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CURITIBA
2009
SILVIA ROSA DA COSTA CORREA
CURITIBA
2009
DEDICATÓRIA
A minha mãe Joana D’arc que, para mim é um exemplo de força moral e espiritual e,
nesta vida, tive o privilégio de nascer como sua filha e de ter me ensinou a viver de forma
honrosa e honesta perante as outras pessoas.
Memória de meu pai André Corrêa, que acreditou nos meus sonhos e me fez ser uma
pessoa de bem.
Aos meus Irmãos, Silvio, Márcia, Marcos, André, Adriano e Diogo, por estarem de
prontidão a me ajudar em qualquer dificuldade que apareça na minha vida.
Aos meus lindos sobrinhos Letícia e Eduardo, que acabam de chegar neste mundo,
trazendo mais união e felicidade para a família e que este trabalho possa contribuir na
construção de um mundo mais seguro para eles.
Aos meus amigos “Benfeitores” por me protegerem (de dia e de noite) e de intuírem
os meus pensamentos no caminho do bem e da verdade de Deus, por me ajudarem a vencer
mais essa provação para minha evolução moral e intelectual.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a minha orientadora Cássia Maria Lie Ugaya, por acreditar
e incentivar o meu trabalho, e claro, me ajudar a definir importantes linhas conceituais neste
projeto. Além da grande oportunidade que me proporcionou nesta vida, para que eu pudesse
me transformar em uma pessoa melhor moralmente e intelectualmente.
Agradeço aos meus familiares por compreenderem que muitas vezes estive ausente
para me dedicar à conclusão dos meus estudos. Aos meus irmãos pela dedicada atenção que
me deram, me encorajando nos momentos de provações e me inspirando nas melhores
escolhas da minha vida.
Aos meus amigos “Benfeitores” por estarem atentos a qualquer deslize meu e me
conduzirem ao caminho do bem.
As minhas Amigas “irmãs” por me ajudarem nos momentos mais difíceis do período
do mestrado, como também da minha vida. Cassinha Walter, Gi Schmuck, Sandrinha Okada,
Telminha Pombeiro.
Aos Professores da Banca, Sonia Ana Charchut Leszczynski, José Adolfo de Almeida
Neto e Kazuo Hatakeyama, pelas correções e sugestões para a dissertação.
Aos meus colegas do Grupo da Sustentabilidade do Ciclo de Vida da UTFPR, que nas
várias reuniões de grupo opinaram com sugestões para elaboração deste trabalho.
Sobretudo agradeço a Deus por ter me dado discernimento, paciência, saúde ao longo
da minha vida e sobriedade durante o mestrado.
“... mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é o meu coração.”
Carlos Drummond de Andrade
Poema de Sete Faces – Obra: Alguma Poesia (1930)
Currently, much is commented on social responsibility in the business community and the
social commitments are already clear that the organizations are facing the society. However,
one realizes that other social aspects, beyond those already spread by the social responsibility,
are necessary to understand the real influence that an organization and its products can cause
in the people's social life. In such a way, this concern grows on the possible result sot social
impacts of products. In this context, the present study aims to verify in which processes of the
activity of production of a products life cycle, the social impacts occur. With this purpose, the
method of Social Assessment of the Life Cycle is used (ASCV) from the prioritization of the
Subcategories for the employees, suppliers, customers, local community and to society. The
theoretical referencial of the study has as main authors, UNEP (2009), Jorgensen et al (2007),
Grieβhammer et al (2006). Subcategories are based on research published by Grieβhammer et
al (2007) and the group of the Task Force of Initiative Life Cycle of PNUMA and SETAC,
who selected and colected the data for research analysis. As a result, in the inventory stage,
the data had been analysed and presented the most significant indicators in the life cycle.
These results demonstrate the positive or negative impacts of the activity of production before
the stakeholders.
Key words: Subcategories; Social Indicators, Social Life Cycle Assessment, Stakeholders.
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................16
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA .............................................................................................17
1.2 PROBLEMA ......................................................................................................................17
1.3 OBJETIVOS.......................................................................................................................17
1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................................17
1.3.2 Objetivos específicos.......................................................................................................18
1.4 JUSTIFICATIVA ...............................................................................................................18
1.5 ESTRUTURA DOS CAPÍTULOS.....................................................................................19
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...........................................................................................20
2.1 AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA ...............................................................................20
2.2 ESTUDOS DA INICIATIVA DO CICLO DE VIDA SOBRE ASCV..............................21
2.2.1 Definição das Categorias de Parte Interessada, Impacto e Subcategorias.......................22
2.3 ESTUDOS DE CASO DE ASCV ......................................................................................28
2.4 INDICADORES SOCIAIS ................................................................................................29
2.4.1 Indicadores Sociais da Iniciativa do Ciclo de Vida (UNEP/SETAC, 2008) ...................29
2.4.1.1 Definição dos Indicadores Relacionados ao Trabalhador (UNEP/SETAC, 2008) .....31
2.4.1.2 Definição dos Indicadores Relacionados à Comunidade Local(UNEP/SETAC, 2008) .32
2.4.1.3 Definição dos Indicadores Relacionados com a Sociedade (UNEP/SETAC, 2008)....33
2.4.1.4 Definição dos Indicadores Relacionados à Outros Atores (UNEP/SETAC, 2008) .....34
2.4.1.5 Definição dos Indicador Relacionados com o Consumidor (UNEP/SETAC, 2008)....34
2.4.2 Comparação entre as Fontes ............................................................................................34
3 METODOLOGIA................................................................................................................37
3.1 ESCOPO.............................................................................................................................38
3.1.1 Função, Unidade Funcional e Fluxo de Referência.........................................................38
3.1.2 Fronteira do Sistema........................................................................................................39
3.1.3 Requisitos da Qualidade dos Dados ................................................................................39
3.1.4 Priorização dos Indicadores Sociais para cada Parte Interessada....................................39
3.2 INVENTÁRIO ...................................................................................................................41
3.2.1 Elaboração do Instrumento de Coleta de Dados..............................................................42
3.2.1.1 Forma de Análise dos Dados........................................................................................43
3.2.2 Questionários para Obtenção dos Dados dos Funcionários ............................................44
3.2.3 Questionário para o Fornecedor ......................................................................................47
3.2.4 Questionário para o Cliente .............................................................................................48
3.2.5 Questionário para a Comunidade Local ..........................................................................49
3.2.6 Questionário para a Sociedade ........................................................................................50
3.2.7 Teste Piloto dos Questionários.........................................................................................50
3.3 UNIVERSO E POPULAÇÃO DA PESQUISA.................................................................51
3.4 LEVANTAMENTO E COLETA DE DADOS..................................................................51
4 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................52
4.1 ESCOPO – PRODUTO ......................................................................................................52
4.1.1 Função, Unidade Funcional e Fluxo de Referência.........................................................52
4.1.2 Sistema do Produto..........................................................................................................52
4.1.3 Requisitos e Qualidade dos Dados ..................................................................................57
4.2 INVENTÁRIO ...................................................................................................................57
4.2.1 Resultado dos Dados Quantitativos dos Funcionários ....................................................58
4.2.2 Resultado dos Dados Semi-quantitativos dos Funcionários............................................71
4.2.2.1 Resultado para o Indicador de Trabalho Forçado ......................................................71
4.2.2.2 Resultado para o Indicador de Proteção a Maternidade.............................................75
4.2.2.3 Resultado para o Indicador de Sindicato e Associação Coletiva ................................75
4.2.2.4 Resultado para o Indicador de Diálogo entre Funcionário e a Empresa....................76
4.2.2.5 Resultado para o Indicador de Remuneração e Benefícios .........................................77
4.2.2.6 Resultado para o Indicador de Desenvolvimento da Capacidade ...............................79
4.3 RESULTADO DOS DADOS DOS FORNECEDORES ...................................................80
4.3.1 Resultado dos Indicadores de Reclamações e Diálogo e Grau que Escuta as Partes .....80
4.3.2 Resultado para Indicadores de Respeito a Contratos e Apoio a Investimentos...............82
4.4 RESULTADO DOS DADOS DO CLIENTE ....................................................................84
4.5 RESULTADO DOS DADOS DA COMUNIDADE LOCAL............................................86
4.6 RESULTADO DOS DADOS DA SOCIEDADE...............................................................88
5 DISCUSSÕES ......................................................................................................................90
5.1 DISCUSSÃO DOS DADOS QUANTITATIVOS DOS FUNCIONÁRIOS.....................91
5.1.1 Discussão dos Resultados dos Dados Semi-quantitativo dos funcionários.....................94
5.1.1.1 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Trabalho Forçado..............................97
5.1.1.2 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Sindicato e Associação Coletiva........97
5.1.1.3 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Sindicato e Associação Coletiva........98
5.1.1.4 Discussão dos Resultados de Satisfação do Diálogo entre o Funcionário e Patrão...99
5.1.1.5 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Remuneração e Benefícios...............100
5.1.1.6 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Desenvolvimento da Capacidade.....100
5.1.2 Discussão das Médias Gerais dos dados Semi-quantitativos dos Funcionários............101
5.1.2.1 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Trabalho Forçado...........................101
5.1.2.2 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Proteção a Maternidade.................102
5.1.2.3 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Sindicato e Associação Coletiva.....103
5.1.2.4 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Desenvolvimento da Capacidade....103
5.1.2.5 Resultado Final da Satisfação do Indicador Diálogo entre Funcionários/empresa..104
5.1.2.6 Resultado Final da Satisfação do Indicador de Remuneração e Benefícios..............104
5.2 Discussão das Médias Gerais dos Dados Semi-quantitativos dos Fornecedores..............105
5.3 Discussão das Médias Gerais dos Dados Semi-quantitativos do Cliente.........................106
5.4 Discussão das Médias Gerais dos Dados Semi-quantitativos da Comunidade Local.......107
5.5 Discussão dos Dados da Sociedade..................................................................................108
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................109
6.1 CONCLUSÃO DOS DADOS QUANTITATIVOS DOS FUNCIONÁRIOS.................109
6.1.2 Conclusão dos dados Semi-quantitativo dos Funcionários ...........................................110
6.2 CONCLUSÃO DOS DADOS DOS FORNECEDORES E CLIENTE ...........................110
6.3 CONCLUSÃO DOS DADOS DA COMUNIDADE LOCAL E SOCIEDADE .............111
6.4 CONCLUSÃO DOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS ATINGIDOS ..................................111
6.5 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS............................................................113
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................114
APÊNDICE............................................................................................................................118
01 Questionário Aplicado na Avaliação da Parte Interessada Trabalhador ...........................118
02 Questionário Aplicado na Avaliação do Trabalho Aprendiz.............................................121
03 Questionário Aplicado na Avaliação da Parte Interessada Trabalhador ...........................122
04 Questionário Aplicado na Avaliação da Parte Interessada Fornecedor.............................124
05 Questionário Aplicado na Avaliação da Parte Interessada Cliente ...................................125
06 Questionário Aplicado na Avaliação da Comunidade Local.............................................126
07 Questionário Aplicado na Avaliação da Sociedade...........................................................127
ANEXOS ...............................................................................................................................128
ANEXO A - Os Indicadores Ethos Aplicados ao Pacto Global .............................................129
ANEXO B - PROSA Avaliação da Sustentabilidade de Produtos.........................................130
16
1 INTRODUÇÃO
A técnica de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) tem sido utilizada para estudos dos
aspectos e impactos ambientais de produtos, processos e serviços, contudo, mais
recentemente, além das questões ambientais, estão sendo estudados meios para inclusão da
dimensão social. Em vista disto, a Iniciativa do Ciclo de Vida (InCV/LCI) do Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA/UNEP) e da Sociedade de Química e
Toxicologia (SETAC) criou, em 2004, a Força Tarefa (FT) de Inclusão de Indicadores Sociais
em ACV. Dentro desta FT foram discutidos diversos pontos necessários para a elaboração de
Diretrizes para a realização de Avaliação Social do Ciclo de Vida (ASCV), sendo que alguns
dos principais resultados consistiram na definição de uma lista (não restritiva) das principais
Subcategorias de Indicadores Sociais a serem considerados no estudo e na necessidade de
avaliação dos indicadores de forma qualitativa (UNEP, 2009).
