele era perfeito.
Foi exatamente isso que ela amava, suas imperfeições. Ele foi
o primeiro homem a tratá-la com bondade, o primeiro a trazer
o prazer de qualquer espécie. Ele disse a ela que era bonita e
inteligente e ela viu isso como amor.

—Charlie?

Ela fungou, não disposta a enfrentá-lo.

—Você acha que nada disso foi real? — Ele ficou em


silêncio.

Ela saiu pela porta. Ele lhe deu sua resposta. Agora ela
tinha que encontrar sua própria.
Ian manteve suas mãos firmes no volante, os olhos na
estrada, mas não era isso o que estava vendo. Ele ficava
vendo aquelas lágrimas em seus olhos quando ela puxou o
roupão em torno dela, escondendo seu corpo. De alguma
forma, ele esperava que ela lhe desse o dedo e caminhasse
através do clube nua. Ele não esperava que ela fosse parecer
tão frágil. Charlie não era frágil. Ela não aceitava porcaria de
ninguém.

Exceto ele.

—Vire à direita no próximo sinal de PARE. — Alex


sentou ao lado dele na grande SUV. —Você sabe que eu não
teria que dar-lhe instruções se você tivesse me deixado dirigir
meu próprio maldito carro.

Ian virou no momento adequado. Ele não respondeu a


Alex. Foi um daqueles momentos em que as palavras eram
sem sentido.

Todas as três mulheres estavam na parte de trás.


Charlotte não parecia ter um problema com alto protocolo
agora. Ela esteve perfeitamente em silêncio, com os olhos
sobre o mundo fora da janela. Aqueles olhos não o
procuraram nem uma vez desde o momento em que ela
percebeu que ele estava falando sério sobre a coisa ‘apenas
sexo’.
Você acha que alguma coisa disso foi real?

A pergunta dela estava rodando em sua cabeça. Foi real.


Cada porra de segundo foi real para ele. Ele a amava. Ele
simplesmente não confiava em si mesmo para tentar
novamente. Não poderia perdê-la uma segunda vez. Ele não
podia confiar nela em tudo.

Ele poderia?

Vingança deveria ser muito mais doce. Ele deveria estar


sentado aqui no carro do pai de Alex, que mal fez sessenta e
cinco, na autoestrada pensando em como seria divertido
mostrar para Charlie exatamente como ele se sentia. Mas a
vingança parecia oca quando tudo que ele queria fazer era
abraçar a pessoa que ele estava se vingando até que ele
pudesse fazê-la sorrir novamente. Isso meio que foi um
esforço totalmente sem sentido, quando ele se sentiu como
merda por seu plano fodido de vingança ter funcionado.

—Não perca o próximo desvio. Pode ser difícil de ver no


escuro. Novamente, uma boa razão para eu dirigir, — disse
Alex.

—Alex. — Eve tinha um jeito de fazer o nome de seu


marido – ou qualquer nome – uma admoestação perfeita.

—Eu vou ter que jogar com suas cortinas em algum


momento em tudo. — Sua visão noturna era perfeita. Alex
tinha que estar ficando velho se ele achava que não podia ver
o desvio.

—Não é cortina. É bancada. O empreiteiro quer ter


certeza de que eles são os corretos antes de instalá-los
amanhã, — explicou Alex. —A fatura diz que é a nossa pedra-
sabão, mas o empreiteiro acha que é a cor errada.

Ian balançou a cabeça. Não havia como compreender as


mudanças que ocorrerem sobre seu melhor amigo desde que
ele se casou novamente com Eve.

—Que porra é pedra-sabão? Por que você se preocupa


com bancadas? O que está errado com você, cara? Você está
nos arrastando no meio da noite sobre decoração. Quando
você se tornou Martha Stewart?

Alex deixou cair a cabeça para a janela de lado,


batendo-lhe um par de vezes antes de ele voltar.

—Bem, todos nós precisamos de um passatempo, idiota


e você ouve Guns N 'Roses e bebe Scotch e eu fui deixado
com bancadas em pedra-sabão, que são, de acordo com o
nosso designer, o mais recente em design de casa e que eu
posso muito provavelmente conseguir enfiar na sua bunda se
você não deixar de ser um idiota arrogante.

—Alex, eu pensei que íamos ser paciente com ele, — Eve


disse em voz irritantemente calma.

Alex virou para olhar para sua esposa.

—Ele está dirigindo meu maldito carro, porque ele é um


maníaco por controle que não pode deixar ninguém dirigir.

A mão de Eva veio ao redor do encosto de cabeça,


descansando no ombro de Alex e ele se acalmou.

E foi uma merda, porque Alex parecia quase pronto para


começar uma briga e o que seria muito melhor do que o
silêncio que desceu sobre o SUV novamente. Poderia fazer-lhe
algum bem encostar o carro e trocar alguns socos. Ian olhou
para o espelho retrovisor. Estava escuro, mas ele poderia
obter um vislumbre de seu rosto. Ele não estava acostumado
a Charlie ser tão silenciosa ou tão retraída. Ela era confiante,
ousada, sua igual em muitos aspectos, mas agora ela foi a
algum lugar profundo dentro de si mesma e ele não gostou.
Ela estava no carro, mas a cabeça estava em algum lugar que
não podia tocá-la. Foi perversa. Ele sabia que ele foi o único a
mandá-la para aquele lugar, mas isso o incomodou
extremamente. Ele preferia que ela gritasse com ele e o
chamasse de bastardo ao invés desta tristeza silenciosa.

—É a última casa à esquerda, — explicou Alex. —Basta


puxar na garagem e Eve e eu vamos correr para dentro.

E deixá-lo aqui com Charlie? Provavelmente não é uma


boa ideia. Claro, Chelsea estava aqui também, mas ele já
provou que não tinha muita discrição quando se tratava de
Charlie.

O que ele não diria a ela era que ele correria para o
banheiro como um menino assustado de cinco anos, porque o
seu primeiro instinto foi ficar na cama com ela a noite toda.
Ele a obrigou a fazê-lo estilo cachorrinho porque ele não
confiava em si mesmo para não a beijar. Porque no minuto
em que ele a deixou nua e sozinha, tudo o que ele queria
fazer era entrar nela e ficar lá por horas e horas até que ele
estivesse cansado e pudesse dormir com ela em seus braços.
Ele parou o carro na entrada da garagem. A casa de Alex
e Eva era boa. Grande. Parecia o lugar perfeito para retirar
um par de ratos do tapete e envelhecer. Ela também estava
coberta de árvores e merda, elas estavam muito perto da
casa. O que ele estava pensando?

—Fique aqui. — Ele desligou o motor e pegou seu SIG.

—Qual o problema? — Alex perguntou, estendendo a


mão para a sua própria e verificando o clipe. —Eve,
mantenha sua cabeça para baixo. Todas vocês.

—Ele está preocupado com as árvores, — disse Charlie


em um tom monótono. —Ele acha que os assassinos estarão
escondidos nas árvores e eles vão cair em cima de nós e ele
está se perguntando por que você escolheu um lugar onde
tantas pessoas poderiam esperar para matá-lo. Eu acho que é
bonito. Eu gosto das árvores.

—As árvores ajudam a reduzir as contas de energia, —


Alex disse, balançando a cabeça. —Nós não estávamos
pensando que alguém iria esconder um exército nos
carvalhos.

—O que só prova que você está perdendo o jeito, meu


amigo. Eu aposto que você sequer tem sensores de perímetro
instalados. — Ele cuidadosamente abriu a porta, verificando
as árvores na frente dele para qualquer movimento.

—Eu nem sequer me mudei ainda. — Alex provou que


ele ainda podia se mover em silêncio. Ian ouviu o snick
tranquilo do fechamento da porta do passageiro e logo Alex
estava ao lado dele, seus olhos observando os seus.
Eles se moviam juntos, como a equipe que foram nos
últimos cinco anos. De costas para trás, eles verificaram o
quintal.

—Eu não posso exatamente configurar detectores de


movimento e raios laser. Eu iria fritar todos cachorro e gato
de rua no bairro, para não mencionar os adolescentes fora do
toque de recolher.

—Isso os ensinaria a não estar fora no horário de


recolher. — Ele não entendeu qual era o problema. Um
pequeno laser nunca fez mal a ninguém. Muito.

—Você é demente. E o que diabos aconteceu com


Charlotte? Eu pensei que as coisas estavam melhorando
quando a levou para os quartos privados.

Ian virou-se, verificando o terreno para quaisquer sinais


de perturbação. Alex mudou-se de forma limpa, nunca
desistindo de suas costas.

—Charlotte está apenas percebendo que eu não serei tão


fácil de manipular como da última vez. — Ele relaxou um
pouco. Não havia nada no quintal. Ele não gostava do bairro
que haviam atravessado. Havia muitas pessoas, muitos
carros estacionados ao longo da rua que pode ou não
pertencer a moradores. Como ele deveria avaliar
adequadamente o risco em uma área como esta? Ele esperava
que Alex tivesse pelo menos lembrado de colocar fechadura
tripla nas portas e instalado um sistema de segurança
decente. —Acho que tudo está limpo.

Alex recuou, sacudindo a cabeça.


—Bem, você vai ser divertido na festa de inauguração.
Eve, vamos lá. Nós não vamos ser assassinados no jardim da
frente. Vamos ver o quanto os empreiteiros fizeram.

Eve pulou para fora do SUV endireitando a saia.

—Vamos, Charlie, Chelsea. Vamos descobrir com o que


essa porra de pedra-sabão parece. — Ele não estava prestes a
ficar aqui no meio da noite com nada além de um SIG entre
ele e com muitos russos tentando matar Charlie. Deus, ele
esperava que Liam pegasse pelo menos um dos filhos da
puta. Talvez esses assassinos fossem como Alex e tomassem
chás para falar uns com os outros sobre suas vidas
amorosas. Então tudo que Ian tinha que fazer era apertar as
bolas do filho da puta até que eles desistissem.

Charlie saiu do assento, seguido por sua irmã. Ela não


olhou ao redor, simplesmente seguiu quando Alex abriu a
porta e levou-os para dentro.

—A sério? Você tem uma fechadura?

—Quer saber, amigo, quando eu realmente mudar para


cá, eu vou deixar você paranoico por toda a casa. — Alex
abriu a porta e deixou Eve entrar.

Ian observou como Charlie passou por ele. Sua cabeça


estava levantada, mas havia um vazio em seus olhos que ele
não gostou. Ela estava em outro lugar e havia um muro entre
eles. Ele não podia vê-lo, mas podia sentir que estava lá. Era
estúpido porque uma parede entre eles era exatamente o que
ele precisava e ainda assim irritou. Estava ficando sob sua
pele. Seus instintos eram para rasgar a porra da parede, da
mesma maneira que ele queria arrancar o roupão que ela
usou ao redor dela como uma armadura corporal. Depois que
eles fizeram sexo, ela estava na porta da sala privada,
parecendo dilacerada e frágil e ele queria pegar apenas um
pouco para protegê-la.

Não era justo ou razoável e a lógica parecia ter fugido


completamente de habilidades, mas ele realmente nunca foi
capaz de pensar em torno dela.

Então, por que diabos ele estava levando-a de volta ao


seu lugar e onde diabos ele achava que ia dormir? Ia enfiar a
bunda no sofá?

—Eu gosto dos arcos, — Chelsea disse enquanto


caminhava pelo saguão.

Eve sorriu.

—Eles costumavam ser quadrados, mas acho que os


arcos realmente abrem o ambiente.

—Eles deixaram suas ferramentas para fora outra vez,


Eve. Eu juro, eu vou atirar nesses caras. Por que há uma
pistola de pregos jogada no meio da minha cozinha? Isso é
uma pistola de pregos para concreto. Sabe o que isso pode
fazer a uma pessoa? — Alex perguntou, sua irritação clara
até mesmo de um quarto de distância. —É uma sorte que
ficamos na cidade, já que o empreiteiro parece um idiota. Nós
vamos ter uma longa conversa amanhã.

Charlie olhou para cima, mas nada em seu rosto


mudou. Ela foi para a sala onde Alex ligou as luzes. Eve
desapareceu de vista, também. Chelsea não o fez. Ela esperou
até que todos seguiram em frente e virou-se para Ian.

—O que você fez?

Parecia ser a pergunta que todos estavam fazendo hoje.

—Eu acredito que não é da sua conta. Se sua irmã quer


falar com você sobre sua vida sexual, então isso é com ela,
mas eu não estou me sentindo tagarela agora.

—Você a quebrou seu filho da puta, idiota de merda. —


A irmã mais nova tinha uma boca suja e ela não se importava
de ficar em seu rosto. Bem, ela estaria em seu rosto se ela
fosse um pouco mais alta.

—Eu não a quebrei. Eu dei a ela exatamente o que ela


queria. — Só que ela parecia um pouco quebrada e às vezes,
quando achava que ele não estava olhando para ela, viu como
ela parecia perdida.

—Ela passou cinco anos com apenas uma meta e


objetivo. Voltar para você. Eu disse a ela que não valeria a
pena, mas não quis me ouvir. Ela é apaixonada por você. Ela
nunca esteve apaixonada por ninguém. Você acha que eu não
joguei homens para ela durante esses anos tentando fazê-la
ver que você é como qualquer outro?

Ele a tratou como merda, então ele provavelmente era


como o resto deles. A casa de seu pai provavelmente não era
o melhor lugar para conhecer um cara legal.

—Você quer que eu me ajoelhe e implore seu perdão?


Porque isso não vai acontecer.
Se ele ajoelhasse, ele tentaria ficar mais abaixo. Ele não
passou tempo suficiente na sua vagina. Deus, já a queria
novamente. Ele a queria cerca de três segundos depois que
gozou. Outro motivo pelo qual se afastou.

Ele não queria colocar a porra de um pedaço de látex.


Isso esteve em seu cérebro, um pequeno sussurro que lhe
disse que se ele deixar a natureza seguir seu curso, ele teria
que ficar com ela. Se a mantivesse, ela teria que andar na
linha. Teria que desistir de toda a merda criminosa e se
tornar a mulher que ele sabia que ela poderia ser. Tudo o que
tinha que fazer era deixar um par de nadadores soltos e ele
teria Charlie ligada a ele para sempre.

Ou ele teria pelo menos uma parte dela quando ela o


deixasse novamente, porque não havia nenhuma maneira de
ele ser afastado de sua criança. Trinta e nove anos tendo
certeza que ele morreria sem filhos e o pensamento de um
garoto com os olhos e seu sorriso tinha-lhe agindo como um
Papai Urso.

—Eu quero que você a deixe ir. — Chelsea manteve a


voz baixa.

—Eu tento fazer isso desde o minuto em que ela voltou,


— Ian atirou de volta. —Ela não parece interessada em sair.

—Você sabe o que, eu deveria abraçá-lo por ser o idiota


que eu sabia que você seria. Obrigada, Ian Taggart, por não
ser capaz de ver como ela é amável. E saiba disso, se você a
machucar de novo, eu sei como crucificar um homem em três
batidas de teclas. Você acha que ela foi a pessoa que te
colocou na lista no-fly? Era eu. Eu posso fazer muito pior e
não hesitarei. Quando isso acabar, ela vai sair comigo. É a
minha vez de cuidar dela e isso significa se livrar de você. —
Chelsea virou-se e arrastou-se.

Ian pensou em estrangulá-la. Ele provavelmente poderia


fazê-lo com uma mão. Ela foi a razão pela qual Charlie o traiu
em primeiro lugar.

Sim, ele estava tão longe, estava pensando em matar


uma garota que provavelmente viu mais violência em sua
vida do que ele. Mas algo sobre ela questionando seu direito a
Charlie realmente fez seu estômago embrulhar.

No minuto em que a viu de novo, seu babaca possessivo


subiu de volta para a superfície. Ele só se sentiu assim sobre
uma mulher. Cristo, ele foi possessivo com ela mesmo
quando pensou que estava morta. Ele manteve sua memória
dentro dele, compartilhando apenas alguns pequenos
pedaços dela com seu melhor amigo e somente para explicar
por que uma vez por ano ele enchia a cara.

Ian seguiu Chelsea através do arco e entrou na sala


grande. Charlie estava olhando para o chão dizendo algo
sobre o acabamento.

Ela estava mesmo naquela casa? A maneira como ela se


movia, ele pensaria que ela não se importaria.

A menos que ela sonhava em criar raízes, com a


possibilidade de escolher acabamentos e bancadas e a porra
de tinta para a cozinha, porque ela queria uma casa que seria
um lar.
Ele não escolheu qualquer coisa por conta própria,
exceto o sistema de segurança. Deixou do jeito que os últimos
proprietários escolheram. Ele realmente nunca pensou sobre
isso, mas realmente não gostava muito disso. A sala de jogos.
Sim, escolheu o material para a sala de jogos privada. Assim,
grande, sua ‘casa’ foi personalizada com ganchos e
mecanismo de suspensão e um banco para palmada muito
bem-feito.

E ele meio que gostava da pedra-sabão ou o que estava


na bancada. Não era feio e parecia que era apenas a altura
certa para foder Charlie.

Ela se fechou no minuto em que ele entrou na sala,


aquela sugestão de um sorriso em seu rosto desapareceu em
um flash. Bem, ele pediu por isso.

Chelsea estava lhe dando um olhar de desprezo. Ela


estava provavelmente tentando descobrir como fodê-lo
realmente bem através da Internet.

Ele foi para as portas de vidro que levavam para o que


parecia uma varanda e um quintal grande que não foi
cercado ainda. Sim, portas de vidro do teto ao chão era uma
grande ideia. Se Alex estava tentando convidar alguém para
matá-lo, ele estava fazendo um trabalho muito bom.

Uma pequena luz vermelha brilhou na noite,


encontrando seu caminho bem acima do coração de Ian.
Filho da puta. O convite foi recebido e aceito.
—Protejam-se! — Ele mergulhou à esquerda assim que
um som agudo quebrou as janelas de vidro que Alex
provavelmente instalou.

Batendo no chão, rolou passando pelo que parecia ser o


resto de uma pilha do revestimento que Charlie parecia amar
tanto.

—Charlotte, abaixe, merda. Fique atrás do balcão e não


se mova.

A grande sala separou-os e ele quase entrou em pânico


que não estava lá para cobrir seu corpo com o dele. Ele tirou
os olhos da porta apenas o tempo suficiente para vê-la
puxando a irmã para baixo, tomando uma posição protetora
sobre Chelsea.

Alex estava de costas contra a parede, com a arma para


cima, bem ao lado das portas de vidro. Ele apagou as luzes,
deixando a sala na escuridão, tirando a vantagem do
atirador. A menos que ele tivesse visão noturna. Que ele
provavelmente tinha se fosse pelo menos um pouco esperto.
Porra. Ele sabia que deveria ter trazido um par, mas Grace
havia lhe convencido de que parecia um idiota. Ele com
certeza manteria um conjunto no carro a partir de agora.
Todos na equipe iriam. Ele faria disso uma regra.

—Quantos? — Perguntou Alex.

Eve moveu-se calmamente, sem entrar em pânico, até


onde Charlie se reuniu com sua irmã.

Ian olhou para fora.


—Eu não sei. Um, eu suspeito, uma vez que foi o
número de lasers vermelhos que foi apontado para o meu
peito. Como você se sente sobre lasers agora, Alex? Você
ainda está preocupado com os gatos?

—Tudo bem. — Alex atirou a palavra na sua direção. —


Vou instalar lasers e ser o homem velho no final do bloco que
assassina todos os animais de estimação. Como vamos tirar
as mulheres daqui?

—Nós matamos e então podemos tirar as meninas


daqui. — Ele realmente não sabia se havia outro jeito. Ao
contrário da tentativa anterior, este idiota tinha-lhes muito
bem fixado para baixo. Se Ian fosse o agente, ele não
desistiria. Ele mudaria de lugar e esperaria que o alvo saísse
do esconderijo. Ele realmente não sabia em quantos eles
estavam. Se eles tentassem sair pela frente, eles seriam alvos
fáceis se o filho da puta tivesse um parceiro ou fosse um bom
velocista.

—Chame a polícia, — disse Eve. —Eu vou chegar ao


meu celular.

—Não, — Ian atirou de volta. —Nós chamamos a polícia


e ela vai em seus registros. Nenhum policial.

—Chame a polícia, Eve. Se alguém me prender, então


que assim seja. Não vou permitir que todos os outros
morram, — disse Charlie. —As sirenes devem assustá-los.

O que ela estava pensando?

—Não se atreva a pegar o telefone. Ela não vai ser levada


para a cadeia. Ela vai para um lugar onde ninguém vai vê-la
novamente. Você me entende, Eve? — Eve assentiu com a
cabeça e não fez nenhum outro movimento para a bolsa.

Infelizmente, Charlie tinha sua própria bolsa. Ela


chegou no celular.

Agora ela decidiu se sacrificar?

—Charlotte Marie Dennis, eu juro por Deus, vou ter


certeza de você nunca se sentar novamente se você ligar.

—Ian, isso é sério. Eu não posso deixar que outras


pessoas morram por mim. — Ela começou a mover seu dedo
na tela.

Chelsea estendeu a mão, pegou o telefone de sua irmã e


antes que Charlie pudesse impedi-la, arremessou-o na sala.

—Porra, Chelsea.

Mas ele estava do lado de Chelsea neste momento. E ele


tinha que lidar com este filho da puta, porque Charlie era sua
responsabilidade.

—Dê-me cobertura.

—Ian? — Alex começou. —Que porra é que você vai


fazer?

Ele ia fazer algo estúpido e ele não tinha tempo para


discutir sobre isso. O vidro tinha quebrado em pequenos
pedaços em todo piso novo de Alex. Ian saltou sobre o vidro e
saiu para o quintal.

Ele ouviu Alex amaldiçoar e depois mostrar um rápido


padrão de tiros. O lote de Alex estava no final da rua, em um
bairro amplo e rico. Parecia que seus vizinhos mais próximos
eram um quarto de milha de distância, mas a polícia ainda
podia aparecer se alguém fosse acordado por tiros.

Ele estava tão cansado disso. Normalmente, ele só tinha


que lidar com um atentado contra sua vida por dia, mas
Charlie só tinha que aumentar as apostas. De onde ele esteve
em pé até a trajetória do laser vermelho, o homem tinha que
estar na mata atrás da casa de Alex.

Ian correu para a esquerda, onde ele suspeitava que o


atirador se escondeu.

Com certeza, ele sentiu algo acertar seu ombro,


raspando ele como um raio. Incrível, agora ele estava
sangrando. Sua noite foi se transformando em uma bosta.

Ele mudou de rumo, movendo-se atrás das grandes


árvores, usando-as como cobertura. Ele colocou as costas
contra uma e focou nos sons ao seu redor. Sua visão não lhe
ajudaria tanto quanto sua audição. Era lua nova e Alex tinha
que escolher uma casa que não tinha lâmpadas na rua.

Ele acalmou-se, diminuindo seu ritmo cardíaco. Não


havia necessidade de adrenalina aqui. Isso não era diversão.
Este era um trabalho e ele faria calmamente e de forma
eficiente. Silêncio. Ele ouviu o vento e a respiração de
alguém. Seu adversário não era tão profissional como ele
deveria ser. Sua adrenalina estava alta. Ele estava puxando
ar em seus pulmões e escolhendo entre luta e fuga.

Ian poderia ter dito a ele que a decisão foi tomada no


momento em que levou o tiro.
O chão debaixo de seus pés era duro e ele não tinha
dúvida de que no minuto em que se movesse, algo mudaria.
Mas isso significava que o assassino babaca também faria
barulho.

Ian manteve sua posição, confiando em Alex para


manter as mulheres seguras e Charlie na linha.

Sem som, exceto a respiração do idiota e ele não


conseguia identificar exatamente de onde isso estava vindo.
Atrás dele e à sua esquerda, ele não sabia de onde atirar,
então ele esperou. Ele nunca apostou antes de saber que
tinha a mão vencedora. Paciência era o nome do jogo. O
primeiro a mover-se perdia e ele não tinha a intenção de
perder.

Dois minutos se passaram, talvez três. A mata ficou


quieta, o mundo estreitando-se à espera por aquele som que
diria a Ian, onde o assassino estava. Paciência. Paciência.
Paciência. Um galho estalou quando o homem fez uma
corrida para ele.

Ian girou para fora, sua mão subindo. Seus olhos se


ajustaram, mas tudo o que ele precisava era de um pedaço
branco, onde o capuz do homem tinha caído, expondo a pele
pálida.

Ele apertou o gatilho em um movimento fácil, seu alvo à


vista. Agora, ele ouviu o melhor som de todos. O som de seu
inimigo batendo no chão. Merda. Ele esperava que não
tivesse matado o filho da puta.
Movendo-se rapidamente, ele cruzou a distância entre
eles, mantendo a SIG pronta no caso dele não ter
incapacitado completamente o homem que tentou matá-lo
para chegar a Charlie.

Uma figura vestida de preto ficou imóvel no chão, com a


mão no que parecia ser um rifle sniper. Ian chutou para
longe e o corpo não se moveu. Merda. Ele precisava de mais
tempo de prática com objetos em movimento. Ele estava
ficando enferrujado, porque ele não tinha a intenção de
acertar a jugular do filho da puta, mas parecia pela
quantidade de sangue bombeando para fora do corpo da
vítima.

Alex ia matá-lo por todo esse sangue em seu quintal


novo. Usando sua bota, ele virou o corpo, avaliando-o. Seis
pés. Provavelmente um e noventa. Ele estava vestido
totalmente de preto, assassino chique. Um saco preto tinha
caído para o lado. Ian vasculhou-o. Cartuchos, par extra de
luvas, telefone celular, passaporte, algum dinheiro e um
frasco. Vodka. Ah, os russos. Eles gostavam de comemorar as
pequenas vitórias.

Ele pegou o kit e começou ir para a casa. Eles teriam de


se livrar do corpo, mas talvez algo no saco do assassino iria
oferecer alguma informação útil. Ele parou pouco antes de
alcançar as portas traseiras. As luzes se acenderam, quase
cegando-o.

Ian saltou para fora do caminho. Alex não teria acendido


a luz. Tiros dispararam pelo ar. Porra. Havia mais do que um.
Seus olhos começaram a ajustar-se à luz e ele viu um homem
de pé sob o arco, um revólver apontado para Alex.

—Eu estou procurando pelas meninas. Dê-las para mim


e eu deixarei você e sua esposa viverem, — disse ele em um
sotaque russo.

Alex tinha o homem em sua mira, mas eles estavam em


um impasse porque, por alguma maldita razão, Eve tinha
deixado sua posição segura atrás do balcão coberto de pedra-
sabão e estava no chão entre os dois homens com armas. O
russo se elevou sobre Alex. Ele tinha dois homens apontando
armas, Alex apontando para o homem e a outra o russo
apontava atrás na cabeça de Eve. Ele não podia ver Charlie
ou Chelsea.

—De alguma forma, eu duvido disso, — respondeu Alex,


sua voz firme.

—Eu sei que elas estão aqui. Eu estava observando o


lugar. Pensei em pegar sua esposa e trocar pelas meninas,
mas você as trouxe para mim. Você ama sua esposa? Você
quer que ela viva?

—Deixe minha esposa ir e nós vamos falar sobre isso.


Eu poderia saber onde elas estão. — Era uma tática de
retardamento. Ian colocou o saco que carregava no chão
enquanto Alex continuava. —Eu estaria disposto a fazer uma
troca, mas não até que minha esposa esteja segura.

Ian olhou ao redor da casa. Alex estava tentando dar-lhe


tempo para voltar para a casa e surpreender o filho da puta,
mas ele não poderia simplesmente entrar abrindo fogo.
Felizmente, aquelas luzes eram brilhantes e Ian estava
coberto pela escuridão lá fora. Ele podia ver o interior, mas
seria difícil para qualquer pessoa o ver com toda aquela luz lá
dentro.

O russo se aproximou, a arma em sua mão esquerda


tocando a cabeça de Eve. Ela se afastou do russo. Seus olhos
estavam firmes em Alex, mas sem nenhum pânico. Boa
menina. Ela não estava alimentando o medo de Alex. Ela
estava calmamente esperando por ele para resolver a
situação, porque ela confiava em seu Mestre. Charlie poderia
aprender algumas coisas com Eve.

—Mas, meu amigo, se eu deixar sua esposa ir, não


tenho nada a negociar. Talvez eu a leve comigo. — Houve
uma risada desagradável do assassino enquanto ele usava o
cano da arma para brincar com o cabelo de Eve. —Talvez
depois de algumas horas, você estará no humor para
compartilhar.

Eve não estava alimentando o medo de Alex, mas este


filho da puta faria Alex estourar e seria ruim para todos. Ele
tinha que ser preciso. Ian esvaziou seu medo por Eve, sua
preocupação com Alex e deixou o plano desenrolar em sua
cabeça. Dois passos em direção à porta. Era disso que ele
precisaria. Isso o manteria no escuro, mas o aproximaria o
suficiente para que ele não acertasse acidentalmente Eve.
Tiro na cabeça. Um tiro em linha reta através do cérebro e
essas armas cairiam. O alvo tinha um pouco menos de
1,80m, mas eles não estavam em um terreno plano, então ele
iria ajustar dois centímetros mais alto.
Toda a tensão deixou seu corpo e ele se aproximou,
pronto para acabar com o segundo idiota da noite.

Mas Charlie apareceu primeiro. Ela levantou-se de trás


do balcão, a pistola de pregos que os empreiteiros deixaram
para trás firmemente em suas mãos. Ela tinha uma mão
segurando a coisa e a outra estava puxando para trás o
gatilho de segurança que permitia a pistola de prego disparar.
Seu rosto bonito não mostrou nenhuma expressão quando
ela puxou o gatilho e estourou dois pregos grandes ao lado da
cabeça e do pescoço do russo. Ele não viu isso acontecer, não
reagiu de forma alguma, exceto ter uma expressão estúpida
no rosto e cair para o lado, morto antes de atingir o chão.

Deus, ela estava quente. Ela era a porra de uma deusa


guerreira com uma maldita pistola de pregos, caramba e ele
meio que queria fodê-la bem ali, apesar dos muitos corpos
que agora dominam a propriedade de Alex. Eve pode ser
realmente boa com confiança submissa, mas Charlie tinha
uma pontaria incrível e uma mão firme.

Eve se sentou no meio do chão, aparentemente incapaz


de se mover.

—Será que Charlie apenas matou aquele cara com uma


pistola de pregos?

Alex estava de joelhos, tentando ajudar sua esposa a


levantar.

—Sim, graças a Deus. — Ele puxou-a em seus braços,


puxando-a para longe do cadáver. —Você está bem?
—Há sangue nas madeiras? Porque eu não acho que a
nossa garantia cobre isso. — Eve estava dizendo.

Ian observou Charlie quando ela colocou calmamente a


pistola de pregos para baixo, mas ele notou que suas mãos
tremiam, um pequeno tremor. Sua mão foi para baixo,
ajudando Chelsea a ficar de pé. Ninguém estava lá para
abraçar Charlie, para envolvê-la e deixá-la saber que tudo
ficaria bem. Ele podia ver a tristeza em seus olhos, sabendo
que ela estava sozinha.

Porra. Ele queria ir e abraçá-la e elogiá-la por suas


habilidades de transformar máquinas de construção em
armas de morte.

—Eu não me mexeria se eu fosse você, companheiro, —


disse uma voz familiar atrás dele. Ele ouviu o som distinto da
trava de segurança sendo clicada. —Eu sei que você é muito
rápido, mas não sou lento e eu realmente odeio matar um
amigo.

Como ele tinha perdido isso? Ele permitiu que alguém


ficasse em suas costas, porque ele estava preocupado com os
sentimentos de Charlie.

—Eu não estou me sentindo muito amigável neste


segundo, Damon.

Uma mão tocou seu ombro. Damon Knight, agente do


MI6 e geralmente um aliado, deu-lhe um tapa no ombro
direito. Não fazia muito tempo que ele ajudou Ian com uma
operação em Londres, mas parecia que a cooperação
terminou ali.
—Eu tenho que pedir-lhe para largar a arma,
companheiro.

Ele pensou seriamente sobre isso, mas Knight era


durão. Ele poderia se sentir um merda sobre isso, mas ele
mataria Ian se julgasse necessário para completar qualquer
missão que Sua Majestade exigisse dele. Foda-se, ele ia matar
Simon se ele estivesse nisso. Ele pegaria parte por parte
daquele Brit10 e alimentaria os cachorrinhos. Ele não possuía
nenhum cachorro, mas ele adotaria o conjunto mais
desagradável de vira-latas que conseguisse apenas pelo
prazer de alimentá-los com partes do corpo de Simon se ele
tivesse se juntado à equipe apenas para espionar para
Knight.

Ian deixou cair o SIG, odiando cada momento de ser


pego com as calças abaixadas.

—O que você quer, Knight?

Era uma pergunta idiota. Havia apenas uma coisa que


Knight poderia desejar.

—Eu quero o The Broker. Nos últimos anos, o MI6 vem


acompanhando um hacker que se chama The Broker. Ela
está vendendo informações em todo o mundo. Se a Agência
também não estiver interessada nela, eu ficaria chocado. Eu
não estou tentando ferrar com você, Tag. Eu acredito que
Charlotte Denisovitch é o The Broker. Ela está causando
problemas e os meus patrões querem ter uma conversinha

10
Britânico
com ela. Ela tem informações que precisamos. Prometo que
vou cuidar dela. Eu não vou deixá-la ter qualquer dano real.

Só um pouco de tortura. Ele olhou para dentro da casa.


Não demoraria mais do que um ou dois minutos antes de
Alex juntar sua merda e vir procurar por ele, mas já era tarde
demais. Damon não teria vindo sozinho.

—Onde está Baz?

Damon Knight e Champion Basil foram parceiros há


anos. Se Knight estava aqui, Baz estaria apoiando-o.

—Ele está aqui. — Simon andou em torno do lado da


casa, Baz na frente dele.

O corpo esguio de Baz desmentia o que Ian sabia ser


uma tonelada de força magra. Ele estava vestindo uma
camisa e calças pretas de mangas compridas, olhando
elegante enquanto se movia através do quintal.

—Ei, Damon, olha quem eu encontrei.

—Eu lhe disse para colocar as suas malditas mãos para


cima, — Simon ordenou. —Você realmente acha que eu não
vou atirar em você? Eu nem sequer gosto de você.

Ah, sem cães para o Brit. Simon estava recebendo um


aumento.

—Agora, vendo como eu tenho o seu menino aqui e você


tem o meu patrão, eu sugiro que todos tirem um pouco de
tempo e conversem sobre isso como os cavalheiros que sei
que somos, — disse Simon. —Ou podemos começar a atirar e
ver quem continua de pé no final.
—Você está na América por muito tempo, Weston. — A
arma na cabeça de Ian desapareceu quando Knight suspirou.
—Você se transformou num maldito cowboy.

Não, Simon foi de agente MI6 para o homem de Ian. Não


havia como minimizar a beleza da lealdade. Ian pegou Simon
depois que ele fodeu tudo, mostrou-lhe que ele não precisava
se conformar com as regras rígidas do MI6 e Simon pagou-lhe
de volta com lealdade.

—Chefe, Adam pegou essa trilha cerca de duas horas


atrás. Eu pensei que eles poderiam decidir fazer-lhe uma
visita. Damon, no caso de você estar pensando em tentar algo
complicado, você deve saber que tenho um franco-atirador
em você. Jesse? Você está no lugar?

Uma voz veio de cima.

—Claro como a luz do sol, estou. Diga a Alex que seu


telhado é totalmente sólido. Eu tenho uma excelente vista
daqui de cima. Eu pegaria o primeiro cara, mas Ian parecia
estar se divertindo. Este, porém, é todo meu. — Um ponto
vermelho agradável apareceu na testa de Knight. Bem entre
os olhos.

Sim, ele estava começando a gostar de Jesse, também.

Alex suspirou de suas portas quebradas.

—Poderíamos manter o número de corpos baixo? Eu não


tenho nenhuma ideia do que vamos fazer com o atirador e o
com o russo que Charlie usou como um experimento de
carpintaria. Por que não entramos todos em casa e
conversamos sobre isso? Deve haver alguma maneira de
Damon conseguir o que ele precisa sem levar Charlie para
Guantánamo Bay da Grã-Bretanha.

Alex era um desmancha-prazeres.

—Tudo bem, mas você precisa pensar em se mudar,


cara. Este é um bairro perigoso. Hey, aqueles empreiteiros,
por acaso, não deixaram para trás uma pá, deixaram?

Alex arregalou os olhos.

—Você não pode enterrá-los no meu quintal. Porra, Ian,


vamos colocar uma piscina nas próximas semanas. Como vou
explicar isso? Primeiro, minhas portas francesas, depois as
madeiras e agora você quer transformar o meu quintal em
um despejo de corpo do caralho. Isso não está acontecendo,
Ian.

Ele se afastou, resmungando.

—Eu acho que é isso o que acontece quando bons


agentes perdem seu cérebro para um pássaro bonito, — disse
Knight. Pelo menos eles estavam de acordo em uma coisa.

Ele pegou a arma de Knight e seguiu Alex para a casa.


Charlie observou enquanto Ian e Damon Knight
sentaram-se à mesa da cozinha juntos, com os rostos
sombrios enquanto decidiam seu futuro.

Aparentemente sua entrada não foi útil quando disse


para ir para a cama. Ele não tinha sequer permitido que ela
ajudasse a enfaixá-lo. Eve foi a única a lavar o sangue de seu
ombro e dizer-lhe da sorte pela bala ter sido de raspão. Ian a
dispensou no momento em que voltaram à sua casa grande
no país. Chelsea já tinha desaparecido no quarto de hóspedes
que Ian lhes atribuiu. Alex e Eve pegaram a cama na pequena
masmorra. Jesse e Simon estavam de guarda, enquanto Ian
chamou Jake e Adam para enterrar os corpos até Ian estar
pronto para devolver-lhes à Agência. Charlie sabia que a
única pessoa que estava feliz com tudo o que aconteceu
durante toda a noite, foi Serena, que provavelmente estaria
tomando notas.

Ela não podia nem pensar em dormir. Não quando ela


precisava fugir. Era hora de sair. Ian não a queria e ela não
queria ninguém morto. Ela pensou que só viriam atrás dela,
mas hoje seu tio provou que estava disposto a ferir civis para
chegar até ela. Pensou que teria mais tempo antes que eles a
encontrassem. Droga, ela pensou que talvez eles tinham
desistido. Ela estivera na Flórida por mais de um ano
trabalhando na operação que a trouxe de volta para Ian e
ninguém tentou matá-la até então. Depois de tanto tempo
sem ouvir de seu tio, ela sentiu-se quase segura. Segura o
suficiente para vir atrás de seu marido.

Ela estava errada e era hora de ir embora. Depois de um


pouco de descanso, ela precisava pegar Chelsea e sair daqui.

O mais próximo que ela conseguiu de ir para a cama, foi


colocar uma das enormes camisetas de Ian. Seria a roupa de
dormir. Chegava até os joelhos, cobrindo mais do que um
monte de vestidos.

—Então você é casada com o cara grande, hein? — Basil


Champion sentou-se no sofá em frente a ela, uma longneck
na mão. Ele se jogou quase negligentemente sobre o grande
sofá confortável de Ian.

—Não realmente. — Ela não sabia por que o agente


britânico quis falar sobre o seu casamento, mas ela não
estava entrando nisso.

—Isso não é o que a papelada diz, amor. É apenas difícil


de acreditar que você está aqui. Eu estava lá na noite em que
morreu. Na verdade, eu dei uma boa olhada em seu corpo.
Damon e eu tínhamos que levar Big Tag para longe da polícia.
Nossos chefes pensaram que ele poderia sofrer um pouco na
cadeia.

Ele provavelmente seria morto lá. Nelson enviaria um


assassino e então ele não teria que se preocupar com Ian
Taggart estragando seus planos. Ela sabia disso, mas mesmo
assim ela tomou essa pílula. Talvez ela não merecesse ser
perdoada. Talvez isso tudo foi um erro enorme.
—Tenho certeza que ele estava grato.

Baz deu um longo gole na cerveja antes de responder.

—Nah. Ele estava muito chateado. Lembro-me de pensar


que era suposto ser uma espécie de super-herói. Você sabe,
ele era uma espécie de lenda, embora ele só estivesse
trabalhando há alguns anos. Eu pensei que estava prestes a
conhecer a verdadeira merda, mas ele era uma espécie de
quebrado, sabe o que eu quero dizer?

Ela sentia-se um pouco quebrada agora, mas ela ainda


não queria falar sobre sua vida pessoal com um agente MI6.

—Então, você está aqui para me arrastar chutando e


gritando para a Inglaterra?

Ele bufou um pouco, um som arrogante.

—De jeito nenhum. Nós não realizaríamos esta


entrevista especial em solo britânico. Damon está sendo um
pouco idealista. Eu suspeito que nós vamos levá-la de volta
para Londres e você não vai sair de Heathrow antes que os
grandes patrões a tirem de nossas mãos e levem-na embora
para algum lugar agradável e fora dos limites de todas as leis
de direitos humanos traquinas que temos. Realmente, eles
estão tão confinados quando se trata de tortura.

Então, ela seria levada a algum governo amigável na


África ou no Oriente Médio e iam torturá-la até que desse a
informação. O que eles não perceberam foi que Chelsea era a
pessoa por trás da maior parte da intermediação de
informações. Charlie era principalmente músculo. As
informações que Charlie tratou a governos específicos não fez
nenhum dinheiro, mas provavelmente salvou um monte de
vidas. Chelsea não estava feliz com ela naqueles tempos.
Chelsea era o cérebro, mas ela não tinha a intenção de que
essa informação saísse.

—Não me deparei com o MI6. Por que você está vindo


atrás de mim agora?

Ele sentou-se, com os pés batendo no chão.

—Você vai se fazer de idiota, então, amor? Você hackeou


nossos sistemas três meses atrás. Você foi educada sobre
isso. Você entrou, pegou três arquivos e saiu. Se não
tivéssemos alguns técnicos muito observadores, nós nunca
saberíamos que você esteve lá.

Porra. Chelsea prometeu a ela que iria ficar de fora do


MI6, a Agência, e MSS da China. Eram os três países mais
propensos a pegá-la e amarrá-la, embora, neste caso, seria
Charlie na ponta da corda. Ela se acomodou. Não era a
primeira vez que ela foi forçada a cobrir sua irmã.

—Eu não estava tentando foder com MI6. Eu só


precisava de um par de arquivos.

—Em Eli Nelson? Você estava trabalhando para


Taggart?

Ah, seu interrogatório começou agora. Pelo menos ela


poderia responder a essas perguntas.

—Eli Nelson está atrás de mim. Eu não estou e nem


nunca trabalhei para Ian ou McKay-Taggart. No entanto,
trabalhei para Eli Nelson. Tivemos uma má separação.
—Do que eu posso dizer, vocês se separaram em seus
termos, não dele.

Ele estava bem informado.

—Eu nunca quis trabalhar para o homem em uma base


permanente.

—Não, você só o usou para matar o seu pai.

Ela encolheu os ombros um pouco.

—Seria difícil fazer o trabalho sozinha.

Não era como se ela não tivesse pensado nisso, sonhou


com isso. Ela só não descobriu como fazê-lo e salvar Chelsea
e ela mesma ao mesmo tempo. Foi por isso que ela fez o pacto
com diabo de Nelson.

—Mas você é muito eficaz em outros trabalhos. Você


seria muito valiosa para alguém como Nelson. Ou alguém
como Taggart.

Ela riu um pouco.

—Você não pode imaginar que estive trabalhando para


Ian todos estes anos. Ele não sabia que eu estava viva. Eu
acho que é engraçado, porque você e seu parceiro,
obviamente sabiam.

Um olhar inocente surgiu no rosto de Baz. Era um rosto


bonito, mas havia algo escuro sobre o homem.

—Agora, estou profundamente ofendido. Eu lhe


asseguro, se Damon soubesse que a esposa perdida de Ian
Taggart estava viva e bem, ele teria avisado Ian. Ele é muito
leal quando se trata de seus amigos. Não, nós só
conhecíamos você como The Broker. Começamos a suspeitar
que The Broker era uma mulher no ano passado quando um
milhão de dólares roubados do Taliban apareceu em um
fundo para a educação das mulheres no Afeganistão.

Isso foi totalmente ideia de Charlie. Foi um dia de


diversão.

—Eu sou uma feminista.

—Você é uma anarquista, — Baz respondeu, mas havia


pouquíssimo julgamento em seu tom. —E você está
brincando com fogo. Se os seus 'clientes' descobrirem que
você os joga uns contra os outros, você terá mais do que o
seu tio e Eli Nelson para matá-la.

Uma menina tinha que ter um hobby. O dela só passou


a ser provocar o caos em alguns dos piores terroristas e
criminosos do mundo. Foi divertido.

—Eu tendo a ter muito cuidado com quem eu faço


negócios.

Chelsea normalmente tinha uma mão hábil sobre não


ser pega com os dedos no pote de biscoitos. O que era bom,
porque o pote de biscoitos provavelmente estava cheio de
explosivos.

—Mas você realmente está no nosso radar há um ano.


Tivemos um agente em uma das células terroristas para as
quais você trabalhou.

Um pequeno sorriso cruzou seu rosto. Ela desfrutou


desse pequeno projeto paralelo.
—Desculpa. Desliguei isso mais rápido do que o seu
operário podia. Ele foi lento.

Eles receberam informações sobre uma célula


trabalhando para atacar vários dos sistemas de transporte
público da Europa em um esforço coordenado para derrubar
a economia. Ela meio que gostava da Europa. Foi muito difícil
planejar uma operação como essa quando todo o dinheiro
desapareceu.

—Nosso operatório estava trabalhando com o alto


escalão. Você estragou a coisa toda. Eles voltaram-se um
contra os outros. Nosso infiltrado assistiu quando eles se
acusavam mutuamente de tomá-lo. Ele foi acusado também.
Ele quase não conseguiu sair vivo.

Então, eles tinham várias razões para não gostar dela.


Ela atrapalhou seus planos.

—Eu não estava no projeto MI6. Eu simplesmente vi um


problema e eu resolvi aquilo. Eles estavam planejando lançar
gás sarin11 nos sistemas de filtragem de ar subterrâneo em
Londres, Berlim, Paris e Roma. Eles estavam prontos para
comprar o gás. Seu infiltrado foi muito lento. Eu não estava
disposta a arriscar cem mil pessoas e a economia europeia,
porque seu cara queria subir. Também acho que você
descobrirá que eu indiquei os planos da célula para a
Agência.

11
Um gás de nervo organofosforado, desenvolvido na Alemanha durante a Segunda Guerra
Mundial.
Ele travou o queixo.

—Sim, eles não se importaram em segurar isso sobre


nossas cabeças. Posso perguntar por que você não veio
diretamente para nós?

—Eu me considero americana. — Sua mãe era da


Califórnia. Ela sempre quis ir para casa, mas acomodou suas
filhas na Costa Leste, numa tentativa de se esconder de seu
pai. Ele ainda as encontrou.

—Você nasceu em Moscou.

—Mas eu estava feliz aqui. Minha mãe era norte-


americana. Eu desisti da minha cidadania russa, ou eu faria
se pudesse realmente mostrar meu rosto em um escritório do
governo. Eu envio pedaços, juntamente com a Agência de
tempos em tempos e eles a dispensam como bem entendem.
Mas Ian não tem nada a ver com isso. Ele passou o último
par de anos trabalhando estritamente para si mesmo.

Os olhos de Baz estreitaram.

—Não só para si. Ele ainda está em boa com a Agência.


Ele não seria capaz de fazer todo esse trabalho na Inglaterra
sem ter alguns bons contatos. Damon está em cima dele.

Ela não tinha certeza se confiava em Damon Knight.

—Ele não parecia chateado sobre Ian de volta para Alex.


Ele parecia bastante irritado quando Ian tinha uma arma
para ele.

—Ian só conseguiu isso, porque Simon estava nos


seguindo. Maldito bastardo. Caso contrário, você estaria no
seu caminho para fora do país. — Ele sentou-se, endireitando
a camisa. —Você não está cansada de correr?

Essa foi uma pergunta idiota.

—Claro que eu estou cansada.

Baz enviou um olhar atrás dele, olhando para a cozinha.


Uma risada surgiu do quarto bem arrumado. Pelo menos Ian
encontrou algo divertido. O agente britânico virou,
inclinando-se.

—E se você não tiver que correr mais? E se você pudesse


estabelecer-se com todo o dinheiro que você fez e encontrar
um lugar onde uma mulher de seus talentos poderia,
digamos, ser notada?

—O que você está tentando dizer? — Se ele ia fazer uma


oferta, ela preferia que ele dissesse isso logo. Porque a
verdade era que estava cansada. O pensamento de correr
novamente a fez violentamente doente, mas se ela
conseguisse sair dessa situação, teria de fazê-lo. Teria que
tomar Chelsea e se esconder em algum lugar e depois elas se
esconderiam em algum outro lugar e assim por diante, até
que fossem capturadas e mortas ou conseguissem chegar à
velhice. Ela tentou voltar para Ian e não conseguiu, agora ela
não tinha ideia do que deveria fazer.

—Eu estou tentando dizer que você poderia fazer bem


para si mesma. Nós não somos todos como a Agência. Nem
todas as organizações usariam você e depois a descartariam.
Algumas organizações fariam muito para ser capaz de usar
adequadamente todos os seus talentos.
Será que MI6 quer torturá-la ou contratá-la? Ela deveria
ouvir uma proposta?

—Eu não posso sossegar. Na verdade, não. Eu pensei


que eu poderia ser capaz, mas eles me encontraram muito
rápido. — Foi um risco calculado, permitindo Adam para
executar traços de sua identidade, mas ela esperava que seu
tio tinha relaxado sua postura. Fazia anos e o sindicato
tendia a se concentrar nos negócios. Mas ela não teve sorte.
Seu tio estava ansioso para matá-la e ela suspeitava que era
porque Nelson a traiu. Claro, ela fez o mesmo com ele, então
não podia reclamar.

—Há sempre soluções para os problemas. Às vezes,


basta ter vontade de sujar as mãos. — Baz colocou sua
garrafa vazia em cima da mesa. —Nós todos sabemos que a
Agência não gostaria de ter sangue nas mãos. Eles preferem
deixar para outras pessoas. Eles não vão te ajudar. Eles vão
negar que você já ajudou.

Ela sempre soube disso.

—Eu não esperava que eles me dessem uma


recomendação de emprego.

Ele balançou sua cabeça.

—Você não está pensando grande o suficiente. O mundo


está mudando e mulheres como você podem fazer um lugar
para si mesma.

—Eu acho que Charlie não conhece o seu lugar. — Ian


estava de pé na porta, seu amplo corpo dominando o espaço.
—Eu lhe pedi para ir para a cama.
—Você me disse para ir para a cama, — ela corrigiu. —
Eu pensei que eu deveria saber se eu iria pegar um avião
amanhã.

Ele franziu a testa, balançando a cabeça como se ela


tivesse dito algo um pouco louco.

—Não. Eu trabalhei em algo com Damon. Eu disse que


iria.

Damon Knight, de bom humor, passou por Ian,


juntando-se ao seu parceiro no sofá. Ao contrário de Baz, ele
tinha um copo de uísque.

—Você vai me dar tudo que você tem. Quero dizer cada
unidade de disco rígido que você possui.

—O que?

O rosto de Ian era uma máscara de pedra.

—Você está saindo do negócio.

Ela deixou as palavras se assentarem sobre ela porque


eles não fizeram o mínimo sentido por alguns momentos.

—Você tomou essa decisão?

—Sim.

A arrogância do homem a surpreendeu. Ela se levantou,


sem vontade de sentar enquanto ele pairava sobre ela.

—Eu não vou fazer isso.

Ela preferia ir com Knight de volta para a Inglaterra e


tomar suas chances lá. Pelo menos Chelsea teria alguma
proteção.
Ele se aproximou, invadindo seu espaço.

—Você com certeza vai. Adam vai para o seu lugar para
obter os computadores hoje à noite.

—Você não pode fazer isso. — Ela cerrou os punhos,


lágrimas de raiva em seus olhos. O que diabos ele estava
pensando? Como ele pôde fazer isso com ela? Com Chelsea?
—Precisamos dessas informações.

