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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA

SILVIA ROSA DA COSTA CORRÊA

AVALIAÇÃO SOCIAL DO CICLO DE VIDA DE UM PRODUTO:


ESTUDO DE CASO EM UMA MICROEMPRESA DO RAMO
AUTOMOTIVO

CURITIBA
2009
SILVIA ROSA DA COSTA CORREA

AVALIAÇÃO SOCIAL DO CICLO DE VIDA:


ESTUDO DE CASO EM UMA MICRO EMPRESA DO RAMO
AUTOMOTIVO

Dissertação apresentada como requisito parcial


para a obtenção do grau de Mestre em
Tecnologia. Programa de Pós-Graduação em
Tecnologia, Universidade Tecnológica Federal
do Paraná (UTFPR).

Orientadora: Profa. Dra. Cássia Maria Lie


Ugaya

CURITIBA
2009
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho

A minha mãe Joana D’arc que, para mim é um exemplo de força moral e espiritual e,
nesta vida, tive o privilégio de nascer como sua filha e de ter me ensinou a viver de forma
honrosa e honesta perante as outras pessoas.

Memória de meu pai André Corrêa, que acreditou nos meus sonhos e me fez ser uma
pessoa de bem.

Aos meus Irmãos, Silvio, Márcia, Marcos, André, Adriano e Diogo, por estarem de
prontidão a me ajudar em qualquer dificuldade que apareça na minha vida.

Aos meus lindos sobrinhos Letícia e Eduardo, que acabam de chegar neste mundo,
trazendo mais união e felicidade para a família e que este trabalho possa contribuir na
construção de um mundo mais seguro para eles.

Aos meus amigos “Benfeitores” por me protegerem (de dia e de noite) e de intuírem
os meus pensamentos no caminho do bem e da verdade de Deus, por me ajudarem a vencer
mais essa provação para minha evolução moral e intelectual.
AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a minha orientadora Cássia Maria Lie Ugaya, por acreditar
e incentivar o meu trabalho, e claro, me ajudar a definir importantes linhas conceituais neste
projeto. Além da grande oportunidade que me proporcionou nesta vida, para que eu pudesse
me transformar em uma pessoa melhor moralmente e intelectualmente.

Agradeço aos meus familiares por compreenderem que muitas vezes estive ausente
para me dedicar à conclusão dos meus estudos. Aos meus irmãos pela dedicada atenção que
me deram, me encorajando nos momentos de provações e me inspirando nas melhores
escolhas da minha vida.

Aos meus amigos “Benfeitores” por estarem atentos a qualquer deslize meu e me
conduzirem ao caminho do bem.

Ao meu amigo Alexandre Courtouke por elaborar o desenho e animação da


apresentação e por todos os outros favores que me prestou ao longo destes anos.

As minhas Amigas “irmãs” por me ajudarem nos momentos mais difíceis do período
do mestrado, como também da minha vida. Cassinha Walter, Gi Schmuck, Sandrinha Okada,
Telminha Pombeiro.

Aos Professores da Banca, Sonia Ana Charchut Leszczynski, José Adolfo de Almeida
Neto e Kazuo Hatakeyama, pelas correções e sugestões para a dissertação.

Aos meus colegas do Grupo da Sustentabilidade do Ciclo de Vida da UTFPR, que nas
várias reuniões de grupo opinaram com sugestões para elaboração deste trabalho.

Sobretudo agradeço a Deus por ter me dado discernimento, paciência, saúde ao longo
da minha vida e sobriedade durante o mestrado.
“... mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é o meu coração.”
Carlos Drummond de Andrade
Poema de Sete Faces – Obra: Alguma Poesia (1930)

“Trabalhai não pela comida que perece, mas pela


comida que permanece para a vida eterna, a
qual o filho do homem vos dará”, e não
desfaleças, porque o trabalho contínuo e nobre
falará pelos teus pensamentos e palavras em
atos que te seguirão até além das fronteiras da
vida orgânica.

Pelo espírito Joana de Ângeles.


(Convites da Vida - Psicografia de Divaldo Franco. Salvador,
1988.)

“O dever é a obrigação moral da criatura para consigo


mesma, primeiro, e, em seguida, para com os outros.
...O dever intimo do homem fica entregue a seu livre-arbítrio...
...Fielmente observado, o dever do coração eleva o homem...
É uma bravura da alma que enfrenta as angústias da luta, é
austero e brando, pronto a dobrar-se às mais diversas
complicações, conserva-se inflexível diante das suas tentações.
...Principia sempre, para cada um de vós, do ponto em que
ameaçais a felicidade ou a tranqüilidade do vosso próximo,
acaba no limite que não desejais ninguém transponha com
relação a vós.”

Pelo espírito Lázaro. Paris, 1863


(O Evangelho Segundo o Espiritismo. Allan Kardec, 1866)
RESUMO

Atualmente, muito se comenta sobre responsabilidade social na comunidade empresarial e já


estão claros os compromissos sociais que as organizações têm frente à sociedade. No entanto,
percebe-se que outros aspectos sociais, além daqueles já disseminados pela responsabilidade
social, são necessários para compreender a real influência que uma organização e seus
produtos podem causar na vida social das pessoas. Desta forma, cresce a preocupação sobre
os possíveis impactos sociais resultantes de produtos. Neste contexto, o presente estudo tem
como objetivo verificar em quais processos da atividade de produção de um produto ocorrem
os impactos sociais no seu ciclo de vida. Para isso, utiliza-se o método de Avaliação Social do
Ciclo de Vida (ASCV), a partir da priorização das Subcategorias para os trabalhadores,
fornecedores, clientes, comunidade local e para a sociedade. O referencial teórico do estudo
tem como principais autores, UNEP (2009), Jorgensen et al. (2007) e Grieβhammer et al.
(2006). As Subcategorias estão baseados nas pesquisas publicadas por UNEP (2009) do grupo
de Força Tarefa da Iniciativa do Ciclo de Vida do PNUMA e da SETAC e Grieβhammer et
al. (2007), a partir dos quais foram selecionados e coletados os dados para análise da
pesquisa. Como resultado, na etapa de inventário, os dados foram analisados e apresentados
os aspectos sociais mais significativos no ciclo de vida. Esses resultados demonstram os
impactos positivos ou negativos da atividade de produção perante os interessados.

Palavras-chave: Subcategorias; Indicadores Sociais; Partes Interessadas; ASCV.


ABSTRACT

Currently, much is commented on social responsibility in the business community and the
social commitments are already clear that the organizations are facing the society. However,
one realizes that other social aspects, beyond those already spread by the social responsibility,
are necessary to understand the real influence that an organization and its products can cause
in the people's social life. In such a way, this concern grows on the possible result sot social
impacts of products. In this context, the present study aims to verify in which processes of the
activity of production of a products life cycle, the social impacts occur. With this purpose, the
method of Social Assessment of the Life Cycle is used (ASCV) from the prioritization of the
Subcategories for the employees, suppliers, customers, local community and to society. The
theoretical referencial of the study has as main authors, UNEP (2009), Jorgensen et al (2007),
Grieβhammer et al (2006). Subcategories are based on research published by Grieβhammer et
al (2007) and the group of the Task Force of Initiative Life Cycle of PNUMA and SETAC,
who selected and colected the data for research analysis. As a result, in the inventory stage,
the data had been analysed and presented the most significant indicators in the life cycle.
These results demonstrate the positive or negative impacts of the activity of production before
the stakeholders.

Key words: Subcategories; Social Indicators, Social Life Cycle Assessment, Stakeholders.
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Etapas da ACV 20


FIGURA 2 - Sistema de Avaliação das Categorias para a Unidade de Medida 23
FIGURA 3 – Parte Interessada ASCV 25
FIGURA 4 - Fluxograma do Produto 53
FIGURA 5 - Fluxograma do Produto Definitivo 56
LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Total de Funcionários no Ciclo de Vida do Produto 60


GRÁFICO 2 - Diversidade por Gênero no Ciclo de Vida do Produto 61
GRÁFICO 3 - Diversidade por Cargo no Ciclo de Vida do Produto 62
GRÁFICO 4 - Nível de Escolaridade no Ciclo de Vida do Produto 63
GRÁFICO 5 - Saúde e Segurança no Ciclo de Vida do Produto 63
GRÁFICO 6 - Funcionários Sindicalizados no Ciclo de Vida do Produto 64
GRÁFICO 7 - Reuniões Coletivas e Contratos no Ciclo de Vida do Produto 65
GRÁFICO 8 - Tipos de Contrato no Ciclo de Vida do Produto 66
GRÁFICO 9 - Carga Horária no Ciclo de Vida do Produto 67
GRÁFICO 10 - Horas Extras no Ciclo de Vida do Produto 68
GRÁFICO 11 - Período de Descanso no Ciclo de Vida do Produto 69
GRÁFICO 12 - Saúde e Segurança no Ciclo de Vida do Produto 69
GRÁFICO 13 - Continuação do Indicador de Saúde e Segurança 70
GRÁFICO 14 - Descanso Semanal e Remuneração no Ciclo de Vida do Produto 71
GRÁFICO 15 - Percentual de Funcionários por Processo no Ciclo de Vida do Produto 91
GRÁFICO 16 - Percentual de Funcionários por Setor nas Empresas no Ciclo de Vida do
Produto 92
GRÁFICO 17 - Média Geral dos Indicadores de Satisfação dos Funcionários no Ciclo de
Vida do Produto 96
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Massa e Horas Trabalhadas por Peça 55


TABELA 2 - Dados de Diversidade e Nível de Escolaridade dos Funcionários 58
TABELA 3 - Forma de Tabulação dos Dados Quantitativos 59
TABELA 4 - Dados do Indicador de Trabalho Forçado para os Funcionários no Ciclo de
Vida do Produto 72
TABELA 5 - Dados do Indicador de Proteção a Maternidade para as Funcionárias no
Ciclo de Vida do Produto 73
TABELA 6 - Dados do Indicador de Sindicato e Associação Coletiva para os
Funcionários no Ciclo de Vida do Produto 75
TABELA 7 - Dados do Indicador Diálogo entre Funcionário e a Empresa no Ciclo de
Vida do Produto 76
TABELA 8 - Dados do Indicador Remuneração e Benefícios para os Funcionários no
Ciclo de Vida do Produto 78
TABELA 9 - Dados do Indicador de Desenvolvimento da Capacidade para os
Funcionários no Ciclo de Vida do Produto 79
TABELA 10 - Dados sobre os Fornecedores dos Indicadores de Reclamações e Diálogo
e Grau que Escuta as Partes no Ciclo de Vida do Produto 81
TABELA 11 - Dados sobre os Fornecedores dos Indicadores de Respeito a contratos e
Apoio a Investimentos no Ciclo de Vida do Produto 83
TABELA 12 - Dados sobre os indicadores de Informações no Rótulo, Riscos e
Manutenção do Produto para a Empresa Cliente no Ciclo de Vida do Produto 85
TABELA 13 - Dada sobre a Comunidade Local na Avaliação do Ciclo de Vida do
Produto 87
TABELA 14 - Dada dos Indicadores sobre a Sociedade no Ciclo de Vida do Produto 89
TABELA 15 - Média Geral dos Indicadores de Satisfação dos Funcionários por
Empresa no Ciclo de Vida do produto 95
TABELA 16 - Média Geral dos Indicadores de Satisfação dos Fornecedores no Ciclo de
Vida do Produto 106
TABELA 17 - Média Geral dos Indicadores de Satisfação do Cliente no Ciclo de Vida
do Produto 106

TABELA 18 - Média Geral do Indicador de Satisfação na Comunidade Local 107


LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - Comparativo entre parte interessada e categoria de impacto da AACV e


ASCV 26
QUADRO 2 - Tipo de Categoria de Impacto Social 27
QUADRO 3 - Partes Interessadas e Indicadores da UNEP/SETAC 30
QUADRO 4 - Indicadores Sociais por Órgão 35
QUADRO 5 - Resumo dos Indicadores Sociais 36
QUADRO 6 - Indicadores Sociais Selecionados 40
QUADRO 7 - Dados Solicitados / Funcionários e Empresas 44
QUADRO 8 - Dados Semi-quantitativos dos Funcionários 46
QUADRO 9 - Informações de Satisfação dos Funcionários 47
QUADRO 10 - Informações de Satisfação para Empresa Fornecedora 48
QUADRO 11 - Informações das Perguntas para o Cliente 48
QUADRO 12 - Dados para Comunidade Local 49
QUADRO 13 - Dados para Sociedade 49
QUADRO A.1 - Indicadores Ethos Aplicados ao Pacto Global 129

QUADRO A.2 - Indicadores para os Trabalhadores Grieβhammer et al. (2007) 128


128
QUADRO A.3 - Indicadores Comunidade Local Grieβhammer et al. (2007)
128
QUADRO A.4 - Indicadores para Sociedade Grieβhammer et al. (2007)
128
QUADRO A.5 - Indicadores para Consumidor Grieβhammer et al. (2007)
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AACV Avaliação Ambiental do Ciclo de Vida


ACV Avaliação de Ciclo de Vida
AICV Avaliação de Impacto do Ciclo de Vida
ASCV Avaliação Social do Ciclo de Vida
CG Global Compact - Pacto Global
CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CLT Consolidação das Leis do Trabalho
CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
DIEESE Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos
ETHOS Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
FT Força Tarefa
GRI Global Reporting Initiative - Diretrizes para Elaboração de Relatórios de
Sustentabilidade
IBASE Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
ICV Inventário de Ciclo de Vida
InCV Iniciativa do Ciclo de Vida
INSS Instituto Nacional do Seguro Social
ISO International Organization for Standardization - Organização Internacional de
Padronização
LCA Life Cycle Assessment - Avaliação de Ciclo de Vida
NBR Norma Brasileira de Regulamentação
OIT Organização Internacional do Trabalho
ONU Organização das Nações Unidas
PCs Personal Computer - computador de bolso
PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
PROSA Product Sustainability Assessment – Avaliação da sustentabilidade do produto
SETAC Society of Environmental Toxicology and Chemistry - Sociedade do Meio
Ambiente Toxicologia e Química
UNEP United Nations Environment Programme
UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................16
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA .............................................................................................17
1.2 PROBLEMA ......................................................................................................................17
1.3 OBJETIVOS.......................................................................................................................17
1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................................17
1.3.2 Objetivos específicos.......................................................................................................18
1.4 JUSTIFICATIVA ...............................................................................................................18
1.5 ESTRUTURA DOS CAPÍTULOS.....................................................................................19
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...........................................................................................20
2.1 AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA ...............................................................................20
2.2 ESTUDOS DA INICIATIVA DO CICLO DE VIDA SOBRE ASCV..............................21
2.2.1 Definição das Categorias de Parte Interessada, Impacto e Subcategorias.......................22
2.3 ESTUDOS DE CASO DE ASCV ......................................................................................28
2.4 INDICADORES SOCIAIS ................................................................................................29
2.4.1 Indicadores Sociais da Iniciativa do Ciclo de Vida (UNEP/SETAC, 2008) ...................29
2.4.1.1 Definição dos Indicadores Relacionados ao Trabalhador (UNEP/SETAC, 2008) .....31
2.4.1.2 Definição dos Indicadores Relacionados à Comunidade Local(UNEP/SETAC, 2008) .32
2.4.1.3 Definição dos Indicadores Relacionados com a Sociedade (UNEP/SETAC, 2008)....33
2.4.1.4 Definição dos Indicadores Relacionados à Outros Atores (UNEP/SETAC, 2008) .....34
2.4.1.5 Definição dos Indicador Relacionados com o Consumidor (UNEP/SETAC, 2008)....34
2.4.2 Comparação entre as Fontes ............................................................................................34
3 METODOLOGIA................................................................................................................37
3.1 ESCOPO.............................................................................................................................38
3.1.1 Função, Unidade Funcional e Fluxo de Referência.........................................................38
3.1.2 Fronteira do Sistema........................................................................................................39
3.1.3 Requisitos da Qualidade dos Dados ................................................................................39
3.1.4 Priorização dos Indicadores Sociais para cada Parte Interessada....................................39
3.2 INVENTÁRIO ...................................................................................................................41
3.2.1 Elaboração do Instrumento de Coleta de Dados..............................................................42
3.2.1.1 Forma de Análise dos Dados........................................................................................43
3.2.2 Questionários para Obtenção dos Dados dos Funcionários ............................................44
3.2.3 Questionário para o Fornecedor ......................................................................................47
3.2.4 Questionário para o Cliente .............................................................................................48
3.2.5 Questionário para a Comunidade Local ..........................................................................49
3.2.6 Questionário para a Sociedade ........................................................................................50
3.2.7 Teste Piloto dos Questionários.........................................................................................50
3.3 UNIVERSO E POPULAÇÃO DA PESQUISA.................................................................51
3.4 LEVANTAMENTO E COLETA DE DADOS..................................................................51
4 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................52
4.1 ESCOPO – PRODUTO ......................................................................................................52
4.1.1 Função, Unidade Funcional e Fluxo de Referência.........................................................52
4.1.2 Sistema do Produto..........................................................................................................52
4.1.3 Requisitos e Qualidade dos Dados ..................................................................................57
4.2 INVENTÁRIO ...................................................................................................................57
4.2.1 Resultado dos Dados Quantitativos dos Funcionários ....................................................58
4.2.2 Resultado dos Dados Semi-quantitativos dos Funcionários............................................71
4.2.2.1 Resultado para o Indicador de Trabalho Forçado ......................................................71
4.2.2.2 Resultado para o Indicador de Proteção a Maternidade.............................................75
4.2.2.3 Resultado para o Indicador de Sindicato e Associação Coletiva ................................75
4.2.2.4 Resultado para o Indicador de Diálogo entre Funcionário e a Empresa....................76
4.2.2.5 Resultado para o Indicador de Remuneração e Benefícios .........................................77
4.2.2.6 Resultado para o Indicador de Desenvolvimento da Capacidade ...............................79
4.3 RESULTADO DOS DADOS DOS FORNECEDORES ...................................................80
4.3.1 Resultado dos Indicadores de Reclamações e Diálogo e Grau que Escuta as Partes .....80
4.3.2 Resultado para Indicadores de Respeito a Contratos e Apoio a Investimentos...............82
4.4 RESULTADO DOS DADOS DO CLIENTE ....................................................................84
4.5 RESULTADO DOS DADOS DA COMUNIDADE LOCAL............................................86
4.6 RESULTADO DOS DADOS DA SOCIEDADE...............................................................88
5 DISCUSSÕES ......................................................................................................................90
5.1 DISCUSSÃO DOS DADOS QUANTITATIVOS DOS FUNCIONÁRIOS.....................91
5.1.1 Discussão dos Resultados dos Dados Semi-quantitativo dos funcionários.....................94
5.1.1.1 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Trabalho Forçado..............................97
5.1.1.2 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Sindicato e Associação Coletiva........97
5.1.1.3 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Sindicato e Associação Coletiva........98
5.1.1.4 Discussão dos Resultados de Satisfação do Diálogo entre o Funcionário e Patrão...99
5.1.1.5 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Remuneração e Benefícios...............100
5.1.1.6 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Desenvolvimento da Capacidade.....100
5.1.2 Discussão das Médias Gerais dos dados Semi-quantitativos dos Funcionários............101
5.1.2.1 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Trabalho Forçado...........................101
5.1.2.2 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Proteção a Maternidade.................102
5.1.2.3 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Sindicato e Associação Coletiva.....103
5.1.2.4 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Desenvolvimento da Capacidade....103
5.1.2.5 Resultado Final da Satisfação do Indicador Diálogo entre Funcionários/empresa..104
5.1.2.6 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Remuneração e Benefícios..............104
5.2 Discussão das Médias Gerais dos Dados Semi-quantitativos dos Fornecedores..............105
5.3 Discussão das Médias Gerais dos Dados Semi-quantitativos do Cliente.........................106
5.4 Discussão das Médias Gerais dos Dados Semi-quantitativos da Comunidade Local.......107
5.5 Discussão dos Dados da Sociedade..................................................................................108
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................109
6.1 CONCLUSÃO DOS DADOS QUANTITATIVOS DOS FUNCIONÁRIOS.................109
6.1.2 Conclusão dos dados Semi-quantitativo dos Funcionários ...........................................110
6.2 CONCLUSÃO DOS DADOS DOS FORNECEDORES E CLIENTE ...........................110
6.3 CONCLUSÃO DOS DADOS DA COMUNIDADE LOCAL E SOCIEDADE .............111
6.4 CONCLUSÃO DOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS ATINGIDOS ..................................111
6.5 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS............................................................113
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................114
APÊNDICE............................................................................................................................118
01 Questionário Aplicado na Avaliação da Parte Interessada Trabalhador ...........................118
02 Questionário Aplicado na Avaliação do Trabalho Aprendiz.............................................121
03 Questionário Aplicado na Avaliação da Parte Interessada Trabalhador ...........................122
04 Questionário Aplicado na Avaliação da Parte Interessada Fornecedor.............................124
05 Questionário Aplicado na Avaliação da Parte Interessada Cliente ...................................125
06 Questionário Aplicado na Avaliação da Comunidade Local.............................................126
07 Questionário Aplicado na Avaliação da Sociedade...........................................................127
ANEXOS ...............................................................................................................................128
ANEXO A - Os Indicadores Ethos Aplicados ao Pacto Global .............................................129
ANEXO B - PROSA Avaliação da Sustentabilidade de Produtos.........................................130
16

1 INTRODUÇÃO

A técnica de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) tem sido utilizada para estudos dos
aspectos e impactos ambientais de produtos, processos e serviços, contudo, mais
recentemente, além das questões ambientais, estão sendo estudados meios para inclusão da
dimensão social. Em vista disto, a Iniciativa do Ciclo de Vida (InCV/LCI) do Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA/UNEP) e da Sociedade de Química e
Toxicologia (SETAC) criou, em 2004, a Força Tarefa (FT) de Inclusão de Indicadores Sociais
em ACV. Dentro desta FT foram discutidos diversos pontos necessários para a elaboração de
Diretrizes para a realização de Avaliação Social do Ciclo de Vida (ASCV), sendo que alguns
dos principais resultados consistiram na definição de uma lista (não restritiva) das principais
Subcategorias de Indicadores Sociais a serem considerados no estudo e na necessidade de
avaliação dos indicadores de forma qualitativa (UNEP, 2009).
Além disso, a FT publicou recentemente o Guidelines for Social Life Cycle
Assessment of Products (UNEP, 2009) que aborda, entre outros, uma comparação entre as
metodologias de Avaliação Ambiental do Ciclo de Vida (AACV) e ASCV. Os autores
também definiram os passos para realização de uma ASCV e afirmaram que nem todos os
passos estão totalmente estabelecidos com diversas sugestões para pesquisas futuras.
Sobretudo, na etapa de interpretação de dados e avaliação dos impactos, os autores não
apresentam um método de impacto em ASCV. Desta forma, o presente estudo limitou-se em
verificar o uso da metodologia somente nas etapas de Escopo e Análise de Inventário.
Observa-se que o referencial teórico sobre ASCV, como o livro mencionado
anteriormente, foi publicado em maio de 2009, e o presente estudo iniciou a sua pesquisa em
2007, sendo importante esclarecer essa discordância de datas, indicando que as informações
foram adquiridas pela autora antes mesmo da publicação. Em virtude da orientadora desta
dissertação fazer parte da FT e ser umas das autoras do livro referenciado, que pode adiantar
informações sobre a metodologia de ASCV que futuramente seriam incluídas no livro. Desta
forma, o presente estudo baseou-se em informações sobre as últimas descobertas de ASCV,
demarcando a contemporaneidade dos assuntos aqui discutidos.
17

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

A proposta da dissertação foi realizar um estudo de caso no tema de Avaliação Social


no Ciclo de Vida de um produto, considerando apenas a fase de manufatura e distribuição,
determinada como “Portão a Portão”. Desta forma, foi possível identificar os pontos positivos
e negativos resultantes da técnica de ASCV e obter dados das atividades das empresas
envolvidas no processo de produção, considerando somente os fornecedores diretos. É uma
pesquisa qualitativa com análise de dados numéricos (quantitativos) para interpretação.

1.2 PROBLEMA

As pesquisas realizadas sobre ACV apontam que no ciclo de vida de um produto não
são gerados apenas impactos ambientais e econômicos, mas também sociais. Neste contexto,
o seguinte problema de pesquisa foi formulado: Como constatar os aspectos sociais
resultantes da atividade de produção de um produto em uma microempresa e as partes
interessadas envolvidas?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

O objetivo da pesquisa consistiu em identificar, por meio de um estudo de caso de um


produto em uma microempresa industrial da região de Curitiba-PR, em que processos
ocorrem os aspectos sociais, positivos e negativos, relacionados às partes interessadas no ciclo
de vida do produto.
18

1.3.2 Objetivos específicos

Para a pesquisa é fundamental considerar os seguintes objetivos específicos:


1. Identificar as Subcategorias e os indicadores sociais existentes e prioritários para as
partes interessadas;
2. Detalhar o processo produtivo do produto;
3. Identificar as empresas envolvidas no processo;
4. Adotar critérios de corte para limite do sistema produtivo;
5. Apontar os aspectos sociais mais significativos, por meio de levantamento de dados na
cadeia produtiva do produto em estudo, conforme procedimentos metodológicos.

1.4 JUSTIFICATIVA

A importância da realização do estudo consiste em verificar, na prática, as diretrizes


para a ASCV proposta pela UNEP (2009).
De acordo com Grieβhammer et al. (2006), a ASCV tem como propósito avaliar os
impactos das atividades de produção industrial na vida social das pessoas e organizações,
geralmente com o objetivo de melhorar ou em comparação a uma alternativa. Assim como na
ACV ambiental, a ASCV evita transferência de impacto de uma etapa do Ciclo de Vida para
outra. Ao identificar os aspectos sociais gerados pelo Ciclo de Vida do produto, por meio de
uma técnica científica que envolva os atores mais próximos da cadeia produtiva.
Desta forma, o estudo apresentado optou por verificar o uso da metodologia ASCV em
uma microempresa industrial, mais especificamente no processo de produção de um produto.
A empresa selecionada foi escolhida em virtude da facilidade da obtenção de dados e por ser
responsável por parcela significativa do fornecimento de peças no mercado de rastreamento
de frotas de caminhões.
19

1.5 ESTRUTURA DOS CAPÍTULOS

Esta dissertação está dividida em cinco capítulos. O primeiro capítulo introduz o tema
da pesquisa, com a definição do problema, objetivos e justificativa. No segundo capítulo é
apresentada uma revisão bibliográfica, com a fundamentação teórica necessária para o
desenvolvimento do estudo de caso. Inicia-se com uma breve descrição da metodologia ACV
voltada aos aspectos ambientais (AACV). Em seguida, os aspectos sociais, são apresentados,
assim como os trabalhos publicados pelo grupo da Iniciativa do Ciclo de Vida, contendo os
passos para realização da ASCV em comparação às fases da AACV. No final da revisão são
abordados estudos sobre o uso da ASCV e uma revisão de indicadores sociais existentes.
O terceiro capítulo relata a metodologia do estudo, os passos seguidos para elaboração
do estudo de caso do produto, descrevendo as etapas de definição do objetivo e do escopo e
da análise de inventário na ASCV. Estes passos apontam as subcategorias e os indicadores
sociais selecionados para avaliação do produto em estudo, a elaboração do instrumento de
coleta de dados e os métodos utilizados para análise dos dados. No quarto capítulo é
apresentado o estudo de caso, com apresentação do produto e todas as empresas envolvidas no
ciclo de vida, os dados levantados pelos indicadores sociais e a análise dos dados.
No quinto capítulo são apresentadas as discussões sobre os dados analisados no
inventário, de forma qualitativa e apresentados os aspectos sociais mais significativos do
estudo, fundamentados com o referencial teórico. O sexto capítulo apresenta as considerações
finais, concluindo as discussões analisadas nesta dissertação. Os Apêndices contém os
questionários aplicados para a pesquisa e por último apresentam-se nos anexos, conteúdo
sobre os institutos gestores de indicadores sociais listados no quadro 4.
20

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA

A Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) é uma técnica que permite a avaliação dos
impactos ambientais ao longo do ciclo de vida do produto, desde a aquisição da matéria-
prima, passando pela produção, uso e disposição final (SETAC, 1991).
A norma ISO (2006) estabelece que a ACV de produtos deve incluir a definição do
objetivo e do escopo do trabalho, a análise do inventário, a avaliação de impacto e a
interpretação dos resultados, como mostrado na figura 1.