Além disso, a FT publicou recentemente o Guidelines for Social Life Cycle
Assessment of Products (UNEP, 2009) que aborda, entre outros, uma comparação entre as
metodologias de Avaliação Ambiental do Ciclo de Vida (AACV) e ASCV. Os autores
também definiram os passos para realização de uma ASCV e afirmaram que nem todos os
passos estão totalmente estabelecidos com diversas sugestões para pesquisas futuras.
Sobretudo, na etapa de interpretação de dados e avaliação dos impactos, os autores não
apresentam um método de impacto em ASCV. Desta forma, o presente estudo limitou-se em
verificar o uso da metodologia somente nas etapas de Escopo e Análise de Inventário.
Observa-se que o referencial teórico sobre ASCV, como o livro mencionado
anteriormente, foi publicado em maio de 2009, e o presente estudo iniciou a sua pesquisa em
2007, sendo importante esclarecer essa discordância de datas, indicando que as informações
foram adquiridas pela autora antes mesmo da publicação. Em virtude da orientadora desta
dissertação fazer parte da FT e ser umas das autoras do livro referenciado, que pode adiantar
informações sobre a metodologia de ASCV que futuramente seriam incluídas no livro. Desta
forma, o presente estudo baseou-se em informações sobre as últimas descobertas de ASCV,
demarcando a contemporaneidade dos assuntos aqui discutidos.
17
1.2 PROBLEMA
As pesquisas realizadas sobre ACV apontam que no ciclo de vida de um produto não
são gerados apenas impactos ambientais e econômicos, mas também sociais. Neste contexto,
o seguinte problema de pesquisa foi formulado: Como constatar os aspectos sociais
resultantes da atividade de produção de um produto em uma microempresa e as partes
interessadas envolvidas?
1.3 OBJETIVOS
1.4 JUSTIFICATIVA
Esta dissertação está dividida em cinco capítulos. O primeiro capítulo introduz o tema
da pesquisa, com a definição do problema, objetivos e justificativa. No segundo capítulo é
apresentada uma revisão bibliográfica, com a fundamentação teórica necessária para o
desenvolvimento do estudo de caso. Inicia-se com uma breve descrição da metodologia ACV
voltada aos aspectos ambientais (AACV). Em seguida, os aspectos sociais, são apresentados,
assim como os trabalhos publicados pelo grupo da Iniciativa do Ciclo de Vida, contendo os
passos para realização da ASCV em comparação às fases da AACV. No final da revisão são
abordados estudos sobre o uso da ASCV e uma revisão de indicadores sociais existentes.
O terceiro capítulo relata a metodologia do estudo, os passos seguidos para elaboração
do estudo de caso do produto, descrevendo as etapas de definição do objetivo e do escopo e
da análise de inventário na ASCV. Estes passos apontam as subcategorias e os indicadores
sociais selecionados para avaliação do produto em estudo, a elaboração do instrumento de
coleta de dados e os métodos utilizados para análise dos dados. No quarto capítulo é
apresentado o estudo de caso, com apresentação do produto e todas as empresas envolvidas no
ciclo de vida, os dados levantados pelos indicadores sociais e a análise dos dados.
No quinto capítulo são apresentadas as discussões sobre os dados analisados no
inventário, de forma qualitativa e apresentados os aspectos sociais mais significativos do
estudo, fundamentados com o referencial teórico. O sexto capítulo apresenta as considerações
finais, concluindo as discussões analisadas nesta dissertação. Os Apêndices contém os
questionários aplicados para a pesquisa e por último apresentam-se nos anexos, conteúdo
sobre os institutos gestores de indicadores sociais listados no quadro 4.
20
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) é uma técnica que permite a avaliação dos
impactos ambientais ao longo do ciclo de vida do produto, desde a aquisição da matéria-
prima, passando pela produção, uso e disposição final (SETAC, 1991).
A norma ISO (2006) estabelece que a ACV de produtos deve incluir a definição do
objetivo e do escopo do trabalho, a análise do inventário, a avaliação de impacto e a
interpretação dos resultados, como mostrado na figura 1.
De acordo com a ISO (2006), o escopo de uma ACV inclui a fronteira do sistema e o
nível de detalhamento, dependendo do objeto e do uso pretendido para o estudo. A
profundidade e a abrangência da ACV podem variar consideravelmente dependendo do
objetivo do estudo em particular.
21
A ISO (2006) também define cada uma das demais fases da ACV:
• a fase de análise de inventário do ciclo de vida (ICV) consiste na coleta e
processamento de dados de entrada e saída associados ao sistema em estudo;
• a fase de avaliação de impacto do ciclo de vida (AICV) é a terceira fase da ACV, cujo
objetivo é prover informações adicionais para ajudar na avaliação dos resultados do
ICV, visando ao melhor entendimento de sua importância ambiental e;
• a última etapa da ACV, que consiste na interpretação do ciclo de vida, na qual os
resultados de um ICV e/ou de uma AICV, ou de ambos, são sumarizados e discutidos
como base para conclusões, recomendações e tomada de decisão de acordo com a
definição de objetivo e escopo.
É importante ressaltar, que apesar da série ISO 14040 ter surgido com a intenção de
avaliar os aspectos ambientais, menciona também a possibilidade de incluir aspectos
econômicos e sociais no ciclo de vida.
A ASCV é uma técnica que auxilia a análise dos impactos sociais de produtos ou
serviços, positivos ou negativos, no ciclo de vida (UNEP, 2009). De acordo com os autores,
um dos objetivos da ASCV é fornecer informações sobre os aspectos sociais da produção e do
consumo, possibilitando uma melhora no desempenho social da organização e no bem-estar
dos interessados.
Desta forma, na ASCV não apenas considera a linha produtiva relevante, como
também, as organizações que a envolvem. Os aspectos sociais podem afetar diretamente os
interessados de forma positiva ou negativa, associados ao comportamento da empresa,
processos e impacto em capital social.
As diferenças entre a AACV e a ASCV são: enquanto que a AACV têm o foco
unicamente centrado nos processos pelos quais o produto passa ao longo do ciclo de vida, o
foco da ASCV está no impacto que a atividade da organização gera para as partes interessadas
do ciclo de vida de um determinado produto.
Outras diferenças entre a AACV e a ASCV apontadas pela UNEP (2009) são
relacionadas às características e à coleta dos dados. Enquanto na ASCV são definidos os
22
dados a partir dos indicadores sociais relacionados às subcategorias das partes interessadas e o
impacto, na AACV estes dados estão relacionados ao impacto.
Além disso, quanto à coleta de dados, na ASCV há necessidade de informações sobre
a organização, a política do país e leis, tendo como predominância os dados qualitativos.
Apesar da ISO (2006) possibilitar tanto o uso de dados quantitativos quanto de qualitativos
em ACVs, na prática, a AACV tem sido utilizada com dados quantitativos. Na AACV
coletam-se dados quantitativos, como a densidade da população, a massa de cada material
utilizado em um produto, a quantidade de energia em um processo, entre outros. Por outro
lado, na ASCV, dados qualitativos ou semi-quantitativos, como a existência de trabalho
infantil é coletada.
Por outro lado, os autores conseguiram manter a estrutura básica da ISO (2006) para a
realização da ASCV, embora haja diferenças. Os procedimentos típicos usados para AACV
transferidos para ASCV seguem a estrutura metodológica básica com os quatro passos, ou
seja: meta e definição do objetivo e escopo; análise de inventário; avaliação de impacto; e
interpretação. Nesta revisão, serão apresentados os passos de objetivo e escopo e análise de
inventário, relatados pelos estudos UNEP (2009), Jorgensen et al. (2007), Grieβhammer et al.
(2006).
meio da pesquisa de documentos que deve indicar se a empresa foi envolvida em escândalos
de corrupção, sendo importante verificar se as informações são corretas e se os escândalos
mencionados são relevantes.
