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COVID-19 BOLETIM

CORONAVÍRUS Unidade Pedro I


12/02/2021
ATUALIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES

PROTOCOLO DE ATENDIMENTO
Manejo dos eventos adversos após a vacinação contra a COVID-19

Até o momento, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) distribuiu duas vacinas para uso
emergencial contra a COVID-19, produzida pelos laboratórios Sinovac/Butantan e
AstraZeneca/Oxford/FIOCRUZ. Abaixo, encontram-se informações sobre os eventos adversos
associados a cada uma delas.

Sinovac/Butantan
Conforme os resultados do estudo de fase III foram encontradas as seguintes reações
adversas no período de sete dias após a aplicação da CoronaVac em adultos e idosos:
HIGIENE
Reação muito comum (> 1/10)
- Sistêmica: cefaleia, fadiga.
- Local: dor.
Reação comum (> 1/100 e <= 1/10)
- Sistêmica: náusea, diarreia, mialgia, calafrios, perda de apetite, tosse, artralgia, prurido,
rinorreia, congestão nasal.
- Local: eritema, inchaço, enduração, prurido.
Reação incomum (> 1/1000 e <= 1/100)
- Sistêmica: vômito, febre, exantema, reação alérgica, dor orofaríngea, odinofagia, espirros,
astenia, tontura, dor abdominal, sonolência, mal estar, rubor, dor nas extremidades, dor
abdominal superior, dor nas costas, vertigem, dispneia, edema, equimose, perda de apetite,
hipotermia.
- Local: hematoma.

AstraZeneca/Oxford/FIOCRUZ
- As reações adversas mais frequentemente reportadas foram sensibilidade no local da
DISTANCIAMENTO HIGIENE
injeção (> 60%); dor no local da injeção, cefaleia, fadiga (> 50%); mialgia, mal estar (> 40%);
pirexia, calafrios (> 30%); e artralgia, náusea (> 20%). A maioria das reações adversas foi de
intensidade leve a moderada e usualmente resolvida dentro de poucos dias após a vacinação.
- Em comparação com a primeira dose, as reações adversas reportadas após a segunda dose
foram mais leves e menos frequentemente reportadas.

ATENÇÃO:
Qualquer reação adversa pós vacinação deve ser descrita com detalhes no campo aberto
do documento de síndromes respiratórias da UNIMED-BH contendo também as
informações:
• Número de doses da vacina recebidas até a consulta.
• Data da última dose.
• Data do aparecimento da(s) reação(ões) adversa(s)
• Intensidade da(s) reação(ões) adversa(s).

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CORONAVÍRUS Unidade Pedro I
12/02/2021
ATUALIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES

PROTOCOLO DE ATENDIMENTO
Manejo dos eventos adversos após a vacinação contra a COVID-19

Manejo de pacientes com sintomas iniciados até sete dias* após a aplicação das
vacinas contra a COVID-19