Era a sua proteção, uma parede contra o mundo. Era a


única coisa que elas tinham.

—Não, você não precisa. Você está fora do negócio a


partir de agora. O dinheiro que você roubou ou fez com a
venda de informações vai ser dividido entre o MI6 e a Agência
e ele vai direto para os seus orçamentos antiterrorismo.

—O quê? — Isso saiu como um grito zangado. Ela não


podia correr sem dinheiro. Ela não poderia se esconder. O
pânico ameaçou alcançá-la.

A mão de Ian saiu, agarrando seu braço. Ele olhou para


a tripulação Brit.

—Nós vamos levar essa discussão para o quarto.


Chelsea está em um dos quartos no andar de cima. Alex e
Eva estão deitados na masmorra. Vocês dois podem lutar
pelo último quarto. Não se machuquem. Tem algo chamado
sofá-cama lá, que não vai realmente caber qualquer um de
vocês. O outro pode pegar o sofá. Eu não dou a mínima.

Ele começou a arrastá-la para fora da sala de estar.


—Ian, isso não vai acontecer. — Ela não ia permitir que
ele tomasse cada pedaço de proteção que tinha.

—Isto vai. Se você está preocupada que Adam pode se


machucar pelo seu sistema de segurança, você deve saber
que ele já está desativado. Ele vai passar o dinheiro na parte
da manhã, depois que a Agência assinar o acordo.

—Que porra de acordo?

Ele parou, virando-a para si.

—O que a mantém fora da prisão. O que poderia dar-lhe


algo de uma vida normal.

—Eu não conheço uma vida normal, Ian. Se você tirar a


minha capacidade de fazer negócios e mover-me facilmente,
você está me sentenciando à morte. Não é apenas a CIA e o
MI6 que me quer. Você já fez um acordo com o meu tio?

Ele não parecia ter uma resposta para isso.

—Não, você não fez porque ele não aceitaria um acordo.


Não um que não inclui a minha cabeça em uma caixa sobre a
mesa. Então eu tenho que chegar à conclusão de que você
está realmente protegendo o seu próprio rabo e
abandonando-me. — Ela odiava o fato de que as lágrimas
corriam pelo seu rosto, mas ela não podia evitar. —É isso que
você quer, Ian? Você quer saber que eu estou morta, porque
você tirou tudo o que poderia ter me protegendo? É isso que
vai fazer você se sentir melhor?

Como ela poderia tê-lo julgado tão mal?


Ele pegou-a pelos ombros. Eles ainda estavam no
corredor, não muito longe dos britânicos.

—Eu estou tentando protegê-la, Charlotte. Estou


tentando proteger o meu pessoal também. Você quer um
tiroteio? Porque cada um do meu pessoal vai tentar protegê-
la. Eles vão matar ou morrer tentando mantê-la segura. É
isso que você quer? Porque nós podemos começar uma
guerra.

Com MI6 e muito provavelmente com a Agência. Ela não


pensou em nada, exceto em voltar para seus braços. Ela não
pensou sobre o que custaria a todos eles.

—Não. Apenas deixe-me ir com eles e isso será resolvido.

—Você não vai a lugar nenhum, exceto para a cama. —


Ele começou a descer o corredor novamente.

Ela tentou parar.

—Ian, pare. Não vou ser colocada na cama como uma


criança de cinco anos de idade.

Ele simplesmente virou-se e puxou-a em seus braços


como se ela não pesasse nada.

—Crianças de cinco anos fazem mais sentido do que


você.

Era mais do que ela poderia suportar. Ela puxou e


bateu-lhe, esbofeteou direto em sua mandíbula quadrada.

—Você não pode fazer isso comigo.

—Observe-me. — Se ele sentiu qualquer dor, ele não


mostrou.
Ela chutou e lutou, mas ele apenas continuou andando.

—Me solta. Porra, me solta.

Seus braços se apertaram ao redor dela.

—Você não acha que eu quero? Droga, Charlie, eu


gostaria de poder, mas você fez isso impossível.

—É fácil. Me coloque para baixo e vire as costas e você


nunca vai me ver de novo.

Ele chutou a porta aberta do que parecia ser o quarto


principal.

—Eu não posso. E eu não consigo parar de tentar te


salvar. Sei que você tem zero interesse em minha proteção,
mas você com certeza vai aceitá-lo neste momento. Eu cometi
um erro na primeira vez. Eu dei-lhe uma escolha. Você não
tem uma agora.

Ele a colocou em seus pés. Ela partiu para a porta.

Um braço foi ao redor de sua cintura, puxando-a para


ele.

—Não torne isso difícil para você, Charlie.

Ela chutou para trás, tentando fugir. Era uma tentativa


estúpida. Ela sabia disso. Não havia absolutamente nenhum
lugar para ir. Ela acabaria com os britânicos ou Simon e
Jesse, e todos eles a levariam de volta para Ian. Mas ela não
podia ficar parada, não podia submeter-se a isso.

—Acalme-se. — Ian mordeu o comando, a boca junto ao


seu ouvido. —Eles ainda estão nos ouvindo. Eu não tenho
dúvidas. Então acalme-se porra e aja como um adulto.
A acusação doeu, mas qualquer coisa que ela dissesse
neste ponto não teria sentido.

Sua respiração era quente contra sua orelha e apesar do


fato de que ele era um bastardo filho da puta, seu corpo
respondeu a ele. Sim, ela também odiava isso.

—Eles acham que você é o The Broker. Não diga nada.


Apenas acene ou agite sua cabeça. Chelsea é o The Broker,
certo?

Pensou em mentir para ele. Apenas no começo. Ela


assentiu de qualquer maneira.

—Você sabia que ela está chantageando autoridades


chaves em quatro governos diferentes? — Um pequeno
suspiro saiu. O que sua irmã fez?

—Vou tomar isso como um não. Sua irmã mais nova


está fazendo mais dano do que você suspeita e você é quem
vai levar a queda. Você não vai deixá-la cair. Eu conheço
você. Então, alguém tem que protegê-la. Esse é o meu nome
na nossa licença de casamento.

—Eu vou te dar o divórcio. Droga, eu vou ter Chelsea


fazendo de modo que o casamento nunca tenha acontecido.
— É o que ela deveria ter feito em primeiro lugar. Ela deveria
ter ficado sozinha.

—É tarde demais para isso. — Ele manteve um braço


firmemente ao redor de sua cintura quando começou a voltar
para a cama.
Talvez a razão funcionasse. Ela suavizou sua voz. —Ian,
você não quer se envolver nisso. Ligue para Adam. Diga a
Simon que vire as costas por um par de minutos. Eu vou
acordar Chelsea e vamos sair daqui. Eu não vou incomodá-lo
novamente.

—Você me incomoda cada minuto de cada dia do


caralho, baby. Você incomoda desde o momento em que te
conheci e eu estive lutando contra isso. Eu tenho lutado tão
duro desde que você voltou. Todo bom agente sabe quando
uma tática não funciona, é hora de tentar outra tática.

Ele girou-a perfeitamente para que ela estivesse de


frente para ele, seu braço desenrolando. Mas antes que ela
pudesse fazer um movimento para fugir, ele tinha seus dois
pulsos com uma mão grande. E um bom pedaço de corda na
outra.

—O que você está fazendo?

—Tentar algo novo. — Ele enrolou a corda em torno


dela.

Charlie tentou fugir. Ela correu para a porta, não com


medo do que Ian poderia fazer, mas sim, depois de toda a
merda que ele derramou sobre ela, de que ela ainda poderia
deixá-lo fazer isso. Ela não poderia ser a menina que recebeu
porcaria de um cara e depois transou com ele. Ela
simplesmente não podia.

Ele estava sobre ela em um segundo, puxando-a para


baixo e prendendo-a no tapete de pelúcia debaixo deles.

—Fique longe de mim, — ela gritou.


—Eu não posso. — Ele estava perfeitamente calmo. Ela
poderia pensar que isso era uma ocorrência diária, se não
fosse pela ereção maciça pressionada contra ela.

Apesar do fato de que ela tentou o seu melhor para


acertar seu joelho em sua virilha, ele segurou-a para baixo e
tinha seus pulsos unidos em um minuto. Ele testou os nós,
como se ele se importasse.

—Está muito apertado? — Ian perguntou, sua voz calma


e grave.

Ela permaneceu em silêncio, não disposta a dar-lhe


qualquer coisa. Ele levou seu mundo longe e esperava que ela
se submetesse?

—Charlie, baby, fale comigo. Eu não posso suportar


isso. Eu odeio te calar. Eu não quero. Quero ser frio. Não
quero me importar. Mas não posso. Não posso deixar você ir
embora.

—Você está tirando minhas opções.

—Porque eu lhe dei tudo na última vez e porra você não


me escolheu. Você escolheu todo mundo menos eu. Eu vou
corrigir isso. Vou te salvar. Escolha-me, Charlie. Escolha nós.
Confie em mim. Dá-me a opção de ser seu herói.

Ela percebeu de repente. Ela escolheu Chelsea sobre ele.


Ela escolheu-se sobre ele. Na época, ela não viu isso dessa
maneira. Parecia como um caminho claro e ela não
considerou nenhuma vez virar-se para ele e lhe dizer a
verdade. Como é que um homem como Ian lidaria com isso?
Ele se fecharia. Ian precisava ser necessário e ela confiou
mais em seu pior inimigo do que nele.

Ele estava pedindo por outra chance. Ou ele estava


apenas tentando fazê-la cooperar? Como ela poderia saber?

—Ian, apenas me solte e me deixe ir para Chelsea. —


Ela tinha perguntas para sua irmã. Se Chelsea estava
chantageando os políticos, elas estavam em mais problemas
do que imaginou.

Seu rosto franziu.

—Eu não posso. Eu não posso confiar em você para não


fugir.

A frustação se formou.

—Você fez com que eu não tenha para onde correr, Ian.
Não tenho lugar para voltar se Adam tomou esses discos
rígidos e você lhes dará o meu dinheiro.

Ela estaria sozinha no mundo outra vez. Ela teria que


começar de novo e esperar que durasse o suficiente para fazê-
lo. Toda a sua alma chorava porque foi ele que a colocou
nessa situação. O amor dela. A metade de sua alma a
mandou para a morte e dor.

Ele puxou-a para cima, levantando-a em seus braços


fortes.

—Eu estou dando-lhes o que for preciso para mantê-la


fora da cadeia. Se você lhes der os dez milhões em suas
contas e ficar fora de problemas, eles vão deixá-la existir. Eu
trabalhei neste negócio. Eu tive que prometer favores para
algumas pessoas muito importantes. Meus favores podem
significar coisas perigosas. Não venha me dizer que eu estou
tentando te machucar, Charlie.

Dez milhões? Ela se acalmou em seus braços. Ele sabia


exatamente o quanto ela tinha. Chelsea disse a ela que Adam
encontrou suas contas bancárias. Ela tinha quase vinte e
cinco milhões em suas contas. Ele veio do dinheiro que
roubou de Nelson e seu tio e o dinheiro que fizeram de
intermediação de informações. Lágrimas vieram aos olhos
novamente, mas por um motivo diferente desta vez. Ian
estava tentando lhe dizer alguma coisa, mas ele não podia
simplesmente dizer isso. Ele estava realmente tentando? Ele
estava realmente a salvando?

—Você deu a eles dez milhões de dólares? Ian, isso é


tudo o que tenho.

Eles poderiam estar escutando. Ela tinha que ter


cuidado. Esperança vibrou em seu peito, um bebê que ela
achava que era natimorto, mas que acabou de tomar sua
primeira respiração.

Ele a deitou na cama enorme, prendendo seus pulsos ao


gancho na cabeceira da cama.

—Eu fiz. Tudo isso, Charlie. — Ele piscou seu caminho.

Ele deixou um cobertor de segurança. Ela poderia


encontrar novas informações. Ela poderia construir seus
negócios novamente, mas o dinheiro era fundamental se ela
precisasse correr.

Ele olhou para ela.


—Confie em mim.

Ela fechou os olhos. Ela amava esse homem e ele a


magoara. Ela o magoou. Ela lhe custou quase tudo e ela
estava ameaçando novamente. Seu tio poderia tirar toda a
sua tripulação. Até agora, eles lidaram com o problema, mas
eles podem perder um dos seus próprios.

Confiar. Ela quase não entendeu a palavra.

Ian precisava disso. Ele precisava que ela confiasse nele.


Era como um código escrito em seu DNA. Ele era o tipo de
homem que ama uma mulher e pronto. Ela era sua. Ela era a
única que poderia completá-lo, mas sua história fodeu os
dois.

Ela tinha uma escolha. Ele ou Chelsea. Ela escolheu


Chelsea na primeira vez. Sua irmã era tão jovem e
necessitada, mas elas estavam mais fortes agora e Chelsea
estava quase fora do radar. Ninguém acreditava que ela fez
nada de errado. Chelsea poderia ir embora.

—Então, você já limpou meus problemas?

Sua mão saiu, alisando o cabelo para trás.

—Sim, graças a Deus, sua irmã manteve-se fora dos


problemas.

Ela articulou sua próxima pergunta. Por quê?

Ele se inclinou, sua boca diretamente sobre sua orelha.

—Eu te disse. Eu tentei. Tentei me livrar dessa


necessidade, mas eu não posso. Eu preciso de você. Não
consigo tirar você da minha cabeça. Eu não fui capaz por
cinco malditos anos.

—Depois de hoje, eu deveria ir embora. Seria melhor


para todos em sua vida se eu desaparecesse. — Devia-lhe a
verdade. Depois de tudo o que ela fez para ele e seus amigos,
ela não podia mentir.

—Eu não posso. — Ele estava sobre ela, seu corpo duro
e pronto. —Eu não posso deixar você ir. Você me fez uma
pergunta. Eu não respondi.

Ela perguntou-lhe se o que eles tiveram nesses anos


antes era real.

—Foi real? Parecia real. Foi real para mim. Eu me casei


com você.

Seus ombros caíram. Ele se encostou na parede, seus


olhos nunca a deixando.

—Eu casei com você. Eu amei você, Charlie. Com tudo o


que eu tinha, eu amei você, mas você não retribuiu.

Como ele poderia pensar isso?

—Ian, eu passei cinco anos tentando achar uma


maneira de voltar para você. Como você pode pensar que eu
não te amo?

—Você não precisava de cinco anos. Você precisava


confiar em mim. Você precisava confiar em mim mais do que
em Eli Nelson. Você não fez.
Essa era a parede entre eles, o abismo. Ela não confiou
nele o suficiente para dizer-lhe o que estava acontecendo. Ela
não amara o suficiente para contar-lhe a verdade.

—O que você teria feito, Ian? — Ela olhou para ele. Às


vezes, ele parecia tão distante, indiferente, mas era tudo um
ato. Pode ser difícil de ver através daquele lindo rosto e corpo
perfeito, mas no fundo ele era apenas um homem e ela o
machucou. —O que você teria feito se eu tivesse vindo até
você? Eu estava com medo que você me chutasse para o
meio-fio e então eu não seria capaz de salvar Chelsea. Houve
um pequeno pedaço de mim que estava com medo de que se
você soubesse de tudo, você me jogaria.

—Eu teria matado Eli Nelson. Eu teria pegado sua irmã.

Ela balançou a cabeça. Ele viu tudo em preto e branco.

—Meu pai a tinha. Ele não a deixaria ir.

—Eu disse que eu teria pegado sua irmã. Se alguém


entrasse no meu caminho, eu os tiraria e eu muito
provavelmente teria gostado de matar seu pai.

—Você estava em uma operação.

Ele suspirou, parecendo cansado.

—Você era mais importante do que qualquer operação.


Eu teria entregado a operação para outra pessoa. Você era
minha esposa. Eu fiz votos para você que nunca fiz para
outra mulher. Eu nunca vou fazer para outra mulher. Eu
teria saído da Agência e cuidado dos seus problemas e depois
lhe traria de volta para os Estados Unidos e comprado uma
casa de merda com pedra-sabão e merda, a gente teria ficado
grávidos e teríamos um casal de filhos por agora e então eu
não sentiria esse buraco dentro de mim a cada porra de dia
da minha vida. Eu seria algum pai idiota que leva o seu filho
para a prática de futebol e fala mal do treinador. Eu seria um
marido que só gosta de passar tempo com sua esposa em
churrascos chatos e jantares de família.

A vida que eles poderiam ter tido. Tocava nos cantos de


sua mente sempre, um sonho que ela não conseguia
capturar.

—Eu não sei se nós poderíamos ter tido essa vida, Ian.
Acho que cometi um erro ao voltar para você. Eu te amo. Eu
gostaria de ter feito as melhores escolhas, mas no final eles
sempre vêm atrás de mim.

—Podemos não tomar decisões esta noite? — O cansaço


tinha invadido sua voz. —Podemos simplesmente passar por
esta crise, antes de ter que lidar com a próxima?

Porque a próxima crise viria.

—Sim. Eu serei boa. Você pode me soltar.

Ele bufou um pouco e se afastou da parede, puxando a


camisa sobre a cabeça.

—Eu acho que vou mantê-la desse jeito. Dessa forma eu


posso dormir sem ter que manter um olho aberto.

—Ian, eu prometo.

—E eu prometo amordaçá-la se você não parar de falar.


—Deus, você é um bastardo. — Ele a deixou louca. Ele
disse as coisas mais doces e depois a deixou amarrada como
um pedaço de carne em um gancho. E quem diabos tinha
ganchos em sua cabeceira?

Ele ficou só de boxers e então a cama se moveu quando


ele jogou seu corpo sobre ela.

—Você está com frio?

—Ian, estou amarrada. Eu não estou preocupada com o


frio. — Sua grande mão desceu em sua barriga, achatando
sobre ela possessivamente.

—Eu nunca tive uma mulher nessa cama.

—No entanto, você tem ganchos na cabeceira da cama.

Ele deitou sua cabeça em seus seios, abraçando como se


fossem travesseiros.

—Eu sou um otimista.

Ele era um bastardo e ela ainda o amava. E ela


definitivamente não estava com frio.

Com seus braços em torno dela, seu corpo aquecendo o


dela, ela achou estranhamente fácil adormecer.
—Que porra você fez com meus discos rígidos?

Por que ele não construiu esse quarto à prova de som?


Ian despertou com os sons estridentes de sua cunhada
fodendo com todos os planos que ele tinha cuidadosamente
planejado. Ele planejou acordar e entrar vagarosamente na
boceta de Charlie antes mesmo que ela conseguisse abrir os
olhos. Ele planejou começar a manhã muito melhor do que o
jeito que eles terminaram a noite.

—Mantenha a porra da voz baixa. — O comando baixo


de Simon saiu alto e claro.

—Será que eles têm que discutir na frente do nosso


quarto? — Charlie gemeu um pouco e se virou para ele. Ele a
libertou depois que ela adormeceu. Ele na verdade nunca teve
a intenção de deixá-la amarrada a noite toda. Isso teria feito
coisas terríveis para suas articulações e a teria deixado muito
rabugenta. Ela abriu os olhos sonolentos e deitou a cabeça
no peito dele.

Era simples enrolar seu braço ao redor dela, puxando-a


para perto. Ele odiava o fato de ela ter se referido ao quarto
como deles, porque soou tão certo, porra. Mas ele não ia mais
lutar. Lutar só o deixou miserável.
Então, ele estava tendo um caso. Com sua esposa. Ele
não ia olhar para trás no passado. Ia tratar de mantê-la viva
hoje.

—Eu juro por Deus, se você não me devolver meus


discos rígidos, eu vou arrancar as suas bolas.

—Eu adoraria ver você tentar, garotinha.

Charlie choramingou.

— Mestre, faz eles desaparecerem...

Ahh se ele pudesse. Ele lhe deu um aperto e rolou para


fora da cama, sem se preocupar com roupas. Se eles queriam
brigar bem do lado de fora do seu quarto, podiam lidar com o
fato de que ele tinha uma tora de madeira como ereção
matinal.

Ele escancarou a porta e Simon estava de pé sobre


Chelsea, com o rosto vermelho. Ian podia praticamente ver o
vapor saindo de suas orelhas.

—Vocês dois, calem a boca, porra. Onde está Damon?

Simon relaxou um pouco.

—Ele e Baz saíram cedo hoje de manhã. Eles vão nos


encontrar no escritório em poucas horas.

Pelo menos eles não foram obrigados a ficar ouvindo


Chelsea gritar por causa dos discos rígidos.

—Então por que diabos vocês dois estão do lado de fora


da minha porta, arruinando a minha manhã? Eu tive uma
porra de uma noite do caralho, com toda a matança e
enterrando corpos e ainda tendo que ouvir Alex entregar suas
bolas para Eve.

Chelsea se virou, seu rosto uma máscara de teimosia.

—Eu quero ver minha irmã.

Ian queria um monte de coisas que ele não ia conseguir.

—Quero transar com sua irmã, mas não posso, porque


vocês dois não conseguem ficar quietos o tempo suficiente
para eu cuidar das coisas.

Houve um risinho atrás dele e, em seguida, o braço de


Charlie apareceu em torno de sua cintura abraçando-o por
trás.

—Você não é nem um pouco discreto.

Sono parecia ter feito muito bem a sua sub. Ou talvez


fosse o fato de que ele parou com toda a babaquice de
vingança masculina. Ele meio que esperava acordar e ver que
ela tinha desaparecido, mas ao invés disso, ela estava
enroscada nele, com um sorriso em seu rosto.

—Discrição é inútil neste caso. Agora, no caso de sua


irmã, é muito provável que ela consiga ser morta se continuar
gritando sobre os discos rígidos.

—Eu quero eles de volta. — Chelsea não parecia estar


com o mesmo bom humor que sua irmã. Talvez Simon
devesse ter amarrado ela na cama.

—Não vai acontecer. Eu troquei eles pela liberdade da


sua irmã.

Chelsea bufou.
—Besteira. Eu poderia ter nos tirado disso. Charlotte,
você não pode acreditar nesse imbecil. Ele é um deles.

Ele esperou pela defesa profundamente detalhada de


Charlie, mas ela apenas colocou a cabeça contra as costas
dele e suspirou.

—Não ele não é.

Breve. Curto e direto ao ponto. Ele gostou disso.

—Charlotte, você não pode deixar ele fazer isso com


você, — sua irmã exigiu. Seu rosto se contorcendo em uma
pequena careta de desgosto. —Você não pode esconder essa
coisa?

Seu pau era como uma barraca armada em suas boxers,


cutucando seu caminho através da abertura.

—Eu disse para você como eu ia fazê-lo ir embora, mas


você continua aqui. — Charlie riu atrás dele, o som saindo de
sua boca ressoando em sua pele, só fazia o seu pau ficar
mais duro. —Além disso, me parece que Simon também tem
sua própria tora e não vejo você reclamando disso.

Simon corou.

—Deus, Taggart, você é um bastardo porra. É o meu


mais profundo prazer te informar que foder sua esposa vai ter
que esperar. Liam está a caminho. Ele capturou um russo e
conseguiu não o matar, por isso estamos trazendo ele para a
sala de interrogatório em cinco.

Foda-se. Ele realmente não ia conseguir transar com a


sua esposa. Maldição. Seu dia já estava indo para o inferno.
—Tudo bem.

—Você tem uma sala de interrogatório? — Charlie


perguntou, com a voz soando incrédula.

—E todo mundo não tem uma? — Ele não ia se


desculpar por ter uma casa adequada. Masmorra? Confere.
Sala de interrogatório? Confere. E ela nem sabia ainda que
ele transformou o galpão na parte de trás em uma cela de
detenção. Agora que ele pensava sobre isso, ele realmente fez
dessa casa um lar. Ele só precisava de Charlie para escolher
merda como cortinas. Será que deveria colocar cortinas na
cela de detenção?

—Eu vou levar esta para fora de suas mãos. — Simon


colocou sua enorme mão no cotovelo de Chelsea.

Ela se afastou dele.

—Não ache que isso acabou. Charlotte, eu não me


importo o quão bom ele é na cama. Você não pode deixar ele
destruir o nosso futuro.

—O futuro em que você chantageia funcionários de alto


escalão? — Charlie perguntou, finalmente mostrando alguma
irritação. —Aquele onde eu vou ter que render porque você
não pôde se manter afastada? Apenas me diga que você não
hackeou o MSS. Eu acho que nem mesmo Ian pode conseguir
um acordo com os chineses.

Sua irmã corou.


—Não, eu fiquei longe deles. Você tem que entender que
esses altos funcionários merecem. Se você soubesse o tipo de
coisas que eles fazem, Charlotte.

—Eu não tenho que saber, — Charlie atirou de volta. —


Pare com essa merda agora. Estamos fora do negócio da
informação. Se Ian resolver tudo, nós vamos manter os
nossos narizes de fora.

Chelsea bufou saindo irritada, parecendo uma criança


que teve seu brinquedo favorito tomado. Simon seguiu atrás
dela.

Ian se virou e abraçou Charlie, seu pênis na sua


barriga, a intimidade fácil e reconfortante.

—Então você está a bordo agora?

Ela virou o rosto para cima. Deus, ele amava como ela
era linda sem um pingo de maquiagem. —Você está certo.
Pelo menos metade das pessoas que procuram por mim vai
desaparecer se nós desistirmos do negócio, mas Ian, você tem
que saber que meu tio não vai parar. Eu não posso me
esconder aqui para sempre.

Ele não tinha a mínima ideia do que ele faria com ela se
pudesse ficar. Ainda havia muito entre eles, tanto que ele
ainda não podia confiar nela. Mesmo assim, ele não queria
mais lutar. Ele a abraçou.

—Nós vamos resolver isso com o tempo. Agora vá tomar


um banho e depois lide com a senhorita carrancuda. Ela e
Simon seriam muito mais felizes se eles simplesmente
superassem isso e fodessem.
—Essa é a sua solução para tudo.

Era a sua solução para o seu enorme pau duro. Agora


que ele estava meio que feito com a coisa de empurrar ela
para longe, ele realmente deveria ser capaz de foder sua
esposa. Ele tinha cinco anos do caralho para compensar. Ele
pressionou seu pênis contra ela, suas mãos encontrando seu
cabelo.

—É uma solução muito boa.

Ele queria beijá-la. Queria abraçá-la ainda e explorar


sua boca preguiçosamente. Eles poderiam começar a manhã
da forma certa. Seus lábios pairaram por cima dos dela.

—Ian! — Ele escutou a voz de Liam. —Eu peguei um


peixe gordo.

Houve uma enxurrada de palavrões russos e Charlie


enrijeceu.

Porra. Ele a puxou para perto, esquecendo sobre seu


estúpido e necessitado pau. —Vai ficar tudo bem, baby. Eu
vou lidar com esse filho da puta.

—Você vai matá-lo? — Não havia um pingo de


julgamento na sua pergunta, apenas simples curiosidade.

Ele pensou sobre isso, mas realmente não queria


enterrar o cara no seu quintal e o de Alex já estava cheio,
então ele ia fazer outro acordo.

—Li vai segurá-lo aqui até que a Agência possa pegá-lo.


Eles vão levá-lo junto com os arquivos e então está fora de
nossas mãos. Eu realmente só tenho algumas horas para
falar com ele, então vá se limpar, nós temos que estar no
escritório ao meio-dia.

Ela assentiu e apertou ele mais uma vez.

—Tudo bem, Ian. Vou tomar conta da Chelsea e


certificar de que ela não entre em mais problemas.

Ele olhou para ela.

—Você está realmente indo tomar um banho? Eu


esperava uma luta.

Ela balançou a cabeça.

—Não. Você cuida dos assassinos imbecis e eu vou ficar


bonita. —Ela ficou séria. —Eu confio em você, Ian. Eu cometi
um erro na primeira vez, mas não vou fazer isso novamente.
Eu te amo. Estou entregando esse problema para você. Por
favor, conserte isso para mim.

Deus, ela não podia imaginar o que isso fazia com ele.

Fazia ele querer envolvê-la e, porra, não deixar o mundo


tocá-la novamente.

Fazia ele querer ficar entre ela e qualquer coisa que


viesse em sua direção.

—Eu vou, baby.

Ela se afastou e depois de um momento, ele ouviu o


chuveiro ligado.

—Ei, eu tenho o filho da puta na sala de interrogatório.


— Li franziu a testa. —O que você vai fazer, companheiro?
Você vai ameaçá-lo com o seu pau? Você deve colocar essa
coisa a distância. Você vai me assustar com isso.

Ele empurrou Liam para fora e foi vestir suas calças.

Dez minutos depois, ele olhava para Yuri Zhukov, que


parecia um pouco pior do que deveria.

—O que você fez com ele? Ou o nariz dele sempre esteve


‘a três polegadas a partir do meio do seu rosto?

Li sorriu.

—Nah, isso foi Karina. Ele tentou apalpar ela e ela o


colocou em seu lugar. Eu gosto dela, ela é uma cadela louca.
Mas, eu acho que ela trapaceia nas cartas. Ela quebrou uma
unha e disse que isso vai te custar um extra.

Ótimo. Agora, ele estava pagando por manicure. Ele


olhou para o espelho. Alex e Eve estavam por trás do espelho,
observando tudo o que acontecia. Eve iria traçar o perfil do
homem, conversando com Liam através de um dispositivo
Bluetooth.

—Ele disse alguma coisa no carro?

—Além de ‘Por favor, não me tranque no porta-malas’ —


e — ‘Não me mate’? Algumas coisas em russo, mas a grande
notícia é que eu não falo nada de russo. É muito mais fácil
sequestrar pessoas quando você não fala a língua deles. Todo
o choro se torna um ruído de fundo.

Liam estava falando um monte de merda, tentando


irritar o russo. Isso tudo porque o homem que ele estava
descrevendo não era o mesmo sentado na sala de
interrogatório. Zhukov estava mortalmente silencioso, seu
rosto era uma máscara de escuridão.

E ele com toda a maldita certeza falava inglês. Todos no


sindicato faziam. É claro, a boa notícia era que Ian falava
russo.

—Dobroye utro, — Era —bom dia— em russo.

Uma sobrancelha negra subiu nos olhos do assassino.

—Ah, alguém que tem um cérebro dentro da cabeça.


Você deve ser Taggart. Meu chefe envia seus cumprimentos.

Seu chefe enviou algumas balas no seu caminho, mas


pelo menos eles não iam ter que conduzir a entrevista em
russo.

—Então, você vai deixar de lado esse ato de cara durão?

—Este não é um ato. Estive com sindicato por vinte


anos. Agora eu sou um homem morto.

Porque o sindicato não perdoa nem esquece. Mesmo se


Zhukov conseguisse fugir, eles iriam assumir que ele foi
desleal e iriam matá-lo.

—A Agência irá mantê-lo seguro do sindicato durante o


tempo que você estiver disposto a falar com eles.

—Sim, estou certo que a hospitalidade deles será


maravilhosa. Ouvi tantas coisas boas de nossos amigos do
Oriente Médio.

Oh, a Agência ia querer saber sobre aqueles amigos.


Mas Ian queria saber sobre os outros amigos.
Ele tirou uma foto de Eli Nelson. Foi tirada no ano
anterior, mas era tudo o que tinha. Nelson foi cuidadoso
desde Londres.

—Vamos ter uma conversa. Contanto que você seja


sincero, eu acho que você vai gostar da minha hospitalidade.
— Nem era preciso dizer que se não fosse, o oposto iria
acontecer. —Seu chefe está envolvido com este homem?

—Meu chefe está envolvido com muitas pessoas


interessantes. Ele é um homem de negócios.

—Ele é um criminoso. — Ian apontou para a imagem.


Não seria bom para ele mostrar que ia conseguir Denisovitch
também. —Mas o meu pessoal não costuma mexer com o seu
pessoal. Deixamos isso para os policiais. Eu estou
interessado neste homem.

Ele estudou a foto por um momento.

—Já ouvi falar desse homem. Ele trabalha para um


grupo que meu chefe está interessado.

—Um grupo? — Agora isso era novidade.

Zhukov riu.

—Ah, então o grande Taggart não sabe tudo. Eu sempre


pensei que era verdade. Você tem estado fora do jogo por
muito tempo. Mas, eu sou apenas ... como se diz? Eu sou
apenas uma abelha operária. Eu provavelmente não sei de
nada.

Ian encarou o homem.

Liam se inclinou, sussurrando em seu ouvido.


—Eve diz que ele está pronto para fazer um acordo.
Alguma coisa sobre linguagem corporal e estar no controle.
Eu não sei o que ela está falando. Eu acho que ele apenas
parece um imbecil.

—Passe-me a garrafa. — Se o Russo estava pronto para


cooperar, Ian estava pronto para ser mais hospitaleiro.

Liam passou-lhe uma garrafa de vodka e dois copos de


shot.

Os olhos do russo aumentaram.

—Você não é um bárbaro depois de tudo.

Ian derramou duas doses de bom tamanho. Não se


bebia sozinho na Rússia.

—Claro que não.

Zhukov olhou para a vodka. Suas mãos ainda estavam


amarradas na frente do seu corpo, mas Ian sabia que ele era
inteligente o suficiente para saber que não iria ser
desamarrado. Não, ele estava esperando pela segunda razão
que Ian estava bebendo esta manhã. Para provar que ele não
estava tentando matar o filho da puta.

Ian pegou seu copo. Um brinde era a maneira de iniciar


qualquer negociação importante.

—A sua saúde.

Porque se ele não tivesse algo bom, sua saúde estaria


em perigo.

Zhukov levantou o dele com as mãos amarradas.


—Sim, eu acho que nós dois poderíamos usar um brinde
para a saúde.

Eles brindaram e viraram suas doses.

—São oito da manhã. Como você pode beber vodka a


esta hora do dia? — Perguntou Liam com um leve
estremecimento.

Zhukov deu de ombros.

—Qualquer hora é hora de vodka.

Ian derramou outras duas doses.

—Então, você estava falando de um grupo.

—Eu estava? Talvez seja um grupo. Talvez não.

—Isso é interessante, porque apenas um momento


atrás, você parecia muito certo.

Ele tomou outra dose.

—Eu não estou no interior do sindicato.

Besteira.

—Você é o assassino top deles.

—Eu era o favorito da velha guarda.

—De Vladimir Denisovitch? — O pai de Charlie dirigia o


sindicato por muitos anos.

—Ele era como pai para mim. Mas quando seu irmão
assumiu, ele tinha seu próprio favorito.

Sim, Ian tinha provavelmente matado o seu ‘favorito’ na


noite anterior, mas ele não ia dizer isso a Zhukov.
—Assim, o novo guarda entrou e você foi colocado de
fora.

—Vocês americanos têm uma maneira colorida de dizer


as coisas. Sim, eu não era mais o favorito.

—No entanto, ele confiou em você para vir atrás de seu


alvo número um. — Não havia nenhuma dúvida em sua
cabeça que Mikhail Denisovitch estava obcecado em matar
sua sobrinha.

—Ele não me enviou sozinho. — Algo sobre o sorriso do


homem estava fora do lugar. Ian não precisava de Eve para
dizer que ele estava escondendo alguma coisa.

—Sim, ele enviou pelo menos três de vocês. Você se


importa de me dar um número real de quantos ele contratou
para este trabalho?

Houve um encolher de ombros do assassino antes de


responder.

—Mais do que três.

Ótimo. Isso dizia muito.

—Por que seu chefe quer matar sua sobrinha enquanto


ele é perfeitamente capaz de fazer negócios com o homem que
matou seu irmão?

Isso pareceu confundir o homem. Seus olhos se


apertaram um pouco e ele olhou de volta para a fotografia.

—Não. Charlotte matou seu pai.

Ian balançou a cabeça, batendo na imagem de Nelson.


—Este é o homem que matou Vladimir Denisovitch. Ele
trocou seus serviços como um assassino para incriminar
Charlotte. Ele então usou Denisovitch para cobrir as suas
próprias atividades criminosas com a Agência.

—Charlotte tentou contratar assassino para matar o pai,


mas ela não conseguiu encontrar um homem para o trabalho.
Nós descobrimos quem matou o patrão por causa deste
homem. Ele veio para Mikhail com documentos que Charlotte
lhe enviou provando que ela estava tentando contratá-lo.

—E ninguém nunca mentiu? — Porque Mikhail estava


tão pronto a acreditar em Nelson? —Acontece que Charlotte
estava comigo na manhã que Denisovitch foi morto.

Ela estava em seu apartamento em Londres e, em


seguida, estava morta.

—Não é um longo voo. São quatro horas a partir de


Sheremetyevo para Heathrow. Voo fácil de fazer quando se
quer matar um homem. Este homem nos ajudou de muitas
maneiras desde então. Eu acho que prefiro acreditar mais
num homem que ajuda do que numa prostituta.

Uma mão veio sobre seu ombro. Liam. Um lembrete


silencioso para manter a calma. Ele precisava disso, porque
ele realmente não gostava deste filho da puta tatuado
chamando sua esposa de prostituta. Ele era o único
autorizado a fazer isso. Mas precisava de informações deste
homem. Ele acalmou-se e a mão de Liam desapareceu, ele
encheu os copos de shot.
—Que tipo de trabalho ele faz para você? — Ian
perguntou.

—Você não gostaria de saber?

—Sim, eu gostaria e a Agência gostaria de saber


também. Você já foi afogado a seco? Eles dizem que é como se
afogar uma e outra vez. Justamente quando você pensa que
vai acabar e ter uma morte agradável, que é quando eles
deixam você respirar novamente. Apenas por alguns minutos.
Só para prepará-lo para outra rodada.

Liam riu um pouco.

—Eu ouvi algumas histórias sobre a Agência fritar as


bolas de um homem. Se não for muito cuidadoso com a
tocha, o fogo alastra todo para cima. Me conte algo. Como é a
sua rotina de preparação, boyo?

O queixo do homem apertou e as mãos se juntaram de


repente como se ele finalmente compreendesse que isso não
seria uma tarefa simples em uma prisão americana
confortável.

—Ele nos ajuda com o trabalho nos canos.

Que porra é essa?

—Você está falando sobre o que está acontecendo no


Samara Oblast?

—Você não sabe. Eu pensei que você saberia. — De


repente, ele parecia um homem que talvez conseguisse
manter as bolas em seu corpo.
—Diga-me o que Nelson está fazendo na Rússia. — Ian
tentou descobrir algo. O sindicato costumava governar a
Rússia. A última coisa que ouvi foi que Ian Nelson estava
ajustando-se como um traficante de armas. Ele estava
comprando armas antigas do sindicato e revendendo na
África e no Oriente Médio? O que isso tem a ver com canos?

—Eu não penso assim. Eu acho que vou manter esta


informação para a Agência ou quem quer que vá aparecer
para mim. Se dou esta informação para você, não vou ter
mais nada para negociar. —Ele sorriu um pouco, mostrando
os dentes irregulares. —Estou surpreso que você não saiba
disso. Eu achei que a prostituta contaria ao seu amante.

—Ian, — Li começou.

Mas Ian estava um pouco cansado de escutar esse


fodido e ele tinha certeza absoluta de que esta conversa
estava encerrada. Se estivesse no lugar do homem, não iria
desistir da Intel para ninguém, exceto a pessoa no poder. Ian
se inclinou, tentando manter as mãos sobre a mesa, em vez
de enrolada em torno da garganta do homem.

—Você quer me explicar de quem você está falando?

Uma risada sem humor saiu do assassino e ele apontou


para a imagem de Nelson.

—Eu falo de sua esposa prostituta. Ela conhece bem


este homem. Muito bem.

—Sim, ela faz, porque ela o contratou, — Ian insistiu.


Ele realmente não gostou da insinuação de que o homem
estava fazendo.
—Você tem meu computador. Talvez você deva verificá-
lo. Todos nós recebemos o arquivo da prostituta. Eu a chamo
assim porque todo mundo no sindicato sabe como ela
conseguiu permanecer viva por tanto tempo. Ela fode com
qualquer coisa que vê pela frente. Charlotte Denisovitch é
chamada de Moscou Mare (égua de Moscou), porque muitos
de nós já montaram ela.

Ian viu vermelho. Puro vermelho-sangue encheu seu


cérebro, sua visão era uma versão totalmente vermelha. Seu
sangue bombeava através de seu sistema, num ritmo
violento. Foi realmente engraçado. Ele nem sequer lembrava
de ir por cima da mesa. Um minuto seu cérebro estava
tentando processar o que o homem disse e no próximo Alex
estava puxando-o, gritando para parar porque ele tinha
Zhukov no chão, sua cadeira jogada para trás e a mesa foi
virada. De alguma forma ele foi a causa de todo esse caos,
mas isso não importava agora. Ele tinha um trabalho a fazer
para o mundo, e ele se sentia bem em fazê-lo.

—Ian, você está matando ele, — Alex gritou. —Você tem


que parar.

Mas Ian não queria parar, não quando o filho da puta


acabou de começar a ficar azul e seus olhos começaram a
inchar. Não era hora de parar ainda. Ele apertou um pouco
mais forte. Garganta do idiota era grossa, mas Ian ia lidar
com isso facilmente. Suas mãos eram grandes o suficiente
para fazer o trabalho.
—Ian, pare. — Liam estava entrando em ação, tentando
puxar sua mão direita para trás.

—Ian, precisamos dele vivo. — Alex estava em seu braço


esquerdo.

Nenhum dos homens estava conseguindo algum


progresso. Eles realmente não precisavam deste idiota. De
acordo com ele, haviam vários outros e Ian não se importava
com quem dava a informação. Ele não se importava em matar
esse filho da puta. Apertou um pouco mais forte e conseguiu
manejar para pôr o joelho na virilha do cara.

Uma imagem de Charlie debaixo deste saco de merda


queimava em seu cérebro. Ele não podia lidar com isso. Ele
não conseguia ser racional sobre esse assunto. Ele não se
importava mais sobre a operação ou com o acordo ou com
qualquer outra coisa a não ser matar o homem que poderia
ter violado sua esposa.

—Ian, ele estava mentindo. — Eve era a voz mais calma


do mundo. Ajoelhou-se, com o rosto ficando à vista. —Por
favor, fale comigo sobre isso porque acredito que ele estava
mentindo tentando colocar você em uma posição ruim.

Ian mostrou os dentes, olhou para baixo, onde o homem


estava lutando fracamente agora.

—Quem está numa posição ruim?

—O que está acontecendo? — Outra voz, finalmente


puxando ele para fora da zona de matança. —Ian?
Ele deixou cair Zhukov e se virou para Charlie. Ela
estava usando as mesmas roupas de ontem, mas seu cabelo
estava úmido do banho. Ela não usava maquiagem e parecia
jovem e vulnerável.

Mas era isso que ela queria, certo? Um bom agente


sabia como deveria parecer. Charlie parecia como uma doce
sub, inocente, que precisava de um Dom para protegê-la,
amá-la.

Porra. Ele não queria estar aqui. Ele não queria pensar
sobre isso. Ele não podia falar com ela agora.

—Prepare-se. Temos de ir para o escritório. —Ele


começou a se afastar.

—Ian, o que ele disse? — Sua mão subiu para impedi-lo.

Ele deu um passo para trás. Ele não podia tocá-la agora.
Sua cabeça estava confusa. Tudo o que ele via era sua esposa
envolta em torno de Eli Nelson. Será que ela deitou na cama
com o filho da puta, planejando como derrubar ele? Será que
ela derramou toda a sua doçura ao homem e, em seguida, se
atirou na cama de Ian?

—Isso não importa. Prepare-se.

—Tem importância. — Os olhos dela se encheram de


lágrimas. Ela começou a caminhar em direção a ele, mas
Liam apareceu, puxando-a para trás.

—Dê-lhe um pouco de espaço, querida. Ele não pode


falar agora. Ele precisa ir se acalmar antes de falar outra
palavra com você. —As palavras saíram da boca de Liam
como um aviso, um que Ian definitivamente iria dar ouvidos.

—Li, você tem o computador deste idiota? — Ele disse


que havia um arquivo de Charlie. Ian queria ler essa porra de
arquivo.

Charlie estava olhando para ele, o rosto pálido, mas ela


deixou Liam puxá-la de volta.

—Sim. Adam já tem isso. Chefe, eu acho que não


deveríamos tirar conclusões precipitadas, — Li disse

—Eu quero esses arquivos prontos para mim na hora


que eu chegar ao escritório. — Ele se afastou, quase correndo
para o seu quarto, onde fechou a porta e tentou tirar a
imagem da cabeça.

Charlie olhou para trás na sala de interrogatório, seu


coração doendo.

—O que ele disse?

Liam sacudiu a cabeça.

—Você tem que falar com Ian sobre isso.

Ele não ia ser útil. Charlie olhou para a outra mulher na


sala.

—Eve, por favor.

Alex estava puxando Zhukov, forçando-o a ficar de pé. O


assassino, por sua vez, só tentava respirar.
—Charlotte, você só precisa dar a Ian alguns minutos,
ok? Ele virá a seus sentidos.

Sobre o que ele precisava vir a seus sentidos? Ele estava


pronto para matar Zhukov. Ela não culpava Ian por isso. O
assassino foi um dos braços direitos de seu pai, um
assassino silencioso com olhos maus. Ela sempre foi
cuidadosa em ficar longe dele.

Eve deu um passo adiante.

—Por que não vamos preparar um café da manhã?


Talvez isso melhore o humor dos homens.

—Por favor, me diga o que ele disse, — Charlie


perguntou, odiando o tom de mendicância em sua voz. Ian
era um profissional. Ian era calmo e frio quando estava
trabalhando. A Agência queria falar com Zhukov então Ian
iria se certificar de que teriam essa chance. Só que ele esteve
prestes a matar o homem, o que significava que Zhukov disse
ou fez algo tão vil que empurrou Ian fora do seu gelado
comportamento profissional.

—Eu disse a ele como você fodeu todos os homens no


sindicato, cadela. Eu disse a ele o quanto todos nós amamos
te comer. —A voz de Zhukov estava rouca, arranhada, mas
não escondia o tom de malicia nela.

Ela engasgou, a enormidade do que ele falou batendo


nela de uma vez.

Ian acreditou nele. Não havia outra explicação para ele


ter tentado matar o homem ou olhar para ela como se tivesse
algo contagioso. Ele acreditou em Zhukov, um homem que
nunca falou mais de dez palavras para ela antes de hoje. Ian
acreditava que ela dormiu com ele.

E ... oh, Deus, ele pensou que ela se prostituiu para o


sindicato.

Eve pegou sua mão.

—Eu disse a ele que achei que Zhukov estava mentindo.

—Ele não acreditou em você, cadela, — Zhukov


engasgou. —Ele sabe a verdade agora. Talvez ele faça o meu
trabalho para mim e mate a prostituta.

—Tire-o daqui, Alex, antes que eu termine o trabalho


para Ian, — disse Liam, pegando sua mão e puxando-a para
trás. —Eu vou fazer o que o chefe deveria ter feito. Vou cuidar
dela.

Ele a puxou para fora da linha de fogo, indo em direção


à cozinha. Charlie seguia, se sentindo como um zumbi. Suas
pernas se moviam, ela ainda estava respirando, mas se sentia
morta por dentro.

Liam deixou cair o braço quando chegaram à cozinha.


Ele suspirou e passou a mão pelo cabelo antes de ir para a
cafeteira. Encheu uma caneca e colocou sobre a mesa
enorme.

—Sente-se e beba um pouco de café, amor. Isso vai fazer


você se sentir melhor.

Ela sentou-se e colocou as mãos em torno da caneca,


aquecendo sua pele. Ela não percebeu o quão fria ela ficou.
—Você não sabe como foi lá dentro, então tire isso fora
de sua cabeça. Ian é um homem inteligente. Ele vai descobrir
isso. —O irlandês sentou-se em frente a ela, com a boca
franzida.

—Parece que ele já descobriu. — Ela se sentia oca por


dentro. Por um momento ela achou que eles estavam bem.
Apenas por muito pouco tempo. Enquanto ela estava no
chuveiro, ficou se perguntando como eles iriam fazer isso
funcionar.

—Ele está sendo um idiota ciumento. Mas você tem que


lhe dar uma folga. O homem nunca esteve apaixonado antes.

—Eu dormi com dois homens antes de Ian e nenhum


desde então. — As palavras saíram como se ela tivesse que se
defender, mas isso não importava. —Eu pensei que eu estava
apaixonada por um deles. Ele riu de mim depois que dei a ele
minha virgindade. Ele apostou que podia foder a filha do
patrão. Eu estava procurando por consolo com o outro. Eu
não encontrei. E eu com certeza nunca toquei Zhukov.

—E Nelson?

Ela fechou os olhos. Claro que isso ia para lá.

—Nunca, mas isso não importa agora.

Liam observou-a com cuidado, como se procurasse


qualquer coisa no rosto dela que mostrasse que ela estava
mentindo.

—Ele parecia pensar que tinha algum tipo de evidência.


—Ele tem que ser medicado. Eu não dormi com Nelson,
não escrevi cartas de amor para ele ou qualquer coisa do
gênero. Eu usei o homem para salvar a minha irmã. Isso foi
tudo. — Ela usou Nelson e então roubou dinheiro dele.

Porra, o que que ela ia fazer agora?

O celular de Liam tocou. Ele olhou para a tela.

—É Avery, eu tenho que atender. Ela está tendo alguém


olhando seu carro hoje. Obrigado por ajudá-la na noite
passada.

Então é por isso que ele estava sendo gentil com ela.
Charlie assentiu enquanto sua irmã entrou e Liam saiu.
Deus, a última coisa que ela precisava era um ‘eu avisei’ de
sua irmã. Ela olhou para o café, tentando não pensar sobre a
maneira como Ian olhou para ela.

Chelsea bateu a mão na mesa.

—Você não pode fazer isso, Charlotte. Precisamos sair


daqui agora. Você acredita de verdade que eles não vão se
livrar da gente depois que terminarem?

Charlie olhou para cima e sua irmã tinha uma sombra.


Simon se encostou no batente da porta, como um guarda
deixando elas saberem que não iriam a lugar algum.

—Eu não sei, — Charlie respondeu.

Sua irmã deslizou na cadeira ao lado dela.

—O que quer dizer como você não sabe? Eu pensei que


tudo estava às mil maravilhas entre você e aquele homem.

Sua irmã não gostava de Ian. Isso estava claro.


—Ele acha que eu dormi com Zhukov.

A mandíbula de Chelsea caiu.

—Eca, isso é horrível. Ele é como quinhentos anos mais


velho do que você.

—E Eli Nelson.

Houve um ‘foda-se’ baixo vindo da porta que deixou


Charlie saber que os ouvidos de Simon funcionavam bem.

Chelsea franziu a testa em sua direção.

—Vá embora, seu pervertido. — Ela pegou a mão de


Charlie. —Ele nunca vai confiar em você novamente. Você
não consegue ver isso? Ele não é o tipo de homem que
perdoa. Meu Deus, ele prefere acreditar em um assassino do
que em você.

—Ou ele precisa de um tempo para pensar sobre isso, —


Simon interrompeu. —Será que você considerou isso? Você
voltou para sua vida não tem dois dias e você espera que ele
acompanhe tudo? E você não pode lhe dar cinco malditos
segundos para ele recuperar o fôlego, pode?

Simon tinha um ponto. E Chelsea também tinha. Um


era tudo sobre razão e lógica e o outro era necessário ter um
pouco de fé. Fé em Ian. Fé no fato de que ela o amava.

—Que tipo de evidência Zhukov poderia ter de mim? —


Charlie perguntou. —Ian falou comigo algo sobre um
computador e um arquivo.

Confusão atravessou o rosto da irmã.

—Eu não sei.


—Você sabe tudo, Chelsea.

—Eu não sei isso. — Ela cruzou os braços numa pose


teimosa. —Eu só sei que você vai nos matar. Por que você
está fazendo isso? Não pode ver que isso não vale as nossas
vidas? Não vale o nosso negócio.

Isto era parte do problema.

—Não era para ser um negócio, Chelsea. Era para ser


uma maneira de permanecermos vivas. Era para servir de
proteção, mas você foi muito longe. Você foi a lugares que
podem custar mais do que nossas vidas.