Na subcategoria Respeito aos Nativos e Conhecimento Cultural, o grupo de (FT) da
UNEP/SETAC relatam sobre os direitos que as pessoas nativas têm em direitos humanos e
liberdade fundamental, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas por meio da
Declaração Universal de Direitos Humanos Internacional. Este indicador pode ser medido de
forma semi-qualitativa (sim, não).
Em Segurança, Cuidado e Condições de Vida Saudáveis, o grupo de (FT) da
UNEP/SETAC define este indicador sobre as várias maneiras que a empresa pode influenciar
os vizinhos. Com impactos negativos da interação entre as empresas e as partes interessadas,
dois aspectos são relevantes: a conduta imprópria de segurança aos funcionários, que pode
levar as condições de vida inseguras, tensas e até mesmo o surgimento de conflitos na região.
E o uso irresponsável pelas empresas de substâncias tóxicas, promovendo riscos na saúde das
pessoas nas proximidades da empresa, os dados podem ser qualitativos ou quantitativos.
Como resultado da revisão dos indicadores foi proposto o quadro 4, com o intuito de
quantificar os indicadores que aparecem mais de uma vez entre os institutos. Na primeira
coluna estão listados todos os indicadores pesquisados na revisão bibliográfica e os institutos
gestores ou de pesquisas, representados por letra em ordem alfabética, conforme indicados em
nota. Para comparação da UNEP (2009) foi considerada as subcategorias como indicadores.
35
Relação de indicadores A B C D E F G
Trabalho Infantil / Juventude
Trabalho Forçado/ Tempo de Trabalho
Adequado/ Contrato de Trabalho
Segurança e Saúde
Proteção à Maternidade
Segurança Social
Associação Coletiva
Diversidade
Assédio
Remuneração
Benefícios
Treinamento
Demissão
Trabalho Voluntário
Nível de Educação Interna
Desenvolvimento de Carreira
Política de Marketing
Divulgação de Informações
Corrupção
Consumidor - Saúde e Segurança
Desenvolvimento Pesquisa
Propriedade Intelectual
Proteção a Privacidade
Relação Concorrência
Indicadores externos - Contribuições
Fiscais / Tributos
Serviço de Infra-estrutura
Conduta Ética
Transferência de Tecnologia
Associação Universidades
Respeito a Comunidade Local
Desenvolvimento Sustentável
Apoio a Fornecedores (contratos,
reclamações e diálogos, investimentos)
Cultura, Esporte e Lazer.
Combate a Fome
Combate a Conflitos Armados
Quadro 4 – Indicadores Sociais por Órgão
Nota: A - Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE, 2005);
B - Organização Internacional do Trabalho (OIT, 2007);
C - Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social (Ethos, 2007)
D - Ethos - Aplicados ao princípio do Pacto Global (Ethos, 2004);
E - Diretrizes para Elaboração dos Relatórios de Sustentabilidade (GRI, 2006).
β hammer et al. (2007)
F - Grieβ
G - Task Force on the Integration of Social Into (UNEP, 2009)
36
FONTES INDICADORES
OIT 20
ETHOS 37
IBASE 13
GRI 36
ETHOS (PACTO GLOBAL) 11
Grieβhammer et al. (2007) 38
UNEP/SETAC 31
Quadro 5 – Resumo dos Indicadores Sociais
βhammer et al. (2007),
Fonte: Critchii (2007) e Ethos aplicados ao Pacto Global (2004), Grieβ
UNEP/SETAC (2008)
3 METODOLOGIA
Neste capítulo será tratado o método para o desenvolvimento do presente estudo que
trata de uma pesquisa descritiva de cunho qualitativo, com dados quantitativos para análise e
interpretação.
De acordo com Moreira et al. (2006) a pesquisa descritiva baseia-se na premissa de
que os problemas podem ser resolvidos e as práticas melhoradas por meio da observação
objetiva e minuciosa, da análise e da descrição.
Desta forma a descrição terá como base os dados quantitativos e semi-quantitativos a
serem coletados pelo presente estudo, tabulados e analisados por meio de gráficos e fórmulas
tratados por ferramenta estatística Excel, porém, a descrição e interpretação serão de forma
qualitativa, relacionando os resultados com base no referencial teórico.
Moreira et al. (2006) afirmam que os dados qualitativos e quantitativos podem ser
usados no mesmo estudo. Apontam uma distinção entre ambos, à pesquisa qualitativa explora
as características dos indivíduos e cenários, o dado pode ser verbal e coletado por observação,
descrição e gravação. Já a pesquisa quantitativa, explora as características e situações com os
dados numéricos e faz uso da mensuração e estatística.
Como se trata de avaliar a técnica, optou-se por conduzir a pesquisa no estudo de caso
simplificado, por meio da metodologia da ASCV de um produto de uma microempresa
industrial do ramo automotivo, com foco no processo de produção, e exclusivamente na etapa
de fabricação (portão a portão), não sendo incluídas outras etapas, tais como extração,
transporte, entre outras.
De acordo com Gil (2007), o estudo de caso é uma modalidade de pesquisa
amplamente utilizada nas ciências sociais e consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou
poucos objetos, permitindo um amplo e detalhado conhecimento. Alguns propósitos do estudo
de caso são definidos por Gil (2007) e que se enquadram e reforçam a metodologia do
presente estudo.
Para o primeiro propósito, Gil (2007) argumenta que o estudo de caso explora
situações de vida real cujos limites não estão claramente definidos, sendo necessário preservar
o caráter unitário do objeto estudado. O segundo, descreve a situação do contexto em que está
sendo feita determinada investigação.
Para que o estudo de caso fosse realizado, foram definidos os seguintes passos
baseados na definição da metodologia ASCV, conforme descrito no capítulo anterior.
38
3.1 ESCOPO
De acordo com ISO 14044 (ABNT, 2009b), durante a fase de “Objetivo do Estudo”
deve-se estabelecer a aplicação pretendida, as razões para conduzir o estudo e o público-alvo,
ou seja, para quem se espera comunicar os resultados do estudo. Nesta etapa da ASCV é
importante a identificação e priorização dos indicadores sociais por parte interessada,
descritos como qualitativos e quantitativos para determinação do escopo deste estudo, deve-se
realizar:
3.1.4 Priorização das Subcategorias e Indicadores Sociais para cada Parte Interessada
3.2 INVENTÁRIO
De acordo com a ISO 14044 (2006), a análise de inventário do ciclo de vida envolve a
coleta de dados e procedimentos de cálculos para quantificar as entradas e saídas pertinentes
de um sistema de produto para cada unidade de processo.
42
Com a priorização dos indicadores por partes interessadas, necessário se faz avaliá-las
individualmente, com aplicação da ferramenta de coleta de dados em todas as partes
interessadas. Desta forma foram elaborados cinco questionários. O primeiro, com informações
sobre dados dos funcionários que, foi aplicado nas empresas selecionadas conforme detalhado
no Capítulo 4. O segundo questionário foi dirigido aos funcionários; o terceiro abordou os
indicadores para os fornecedores; o quarto para a comunidade local; o quinto e último,
abordagem para a sociedade.
Com isso, optou-se pelo uso do questionário com perguntas fechadas, por contribuir na
melhor obtenção dos dados a serem analisados, e também, para facilitar a coleta de dados.
Segundo Hair Junior (2005), a elaboração do questionário com perguntas fechadas é de maior
dificuldade e exige maior tempo de elaboração, mas facilita a coleta e entrada de dados, além
da análise computacional tornar-se mais fácil.
43
mesma forma, Grieβhammer et al. (2007) em sua lista de indicadores de sociedade (quadro
A.4), abordam o indicador “Promover ambiente social aos fornecedores e cooperação aos
parceiros”, definido como as medidas tomadas nas empresas, para criar programas sociais e
padrões mínimos do ambiente entre os fornecedores, e sugere que a empresa deve evidenciar
problemas sociais existentes entre as partes interessadas. Com bases nestes estudos o presente
trabalho, desenvolveu as seguintes perguntas para os demais Indicadores relacionados aos
Fornecedores (tabela 10).
Para a análise de dados com a sociedade são verificados os dados sobre: Certidão de
Imposto de Renda, pagamento do INSS e FGTS (quadro 13), referente às empresas
envolvidas no sistema do produto, conforme detalhado na figura 4. Para a coleta dessas
informações são necessários os dados do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) das
empresas, adquiridos na nota fiscal. Os dados foram confirmados via internet nos órgãos
Receita Federal e Caixa Econômica Federal.
De acordo com Labes (1998), a fase dos testes preliminares ou pré-testes é de extrema
importância para avaliar, em situação real, o questionário antes de ser distribuído
definitivamente para o público alvo da pesquisa, que for realizada, antes da aplicação do
questionário, foi o teste preliminar com especialistas em Avaliação do Ciclo de Vida e com
trabalhadores relacionados à indústria, a fim de se verificar eventuais erros e coletar sugestões
quanto ao formato e conteúdo (cores utilizadas, distribuição espacial no papel, erros de
ortografia, entre outros). Neste caso, foram escolhidos os participantes do Grupo de Avaliação
da Sustentabilidade do Ciclo de Vida da UTFPR como também dez funcionários da empresa
objeto do estudo de caso.
51
4 ESTUDO DE CASO
Este capítulo aborda o estudo de caso sobre as etapas da Avaliação Social do Ciclo de
Vida (ASCV) aplicada em um produto desenvolvido e manufaturado por uma microempresa
industrial do ramo automotivo, situada na Região Metropolitana de Curitiba, no Estado do
Paraná. Além das etapas, são apresentados os principais resultados da pesquisa realizada
utilizando como referência alguns dos indicadores abordados nos capítulos anteriores.
aproximado de 15 kg. Considerou-se que cada molde permite a produção de 1000 peças.
Desta forma por produto, necessita-se de 15 kg. Deste total foi retirado o percentual utilizado
para cada peça (quinta coluna). Na coluna seguinte apresenta-se o tempo em minutos,
necessários para fabricação de cada peça, o que totalizou 75 minutos para fabricação de um
produto. Na última coluna, o percentual de horas de trabalho.