Figura 1 - Etapas da ACV.


Fonte: imagem norma ISO 14044:2006.

De acordo com a ISO (2006), o escopo de uma ACV inclui a fronteira do sistema e o
nível de detalhamento, dependendo do objeto e do uso pretendido para o estudo. A
profundidade e a abrangência da ACV podem variar consideravelmente dependendo do
objetivo do estudo em particular.
21

A ISO (2006) também define cada uma das demais fases da ACV:
• a fase de análise de inventário do ciclo de vida (ICV) consiste na coleta e
processamento de dados de entrada e saída associados ao sistema em estudo;
• a fase de avaliação de impacto do ciclo de vida (AICV) é a terceira fase da ACV, cujo
objetivo é prover informações adicionais para ajudar na avaliação dos resultados do
ICV, visando ao melhor entendimento de sua importância ambiental e;
• a última etapa da ACV, que consiste na interpretação do ciclo de vida, na qual os
resultados de um ICV e/ou de uma AICV, ou de ambos, são sumarizados e discutidos
como base para conclusões, recomendações e tomada de decisão de acordo com a
definição de objetivo e escopo.
É importante ressaltar, que apesar da série ISO 14040 ter surgido com a intenção de
avaliar os aspectos ambientais, menciona também a possibilidade de incluir aspectos
econômicos e sociais no ciclo de vida.

2.2 ESTUDOS DA INICIATIVA DO CICLO DE VIDA SOBRE ASCV

A ASCV é uma técnica que auxilia a análise dos impactos sociais de produtos ou
serviços, positivos ou negativos, no ciclo de vida (UNEP, 2009). De acordo com os autores,
um dos objetivos da ASCV é fornecer informações sobre os aspectos sociais da produção e do
consumo, possibilitando uma melhora no desempenho social da organização e no bem-estar
dos interessados.
Desta forma, na ASCV não apenas considera a linha produtiva relevante, como
também, as organizações que a envolvem. Os aspectos sociais podem afetar diretamente os
interessados de forma positiva ou negativa, associados ao comportamento da empresa,
processos e impacto em capital social.
As diferenças entre a AACV e a ASCV são: enquanto que a AACV têm o foco
unicamente centrado nos processos pelos quais o produto passa ao longo do ciclo de vida, o
foco da ASCV está no impacto que a atividade da organização gera para as partes interessadas
do ciclo de vida de um determinado produto.
Outras diferenças entre a AACV e a ASCV apontadas pela UNEP (2009) são
relacionadas às características e à coleta dos dados. Enquanto na ASCV são definidos os
22

dados a partir dos indicadores sociais relacionados às subcategorias das partes interessadas e o
impacto, na AACV estes dados estão relacionados ao impacto.
Além disso, quanto à coleta de dados, na ASCV há necessidade de informações sobre
a organização, a política do país e leis, tendo como predominância os dados qualitativos.
Apesar da ISO (2006) possibilitar tanto o uso de dados quantitativos quanto de qualitativos
em ACVs, na prática, a AACV tem sido utilizada com dados quantitativos. Na AACV
coletam-se dados quantitativos, como a densidade da população, a massa de cada material
utilizado em um produto, a quantidade de energia em um processo, entre outros. Por outro
lado, na ASCV, dados qualitativos ou semi-quantitativos, como a existência de trabalho
infantil é coletada.
Por outro lado, os autores conseguiram manter a estrutura básica da ISO (2006) para a
realização da ASCV, embora haja diferenças. Os procedimentos típicos usados para AACV
transferidos para ASCV seguem a estrutura metodológica básica com os quatro passos, ou
seja: meta e definição do objetivo e escopo; análise de inventário; avaliação de impacto; e
interpretação. Nesta revisão, serão apresentados os passos de objetivo e escopo e análise de
inventário, relatados pelos estudos UNEP (2009), Jorgensen et al. (2007), Grieβhammer et al.
(2006).

2.2.1 Definição das Categorias de Parte Interessada, Impacto e Subcategorias

Na UNEP (2009) os autores afirmam que, para se executar estudos de ASCV é


importante primeiro definir as partes interessadas, a partir da qual serão determinadas as
categorias e as subcategorias de impactos, os indicadores de inventário e por fim,
determinados quais são os dados necessários a serem coletados, conforme mostra a figura 2.
A classificação por parte interessada ocorre em virtude dos impactos sociais ocorrerem
de forma diferenciada para cada parte interessada, evitando que algum indicador não seja
levado em consideração. UNEP (2009) propôs cinco (5) categorias de interessados:
Empregados; Comunidade local; Consumidores (somente para etapa de uso); Sociedade e
Outros Atores.
Para os trabalhadores, as subcategorias podem estar relacionadas á acidentes,
remuneração, saúde e segurança. Na comunidade local, os impactos sociais podem ser
23

relacionados aos poluentes tóxicos, abuso de direitos humanos e condições de infra-estrutura e


na sociedade, relacionados à corrupção, pagamentos de impostos, entre outros.

Figura 2 - Sistema de Avaliação das Categorias para a Unidade de Medida.


Fonte: UNEP (2009) e (apud BENOIT et al., 2007).

Na figura 3, estão ilustradas as Partes Interessadas da ASCV. A Sociedade é ilustrada


pelo governo (prédio de Brasília), pela Universidade embora existam outros órgãos que a
compõe, em função da necessidade de se adequar ao espaço disponível para a ilustração.
Além disso, apresenta-se a parte interessada relacionada à cadeia de valor como
fornecedores, cliente e no transporte, pode-se observar os trabalhadores, como parte
interessada.
A comunidade local também é parte interessada, já que pode ser influenciada
diretamente pelo processo produtivo, seja pela emissão de poluentes como na geração de
empregos, entre outros.
O consumidor também aparece como parte interessada no ciclo de vida do produto em
uma ASCV, tendo em vista que será afetada pelo produto, as informações relacionadas ao
produto e a manutenção / assistência técnica existente durante o uso. Na figura 3, o
consumidor está adquirindo o produto no shopping.
24

O ícone do governo aparece em todas as partes ilustradas como empresas, pois de


acordo com as normas no Estado, possuem responsabilidades de pagamento de impostos e
deveres com seus funcionários. Na comunidade o ícone aparece, em função de existirem
micro-empresas que prestam serviço para a fábrica e fornecedores, como restaurantes onde os
funcionários almoçam, ou outros pequenos estabelecimentos no qual os funcionários
compram produtos.
25

Figura 3 – Partes Interessadas da ASCV.


Fonte: Elaborado pelo Autor, 2009.
26

No quadro 1, apresentam-se as partes interessadas de uma ASCV diferem de uma


AACV e, conseqüentemente, as categorias de impactos e os inventários de indicadores e de
base de dados são diferentes. Neste sentido, o quadro 1 apresenta um comparativo genérico
sobre os aspectos social e ambiental dos dois métodos de ACV (coluna 1). Na segunda coluna
estão descritas as partes interessadas do método social descrito pela UNEP (2009) e as partes
interessadas do ambiental que é sugerida pela ABNT (2009).
Na terceira coluna, listam-se exemplos de categorias de impacto, para o social: direitos
humanos; condições de trabalho; saúde e segurança; patrimônio cultural; governança,
repercussões sócio-econômicas. Já os impactos da metodologia ambiental são: acidificação;
eutrofização; trocas climáticas; diminuição da camada de ozônio; escassez de recursos;
aquecimento global, cancerígenos, entre outros.

Método de Avaliação Categorias das Partes


Categorias de Impacto
do Ciclo de Vida Interessadas

Trabalhadores, comunidade Direitos humanos, condições de trabalho,


local, sociedade, saúde e segurança, patrimônio cultural,
Social
consumidores, atores da cadeia governança, repercussões sócio-econômicas.
de valor. (UNEP, 2009) (UNEP,2009)

Acidificação, Eutrofização, Mudanças


Meio Ambiente, comunidade Climáticas, Diminuição da Camada de
Ambiental
envolvida. (ISSO, 2006) Ozônio, Escassez de Recursos, Aquecimento
Global, Cancerígenos, entre outros.
Quadro 1 – Comparativo entre parte interessada e categoria de impacto da AACV e ASCV
Fonte: UNEP (2009), ABNT (2009).

O quadro 2 complementa o quadro 1 e mostra um exemplo de uma possível relação


entre categoria de impacto social (direitos humanos) e o ICV social. Os dados de inventário
são provenientes do número de horas trabalhadas, de descanso, de intervalos durante o
expediente e do número de refeições realizadas. Os indicadores de inventários são definidos
por meio da carga horária, alimentação, salário e higiene. A subcategoria de impacto pode ser
indicada pelo trabalho forçado, estando na parte interessada, trabalhadores. Ressalta-se que o
trabalho forçado foi apresentado apenas como exemplo, sendo que esta categoria de impacto
não se limita apenas a esta subcategoria.
27

Categoria da Categoria de Subcategoria Inventário de


Dados de inventário
parte interessada Impacto (relevância) Indicadores
Nº horas trabalhadas;
Nº horas de descanso;
Nº de intervalos durante o
Carga horária;
expediente;
Direitos Alimentação;
Trabalhadores Trabalho forçado Nº refeições diárias;
humanos Salário;
Desempenho de saúde e
Higiene.
segurança.
(semi-quantitativos)
( dados qualitativos)
Quadro 2 - Tipo de Categoria de Impacto Social
Fonte: Elaborado pelo autor, 2009.

De acordo com Jorgensen et al. (2007) os indicadores podem ser classificados em


quantitativos, semi-quantitativos ou qualitativos.
Quando for realizada a formulação de um indicador quantitativo é suposto que o
fenômeno a ser medido possa ser analisado de forma numérica, permitindo a aplicação de
unidades de tempo. São exemplos destes, indicadores, o número de horas trabalhadas, número
de horas de descanso e outros na coluna 5 do quadro 2.
Jorgensen et al. (2007, apud BARTHEL et al., 2005) afirmam que podem ser usados
dois indicadores para auxiliar a medição de categoria de impacto de saúde e segurança.
Ambos são baseados em fontes estatísticas, um na incidência de feridas letais e outro nas
feridas não letais, implicando em uma formulação de indicador que permite medir casos por
processos.
Outra opção é transformar indicadores com dados qualitativos em uma avaliação de
dados semi-quantitativos, variando na escala de ótimo e péssimo, que expressa um número
correspondente. Jorgensen et al. (2007, apud SPILLEMAECKERS et al., 2004) usaram
indicadores para medir o desempenho de saúde e segurança, com fontes estatísticas para
freqüência de acidentes incluindo indicadores de saúde, treinamento e segurança dos
empregados, por meio de escala de satisfação.
Desta forma, UNEP (2009) na ASCV, define como inventário a fase nos quais os
dados são coletados, os sistemas são modelados e os resultados são obtidos. O inventário
consiste em coletar dados, que são necessários para verificar as relações dos aspectos sociais
entre as partes interessadas.
28

2.3 ESTUDOS DE CASO DE ASCV

O Instituto Öko-institut e.V. localizado na Alemanha, que atua na avaliação da


sustentabilidade de produtos, tem como meta identificar inovação de sistemas e opções para
ação de desenvolvimento em direção da sustentabilidade. O Instituto publicou um estudo de
caso realizado por Manhart e Grieβhammer (2006) sobre impactos sociais na produção de
agendas PCs (Personal Computer - computador de bolso), o qual registrou o impacto social
para melhorar a produção da agenda e o refinamento da metodologia da ASCV do produto.
O primeiro passo foi analisar a estrutura e os atores nas diferentes etapas de produção.
Constatou-se que o fabricante não executava o processo de produção sozinho, terceirizando o
processo para empresas contratadas, em sua grande maioria localizadas na região leste da
China. Após a identificação das partes interessadas, tais como: empregados, comunidade
local, sociedade e empresas, a pesquisa priorizou os indicadores sociais para cada parte
interessada, sendo subdivididos e classificados com base na lista de indicadores de
Grieβhammer et al. (2007), apresentados nos quadros A.2 a A.5 (ver anexo).
Manhart e Grieβhammer (2006) constataram que a causa responsável pelo
rompimento de padrões sociais é a competição que prevalece dentro da indústria. A demanda
por preços baixos e a mínima margem de lucro propiciam o surgimento de negligências nas
relações sociais entre as partes. O estudo teve como objetivo a análise sistemática de impactos
sociais na produção da agenda PCs, considerando os impactos de extração de recursos,
transporte, negócio, consumo e tratamento de reciclagem e aprimorar a metodologia para
avaliação de impactos sociais no ciclo de vida de produtos. Como resultado, destacaram-se
meios para melhorias nas condições sociais dos envolvidos na produção da agenda PCs.
Outro estudo foi realizado no Brasil por Critchii (2007), que apresenta um caso de
incorporação de indicadores sociais na avaliação do ciclo de vida. O estudo foi feito em uma
indústria metal-mecânica que tem como atividade comercial, a prestação de serviços para
tratamento de superfície de peças metálicas. A pesquisa baseou-se em instituições nacionais e
internacionais para selecionar os indicadores, relacionando-os diretamente à unidade de
processo. Por meio de uma pesquisa de cunho quantitativo, foram levantadas informações
sobre vários aspectos sociais que uma organização corporativa deve levar em consideração,
como aqueles relevantes às leis trabalhistas e práticas do trabalho, relacionadas ao grau de
instrução, hierarquia, gênero e raça. Como resultado, Critchii (2007) apontou os aspectos
sociais gerados pelas atividades de cada setor da empresa.
29

2.4 INDICADORES SOCIAIS

Neste item serão apresentados os indicadores sociais para a metodologia ASCV.


Levantados a partir de trabalhos publicados pelos institutos gestores e de pesquisas, que
apresentam indicadores sociais prioritários para cada parte interessada, no final deste item é
apresentada uma comparação quantitativa de todos os indicadores listados.

2.4.1 Subcategorias da Iniciativa do Ciclo de Vida (UNEP, 2008)

A Iniciativa do Ciclo de Vida apresenta uma lista de Subcategorias relacionados por


parte interessada para serem aplicados na metodologia ASCV (quadro 3).
30

Parte interessada Subcategorias


Liberdade de Associação e Negociação Coletiva
Trabalho Infantil
Salário Justo
Horas de Trabalho
TRABALHADOR
Trabalho Forçado
Oportunidades Iguais/Discriminação
Saúde e Segurança
Benefícios Sociais/ Seguridade Social
Acesso aos recursos materiais
Acesso aos recursos imateriais
Deslocamento e Migração
Herança Cultural
COMUNIDADE Condições de vida segura e saudável
Respeito aos direitos indígenas
Engajamento da comunidade
Emprego local
Condições de vida segura
Saúde e Segurança
Mecanismo de Feedback
CONSUMIDOR Privacidade do Consumidor
Transparência
Responsabilidade com a vida
Comprometimento público com as questões
sustentáveis
Contribuição para o desenvolvimento econômico
SOCIEDADE Prevenção e mitigação de conflitos armados
Desenvolvimento tecnológico
Corrupção
OUTROS Competição limpa
ATORES*não Promoção da responsabilidade social
incluindo os Relacionamento com fornecedores
consumidores Respeito aos direitos da propriedade intelectual
Quadro 3 – Partes Interessadas e Indicadores da UNEP (2009)

Para cada uma das Subcategorias no quadro 3, a Força Tarefa da UNEP/SETAC


elaborou fichas que contém a definição, a relação com o desenvolvimento sustentável e a
forma de monitoramento das Subcategorias relacionadas ao trabalhador, comunidade,
consumidor, sociedade e outros atores.
31

2.4.1.1 Definição das Subcategorias Relacionados ao Trabalhador (UNEP/SETAC, 2008)

Na Subcategoria de Benefícios Sociais e Seguro Social são verificados o fornecimento


dos benefícios aos empregados pela empresa. Pode-se usar uma medida qualitativa,
identificando se existe ou não as condições dentro da empresa. O Trabalho Forçado é definido
como sendo aquele que exige algo de alguém sob a ameaça de qualquer penalidade. Em geral,
a medida direta de Trabalho Forçado é difícil de ser identificado devido à falta de dados,
podendo ser usado dados qualitativos (traduzido em semi-quantitativo). A Subcategoria de
Salário justo refere-se a remuneração que é suficiente para garantir qualidade de vida como,
moradia, alimentação, transporte, cuidados de saúde e recreação. No Brasil, todos os
funcionários devem receber informações por escrito e de forma compreensível sobre as
condições salariais. Para oportunidades iguais, é necessário ser atribuídas tarefas sem
discriminação contra mulheres e trabalhadores jovens. Pode ser medido de forma qualitativa
ou semi-quantitativa.
Por ser também difícil de quantificação o Trabalho Infantil é avaliado por meio de
medidas de prevenção que estão sendo tomadas pelas empresas. Pode ser também a existência
de campanhas educativas para cuidados com as crianças. Outra forma de identificação de
trabalho infantil é a avaliação da forma de contratação dos jovens, que estão definidos
conforme a Organização Internacional do Trabalho (OIT). De acordo com a UNEP/SETAC
(2008), as medidas podem ser qualitativas e traduzidas em semi-quantitativas.
A subcategoria de Liberdade de Associação e Negociação Coletiva, consiste no direito
de todos os empregados a sindicalização e realização de reuniões coletivas. Os representantes
dos trabalhadores não podem ser discriminados e devem ter acesso a todos os postos de
trabalho. Esta avaliação pode ser realizada de forma qualitativa ou ser traduzida em semi-
quantitativo.
As Horas Trabalhadas devem ser observadas às leis aplicadas no país. No Brasil, de
acordo com a CLT, os empregados não podem ultrapassar 44 horas semanais de trabalho,
sendo que as horas extras são voluntárias e não devem exceder 12 horas por semana. Este
indicador pode ser medido por meio de dados qualitativos, quantitativos ou semi-
quantitativos. UNEP/SETAC (2008, apud ANKER et al., 2002) afirmam que as horas
excessivas de trabalho são uma ameaça à saúde física e mental. É uma interface do equilíbrio
entre trabalho e vida familiar, e freqüentemente sinaliza um índice inadequado de salário.
32

A UNEP/SETAC define a subcategoria de Discriminação e Igualdade aos empregados


pelo tratamento diferenciado por categorias de pessoas, sendo ilegal a discriminação por cor,
religião, origem nacional, gênero, idade ou por incapacidade. Para se avaliar a Discriminação
ou a Igualdade podem ser utilizadas medidas qualitativas ou semi-quantitativas. O indicador
de Saúde e Segurança é avaliado pelas medidas de prevenção adotadas pela empresa, como
um ambiente de trabalho com boa higiene e práticas de segurança. Pode ser medido por meio
de dados qualitativos ou semi-quantitativos.

2.4.1.2 Definição das subcategorias Relacionadas à Comunidade Local (UNEP/SETAC,


2008)

O grupo (FT) da UNEP/SETAC define Oportunidade Social e Econômica, pelo


monitoramento do papel da empresa em manter e melhorar as condições de vida da
comunidade local e pode ser medido por meio de dados qualitativos. Para o indicador de
Compromisso com a Comunidade, a empresa procura facilitar a participação da comunidade
nos processos de decisão, ou seja, promove o direito de interessados em consultar e participar
das tomadas de decisão da empresa, sugerindo utilizar dados qualitativos.
Acesso aos Recursos Materiais é definido como o uso de terra, água e biodiversidade
existentes em áreas ocupadas pela comunidade e respeitando os direitos de usufruir da
população local. Considera a autorização prévia da comunidade e das autoridades nacionais.
Os dados para medir este indicador podem ser qualitativos ou quantitativos. Já o indicador de
Treinamento Vocacional, mede o compromisso da empresa em relação ao treinamento
vocacional, medido por meio de dados quantitativos como: horas de instrução e número de
aprendizes em relação ao número total de empregados. O indicador pode utilizar medidas
qualitativas como a qualidade de educação e nível de educação prévia.
O grupo (FT) da UNEP/SETAC apresenta a subcategoria Corrupção, afirma que o
suborno é um termo comum usado para definir corrupção, é definido como uma oferta ou
recibo de qualquer presente, empréstimo, taxa de recompensa ou outra vantagem para ser feito
algo desonesto, ilegal ou um abuso de confiança na conduta de um negócio. O suborno ativo
refere-se à ofensa cometida pelo indivíduo que promete ou dá suborno. O suborno passivo é a
ofensa cometida pelo indivíduo que solicita ou recebe o suborno. Para corrupção o grupo de
(FT) da UNEP/SETAC comentam sobre o uso de medidas semi-qualitativas (sim, não) por
33

meio da pesquisa de documentos que deve indicar se a empresa foi envolvida em escândalos
de corrupção, sendo importante verificar se as informações são corretas e se os escândalos
mencionados são relevantes.
Na subcategoria Respeito aos Nativos e Conhecimento Cultural, o grupo de (FT) da
UNEP/SETAC relatam sobre os direitos que as pessoas nativas têm em direitos humanos e
liberdade fundamental, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas por meio da
Declaração Universal de Direitos Humanos Internacional. Este indicador pode ser medido de
forma semi-qualitativa (sim, não).
Em Segurança, Cuidado e Condições de Vida Saudáveis, o grupo de (FT) da
UNEP/SETAC define este indicador sobre as várias maneiras que a empresa pode influenciar
os vizinhos. Com impactos negativos da interação entre as empresas e as partes interessadas,
dois aspectos são relevantes: a conduta imprópria de segurança aos funcionários, que pode
levar as condições de vida inseguras, tensas e até mesmo o surgimento de conflitos na região.
E o uso irresponsável pelas empresas de substâncias tóxicas, promovendo riscos na saúde das
pessoas nas proximidades da empresa, os dados podem ser qualitativos ou quantitativos.

2.4.1.3 Definição das subcategorias Relacionadas com a Sociedade (UNEP/SETAC, 2008)

Na subcategoria de Compromisso Público com a Sustentabilidade, o grupo (FT) da


UNEP/SETAC define como a forma de avaliar os compromissos da empresa com a
comunidade e à sociedade. Um compromisso público é uma promessa ou acordo feito por
uma organização com seus clientes, empregados, acionistas, comunidade local ou sociedade.
O Desenvolvimento Tecnológico é um indicador que procura avaliar se a empresa atua em
pesquisas e desenvolvimento para tecnologias que não agridam o meio ambiente.
A subcategoria de Treinamento/Educação Vocacional procura avaliar o compromisso
da empresa em treinamento e educação. A subcategoria de Conflitos Armados é definido pelo
grupo de FT da UNEP/SETAC como uma situação tensa de uso de força violenta. Dados
qualitativos devem descrever as atividades da empresa, se influenciam positivamente ou
negativamente no desenvolvimento de conflitos.
34

2.4.1.4 Definição das subcategorias Relacionados à Outros Atores (UNEP/SETAC, 2008)

A subcategoria de Clareza na Competição é definido pelo grupo (FT) da


UNEP/SETAC como uma forma de avalia a empresa nas suas atividades competitivas, se
estas são conduzidas de forma transparente e em conformidade com a legislação, prevenindo
práticas de monopólio. Para Respeito aos Direitos de Propriedade Intelectual, o mesmo grupo
define como uma forma de avaliar se as ações das empresas garantem os direitos autorais aos
criadores de produtos, serviços e atividades intelectuais.

2.4.1.5 Definição das subcategorias Relacionadas com o Consumidor (UNEP/SETAC, 2008)

Mecanismo de Retorno do Consumidor, definido pelo grupo (FT) da UNEP/SETAC


como o direito do consumidor de ouvir, relacionado às queixas dos produtos ou serviços por
meio da facilidade de comunicação com o consumidor. São medidas tomadas para satisfazer
as necessidades do consumidor, fornecer procedimentos transparentes e eficientes para
registros de eventuais queixas.

2.4.2 Comparação entre as Fontes

Como resultado da revisão dos indicadores foi proposto o quadro 4, com o intuito de
quantificar os indicadores que aparecem mais de uma vez entre os institutos. Na primeira
coluna estão listados todos os indicadores pesquisados na revisão bibliográfica e os institutos
gestores ou de pesquisas, representados por letra em ordem alfabética, conforme indicados em
nota. Para comparação da UNEP (2009) foi considerada as subcategorias como indicadores.
35

Relação de indicadores A B C D E F G
Trabalho Infantil / Juventude
Trabalho Forçado/ Tempo de Trabalho
Adequado/ Contrato de Trabalho
Segurança e Saúde
Proteção à Maternidade
Segurança Social
Associação Coletiva
Diversidade
Assédio
Remuneração
Benefícios
Treinamento
Demissão
Trabalho Voluntário
Nível de Educação Interna
Desenvolvimento de Carreira
Política de Marketing
Divulgação de Informações
Corrupção
Consumidor - Saúde e Segurança
Desenvolvimento Pesquisa
Propriedade Intelectual
Proteção a Privacidade
Relação Concorrência
Indicadores externos - Contribuições
Fiscais / Tributos
Serviço de Infra-estrutura
Conduta Ética
Transferência de Tecnologia
Associação Universidades
Respeito a Comunidade Local
Desenvolvimento Sustentável
Apoio a Fornecedores (contratos,
reclamações e diálogos, investimentos)
Cultura, Esporte e Lazer.
Combate a Fome
Combate a Conflitos Armados
Quadro 4 – Indicadores Sociais por Órgão
Nota: A - Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE, 2005);
B - Organização Internacional do Trabalho (OIT, 2007);
C - Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social (Ethos, 2007)
D - Ethos - Aplicados ao princípio do Pacto Global (Ethos, 2004);
E - Diretrizes para Elaboração dos Relatórios de Sustentabilidade (GRI, 2006).
β hammer et al. (2007)
F - Grieβ
G - Task Force on the Integration of Social Into (UNEP, 2009)
36

Na comparação das fontes de indicadores sociais, foi elaborado o quadro 5 com um


resumo quantitativo dos indicadores sociais publicados pelos institutos gestores, destes (OIT,
ETHOS, IBASE e GRI) foram apresentados no trabalho de Critchii (2007), sendo necessário
ser atualizados em virtude de novas publicações dos respectivos Institutos. Desta forma,
foram atualidas as informações dos indicadores sociais por meio das novas publicações, além
dos indicadores do Instituto Ethos aplicados ao Pacto Global, Grieβhammer et al. (2007) (ver
anexo) e do grupo de Força Tarefa da Iniciativa do Ciclo de Vida da UNEP/SETAC.