SITUAÇÃO 1 SITUAÇÃO 2 SITUAÇÃO 3


Pacientes com sintomas locais e/ou Pacientes com síndrome gripal:
Pacientes com sintomas
sistêmicos como febre baixa, cefaleia, 2 ou mais dos seguintes sinais e
locais e/ou sistêmicos como
fadiga, mialgia, artralgia, calafrios, sintomas: febre (referida ou
cefaleia, fadiga, mialgia,
náuseas, vômitos, diarreia etc. e não), odinofagia, tosse, coriza,
artralgia, calafrios, náuseas,
presença de coriza ou tosse, de leve distúrbios olfativos ou
vômitos, diarreia etc., na
intensidade e evolução há 48 horas ou distúrbios gustativos
ausência de sintomas
menos. associados ou não a sintomas
respiratórios.
não respiratórios como cefaleia,
Possível evento adverso vacinal. mialgia etc.
Tratar como evento
adverso vacinal e NÃO
- Atestado médico + orientações de Tratar como caso suspeito de
solicitar RT-PCR para isolamento por 24-48 horas e COVID-19 e solicitar RT-PCR
SARS-CoV-2. reavaliação presencial ou on-line após para SARS-CoV-2.
este período.
- Atestado a critério - Não solicitar o RT-PCR para SARS-
- Orientar isolamento do
médico. CoV-2 na primeira avaliação.
paciente por 10 dias a partir
- CID 10 para alta no MV: conforme
sinais/sintomas apresentados. do início dos sintomas e alta
- Não é necessário
após 24h com melhora da
isolar o paciente.
Reavaliação em 24-48h: febre sem antitérmicos e
- Persistência dos sintomas melhora dos sintomas
- CID 10 para alta no respiratórios e/ou piora do quadro: respiratórios (exceto tosse e
MV: Y59.9 • Solicitar RT-PCR para SARS-CoV-2 anosmia).
• Manter isolamento conforme caso
- Se colaborador da suspeito de COVID-19. - CID 10 para alta no MV: J00
Unimed-BH, comunicar • CID 10 para alta no MV: J00 a J22. a J22.
o caso à enfermeira
analista. - Melhora completa dos sintomas
Orientar paciente a realizar
respiratórios:
• Tratar como evento adverso vacinal e nova consulta com resultado
*Conforme NT da PBH NÃO solicitar RT-PCR para SARS- do exame, preferencialmente
(nº 043/2021), eventos CoV-2. online, e retornar à unidade se
adversos leves podem ocorrer • CID 10 para alta no MV: Y59.9 sinais de piora clínica ou
dentro de 30 dias após a • Se colaborador da UNIMED-BH, gravidade.
vacinação e eventos comunicar o caso ao enfermeiro
neurológicos podem ocorrer assistencial.
com intervalo de tempo maior.

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PROTOCOLO DE ATENDIMENTO
Orientações sobre as vacinas contra a COVID-19 em uso emergencial no Brasil

Informações sobre a Sinovac/Butantan


- Vacina de vírus inteiro, inativado por beta-propionolactona.
- Vírus cultivado em células vero => sem contraindicação para alérgicos a ovo.
- Indicada para > 18 anos (até o momento).
- Dose: 0,5 ml – administração: IM
- Duas doses, intervalo de 14 a 28 dias, sem máximo.
- Conservação 2 a 8ºC.

- Contraindicações (preliminar):
:: Alergia grave a algum componente ou dose anterior. Não ocorreu nenhum caso em nenhuma
das fases do estudo.
:: Pacientes com febre, doença aguda e início agudo de doenças crônicas => adiar a vacinação.

Informações sobre a AstraZeneca/Oxford/FIOCRUZ


- Utiliza um vírus vetor não replicativo: adenovírus recombinante de chimpanzé, deficiente para a
replicação, (ChAdOx1) que expressa a glicoproteína S spike do SARS-CoV-2.
- Indicada para > 18 anos (até o momento).
- Dose: 0,5 ml - administração IM.
- Duas doses, intervalo de 4 a 12 semanas.
- Conservação 2 a 8ºC.

- Contraindicações (preliminar):
:: Semelhante as da Sinovac/Butantan.

Não existe informação sobre intercambialidade entre as duas vacinas ou outras que produzam
resposta imune contra o SARS-CoV-2.

ATENÇÃO:
Até o momento NÃO HÁ TESTE LABORATORIAL DE ROTINA QUE AVALIE A
recomenda-se 14 dias IMUNOGENICIDADE DA VACINA.
de intervalo (antes ou
depois) para aplicação
Portanto, não solicitar anticorpos IgG a esses pacientes.
de outras vacinas.

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PROTOCOLO DE ATENDIMENTO
Orientações sobre as vacinas contra a COVID-19 em uso emergencial no Brasil

Não deve ser utilizada para prevenção da doença após contato com caso confirmado.