4.2 INVENTÁRIO
Como já mencionado, o inventário corresponde à coleta e análise dos dados. Para tanto
apresenta-se neste item a etapa de Análise dos Dados que foram coletados por meio dos
questionários apresentado no apêndice e desenvolvidos em todo o item 3.2.
Neste estudo de caso, o universo da pesquisa é representado pelas empresas
selecionadas, conforme fluxograma definitivo (figura 5). A população é concentrada,
delimitada pelo número total de funcionários de cada empresa.
No total foram 145 questionários respondidos envolvendo todas as partes interessadas,
dos quais, 125 foram respondidos pelos funcionários das cinco empresas selecionadas (figura
5). Cinco questionários (dados dos funcionários) contendo informações quantitativas
apresentados no questionário no apêndice 03 foram respondidos por funcionários
responsáveis pelo setor de recursos humanos das cinco empresas. Quatro questionários,
referente ao apêndice 04, foram aplicados nas empresas (B,C,D) sobre relação entre
fornecedores e a empresa (A), respondidos por um funcionário do departamento financeiro ou
administrativo. O questionário no apêndice 05 foi aplicado na empresa (E), sobre a relação
entre a empresa cliente e a empresa (A) que desenvolve o produto, sendo respondido por um
funcionário do departamento comercial.
Para a comunidade foram entrevistadas dez pessoas, respondendo às informações do
quadro 12 (ver questionário no apêndice 06), considerando duas pessoas vizinhas de cada
58
empresa (A,B,C,D,E). Para sociedade, o levantamento de dados foi via internet, no qual pode
ser verificado no questionário apresentado no apêndice 07.
Importante mencionar que somente na empresa D, que possui um total de cento e
trinta (130) funcionários (gráfico 1), foram respondidos somente oitenta e cinco (85)
questionários, não atingindo 100% do número de funcionários. Nas demais empresas o
questionário foi aplicado com todos os funcionários.
Os dados dos funcionários foram coletados tanto na empresa quanto com os próprios
funcionários, apresentados na tabela 2 para a tabulação dos dados quantitativos.
1º grau completo 0 1 0 0 0 2 0 0 0 0
2º grau incompleto 0 2 0 0 0 0 0 1 0 0
2º grau completo 5 2 3 8 1 3 25 70 1 1
3º grau cursando/ completo 2 3 2 2 0 0 13 21 5 8
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.
Para o indicador de diversidade, não houve respostas para os dados sobre idade e cor
da pele dos funcionários.
A tabela 3, apresenta os dados quantitativos que foram respondidos por um
responsável do recursos humanos da empresa, sendo que não houve resposta para os dados
referentes aos indicadores de saúde e segurança acerca da doença ocupacional e tipo de lesão,
por isso não se encontram na tabela 3. Destes dados, contidos na tabela 3, foram respondidos
pelos funcionários somente os dados sobre o indicador de tipo de contrato, carga horária e
descanso diário, como pode ser verificado no questionário no apêndice 01.
59
Quanto ao número total de funcionários, nota-se que a empresa (D) possui maior
número de funcionários, sendo responsável por 68% dos funcionários por todo o ciclo de
vida, enquanto a empresa (C) representa o menor número de empregos com 4% do total de
funcionários (gráfico 1).
60
130
110
Funcionários 90
70
50
30
10
-10
A B C D E
Total de funcionários 22 15 8 130 15
Empresas
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
A B C D E
MULHERES 64% 33% 12% 29% 40%
HOMENS 36% 67% 88% 71% 60%
Empresas
homens. No setor administrativo 14% são mulheres para 17% de homens. Já para cargos de
chefia o percentual é de 3 % para mulheres enquanto que 6% são compostos por homens.
Percebe-se que existe um índice maior de mulheres no setor administrativo, já no setor de
produção e os cargos de chefia, predominam os funcionários do sexo masculino.
100%
90%
80%
Funcionários
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens
Produção 11 1 0 6 0 6 21 68 0 0
Administrativo 1 4 4 2 0 0 15 20 6 7
Chefia 2 3 1 2 1 1 2 4 0 2
100%
90%
Quantidade de pessoas
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens
0
A B C D E
Notificação de acidentes 2 5 4 5 0
Nº c/afastamento 0 0 0 1 0
Nº s/afastamento 2 5 4 4 0
Empresas
Constatou-se que a empresa D possuiu uma pessoa afastada por motivo de acidente, e
quatro casos de acidentes sem afastamento, enquanto a empresa B computou cinco acidentes
sem afastamento. Em contra partida, na empresa E não foi constatada nenhuma notificação de
acidentes. Observou-se que as empresas que possuem atividades com maiores riscos são: a
empresa B de fundição e a empresa D de ferramentaria.
Para identificação de saúde e segurança, os dados de doença ocupacional e tipo de
lesão não foram respondidos pelas empresas, portanto não estão apresentados.
No indicador de associação coletiva, os dados de funcionários sindicalizados
encontram-se no gráfico 6, em que as empresas A, B, E possuem 100% de todos os
funcionários sindicalizados. Já a empresa D apresenta 70% e a empresa C não possui nenhum
funcionário associado a um sindicato.
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
A B C D E
Nº sindicalizados 100% 100% 0% 70% 100%
Empresas
1,5
0,5
0
A B C D E
Nº reuniões coletivas 0 0 0 2 1
Nº contratos / reuniões 0 0 0 2 1
100%
90%
80%
70%
Funcionários
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
A B C D E
Nº contratados 100% 100% 100% 93% 100%
Nº terceirizados 0% 0% 0% 7% 0%
Nº sem contrato 0% 0% 0% 0% 0%
Empresas
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
A B C D E
22 horas por semana 14% 0% 0% 0% 0%
44 horas por semana 86% 100% 100% 100% 100%
Para o indicador de Horas Extras foram coletados dados para a quantidade de horas
extras realizadas na semana, indicado no gráfico 10. Nota-se que a empresa D realiza, em
média, três horas por semana a mais que o expediente normal, a empresa E com duas horas e
a empresa B com uma hora por semana. Esses dados não ultrapassam o limite estabelecido
pela CLT, no artigo 59, em que não se pode ultrapassar duas horas extras por dia por
trabalhador.
67
2,5
2
Horas
1,5
0,5
0
A B C D E
Horas extras por semana 0 1 0 3 2
Empresas
60
50
40
Minutos
30
20
10
0
A B C D E
Almoço 60 60 60 60 60
Intervalo 20 10 15 20 15
Os dados apontam que todas as empresas estão cumprindo o que é exigido por lei, ou
seja, 60 minutos de almoço. O intervalo no expediente para as indústrias metalúrgicas não é
exigência da CLT, mas foram identificados nas empresas A e D vinte minutos de intervalo, na
empresa C, 15 minutos. Já a empresa B possibilita aos funcionários somente 10 minutos de
intervalo no expediente.
Não houve identificação de expediente no período noturno. Como se pode perceber,
com a análise de tipo de contrato, carga horária e período de descanso não há índice de
trabalho forçado, atendendo ao que é exigido pela CLT. Portanto, a pesquisa constatou que
não há indícios de trabalho forçado nos departamentos de trabalho das empresas envolvidas
no ciclo de vida do produto.
Para o indicador de Trabalho Infantil, foi identificado apenas um menor com 17 anos
de idade na empresa C. Apesar de trabalhar com carteira assinada, o regime de trabalho é de
44 horas semanais, ultrapassando o limite estabelecido pela CLT. Tendo em vista que no
artigo 442, estabelece-se um período de 6 horas diárias para o trabalhador aprendiz entre 14 a
18 anos de idade. O contrato, neste caso, deve ser de aprendiz, registrado por órgão
competente e não pode ultrapassar um período de dois anos. Desta forma, percebe-se indícios
de irregularidade e tendência ao Trabalho Forçado pelo excesso de horas trabalhadas por
menor aprendiz.
Para o indicador de saúde e segurança, as questões foram realizadas com os
funcionários, sendo as respostas obtidas como SIM estão apresentados no gráfico 12. Acima
de 90% dos funcionários das empresas C, D e E confirmaram a existência de temperatura
agradável no local de trabalho. Sobre o odor, somente as empresas D e E confirmam com
90% das respostas que o odor é suportável e agradável no local de trabalho.
69
120%
100%
80%
Respostas
60%
40%
20%
0%
A B C D E
Empresas
110%
100%
90%
80%
70%
Respostas SIM
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
A B C D E
120%
100%
80%
Respostas
60%
40%
20%
0% A B C D E
Empresas
Tabela 4 - Dados do Indicador de Trabalho Forçado para os Funcionários no Ciclo de Vida do Produto
Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E Média CV
Perguntas
Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio por pergunta
P1.1 4,14 0,85 3,87 0,34 4,12 0,64 4,94 0,22 4,06 0,24 4,03
P1.2 4,52 0,6 3,18 0,54 4,12 0,35 4,86 0,34 3,16 0,39 3,64
P1.3 4,28 0,95 3,25 0,57 4,12 0,35 4,8 0,39 3,18 0,45 3,53
P1.4 4,33 0,85 4 0,36 4,25 0,46 4,76 0,42 4,04 0,2 4,13
P1.5 4,09 0,88 4,18 0,54 4,5 0,53 4,83 0,37 4,11 0,32 4,20
P1.6 4,28 0,56 4,06 0,25 4,25 0,46 4,9 0,29 4,09 0,3 4,16
P1.7 3,19 1,53 4,12 0,34 3 1,06 4,13 0,34 4,11 0,32 3,71
Média (DP) Geral 4,12 (1,00) 3,81 (0,57) 4,05 (0,72) 4,75 (0,52) 3,82 (0,65) 4,11
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.
3,5 significa que os funcionários no geral, não estão nem satisfeitos nem insatisfeitos em
relação a essas questões.
Os funcionários indicam que não há trabalho forçado no ciclo de vida, o valor de 4,11
encontra-se na tabela 4 (7 coluna e 9 linha).
representa pouca variação entre as respostas das funcionárias. Na empresa E, a única pergunta
com média menor do que 4 é sobre a satisfação da funcionária em conciliar a vida profissional
e de mãe, atingindo uma média de 3,76 e com pouca variação entre as respostas, considerando
o desvio padrão (0,43).