FONTES INDICADORES
OIT 20
ETHOS 37
IBASE 13
GRI 36
ETHOS (PACTO GLOBAL) 11
Grieβhammer et al. (2007) 38
UNEP/SETAC 31
Quadro 5 – Resumo dos Indicadores Sociais
βhammer et al. (2007),
Fonte: Critchii (2007) e Ethos aplicados ao Pacto Global (2004), Grieβ
UNEP/SETAC (2008)

Nesta comparação percebe-se que as pesquisas que apresentaram maior número de


indicadores foram ETHOS, GRI, Grieβhammer et al. (2007), UNEP/SETAC. É importante
ressaltar que as fontes Grieβhammer et al. (2007) e UNEP/SETAC apresentam subcategorias
prioritários para a metodologia da ASCV e são relacionados com cada parte interessada do
ciclo de vida.
37

3 METODOLOGIA

Neste capítulo será tratado o método para o desenvolvimento do presente estudo que
trata de uma pesquisa descritiva de cunho qualitativo, com dados quantitativos para análise e
interpretação.
De acordo com Moreira et al. (2006) a pesquisa descritiva baseia-se na premissa de
que os problemas podem ser resolvidos e as práticas melhoradas por meio da observação
objetiva e minuciosa, da análise e da descrição.
Desta forma a descrição terá como base os dados quantitativos e semi-quantitativos a
serem coletados pelo presente estudo, tabulados e analisados por meio de gráficos e fórmulas
tratados por ferramenta estatística Excel, porém, a descrição e interpretação serão de forma
qualitativa, relacionando os resultados com base no referencial teórico.
Moreira et al. (2006) afirmam que os dados qualitativos e quantitativos podem ser
usados no mesmo estudo. Apontam uma distinção entre ambos, à pesquisa qualitativa explora
as características dos indivíduos e cenários, o dado pode ser verbal e coletado por observação,
descrição e gravação. Já a pesquisa quantitativa, explora as características e situações com os
dados numéricos e faz uso da mensuração e estatística.
Como se trata de avaliar a técnica, optou-se por conduzir a pesquisa no estudo de caso
simplificado, por meio da metodologia da ASCV de um produto de uma microempresa
industrial do ramo automotivo, com foco no processo de produção, e exclusivamente na etapa
de fabricação (portão a portão), não sendo incluídas outras etapas, tais como extração,
transporte, entre outras.
De acordo com Gil (2007), o estudo de caso é uma modalidade de pesquisa
amplamente utilizada nas ciências sociais e consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou
poucos objetos, permitindo um amplo e detalhado conhecimento. Alguns propósitos do estudo
de caso são definidos por Gil (2007) e que se enquadram e reforçam a metodologia do
presente estudo.
Para o primeiro propósito, Gil (2007) argumenta que o estudo de caso explora
situações de vida real cujos limites não estão claramente definidos, sendo necessário preservar
o caráter unitário do objeto estudado. O segundo, descreve a situação do contexto em que está
sendo feita determinada investigação.
Para que o estudo de caso fosse realizado, foram definidos os seguintes passos
baseados na definição da metodologia ASCV, conforme descrito no capítulo anterior.
38

3.1 ESCOPO

De acordo com ISO 14044 (ABNT, 2009b), durante a fase de “Objetivo do Estudo”
deve-se estabelecer a aplicação pretendida, as razões para conduzir o estudo e o público-alvo,
ou seja, para quem se espera comunicar os resultados do estudo. Nesta etapa da ASCV é
importante a identificação e priorização dos indicadores sociais por parte interessada,
descritos como qualitativos e quantitativos para determinação do escopo deste estudo, deve-se
realizar:

• Definição do produto a ser estudado e identificação do processo produtivo;


• Definição da função
• Definição da unidade funcional
• Definição do fluxo de referência;
• Definição do sistema do produto, identificado com o fluxograma do processo de
produção e empresas envolvidas;
• Adoção de critério de corte para limite do sistema, por massa e horas trabalhadas;
• Fluxograma do processo, apresentando as empresas a serem pesquisadas;
• Determinação dos requisitos de qualidade dos dados;
• Cobertura temporal;
• Escopo geográfico;
• Cobertura tecnológica;
• Priorização dos Indicadores Sociais para cada parte interessada;
• Seleção dos indicadores para o estudo.

3.1.1 Função, Unidade Funcional e Fluxo de Referência

Conforme a ISO 14044 (2006), a função corresponde às características de desempenho


do produto, a unidade funcional define a quantificação das funções identificadas, devendo ser
consistente com o objetivo e o escopo do estudo. Definida a unidade funcional, a quantidade
de produto que é necessária para cumprir a função deve ser indicada. Desta forma, determina-
se o fluxo de referência, sendo utilizado para calcular as entradas e saídas do sistema.
39

3.1.2 Fronteira do Sistema

De acordo com a ISO 14044 (2006), a fronteira do sistema define os processos


elementares a serem incluídos no sistema a ser modelado. Para o estudo de caso proposto, foi
considerado que para definir o fluxograma definitivo do produto em análise foi adotado o
critério de corte, por massa e horas trabalhadas. Segundo Jorgensen et al. (2007, apud
BARTHEL et al., 2005) pode-se utilizar a ISO 14.044 (2006) como definição de critério de
corte em ACV, substituindo as palavras “Importância Ambiental” por “Importância Social”,
utilizando este critério de corte na ASCV como horas de trabalho.

3.1.3 Requisitos de Qualidade dos Dados

A descrição da qualidade dos dados é importante para compreender a confiabilidade


dos resultados e interpretação do estudo. A ISO 14044 (2006) abrange os seguintes requisitos:
a cobertura temporal é idade dos dados e período mínimo de tempo durante o qual os dados
deveriam ser coletados; a etapa de cobertura geográfica corresponde à área geográfica
indicada para coleta de dados; a cobertura tecnológica indica a especificação da tecnologia ou
conjunto de tecnologias.

3.1.4 Priorização das Subcategorias e Indicadores Sociais para cada Parte Interessada

Tendo em vista a quantidade e a diversidade de indicadores sociais existentes,


conforme apresentado no item 2.4 necessário se faz priorizar os indicadores para cada parte
interessada. Em virtude do limite de tempo deste estudo, houve uma redução do número de
indicadores a serem analisados.
Para seleção dos indicadores foi proposto o quadro 6, construído com base em
Grieβhammer et al. (2007) e UNEP/SETAC para classificação das partes e indicadores. Com
exceção dos fornecedores, sendo identificados pelo ETHOS (2007), na UNEP/SETAC pode
ser associado como Outros Atores, que propõe avaliar a conduta das empresas que estão
40

envolvidas no ciclo de vida. Na primeira coluna encontram-se as partes interessadas, tais


como: Trabalhadores, Fornecedores, Cliente, Comunidade local e Sociedade. Na segunda
coluna, estão os indicadores sociais selecionados, e na terceira e quarta coluna a classificação
dos dados em quantitativos ou qualitativos.
Para a categoria da parte interessada dos trabalhadores, foram selecionados os
indicadores listados no quadro 4, repetidos de 5 e 6 vezes em cada instituto. A exceção está
relacionada ao indicador de proteção à maternidade, que está sendo considerado na seleção da
pesquisa por representar os direitos das mulheres, em que na Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), no item de Proteção do Trabalho da Mulher, o Artigo 392 argumenta sobre
os direitos das gestantes na empresa.

Parte Indicador Qualitativo Quantitativo


Treinamento X X
Educação / Desenvolvimento da Capacidade X X
Remuneração / Benefícios X X
Saúde / Segurança (espaço físico) X X
Trabalho Infantil X
Trabalho Forçado (contrato/carga horária / descanso
X X
Trabalhador semanal)
Diálogo (funcionário/ patrão) X
Associação Coletiva X X
Diversidade X X
Proteção à Maternidade X X
Comunicação/Informação X
Alimentação e espaço físico (trabalho forçado) X
Respeito a Contratos X
Grau que escuta as partes X
Fornecedor
Reclamações e Diálogos X
Apoio e Investimentos X
Saúde e Segurança do Consumidor (Informação no rótulo
Cliente X
sobre riscos, prevenção à saúde por meio de manutenção)
Comunidade
Local
Segurança, Cuidados e Condições de Vida Saudáveis X X
Sociedade Contribuição Fiscal (Declaração da receita, INSS, FGTS) X
Quadro 6 – Indicadores Sociais Selecionados
Fonte: IBASE (2005); ETHOS (2007), Grieβ βhammer et al. (2007), UNEP (2009)

Como a UNEP (2009) não detalha os indicadores para as subcategorias de


Fornecedores, o presente estudo sugere os Indicadores baseados no conteúdo apresentado pelo
Instituto ETHOS (2007), com o tema fornecedores, no qual é abordada a relação entre
41

fornecedores e a empresa, sendo que no questionário do Ethos, é apresentado perguntas de


forma qualitativa e semi-quantitativa.
Neste trabalho a parte interessada cliente faz parte da cadeia produtiva do produto, a
parte cliente é uma empresa, sendo um subgrupo da Parte “Outros Atores” foi proposto a
Subcategoria de “Relação Cliente e Empresa” e o Indicador de “Satisfação do Cliente” que avalia
a opinião do cliente nos seguintes itens: Informações no Rótulo; Informações de Risco e
Manutenção do Produto. Apresentado tanto no anexo quadro A.3 (GRIEβHAMMER et
al.,2007) como no quadro 3 da UNEP/SETAC. Apesar da relevância dos demais indicadores
relacionados, estes não foram selecionados em virtude da necessidade de restringir o número
de dados a serem coletados, para não ampliar excessivamente o conteúdo e comprometer a
coleta e análise de dados. Os indicadores selecionados foram classificados como qualitativos,
conforme descrição feita pela UNEP/SETAC.
Na parte interessada denominada como comunidade local, utilizou-se a
Subcategoria de Impacto “Condições de Vida Saudável e Segura” da UNEP (2009) sendo
definido como a influência da empresa aos vizinhos e os impactos causados pela atividade
industrial, entretanto, as perguntas para avaliar a satisfação da comunidade nesta subcategoria
foram elaboradas pelo presente estudo.
Já para a Sociedade optou analisar a parte Governo como um subgrupo da Parte
Sociedade na subcategoria “Contribuição para o Desenvolvimento Econômico” no qual o
Indicador é Contribuição do produto/serviço/empresa para o progresso econômico (receita, lucro,
salários pagos e custos em relação à receita, etc) como sugerido pela UNEP (2009), porém as
perguntas foram elaboradas e se refere a tributos das empresas perante o Estado com base no
Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) análise ocorreu por meio da
confirmação de documentos, tais como: Declaração da Receita Federal; Contribuição
Previdenciária; Fundo de Garantia dos Funcionários.

3.2 INVENTÁRIO

De acordo com a ISO 14044 (2006), a análise de inventário do ciclo de vida envolve a
coleta de dados e procedimentos de cálculos para quantificar as entradas e saídas pertinentes
de um sistema de produto para cada unidade de processo.
42

Esta norma também define procedimentos de coleta de dados e cálculos, os quais os


dados qualitativos e quantitativos são inclusos no inventário e devem ser coletados para cada
unidade de processo que esteja incluída nas fronteiras do sistema.
Nesta etapa, define-se a construção do instrumento de coleta de dados, a forma de
obtenção dos dados e os critérios adotados para cálculos dos dados na análise dos resultados.
Para a realização do inventário, os seguintes passos foram efetuados:

• Elaboração do instrumento de coleta de dados;


• Teste piloto dos questionários;
• Coleta de dados dos funcionários;
• Coleta de dados dos fornecedores;
• Coleta de dados do consumidor;
• Coleta de dados da comunidade local;
• Coleta de dados da sociedade;
• Definição do universo e da população da pesquisa;
• Levantamento e coleta de dados;
• Análise e discussões dos dados coletados.

3.2.1 Elaboração do Instrumento de Coleta de Dados

Com a priorização dos indicadores por partes interessadas, necessário se faz avaliá-las
individualmente, com aplicação da ferramenta de coleta de dados em todas as partes
interessadas. Desta forma foram elaborados cinco questionários. O primeiro, com informações
sobre dados dos funcionários que, foi aplicado nas empresas selecionadas conforme detalhado
no Capítulo 4. O segundo questionário foi dirigido aos funcionários; o terceiro abordou os
indicadores para os fornecedores; o quarto para a comunidade local; o quinto e último,
abordagem para a sociedade.
Com isso, optou-se pelo uso do questionário com perguntas fechadas, por contribuir na
melhor obtenção dos dados a serem analisados, e também, para facilitar a coleta de dados.
Segundo Hair Junior (2005), a elaboração do questionário com perguntas fechadas é de maior
dificuldade e exige maior tempo de elaboração, mas facilita a coleta e entrada de dados, além
da análise computacional tornar-se mais fácil.
43

Em relação às questões que remetem aos dados quantitativos, foram utilizados os


indicadores já apresentados como quantitativos por Grieβhammer et al. (2007) e
UNEP/SETAC (Quadro 6). Para os dados qualitativos, o presente estudo optou-se em
construir questões semi-quantitativas. Por meio das técnicas escalares transformou-se os fatos
qualitativos em uma série de dados quantitativos ou variáveis, podendo-se aplicar processos
de mensuração e de análise estatística (MARCONI E LAKATOS, 2002).
Na etapa de construção do questionário foram realizadas várias apresentações nos
encontros periódicos do Grupo de Avaliação da Sustentabilidade do Ciclo de Vida do campus
Curitiba da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em que este grupo pôde
sugerir os tipos de perguntas mais adequadas a serem feitas. O grupo é coordenado pela
professora Cássia Maria Lie Ugaya, sendo composto por alunos, ex-alunos de graduação e
pós-graduação stricto sensu da UTFPR, relacionados à área de meio ambiente e
responsabilidade social.

3.2.1.1 Forma de Análise dos Dados

As questões elaboradas por meio de dados semi-quantitativos, foram analisadas de


duas formas. A primeira avaliou o indicador questionado, é presente por meio de respostas
objetivas do tipo SIM/NÃO e são analisadas com o percentual numérico respondido. A outra
forma de análise é descrita na metodologia ASCV. Segundo Jorgensen et al. (2007, apud
SPILLEMAECKERS et al., 2004) pode-se analisar os indicadores por meio de avaliação em
escala semi-quantitativa, como ótimo e péssimo, que expressam um número correspondente.
Desta forma, foram elaboradas questões a serem medidas com o uso da escala Lickert. O
objetivo das questões é verificar o grau de satisfação dos respondentes em relação às
afirmações sobre os indicadores sociais em uma escala de 1 a 5, sendo que (1) está
relacionado à muito insatisfeito, (2) insatisfeito, (3) neutro, (4) satisfeito e (5) muito satisfeito.
Utilizou-se este método para os questionários aplicados aos funcionários e para medir a
relação entre as empresas.
Neste caso, a análise de dados ocorre pelo uso da média, que oferece o valor médio
obtido da pontuação respondida em cada questão, assim como o desvio padrão, que é uma das
medidas de dispersão utilizadas na preparação de dados para análise quantitativa, que
44

demonstra quão distante da média ficaram os valores observados (MALHOTRA, 2001).


Importante ressaltar que foram considerados pesos iguais para todas as questões da escala.

3.2.2 Questionários para Obtenção dos Dados dos Funcionários

A obtenção de informações sobre os funcionários foram realizadas a partir de dois


questionários (ver apêndice 01 e 03), um aplicado nas empresas e outro respondido pelos
próprios funcionários. Desta forma, pode-se confrontar e confirmar os dados respondidos por
ambas as partes. O questionário para ser respondido pelas empresas foi construído com dados
quantitativos, conforme mostra o quadro 7.

Indicadores Dados Indicadores Dados


Total de Funcionários Nº sindicalizado
Associação
Total de Homens / Mulheres Coletiva Nº reuniões coletivas
Na chefia Nº contratos nas reuniões
Diversidade No administrativo Nº contratado
Tipo de
Na produção contrato Nº terceirizado
Trabalho Forçado

Brancos e negros Nº sem contrato


Idade Período de 22 horas por semana
1º grau completo/incompleto Carga Período de 44 horas por semana
Nível de horária
escolaridade 2º grau completo/incompleto Horas extras por semana
3º grau cursando/ completo Horário noturno
Saúde e segurança

Notificação de acidentes Descanso Horas de almoço


diário
Acidente Nº de acidentes com afastamento Horas de Intervalo
no Nº de acidentes sem afastamento Menor aprendiz
Trabalho Trabalho
Tipo de Lesão Infantil Menor sem contrato
Nº de doenças ocupacionais Carga horária
Quadro 7 - Dados Solicitados / Funcionários e Empresas
Fonte: IBASE (2005), Grieββhammer et al. (2007), UNEP/SETAC (2008)

No indicador de Diversidade de Gênero, as perguntas foram elaboradas avaliando-se


Igualdade e Oportunidade que se encontra no quadro A.2 (GRIEβHAMMER et al., 2007) e o
Corpo Funcional do IBASE (2005), composto pelo número total de funcionários na empresa,
de acordo com gênero por cargos de chefia, administrativo ou produção, como também o
número de brancos e negros. Para a idade, foi questionado o número de homens e mulheres
por faixa etária: 18 a 20 anos, 20 a 30 anos, 30 a 40 anos, 40 a 50 anos e acima de 50 anos.
45

Para o indicador Nível de Escolaridade, foi levantado junto à empresa o número de


funcionários por grau de escolaridade. Já os indicadores relacionados à Saúde e Segurança
foram identificados como: notificação de acidentes; pelo número de acidentes com ou sem
afastamento; tipo de lesão e número de doenças ocupacionais. Essas perguntas foram
elaboradas com base no indicador Segurança e Condições Saudáveis no Trabalho, do quadro
A.2 (GRIEβHAMMER et al., 2007).
As questões referentes ao indicador de Associação Coletiva são: número de
funcionários sindicalizados; total de contratos e reuniões coletivas, que teve como base a
descrição feita pelo grupo da UNEP/SETAC no indicador de Liberdade de Associação e
Negociações Coletivas, que trata dos direitos de todos os empregados de se sindicalizarem e
realizarem reuniões coletivas.
Por meio de entrevistas com professores de áreas relacionadas à responsabilidade
social, foram obtidas informações para construção do indicador de Trabalho Forçado, como
também foram imprescindíveis as informações dos quadros (A.2 e 3). Concluiu-se que para o
trabalho forçado é importante identificar a existência de contrato com o funcionário, se a
carga horária de trabalho corresponde ao que é exigido pela CLT e por fim, identificar se
existe descanso no período de expediente.
No Trabalho Infantil, a UNEP/SETAC propõe avaliar a forma de contratação dos
jovens, conforme estão definidos na OIT. Outro meio de identificação a partir da definição da
CLT no item de “Proteção do trabalho do menor”, em que é aceito o trabalho de menores na
faixa etária entre 14 e 18 anos, na condição de trabalho aprendiz, com carga horária diária de
6 horas em um período de dois anos, não podendo ser prorrogado. Prevê que o menor deve ser
remunerado e deve estar matriculado em uma escola. Desta forma, foram elaboradas questões
sobre o número de menores na empresa, o tipo de contrato e a carga horária.
O segundo questionário (ver apêndice 03) elaborado foi aplicado aos funcionários das
empresas A,B,C,D e E conforme detalhado no Capítulo 4, na figura 5. Por meio dele buscou-
se a confirmação sobre o nível de escolaridade, o tipo de contrato e o descanso diário dos
trabalhadores (quadro 7). As questões elaboradas direcionadas ao trabalhador foram sobre: o
grau de escolaridade; se é contratado/terceirizado ou não possui contrato com a empresa; o
número de horas trabalhadas e horas de descanso; o número de horas de almoço e a existência
de intervalo durante o expediente.
Nas diversas reuniões no Grupo de Avaliação da Sustentabilidade do Ciclo de Vida da
UTFPR, com a apresentação da proposta de elaboração do questionário, várias sugestões
foram apontadas pelos participantes, como a de utilizar respostas objetivas do tipo SIM/NÃO
46

para determinados indicadores como saúde e segurança, remuneração e descanso semanal.


Desta forma, pode-se construir o quadro 8 nos quais os indicadores estão apresentados
na primeira coluna e as informações a serem perguntadas estão na segunda coluna. O primeiro
indicador é Saúde e Segurança dentro da Empresa, definido pela UNEP/SETAC como as
medidas de prevenção adotadas pela empresa, que proporcionam um ambiente de trabalho
com boa higiene e prática de segurança, e permite ser medido por dados semi-quantitativos.
Grieβhammer et al. (2007) apresentam no quadro A.2 outras definições do indicador,
no item de Segurança e Condições Saudáveis no Trabalho, em que avalia a estrutura do
trabalho, o ruído, a fumaça, a poeira, o calor, a insuficiência de energia, as medidas básicas de
organização para sustentar a segurança e saúde no trabalho, entre outros. Tendo em vista a
necessidade dessas informações, elaboraram-se as perguntas relacionadas à existência de
treinamento para conhecimento de riscos, às atividades de simulação em caso de acidentes, às
condições favoráveis para a saúde relacionadas à estrutura física da empresa (ruído, odor,
temperatura, estrutura para proteção de acidentes), ao uso de material de proteção, à
existência de ginástica laboral e Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e seus
representantes (quadro 8).
As questões relacionadas ao indicador de Remuneração estão baseadas em
Grieβhammer et al. (2007) no quadro A.2, que possibilitam a verificação do salário e
benefícios e o auxilio para a estabilidade do emprego. Por último, o indicador de Descanso
Semanal, que possibilita identificar existência do descanso no final de semana e os intervalos
no expediente que auxiliam na diminuição da fadiga. Este indicador pode ser encontrado no
quadro A.2 no item de Tempo de Trabalho Adequado (GRIEβHAMMER et al., 2007).
Indicador Dados
Treinamento para conhecimento de riscos
Simulação de acidente
Condições favoráveis para saúde
Desconforto com ruído
Saúde e Suportável o odor dentro da empresa
Segurança Agradável a temperatura
A estrutura para proteção aos riscos
Uso de material para proteção
CIPA e Membros / comitê de segurança
Existe ginástica laboral
Remuneração Benefícios garantem estabilidade
Remuneração possibilita estabilidade
Descanso Diminui a fadiga
Semanal O descanso diário elimina a fadiga
Quadro 8 – Dados Semi-quantitativos dos Funcionários
βhammer et al. (2007), UNEP/SETAC, (2008)
Fonte: Grieβ
47

Outra forma de avaliar socialmente uma empresa é por meio da identificação na


satisfação do trabalhador em exercer sua atividade, na Subcategoria da Relação Empresa e
Funcionário. Para analisar o grau de satisfação, foi utilizada a escala de intensidade de 1 a 5
(Lickert), os indicadores relacionados à prática do trabalho (quadro 9), como: Trabalho
Forçado (contrato, horário, descanso, alimentação e higiene); Proteção à Maternidade,
medindo a relação da empresa com a funcionária gestante; Satisfação com o Sindicato e
Associação Coletiva; Diálogo entre Funcionários e a Empresa; Satisfação relacionada à
remuneração e benefícios; e Desenvolvimento da Capacidade (investimento em educação para
os funcionários e formação profissional).

Trabalho Forçado Sindicato e Associação Coletiva Remuneração e benefícios


P1.1 Espaço de alimentação na empresa P3.1 Conversa voluntária P5.1 Remuneração
P1.2 Conteúdo das refeições P3.2 Tempo das reuniões coletivas P5.2 Satisfaz as suas necessidades básicas
P1.3 O banheiro adequado P3.3 Apoio da empresa à negociação P5.3 Benefícios adicionais
P1.4 Material de higiene pessoal P3.4 Resultados das reuniões coletivas P5.4 Política de reajuste de cargos e salários
P1.5 Satisfação com a carga horária P3.5 Atuação do Sindicato P5.5 Valor de seus benefícios
P1.6 Período de descanso P3.6 Ações do Sindicato P5.6 Outros benefícios
P1.7 Cumprimento do contrato P3.7 Diálogo do sindicato funcionário/patrão P5.7 Bem estar para família
Proteção à maternidade Diálogo entre funcionário e empresa Desenvolvimento da capacidade
P2.1 Tratamento com gestantes P4.1 Empresa / funcionários P6.1 Investimento em treinamentos
P2.2 Tempo de dispensa P4.2 Agilidade das respostas P6.2 Conforto para exercer suas atividades
P2.3 Plano de saúde P4.3 Comunicação entre os funcionários P6.3 Investimento capacidade intelectual
P2.4 O tempo para cuidar da criança P4.4 Tempo para trocar informações P6.4 Cursos que a empresa oferece
P2.5 Tratamento em emergência P4.5 Comunicação entre os setores P6.5 Sobre seu horário de trabalho
P2.6 Depois do tempo de licença P4.6 A empresa escuta o funcionário P6.6 Capacitação de suas qualidades
P2.7 Conciliar vida profissional e de mãe P4.7 Acesso as informações/trabalho P6.7 Tempo que tem livre
Quadro 9 – Informações de Satisfação dos Funcionários – Subcategoria Relação Empresa e Funcionário.

3.2.3 Questionário para o Fornecedor

No quadro 10 encontram-se indicadores e os dados elaborados para o questionário (ver


apêndice 04) a ser respondido pelas empresas fornecedoras conforme detalhado no Capítulo 4.
Para medir indicadores sociais entre os fornecedores, optou-se por apresentar o grau
de satisfação do fornecedor em desenvolver o trabalho, em uma escala de 1 a 5. Esses
indicadores foram baseados no estudo do ETHOS (2007) que avalia a “Seleção e parceria
com fornecedores” com: critérios de seleção de fornecedores e apoio ao desenvolvimento de
fornecedores; reclamações e diálogos; respeito a contratos; e o grau de escuta às partes. Da
48

mesma forma, Grieβhammer et al. (2007) em sua lista de indicadores de sociedade (quadro
A.4), abordam o indicador “Promover ambiente social aos fornecedores e cooperação aos
parceiros”, definido como as medidas tomadas nas empresas, para criar programas sociais e
padrões mínimos do ambiente entre os fornecedores, e sugere que a empresa deve evidenciar
problemas sociais existentes entre as partes interessadas. Com bases nestes estudos o presente
trabalho, desenvolveu as seguintes perguntas para os demais Indicadores relacionados aos
Fornecedores (tabela 10).

Reclamação e diálogo Respeito a contratos


P1.1 Entre as duas empresas P3.1 Grau de satisfação
P1.2 Diálogo nas negociações P3.2 Satisfação sobre pagamento
P1.3 Acessível e eficiente P3.3 Benefícios do contrato
P1.4 Respostas das reclamações P3.4 Cumprimento de prazos do contrato
P1.5 Qualidade da informação P3.5 Clareza da informação
Grau que escuta as partes Apoio e investimentos
P2.1 Escuta e respeita opiniões do fornecedor P4.1 Apóio de forma financeira
P2.2 Negociações entre as partes P4.2 Investimentos em máquinas
P2.3 Negociações de prazos P4.3 Investimento em recursos humanos
P2.4 Mudanças ocorridas P4.4 Divulga o trabalho do fornecedor
P2.5 Reuniões na empresa para o fornecedor P4.5 Apoio que a empresa presta ao fornecedor
Quadro 10 - Informações de Satisfação para Empresa Fornecedora
Fonte: elaborado pela autora baseado no ETHOS (2007)

3.2.4 Questionário para o Cliente

Para a Parte Interessada Cliente, o quadro 11 apresenta informações sobre as perguntas


elaboradas, pelo presente estudo, para medir a satisfação do cliente, referente aos indicadores
sobre informações no rótulo, informações de risco e manutenção do produto, baseados no
indicador de “saúde e segurança do consumidor” apresentado pela UNEP (2009) (quadro 3) e
Grieβhammer et al. (2007) no quadro A.5. Este questionário (ver apêndice 05) será aplicado
somente na empresa E conforme detalhado no Capítulo 4.
49

Informações no rótulo Informações de risco Manutenção do produto


P1.1 Das informações no rótulo do produto P2.1 Possui informação de risco no produto P3.1 Satisfação no atendimento de manutenção
P1.2 Facilidade de leitura P2.2 Legível e de rápida interpretação P3.2 Agilidade da troca e manutenção
P1.3 Conforme procedimentos exigidos P2.3 Necessárias para prevenção de acidente P3.3 Informações no manual sobre manutenção
P1.4 As cores facilitam a leitura P2.4 Soluções em caso de acidentes P3.4 Qualidade da informação
P1.5 Símbolos legíveis e de fácil interpretação P2.5 Informações do manual são satisfatórias P3.5 Qualidade do produto trocado
P1.6 As informações técnicas são suficientes P2.6 Sobre informações de risco no manual P3.6 Qualidade do produto consertado
P1.7 Informação de comunicação com a empresa P2.7 Informações para contato P3.7 Satisfação na manutenção do produto
Quadro 11 – Relação Empresa Cliente.
βhammer et al. (2007)
Fonte: Grieβ

3.2.5 Questionário para a Comunidade Local

Para comunidade local utilizou-se a Subcategoria de Impacto “Condições de Vida


Saudável e Segura” da UNEP (2009) e no indicador de “Segurança e Cuidados na Condição de
Vida Saudável da Comunidade” apresentado Grieβhammer et al. (2007) (quadro A.3),
relacionado aos impactos da atividade de produção da empresa na vizinhança, como a
presença de lixo ao redor do estabelecimento, o ruído e o odor gerados pelas atividades das
empresas. A geração de empregos para a comunidade e a satisfação de ter a empresa como
vizinha. As perguntas foram elaboradas pelo presente estudo, estão relacionadas no quadro 12
abaixo, no questionário 06 do apêndice.