—Eu fiz isso para nós. Informação é poder. Nós


decidimos isso há muito tempo atrás. Se não pudéssemos
sair deste mundo, então nós iriamos destruí-lo. Eu descobri
como fazer isso, Charlotte. Precisávamos ter poder para
estarmos seguras.

—Nós nunca estivemos seguras. — Exceto que ela se


sentiu segura na noite passada. Mesmo esta manhã, ela se
sentiu segura andando para longe de um problema e
deixando tudo nas mãos de Ian.

—Estávamos muito mais malditamente seguras do que


estamos agora. Agora não temos nada e é tudo porque você
não pode manter-se em suas calças.

Ela olhou para sua irmã. Quando ela se tornou o vilão?


Ela desistiu de Ian por causa da Chelsea. Ela fez o seu dever.
—Essa é a maneira que você fala com a sua irmã? —
Simon disse, franzindo a testa para Chelsea. —É dessa
maneira que você fala com a irmã que se sacrificou por você?

—Fique fora disso, Weston, — Chelsea atirou de volta. —


Você não sabe nada.

Simon não ia desistir.

—Eu sei o suficiente para ver uma criança mimada na


minha frente. A princípio pensei que você estava com medo e
em fuga e que você provavelmente precisava de alguém para
protegê-la, mas isso não é a sua história.

Chelsea suspirou.

—Não, isso não é a minha história. Eu sou uma mulher


poderosa.

—Não, você é uma maldita pirralha medrosa que está


disposta a enviar a única pessoa que já te amou para uma
câmara de tortura, se isso significa manter o seu precioso
poder. Conheço homens como você. Eles são frios por dentro.
Eles estão mortos. Algo desconectou e eles não podem mais
criar ligações, então, eles tratam as pessoas ao seu redor
como peças de xadrez e eles não choram quando seus peões
morrem. Eles simplesmente encontram outros.

Chelsea ruborizou, seus punhos descendo sobre a mesa.

—Minha irmã não é uma peça de xadrez.

—Você está tratando-a como uma, — Simon disse. —


Você se esconde atrás dela. Você a deixa levar a culpa pelas
coisas que você faz e não conta tudo para ela, não é? Porque
você é mais esperta do que ela, você sabe mais. Ela é apenas
uma mulher, mas você é algo mais. Ninguém pode tocar em
você. Não de verdade. Você deixou quem lhe deu essas
cicatrizes ganhar. Você deixou ele te transformar em um
monstro.

Sua irmã deu um tapa no rosto bonito de Simon, mas o


britânico não mexeu uma polegada.

—Vá embora. Não vou pedir de novo.

—E eu não vou deixar você sozinha. Eu acho que eu


meio que gosto da sua irmã e eu devo ao meu chefe o mundo,
então eu vou proteger a sua mulher quando ele não pode.
Diga a ela a verdade. Conte a ela sobre suas conexões com
Nelson. Você não parou de falar com ele, não é?

Charlie sentiu a ferroada da traição quando Chelsea


ficou totalmente branca.

E não disse nada.

Simon sorriu, sem humor nenhum.

—Fazia sentido. Uma vez que eu comecei a olhar para


The Broker eu sabia que era você e não Charlotte. Charlotte
fez coisas estúpidas como parar planos terroristas e doar um
milhão de dólares para abrigos de animais. E isso era o que
você queria que ela acreditasse que era o ‘negócio’.

—Os malditos poodles não iam nos proteger, — Chelsea


gritou.
—Então você contatou Nelson porque ele sabia sobre o
negócio e você queria entrar. Diga-me, você entrou em
contato com ele como se fosse a Charlotte?

—Chelsea? — Ela esperou sua irmã dizer que não era


verdade. Não podia ser verdade. Ela não poderia ter
trabalhado com Nelson.

Um longo momento passou.

—Ele não queria falar comigo. Ele sempre teve uma


coisa por Charlotte. Ela nunca reparou. Se ela não tivesse
apaixonada por esse Neanderthal, Nelson teria nos protegido.
Ele tinha poder.

—O que você fez? — Pelo menos ela saberia que tipo de


evidências Ian encontraria dela.

Chelsea deu um passo atrás.

—Eu estava apenas fazendo perguntas. Charlotte, acho


que ele é mais do que parece. Acho que ele está ligado a
algumas pessoas muito importantes. Eu comecei a ver
padrões que não fazem sentido para mim e eles vêm e voltam
para ele. Se eu pudesse conseguir alguma coisa sobre ele, se
eu conseguir fazê-lo trabalhar para nós novamente, talvez
nós pudéssemos descobrir o que está acontecendo e, em
seguida, estaríamos com tanto poder.

Sua irmã esteve muito mais fundo do que Charlie


imaginou e a arrastou junto. Tudo o que ela sacrificou foi
sem sentido, porque sua irmã acabou de garantir que ela
nunca poderia ser salva aos olhos de Ian. E ela as colocou em
uma situação onde Charlie não poderia começar uma nova
vida.

—Você é muito parecida com o seu pai, — Simon disse.

Chelsea parou, seu corpo endureceu.

—Eu não sou nada como ele.

—Você arruinou a vida da sua irmã para ter mais poder


e dinheiro. Eu diria que você herdou muito dele. Você já
pensou em assumir o sindicato?

—Eu não sou nada como ele. — Chelsea disse em uma


voz quase incrédula. Se virou e foi embora.

E Simon ficou.

—Eu pensei que você tinha que ficar de olho nela. —


Charlie queria ficar sozinha, para deixar o vazio se instalar.
Ela perdeu Ian. Ele iria acreditar no que ele queria acreditar.
Iria acreditar em qualquer coisa que permitisse ele voltar
para sua concha confortável e nunca mais sair. Ela perdeu
Chelsea também. Charlie acabou com ela. Isto era culpa dela.
Ela deveria ter insistido para sua irmã ir para a escola, mas
ela estava tão sozinha.

—Ela não precisa ser vigiada. Eu pensei por um minuto


que ela precisava, mas aquela ali vai sempre cuidar de si
mesma. Você, por outro lado, precisa de alguém que cuide de
você, amor. — Simon foi até o armário, tirou uma panela,
encheu com água e pôs no fogão para aquecer. —Ian deveria
estar aqui, mas ele precisa de um minuto ou dois.

—Eu acho que acabou, Simon. — Tudo estava acabado.


—De modo nenhum. Um homem não quase mata outro
homem por causa de uma mulher que ele não ama.

—E por causa de uma mulher que o traiu?

—Ele está sendo uma rainha do drama sobre isso. Eu o


vi na noite passada. Oh, ele parecia muito calmo e
profissional, mas ele estava desesperado para tirar você da
situação com MI6. Se ele quisesse vingança, você estaria na
Europa ou a caminho para o Egito ou para os Emirados
Árabes no momento. Ele quer você. Você apenas tem que ter
certeza que ele não se esqueça disso.

—Eu acho que já tentei tudo.

—Que tal simplesmente ficar? — Perguntou Simon. —


Que tal apenas dar a ele um pouco de tempo? Apenas sentar
aqui ficar bonita e vulnerável e não jogar merda para ele.
Garanto que ele vai chegar às conclusões certas.

—E quais seriam?

—Que você não é capaz de dormir com os mesmos


homens que quebraram a sua irmã. Você é mais que isso,
amor. Você é totalmente diferente dela. Eu fiquei acordado
até tarde na noite passada olhando todos os seus registros.
Sim, você pegou o dinheiro de alguns bastardos corruptos,
mas também doou esse dinheiro para grupos de mulheres e
agências de proteção à criança. Você é uma guerreira,
Charlotte. Você é uma protetora. Você é tudo que ele precisa
de uma parceira.

Ela balançou a cabeça.


—Eu o trai. Chelsea está certa. Ele não consegue me
perdoar.

—Então ele é um idiota e você segue em frente. Você fez


o que tinha que fazer para proteger a sua irmã. Ela era sua
responsabilidade.

—Sim, parece que eu fodi com isso também.

—Não. Ela é a única que escolheu seu caminho. Ela


deveria ter seguido o seu exemplo. Ela é ... uma mulher
muito interessante, mas no final, é ela quem foi quebrada e
foi isso que fez ela fria. Não foi você. Perdoe-se e siga em
frente. Perdoe-se também por Ian e você pode ter uma chance
de fazer isso funcionar. — Simon levantou-se, tirou as rugas
de sua camisa. —Você pagou a sua penitência. Eu estou
trabalhando na minha. Vamos tomar uma xícara de chá,
certo? Minha mãe costumava dizer que o chá consegue
consertar quase tudo. Uma bala costuma corrigir o resto.

Ele fez toda a preparação do chá, mas Charlie apenas


olhava para fora da janela. Nada iria corrigir isso e ela não
tinha certeza do que ia fazer.

Ela olhou para o quintal que podia ter sido dela e


desejou ter feito escolhas diferentes.
Ian olhou para a prova na frente dele, uma série de e-
mails de sua linda noiva para Eli Nelson. Leu três vezes desde
que entrou no escritório. Não havia nada nesses malditos e-
mails que mostrassem ela realmente. Eles foram escritos em
um tom chato, intelectual e que não mostrava nada da
natureza doce e sedutora de Charlie. Eles eram a
correspondência de um profissional para outro.

Simon colocou o copo sobre a mesa da sala de


conferências.

—Minha pergunta é, como é que estes assassinos


sabiam que a sua adorável esposa estaria na cidade? A não
ser que eles estivessem aqui vigiando ela e mesmo assim, eu
não sei como Denisovitch poderia ter certeza. Ela não voou
para chegar a Dallas.

—Não, — Adam respondeu, tomando o assento ao lado


de Jake. —Ela dirigiu e eu não consegui encontrar seu rosto
em qualquer uma das câmeras de tráfego entre aqui e a
Florida. Se eu não pude encontrar, duvido que eles
conseguissem. Alguém tem que ter um serviço de informações
muito bom. E ele não enviaria tantos homens sem uma
relativa certeza de onde o alvo estava.

A menos que o alvo estivesse conversando com seu ex-


amante. A menos que ela não fosse realmente o alvo. Essa
linha de laser vermelho não apareceu no peito de Charlie,
apareceu no seu peito. Será que Eli Nelson estava usando ela
para derruba-lo? Ele sabia muito bem que Charlie não
gostava de fazer seus próprios assassinatos.

Então, por que ela tirou o homem na noite passada?


Pense por um segundo. Teria sido fácil para ela deixar tudo
acontecer e não fazer nada. Talvez ele pegasse você. Talvez
você pegasse ele. Ela não permitiu isso acontecer.

Às vezes o pau dele era muito lógico.

—O homem que pegamos é Zhukov. Eu confirmei isso


com a Agência e com as informações que temos sobre ele, —
Jake disse.

Adam colocou o arquivo na mesa.

—Eu invadi a rede de computadores da imigração no


DFW12, passei pelo reconhecimento facial e consegui
encontrar os dois que tivemos que enterrar na noite passada.
A propósito, eu acho que desloquei um disco tentando
derrubar a vítima no chão. Eu estou preenchendo o relatório.
E eu ainda achei, pelo menos, dois outros assassinos
conhecidos que vieram para a cidade nas últimas vinte e
quatro horas. Você acha que eles conseguiram uma tarifa
mais barata para viagem em grupo?

Foda-se. Por que ele se levantou esta manhã?

12
Aeroporto Internacional de Dallas/Fort Worth
—A Agência levou Zhukov?

Ele não esperou. Veio direto para o escritório depois de


seu banho. Desde então, ele não deu mais do que um olhar
de relance na direção de Charlie, apesar de querer. Seus
olhos continuavam se desviando para o escritório de Phoebe,
onde ela estava sentada calmamente. Ela não argumentou.
Ela simplesmente o seguiu, seus braços e as pernas em
movimento, mas não em sua forma graciosa. Ela parecia uma
marionete e ele era o único puxando as cordas.

Deus, ela estava matando-o. Ele não tinha certeza do


quanto mais aguentaria.

—Sim, — disse Alex, com o rosto sério. —Depois de uma


longa discussão com os britânicos, um homem chamado Ten
o levou. Será que é algum tipo de codinome esquisito da CIA?
Como o Sr. Black?

Ian sentiu o mais ínfimo sorriso puxar seus lábios para


cima. Ele estava feliz por tirar Charlie de lá antes, em outro
caso Ten iria sobre ela e ele estrangularia seu segundo
homem no dia. E considerava Ten um amigo.

—Não, Ten não faz esses jogos. Ele é o que a Agência


gosta de chamar de Maverick. Tennessee Smith. Nascido e
criado no Sul. Ele é um cara bom.

E Ian nem sabia mais o que era isso.

—Ele é um idiota paquerador, — Alex atirou de volta.

Eve sorriu.
—Hey, às vezes uma garota precisa saber que ela ainda
tem isso. E ele não era nem atraente.

Mentirosa. Ten tinha 1,93 e cento e dez quilos de puro


músculo. Ele era conhecido por ser capaz de fazer uma
mulher lhe dizer qualquer coisa. Se Ian era o fodão duro,
então Ten era o amante. Ele deu um novo significado ao
termo —close cover13.

Houve uma batida na porta e Grace enfiou a cabeça.

—Eu tenho duas coisas. Em primeiro lugar, algumas


flores chegaram para você. Rosas amarelas, muito bonitas,
nenhum cartão.

Muito provável que fossem de Charlie. Ela já enviou


flores para ele antes.

—Eu não quero as flores. Você pode mantê-las, ou pode


dar para a Phoebe.

Dessa forma, Charlie iria receber a mensagem. Ele não


era o tipo de cara de corações e flores.

—Tudo bem, — Grace concordou. —E Damon Knight e


Basil Champion estão aqui para vê-lo. Eles disseram que você
prometeu para eles alguma coisa.

Ele assentiu. Ele prometeu algumas merdas


espetaculares para manter Charlie com ele e agora ele só
queria ficar longe dela.

13
Que seria tipo dar cobertura de perto, proteger de perto.
Knight entrou seguido por seu parceiro. Havia uma
expressão de desagrado no rosto do agente.

—Eu pensei que era suposto nós estarmos nesta


reunião.

—Eu achei que vocês estariam no caminho para DC. —


Ele estava contando com eles para seguir Zhukov.

—Você está sem sorte, companheiro, — Champion disse,


se jogando em uma cadeira. —Nós temos outro agente nisso.
E veja que divertido, fomos designados para trabalhar com
você.

Bem, se eles estavam trabalhando juntos, talvez os


britânicos tivessem alguma informação que ele não tinha.

—Zhukov estava falando sobre a possibilidade de Nelson


estar trabalhando para o sindicato. Você o rastreou,
conseguiu alguma coisa?

—Alguma coisa. — Knight tirou um tablet, seus dedos


encontraram os arquivos que ele precisava. Parecia que a MI6
finalmente encontrou a alta tecnologia. —Há relatos de um
homem que corresponde à descrição de Nelson viajando para
Novokuibyshevsk três vezes no último ano.

—Isso é em Samara Oblast. — Tinha um gasoduto de


bom tamanho lá.

Knight assentiu.

—Sim, é uma cidade situada na margem ocidental de


Volga. É uma cidade refinaria. Você já ouviu a palavra
Indeitsy?
Ian soltou um longo suspiro. Ele precisava de mais
merda da máfia russa em sua vida.

—É um termo da máfia. Significa índios. Eles usam para


se referir a uma organização que funciona como as que
faziam incursões no Velho Oeste.

—Não é um segredo que Indeitsy tem os seus dedos em


esquemas fraudulentos na indústria do petróleo, — Knight
disse.

—Eles não têm só os dedos nisso, — Baz interrompeu


rolando os olhos. —São eles que comandam a coisa toda,
então dê a eles o crédito, certo companheiro.

Jake sentou-se mais a frente, com o rosto sério.

—O que exatamente você quer dizer com esquemas


fraudulentos? Como funciona?

—Eles roubam petróleo, — Simon explicou. —Eles


literalmente acessam os dutos e roubam a merda. Eu sei
sobre isso por causa da minha família. Meu tio dirige a
Malone Oil e eles tiveram um monte de problemas na região.
Todas as empresas americanas tiveram. A máfia tem que ter
um homem infiltrado. Os oleodutos estão vigiados.

Baz encarou Simon.

—Sério? Então você está ligado a uma das maiores


empresas de petróleo do mundo? Eles não possuem uma sede
aqui?

Ian sabia sobre as ligações de Simon, sabia muito bem


que era uma das razões que ele quis vir para Dallas. Ele
tinha um tio, uma tia e dois primos em Fort Worth e eles
eram muito ricos. Mas ele não disse nada, permitindo Simon
compartilhar apenas o que ele queria.

—Sim. Eu não tentei esconder minhas ligações. Malones


e Westons estiveram conectados por anos. Passei alguns
verões aqui com os meus primos. Por que você pergunta? —
Simon olhou para Baz.

—Eu só achei interessante, — Baz respondeu.

—Podemos voltar ao assunto em questão? — Ian pediu.

—Então, alguém que trabalha para a companhia de


petróleo dá a dica para alguém da máfia, eles vêm, entram,
roubam o petróleo e saem. — Alex resumiu a situação muito
bem. —O que isso tem a ver com Nelson? Eu não consigo
imaginar ele trabalhando como um cortador de canos.

—Quem é o chefe de Indeitsy na região? — Ian sabia que


quem fosse iria voltar.

Knight virou o tablet.

—Um homem chamado Dusan Denisovitch. O filho de


Mikhail, de modo que faz dele primo de sua esposa. Ele deu o
território a Dusan alguns anos atrás.

A família de Charlie estava por toda a parte. Então,


Nelson esteve visitando regularmente a mesma região que
esse homem controlava. Coincidência? Não é provável.

—Então, podemos conectar Nelson a Mikhail com


certeza?
—Eu coloquei Mikhail Denisovitch em São Petersburgo.
— Adam estava com o olhar como se estivesse constipado, o
mesmo olhar que ele sempre tinha quando estava prestes a
dizer algo que ele não ia gostar.

—Cospe logo, Adam. — Não era como se ele tivesse de


socar Adam para ele dar as más notícias. Houve realmente
apenas uma vez. E Adam tinha totalmente socado de volta,
foi como cócegas.

Ele colocou uma foto na mesa. Estava granulada e foi


tirada de longe.

—Interpol mantém um olho em Denisovitch. Eu tenho


um amigo lá. Ele me enviou isso.

La estava Nelson, claro como o dia e ele estava com


Denisovitch no que parecia ser um parque com vista para um
rio. São Petersburgo. Ele reconheceu os edifícios barrocos e
canais da famosa cidade.

Ele olhou para a foto por um momento, sentindo um


ódio frio em seu estômago. Em todos os seus anos como um
agente, seus anos nos Boinas Verdes ele lutou com alguns
dos piores ditadores e terroristas que se possa imaginar e ele
nunca odiou ninguém. Ele matou com certeza, mas foi um
trabalho feito com a eficiência de um profissional. Mas com
Nelson, emoção entrou no caminho. Emoção e ego. E ele era
honesto o suficiente para admitir isso.

Ele tinha que pensar, em vez de reagir. Seu primeiro


instinto foi de entrar em um avião para a Rússia, rastrear
Denisovitch e estrangular o homem até que ele dissesse onde
Nelson estava. Ele estava pensando com emoção e não com
lógica. E foi assim, desde o momento que Charlie apareceu na
sua porta. Droga, talvez ele funcionasse com emoção em
relação a Eli Nelson por muito mais tempo do que isso. Ele
ainda se lembrava de assistir o filho da puta atirar em Sean,
enquanto Ian tentava chegar. Ele ainda podia ouvir o homem
insultando seu irmão, dizendo a Sean todos os segredos de
Ian.

E se lembrou de se sentir como se estivesse com


dezesseis anos tudo de novo.

—Cuide do seu irmão. — As últimas palavras que seu


pai disse a ele antes de sair de suas vidas. —Você cuide do
seu irmão e da sua mãe que eu não posso mais.

Sim. Ele não conseguia pensar logicamente neste


momento. Ele precisava esfriar a cabeça.

Ele olhou para a foto por um momento.

—Adam, eu preciso falar com toda a equipe. Liam não


está aqui, mas você pode trazer o resto deles para cá?
Incluindo a minha cunhada.

Isso afetava a Grace também. Ele não podia deixá-la


fora. Se ele ia colocar todo mundo em perigo, a fim de
descobrir a verdade, eles podiam querer dizer uma palavra.

Ele estava a uma longa distância da Agência, será que


Nelson estava contando com isso. Ele se perguntou se suas
conexões familiares iriam derrubá-lo.
Adam soltou um longo suspiro, verdadeiramente feliz
por não ter o seu traseiro chutado.

—Tudo bem então. — Ele se virou e saiu.

—Damon, podemos ter um momento? Este é um


assunto de família.

Baz fez uma careta.

—Nós fizemos um acordo.

Knight levantou-se, colocando uma mão no ombro de


seu parceiro para levantá-lo.

—Claro. Vamos esperar em seu escritório.

Baz continuou discutindo enquanto eles caminharam


para fora da sala.

Jesse entrou, olhando para os agentes briguentos.

—O que aconteceu com eles?

—Eles não gostam de ser deixados de fora. — Ian


respondeu.

—O que você está pensando, chefe? — Simon perguntou


com o seu sotaque.

Ele estava pensando que era hora de terminar tudo,


derrubar Nelson e descobrir o que ele faria com sua esposa.
—Eu estou perguntando por que nós conseguimos isso. Da
última vez que ele apareceu, foi tudo um esforço coordenado
para nos levar exatamente onde ele queria.

Haviam outras duas fotos que Adam deixou sobre a


mesa, e Jesse pegou uma e ficou olhando.
—Este não é aquele mané14 desonesto?

Deus, ele precisava que os novos funcionários


passassem por um teste para certificar que não soassem
como idiotas quando falavam.

—Nós preferimos usar o termo operador desonesto,


embora ele tenha sido repudiado por agora. Agora ele é
apenas um traidor.

—Ele está saindo com Kris o ... tio de Charlotte? O mané


da máfia? — Jesse deu um pequeno uivo quando Simon deu
lhe um tapa na cabeça. Foi um movimento que Ian
aperfeiçoou em Adam. Ele sabia que havia uma razão para
ele gostar do Britânico.

—Eu vou te bater cada vez que você soar como um


surfista chapado, — Simon falou lentamente. —Você não está
mais no Exército. Você precisa soar como se tivesse um
cérebro em sua cabeça. Você não está aqui simplesmente
para seguir comandos. Você tem que pensar por você mesmo.

Jesse franziu a testa para seu mentor e esfregou a parte


de trás da sua cabeça.

—Eu preciso aprender a me esquivar melhor porque


isso se parece como uma outra versão do Exército. Então, o
seu inimigo está ficando amigo do inimigo da Charlotte?

—Eles querem que eu pense assim.— Mas o cérebro de


Ian estava trabalhando. Algo não estava batendo e ele não

14
Aqui ele fala dude a tradução seria cara, mas para dar mais ênfase coloquei mané.
sabia qual caminho seguir. Ele poderia seguir a rota que o
levou para a estrada da lógica, ou ele poderia ... encontrar
uma outra maneira.

—O mané... hum..., o cavalheiro da máfia russa e o


operador traidor desonesto? — Jesse perguntou.

—Preste atenção, companheiro. Ele despistou os dois e


está de volta para ter certeza que a esposa dele não o está
passando para trás. — Simon resumiu o que estava passando
pela sua cabeça. —É muita coincidência ela aparecer e, de
repente, Nelson estar confraternizando com a família dela. Se
isso for, realmente, coincidência.

—A menos que ele estivesse mantendo um olho nela e


agora ela está visível, — Jesse argumentou. —Eu realmente
estou achando difícil acreditar que ela trabalharia por cinco
anos para estar numa posição que conseguisse ajudar Alex e
Eve para voltar às boas graças de Ian, levar um tiro meu e
tudo isso só para poder te enganar de novo.

Uma memória de seu corpo rígido passou pela sua


cabeça e o sangue manchando o peito dela. Sangue nas mãos
dele, na camisa dele e nele todo.

—Oh, mas ela já levou um tiro antes só para me


enganar.

—Sim, ela levou um tiro de um homem que não a queria


morta. Eu estava apontando para o coração de Alex. —Jesse
desviou da mão balançando de Simon. —Idiota. Eu pensei
que ele era o cara mau. Cada um dos membros desta equipe
me bateu por ter atirado no meu irmão, mas ele não era meu
irmão no momento e eu nem acertei ele. E eu acertei
Charlotte, que é exatamente onde eu quero chegar, você acha
que ela está loucamente apaixonada por Nelson e está
disposta a sacrificar a sua vida?

Era um enigma. Ele não conseguia imaginar Nelson e


Charlie juntos.

—Eu acho que Charlotte é muito boa no seu trabalho.


Se ela achou que o risco valia a recompensa, ela iria levá-lo.
—Mas as palavras de Jesse estavam crescendo em sua
cabeça. Era uma situação diferente. Ela poderia facilmente
aparecer em seu lugar, sem a rotina de música e dança em
St. Augustine. Ela colocou uns bons dois anos nessa
operação. O que ela realmente tiraria disso?

—Se isso significa alguma coisa, eu acredito nela, —


disse Simon. —Eu acho que ela fez de tudo para proteger a
irmã. Sua irmã admitiu que ela era a pessoa que escreveu a
Nelson.

É claro que ela iria se elas já tivessem as suas histórias.


Ian perdeu a oportunidade de questioná-las separadamente
já que ele estava muito zangado para pensar racionalmente.

Não havia lógica para o que Charlie fez com ele.

Ele olhou para as fotos que Adam deixou. Quatro


imagens de dois homens que Ian realmente gostaria de
assassinar e de uma forma terrivelmente visceral.

Quanto da história de Charlie foi uma besteira


completa? As cicatrizes em seu corpo eram reais e ele viu as
fotos do corpo assassinado de sua mãe.
Será que Charlotte se tornou tão fria que ela iria
trabalhar com o mesmo sindicato que assassinou sua mãe e
que a torturou durante anos?

Logicamente, ele sabia que isso poderia acontecer. Ela


poderia ter sido doutrinada. Isso já aconteceu muitas vezes
antes. E ela podia ser uma excelente atriz.

—O que ele está fazendo? Parece que ele vai matar


alguém, — Jesse sussurrou.

Porra. Jesse estava se transformando em Adam 2.0. Ele


tinha que cortar essa merda pela raiz. Ele estreitou os olhos e
deu ao cara novo, o seu olhar mais intimidante.

—Você está se oferecendo? Tem sido algumas horas


desde que eu matei alguém e estou começando a ficar com
coceira.

Jesse grunhiu um pouco.

—Viu? Exatamente como o maldito exército.

—Eu estou trazendo Sean para dentro. Ele estava na


Flórida com Charlie e isso afeta a ele também. —Ian
encontrou o telefone e ligou para o celular de seu irmão.

—Aqui é Sean, Hans, você está cozinhando o pato ou


tentando torná-lo sua puta?

Ele odiava interromper seu irmão no trabalho, mas ele


precisava de conselhos. Na verdade, ele realmente odiava
precisar da porra de um conselho. O que ele era? Um fã de
‘Dear Abby’15? Deus, Charlotte tomou seu pau.

—Sean, é Ian. Eu preciso conversar sobre uma coisa.

Dava para escutar os sons de uma cozinha


movimentada.

—Certo, me dê um segundo, você não para de mexer


esse molho. Eu juro por Deus que vou matá-lo se ele
queimar.

A porta abriu e Adam entrou escoltando Grace, cada um


tomando um lugar vazio.

—Isso não afeta Charlotte, também? — Alex perguntou.


—Ela não deveria estar aqui?

—Ela está tendo um tempo livre.

—Ei, Sean, — Adam disse, inclinando-se para o viva-voz.


—Você perdeu ontem. Big Tag fez um filme pornô com sua
esposa.

Grace engasgou.

—Adam, você não deveria falar sobre isso.

—Calem-se. — Ele ia acabar com essa novela. —Nós


temos algo sério para falar. Sean, você pode falar?

—Sim. Adam meio que teve a minha atenção no pornô,


— disse a voz de Sean no viva-voz. —Grace, amor, você não

15
Pauline Esther Phillips (1918 - 2013), conhecida como Abigail Van Buren, foi uma colunista e apresentadora de
rádio norte-americana.
precisa olhar para o lixo do meu irmão mais velho, embora eu
saiba que ele ocupou a maior parte da tela.

—Ele não estava nu, Sean. Charlotte estava, — Grace


disse.

—Oh, bem, isso é totalmente diferente.

Ian controlou seu temperamento.

—Eli Nelson está trabalhando com o sindicato


Denisovitch. — Graças a Deus isso teve todo mundo quieto.

Grace pegou uma das fotos enquanto se sentava na


mesa de conferência.

—Esta é na Rússia. Eu pensei que era suposto ele estar


na Índia.

—Sim, eu acredito que é o que Charlotte disse. Charlie


quer que eu ache que ele está na Índia e Nelson, obviamente,
quer que eu me dirija para a Rússia. — Isso era um problema
para ele. Ele só precisava descobrir por que isso era um
problema. Ele só conseguiria ir para um lugar.

Eve estudou uma das imagens.

—Ele está relaxado. Ele não está preocupado ou tenso.


Você vê a queda de seus ombros?

Sim, o filho da puta parecia ter um tempo bom


tramando com o mafioso russo.

—Sim. Eu vejo isso.

—Denisovitch, o primeiro, o pai de Charlotte, ele era o


Russo que Nelson estabeleceu como o terrorista que ia
comprar o urânio da missão irlandesa, — Adam explicou.
Quase custou a vida de Liam e tinha certamente custado a
vida do seu irmão. — Ou ele estava trabalhando com
Denisovitch, apenas para fazer a ameaça acreditável. Será
que ele matou o seu parceiro para não ter que dividir o
dinheiro? Mikhail estava nisso?

Ian balançou a cabeça.

—Eu não penso assim. De todas as informações


secretas que eu recolhi ao longo dos anos, Mikhail era
profundamente leal ao seu irmão. Se ele está com Nelson, é
por uma de duas razões. Um: Ele não sabe que Nelson era o
assassino que matou seu irmão. Ele acredita na história de
Nelson, que Charlotte matou seu próprio pai e roubou seu
dinheiro. Dois: Minhas informações estão erradas e todos os
três estão juntos.

Não seria a primeira vez que ele estava errado.

Todos começaram a falar ao mesmo tempo. Deu a Ian


uma dor de cabeça. Ele olhou pela janela que mostrava o
escritório. Grace não fechou as cortinas porque ela precisava
ser capaz de ver se alguém entrava no lobby, mas também
deu a Ian uma excelente vista do escritório de contabilidade.
Phoebe deixou suas cortinas abertas, também e lá estava
Charlotte com seu cabelo de morango que fluía por suas
costas e olhando para Phoebe. Chelsea estava triste ao lado
da irmã, olhando para o chão. Ele esperava que Phoebe
estivesse fazendo o que sempre fez, concentrada em seu
computador e nada mais, mas ela estava falando.
Animadamente. Ela sorria e gesticulava ao redor.

Ela estendeu a mão e bateu na cabeça do bobblehead 16.


Ele notou que ela mantinha uma coleção de bobbleheads em
seu escritório em uma prateleira. Uma coleção bobbleheads
do Harry Potter.

Charlie se virou, seu rosto uma máscara de horror


quando ela olhou para fora da janela. Seus olhos se
encontraram e ela lhe deu o mesmo olhar suplicante que
usava quando sua bunda estava muito dolorida para levar
mais um único tapa.

Ele pensou que estava punindo Charlie com o silêncio.


Não. Ela estava tendo uma tarde inteira de conversa sobre
Harry Potter.

Ian não podia evitar, ele deixou cair a cabeça para trás e
riu. Foi perfeito. Foi além de qualquer punição que ele
poderia ter pensado.

Charlie colocou uma mão na janela, os lábios se


curvando em um pequeno sorriso triste antes de se voltar e
ouvir sua palestra.

O que diabos ele faria com ela? Perguntar se ela dormiu


com os homens que dizia que eram os piores inimigos dela? O
homem que era o seu pior inimigo?

16
Ou perceber que isso não importava. Que ela poderia
dormir com mil homens e, porra, ele ainda iria querê-la.

Ele poderia tê-la. Poderia fazê-la se submeter. Ele podia


ter certeza que ela nunca se afastaria ou faria qualquer outra
maldita coisa criminosa novamente. Iria mantê-la com os pés
descalços e tão grávida que ela não poderia sequer pensar em
fugir dele ou na construção de outra empresa criminosa.

Deus, ele estava ficando louco. Ele precisava pensar,


mas nunca parecia ser a hora certa. Precisava de conselhos.

—Eve, o que você pensa sobre Charlie? Você passou um


tempo com ela na Flórida e você esteve com ela desde que ela
chegou aqui.

Todos os olhos se voltaram para Eve.

—Eu acho que ela está dizendo a verdade. Eu acho que


ela te ama e que está tentando voltar para você. Agora se você
quer saber o que eu penso sobre Zhukov ...

Ele balançou a cabeça, interrompendo-a. Ele não queria


ouvir essa merda. Ele precisava tomar essas decisões por
conta própria.

—Não me venha com coisas pessoais. Diga-me se posso


confiar nela quando se trata de dar-me informações sobre
Nelson.

—Sim, — Eve respondeu. —Acho que ela está tentando


ser honesta, pelo menos com você e com as pessoas que você
considera família. Ela está à procura de uma casa. Ela estava
disposta a morrer para salvar Alex e não era porque ela
amava Alex. Ela queria provar a si mesma para você. Eu
confio nela com a minha vida.

—Sean? — Ele confiou na opinião de Eve, mas ele


confiava na intuição de Sean.

Sean suspirou.

—Se ela só queria causar o caos, porque ela somente


não apareceu?

—Porque eu atiraria nela.

—Não, meu irmão, você não teria. Você estaria nessa


mesma droga de posição, — disse Sean, sua voz soando com
uma simpatia nauseante.

Ian levantou uma mão.

—Tudo bem então. Temos algumas decisões a tomar. Eu


não queria fazê-los sem falar com toda a equipe porque
estamos jogando aqui.

—Você acha que Nelson quer que acreditemos que ele


está na Rússia, — Jake disse. —Ele já jogou assim antes. Ele
quer que a gente vá para a Inglaterra. Eu digo que esse filho
da puta não vai brincar com a gente. Ele quer a gente na
Rússia, nós iremos para a Índia.

Adam apontou para a imagem.

—Parece que ele tem um bronzeado. E com toda certeza


ele não conseguiu isso em São Petersburgo. Vamos à praia.

—Você não está indo para a praia, companheiro. —


Simon sentou-se na cadeira, um olhar quase predatório em
seus olhos. Sim, às vezes ele lembrava a Ian o porquê que ele
tinha contratado o Brit. —Eu vou. E como é que eu vou
explicar o idiota? Oh, eu sei que ele se encaixa lá melhor do
que eu, mas nós não parecemos exatamente como amantes
homossexuais.

Os olhos de Jesse se abriram.

—Whoa. Isso não faz parte do meu contrato.

Simon estava exagerando.

—Não se preocupe com a cobertura ainda. Vamos parar


para pensar e descobrir o que precisamos. Apenas peguem
algumas roupas de praia e seus kits.

—Quanto tempo eu tenho? — Simon perguntou.

—Sairemos assim que os meninos MI6 consigam


abastecer o jato privado. É tudo o que posso dar-lhes. Preciso
de olhos lá. Adam, eu preciso dos documentos e vistos.

Adam assentiu.

—Eu mantenho um conjunto de reposição para cada um


de nós, em caso de emergência.

—Eu vou chamar alguns dos meus contatos na agência


e ver se consigo descobrir se eles têm alguma coisa de
Denisovitch. — Ele teria que falar com o Ten novamente para
ver se ele estava segurando alguma coisa. A Agência
normalmente não soltava informações a menos que fosse
pedido.

Alex olhou para sua noiva.

—Hey, baby, o que você diria de levarmos essa lua de


mel para um lugar um pouco mais frio do que o Havaí?
Às vezes, Alex podia ler sua mente.

—Porra, cara, eu não estou pedindo para você fazer isso.

—Mas você se sentiria melhor se eu fosse para a Rússia


e conseguisse alguma vigilância sobre o tio de Charlotte. Eu
não gosto do fato de que seu pior inimigo esta potencialmente
conspirando com os dela. Isso pode significar merda ruim
para duas pessoas que me importam, — respondeu Alex.

—E eu sempre quis ver a Câmara de Âmbar17. — Eve


sorriu. —Ouvi dizer que eles têm belas igrejas também.

—Vocês precisam de vistos, também. — Será que ele iria


realmente deixá-los ir para a Rússia? Alex era um agente
brilhante, mas ele trabalhou no FBI e não na CIA. —Não. Isso
é estúpido. Você não fala russo.

Alex deu de ombros.

—Nós não precisamos. Nós somos turistas.

Eve alisou o cabelo para trás.

—Meu avô era da Rússia. Eu sempre quis ver a terra


natal.

—Eu tenho um amigo no consulado, — Adam disse.

Jake deslizou a mão para dar um high five18.

—Magda. Sim, ela era uma boa amiga.

17
Câmara de Âmbar é uma decoração de painéis em âmbar e espelhos folheados a ouro pertencente ao Palácio de
Catarina em Tsarskoye Selo, próximo a São Petersburgo. Devido a sua beleza singular, costuma ser chamada de "A
Oitava Maravilha do Mundo.

18
Toque aqui
A testa de Adam franziu.

—Nunca deixe Serena saber.

—Você está com medo que sua esposa fique chateada


por causa da sua ficante russa? — Perguntou Simon.

Jake gemeu.

—Não. Magda estava bem com um sindicato ucraniano.


Eles estão em concorrência direta com Denisovitch. Ela vai
nos ajudar a foder com eles. Você sabe o que Serena faria se
descobrisse que nós conhecemos mafiosos russos reais? Ela
nunca pararia de fazer perguntas. Ela iria querer que a gente
a levasse para a Ucrânia para se reunir com eles. Você pode
imaginar essa reunião?

Adam ficou um pouco verde.

—Eu tenho pesadelos sobre isso.

—Você tem certeza de que quer fazer isso? Nós


poderíamos apenas ficar fora do negócio dele. —Grace falou
pela primeira vez. Ela estava apertando as mãos em seu colo.

Ele estendeu a mão para sua cunhada, já que Sean não


estava aqui. Foi algo que ele não teria sequer pensado em
fazer antes, mas Grace era sua família. Ele estava ficando
mole.

—Grace, ele não vai deixá-lo mentir. Essas fotos são a


prova. Ele quer que a gente o veja. Ele tem algo em mente.
Nós temos que descobrir o que é.

—Pequena, Ian está certo, — disse Sean, sua voz baixa e


doce para sua esposa. —Ele não vai deixar isso ir. Temos de
machucá-lo muito. Ele não pode deixar e nós também não.
Este é um jogo onde só um grupo pode ganhar. Nós temos
que ter certeza de tirá-lo.

—Eu quero fazer alguma coisa, — Jake disse.

—Cuide de sua esposa. — Ele não estava prestes a


colocar Jake no campo quando Serena estava grávida. Adam
estava seguro o suficiente atrás de seu computador. Ele
ainda podia fazer o seu trabalho.

—Você não pode me manter fora do campo para sempre,


— Jake atirou de volta. —Serena sabia o que ela estava se
metendo quando ela se casou comigo. Ela sabia o que meu
trabalho era.

Ian estendeu a mão. Ele não podia suportar a ideia de


que o bebê que Serena estava carregando ficaria sem pai.

—Só deixe eu me acostumar com isso, cara. Eu tenho o


que preciso para agora. Se alguma coisa aparecer, vou te
enviar para a linha de fogo, ok?

—Tudo certo. Eu só quero pegar este filho da puta, você


sabe.

—Eu quero ele morto mais do que qualquer coisa. —


Seus olhos se viraram em direção a Charlie. Phoebe ainda
estava falando e ela tinha uma boneca da Hermione em sua
mão. Não tinha absolutamente nada que ele queria mais do
que ter Nelson morto.

Não, tinha algo que ele queria muito mais. Ele só não
tinha certeza se ele deveria ter.
—Então, estamos todos bem? — Alex perguntou,
levantando-se. —Porque eu tenho uma mala para fazer. E
uma câmera para comprar. Estou indo às compras.

—Ele está de olho em uma lente teleobjetiva, — Eve


disse.

Portanto, seria uma operação cara. Ele estava disposto a


pagar qualquer coisa para se livrar da ameaça. Se ele
pudesse se livrar de ambos, Nelson e Denisovitch, ele poderia
descobrir o que realmente queria. Conseguiria descobrir como
lidar com Charlie. Ele decidiria se, realmente, poderia perdoá-
la.

Liam entrou na sala, com os olhos um pouco selvagem.


Algo aconteceu e ele não parecia bem.

—Adam, preciso da sua ajuda.

Ian ficou de pé.

—O que aconteceu?

As mãos de Liam estavam tremendo.

—Houve um acidente. Com o carro da Avery. É muito


ruim.

Ian sentiu seu estômago torcer. Seu dia ainda não


estava terminado, nem mesmo perto disso.

Eli Nelson olhou através do binóculo. Kashmir Kamdar


estava em seu barco, ancorado em um lugar particularmente
belo de Goa19. Sua própria pequena nação, a ilha estava a
cerca de 20 milhas a oeste, mas o rei Kash, como era
chamado nos tabloides, não tinha que estar em seu reino
para administrar sua corte. Ele parecia estar em férias
perpétuas.

Três loiras peitudas em minúsculos biquínis estavam lá


brincando no iate ridículo.

Odiava o pequeno filho da puta. Ele não fez


absolutamente nada para merecer sua riqueza, exceto ter tido
a muito boa sorte de nascer bem. Pelo menos Taggart fez a
sua batalha no mundo. Taggart foi pobre no passado.

Ele se perguntou se Taggart sabia por que seu pai lhe


deixou. Ele o estudou um longo tempo antes. Ele se
perguntou se Taggart sabia que seu pai se afastou e começou
uma nova família depois que ele finalmente deixou as drogas.
Foi um pensamento fugaz. Ele realmente não se importava,
mas era interessante devido a sua vigilância atual. Rei Kash
teve tudo entregue a ele de bandeja, enquanto Taggart lutou
para colocar comida na boca de seu irmão. Taggart tinha
mais dois irmãos que ele nem sabia que existiam.
Aparentemente, o DNA Taggart corria bem. Apesar do fato de
que seu pai era um merda de um vendedor de varejo, os
irmãos gêmeos que Ian não sabia que existiam eram mais
parecidos com ele do que com seu pai. Ambos se juntaram a

19
Goa é um estado da Índia. Situa-se entre Maharashtra a norte e Karnataka a leste e sul, na costa do Mar da Arábia,
a cerca de 400 km a sul de Bombaim
Marinha porque seu pai não podia pagar a faculdade e ambos
foram para o treinamento BUD/S20 este ano. Nelson pensou
seriamente em tentar recrutar esses dois. Seria muito
divertido ter um par de Taggarts do seu lado.

Se apenas Tag fosse um pouco mais flexível moralmente,


Nelson o teria apresentado a seus amigos. Tag seria um
agente incrivelmente eficaz se não tivesse este tipo de
moralidade. Ele estava certo de que foi incutido pela família
de Tag. Era melhor estar sozinho.

Kash parecia não acreditar nisso. O jovem rei parecia


pensar que ele não deveria nunca ficar sozinho. O filho da
puta estava sempre empurrando seu pau em alguma loira.

Quando ele não estava financiando pesquisas que os


chefes de Nelson queriam anuladas.

Kash passou um copo de vinho para a sua mais recente


supermodelo sueca e, em seguida, virou o rosto para o sol.
Foi algo que ele fez muitas vezes. O idiota virou o rosto para
cima, abrindo os braços como se ele estivesse abraçando o
mundo todo.

Quando Nelson tivesse o sinal verde, ele colocaria um


tiro bem no peito do filho da puta.

A porta da cabine se abriu e um dos muitos servos de


Kash lhe trouxe um telefone em uma bandeja de prata. O

20
BUD/S: semana infernal ... Durante este período, os recrutas enfrentam evoluções de treinamento contínuas.
homem estava vestido com um smoking de caudas e curvou-
se para o mestre do barco.

Deus, ele não podia esperar para matá-lo. Nelson tinha


um plano. Kamdar era um idiota superprivilegiado. Mas ele
também era um idiota que tinha informações que Nelson
necessitava. Ele tocou o fone no ouvido direito. A vigilância
consistiu principalmente em ouvir o rei foder uma longa
sequência de loiras. O homem tinha resistência.

—Alo?

Todo o corpo de Nelson apertou. Quando o rei de Loa


Mali falava Inglês, significava que ele estava falando com um
de seus cientistas.

Houve uma longa pausa na linha e Nelson amaldiçoou o


fato de que ele só foi capaz de grampear o barco e não o
telefone do rei. Kash era um bastardo paranoico que mudava
seus telefones celulares em uma base semanal. E ele
mantinha três telefones diferentes para diferentes tipos de
pessoas. Um para suas fodas, um para a sua família.

E um para as pessoas que ele mantinha em sua ilha,


pagando-lhes generosamente para o que ele chamava de
‘pesquisa’ em sua contabilidade.

Os chefes de Nelson estavam interessados nessa


pesquisa.

Através do binóculo, viu o sorriso de Kash aumentar.

—Você está falando sério?


Outra pausa longa e todo o corpo de Nelson estava tenso
com frustração. Deus, ele precisava ter mais de um homem
na casa de Kash. O único que ele conseguiu chantagear
passou quase todo o seu tempo na garagem do barco e não
havia nenhuma razão para ele estar perto do rei, exceto
quando ele pilotou o barco para a costa. Ele tentou todas as
pessoas que estavam realmente perto do rei de Loa Mali. E
não foi capaz de subornar nenhum deles, porque Kash, como
seu pai e pai de seu pai, espalhava a porra da riqueza ao
redor. Primeiro foi sobre o comércio de pérolas e os minerais
ricos encontrados na pequena ilha que era o lar de cerca de
40.000 habitantes. Em seguida, os filhos da puta
encontraram petróleo em suas águas territoriais, Os Kamdars
compartilharam a riqueza com os cidadãos, garantindo que
coisas como democracia e progresso não tinham lugar na sua
pequena ilha.

Durante os anos 90, o rei anterior ficou fascinado com


tecnologia, comprou grandes lotes de ações de empresas que
estavam mudando o mundo. Ele também mudou
completamente a infraestrutura de Loa Mali, tornando-se um
dos países com a mais alta tecnologia do planeta.

Agora Kash Kamdar era o rei e parecia que ele queria


mudar o mundo também.

Uma pena que Nelson e seus chefes estavam felizes com


o mundo do jeito que estava.
—Você está falando sério? Isso se manteve lá? —Um
sorriso maluco atingiu o rosto do rei. —Estamos prontos para
ir testar?

Merda e dupla merda. Ele precisava ouvir a outra


extremidade da conversa. Ou talvez não. Talvez o aspecto
ridículo no rosto de Kamdar era tudo que precisava saber.
Eles estavam se movendo mais rápido do que ele previu.

Precisava chegar à plataforma de petróleo, onde ele


suspeitava que Kamdar mantinha seu laboratório e começava
a soprar merda.

Seu celular tocou, um texto chegando.

Os Jogos começaram. Esperava ser bem-sucedido em


terminar com todos os jogadores dentro de três dias. Avery
O'Donnell já estava confirmada, morta.

Pobre irlandês. Ele foi feliz por alguns meses. Oh, bem,
sua dor não iria durar muito. Ele estaria morto ao lado de
sua pequena noiva. E todos os outros.

Nelson voltou a olhar seu alvo. Estava quase na hora de


tirá-lo do jogo também.
—As flores são bonitas. — Ela diria qualquer coisa para
tirar Phoebe de seu assunto favorito.

—Quem se preocupa com flores? — Chelsea perguntou


em voz baixa. —Eu acabei de ver que os caras do MI6 estão
de volta. Você entende o que isso significa?

Isso significava que Ian podia estar repensando sua


posição. Ele poderia estar pronto para entregá-la a eles
depois de tudo.

—É estranho elas não terem vindo com uma nota, —


Phoebe falou olhando para o buquê de rosas amarelas. —
Grace disse que elas foram entregues esta manhã. Eu nunca
ganhei flores, mas uma vez, um amigo me comprou a
primeira edição da ‘Pedra do Alquimista’. Esse foi o título
britânico de Harry Potter e a Pedra Filosofal. Eu gosto mais
do título britânico, é mais misterioso.

E Phoebe estava fora novamente. Sua irmã gemeu ao


lado dela.

Ela olhou para as flores, flores amarelas. Na Rússia, eles


eram símbolos de tristeza, de traição. Na Rússia se uma
menina ganhava flores amarelas ela sabia que era o fim.
Talvez fosse adequado.
Os agentes MI6 saíram da sala de conferências e as
portas se fecharam atrás deles. Eles seguiam pelo corredor
em direção ao escritório de Ian.

Os olhos de Baz se arrastaram em direção a ela. Ele lhe


deu um aceno formal e continuou a seguir o seu parceiro.

—Será que eles realmente vão te levar? — Chelsea


sussurrou.

—Se Ian permitir, sim. — Ela não se importava mais. Se


eles estavam lá para levá-la, não ia adiantar nada ela se
preocupar com isso.

Esta não foi a submissão que ela sonhou quando


planejou seu reencontro com Ian, mas parecia que se
submeter ao destino era a única coisa que restava a fazer.

Phoebe se inclinou.

—Você realmente se casou com ele?

Charlie levantou o olhar, vendo a mulher que parecia


tão assustada com seu marido.

—Uhm, sim. Casei-me com ele na Inglaterra.

—Ele não forçou você ou qualquer coisa parecida, certo?

Se ela pudesse se convencer disso, mas não, tudo o que


aconteceu entre eles foi consensual. Tudo, exceto ele jogando-
a para fora.

—Não. Eu o amava.

Phoebe sacudiu a cabeça.


—Eu sinto muito. Mas eu não entendo. Ele é tão
assustador.

Charlie voltou seu olhar para a sala de conferências. Ele


não parecia assustador. Ele parecia cansado e triste. Parecia
como ela se sentia. Ela colocou a mão na janela, sentindo sua
atração.

Ele virou-se.

Se Phoebe ia trabalhar aqui, ela precisava aprender a


lidar com seu chefe.

—Basta enfrentá-lo. Ele é todo latido e nenhuma


mordida em torno das mulheres. Não me interprete mal, se
você realmente atravessar o caminho dele, você vai pagar por
isso, mas você não pode deixá-lo empurrá-la ao redor.

Phoebe ficou branca.

—Oh, eu mal posso falar em torno do homem. Eu não


acho que eu vou me impor para ele tão cedo.

—Ele é apenas um homem, — Chelsea falou irritada. —


Eu não entendo por que toda mulher em torno dele ou tem
medo dele ou está tentando dormir com ele.

—Ou ambos, — Phoebe disse, os olhos indo para a sala


de conferência.

Charlie bateu com a mão na mesa de Phoebe, tendo a


atenção da menina de volta para onde deveria estar.

—Se você tentar dormir com ele, então você não precisa
ter medo de Ian. Você deve ter medo de mim.

A boca de Phoebe caiu aberta.


—Eu estou, eu realmente estou agora. Estou indo tomar
um café. Voltarei mais tarde.

Ela quase correu para fora da sala.

—Bela maneira de assustar o ratinho, sis.

Ela sentou-se em silêncio. Ela não sabia o que dizer


para Chelsea. Ela falhou com a irmã da mesma maneira que
falhou com Ian.

—Você não pode nem mesmo olhar para mim?

Charlie balançou a cabeça. Talvez Ian não era o único


que precisava de tempo.

—Eu sinto muito, Chelsea.

—Por quê? — A irmã dela ficou de joelhos, obviamente


disposta a aceitar a situação.

—Por tudo que eu fiz de errado.

Chelsea pegou a sua mão.

—Você não fez nada de errado. Eu fiz. Eu fui muito


longe, Charlie. Eu não consigo explicar, exceto dizer que é
uma obsessão. Mas é uma que nos protegeu até agora.

—Eu deveria ter te forçado a ir para a escola. Eu deveria


ter prestado mais atenção a você. Estava obcecada com Ian.
Eu deveria tê-lo colocado de lado e tratado de você.