As empresas B e D apresentaram médias um pouco menor que a empresa E, entre 4 a
4,3. A empresa B com média 4,02 (0,57) e a D com média 4,28 (0,52). Percebe-se que na
empresa B as funcionárias estão em geral satisfeitas com o indicador. Já a empresa D existe
maior satisfação entre as funcionárias relacionada a proteção à maternidade e o desvio padrão
demonstra pouca variação de opinião, em comparação com a empresa B.
A empresa A possui menor média (3,07) entre todas as empresas e o maior desvio
padrão (1,27), apontando para uma insatisfação das funcionárias da empresa A em relação à
proteção com a maternidade. Porém, nota-se uma significativa variação entre as notas das
respondentes, representado pelo valor do desvio padrão.
Na tabela 5 (coluna 7) apresenta-se o resultado dos cálculos das médias de cada
pergunta por todo o ciclo de vida do produto, considerando todas as empresas. Desta forma,
percebem-se as perguntas com maior grau de satisfação, com médias acima de 4 estão as
questões sobre a satisfação da funcionária com o tratamento da empresa em relação a
gestante, o tempo que a funcionária é dispensada para atender as necessidades e o tratamento
da empresa após o retorno da licença maternidade.
As questões sobre o plano de saúde, atendimento em caso de emergência, o tempo que
a funcionária possui para cuidados com seu filho e a satisfação em conciliar a vida
profissional e de mãe atingiram médias entre 3,5 e 3,9 representando que as funcionárias não
estão nem satisfeitas nem insatisfeitas com essas perguntas.
A média geral do resultado de todas as empresas, obtida para o indicador de proteção à
maternidade, atingiu um valor de 3,97. Isso significa um valor regular, ou seja, no final do
ciclo de vida as funcionárias não estão, nem satisfeitas nem insatisfeitas, neste indicador.
75
Tabela 6 - Dados do Indicador de Sindicato e Associação Coletiva para os Funcionários no Ciclo de Vida
do Produto
Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E Média CV
Perguntas
Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio por pergunta
P3.1 3,71 1,18 2,87 1,2 2,5 1,19 3,19 0,4 3,07 0,64 3,06
P3.2 2,85 1,52 2,5 0,96 1,25 0,7 2,85 0,91 3,38 0,65 2,56
P3.3 2,57 1,56 1,93 1,18 1,25 0,7 2,72 0,64 3,23 0,72 2,34
P3.4 2,52 1,56 2,68 1,57 1,28 0,9 4,4 0,49 4,84 0,37 3,13
P3.5 2,04 1,24 1,75 1,18 1,25 0,7 4,87 0,33 4,61 0,5 2,9
P3.6 2,04 1,32 3,75 0,68 1,30 0,8 1,83 1,07 1,92 0,75 2,15
P3.7 2,14 1,38 2,43 0,96 1,2 0,6 1,68 0,46 1,92 0,27 1,88
Média (DP) Geral 2,55 (1,48) 2,56 (1,26) 1,42 (0,87) 3,08 (1,29) 3,28 (1,21) 2,57
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.
Para média geral de todas as perguntas por empresa, a análise constatou que todas as
empresas estão com médias abaixo de 4, conforme se percebe na tabela 6, sendo que as
empresas D e E possuem médias mais significativas entre as outras, empresa D 3,08 (1,29), já
a empresa E 3,28 (1,21), esses dados representam um resultado neutro, em que os
funcionários não estão, nem satisfeitos nem insatisfeitos com relação ao sindicato e
associação coletiva, porém o desvio padrão denota uma grande variação na opinião dos
respondentes.
No entanto, as empresas A, B e C tiveram valores abaixo de (3), o que indica que os
funcionários estão muito insatisfeitos ou insatisfeitos. Os funcionários das empresas A e B
estão insatisfeitos com a atuação do sindicato e associação coletiva nas empresas, destacando-
se a empresa C, com uma média 1,42 (0,87), com muita insatisfação.
Por meio da média das questões, constatou por todo o ciclo de vida (7 coluna) que a
questão (P 3.7) possui a pior média (1,88) os funcionários estão muito insatisfeitos em relação
76
ao diálogo que o sindicato proporciona aos funcionários e empresa. Para insatisfação dos
funcionários são apontadas as questões sobre o tempo da reunião, negociações, atuação e ação
do sindicato. Somente as questões acerca das conversa voluntária e resultados das reuniões
atingiram médias entre 3 e 3,2 representando uma opinião neutra (nem satisfeitos nem
insatisfeitos).
O valor que representa o indicador de Sindicato e Associação Coletiva por todo o ciclo
de vida foi formulado por meio do cálculo das médias gerais das empresas. A análise aponta
uma média 2,57 significa que a parte funcionário se encontra insatisfeito com o indicador.
Tabela 7 - Dados do Indicador Diálogo entre Funcionário e a Empresa no Ciclo de Vida do Produto
Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E Média CV
Perguntas
Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio Média Desvio por pergunta
P4.1 3,04 1,39 2,62 0,71 3,87 0,64 1,27 0,57 1,84 0,55 2,52
P4.2 2,9 1,41 3,43 0,51 4 0,75 3,07 0,25 3,3 0,48 3,34
P4.3 3,33 1,31 3,06 0,25 3,75 1,16 4,09 0,28 4,15 0,37 3,67
P4.4 3,61 1,28 2,43 0,62 3,87 0,83 2,73 1,32 4,15 0,37 3,35
P4.5 3,47 1,36 3,43 0,62 3,87 0,64 3,14 0,56 3,46 0,51 3,47
P4.6 2,85 1,45 2,43 0,51 4,37 0,74 3,16 0,41 3,38 0,5 3,23
P4.7 2,85 1,31 2,5 0,51 4,37 0,51 2,31 0,79 2,76 0,72 2,95
Média (DP) Geral 3,15 (1,36) 2,84 (0,68) 4,01 (0,77) 2,82 (1,06) 3,29 (0,90) 3,22
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.
relação ao diálogo entre as partes, nota-se que o desvio padrão aproxima-se de 1, o que
representa certa variação de opinião entre os respondentes.
Já nas empresas A e E, os valores das médias foram entre 3 e 3,5. A empresa A possui
média 3,15 (1,36) e a empresa E com 3,29 (0,90), em que se nota uma diferença de 0,14 entre
as médias. Os resultados da empresa A apresentam um desvio padrão maior que 1, ou seja,
mesmo que os funcionários tenham opiniões neutras em relação a este indicador existe
divergência entre as respostas.
Com valores mais críticos para o indicador de Diálogo entre funcionário e empresa,
encontram-se as empresas B com média 2,84 (0,68) e D com média 2,82 (1,06), sendo que os
dados apontam para uma insatisfação dos funcionários em relação ao diálogo com a empresa.
No entanto, o desvio padrão da empresa D (1,06) aponta uma maior discordância de opiniões
dos funcionários, significa que nem todos possuem o mesmo grau de insatisfação entre as
questões.
Para o indicador de Diálogo entre funcionário e empresa, foram calculadas na tabela 7
as médias de todas as empresas para cada pergunta (coluna 7), em que se nota que nenhuma
empresa atingiu valor de média 4 (satisfeito), as que apontam neutralidade de opinião dos
funcionários (nem satisfeito - nem insatisfeito) são as relacionadas: a agilidade das respostas
que a empresa fornece ao funcionário, a comunicação entre os setores e o grau que a empresa
escuta o que o funcionário tem a afirmar.
O resultado das médias de todas as empresas é 3,22 para o indicador de Diálogo entre
funcionário e a empresa, isso significa que por todo o ciclo de vida a parte interessada
funcionários tende a ter uma opinião neutra (nem satisfeito - nem insatisfeito) em relação ao
indicador.
Na média geral do indicador por empresa, a análise constatou que somente a empresa
C atingiu valor médio de 4, ou seja, os funcionários desta empresa afirmam estarem satisfeitos
com a remuneração e benefícios e o desvio padrão é 0,71 representando pouca variação de
opiniões entre os respondentes. Com médias próximas a 3 e 3,5 estão as empresas B, D e E,
significa que a opinião dos funcionários é neutra (nem satisfeito - nem insatisfeitos), no
entanto, a empresa D possui maior desvio padrão (1,88), apontando uma grande variação das
respostas sobre o grau de satisfação entre os seus funcionários. Já a empresa A entre todas as
empresas apresenta menor média 2,6 (1,55) para a satisfação dos funcionários sobre
remuneração e benefícios e também se percebe pelo desvio padrão que existe uma grande
variação das respostas sobre o grau de satisfação entre seus funcionários.
A avaliação do ciclo de vida para este indicador apresenta na coluna 7 o cálculo da
média por pergunta para todos os funcionários. Nota-se que nenhuma das questões sobre
remuneração e benefícios atingiram o valor 4 de satisfação dos funcionários, com médias
entre 3 e 3,8, as perguntas relacionadas à satisfação da remuneração, das necessidades básicas,
benefícios adicionais, valor dos benefícios e bem estar para os familiares. Os dados indicam
que os funcionários possuem opiniões neutras, sendo que para a pergunta (P 4.5), referente à
política de reajuste de cargos e salários, a média foi de 2,9 indicando a insatisfação dos
funcionários.
Na média geral do ciclo de vida para o indicador de remuneração e benefícios, análise
constatou um valor médio de 3,3. Esta pontuação significa que, por todo o ciclo de vida, os
funcionários não estão nem satisfeitos nem insatisfeitos com o indicador.
79
Na média geral entre as empresas, a análise demonstra que nenhuma das 5 empresas
atingiram elevado grau de satisfação dos funcionários. As empresas D e E mantiveram-se com
valores entre 3 e 3,5 denotando-se que os funcionários não estão nem satisfeitos nem
insatisfeitos com o investimento da empresa no desenvolvimento de suas capacidades, porém,
o desvio padrão é acima de 1, significando que os funcionários não possuem as mesmas
opiniões sobre as questões elaboradas para o indicador.