Condições de Vida Saudável e Segurança


P1.1 Barulho da empresa
P1.2 Odor emitido da atividade produtiva da empresa
P1.3 Lixo da empresa no bairro
P1.4 Satisfação em ter a empresa como vizinha
P1.5 Para o comércio do bairro
P1.6 Criação de empregos na comunidade
Quadro 12 – Dados para Comunidade de local
βhammer et al. (2007)
Fonte: Grieβ
50

3.2.6 Questionário para a Sociedade

Para a análise de dados com a sociedade são verificados os dados sobre: Certidão de
Imposto de Renda, pagamento do INSS e FGTS (quadro 13), referente às empresas
envolvidas no sistema do produto, conforme detalhado na figura 4. Para a coleta dessas
informações são necessários os dados do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) das
empresas, adquiridos na nota fiscal. Os dados foram confirmados via internet nos órgãos
Receita Federal e Caixa Econômica Federal.

Relação com o Governo sim não


1 - Certidão da Receita Federal
2 - Contribuição Previdenciária - INSS
3 - Fundo de Garantia dos Funcionários - FGTS
Quadro 13 – Dados para o Governo
Fonte: IBASE (2005)

3.2.7 Teste Piloto dos Questionários

De acordo com Labes (1998), a fase dos testes preliminares ou pré-testes é de extrema
importância para avaliar, em situação real, o questionário antes de ser distribuído
definitivamente para o público alvo da pesquisa, que for realizada, antes da aplicação do
questionário, foi o teste preliminar com especialistas em Avaliação do Ciclo de Vida e com
trabalhadores relacionados à indústria, a fim de se verificar eventuais erros e coletar sugestões
quanto ao formato e conteúdo (cores utilizadas, distribuição espacial no papel, erros de
ortografia, entre outros). Neste caso, foram escolhidos os participantes do Grupo de Avaliação
da Sustentabilidade do Ciclo de Vida da UTFPR como também dez funcionários da empresa
objeto do estudo de caso.
51

3.3 UNIVERSO E POPULAÇÃO DA PESQUISA

Após a construção dos questionários (ver apêndice) definiu-se o universo a ser


pesquisado e o estabelecimento de critérios para selecionar e definir a amostra da população
que será aplicado os questionários. Para a definição da população, Labes (1998) comenta que
o universo a ser pesquisado precisa ser caracterizado e identificado segundo um ou mais
referenciais, de forma a distingui-lo de um determinado contexto. A isto este autor chama de
população, podendo ser apresentada geograficamente dispersa ou concentrada.

3.4 LEVANTAMENTO E COLETA DE DADOS

Após a atualização do questionário, segue-se para a etapa de coleta de dados, em que


empresas são identificadas a partir de um fluxograma baseado no sistema de produto. Neste
caso, o fluxograma utilizado é abordado no Capítulo 4.
Para aplicação do questionário, o primeiro passo foi solicitar uma autorização ao
responsável da empresa, com a especificação do dia e hora para visita. Um dos meios
empregados para a coleta de dados foi ir pessoalmente à empresa, esperando o respondente
terminar de assinalar o questionário, outro foi deixar o questionário com o funcionário e
buscá-lo após o preenchimento. Na comunidade foram entrevistadas as pessoas que moram
mais próximo as empresas. Para os dados de fornecedores, foi enviado por email para o
responsável do setor de RH. Já para a sociedade, os dados foram obtidos por internet. Na Foi
estipulado um calendário e prazos para coleta dos dados. No caso avaliado, o tempo foi de
aproximadamente seis meses, do início de junho até dezembro de 2008.
52

4 ESTUDO DE CASO

Este capítulo aborda o estudo de caso sobre as etapas da Avaliação Social do Ciclo de
Vida (ASCV) aplicada em um produto desenvolvido e manufaturado por uma microempresa
industrial do ramo automotivo, situada na Região Metropolitana de Curitiba, no Estado do
Paraná. Além das etapas, são apresentados os principais resultados da pesquisa realizada
utilizando como referência alguns dos indicadores abordados nos capítulos anteriores.

4.1 ESCOPO – PRODUTO

4.1.1 Função, Unidade Funcional e Fluxo de Referência

No primeiro momento, considerando as definições e abordagens sobre a etapa de


definição do Escopo (item 3.1), é necessária a descrição da função, unidade funcional e do
fluxo de referência, que foram definidos respectivamente como: rastrear e bloquear o
caminhão via satélite; bloquear e rastrear um caminhão no período de 20 anos; e 1 (um)
produto para bloquear e rastrear 1 (um) caminhão.

4.1.2 Sistema do Produto

Para facilitar a coleta de dados, considerou-se-se apenas os fornecedores diretos. Para


melhor compreensão do processo de produção do produto, apresenta-se o fluxograma na
figura 4, contendo os componentes do produto e as etapas de fabricação e respectivas
empresas que executam o processo.
53

FIGURA 4 - Fluxograma do Produto


Fonte: Elaborada pela Autora
54

Na figura 4, pode-se identificar os componentes que compõe o produto, tais como:


suporte, peça superior, mangueira, válvula, conexão e chicote. O suporte é um componente
construído para fixar o produto junto ao caminhão, enquanto o a peça superior encaixa a
válvula e as placas elétricas. A mangueira é por onde o óleo do combustível passa. A válvula
é composta pelo componente em alumínio e uma válvula solenóide acoplada, tendo abertura
para a conexão que faz a conexão entre a válvula e a mangueira para a saída de óleo. Por
último, o chicote inclui o conjunto de fios que faz conexão com a placa elétrica.
A empresa (A) desenvolve o produto e elabora o projeto de fabricação, para
constituição de cada componente (figura 4). Toda a fabricação é terceirizada para outras
empresas, encaminhado o desenho e o pedido de fabricação aos fornecedores. Cada um dos
processos é executado por empresas diferentes: fabrica o molde (ferramentaria), a fundição
das peças, usinagem, corte a laser, e assim por diante.
O fluxograma apresenta outras empresas identificadas por meio de componentes na
figura 4, tais como: a empresa que fabrica a embalagem do produto, a gráfica que elabora a
etiqueta, a empresa que fornece as porcas e parafusos e a empresa que constrói a faca para
fabricação da junta, tendo a função de ligamento das peças.
Por fim, as peças retornam para a empresa (A) que realiza a montagem e todos os
testes de funcionamento, para, em seguida, ser encaminhado à empresa cliente que distribui o
produto e realiza a prestação de serviço.
Tendo em vista que o fluxograma de processo (figura 4) identifica um grande número
de processos que corresponde a empresas diferentes e que para realizar a avaliação do estudo
é necessário limitar o sistema do produto. Weidema (2005) comenta sobre a necessidade de
aplicar uma regra de corte, para a exclusão de etapas do ciclo de vida de processos em
entradas ou produção. No estudo de Corrêa e Ugaya (2008) realizou-se a comparação entre o
critério de corte por massa e horas trabalhadas com os dados deste estudo e com as
preconizações da ISO 14044 (2006), nos quais vários critérios são utilizados para decidir
quais entradas devem ser estudadas. Embora, os critérios sugeridos pela norma são: massa;
energia ou relevância ambiental, para ASCV o critério sugerido pela UNEP/SETAC utiliza-se
as horas trabalhadas (UNEP, 2009).
Os dados de massa do produto e número de horas de trabalho encontram-se na tabela
1. Na primeira coluna, estão listados todos os processos ou empresas. As peças estão
nomeadas na segunda coluna. A terceira coluna está relacionada à unidade de peças que
compõe um único produto. Já a quarta coluna, faz referência a massa (gramas) por unidade de
peças, no final a somatória de 1035 gramas por produto. A massa do molde de aço tem peso
55

aproximado de 15 kg. Considerou-se que cada molde permite a produção de 1000 peças.
Desta forma por produto, necessita-se de 15 kg. Deste total foi retirado o percentual utilizado
para cada peça (quinta coluna). Na coluna seguinte apresenta-se o tempo em minutos,
necessários para fabricação de cada peça, o que totalizou 75 minutos para fabricação de um
produto. Na última coluna, o percentual de horas de trabalho.

Tabela 1 - Massa e Horas Trabalhadas por Peça

Fonte: Corrêa e Ugaya (2008)

Foram assinaladas as filas e colunas em tons de cinza (sombreados), demonstrando os


processos que estão acima de 10%, tanto de massa como horas trabalhadas. De acordo com
Corrêa e Ugaya (2008) percebe-se que a diferença entre estes dois critérios é que no primeiro,
o processo de corte a laser é relevante para a coleta de dados, enquanto para as horas
trabalhadas, a produção de chicote passa a ser relevante. Em ambos os casos, contudo faz-se
necessário coletar dados das empresas de fundição, usinagem e da produção de válvula. Pode-
se perceber que o critério de corte utilizado influencia na coleta de dados.
Tendo em vista que a metodologia ASCV propõe o uso de horas trabalhadas para
critério de corte, optou-se por utilizar na coleta de dados, deste estudo de caso somente os
processos selecionados conforme a tabela 1, de horas trabalhadas.
56

Esses processos correspondem a diferentes empresas. Desta forma foram identificados


os fornecedores e o consumidor, e classificados em ordem alfabética no fluxograma definitivo
na figura 5.

Figura 5 - Fluxograma do Produto Definitivo


Fonte: Elaborado pela Autora.

A empresa (A) desenvolve o design do produto, a pedido da empresa cliente que


realiza o serviço de rastreamento do caminhão pelo software. Após o desenvolvimento do
projeto, os desenhos foram encaminhados para os fornecedores: empresa (B) que faz a
fundição das peças; empresa (C) que usina a conexão e os componentes que saíram da
fundição; a empresa (D) fabrica a válvula solenóide. Todos os componentes retornam para a
empresa (A) para a montagem, onde é fabricado o chicote e acoplado das peças. Após os
testes de funcionamento segue para a empresa (E) cliente, que é responsável pela distribuição
do produto.
57

4.1.3 Requisitos e Qualidade dos Dados

Conforme descrito no item 3.1, os requisitos da qualidade dos dados do presente


estudo de caso são, a cobertura temporal que corresponde aproximadamente seis meses de
coleta de dados, de junho de 2008 até dezembro de 2008. O escopo geográfico que é
localizado as empresas selecionadas e abrange o Estado do Paraná e Estado de São Paulo. A
delimitação da região facilita a visualização dos locais para coleta de dados e a identificação
da comunidade local ao redor das partes interessadas. A cobertura tecnológica corresponde à
tecnologia utilizada nas empresas.

4.2 INVENTÁRIO

Como já mencionado, o inventário corresponde à coleta e análise dos dados. Para tanto
apresenta-se neste item a etapa de Análise dos Dados que foram coletados por meio dos
questionários apresentado no apêndice e desenvolvidos em todo o item 3.2.
Neste estudo de caso, o universo da pesquisa é representado pelas empresas
selecionadas, conforme fluxograma definitivo (figura 5). A população é concentrada,
delimitada pelo número total de funcionários de cada empresa.
No total foram 145 questionários respondidos envolvendo todas as partes interessadas,
dos quais, 125 foram respondidos pelos funcionários das cinco empresas selecionadas (figura
5). Cinco questionários (dados dos funcionários) contendo informações quantitativas
apresentados no questionário no apêndice 03 foram respondidos por funcionários
responsáveis pelo setor de recursos humanos das cinco empresas. Quatro questionários,
referente ao apêndice 04, foram aplicados nas empresas (B,C,D) sobre relação entre
fornecedores e a empresa (A), respondidos por um funcionário do departamento financeiro ou
administrativo. O questionário no apêndice 05 foi aplicado na empresa (E), sobre a relação
entre a empresa cliente e a empresa (A) que desenvolve o produto, sendo respondido por um
funcionário do departamento comercial.
Para a comunidade foram entrevistadas dez pessoas, respondendo às informações do
quadro 12 (ver questionário no apêndice 06), considerando duas pessoas vizinhas de cada
58

empresa (A,B,C,D,E). Para sociedade, o levantamento de dados foi via internet, no qual pode
ser verificado no questionário apresentado no apêndice 07.
Importante mencionar que somente na empresa D, que possui um total de cento e
trinta (130) funcionários (gráfico 1), foram respondidos somente oitenta e cinco (85)
questionários, não atingindo 100% do número de funcionários. Nas demais empresas o
questionário foi aplicado com todos os funcionários.

4.2.1 Resultado dos Dados Quantitativos dos Funcionários

Os dados dos funcionários foram coletados tanto na empresa quanto com os próprios
funcionários, apresentados na tabela 2 para a tabulação dos dados quantitativos.

Tabela 2 - Dados de Diversidade e Nível de Escolaridade dos Funcionários


Indicadores Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E
Total de Funcionários 22 15 8 130 15
Feminino / Masculino F M F M F M F M F M
Diversidade

Funcionários por gênero 14 8 5 10 1 7 38 92 6 9


Chefia 2 3 1 2 1 1 2 4 0 2
Administrativo 1 4 4 2 0 0 15 20 6 7
Produção 11 1 0 6 0 6 21 68 0 0
1º grau incompleto 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0
Escolaridade
Nível de

1º grau completo 0 1 0 0 0 2 0 0 0 0
2º grau incompleto 0 2 0 0 0 0 0 1 0 0
2º grau completo 5 2 3 8 1 3 25 70 1 1
3º grau cursando/ completo 2 3 2 2 0 0 13 21 5 8
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para o indicador de diversidade, não houve respostas para os dados sobre idade e cor
da pele dos funcionários.
A tabela 3, apresenta os dados quantitativos que foram respondidos por um
responsável do recursos humanos da empresa, sendo que não houve resposta para os dados
referentes aos indicadores de saúde e segurança acerca da doença ocupacional e tipo de lesão,
por isso não se encontram na tabela 3. Destes dados, contidos na tabela 3, foram respondidos
pelos funcionários somente os dados sobre o indicador de tipo de contrato, carga horária e
descanso diário, como pode ser verificado no questionário no apêndice 01.
59

Tabela 3 - Forma de Tabulação dos Dados Quantitativos

INDICADORES FUNCIONÁRIOS EMPRESAS - CICLO DE VIDA DO PRODUTO

Identificação das empresas A A B B C C D D E E


Total de funcionários 22 100% 15 100% 8 100% 130 100% 15 100%
Nº contratados 22 100% 15 100% 8 100% 130 100% 15 100%
Tipo de contrato Nº terceirizados 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Nº sem contrato 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Associação Nº sindicalizados 22 100% 15 100% 0 0% 91 70% 15 100%
Menor aprendiz 0 0% 0 0% 1 13% 0 0% 0 0%
Trabalho infantil
Menor sem contrato 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Período de 22 horas por
3 14% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
semana
Período de 44 horas por
19 86% 15 100% 8 100% 130 100% 15 100%
semana
Carga horária
Horário do menor 0 0 44 0 0
Horas extras por semana 0 1 0 3 2
horário noturno 0 0 0 0 0
Almoço em minutos 60 60 60 60 60
Descanso diário
Intervalo em minutos 20 10 15 20 15

Associação Nº reuniões coletivas 0 0 0 2 1


coletiva Nº contratos nas reuniões 0 0 0 2 1
Saúde e Notificação de acidentes 2 5 4 5 0
segurança/
Nº de acidentes c/afastamento 0 0 0 1 0
acidente no
trabalho Nº de acidentes s/afastamento 2 5 4 4 0
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Quanto ao número total de funcionários, nota-se que a empresa (D) possui maior
número de funcionários, sendo responsável por 68% dos funcionários por todo o ciclo de
vida, enquanto a empresa (C) representa o menor número de empregos com 4% do total de
funcionários (gráfico 1).
60

130

110

Funcionários 90

70

50

30

10

-10
A B C D E
Total de funcionários 22 15 8 130 15

Empresas

Gráfico 1- Total de Funcionários no Ciclo de Vida do Produto.


Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para análise do indicador Diversidade por Gênero, o gráfico 2 apresenta o número de


mulheres e homens por empresas no ciclo de vida. Percebe-se que a empresa A possui maior
número de mulheres em relação aos homens, com 64% de mulheres para 36% de homens em
seu corpo funcional. Já a empresa C possui o menor percentual, 12% de mulheres para 88%
de homens em seu total de funcionários. A empresa A trabalha com funcionários no setor
administrativo e na produção não se utiliza processo mecânico, ao contrário da empresa C do
ramo de usinagem, que não enquadra mulheres nos processos de fabricação. Conclui-se que
em todo o ciclo de vida, 66% das pessoas são do sexo masculino, enquanto 34% do sexo
feminino. Portanto, empregam-se mais funcionários do sexo masculino para fabricação do
produto.
61

100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
A B C D E
MULHERES 64% 33% 12% 29% 40%
HOMENS 36% 67% 88% 71% 60%
Empresas

Gráfico 2 - Diversidade por Gênero no Ciclo de Vida do Produto.


Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Dando continuidade a diversidade de gênero, nota-se no gráfico 3 a relação entre


homens e mulheres por cargo nas empresas, separados por áreas de atuação da produção,
administrativo e chefia.
Na produção, as empresas B e C não possuem mulheres, tendo em vista que estas
atividades de produção exigem maior força do operador. Por outro lado, a empresa E não
possui setor de produção, somente presta serviço de monitoramento do caminhão,
apresentando 40% de mulheres.
Pode-se notar uma grande diferença encontrada na empresa A, que possui maior
número de mulheres na produção, pois se trata da linha de montagem do produto e fabricação
do chicote. No setor administrativo há um menor percentual de mulheres em relação aos
homens, indica que os cargos com maior poder de decisão são ocupados por homens.
Já na empresa C não existe o setor administrativo, não tendo sido identificado
funcionários em ambos os sexos.
No setor de chefia não foram identificadas mulheres na empresa E, enquanto que na
empresa C a relação é proporcional, pois a única mulher é sócia da empresa. Pode-se perceber
que nas empresas A, B e D sempre há mais homens que mulheres ocupando os cargos de
chefia.
Ao se considerar todo o ciclo de vida e verificar o percentual de homens e mulheres
entre os setores: 17% das mulheres trabalham no setor de produção, enquanto 47% são
62

homens. No setor administrativo 14% são mulheres para 17% de homens. Já para cargos de
chefia o percentual é de 3 % para mulheres enquanto que 6% são compostos por homens.
Percebe-se que existe um índice maior de mulheres no setor administrativo, já no setor de
produção e os cargos de chefia, predominam os funcionários do sexo masculino.

100%
90%
80%
Funcionários

70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens
Produção 11 1 0 6 0 6 21 68 0 0
Administrativo 1 4 4 2 0 0 15 20 6 7
Chefia 2 3 1 2 1 1 2 4 0 2

Empresas Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E

Gráfico 3 - Diversidade por Cargo no Ciclo de Vida do Produto.


Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

No gráfico 4, apresenta-se o nível de escolaridade dos funcionários em cada empresa,


divididos em: 3º grau (cursando, completo ou com ensino superior), 2º grau completo ou
incompleto (ensino médio), 1º grau completo ou incompleto (ensino fundamental).
Foi observado o maior percentual possuindo o 2º grau completo com 66% dos
funcionários, destes 33% são mulheres e 67% são homens. O número de funcionários com 3º
grau (completo/cursando) corresponde a 29% dos funcionários, dos quais 39% são mulheres e
61% são homens.
Em seguida, 2% dos funcionários possuem o 2º grau incompleto, 2%, 1º grau
completo e com o 1º grau incompleto, 1%, todos do sexo masculino nas empresas A e C.
63

100%
90%

Quantidade de pessoas
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens

3º grau cursando/ completo 2 3 2 2 0 0 13 21 5 8


2º grau completo 12 2 3 8 1 3 25 70 1 1
2º grau incompleto 0 2 0 0 0 0 0 1 0 0
1º grau completo 0 1 0 0 0 2 0 0 0 0
1º grau incompleto 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0

Empresas Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E

Gráfico 4 - Nível de Escolaridade no Ciclo de Vida do Produto.


Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Somente obtiveram-se informações sobre número de acidentes ao ano, com


afastamento e sem afastamento, conforme apresentado no gráfico 5.

0
A B C D E
Notificação de acidentes 2 5 4 5 0
Nº c/afastamento 0 0 0 1 0
Nº s/afastamento 2 5 4 4 0
Empresas

Gráfico 5 - Saúde e Segurança no Ciclo de Vida do Produto.


Fonte: Elaborada pela autora, 2009.
64

Constatou-se que a empresa D possuiu uma pessoa afastada por motivo de acidente, e
quatro casos de acidentes sem afastamento, enquanto a empresa B computou cinco acidentes
sem afastamento. Em contra partida, na empresa E não foi constatada nenhuma notificação de
acidentes. Observou-se que as empresas que possuem atividades com maiores riscos são: a
empresa B de fundição e a empresa D de ferramentaria.
Para identificação de saúde e segurança, os dados de doença ocupacional e tipo de
lesão não foram respondidos pelas empresas, portanto não estão apresentados.
No indicador de associação coletiva, os dados de funcionários sindicalizados
encontram-se no gráfico 6, em que as empresas A, B, E possuem 100% de todos os
funcionários sindicalizados. Já a empresa D apresenta 70% e a empresa C não possui nenhum
funcionário associado a um sindicato.

100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
A B C D E
Nº sindicalizados 100% 100% 0% 70% 100%
Empresas

Gráfico 6 - Funcionários Sindicalizados no Ciclo de Vida do Produto.


Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

O gráfico 7 apresenta a identificação de reuniões coletivas entre os funcionários e o


número de contratos assinados nas reuniões, sendo que somente duas empresas apresentaram
reuniões, a empresa D com duas reuniões e dois contratos e a empresa E com uma reunião e
um contrato, ambas no período de um ano.
65

1,5

0,5

0
A B C D E
Nº reuniões coletivas 0 0 0 2 1
Nº contratos / reuniões 0 0 0 2 1

Gráfico 7 - Reuniões Coletivas e Contratos no Ciclo de Vida do Produto.


Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para identificação de trabalho forçado, o gráfico 8 apresenta o tipo de contrato que as


empresas empregam os funcionários.

100%
90%
80%
70%
Funcionários

60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
A B C D E
Nº contratados 100% 100% 100% 93% 100%
Nº terceirizados 0% 0% 0% 7% 0%
Nº sem contrato 0% 0% 0% 0% 0%
Empresas

Gráfico 8 - Tipo de Contrato no Ciclo de Vida do Produto.


Fonte: Elaborada pela autora, 2009.
66

Constatou-se que todas as empresas possuem contrato de trabalho com seus


funcionários e que, somente na empresa D, 7% dos empregados são contratados como
terceirizados.
A identificação de carga horária é apresentada no gráfico 9, sendo que o limite de
horas para funcionários de empresas do ramo metalúrgico é de 44 horas semanais e 22 horas
semanais para meio-período. Desta forma, os dados apontam que a empresa A possui 14%
dos seus funcionários, em regime de meio período, no setor administrativo. O restante das
empresas mantém seus funcionários em regime de 44 horas semanais.

100%

90%
80%
70%

60%

50%
40%

30%

20%
10%

0%
A B C D E
22 horas por semana 14% 0% 0% 0% 0%
44 horas por semana 86% 100% 100% 100% 100%

Gráfico 9 - Carga Horária no Ciclo de Vida do Produto.


Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para o indicador de Horas Extras foram coletados dados para a quantidade de horas
extras realizadas na semana, indicado no gráfico 10. Nota-se que a empresa D realiza, em
média, três horas por semana a mais que o expediente normal, a empresa E com duas horas e
a empresa B com uma hora por semana. Esses dados não ultrapassam o limite estabelecido
pela CLT, no artigo 59, em que não se pode ultrapassar duas horas extras por dia por
trabalhador.
67

2,5

2
Horas
1,5

0,5

0
A B C D E
Horas extras por semana 0 1 0 3 2

Empresas

Gráfico 10 - Horas Extras no Ciclo de Vida do Produto.


Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para o indicador Período de Descanso, como horário de almoço e intervalo no


expediente, o gráfico 11 apresenta os dados coletados. O exigido na CLT é o horário de
almoço com o mínimo de uma hora por dia, podendo variar em caso de acordo coletivo.

60

50

40
Minutos

30

20

10

0
A B C D E
Almoço 60 60 60 60 60
Intervalo 20 10 15 20 15

Gráfico 11 - Período de Descanso no Ciclo de Vida do Produto.


Fonte: Elaborada pela autora, 2009.
68

Os dados apontam que todas as empresas estão cumprindo o que é exigido por lei, ou
seja, 60 minutos de almoço. O intervalo no expediente para as indústrias metalúrgicas não é
exigência da CLT, mas foram identificados nas empresas A e D vinte minutos de intervalo, na
empresa C, 15 minutos. Já a empresa B possibilita aos funcionários somente 10 minutos de
intervalo no expediente.
Não houve identificação de expediente no período noturno. Como se pode perceber,
com a análise de tipo de contrato, carga horária e período de descanso não há índice de
trabalho forçado, atendendo ao que é exigido pela CLT. Portanto, a pesquisa constatou que
não há indícios de trabalho forçado nos departamentos de trabalho das empresas envolvidas
no ciclo de vida do produto.
Para o indicador de Trabalho Infantil, foi identificado apenas um menor com 17 anos
de idade na empresa C. Apesar de trabalhar com carteira assinada, o regime de trabalho é de
44 horas semanais, ultrapassando o limite estabelecido pela CLT. Tendo em vista que no
artigo 442, estabelece-se um período de 6 horas diárias para o trabalhador aprendiz entre 14 a
18 anos de idade. O contrato, neste caso, deve ser de aprendiz, registrado por órgão
competente e não pode ultrapassar um período de dois anos. Desta forma, percebe-se indícios
de irregularidade e tendência ao Trabalho Forçado pelo excesso de horas trabalhadas por
menor aprendiz.
Para o indicador de saúde e segurança, as questões foram realizadas com os
funcionários, sendo as respostas obtidas como SIM estão apresentados no gráfico 12. Acima
de 90% dos funcionários das empresas C, D e E confirmaram a existência de temperatura
agradável no local de trabalho. Sobre o odor, somente as empresas D e E confirmam com
90% das respostas que o odor é suportável e agradável no local de trabalho.
69

120%

100%

80%

Respostas
60%

40%

20%

0%
A B C D E

Existe ginástica laboral 0% 0% 0% 100% 0%


Existe CIP A 0% 0% 0% 100% 0%
M embro da CIP A 0% 0% 0% 100% 0%
Comitê de segurança 0% 0% 0% 100% 0%
A estrutura de pro teção 73% 67% 75% 95% 81%
Uso de material para proteção 73% 93% 88% 94% 98%

Empresas

Gráfico 12 - Saúde e Segurança no Ciclo de Vida do Produto.


Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Em relação ao desconforto devido ao ruídos, 57% dos funcionários na empresa D


confirmaram a existência do incômodo. Em condições favoráveis para a saúde, as empresas C
e E atingiram um percentual de respostas afirmativas acima de 90%. Além disso, 77% dos
funcionários da empresa E, 81% na empresa D, 33% dos funcionários da empresa B
confirmaram atividades de simulação para acidentes. Na identificação de treinamento para
conhecimento de riscos somente as empresas B, D e E atingiram 100% das respostas “sim”.
Sobre o uso de material para proteção dos funcionários (gráfico 13) nas empresas B, D
e E mais de 90% dos funcionários confirmaram serem fornecidos os materiais de proteção,
enquanto na estrutura de proteção o melhor resultado encontra-se na empresa D com 95% de
respostas “sim”. Quanto á existência da CIPA e de atividade de ginástica na empresa, somente
houve confirmação pelos funcionários da empresa D. Nas demais empresas não foram
identificadas nenhuma dessas atividades.
70

110%
100%
90%
80%
70%

Respostas SIM
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
A B C D E

Treinamento para conhecimento de riscos 0% 100% 0% 100% 100%


Simulação de acidente 0% 33% 0% 81% 77%
Condições favoráveis para saúde 73% 53% 100% 84% 97%
Desconforto com ruído 27% 33% 25% 57% 8%
Suportável o odor dentro da empresa 86% 40% 63% 95% 96%
Agradável a temperatura 59% 33% 100% 93% 98%
Empresas

Gráfico 13 - Continuação do Indicador de Saúde e Segurança no Ciclo de Vida do Produto.


Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para o indicador Descanso Semanal (gráfico 14) foi perguntado se o descanso no


horário do expediente diminui a fadiga, sendo que somente as empresas A e E atingiram mais
de 90% das respostas afirmativas. Para o descanso semanal, as empresas A e C tiveram mais
de 90% de respostas “sim”.
Para remuneração, a empresa C atingiu maior valor, 100% dos funcionários
confirmaram que a remuneração e os benefícios garantem a estabilidade. A empresa E atingiu
95% na confirmação favorável aos benefícios, contudo a empresa B apresenta taxas bem
menores neste quesito.
71

120%

100%

80%
Respostas

60%

40%

20%

0% A B C D E

B enefício s garante estabilidade 45% 47% 100% 85% 95%


Remuneração po ssibilita estabilidade 68% 67% 100% 86% 77%
O descanso semanal diminui a fadiga 100% 87% 100% 84% 77%
O descanso no expediente elimina a fadiga 100% 80% 75% 72% 96%

Empresas

Gráfico 14 - Descanso Semanal e Remuneração no Ciclo de Vida do Produto.


Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

4.2.2 Resultado dos Dados Semi-Quantitativos Subcategoria Relação Empresa e Funcionário

Os dados semi-quantitativos foram avaliados por meio da escala de intensidade de 1 a


5. A satisfação dos funcionários foi avaliada com o cálculo da média e desvio padrão para
cada questão, sendo considerado que as médias com nota 1 corresponde a muito insatisfeito,
com valor 2 a insatisfeito, a média 3 significa neutro (nem satisfeito nem insatisfeito), com o
valor 4 satisfeito e a média com nota 5 corresponde a muito satisfeito.

4.2.2.1 Resultado para o Indicador de Trabalho Forçado

As perguntas estão listadas na tabela 4 por número na primeira coluna, e pode-se


confirmar sua descrição no quadro 9. Para os indicadores de Satisfação dos Funcionários,
relacionados aos dados de trabalho forçado da UNEP/SETAC e por Grieβhammer et al.
(2007).
72

A pergunta com maior média (4,94) foi “espaço de alimentação na empresa”


identificada na empresa D. Já com a menor média (3) foi “cumprimento do contrato”
identificado pela empresa C.
A análise constatou que a empresa D possui maior média entre as demais, em todas as
perguntas, seguida pela empresa A e depois C. Pode-se observar que os funcionários com
maior média de satisfação, estão nas empresas A e D, no entanto, a empresa A possui um
desvio padrão menor (1,00) que a empresa D (0,57), demonstrando que os funcionários da
empresa A diferem mais de opinião enquanto os da empresa D apresentam opiniões, com
menor variação. Já a empresa C além de possuir menor média entre as duas apresenta o desvio
padrão de (0,72), demonstrando maior divergência de opiniões entre os funcionários que a D,
porém menor que a A.
As empresas B e E apresentam média geral abaixo de 4 e muito próximos (3,81) e
(3,82). Neste caso, o que diferencia é o desvio padrão, a empresa E apresenta o maior desvio
padrão (0,65) enquanto a empresa B (0,57), demonstrando que a empresa B possui uma
variação menor entre as respostas dos funcionários.
Pode-se concluir que, no ciclo de vida os funcionários mais satisfeitos em média neste
indicador estão na empresa D.

Tabela 4 - Dados do Indicador de Trabalho Forçado para os Funcionários no Ciclo de Vida do Produto
Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E Média CV
Perguntas
Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio por pergunta
P1.1 4,14 0,85 3,87 0,34 4,12 0,64 4,94 0,22 4,06 0,24 4,03
P1.2 4,52 0,6 3,18 0,54 4,12 0,35 4,86 0,34 3,16 0,39 3,64
P1.3 4,28 0,95 3,25 0,57 4,12 0,35 4,8 0,39 3,18 0,45 3,53
P1.4 4,33 0,85 4 0,36 4,25 0,46 4,76 0,42 4,04 0,2 4,13
P1.5 4,09 0,88 4,18 0,54 4,5 0,53 4,83 0,37 4,11 0,32 4,20
P1.6 4,28 0,56 4,06 0,25 4,25 0,46 4,9 0,29 4,09 0,3 4,16
P1.7 3,19 1,53 4,12 0,34 3 1,06 4,13 0,34 4,11 0,32 3,71
Média (DP) Geral 4,12 (1,00) 3,81 (0,57) 4,05 (0,72) 4,75 (0,52) 3,82 (0,65) 4,11
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para verificar a satisfação dos funcionários do indicador de Trabalho Forçado, foi


calculada a média das médias na 7 coluna da tabela 4. Percebe-se que as perguntas que
atingiram médias superiores a 4 foram sobre: o espaço de alimentação, material de higiene,
satisfação com a carga horária e sobre o período de descanso. Relacionadas ao conteúdo das
refeições, banheiro e cumprimento do contrato pela a empresa, atingiram médias próximo a
73

3,5 significa que os funcionários no geral, não estão nem satisfeitos nem insatisfeitos em
relação a essas questões.
Os funcionários indicam que não há trabalho forçado no ciclo de vida, o valor de 4,11
encontra-se na tabela 4 (7 coluna e 9 linha).

4.2.2.2 Resultado para o Indicador de Proteção a Maternidade

Em relação ao indicador de Proteção a Maternidade (tabela 5), é importante realçar


que as perguntas foram respondidas por funcionários do sexo feminino. A empresa C não
possui nenhuma funcionária, desta forma na tabela 5 não existe pontuação para as questões
nesta empresa e não está sendo considerado para cálculo das médias e desvio padrão.

Tabela 5 - Dados do Indicador de Proteção a Maternidade para as Funcionárias no Ciclo de Vida do


Produto
Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E Média CV
Perguntas
Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio por pergunta
P2.1 3,72 0,95 4,25 0,77 - - 4,28 0,45 4,69 0,63 4,25
P2.2 3,5 1,04 3,87 0,8 - - 4,3 0,5 4,53 0,77 4,05
P2.3 1,38 0,91 3,87 0,5 - - 4,27 0,52 4,46 0,87 3,49
P2.4 3 0,97 3,81 0,4 - - 4,33 0,47 4,76 0,43 3,97
P2.5 2,5 1,33 4 0,81 - - 4,28 0,49 4,78 0,59 3,89
P2.6 3,61 0,91 4,43 0,62 - - 4,27 0,45 4,8 0,43 4,27
P2.7 3,8 0,78 3,93 0,57 - - 4,18 0,39 3,76 0,43 3,91
Média (DP) Geral 3,07 (1,27) 4,02 (0,67) - 4,28 (0,47) 4,53 (0,68) 3,97
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

No indicador de Proteção a maternidade encontra-se na tabela 5, a pergunta (P 2.6)


com maior média 4,8 na empresa E, significa que as funcionárias estão satisfeitas em relação
ao tratamento da empresa após as funcionárias retornarem da licença maternidade. A menor
média de 1,38 foi na pergunta (P 2.3), em que as funcionárias da empresa A estão muito
insatisfeitas com a pergunta sobre o plano de saúde.
A média geral de todas as perguntas foi calculada para cada empresa, sendo que a
empresa E possui maior média entre todas as empresas, com valor médio de 4,53 e o desvio
padrão (0,65), apontando na satisfação das funcionárias neste indicador e o desvio padrão
74

representa pouca variação entre as respostas das funcionárias. Na empresa E, a única pergunta
com média menor do que 4 é sobre a satisfação da funcionária em conciliar a vida profissional
e de mãe, atingindo uma média de 3,76 e com pouca variação entre as respostas, considerando
o desvio padrão (0,43).
As empresas B e D apresentaram médias um pouco menor que a empresa E, entre 4 a
4,3. A empresa B com média 4,02 (0,57) e a D com média 4,28 (0,52). Percebe-se que na
empresa B as funcionárias estão em geral satisfeitas com o indicador. Já a empresa D existe
maior satisfação entre as funcionárias relacionada a proteção à maternidade e o desvio padrão
demonstra pouca variação de opinião, em comparação com a empresa B.
A empresa A possui menor média (3,07) entre todas as empresas e o maior desvio
padrão (1,27), apontando para uma insatisfação das funcionárias da empresa A em relação à
proteção com a maternidade. Porém, nota-se uma significativa variação entre as notas das
respondentes, representado pelo valor do desvio padrão.
Na tabela 5 (coluna 7) apresenta-se o resultado dos cálculos das médias de cada
pergunta por todo o ciclo de vida do produto, considerando todas as empresas. Desta forma,
percebem-se as perguntas com maior grau de satisfação, com médias acima de 4 estão as
questões sobre a satisfação da funcionária com o tratamento da empresa em relação a
gestante, o tempo que a funcionária é dispensada para atender as necessidades e o tratamento
da empresa após o retorno da licença maternidade.
As questões sobre o plano de saúde, atendimento em caso de emergência, o tempo que
a funcionária possui para cuidados com seu filho e a satisfação em conciliar a vida
profissional e de mãe atingiram médias entre 3,5 e 3,9 representando que as funcionárias não
estão nem satisfeitas nem insatisfeitas com essas perguntas.
A média geral do resultado de todas as empresas, obtida para o indicador de proteção à
maternidade, atingiu um valor de 3,97. Isso significa um valor regular, ou seja, no final do
ciclo de vida as funcionárias não estão, nem satisfeitas nem insatisfeitas, neste indicador.
75

4.2.2.3 Resultado para o Indicador de Sindicato e Associação Coletiva

No indicador de Sindicato e Associação Coletiva (tabela 6) a pergunta que atingiu


maior média é sobre a atuação do sindicato na empresa, com média 4,87 constatada na
empresa D. O diálogo que o sindicato realiza com os funcionários e o patrão, apresentou a
menor média 1,2 e baixo desvio padrão (0,6), apontando muita insatisfação e pouca variação
da opinião dos funcionários.

Tabela 6 - Dados do Indicador de Sindicato e Associação Coletiva para os Funcionários no Ciclo de Vida
do Produto
Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E Média CV
Perguntas
Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio por pergunta
P3.1 3,71 1,18 2,87 1,2 2,5 1,19 3,19 0,4 3,07 0,64 3,06
P3.2 2,85 1,52 2,5 0,96 1,25 0,7 2,85 0,91 3,38 0,65 2,56
P3.3 2,57 1,56 1,93 1,18 1,25 0,7 2,72 0,64 3,23 0,72 2,34
P3.4 2,52 1,56 2,68 1,57 1,28 0,9 4,4 0,49 4,84 0,37 3,13
P3.5 2,04 1,24 1,75 1,18 1,25 0,7 4,87 0,33 4,61 0,5 2,9
P3.6 2,04 1,32 3,75 0,68 1,30 0,8 1,83 1,07 1,92 0,75 2,15
P3.7 2,14 1,38 2,43 0,96 1,2 0,6 1,68 0,46 1,92 0,27 1,88
Média (DP) Geral 2,55 (1,48) 2,56 (1,26) 1,42 (0,87) 3,08 (1,29) 3,28 (1,21) 2,57
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para média geral de todas as perguntas por empresa, a análise constatou que todas as
empresas estão com médias abaixo de 4, conforme se percebe na tabela 6, sendo que as
empresas D e E possuem médias mais significativas entre as outras, empresa D 3,08 (1,29), já
a empresa E 3,28 (1,21), esses dados representam um resultado neutro, em que os
funcionários não estão, nem satisfeitos nem insatisfeitos com relação ao sindicato e
associação coletiva, porém o desvio padrão denota uma grande variação na opinião dos
respondentes.
No entanto, as empresas A, B e C tiveram valores abaixo de (3), o que indica que os
funcionários estão muito insatisfeitos ou insatisfeitos. Os funcionários das empresas A e B
estão insatisfeitos com a atuação do sindicato e associação coletiva nas empresas, destacando-
se a empresa C, com uma média 1,42 (0,87), com muita insatisfação.
Por meio da média das questões, constatou por todo o ciclo de vida (7 coluna) que a
questão (P 3.7) possui a pior média (1,88) os funcionários estão muito insatisfeitos em relação
76

ao diálogo que o sindicato proporciona aos funcionários e empresa. Para insatisfação dos
funcionários são apontadas as questões sobre o tempo da reunião, negociações, atuação e ação
do sindicato. Somente as questões acerca das conversa voluntária e resultados das reuniões
atingiram médias entre 3 e 3,2 representando uma opinião neutra (nem satisfeitos nem
insatisfeitos).
O valor que representa o indicador de Sindicato e Associação Coletiva por todo o ciclo
de vida foi formulado por meio do cálculo das médias gerais das empresas. A análise aponta
uma média 2,57 significa que a parte funcionário se encontra insatisfeito com o indicador.

4.2.2.4 Resultado para o Indicador de Diálogo entre Funcionário e a Empresa

O resultado da análise (tabela 7) do indicador de Diálogo entre Funcionário e a


empresa, aponta a questão P 4.6 e P 4.7 com a maior média 4,37 na empresa C, o que indica
que os funcionários se sentem satisfeitos com o grau que a empresa escuta sua opinião e o
acesso de informações sobre suas atividades. Porém, com menor média (1,27), é relacionada à
questão (P 4.1), sendo que os funcionários da empresa D estão muito insatisfeitos com o
diálogo entre os funcionários e a empresa.

Tabela 7 - Dados do Indicador Diálogo entre Funcionário e a Empresa no Ciclo de Vida do Produto
Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E Média CV
Perguntas
Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio por pergunta
P4.1 3,04 1,39 2,62 0,71 3,87 0,64 1,27 0,57 1,84 0,55 2,52
P4.2 2,9 1,41 3,43 0,51 4 0,75 3,07 0,25 3,3 0,48 3,34
P4.3 3,33 1,31 3,06 0,25 3,75 1,16 4,09 0,28 4,15 0,37 3,67
P4.4 3,61 1,28 2,43 0,62 3,87 0,83 2,73 1,32 4,15 0,37 3,35
P4.5 3,47 1,36 3,43 0,62 3,87 0,64 3,14 0,56 3,46 0,51 3,47
P4.6 2,85 1,45 2,43 0,51 4,37 0,74 3,16 0,41 3,38 0,5 3,23
P4.7 2,85 1,31 2,5 0,51 4,37 0,51 2,31 0,79 2,76 0,72 2,95
Média (DP) Geral 3,15 (1,36) 2,84 (0,68) 4,01 (0,77) 2,82 (1,06) 3,29 (0,90) 3,22
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para média geral do indicador entre as empresas, a análise demonstra a empresa C


como a única que atingiu a média 4 (0,77) indicando uma satisfação dos funcionários em
77

relação ao diálogo entre as partes, nota-se que o desvio padrão aproxima-se de 1, o que
representa certa variação de opinião entre os respondentes.
Já nas empresas A e E, os valores das médias foram entre 3 e 3,5. A empresa A possui
média 3,15 (1,36) e a empresa E com 3,29 (0,90), em que se nota uma diferença de 0,14 entre
as médias. Os resultados da empresa A apresentam um desvio padrão maior que 1, ou seja,
mesmo que os funcionários tenham opiniões neutras em relação a este indicador existe
divergência entre as respostas.
Com valores mais críticos para o indicador de Diálogo entre funcionário e empresa,
encontram-se as empresas B com média 2,84 (0,68) e D com média 2,82 (1,06), sendo que os
dados apontam para uma insatisfação dos funcionários em relação ao diálogo com a empresa.
No entanto, o desvio padrão da empresa D (1,06) aponta uma maior discordância de opiniões
dos funcionários, significa que nem todos possuem o mesmo grau de insatisfação entre as
questões.
Para o indicador de Diálogo entre funcionário e empresa, foram calculadas na tabela 7
as médias de todas as empresas para cada pergunta (coluna 7), em que se nota que nenhuma
empresa atingiu valor de média 4 (satisfeito), as que apontam neutralidade de opinião dos
funcionários (nem satisfeito - nem insatisfeito) são as relacionadas: a agilidade das respostas
que a empresa fornece ao funcionário, a comunicação entre os setores e o grau que a empresa
escuta o que o funcionário tem a afirmar.
O resultado das médias de todas as empresas é 3,22 para o indicador de Diálogo entre
funcionário e a empresa, isso significa que por todo o ciclo de vida a parte interessada
funcionários tende a ter uma opinião neutra (nem satisfeito - nem insatisfeito) em relação ao
indicador.

4.2.2.5 Resultado para o Indicador de Remuneração e Benefícios

Na tabela 8, são apresentados os dados de satisfação dos funcionários em relação à


remuneração e benefícios. Nota-se que a pergunta (P 5.2) possui a maior média 4,60 na
empresa D, relacionada à remuneração e os benefícios concedidos pela empresa e se
satisfazem as necessidades básicas do funcionário. Porém, a questão com menor média 1,93 é
encontrada na empresa A, o que significa que os funcionários estão muito insatisfeitos aos
efeitos que a remuneração e os benefícios possam gerar como bem estar para a família.
78

Tabela 8 - Dados do Indicador Remuneração e Benefícios para os Funcionários no Ciclo de Vida do


Produto
Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E
Média CV
Perguntas
Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio por pergunta
P5.1 3,2 1,39 4 0,36 4,12 0,35 3,43 1,44 3,92 0,27 3,73
P5.2 2,95 1,39 3,5 0,51 4,25 0,46 4,60 0,54 3,69 0,48 3,79
P5.3 2,6 1,53 3 0 4,12 0,35 3,99 1,05 3 0 3,34
P5.4 2 1,55 2,43 0,62 3,25 1,48 3,76 1,19 3,07 0,27 2,9
P5.5 2,35 1,49 3 0 4 0,53 3,36 0,92 2,3 0,48 3
P5.6 2,65 1,56 3,31 0,47 4,12 0,35 2,96 0,86 3 0 3,2
P5.7 2,5 1,53 1,93 0,44 4,12 0,35 2,63 0,91 4,46 0,77 3,12
Média (DP) Geral 2,6 (1,55) 3,02 (0,68) 4 (0,71) 3,53 (1,18) 3,35 (0,77) 3,3
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Na média geral do indicador por empresa, a análise constatou que somente a empresa
C atingiu valor médio de 4, ou seja, os funcionários desta empresa afirmam estarem satisfeitos
com a remuneração e benefícios e o desvio padrão é 0,71 representando pouca variação de
opiniões entre os respondentes. Com médias próximas a 3 e 3,5 estão as empresas B, D e E,
significa que a opinião dos funcionários é neutra (nem satisfeito - nem insatisfeitos), no
entanto, a empresa D possui maior desvio padrão (1,88), apontando uma grande variação das
respostas sobre o grau de satisfação entre os seus funcionários. Já a empresa A entre todas as
empresas apresenta menor média 2,6 (1,55) para a satisfação dos funcionários sobre
remuneração e benefícios e também se percebe pelo desvio padrão que existe uma grande
variação das respostas sobre o grau de satisfação entre seus funcionários.
A avaliação do ciclo de vida para este indicador apresenta na coluna 7 o cálculo da
média por pergunta para todos os funcionários. Nota-se que nenhuma das questões sobre
remuneração e benefícios atingiram o valor 4 de satisfação dos funcionários, com médias
entre 3 e 3,8, as perguntas relacionadas à satisfação da remuneração, das necessidades básicas,
benefícios adicionais, valor dos benefícios e bem estar para os familiares. Os dados indicam
que os funcionários possuem opiniões neutras, sendo que para a pergunta (P 4.5), referente à
política de reajuste de cargos e salários, a média foi de 2,9 indicando a insatisfação dos
funcionários.
Na média geral do ciclo de vida para o indicador de remuneração e benefícios, análise
constatou um valor médio de 3,3. Esta pontuação significa que, por todo o ciclo de vida, os
funcionários não estão nem satisfeitos nem insatisfeitos com o indicador.
79

4.2.2.6 Resultado para o Indicador de Desenvolvimento da Capacidade

A tabela 9 apresenta os resultados da análise do indicador de Desenvolvimento da


Capacidade. Nota-se que a empresa E possui maior média (4,38) para a pergunta sobre o
investimento que a empresa faz na capacidade do funcionário. Já a menor média 1 é
identificada na empresa B, referente á questão acerca do horário de trabalho auxilia no
desenvolvimento da capacidade, o desvio padrão é nulo, reforçando a igualdade de opiniões
entre os funcionários.

Tabela 9 - Dados do Indicador de Desenvolvimento da Capacidade para os Funcionários no Ciclo de Vida


do Produto
Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E Média CV
Perguntas
Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio por pergunta
P6.1 2,57 1,43 2 0,47 2,25 1,48 3 0,73 4,38 0,86 2,84
P6.2 2,38 149 3,5 0,47 1,75 1,48 3,16 1,33 3 1,77 2,75
P6.3 1,95 1,31 1,06 0,25 1,62 1,18 3,98 0,99 1,53 0,51 2,02
P6.4 2,38 1,24 1,93 0,25 1,75 1,4 3,72 1,23 2,53 0,5 2,46
P6.5 3,66 1,43 1 0 2 1,41 3,35 1,62 3,53 0,52 2,7
P6.6 4,19 1,11 3 0 3,25 1,28 2,18 1,14 4,15 0,37 3,35
P6.7 3.5 1,2 3,6 0,25 3,5 0,53 2,39 0,96 3,76 0,92 3,31
Média (DP) Geral 2,75 (1,51) 2,29 (0,94) 2,3 (1,42) 3,11 (0,98) 3,27 (1) 2,74
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Na média geral entre as empresas, a análise demonstra que nenhuma das 5 empresas
atingiram elevado grau de satisfação dos funcionários. As empresas D e E mantiveram-se com
valores entre 3 e 3,5 denotando-se que os funcionários não estão nem satisfeitos nem
insatisfeitos com o investimento da empresa no desenvolvimento de suas capacidades, porém,
o desvio padrão é acima de 1, significando que os funcionários não possuem as mesmas
opiniões sobre as questões elaboradas para o indicador.
Na tabela 9, as empresas A, B e C atingiram valores de médias abaixo de 3 e o desvio
padrão acima de 1, o que significa que os funcionários destas três empresas, estão insatisfeitos
com o investimento que a empresa faz em suas capacidades, no entanto o desvio padrão acima
de 1 representa uma grande variação das opiniões dos funcionários.
Na tabela 9, encontram-se as médias para cada questão (coluna 7) por todo o ciclo de
vida. Nota-se que as perguntas que atingiram médias entre 3 e 3,5 são: a capacitação que a
80

empresa oferece para desenvolver as qualidades dos funcionários e o tempo livre para exercer
outras atividades. Todas as outras perguntas mantiveram-se abaixo de 3, ou seja, os
funcionários de todas as empresas estão insatisfeitos com o investimento da empresa para
treinamento, com o conforto para exercer as atividades, investimento da empresa na
capacitação intelectual e sobre os cursos e o horários de trabalho.
O indicador de desenvolvimento da Capacidade atingiu uma média geral de 2,75
relacionada ao cálculo de médias das cinco empresas, o que significa que a parte interessada
Trabalhador no ciclo de vida do produto, está insatisfeita com os investimentos que as
empresas empregam ao desenvolvimento de suas capacidades.

4.3 RESULTADO DOS DADOS DOS FORNECEDORES

Para avaliar a satisfação dos fornecedores (empresas B, C e D) no ciclo de vida do


produto, foram aplicados quatro indicadores (conforme seleção no item 3.2.3) que trata da
relação de satisfação do fornecedor com a empresa A, são eles: Reclamações e Diálogo; Grau
que Escuta as Partes; Respeito a Contratos; Apoio e Investimentos.

4.3.1 Resultado dos Indicadores de Reclamações e Diálogo e Grau que Escuta as Partes

A avaliação apresenta os dados na tabela 10 relacionada aos dois primeiros


indicadores mencionados anteriormente. Para Reclamações e Diálogo todas as questões
apontam médias entre 4 e 5. As questões que mais se destacam, como melhor média 5 (muito
satisfeito), foram identificadas na empresa C, são elas: (P 1.2) diálogo nas negociações e
(P1.5) respostas das reclamações.
81

Tabela 10 - Dados sobre os Fornecedores dos Indicadores de Reclamações e Diálogo e Grau que Escuta as
Partes no Ciclo de Vida do Produto

Reclamações e Diálogo Grau que escuta as partes


Perguntas Empresa B Empresa C Empresa D Média Perguntas Empresa B Empresa C Empresa D Média
geral geral
Média Média Média (CV) Média Média Média (CV)
P 1.1 4 4 4 4 P 2.1 4 5 4 4,33
P 1.2 4 5 4 4,33 P 2.2 4 4 4 4
P 1.3 4 4 4 4 P 2.3 5 4 4 4,33
P 1.4 4 4 4 4 P 2.4 5 3 4 4
P 1.5 4 5 4 4,33 P 2.5 4 3 4 3,66
Média G (DP) 4 (0) 4,4 (0,54) 4 (0) 4,13 Média G (DP) 4,4 (0,54) 3,8 (0,83) 4 (0) 4,06
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para análise do ciclo de vida são apresentadas na quinta coluna as médias de cada
pergunta, considerando as três empresas. Com média 4 (satisfeito) estão as questões: (P 1.1)
reclamações e diálogo entre as empresas; (P 1.3) se o indicador é acessível e eficiente; (P 1.4)
sobre as respostas das reclamações. As perguntas que atingiram médias 5 (muito insatisfeito)
foram as: (P 1.2) Diálogo nas negociações e (P 1.5) qualidade da informação.
A média geral por empresa para o indicador de Reclamações e Diálogo encontra-se na
última linha. As empresas B e C apresentam valores iguais a 4 (0), sendo que a média
representa a satisfação dos fornecedores neste indicador em relação à empresa A, notando-se
com o valor do desvio padrão que os fornecedores opinaram da mesma forma para todas as
questões. Já a empresa C atingiu uma média maior de 4,4 (0,54), sendo que este fornecedor
encontra-se satisfeito, com uma diferença de 0,4 de média entre as demais empresas, devido
as perguntas (P 1.5 e P 1.2) que atingiram a nota 5 (muito satisfeito).
No cálculo da média geral para as três empresas, o indicador de reclamações e diálogo
atingiu o valor de (4,13), que representa a satisfação dos fornecedores em relação à empresa
A.
A análise do indicador sobre o Grau que Escuta as Partes é representada nos dados da
tabela 10. Com maior média 5 (muito satisfeito) foram identificadas três questões, a primeira
na empresa C, é a pergunta (2.1) em que a empresa escuta e respeita a opinião do fornecedor.
Na empresa B estão as outras duas questões que tiveram nota 5, são elas: (P 2.3) negociações
de prazo; (P 2.4) mudanças ocorridas.
Com nota 3 (nem satisfeito nem insatisfeito) foi identificado na empresa C às
questões: (P 2.4) mudanças ocorridas e (P 2.5) reuniões na empresa a pedido do fornecedor.
As outras questões nesta empresa encontram-se com notas 4 (muito satisfeito).
82

Na média geral, a empresa B atingiu melhor média entre as demais, de 4,4 (0,54) com
uma diferença de 0,4 sendo maior que a empresa D. Porém, o desvio padrão da empresa B
(0,54) representa variação na satisfação entre as questões, enquanto que a empresa D não
houve variação das pontuações. No entanto as duas empresas estão satisfeitas com o grau que
a empresa A escuta o fornecedor. Já para menor média é constatado na empresa C a média 3,8
(0,83), que representa uma opinião neutra do fornecedor (nem satisfeito nem insatisfeito).
Na última coluna, estão apresentados as médias das perguntas envolvendo os três
fornecedores. Percebe-se que a questão (P 2.5) sobre negociações entre as partes e (P 2.4)
mudanças ocorridas, atingiram médias 4 (satisfeito). Com as maiores médias (4,33)
encontram-se as questões: (P 2.1) se a empresa A escuta e respeita a opinião do fornecedor e
(P 2.3) sobre negociações de prazos.
A média geral, envolvendo todos os fornecedores, atingiu nota 4,06. Significa que por
todo o ciclo de vida os fornecedores encontram-se satisfeitos com o grau que a empresa A
escuta as partes.

