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INSTALAÇÕES HIDRO-SANITÁRIAS PREDIAIS

ESGOTOS SANITÁRIOS

Prof.ª Camila Vieira


Curso de Arquitetura e Urbanismo
Campus Arapiraca
CONSIDERAÇÕES GERAIS

Objetivo Geral

A instalação de esgoto doméstico tem a finalidade de coletar e afastar da edificação todos os


despejos provenientes do uso da água para fins higiênicos, encaminhando-os para um destino
adequado.

Objetivos Específicos

• Permitir rápido escoamento dos esgotos;


• Permitir fácil desobstrução das tubulações;
• Vedar a passagem de gases e animais das tubulações para o interior das edificações;
• Impedir a poluição ambiental, principalmente dos mananciais de água.
CONSIDERAÇÕES GERAIS

1. Permitir rápido escoamento do esgoto

Este objetivo é alcançado através do correto dimensionamento das tubulações e da declividade das
mesmas.

2. Permitir fácil desobstrução das tubulações

O acesso à tubulação e a fácil desobstrução são viáveis através dos seguintes dispositivos: caixa de
gordura, caixa de inspeção, desconectores, sifões e visitas.

3. Vedar a passagem de gases e animais das tubulações para o interior das edificações

Deve-se prever e posicionar corretamente os desconectores e ligar corretamente os aparelhos sanitários


ao sistema de esgoto.
SIMBOLOGIA
SISTEMAS DE COLETA E ESCOAMENTO DOS ESGOTOS SANITÁRIOS

• Sistemas Individuais
• Sistemas Coletivos
SISTEMAS INDIVIDUAIS

Cada prédio possui seu próprio sistema de coleta, escoamento e tratamento, como por exemplo, o
conjunto fossa séptica e sumidouro.
SISTEMAS INDIVIDUAIS

Nas fossas sépticas são feitas a separação e transformação da matéria sólida contida no esgoto.

Nessas fossas, os esgotos sofrem a ação das bactérias e, durante o processo, a parte sólida (lodo) é
depositada no fundo da fossa, enquanto que na superfície forma-se uma camada de escuma, constituída
de substâncias insolúveis mais leves.

A fase líquida segue para o sumidouro ou para as valas de infiltração e os sólidos ficam retidos no
fundo da fossa.
SISTEMAS INDIVIDUAIS
SISTEMAS INDIVIDUAIS

O sumidouro tem a função de permitir a


infiltração da parte líquida dos esgotos no solo.
Para tanto, as paredes devem ser vazadas e o
fundo permeável.

Terrenos arenosos têm boa capacidade de


infiltração e o sumidouro tende a ser pequeno.
Terrenos argilosos ao contrário necessitam de
sumidouros grandes.
SISTEMAS COLETIVOS

Existem redes coletoras assentadas nas ruas da cidade, que encaminham os esgotos até um determinado
local, para tratamento e posterior lançamento a um curso de água.
Cada residência deve ter a própria instalação de esgoto, independente dos prédios vizinhos, com
ligação à rede pública, ou seja, cada edificação tem seu próprio ramal predial, exceto em construções
de grande porte (shoppings, hotéis, etc).
PARTES CONSTITUINTES DE UMA INSTALAÇÃO PREDIAL

• Ramal de Descarga
• Desconector
• Ramal de Esgoto
• Tubo de Queda
• Ventilação
• Subcoletor
• Coletor Predial
PARTES CONSTITUINTES DE UMA INSTALAÇÃO PREDIAL

Banheiro de um prédio com mais de um pavimento


PARTES CONSTITUINTES DE UMA INSTALAÇÃO PREDIAL

Banheiro de um prédio com mais de um pavimento


PARTES CONSTITUINTES DE UMA INSTALAÇÃO PREDIAL
PARTES CONSTITUINTES DE UMA INSTALAÇÃO PREDIAL
RAMAL DE DESCARGA

É a tubulação que recebe diretamente os efluentes de aparelhos sanitários (lavatório, bidê, etc.).

Deve ser ligado diretamente à caixa de inspeção


Ramal da bacia sanitária (edificação térrea) ou no tubo de queda de esgoto
(instalações em pavimento superior).

Ramais do lavatório, bidê,


banheira, ralo e do tanque Devem ser ligados à caixa sifonada.