Chelsea apertou a mão dela.

—Charlotte, ainda podemos fazer isso funcionar.


Podemos sair daqui. Eu não vou deixar eles levarem você. Eu
nunca, nem uma vez, quis que você assumisse a culpa por
mim. Eu te amo. Você é minha única família. Você é a única
pessoa que tenho no mundo todo. E eu certamente não vou
perder você.

Sua irmã ainda estava indo muito longe.

—Chelsea, ouça a si mesma. Você esteve brincando de


Deus por muito tempo. Você não será capaz de pará-los. Se
esses homens forem me levar não haverá absolutamente
nada que você possa fazer sobre isso. Eu irei embora e você
não vai me ver de novo e eu nem mesmo sei se você consegue
funcionar no mundo real.

—Do que você está falando? — Chelsea perguntou,


sentando sobre os calcanhares e soltando a mão dela.

—Você criou seu próprio pequeno reino. O seu próprio


mundo onde você que cria as regras, você não liga para o que
isso significa a qualquer outra pessoa.

—Ninguém mais importa.

—Todos são importantes. Será que você não aprendeu


nada?

Uma máscara teimosa caiu sobre o rosto de Chelsea.

—Sim, eu aprendi que as minhas pernas quebram


quando alguém bate com um taco de beisebol nelas. Eu
aprendi que ou você tem poder ou você é insignificante.

—Você tem compaixão ou você não tem alma, Chelsea.


Momma nos ensinou isso.

—Momma se deixou ser usada por um monstro. Ela se


casou com ele. Ela teve filhos com ele.
Ela desejava que sua irmã pudesse realmente lembrar.

—Não, ela era valente. Ela correu. Ela se escondeu.

—Não muito bem, então ela meio que perdeu essa


batalha. Você sabe que eu sempre pensei que você era a mais
forte, mas eu tive que ser nos últimos anos. Você finge ser a
líder, mas todas as suas decisões foram feitas entre as suas
pernas. Você se esqueceu de mim, então tive que ter certeza
de que nós estávamos seguras.

Charlie virou-se na cadeira, incapaz de olhar para


Chelsea por mais um momento.

—O que você achou que eu ia fazer? Viver com você pelo


resto da minha vida? Você não quer algo mais? Você não quer
alguém para amar?

Um riso amargo escapou dos lábios de sua irmã.

—Quem vai me amar? Você pode ter algumas cicatrizes,


mas você ainda pode andar corretamente. Você não sente dor
cada santo dia. Ninguém vai me amar, Charlotte. Eu não sou
essa garota. —Ela finalmente se levantou e sentou na sua
cadeira, tomando um longo suspiro. —Eu não acho que Ian
vai te amar também. Eu não estou tentando ser uma cadela.
Eu sou realista. Ele não é um homem que perdoa. Ele quer
uma sub, não uma esposa. Ele quer alguém que passe a vida
toda cozinhando o seu jantar e que fique a seus pés o
adorando.

—Você diz isso como se fosse uma coisa ruim. Eu passei


os últimos dois anos praticamente fazendo isso para você.
Pelo menos ele me adorava de volta e não torça o seu nariz
para a ideia. Até que você tenha um homem que queira te
segurar e que queira você mais do que ele quer a sua próxima
respiração, você não tem uma palavra a dizer sobre como me
sinto.

Ian parecia estar conversando com alguém no viva a voz


do telefone. Charlie olhou para as flores. Elas eram bonitas,
apenas botões agora, suas curvas graciosas apenas
começando a revelar a flor que iria desabrochar. Ela uma vez
foi assim. Esteve cheia de possibilidades. Ela nem sabia o que
essas possibilidades eram. Ian lhe mostrou.

Ela não iria florescer. Talvez Chelsea estava certa e eles


realmente nunca tiveram uma chance.

Catorze flores. Ela tocou todas elas, um pouco de


preocupação faiscou na parte traseira de seu cérebro.

—Chelsea, quantas flores você vê?

—Eu não me importo com as flores.

—Eu vejo quatorze. Quatorze rosas amarelas e ninguém


sabe quem as enviou.

Chelsea de repente parecia se importar com as flores.

—Pode ser um erro. Talvez quem as enviou tivesse a


intenção de enviar uma dúzia e mandaram quatorze por
engano. Eles enviam flores por dúzia aqui nos Estados
Unidos.

Ninguém na Rússia envia número par de flores para


qualquer coisa, exceto um funeral. E ninguém envia flores
amarelas, exceto para mostrar a sua profunda tristeza ou
para marcar uma traição.

Estas eram flores para o funeral de uma filha da Rússia.


Para ela.

—Nós temos que sair daqui. — Chelsea puxou seu


braço, puro medo em seu rosto. Parecia que ela entendeu a
mensagem, também. —Eles não entendem o quão longe
nosso tio irá.

Liam caminhou pelo corredor, com um olhar sombrio.


Ele empurrou o seu caminho para a sala de conferências e
imediatamente começou a falar. Todo mundo olhando para
ele e, logo em seguida, Grace começou a chorar.

Oh, Deus, o que estava acontecendo? Charlie deu um


passo para a janela que os separava.

Charlie observou como a sala de conferências parecia


tensa e, em seguida, Liam e Grace saíram correndo da sala
seguidos pelo o que parecia um Simon e Jesse muito tensos e
que estavam verificando o clipe de sua SIG. Jake voltou para
o seu escritório, enquanto Adam estava de volta em seu
computador, os dedos voando sobre as teclas.

Alguma coisa aconteceu. Algo espetacularmente ruim.

Baz escolheu aquele momento para caminhar pelo


corredor. Ele parou, olhando para a sala de conferência antes
de colocar a cabeça no escritório onde Charlie estava de pé.

—O que está acontecendo?


—Eu não sei. — Mas ela precisava descobrir. Ian disse a
ela para esperar, mas ela não poderia apenas sentar aqui
quando parecia que tudo estava caindo aos pedaços. O que
fez Grace chorar? Correr para fora da sala como se o diabo
estivesse perseguindo-a?

Ela olhou para o saguão e Grace tinha sua bolsa. Liam a


acompanhava para fora do escritório, seus olhos indo de um
lado ao outro, em busca de uma ameaça.

—Parece sério. É melhor eu ir buscar Damon. —A


expressão de Baz nunca mudou. Ele olhou para trás, com os
olhos na mesa de Phoebe. —Belas flores. Alguém deve estar
apaixonado.

Mas essas flores não eram sobre o amor.

Ian se levantou, olhando para o que quer que Adam


estava fazendo no computador. Quando seu rosto foi para a
porta, havia um cansaço em seus olhos que ela odiava. Ele
passou a mão pela testa, seus ombros caindo.

Alex e Eve estavam de mãos dadas e, de repente Eve


virou o corpo para Alex, ele a abraçou. Eve estava chorando.

Charlie se levantou. Porra. O que aconteceu? O que


diabos aconteceu? Ela não poderia apenas se sentar aqui. Ian
teria apenas que a punir. Ela foi em direção à porta da sala
de conferência.

—Uhm, eu não acho que você deveria sair. Ian foi muito
específico sobre isso, — Phoebe disse enquanto ela
caminhava de volta para o escritório, empurrando os óculos
no nariz.
Charlie ignorou, indo para o corredor. Ela olhou para a
sua esquerda e Grace estava trancando as portas da frente
enquanto Liam estava indo para o elevador. Eles estavam
bloqueando tudo. Sua frequência cardíaca aumentou,
batendo forte em seu peito.

Ela cruzou o espaço entre eles, suas mãos tremendo


quando ela abriu a porta da sala de conferência.

—Liam, Simon e Jesse estão com ela, Sean, — Ian


estava dizendo. —Eles estão levando ela para fora pela parte
de trás depois que pegarem Carys na creche. Nada vai
acontecer com elas e Li pode ser um idiota paranoico, mas eu
estou concordando com ele nisso.

—Eu estou deixando o restaurante agora. Mande Li me


enviar um texto com o ponto de encontro. Não a nossa casa.
—Houve um clique e a voz de Sean foi embora.

—O que aconteceu? — Charlie perguntou. Grace não


pode ir para casa?

O olhar de Ian a imobilizou, fazendo-a querer se


contorcer.

—Eu lhe disse para ficar sentada e você não está


autorizada a falar.

Era ruim. O que quer que aconteceu era muito ruim e


era pessoal.

—Por favor me diga.

—Por que, Charlotte? Por que você precisa saber?


—Porque eu me preocupo com essas pessoas. — Porque
de alguma forma através de anos os estudando, ela começou
a amá-los. Eles se tornaram sua família.

Ian estava tão frio quando ficava sobre ela. Todo o calor
que houve entre eles se foi, se apagou completamente e ela
podia sentir a grande distância que a separava dele.

—Realmente? Eu tenho algumas dúvidas em relação a


isso.

—Eu não escrevi esses e-mails para Nelson. Foi Chelsea.


— Ele poderia nunca acreditar nela, mas ela iria se defender.

—E Chelsea é a sua irmã. Sua lealdade final é com ela.


Eu acho que no final do dia, tudo se resume à família, não é?
E você sempre irá escolher a sua família.

Mas ele era sua família.

—Por favor, não acredite em um assassino em vez de


acreditar em mim. Por favor, Ian.

—Você fez. Você acreditou em Nelson em vez de


acreditar em mim e agora a minha família está pagando o
preço. —Ele olhou e acenou com a cabeça em direção à porta.
Damon e Baz estavam lá. —Nós tivemos um revés. Nós vamos
precisar mudar alguns dos nossos planos. O quão rápido nós
conseguimos chegar à Índia?

—Eu vou ter o jato pronto o mais rápido possível. Deixe-


me fazer algumas chamadas. —Damon se afastou, mas Baz
ficou, seus olhos escuros observando a cena na frente dele.
—Volte para o seu lugar, Charlie. Eu não posso lidar
com você agora. —Ian rejeitou-a completamente.

Ela não podia aceitar isso.

—Eu quero ajudar, mas não posso ajudar se eu não sei


o que está acontecendo.

Os olhos de Ian foram até a porta, endurecendo um


pouco e quando ele olhou para ela, tinha gelo neles.

—Avery está morta.

—O quê? — Ela não estava entendo muito bem as


palavras. Elas não faziam sentido, ela tinha que ter ouvido
errado. Seu cérebro paranoico estava fazendo conexões que
não estavam lá.

—Eu disse que Avery está morta. — Ian falou cada


palavra como se estivesse lhe dando tempo para processá-las
separadamente.

O ar abandonou seus pulmões quando o significado das


palavras bateu nela. A esposa de Liam, a única que tinha
sorrido e falado com Charlie, estava morta? A pessoa que
estava tricotando roupas de bebê? A esposa grávida de Liam
estava morta? Não podia ser verdade. Só não podia. —Como?

—Seus freios foram cortados. Ela perdeu o controle de


seu carro e o médico da emergência a declarou morta uma
hora atrás.

Charlie sentiu os joelhos ficarem fracos, mas ela se


forçou a ficar de pé. Quatorze rosas. Ela fez uma contagem
rápida e sentiu náuseas.
—Ian, o que você está fazendo? — Alex perguntou.

Ian disse alguma coisa, mas ela não ouviu mais nada.
Tudo o que ela conseguia ver era a linda e doce Avery. Ela
passou por tanta coisa e não merecia morrer.

Seu tio estava vindo atrás de todos eles, muito


provavelmente em conjunto com Eli Nelson.

Os dois homens que mais a odiava no mundo estavam


vindo atrás dela e eles estavam obviamente jogando para
valer. Quatorze rosas amarelas. Uma para cada um deles.
Eles matariam todos. Eles iriam matar Ian, seu irmão, seus
amigos e esposas e provavelmente até mesmo seus filhos.

Um soluço ficou preso na garganta. Eles podem não


saber sobre Jesse. Ele não tinha laços com Nelson. Ele mal
estava na folha de pagamento por mais que alguns meses.
Ela ficaria surpresa se eles soubessem sobre ele. Se essa
decima quarta rosa não era para ele, então ela tinha que ser
para o bebê. Deus, havia uma rosa para Carys. Havia uma
rosa para a menininha de Grace e Sean. A sobrinha de Ian.

Todas as mortes seriam culpa dela, porque ela voltou


para a sua vida. Ele perderia a sua família. Todos eles
morreriam porque Chelsea estava certa. Ela foi egoísta,
pensando apenas em si mesma, voltando para o lugar onde
ela se sentia segura. Mas, ao fazer isso, colocou em perigo
todas as pessoas com quem se importava.

Ela nunca teve uma chance. Desde o momento que ela


nasceu, seu caminho foi definido e cada vez que ela tentou
encontrar uma maneira de sair, alguém morreu. Ela não teria
aquela casa cheia de crianças. Ela não iria acordar todas as
manhãs e ver seus rostinhos e saber que eles iriam
prosseguir depois que ela e Ian morressem.

Ela sempre esteve destinada a morrer, sua dolorosa


existência apagada com uma única bala.

A culpa roía seu estômago. Só havia uma maneira de


tentar melhorar as coisas.

Ela se virou e saiu, uma calma se estabelecendo dentro


dela. Ela custou a Liam a sua esposa. Ela não iria custar o
resto deles. Talvez seu tio ficasse satisfeito com ela. Talvez ele
desistisse do resto. Talvez ele enviou as flores como um aviso
para ela desistir, sem ter que derrubar todos ao seu redor.

—Charlie? — A voz de Ian soou, mas ela não podia


escutá-lo agora.

Seria uma coisa tão simples. Ela iria se sentar no banco


do lado de fora do edifício. Era bonito lá. Havia amores-
perfeitos de todas as cores diferentes e grama verde. Ela
poderia se sentar no banco e esperar. Se ela deixasse sua
mente ir, talvez ela nem sentisse quando a bala atravessasse
o seu coração ou a cabeça ou onde quer que eles decidam
apontar.

Seria adequado deixá-los acabar com ela do lado de fora


do escritório. Ela chegou perto. Tão perto.

—Charlotte!

Ela chegou às portas de saída do escritório. Só que elas


não abriram. Ela puxou novamente, tentando manter a
calma. Ela tinha que manter a calma. Ela tinha que ter
calma, a fim de fazer o que precisava fazer. Ela não podia
perder a calma. Tinha que chegar até as escadas e ir para
fora do prédio.

As portas estavam presas, apesar de usar toda a sua


força. Porra, ela precisava sair e as portas estavam
bloqueadas, e Grace estava em algum lugar lá fora e eles
chegariam nela. Se ela não fizesse o que precisava fazer os
outros morreriam.

Um pouco de histeria começou a se agitar dentro dela.


Ela chutou as portas. Ela tinha que sair. Merda, eles não
podiam ver que ela tinha que dar o fora daqui?

—Charlie, você não pode ir lá fora. — Ian envolveu os


grandes braços em volta dela, puxando-a para longe de seu
objetivo.

Ela chutou, se perdendo completamente.

—Me deixe ir embora!

Já não importava que a sua dignidade foi embora. Tudo


o que importava era parar o que estava prestes a acontecer.

—Não. — Se ele sentia suas tentativas insignificantes


para sair de seus braços, ele não mostrava. —Você está
segura aqui. Eu disse que não ia deixar você fugir de novo.

—Ela não está tentando fugir de você. — Chelsea tinha


lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Foi a primeira vez, desde
aquele terrível dia em que ela quase perdeu as pernas, que
ela viu sua irmã chorar. —Ela está indo se oferecer. Ela vai
deixá-los matá-la. Você não consegue ver isso? Ela preferia
morrer a ser a razão de você perder alguém.

Charlie olhou para a irmã caçula. Ela a amava tanto.


Por muitos anos, Chelsea foi a única coisa que a fez
continuar. Proteger Chelsea foi sua vida, a única coisa que
ela conseguiu fazer direito até que tudo deu errado.

—Nós não podemos escapar do destino, mas bem que


nós tentamos, não foi, irmã?

Chelsea reprimiu um soluço e assentiu.

—Nós fizemos. Deixe-me ir com você. Posso me sentar


com você. Eu gostaria de ir com você.

—Maldição, ninguém vai a lugar nenhum, porra. — Ian


a puxou, ignorando seus protestos. Ele olhou para a equipe
que se reuniu em torno deles. —Essa porta permanece
bloqueada, Alex. Você fala para o Simon e Jesse garantirem
que as mulheres estão seguras e, em seguida, tragam suas
bundas de volta aqui. Li, Jake e Adam podem lidar com elas.
Preciso de olhos extras sobre essa aqui.

—Ian? — O rosto de Alex estava ruborizado pela emoção


e a pergunta significava que ela não estava entendendo.

—Eu vou cuidar dela. Certifique-se de que eu consiga


isso. Cuide dessa outra para que ela não comece a bancar o
mártir também. — Ele começou a caminhar pelo corredor,
levando-a facilmente.

Ela estava presa em seus braços. Ela precisava fazer ele


entender.
—Você tem que me deixar ir, Ian. Você viu as rosas?
Meu tio as mandou. Tinha que ser ele. Rosas amarelas. Um
número par de rosas amarelas.

—Isso significa que alguém pensa que vamos começar a


planejar um funeral. — Ele pareceu entender, mas não
parou. Ele apenas continuou caminhando em direção ao seu
destino.

—Há quatorze delas. Ian, há quatorze de nós, se você


incluir Carys. Ele vai matar o bebê. Ele vai matar as esposas.
Ele vai erradicar todos os que você ama se você não me
deixar ir. Se eu facilitar isso para ele, talvez ele fique
satisfeito.

—Ele não vai. Seu caminho está traçado. Ele sabe muito
bem que eu vou atrás dele. E não vou parar até que ele esteja
morto. Estamos todos nesse caminho agora.

Ela que os colocou nisso.

—Você pode sair. Por favor, Ian. Por favor, me deixe ir.

Ele entrou em seu escritório e a colocou no sofá. Ele


colocou a mão sobre sua boca.

—Não se mova. — Sua voz baixou para um sussurro. —


Charlie, confie em mim.

Ela olhou para ele enquanto ele ia para trás e fechava a


porta. Ele pegou o que parecia um walkie-talkie e virou
olhando para a tela. Ele andou pelo quarto encarando a tela e
ajustando a sintonia.

Ele estava procurando escutas?


Ele finalmente desligou o aparelho e empurrou-o de
volta em sua mesa antes de se virar para ela, um olhar sério
no rosto. Ele caminhou em sua direção e ela se levantou. Ele
tinha que a ouvir agora.

—Ian, Avery morreu, — ela disse. —Nós não podemos


perder mais alguém. Por favor, deixe-me ir.

Seu mundo inteiro virou de ponta a cabeça quando ele


ficou de joelhos e passou os braços em volta da sua cintura.

—Me perdoe.

—Ian, do que você está falando? — Ela não conseguia


recuperar o fôlego. Sem sequer pensar muito nisso, suas
mãos encontraram seu cabelo. Deus, ela queria isso, segurá-
lo uma última vez. Ela afundou as mãos em seu cabelo
grosso cor de areia.

—Me perdoe. Eu não consigo confiar em ninguém. Em


ninguém fora da nossa família. Por favor me perdoe, baby.

Ele usou a palavra ‘nossa’?

—Não há nada a perdoar, Mestre. Eu te amo, mas você


tem que me deixar ir e enfrentá-los.

—Eu não posso. Perdoe-me por ter mentido para você,


mas eles estavam ouvindo. É muito importante. Eu estou
tentando proteger a todos nós. Eles estavam na sala. Eu tive
que mentir.

—Mentir?

—Avery está viva, mas foi perto. Ela conseguiu parar o


carro, mas ela bateu em outro veículo. Eles a levaram para o
hospital. Ela e o bebê estão bem, mas Liam acha que foi um
atentado contra ela e os assassinos da noite passada não
estavam lá para você.

As peças do quebra-cabeça se encaixaram.

—Eles estavam tentando matar Alex e Eve.

—Acabei de encontrar um dispositivo no celular de Alex.


Alguém está escutando. Decidimos fingir a morte de Avery.
Adam hackeou o sistema hospitalar e ela foi declarada morta.
Liam está levando o resto de nossas mulheres para um lugar
seguro. Ele, Jake e Adam vão protegê-las. Sean vai sair com
sua família. Eles não vão voltar até que eu diga a eles que é
seguro.

—Quatorze rosas amarelas, Ian. Eles querem matar a


todos e é minha culpa.

Sua cabeça balançou ligeiramente.

—Isso não importa agora. Tudo o que importa é que


você também tem que manter o segredo. Eu não quero
qualquer um dos agentes do MI6 saibam que Avery está viva.
Eu estou puto que eles saibam que nós já matamos dois
deles.

Pelo menos ele confiava um pouco nela.

—Eu não vou dizer nada. A Chelsea não precisa saber


também. — Ela estava fazendo a sua escolha. Ela amava sua
irmã, mas sua lealdade final tinha que ser para Ian. —Mas
eles não podem ficar escondidos para sempre. Meu tio não vai
parar de tentar me matar. Deixe-me ir e talvez ele vai
esquecer o resto de vocês.

Seus braços se apertaram ao redor dela.

—Eu sinto muito, mas você tem que entender que eu


nunca vou permitir que você saia por aquela porta e deixá-los
levá-la. Eu não me importo que você consiga fazer um acordo
com eles e nos salvar. Eu não vou deixar isso acontecer.

Ela ficou confusa.

—Ian, eu não entendo. Você estava com raiva de mim.


Você acredita que eu dormi com Nelson.

Ele virou o rosto para cima e não havia maneira de


perder a tortura lá. Ele era geralmente tão desligado, mas
cada emoção dolorosa estava aparecendo através daqueles
olhos normalmente árticos e chutou Charlie no estômago.

—Eu não conto nada do que aconteceu enquanto você


estava com seu pai contra você. Você tem que saber que eu
nunca faria isso. Mas eu deveria me importar se você dormiu
com Nelson. Merda Charlie, eu deveria me importar com isso.
E esse é o problema, porra, não acho que isso importa. Eu
ainda quero você. Essa é a coisa louca, Charlie, porra, eu
ainda quero você. Eu ainda anseio por você.

Nada mudou. Não de verdade. Ele não confiava nela.

As palavras de Simon voltaram. Que tal lhe dar um


tempo?

Ela estava disposta a lhe dar tudo. Ele estava


provavelmente certo. Seu tio os colocou em um caminho. E
daí que ele não acreditava nela agora? Como ela poderia
mudar isso se fosse embora?

Se não havia maneira de sair desta guerra que seu tio


começou, então pelo menos ela deveria lutar do lado certo e
isso significava ficar de pé e, não sentada em um banco e
esperando o inevitável. E isso significava dar a seu mestre o
que ele precisava.

Ele acabou de descobrir que seu mundo estava com um


temporizador definido para explodir. Todo mundo que ele se
importava estava em perigo e ele não podia confiar em
ninguém ao seu redor. Todos iriam olhar para ele para liderar
e ele não tinha ninguém para se apoiar.

Ninguém, exceto ela.

Ele podia achar que a queria, mas ele precisava dela.


Seu ego não significa nada em comparação com o que ele
precisava.

Ela caiu de joelhos, envolvendo os braços em volta dele,


oferecendo-lhe tudo o que tinha.

—Tudo bem, Ian. Vou fazer o que quer que você precise
que eu faça. Quero ficar com você, mas se você não pode
confiar em mim, então vou para onde você quer que eu vá e
vou ficar lá. Eu prometo. Vou lhe dar o resto do dinheiro e
não vou deixar a Chelsea tocar em um computador. Eu vou
esperar, Ian. Eu vou esperar até você fazer o que você precisa
fazer. Quando estiver pronto, se você ainda me quiser, eu vou
estar lá.
Suas mãos encontraram os cabelos dela, puxando-a
para trás, forçando-a a olhar em seus olhos. Aquele pequeno
puxão iluminou sua pele.

—Você quer que eu mande você para longe? Você acha


que vai provar alguma coisa para mim? Talvez seja a melhor
coisa a fazer, mas eu não posso. E você sabe por que?

Ele estava tão perto que era difícil até mesmo processar
as palavras que ele dizia. Sua cabeça estava girando. Ela foi
de completo desespero para puro desejo.

—Porque você acha que eu vou fugir?

—Não, eu teria certeza de que você não fugiria. Se eu te


mandar para longe, não vou poder te foder, Charlie. E não
consigo pensar em mais nada que não seja ficar dentro de
você de novo. —Sua boca pairou sobre a dela, tentando-a,
provocando-a. Tão perto do céu, mas ela queria que o beijo
dele fosse mais do que apenas uma maneira de controlá-la. —
Eu não consigo pensar em nada, exceto você. Eu quase matei
aquele homem de hoje.

—Ian ...— ela começou querendo explicar.

—Não. — Ele balançou a cabeça, negando duramente.


—Eu não quero falar sobre isso. Eu te disse. Não dou a
mínima. Eu só quero você. Não posso evitar, você é uma
obsessão. Eu não posso deixar você ir. Eu não posso deixar
você ir embora, e eu com toda a fodida certeza não posso
deixá-los pegarem você.
Ela queria ser mais do que uma obsessão. Ela precisava,
mas agora não era o momento para falar sobre suas
necessidades.

Agora era o momento de dar a ele. Para ser o que ele


precisava.

—Então, não faça Mestre. Vou ficar com você, enquanto


você me quiser.

Outro puxão em seu cabelo. Ele parecia estar em um


humor feroz e ele estava disposto a levar isso para fora dela.
Seu mundo estava fora de controle. Seu coração pulou um
par de batidas porque ela sabia o que ele precisava. Se ele
não podia controlar o mundo exterior, então ele ia controlá-
la. Ele iria dominá-la.

—Você vai ficar? — As palavras saíram de sua boca em


um tom duro. —Você vai ficar quando eu falar que o que eu
quero mais do que tudo é foder a sua bunda? Diga-me
quantos homens estiveram dentro de sua bunda.

Ela balançou a cabeça, quase tremendo com o


pensamento. Quantas noites ela sonhou em tê-lo de todas as
maneiras que era possível ter um homem? Ela foi uma boa
sub. Ela se preparou para ele.

—Nenhum. Absolutamente ninguém. Eu só quero você.

—Mostre-me.

Charlie se levantou e se preparou para servir ao seu


amor.
Uma necessidade selvagem inundou o corpo de Ian. De
levá-la. Marcá-la. De garantir que ela nunca olharia para
outro homem. Ele ia mantê-la tão satisfeita que ela não
conseguiria abrir os olhos para olhar para outro homem.

Essa necessidade entrou em suas veias e nada mais


importava. Algo mudou dentro dele quando percebeu o que
ela estava tentando fazer. Ela tentou se oferecer, desistir dela
mesma, porque a culpa era demais para suportar.

E ele se lembrou do seu corpo frio e morto em seus


braços.

Ela estava viva para caralho agora e ele teria certeza de


que isso nunca mais aconteceria.

Eles eram todos sua responsabilidade. Sean, Grace e


Carys. Jake, Adam, Liam e suas esposas. Alex e Eve. Mesmo
Simon e Jesse eram suas responsabilidades agora. Ele tinha
de garantir a segurança deles.

Mas ela era sua. Somente sua. Se ele decidisse ficar com
ela, ele não ia ter que dividir ela com ninguém. Seria sua
submissa, sua esposa. Ele queria um pedaço dela que
ninguém nunca teve antes.

—Tire suas roupas. — Pelo menos ele desligou as


câmeras em seu escritório desta vez. Não que isso fosse pará-
lo. Ele precisava desatar esse nó no estômago. Ele precisava
pegar toda a culpa e o medo de falhar com todos e afastar do
seu corpo.

Ela puxou a camisa, quase caindo enquanto ela a jogava


longe. Ele ainda não apanhou as roupas dela do seu lugar.
Ele a obrigou a vestir o que ela usou ontem. Não estava
cuidando dela da maneira que deveria. Ele tinha que
empurrar a sua raiva para longe e cuidar dela, porque
pertencia a ele e estava começando a ver que isso não ia
mudar. Estava enganando a si mesmo, se pensou que poderia
foder com ela para fora de sua alma, mas por agora ele
tentaria.

Enquanto ela trabalhava em suas roupas, ele caminhou


até o pequeno armário na parte de trás de seu escritório. Ele
mantinha extras lá. Armas extras, munição extra, colete a
prova de balas, um pouquinho de C-4 e um kit extra
completo com lubrificante e um plugue anal ainda
embalados.

Apenas o básico, o que qualquer homem precisava para


sobreviver ao apocalipse. Grace ficou horrorizada, mas Ian
gostava de estar preparado.

Ele pegou o kit e colocou sobre a mesa de café na sala


de estar do seu escritório. Ele não sabia por que precisava de
uma porra de sala de estar, mas o sofá vinha a calhar quando
precisava de um cochilo. Ele também parecia ter exatamente
a altura certa para o que queria fazer.

Ele levantou o olhar e Charlie estava nua, seu lindo


corpo ruborizado pelo desejo. Os olhos dela já tinham aquele
olhar sonolento que ele associou com ela no subespaço. Ela
entrava tão rápido, algumas vezes sem mesmo uma única
palmada e as vezes, tudo o que ela precisava era que ele
aprofundasse a voz e no minuto que ele abria essa porta, ela
fugia para dentro e tentava se trancar longe do resto do
mundo.

—É assim que você inicia uma sessão? — Ele não


chamaria isso do que realmente era. Era fazer amor, era
necessidade, era o oxigênio que ele precisava para respirar.

Ela caiu de joelhos, com a cabeça caindo para frente, o


cabelo cor de morango acariciando seus seios e ombros como
um dossel esconde seus segredos. Ele amava seu cabelo. Não
importava de que cor eram desde que houvesse um monte
dele. Enquanto ele acordasse coberto por isso como uma teia
em que ficou preso e não queria sair.

Suas mãos foram colocadas sobre as coxas, palmas para


cima como ele ensinou. Ela não o fez falar duas vezes sobre a
posição de seus joelhos. Eles estavam abertos, sua vagina em
exposição e ele já podia ver que a sua sub estava ficando
quente. Sua vagina era de um rosa perolado e os mamilos
estavam duros.

Ela estava esperando por ele. Calma, paciente e


confiando.

Porra. Ele não podia fazer o que ele queria fazer. Porra,
ele era muito grande. Ele iria machucá-la. Ele nunca pensou
que lamentaria o seu grande pau, mas o dia chegou. Um
aperto formando em seu peito.
—Vista-se, Charlotte. Eu tenho que pegar algumas
roupas para você antes de nós saírmos daqui.

Seu pênis estava gritando para ele, prometendo que ele


seria muito bom e paciente se ele só tivesse a porra de uma
chance de foder aquele cuzinho doce.

Seu pênis estava sem sorte.

Charlie levantou a cabeça, o olhar sonolento


desaparecido e em seu lugar um de quase pânico.

—O que eu fiz errado?

Ele controlou o seu temperamento. Ele queria rugir,


gritar e foder com ela de qualquer maneira, mas ela era dele.
Dele. Ele não podia machucá-la mais do que ele já fez.
Vingança o deixou cansado quando chegou a Charlie. Suas
palavras saíram em uma respiração instável, enquanto ele
tentava acalmar seu pênis.

—Você não fez nada de errado. Eu nunca tomei uma


amante sem prepará-la primeiro. Eu poderia te machucar.
Você se lembra de quando nós éramos casados, eu estava te
treinando. É por isso que fiz você usar o plugue todos os dias.

Ela corou novamente.

—Ian, o que eu estou a ponto de dizer a você pode soar


estranho e assustador no começo, mas quero que você se
lembre que me deu ordens e mesmo que você tenha pensado
que estava morta, eu sabia que estava casada e que eu tinha
um mestre e queria ser uma sub obediente.

O que diabos ela estava tentando dizer?


—Você raramente é obediente, Charlie. Acho que eu
deveria ter escrito em um contrato que você não estava
autorizada a fingir sua própria morte ou montar uma
empresa criminosa que acabaria colocando três países
querendo a sua cabeça.

—Às vezes eu só preciso de ordens, mestre. — Os olhos


dela se levantaram, largos e inocentes. Deus, ele adorava
assistir aqueles olhos se arregalarem quando ele trabalhava
nela com seu pênis. Foi outra coisa que ele não gostou
quando a fodeu no clube. Ele queria estar cara a cara. Ele
queria vê-la de perto, ver cada expressão enquanto ele a
levava.

—Suas ordens são para ir e ficar pronta. Temos um


longo voo pela frente. — Seriam pelo menos vinte e quatro
horas em que seu pênis estaria no inferno.

—Mas eu segui as suas instruções, — ela disse


rapidamente.

Ele olhou para ela, tentando entender. E sim, ele pensou


que era estranho. E meio excitante, se ele estivesse certo
sobre o que ela estava falando.

—Você colocou o plugue em si mesma?

Ela corou e ele podia jurar que havia constrangimento


lá. Os olhos dela encontraram o chão.

—Sim. Não todos os dias, mas pelo menos uma vez por
semana. Normalmente mais. Você me disse para fazer. Eu
encontrei conforto em seguir suas instruções. Eu sei que o
mundo baunilha poderia pensar que era perverso, mas eu
fingi que era você.

Ela era total e completa louca fodida. Ela tinha plugado


a si mesma por cinco anos? Era ridículo. Seu pênis estava
pulando em seu jeans novamente.

—Volte para a posição e fique lá. — Ele saiu do seu


escritório e foi pelo corredor, não dando a mínima por estar
carregando um plugue anal extragrande numa mão e um
produto de limpeza de brinquedo na outra. O mundo estava
caindo ao seu redor, mas isso não importava, porque ele
tinha um brinquedo para limpar. Tudo o que importava era
ficar preparado porquê de uma maneira ou de outra, ele
descobriria se ela estava mentindo ou não.

Ele caminhou até o banheiro com o cérebro zumbindo.


Ela podia estar mentindo de novo. Poderia ser à sua maneira
de encobrir o fato dela ter tido um monte de homens.

Ou ela poderia estar dizendo a verdade e ela foi uma


esposa fiel por anos, encontrando conforto até mesmo no
mais estranho de seus rituais. Seu coração se apertou um
pouco com o pensamento dela tentando plugar-se pela
primeira vez. Ela deve ter se sentido estranha e solitária. Era
um jogo entre amantes, mas ela estava fugindo e sozinha.
Será que ela fez isso no escuro? Da mesma maneira que ele
empurrou seu próprio pau e pensava nela?

Ele sabia que deveria recuar. Ele deveria enviá-la para o


esconderijo. Deveria separá-la dos outros e dar a Simon a
tarefa de garantir que ela permanecesse viva.
Mas ele não faria isso porque não podia suportar o
pensamento dela não estar com ele. Agora que a viu
novamente, tocou-a e fodeu, a ideia de Charlie estar fora de
sua vista, seu controle, era inaceitável.

Ele limpou o plugue, secou e, em seguida, virou-se para


voltar para o escritório onde ela estaria esperando. Ela estaria
em posição, esperando por ele. Isso fazia dele um bastardo,
um porco, homem das cavernas, mas ele gostava de saber
que ela não estava pensando em nada além dele e o que ele ia
fazer para ela, com ela.

Damon Knight foi andando pelo corredor, seu grande


corpo ocupando a maior parte do espaço. Eles não poderiam
realmente passar pelo corredor sem esbarrar uns contra os
outros, porque eles eram tão grandes. Ele devia ter pensado
sobre corredores extragrandes desde que ele parecia apenas
contratar ou trabalhar com homens construídos como
caminhões Mack.

—Excelente, eu estava procurando por você. O jato


estará pronto às quatro. Fui informado de que temos que
levar um passageiro extra junto.

—Tem. — Ele sabia no momento que fez esse acordo que


a Agência ia querer um observador. Seria uma prova para a
teimosia de Ian que Ten não ia tomar conta do jogo.

—Sim. Nos foi dado a ordem de apoiá-lo em qualquer


maneira que você escolher. Você tem amigos influentes,
companheiro.
Ele fez favores para um monte de homens poderosos. E
agora ele devia mais alguns.

—Eu vou matar Nelson.

—Eu vou olhar para o outro lado quando você fizer. Eu


estou perfeitamente certo que será em defesa própria. —
Graças a Deus foi Damon que eles enviaram e não outra
pessoa. — Ele meio que confiava em Damon. Ele só não o
conhecia bem suficiente. —Então, vamos reabastecer em
Frankfurt, em seguida Mumbai e devemos estar em Goa em
cerca de vinte e quatro horas. Isso é o mais rápido que
conseguimos chegar lá. Você sabe que você está
transportando um plugue anal? É deste modo que você lida
com disciplina no escritório?

Ele começou a voltar ao seu escritório, sem se preocupar


em olhar para trás.

—É como eu lido com a minha sub. E se alguém


perguntar, eu estou indisponível até que estejamos prontos
para ir ao aeroporto e diga a Adam que é melhor ele estar
com nossos documentos prontos ou eu vou usar isso nele.

Ele passou pela sua porta e lá estava ela, uma visão de


submissão esperando por ele. Deus, ele devia estar se
preparando para a operação, mas tudo o que queria fazer era
se perder nela. Ele queria trancar a porta do escritório e
nunca mais sair. Pela primeira vez, ele pensou seriamente em
fugir com ela. Ele sabia como esconder. Ninguém iria
encontrá-los. Eles poderiam ficar anônimos. Poderiam
desistir de tudo e apenas encontrar uma ilha e nunca mais
sair dela.

E nunca ver seu irmão novamente. Nunca saber como


seria Carys quando se tornasse uma adolescente atrevida
dando um inferno a Sean. Nunca ter filhos porque eles
seriam uma fraqueza.

A vida foi muito mais fácil antes dela voltar, mas ele
sabia que não queria fácil.

—Mostre-me. — Ele ficou na frente dela, seu pau se


contraindo, mas ele queria ver.

Ela assentiu com a cabeça ligeiramente, pegando o


plugue de sua mão.

—Eu preciso de algum lubrificante. Eu sempre uso


lubrificante.

Como ela deveria. Ele deu para ela, forçando a mão para
não buscar o cabelo dela. Quando ele estava em um quarto
com ela, era difícil não a tocar e quando não estava em um
quarto com ela, era difícil não procurar o quarto que ela
estava e ir para lá também.

Ela lubrificou o plugue muito cuidadosamente. Ele


escolheu um que era apenas perto do seu tamanho, mas ela
não parecia intimidada por ele. Ela passava as mãos sobre
ele, cobrindo todo o plugue plástico generosamente.

Não houve nenhuma hesitação, nenhuma preocupação


nos movimentos dela. Parecia quase um ritual amoroso, um
que ela realizou muitas vezes.
Ele disse a ela que passaria semanas preparando-a para
o sexo anal. Ele explicou que ela teria que usar o plugue
regularmente para esticá-la para que ele não a machucasse.

Será que ela realmente passou cinco malditos anos se


preparando para ele?

—Posso ir para o sofá, Mestre? Eu costumo fazer isso


em uma cama.

Ele não ia corrigi-la mais. Ele era seu Mestre. Ele


sempre foi. Ele nunca permitiu que qualquer um o chamasse
assim de maneira pessoal. Ele era mestre Ian pelo Sanctum,
mas Sir quando ia jogar. Porque tanto quanto ela o pertencia,
ele sabia em seu coração que ele pertencia a ela. Para
sempre.

Ele só não tinha certeza de que poderia funcionar.

—Sim. Faça o que você sempre faz. Eu quero assistir.

Ela se levantou, graça em todos os seus movimentos.


Ela só começou a praticar quando o deixou, mas seu
desembaraço agora demonstrava anos de crescimento da
posição submissa, anos de prática para se abaixar. Ela era
uma sub bem treinada.

Será que ela fez isso sozinha? Será que ela fazia tudo
isso pensando nele, planejando voltar para casa com ele?
Essa mulher tinha realmente sofrido por ele da mesma
maneira que ele sofreu por ela?

Ele observou, seu pau estava latejando enquanto ela se


ajoelhava no sofá, seu rabo virado para ele. Ela abriu os
joelhos amplamente e abaixou o peito para que sua bunda
estivesse no ar. Ela dava a visão mais deliciosa do seu rabo,
todo corado e rosa. Sua mão segurava o plugue, movendo o
para baixo e colocando ele diretamente contra esse buraco
lindo. Sua roseta estava apertada, pequena. Não parecia nem
por um segundo que poderia lidar com o monstro que ela
estava colocando contra ela.

Suas costas estavam flexionadas, todos os seus


músculos relaxados. Ela deixou escapar um longo suspiro
quando ela apertou o plugue em sua bunda, torcendo,
abrindo o lado direito primeiro para que ela pudesse deslizar
o plugue para dentro.

Um movimento suave e ela o colocou, somente a base


plana à vista.

Outras mulheres poderiam lhe oferecer uma refeição


caseira ou pedir para segurar sua mão como um gesto
romântico, mas sua esposa o entendia.

Ela colocou o plugue como uma profissional e, porra, foi


a coisa mais romântica que ele já viu.

Ele foi para a frente, colocando a mão na sua gloriosa


bunda, amando o pequeno suspiro meloso que saiu de sua
garganta no momento em que a tocou.

—Quanto tempo você costuma ficar com ele?

—Eu gosto de dormir com ele.

Ela não disse mais nada, mas ele ouviu tudo o que ela
não disse. Ela dormiu com ele, porque foi como dormir com
ele enterrado profundamente dentro dela. Porque nesses
momentos, ela poderia fechar os olhos e fingir que ele ainda
estava com ela.

Deus, ele queria acreditar nela. Ele queria isso mais do


que qualquer coisa em sua vida.

Ele tocou levemente a base do plugue. Seus músculos


contraídos em torno dele, um reflexo de prazer.

—Você gosta disso?

—Eu não fiz em primeiro lugar. Foi estranho. Eu fiz isso


porque você queria que fizesse. Eu pensava que era algo que
deveria suportar porque te daria prazer.

—E agora?

—Eu sonho com isso, Mestre. Eu sonho com você


fodendo meu cu e tomando o que é seu.

Ela estava indo fazê-lo gozar com nada além de palavras


doces. Não havia nenhuma dúvida sobre isso. Ele podia
transar com ela e ela adoraria. Ele adoraria.

Tudo o que ele tinha a fazer era tirar esse plugue e


enfiar o seu pênis. Ele iria gozar rápido e, em seguida, talvez,
ele fosse capaz de pensar. Ele pegaria o que ele precisava e
recuaria novamente.

—Vire. — Ele não podia lidar com ela da mesma


maneira que ele lidou antes. Ele pode não saber o que fazer
com ela fora do quarto, mas ele seria o seu verdadeiro mestre
dentro do mesmo. Um Mestre cuidava de sua sub primeiro.
Ela cuidadosamente se abaixou no sofá e virou. Seus
olhos olhando para ele com cautela. Será que ela achava que
ele iria dispensá-la agora? Talvez rir dela pelos anos de
serviço?

—Obrigada, amor. — Ele pegou o pé direito, levando aos


lábios e beijando os dedos dos pés. Ela tinha cócegas. Ele
poderia torturá-la por horas, brincando com os pés. O que ele
nunca disse a ela era que ele não fez isso porque queria puni-
la. Ele só gostava de ouvi-la rir.

—Você não acha que é estranho?

Ele mordeu suavemente a ponta dos pés e ela quase


saltou.

—Eu acho que é totalmente estranho e você é a mulher


mais pervertida que eu já conheci. Sorte para você eu tenho
uma coisa para as pervertidas.

—Ian, não. — Ela tentou tirar o pé.

Ele apertou ainda mais.

—Você não me diz o que fazer quando estamos no


quarto.

Ela choramingou um pouco.

—Você sabe que eu odeio isso, Mestre.

—Mas eu adoro isso. — A maioria das subs odiava o


chicote ou a vara, mas não a sua Charlie. Ela odiava as
cócegas nos pés. Infelizmente para ela, ele gostava de fazê-lo.
Ele passou a língua na sola do seu pé.
Charlie soltou um grito estrangulado, contorcendo-se no
sofá e então ele ouviu isto, aquele baixo e lindo som. Ele
ecoou por todo o quarto e fez a sua alma se sentir mais leve.
Sim, ele ficaria com ela. Ele iria enchê-la com seu gozo até
que ela não pudesse ver direito, mas Deus, ele amou ouvi-la
rir.

—Oh, meu amor, é difícil manter esse plugue dentro,


quando você ri? — As preocupações dele estavam flutuando
para longe. Isso era o que ele precisava. O que quer que
acontecesse a partir de agora poderia acontecer, mas neste
momento ele estava seguro, feliz e fazendo a sua sub rir.

Seu rosto estava rosa, seu sorriso largo enquanto ela


olhava para ele, um olhar ridiculamente obstinado em seus
olhos.

—Eu posso manter este plugue dentro durante todo o


dia. Faça o seu pior, mestre.

Ele pegou o outro pé, adorando como ele conseguia


circular todo o tornozelo com a sua mão. Sua esposa, ela não
era pequena, mas ele podia cobrir ela facilmente. Ele colocou
todos os seus cinco dedos em sua boca, raspando os dentes
ao longo de sua sola.

—Oh, Deus! — Ela estava perdida em um ataque de


risos. Todo o seu corpo tremia, os seios saltando lindamente,
seus quadris balançando. —Você é um sádico.

Ele colocou seus pés contra ambas as bochechas,


admirando sua perfeita boceta.

—Eu não sou um sádico.


Sua boca se abriu enquanto ele corria o nariz de seu
calcanhar para os dedos dos pés.

—Mau. Você certamente é. Você adora me fazer gritar.


Você adora espancar a minha bunda e me torturar.

E ela adorava o jeito que ele fazia isso. Mas ela não o
entendia ou entendia ela mesmo de verdade.

—Não é sadismo se o parceiro ama a dor, minha


animalzinha de estimação. Sadistas querem machucar seus
parceiros. E você ama o que eu faço para você.

Suas mãos subiram, um sorriso brilhante atravessando


seu rosto enquanto ela ria.

—Sim eu faço. Eu faço, mas se você não é um sadista, o


que você é?

Ele sabia exatamente quem ele era quando estava com


ela. Ele ficou perdido, incerto, quando ela foi embora, mas,
oh, quando ela estava perto, ele sabia quem ele era.

—Eu sou o homem que dá o que você precisa.

Ele baixou os seus pés, se certificando de que eles


estavam bem separados. Não ia entregá-la. Não, ele queria
olhar em seus olhos e ficar olhando para ela enquanto a
amava, levá-la plenamente e sem restrições. Ele não ia mais
usar essa mentira idiota de ‘afastá-la’. Ele ia se afundar nela,
tomar o que ele precisava e dar algo de volta. Ele não podia
prometer qualquer coisa além desse momento, mas agora, ele
ficaria com ela aqui.
Ele se levantou no sofá com ela, torcendo seu corpo para
que ele pudesse mover com o corpo. Ela engasgou um pouco
quando ele a empurrou para o lado oposto do sofá, batendo a
cabeça dela no seu braço.

—Desculpa amor.

—O que você vai fazer? — Sua voz estava abafada, as


pernas bem abertas. Ela não se importava com nada, apenas
estar aqui com ele e isso fazia o seu coração inchar.

—Eu vou te dar o que você precisa. — Ele baixou sua


boca, o calor de sua maldita boceta estava quase o matando.

Ele deu um beijo suave em seu clitóris, respirando o


cheiro dela. Ela conseguia acalmá-lo, conseguia tirar suas
tendências violentas. Sua submissão reprimia a sua
necessidade de ir rápido e duro, suavizando-o a tal ponto que
ele poderia tomar seu tempo com ela. Ele puxou os lábios,
separou e chupou cada um deles dentro de sua boca, ela
engasgou e gemeu. Ele comeu sua vagina, seu sabor picante
enchendo a boca e afiando seus sentidos até que tudo o que
ele queria e precisava era ser cercado por ela.

Seu pequeno buraco estava segurando o plugue como se


fosse seu brinquedo favorito que não ia soltar. Ele espalhou
seus joelhos, mas ela não deixou o plugue sair.

Sua doce sub merecia um mimo antes que ele tomasse o


seu prêmio. Ele colocou o seu polegar direito em seu clitóris,
pressionando firmemente. Ele penetrou-a com a língua,
transando com ela em movimentos longos, enquanto
esfregava a pérola de seu clitóris.
Ela decolou como um foguete. Creme revestindo sua
língua enquanto ela gritava o nome dele e apertava em volta
de sua língua.

Ela ainda estava tremendo quando ficou de joelhos e


rasgou a sua calça jeans aberta. Ele deu a ela tudo o que
precisava. Era a sua vez. Seu pênis saltou livre e ele puxou o
plugue da sua bunda, observando-a apertar em torno dele.

Porra, isto estava prestes a acontecer com seu pau.

—Deixe-me virar. — Ela estendeu a mão, acariciando


seu peito, sua voz soando preguiçosa e saciada.

—Não. — Ele jogou o plugue longe e brevemente


imaginou se o pessoal da limpeza iria desistir, mas ele não
deu a mínima. Cinco anos ele ansiava por ela. Cinco anos ele
foi metade de um homem. Ele agarrou o lubrificante e
começou a trabalhar sobre seu torturado pênis. —Nós vamos
fazer isso do meu jeito.

—Eu pensei que tinha que ficar de joelhos.

Porque ela nunca fez sexo anal antes. E ela não sabia
quão criativo ele poderia ser quando queria algo da maneira
que queria isso.

—Você pensou errado. Vou te mostrar centenas de


maneiras diferentes de fazer isso. Mas hoje, eu quero assistir
você. Confie em mim.

—Eu faço, Ian. Eu não vou cometer o mesmo erro duas


vezes. Mostre-me o que você quer, mestre. —Ela levantou os
quadris quando ele ofereceu um travesseiro.
Colocando-o cuidadosamente debaixo dela, o travesseiro
levantou sua pélvis e dava um fácil acesso a sua bunda.

Ele se juntou a ela no sofá, levantando seus tornozelos e


fez um lugar para ele entre suas pernas. Lotus Reclinável,
como o Kama Sutra chamava.

—Mantenha seus pés em minhas coxas, joelhos para


fora.

A posição abriu-a completamente para ele. Ele poderia


tomar sua vagina ou sua bunda, ela estava totalmente
vulnerável.

—Porra, você parece tão macia, baby. Você sabe como


você está linda? Você só está apenas deitada aqui para mim,
oferecendo-me tudo. Você é uma doce pequena sub. —Ele
alinhou seu pau até sua roseta apertada. —Você sabe quem
eu sou?

—Meu Mestre. — Sua resposta ofegante foi


acompanhada por um pequeno sorriso.

Ele pressionou contra ela, a cabeça do seu pau lutando


para entrar.

—Oh, baby, eu sou um homem sem vergonha, que está


prestes a enfiar meu desavergonhado pênis em seu rabo.
Sim. Você sente isso?

Um pequeno suspiro lhe disse que ela sentia.

Para frente e para trás, ele trabalhou, a cabeça do seu


pau começando a desaparecer dentro do seu rabo. Ele olhou
para a linda vista. Seu buraco delicado não poderia impedir
ele. Não. Ele era a porra de um Viking e ele ia invadir.

—Eu não vou deixar você me manter fora. Nem mesmo


tente. Você vai deixar meu pau entrar. Você vai deixar seu
Mestre foder seu traseiro.

Seus olhos alargaram, sua boca abriu com um pequeno


‘O’ quando ele forçou seu pênis dentro.

—Eu acho que não usei um plugue grande o suficiente.

Ele segurou seu peso sobre ela com uma mão e com a
outra ele beliscou seu mamilo enquanto ele continuava a
empurrar dentro.

—Sem mais plugue para você. Eu acho que você gosta


deles muito. A partir de agora você só tem o meu pau neste
buraco doce. Porra, está muito bom, Charlie.

Tão apertado. Ele mal podia respirar. A bunda dela o


agarrava como nada antes, o calor tão diferente da sua
vagina. Ele amava os dois igualmente e prometeu não
favorecer um sobre o outro. Ele ia foder sua boceta, sua
bunda e sua boca. Ele iria foder qualquer coisa no seu corpo
que ele pudesse empurrar seu pau dentro, porque aquele
corpo o pertencia. Dele. Dele. Dele.