4.3.2 Resultado dos Indicadores de Respeito a Contratos e Apoio a Investimentos

Na tabela 11, encontra-se o resultado da análise dos dados dos indicadores de Respeito
a Contratos e Apoio a Investimentos para os Fornecedores.
Sobre o indicador de Respeito a Contratos as perguntas que atingiram nota 5,
identificadas na empresa C, foram: (P 3.1) grau de satisfação sobre o contrato; (P 3.2)
satisfação sobre o pagamento do contrato; (P3.5) sobre a clareza da informação do contrato.
83

Tabela 11 - Dados sobre os Fornecedores dos Indicadores de Respeito a Contratos e Apoio a Investimentos
no Ciclo de Vida do Produto
Respeito a Contratos Apoio a Investimentos
Perguntas Empresa B Empresa C Empresa D Média Perguntas Empresa B Empresa C Empresa D Média
geral geral
Média Média Média Média Média Média
P 3.1 4 5 4 4,33 P 4.1 3 3 4 3,33
P 3.2 3 5 4 4 P 4.2 3 3 4 3,33
P 3.3 4 3 4 3,66 P 4.3 3 4 4 3,66
P 3.4 3 4 4 3,66 P 4.4 3 4 4 3,66
P 3.5 4 5 4 4,33 P 4.5 4 3 4 3,66
Média G (DP) 3,6 (0,54) 4,4 (0,89) 4 (0) 4 Média G (DP) 3,2 (0,44) 3,4 (0,54) 4 (0) 3,53
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Na empresa D todas as questões possuem nota 4, já na empresa B duas perguntas estão


com o mesmo valor 3 (nem satisfeito nem insatisfeito), são elas: (P 3.2) satisfação sobre o
pagamento referente ao contrato; (P 3.4) sobre o cumprimento da empresa A sobre os prazos
no contrato.
Na quinta coluna da tabela 11, estão descritos as médias das perguntas envolvendo
todos os três fornecedores. As perguntas que atingiram maior média 4,33 são: (P 3.1) grau de
satisfação do contrato e a pergunta (P 3.5) sobre clareza das informações. Com uma diferença
de média 0,33 encontra-se a questão (P 3.2) sobre a satisfação dos fornecedores em relação ao
pagamento.
Com média 3,66 estão às questões P 3.3 e P 3.4, isso denota que os fornecedores não
estão nem satisfeito nem insatisfeito com relação aos benefícios e o cumprimento do prazo do
contrato.
A média geral para cada empresa é apresentada na última linha da tabela 11, nota-se
que a empresa C apresenta maior média 4,4 (0,89) significa que no geral, o fornecedor está
satisfeito com a empresa A referente o respeito a contrato que a mesma exerce, entretanto o
desvio padrão apresenta certa variação de notas para cada resposta, nos quais algumas
perguntas variam de pontuação. Já com uma diferença de 0,4 de média encontra-se a empresa
D com média 4 (0) este fornecedor está satisfeito com o indicador e as questões apresentam
mesmo grau de satisfação.
A empresa B apresenta menor média entre as demais, de 3,6 (0,54) este fornecedor
está nem satisfeito nem insatisfeito com o indicador de respeito a contratos, porém o desvio
padrão denota uma variação no grau de satisfação para algumas perguntas, como pode ser
visto na segunda coluna em que algumas questões atingiram média 4 (satisfeito).
84

O indicador atingiu a média geral 4, ou seja, pode-se afirmar que os fornecedores


envolvidos no ciclo de vida do produto encontram-se satisfeitos com relação ao respeito que a
empresa A possui no contrato do seu fornecedor.
A avaliação do indicador de apoio e investimento que a empresa A estabelece com
seus fornecedores, está apresentada na tabela 11. Nota-se que nenhuma das questões, entre os
três fornecedores, atingiram nota 5 (muito satisfeito). Com menor valor 3 (nem satisfeito nem
insatisfeito) estão as questões: (P 4.1) sobre o apoio financeiro que a empresa A oferece aos
fornecedores (empresa B e C); (P 4.2) sobre investimento em máquinas, sendo identificado
nas empresas B e C; (P 4.3 e P 4.4) sobre o investimento em RH e divulgação do trabalho do
fornecedor, identificado na empresa B; por último a pergunta 4.5 sobre o apoio que a empresa
A oferece ao fornecedor, apontado somente na empresa C.
A análise aponta uma média geral para cada fornecedor envolvido no ciclo de vida. A
empresa D se diferencia das demais com maior média 4 (0) significa que o fornecedor está
satisfeito com apoio e investimento que recebe da empresa A, nota-se que todas as questões
atingiram mesmo valor.
A empresa B apresenta médias 3,2 (0,44) e a empresa C 3,4 (0,54) as duas atingiram
uma diferença de média 0,2. Significa que os dois fornecedores encontram-se nem satisfeitos
nem insatisfeitos com o apoio e investimento proporcionado pela empresa A, porém as duas
empresas divergem na pontuação para cada questão, como pode ser identificado nas colunas 7
e 8.
Para análise geral por todo o ciclo de vida do produto, a última coluna apresenta
médias das questões envolvendo todos os fornecedores. Todas as perguntas estão com médias
próximo a 3 (nem satisfeito nem insatisfeito). A média geral do indicador é de 3,53 representa
uma opinião neutra dos fornecedores envolvidos no ciclo de vida, eles estão nem satisfeitos
nem insatisfeitos com apoio e investimento prestado pela empresa A.

4.4 RESULTADO DOS DADOS RELAÇÃO EMPRESA CLIENTE

Na tabela 12, é apresentada a análise dos dados referente ao questionário no apêndice


5, que avalia o grau de satisfação do cliente com os procedimentos adotados pela empresa A.
A satisfação do cliente é avaliada de acordo com os indicadores de Informações no Rótulo,
Informações de Risco e Manutenção do Produto.
85

No indicador de Informações no Rótulo o cliente avaliou as perguntas entre os valores


de 4 e 3, nenhuma das questões atingiu a nota máxima de 5 (muito satisfeito). No entanto, o
cliente confirma satisfação em relação às informações que constam no rótulo do produto e que
se apresentam ótima leitura, cores, símbolos legíveis e de fácil interpretação. A análise
demonstra também que o cliente está satisfeito com a informação para contato com a empresa
que desenvolve o produto. Porém em duas perguntas o cliente diz está, nem satisfeito nem
insatisfeito, sobre a pergunta que se refere aos procedimentos exigidos para os dados técnicos
do produto.

Tabela 12 - Dados sobre os Indicadores de Informações no Rótulo, Riscos e Manutenção do Produto para
a Empresa Cliente no Ciclo de Vida do Produto

Perguntas Empresa Informações no rótulo Informações de risco Manutenção do produto


Cliente E
Média Média Média
P 1.1 4 3 1
P 1.2 4 3 1
P 1.3 3 3 3
P 1.4 4 4 3
P 1.5 4 3 4
P 1.6 3 2 4
P 1.7 4 4 4
Média G (DP) 3,71 (0,45) 3,14 (0,63) 2,85 (1,24)
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

O indicador de Informação no Rótulo atingiu uma média geral de 3,71 (0,45) a média
significa que o cliente está nem satisfeito nem insatisfeito. Nota-se que esta média ocorre em
função de duas perguntas P 1.3 e P 1.6 que tiveram nota 3 e todas as demais possuem nota 4
(muito satisfeito). Para este indicador atingir a média geral 4 de satisfeito, seria necessário a
mais 0,29 de média, desta forma pode-se afirmar que o cliente possui uma opinião mais
satisfatória para as informações no Rótulo.
Os dados na tabela 12, sobre o indicador de Informações de Risco do produto é
demonstrado na terceira coluna as questões que o cliente selecionou com o valor 4. Desta
forma, o cliente encontra-se satisfeito sobre as soluções em caso de acidente e informações
para contato no rótulo do produto. Já as perguntas (P 2.1; P 2.2; P 2.3 e P 2.5) apresentam
nota 3, significa que o cliente não está nem satisfeito nem insatisfeito sobre as informações de
86

risco do produto, de manutenção e se elas são de fácil e rápida interpretação para prevenção
de acidentes. O cliente está insatisfeito com as informações de risco no manual do produto,
avaliando a questão com a nota 2.
A análise constatou a média geral de 3,14 (0,63) para o indicador de Informações de
Risco, significa que o cliente está nem satisfeito nem insatisfeito com este indicador, exceto
nas questões (P 2.4) e (P2.7) que o cliente afirmou está satisfeito.
O resultado da análise do indicador de Manutenção do Produto é apresentado na tabela
12 (quarta coluna). Nota-se que o cliente está satisfeito somente com a qualidade do produto
trocado ou consertado e sobre a satisfação na manutenção do produto. Já para as informações
contidas no manual e a qualidade desta informação o cliente selecionou a nota 3 (nem
satisfeito nem insatisfeito).
A análise apresenta duas questões com nota 1(muito insatisfeito) denota que o cliente
está muito insatisfeito no atendimento para pedido de troca e no tempo da manutenção ou
troca do produto. Percebe-se na última linha a média geral de 2,85 (1,24) para o indicador de
Manutenção do Produto, a média significa que o cliente está insatisfeito com o indicador, no
entanto o desvio padrão (1,24) aponta que existe uma variação na satisfação ou insatisfação
do cliente, pode ser confirmado pelas notas apresentadas na quarta coluna.

4.5 RESULTADO DOS DADOS DA COMUNIDADE LOCAL

Na tabela 13, apresenta-se os dados da avaliação para a comunidade local, ao redor das
empresas envolvidas no ciclo de vida do produto. Foram entrevistados dois moradores
vizinhos à cada empresa, a avaliação se fez por meio do indicador de “Segurança, Cuidados e
Condições de Vida Saudáveis” apresentado pela UNEP/SETAC (quadro 3) avaliando o grau
de satisfação, dos indivíduos da comunidade diante da conduta da empresa, o indicador foi
construído por meio de perguntas contidas no questionário do apêndice 06.
87

Tabela 13 - Dada sobre a Comunidade Local na Avaliação do Ciclo de Vida do Produto


Indicador de Segurança, Cuidados e Condições de Vida Saudáveis.
Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E Média CV
Perguntas
Média Média Média Média Média por pergunta
P1.1 5 4,5 5 5 5 4,9
P1.2 4,5 4 5 5 5 4,7
P1.3 5 5 5 5 5 5
P1.4 4 4 4,5 5 4,5 4,4
P1.5 4 5 5 5 4 4,6
P1.6 3,5 5 5 5 3 4,3
Média (DP) Geral 4,33 (0,55) 4,58 (0,44) 4,91 (0,18) 5 (0) 4,41 (0,73) 4,65
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Nota-se que os indivíduos da comunidade ao redor da empresa A, estão muito


satisfeitos com o nível de barulho e o lixo ou resíduos industriais gerados pela empresa. Estão
satisfeitos com o nível de odor emitido pela atividade produtiva, como também, estão
satisfeitos em ter a empresa como vizinha e com os benefícios que sua atividade proporciona
para o comércio.
A menor pontuação, que a avaliação constatou na comunidade ao redor da empresa A,
foi à pergunta 1.6 que atingiu a média 3,5 isso significa que a vizinhança encontra-se nem
satisfeita nem insatisfeita com a criação de empregos para a comunidade. Percebe-se que a
empresa não emprega maior parte de seus funcionários vindos da comunidade ao redor.
Na empresa B, os indivíduos da comunidade estão muito satisfeitos com as seguintes
questões: (P 1.3) com o lixo gerado pela empresa; (P 1.5) benefícios que a empresa gera para
o comércio e; (P 1.6) sobre a criação de empregos na comunidade. Encontram-se satisfeitos
com o odor emitido da atividade produtiva e em ter a empresa como vizinha.
Na empresa C, o resultado dos dados apontam que a comunidade está muito satisfeita
com o nível de barulho, o odor e o lixo criados da atividade produtiva da empresa. Também
atingiram a média 5 (muito satisfeito) com a criação de empregos e com os benefícios para o
comércio da comunidade local. Somente a pergunta (P 1.4) atingiu a média 4,5 (satisfeito), ou
seja, a comunidade encontra-se satisfeita em ter a empresa como vizinha.
Na empresa D, todas as questões atingiram média máxima, a comunidade local está
muito satisfeita com o indicador de Segurança, Cuidados e Condições de Vida Saudáveis.
Já a empresa E, somente três perguntas atingiram a nota máxima de 5 (muito
satisfeito), são elas: (P1.1) sobre o barulho feito pela empresa; (P1.2) o odor emitido pela
atividade produtiva; (P 1.3) o lixo para a comunidade. As questões (P 1.4 e P 1.5) atingiram o
88

grau de satisfação, ou seja, a comunidade local está satisfeita em ter a empresa E como
vizinha e com o benefício que a mesma gera para o comercio local. A única pergunta que
atingiu a média 3 foi a (1.6) significa que os indivíduos da comunidade ao redor da empresa
E, não estão nem satisfeitos nem insatisfeitos com a criação de empregos gerados pela
mesma.
Na média geral por empresa, apresentada na última linha da tabela 13, os dados
apontam a empresa D com melhor média entre as demais, na satisfação da comunidade local.
Desta forma, os indivíduos da comunidade estão muito satisfeitos com o indicador de
Segurança, Cuidados e Condições de Vida Saudáveis. Com uma diferença de 0,09 (média),
encontra-se a empresa C que atingiu de média 4,91 (0,18), ou seja, a comunidade ao redor da
empresa C encontra-se satisfeita com o indicador. Nota-se uma pequena variação no desvio
padrão, todos os respondentes apresentam opiniões parecidas.
Em seguida, a empresa B com 4,58 (0,44) de média e desvio padrão, a empresa E com
média 4,41 (0,73) e a empresa A com a média 4,33 (0,55). Nota-se que para as três empresas,
a comunidade está satisfeita com o indicador de Segurança, Cuidados e Condições de Vida
Saudáveis. No entanto, existe variação na pontuação para cada questão, enquanto que na
empresa B a comunidade está muito satisfeita com a criação de empregos, nas empresas A e E
esta questão atingiu a média 3 (nem satisfeito nem insatisfeito).
Para avaliação da satisfação na comunidade local no ciclo de vida do produto, na
tabela 13 (7 coluna), foi calculada a média por cada pergunta considerando todas as empresas.
Nota-se que somente a questão (P 1.3) sobre a emissão de lixo no bairro, atingiu a média 5
(muito satisfeito). Com uma diferença de 0,1 a questão (P 1.1) não atingiu a média 5, no
entanto a comunidade encontra-se satisfeita com o ruído criado pelas mesmas. Para as demais
questões (P1.2; P1.4; P1.5 e P1.6) os dados estão com média entre 4,4 e 4,7 significa que para
o odor emitido pela empresa, satisfação em ter como vizinha, criação de empregos e o
comércio a comunidade local encontra-se satisfeita.

4.6 RESULTADO DOS DADOS DA SOCIEDADE

Os resultados da avaliação dos indicadores referentes à sociedade estão descritos na


tabela 14. Os dados para confirmação da Certidão da Receita Federal foram coletados no
endereço eletrônico www.receita.fazenda.gov.br. Nota-se na tabela 14 que as empresas B e C
89

não possuem a certidão da receita com a data atualizada do ano de 2009. As demais empresas
(A, D e E) foram retiradas as certidões com dados atualizados.
Já para o Indicador de Contribuição Previdenciária (INSS), os dados foram
confirmados no seguinte endereço eletrônico: www.previdenciasocial.gov.br. Todas as
empresas estão com o pagamento do INSS confirmado.
O pagamento do FGTS foi confirmado no seguinte endereço eletrônico:
www.caixa.gov.br todas as empresas estão com os pagamentos quitados junto a Caixa
Econômica Federal.

Tabela 14 - Dada dos Indicadores sobre a Sociedade no Ciclo de Vida do Produto


Informações sobre a relação da empresa Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E
com a Sociedade sim não sim não sim não sim não sim não
1 - Certidão da Receita Federal X X X X X
2 - Contribuição Previdenciária - INSS X X X X X
3 - Fundo de Garantia FGTS (Funcionários) X X X X X
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.
90

5 DISCUSSÃO

Neste estudo, os resultados apresentam-se com foco maior para dados de funcionários.
Pode-se perceber na pesquisa que houve uma restrição de dados da comunidade local e
sociedade, pois a aplicação dos indicadores propostos pela UNEP/SETAC, nestas categorias,
exige um maior detalhamento de dados e para coletá-los são imprescindíveis entrevistas,
visitas e questionários referentes a cada um dos indicadores avaliados. Em função do pouco
tempo para coletar dados da comunidade e sociedade, optou-se por avaliar poucos indicadores
nestas categorias.

5.1 DISCUSSÃO DOS DADOS QUANTITATIVOS DOS FUNCIONÁRIOS

A pesquisa identificou 190 funcionários, considerando todas as empresas envolvidas


no ciclo de vida. Isso representa 0,144% dos empregados registrados na indústria metalúrgica
no Estado do Paraná. O cálculo foi feito baseado no DIEESE, que apresentou nos Indicadores
Econômicos e Sociais na Indústria Metalúrgica, o número de empregados no Paraná. No
estado em janeiro de 2008 foram 121.928 trabalhadores, para junho a pesquisa aponta
131.864 funcionários empregados.
No gráfico 15, é apresentado o percentual de funcionários por processo, percebeu-se
que em todo o ciclo de vida emprega-se um maior número de funcionários no processo de
fabricação da válvula solenóide (empresa D) possuindo 68% dos funcionários por todo o ciclo
do produto. Em seguida, a empresa A que desenvolve o produto com 12%. Com percentual de
8%, estão as empresas B (responsável pela fundição) e a empresa E (cliente). Com menor
percentual está à empresa C de usinagem, com 4% do total dos funcionários.
Em relação ao setor que mais emprega funcionários, considerando todo o ciclo de vida
do produto, está o de produção com 59% em seguida o de administração com 31% e pela
chefia com 9%.
91

Total de Funcionários

80%
Total de 190 Funcionários

70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
A B C D E
Total de Funcionários 12% 8% 4% 68% 8%
Empresa

Gráfico 15 – Percentual de Funcionários por Processo no Ciclo de Vida do Produto.


Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para um resultado mais específico, foi elaborado o gráfico 16 que demonstra o


percentual de funcionários por processo para cada setor: Produção, Administrativo e Chefia.
Com intuito de identificar em quais processos empregam-se, mais ou menos, funcionários
entre os setores listados anteriormente. Nota-se que no setor de produção a empresa C,
referente ao processo de usinagem possui maior percentual de funcionários, com 75% de todo
seu corpo funcional. Em seguida o processo de ferramentaria (empresa D) com 68%. A
empresa que desenvolve o produto possui mais da metade de seus funcionários no setor de
produção com 54% . Já o processo de fundição possui 40% dos seus funcionários neste setor.
A empresa E que é cliente não possui setor de produção.
No entanto, a empresa Cliente, em comparação com as demais, possui maior
percentual de funcionários no setor ADM atingindo 87%. Em seguida está o processo de
fundição com 40% do seu corpo funcional no administrativo. A empresa D responsável pela
ferramentaria, possui 27% de funcionários no setor administrativo. A empresa A responsável
por desenvolve e montar o produto possui 23% , nota-se que a empresa C, responsável pelo
processo de usinagem não possui funcionários no setor administrativo. Quem exerce as
atividades administrativas nesta empresa são os próprios funcionários do setor de chefia, que
representa 25% dos seus funcionários neste setor.
O processo de montagem e projeto possui 23% dos seus funcionários no setor de
chefia, em seguida o processo de fundição com 20%, a empresa cliente com 13% dos seus
92

funcionários na chefia. Por ultimo, o processo de ferramentaria com 5% dos seus funcionários
na chefia.

100%
Funcionários por setor

80%

60%

40%

20%

0%
A B C D E
Produção 54% 40% 75% 68% 0%
Administrativo 23% 40% 0% 27% 87%
Chefia 23% 20% 25% 5% 13%

Empresa (Processo)

Gráfico 16 – Percentual de Funcionários por Setor nas Empresas no Ciclo de Vida do Produto.
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

No indicador de Diversidade de Gênero, elaborado por meio das fontes de


Grieβhammer et al. (2007) que apresentam o indicador Igualdade e Oportunidade (quadro
A.2) e o indicador do Corpo Funcional do IBASE (2005), a pesquisa demonstrou que por todo
ciclo de vida 66% dos funcionários são do sexo masculino e 34% do sexo feminino. Quando
se verificou a diversidade de gênero por setor, a produção e os cargos de chefia tiveram
predominância do sexo masculino. Com isso, pode-se afirmar que para o produto analisado
existe uma maior demanda de empregados para o setor de produção e pessoas do sexo
masculino.
De acordo com os dados do gráfico 3, pode ser constatado que somente duas empresas
empregam mulheres no setor de produção. Destas, a que mais emprega funcionários do sexo
feminino na produção é a empresa A, que é responsável pelo processo de montagem e
desenvolvimento do produto, do total de funcionários no setor de produção 92% são
mulheres. Já a empresa D, responsável pelo processo de ferramentaria, no seu setor de
produção 24% são mulheres. Os demais processos não foram identificados mulheres na
produção.
93

No setor administrativo a empresa cliente possui um percentual mais equilibrado de


mulheres, entre as demais empresas, os dados do gráfico 3 demonstra que a empresa E do
total do setor ADM 46% são mulheres. Com aspectos negativos para este setor, encontra-se a
empresa A que possui entre ambos os sexos 20% de mulheres.
No setor de chefia o processo de usinagem apresenta igualdade entre os sexos, já a
empresa A do seu total de funcionários no cargo de chefia 40% são mulheres, corresponde um
índice razoável. Já não é o caso da empresa cliente, que não possui mulheres como chefe.
Em Nível de Escolaridade predominaram os funcionários com ensino médio completo,
que representam 66% dos funcionários por todo o ciclo de vida. Em seguida, 29% dos
funcionários que possuem ou estão cursando o nível superior. Mesmo apresentando um
razoável índice de escolaridade, nota-se que nos processos de montagem do produto e
usinagem há funcionários que ainda não concluíram o ensino fundamental. O resultado desses
dados demonstra que essas empresas devem apoiar esses funcionários à conclusão de seus
estudos.
No indicador de Trabalho Forçado sugeridos pela UNEP/SETAC e PROSA, os dados
de carga horária, período de descanso e contrato (baseados nos limites da CLT) não
apresentaram indícios de trabalho forçado. Porém, os dados coletados para o funcionário
menor de 18 anos, apontam que no processo de usinagem há irregularidade e um excesso de
carga horária. Mesmo que o funcionário menor esteja de acordo com seu contrato, por poder
receber um salário maior e ser registrado em carteira, futuramente este menor pode ser
prejudicado, por ter pouco tempo para se dedicar aos estudos.
O resultado do indicador de Associação Coletiva baseados na descrição feita pela
UNEP/SETAC referente ao indicador Liberdade de Associação e Negociações Coletivas,
pode identificar no gráfico 6 que por todo o ciclo de vida do produto somente o processo de
usinagem não possui funcionários sindicalizados. A empresa D possui 70% dos seus
funcionários sindicalizados e apresenta melhor aspecto no indicador de reunião coletiva com
duas reuniões, seguida de dois contratos ao ano. Já o processo E possui uma reunião e um
contrato, as demais empresas não apresentaram pontuação para este indicador.
Para o aspecto de saúde e segurança (gráfico 5), os dados demonstraram que há
indicação de acidentes no trabalho com afastamento ao ano. Na fabricação da válvula
solenóide e confecção de moldes houve um acidente com afastamento e quatro acidentes sem
afastamento. Nos processos de fundição, usinagem e montagem do produto ocorreram
acidentes sem afastamento. Já a empresa cliente não foi identificado acidente. Percebe-se que
94

nas atividades de produção com a manipulação de máquinas e na confecção das peças, há


acidentes e riscos maiores para a saúde e segurança do funcionário.
Para melhor compreender os aspectos de saúde e segurança do trabalhador o PROSA
no quadro A.2 apresenta o indicador de “Segurança e Condições Saudáveis no Trabalho” em
que avalia a estrutura do trabalho (barulho, fumaça, poeira, calor, insuficiência de energia)
além de outras medidas básicas adotadas pela organização. Entre as quais, estão apresentadas
nos gráficos 12 e 13.
Não houve confirmação dos funcionários das empresas A e C sobre treinamento e
simulação de acidente. Todas as empresas atingiram notas acima de 50%, confirmando boas
condições para a saúde, entretanto sobre o desconforto com ruído a empresa D atingiu mais de
50% de confirmação. Para o odor todas as empresas apresentam percentual favorável, sendo
suportável o odor, a respeito da temperatura também se mantém agradável.
Somente no processo de fabricação da válvula solenóide, foi constatado pelos
funcionários que existe CIPA e atividades relacionadas ao treinamento de segurança no
trabalho. Mesmo apresentando um índice maior para acidentes, é a empresa que mais investe
em saúde e segurança por todo o ciclo de vida. As demais empresas possuem aspectos
negativos sobre CIPA. Já para a estrutura de proteção e uso de material todas as empresas
apresentam percentual elevado de afirmações positivas.
Para benefícios e remuneração as empresas A e B apresentam aspectos razoáveis
próximo a 50% de afirmações positivas dos entrevistados. Já no indicador de descanso para
eliminar a fadiga todas as empresas apresentam aspectos positivos, com pontuações acima de
50% de respostas afirmativas.
Nota-se com o resultado do indicador de Saúde e Segurança que nos processos de
montagem do produto, fundição, usinagem e cliente devem-se investir mais em treinamento e
implantação da CIPA dentro das empresas.

5.1.1 Discussão dos Resultados dos Dados Semi-Quantitativos relação empresa e funcionário

Neste item serão discutidos os resultados dos indicadores sociais que mede a
satisfação dos funcionários, a avaliação ocorreu por meio das médias gerais obtidas nos
resultados apresentados nas tabelas do item 4.2.2. Com intuito de apresentar os pontos
positivos e negativos dos indicadores por cada processo, ou seja, por cada empresa. É
95

considerado pela autora da pesquisa que os pontos positivos é apresentado pela pontuação
acima de 4 e negativo abaixo de 4 na escala de intensidade.
Desta forma, podem-se identificar em quais processos no ciclo de vida do produto, os
indicadores sociais apresentam satisfação ou insatisfação dos funcionários. Para tanto, foi
elaborado a tabela 15, no qual a primeira coluna estão listados os indicadores sociais, nas
demais colunas estão os resultados das médias gerais para cada empresa envolvida no ciclo de
vida do produto.