Ramais com efluentes de


gordura (pias de cozinha) Devem ser ligados à caixa de gordura (edificação
térrea) ou tubos de queda específico (pavimentos
superiores).
DESCONECTOR

Desconector é um dispositivo dotado de fecho hídrico, destinado a vedar a passagem de gases no


sentido oposto ao deslocamento do esgoto.

Sifão

Contém uma camada líquida, chamada “fecho hídrico”, destinada a vedar a passagem dos gases
contidos nos esgotos. O fecho hídrico deve ter altura mínima de 50 mm.
DESCONECTOR

Caixa Sifonada

É uma caixa de forma cilíndrica provida de desconector, destinada a receber efluentes de conjuntos de
aparelhos como lavatórios, bidês, banheiras e chuveiros de uma mesma unidade autônoma, assim como
as águas provenientes de lavagem de pisos.
RALOS

Utilizados para receber águas provenientes de chuveiro (boxe), pisos laváveis, áreas externas,
terraços, varandas, etc. Não devem receber efluentes de ramais de descarga.

Ralo Seco

Sem proteção hídrica


RALOS

Ralo Sifonado

Com proteção hídrica

O fecho hídrico é uma lâmina de água que devido a


curva projetada na peça não escorre totalmente, ou
seja, essa água impede com garantia de 100% que
mau cheiro e maus odores não voltem e invadam o
ambiente.
RAMAL DE ESGOTO

Recebe os efluentes dos ramais de descarga. Suas ligações ao subcoletor ou coletor predial devem ser
efetuadas por caixa de inspeção, em pavimentos térreos, ou tubos de queda, em pavimentos
sobrepostos.
TUBO DE QUEDA

É a tubulação vertical existente


nas edificações de dois ou mais
pavimentos, que recebe
efluentes dos ramais de esgoto
e dos ramais de descarga.

Deve ser instalado com


alinhamento vertical e diâmetro
uniforme.
VENTILAÇÃO

Tubo Ventilador ou Coluna de Ventilação

É aquele destinado a possibilitar o escoamento de ar da


atmosfera para o interior das instalações de esgoto e
vice-versa, com a finalidade de protegê-las contra
possíveis rupturas do fecho hídrico dos desconectores
(sifões).

Sua extremidade superior deve ser aberta à atmosfera


e ultrapassar a laje de cobertura em, no mínimo, 30 cm.
VENTILAÇÃO

Tubo Ventilador e Coluna de Ventilação

A extremidade aberta da coluna de ventilação deve situar-se a uma altura


Terraço mínima igual a 2 m acima de terraço, no caso da laje utilizada para outros
fins além da cobertura.
VENTILAÇÃO

Tubo Ventilador e Coluna de Ventilação

Não deve estar situada a menos de 4 m de qualquer janela,

Distância mínima dos vãos porta ou vão de ventilação, salvo se elevada pelo menos 1
m das vergas dos respectivos vãos.

Devem ser verticais e instalados em uma única prumada.


Diâmetros O diâmetro deve ser uniforme. Para casas, adota-se 50 mm e, em edifícios com
mais de dois pavimentos, mínimo de 75 mm.
VENTILAÇÃO

Ramal de Ventilação

É o trecho da instalação que interliga o


desconector, ou ramal de descarga, ou
ramal de esgoto, de um ou mais aparelhos
sanitários a uma coluna de ventilação ou a
um tubo ventilador.
VENTILAÇÃO

Ramal de Ventilação

Toda tubulação de ventilação deve ser instalada com aclive

Inclinação do ramal mínimo de 1% para que, qualquer líquido que venha a


ingressar, possa escoar totalmente por gravidade.

Distância máxima de um desconector ao tubo ventilador


Diâmetro nominal do Distância máxima (m)
ramal de descarga
40 1,0
50 1,2
75 1,8
100 2,4
SUBCOLETOR

É a tubulação horizontal que recebe os efluentes de um ou mais tubos de queda ou de ramais de


esgoto.

Devem ser construídos na parte não edificada do terreno. Podem ser fixados sob a laje de cobertura
do subsolo, por meio de braçadeiras.

Tamanhos mínimos

Diâmetro de 100 mm
Declividade de 1%
COLETOR PREDIAL

É o trecho de tubulação compreendido entre a última inserção de subcoletor, ramal de esgoto ou de


descarga ou caixa de inspeção geral, e o coletor público.