Ele empurrou para dentro, se sentindo selvagem


novamente. Ela pode ter sido capaz de tirar algumas de suas
preocupações, mas ela não ia conseguir tirar a sua
possessividade furiosa. O que quer que aconteceu antes, foi
antes, ele a tinha agora e ele tinha zero de intenção de
permitir que ela fosse embora de novo.
Charlie respirou fundo.

—Eu estou tão cheia.

—Ainda não. — Ele não estava concedendo misericórdia.


Ela ia levar cada polegada dele.

Ela gemeu quando ele trabalhou polegada por polegada.


Seu belo rosto corado.

—Eu não acho que posso tomar mais.

Mas ele ainda tinha muito mais para dar.

—Sim você pode. Você vai levar o seu Mestre. Você vai
me receber dentro. Diga, Charlie. Fale para eu te dar o meu
pau. Fale que você quer isso.

—Eu quero isso. Você sabe que eu quero.

Um pequeno gemido saiu do seu peito quando ele


finalmente conseguiu ir totalmente dentro dela. Ela o tomou
até a raiz e ele ficou parado, deixando que ela se acostumasse
com ele.

—Diga-me como se sente.

—Como se meu ânus fosse explodir, Ian. Sério. —Mas


havia um sorriso em seu rosto enquanto ela ofegava,
obviamente tentando se adaptar.

Ele deixou seus olhos se fecharem rapidamente,


aproveitando a sensação de estar profundamente enterrado
até as bolas na bunda dela.

—Eu sinto como se fosse dividir você ao meio. Não vai


acontecer. Diga-me, baby, você se fodeu com esse plugue?
—Eu não entendo. Eu coloquei o plugue.

Ele amava a maneira que ela estava sem ar e que ela


parecia não compreender. Ele olhou para ela.

—Então você não moveu ele para dentro e para fora?


Você não fodeu o plugue.

—Não, Mestre. Você só me disse para colocar o plugue.


Ian, por favor. Por favor, eu quero te dar o que você precisa,
mas isso está me matando. O que está acontecendo?

Não. Ela não fodeu o plugue. Ela achava que isso era
tudo o que havia. Ela não entendia absolutamente nada. Uma
pequena virgem doce e ele ia mostrar a ela quão obsceno,
sem vergonha e glorioso o sexo anal poderia ser.

—Você está pronta, baby? Você está pronta para eu


foder você?

Ela rangeu os dentes.

—Eu meio que pensei que você já estava. Ian, se estiver


faltando qualquer pedaço que já não esteja dentro de mim,
nós precisamos conversar.

Ele soltou uma risada. Ela era a única que podia fazer
isso com ele, que poderia levá-lo de uma furiosa paixão a
uma gargalhada em um segundo.

—Não há necessidade de falar. Apenas sinta.

Ele puxou lentamente o seu pau para fora.

Os olhos de Charlie brilharam enquanto ela prendia a


respiração.
—Oh, mestre.

Um longo e lento impulso o levou de volta.

—Há uma razão para as mulheres deixarem a gente


fazer isso com elas, baby. Diga que você ama isso.

Suas mãos subiram, apertando seus ombros.

—Eu amo isso.

Desta vez, quando ele puxou para fora quase até a


ponta, seu rabo apertou em torno dele, tentando mantê-lo
dentro. —Diga-me que você ama quando eu fodo a sua
bunda.

Ela gemeu, mordendo o lábio inferior enquanto ele


empurrava mais forte desta vez.

—Eu adoro quando você fode minha bunda. Por favor,


Mestre. Por favor, foda a minha bunda.

—Agora isso é um pedido educado que eu vou honrar. —


Ele desistiu da conversa suja. Era hora de deixar seu pênis
fazer toda a comunicação. Calor corria através dele, cada
músculo clamando por libertação, mas ele não queria parar.

Mais e mais ele se movia dentro dela, assistindo o lugar


onde seu pau desaparecia dentro dela, onde ele dominava-a.
Mais e mais, dentro e fora. Aquele buraco apertado lutava
com ele quando empurrava para dentro e, em seguida
apertava avidamente quando ele puxava para trás. Cada
polegada do seu pau foi pressionada e apertado dentro dela

Em seguida, seu ânus se contraiu em torno de seu pau


enquanto ela gozava, suas unhas apertando seus ombros.
Ele não podia aguentar mais um segundo. Suas bolas se
apertaram, sua coluna formigou, sua visão se reduziu a
apenas uma coisa, ela. O orgasmo explodiu através dele como
um incêndio e ele gozou longamente, dando-lhe tudo o que
tinha. Ele empurrou profundamente, segurando-se com força
contra ela, apertando-a ainda mais, então não havia uma
polegada de espaço entre eles.

Prazer fez seus olhos ficarem vesgos, seu cérebro ficar


frouxo e, finalmente, uma sensação de calma, de paz se
apossou dele enquanto ele saía de sua bunda e deixava ela
tomar o seu peso. Apertando ela no sofá, ele deitou sua
cabeça em seu peito.

Suas mãos encontraram seu cabelo, acariciando-o


suavemente.

Ian fechou os olhos e desejou que o tempo pudesse


passar devagar para que ele nunca tivesse que tomar a
decisão que ele seria forçado a tomar.
Charlie olhou ao redor do bem equipado jato particular e
decidiu que Damon Knight teria muito que explicar para o
MI6. Não era um avião enorme, mas o tamanho era mais do
que compensado por luxo.

Havia doze assentos de couro na cabine que não se


pareciam em nada com os minúsculos lugares que ela já
voou. Essa porra reclinava totalmente e parecia que foi feito
para duas pessoas.

Ou apenas para homens enormemente construídos. Ian


ocupou todo o seu assento. Ele se sentou ao lado dela,
olhando para os relatórios enquanto esperavam que os outros
embarcassem.

É claro que nem mesmo os assentos mais confortáveis


conseguiam minimizar a dor que estava sentindo. O plugue
maldito a deixou dolorida, mas ele também a fez gozar como
se fosse o fim do mundo. Ela se mexeu um pouco, tentando
encontrar uma posição confortável.

Ian virou a cabeça, um sorriso diabólico iluminando seu


rosto.

—Você precisa de ajuda, amor? Existe algo que está


fazendo você se sentir desconfortável?

Ela aguentaria um pouco de dor só para vê-lo sorrir


assim. Se ele pensava que ia embaraçá-la, ele estava muito
enganado. Constrangimento era para as pessoas que não
tinham nada melhor para fazer.

—Sim, eu estou porque alguém decidiu enfiar um item


enorme no meu pobre traseiro e agora essa mesma pessoa
está me fazendo pegar um voo de 24 horas.

Seu sorriso aumentou e ele se inclinou, roçando-lhe a


mão com a sua.

—Seu mestre é um homem horrível. Ele, obviamente, só


pensa em si mesmo e sobre o quão bom é o seu rabo.

—Oh, meu Deus, por favor, pare, — disse Chelsea de


seu assento atrás de Charlie. —Isso é tão grosseiro.

Ian piscou para Charlie.

—Sua irmã é uma puritana. Você está realmente com


dor? Tenho certeza que eles têm alguma coisa que você pode
tomar para melhorar.

Ela gostava da dor. Era um lembrete de que ele ainda


estava aqui com ela. Ela apertou sua mão, adorando a
intimidade.

—Eu só vou tomar um copo de vinho. Eu vou ficar bem.

Ele balançou a cabeça e voltou para seus arquivos, os


que ela deu a ele. Pequenos passos. Ela não podia pedir mais
nada.

Bem, ela podia torcer para que todos estivessem vivos


amanhã. Ela não esqueceria que seu tio tinha alguns mísseis
à sua disposição.
A porta da cabine se abriu, Simon e Jesse entraram.
Simon estava muito bem vestido com seu terno de três peças,
e não aparentava em nada ter ficado acordado a noite toda.
Charlie observou como os olhos azuis de Simon encontraram
Chelsea antes de passar por ela. Jesse estava carregando
uma maleta e tinha cortado o cabelo. Ele parecia
profundamente desconfortável em sua camisa e calças
sociais, parecia que Simon estava forçando-o a levar o
trabalho a sério.

Simon parou em seu corredor, olhando para Ian.

—Tudo está no lugar.

—E o escritório?

—Está fechado para a semana. Mandei Phoebe para


casa, e ela vai trabalhar a partir de lá até decidirmos que é
seguro.

—Ela provavelmente fez uma festa, — Ian murmurou.

—Ela chorou. Ela chora muito, —Simon disse com um


suspiro.

Jesse franziu o cenho quando se sentou na parte de


trás.

—Ela é um pouco sensível. Você deve tentar ser mais


agradável com ela.

—Então todo mundo está de folga? — Uma nova voz


encheu o espaço e Charlie se virou para ver um homem
grande, com cabelos castanhos dourados e olhos verdes
parado no corredor. Ele estava vestindo calça jeans e uma
camiseta preta que moldava seus ombros largos e peito
musculoso.

Ian olhou para o recém-chegado.

—Todo mundo que está vivo.

Ele pediu a ela para manter a ilusão de que Avery estava


morta.

O recém-chegado se encolheu um pouco. Ele se


inclinou, chegando perto de Ian.

—Eu só vou acreditar quando eu vir. — Se ela não


estivesse sentada tão perto, ela não ouviria. —Eu reconheço o
trabalho do Adam quando eu vejo. Se você precisar de
alguma coisa, eu estou aqui para você.

Os olhos de Ian se contraíram.

—Eu vou deixar a Agência saber. Ten, esta é Charlotte


Dennis. Charlie, este é Tennessee Smith. Eu espero que você
ainda esteja usando o seu nome real, ou a Agência já fez você
se juntar ao colorido esquema de apelidos?

Um sorriso de ‘foda-se’ surgiu no rosto do homem.

—Não, você sabe que eu acho que esses nomes da


agência são meio idiotas. Eu sei que deveríamos esconder
nossos nomes reais, mas eu só vou matar alguém se precisar
e vai ficar tudo bem. — Ele estendeu a sua mão, puxando-a
até seus lábios em um gesto galante. —Não que eu seja um
assassino querida, sou mais um amante. Charlie, não é?

Ian estendeu a mão e puxou a mão dela da de Ten.

—Não para você. Ela é a senhora Taggart para você.


Ele agarrou a mão dela e não soltou. Ela entrelaçou
seus dedos com os dele.

A bela mandíbula de Ten caiu aberta.

—A que estava morta?

Um sorriso de comedor de merda iluminou o rosto de


Ian, e ele levou a mão dela aos lábios, beijando seus dedos.

—Acho que você não sabe de tudo, não é? E se eu ouvir


você a chamando de Charlie, eu vou te estrangular.

Ten sentou em frente a Ian, seu grande corpo ocupando


toda a cadeira.

—Bem, eu gosto da minha coloração natural e por falar


nisso, Zhukov ainda está todo azul e ele também se tornou
um falador.

Charlie podia imaginar o que afrouxou seus lábios. Seu


tempo com Ian certamente deve ter ajudado.

—Será que ele admitiu que eu não era a sua única


vítima?

—Ele já admitiu que toda a equipe McKay-Taggart


estava na lista. Apesar de terem deixado de fora o garoto
novo. Ele ficou realmente decepcionado. Aparentemente, não
constar como alvo em uma lista o fez se sentir como se ele
não fizesse parte do time.

—É desrespeitoso, — disse Jesse pelas costas. —Eu sou


tão perigoso como o resto de vocês.

—Eu vou te matar se isso te faz sentir melhor. — Simon


sentou no seu assento.
Jesse deu de ombros.

—Eu só acho que foi uma falta de respeito eles não me


incluírem, isso é tudo.

Ten franziu a testa, seu sorriso desaparecendo.

—A lista de 14 pessoas incluía a sua sobrinha.

O aperto da mão de Ian na dela, era a única prova de


que ele escutou o que Ten falou.

—O que a Agência sabe sobre as atividades recentes de


Nelson?

Ten cruzou os braços sobre o peito.

—Ele esteve na Rússia e em alguns lugares na Índia.


Desde que você acabou com sua última empresa, ele tem se
mantido em movimento.

—Quais são os seus laços com o sindicato Denisovitch?

Ten hesitou, seus olhos olhando ao redor da cabine. Ian


balançou a cabeça.

—Nós fizemos um acordo, Ten.

—Ela é realmente o The Broker?

—Eu não sei do que você está falando, — Ian respondeu.

Quanto ele desistiu de mantê-la longe das mãos da


Agência?

Ela manteve a boca fechada. De maneira nenhuma ela


ia empurrá-lo. Sua bunda já estava dolorida o suficiente.

Damon Knight saiu da cabine do piloto.


—Você sabe quem ela é e você também sabe que ele não
admitirá nada, então você pode muito bem não tentar. Eu
vou ser honesto, suspeito da mais nova também, mas ele a
colocou no acordo de modo que nós não podemos ter
qualquer uma das duas.

Ele protegeu sua irmã? Até mesmo Chelsea se virou,


olhando para Ian por um momento.

— The Broker não existe mais, — Ian falou encerrando o


assunto num tom mortal. —Você não precisa mais se
preocupar com esse problema. Agora, parte do meu acordo
com os grandes chefões era que você me diria tudo sobre
Nelson, então comece a falar. — Ele soltou sua mão, seu
corpo se afastando do dela.

Nelson ainda estava entre eles. Ela lutou para manter


um sorriso no rosto. Não importava o quão perto eles
pareciam estar quando ele estava fazendo amor com ela,
ainda havia um abismo lá, mantendo-os separados.

Paciência. Sempre foi a sua fraqueza, mas ela estava


determinada a ser paciente neste momento.

—Tudo bem, — Ten disse finalmente. —Pelo que


podemos dizer, a ligação de Nelson com Mikhail Denisovitch
começou há quatro anos e meio. Temos um homem em um
sindicato amigo. Tanto quanto amigável os sindicatos podem
ser. Ele diz que Nelson começou a se reunir com os chefes
dos sindicatos depois que ele afirmou ter provas contra sua
esposa no assassinato de seu pai.

Charlie deu de ombros para isso.


—Claro que ele tinha provas. Ele é o único que eu
contratei para matar o bastardo. Tenho certeza que ele não
mencionou isso para o meu tio.

—Não, eu tenho certeza que ele deixou isso de fora, —


Knight falou. —Portanto, a questão é, o que Nelson está
fazendo na Índia? Eu entendo por que ele gastaria tanto
tempo na Rússia, ele está fazendo algum trabalho sujo para o
sindicato.

Ten olhou para o agente do MI6.

—Por que ele estaria trabalhando com Dusan? Me diga


uma coisa Charlotte, o que seu primo faz e por que ele
precisa de alguém com os talentos de Nelson?

Charlie se retraiu um pouco.

—Ele não precisa, a menos que as coisas tenham


mudado muito. Dusan não era o favorito do meu pai. Ele só o
aguentava porque ele era filho do seu irmão, mas ele achava
que Dusan não mostrava lealdade suficiente. Ele queria ir
para a faculdade. Meu pai não era muito a favor sobre a
escolaridade quando se tratava de seus soldados.

—Ele gostava deles ignorantes e leais, não é? — Knight


perguntou.

Charlie assentiu.

—Sim. — Dusan foi realmente um dos únicos primos


que ela conseguia ficar perto por mais de três minutos. —Ele
não tinha um perfil elevado quando eu vivia na Rússia. Meu
tio deve ter colocado ele no comando de algum grupo depois
que eu saí. Você disse que ele estava trabalhando o
gasoduto?

Ian assentiu.

—Isso é o que nós descobrimos. Eles roubam o petróleo


bruto do oleoduto.

Ela sabia como o esquema funcionava.

—Mas eles precisariam de um homem dentro. Um


homem que trabalhe na companhia de petróleo e que pode
avisar quando a barra estiver limpa, por assim dizer. O
governo vem tentando reprimir esse tipo de coisa. A maioria
das companhias petrolíferas levam a sério a segurança, então
ou ele teria alguém dentro ou ele teria que negociar com
alguém que estivesse lá. Era assim que eles lidavam com o
sequestro de petróleo.

Chelsea apareceu por trás do encosto de Charlie.

—Nosso pai gostava particularmente de roubar os


pacotes de auxílios enviados. Ele roubou tudo desde
antimaláricos, medicamentos contra a Aids e vacinas para
bebês. E ele vendia tudo no mercado negro. Era um homem
tão adorável.

Baz apareceu de repente atrás de Knight.

—Nós temos o sinal verde. Se estamos todos aqui, eu


estou pronto para decolar.

Knight assentiu.
—Espere mais um ou dois minutos. Temos mais um
passageiro. —Simon olhou pela janela à sua direita. —Aí vem
ele agora.

Ian se levantou.

—Que diabos? A agência enviou outra pessoa?

—Não. Eu não tenho nenhuma ideia de quem seja. —


Ten levantou as mãos. —Até onde eu sei, eu estou sozinho.

—Você pode estar, mas Tag não, — Simon falou quando


uma sombra apareceu na parte dianteira do avião.

Um homem entrou, o sol atrás dele tornando difícil vê-lo


por um momento.

Sean Taggart tinha uma bolsa em uma mão e um boné


na cabeça.

—Eu tenho meu conjunto de facas. Se ele for levado por


algum babaca da segurança, você vai me comprar um novo,
irmão.

Sean veio por seu irmão. Ela o amou por isso. O fato de
que Ian teria o backup em que ele confiasse cem por cento a
esquentou por dentro.

—O que diabos você está fazendo aqui? — Ian fez uma


carranca para o seu irmão. —Você deveria estar cuidando de
Grace e de sua filha.

Sean ficou sério.

—Grace e Carys estão perfeitamente seguras e você sabe


disso. — Ele estava de boca fechada enquanto olhava ao
redor da cabine. Ele obviamente não ia falar livremente até
que ele e seu irmão estivessem sozinhos. —E alguém tem que
cuidar de você.

—La atrás, agora. — Ian olhou para ela. —Não se mova.

Ela olhou ao redor da pequena cabine.

—E para onde eu iria?

—Sairemos em cinco minutos, Taggart. Você deve ter a


sua situação familiar resolvida, — Baz falou antes de
desaparecer voltando para a cabine do piloto.

Ian se afastou seguido por seu irmão. Charlie foi deixada


com Ten.

—Agora, querida, — ele falou, sentando ao lado dela. —


O que é que nós vamos fazer neste voo tão longo?

—Tag vai matá-lo, — Knight disse acenando a cabeça,


ao sair para se juntar a seu parceiro.

Os lindos lábios viraram para baixo em uma expressão


emburrada. Tennessee Smith provavelmente não tinha que
matar muitas vezes. Ele só iria seduzir a informação para fora
de suas vítimas.

—Pode valer a pena. Além disso, eu realmente não sou


tão ruim. Não desacredite de mim só porque a embalagem é
tão malditamente bonita. Talvez eu possa derrubar Tag. Eu
só quero saber por que ele esconderia uma esposa tão
adorável. Eu não iria esconder você, querida. Você foi feita
para ser mostrada.

—Ian não me escondeu. Eu fingi minha própria morte e,


em seguida, passei os próximos cinco anos trabalhando para
voltar para ele. Ele é meu mestre e meu marido e se você
acha que ele não vai chutar as suas bolas se você tentar me
tocar, então você não tem um perfil respeitável para mim. —
Ela sorriu e não escapava o fato de que Simon estava
disfarçando uma risada.

Ten pode ser lindo, mas ele não era Ian.

—Você não pode culpar um cara por tentar. É um longo


voo e eu não leio revistas. — Ele virou sua cadeira. —E você,
querida? Por que você não vem sentar no colo do velho Ten e
podemos falar sobre todas as coisas que podemos fazer a
trinta mil pés.

—Toque-a e eu vou te matar, — Simon falou. —Se você


precisa de algum alívio, Yank, eu sugiro que você bata uma
punheta no banheiro.

Chelsea encarava a frente da sua cadeira, com os


ombros levantados até as suas orelhas.

Ten olhou para Charlie, voltou para o seu lugar e deu


uma piscadela. Sim, ia ser um voo muito longo.

—O que diabos está acontecendo, Sean? — Ian fechou a


pequena cortina que separava a cabine da cozinha.

Se Sean estava intimidado por sua voz sombria, ele não


mostrava. Era chato porque era a mesma voz que ele usava
com seu irmão mais novo para ele ir fazer o maldito dever de
casa. Ninguém mais ficava intimidado com ela.
—É a hora de matar Nelson. E eu vou com você. — Sean
largou o saco. —Todo mundo já está espalhado. Li e Avery
vão para a nossa casa segura na Costa Leste, Jake e Adam
estão levando Serena, Grace e Carys para o oeste e Alex e Eve
estão indo para o Canadá.

Sean foi inteligente o suficiente para não falar mais. Ian


não se importava que Ten teve suas costas em várias ocasiões
ou que Damon Knight foi um dos seus mentores quando ele
começou a trabalhar. Ninguém precisava saber a localização
de sua equipe. Ninguém.

Alex e Eve estavam indo para Toronto, onde eles iriam


voar para São Petersburgo, com passaportes canadenses e
vistos de turistas. E eles relatariam os movimentos de
Denisovitch.

Mas ele tinha a intenção de manter seu irmão fora disso.

—Você não pode vir comigo. Você tem uma criança.

—E você tem uma esposa. Não vejo qual é o problema,


irmão. Grace sempre soube que se você fosse atrás de Nelson,
eu iria com você.

—Ela não é minha esposa. Não de verdade. — Mas as


palavras soavam estupidas até mesmo para ele.

Os olhos de seu irmão mais novo rolaram para trás.

—Você pode continuar a dizer isso, mas eu espero que


você acorde antes de tudo isso acabar. E nada do que você
diga vai me tirar deste avião. Adam conseguiu o meu visto e
eu tive que tomar uma porrada de vacinas. O que há com
isso? Nelson não podia escolher um país com menos
doenças?

Ele não tinha tempo para as reclamações de Sean.

—Eu posso chutar você para fora deste avião.

—Você pode tentar. E você pode até ter sucesso, mas eu


vou pegar o próximo voo para a Índia e estarei à sua porta em
algumas horas depois de você chegar lá. E não pense que eu
não consigo descobrir onde você se estabeleceu. Adam pode
ter medo de você, mas Serena implora pelas minhas
enxilhadas. Quem você acha que ganha essa guerra, irmão
mais velho?

Ian apertou os punhos.

—Eu não quero que você se machuque Sean.

—E eu não quero você morto. — Ele deu um passo para


frente, deixando muito pouco espaço entre eles. —Eu sei que
você sempre vai me ver como seu irmão mais novo
melequento. Eu sei que no fundo você vai achar que é
responsável por mim até o dia que você morrer. E eu sei que
não fiz nada do que deveria ter feito por todos esses anos que
você me tratou como um moleque e mandou em mim.

Foda-se, ele não queria discutir com seu irmão. Ele


passou o último ano e meio tentando compensar por escolher
Sean sobre Grace, quando seu irmão lhe pediu para proteger
a mulher que ele amava. Sean não podia saber o quanto a
distância incomodava e o quanto ele sentiu falta do seu
irmão.
—O que é isso, Sean?

Sean colocou a mão em seu ombro, seu rosto sério.

—Obrigado, irmão. Você não precisava ter assumido


tudo depois que o pai foi embora. Você poderia ter cuidado de
si mesmo, mas você me assumiu e fez que eu tivesse tudo
que precisava. Não pense nem por um segundo que não sei
quem comprou os meus presentes de aniversários ou quem
fez que eu tivesse todo o material escolar.

Ian olhou para o homem que ele criou. Havia seis anos
entre eles. Não aparecia muito agora, mas quando seu pai
saiu e Sean só tinha dez era um abismo. Sua mãe estava
deprimida e pouco funcional. Ele teve que crescer aos
dezesseis anos. Teve que assumir o controle. Lembrou da
primeira noite, quando ele ficou sentado esperando e
torcendo para o seu pai chegar em casa. Então ele levantou
na manhã seguinte e implorou a sua mãe para ela sair da
cama e ir trabalhar, ela ficou na cama por um mês. Ele
conseguiu um emprego depois da escola até meia-noite no
supermercado local. Foi o fim da sua infância.

—Não foi um grande negócio Sean.

Sean sacudiu a cabeça.

—É um negócio grande para caralho Ian. Eu sei que a


nossa relação é tensa, mas eu acabei com isso. Eu te amo.
Eu admiro você. Você deve saber que se alguma coisa
acontecer comigo e com a Grace, nós deixamos Carys ao seu
cuidado.

Isso realmente chocou Ian.


— Eu pensei que vocês a deixariam com o Alex e Eve.

—Não. Isso nunca foi um pensamento em nossas


cabeças. Você é seu tio e acontece que eu sei que você é
muito bom em criar uma criança. Eu espero que você tire a
cabeça fora de sua bunda e comece a fazer algumas crianças
com essa cadela louca lá na frente, porque ela é o seu par,
cara. Charlie é tudo que você precisa.

De alguma forma, ele não se importava com seu irmão a


chamando de Charlie. Incomodava quando outras pessoas
faziam isso. Charlie era o nome dela para ele, mas quando
Sean a chamou assim, era como uma aceitação, uma barreira
fraternal. Mas não ia pensar nisso agora. Ele queria viver a
porra do momento pelo menos uma vez na vida.

—Eu não estou chutando ela para fora.

—Ian, você não pode honestamente acreditar que ela


está aqui para te machucar. O que o seu instinto lhe diz?

—Meu instinto estava errado antes.

—Não, não estava. Você sabia que algo estava errado


com ela. O que seu instinto está dizendo agora?

—Meu instinto não está no controle. Meu pau é que está


e meu pau não dá a mínima. Você entende, Sean? Meu pau
não se importa que ela pode ter dormido com Nelson. Ela
poderia rolar para fora da cama dele e entrar na minha que
meu pau estaria pronto para ela. Eu não me importo que ela
pode ter dormido com metade do sindicato, que ela matou o
pai, que quase conseguiu eu e Li mortos. Eu não me importo.
Só quero ficar dentro dela novamente. E se você me dissesse
que tudo é mentira e que ela está me levando para uma
armadilha, eu provavelmente iria de bom grado, porque não
sei se consigo sobreviver se a perder novamente.

Um sorriso apareceu no rosto de Sean.

—Eu acho que nós chamamos isso de amor.

Yep, o vômito estava bem ali na parte de trás da


garganta dele.

—É uma estupidez, Sean.

—Você diz que é estupidez, eu chamo de amor


verdadeiro. Eu conheço você. Sei que você já imaginou cada
cenário horrível em sua cabeça. Eu sei que você já pensou em
todas as maneiras que ela pode estar te enganando e tudo o
que ela ganharia por trair você, mas você já pensou na
possibilidade de que ela só te ama e quer ser sua esposa?

O avião balançou um pouco. Ele não poderia mais tirar


seu irmão do avião, a menos que ele jogasse ele pela janela.

—Esse não é o cenário mais provável.

—Você não pode pensar sobre isso em percentagens e


chances, Ian. Você leu o relatório de Eve sobre ela? Você leu
sobre como ela se comportou, as coisas que fez quando você
não estava por perto?

Ele olhou para a cabine. Charlie olhava para fora da


janela enquanto Ten parecia estar encarando a camisa dela.
E ele estava sentado na porra do lugar de Ian. O que ela
realmente fazia quando ninguém estava olhando?
Ten estendeu a mão e colocou em seu braço, apontando
para algo fora da janela. Ian sentiu um rosnado subindo em
seu peito. Mas, então, Charlie franziu o cenho, tirou o braço e
parecia estar tendo uma conversa.

O ciúme feroz que tinha dentro dele desde o momento


em que ela voltou aliviou um pouco. Charlie não estava
interessada em Ten. Até onde ele poderia dizer, ela não olhou
para outro homem e Eve disse que ela foi celibatária na
Flórida. Era sua reputação lá.

Por que ele acreditava num pedaço de lixo patético de


assassino em vez de acreditar nela?

—Você sabe que ela enviou um monte de informações à


Agência? Ela parou alguns planos terroristas em andamento.
Isso não era a Chelsea. Foi Charlie. Quando me sentei com a
Agência, eles não queriam torturá-la.

—Eles queriam contratá-la, — Sean supôs.

—Eu não contei isso para ela. — Ele não queria essa
vida para ela. Ele estava deixando-a acreditar que a salvou da
tortura quando na verdade, ele pode estar impedindo-a de ter
um trabalho que iria adorar.

—Ela não iria. Ela está exatamente onde quer estar e


isso significa que você tem algumas decisões a tomar. — Seu
irmão lhe deu um tapa nas costas, num gesto varonil de
afeto.

Ele ainda poderia ter que escolher entre ela e Sean


porque ela ainda seria procurada, ainda estaria sob a ordem
de ser morta pelo sindicato.
—Sean, se eu fugir com ela ...

—Me mande um postal de vez em quando. Deixe-nos


saber que você está bem. Você sabe que sempre estaremos
aqui se você precisar de nós. Você tem que escolhê-la agora.
Se você a ama, então você tem que escolhê-la acima de mim,
como eu escolhi Grace. Vamos acabar com isso e então você
foge com ela. O seu trabalho está feito. Eu estou bem. Melhor
do que bem. Estamos todos felizes, Ian. Você desempenhou
um papel em todos nós para encontrarmos o que
precisávamos. Sua pequena família está arrumada. Então
você pode ir sabendo que nós vamos ficar bem. Você tem uma
nova família agora.

Os olhos de Charlie levantaram e encontraram os seus.


Ela sorriu e murmurou as palavras

—Me salve. — E apontou para o seu ex-pretendente.

Salvá-la? Era tudo o que queria fazer naquela época.

A voz de Knight soou no sistema de som.

—Aqui é o seu piloto. Estamos prestes a decolar. Se você


quiser manter suas bolas no lugar, você deve se sentar e
colocar o cinto de segurança.

Assim, ele terminou. Ele ia encontrar Eli Nelson e seu


irmão teria as suas costas.

E ele meio que queria manter suas bolas onde elas


pertenciam, mas Ten poderia perder as dele. Ele caminhou
pelo corredor. Não ia lutar com o Ten. Não precisava.

Ele se sentou em frente ao Ten.


—Charlie?

Ela não precisou de mais do que isso. Ela saltou e


imediatamente sentou ao lado dele sem olhar para trás.

Sean se sentou em frente a Charlie com um sorriso no


rosto.

—Aperte os cintos, baby, — Ian disse.

Podia ser um longo voo, mas pelo menos ele gostava da


companhia. A maior parte dela pelo menos.

O sol batia na cabeça de Nelson, o calor era quase


insuportável, mas ele ficou parado, vendo o enorme iate a
distância.

Ele estava ficando muito velho para esta merda. Estava


começando a invejar o rei e seu mundo despreocupado.
Kamdar não tinha nenhuma preocupação, não precisava se
preocupar que cada dia podia ser o último.

Ele era pouco ingênuo por não se preocupar com essa


última parte, já que o trabalho de Nelson era garantir que o
rei não tivesse um bom número de dias restantes.

O rei estava deitado em uma chaise com o seu harém


descansando em torno dele. Mulheres bonitas em biquínis
que mal cobriam alguma coisa. Elas estavam todas lá para
dar prazer ao rei. Incluindo a nova loira que ele pegou
quando reabasteceu ontem.
Foi a coisa mais simples Nelson ter a sua própria loira
bonita a bordo. Suas tentativas de se aproximar do rei ele
mesmo, haviam falhado. Lhe foi dito que o rei estava de férias
e não estava se encontrando com ninguém para tratar de
negócios.

Seria tão simples se ele pudesse simplesmente matar o


filho da puta, mas até ele descobrir onde os documentos da
pesquisa estavam guardados, Kash Kamdar tinha que ser
mantido vivo. A última coisa que seus chefes queriam era que
a pesquisa se tornasse pública. Ele precisava de cada cópia
ou em suas mãos ou destruídas.

Estava torcendo que Olga faria seu trabalho e ia fazê-lo


bem. Ela só precisava entrar na cama do rei e depois esperar
até ele cometer um erro.

Ou, se demorasse muito tempo, Olga não só era


magnífica na cama, ela também era uma torturadora bem
treinada. Ela pode lamber as bolas de um homem e, em
seguida, fazê-lo desejar nunca ter nascido com elas.

Ele só desejava que ela progredisse. A merda na Rússia


estava começando a ser uma dor na bunda dele. Seus
empregadores não entendiam que os ataques nos oleodutos
tinham um equilíbrio delicado. Ele tinha que manter tanto o
sindicato quanto o infiltrado que ele colocou na Malone Oil,
felizes. O jovem engenheiro espionava e o deixava saber
quando a segurança estava fraca e, em seguida, Nelson
deixava Denisovitch saber onde atacar. Todos os seus chefes
queriam mais lucro. Eles não entendiam que no minuto que a
Malone Oil encontrasse seu espião e eles provavelmente iriam
encontrá-lo, descobririam que as empresas petrolíferas rivais
estavam usando a máfia para enfraquecer os seus
concorrentes.

O mundo estava mudando. Os governos tinham muito


pouco controle das coisas. Oh, eles faziam um bom show,
mas não tinham o poder realmente. Nelson viu isto chegando
há muito tempo. A Agência pagava uma merda e eles não
eram conhecidos por seu carinho com os funcionários
aposentados. Assim, quando a cooperativa o recrutou pela
primeira vez, foi uma dádiva de Deus. A cooperativa entendia
como o mundo funcionava. Eles também sabiam como
manter um funcionário feliz. Dinheiro. Lucro. Era com isso
que a cooperativa negociava. Ele encontrou o seu lugar.

Até que a porra do Taggart arruinou tudo.

Ele foi valioso para a cooperativa quando entrou na CIA.


Agora, ele tinha que se preocupar como o resto deles e
esperar que tivesse agradado os homens no poder.

Corporações eram os novos reis e eles gostavam de


travar suas guerras em silêncio. As vezes ele tinha que
convencê-los a serem pacientes.

Seu celular tocou, o número privado que ele sempre


tinha que responder. Ele largou o binóculo na mesma hora
em que o rei começava a pegar uma linda asiática. Parecia
que ele estava diversificando além das suas loiras habituais.
—Sim. — Não havia necessidade de ‘Alô’ ou ‘Nelson
falando’. Eles sabiam exatamente quem ele era e eles não se
importavam com formalidades.

—Por que a Agência e o MI6 estão chegando como


abelhas em Dallas?

Porra. Ele não explicou para o seu contato que alguns


assassinatos faziam parte do seu acordo com o sindicato,
mas ele era muito bom em desviar a culpa.

—Denisovitch encontrou a sua sobrinha. Eu temo que


não fui capaz de convencê-lo do valor dela.

Como se tivesse tentado. Ele queria a cadela morta,


também.

—Eu expliquei que a cooperativa acha que ela pode ser


uma vantagem.

—Eu falei sobre as suas preocupações com o sindicato,


mas eu temo que eles acreditam mais em vingança.

A frustração de seu contato era clara pela mudança no


seu tom de voz.

—Tente mais duro. Queremos que a menina volte para


nós. Ela provou ser inteligente, capaz e disposta a sujar as
mãos.

Eles não conheciam a Charlotte Denisovitch do jeito que


ele fazia.

—Então por que ela deu para a Agência dicas para


derrubar os planos da Al-Qaeda?

Houve uma pequena risada na linha.


—O fato de que ela sabia sobre esses planos é o que nos
faz interessado nela. Nós não somos terroristas, Sr. Nelson.
Nós somos capitalistas. Não há dinheiro a ser feito com
planos anarquistas. Nós estávamos prestes a perder bilhões
se o euro caísse, portanto, em nossas mentes ela é a heroína.
Esperamos que você mantenha o sindicato na linha.

Sim, porque essa era uma tarefa fácil.

—Denisovitch não é razoável.

—Então talvez ele não deva mais ser o chefe da família.

Porra. Ele teria que eliminar outro mafioso. Ele teve


sorte na última vez. Se ele fosse pego, a cooperativa não
enviaria a cavalaria para salvá-lo. Eles só iriam encontrar um
outro agente para tomar o seu lugar e seguir em frente.

—Termine o trabalho na Índia. Se você puder destruir o


projeto e nos trazer toda a pesquisa, haverá um bônus
enorme para você. Depois, você pode lidar com o problema da
Rússia e nós podemos discutir a sua aposentadoria do
campo. Achamos que talvez seja hora de movê-lo para a
gestão.

Essas eram as palavras mágicas que o mantinham


pendurado em uma corda. Oh, ele sabia que nunca estaria
realmente fora da cooperativa, mas ele podia ir para fora do
campo. Ele podia ser movido para o recrutamento e formação
e poderia ficar meses em sua ilha.

Ele seria capaz de desfrutar isso, porque Taggart estaria


morto. Ele podia alegar que Denisovitch não quis ouvir. Todo
mundo sabia que o homem era louco. Ele deixaria o sindicato
fazer o trabalho sujo e depois ia se livrar do chefe e colocar
alguém mais razoável no lugar dele.

Poderia funcionar para todo mundo.

—Claro. Eu coloquei um espião com o rei.

Outra risada.

—Em outras palavras, você colocou uma prostituta em


sua cama. O homem tem a resistência de um touro no cio.
Não deixe que ela o mate até que tenhamos essa pesquisa. O
local está configurado?

Pelo menos ele conseguiu fazer uma coisa certa.

—Eu tenho mais do que um espião. Eu consegui


encontrar um de seus empregados com um problema de jogo.
Eu acho que estou quase pronto para me mover. E sim, o
local da pesquisa está configurado para explodir quando eu
quiser. Se eu não puder pegar a cópia de Kamdar, eu tenho
que ter certeza de conseguir toda a pesquisa lá antes de
explodi-lo.

—Pode ser mais fácil conseguir pegar a do rei do que no


local. Certifique-se de que os cientistas estão lá dentro
quando você puxar o gatilho. Nós temos a nossa própria
equipe que pode continuar a pesquisa ou acabar com ela,
tudo o que nos decidirmos.

Porque a cooperativa mandava no mundo e eles não


gostavam que ninguém mais interferisse. Tecnologia,
investigação, inovação tinha que vir da cooperativa e de
ninguém mais. Não importava se eles compraram ou
roubaram, o que importava é que todo o conhecimento viria
deles.

—Certo. Talvez o próximo rei não seja tão desagradável.


— A cooperativa provavelmente teria certeza disso. Nelson já
tinha vários candidatos em mente. Afinal de contas, era
sempre de seus melhores interesses instalar os seus próprios
líderes.

—Veremos, Sr. Nelson. Agora, ouça com atenção. Eu fui


informado por boas fontes que você tem alguns visitantes no
caminho.

Todo o seu corpo tencionou com medo.

—Quem?

—Bem, vamos dizer que seus velhos amigos não estão


mais em Dallas. Boa sorte para você. Você sabe o que
acontece se você falhar. — A linha ficou muda.

Se ele falhasse, ele muito provavelmente se encontraria


respondendo perguntas que não queria responder. E sua
aposentadoria iria ser da vida e não do campo.

Como aquele filho da puta o encontrou?

A não ser que a doce Charlotte tivesse mantido


marcadores sobre ele e quisesse agradar ao pedaço de merda
que era o seu marido. Se não fosse isso, Taggart morderia
sua isca e teria ido procurá-lo na Rússia.

Ele deveria saber que os assassinos não conseguiram


derrubar o Taggart. Agora Tag ia querer vingança por mais do
que apenas a quase morte de Grace em seu primeiro encontro
real.

Ele tinha que se mover rápido. Talvez fosse a hora de


chamar alguns amigos e colocar o barco em si mesmo. Ele
pegou seus binóculos de novo e rezou para que o rei tivesse
decidido voltar para loiras.
O som da praia tirou Charlie de um sono profundo. As
ondas durante a noite a acalmaram, formando um ritmo que
a ajudou a adormecer. Após o longo voo e a viagem de carro
desde o aeroporto, ela caiu na cama, mal conseguindo ter um
vislumbre das cabanas de praia que alugaram.

Uma luz suave encheu a sala e ela podia ver o teto


acima dela e uma grande ventoinha, que girava lentamente.
Uma brisa do mar soprava sobre ela e, em seguida, cheirou
café, escuro e rico.

Virou-se e suspirou quando percebeu que a outra


metade da cama ainda estava arrumada como se ninguém
tivesse dormido lá.

Ian não tinha vindo para a cama. Embora fosse gentil e


tenha tomado conta dela durante a longa viagem, ele voltou a
se fechar, depois de algumas horas. Ele estava voltando
exatamente onde começaram. Indeciso. Ela estendeu a mão e
tocou o lugar onde sua cabeça deveria estar deitada.

Paciência.

Ela só precisava de paciência. Ela estava aqui com ele e


não presa num esconderijo, com Liam franzindo a testa para
ela, o que era um bônus.

Foi seu mantra no longo voo para Mumbai e também no


mais curto voo para o aeroporto Goa, no Vasco da Gama.
Dois carros esperavam por eles e ela se sentou ao lado de Ian
enquanto dirigia pela estrada costeira sinuosa. Tentou fingir
que estava tudo bem quando ela observava a beleza natural
do mar de um lado e os terrenos de arroz e coqueiros, pelo
outro. Ela passou muito de seu tempo em cidades que era
fácil esquecer o quão bonito o mundo poderia ser.

Mas havia um vazio de tudo porque ele estava tão longe


dela.

—Charlie?

Ela se virou e ele estava sentado em uma cadeira de


vime, com os olhos pensativos. Perguntou-se se ele estava
observando-a dormir.

—Oi. Estão todos acordados? —Ele assentiu.

—Sim, eles têm algum plano idiota para ir e conhecer o


rei. Ten e Damon realmente acreditam em subterfúgio. Eles
estão vindo para cima com todas estas parcelas para chegar
em seu barco. Aparentemente, hoje é o dia em que ele traz
seu iate e reabastece os armários de licor ou algo assim.

Ela bocejou tapando a boca com a mão e se perguntou


se ficaria presa aqui enquanto Ian trabalharia. Ela se
preocuparia com ele a cada minuto.

—Sim. Ele é bem o menino de festas. De acordo com os


tabloides, ele parece amar barcos rápidos e mulheres lindas.

—De acordo com sua pesquisa, ele também gosta de


ciência.
Charlie saiu da cama, sem se preocupar com o robe que
foi colocado no final da cama. Ela colocou uma das camisas
de Ian, que lhe caia como um vestido que chegava até os
joelhos. Ela olhou para fora da janela da pequena, mas
miseravelmente cara ‘cabana’ que estavam. Agonda Beach
dava para o mar da Arábia, as ondas suaves, a transparente
água nunca acabava, areia branca estendida em qualquer
direção. Havia paz aqui. Quieto. Tranquilidade. Ela desejou
que eles estivessem aqui para ficar sozinhos.

—Sim, ele gastou um monte de dinheiro em pesquisas.


Ele financiava todos os tipos de estudos.

—Eu estive pensando. Porque é que o Nelson está


interessado no rei de Loa Mali? Todos os relatórios têm
Kamdar como um humanitário, um grande governante. Os
EUA o exigiu para as eleições, mas não há dúvida de que o
seu povo o ama. Do que eu posso dizer, ele não é corrupto.
Ele compartilha a riqueza. Sim, eles têm petróleo, mas Nelson
já está recebendo petróleo da Rússia. A não ser, que ele não
está realmente interessado no dinheiro do petróleo.

Ela voltou para Ian.

—Como ele poderia não estar interessado no dinheiro?

—Porque dinheiro é garantido. Ele tem de compartilhá-


lo com o sindicato. Tinha de saber como seus parentes
pagam.

Ian se levantou e se espreguiçou.

—Não faz sentido. Eu tento estudar o homem, mas ele


só me mostra o que quer que eu veja. Eu preciso estudar
suas ações. A verdade está lá. Porque ele tentou roubar os
planos dos drones dos Chineses e, em seguida, virou-se e
entrou em carregamentos de armas? Agora ele está
interessado em petróleo. Muita coisa está solta.

—Eu não olhei isso dessa forma.

Agora que ela realmente pensava sobre isso, não fazia


sentido. Era quase impossível mudar tanto em tão poucos
anos. Seus contatos teriam que ser muito grandes e,
correndo em muitos países, muitos setores. Agentes da CIA
tendem a ter um território. Eles tendem a trabalhar em uma
parte do mundo. Ian e Nelson trabalharam na Europa. Então,
por que ele estava trabalhando para os Chineses e agora na
Índia? A menos que isso não se tratasse de dinheiro. Na
verdade, não. Ele voltaria para o dinheiro, mas isso não foi o
primeiro objetivo.

Seus olhos escureceram, quando olhou para ela.

—Como o contatou pela primeira vez?

Então ele finalmente entrou nisso. Um pequeno arrepio


passou por ela. Esta foi a conversa que deveriam ter tido há
cinco anos atrás.

—Não foi eu. Ele me contatou.

—Então você não estava à procura de um assassino?

Ela se sentia presa a ele, incapaz de fazer muito mais do


que responder às suas perguntas.

—Eu estava, mas estava fazendo isso silenciosamente.


Eu contatei outro sindicato, um nos EUA. Eles tinham
problemas com o meu pai. Ambos estavam brigando por
algum território. Meu pai queria expandir para fora da
Rússia.

—Que tipo de território? — Seu tom de voz era normal, o


mesmo que ele, provavelmente, usava com todas as pessoas
que entrevistava.

—Drogas. Eles estavam apenas tentando entrar no


negócio de produtos farmacêuticos e os Estados Unidos era o
melhor lugar para fazê-lo.— Ian assentiu.

—Eles estavam de olho na Medicare e Medicaid?

Era uma prática comum para o sindicato. Eles


roubavam o dinheiro dos programas governamentais.

—Sim. Eles iriam comprar médicos que iriam prescrever


para os pacientes. Oxicodona, principalmente. Ele não se
importava se os pacientes tomarão as drogas ou vão vendê-
las. Os pacientes trabalham para o sindicato.

Ian levantou uma mão.

—Eu entendo como funciona. Então deixe-me ver se


entendi, você falou a um sindicato rival, mas Nelson
respondeu. Você contatou um sindicato que está fazendo
dinheiro com produtos farmacêuticos. Nelson era suposto
estar trabalhando na Europa no momento, mas ele não
estava na Rússia de acordo com o que eu pude descobrir. Ele
vê uma maneira de obter dez milhões em títulos ao portador
que eu vou usar na minha operação, mas ele tem que se
livrar de mim para fazê-lo. Então ele mandou você. Uma troca
de serviços, por assim dizer.
Deus, ele poderia fazê-la se sentir como uma prostituta,
mas, novamente, ela pôs-se aqui.

—Sim.

—E ele usou seu pai como um bode expiatório. Ele


convenceu a Agência de que seu pai era o suspeito provável
para reivindicar ter o urânio que estavam tentando comprar.
Uma vez que ele estava morto e não havia mais provas, o caso
foi fechado. Ele não poderia usar os títulos durante anos por
isso tudo se acalmou. A Agência estava muito ocupada
lidando comigo. Acho que eu deveria estar feliz que eles se
preocupem comigo. Eles poderiam ter me queimado e deixado
apodrecer em uma prisão de Londres.

Ele não duraria muito tempo. Quando ela olhou para a


evidência do ponto de vista de Ian, não havia nenhuma
maneira de encontrá-la inocente.

—Eu não entendia o que estava acontecendo no


momento. Eu só sabia que eu tinha que sair ou meu pai ia,
eventualmente, matar minha irmã. Nelson ofereceu-me uma
maneira de executar. Ele me ofereceu dinheiro e uma chance
de me livrar do meu pai.

—O que mais ele lhe ofereceu? Ele ofereceu-lhe


conforto?

Ela estremeceu com o pensamento.

—Não. Ele me ofereceu um emprego.

—Agora eu acho isso interessante. O que isso implica?

Ela teve que dar de ombros.


—Ele só me deu dinheiro e me disse para chegar aos
Estados Unidos e ele iria contatar-me.

—O que você sabe sobre suas finanças?

Ela odiava o tom frio, que ele estava usando em cima


dela.

—Chelsea sabe mais do que eu.

—Eu não quero falar com Chelsea. Quero falar com


você.

Ele queria torturá-la, mas ela lhe devia algumas


respostas.

—Bem. Eu sei que ele tem contas em todo o lugar, mas


fiquei surpresa ao descobrir que ele não tem uma tonelada de
líquido. No ano passado, eu o ligava a vários trabalhos da
máfia e um par de grupos terroristas.

—Por que ele trabalharia com os terroristas ... Charlie,


baby, o que o terrorismo envolve?

Foda-se, como ela poderia não ver isso?

—Campos de petróleo. Eles estavam destruindo


equipamentos em campos de petróleo. Os grupos fazem isso
para protestar contra o envolvimento americano no Médio
Oriente.

Ian se levantou, esticando.

—Sim, bem, eu não acho que Nelson dá a mínima para o


Oriente Médio. Mas ele parece se importar profundamente
com óleo.
Algumas peças do quebra-cabeça se encaixam.

—Ele está trabalhando para uma empresa de petróleo.

—Isso seria o meu palpite neste momento. Se levarmos


tudo o que sabemos, nós provavelmente podemos descobrir
que empresa é. Ele é freelancer, mas não é para os outros
governos. Ele está freelancer para as corporações. Um
terrorista para alugar, por assim dizer. Faz dele um homem
maravilha. Eu ouvi um boato um par de meses atrás sobre
algumas forças ex-especiais auxiliando nas guerras civis em
alguns países africanos que têm um alto nível de minas de
diamantes. Eles estavam sendo pagos por comerciantes de
diamantes para manter a guerra acontecendo porque no
minuto em que a guerra termina, o mercado será saturado
com diamantes e o preço vai cair. E se Nelson está tentando
manipular o preço do petróleo?

Pensou em tudo o que sabia sobre o rei do Loa Mali.

—O rumor é que Kamdar está trabalhando em um


projeto de energia.

Ele andou até ela, sua expressão suavizando um pouco.


Ele estendeu a mão, tocando a ponta de seu dedo indicador
no nariz.

—Menina inteligente. Fique quieta. O outro rumor era


que um homem intermediava o negócio com os mercenários e
era um agente da Inteligência.

Ela não gostou da suspeita em sua voz.

—Você não acha que é Ten, não é?


Ele foi subitamente invadindo seu espaço, pressionando
seu corpo ao dela. Parecia que o interrogatório havia
terminado.

—Não deixe a atitude menino bongo praia idiota do Ten


enganá-la. Ele é mortal, Charlie. Ele tem sido da Agência
desde que ele era criança. Eles o recrutaram em linha reta
fora da faculdade. Ele é inteligente, rápido e ele não tem laços
com ninguém. Ele cresceu em um orfanato. Você sabe porque
é que ele é chamado Tennessee?

Ela só podia imaginar.

—Sua mãe adorava Tennessee Williams?

—Sua mãe amorosa o abandonou em uma lata de lixo


com o cordão umbilical ainda ligado. Eles o chamaram de
Tennessee porque o restaurante em que ele foi deixado era
perto da divisa do estado. Outro par de milhas e ele seria
chamado de Kentucky. Ele foi criado em um orfanato e meio
que caiu através das rachaduras. Até o momento que ele
tinha nove anos, esteve em sete casas diferentes e quando
tinha treze anos ele estava fugindo, se metendo em confusão.
Mas ele marcou uma pontuação perfeita em seu SATs e
mostrou uma aptidão para flexibilidade moral que a Agência
gosta. Seu último pai adotivo trabalhou para a inteligência.
Ele sabia o que fazer com Ten. Pense Ten como uma versão
muito charmosa do Dexter.

De alguma forma, ela não podia vê-lo. Ele foi tão


tranquilo, tão sedutor, mas ela acreditava no Ian.
—Tudo certo. Então você acha que ele pode estar
trabalhando com Nelson?

—Eu não sei. Eu não quero acreditar que ele ou os


agentes do MI6 estejam, mas vamos manter nossas bocas
fechadas e os olhos abertos.

Suas mãos encontraram o cabelo dela, se enredando


nele.

—Ele quer você. — Ela revirou os olhos.

—Ele parece querer qualquer coisa com as partes


femininas apropriadas.

—Não assim, querida. Ele quer contratar você. Ele quer


levá-la de volta a DC com ele e instalar The Broker em
Langley. Seria um golpe para ele.

Essa foi uma decisão fácil.

—Vou passar.