Na tabela 9, as empresas A, B e C atingiram valores de médias abaixo de 3 e o desvio
padrão acima de 1, o que significa que os funcionários destas três empresas, estão insatisfeitos
com o investimento que a empresa faz em suas capacidades, no entanto o desvio padrão acima
de 1 representa uma grande variação das opiniões dos funcionários.
Na tabela 9, encontram-se as médias para cada questão (coluna 7) por todo o ciclo de
vida. Nota-se que as perguntas que atingiram médias entre 3 e 3,5 são: a capacitação que a
80
empresa oferece para desenvolver as qualidades dos funcionários e o tempo livre para exercer
outras atividades. Todas as outras perguntas mantiveram-se abaixo de 3, ou seja, os
funcionários de todas as empresas estão insatisfeitos com o investimento da empresa para
treinamento, com o conforto para exercer as atividades, investimento da empresa na
capacitação intelectual e sobre os cursos e o horários de trabalho.
O indicador de desenvolvimento da Capacidade atingiu uma média geral de 2,75
relacionada ao cálculo de médias das cinco empresas, o que significa que a parte interessada
Trabalhador no ciclo de vida do produto, está insatisfeita com os investimentos que as
empresas empregam ao desenvolvimento de suas capacidades.
4.3.1 Resultado dos Indicadores de Reclamações e Diálogo e Grau que Escuta as Partes
Tabela 10 - Dados sobre os Fornecedores dos Indicadores de Reclamações e Diálogo e Grau que Escuta as
Partes no Ciclo de Vida do Produto
Para análise do ciclo de vida são apresentadas na quinta coluna as médias de cada
pergunta, considerando as três empresas. Com média 4 (satisfeito) estão as questões: (P 1.1)
reclamações e diálogo entre as empresas; (P 1.3) se o indicador é acessível e eficiente; (P 1.4)
sobre as respostas das reclamações. As perguntas que atingiram médias 5 (muito insatisfeito)
foram as: (P 1.2) Diálogo nas negociações e (P 1.5) qualidade da informação.
A média geral por empresa para o indicador de Reclamações e Diálogo encontra-se na
última linha. As empresas B e C apresentam valores iguais a 4 (0), sendo que a média
representa a satisfação dos fornecedores neste indicador em relação à empresa A, notando-se
com o valor do desvio padrão que os fornecedores opinaram da mesma forma para todas as
questões. Já a empresa C atingiu uma média maior de 4,4 (0,54), sendo que este fornecedor
encontra-se satisfeito, com uma diferença de 0,4 de média entre as demais empresas, devido
as perguntas (P 1.5 e P 1.2) que atingiram a nota 5 (muito satisfeito).
No cálculo da média geral para as três empresas, o indicador de reclamações e diálogo
atingiu o valor de (4,13), que representa a satisfação dos fornecedores em relação à empresa
A.
A análise do indicador sobre o Grau que Escuta as Partes é representada nos dados da
tabela 10. Com maior média 5 (muito satisfeito) foram identificadas três questões, a primeira
na empresa C, é a pergunta (2.1) em que a empresa escuta e respeita a opinião do fornecedor.
Na empresa B estão as outras duas questões que tiveram nota 5, são elas: (P 2.3) negociações
de prazo; (P 2.4) mudanças ocorridas.
Com nota 3 (nem satisfeito nem insatisfeito) foi identificado na empresa C às
questões: (P 2.4) mudanças ocorridas e (P 2.5) reuniões na empresa a pedido do fornecedor.
As outras questões nesta empresa encontram-se com notas 4 (muito satisfeito).
82
Na média geral, a empresa B atingiu melhor média entre as demais, de 4,4 (0,54) com
uma diferença de 0,4 sendo maior que a empresa D. Porém, o desvio padrão da empresa B
(0,54) representa variação na satisfação entre as questões, enquanto que a empresa D não
houve variação das pontuações. No entanto as duas empresas estão satisfeitas com o grau que
a empresa A escuta o fornecedor. Já para menor média é constatado na empresa C a média 3,8
(0,83), que representa uma opinião neutra do fornecedor (nem satisfeito nem insatisfeito).
Na última coluna, estão apresentados as médias das perguntas envolvendo os três
fornecedores. Percebe-se que a questão (P 2.5) sobre negociações entre as partes e (P 2.4)
mudanças ocorridas, atingiram médias 4 (satisfeito). Com as maiores médias (4,33)
encontram-se as questões: (P 2.1) se a empresa A escuta e respeita a opinião do fornecedor e
(P 2.3) sobre negociações de prazos.
A média geral, envolvendo todos os fornecedores, atingiu nota 4,06. Significa que por
todo o ciclo de vida os fornecedores encontram-se satisfeitos com o grau que a empresa A
escuta as partes.
Na tabela 11, encontra-se o resultado da análise dos dados dos indicadores de Respeito
a Contratos e Apoio a Investimentos para os Fornecedores.
Sobre o indicador de Respeito a Contratos as perguntas que atingiram nota 5,
identificadas na empresa C, foram: (P 3.1) grau de satisfação sobre o contrato; (P 3.2)
satisfação sobre o pagamento do contrato; (P3.5) sobre a clareza da informação do contrato.
83
Tabela 11 - Dados sobre os Fornecedores dos Indicadores de Respeito a Contratos e Apoio a Investimentos
no Ciclo de Vida do Produto
Respeito a Contratos Apoio a Investimentos
Perguntas Empresa B Empresa C Empresa D Média Perguntas Empresa B Empresa C Empresa D Média
geral geral
Média Média Média Média Média Média
P 3.1 4 5 4 4,33 P 4.1 3 3 4 3,33
P 3.2 3 5 4 4 P 4.2 3 3 4 3,33
P 3.3 4 3 4 3,66 P 4.3 3 4 4 3,66
P 3.4 3 4 4 3,66 P 4.4 3 4 4 3,66
P 3.5 4 5 4 4,33 P 4.5 4 3 4 3,66
Média G (DP) 3,6 (0,54) 4,4 (0,89) 4 (0) 4 Média G (DP) 3,2 (0,44) 3,4 (0,54) 4 (0) 3,53
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.
Tabela 12 - Dados sobre os Indicadores de Informações no Rótulo, Riscos e Manutenção do Produto para
a Empresa Cliente no Ciclo de Vida do Produto
O indicador de Informação no Rótulo atingiu uma média geral de 3,71 (0,45) a média
significa que o cliente está nem satisfeito nem insatisfeito. Nota-se que esta média ocorre em
função de duas perguntas P 1.3 e P 1.6 que tiveram nota 3 e todas as demais possuem nota 4
(muito satisfeito). Para este indicador atingir a média geral 4 de satisfeito, seria necessário a
mais 0,29 de média, desta forma pode-se afirmar que o cliente possui uma opinião mais
satisfatória para as informações no Rótulo.
Os dados na tabela 12, sobre o indicador de Informações de Risco do produto é
demonstrado na terceira coluna as questões que o cliente selecionou com o valor 4. Desta
forma, o cliente encontra-se satisfeito sobre as soluções em caso de acidente e informações
para contato no rótulo do produto. Já as perguntas (P 2.1; P 2.2; P 2.3 e P 2.5) apresentam
nota 3, significa que o cliente não está nem satisfeito nem insatisfeito sobre as informações de
86
risco do produto, de manutenção e se elas são de fácil e rápida interpretação para prevenção
de acidentes. O cliente está insatisfeito com as informações de risco no manual do produto,
avaliando a questão com a nota 2.
A análise constatou a média geral de 3,14 (0,63) para o indicador de Informações de
Risco, significa que o cliente está nem satisfeito nem insatisfeito com este indicador, exceto
nas questões (P 2.4) e (P2.7) que o cliente afirmou está satisfeito.
O resultado da análise do indicador de Manutenção do Produto é apresentado na tabela
12 (quarta coluna). Nota-se que o cliente está satisfeito somente com a qualidade do produto
trocado ou consertado e sobre a satisfação na manutenção do produto. Já para as informações
contidas no manual e a qualidade desta informação o cliente selecionou a nota 3 (nem
satisfeito nem insatisfeito).
A análise apresenta duas questões com nota 1(muito insatisfeito) denota que o cliente
está muito insatisfeito no atendimento para pedido de troca e no tempo da manutenção ou
troca do produto. Percebe-se na última linha a média geral de 2,85 (1,24) para o indicador de
Manutenção do Produto, a média significa que o cliente está insatisfeito com o indicador, no
entanto o desvio padrão (1,24) aponta que existe uma variação na satisfação ou insatisfação
do cliente, pode ser confirmado pelas notas apresentadas na quarta coluna.
Na tabela 13, apresenta-se os dados da avaliação para a comunidade local, ao redor das
empresas envolvidas no ciclo de vida do produto. Foram entrevistados dois moradores
vizinhos à cada empresa, a avaliação se fez por meio do indicador de “Segurança, Cuidados e
Condições de Vida Saudáveis” apresentado pela UNEP/SETAC (quadro 3) avaliando o grau
de satisfação, dos indivíduos da comunidade diante da conduta da empresa, o indicador foi
construído por meio de perguntas contidas no questionário do apêndice 06.
87
grau de satisfação, ou seja, a comunidade local está satisfeita em ter a empresa E como
vizinha e com o benefício que a mesma gera para o comercio local. A única pergunta que
atingiu a média 3 foi a (1.6) significa que os indivíduos da comunidade ao redor da empresa
E, não estão nem satisfeitos nem insatisfeitos com a criação de empregos gerados pela
mesma.
Na média geral por empresa, apresentada na última linha da tabela 13, os dados
apontam a empresa D com melhor média entre as demais, na satisfação da comunidade local.
Desta forma, os indivíduos da comunidade estão muito satisfeitos com o indicador de
Segurança, Cuidados e Condições de Vida Saudáveis. Com uma diferença de 0,09 (média),
encontra-se a empresa C que atingiu de média 4,91 (0,18), ou seja, a comunidade ao redor da
empresa C encontra-se satisfeita com o indicador. Nota-se uma pequena variação no desvio
padrão, todos os respondentes apresentam opiniões parecidas.
