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SEMIOLOGIA DA PELE
Fazer em um lugar bem iluminado, preferencialmente luz Exantema
natural. Geralmente o exame físico vem antes, mas a
Eritema
anamnese é muito importante.
Hipocromia
Ex.: Melasma Ex.: ptiríase alba Ex.: vitiligo
Alterações vasculares: eritema (avermelhadas) e
exantemas (eritema mais difuso) Ex.: grânulos de Fordyce
Ex.: dengue
Placa: lesão sólida, elevada, plana na superfície, >
1cm.
Verrucosidade: lesão sólida, elevada, de
superfície dura, inelástica e amarelada, com
hiperqueratose (descama).
COLEÇÕES LÍQUIDAS
Vesícula: elevação circunscrita com líquido claro,
≤ 1cm.
Ex.: herpes
Ex.: dengue
Bolha: elevação circunscrita com líquido claro, >
1cm.
Ex.: lipoma
Ex.: dengue
Goma: nódulo ou nodulosidade que se liquefez na
porção central e que pode ulcerar, eliminando
material que varia conforme doença que gerou a
goma.
Ex.: queimadura
Ex.: dengue
Pústula: elevação circunscrita de até 1cm, com
pus.
Ex.: goma sifilítica
ALTERAÇÕES
Ex.: dengue
DE ESPESSURA
Queratose: espessamento da pele, duro,
inelástico, amarelado; superfície eventualmente
áspera; aumento da camada córnea.
Esclerose: alteração da espessura com aumento
da consistência da pele; a pele fica espessada ou
delgaçada, sendo difícil fazer o pregueamento;
pode ter hipo ou hipercromia; fibrose do colágeno.
Ex.: impetigo
Termos designativos
Formas, contornos e dimensões
Anular: em anel
Arceada: em arco
Circinada: em círculo
Pontuada: em pontos
Serpiginosa: em linha ou contornos sinuosos
denominados seboríase.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é clínico. Deve-se considerar a
Psoriase
possibilidade de infecção pelo HIV nos casos mais
Doença imunoinflamatória, cutaneoarticular, crônica e
intensos e abruptos ou não responsivos ao
recorrente que se caracteriza por hiperplasia
epidérmica, ciclo evolutivo acelerado dos queratinócitos centenas, de tamanhos variados. Pode acometer
e ativação imune inapropriada. as mucosas genital e labial.
Psoríase invertida: nas regiões flexurais, possui
Acomete ambos os sexos, rara em negros, pode ocorrer
descamação menos evidente (maceração e suor).
em qualquer idade, embora seja manifeste-se mais na
3ª e 4ª décadas de vida. Quando aparece antes dos 30
anos, tem prognóstico pior e associada a histórico
familiar. Não encontrada na pop. indígena. A incidência
no Brasil é em torno de 1%.
PATOGENIA
Causa desconhecida e com predisposição genética,
de herança poligênica que requer fatores ambientais
para sua expressão. 30% dos pacientes têm algum
parente afetado; gêmeos monozigóticos têm
concordância de 65-70%; gêmeos dizigótico, 15-20%.
Multifatorial: alterações no crescimento e
diferenciação da epiderme, anormalidades
bioquímicas, imunológicas e vasculares. Tem relação
com o sistema nervoso.
Ciclo evolutivo das células epidérmicas é mais rápido
na psoríase do que na pele normal, o que causaria,
devido à imaturidade delas, grande produção de
escamas (paraceratose).
Do ponto de vista genético, é classificado em:
1- Psoríase tipo I: antes dos 40, incidência familiar,
manifestações clínicas mais exuberantes e
associação com antígenos de
histocompatibilidade (HLA);
2- Psoríase tipo II: após 40, menor prevalência
familiar e menor correlação com HLA.