Mesmo recebendo o esquema de imunização, as medidas de prevenção contra infecção por


SARS CoV 2 precisam ser mantidas por todos para diminuir o risco de infecção e transmissão
do vírus a contactantes. Em particular, os profissionais de saúde, devem manter a utilização das
medidas de biossegurança.

Vacinação de grupos especiais

1) Gestantes e lactantes:

Sinovac/Butantan
Com a autorização da ANVISA e revisão de literatura, a Febrasgo recomenda:
:: A segurança e eficácia não foram avaliadas em gestantes e lactantes. Nno entanto, estudos em
animais não demonstraram risco de malformações.
:: Para as gestantes (categoria B) e lactantes pertencentes ao grupo de risco, a vacinação poderá
ser realizada após avaliação dos riscos e benefícios em decisão compartilhada entre a mulher e
seu médico prescritor.

AstraZeneca/Oxford/FIOCRUZ
Gestantes: conforme a bula da vacina (categoria C). Este medicamento não deve ser utilizado por
mulheres grávidas sem orientação médica. Os estudos de toxicidade reprodutiva animal não
foram concluídos. Como uma medida de precaução, a imunização com a vacina covid-19
(recombinante) não é recomendada durante a gravidez. O seu uso em mulheres grávidas deve
ser baseado em uma avaliação se os benefícios da vacinação superam os riscos potenciais.

Lactantes: há dados limitados ou inexistentes sobre o uso da vacina covid-19 (recombinante) em


lactantes. Um risco de amamentar recém-nascidos/bebês não pode ser excluído. Como uma
medida de precaução, é preferível evitar a imunização com a vacina covid-19 (recombinante)
quando a paciente estiver amamentando.

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Vacinação de grupos especiais

2) Mulheres em idade fértil:

Sinovac/Butantan
Não há um tempo mínimo estabelecido para que a mulher possa engravidar após a última dose da
vacina. Como outras vacinas aguardar um período de cerca de 30 dias após a segunda dose.

AstraZeneca/Oxford/FIOCRUZ
Não se sabe se a vacina covid-19 (recombinante) pode impactar a fertilidade. Não há dados
disponíveis.

3) Pacientes com comorbidades em uso de antiagregantes plaquetários e anticoagulantes:


comprimir por 3 minutos e se possível colocar gelo após. Se uso de anticoagulante intermitente
(ex. mensal) => aplicar a vacina o mais distante da próxima dose. Se receptores de fatores de
coagulação => aplicar a vacina o mais próximo da dose recebida.

4) Pacientes oncológicos, transplantados e demais pacientes imunodeprimidos: grupos não


testados, a eficácia e segurança são desconhecidos.

5) Pacientes que já tiveram a COVID-19: podem receber a vacina normalmente. Não vacinar na fase
aguda da doença. Aguardar um mês do início dos sintomas ou do primeiro RT-PCR positivo se o
início dos sintomas não for claro.

Referências Bibliográficas
- Bula profissional:
Link: https://vacinacovid.butantan.gov.br/bulas
Link: https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/produtos/vacinas/informacoes-sobre-a-vacina-covid-19

- RELATÓRIO - BASES TÉCNICAS PARA DECISÃO DO USO EMERGENCIAL, EM CARÁTER EXPERIMENTAL DE


VACINAS CONTRA A COVID-19 – ANVISA

- Plano de Monitoramento de Eventos Adversos de Medicamentos e Vacinas Pós-Autorização de Uso Emergencial:


Diretrizes e Estratégias de Farmacovigilância para o enfrentamento da COVID-19 – ANVISA Jan/2021

- Nota Técnica COVID-19 nº 041/2021 PBH – publicada em 28/01/2021

- Nota Técnica COVID-19 nº 043/2021 PBH – publicada em 05/02/2021

Flávia Robson Margareth Silva Vespasiano Cerqueira Neto


Gerente da Unidade Coordenadora Médica do CPS Coordenador Médico do HPE

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