A distância entre a ligação do coletor predial com o público e o dispositivo de inspeção mais próximo
não deve ser superior a 15 m.
CAIXAS DE INSPEÇÃO E GORDURA

• Caixa de Inspeção
• Caixa de Gordura
CAIXA DE INSPEÇÃO

É a caixa destinada a permitir a inspeção, limpeza e desobstrução das tubulações de esgoto.

Local de instalação

Mudanças de direção e de declividade


Quando a tubulação de esgoto
ultrapassa 12m

Concreto
Materiais Alvenaria
Plástico
CAIXA DE GORDURA

Caixa destinada a reter, na sua parte superior, as gorduras, graxas e óleos contidos no esgoto, formando
camadas que devem ser removidas periodicamente, evitando que estes componentes escoem livremente
pela rede, obstruindo a mesma.

Instalações residenciais Materiais

Recebe esgotos que contêm resíduos Concreto Armado


gordurosos provenientes de pias de Argamassa Armada
copa e cozinha. Plástico
Fibra de vidro
Cerâmica
Placas de PVC
Polietileno
Polipropileno
CAIXA DE GORDURA

Os ramais de pias de cozinha devem ser ligados em tubos


Edifícios com pavimentos de queda independentes (tubos de gordura), que
sobrepostos
conduzirão os efluentes para uma caixa de gordura
coletiva, localizada no térreo.

• Deve ser instalada em local de fácil acesso e com boas condições de ventilação;
• Evita o mau cheiro e a entrada de baratas e ratos para dentro da casa.
MATERIAIS UTILIZADOS
MATERIAIS UTILIZADOS

Critérios de Tipo de esgoto a ser conduzido


especificação dos Temperatura do esgoto
materiais Efeitos químicos e físicos
Solicitações mecânicas

Materiais usualmente PVC linha sanitária (série normal e reforçada)


empregados Ferro fundido
Manilha cerâmica
MATERIAIS UTILIZADOS

Tubos de Ferro Fundido Manilhas Cerâmicas


PVC

Possuem alta resistência a São mais utilizadas para


Material mais utilizado nos choques, são usados em receber efluentes industriais
sistemas prediais de esgoto instalações aparentes, e solventes orgânicos e
particularmente em também possuem resistência
garagens de subsolos ou à ação de solos agressivos
pilotis.
TRAÇADO DAS INSTALAÇÕES
TRAÇADO DAS INSTALAÇÕES

Conexões

Evitar, sempre que possível, as mudanças bruscas de direção no traçado das redes.
Nas mudanças de 90° é preferível usar caixa de passagem (inspeção), em trecho horizontais.

Caixa sifonada com


grelha

Localizar usando aspectos estéticos.


SEQUÊNCIA DE PASSOS PARA O TRAÇADO DAS
INSTALAÇÕES
SEQUÊNCIA DE PASSOS PARA O TRAÇADO DAS
INSTALAÇÕES
SEQUÊNCIA DE PASSOS PARA O TRAÇADO DAS
INSTALAÇÕES
DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES
DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES

As vazões de águas servidas (esgotos) que escoam pelas tubulações são variáveis em função das
contribuições (UHC) de cada um dos aparelhos.

UHC
Unidades Hunter de Contribuição

Número que representa a contribuição de esgotos dos aparelhos sanitários em


função da sua utilização habitual.
DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES
DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES

As tubulações têm diâmetro dependente do número total de UHC associadas aos aparelhos sanitários a
que servirem. A NBR 8160 fixa os valores dessas unidades para os aparelhos mais comumente
utilizados.

Com base na contribuição de cada aparelho e nas declividades preestabelecidas, dimensiona-se todo
o sistema.

2% para tubulações com diâmetro nominal ≤ 75 mm

Declividades mínimas
1% para tubulações com diâmetro nominal ≥ 100 mm

Em pavimentos sobrepostos, é necessária a colocação de forros para esconder as tubulações sob a laje
do andar superior.
DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES
DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES

Ramal de Esgoto
DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES

Tubo de Queda
DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES

Subcoletor e Coletor predial


DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES

Ramal de Ventilação
DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES

Coluna de Ventilação
DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES

Declividade

Ramais de descarga e esgoto

Subcoletores e coletor predial


FIM DA AULA

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