Tabela 15 – Média Geral dos Indicadores de Satisfação dos Funcionários por Empresa no Ciclo de Vida
do Produto
Média Geral por Empresas (ou processos)
INDICADORES SOCIAIS
A B C D E
Trabalho Forçado 4,12 (1,00) 3,81 (0,57) 4,05 (0,72) 4,75 (0,52) 3,82 (0,65)
Proteção à Maternidade 3,07 (1,27) 4,02 (0,67) - 4,28 (0,47) 4,53 (0,68)
Sindicato e Associação Coletiva 2,55 (1,48) 2,56 (1,26) 1,42 (0,87) 3,08 (1,29) 3,28 (1,21)
Diálogo entre Funcionário e a Empresa 3,15 (1,36) 2,84 (0,68) 4,01 (0,77) 2,82 (1,06) 3,29 (0,90)
Remuneração e Benefícios 2,6 (1,55) 3,02 (0,68) 4,00 (0,71) 3,53 (1,18) 3,35 (0,77)
Desenvolvimento da Capacidade 2,75 (1,51) 2,29 (0,94) 2,3 (1,42) 3,11 (0,98) 3,27 (1)
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Nota-se que o processo desenvolvimento e montagem do produto, os funcionários


estão satisfeitos somente com o indicador de Trabalho Forçado, com opinião neutra estão os
indicadores de Proteção a maternidade e diálogo entre os funcionários. Para os demais
indicadores, os funcionários da empresa A estão insatisfeitos.
No processo de fundição, somente o indicador de Proteção a Maternidade atingiu grau
de satisfação das funcionárias. Os funcionários estão neutros em relação a Trabalho Forçado e
Remuneração e Benefícios, para os demais indicadores os funcionários da empresa B
encontram-se insatisfeitos.
Em comparação com as demais empresas, o processo de usinagem apresenta mais
satisfação dos funcionários, nos indicadores de Trabalho Forçado, Diálogo entre Funcionário
e a Empresa, Remuneração e Benefícios. No entanto, é o único processo que apresenta um
indicador com muita insatisfação dos funcionários, sobre Sindicato e Associação Coletiva. Os
dados quantitativos no gráfico 6, apontam que a empresa não sindicaliza seus funcionários e
por ano não é realizado nenhuma reunião coletiva.
No processo de ferramentaria, a pesquisa conclui que os funcionários estão satisfeitos
somente com o indicador de Trabalho Forçado e Proteção a Maternidade. Entretanto, estão
96

insatisfeitos com o diálogo que possui com a empresa. Para os demais indicadores os
funcionários possuem uma opinião neutra.
Na empresa Cliente, somente o indicador de Proteção a Maternidade atingiu o grau de
satisfação. Para os demais indicadores, os funcionários se posicionaram de forma neutra.
De acordo com o resultado dos indicadores no ciclo de vida do produto (gráfico 17), a
avaliação aponta que, somente o indicador de Trabalho Forçado obteve satisfação da parte
interessada Trabalhador. No entanto, nenhum indicador atingiu a média geral de muito
satisfeito. Os demais indicadores sociais estão qualificados entre muito insatisfeito e neutro.

4,5

4
Média geral no ciclo de vida

3,5

2,5

1,5

0,5

0 Sindicato e Diálogo entre


Proteção à Remuneração e Desenvolvimento
Trabalho Forçado Associação Funcionário e a
Maternidade Benefícios da Capacidade
Coletiva Empresa

Média 4,11 3,97 2,57 3,22 3,3 2,74

INDICADORES

Gráfico 17 – Média Geral dos Indicadores de Satisfação dos Funcionários no Ciclo de Vida do Produto.
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Para uma discussão mais detalhada observando o processo de produção, foram


elaborados os itens abaixo, analisando o grau de satisfação dos funcionários relacionados aos
indicadores avaliados por cada processo.
97

5.1.1.1 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Trabalho Forçado

O primeiro indicador apresentado na tabela 15 é Trabalho Forçado, que corresponde às


perguntas (questionário apêndice 01) baseadas nos conteúdos apresentados pela
UNEP/SETAC e o Instituto PROSA (tabela A.2).
A avaliação do resultado aponta os aspectos negativos para este indicador, no qual o
processo de fundição (empresa B) e na empresa cliente (E) apresentam média geral próximo a
3,8. Para atingir o grau de satisfação seria necessário a mais 0,2 de média.
Mesmo que algumas perguntas tenham atingido a média 4 (satisfeito) como pode ser
verificado na tabela 4 para a somatória de todas as respostas, os funcionários das empresas B
e E possuem uma opinião neutra, o que corresponde à escala de intensidade utilizada como
nem satisfeitos nem insatisfeitos.
Para os aspectos positivos, no indicador de Trabalho Forçado o resultado aponta o
processo de ferramentaria (empresa D) com média geral 4,75 (0,52). Significa que os
funcionários desta empresa, encontram-se satisfeitos com o indicador de Trabalho Forçado.
Entretanto, nota-se com o desvio padrão que existe uma variação nas respostas dos
entrevistados e que existe uma diferença de média de 0,25 para que o indicador atinja a nota 5
de muito satisfeito. Esses dados apontam que os funcionários afirmam satisfação na maior
parte das questões e que o grau de satisfação está bem próximo a muito satisfeito.
Também com aspectos positivos, o processo de montagem e desenvolvimento do
produto (empresa A) com média geral de 4,12 (1,0). Na seqüência o processo de usinagem
com 4,05 (0,72). Nas duas empresas, os funcionários estão satisfeitos sobre as questões
avaliadas no indicador de Trabalho Forçado.

5.1.1.2 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Proteção a Maternidade

O indicador de Proteção à Maternidade as questões foram formuladas baseadas nos


direitos das mulheres, apresentado no item de Proteção do Trabalho da Mulher no artigo 392
da CLT.
O resultado da avaliação do indicador de Proteção a Maternidade indica que, no ciclo
de vida do bloqueador os aspectos negativos está presente na empresa que desenvolve e
98

monta o produto. Na segunda coluna da tabela 15, a empresa A atingiu a média 3,07 (1,27),
significa uma opinião neutra, referente às questões sobre a conduta da empresa com a
funcionária gestante. Nota-se que o desvio padrão 1,27 representa uma variação das notas dos
respondentes.
Desta forma, pode ser conferido na tabela 5 que as respostas atingiram notas entre 1 e
3. Conclui-se que para Proteção a Maternidade as funcionárias da empresa A possuem uma
opinião neutra, mas percebe-se na análise dos resultados que as respostas variam mais para a
insatisfação.
É importante realçar, que o processo de usinagem não apresenta mulheres, não possui
nota na tabela 15 e não está sendo contabilizado para o cálculo de média.
A empresa Cliente, em comparação com as demais, apresenta melhor aspecto positivo
para o indicador de Proteção a Maternidade, com média geral de 4,53 (0,68). O dado aponta
satisfação das funcionárias.
Na seqüência, encontram-se os processos de ferramentaria e fundição que apresentam
satisfação das funcionárias, entretanto pode-se notar uma diferença entre as médias de 0,27 e
que representa uma grande diferença nas notas para cada questão. Nota-se na tabela 5 o
processo de fundição (empresa B) possui mais perguntas com média 3 do que o processo de
ferramentaria (empresa D). Mesmo que ambas tenham médias parecidas, o grau de satisfação
das questões é avaliado pelas funcionárias de forma diferente, os dados apontam que o
processo de ferramentaria possui mais aspectos positivos em comparação ao processo de
fundição.

5.1.1.3 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Sindicato e Associação Coletiva

No indicador de Sindicato e Associação Coletiva todas as empresas atingiram média


geral abaixo de 4 (satisfeito). Os aspectos mais negativos apresentam-se nos processos de
usinagem com média 1,42 (0,87) que representa muita insatisfação dos funcionários. Em
seguida os processos de montagem do produto (empresa A) e fundição, com médias próximo
a 2,50 e desvio padrão acima de 1. Significa que os funcionários opinaram entre muito
insatisfeitos e insatisfeitos as questões referente a atuação do sindicato e a disponibilidade de
reuniões coletivas.
99

Com melhor pontuação, mas enquadradas nos aspectos negativos, estão as empresas D
( processo de ferramentaria) e a empresa E (cliente) com média entre 3 e 3,3 e o desvio padrão
acima de 1. Nota-se na tabela 6, que para as duas empresas os funcionários variam de opinião
entre muito insatisfeito, satisfeito e neutro. Considerando para os pontos positivos na
avaliação as notas são acima de 4. Conclui-se que o indicador de Sindicato e Associação
Coletiva não apresentou aspectos positivos na avaliação no ciclo de vida do produto.

5.1.1.4 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Diálogo entre o Funcionário e Patrão

O Instituto ETHOS (2007) sugeriu mediar à satisfação dos funcionários sobre seu
diálogo com o padrão, por meio do indicador de Diálogo entre Funcionário e a Empresa. O
presente estudo avaliou o indicador, conforme análise dos resultados no item 4.2.2 na tabela
7, com intuito de verificar em quais processos ocorreram pontos positivos e negativos.
Nota-se na tabela 15, que o único processo que apresenta pontos positivos é de
usinagem com média 4,01 (0,77) indica que, de forma geral os funcionários no processo de
usinagem estão satisfeitos com o diálogo que possuem com o patrão. No entanto, o desvio
padrão aponta uma variação nas notas assinaladas pelos respondentes. Verificando a tabela 7,
a empresa C, responsável pelo processo de usinagem, apresenta algumas perguntas com
média 3. Conclui-se que, no geral os funcionários estão satisfeitos com o indicador, porém
para algumas questões envolvendo a comunicação com a empresa, os dados apontam opinião
neutra.
Os aspectos negativos apontado pelo resultado da avaliação, encontram-se de forma
mais crítica nos processos de ferramentaria com média 2,82 (1,06) e fundição com média 2,84
(0,68). Os funcionários destes processos estão insatisfeitos com o diálogo que possui com a
empresa e o desvio padrão, em ambos os casos, apresenta variação nas notas dos
respondentes. No processo de ferramentaria nota-se na tabela 7, que algumas perguntas
atingiram médias entre 1 de muito insatisfeito e 4 (satisfeito), porém para o processo de
fundição (empresa B) as médias estão entre 2 e 3.
Para o processo de montagem do produto e a empresa cliente, apresentam pontos
negativos para o indicador de diálogo entre funcionário patrão. A empresa E possui média
geral de 3,29 (0,90) e com uma diferença 0,14 de média a menos está à empresa A, que
atingiu média geral de 3,15 (1,36). Nos dois processos os funcionários possuem uma opinião
100

neutra. No entanto, o valor do desvio padrão denota para uma variação nas notas dos
respondentes, retornando a tabela 7 pode-se verificar com mais precisão as médias por
perguntas. Na empresa cliente, as perguntas atingiram médias entre 1 de muito insatisfeito até
4 (satisfeito). Já no processo de montagem e desenvolvimento do produto as questões
apresentam médias entre 2 de insatisfeitos e 3 (nem satisfeito nem insatisfeito).

5.1.1.5 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Remuneração e Benefícios

As perguntas elaboradas para avaliação do indicador de Remuneração e Benefícios,


foram baseadas na descrição feita pelo Instituto PROSA (2006) na tabela A.2. O resultado da
avaliação de satisfação dos funcionários para com seus salários e benefícios aponta como
ponto positivo, somente o processo de usinagem, que atingiu a média geral 4,01 (0,77) (tabela
15). Entretanto, o valor do desvio padrão denota variação nas respostas dos funcionários, no
qual pode ser verificada na tabela 8, em que a questão de política e reajuste de salário, os
funcionários encontram-se nem satisfeitos nem insatisfeitos.
Os aspectos negativos para o indicador de Remuneração e Benefícios apresentam-se
nos processos de montagem e desenvolvimento do produto, fundição, ferramentaria e cliente.
Nota-se na tabela 15, que a empresa A corresponde a menor média entre as demais, de forma
geral os funcionários estão muito insatisfeitos com as questões sobre remuneração e
benefícios.
A avaliação do indicador afirma que os funcionários dos processos de fundição,
ferramentaria e a empresa estão nem satisfeitos nem insatisfeitos com a remuneração e
benefícios. No entanto, na tabela 8 pode ser verificado que o processo de fundição as questões
sobre remuneração e benefícios atingiram médias entre 1 de muito insatisfeito e 4.

5.1.1.6 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Desenvolvimento da Capacidade

As perguntas para avaliar o indicador de Desenvolvimento da Capacidade, foram


baseadas nas descrições feitas pelo instituto PROSA (2007) e o grupo de Força Tarefa da
Iniciativa do Ciclo de Vida da UNEP/SETAC (2008).
101

Na tabela 15, é apresentado por processo, o resultado da avaliação de satisfação dos


funcionários sobre o investimento da empresa em desenvolvimento da capacidade dos
empregados. Os dados apontam que todos os processos apresentam aspectos negativos e que
todas as empresas estão com média geral abaixo de 4.
Os processos de usinagem e fundição encontram-se em uma situação mais crítica, com
menor média geral entre as demais empresas. A média geral 2,30 afirma que os funcionários
estão insatisfeitos com o investimento da empresa em suas capacidades. Porém, verificando
com mais detalhe a tabela 9, os funcionários dos processos de usinagem e fundição afirmaram
muita insatisfação em algumas questões, as notas variam entre 1 (muito insatisfeito) até 3
(nem satisfeito nem insatisfeito).
Com uma diferença a mais de média 0,45 o processo de montagem e desenvolvimento,
também se enquadra no grau de insatisfação dos funcionários para desenvolvimento da
capacidade. Entretanto, verificando a tabela 9 a pergunta sobre capacitação das qualidades
apresenta média 4 de satisfeito.
No processo de ferramentaria e na empresa cliente os dados da média geral (tabela 15)
denota que os funcionários estão nem satisfeitos nem insatisfeitos com o indicador. No
entanto, na tabela 9 a empresa cliente, apresenta algumas perguntas que atingiram satisfação.

5.1.2 Discussão das Médias Gerais dos Dados Semi-Quantitativos dos Funcionários

Como conclusão dos indicadores de satisfação da parte interessada Trabalhador, o


presente estudo apresenta o gráfico 17 contendo as médias dos indicadores sociais,
considerando todos os processos envolvidos na avaliação do ciclo de vida do bloqueador.

5.1.2.1 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Trabalho Forçado

Conclui-se que os funcionários envolvidos no ciclo de vida estão satisfeitos com o


indicador de Trabalho Forçado que atingiu a média 4,11. Todavia, deve ser considerando
algumas perguntas que atingiram média geral menor que 4, podendo ser verificado na tabela
4.
102

O resultado da pesquisa aponta os aspectos que precisam ser melhorados pelas


empresas, tais como: Investir na qualidade da alimentação; Manter o banheiro em condições
de higiene; cumprir as responsabilidades estabelecidas no contrato de trabalho.
Mesmo que os funcionários realizem suas refeições em restaurantes ao redor do local
de trabalho, a empresa que se preocupa com a saúde do trabalhador, adota como
responsabilidade, fiscalizar a qualidade da comida nos restaurantes e criar meios para facilitar
ao funcionário realizar suas refeições em locais adequados.
O banheiro deve ser mantido, em todos os períodos, limpo e com todos os materiais
necessários para higiene do trabalhador, deve está localizado próximo ao ambiente de
trabalho. Essas ações auxiliam a não proliferação de doenças e mantém a saúde e bem estar do
trabalhador.
As empresas precisam ater-se a realizar todos os itens contidos no contrato de trabalho
e adotar ações que possibilitem o cumprimento das leis.

5.1.2.2 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Proteção a Maternidade

O indicador de Proteção a Maternidade, de acordo com a média 3,97 apresentada no


gráfico 17, aponta que a parte interessada Trabalhador está, nem satisfeita nem insatisfeita,
com os cuidados que as empresas operam para com as suas funcionárias gestantes.
Nota-se que, para atingir o grau de satisfação, seria necessário a mais 0,03 de média. O
indicador não atingiu o grau de satisfação em função da nota média que o processo de
montagem e desenvolvimento do produto obteve de 3,07. Mesmo que o indicador não tenha
atingido uma média razoável de satisfação, nota-se na tabela 15, que em alguns processos
como: fundição, ferramentaria e a empresa cliente, existe sim satisfação das funcionárias em
relação às condições de trabalho para a funcionária gestante.
A avaliação do indicador aponta, com as médias gerais das perguntas na tabela 5, que
as empresas devem melhorar ou possibilitar o plano de saúde, disponibilizar tempo para que a
funcionária esteja mais próxima a seu filho. Investir, em caso de emergência, em ações que
garantam atendimento com qualidade para a funcionária gestante. Como também, adotar
ações que possibilitem que a funcionária possa conciliar a sua vida profissional e de mãe.
103

5.1.2.3 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Sindicato e Associação Coletiva

Entre todas as médias dos indicadores, o que apresenta menor pontuação, no gráfico
17, é o indicador de Sindicato e Associação Coletiva. Com a média geral 2,57 a parte
interessada Trabalhador está insatisfeita com a atuação do sindicato e as reuniões coletivas,
que são necessárias para a participação dos funcionários para desenvolvimento da empresa.
Percebe-se na tabela 6, que poucas perguntas atingiram grau de satisfação, o maior percentual
está entre muito insatisfeito e neutro e todos os processos apresentam aspectos negativos.
Pode-se afirmar com avaliação dos dados, que há necessidade de todas as empresas
considerarem a opinião dos funcionários, nos seguintes aspectos apontado pelo indicador de
Sindicato e Associação Coletiva, tais como: Facilita a conversa voluntária entre os
funcionários, incentivar reuniões coletivas, com tempo adequado, para que os empregados
possam participar com sugestões para crescimento da empresa e que deve considerar e
praticar os resultados das reuniões.
A insatisfação aponta também, que as empresas envolvidas no ciclo de vida, precisam
melhor sua relação com o sindicato e apóia-lo para que possa interagir com os funcionários,
na forma de reuniões, atendimento de serviços e atuação no momento de rescisão do
trabalhador.

5.1.2.4 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Desenvolvimento da Capacidade

O gráfico 17, aponta que o indicador de Desenvolvimento da Capacidade apresenta a


média geral de 2,74 significa que a parte interessada Trabalhador, está insatisfeita com os
assuntos que compõem o indicador. Na tabela 7 as médias gerais das perguntas questionadas
aos funcionários, encontram-se abaixo do grau de satisfação.
Na tabela 9, as médias gerais para as perguntas no ciclo de vida, reforça os aspectos
negativos apresentados pelo indicador. No ciclo de vida do bloqueador, a parte interessada
Trabalhador, encontra-se insatisfeita com o investimento das empresas para o
desenvolvimento da capacidade dos empregados. O resultado indica que as empresas devem
investir em treinamento, cursos para desenvolver capacidade intelectual do funcionário. Como
também, na estrutura para o conforto do ambiente de trabalho.
104

5.1.2.5 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Diálogo entre Funcionário e a


Empresa

Um dos indicadores que apresentam aspectos negativos é o de Diálogo entre


Funcionário e a Empresa, que no gráfico 17 apresenta-se com a média 3,22. Significa que os
funcionários, de todas as empresas envolvidas no ciclo de vida, possuem uma opinião neutra
para o indicador.
Pode-se perceber na tabela 7, que os funcionários opinaram entre muito insatisfeito e
neutro sobre os assuntos tratados no diálogo com o padrão.
Pode-se concluir que, as empresas envolvidas no ciclo de vida devem adotar ações que
possibilitem um maior diálogo entre os setores, criar meios para que as respostas sejam
entregue de forma mais rápida e precisa, auxiliar na comunicação entre os funcionários e o
patrão. Também, investir em veículos de comunicação, como jornais e folhetos, para que os
funcionários possam ter conhecimento das ações adotadas pela empresa.

5.1.2.6 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Remuneração e Benefícios

O indicador de Remuneração e Benefícios, também se enquadra nos aspectos


negativos do ciclo de vida do produto. No gráfico 17, apresenta a média geral 3,3 indica que a
parte interessada Trabalhador, possui uma opinião neutra para o indicador. Como pode ser
verificado na tabela 8, as médias gerais das perguntas não atingiram o grau de satisfação dos
funcionários. Conclui-se que as empresas envolvidas no ciclo de vida do produto devem
investir mais na política de reajuste de cargos e salários, adequar o valor dos salários e
benefícios conforme a necessidade de subsistência dos empregados. Desta forma, poderá
beneficiar a saúde e bem estar dos funcionários e seus familiares, possibilitando o crescimento
da satisfação para exercer suas atividades, conseqüentemente um provável aumento da
produtividade.
105

5.2 Discussão das Médias Gerais dos Dados Semi-Quantitativo dos Fornecedores

Neste item, serão discutidas as médias dos indicadores, apontando o grau de satisfação
das empresas fornecedoras perante a conduta da empresa que desenvolve o bloqueador. A
avaliação baseou-se nos seguintes indicadores: Reclamações e Diálogo; Grau que Escuta as
Partes; Respeito a Contratos e Apoio a Investimentos.
Na tabela 16, denota que os fornecedores estão satisfeitos com o indicador de
Reclamações e Diálogo. Todavia, o fornecedor C responsável pelo processo de usinagem
apresenta 0,54 de desvio padrão. Verificando a tabela 10, pode-se afirmar que este fornecedor
está muito satisfeito com o diálogo ocorrido entre as negociações e a qualidade das
informações prestadas pela empresa que desenvolve o produto.
O resultado da tabela, 16 aponta que os fornecedores das empresas, B (fundição) e a
empresa D (ferramentaria), estão satisfeitos com o grau que a empresa A escuta os
fornecedores. Percebe-se na fundição, que o desvio padrão 0,54 representa variação das notas,
verificando a tabela 10, este fornecedor afirma está muito satisfeito com as negociações de
prazos de entrega de produtos e as mudanças ocorridas a pedido do fornecedor.
Entretanto, o processo de usinagem apresenta a média de 3,8 (0,83) o desvio padrão
confirma a variação das respostas. Nota-se na tabela 10, que algumas questões atingiram
satisfação, porém outras apresentam aspectos negativos. Para o fornecedor, não existe nem
satisfação nem insatisfação nas reuniões e mudanças ocorridas a seu pedido.
No indicador de respeito a contratos, os fornecedores responsáveis pelos processos de
usinagem e ferramentaria estão satisfeitos com o respeito que a empresa A realiza nos
contratos junto ao fornecedor. Porém, no fornecedor B as questões variam entre neutro e
satisfeito.
Os fornecedores B e C apresentam uma média geral neutra, estão nem satisfeitos nem
insatisfeitos com o apoio a investimentos oferecido pela empresa. No entanto, o fornecedor D
afirma está satisfeito com o apoio e investimento ofertados pela empresa que desenvolve o
produto.
No ciclo de vida os indicadores de Reclamações e Diálogo, Grau que Escuta as Partes
e Respeito a Contratos, atingiram médias que representam à satisfação da parte interessada
Fornecedor. Por outro lado, com menor pontuação, a parte afirma ser neutra em relação a
apoio e investimento.
106

Tabela 16 – Média Geral dos Indicadores de Satisfação dos Fornecedores no Ciclo de Vida do Produto

Média Geral por Fornecedores (empresas) Média Geral no Ciclo de


INDICADORES
Vida do Produto.
B C D
Reclamações e Diálogo 4,00 (0) 4,4 (0,54) 4,00 (0) 4,13
Grau que escuta as partes 4,4 (0,54) 3,8 (0,83) 4,00 (0) 4,06
Respeito a Contratos 3,6 (0,54) 4,4 (0,89) 4,00 (0) 4,00
Apoio a Investimentos 3,2 (0,44) 3,4 (0,54) 4,00 (0) 3,53
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

5.3 Discussão das Médias Gerais dos Dados Semi-Quantitativo do Cliente

Na tabela 17, são apresentados os resultados das médias gerais para os indicadores
sociais aplicados na avaliação da satisfação do cliente, os quais são: Informações no Rótulo;
Informações de Risco e Manutenção do Produto.
O cliente afirma está nem satisfeito nem insatisfeito com as informações contidas no
rótulo do produto, porém ao verificar o desvio padrão percebe-se que houve variação das
notas. Na tabela 12, pode-se verificar que algumas questões atingiram grau de satisfação.
O indicador de Informações de Riscos, também apresenta aspectos negativos com uma
média de 3,14 (0,63). No entanto, na tabela 12 pode ser verificado que o cliente está satisfeito
somente com as informações no rótulo para auxiliar em caso de acidente e sobre as
informações para contato com a empresa que desenvolve o produto.

Tabela 17 – Média Geral dos Indicadores de Satisfação do Cliente no Ciclo de Vida do Produto
INDICADORES CLIENTE (média geral)
Informações no rótulo 3,71 (0,45)
Informações de risco 3,14 (0,63)
Manutenção do produto 2,58 (1,24)
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Com aspectos mais negativos, encontra-se na tabela 17 o indicador de Manutenção do


Produto, com a média geral de 2,58 (1,24). O cliente afirma está insatisfeito com a
manutenção do bloqueador, nota-se no desvio padrão que há uma variação das notas, como
pode ser analisado na tabela 12, em que o cliente afirma está muito insatisfeito no
atendimento e na agilidade da troca do produto.
107

Conclui-se que a empresa que desenvolve o produto deve trabalhar nos pontos
negativos apresentados pela pesquisa, a fim de garantir satisfação do cliente para o serviço
prestado.

5.4 Discussão das Médias Gerais dos Dados Semi-Quantitativo da Comunidade Local

Na Comunidade Local, a avaliação social ocorreu por meio do indicador de


Segurança, Cuidados e Condições de Vida Saudáveis apresentado pela UNEP/SETAC no
quadro 3.
Os resultados apontam na tabela 18, que as médias gerais nos processos de fabricação
do bloqueador, que na opinião da vizinhança nenhuma das empresas avaliadas apresenta
aspectos negativos. Todas as empresas atingiram médias maior que 4. De acordo com a
pesquisa no processo de ferramentaria, os vizinhos estão muito satisfeitos com os assuntos
avaliados por meio do indicador de Segurança, Cuidados e Condições de Vida Saudáveis.

Tabela 18 – Média Geral do Indicador de Satisfação na Comunidade Local

Segurança, Cuidados e Condições de Vida Saudáveis


Processos A B C D E

Média Geral 4,33 (0,55) 4,58 (0,44) 4,91 (0,18) 5 (0) 4,41 (0,73)
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.

Conclui-se que as empresas não excedem no barulho, no odor e no lixo gerados pelo
processo produtivo do produto. Como também, estão satisfeitos com a geração de empregos e
os benefícios ao comércio para a comunidade ao redor.
108

5.5 Discussão dos Dados da Sociedade

Neste item, será discutida a relação das empresas envolvidas no processo produtivo do
produto perante a Sociedade. A avaliação possibilitou verificar a regularidade das empresas
com pagamento de impostos e os direitos trabalhistas, por meio da confirmação de
documentos, tais como: Declaração da Receita Federal; Contribuição Previdenciária; Fundo
de Garantia dos Funcionários.
No item 4.6 de resultados, a tabela 14 apresenta a confirmação de tais documentos
para cada empresa. Os aspectos negativos apresentam-se somente nas empresas B e C em que
a Declaração da Receita Federal não está com validade para o ano de 2008. No entanto, os
pagamentos de INSS e FGTS estão quitados em todas as empresas.
Como sugestão, as empresas que apresentam aspectos negativos devem procurar
regularizar a documentação junto à Receita Federal.
109

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve a intenção de coletar informações que demonstram a aplicação da


Avaliação Social do Ciclo de Vida de um produto, em uma microempresa do ramo
automotivo. Atingiu o objetivo geral indicando os impactos sociais nos processos, que são
apresentados nos itens a seguir.

