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Estou deparado com algumas situações as quais são valores imateriais, muitos por
arredondamento de sistema e gostaria de solicitar a baixa, no entanto, estimaria, antes de tudo,
conceituar o que são baixas sem dedutibilidade.
De acordo com as Normas Contábeis todas as baixas (no sentido de uma perda ou dispêndio)
devem ser registradas como despesas ou custos, o que de fato são, enquanto a dedutibilidade
destas baixas pertence aos critérios do regime tributário da empresa (simples, presumido,
arbitrado ou real).
Porém, estes arredondamentos efetuados pelo sistema (conforme suas palavras) apresentam
um saldo final geralmente de valor irrisório. Por exemplo, em um supermercado ou posto de
combustíveis, quando o troco é de xx,32 costumam voltar apenas xx,30, ou quando o troco
deve ser de xx,23 ou xx,24 geralmente "arredondam para cima", tornando R$ xx,25 de modo
que no fechamento de caixa de certo expediente estas "diferenças de caixa" quase nunca
passam de R$ 1,00 (já exagerando), e se a diferença for maior, certamente alguém cobrou a
mais ou a menos do cliente.
Caso você tenha escrituração contábil por partidas diárias sugiro-lhe os seguintes
procedimentos, lembrando que qualquer arredondamento é um ganho ou perda financeira:
2.b) Venda à vista no valor de R$ 44,03 com arredondamento negativo porque o cliente pagou
com R$ 45,00 em dinheiro e recebeu troco de R$ 1,00:
D) Caixa.............................................. R$ 44,00
D) Arredondamentos........................... R$ 0,03
C) Vendas de Mercadorias..................... R$ 44,03
3 - Ao fim do expediente encerrar a conta transitória e transferir o saldo final para as despesas
se devedor ou para as receitas se credor; como no exemplo passado os arredondamentos
resultaram um saldo devedor, houve uma despesa que será contabilizada da segiunte maneira:
D) Arredondamentos Passivos
C) Arredondamentos
R$ 0,01
Saudações
Notas:
1) Pode-se levantar a hipótese de que os arredondamentos seriam análogos aos descontos, de
modo que os valores de arredondamentos poderiam ser lançados nas devidas contas de
descontos (obtidos/concedidos) porém, os arredondamentos envolvem valores baixíssimos,
enquanto os descontos ou acréscimos guardam proporções diretas com os valores iniciais, e
ao fim de um período são capazes de compor um valor considerável; é por isto que preferi
separar os descontos dos arredondamentos;
2) Outro ponto a ser questionado é o fato de que para de num Plano de Contas sem o grupo
"Resultados Financeiros Líquidos" seja criada uma conta transitória, e para num plano de
contas com tal grupo a conta temporária seja dispensável. É oportuno observarmos que no
primeiro plano de contas as contas de "arredondamentos" ficarão distantes uma da outra,
cabendo à conta transitória ser uma prévia entre elas para tornar a análise de saldo mais
consistente, enquanto que no segundo plano de contas as contas em exposição serão
seguidas.
Ricardo Moraes*
Regra geral, na contabilidade das empresas há um campo reservado para as provisões para
Perda com Devedores Duvidosos (PDD), no qual são alocados os valores que a empresa julga
de difícil recebimento. Importante ressaltar que há uma série de critérios legais para que se
considere um crédito como sendo de liquidação duvidosa, a ponto de que o mesmo seja
admitido como despesa dedutível na base de cálculo do imposto de renda e da contribuição
social devidos sobre o lucro líquido.
Tais critérios, assim como a conseqüente dedução de valores não recebidos pela empresa, do
lucro tributável, se prestam a ajustar aquilo que foi presumido com o que realmente ocorreu. Ou
seja, ainda que as operações tenham sido computadas, e os créditos considerados como
receita, se os mesmos não são recebidos efetivamente pela empresa não há porque recolher
tributos sobre estes valores, sendo-lhe facultada a sua exclusão.
Assim, muito embora a legislação do Imposto de Renda e da Contribuição Social admita a
dedutibilidade dos Créditos de Liquidação Duvidosa, a Lei nº. 9.249/95 (clique aqui) proíbe a
atualização monetária dos créditos baixados como perdas, ofendendo a diversos princípios
constitucionais e legais, ou seja, entre a data da baixa das perdas e do recolhimento dos
tributos em questão há um lapso temporal, onde a ausência de correção monetária dos valores
baixados como perdas infringe a própria base de cálculo (lucro) dos tributos em questão.
Neste sentido, é imprescindível a correção monetária dos referidos créditos para fins da
apuração do Lucro Real, caso contrário, estar-se-ia tributando não o lucro, mas o patrimônio da
pessoa jurídica.
Desse modo, não estará gravando o lucro realmente auferido pela empresa, mas sim o lucro
acrescido da inflação, uma vez que não houve a atualização dos valores baixados como
perdas, evidenciando burla inadmissível ao artigo 153, inciso III, da Constituição Federal
(clique aqui), bem como violação do artigo 43, do Código Tributário Nacional (clique aqui).
Assim, pelas razões ora expostas, é entendimento de que a atualização monetária sobre os
valores das perdas no recebimento de créditos decorrentes da atividade da pessoa jurídica
deve incidir da data do pagamento antecipado do imposto de renda e da contribuição social até
o momento definitivo de sua baixa, de acordo com as hipóteses previstas no artigo 9º da Lei nº.
9.430/96 (art. 340 do RIR).