Um longo suspiro veio de seu peito enquanto ele deixava


ir.

—Tudo bem então. Eu pensei que devia te contar. Você


precisa se vestir. Nós temos que ir e ouvir qualquer plano que
eles tenham inventado.

—Ian.

Ela não aguentava, não podia suportar o jeito que ele


continuava se afastando dela.
—Eu ainda tenho uma chance nisso? Eu sei que eu devo
ser paciente e eu serei. Vou te dar todo o tempo do mundo, se
você me disser que tenho uma chance de fazer isso direito.

—Você não pode corrigir.

Sua pele lavada com emoção.

—Nunca? Você nunca poderá me perdoar?

—Eu não sei. Talvez eu possa perdoar, mas não sei se


posso esquecer.

Ele olhou para ela, seus olhos cansados.

—E não sei se isso importa. Eu quero você a cada


minuto do dia e não acho que isso vai parar, mas o que
vamos fazer, Charlie? Será que vamos desistir do jogo e
comprar uma pequena casa como Alex e Eva? Eu não acho
que conseguiremos fazer isso. Portanto, a questão torna-se o
que vamos fazer sobre isso? Estou cansado de lutar contra.
Eu não me importo se você dormiu com Nelson. Eu não me
importo se você fez tudo o que filho da puta disse para fazer.

Ela balançou a cabeça, com lágrimas.

—Não. Eu não sabia, Ian.

Ele estendeu a mão, silenciando-a.

—Não importa.

—Importa.

Ela não podia perdê-lo para um monte de mentiras.

—Você me ama, Charlie?

Uma pergunta fácil de responder.


—Sim. Deus, sim.

—Então me prometa algo.

Ele veio e pôs-se em cima dela, seus olhos olhando para


baixo dela.

—Qualquer coisa.

Ele pegou sua mão e colocou no meio do seu peito, onde


ela podia sentir o calor do seu corpo através da camisa de
algodão que ele usava.

—Se você me trair desta vez, atire em mim. Direto pelo


coração. Certifique-se de que estou morto, porque eu não
quero viver em um mundo onde você me traia duas vezes.
Prometa-me.

Ela balançou a cabeça. Ela precisava que ele


entendesse.

—Ian, eu não vou te trair.

—Prometa-me.

Sua boca estava sobre a dela. Tão perto. Ele estava tão
perto.

Ela balançou a cabeça.

—Eu não preciso.

Sua mão apertou a dela.

—Promete.

—Eu prometo.

Seu coração doeu quando ela disse isso. Como poderia


fazê-lo acreditar?
Sua boca tomou a dela, forçando os lábios dela a abrir
sob o seu domínio. A abraçou, puxando-a até o peito.

Ela se agarrou a ele, sua língua encontrando a dele e


deslizando em uma dança de sedosa. Cinco anos ela esperou
por aquele beijo. Cinco longos anos de dores e orando e
esperando para tomá-lo de volta. Sua boca cobriu a dela, com
calor e desejo e algo muito mais doce. Adoração, adoração
estava em seu beijo. O amor naquele beijo e, embora ela não
tenha tudo o que ela queria, ela poderia esperar, porque seus
lábios estavam nos dela. Ela o deixou levá-la, virando a
cabeça para um lado e depois o outro com ele explorando-a
novamente, lembrando-lhe as longas noites que ele passava
beijando-a. Ele poderia beijar durante horas, as mãos
deslizando sua pele e deixando-a louca. Ela iria pedir-lhe
para seguir em frente, mas ele estaria contente com a sua
língua provando a dela.

Ele a drogou com beijos, fazendo com que todos os seus


medos desaparecessem, substituindo-os com a certeza de que
este era o homem certo e foi, finalmente, o momento certo.

Quando ele veio à tona para respirar, ele colocou sua


testa contra a dela.

—Eu não posso mais lutar contra você, Charlie. Te


quero muito. Não me importa o que você fez no passado, mas
você é minha agora e você vai se comportar. Você entende o
que eu quero dizer?

Ele estava mantendo ela?


—Ian, eu quero ser boa. É tudo que eu sempre quis. Eu
quero ser sua esposa. Quero que você se orgulhe de mim.

—Você entende o que eu vou fazer se eu pegar você em


um computador fazendo nada, além de jogando paciência ou
gastando muito dinheiro em roupas?

Um pouco de esperança acendeu através dela. Oh, ela


queria uma vida onde ele reclamaria para ela, por quanto ela
gasta em roupas e sapatos e, em seguida, fazia compensá-la
em seus braços.

—Eu suspeito que a minha bunda vai ficar vermelha.

—Você tem que confiar em mim, Charlie.

Suas palavras eram um apelo apaixonado.

—Eu quero isso acima de todo o resto. Se você não pode


confiar em mim, deve pensar sobre a oferta do Ten. A Agência
poderia protegê-la.

Ela não queria isso.

—Você vai me proteger.

Ele a pegou, abraçando-a apertado.

—Eu vou. Quando terminarmos aqui, vamos sair e


descobrir o que fazer.

Ela se acalmou em seus braços.

—Ian, o que você está dizendo?

—Eu estou dizendo que eu vou com você.

Agora ela começou a empurrá-lo.

—Você não pode. Você não pode deixar a sua família.


—Você é minha família agora. Eu tentei lutar contra
isso, mas eu não posso.

Era tudo o que ela queria e tão agridoce que quase


quebrou seu coração.

—Eu nunca quis fazer isso com você. Eu pensei que eu


pudesse me esconder com você. Eu pensei que talvez o meu
tio se concentre em coisas maiores. Foi estúpido, mas
sinceramente pensei que eu poderia fazer este trabalho. Fazia
mais de um ano desde que o meu tio enviou alguém atrás de
mim.

—No entanto, ele descobriu você tão rapidamente depois


que você veio até mim. Nelson me observava. Ele sempre vai
me observar se estou em campo aberto. Eu acho que as
pessoas para quem ele está trabalhando tem a vontade de
fazer o mesmo, desde que eles precisam da cooperação do seu
tio. Eles vão nos vigiar.

Talvez ela deve considerar trabalhar com a Agência.


Como ela poderia pedir a Ian para desistir de todos?

Ele estendeu a mão, puxando-lhe o queixo para que ela


o olhasse.

—Eu não gosto do que está passando pela sua cabeça,


ok?

Muito provavelmente não, uma vez que ela estava


pensando em correr.

—Você não pode sair de sua casa.

Seus braços se apertaram ao redor dela.


—Minha casa é com você agora. Confie em mim.
Escolha-me desta vez.

Ela procurou seu rosto.

Escolhê-lo. Escolher subir ou cair com ele. Escolher


correr com ele, para fazer uma casa com ele onde quer que
possam. Escolha para enfrentar tudo o que estava vindo com
ele ao seu lado.

Tinha-lhe prometido. Ela fez votos. Ele sabia exatamente


o que estava fazendo. Ele não era o tipo de homem que ia a
pé para esta situação sem pensar em tudo. Era o que ele
estava fazendo no avião, enquanto ele estava dirigindo,
enquanto ele sentou-se durante toda a noite olhando por ela.
Ele estava tomando sua decisão.

Ele estava oferecendo-se a ela. Se ela tentasse jogar o


mártir, ela rejeitaria.

—Eu te amo. Eu sei que deveria ir embora.

Sua cabeça balançou.

—Então coloque uma bala em mim quando você for.


Charlie, minha decisão está tomada. Honre-a. Escolha-me
mesmo sobre a tua necessidade de se sacrificar. Deus, você
está fazendo isso toda a sua vida. Você poderia ter saído, mas
você ficou por causa da tua irmã. Você se sacrificou por ela.
Você estava pronta para morrer para que o resto da minha
equipe pudesse viver. Você não vê que este é o seu padrão?
Quebra-o por mim. Me escolha. Escolhe lutar para estar
comigo. Mesmo que isso signifique que vamos bater no fundo.
Porque se nós vamos para o fundo, vamos juntos. Faça-me
uma coisa em que você não se sacrifique.

Ele queria ser a única coisa para ela e era egoísta. Pode
não ser certo, mas ela poderia dar isso a ele. E Charlie sabia
o que estava no coração de tudo. Confiança. Se ficasse, ela
confiaria o seu coração a ele, para protegê-los, colocá-la em
primeiro lugar, nunca a deixar. Deus, ele estava praticamente
implorando-lhe para que não o deixasse.

—Nunca, mestre.

Ela deitou a cabeça sobre o coração. Embora seu rosto


pudesse estar branco, seu coração estava trovejando no peito.

—Eu nunca vou nos sacrificar. Eu amo você, Ian.

—Eu também te amo, Charlie.

Sua cabeça descansou contra a dela.

—Eu amo você, mulher. Não importa o que aconteça, eu


te amo.

Ele a beijou novamente, sua língua mergulhando


profundo.

—Deus, eu amo o teu gosto.

—E amo o jeito que você me beija. Eu amo a maneira


que me sinto quando estou com você. Eu amo quem sou
quando estou contigo.

Seus lábios tocavam nos dela.

—Eu acho que seria como Ten se você não tivesse me


salvado.
—Eu não te salvei. Foi o oposto.

—Sim, você fez. Eu nunca poderia admitir isso, esposa,


então beba isso agora, mas eu acho que teria me afundado no
meu trabalho. Teria me tornado nada mais do que uma arma
para eles usarem. Eu sabia que não poderia ser assim depois
que casasse com você. Você foi a razão pela qual eu saí, a
razão pela qual tenho alguma família.

Suas mãos puxaram a camisa, deixando-a nua em um


instante. As janelas estavam ligeiramente abertas, deixando
entrar a brisa da manhã. Jogou em sua pele, franzindo os
mamilos.

Os beijos longos e afastados descendo pela garganta,


pararam nos ombros, a língua saboreando sua pele. Ela ficou
imóvel para ele, sabendo o que queria. Ele queria retê-la,
desta vez com bondade e amor. Ele caiu de joelhos na frente
dela, puxando-a de volta para a boca.

Ela deixou sua cabeça cair de volta, entregando-se a ele


enquanto tocava seus mamilos, um após o outro. Suas mãos
apertaram as bochechas de seu traseiro, moldando-as e
massageando-as.

—Diga-me que você é minha.

Ele mordeu suavemente o mamilo.

—Eu sou sua.

Ela era sua desde o momento em que o conheceu, talvez


mais. Talvez ela fosse sua desde o momento em que ela
nasceu. Talvez ele fosse o presente que o universo lhe dava
por tudo o que sofreu. Talvez ele fosse uma feliz coincidência.
Não importava porque o encontrara e sua alma se instalou.
Finalmente. Completamente.

—Sempre, Charlie. Você é sempre minha. E eu sempre


serei o seu Mestre. O seu marido.

Ele trancou o mamilo e chupou com força, a sensação


indo direto para sua vagina.

—Fica molhada para mim. Prepare-se para mim.

Ela já estava. Ela não precisava que ele fizesse nada


além de entrar numa sala para que ela estivesse pronta para
ele. Seu corpo estava sintonizado com o dele.

—Sim mestre.

Ele mordeu o outro mamilo, fazendo seus olhos se


arregalam e seu coração saltar uma batida.

—Eu vou te apertar, querida. Eu quero ver seus peitos


nas braçadeiras e quando pudermos, eu vou tê-los
perfurados para que eu possa correr uma corrente através
deles e levá-la pelos mamilos. Eu vou olhar esses aros e sei
que seus seios são meus e sempre serão.

O próprio pensamento causou uma nova onda de


excitação para inundar seu sistema. Ele se afastou dela,
agarrando o saco na mochila que ele embalou. Abrindo,
colocou alguns itens na cômoda, um par de armas, algum
lubrificante e preservativos. Ele segurou um par de grampos.
Ela deveria ter sabido que ele iria preencher sua bagagem
com armas e munição e brinquedos sexuais. Seu Mestre
gostava de estar preparado.

—Sabe o quão bonita vai ficar com isto?

Uma luz docemente sádica estava em seus olhos.

Houve uma batida na porta e uma voz masculina


rompeu na solidão.

—Yo, Tag, precisamos de você aqui fora para uma breve


reunião. Como você vai saber o que fazer se não te
dissermos? Meta seu traseiro preguiçoso aqui fora. E o seu
irmão fez o café da manhã. Ele é um cara da porra.

Droga, droga, droga. Frustração ameaçou parar seu


coração. Ela odiava Tennessee Smith naquele momento. Ela
não queria que o mundo se intrometesse.

Ian não fez um som, mas, de repente, as braçadeiras do


mamilo não eram as únicas coisas na mão. Ele abriu a porta
um pouco, não tanto que podia ver ou qualquer pessoa podia
ver e apontou o seu grande SIG Sauer para quem estava de
pé do outro lado daquela porta.

Houve uma pausa e depois uma risada baixa.

—Bem, então, posso ver que você está ocupado. Eu só


vou deixar todo mundo saber que você virá aqui fora e se
juntará a nós quando estiver pronto.

Ian bateu a porta.

—Eu vou tirar a cabeça do próximo filho da puta que


tentar me impedir de foder minha esposa. É malditamente
grosseiro. Agora mantenha esses peitos no lugar para mim.
Eu quero jogar, Charlie. Eu quero jogar com minha sub.
Onde você está agora?

Oh, se ele queria jogar. Ela poderia jogar tão sujo.

—Eu sou o brinquedo do meu mestre. Sou o pequeno


brinquedo de mordaça.

Com certeza, seu pênis quase esticava nas calças. Ele a


beijou novamente, uma união carnal de bocas e línguas.

—Você é meu brinquedo e minha alegria, Charlie.


Sempre.

Deus, ela esqueceu quão doce ele poderia ser. Ele


poderia levar os atos mais pervertidos e torná-los amorosos.
Ele poderia dizer as coisas mais imundas, levá-la tão quente
que ela não podia suportá-lo, em seguida, lembrar que ela era
amada.

—Sempre, Ian.

Ela segurou os seios para ele, seus mamilos duros e


prontos para o que ele estava prestes a fazer.

—Eu acho que o meu brinquedo precisa de algumas


joias.

Ele segurou dois grampos trevo em sua mão. Pequenos


dispositivos que torturam as mamas dela e a fazem gozar
muito mais difícil. Eles eram de prata, unidos por uma
corrente de prata. Depois de ajustá-los, ele beliscou seu
mamilo direito antes de deslizar a braçadeira. Ele mordeu ela,
sensibilizando-a e fazendo-a tremer com a sensação. Antes
que ela pudesse tomar outra respiração, colocou a segunda e
deu um passo para trás para olhar para ela.

—Foda, isso é lindo. Seus mamilos ficaram rubis,


vermelhos, como framboesas. Mostre-me sua boceta. Pegue
essa cama e espalhe suas pernas e deixe-me olhar para ela.
Também pertence a mim.

Seu Mestre estava em um modo possessivo. Os homens


esperando por eles poderiam querer se sentir confortáveis,
porque tinha a sensação de que ele passaria um tempo doce.

Nada importava, enquanto eles estavam juntos. Nada


além dos dois. Quando ele olhou para ela com aquele calor
supernovo em seus olhos, ela poderia facilmente deixar o
resto do mundo escapar. Ela podia acreditar que eles
poderiam ficar juntos para sempre.

E poderia ser a coisa mais romântica do mundo seu


Mestre querendo olhar para a sua boceta.

Ela caiu de costas na cama, os sons dos ventos de surf e


oceano atrás dela enquanto os olhos de seu Mestre passavam
por cada pedacinho dela. Cada centímetro que ela se moveu
empurrou os grampos, permitindo-lhe sentir a mordida. Ela
deixou suas pernas caírem abertas, sabendo o que seu
mestre iria querer.

—Você é tão bonita. Mais amplo. — Ele ordenou.

Tão pervertido, tão lindo. Ela abriu as pernas, puxou os


joelhos para cima e dando-lhe uma visão de tudo o que ela
tinha.
—Toca-te.

Ele puxou a camisa sobre a cabeça, deixando-a ver o


peito sarado e os braços musculosos que quase a faziam
babar.

Ela deixou seu dedo escorrer pelos lábios, roçando a


carne sensível e espalhando a excitação que ela encontrou lá.
Ele estava zumbindo através dela, desejo por ele, o desejo
pela vida que poderia ter.

Desejo de um futuro que ela sonhou desde o momento


em que ela o conheceu.

Ian empurrou seu jeans fora de seus quadris e jogou-o


de lado. Seu cansaço desapareceu, abafado pelo desejo óbvio.
Seu pênis saltou para cima, suas bolas pesadas já
desenhadas.

—Foda-se com o seu dedo. Apenas um. Você não tem


permissão para gozar. Eu só quero você pronta.

Ela gemeu. Ele estava indo torturá-la, mas ela deu-lhe o


que ele queria. Com um pequeno suspiro, ela acariciava seu
dedo profundamente dentro de seu canal, lentamente, de
modo que ele não podia perder uma polegada da penetração.
Ela deixou seu dedo foder até a base de sua mão antes de
puxá-lo de volta para fora.

—Deixe-me provar.

Ele agarrou a mão dela, levando-o à boca. Em vez de


chupá-la para dentro, sua língua saiu, começando na ponta e
lambendo cada centímetro, rolando e apreciando seu sabor.
Finalmente, ele chupou dentro, a pressão causando
formigamento na sua espinha.

Sua mão saiu, tocando a corrente que corria entre os


seios. Bastou o menor puxão para enviar prazer e fogo
correndo em suas veias. Outro puxão em seus mamilos
tensos, sensibilizando sua pele.

—Ian, você está me matando.

Necessidade montou. Ela não podia suportar estar


separada dele. Ela precisava senti-lo dentro dela, enchendo-a
completamente.

Ele puxou de novo, mais forte desta vez e ela não podia
deixar o grito que saiu de sua garganta.

—Baby, você sabe o que esse gutural pequeno grito faz


por mim?

E ele disse que não era um sadista? Ainda assim, cada


polegada de desconforto que ele lhe deu aumentou seu
prazer. Se ele era um sadista então seu masoquismo era
perfeitamente combinado com ele. Apenas o suficiente.
Apenas o suficiente para levá-la a um outro nível, para
mostrar-lhe um outro mundo.

—Eu vou gritar para você, mestre.

Ela não estava preocupada. Suas pequenas torturas


verdadeiramente, nunca a fizeram chorar. Ele brincava com
ela e ela jogou de volta, joguinhos sujos que alimentaram o
seu desejo um para o outro.
—Vou levar seus grampos e seus anéis e sua mão e sua
marca. Vou levar qualquer coisa que você pensa em me dar.

Sua visão foi subitamente tomada com a visão de seu


pênis na mão.

—E se eu quero dar-lhe isso?

—Oh, eu posso tomar isso, Mestre. Eu posso tomar cada


polegada dele.

Ela toma-o em sua boceta e sua boca e sua bunda. Ela


era sua parceira em todos os sentidos.

—Eu sei que você pode. Você pode tomar tudo o que eu
lhe der. Você pode lidar com tudo isso.

Ele tocou sua garganta, um único dedo traçando uma


linha em torno dele.

—Eu quero você usando meu colar de novo.

—Eu gostaria de nunca ter perdido.

Ela pensou na corrente de ouro todos os dias, pensou


em substituí-la, comprar outra e usá-la para que ela se
sentisse perto dele. Mas tinha que ser a mão que o colocou
em volta do pescoço ou não tinha sentido.

—Eu vou comprar outro e eu vou espancar essa sua


bunda, se você o perder novamente.

O último foi dito com um pequeno sorriso.

Seu Mestre encontraria qualquer desculpa para


espancá-la. Ela sabia que ele gostava de ver a sua bunda em
um lindo rosa e tinha prazer em fazê-la se contorcer. Oh, ela
não podia esperar para ter seu colar em seu pescoço
novamente. Mas havia uma outra peça de joias que ela
perdeu.

—Eu quero meu anel de casamento de volta, mestre.

—Você vai ter isso, mas não espere um outro grande


casamento.

—Eu não recebi o primeiro. — Ela resmungou. —Eu me


casei em um tribunal.

Levou cerca de meia hora. Eles ficaram presos na chuva


e seu vestido bonito ficou encharcado, o cabelo grudado na
sua cabeça. Ele a beijou tão docemente que ela não se
importava.

—Foi um tribunal britânico.

Ele a colocou de costas enquanto subia na cama.

—Você sabe quantos favores eu tive que pedir?

—Provavelmente não muitos. Você tinha amigos em


lugares altos.

Ele deu de ombros, seu corpo cobrindo o dela, suas


pernas forçando as dela abertas para fazer um lugar para si
mesmo.

—Eu fiz. Alguém tinha que saltar através. Não é fácil


para dois não-cidadãos se casar lá, mas eu consegui. Ainda
assim, eu não quero passar por tudo isso de casamento,
porcaria branca que Alex e Eve passaram. Uma cerimônia do
colar simples, seguidas por algum sexo justamente
desagradável deve fazer o truque.
Tudo o que ele não estava dizendo estava lá em seus
olhos. Eles podiam ter uma cerimônia do colar, mas não
estaria em Sanctum. Mesmo que eles tirassem Eli Nelson,
não seriam capazes de ir para casa. Eles estariam em fuga.

—Oi. — Ele puxou sua corrente. —Volte para mim. Não


vá lá.

— Não é difícil. — A culpa ainda borbulhava.

—Eu cuidarei disso. Não tenho nenhuma intenção de


estar na corrida para sempre, Charlie. Eu não vou permitir
que ninguém nos impeça de voltar para nossa casa, assim
pare de se preocupar. Eu cuidarei de você. Sempre vou
cuidar de você. Agora shh. Não posso deixar os grampos por
muito tempo.

De repente, ele franziu a testa.

—Ao menos que você tenha apertado suas próprias


mamas pelos últimos cinco anos. — Ela riu aliviada.

—Não, Mestre. Apenas o plugue. Eu fiquei longe de


todos os outros brinquedos.

—Bem, então, isso vai doer, baby.

Ele tirou o grampo de seu mamilo esquerdo. Dor


queimando, mas antes que ela pudesse gritar, a carne ferida
estava em sua boca, a língua acalmando a dor quando o
sangue inundou seu mamilo novamente. Ele foi suave, cru e
ela suspeitava que era exatamente como ele queria.

A dor explodiu novamente quando ele se mudou para o


seio esquerdo, dando-lhe o mesmo tratamento de antes. Ele
era seu Mestre, doador de dor e prazer e de amor e segurança
e alegria. Ele era o homem que acalmou suas dores e
compreendeu suas necessidades. Ele era o homem que lhe
ensinou a rir, embora ele foi muitas vezes quem a fez chorar.
A companheira de sua alma.

—Olhe o quão bonito eles estão. — Ele ordenou.

Ela olhou para baixo e os mamilos eram um rubi


vermelho, mais profundo e mais coloridos do que o marrom
rosado normal. Ian jogava com eles, correndo o rosto ao longo
da pele suave de seus seios, com sua eriçada sombra da
barba de cinco horas fazendo sua pele um rosa mais fraco.

As mãos dela encontraram o seu cabelo cor de areia,


segurando-o contra o peito, deixando as pernas ao vento em
torno dele.

—Por favor, Mestre. Eu preciso de você. — Hora de se


divertir, mas isso não foi jogar. Esta foi a reconexão. Isto foi
sagrado.

Sua cabeça surgiu e ele olhou para baixo, os olhos se


ligando, segurando.

—Charlie, você falou sobre o seu destino. Eu acho que


você é o meu. Não há nenhuma luta no destino, baby. — Ele
alinhou seu pau para cima.

Deus, ele não estava usando um preservativo. Ela


engasgou um pouco.

—O destino, Charlie.
Ele pressionou no buraco. Sem perder tempo, apenas
uma longa pressão de seu corpo no dela. Seu Mestre estava
tomando o que era seu, dando-lhe a promessa que ela sempre
desejou.

Nada entre eles. O passado atrás deles. E a promessa de


um futuro em seus braços. Com um grito ansioso, ela
envolveu-se em torno dele, segurando-o mais perto quando
ele completou a união.

—Eu amo você, mulher.

As palavras eram uma bênção. Ele poderia dizer que não


poderia perdoá-la, mas ela sentiu como se pudesse com essas
palavras.

—Eu te amo. — Ele era tudo para ela.

Ele acariciou dentro dela, descansando seu corpo sobre


o dela, pressionando-a contra o colchão. Seu membro nunca
parou em movimento, mesmo quando ele beijou-a sem fôlego,
fundindo suas bocas juntas. Suas mãos emaranhadas em
seus cabelos, segurando-a para sua exploração apaixonada.

Ela estava presa por ele, cercada por ele, deliciosamente


esmagada por seu peso e este era o lugar onde ela desejava
estar. Pela primeira vez em anos, sentiu-se livre.

—Leve-me, baby. Tire tudo o que tenho.

Ele a beijou mais e mais como se ele não pudesse obter


o suficiente, não podia ficar qualquer parte dele sem tocar
uma parte dela.
Ele torceu os quadris, batendo seu clitóris com cada
curso, construindo a tensão até que ela era um fio vivo
esperando para explodir. Mais um acidente vascular cerebral
profundo e um orgasmo caiu através dela.

Ele parou seu grito, bebendo com um beijo.

—Isso é o que eu quero de você.

Em seguida, ele deu a ela o que ela queria. Ele


pressionou profundo, mantendo-se dentro dela, quando ele
gozou, seu lindo rosto apertou.

Seu corpo relaxou, baixando para ela, seus músculos


perderam sua tensão e uma doce paz mostrou em seu rosto.
Ela deu-lhe isso e ele deu a ela um futuro.

—Eu teria feito isso, também, Charlie.

Seu pênis ainda estava dentro dela e ele não fez nenhum
movimento para rolar para fora. Ele a beijou novamente, mas
este era um preguiçoso, sedutor e saciado beijo.

—Eu escolheria Sean. — Ela apertou-lhe tão apertado.

—Você me perdoa?

—Por escolher Chelsea? Não. Não há nada a perdoar lá.


Por não confiar em mim? Sim. Não houve tempo suficiente.
Mas existe agora. Temos que escolher um ao outro. Temos
que pegar um ao outro. Eu confio em você, Charlie. Sinto
muito, mesmo por pensar sobre o que aquele filho da puta
disse sobre você. Você é minha esposa. Eu acredito em você.
— Isso significava algo para Ian Taggart.
—Vou colocá-lo acima de todos, Ian. Eu sou sua agora.
Sua e de mais ninguém. Eu amo minha irmã e eu espero que
eu possa ajudá-la, mas no final dessa vida, eu quero estar ao
seu lado.

Um pequeno sorriso enrolou em seus lábios. Ele


empurrou seus quadris novamente, provando que ele já
estava se recuperando.

—E eu quero estar dentro de você. Três vezes por dia,


baby.

Sua boca tomou a dela e ele passou a provar seu ponto.


O zumbido permanente no seu ouvido começava a ficar
com ele.

—Tudo bem, aquele é o barco de Kamdar ancorando na


praia, — disse Damon através do dispositivo de comunicação
que eles estavam usando.

—Obrigado, eu não poderia dizer que era um barco, —


Ian atirou de volta.

Damon parecia pensar que ele precisava fazer um


comentário. Os meninos do MI6, Ten e Simon tomaram um
local mais alto da praia no forte cabo de Rama. O forte era
nada além de um interessante conjunto de ruínas cercados
por árvores frutíferas e macacos. Ele conseguia, no entanto,
dar-lhes uma boa vista da praia e do intercâmbio prestes a
acontecer.

Jesse foi relegado para quando o pirralho tivesse certeza


de ter encontrado ou não uma conexão de Internet. Chelsea
parecia tranquila, girando em si mesma. Ele esperava que ela
discutisse, mas ela simplesmente acenou com a cabeça e
voltou para assistir as palmeiras fora da cabana. Espero que
ela não dê muito trabalho ao Jesse. Claro, também era
preciso observar Charlie, mas Ian tinha outros planos para
sua esposa linda.
Ele não estava deixando-a para trás com ninguém. Mas
os rapazes no forte não precisavam saber até que chegasse a
hora.

Sean bufou um pouco quando ele se sentou, com os pés


na areia e o resto do corpo numa espreguiçadeira rebaixada.
Ele estava vestido formalmente para a praia com calças cáqui
e uma polo, um bolsa com uma câmera ao seu lado.

—Será que eles acham que não podemos ler?

A voz de seu irmão pingou sarcasmo. Havia uma única


lancha leve que pairava na areia e tinha uma pintura
elaborada com o nome do lado que lia o Little Kash.

Ian assumiu que o iate enorme a distância era Big Kash.


O rei, obviamente, não tem problemas de autoestima.

—Pare de choramingar e escute. — A voz de Baz


apareceu desta vez. —De acordo com tudo o que fomos
capazes de cavar em um curto período de tempo, você deve
estar seguro. A segurança de Kamdar sempre foi apertada
com exceção das mulheres com que ele dorme. No entanto,
eles aparentemente não usam um monte de roupas por isso,
mas você deveria ver esses sujeitos vindo em você com uma
Uzi, querido.

Sim, ele precisava de humor agora. Ele já estava em


uma posição ruim, porque ele estava ficando sem tempo. Este
fez um jogo calculado de sua parte. Os homens de Kamdar
eram terrivelmente leais e de acordo com a MI6 todos
estavam com o rei por um longo período de tempo.
Esta foi a sua tacada. O barco era maior, mas
controlado. Enquanto o guarda do rei fosse leal, Charlie
provavelmente ficaria mais segura no barco do que em local
aberto.

Um grande homem com uma pistola mal escondida no


bolso estacionou o barco e fez um gesto em direção à estrada.
Imediatamente um grupo de homens começou a transportar
caixas que pareciam ser de bebidas e alimentos a partir de
um caminhão estacionado na estrada que corria ao longo da
praia.

Rei Kash não tem que ancorar no porto. O Porto vai a


ele. Os Homens imediatamente começaram a trabalhar,
carregando a lancha com grades de alimentos.

Ian esperou. Seu tempo tinha que ser perfeito. Cedo


demais e não haveria muitos homens ao redor. Demasiado
tarde e ele, literalmente, iria perder o barco.

Sean bocejou um pouco, observando os trabalhadores


correndo em torno dos turistas.

—Você parece mais feliz hoje. Porque vamos matar


Nelson ou você tem outras razões? Você parecia determinado
a dormir nesta manhã.

Sim, essa era a sua vida agora. Foi por isso que os
homens da agência não trouxeram seus irmãos para o
campo. Então, eles não têm que ter conversas de
relacionamento no meio de uma operação.

—Segui o seu conselho. Vamos deixar por isso mesmo.


Mas Sean não o fez. Um sorriso se abriu no rosto de seu
irmão.

—Você está brincando comigo? Você finalmente ouviu?


Merda. Devo a Adam algum dinheiro. Eu disse que você iria
ficar teimoso até o fim. Hey, grande irmão, você quer me dar
um par de cem?

Ele, portanto, não estava pagando pelo mau hábito de


seu irmão de apostar em sua vida amorosa. Ele teve uma vida
amorosa. O pensamento de colocar as palavras amor e vida
em conjunto não o fez querer vomitar. Embora ele nunca
diria isso em voz alta. Sim, ele apostava que Sean teria
perdido um pacote se ele apostasse nisso.

Ele foi salvo de ter que responder por Damon falando no


transmissor em seu ouvido.

—Tudo bem, companheiros. Então, o tempo está


chegando. Do que eu posso dizer, ele só tem uma pequena
equipe de segurança com ele, mas você pode apostar que a
tripulação a bordo do iate é provavelmente bem treinada.
Temos o examinado tanto quanto podemos. Todos eles se
parecem leais cidadãos Loa Mali. Achamos que ele tem cerca
de três mulheres com ele agora. Não temos nomes. Lembre-se
de sua cobertura. Você tem que convencer este homem que
vocês são repórteres que têm uma reunião para entrevistar o
rei sobre sua aparição no próximo mês nas Nações Unidas.

A voz de Baz foi a seguinte. —Seu homem, Adam, diz


que conseguiu invadir o sistema do secretário do rei, assim,
quando ele olhar para a agenda, vai dizer que está
programado para buscá-lo aqui.

Como um licor. Agradável.

—Meninos, vocês têm as suas credenciais? Agora, não


me diga que vocês deixaram tudo no carro. Você não vai
querer decepcionar as pessoas agradáveis que ficaram
acordadas a noite toda certificando-se de dar cobertura a
vocês? — A pergunta saiu em um sotaque preguiçoso, mas
Ian tinha certeza que Ten pensava que esta era a sua
operação.

Ele estava prestes a descobrir o contrário.

—Eu os tenho. — Ian respondeu. Eles conseguiram um


lote inteiro de problemas para simular credenciais
respeitáveis. Ele deveria ser algum repórter chamado Brian
Klein da Newsweek. Sean era seu fotógrafo. Era um plano
bem elaborado, as amáveis agências como a CIA e MI6
gostavam de vir para cima. Ian poderia jurar que a maioria
dos agentes realmente precisavam escrever ficções. Eles
poderiam ser tão dramáticos. Ele e Sean deveriam se infiltrar
no iate do rei de Loa Mali sob o disfarce de repórteres fazendo
uma entrevista e descobrir se Kash sabia alguma coisa sem
dizer-lhe o que eles estavam fazendo.

Era um plano estúpido e muito provavelmente não


funcionaria. Simplicidade foi realmente o caminho percorrido.
Ele precisava chamar a atenção do rei. O rei não era
conhecido por gostar de repórteres. Mas Ian sabia o que fazer
com o homem.
—Então, onde está o nosso clandestino? — Sean
perguntou. Ele concordou plenamente com a mudança de
planos e Simon estava no alto do forte para ter certeza de que
ninguém decidisse correr a tempo de estragar as coisas.

Ian não podia deixar de sorrir um pouco quando ele


olhou para a praia. Charlie pulou em seu jipe depois que o
resto dirigiu até o Fort. Ela manteve a cabeça baixa enquanto
eles dirigiam um par de milhas abaixo da Palolem Road.
Agora, ela foi para eles vestindo exatamente o que Ian pediu a
ela para vestir. Ele tinha o biquíni entregue juntamente com
suas outras roupas antes que eles deixassem os EUA. Graças
a Deus para os compradores pessoais. Sua respiração quase
sumiu quando ele olhou para ela. Apesar do biquíni, ela
parecia inocente, próximo de um raio angélico com todo
aquele cabelo e seus olhos suaves. Ela não olhou para ele
quando se aproximou, apenas apareceu na praia, como se ela
não tivesse um cuidado no mundo. Ela poderia ser tão
obediente quando queria ser.

—Aqui vem ela. Você acha que ela vai fazer?

—Ian, temos problemas, — disse Damon, levantando a


voz com urgência. —Parece que a sua menina ficou longe do
ninho. Bom Deus. Acho que ela está tentando chamar sua
atenção, companheiro. Isto poderia ser muito ruim. Eu não
acho que você a espanca com frequência suficiente.

Oh, ela tinha toda a sua atenção. A esposa dele. Sua


sub. Dele. Apenas sua. Porra, ele era apaixonado por ela e
parecia muito bom. Foi bom para caralho apenas deixar ir
toda a merda entre eles. Eles não estavam exatamente
começando outra vez. Ele não queria isso. Ele não queria
deixar para lá um minuto com ela, mesmo as coisas ruins. As
coisas ruins ainda eram deles, pois eles não tinham uma
lousa limpa.

Ela caminhou em direção a ele usando um biquíni


branco ridiculamente pequeno que mostrou cada curva
deliciosa. A praia estava cheia de mulheres lindas, muitas
mais esguias e elegantes do que o seu bebê, mas ela cheirava
a sexo com ele. Charlie caminhava com a confiança de uma
mulher que estava confortável em sua própria pele e que
tinha todo homem seguindo-a com seus olhares.

Sean sacudiu a cabeça um pouco. —Droga. Sim, eu


acredito que ela vai fazer o trabalho. O que há de errado com
você? Você disse que ela estava usando um maiô, não um fio
dental cor pastel. Se eu pego Grace usando aquela roupa fora
de um clube, daria umas palmadas deixando o seu rabo
vermelho.

Quando o seu irmão se tornou um puritano?

—Eu não estou preocupado. — Ele piscou para ela


quando ela começou a caminhar por eles. Seu cabelo loiro
morango refletia a luz. Ela nunca cortaria o cabelo se ele
tinha uma palavra a dizer. Ian quase caiu em sua bunda. Ele
foi perfeito se segurando e controlando-a durante o sexo.
Estava ficando com uma ereção observando o balanço de sua
bunda suculenta enquanto ela passeava. —Eles podem olhar
tudo o que eles querem. Estou confiante de que pode matar
qualquer um que a toca.

Não se importava com eles olhando-a. Ele entendia isso.


O sex appeal de Charlie vinha de mais que seu corpo cheio de
curvas. Não houve qualquer autoconsciência em seus
movimentos. Ela se aceitou a um longo tempo. Ele chegou a
ser o único a conduzi-la para aquele estado bonito. Quando
eles se reuniram pela primeira vez, ela estava linda, mas
desligada. Brotou como uma flor, só precisava de um pouco
de luz para florescer.

Ela brilhava agora. Ela brilhava porque o amava.

Alguma calma se instalou em sua alma. Alguns pedaços


dele que sempre bateram em sua cabeça tinham finalmente
parado, encontrando seu lugar natural, porque ela estava
aqui.

—Ian, você precisa impedi-la, — disse Damon, com a voz


tensa agora. —Ela vai arruinar o plano.

Ian se levantou. Ele estava vestido um pouco como seu


irmão. Ele estava confortável e não tinha a intenção real de
nadar esta tarde, então ele tinha ido igual a ele.

—O plano mudou, meus amigos.

Ele e Sean fizeram o seu caminho através da areia.


Seguindo atrás de Charlie, ninguém realmente tomou
conhecimento deles.
—Eu acho que esse cara está babando, — Sean
apontou. —Você estava totalmente certo. Eles nem sequer
verificam as mulheres. O que ele está pensando?

—Ele está pensando que ele quer ficar com alguém. —


Ele fez um estudo rápido de Kamdar. Ele era conhecido por
convidar mulheres bonitas em seu barco. Ele iria encontrar
uma, provavelmente assistindo a costa como um pervertido,
espreitando e depois enviando seus homens para trazê-la
para ele. Mas os homens indo no barco provavelmente iriam
passar por verificações rigorosas.

O garoto de recados do rei estava, de fato, babando. Ele


tinha saído do barco para empurrá-lo de volta para a água,
mas parou no momento em que avistou Charlie.

—Então, você está vindo daquele grande iate lá? Uau,


isso é realmente impressionante. — Charlie pareceu tão doce
e um pouco burra quando apontou para o mega iate. E muito
diferente da maneira como ela soava quando estava lhe
dando o inferno. Curiosamente, ele pensou que ela era muito
mais sexy quando estava falando.

—Sim, — respondeu o homem, com o peito estufando.


—Este é o barco do meu rei. É um dos maiores iates do
mundo. É quase uma centena de metros de comprimento e
tem tudo o que você poderia querer. Tanto luxo. Rei Caxemira
é o maior rei do mundo.

Charlie deu um sorrisinho. Basta colocar uma pequena


saia sobre ela, colocar esse cabelo em tranças e ele poderia ir
para a cidade.
—Ele deve ser realmente rico.

—Realmente, muito rico. Estou muito perto do rei.


Talvez você gostaria de ver o barco, de conhecê-lo? Eu
poderia arranjar isso.

Sim, Ian poderia apenas apostar o que custaria a


Charlie. O homem se aproximou dela, quase a tocando.
Felizmente, seu marido estava aqui para apoiar seu doce
traseiro.

Ele colocou o braço em torno de sua menina quando seu


irmão veio atrás do homem, empurrando sua SIG atrás do
filho da puta.

Os olhos do motorista se arregalaram, mas ele não


gritou.

—Eu olhei a menina como eu faria com uma irmã. Eu


estava apenas tentando me certificar de que ela estava
segura. Assim, temos muitos maus elementos ao redor, você
sabe.

Sim, Ian não estava comprando isso, mas ele ficou


impressionado com a atitude calma do homem. Parecia que o
rei treinou seus funcionários adequadamente. —Olha, amigo,
aqui é o que está acontecendo. Você vai nos levar ao seu rei e
vamos ter uma conversa longa e agradável com ele sobre o
fato de que o seu departamento de inteligência maldita é
cheio de idiotas.

O homem sacudiu a cabeça.


—Eu não sei o que você está falando, senhor. Eu
trabalho para uma estrela de Hollywood. Uma grande estrela.
Dorme com muitas mulheres. Provavelmente tem muitas
doenças. Você não quer ir para lá. Muito mal. Aquele barco é
uma doença venérea flutuante.

Ian quase revirou os olhos.

—Olha, eu sei que não é George Clooney lá fora, então


vamos deixar cair o BS. Esse é o rei de Loa Mali e há agentes
da CIA e agentes do MI6 que o observavam do forte. Se ele
quer descobrir o porquê, você terá que nos levar lá. Eu gosto
de dizer aos chefes de Estado como eles estão fodidos em
pessoa.

—Você é um bastardo maldito, Taggart. — Damon


Knight não estava impressionado com sua manobra, isso era
certo. Sua voz se tornou áspera e irritada no ouvido de Ian. —
Se você foder isso, está fora do nosso negócio. Você me
entendeu?

Ian puxou o fone fora. Ele não precisava dele, podia


ouvir a partir da galeria de amendoim. Ele colocou no bolso
mas realmente, queria jogá-lo fora. Ele poderia precisar da
maldita coisa depois.

—Sim, eles estão chateados como uma merda para mim


agora, mas acho que o seu rei e eu podemos chegar a alguma
solução sem ter que envolver esses intrometidos.

Sean estremeceu um pouco. Ele não podia puxar seu


fone de ouvido ainda. Parecia que ele estava recebendo o peso
de sua frustração.
—Eles estão a caminho, irmão. Ou pelo menos eles vão
tentar chegar aqui antes de nós podermos sair.

—Veja, se não sair agora, a festa de seu pobre rei vai ser
repleta de idiotas intrometidos. Será que ele realmente quer
isso? Estamos no meio dos caras bons aqui. — Ele acenou
para Sean, que empurrou o SIG de volta no bolso e deixou o
cara ir. —Veja, isso foi apenas para chamar sua atenção.
Deixe seu chefe saber que nós vamos entregar nossas armas
quando chegarmos ao barco. Nós apenas queremos falar. Ele
está em perigo por várias frentes. Se ele fala conosco, pode
ser uma conversa tranquila. Se ele espera por eles, bem, o
governo se envolve e pode ser uma tempestade de merda.

Houve um estalo quando o rádio no barco veio a vida.

—Traga-os, Taral. Você pode querer apressar. Estou


assistindo o forte e eles estão certos sobre o nível de atividade
lá em cima. E, Taral, não deixe a mulher para trás. Estou tão
ansioso para conhecê-la.

O rei de Loa Mali descobriria que Ian poderia tirar as


bolas reais tão rápido quanto podia. Ele ajudou Charlie a
entrar no barco e saltou depois dela. Sean e Taral
empurraram o barco de volta para a água. Sean saltou e
Taral ergueu-se com muita prática. Agora que ele tinha a
permissão de seu chefe, parecia que ele era todo sorrisos.

—Bem-vindo a bordo. Meu rei deseja vê-lo. Muito


obrigado por ter vindo com a gente e por não ter me atirado
nos rins. Eu ouvi que isso é muito doloroso.

Ele ligou o motor e começou a levar o barco ao redor.


Sean puxou o fone de ouvido e guardou no bolso.

—Irmão, Ten estava explicando todas as maneiras que


ele vai assar seu traseiro. Ele parece ser muito criativo
quando se trata de traseiros quentes. Você deve vigiar suas
costas. Eu não acho que ele pretende usar qualquer
lubrificante, se você sabe o que quero dizer. Ele também está
chateado com os macacos. Segundo Simon, eles são tão
sexualmente agressivos quanto o próprio Ten.

Charlie sorriu levemente.

—Parece que eles discriminam tanto quanto Ten,


também.

Ian se virou, olhando para a praia. Ainda era calmo e


tranquilo. Uma vez que Damon e os outros perceberam que
não havia maneira de pará-lo, eles iriam abrandar e tentar
manter os olhos no navio. Ele não dava a mínima que a
Agência ficaria puta. Esta foi a sua operação. Sua esposa
estava em risco, o seu povo e ele não deixaria Ten ou
qualquer outra pessoa dizer-lhe como lidar com isso. Ele
precisava que esse homem confiasse nele e ele não
conseguiria isso mentindo. Ele tinha um tiro e um tiro único
no sentido de conseguir Rei Kash do seu lado.

Charlie estava em pé na frente do barco, seu cabelo


chicoteando atrás dela. Ele se moveu perto. Uma vez que ele
percebeu que estava sendo um idiota teimoso, queria tocá-la
o tempo todo, queria estar perto. Ele não lutaria contra o
impulso. Não mais. Charlie era sua. Se ela não gostasse do
fato de que suas mãos eram sempre sobre ela, então não
devesse tê-lo escolhido.

Quando ele passou os braços em torno dela, Charlie


imediatamente se inclinou para trás, seu corpo encaixando-
se com o dele.

—Ian, você acha que ele está assistindo? — Ela teve que
levantar a voz para combater os sons da lancha quando
atingiu as ondas, trazendo-os cada vez mais perto do iate.

Nelson. Ela queria saber se Nelson estava olhando para


ela, provavelmente se preparando para punheta com a visão
dela. Deus, ele mataria o filho da puta por fazê-la se sentir
autoconsciente. Ela deveria se sentir sempre segura, sabendo
que seu marido cuidaria dela. Ele a abraçou. Deus, como ele
viveu sem essa sensação?

—Não se preocupe com isso. Eu estou indo para lidar


com ele.

Ele teria, porque sabia muito bem que Nelson estava


assistindo. Agora, ele sabia que eles estavam aqui. Estava
forçando a barra e Ian tinha que estar pronto. Nelson viria
para ele e ele viria duro. No minuto que podia, ele se
certificaria de colocar Charlie em um lugar seguro. Eles iriam
falar com o rei e, em seguida, ele iria escondê-la com Sean.

Então, ele poderia ser a isca.

Suas mãos subiram, cobrindo-o, segurando-o perto.

—Eu sei que você vai, mestre.


Desta vez ela estava confiando nele com sua vida, com a
vida de sua irmã. Com tudo o que era importante para ela.
Charlie não estava fugindo dele ou tentando controlar as
coisas. Ela confiou nele, a maneira como Ian iria confiar nela
quando ele veio para a máfia russa. Ela era inteligente e os
seus instintos eram bons. Ele se apoiava nela, assim como
precisava dela para se apoiar nele.

Ele pôs a boca junto ao seu ouvido.

—Você sabe o quanto eu te amo?

Era tão fácil dizer agora. Ele a amava com tudo o que
tinha.

Ele sentiu seu sorriso contra sua bochecha.

—Tanto quanto eu te amo. Deus, Ian, eu te amo tanto.

—E você parece incrivelmente quente nesse traje. — Ele


apertou-a com força enquanto o barco puxava para o iate.

Um grupo de homens de segurança bem armados


estavam à espera no convés inferior enquanto Taral
habilmente, estacionava a lancha. Ele era pequeno em
comparação com o iate enorme. Ele teve o momento mais
preocupante em seu cabeça, mas Sean estava à sua volta.
Sean sabia o que fazer. Ele se voltou para seu irmão e um
longo olhar passou entre eles. Ele beijou o topo da cabeça de
sua esposa.

Sean assentiu, obviamente entendendo que Charlie


vinha primeiro. Sua vida era mais importante que a de Ian.
Sean bateu seu irmão em uma demonstração de afeto. Eles
aprenderam muito. O vínculo fraternal que eles
compartilhavam agora incluíam suas esposas e filhos e estes
seres preciosos vinham antes de todo o resto.

—Entreguem suas armas! — Um grande guarda com


uma arma semiautomática ordenou em Inglês com forte
sotaque.

Ian colocou Charlie atrás dele. Se eles teriam um dedo


pesado no gatilho, eles teriam que passar por ele, mas
duvidou que abririam fogo.

Ele nunca colocaria sua esposa no caminho do homem


se ele pensasse por um segundo que Kamdar iria machucá-
la. Não, o rei de Loa Mali tinha uma coisa para mulheres.
Todos elas. Ele promulgou leis contra a violência doméstica
que fariam com que o Ocidente parecesse misógino. Ele
encorajou as mulheres de seu país a ir à faculdade, para
buscar empregos de alto nível.

O rei tinha uma reputação como um amante, não um


lutador. Ele rotineiramente, abandonava sua segurança em
favor de perseguir uma mulher.

Ian entregou a sua SIG, mas não se preocupou em


mencionar as facas que ele tinha em seu corpo ou a pequena
pistola que ele escondeu em sua bota. Ele não desistiria de
tudo.

Sean entregou sua arma principal, mas, em seguida,


seu irmão era mortal com facas e ele tinha todas elas ao
longo de sua pessoa.

—Que a mulher venha agora, — disse o guarda.


Ele balançou sua cabeça. Ele não podia deixar Charlie
até que ele tivesse certeza que ele estaria no barco com ela.
De jeito nenhum. De maneira nenhuma.

—Eu vou em primeiro lugar.

O grandalhão franziu o cenho para ele.

—Eu disse para entregar a mulher.

—Levante-se, Kaj. — A voz mais suave chamou. —Ele


está protegendo sua dama. É uma coisa boa. Isso me faz
acreditar que ele está aqui pelas razões com as quais ele
falou. Descobri que espiões não tendem a se importar muito
com os seus parceiros. Vem. Vem.

O rei da Loa Mali abriu caminho à frente da pequena


multidão. Não houve maneira de confundi-lo. Ele dominou os
outros homens, embora ele mantivesse sua voz calma. Aquele
homem era um Dom e um confiante. Ele não poderia ser
treinado, pode até não saber realmente o que ele era, mas Ian
fazia. Ele encontrou os olhos de Ian e um longo olhar passou
entre eles.

—Ela vai ficar segura. Você tem uma passagem segura.


Por favor, venha a bordo. Quero saber por que os americanos
e os britânicos estão tão interessados em mim.

Ian deu um passo adiante em primeiro lugar,


permitindo-se ser puxado a bordo. Ele imediatamente virou-
se e colocou a mão para baixo para sua esposa, puxando-a
para cima e para trás em seus braços. Ele deu um passo para
trás, mantendo-a perto quando Sean subiu a bordo.
Charlie permaneceu atrás dele, suas mãos apertando
sua cintura, deixando-o saber que ela estava lá.

Rei Kash Kamdar deu um passo em direção a ele. Ele


era um homem grande, cerca de seis a quatro pés, com um
corpo bem definido e um rosto que a maioria das mulheres
iriam morrer. Sua pele era um caramelo dourado e dentes
perfeitamente brancos brilhavam de seu sorriso.

—Bem-vindo, Sr ...?

—Taggart. Ian Taggart.

—Sr. Taggart, você trouxe uma mulher bonita com você.


Não creio que ela é para mim? Talvez a Agência mudou suas
táticas e realmente descobriu que eu respondo muito melhor
para o sexo feminino?

Ian não estava surpreso que o rei lidou com a Agência


antes. Eles realmente foram intrometidos.

—Ela é minha esposa. Ela vai para onde eu vou. Se você


quiser entender o que está acontecendo, você tem que ter
certeza que ela nunca saia da minha vista.

O rei chegou a frente, segurando a mão dela e levou aos


lábios em um beijo galante.

—Senhora Taggart, é um prazer conhecê-la. Seu marido


é um homem interessante. McKay-Taggart é uma empresa
privada de segurança, conhecido por seus ex-empregados das
forças especiais.

Então Kamdar tinha algumas pessoas inteligentes que


trabalhavam para ele.
—O reconhecimento facial?

Ele encolheu os ombros.

—Deixo isso para os homens inteligentes. Eu os acho


profundamente irritantes. Eles são sarcásticos e
incontroláveis. Muitas vezes penso que eu deveria deixar os
tubarões levá-los, mas eles fornecem um bom serviço, você
sabe o que quero dizer?

Ele fez. Adam era uma dor no rabo dele, mas ele fazia o
trabalho.

—Eles também trabalham rapidamente.