Em seguida, a empresa B com 4,58 (0,44) de média e desvio padrão, a empresa E com
média 4,41 (0,73) e a empresa A com a média 4,33 (0,55). Nota-se que para as três empresas,
a comunidade está satisfeita com o indicador de Segurança, Cuidados e Condições de Vida
Saudáveis. No entanto, existe variação na pontuação para cada questão, enquanto que na
empresa B a comunidade está muito satisfeita com a criação de empregos, nas empresas A e E
esta questão atingiu a média 3 (nem satisfeito nem insatisfeito).
Para avaliação da satisfação na comunidade local no ciclo de vida do produto, na
tabela 13 (7 coluna), foi calculada a média por cada pergunta considerando todas as empresas.
Nota-se que somente a questão (P 1.3) sobre a emissão de lixo no bairro, atingiu a média 5
(muito satisfeito). Com uma diferença de 0,1 a questão (P 1.1) não atingiu a média 5, no
entanto a comunidade encontra-se satisfeita com o ruído criado pelas mesmas. Para as demais
questões (P1.2; P1.4; P1.5 e P1.6) os dados estão com média entre 4,4 e 4,7 significa que para
o odor emitido pela empresa, satisfação em ter como vizinha, criação de empregos e o
comércio a comunidade local encontra-se satisfeita.
não possuem a certidão da receita com a data atualizada do ano de 2009. As demais empresas
(A, D e E) foram retiradas as certidões com dados atualizados.
Já para o Indicador de Contribuição Previdenciária (INSS), os dados foram
confirmados no seguinte endereço eletrônico: www.previdenciasocial.gov.br. Todas as
empresas estão com o pagamento do INSS confirmado.
O pagamento do FGTS foi confirmado no seguinte endereço eletrônico:
www.caixa.gov.br todas as empresas estão com os pagamentos quitados junto a Caixa
Econômica Federal.
5 DISCUSSÃO
Neste estudo, os resultados apresentam-se com foco maior para dados de funcionários.
Pode-se perceber na pesquisa que houve uma restrição de dados da comunidade local e
sociedade, pois a aplicação dos indicadores propostos pela UNEP/SETAC, nestas categorias,
exige um maior detalhamento de dados e para coletá-los são imprescindíveis entrevistas,
visitas e questionários referentes a cada um dos indicadores avaliados. Em função do pouco
tempo para coletar dados da comunidade e sociedade, optou-se por avaliar poucos indicadores
nestas categorias.
Total de Funcionários
80%
Total de 190 Funcionários
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
A B C D E
Total de Funcionários 12% 8% 4% 68% 8%
Empresa
funcionários na chefia. Por ultimo, o processo de ferramentaria com 5% dos seus funcionários
na chefia.
100%
Funcionários por setor
80%
60%
40%
20%
0%
A B C D E
Produção 54% 40% 75% 68% 0%
Administrativo 23% 40% 0% 27% 87%
Chefia 23% 20% 25% 5% 13%
Empresa (Processo)
Gráfico 16 – Percentual de Funcionários por Setor nas Empresas no Ciclo de Vida do Produto.
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.
5.1.1 Discussão dos Resultados dos Dados Semi-Quantitativos relação empresa e funcionário
Neste item serão discutidos os resultados dos indicadores sociais que mede a
satisfação dos funcionários, a avaliação ocorreu por meio das médias gerais obtidas nos
resultados apresentados nas tabelas do item 4.2.2. Com intuito de apresentar os pontos
positivos e negativos dos indicadores por cada processo, ou seja, por cada empresa. É
95
considerado pela autora da pesquisa que os pontos positivos é apresentado pela pontuação
acima de 4 e negativo abaixo de 4 na escala de intensidade.
Desta forma, podem-se identificar em quais processos no ciclo de vida do produto, os
indicadores sociais apresentam satisfação ou insatisfação dos funcionários. Para tanto, foi
elaborado a tabela 15, no qual a primeira coluna estão listados os indicadores sociais, nas
demais colunas estão os resultados das médias gerais para cada empresa envolvida no ciclo de
vida do produto.
Tabela 15 – Média Geral dos Indicadores de Satisfação dos Funcionários por Empresa no Ciclo de Vida
do Produto
Média Geral por Empresas (ou processos)
INDICADORES SOCIAIS
A B C D E
Trabalho Forçado 4,12 (1,00) 3,81 (0,57) 4,05 (0,72) 4,75 (0,52) 3,82 (0,65)
Proteção à Maternidade 3,07 (1,27) 4,02 (0,67) - 4,28 (0,47) 4,53 (0,68)
Sindicato e Associação Coletiva 2,55 (1,48) 2,56 (1,26) 1,42 (0,87) 3,08 (1,29) 3,28 (1,21)
Diálogo entre Funcionário e a Empresa 3,15 (1,36) 2,84 (0,68) 4,01 (0,77) 2,82 (1,06) 3,29 (0,90)
Remuneração e Benefícios 2,6 (1,55) 3,02 (0,68) 4,00 (0,71) 3,53 (1,18) 3,35 (0,77)
Desenvolvimento da Capacidade 2,75 (1,51) 2,29 (0,94) 2,3 (1,42) 3,11 (0,98) 3,27 (1)
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.
insatisfeitos com o diálogo que possui com a empresa. Para os demais indicadores os
funcionários possuem uma opinião neutra.
Na empresa Cliente, somente o indicador de Proteção a Maternidade atingiu o grau de
satisfação. Para os demais indicadores, os funcionários se posicionaram de forma neutra.
De acordo com o resultado dos indicadores no ciclo de vida do produto (gráfico 17), a
avaliação aponta que, somente o indicador de Trabalho Forçado obteve satisfação da parte
interessada Trabalhador. No entanto, nenhum indicador atingiu a média geral de muito
satisfeito. Os demais indicadores sociais estão qualificados entre muito insatisfeito e neutro.
4,5
4
Média geral no ciclo de vida
3,5
2,5
1,5
0,5
INDICADORES
Gráfico 17 – Média Geral dos Indicadores de Satisfação dos Funcionários no Ciclo de Vida do Produto.
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.
monta o produto. Na segunda coluna da tabela 15, a empresa A atingiu a média 3,07 (1,27),
significa uma opinião neutra, referente às questões sobre a conduta da empresa com a
funcionária gestante. Nota-se que o desvio padrão 1,27 representa uma variação das notas dos
respondentes.
Desta forma, pode ser conferido na tabela 5 que as respostas atingiram notas entre 1 e
3. Conclui-se que para Proteção a Maternidade as funcionárias da empresa A possuem uma
opinião neutra, mas percebe-se na análise dos resultados que as respostas variam mais para a
insatisfação.
É importante realçar, que o processo de usinagem não apresenta mulheres, não possui
nota na tabela 15 e não está sendo contabilizado para o cálculo de média.
A empresa Cliente, em comparação com as demais, apresenta melhor aspecto positivo
para o indicador de Proteção a Maternidade, com média geral de 4,53 (0,68). O dado aponta
satisfação das funcionárias.
Na seqüência, encontram-se os processos de ferramentaria e fundição que apresentam
satisfação das funcionárias, entretanto pode-se notar uma diferença entre as médias de 0,27 e
que representa uma grande diferença nas notas para cada questão. Nota-se na tabela 5 o
processo de fundição (empresa B) possui mais perguntas com média 3 do que o processo de
ferramentaria (empresa D). Mesmo que ambas tenham médias parecidas, o grau de satisfação
das questões é avaliado pelas funcionárias de forma diferente, os dados apontam que o
processo de ferramentaria possui mais aspectos positivos em comparação ao processo de
fundição.
Com melhor pontuação, mas enquadradas nos aspectos negativos, estão as empresas D
( processo de ferramentaria) e a empresa E (cliente) com média entre 3 e 3,3 e o desvio padrão
acima de 1. Nota-se na tabela 6, que para as duas empresas os funcionários variam de opinião
entre muito insatisfeito, satisfeito e neutro. Considerando para os pontos positivos na
avaliação as notas são acima de 4. Conclui-se que o indicador de Sindicato e Associação
Coletiva não apresentou aspectos positivos na avaliação no ciclo de vida do produto.
5.1.1.4 Discussão dos Resultados de Satisfação sobre Diálogo entre o Funcionário e Patrão
O Instituto ETHOS (2007) sugeriu mediar à satisfação dos funcionários sobre seu
diálogo com o padrão, por meio do indicador de Diálogo entre Funcionário e a Empresa. O
presente estudo avaliou o indicador, conforme análise dos resultados no item 4.2.2 na tabela
7, com intuito de verificar em quais processos ocorreram pontos positivos e negativos.
Nota-se na tabela 15, que o único processo que apresenta pontos positivos é de
usinagem com média 4,01 (0,77) indica que, de forma geral os funcionários no processo de
usinagem estão satisfeitos com o diálogo que possuem com o patrão. No entanto, o desvio
padrão aponta uma variação nas notas assinaladas pelos respondentes. Verificando a tabela 7,
a empresa C, responsável pelo processo de usinagem, apresenta algumas perguntas com
média 3. Conclui-se que, no geral os funcionários estão satisfeitos com o indicador, porém
para algumas questões envolvendo a comunicação com a empresa, os dados apontam opinião
neutra.
Os aspectos negativos apontado pelo resultado da avaliação, encontram-se de forma
mais crítica nos processos de ferramentaria com média 2,82 (1,06) e fundição com média 2,84
(0,68). Os funcionários destes processos estão insatisfeitos com o diálogo que possui com a
empresa e o desvio padrão, em ambos os casos, apresenta variação nas notas dos
respondentes. No processo de ferramentaria nota-se na tabela 7, que algumas perguntas
atingiram médias entre 1 de muito insatisfeito e 4 (satisfeito), porém para o processo de
fundição (empresa B) as médias estão entre 2 e 3.