Fatores desencadeantes:
1- Clima frios: maior incidência de psoríase pela
menor radiação solar;
2- Trauma cutâneo: físico, químico, elétrico,
inflamatório. Reação de Koebner 38-76% - lesões
causadas pelo trauma em áreas não
comprometidas;
3- Infecções: estreptococos beta-hemolítico:
psoríase em gotas. HIV: maior exacerbação;
4- Drogas que pioram/desencadeiam: lítio, BB,
antimaláricos, IECA, AINES, corticoide oral;
5- Distúrbios endócrinos e metabólicos;
6- Estresse emocional, ingestão aumentada de
álcool e uso de tabaco.
CLÍNICA
Psoríase vulgar: forma mais comum. Placas
eritematoescamosas bem delimitadas, escamas
prateadas, aderentes e estratificadas. Afeta de
forma simétrica a face extensora dos membros
(joelhos, cotovelos), couro cabeludo e região
sacral. Número de lesões varia de uma a
depressões cupuliformes ou puntiformes (pittings
ungueais) ou unha em dedal, leuconiquia
(manchas brancas na lâmina ungueal) ou
“esfarelamento” da unha. Quando o
acometimento é do leito, há onicólise, onicorrexe,
ceratose subungueal, hemorragia em estilha e a
mancha de óleo/salmão; o comprometimento
pode ser de uma, algumas ou todas as unhas (e,
raramente, é a única manifestação da doença.
Pode estar presente mesmo sem manifestações
da doença cutânea (1-5% dos pacientes). Para
confirmar, é necessário descartar o diagnóstico
de onicomicose por meio de exame micológico
direto; as duas podem coexistir. Aumenta a
chance de contaminação por dermatófitos.
HISTOPATOLOGIA
Ajuda a diagnosticar quando se tem dúvidas,
principalmente nos casos atípicos.
Psoríase palmoplantar: mais comum em Agrupamento de neutrófilos ao extrato córneo
adultos, nítida delimitação e simetria das placas (microabscessos de Munro); agrupamento de
e intensa hiperqueratose, com ou sem fissuras. neutrófilos na epiderme (pústulas espongiformes de
O comprometimento ungueal auxilia no Kogoj); paraceratose, acantose regular,
diagnóstico. DF: psoríase rubra pilar, eczema de desaparecimento da camada franulosa;
contato, tínea pedis e dematite atópica. alongamento das cristas epidérmicas com atrofia da
porção suprapapilar, papilas alargadas e
edemaciadas; espongiose; infiltrado inflamatório
discreto composto de mononucleares,
particularmente linfócitos; ectasia vascular.
Hordéolo ou terçol
É a infecção profunda dos folículos ciliares e
glândulas de Meibomius, enquanto calázio é o
processo inflamatório crônico que, para sua
resolução, requer excisão cirúrgica. É mais monociclina). A isotretionína entra nos casos
frequente em pacientes com blefarite crônica, em que o paciente também tem acne
portanto, em pacientes com dermatite seborreica. conglobata e em casos muito crônicos que não
se resolvem com antibióticos (não pode ser
usada com tetraciclina). Nas lesões muito
inflamatórias e com queloides, pode ser
necessário o uso de corticoides, que muitas
vezes precisa ser injetável. Nas lesões com
fístulas é necessário fazer drenagem e em
casos crônicos e refratários, epilação a laser.
2- Foliculite decalvante: causada por s. aureus,
rara. É representada por pústulas
relativamente superficiais, mas que provocam
O tratamento é feito com compressas mornas por a depilação definitiva de cada pelo
15 min., 4x/dia; pomada de antibiótico tópico. Se comprometido. É de evolução crônica e vai
não houver melhora em 1-2 semanas, encaminhar estendendo-se centrifugamente. Em função da
para oftalmologista para avaliar a necessidade de fibrose, vários fios podem emergir da mesma
drenagem. abertura folicular (politriquia) dando o aspecto
Foliculites secundárias típico de “cabelo de boneca”; são localizações
Doentes com tendência inata à hiperqueratose frequentes o couro cabeludo, a barba (sicose
folicular. Há um defeito na queratinização folicular lupoide de Brocq) e os membros inferiores
que leva a obstrução do óstio folicular. Isso facilita (foliculite decalvante de Arnozan e Dubreuilh).