—Sim, mas então levo a sério quando alguém empurra


uma arma nas costas do meu funcionário. Eu sabia o seu
nome dentro de momentos. Eu simplesmente queria ver se
você mentiria para mim. Você vai ter que me perdoar. A
família de Taral tem trabalhado para a minha por muitos
anos. Eu levo a segurança dos meus funcionários muito a
sério. É por isso que tenho os observado quando eles saem do
barco. O mundo pode ser um lugar perigoso. Por favor, siga-
me. Há um almoço descontraído no deck. Você pode ver todos
as minhas belas senhoras. — Ele estendeu a mão apontando
em direção a escada que levava ao andar superior. —Você é
seu irmão? Sean?

Sean assentiu.

—Sim. Eu estou junto apenas para assistir a volta do


meu irmão, Sua Alteza. Eu não estou mais no negócio.
—Ambos têm registros de serviço exemplar, — disse o
rei. —Mas eu suspeito que o Sr. Taggart passou algum tempo
com a Agência. Bem, meu guru de computador desagradável
suspeita isso. Quando o mundo virou de cabeça para baixo?
Agora estamos todos reféns dos totós.

Um jovem magro com óculos de nerd franziu a testa


para o rei e falou em rápido Hindi, todo o seu corpo jorrando
sarcasmo. Ele mudou para Inglês, que ele falava com um
sotaque britânico quase perfeito.

—Se meu rei pagasse tanta atenção à sua segurança


como ele faz com as partes do corpo feminino, todos nós
seríamos muito mais seguros. Devemos executar verificações
em todos duas vezes por ano. Devemos verificar as suas
contas, ver onde eles estão indo, quem está se encontrando
com quem.

O rei balançou a cabeça. Esta foi, obviamente, um


argumento familiar.

—Não estou espionando meus funcionários, Chapal. Nós


passamos por isso.

O jovem com óculos levantou as mãos no ar e se


afastou, resmungando em Hindi novamente. Sim, foi bom
saber que Adam tinha um clone em todos os continentes.

O rei revirou os olhos.

—Ele também é meu primo. Eu não estou autorizado a


executá-lo. Minha mãe me mataria. Às vezes eu desejo voltar
para os velhos tempos, quando um homem tinha seu harém e
o poder absoluto.
Infelizmente, Ian teria que concordar com Chapal agora.
O rei estava sendo ingênuo.

Ian chegou ao convés superior e tomou um inventário


rápido. O maldito barco era maior do que a sua casa. O rei
dirigiu-os para a popa do navio, onde havia um grande
espaço ao ar livre repleto de sofás e espreguiçadeiras. Houve
um enorme buffet para o lado que parecia ter sido
recentemente colocado para fora. Frutas verdes vibrantes
estavam em exposição, juntamente com a adorável cheiro de
um curry.

Três mulheres bonitas estavam tomando sol no convés.


Todas elas riram quando o rei passou. Duas delas não
estavam usando nada além de biquíni. A terceira era uma
linda mulher asiática, vestindo uma peça elegante, o cabelo
escuro como breu em um coque. Ele teve um vislumbre de
seu rosto, mas virou-se antes que ela pudesse ver o seu.

Droga. Ele esperava que sua esposa o perdoasse por


suas transgressões passadas. Ele meio que esperava que não
tivesse que jogar esse cartão.

O rei convidou-os a se sentar quando o iate começou a


se mover novamente. O barco era tão grande, Ian mal sentiu
o movimento. Um servo de smoking trouxe quatro copos de
cristal e uma garrafa do que parecia ser um licor negro.

—Isso é o que eu acho que é? — Sean perguntou, um


pequeno sorriso em seu rosto.

O rei derramou bebidas em copos.


—Monk Velha. O melhor rum do mundo. —Ele deu uma
longa fungada. —Ele é feito na Índia. Eles não anunciam.
Estou surpreso de conhecê-lo. Você deve ter viajado muito.

Sean esperou até que o rei tomou um longo gole da


amostragem. Ian estava feliz porque seu irmão não estava
completamente fora de prática.

—Eu tenho um par de cozinheiros de primeira linha


com quem trabalho. Eles trazem garrafas de volta com eles
quando vão para casa. Não podemos obter destas no Texas.

Ian tomou um gole, o sabor rico, quase baunilha


revestiu a língua. Mas ele não estava aqui para beber.

—Então você sabe que você está sendo alvo de um ex-


agente da CIA que eu acredito que agora trabalha freelance
para vários empregadores?

O rei sentou-se, seu rosto não mostrava surpresa no


momento.

—Sr. Taggart, eu sou o rei de um pequeno país que


quase ninguém conhece. Nós somos um dos menores países
do mundo.

—Com recursos muito importantes, — Charlie apontou.

—Mas limitado em comparação com os outros, — o rei


argumentou. —Não há nenhuma razão para me atingir. Sim,
temos petróleo, mas se você adicionasse os barris que
produzimos, é uma gota no balde. Nós mudamos para o
biodiesel na nossa ilha. O óleo é um bom rendimento, mas
nada que alguém iria lutar uma guerra sobre. A maior parte
de nossa receita vem agora do turismo. Você honestamente vê
alguém invadir o equivalente ao Mar Arábico do Havaí?

Sim, ele podia ver claramente. Tudo o que ele precisaria


era de um sub, três equipes Black Ops e uma boa quantidade
de C-4. Depois que ele assumisse os sistemas de
comunicação do país, os aeroportos e a sua cidade central,
ele poderia facilmente instalar-se como o novo rei da Loa
Mali. Felizmente, ele não queria uma coroa.

—Eu acho que você não está dando aos homens crédito
suficiente ou talvez a sua visão da riqueza está inclinada. As
centenas de milhões que seu óleo traz é certamente o
suficiente para começar um par de guerras.

O rei acenou para ele.

—Bah, eu jogo o jogo. Eu lido com a OPEP e os EUA.


Eles não têm nenhuma razão para vir atrás de mim. Você soa
muito parecido com minha mãe. Ela continua implorando-me
para me estabelecer e começar a produzir herdeiros para que
a linhagem fique segura, mas eu tenho um sobrinho muito
bom que pode assumir o controle se eles chegarem a mim.

—Eu não acho que isso é sobre um golpe político.

O rei brincou com seu copo, seus dedos correndo ao


redor do aro.

—A Agência adoraria que eu fizesse algo que poderia


derrubar a ira do mundo democrático em mim, não? Bem.
Talvez eles quisessem o meu óleo. O mesmo acontece com a
Índia. Você tem que saber que eles gostariam de engolir a
minha pequena ilha. Tanto drama sobre um recurso que
acabará em cem anos. Talvez menos.

—Você está preocupado com o pico do petróleo? — Era


um termo nos meios de comunicação e economistas usado
para descrever o ponto de inflexão, quando a oferta mundial
de óleo foi consumida para além da marca de cinquenta por
cento. Argumentou-se que o planeta já estava lá.

O rei se inclinou para frente, com o rosto sério.

—Todos devem se preocupar com isso. O mundo é


gerido por empresas agora. Se eu fosse, digamos, um ditador
horrível, você sabe quem seria o primeiro na fila para pedir o
seu governo para proteger o meu povo das violações dos
direitos humanos? As companhias de petróleo. Eles são
provavelmente mais perigosos para mim do que qualquer
governo.

Os grupos de interesses especiais não se preocupam


com os cidadãos de Loa Mali. Eles se importavam que a
indústria petrolífera foi nacionalizada lá. Mas pelo menos
agora ele e o rei estavam na mesma página.

—Eu acredito que este homem possivelmente esteja


trabalhando para uma companhia de petróleo. Você poderia
pensar em qualquer razão por que seria um alvo para um
assassino e que poderia mudar o estado da política em seu
país?

—Eu tenho vários projetos em andamento, — o rei


admitiu. —Mas eu acho que você está sendo excessivamente
pessimista, Sr. Taggart. Não há nada fora do comum. Se
alguém está me observando, isto é normal. Não é nada que
minha equipe de segurança não pode segurar.

Ele só viu um par de homens com armas. Nelson não


vinha para o navio sozinho.

Porra. Nelson enviaria alguém para distrair o rei. Como


se ele tivesse feito antes. Chapal estava prestes a conseguir o
seu desejo. Ele faria um monte de espionagem em muito
pouco tempo, porque não havia nenhuma maneira de Nelson
não ter uma equipe aqui.

—Como você examina suas mulheres?

O rei franziu a testa.

—O que você quer dizer?

Aparentemente, o rei tinha uma fraqueza enorme.

—Estou falando de seus parceiros sexuais. As mulheres


neste barco passaram por uma verificação de segurança,
correto?

O rei suspirou.

—Você soa como meus guardas. Estas são belas


mulheres. Elas são modelos e atrizes. Elas são
completamente doces e inofensivas para tudo, exceto a minha
resistência. Vem cá, pequena flor.

A mulher asiática veio, com um sorriso no rosto. Ela era


graciosa e esbelta e Ian se lembrou o quão bom ela estava
com um estilete e ele não estava pensando em sapatos. Ela
também tinha objetivos incríveis com uma semi e ele tinha a
cicatriz para provar isso.
—Sua Majestade?

De repente, ela se virou e olhou para Ian, seus olhos


indo duro. Ela amaldiçoou em mandarim sob sua respiração.

—Meus pais se casaram quando eu nasci, — ele


disparou de volta. Ela entendia Inglês perfeitamente. Ela foi
capaz de amaldiçoá-lo em pelo menos três línguas diferentes.

Charlie sentou-se ao lado dele, obviamente, sentindo a


mudança de humor da mulher. Seus olhos se estreitaram.
Sim, sua esposa não perdeu muito.

—Realmente, Ian?

—Eu tive uma vida colorida antes de te conhecer, amor.

Sean tossiu, mas não havia maneira de confundir a


palavra.

—Homem puta.

—Ela não é nada a temer. Mulheres bonitas precisam de


proteção. Há tantos homens por aí que tirariam proveito
delas. — O rei levou a mão aos lábios. —Lin, por favor, diga
olá para os nossos convidados.

Ian enviou-lhe uma careta. Ela foi um dos agentes mais


inteligentes que ele já se enroscou e agora ela estava jogando
de supermodelo e fodendo com a realeza? Como os poderosos
caíram. Claro, ela provavelmente chegou rebaixando sua
bunda porque ele fugiu com o prêmio.

—Lin? Sério? E fizeram-lhe uma supermodelo? Eu


pensei que a última vez que conversamos você disse que
todas as modelos eram idiotas sem cérebro em suas cabeças.
— Ele olhou para o rei. —Se você fizesse uma profunda
verificação sobre aquela pequena flor, você teria descoberto
que ela é MSS, inteligência chinesa. Seu nome é Jiang Kun.
Ela é um dos seus agentes mortais, mas eu suspeito que ela
está aqui em uma missão de reconhecimento em vez de uma
caça.

Kun enviou-lhe uma carranca quando um guarda de


segurança veio por trás dela.

—Depois de tudo que eu fiz para você, Taggart?

Sua esposa ficou tensa, um huff ofendido saiu de sua


boca.

—Você atirou em mim, — Ian respondeu. —Eu não acho


que se qualifica como um bom tratamento.

Sean bufou ao lado dele.

—Você a deixou atirar em você?

Ele mostrou o dedo médio ao irmão e olhou para o


agente MSS.

—Você não está aqui para matar o rei, certo?

—Claro que não. Se fosse, ele estaria morto agora. —


Sua voz era tudo arrogância agora. —Como você faria. E sim,
eu considerei um bom tratamento deixando-o vivo no final do
nosso encontro.

O rei finalmente parecia um pouco confuso.

—Espera. Ela não é uma supermodelo? Mas ela tinha


uma carteira.
Ian ignorou. Ele tinha algumas perguntas para a
operação.

—O que você sabe sobre Eli Nelson?

O sorriso leve curvou seus lábios.

—Eu sei que ele é um problema maior do que você


pensa.

Não há ajuda lá. Ele pensou que Nelson era a porra de


um problema muito grande.

—Quais são os chineses interessados?

Ela balançou a cabeça.

—Eu não vou responder suas perguntas, Tag. Você deve


saber por agora. O rei não vai deixar você me torturar assim
apenas deve me deixar ir e vamos chamá-lo um dia.

—Torturar? — O rei levantou-se. —Você mentiu para


mim?

Os olhos castanhos escuros rolaram.

—É claro que eu menti. Apesar de não ser sobre tudo.


Você realmente foi uma tarefa bastante agradável, Alteza. Eu
nem sequer tive que fingir. E só assim você sabe, certamente
não sou a única. Eu acho que Nelson tem sua própria menina
a bordo, mas ainda não descobri qual. Se eu fosse ele, teria
comprado um par de guardas, também.

—Por que você acha que ele já tem pessoas a bordo? —


Ela foi uma agente de longa data, o suficiente para acreditar
se ela disse que não era a única, Ian continuaria procurando.
Ela também não iria querer que alguém fosse bem-sucedido
onde ela falhou.

—Alguém está tentando entrar no escritório particular


do rei, — explicou Kun. —É a única sala que não é com
cartão chave. Ele tem um bloqueio muito resistente e tem
uma única chave. Verifique a porta. Alguém está tentando
pegar esse bloqueio. Eu deveria saber. Eu estava lá para a
mesma coisa, mas alguém me bateu. Ele mantém cinco
mulheres com ele a maior parte do tempo. Ele enviou duas
para casa ontem. Eu não posso ter a certeza se uma delas
não era menina de Nelson. A loira sueca é nova. A loira
americana tem ficado aqui cerca de duas semanas. Qualquer
uma delas poderia estar na folha de pagamento de Nelson.

Um dos guardas começou a puxá-la para longe.

O rei passou a mão pelo cabelo.

—Eu não posso acreditar. Eu pensei que ela era tão


doce. E ela era muito boa para foder. Se isso não é um sinal
de um espírito generoso, eu não sei mais o que é. Droga.
Chapal nunca vai permitir-me viver com isso. Ele vai se
regozijar para o resto de nossos dias.

O rei era um pouco ingênuo sobre as mulheres. Ele não


podia dar ao luxo de ser assim por mais tempo.

—Você precisa ter sua equipe examinando a fundo cada


mulher a bordo deste barco.

—O que você mantém em seu escritório privado? —


Perguntou Sean.
O rei tomou um longo gole de Monk Velho, enquanto
observava o guarda tirar sua ex-amante.

—As coisas habituais. Papelada. Meu computador.

Agora eles estavam chegando a algum lugar.

—Esse computador tem o seu trabalho nele?

—Tem toda a pesquisa do meu mais recente projeto. É


um projeto muito secreto, você tem que entender. Eu coloquei
um monte de dinheiro nele. Apenas a cabeça do projeto e os
documentos. Eu tenho um conjunto comigo e ele tem outro
no local do projeto. Não quero que vaze até que eu esteja
pronto para fazer o grande anúncio.

Então foi por isso que Nelson não fez um movimento


ainda. Ele queria esses documentos.

—É, já vazou. Sua Alteza, eu tenho que perguntar-lhe.


Qual é o seu projeto?

—Eu não posso falar sobre isso. — Mas Ian podia ver
que ele estava oscilando.

—Ela não é a única a bordo de seu navio e eu conheço o


homem que está observando você. Ele não hesitará em usar
qualquer um e qualquer coisa que puder para conseguir o
que quer. — Era hora de manipular o rei um pouco. O que o
rei não contaria a outro homem, ele poderia dar a um apelo
feminino. —Charlie, diga a ele.

Ela colocou a mão na sua enquanto se levantava.

—Ele tentou nos desviar enviando assassinos atrás de


mim e de toda a minha família. Ele estava disposto a fazer
qualquer coisa para se certificar de que não o impedisse. Ele
colocou a filha de Sean em um contrato. Ela é apenas um
bebê. Ele está disposto a matar mulheres e crianças para
obter essa pesquisa. É realmente tão importante que ele
permaneça em segredo, Sua Alteza? Eu acho que é apenas
um segredo para as pessoas que querem ajudá-lo.

O rei inclinou-se ligeiramente para ela e, em seguida,


tomou sua decisão.

—Tenho vindo a trabalhar com um cientista muito


inteligente. Ele treinou na Inglaterra e nos EUA. Quando ele
voltou para casa para Loa Mali, solicitou uma audiência
comigo. Ele disse que queria fazer algo para o mundo. Algo
para mudar tudo. Isso, eu estava interessado. Nos últimos
sete anos, financiei e dei-lhe um espaço para trabalhar em
segredo. Estamos perto de um protótipo de trabalho.

Os cabelos na parte de trás de seus braços começaram a


se levantar. Era isso. Isso foi o que Nelson queria. —Como é
que você vai mudar o mundo, Sua Alteza?

—Nós encontramos uma maneira de executar um motor


de combustão em água salgada.

Bingo. Porra. Sim, isso certamente vale a pena ir para a


guerra. E esta era maior do que Ian pensou.

—Sua Alteza, nós estamos tendo a necessidade de levá-


lo a um local seguro.

—O quê? — King Kash levantou as mãos como se


estivesse tentando forçar o mundo a abrandar. —Do que você
está falando? Estou perfeitamente seguro aqui. Este é o meu
barco. Eu tenho meus guardas de segurança em torno de
mim. Eu não vejo como estaria mais seguro em outro lugar.

Um boom enorme soou pelo ar, um barulho de som que


podia ser sentido contra a pele e para o mar. Desta vez, o
barco balançou quando grandes ondas começaram a bater.

Ian agarrou seu fone de ouvido. Era hora de um backup


novamente.

—Simon, o que você vê?

—Não muito. Há uma tonelada de fumaça vindo do


oeste. Mas é muito longe para ver o que está pegando fogo.
Espere, Knight diz que não há notícias no rádio. Uma grande
explosão. Alguma plataforma de petróleo ao largo da costa da
Loa Mali.

Porra. Porra. E mega foda. Ele virou-se para o rei. —


Diga-me que a pesquisa não estava sendo feito em sua
plataforma de petróleo.

A boca do rei caiu aberta.

—Eu pensei que ninguém saberia que estávamos


trabalhando lá. Eu tinha salas especiais construídas.

Sean amaldiçoou. Ele colocou o fone de volta também.

—Sua plataforma se foi.

Se Nelson soprou o equipamento, então ele estava


pensando em tomar o barco. Ele teria que obter esses
documentos. Ou ele já tinha ou estava prestes a assaltar o
iate.
—Eu tenho mais uma má notícia, chefe, — Simon disse,
em voz baixa. —Você tem companhia. Indo a estibordo.
Parecem dois barcos em movimento rápido. Eles estão vindo
do oeste. A mesma direção que a explosão. Eu não acho que
eles estão vindo para o chá, Tag.

Ian correu para o lado direito do barco, longe da costa.


Com certeza, havia dois barcos que se deslocam em direção a
eles e não havia nenhuma maneira para ele confundir com
qualquer coisa, mas o que eles eram.

Os piratas somalis. Ele poderia apenas apostar quem


estava bancando o rei dos piratas hoje.
Charlie sentiu seu coração quase parar quando Ian
pegou a mão dela. Tudo estava errado e ela não tinha certeza
do que aconteceu. Um minuto o mundo era bastante calmo e
no seguinte já estava tudo indo para o inferno em um abrir e
fechar de olhos. Em torno dele as pessoas estavam correndo
tanto para as escadas ou para o lado do barco onde eles
puderam observar o dano que estava para acontecer.

—Nós temos que levá-la para algum lugar seguro, baby.


Eu não quero que ele saiba que você está aqui. —Ele
começou a conduzi-la em direção as escadas para as
plataformas mais baixas. Ele puxou-a com força, forçando-a
a olhar para longe do lado em que podia ver claramente os
navios chegando pelo lado estibordo do iate. Ela contou dois
navios de médio porte, todos com equipes completas e,
suspeitava, armamento completo.

—Ele já sabe que estou aqui. Não podemos ultrapassá-


los?

O rei balançou a cabeça.

—Somos muito grandes. Estes são os piratas somalis.


Eles são rápidos e eficientes nestas águas. Eles estarão em
nós em um minuto. —Ele gritou ordens em Hindi e quatro
guardas armados apareceram.
Eles se aproximaram do lado do barco e começaram a
disparar, chovendo balas sobre os barcos que chegavam.

O mundo tornou-se uma cacofonia de tiros quando os


guardas começaram a defender o iate. Ian caiu, arrastando-a
com ele e cobrindo seu corpo com o dele.

O rei estava em um joelho ao lado deles. Caos parecia


ter tomado o barco. Gritos femininos foram pontuados por
rajadas de tiros ininterruptos. Ela conseguiu espreitar para
fora sob o braço de Ian e viu um dos guardas sendo salpicado
com balas, sua arma caindo, braços voando para trás antes
que ele caísse para o convés e o sangue começasse a fluir.

Nelson estava aqui. Deus, ele estava aqui e desta vez


não fingiria matá-la. Desta vez, ele tentaria matar todos.

—Precisamos chegar à lancha, — disse Ian, sua voz a


única coisa calma do mundo, parecia a Charlie.

O rei balançou a cabeça.

—Não. Devo pegar a pesquisa. Tudo estará perdido se eu


não obtenho meu computador. Se ele é levado para fora da
plataforma, então isso é tudo que nos resta. Eu tenho
Internet no barco. Pelo menos posso enviá-la agora. Eu tenho
que fazer isso. Este tipo de tecnologia poderia salvar o
mundo.

Ela podia sentir quão tenso Ian estava. Ele virou-se para
o rei quando ele falou.
—Eu não me importo sobre salvar o mundo de merda
agora ou dando-lhe um presente. Eu estou preocupado em
conseguir minha esposa fora deste túmulo flutuante.

Sean tinha um P90 em sua mão. Ele agarrou do guarda


caído.

—Vou levá-lo. Você tira Charlie do barco.

—Sean, — Ian começou.

Um mundo de força de vontade era evidente no rosto de


Sean Taggart.

—Não. Eu estou cuidando de Nelson. Estou fazendo isso


pela minha esposa e minha filha e você não pode me parar,
irmão. Há outras maneiras fora deste barco e eu vou
encontrar um. Vão.

O rei concordou.

—Eu tenho um outro pequeno barco para emergências.


Nós vamos fazer isso e, em seguida, tentaremos sair. Vocês
vão. Taral não deve ter chegado à garagem ainda. A lancha
ainda deve estar no lado do porto. Leve-a para Taral. Eu
confio nele. Sua família tem servido minha família por
gerações. Ele vai cuidar de tudo. Eu juro. Diga-lhe que o seu
rei ordena isso.

Ian amaldiçoou e tocou o dispositivo no seu ouvido.

—Simon, você está aí?

Ela estava perto o suficiente para que ela mal pudesse


ouvir a resposta.
—É Knight, Tag. Simon já está no seu caminho se ele
não quebrar o pescoço na água. Espero que ele possa nadar
tão bem quanto ele pensa que pode. Ten está no seu caminho
para a praia e eu estou em contato com as autoridades
indianas. Você terá um reforço em breve.

—E a lancha a bombordo do navio está pronta para ir?


— Perguntou Ian.

—Isso parece ser uma afirmativa. O minuto em que o


tiroteio começou, o motorista atirou o barco na água
novamente. Ele parece estar à espera de alguém,
provavelmente o rei.

—Charlie venha aqui. Diga a Ten para comandar o barco


quando ele atingir a praia e ter sua bunda aqui fora, se
puder. — Ian levantou, ajudando-a a levantar. —Temos que
nos apressar. Eles estão se aproximando. Mantenha sua
cabeça para baixo, baby. Sean, eu vou voltar por você. Fique
vivo.

—Eu não pretendo estar de outra maneira. — Sean já


estava se movendo em direção ao interior do iate. —Vamos,
Alteza. Vamos pegar nossa única moeda de troca.

Sean desapareceu descendo as escadas com o rei o


seguindo.

Ian se movia para o lado da porta do barco onde eles


embarcaram primeiro. Uma mulher correu por eles, gritando
enquanto corria para as cabines.

Saltando para o convés inferior, Ian se virou para trás e


ergueu os braços. Sem uma única hesitação, ela saltou para
eles. A lancha ainda estava na água com Taral em pé próximo
ao leme.

—Eu preciso de você para tirá-la daqui, — disse Ian.

—Onde está o rei? — Perguntou Taral, olhando para as


plataformas acima.

—Ele está cuidando dos negócios. Basta levá-la para a


praia para que eu possa cuidar dos meus. —Ele começou a
empurrá-la em direção ao barco.

—Você não vem comigo? — Era uma pergunta estúpida.


Ela sabia no minuto em que as palavras saíram de sua boca.

—Baby, eu nem sequer tenho uma arma no momento.


Eu não posso protegê-la enquanto eu tento encontrar uma.
Por favor.

Ele não poderia deixar o irmão para trás. Ela entendeu


isso. Sean veio aqui para apoiá-lo. Sean tinha uma filha. Ian
se sentia responsável por Sean. Ele não estava escolhendo
Sean sobre ela. Ele simplesmente não poderia ajudar seu
irmão enquanto ela estava em perigo. Ele estava apenas
sendo Ian Taggart.

Ela tinha que amá-lo por quem ele era.

Ela o beijou, jogando os braços em volta do pescoço.

—Eu te amo. Fique seguro.

—O rei vai ficar? — Perguntou Taral. —Ele vai


permanecer a bordo?

Ian olhou para ela, mas ele falou com Taral.


—Tire-a daqui e eu vou proteger o seu rei. Ele me disse
para lhe dizer que ele ordena isso. — Taral assentiu e
estendeu a mão para ajudá-la a bordo. Ele ligou o motor.

Charlie observou como Ian começou a voltar para os


pisos superiores. Seu corpo se movia com uma graça
predatória enquanto ele subia rapidamente a escada. Ele
desapareceu nas principais cabines do convés.

Ela precisava chegar à costa, chegar a Simon. Eles


encontrariam uma maneira de ajudar Ian e Sean. A lancha foi
extremamente rápida quando Taral falou abertamente. O que
ele não era. Ele aliviou o barco e, em seguida, fez um balanço
para afastar-se da praia.

—O que você está fazendo?

Ele balançou a cabeça tristemente, mesmo quando


puxou uma arma de choque.

—O que eu tenho que fazer, bonita, embora eu desejasse


que o rei estivesse aqui também. Eu amo meu rei, mas eu
amo minha cabeça no meu corpo, também.

O pânico ameaçou agarrá-la. Eles estavam indo para o


lado errado. Estavam indo em direção aos piratas e os
disparos foram diminuindo. O que realmente não era uma
coisa boa, porque ela sabia que isso significava que a maioria
dos guardas no barco foram mortos e todos os piratas
entraram a bordo e começaram a massacrar pessoas.

Ela teve que fazer um movimento e rápido. Tinha a


esperança de que a porra dos dardos da arma de choque não
tivessem muita força. Virando-se, ela começou a saltar e, em
seguida, um choque bateu nela.

Os dentes cerraram e seu corpo tremia. Fora de


controle. Dor sem fim. Ele correu junto, gritando para ela
com toda raiva. Ela bateu no convés do barco, tentando obter
algum controle sobre qualquer coisa e como a eletricidade fez
seu corpo uma embarcação de dor.

O barco continuou se movendo. Com os dardos ligados a


ela, parecia que Taral não sentia a necessidade de protegê-la.
Do seu ponto de vista, ela podia ver o grande motorista
virando o barco para o mesmo homem que ela tentava fugir.

Lágrimas escorreram de seus olhos quando a dor


começou a desaparecer. Ela estava mole, seus músculos
drenados e imóveis. E não poderia o marido ter incluído algo
para cobrir-se com o conjunto? Foi estúpido, mas passou por
sua cabeça. Deus, ela não queria se tornar uma prisioneira
em uma roupa, que mal podia ser chamada de biquíni.

O tiroteio foi esporádico agora, salvo pequenas


explosões. Ela podia ouvir gritos em várias línguas diferentes.

O sol brilhou embaixo dela. A praia seria um bom lugar


para ter uma lua de mel. Eles não tiveram uma lua de mel.
Ela estava muito ocupada morrendo.

O barco parou de se mover e havia um ruído surdo


como se estivessem roçando algo. Em seguida, o barco
inclinou para um lado e se acomodou no lugar.

Uma sombra apareceu e ela piscou. Não conseguia ver


quem estava olhando para baixo.
—Olá, minha querida, — Eli Nelson disse, sua voz como
um pesadelo familiar. —Eu vejo que você conheceu meu
amigo. Ele tem um pouco de problema com o jogo e,
infelizmente, ele não pode jogar nos estabelecimentos
respeitáveis mais. Um par de meses atrás, ele perdeu cem mil
a um dos cassinos de seu tio. É um pequeno mundo
realmente.

Sua mão saiu, roçando a carne do peito. As pontas dos


dedos circularam a cicatriz que ficou do ferimento a bala que
lhe deu.

—Isso é lindo, querida. Eu sempre quis vê-lo em você.


Essas lindas cicatrizes. Posso dar-lhe mais. Eu sei o que você
quer agora. Você quer a dor. Considere-me seu novo melhor
amigo. Agora, o que você diz de nós matarmos o seu marido?

Charlie tentou gritar quando ele a pegou. Não saiu nada,


mas um grito estrangulado.

A sensação de metal em sua mão era uma sensação


bem-vinda. Ian verificou o cartucho em seu SIG e
cuidadosamente evitou os cadáveres no convés. Conseguiu
recolher um par de pistolas, incluindo as dele e de Sean e ele
amarrou um P90 que caia em torno de seu peito.

Moveu-se para as escadas para o convés inferior, onde


Sean e o rei desapareceram.

Ou ele poderia assumir uma posição de franco-atirador


e terminar tudo. Claro que as porcentagens jogariam mal
para ele, mas poderia atirar em Nelson de primeira, uma
ameaça seria tratada.

E sua esposa estaria sozinha. Sean não podia correr


com ela, não conseguia escondê-la. Ele podia tentar e então o
sindicato viria para baixo em todas as suas cabeças.

Porra. Ele tinha uma fraqueza agora. Ele não gostou da


sensação. Era mais fácil quando tudo o que importava era a
matança, quando tudo que ele queria era a cabeça de Nelson
em uma bandeja, mas ele encontrou algo que precisava muito
mais. Um futuro com ela e ele tinha que permanecer vivo
para ter isso.

Onde diabos estava o escritório?

—Abaixe suas armas, Sr. Taggart.

Porra. Ele se virou e viu uma das belezas com roupa de


banho de mais cedo. Ela era uma mulher loira e alta e ela
conseguiu arrumar seu top. Não que ela precisasse de um
sutiã. Esses peitos falsos não iam a lugar nenhum. O rei
tinha um gosto terrível em mulheres. Especialmente desde
que esta trabalhava para Nelson.

—Calma aí.

Ela segurava uma pistola apontada para ele, as pernas


separadas em posição, ambas as mãos no punho.

—Eu atiraria em você aqui, mas acredito que meu


empregador prefere fazer isso sozinho. Pobre Rei Kashmir. Ele
não pode diferenciar um sotaque sueco de um russo. Ele não
é tão esperto quanto ele pensa.
Não. O rei era um idiota que pensou com seu pau e seu
pau era um idiota. Mas parecia que Ian era o único que
pagaria o preço.

Onde estava Charlie agora? Será que ela conseguiu


chegar a praia? Deus, ele esperava que ela estivesse na praia
e Ten estivesse movendo-a completamente para fora do
caminho do mal.

Será que ela o perdoaria por ficar no barco? Será que ela
veria que ele tinha que cuidar disto ou Nelson nunca pararia?

Ele jogou para baixo o SIG e segurou ambas as mãos


para cima, um sinal de derrota que não sentia. Tudo o que
ele precisava era de um segundo que ela abaixasse a guarda.
Esta não era a maneira como ele queria ir para Nelson já que
o filho da puta, tinha um cérebro em sua cabeça, seria
apenas atirar no seu traseiro, mas ele descobriria seu
caminho para fora de qualquer maneira, porque ele não
estava prestes a morrer agora e deixar sua esposa para trás.
Se ele morresse, ela não estaria muito atrás. Mesmo que ele
se livrasse de Nelson, se Ian não sobrevivesse, Charlie ainda
estaria em risco. Ele tinha que encontrar uma maneira de
permanecer vivo.

—Vem aqui, Sr. Taggart. — Como é que alguém poderia


confundir esse sotaque? —Meu empregador está prestes a
embarcar no iate. Tenho certeza que ele vai me pagar caro
por te levar a ele.

Ele estimou a distância que ele precisaria para golpear a


arma de sua mão. Ele a viu jogar fora de sua cabeça. Ele
seguiria em frente, fingindo estar pronto para fazer o que ela
pediu. Sua cabeça estaria para baixo, mas no último minuto,
ele giraria, trazendo o pé para cima, pegando-a no estômago.
Iria jogá-la e a arma cairia e ele seria mais rápido do que ela.

—Eu estou saindo.

—Tire a arma do seu pescoço, — ela ordenou.

Antes que ele pudesse se mudar para lá ouviu o zunido


de uma pistola e ele sentiu algo voar por ele, quase
queimando a carne em seu bíceps esquerdo. Peitos falsos da
loira alta não conseguiriam parar uma bala. Ela deve ter
pensado nisso quando ela se levantou. Ian poderia vê-lo.
Peitos falsos que protegiam o peito de balas. Poderia ser a
próxima grande coisa na cirurgia de espionagem plástica. No
entanto, a russa descobriu que o silicone não poderia salvá-
la. Uma mancha vermelha brilhante floresceu em seu peito e
ela caiu para a frente com um olhar em seu rosto que
nenhuma modelo deve ter.

Ian se virou, procurando Sean. Ele encontrou Jiang


Kun, um sorriso nos lábios.

—Você me deve por isso, Tag. Pegue essa maldita SIG.


—De repente, parecia que ela estava em linha reta fora das
ruas de Nova York. —Não se atreva a atirar em mim. Fale
com o Ten. Há uma razão para eu não te matar agora. Eu sou
um casal. Vamos jogar bonito.

Ele pegou o SIG, perguntando o que Ten não disse a ele.

—O que aconteceu com o seu guarda?


—Ele está tirando um bom cochilo. — Ela deu um passo
para a escada. —Desça aqui, Tag. Nelson está vindo a bordo e
nós precisamos emboscá-lo se tivermos uma chance disso.

—Por que eu deveria confiar em você? — Por que diabos


ela foi trabalhar com ele? Por que ela apenas não o mata e
leva o prêmio? Nelson poderia pensar que ela era apenas um
dos brinquedos do rei e deixá-la em paz.

—Eu te disse. Estou na Agência. Minha irmã gêmea era


MSS. Nossa mãe nos contrabandeou para fora no momento
do nosso nascimento, em vez de me abortar, mas ela manteve
contato com minha família americana. Quando eu descobri
que minha irmã foi recrutada, entrei para a Agência para
tentar tirá-la. Encontrei-a e tentei levá-la comigo para os
Estados Unidos. Ela me contou tudo. Ela nunca quis essa
vida, mas eles forçaram-na sobre ela. Sua fuga deu errado e
ela morreu em meus braços e eu tomei o seu lugar. Estou
espionando para Ten no interior da MSS agora. Ele não sabe
que eu estou a bordo, embora, ou ele poderia ter me
contatado para me dizer para olhar você. — Ela sorriu um
pouco. —Ela gostou de você, Tag. Minha irmã disse que não
tinha que fingir com você.

Se ela não estava mentindo através de seus dentes,


então, era um inferno de uma história.

—Ela ainda atirou na minha bunda.

—Ela atirou no seu peito, Tag. — Jiang Kun, ou


qualquer que seja o nome dela, piscou. —Agora vamos ter
essa coisa feita. E você precisa dizer a Ten que ele tem um
vazamento. Essa é a única maneira de eles estarem aqui
agora. Nelson não tem a pesquisa. Ele deveria ter esperado
até a cadela loira fazer o seu trabalho. Só uma coisa mudou e
é a sua chegada. Isto é sobre você. Ele sabia que viria. Ponha
sua bunda em movimento. Eu tenho que proteger meu
disfarce, Tag. Eu devo isso ao meu treinador e minha irmã.
Este é o único tiro em que vou ajudar você e eu vou atirar se
você abrir aquela boca linda.

Ele pegou o SIG e seguiu-a descendo as escadas. Se ela


o queria morto, ela o teria acertado, enquanto ele estava de
costas. Isso provou sua lealdade mais do que quaisquer
palavras poderiam dizer. Bem, mais do que qualquer palavra,
exceto um.

—Qual é o nome do meio de Ten?

Ela suspirou.

—Alistair. Lá, eu disse a senha secreta. Vamos.

Ten não tinha um nome do meio. Alistair era um código


que deixava saber que ela realmente era um dos agentes de
Ten.

—Onde está meu irmão e como é que vamos sair desta


merda?

Seus olhos rolaram.

—Este é um mega iate. Não é uma merda, mas


precisamos ir para a outra extremidade do navio. Há uma
porta de mergulho com equipamento. Ficando sob a água vai
ser melhor do que tomar uma das propostas. Eles só vão
atirar em nós.

Ela provavelmente estava certa e ele virou-se com ela,


observando a posição do guarda que enviou ‘para um
cochilo’. Ele passou por cima do corpo e continuou ao longo
do corredor estreito. Podia ouvir o som dos pés batendo no
convés acima dele.

—Eles estão a bordo. — Ele manteve sua voz pouco


acima de um sussurro.

—Eles vão assegurar o deck superior antes de se mover


para baixo. Temos alguns minutos. É um barco grande. —Ela
apertou suas costas contra a parede quando chegou mais
perto do meio do barco. —Então, você já descobriu a coisa
toda do ‘automóvel sem óleo'?

—O rei mencionou isso.

—Nós precisamos daqueles planos.

Ele sabia exatamente o que aconteceria se a Agência


tivesse os planos.

—Assim, podemos escondê-los porque o lobby do


petróleo iria enterrar a ideia?

Ela franziu a testa.

—Nós não faríamos isso.

Foda-se sim que fariam.

—Vamos conseguir o que precisamos e darmos o fora


daqui.
Ele precisava chegar a Charlie. Ele precisava segurá-la
em seus braços novamente, mas tinha algum trabalho a fazer
em primeiro lugar. Parte era se certificar se Sean estava bem.
Quanto ao resto, ele preferiria que o rei tratasse de salvar a
merda mundo. E salvar toda a merda do mundo deve vir de
uma pessoa que se importasse e não seria ele ou seu governo
ou a aparentemente ingênua agente dupla.

—O escritório é por aqui, — disse ela. —Nós temos que


passar pela sala de estar em primeiro lugar. Mantenha sua
cabeça baixa.

Moveu-se através da grande sala de estar, mantendo a


cabeça baixa, o corpo baixo para o chão. A estibordo da sala
havia uma fileira de janelas que dava para o mar. Agora
apareciam as botas dos piratas que Nelson contratou quando
eles embarcaram no iate. Quantos estavam no barco? Vinte?
Ele esperava que menos. Felizmente, era um barco grande e
parecia que eles se dividiram em pares para encontrá-los.
Dois pares de botas cruzaram sua linha de visão e, em
seguida, desapareceram quando eles viraram a esquina para
a porta.

—Pare, — Kun disse, sua voz um sussurro. —Eles vão


nos ver. Esconda. Você toma um e eu vou tomar o outro.
Silenciosamente.

Ela desapareceu atrás de uma grande poltrona e Ian se


colocou de costas para o sofá. Eles não iriam vê-lo
imediatamente, mas se eles viessem longe o suficiente para a
sala, não haveria nada a esconder.
Um tiroteio traria mais deles aqui em baixo. Ian aliviou a
faca de sua bota, sua adrenalina bombando.

Houve o som de botas no convés e os dois se falavam em


Somali, quando correram para a sala.

Com o canto do olho, ele podia ver que eles estavam


carregando fuzis AK-47, os canos apontados enquanto se
moviam através da sala. Era uma grande arma, muito mais
fácil para afastar do que para pegar.

Ian ouviu o rangido familiar do pescoço de um homem


que está sendo torcido e quebrado. Antes que ele mesmo
tivesse um pensamento sobre o quão perturbador era o som
tão familiar, uma bota ficou à vista e Ian o atingiu. Antes que
o homem pudesse dar mais do que um grito, Ian estendeu a
mão, pegou o corpo da arma e puxou o homem para baixo. O
pirata bateu no chão e Ian teve sua lâmina no pescoço dele
antes que ele pudesse puxar o gatilho.

Agradável. Quieto. Realmente confuso. Sangue já estava


derramando sobre o tapete branco imaculado. Ele odiava o
trabalho molhado. Infelizmente, ele era realmente bom no que
fazia.

—Vamos antes que encontrem esses corpos. — Kun já


estava em movimento.

Ian ficou de pé, puxando a lâmina de volta. Ele não iria


deixá-la para trás. Se ele pudesse matar um pouco mais em
silêncio, ele o faria.

Ele teve sua chance, com outro pirata que parecia estar
procurando pelo rei. Ele estava vindo da direção oposta, mas
havia parado, olhando para outra sala. Ian cortou sua
garganta com facilidade e jogou o corpo no que parecia ser
um quarto secundário. Três para baixo.

Quantos mais seriam encontrados? Quantos mais, até


que ele chegasse a Nelson?

Kun mudou-se com a graça mortal quando ela foi para o


outro lado do barco. Ian caminhava, mantendo os seus
passos o mais leves possível. Tiros podiam ser ouvidos acima
dele os piratas pareciam estar varrendo o convés um de cada
vez. Eles se moveriam em breve e no momento em que
encontrassem os corpos, eles procurariam por eles a sério.

Chegaram a uma porta com um teclado de alta


tecnologia ao lado dele. Kun colocou seu polegar sobre ela,
olhando para trás quando a porta se abriu.

—O que posso dizer? Ele realmente gostava de mim. Seu


escritório está aqui atrás na seção privada. Apenas o rei, seu
servo pessoal e duas de suas mulheres têm acesso. A outra
garota é inofensiva. A sério, não há um cérebro em sua
cabeça. Entre. Ele vai atrasá-los um pouco.

Ele entrou e a porta se fechou novamente, fechando com


um pequeno ruído.

Sean apareceu, se esgueirando ao longo da parede


enquanto ele saía do que tinha que ser o escritório. Ele ficou
tenso por um momento, apontando a sua SIG direto para a
cabeça de Kun.
—Não atire nela. Ela é uma amiga, —Ian disse, com a
voz tensa. —É o rei que está com você? Será que ele tem
câmeras neste navio?

O rei estava atrás de Sean, envolvendo um cordão preto


longo no pescoço. Antes de desaparecer sob a camisa, Ian viu
um pequeno pen drive conectado.

—Eu só as tenho nos quartos para trepar, mas eles não


estão ligadas a qualquer rede. Eu as desligo ou ligo com base
se minha parceira gosta de ser gravada.

Mesmo no meio de toda a tensão, ele teve de sacudir a


cabeça.

—Quartos para trepar?

Seu primo Chapal estava atrás dele, um laptop na mão e


uma careta de desaprovação no rosto.

—Meu primo é um homem pervertido.

O rei olhou para ele, mas Chapal se manteve firme.

Kun revirou os olhos.

—Eu nem sequer pensei nisso. Podemos tentar, mas se


a tripulação conversa, estamos ferrados. Mexa-se, Tag.

Ele estava de pé ao lado de uma parede ricamente


decorada. Parecia que eram feitas de prata batida. Era uma
bela obra de arte. Era também uma porta escondida, como
Kun provou quando ela passou a mão para o lado e abriu-se.

Graças a Deus. Ele tinha um lugar para esconder o rei


até que ele pudesse descobrir como tirá-lo daqui, porque os
corredores deveriam estar repletos de caras com armas neste
momento.

O rei franziu a testa para Jiang Kun.

—Eu pensei que ela estava do lado ruim.

O rei precisava ficar fora do mundo da inteligência.


Moveu-se rápido para ele.

—Ela está trabalhando com a gente agora.

Um sorriso surgiu no rosto do rei e ele enviou a agente


dupla uma piscadela sugestiva.

—Veja, eu disse que ela era uma flor delicada.

Aparentemente, o rei poderia pensar em sexo mesmo


quando o mundo estava caindo aos pedaços.

—Entre aqui, Alteza. Você fez o que tinha que fazer?

O rei balançou a cabeça.

—Ele está atravancando a Internet. Eu não conseguia


tirá-lo. Eu baixei a pesquisa para um pen drive.

Chapal segurou seu computador sobre o peito que se


provaria uma boa defesa.

—Eu tenho a coisa toda configurada para enviar no


momento em que tivermos uma conexão. Se temos até alguns
segundos, ele vai para vários endereços.

—Eu não posso perdê-la, — disse o rei. —Custou a vida


do meu pesquisador. Eu não posso ter a sua morte sem
nenhum sentido.
—Você não sabe se ele está morto, — disse Ian. —Mas
você vai, se não se esconder. A menos que você saiba uma
maneira secreta de dar o fora deste barco.

—Você deveria descer para a garagem, — disse o rei.

—Garagem? — Ele não era um grande navegador.

—É onde guarda os jet skis e barcos pequenos. A lancha


estaria na garagem, se não tivéssemos ancorado, — explicou
o rei. —É no convés inferior, um pouco abaixo deste. Não há
equipamento de mergulho, se você está pensando em
escorregar para fora debaixo d'água.

Ele não estava pensando em nada. Ele estava correndo


por instinto. —E aquela porta é a única maneira de sair
daqui?

O rei balançou a cabeça.

—Não, há uma na parte de trás também. Isso leva as


escadas que vão diretamente para a garagem.

Isso foi melhor.

—Fique aqui com o seu primo, Sua Alteza. Espere até


que limpemos a garagem e, em seguida, um de nós vem
buscá-lo. Você entende? Não faça um som.

Dirigiu-se para a parte de trás do magnífico conjunto de


salas. Chapal o seguiu.

—Eu posso reprogramar a segurança para lhe dar


acesso. Nosso sistema não usa Internet. Ele deve funcionar.
—Sua mão tocou o teclado, digitou os números. A tela ao lado
dele brilhou. —Coloque o seu polegar sobre ele. — Ian
colocou o dedo no teclado e piscou duas vezes.

—Agora você tem acesso. Vou continuar a tentar entrar


no sistema. — Chapal virou-se e caminhou de volta para o
quarto de trepar, com a cabeça erguida.

—Kun, vigie-os, — Ian mandou.

—Eu deveria ir com você, — ela respondeu.

—Vigie-os bem para mim. Atire em tudo que aparecer.


Eles vão passar pela porta, eventualmente. — Ele já podia
ouvi-los do outro lado da suíte, tentando abrir a porta.

Ela rosnou um pouco de seu caminho.

—Você me deve, Tag.

—Você tem certeza sobre ela? — Perguntou Sean.

Tanto quanto ele poderia ter.

—Ela não vai me matar e ela sabia o nome do meio do


Ten. Ela trabalha para ele. Vai manter o rei seguro. Bem, tão
seguro quanto ele pode estar uma vez que temos piratas a
bordo.

—Alguma ideia de quantos? — Sean seguiu, fechando a


porta atrás.

As escadas eram ornamentadas, como o resto do barco.


Ian começou a descer, mantendo o passo leve.

—Nenhuma ideia. Eu tive que manter minha cabeça


abaixada. —Ele tocou em seu fone de ouvido. —Qualquer
contagem de quantos inimigos com que estamos lidando?
A voz de Knight aproximou-se da linha.

—Tag, é malditamente bom saber que você está vivo.


Nós não queríamos fazer contato caso pudesse ser ouvido. Há
dois barcos fora o iate. Você lida com pelo menos vinte
homens armados. Piratas, a partir do olhar deles. Eles foram
contratados. Um dos barcos está escondido pelo iate. Eu não
posso ver quantas pessoas ainda estão nele.

Não importava. Ele só precisava de um número bruto


para saber como proceder. Ele alcançou a porta que esperava
que os levasse para a garagem.

—Você pode ver a garagem?

—Essa é uma afirmativa, Tag.

—Quantos?

—Eu não posso ver o interior, mas o barco que está


estacionado no lado da porta deixou dois para fora antes de
estacionar. É aberta para o mar. Você vai tentar nadar para
fora?

—Eu vou ver se podemos tirar o rei fora daqui dessa


maneira. Ele diz que não há equipamento de mergulho. Se
pudermos ir fundo, nós o faremos. Qual é a ETA na guarda
costeira?

—O comandante disse que eles estão a caminho, —


explicou Knight. —Quinze minutos.

—Entendido. Diga a Ten que espero que minha esposa


não seja molestada quando isto acabar. — Houve uma longa
pausa na linha.
—Diga-me que minha mulher está na praia, Knight. —
Cada músculo em seu corpo ficou tenso. Charlie estava
segura. Ela tinha que estar segura.

A voz de Knight era muito calma quando sua voz


apareceu na linha.

—Eu acho que Nelson tinha um espião no iate. O barco


que você a colocou se virou e deu a volta para o outro lado.
Eu não a vi desde então. Sua esposa estava a bordo. — Ian
ouviu a maldição de Sean atrás dele. Pelo menos ele não teve
que informar seu irmão.

Sua esposa estava nas mãos de Nelson e ele deixou a


sua única moeda de troca para trás.

—Ei, acalme-se, irmão. Podemos lidar com isso. Vamos


pegar nossos ativos em ordem. Vamos até a garagem e então
podemos ir de lá. Ele disse que havia dois, talvez três?
Podemos lidar com isso. —Sean estava calmo e relaxado, o
que foi bom porque Ian sentiu como se quisesse correr
gritando através da porra do barco.

Sean assumiu a conversa.

—Knight, entendemos você e vamos em silêncio. — Ele


cortou a comunicação.

Gelo. Charlie precisava dele para ser o homem de gelo. E


Sean estava certo. Da garagem poderiam se mover na água,
se fosse preciso. A garagem podia oferecer algumas
distrações.
Ele precisaria deles se Knight estivesse certo e Charlie
estivesse nas mãos de Nelson. Empurrando seu pânico para
baixo, ele pôs a mão na porta. Tão silenciosamente quanto
podia, ele empurrou-a não mais do que meia polegada.
Avistou dois homens que se deslocavam na beira da água e
outro andando até o lado.

Sem olhar para trás, ele levantou três dedos, em


seguida, fez um gesto para mostrar a seu irmão, onde eles
estariam. Eles teriam segundos. Surpresa seria a sua única
vantagem real.

Ian empurrou a porta aberta e usou a P90 para colocar


para fora uma linha de fogo de supressão. O ar soprou em
torno dele, uma sinfonia de balas e gritos baixos que eram
tão familiares para Ian que ele quase perdeu.

Cobrir. Ele abateu um, atingindo-o diretamente no peito,


mas agora os outros estavam retornando o fogo e ele
precisava de alguém para cobri-lo. Abaixou-se, atirando-se
atrás de uma fileira de jet skis.

À sua direita, Sean tomou posição atrás da porta,


apenas o cano da arma para fora. Seu irmão provou que ele
não perdeu uma batida quando colocou uma bala
ordenadamente na testa de um pirata.

Mas deixou um e ele tomou posição atrás de um


pequeno barco, amarrado no lado da garagem apenas na
beira da água. Ian disparou, mas o barco parecia sólido. Seu
adversário simplesmente enfiou a arma para cima e disparou,
não dando a Ian um alvo.
Mas ele não precisa de um, porque a ajuda estava a
caminho. Ele viu uma figura na superfície, a cabeça
chegando brevemente para fora da água antes que ele
respirasse em silêncio e se fosse novamente.

Houve um grito estrangulado e o som de um corpo


caindo na água e depois o silêncio. Sean saiu.

—Que porra aconteceu? Diga-me que o cara não foi


puxado por um tubarão.

Ele nunca deveria ter deixado seu irmão assistir


Tubarão, quando ele era criança. Sean poderia enfrentar
qualquer coisa, mas ainda tinha medo de tubarões.
Felizmente, este tubarão tinha um sotaque britânico.

Simon se arrastou para a rampa, de pé graciosamente e


endireitou sua gravata. O filho da puta nadou usando uma
gravata. Ele alisou o cabelo para trás e soou como se ele
tivesse vindo para o chá em vez de apenas afogar um homem.

—Desculpe estou atrasado.