6.1 CONCLUSÃO DOS DADOS QUANTITATIVOS DOS FUNCIONÁRIOS

Os dados quantitativos do indicador de Trabalho Forçado, apresentados no item 4.2.1


sobre tipo de contrato, carga horária e descanso, apontam aspectos positivos em todos os
processos de produção do produto e que estão de acordo com as exigências estabelecidas pela
CLT descritas nas Normas Gerais de Tutela do Trabalho, exceto, pelo fato de que o processo
de usinagem mantém um funcionário menor de 18 anos em regime de período integral e
contratado de forma inadequada ao que é estabelecido pela CLT.
A pesquisa sugere, de acordo com os resultados do indicador de Sindicato e
Associação Coletiva, que o processo de usinagem permita a sindicalização dos funcionários e
que todas as empresas avaliadas precisam facilitar a comunicação entre sindicato e
funcionários, como também, encorajar os funcionários a realizarem reuniões coletivas
resultando em contratos a serem praticados.
Conclui-se pelo resultado do indicador de Diversidade de Gênero, que as empresas
responsáveis pelos processos de fundição, usinagem e ferramentaria precisam equilibrar a
relação de homens e mulheres. Para todas as empresas, a pesquisa aponta que é necessário
equilibrar a diversidade de gênero entre os setores, principalmente o de chefia, sendo
importante elaborar e realizar uma adequada política de cargos e salários, incentivando as
mulheres para postos de gerência e administrativo. Os aspectos positivos apontam que a
empresa A possui melhor percentual de diversidade de gênero.
Para Nível de escolaridade, pode-se concluir com os resultados, que o processo de
usinagem e montagem do produto devem incentivar os funcionários a completarem o ensino
médio. Os aspectos positivos apresentam-se no processo de ferramentaria e na empresa
cliente, nos quais há razoável número de funcionários com nível superior.
110

Para Saúde e Segurança no Trabalho, pode-se concluir com os resultados da pesquisa,


que o processo de ferramentaria apresenta pontos positivos, por ter sido identificado a
existência do comitê de segurança e CIPA na empresa. As demais empresas não apresentam
setor de segurança no trabalho, no entanto, foi analisada a opinião dos funcionários em
relação a alguns itens levantados (gráfico 12 e 13) sobre o impacto da atividade produtiva na
saúde do trabalhador.

6.1.2 Conclusão dos Dados Semi-Quantitativo dos Funcionários

Baseado na afirmação de Spillemaeckrs et al. (2004) sobre a possibilidade de analisar


os indicadores por meio de avaliação na escala semi-quantitativa, como ótimo e péssimo, o
presente estudo, além da avaliação quantitativa dos dados, utilizou-se da escala de intensidade
de satisfação para apontar a opinião dos funcionários.
Desta forma, pode-se concluir que as empresas envolvidas no ciclo de vida do
bloqueador, devem trabalhar nos aspectos negativos apontados pelo presente estudo,
relacionados aos indicadores de Desenvolvimento da Capacidade; Sindicato e Associação
Coletiva; Diálogo entre Funcionário e a Empresa; Remuneração e Benefícios; Proteção a
Maternidade.
A pesquisa sugere que as empresas precisam adotar ações estratégicas para melhoria
do grau de satisfação e manter as ações já existentes que garantam a satisfação atual dos
funcionários.

6.2 CONCLUSÃO DOS DADOS DOS FORNECEDORES E CLIENTE

Conclui-se para a parte interessada Fornecedores, que existe necessidade da empresa


A apoiar e investir mais seus fornecedores. Para os demais aspectos avaliados (tabela 16) os
fornecedores afirmam estarem satisfeitos, porém em algumas questões como negociações
entre as partes e prazos precisam ser melhoradas.
O fornecedor deve ser valorizado pelas empresas, tanto quanto o cliente. Pois
atualmente, a comunidade de negócios e os consumidores estão atentos aos aspectos gerados
111

na cadeia produtiva dos produtos e serviços. Todavia, o impacto gerado pelos fornecedores e
a conduta ética adotada pelas organizações refletem na decisão da compra pelo consumidor.
A pesquisa conclui que para a parte interessada Cliente, avaliou os indicadores de
forma negativa. A empresa que desenvolve o produto deve rever o conteúdo do manual, as
informações no rótulo que devem conter instruções de risco e manuseio.
De acordo com a pesquisa, a empresa A deve investir mais no processo de manutenção
do produto, agilidade do atendimento e troca. Para satisfazer o cliente e manter sua fidelidade,
a empresa precisa estar atenta as necessidades do cliente e melhorar os aspectos apresentados
acima.

6.3 CONCLUSÃO DOS DADOS DA COMUNIDADE LOCAL E SOCIEDADE

Para Comunidade Local, pode-se concluir que existem aspectos positivos para saúde e
segurança da vizinhança, gerados pelo processo de fabricação do bloqueador. Mesmo
apresentando pontos positivos, é importante realçar que as empresas devem manter o bom
relacionamento e investir em aspectos sociais que possam vir a influenciar os moradores ao
redor.
Para Sociedade, pode-se concluir que, sobre os pontos avaliados na pesquisa duas
empresas necessitam regularizar a documentação junto a Receita Federal. Por outro lado, a
pesquisa aponta aspectos positivos, gerados pelas empresas envolvidas no ciclo de vida do
bloqueador, no que diz respeito a pagamento das contribuições dos funcionários.

6.4 CONCLUSÃO DOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS ATINGIDOS

Para compreensão da metodologia ASCV, o presente estudo realizou uma revisão


sobre a metodologia ASCV. Para tanto, foi necessário apresentar as fases da ACV de acordo
com a ISO 14.040 (2006). Em seguida, no item 2.2 foi apresentada uma comparação entre a
ASCV E AACV e a definição do escopo e análise do inventário, baseados nos estudos de
UNEP (2009), Jorgensen et al. (2007) e Grieβhammer et al. (2006).
112

Para avaliar os aspectos sociais no ciclo de vida do bloqueador, foi imprescindível


identificar e selecionar os indicadores sociais existentes. Desta forma, o presente estudo nos
itens 2.3 e 2.4 realizou uma revisão de ASCVs e dos Institutos Gestores de Indicadores
Sociais.
No estudo de caso, para avaliação do produto, optou-se por selecionar as Partes
Interessadas propostas pela UNEP (2009) as avaliadas foram: Trabalhadores, Comunidade
Local e Sociedade. No entanto, os Fornecedores e Cliente só foram incluídos por ter uma
representação significativa para o processo de produtivo do bloqueador, houve a necessidade
de incluí-lo entre as partes, sugerida pela UNEP (2009) como adicionais ou subgrupos.
A avaliação ocorreu por meio da análise das Subcategorias de Impactos (perguntas),
por meio da aplicação de questionários junto às partes. Importante ressaltar que para a
categoria de Fornecedores as subcategorias foram propostas pelo presente estudo baseadas nas
revisões do ETHOS (2007), assim como Cliente, não estando descritas nem nas fichas
metodológicas ou no livro publicado pela UNEP (2009).
Com base nos estudos listados anteriormente, o presente estudo elaborou o escopo
apresentado no item 4.1, no qual foram realizados alguns dos objetivos específicos listados no
item 1.3.2. Além dos objetivos, pode-se identificar a função do produto que é rastrear e
bloquear o caminhão via satélite. A unidade funcional consiste em bloquear e rastrear um
caminhão no período de 20 anos, como fluxo de referência 1 (um) produto para bloquear e
rastrear 1 (um) caminhão.
Outro objetivo específico pode ser verificado no item 4.1.2 em que se apresenta o
sistema do produto. Para realização de uma ACV de um produto a ISO 14044:2006 comenta
que é necessária a descrição do sistema produtivo do produto. Para tanto, foi necessário
identificar as peças que compõem o produto, descrevendo seu processo de fabricação. Desta
forma, o presente estudo elaborou o fluxograma do bloqueador (figura 4), no qual se
apresenta processos, componentes e empresas envolvidas.
Com o fluxograma, pode-se atingir o quarto objetivo específico, listado no item 1.3.2.
No qual, podem-se verificar as empresas responsáveis por cada processo de fabricação do
bloqueador.
Em seguida, foi necessário adotar critério de corte para limite do sistema. Desta forma,
pode-se selecionar as empresas A, B, C, D e E envolvidas no ciclo de vida do bloqueador. A
seleção para o presente estudo de caso, ocorreu pela adoção do critério de corte de horas
trabalhadas, sugerido por UNEP (2009)
113

A tabela 1 apresenta as horas trabalhadas para cada peça do bloqueador, relacionadas


por processo. Desta forma, pode-se limitar o sistema do produto e selecionar as empresas para
a avaliação na pesquisa. Foram selecionados os processos que correspondem a mais de 10%
do total de horas trabalhadas na fabricação do produto.
Com os objetivos específicos comprovaram-se os passos propostos pela
UNEP/SETAC para realização de uma ASCV, restrita as fases do escopo e análise de
inventário.
Na fase do escopo, o presente estudo definiu os passos sugeridos pela UNEP/SETAC,
com a identificação dos indicadores sociais prioritários para cada parte interessada, como:
funcionários, fornecedores, cliente, comunidade local e sociedade. Com o inventário, os dados
foram levantados e identificados, e por meio da análise foram apresentados os impactos
sociais nos processos. Com isso, o inventário do estudo alcançou seu objetivo principal,
coletando os dados e analisando-os. O detalhamento do produto possibilitou identificar as
empresas envolvidas, selecionadas conforme o critério de corte de horas trabalhadas proposto
pela UNEP/SETAC. A fases de impacto e interpretação na ASCV, ficaram como uma
sugestão para trabalhos futuros, quando os passos a serem seguidos estiverem
metodologicamente mais definidos.
Além disso, este estudo demonstrou que a metodologia ASCV ainda está em fase de
desenvolvimento, mesmo com os conceitos apresentados pela UNEP (2009). Na prática,
alguns itens devem ser mais profundamente investigados, como a categoria de impacto, a qual
não foi apresentada no escopo do estudo por dificuldades de definições mais claras de como
conduzir um determinado indicador ao impacto.
No entanto, pode-se concluir pela amostra selecionada para este estudo que a ASCV
avalia de forma correta os impactos das atividades de produção industrial na vida social das
pessoas e organizações. Com a identificação dos impactos sociais causados na cadeia
produtiva, por meio da criação de indicadores que possibilitem ações estratégicas pela
empresa, a ASCV auxilia na garantia da qualidade de vida das pessoas.

6.5 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Neste item serão apresentadas as sugestão para futuras pesquisas em ASCV, nas quais
estão listadas abaixo:
114

• Realizar todos os passos para uma ASCV tais como: Definição do Objetivo e Escopo;
Análise do Inventário; Avaliação do Impacto e Interpretação;
• Analisar com mais detalhe os indicadores sociais referente à comunidade local e
sociedade;
• Desenvolver método para implementar a ASCV de forma mais sistemática na
empresa;
• Desenvolver mecanismos que facilitem a coleta de dados.
115

REFERÊNCIAS

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Cycle Initiative at UNEP, CIRAIG, FAQDD and the Belgium Federal Public Planning
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(Mestrado em Engenharia mecânica e de materiais) - UTFPR, Curitiba, 2007.

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comparação do critério de corte no sistema produtivo massa e horas trabalhadas. In:
Congresso Brasileiro em Gestão do Ciclo de Vida, I., 2008, Curitiba-PR. Anais...Curitiba,
2008. CD-ROM. I CBGCV.

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Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – subseção CNM/CUT, 2008.
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Empresas e Responsabilidade Social, 2004. Disponível em: <http://www.ethos,org.br>.
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Life Cycle Initiative, 2006. Disponível em: <http://lcinitiative.unep.fr/>. Acesso em: 20 de
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117

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http://www.springerlink.com/content/45mp41471k735847/. Acesso em: 10 de janeiro 2008.
118

APÊNDICE 01 – Questionário Aplicado na Avaliação da Parte Interessada


Trabalhador.

Questionário sobre Prática do Trabalho (aplicado aos trabalhadores)

Nome: Idade:
Empresa que trabalha:

1- Em seu trabalho qual é a quantidade de horas nas seguintes questões:


1.1 - Semanais trabalhadas?
1.2 - Horas extras durante a semana?
1.3 - No contrato de trabalho?
1.4 - Período noturno, quantas horas?
1.5 - Horário de almoço?
1.6 - Intervalo no expediente?

2- Marque SIM ou NÃO para as questões abaixo: sim não


2.1 - Existe treinamento para conhecimento de riscos da área de trabalho?
2.2 - No treinamento realizam simulação em caso de acidente?
2.3 - São favoráveis as condições físicas em seu trabalho para sua saúde?
2.4 - Causa desconforto o ruído dentro da empresa?
2.5 - É suportável o odor dentro da empresa, provenientes de produtos químicos?
2.6 - É agradável a temperatura dentro da empresa?
2.7 - A estrutura física da empresa auxilia para proteção aos riscos?
2.8 - É freqüente o uso de material para proteção entre os funcionários?
2.9 - Existe CIPA / membro e comitê de segurança na empresa?
2.10 - Existe ginástica laboral no trabalho?

3 - Marque o seu grau de escolaridade:


1º grau incompleto 1º grau completo
2º grau incompleto
2º completo 3º grau cursando ou completo

4 - Marque o tipo de seu contrato?


Contrato terceirizado
Contrato em carteira
Não possui contrato
119

5 - Para responder as questões basta colocar ( X ) na coluna que melhor represente sua
opinião:
Numa escala de 1 a 5 correspondendo nível 1 ( muito insatisfeito ) e nível 5
( muito satisfeito )

MUITO INSATISFEITO INSATISFEITO NEUTRO SATISFEITO MUITO SATISFEITO


1 2 3 4 5
Questões sobre Trabalho forçado 1 2 3 4 5
O que você acha sobre o espaço de alimentação na empresa
Sobre o conteúdo das refeições
Banheiro você acha adequado para o uso
Sobre o material de higiene pessoal
Qual é sua satisfação com a carga horária
Satisfação com o período de descanso que possui diariamente
Sobre o cumprimento do contrato pela empresa
Questões sobre Proteção à Maternidade 1 2 3 4 5
Sobre o tratamento da empresa com as funcionárias gestantes
É suficiente o tempo que a empresa dispensa à funcionária
Sobre o plano de saúde para gestantes
O tempo é suficiente para cuidar de suas crianças
Tratamento da empresa em caso de emergência para a funcionária
Depois do tempo de licença é satisfatório o tratamento da empresa
Você consegue conciliar sua vida profissional e de mãe
Questões Sindicato e Associação Coletiva 1 2 3 4 5
Conversa voluntária entre os funcionários sobre o trabalho
Tempo que a empresa disponibiliza para reuniões coletivas
Apoio da empresa à negociação coletiva dos trabalhadores
Resultados das reuniões coletivas
Atuação do Sindicato aos trabalhadores
Ações do Sindicato favorecendo os funcionários
Diálogo que o sindicato faz do funcionário com o patrão
Questões sobre Diálogo entre funcionário e empresa 1 2 3 4 5
Satisfeito com a comunicação da empresa aos funcionários
Clareza da comunicação entre empresa e empregado
Comunicação entre os funcionários
É satisfatório o tempo para trocar informações com os colegas
Comunicação entre os setores de trabalho
A empresa escuta o que você tem a dizer
Acesso as informações sobre o trabalho
Questões sobre Remuneração e Benefícios 1 2 3 4 5
Em relação a seu cargo, o que você acha da sua remuneração
Sua remuneração corresponde as suas necessidades básicas
O que você acha sobre os benefícios adicionais
Sobre a política de reajuste de cargos e salários da empresa
O que você acha do valor de seus benefícios
Caso a empresa lhe conceda outros benefícios, como qualifica
Esses benefícios proporcionam bem estar a sua família
120

Questões sobre Desenvolvimento da Capacidade 1 2 3 4 5


Grau de investimento da empresa em treinamento
Sobre o conforto para exercer suas atividades
Investimento da empresa em sua capacidade intelectual
Cursos que a empresa oferece
Sua satisfação sobre seu horário de trabalho
A empresa incentiva a capacitação de suas qualidades
Sobre o tempo que tem livre para outras atividades
Assinatura do entrevistado:
121

APÊNDICE 02 – Questionário Aplicado na Avaliação do Trabalhador Aprendiz.


Questionário sobre Prática do Trabalho (aplicado ao trabalhador aprendiz)

Nome: Idade:
Empresa que trabalha:

1- Em seu trabalho qual é a quantidade de horas nas seguintes questões:


1.1 - Semanais trabalhadas?
1.2 - Horas extras durante a semana?
1.3 - No contrato de trabalho?
1.4 - Horário de almoço?
1.5 - Intervalo no expediente?

2 - Marque o seu grau de escolaridade:


1º grau incompleto 1º grau completo 2º grau completo
2º grau completo 3º grau cursando

3 - Marque o tipo de seu contrato?


Contrato de aprendiz Contrato em carteira
Não possui contrato Contrato de estágio
122

APÊNDICE 03 – Questionário Aplicado na Avaliação da Parte Interessada


Trabalhador.

Questionário para coletar informações do trabalhador (aplicado no setor de Recursos


Humanos das empresas)

Nome:
Empresa: Setor:

1- Em seu trabalho qual é a quantidade de horas nas seguintes questões:


Quantidade
1.1 - Semanais trabalhadas?
1.2 - Horas extras durante a semana?
1.3 - No contrato de trabalho?
1.4 - Período noturno, quantas horas?
1.5 - Horário de almoço?
1.6 - Intervalo no expediente?

2- Em seu trabalho qual é a quantidade de funcionários:


2.1 - Total de Funcionários?
2.2 - Total com carteira assinada?
2.3 - Total contrato temporário?
2.4 - Total sem contrato?

3 - Para funcionários menor de 18 a 14 anos: 18 anos 14 anos


3.1 - Quantidade funcionários? ( ) ( )
3.2 - Horas trabalhadas? ( ) ( )
3.3 - Tipo de contrato? ( ) ( )
3.4 - Instituição do contrato? ( ) ( )
3.5 - Nível de escolaridade? ( ) ( )

4 - Para funcionários sindicalizados: Quantidade


4.1 - Funcionários sindicalizados?
123

4.2 - Numero de reuniões coletivas / ano?


4.3 - Quantidade de contratos das reuniões?

5 - Quantidade de funcionários (diversidade):


Homens Mulheres
5.1 - Brancos
5.2 - Morenos
5.3 - Negros
5.4 - Idade 18 a 20
5.5 - Idade 20 a 30
5.6 - Idade 30 a 40
5.7 - Idade 40 a 50
5.8 - Idade Acima de 50

6 - Quantidade de funcionários por nível de escolaridade:

Escolaridade Completo Incompleto Homens Mulheres


1º grau
1º Grau
2º grau
3º grau

7 – Informe a quantidade correspondente a cada questão (Total por ano):

Saúde e Segurança no trabalho Quantidade


Notificação de acidentes?
Número de acidentes com afastamento?
Número de acidentes sem afastamento?
Número de doenças ocupacionais?
Tipo de lesão?
Assinatura do entrevistado:
124

APÊNDICE 04 – Questionário Aplicado na Avaliação da Parte Interessada Fornecedor.

Questionário para medir a relação da empresa que desenvolve o produto com seus
fornecedores (aplicado nas empresas fornecedoras no setor comercial ou RH)

Nome:
Empresa:

1 - Para responder as questões basta colocar ( X ) na coluna que melhor represente sua
opinião:
Numa escala de 1 a 5 correspondendo nível 1 ( muito insatisfeito ) e nível 5
( muito satisfeito )

MUITO INSATISFEITO INSATISFEITO NEUTRO SATISFEITO MUITO SATISFEITO


1 2 3 4 5
Questões sobre Reclamações e Diálogo 1 2 3 4 5
Satisfação do diálogo entre as duas empresas
Diálogo nas negociações
Mecanismo de comunicação acessível e eficiente
Respostas das reclamações
Qualidade da informação prestada pela empresa
Questões sobre grau que escuta as partes 1 2 3 4 5
A empresa escuta e respeita opiniões do fornecedor
Satisfação das negociações entre as partes
Negociações de prazos à pedido do fornecedor
Mudanças ocorridas a pedido do fornecedor
Reuniões na empresa a pedido do fornecedor
Questões Respeito a Contratos 1 2 3 4 5
Grau de satisfação ao cumprimento de contratos
Satisfação sobre pagamento
Benefícios do contrato
Cumprimento de prazos do contrato
Clareza da informação no contrato
Questões sobre Apoio e Investimentos 1 2 3 4 5
A empresa apóia de forma financeira os fornecedores
Investimentos em máquinas
Investimento em recursos humanos
Divulga o trabalho do fornecedor para outras empresas
Em geral qualifique o apoio que a empresa presta ao fornecedor
Assinatura do entrevistado:
125

APÊNDICE 05 – Questionário Aplicado na Avaliação da Parte Interessada Cliente.

Questionário para medir a relação da empresa que desenvolve o produto com a empresa
cliente (aplicado no setor comercial)

Nome:
Empresa:

1 - Para responder as questões basta colocar ( X ) na coluna que melhor represente sua
opinião:
Numa escala de 1 a 5 correspondendo nível 1 ( muito insatisfeito ) e nível 5
( muito satisfeito )

MUITO INSATISFEITO INSATISFEITO NEUTRO SATISFEITO MUITO SATISFEITO


1 2 3 4 5
Questões sobre Informações no rótulo 1 2 3 4 5
Satisfação sobre informações contidas no rótulo do produto
Facilidade de leitura
Conforme procedimentos exigidos para rotulagem
As cores facilitam a leitura
Símbolos legíveis e de fácil interpretação
As informações técnicas são suficientes
Informação de comunicação com a empresa
Questões sobre Informações de Risco 1 2 3 4 5
Possui informação de risco no produto
Legível e de rápida interpretação
Contem todas informações necessárias para prevenção de acidente
Soluções em caso de acidentes
No manual as informações são satisfatórias
Sobre informações de risco no manual
Informações para contato
Questões Informações do produto 1 2 3 4 5
Satisfação no atendimento para manutenção do produto
Agilidade da troca e manutenção
Informações no manual sobre manutenção
Qualidade da informação
Qualidade do produto trocado
Qualidade do produto consertado
Satisfação em geral para manutenção do produto
Assinatura do entrevistado:
126

APÊNDICE 06 – Questionário Aplicado na Avaliação da Comunidade Local.

Questionário para medir a relação da empresa que desenvolve o produto com a comunidade
local (aplicado a moradores vizinhos)

Nome:

1 - Para responder as questões basta colocar ( X ) na coluna que melhor represente sua
opinião:
Numa escala de 1 a 5 correspondendo nível 1 ( muito insatisfeito ) e nível 5
( muito satisfeito )

MUITO INSATISFEITO INSATISFEITO NEUTRO SATISFEITO MUITO SATISFEITO


1 2 3 4 5
Segurança, Cuidados e Condições de Vida Saudável 1 2 3 4 5
Satisfação com o barulho da empresa
Satisfação com o odor emitido da atividade produtiva da empresa
Satisfação com o lixo da empresa gera
Satisfação em ter a empresa como vizinha
Satisfação para o comércio do bairro
Satisfação na criação de empregos para a comunidade
Assinatura do entrevistado:
127

APÊNDICE 07 – Questionário Aplicado na Avaliação da Sociedade.

Questionário para medir a relação da empresa que desenvolve o produto com a sociedade
(Dados coletados por documentos)

Dados da empresa _______________________ - CNPJ _______________________


Dados coletados a partir de documentos:
sim ( pagamento correto ) e não ( não pagamento )
sim não
2 - Certidão da Receita Federal
3 - Contribuição Previdênciária - INSS
4 - Fundo de Garantia dos Funcionários - FGTS
128
129

ANEXOS

ANEXO A - Os Indicadores Ethos Aplicados ao Pacto Global

Os indicadores Ethos aplicados ao princípio do Pacto Global (2004) são considerados


como complementares aos demais indicadores Ethos. Juntos propiciam um diagnóstico capaz
de gerar ações relevantes para pessoas, empresas e sociedade. Para melhor compreensão da
união dos indicadores Ethos e dos nove princípios do pacto global, o quadro 1 apresenta
estrutura desenvolvida pelo Ethos.
Na primeira coluna, a área de abrangência é classificada em três grupos: direitos
humanos, trabalho e meio ambiente. Na segunda coluna, são descritos os nove princípios do
Pacto Global, sem considerar o décimo princípio chamado de contra corrupção. Na terceira
coluna, são listados os indicadores Ethos relacionados a cada um desses princípios.
Quadro A.1 – Indicadores Ethos Aplicados ao Pacto Global
AREA DE
NOVE PRINCÍPIOS PACTO GLOBAL INDICADORES ETHOS
ABRANGÊNCIA
Inserção de temas de direitos humanos na
1 - As empresas devem respeitar e apoiar a gestão da empresa
proteção dos direitos humanos reconhecidos Direitos humanos na rede de relações da
internacionalmente dentro da sua esfera de empresa
Direitos Humanos influência Direitos humanos na ação social ou no
investimento social privado
2 - As empresas devem certificar-se que não
O monitoramento de questões de direitos
estejam sendo cúmplice de abusos e
humanos na cadeia de negócios e na ação social
violações dos direitos humanos

3 - As empresas devem apoiar a liberdade de Apoio a liberdade de associação e o


associação e o reconhecimento efetivo do reconhecimento do direito à negociação
direito a negociação coletiva coletiva

4 - As empresas devem apoiar a eliminação


Sobre a eliminação de todas as formas de
de todas as formas de trabalho forçado ou
Trabalho trabalho forçado ou compulsório
compulsório

5 - As empresas devem apoiar a erradicação


Sobre o apoio à erradicação do trabalho infantil
efetiva do trabalho infantil
6 - As empresas devem eliminar a
Monitoramento da situação do público interno
discriminação com respeito ao emprego e à
em relação a mecanismos de discriminação
ocupação
7 - As empresas devem apoiar uma
Apoio a uma abordagem preventiva aos
abordagem preventiva aos desafios
desafios ambientais
ambientais

Meio Ambiente 8 - As empresas devem se encorajar em Engajamento para promover maior


iniciativas para responsabilidade social responsabilidade social
9 - As empresas devem incentivar o
Incentivo ao desenvolvimento de tecnologias
desenvolvimento e difusão de tecnologias
amigáveis
ambientalmente amigáveis
Fonte: ETHOS(2004)
130

ANEXO B - PROSA Avaliação da Sustentabilidade de Produtos

Grieβhammer et al. (2007) desenvolveram a metodologia PROSA publicada pelo


Instituto Öko-Institut e. V. no guia PROSA - Product Sustainability Assessment Guideline
no qual relata estudos de casos de avaliação ambiental do ciclo de vida em produtos e também
aborda o tema de inclusão de indicadores sociais na metodologia ACV.
A metodologia PROSA para avaliação da sustentabilidade de produtos, estrutura os
processos de decisão, reduzindo a complexidade e os elementos-chave. Os campos
importantes de aplicação do método incluem o planejamento das estratégias, a análise de
casos de produtos nas empresas, a apólice integrada de produtos (IPP), os processos de
diálogos, o desenvolvimento cooperativo de produtos e a venda dentro de redes de inovação.
Grieβhammer et al. (2007) apresentada uma lista de indicadores sociais direcionados
para cada parte interessada, preparados exclusivamente para metodologia ASCV. As partes
interessadas estão apresentadas nos quatro quadros a seguir, onde estão classificadas e listadas
na primeira coluna (empregado, comunidade local e regional, sociedade e consumidor). Os
indicadores, dispostos na segunda coluna, estão subdivididos em vários outros indicadores
listados na terceira coluna.

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