a infecção bacteriana secundária, levando a A foliculite decalvante tem maior incidência no
inflamação supurativa reativa. Formação de homem adulto.
numerosos comedões, abscessos múltiplos
intercomunicantes, trajetos fistulosos e tendência a
formação de cicatrizes hipertróficas
1- Foliculite dissecante do couro cabeludo:
forma crônica, rara e grave causada por s.
aureus. Mais comum em adultos (18-40 anos),
negros. Em 1/3 dos casos pode estar
associada a acne conglubata. Apresenta-se
como nódulos e abscessos subminantes com
formação de fístulas que drenam pus e O tratamento é feito com antissépticos locais +
serosidade. Comedões são, provavelmente, o antibióticos tópicos (mupirocina) + antibióticos
ponto de partida. Linfonodopatia cervical e sistêmicos orientados pelo antibiograma.
occipital estão presentes. Cicatrizes Ciprofloxacina 500mg 12/12h + clindamicina
hipertróficas e queilodianas com áreas de 500mg 12/12h por 8 semanas; rifampicina
alopecia (potencialmente reversível). As lesões 400mg 12/12h + clindamicina 500mg 12/12h
podem ser dolorosas. por 8 semanas.
Os corticoides tópicos, intralesionais ou
sistêmicos podem ser usados como adjuvantes
em lesões agudas.
3- Foliculite Queilodiana da nuca: Caracteriza-
se por sua localização típica na nuca. Pústulas
confluem e levam à formação de fístulas e
Diagnóstico diferencial: infecções fungicas do
fibrose de aspecto queloidiano. É um quadro
couro cabeludo (tinhas). Devem ser solicitados
muito crônico, rebelde e peculiar do homem
exames bacteriológicos com antibiograma e
adulto, predominantemente de raça negra.
micológico.
O tratamento é feito com antibióticos
sistêmicos (tetraciclina/eritromicina/
alcoólatras, desnutridos e diabéticos são mais
suscetíveis. Quando há confluência, ao mesmo
tempo e no mesmo lugar de vários furúnculos, o
quadro recebe o nome de carbúnculo, que é a
denominação mundial para este quadro clínico;
deve-se reservar o termo antraz para a infecção pelo
B. anthracis, conforme a nomenclatura inglesa, que
é a predominante. O carbúnculo é típico do idoso,
sobretudo diabético. À multiplicidade de lesões ou
recidivas frequentes dá-se o nome de furunculose.
Candidíase intertriginosa
Ocorre nas dobras axilares, inguinais, interglútea,
submamárias, principalmente em obesos, diabéticos e
pessoas de pobre higiene. Apresenta-se como lesões
eritematosas, úmidas, exsudativas, podendo formar
erosões ou fissuras, que são envoltas por um colarete
Diagnóstico: através de exame micológico direto
córneo, e com frequência há lesões satélites uma
(blastoconídeos e pseudo-hifas).
importante característica que diferencia a candidíase
Tratamento: O mais importante é o médico identificar
intertriginosa da Tinea cruris e da Tinea corporis.
os fatores predisponentes, e orientar o paciente a
evitá-los. No caso da candidíase oral ou orofaríngea,
utiliza-se nistatina suspensão oral 100.000 UI/ml,
2x/dia, bochechar e engolir, durante duas semanas.