Ian apontou para ele.

—Eu gosto de você. Agora nós temos um problema.


Nelson tem a minha esposa.

Simon simplesmente pegou a arma que Sean estava


segurando para ele.

—Então teremos de trazê-la de volta.

—Sr. Taggart? —Uma voz familiar veio sobre os alto-


falantes em cima. —Ouvi dizer que você já está no trabalho.
Merda. Eles encontraram os corpos e parecia que Nelson
já estava na ponte. Ou eles podem ter ouvido toda a merda
que aconteceu embaixo.

—Nós nunca tivemos que jogar desta forma, você sabe,


— Nelson continuou. —Nós poderíamos ter trabalhado
juntos. Infelizmente, você tinha todas as habilidades, mas
faltava aquele algo especial que eu preciso em um parceiro.

Sim, Ian tinha uma consciência. Oh, era uma


consciência flexível, mas estava lá. Ele também tinha uma
certa lealdade a seu país que Nelson acharia ofensivo. Idiota.

—Felizmente, eu consegui encontrar um casal de amigos


para me ajudar ao longo do caminho. Eles vão ser os que vão
matar você se você não se render agora e me trouxer o rei de
Loa Mali. Vou precisar de seu computador também. Você vê,
eu bombardeei seu local de teste, então realmente vou
precisar desse computador. Eu só vou ter que matar seus
funcionários até que eles tragam para mim.

Graças a Deus pelo isolamento acústico ou o rei


provavelmente martirizasse a si mesmo.

—Ou talvez eu só vou começar com a senhora bonita no


biquíni branco.

O corpo de Ian ficou frio.

Uma risada desagradável veio através de alto-falantes.

—Você a vestiu muito bem para mim, Tag. Eu vou


desfrutar dela antes de matá-la. Ou eu podia reuni-los. Eu
tenho um fraquinho por amantes. Especialmente quando eu
era um bom casamenteiro e tal. Sua escolha, Tag. Sua esposa
tem cinco minutos antes que eu corte sua garganta.

—Fique calmo, — disse Sean.

—Eu estou calmo. — Ele estava mortalmente calmo. Seu


foco diminuiu para um ponto no mundo. Salvar sua esposa.
Ele enumerou as suas opções, merda como eram e veio com
um plano.

—Não temos o que ele quer? — Perguntou Simon.

Ian balançou a cabeça.

—Nós sempre podemos obter o computador, — disse


Sean. —Nós temos uma cópia para isso, se temos de entregar
o computador, eu não acho que Kash se negue. Ele estava
terrivelmente perturbado sobre os seus guardas. Ele não vai
querer a morte de Charlie em sua consciência.

Ian assentiu.

—Eu vou buscar. Vou fazer o acordo.

—Você não acha que ele vai apenas matá-lo? —


Perguntou Sean.

Essa seria a forma inteligente de jogar por parte de


Nelson. Era o que Ian faria se seus papéis fossem invertidos.

—Vou pôr a senha para protegê-lo. Ele não obtém a


senha até que eu tenha minha esposa. Em seguida, ele vai
tentar matar nós dois.

—Eu estou pensando que não é um plano destruidor,


chefe. — Simon balançou a cabeça.
—Isso é porque você não sabe a sua parte ainda. Obter
esses corpos e uma corda. O que precisamos é um pouco de
caos. —E um pouco de tempo. O minuto em que a Guarda
Costeira aparecer, todas as apostas vão ser jogadas fora. Sua
equipe se inclinou e Ian disse-lhes o plano.
Charlie estava na ponte, observando os homens de
Nelson subindo no barco. Ela ficou olhando para fora. Foi
melhor do que ver o que Nelson fez a tripulação.

Eles estavam deitados em montes de carne morta, seus


cadáveres indiferentes. Ele falou que não iria matar o resto
das pessoas do rei se ele lhe desse o que queria, mas Charlie
sabia a verdade. Ele mataria a todos. Só importava o quão
rápido ele tivesse os dados.

Ela viu o que um de seus homens anexou ao lado do


barco, sob a superfície da água. Ele pode ter pensado que ela
estava olhando para o tempo, ou talvez ele não se importasse,
mas sabia muito bem que ele pretendia explodir o iate. Ela
também observou quando ele colocou dispositivo de gatilho
da bomba em seu bolso.

Ela tinha que pegar esse dispositivo.

Infelizmente havia quatro guardas vigiando o bastardo.


Os piratas estavam vestidos com uma mistura de calças de
brim e camisas camufladas como tanques de guerra. Parecia
sujo e muito confortáveis com suas AK-47s.

—Você acha que ele está em pânico, querida? — Ele


colocou uma mão em seu ombro. Ela estremeceu e tentou se
afastar. Ela estava firme em seus pés novamente, mas as
mãos ainda tremiam.
Seu controle apertou.

—Eu acho que Taggart será mais útil se você estiver


inteira, então seja uma boa menina e não hesite quando eu a
tocar. — Sua mão acariciou o seu ombro, mas ela não podia
esquecer que ele tinha uma arma pressionada ao seu lado. —
Você pode me fazer pensar que você não me quer, querida.

Nada poderia fazer sua boca parar embora.

—Eu pensei que tivesse deixado claro quando não


aceitei sua primeira oferta, Eli.

—Ou você apenas poderia jogar duro para conseguir. —


Ele deu um passo atrás. —Você sabe que eu entendo o valor
de não ceder muito cedo. Às vezes você tem que fazer um
homem trabalhar, não é? Charlotte, você é uma garota
esperta. Podemos te usar. Você tem que saber que Taggart é
uma má aposta neste momento. Por que mais você teria me
contatado?

—Eu não o fiz. Foi a minha irmã. —A última coisa que


ela precisava era jogar fora as fantasias sexuais do louco. Ela
teria uma longa conversa com sua irmã. Se ela sobrevivesse a
isso. Chelsea estava saindo do setor de coleta de informações
para sempre. Esse tipo de poder tornou-se um vício perigoso
para ela.

Ele franziu a testa e pisou no corpo do Capitão.

—Eu deveria saber. Bem, isso é uma pena. Quer dizer,


eu ainda vou tentar recrutá-la porque, obviamente, ela tem
todo o cérebro na família, mas estava esperando por uma
amiga de foda, também. Vou ter que dar um passe nela. Você
tem a aparência. Ela tem o cérebro. O Taggart vai perder as
bolas por causa de uma mulher. Eu meio que amo isso.
Queria que os outros estivessem aqui para testemunhar. Tive
que ficar na sombra dele por anos. Eu era um agente antes
que ele tivesse idade suficiente para se alistar no exército.
Um dia, recrutaram-no das operações secretas e puseram-no
num pedestal. Bem, eu mostrei a eles.

Ela sempre soube seus problemas com Ian não eram


estritamente profissionais.

—Sim, você mostrou-lhes que ele era humano e que


você é um traidor.

Ele acenou fora.

—Traidor? Eu sou mais americano do que qualquer um


desses filhos da puta. Eles ainda pensam que somos uma
espécie de democracia. Deixamos isso há muito tempo. Você
sabe o que levou a preciosa URSS do seu pai? Com certeza
não foi a sede de liberdade. De jeito nenhum. Foi o
capitalismo. O mundo não funciona com a democracia. Ele é
executado no capitalismo e eu sou um capitalista.

Enquanto ele estava falando, ele não a estava enchendo


de sua energia elétrica.

—Então você tomará os planos para o motor e os


venderá pelo maior lance.

—Não. Vou entregá-los à companhia petrolífera que está


me pagando e deixá-los sentar nele. Ainda há dinheiro a ser
feito em petróleo. Muito disso. Até o momento de uma
mudança, não há lugar para uma tecnologia como esta. Você
realmente acha que algum vagabundo de praia fodido de Mali
é o primeiro cientista a pensar nisso? Não. Este é apenas o
mais recente e vamos levar isso para baixo, também. Quando
a empresa estiver pronta, eles vão lançar a sua própria versão
e o dinheiro vai ficar nas mãos certas.

Ian tinha razão. Não se tratava de vender segredos a


outros governos.

—Então você trabalha para empresas que querem você


para roubar tecnologia para eles. Ou ferir outras empresas. É
por isso que você está trabalhando com o meu tio no
gasoduto.

Nelson deu de ombros, como um garotinho que foi pego


trapaceando no monopólio.

— Malone Oil não pertence aos meus empregadores. Se


você não estiver com os grandes, então o jogo não é justo. A
cooperativa cuida de seus membros.

—A Cooperativa? Eles têm um nome? Oh, Deus, eu


odeio a porcaria dos Illuminati. Então eu devo acreditar que
um grupo de CEOs se reuniram e te contrataram para quê?
Roubar alguns planos? O que diabos você pode realmente
fazer?

Um pequeno sorriso desagradável iluminou as


características de Nelson.

—Bem vamos ver. Deixe-me dar um exemplo. Digamos


que a minha última missão é para uma empresa
farmacêutica cujo analgésico está sendo batido pela
competição de sangue novo. Nova pesquisa de drogas leva
anos e milhões de dólares. É muito mais fácil simplesmente
levar o público onde nós pensamos que eles devem ir.

Ela tem um arrepio ao se lembrar do que aconteceu a


pouco mais de um mês. Alguém tinha revestido as cápsulas
de uma determinada marca de ibuprofeno com uma pasta de
cianeto. Era claro e indetectável para o olho humano. Quinze
pessoas em cinco estados morreram.

As ações da empresa haviam caído enquanto a empresa


rival viu suas ações e seus produtos comprados em
quantidades mais elevadas do que nunca.

Eles chamaram de um ataque terrorista. Para Nelson,


parecia que era apenas um bom negócio.

—Você é um terrorista de aluguel.

—Eu sou apenas um empregado humilde, Charlotte,


olhando para fazer minha pensão. Como um monte de outras
pessoas na minha linha de negócio. A Cooperativa acha fácil
recrutar de agências de inteligência ocidentais. Eles pagam
uma porcaria. O Coletivo oferece uma alternativa. Você quer
saber como eu sabia que deveria estar aqui neste momento
em particular?

Ela se perguntou sobre isso. E chegou a algumas


respostas desagradáveis.

—Você está dizendo que um dos agentes está


trabalhando para você?

—Talvez mais do que um, mas certamente você tem uma


víbora em seu ninho pequeno. — Ele pegou o microfone
novamente e apertou o botão do lado antes de falar nele. Sua
voz encheu o ar ao seu redor. —Sr. Taggart, você só tem um
minuto. A pétala se desgasta da rosa tão rapidamente? Bem,
então você não vai se importar quando experimentá-la eu
mesmo.

—Estou aqui.

Todo o corpo de Charlie arrepiou com o som da voz


áspera-como-cascalho. O medo rastejou ao longo de sua
espinha quando seu marido pisou na ponte e cada arma na
sala apontou seu caminho. Quatro AK-47 que poderiam
rasgá-lo em um instante.

Ele não devia ter vindo. Ele devia ter achado um jeito de
sair do barco. Ela não valia a vida, não depois de tudo o que
fez.

—Olá, querida. — Ele segurou um computador portátil


em uma mão, os olhos nela. Mais dois piratas vieram por trás
dele, cercando-o com a morte. Deus, ela não poderia perdê-lo.

—Sr. Taggart, que bom vê-lo novamente. — Eli Nelson


soou perfeitamente satisfeito, mas então ele tinha a
vantagem. —Você trouxe meus dados?

Ian bateu o computador com a mão esquerda.

—É protegido por senha. Vou dar-lhe o laptop, mas você


não obterá a senha até que Charlie e eu estejamos fora do
navio.

Uma risada baixa saiu da boca de Nelson.

—Sério? Você acha que isso é uma negociação?


Se Ian estava incomodado por todas aquelas armas
apontadas para ele, não demonstrou. Ele era alto, seus
ombros quadrados, a sua posição firme.

—Eu acho que tem algo que você quer e você


definitivamente tem algo que me pertence.

—Eu gostaria que tivéssemos mais tempo, — disse


Nelson, suspirando com pesar. —Eu realmente quero. Eu
honestamente acho que é fascinante para mostrar as
camadas de volta, Tag. Quero dizer, literalmente. Adoraria te
levar comigo e te esfolar. Mas eu também tentaria entender
como você se apaixonou por uma mulher que contratei para
transar com você. Vou ser honesto. Eu pensei que tinha um
meio a meio tiro no trabalho.

—Tudo o que você paga, você deve ter dobrado, porque


ela é realmente boa, — Ian respondeu.

—Ian! — Foi bom saber que seu sarcasmo não


desapareceu só porque eles estavam prestes a morrer.

Ian enviou um sorriso infinitamente sexy.

—Olá, querida! É verdade? Eu gosto de reconhecer um


grande trabalho e você tem a boceta mais doce do mundo
todo. E totalmente vale a queda de um homem.

Por que ele estava tão calmo? Ele obviamente tinha um


plano e não envolvia dar a Eli Nelson tudo o que ele queria.

Um dos piratas, um grande homem com cicatrizes


cobrindo o rosto, inclinou-se, falando em inglês quebrado
sobre um barco sendo avistado.
Nelson franziu a testa.

—Seremos mais rápidos que a porra da guarda costeira.


Por que diabos eu te contratei se você não pode lidar com um
par de barcos da guarda costeira? Prepara o meu barco.
Saímos em alguns minutos.

O pirata saiu correndo, descendo as escadas.

Apenas cinco armas agora. O que o Ian planejava? E


como é que ela ia tirar o dispositivo remoto do Nelson?

Ela olhou para baixo na água. Estava bastante calmo.


Ela sabia mais ou menos onde colocaram a bomba.

Se ela conseguisse o controle remoto, talvez ela pudesse


pegar a bomba maldita. Talvez ela pudesse dar a volta por
cima. A que distância estava a água? Ela só tinha que sair da
porta lateral e sobre o corrimão, mas ela teria que saltar para
fora ou bateria no convés principal, em vez da água. Ela não
precisava de um par de pernas quebradas.

Nelson apontou a própria arma para o lado do Ian.

—Dei-me o laptop.

Ian não se mexeu.

—Me dê a minha menina.

Nelson agarrou seu braço, puxando-a para o seu lado.

—Eu vou dar-lhe a sua menina da mesma maneira que


fiz antes, se você não me entregar esse laptop.

—É inútil sem a senha. O sistema foi criptografado para


apagar o disco rígido se você colocar a senha errada mais de
três vezes. Espero que você seja bom em adivinhar, Nelson. —
Ele entregou o laptop a um dos piratas.

—Tudo certo. Vou precisar da senha, em seguida. Se eu


tiver que levá-lo comigo, vamos nos divertir torturando você.
Ou você poderia apenas me assistir estuprar sua putinha
aqui. Eu sempre tive uma coisa para ela. — Sua mão subiu
por seu torso, quase a seu peito, mas ela permaneceu imóvel
porque a arma estava tão perto de seu cérebro. —Sim, eu
acho que torturá-la será uma maneira mais eficaz para fazê-
lo falar. Ou talvez eu conseguisse dois pelo preço de um.
Diga-me uma coisa, Tag. Onde está o teu irmãozinho
ranhoso? Eu sei que ele está no barco. Você o escondeu?

Um sorriso iluminou o rosto de Ian.

—Não, eu estou te distraindo para que ele possa fugir.

Havia o som de um motor de artilharia e, em seguida,


pelo canto de seu olho, ela viu um jato fora da garagem do
iate movendo-se em alta velocidade. Ela se virou e um jet ski
estava deslizando ao longo da superfície da água em uma
linha reta.

—Foda-se. — Nelson virou, sua atenção foi para a proa


do barco. —Abrir fogo. Pare esse idiota. Eu quero vê-lo morto.

As mãos de Ian se moviam mais rápido do que ela


poderia ver. Ele se inclinou e quando ele voltou, uma faca
estava voando através da sala, encontrando um lugar no
pescoço de um dos piratas. A mão do homem estava em sua
arma e quando ele caiu o dedo com espasmos, enviando uma
linha de balas para o homem ao lado dele. Ambos caíram,
mortos, no chão.

Três à esquerda. E muito pouco tempo. Ian não sabia


sobre a bomba. Ele não sabia que Nelson ainda podia
derrubá-los. Ele chutou para fora quando as balas
começaram a voar.

Charlie trouxe o cotovelo para a frente e depois para


trás, pegando Nelson no peito. Ele gemeu e tropeçou, dando-
lhe apenas tempo suficiente para fazê-lo fora da porta lateral.
Caos completo choveu sobre eles. Da ponte, o som dos tiros
encheu o local.

Ela olhou para trás e viu o sangue manchando a perna


esquerda de Ian, mas ele conseguiu uma arma e estava se
movendo escada abaixo.

Saltando sobre a grade, ela levou apenas um segundo


para julgar a distância entre ela e a água.

Então o fogo a iluminou e a mandou para a borda. No


último minuto, antes de cair, ela conseguiu chutar o
corrimão e ganhar o impulso que ela precisava. Ela tentou
controlar o mergulho, mas a dor no braço estava queimando.
Uma bala. Ela levou um tiro.

Ela bateu a água com uma lufada e o mundo lá em cima


ficou quieto. Luz filtrada na água, uma lâmpada pela qual
ver. Algo começou a obscurecer o líquido ao seu redor.

Sangue. O sangue dela. Foi muito mau? Não importava.


Ela rangeu os dentes porque tinha que encontrar a bomba.
Acima, os sons da batalha eram abafados, como se
estivessem longe, mas ela sabia que a cada momento
contava. Nelson e Ian estavam tentando se matar. Ela tinha
que voltar para o iate e ajudar o marido.

Obrigou-se a se mover, apesar que seus pulmões já


estavam queimando. Ela mudou-se da luz para as sombras,
onde o navio pirata tocou o iate. O instinto lhe dizia para se
afastar. Os barcos estavam muito juntos formando um
espaço apertado. Muito apertado. Mas ela tinha que manter a
calma.

Emergindo, os sons da batalha correram de volta para


ela, mas ela teve que correr o risco de que Ian mantinha
Nelson ocupado. Entre os dois barcos, eles não poderiam vê-
la. Ela era pequena em comparação com os dois barcos que
balançavam em torno dela.

Seu braço doía e sangrava, mas parecia que a bala havia


atravessado. A superfície branca do casco do iate estava em
frente a ela, a única coisa que estragava era um grande bolo
de C-4 que foi preso por um dos capangas contratados de
Nelson.

Obrigou-se a nadar entre os barcos. Tão apertado. O


espaço parecia muito pequeno, mas ela virou o rosto para
cima e respirou. Ela poderia fazer isso.

Tinha pensado para enviar a bomba para o fundo do


oceano, mas um plano muito melhor lhe ocorreu.

Com a bomba erguida em sua mão. Ela virou-se para o


barco pirata. Era uma coisa simples para lançar o explosivo
para cima e para o lado. Houve um pouco de conversão, uma
vez que bateu o convés. Ela rezou para que ninguém estivesse
olhando, que todas as pessoas estivessem a bordo do iate.

De repente, o navio pirata deslocado como uma onda os


atingiu. Charlie foi pega entre os dois e sua cabeça bateu no
casco do iate.

A dor floresceu em seu crânio e então ela podia ver a


água ao seu redor. Estava quieto de novo e ela estava
flutuando. A dor parecia ter desaparecido. Ela sabia que seus
pulmões estavam tentando trabalhar, mas parecia distante e
escuridão estava apenas na borda externa de sua
consciência.

A primeira vez que ela morreu, tudo o que ela conseguia


pensar era o que ela perderia, todas as coisas que não fez.
Arrependimento a cobriu. A morte foi um lugar frio e escuro.

Era diferente agora. Quando o mundo começou a


escurecer, tudo o que podia ver era ele. Seu mestre. Tudo o
que ela sentia era a maneira como ele se importava com ela,
como era vibrante e belo o mundo no final.

Desta vez, quando ela morreu, percebeu outra verdade.


No final, havia amor. Amor por ele. Amor por ela. A morte era
muito mais fácil na segunda vez.

Ian amaldiçoou quando Charlie foi até o lado do iate,


mas não havia muito que pudesse fazer sobre isso, porque ele
estava preso no convés principal. Ele conseguiu saltar para a
ponte e tomar uma posição tática, mas Nelson ainda o pegou
e ele pediu reforços.

E tinha o maldito laptop. Ian mentiu sobre a segurança.


Não houve tempo para fazer nada além de levar o rei e seu
primo para a garagem. Jiang kun estava colocando os
equipamentos de mergulho para tirá-los desse caixão.

Felizmente, todos os móveis do barco foram pregados.


Ian estava atrás de uma chaise grande, onde o rei
provavelmente fez o seu pequeno harém em uma base
regular. Era resistente o suficiente para dois e forneceu
cobertura decente.

Ansiedade atou seu estômago quando ele apareceu e


colocou para fora outra rodada de fogo. Foi imediatamente
atendida e ele levou uma bala em seu ombro. Queimou, mas
a bala não fez mais do que quebrar a pele. A bala na coxa
dele era outra coisa. Foi enterrada profundamente e sangrava
como um filho da puta. Ele não tinha certeza se seria capaz
de nadar muito longe.

—Cessar-fogo. — O comando veio pelo alto-falante. —


Chegar ao barco. Siga o plano. Nós temos o que precisamos e
você será pago.

Porra. O que aconteceu?

Ele tocou o fone de ouvido. Ele ficou em silêncio por um


longo tempo e teve que esperar se Knight ainda estava em
posição.

—O que está acontecendo?


—A guarda costeira, — disse Knight. —Acabei de vê-los.
Eles estão provavelmente a dez minutos de distância.

—Você vê minha esposa?

—Negativo, Tag. Eu não tenho um visual sobre ela, mas


seu irmão e Simon estão indo ao longo do lado da borda,
dirigindo-se para você.

A voz de seu irmão veio sobre o dispositivo.

—Eu estarei lá em 60, irmão.

Um minuto. Ele não tinha certeza se Charlie tinha um


minuto. Se Nelson entrou em seu barco e a viu na água, ele
iria matá-la por puro rancor.

Ele levantou-se, atirando em direção à escada que levou


ao deck principal. Infelizmente, não sobrou ninguém para
matar.

—Eu te deixei um presente, Tag. — Desta vez o som


estava vindo do lado estibordo do navio. Ian mexeu o rabo,
tentando chegar ao filho da puta antes que ele fugisse. —
Desculpe sair tão rápido, mas acho que nosso joguinho
acabou agora. Seria bom ter a tecnologia, mas no fim, vou
destruí-lo, não importa. Eu armei uma bomba para explodir
seu Iate então você não poderá mais jogar. Está tudo bem
desde que sua putinha está flutuando. Você vai se juntar a
ela assim que eu conseguir distância suficiente entre nós.

—Tag!

Ele ouviu seu irmão gritar quando o barco de Nelson


começou a se afastar. Ele puxou o gatilho em frustração,
tentando pulverizar o barco. Ele já tinha perdido Nelson de
vista.

E então ele viu algo que fez seu coração parar. Um corpo
boiando na água, de bruços, seu cabelo em volta dela como
uma auréola.

—Ian, temos que ir, — seu irmão disse quando correu


até ele. Ele olhou para fora e depois puxou a camisa de Ian.
—Ian, não.

Mas ele não estava escutando. Ele jogou a arma de lado


e mergulhou, perna ruim, dor no ombro e tudo.

Engole essa, Taggart. Ela está viva. Ela está viva porque
não pode estar morta.

A dor atravessou seu sistema, mas ele nadou até ela,


virando seu corpo, seu rosto para o sol.

—Vamos, querida. — Ele começou a nadar de volta,


tentando não pensar no fato de que ela não estava
respirando. O peito não se movia para cima e para baixo. Seu
corpo era peso morto em seus braços.

Não está morta. Não está morta.

Tornou-se seu mantra quando ele nadou para trás, o


ritmo que manteve seus membros em movimento, seu
coração bombeando.

Não está morta.

Charlie não estava morta. Charlie não poderia estar


morta. Ele acabou de encontrá-la novamente e desperdiçou
tempo ficando com raiva dela. Ele deveria ter se deitado na
frente dela e agradecido a porra do universo por uma
segunda chance. Porque a raiva que ele sentia não era nada
comparado ao amor. Ele a amava. Ela era dele naquela
maneira estúpida de Hollywood que fez um homem pensar
coisas idiotas sobre o futuro.

—Dê ela para mim. — Sean inclinou-se, alcançou-a e


arrastou-a para cima. Simon puxou Ian para o deck.

Sean segurou-a, mas não havia força em seu corpo,


apenas membros inúteis pendurados. Tudo o que era Charlie
parecia desaparecido.

—Temos de ir. Não vai demorar muito até ele detonar a


bomba. Eles deixaram o segundo barco. Não restam homens
suficientes para a tripulação. Vamos lá.

Charlie não duraria o suficiente para chegar ao barco.

—Deite-a, — ele ordenou.

Sean deitou-a na plataforma.

—Sinto muito, irmão.

—Vai. Vão vocês dois. — Caindo de joelhos, ele ignorou


a dor que estava gritando ao longo de seus nervos. Foi fácil,
já que o pânico em sua cabeça estava gritando mais que o
resto. Ele tinha certeza de que seu rosto era passivo, um
truque de anos de treinamento, mas ele estava lutando para
se controlar. Lutando contra a necessidade de gritar.

Mudou-se para a boca, inclinando a cabeça para trás.


Um beijo. Foi como um beijo. Ele poderia enganar o seu
cérebro acreditar que era apenas mais um beijo com sua
esposa. Ele deveria tê-la beijado mais. O tempo todo. Uma
respiração e depois outra.

Metodicamente, ele encontrou seu processo xifoide.


Estava lá na base do seu esterno. Ele moveu a pressão de sua
palma para o peito e bombeou. Um. Dois. Três. Quatro.
Cinco.

O irmão dele ainda estava aqui. Se o irmão dele


morresse, Grace sentiria essa dor. Ela sentiria a dor
ofuscante de ter metade da alma dela arrancada. Entenderia
o que significava sentar-se à noite e saber onde diabos seu
marido estava. Ela já passou por isso uma vez. Ela não podia
de novo. Não enquanto Ian pudesse detê-lo.

—Tire-o daqui, Simon. É uma ordem. Se você tem


alguma lealdade para mim em tudo, faz isso.

Ele se inclinou e soprou a doce boca de Charlie


novamente quando Sean começou a discutir. Houve um
baque e quando ele voltou para as compressões torácicas,
Simon estava pegando o corpo inconsciente de Sean e
transportando-o no ombro.

Seus profundos olhos azuis encontraram Ian.

—Boa sorte, chefe. E obrigado.

—Cuide de minha equipe. — Um. Dois. Três. Quatro.


Cinco.

O corpo dele estava no piloto automático. Ele não


conseguia parar. Parte dele disse para desistir, segurá-la em
seus braços e esperar que o mundo explodisse, porque onde
quer que ela estivesse, era onde ele queria estar. Ele quis
dizer isso. Ele não queria viver num mundo onde a perdeu
duas vezes.

Porra. Sua visão estava embaçada. Algo espirrou e


atingiu o rosto de Charlie. Ele estava chorando. Ele não
chora, porra!

—Você não pode me deixar! — Uma raiva violenta dentro


dele. Ela não podia morrer. Não duas vezes. Agora não. Se ele
estava saindo, então ele queria que ela olhasse em seus olhos
quando isso acontecesse, ele queria eles conectados para que
ele pudesse segurá-la. Então, ele não a perderia.

Ele atingiu seu peito, um baque profundo fazendo com


que seu corpo desse um impulso.

—Acorda. Você acorda, porra, porque eu não vou fazer


isso sem você.

Não havia como voltar para uma meia-vida de scotch e


canções que ninguém mais queria ouvir e fingir que ele não
estava morto por dentro.

Ele atacou novamente e seus olhos se incendiaram, sua


boca abrindo quando a água borbulhava para fora de seus
pulmões.

—Oh, merda. — Ian empurrou seu braço bom e o


pescoço, colocando-a de lado quando ela vomitou o que tinha
que ser um galão de puro Mar árabe.
—O que você fez comigo? — Charlie perguntou, sua voz
crua e tão linda para ele. —Eu acho que um caminhão Mack
bateu no meu peito.

Ele não teve tempo para discutir sobre seus métodos de


RCP. Agora que ela estava de volta, tudo o que ele queria era
viver. Com um gemido baixo, ele ficou de pé. Eles precisavam
entrar na água, nadar o mais longe que pudessem. Só uma
chance. Ele a levaria o mais longe que pudesse e então
descobriria o que ela sofreu.

Viver ou morrer, ele faria isso com ela.

Ele arrastou-a até quando ela protestou.

—Ian, põe-me no chão. Dói.

Mancando, ele andou para o lado do porto. Ele faria o


que fosse preciso. Tirá-la daqui era a coisa mais importante
do mundo.

—Não posso, querida. Temos que sair daqui. Nelson vai


explodir o iate.

Ela balançou a cabeça.

—Não. Não o nosso.

—Talvez ele esteja mentindo, mas eu não posso correr o


risco. — Deus, ele esperava que o bastardo estivesse
mentindo, porque o seu tempo estava acabando.

—Ian, estamos bem. Cuidei do barco dele. Cuidado com


o dele. Entrei na água para fazê-lo.

Suas palavras o atingiram com um lampejo de


esperança. Sua esposa era inteligente e significava que o que
ocorreria era que ela entregou a Nelson de volta a sua
surpresa. Ele virou-se para o barco que estava correndo para
longe do iate. Ele poderia jurar que viu Nelson parado no
arco, observando. Ele parecia estar segurando algo na mão. O
Nelson acenou. O idiota.

E, em seguida, a porra do barco de Nelson explodiu.

Ian ficou forte quando a onda de percussão bateu o iate


e o fez balançar para frente e para trás. Seus braços
apertados em torno de sua esposa e apesar de toda a dor, ele
jogou de volta a cabeça e riu.

Eli Nelson acabou de ser derrubado por uma garota.


Uma mulher. A mulher de Ian Taggart. Foi
surpreendentemente melhor do que derrubar o desgraçado.

O iate continuou a se mover e Ian tropeçou na chaise.


Ele deitou a esposa para baixo, seu corpo lindo mal coberto.
Ela tinha uma ferida no braço, mas não parecia grave.
Caindo para o joelho, ele podia ouvir o som do barco de
Nelson batendo a água novamente depois de voar através do
ar. Ele apostaria que havia um monte de partes do corpo
voando ao redor, como os melhores fogos de artifício de
sempre.

Charlie ainda estava pálida, com a mão em seu peito,


esfregando-o como se doesse. Ele esperava que ele não tivesse
quebrado nada.

—Então, foi um bom presente de casamento? Eu não


consegui um na primeira vez.
Ela estava viva. Ele respirou. Ela estava viva. Sua
esposa ainda estava com ele, o seu futuro direto em seus
braços.

—Melhor presente de sempre.

Ele a beijou quando a Guarda Costeira começou a gritar


em Hindi e o mundo era um completo caos ao seu redor.

—Tag? — A voz do Knight veio em sua direção


novamente. Tag? Quer me explicar o que raio aconteceu?

Ian tirou o fone de ouvido e jogou-o sobre o lado do


barco.

E voltou a beijar a esposa.


São Petersburgo, Rússia

Duas semanas depois

Ian juntou-se aos turistas, misturando-se à medida que


lotavam a Fortaleza Peter e Paul. Foi um raro dia de sol em
São Petersburgo e parecia que os cidadãos estavam na rua
em massa. Pareceu-lhe que no minuto em que o sol saiu na
Rússia, todos os seus cidadãos largaram tudo que estavam
fazendo e procuraram um pedaço de grama para deitar.

Infelizmente, ele não poderia ficar de preguiça hoje. Hoje


foi o dia em que ele deu a sua esposa a sua vida de volta.

Depois de hoje, todo mundo poderia ir para casa.


Mesmo seu irmão, que estava de volta aos Estados Unidos em
sua casa, com sua pequena família e a de Adam e Jake. Avery
estava hospedada com eles enquanto o resto da equipe
cuidava de negócios. Chelsea decidiu retornar aos Estados
Unidos com Sean. Porra, mas ele esperava que ela estivesse
lá quando ele e Charlie voltassem.

Seu irmão lhe deu um soco. Sean esperou até os


médicos tirarem a bala da perna de Ian para batê-lo. Simon
tomou uma surra pior, mas parecia ter recebido o que
merecia. Sean ficou puto com as ordens de Ian, mas eles já
voltaram a se falar.
Enfim, foi uma ótima operação.

Ele atravessou a parede em arcos de tijolos que levavam


à fortaleza enquanto o guia de turismo falava em inglês com
forte sotaque russo.

—O forte de Peter e Paul foi construído em 1703 por


Pedro, o Grande. Ele temia ataques da Suécia quando decidiu
que esta ilha no delta do rio Neva seria a melhor defesa. A
fortaleza foi fundada em 27 de maio e este é agora
considerado o nascimento da cidade de São Petersburgo. Se
todos me seguirem, iremos para a catedral.

Essa foi a deixa para Ian se separar da multidão.

Ele caminhou em direção ao lado direito da fortaleza,


pedras sob seus pés. Paralelepípedos malditos estavam por
toda a cidade. Ele não tinha ideia de como uma pessoa
poderia correr sobre essas coisas. Em momentos como este
ficava feliz por ser um americano onde as ruas eram
uniformes. Se ele tivesse que correr aqui, ele poderia quebrar
uma perna.

E uma vez que sua coxa ainda doía por causa da bala
que ele levou, queria evitar isso se pudesse. Queria que suas
presas fossem gentis e contidas.

Acima de sua cabeça o céu estava azul e brilhante com


enormes nuvens brancas. À sua direita, na Catedral de Peter
e Paul elevava-se do chão de paralelepípedos, um anjo e uma
cruz de ouro no topo de sua torre.

À sua esquerda estava o seu destino, embora não o


final. Um edifício de tijolos marrons, quase dourados abrigava
a casa da moeda ainda em funcionamento. Dusan
Denisovitch do lado de fora usando jeans, uma Camiseta e
Ray-Bans. Convinha que ele tivesse escolhido a casa da
moeda como seu local de encontro já que Ian estava prestes a
fazer dele um jovem cheio de grana.

Ou ele estava prestes a ser assassinado na frente de um


grupo de turistas. Era um risco que Ian estava disposto a
correr, porque ele queria tudo. Ele queria sua esposa e sua
família. Ele queria uma casa.

—Dobroye utro, Sr. Taggart. — Disse Dusan que era um


bom dia quase formal. O homem era mais ou menos da idade
de Charlie. Ele deveria ter mais ou menos trinta anos. A
idade em que se quer conquistar o mundo.

—Zdravstvujtye. — Um simples, olá, assim como o russo


gostaria.

Dusan sorriu. —Seu sotaque é bom.

Ele deu de ombros, contando quatro homens que


cercavam Dusan. O jovem era musculoso. Pelo menos Ian
sabia que o primo de Charlie estava levando a reunião a
sério. Ou ele estava prestes a ser atacado. Sua esposa
repreendia-o por seu pessimismo miserável, mas até que ele
acabasse com isso, ficaria atento para ver se alguém puxaria
uma arma.

—Ele já está na catedral, — disse uma voz em seu


ouvido.

Felizmente, Ian tinha sua equipe de apoio. Alex estava


em posição de fora da catedral observando suas presas. Ele
viu Liam quando eles entraram, pronto para vir em seu
auxílio se o segundo no comando do sindicato Denisovitch se
tornasse incontrolável.

Claro, se ele se comportasse, ele poderia se tornar o


primeiro no comando.

—Então você é o homem que se casou com minha linda


prima, — disse Dusan. —Eu sempre gostei de Charlotte e
Chelsea. Nas raras ocasiões em que meu tio me permitia vê-
las, elas eram meninas agradáveis. Meninas inteligentes. Eu
não gosto do jeito como ele as tratava, se é que você me
entende.

O primo de Charlie falou inglês bastante bom, embora


fosse fácil dizer que não era algo natural para ele. Ele falou
devagar e algumas de suas palavras pareciam quebradas,
mas fáceis de entender.

—Seu pai não sente o mesmo.

Dusan deu de ombros, olhando ao longe.

—Meu pai acredita que o sangue é tudo o que importa,


mas eu sei que o sangue pode ferir sangue. Eu sou o filho do
meu pai por muito tempo para não entender isso.

Então a inteligência estava certa. Ele estava fazendo


esse jogo, porque ele descobriu que havia uma grande divisão
na família. Dusan tinha a confiança de seu pai, mas ainda
era tratado como uma criança. Era hora de ser ousado. O
relógio em sua mão marcava 11:49. Seu tempo estava se
esgotando.
—Se de repente você estivesse à frente do sindicato, você
sentiria a necessidade de continuar a missão do seu pai?

Um lento sorriso cruzou o rosto do jovem.

—Nossa missão deve ser ganhar dinheiro, Sr. Taggart.


Meu pai, ele leva muito tempo buscando vingança por um
homem que todos concordam que era um monstro. Se a
minha prima está satisfeita com sua vida e não vai mais
mexer com a gente, então vamos deixar de mexer com ela.
Além disso, ouvi dizer que ela tem um novo lugar para viver
agora.

Ian riu um pouco, porque ele tinha certeza de Dusan


não estava falando de Dallas.

—Eu acho que nós vamos ter que manter a propriedade


Loa Mali estritamente como um lugar de férias.

O rei foi muito grato. Ele também se sentiu mais do que


culpado sobre seu servo ter se voltado contra Charlie. Ele os
havia presenteado com uma linda propriedade na praia. Já
que Ian superou o fato de quase ser morto por piratas
somalis, o local seria um bom refúgio.

E o rei estava à procura de um novo homem para


assumir sua pesquisa. Tanto a Agência quanto o MI6
acreditavam que a pesquisa foi destruída. O que eles não
sabiam não iria machucá-los.

—Como eu disse, — Dusan continuou. —Eu espero que


Charlotte seja feliz.
Ela parecia feliz. E ele faria com que sua nova missão
fosse garantir que ela sempre estivesse feliz.

—Eu vou cuidar dela.

Dusan acendeu um cigarro, tomando uma longa


tragada.

—Veja o que você vai fazer ou eu posso ter que fazer


uma visita à América. Quando eu tinha quinze anos, eu fiquei
muito doente. Meu pai e meu tio me deixaram para
apodrecer, porque eles tinham outras coisas para fazer.
Minhas primas cuidaram de mim. Não. Eu não vou buscar
vingança contra minha família. Nem ninguém no poder. É
hora de um novo poder nesta casa. Mas eu poderia ser
persuadido a vingar minhas priminhas, caso algo de ruim
aconteça com elas.

Os homens à sua volta assentiram gravemente.

—Tudo bem, então. — Ele se virou em direção à


catedral. Deus, sua maldita família era da máfia russa. Pelo
menos desta vez veio a calhar.

—Sr. Taggart, desde que você me fará um favor, por que


não posso fazer um para você?

—Sim? — Ele perguntou, mantendo os olhos na igreja.

—Os homens que trabalhavam para Nelson, eles têm


mais pessoas ao seu serviço, pessoas que ainda parecem
trabalhar para as suas nações, mas que realmente devem a
sua lealdade para a cooperativa. Eu me preocupo, pois isso
vai ser ruim para o meu negócio. Diga a seus amigos para
tomarem cuidado. Nunca se sabe quando um parceiro pode
traí-los. De preferência família. Agora vá. É quase meio-dia.
Se você perder esta oportunidade, teremos que esperar mais
uma semana e eu tenho planos para celebrar esta noite.

Dusan não estava dizendo a ele nada que ele já não


soubesse. Alguém avisou Nelson. Houve um informante e ele
não tinha certeza em quem confiar mais. Mas tinha uma boa
razão para estar feliz, não estava mais naquela vida. Ele
podia confiar em sua equipe e mais ninguém.

Porra, mas ele esperava que Ten não tivesse feito


qualquer coisa ruim. Debaixo de todo aquele encanto ele era
um filho da puta frio. Ele poderia realmente ser tão
mercenário? Deixou o pensamento ir porque tudo o que
importava era o trabalho na frente dele.

—Ele está lá dentro fazendo as rondas. Não está com a


sua equipe de segurança habitual. Parece que o primo de
Charlie se saiu bem. Aparentemente, a equipe de costume
teve um terrível acidente de carro ontem. Não parece que ele
vai viver, — disse Alex sobre o Bluetooth.

Ian atravessou os enormes portões de ferro forjado que


levaram à escadaria da Catedral de Peter e Paul, os topos
adornados com pontas de ouro. Ele subiu os degraus,
cercado por turistas. A maioria deles seguiam guias que
falavam números e andavam freneticamente tentando
explicar tudo. Muitos tinham pequenos dispositivos em seus
ouvidos para ouvir o guia melhor nos pontos turísticos
lotados e ruidosos da cidade.
Ninguém suspeitaria de um homem alto caminhando
pela catedral. Porra, ele se encaixa bem no norte da Europa.
Apenas ontem à noite, sua esposa alegou que ele era um
Viking, que iria roubá-la. Sim, ele fez isso.

—Então, este idiota visita igrejas, se ele é tão religioso,


por que matou tipo um milhão de pessoas? Eu não entendo,
cara. Minha religião e a dele sequer existem no mesmo
planeta. — Alex sempre foi falador quando está trabalhando.

Ian entrou na catedral ornamentada, a luz do sol do


meio dia dando a uma luz difusa. Lustres de cristal maciço
corriam pelo centro do espaço. Não havia bancos. Ninguém
sentava em uma igreja russa ortodoxa. Havia até um espaço
à esquerda, um remanescente da Rússia czarista. Ele sentou-
se diante do altar, um lugar envolto em pano rico que tinha
uma cobertura de ouro. Era onde o czar estaria.

Ao redor dele estavam caixões de mármore branco com


cruzes de ouro, o lugar de descanso final de líderes da
Rússia.

Eles estavam prestes a receber um novo amigo. Mikhail


Denisovitch alegou que ele era um czar. Ele poderia se juntar
a eles.

—Isso é porque você não entende as religiões europeias,


garoto. Sua religião tem o que, duzentos anos de idade? —
Liam entrou na discussão. —Me ligue quando ela for mais
velha.
Liam deu um passo para ele, piscando enquanto
andava. Ele acenou com a cabeça para o lado direito da
igreja.

—Eu acho que você vai encontrar o que está procurando


por lá, companheiro.

Ian parou de olhar para o teto verde e branco. Cada


polegada da catedral foi pintada ou revestida de dourado.
Mas ele não estava olhando para a beleza. Ele se virou para a
direita e viu a sua presa.

Mikhail Denisovitch ficou na frente de um cordão de


veludo olhando para uma sala ao lado do piso principal.

—Este é o lugar de descanso dos Romanov, — um guia


de turismo foi dizendo. —Espero que possamos chegar mais
perto. — Denisovitch virou e o guia empalideceu.

—Nós voltaremos mais tarde. Venham comigo. É quase


hora do almoço.

Os turistas se distanciaram. Denisovitch olhou para a


frente, olhando para os túmulos da família Romanov,
abatidos naquele dia pelos bolcheviques em seu Palácio de
Inverno. Eles finalmente descansaram aqui.

Ian olhou para o relógio. Dez segundos se ele estava


corretamente sincronizado.

Liam ficou ao seu lado, Alex chegando à direita.

O guarda que estava de pé um pouco atrás de


Denisovitch tirou o chapéu e foi embora, provavelmente para
se juntar a Dusan no lado de fora. Sua presa foi deixada sem
ninguém para vigiá-lo.

Ian deslizou a faca de onde ele escondeu em sua manga.


Ele deslizou a mão enluvada. Então, o mundo pareceu
explodir. O prédio tremeu. O chão sob eles reverberava com o
som.

Os canhões do Naryshkin Bastion eram ativados todos


os dias ao meio-dia. E todos os dias ao meio-dia os turistas
gritam e viram-se e, por um momento, tinham medo. Esse foi
o momento que Ian Taggart o atingiu.

Ele empurrou a faca precisamente sob as costelas de


Denisovitch e em seu coração. Houve um pequeno suspiro e
um tremor no corpo como se ele lutasse brevemente pela
vida.

—Por Charlotte. — Ele não se importa se Denisovitch


ouviu. Tudo o que importava era que o trabalho estava
completo e sua esposa não tinha mais que temer por sua
vida. Ele soltou o homem atrás da corda de veludo, deixou a
faca, virou-se e afastou-se.

Ele e Charlie estavam livres para viver da maneira que


eles queriam, juntos.

O sol brilhava no rosto de Ian quando ele se virou em


direção ao rio e saiu do recinto. Com Alex e Liam atrás dele,
eles foram até a beirada do forte e desceram os degraus até a
costa rochosa, onde Simon, Jesse e Eve esperavam na beira
da água com um barco.
Então ele se virou e a viu. Sua Charlie tinha o rosto para
o sol, mergulhado no dia. O sol perdia em brilho para ela.

—Estamos prontos para ir para casa, então? —


Perguntou Liam.

—Sim, estamos, — Ian respondeu, caminhando em


direção ao barco.

No entanto, não importava. Casa deixou de ser um


lugar para Ian Taggart. Ele pulou no barco, as águas do Neva
os balançavam quando Simon ligou o motor e se afastaram.

—Olá, meu Mestre, — Charlie disse a ele, seu anel de


casamento espumante na luz, assim que ela colocou os
braços em volta do pescoço e segurou o rosto para um beijo.

—Olá, meu amor. — Ele olhou para o colar que ele


colocou em volta do pescoço antes de tomar sua boca com a
dele.

—Recém-casados, — Eve disse, sorrindo. —Eles não


conseguem manter suas mãos longe um do outro.

Alex tomou isso como uma sugestão para beijar sua


mulher boba. Ian não podia deixar seu melhor amigo se
divertir sozinho. Ele beijou Charlie novamente, o vento
chicoteando através de seu cabelo enquanto Simon se dirigiu
para a ponte do palácio.

Não. Ele não precisa ir a qualquer lugar para estar em


casa. Ele já estava lá.
Kensington

Londres, Inglaterra

O The Garden estava tranquilo a essa hora do dia e


Damon Knight preferia trabalhar aqui, do que arrastar-se
para a escuridão do MI6. Todo mundo estava sempre
correndo e fazendo coisas muito importantes. Tudo era
importante no MI6. O The Garden era seu próprio reino
pessoal e ele sentia falta quando estava em missão. Ele
tentou ficar em seu próprio escritório silencioso, o máximo
possível, enquanto ele estava na Inglaterra.

Ele olhou para o e-mail que acabara de receber. Parecia


que havia um novo chefe do sindicato Denisovitch. Seu
agente da Rússia anunciou que Denisovitch foi encontrado
morto na Catedral de Peter e Paul apenas uma hora antes.
Ele alegou que Dusan Denisovitch já estava se movendo para
assumir o poder.

Bom para Taggart. Knight ofereceu seus próprios


serviços para derrubar o homem que estava ameaçando
McKay-Taggart, mas ele foi veementemente recusado.

Isso o tinha realmente magoado um pouco mais do que


pensou. Não podia levar para o lado pessoal. Afinal, Taggart
mandou Tennessee Smith ir para o inferno também.

Só que não era todo dia que um homem que ele


considerava um amigo suspeitava que ele pudesse ser um
traidor. E não era todo dia que ele descobria que seu parceiro
era o verdadeiro traidor.
Foda-se ele. A prova estava bem ali na frente dele, uma
longa série de coincidências que levaram a uma conclusão:
Baz estava trabalhando com Nelson, antes dele ter morrido.

Damon passou a mão pelo cabelo e amaldiçoou. Baz foi


seu melhor amigo há anos. Como ele não viu isso?

A porta de seu escritório estava aberta. Neste momento


do dia, havia geralmente algumas submissas trabalhando,
limpando o clube e se preparando para as cenas da noite. Ele
pediu a Jane, uma doce sub com quem ele estava brincando
ultimamente, para trazer-lhe chá. E Scotch. Ele iria precisar
dele para fazer a chamada que estava prestes a fazer. Tinha
que falar com os superiores sobre prender o homem que
esteve ao seu lado durante anos.

Ele iria realmente fazer essa ligação? Ou tentaria lidar


com isso por conta própria. Talvez Baz estava em apuros. Ele
poderia ser impulsivo. Talvez ele devesse averiguar melhor.

—Entre, Sub. — Ele se virou para a porta. E parou.


Parecia que ele não teria a chance de tomar a decisão sobre o
seu amigo.

Baz estava ali, uma arma em sua mão.

—Desculpe amigo. Jane está, digamos assim, incapaz de


lhe atender no momento. Bem, ela está morta, então não é
provável que ela vai te servir em breve.

Antes que Damon pudesse sair de seu assento, Baz


puxou o gatilho e dor se alastrou no corpo de Damon. Seu
peito. Ele tinha uma bala no peito. Damon recuou, sua mão
subindo para cobrir o lugar onde a bala entrou. Ele caiu para
frente, batendo em sua mesa.

Ele não conseguia respirar. Ele tentou sugar o ar, mas


de alguma forma os seus pulmões não estavam funcionando.
Ele podia ouvir um som chiado, como um balão lentamente
perdendo seu ar.

—Desculpe amigo. Eu não podia deixá-lo fazer essa


ligação. Estive observando você. Eu sei que você descobriu.
Não deve ter sido muito difícil depois da maneira como Nelson
fodeu tudo. Preciso agradecer aos Taggarts por matá-lo.
Acabei de ser promovido. —Ele desligou o laptop de Damon.

Do ponto de vista de Damon, só podia ver a partir da


cintura de seu velho amigo quando ele se retirou com o
laptop e seu telefone celular.

—Você deveria ter vindo comigo, Damon. É muito mais


divertido trabalhar no lado escuro, por assim dizer. Mas você
só gostava de brincar de ser um Dominante. Eu sou um de
verdade. Vejo-o no inferno, irmão.

Os sons de passos recuaram, embora tudo parecia estar


recuando. Som, visão, sentimento. Tudo, exceto um.

A raiva o encheu.

Enquanto a escuridão ameaçou levá-lo, Damon Knight


sabia de uma coisa. Vingança iria tomá-lo completamente.

Damon Knight e a tripulação McKay-Taggart voltará em


2014 com Masmorra Royale.
Masmorra Royale
Mestres e Mercenaries, Livro 6

By Lexi Blake

Bem-Vindo 2014!

Quebrada por traição, uma mulher detém o segredo


para sua redenção ...

Um agente quebrado

Agente do MI6 Damon Knight se orgulhava de estar


sempre no controle. Suas missões eram executadas com
precisão, fria, calculista. Seu clube, The Garden, foi
executado com uma decadência igualmente ordenada e
independente. Mas seu mundo perfeito foi quebrado por uma
bala, disparado da arma de seu ex-parceiro. Essa traição
quase lhe custou a vida e arruinou sua carreira. Seus
superiores queriam que ele se aposentasse, ameaçando
revogar sua licença para matar se ele não largar sua obsessão
com a sombria organização chamada A cooperativa. Para
ganhar a sua confiança, ele tem que provar a si mesmo em
uma tarefa peculiar com um parceiro igualmente incomum.

Uma mulher tentada

Penélope Cash passou toda a sua vida querendo mais.


Mais paixão. Mais aventura. Mas o dever forçou-a a viver
uma vida tranquila. Sua única emoção é assistir os agentes
do MI6 enquanto eles salvam a Inglaterra o mundo. Apesar
de sua formação, ela só é analista. O mais próximo que ela
pode chegar do perigo é em seus sonhos, que muitas vezes
são preenchidos com um Damon Knight. Mas tudo muda
quando a mulher que atuaria como a submissa de Damon em
sua última missão fica incapacitada. Penny é subitamente
confrontada com uma decisão. Ficar em seu mundo seguro
ou arriscar sua vida e seu coração pela Rainha e pelo país.

Um inimigo revelado

Com a equipe de McKay-Taggart ao seu lado, Damon e


Penny caçam um terrorista internacional através das grandes
cidades do norte da Europa. Desempenhando o papel de seu
Mestre, Damon começa a descobrir que, sob o exterior de
Penny existe uma submissa apaixonada, aquela que pode
reivindicar o seu coração frio. Mas quando o verdadeiro
inimigo de Damon é trazido para fora das sombras, pode ser
Penny quem pagará o preço final.

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