Na vulvovaginite e na balanopostite, utiliza-se como
antifúngico tópico a nistatina creme vaginal. Como
opcão, podemos usar dose única de fluconazol 150-
300 mg. Na candidíase intertriginosa, candidíase das
fraldas, na queilite angular, pode-se usar antifúngicos
imidazólicos (cetoconazol, isoconazol, tioconazol,
etc.). Nos casos extensos, recidivantes, refratários ou
na candidíase ungueal (paroníquia), dá-se preferência
As lesões podem cursar com prurido e ardência. A pela terapia sistêmica. O período de tratamento varia
lesão interdigital (mão ou pé) é mais comum em conforme o local acometido (intertriginosa: 4 semanas;
indivíduos que mantêm a umidade entre os dedos ungueal da mão: 12 semanas; ungueal do pé: 24
(“mão da lavadeira”). semanas). O fluconazol 150 mg/semana é a droga de
Candidíase da região das fraldas escolha, embora haja a opcão do itraconazol 100-200
Ocorre pela retenção de urina e fezes, que leva à mg/dia ou em “pulsoterapia”.
umidade e maceração do local. Apresenta a clássica CERATOFITOSES
satelitose da candidíase, diferenciando-a da dermatite Acometem a córnea ou cutícula do pelo. A resposta
de contato das fraldas e da dermatite seborreica, imune do hospedeiro é mínima ou ausente. Raramente
lesões comuns em recém-nascidos na área das é sintomática (caráter mais crônico)
fraldas. Ptiríase versicolor/ “pano branco”
Causada pela Malassezia furfur, uma levedura
lipofílica, encontrada como saprobiota da pele
humana em mais de 90% da população hígida.
Predominam nas áreas corporais ricas em glândulas
sebáceas (couro cabeludo, face, tronco superior), por
necessitarem de ácidos graxos para a sua nutrição. A
doença é de ocorrência universal, predominando em
locais de clima quente e úmido. Acomete adultos de quatro semanas. Antifúngicos imidazólicos tópicos são
ambos os sexos, após a puberdade, quando as excelentes opções de terapia, como tioconazol 1%
glândulas sebáceas estão mais desenvolvidas. loção, ou isoconazol 1% loção, ou cetoconazol 2%
Acredita-se numa predisposição constitucional do creme, aplicados nas lesões 1x/dia por quatro
indivíduo à infecção. Fatores predisponentes: semanas, associado ao tratamento com xampu de
imunossupressão, gravidez, má nutrição, fatores cetoconazol. Nos casos mais extensos ou resistentes,
geoclimáticos. indica-se a terapia sistêmica oral, com cetoconazol
Quase sempre as lesões são assintomáticas, 200 mg/dia por dez dias, itraconazol 200 mg/dia por
caracterizadas por manchas ou máculas, múltiplas, cinco dias ou fluconazol 150 mg/semana por três
confluentes de cor variável conforme o paciente (daí o semanas. É importante solicitar provas de função
nome “versicolor”). Podem ser hipocrômicas (em hepática, antes de iniciar os imidazólicos (cetoconazol,
pacientes de pele pigmentada), eritematosas ou itraconazol, etc.), pois eles têm metabolismo hepático.
hipercrômicas acastanhadas (pacientes brancos), Cuidado com medicamentos que tenham
apresentando uma descamação fina (furfurácea) ao se metabolização hepática. Os antifúngicos apresentam
raspar a pele com a unha (sinal da unha ou de uma lista enorme de interações medicamentosas. Não
Besnier) ou ao se esticar a pele (sinal de Zileri). esquecer também que eles interagem com o
Acomete caracteristicamente a face, o pescoço, o anticoncepcional, diminuindo a sua eficácia.
tronco superior e a porção proximal dos membros Piedra branca
superiores. O couro cabeludo costuma ser afetado, O agente etiológico é Trichosporum beigelii.
embora a lesão seja geralmente imperceptível... A Transmissão ainda é desconhecida. A infecção do pelo
região palmo plantar e mucosa nunca são atingidas. é caracterizada por nódulos que variam do branco ao
castanho claro, de consistência cremosa que podem
ser removidas facilmente mecanicamente. Acomete os
pelos genitais, axilares, da barba e eventualmente do
couro cabeludo. O diagnóstico diferencial é:
pediculose e tricomicose axilar. Tratamento: corte do
cabelo associado a imidazólico tópico ou sistêmico
devido à alta taxa de recidiva. Trichosporum beigelii
também causa onicomicose.
Eczema numelar
palmoplantar), dermatite herpetiforme e doença de
Darier.
TRATAMENTO
O objetivo é controlar a doença, visto que não há cura.
Orientar os pais/pacientes que há períodos que mesmo Doenca caracterizada pela presença de placas ovais ou
com todas as medidas as lesões vão aparecer. circulares e contornos bem definidos. De etiologia ainda
1- Banho: rápido (3-5 minutos), com água morna ou indeterminada, vários fatores já foram associados a ela:
fria, não tomar muitos banhos; sabonetes suaves ou xerose cutânea, umidade ambiente, sensibilidade ao
“neutros” (líquidos), não usar sabonetes nas fases estafilococo, atopia, etilismo, fatores psicológicos e
agudas, não usar esponjas; sensibilidade ao ouro e à metildopa.
2- Hidratação da pele: logo após o banho. 9com Normalmente acomete adultos, sendo raro em crianças
terminações AI); e tem início nos membros inferiores, dorso das mãos e
3- Roupas: de algodão e folgadas, evitando sintéticas superfície extensora dos bracos como lesões em forma
(evitar o suor); de moedas (numular). As lesões possuem aspecto
4- Unhas sempre cortadas; eritematoso com vesículas e crostas sobrejacentes.
5- Cuidados com o ambiente doméstico (quarto Enquanto surgem novas lesões, outras podem
arejado, troca de roupas de cama pelo menos 2x na apresentar crescimento centrífugo. É comum a queixa
semana); de prurido intenso.
6- Alimentação (controverso, mas adequar de acordo
com o que o paciente/responsável relata);
7- Corticosteroides: mais indicado o uso de corticoide
tópico de média (hidrocortisona 1-2% ou
monetasona) ou alta potência (só em adultos). Em
crianças deve-se evitar o uso de corticoide de alta
potência (usar hidrocortisona 0,5 a 1% por curtos
períodos), principalmente na região das dobras
cutâneas, pela maior capacidade de absorção e
efeitos sistêmicos;
8- Manutenção: tacronlimos 0,03% em crianças, 0,1%
em adultos.
9- Antibióticos sisteêmico: Está indicada nas formas
extensas, mesmo sem evidência clara de infecção
secundária. A maior colonizacão por estafilococos
nestes pacientes serve como superantígeno, isto é,
agravamento das lesões de eczema atópico. O
superantígeno é capaz de estimular os linfócitos de
forma intensa e sem precisar da célula
apresentadora de antígenos;
10- Antibiótico tópico: se houver infecção secundária,
mupirocina 2%.
11- Anti-histamínicos sedativos, pois há
agravamento noturno, interferindo no padrão do
O quadro tende a ser crônico, recorrendo principalmente
nos meses mais frios e menos úmidos. As lesões
desaparecem sem deixar cicatrizes, recidivando no
mesmo local ou em outras regiões. Faz DD com
dermatofitoses e erupções medicamentosas.
O tratamento consiste na aplicacão de emolientes e
corticoterapia tópica. Além disso, deve-se evitar sabão,
detergentes e antissépticos nas áreas afetadas.
Corticoides tópicos, tetraciclina ajuda na regressão, anti-
histaminicos, corticoides intralesional, e, em casos
extremos, corticoide sistêmico.
Leishmaniose tegumentar
É uma infecção crônica, não contagiosa, ausada por
protozoários do gênero Leishmania (intracelular
obrigatório), transmitida ao homem pela picada de
mosquitos flebotomíneos (Ordem Diptera; Família
Psychodidae; Subfamília Phlebotominae), conhecidos
popularmente como mosquito palha, tatuquira ou birigui.
Os reservatórios são: cães, gambás, roedores...
No Brasil, existem sete espécies de Leishmania
responsáveis pela doenca humana, sendo seis do Lesão ulcerada: ou semanas depois, a lesão adquire
subgênero Viannia e uma do subgênero Leishmania. As aspecto ulceroso. A úlcera da LTA possui bordos
três principais espécies são: Leishmania (Leishmania) elevados e bem definidos (“úlcera em moldura de
amazonensis; Leishmania (Viannia) guyanensi; quadro”), com centro granulado, de cor vermelho vivo
Leishmania (Viannia) braziliensis. e com secrecão serosa e indolor.
O agente Leishmania é um protozoário que possui duas
formas evolutivas: (1) forma promastigota; (2) forma
amastigota.
Acometem especialmente o nariz, comecando com
eritema, edema e discreta infiltracão no septo nasal,
asas do nariz e mucosa, evoluindo com maior infiltracão
e lesão ulcerovegetante, que pode se estender para as
regiões laterais, lábios superiores e inferiores.
Zoodermatoses ou dermatoses
reacão cruzada com outras leishmanioses e com a
doenca de Chagas.
Molecular: reacão em cadeia da polimerase (PCR)
também está disponível.
Teste intradérmico de Montenegro: ao contrário do
que dissemos para o calazar, a reacão de Montenegro
possui um importante valor no diagnóstico da LTA. parasitárias
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
ESCABIOSE/ SARNA
Ulcera de estase, ulcera tropical, sifilis cutanea tardia,
Causada pela fêmea fecundada do ácaro Sarcoptes
carcinoma espinocelular, paracocidiodomicose, tb
scabiei. Sua transmissão normalmente ocorre pelo
cutânea.
contato direto, inclusive o sexual, podendo também se
TRATAMENTO
dar, raramente, através de fômites (lencóis, toalhas,
Glucantime. A excecão fica para as gestantes e
roupas, etc.) uma vez que o parasita morre após
pacientes coinfectados com HIV. Outras opcões de
algumas horas fora da pele.
tratamento são: anfotericina B, anfoterecina B
Trata-se de uma afeccão universalmente distribuída
lipossomal, miltefosine e pentamidina.
sendo observada em diversas partes do mundo.
Eletrocirurgia, criocirurgia e cirurgia corretiva podem ser
Acomete todas as racas, idades e classes sociais,
métodos adjuvantes nos casos mais graves e com
embora predomine nos indivíduos adultos de baixa
destruicão nasal.
renda, que moram em ambientes aglomerados e com
PROFILAXIA
pouca higiene.
Identificar e tratar os doentes, telar as casas, uso de
O ciclo evolutivo dura em torno de 7-14 dias.
inseticidas e repelentes e controle dos reservatórios
domésticos.
mamas, mãos (espacos interdigitais), cabeca
(apenas nas criancas e adultos imunodeficientes) e
face anterior dos punhos e pés. São nesses locais
que encontramos a maior parte das lesões
dermatológicas, que podem ser variadas como:
pápulas, nódulos, vesículas, pústulas, escoriacões,
liquenificacão e áreas de eczematizacão A
manifestacão dependerá da variedade e do número
do agente envolvido, além do tempo de evolucão
da doenca, idade e status imunológico do
hospedeiro.
Clínica
Após um período de incubacão que varia de 2 a 28
dias surge um quadro de pruridermia intensa,
notavelmente mais intensa à noite e ao amanhecer.
A lesão mais característica é o túnel e de formato As principais complicacões são a infeccão
linear, sinuoso e coloracão variável, medindo cerca secundária das lesões escoriadas (impetiginizacão)
de 5-15 mm e que possui, em uma das suas e, consequentemente, a glomerulonefrite.
extremidades, uma pápula ou vesícula chamada Escabiose nodular: lesões nodulares de
eminência acarina, local em que pode ser coloracão variável (coloracão normal da pele,
encontrado o S. scabiei. hipercrômicas ou eritematosas) localizadas nas
regiões axilares e inguinais (nas criancas com
alguns meses de vida) ou genital e bolsa escrotal
(nos adultos e criancas). Essas lesões são muito
pruriginosas e podem permanecer por muito tempo,
mesmo após o tratamento adequado e,
normalmente, não é possível isolar o S. scabiei
delas (são desabitadas).