Para o processo de montagem do produto e a empresa cliente, apresentam pontos
negativos para o indicador de diálogo entre funcionário patrão. A empresa E possui média
geral de 3,29 (0,90) e com uma diferença 0,14 de média a menos está à empresa A, que
atingiu média geral de 3,15 (1,36). Nos dois processos os funcionários possuem uma opinião
100
neutra. No entanto, o valor do desvio padrão denota para uma variação nas notas dos
respondentes, retornando a tabela 7 pode-se verificar com mais precisão as médias por
perguntas. Na empresa cliente, as perguntas atingiram médias entre 1 de muito insatisfeito até
4 (satisfeito). Já no processo de montagem e desenvolvimento do produto as questões
apresentam médias entre 2 de insatisfeitos e 3 (nem satisfeito nem insatisfeito).
5.1.2 Discussão das Médias Gerais dos Dados Semi-Quantitativos dos Funcionários
Entre todas as médias dos indicadores, o que apresenta menor pontuação, no gráfico
17, é o indicador de Sindicato e Associação Coletiva. Com a média geral 2,57 a parte
interessada Trabalhador está insatisfeita com a atuação do sindicato e as reuniões coletivas,
que são necessárias para a participação dos funcionários para desenvolvimento da empresa.
Percebe-se na tabela 6, que poucas perguntas atingiram grau de satisfação, o maior percentual
está entre muito insatisfeito e neutro e todos os processos apresentam aspectos negativos.
Pode-se afirmar com avaliação dos dados, que há necessidade de todas as empresas
considerarem a opinião dos funcionários, nos seguintes aspectos apontado pelo indicador de
Sindicato e Associação Coletiva, tais como: Facilita a conversa voluntária entre os
funcionários, incentivar reuniões coletivas, com tempo adequado, para que os empregados
possam participar com sugestões para crescimento da empresa e que deve considerar e
praticar os resultados das reuniões.
A insatisfação aponta também, que as empresas envolvidas no ciclo de vida, precisam
melhor sua relação com o sindicato e apóia-lo para que possa interagir com os funcionários,
na forma de reuniões, atendimento de serviços e atuação no momento de rescisão do
trabalhador.
5.2 Discussão das Médias Gerais dos Dados Semi-Quantitativo dos Fornecedores
Neste item, serão discutidas as médias dos indicadores, apontando o grau de satisfação
das empresas fornecedoras perante a conduta da empresa que desenvolve o bloqueador. A
avaliação baseou-se nos seguintes indicadores: Reclamações e Diálogo; Grau que Escuta as
Partes; Respeito a Contratos e Apoio a Investimentos.
Na tabela 16, denota que os fornecedores estão satisfeitos com o indicador de
Reclamações e Diálogo. Todavia, o fornecedor C responsável pelo processo de usinagem
apresenta 0,54 de desvio padrão. Verificando a tabela 10, pode-se afirmar que este fornecedor
está muito satisfeito com o diálogo ocorrido entre as negociações e a qualidade das
informações prestadas pela empresa que desenvolve o produto.
O resultado da tabela, 16 aponta que os fornecedores das empresas, B (fundição) e a
empresa D (ferramentaria), estão satisfeitos com o grau que a empresa A escuta os
fornecedores. Percebe-se na fundição, que o desvio padrão 0,54 representa variação das notas,
verificando a tabela 10, este fornecedor afirma está muito satisfeito com as negociações de
prazos de entrega de produtos e as mudanças ocorridas a pedido do fornecedor.
Entretanto, o processo de usinagem apresenta a média de 3,8 (0,83) o desvio padrão
confirma a variação das respostas. Nota-se na tabela 10, que algumas questões atingiram
satisfação, porém outras apresentam aspectos negativos. Para o fornecedor, não existe nem
satisfação nem insatisfação nas reuniões e mudanças ocorridas a seu pedido.
No indicador de respeito a contratos, os fornecedores responsáveis pelos processos de
usinagem e ferramentaria estão satisfeitos com o respeito que a empresa A realiza nos
contratos junto ao fornecedor. Porém, no fornecedor B as questões variam entre neutro e
satisfeito.
Os fornecedores B e C apresentam uma média geral neutra, estão nem satisfeitos nem
insatisfeitos com o apoio a investimentos oferecido pela empresa. No entanto, o fornecedor D
afirma está satisfeito com o apoio e investimento ofertados pela empresa que desenvolve o
produto.
No ciclo de vida os indicadores de Reclamações e Diálogo, Grau que Escuta as Partes
e Respeito a Contratos, atingiram médias que representam à satisfação da parte interessada
Fornecedor. Por outro lado, com menor pontuação, a parte afirma ser neutra em relação a
apoio e investimento.
106
Tabela 16 – Média Geral dos Indicadores de Satisfação dos Fornecedores no Ciclo de Vida do Produto
Na tabela 17, são apresentados os resultados das médias gerais para os indicadores
sociais aplicados na avaliação da satisfação do cliente, os quais são: Informações no Rótulo;
Informações de Risco e Manutenção do Produto.
O cliente afirma está nem satisfeito nem insatisfeito com as informações contidas no
rótulo do produto, porém ao verificar o desvio padrão percebe-se que houve variação das
notas. Na tabela 12, pode-se verificar que algumas questões atingiram grau de satisfação.
O indicador de Informações de Riscos, também apresenta aspectos negativos com uma
média de 3,14 (0,63). No entanto, na tabela 12 pode ser verificado que o cliente está satisfeito
somente com as informações no rótulo para auxiliar em caso de acidente e sobre as
informações para contato com a empresa que desenvolve o produto.
Tabela 17 – Média Geral dos Indicadores de Satisfação do Cliente no Ciclo de Vida do Produto
INDICADORES CLIENTE (média geral)
Informações no rótulo 3,71 (0,45)
Informações de risco 3,14 (0,63)
Manutenção do produto 2,58 (1,24)
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.
Conclui-se que a empresa que desenvolve o produto deve trabalhar nos pontos
negativos apresentados pela pesquisa, a fim de garantir satisfação do cliente para o serviço
prestado.
5.4 Discussão das Médias Gerais dos Dados Semi-Quantitativo da Comunidade Local
Média Geral 4,33 (0,55) 4,58 (0,44) 4,91 (0,18) 5 (0) 4,41 (0,73)
Fonte: Elaborada pela autora, 2009.
Conclui-se que as empresas não excedem no barulho, no odor e no lixo gerados pelo
processo produtivo do produto. Como também, estão satisfeitos com a geração de empregos e
os benefícios ao comércio para a comunidade ao redor.
108
Neste item, será discutida a relação das empresas envolvidas no processo produtivo do
produto perante a Sociedade. A avaliação possibilitou verificar a regularidade das empresas
com pagamento de impostos e os direitos trabalhistas, por meio da confirmação de
documentos, tais como: Declaração da Receita Federal; Contribuição Previdenciária; Fundo
de Garantia dos Funcionários.
No item 4.6 de resultados, a tabela 14 apresenta a confirmação de tais documentos
para cada empresa. Os aspectos negativos apresentam-se somente nas empresas B e C em que
a Declaração da Receita Federal não está com validade para o ano de 2008. No entanto, os
pagamentos de INSS e FGTS estão quitados em todas as empresas.
Como sugestão, as empresas que apresentam aspectos negativos devem procurar
regularizar a documentação junto à Receita Federal.
109
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
na cadeia produtiva dos produtos e serviços. Todavia, o impacto gerado pelos fornecedores e
a conduta ética adotada pelas organizações refletem na decisão da compra pelo consumidor.
A pesquisa conclui que para a parte interessada Cliente, avaliou os indicadores de
forma negativa. A empresa que desenvolve o produto deve rever o conteúdo do manual, as
informações no rótulo que devem conter instruções de risco e manuseio.
De acordo com a pesquisa, a empresa A deve investir mais no processo de manutenção
do produto, agilidade do atendimento e troca. Para satisfazer o cliente e manter sua fidelidade,
a empresa precisa estar atenta as necessidades do cliente e melhorar os aspectos apresentados
acima.
Para Comunidade Local, pode-se concluir que existem aspectos positivos para saúde e
segurança da vizinhança, gerados pelo processo de fabricação do bloqueador. Mesmo
apresentando pontos positivos, é importante realçar que as empresas devem manter o bom
relacionamento e investir em aspectos sociais que possam vir a influenciar os moradores ao
redor.
Para Sociedade, pode-se concluir que, sobre os pontos avaliados na pesquisa duas
empresas necessitam regularizar a documentação junto a Receita Federal. Por outro lado, a
pesquisa aponta aspectos positivos, gerados pelas empresas envolvidas no ciclo de vida do
bloqueador, no que diz respeito a pagamento das contribuições dos funcionários.
Neste item serão apresentadas as sugestão para futuras pesquisas em ASCV, nas quais
estão listadas abaixo:
114
• Realizar todos os passos para uma ASCV tais como: Definição do Objetivo e Escopo;
Análise do Inventário; Avaliação do Impacto e Interpretação;
• Analisar com mais detalhe os indicadores sociais referente à comunidade local e
sociedade;
• Desenvolver método para implementar a ASCV de forma mais sistemática na
empresa;
• Desenvolver mecanismos que facilitem a coleta de dados.
115
REFERÊNCIAS
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Cycle Initiative at UNEP, CIRAIG, FAQDD and the Belgium Federal Public Planning
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Empresas e Responsabilidade Social, 2004. Disponível em: <http://www.ethos,org.br>.
Acesso em: 05 de julho 2007.
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Life Cycle Initiative, 2006. Disponível em: <http://lcinitiative.unep.fr/>. Acesso em: 20 de
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HAIR JUNIOR, J.F. Análise multivariada de dados. 5 ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
116
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MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. 5a ed. São Paulo: Atlas, 2002.
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WEIDEMA, B. P. ISO 14044 Also Applies to Social LCA. The International Journal of Life
Cycle Assessment, Vol 10, N. 6, p. 381 – 381, December, 2005. Disponível em:
http://www.springerlink.com/content/45mp41471k735847/. Acesso em: 10 de janeiro 2008.
118
Nome: Idade:
Empresa que trabalha:
5 - Para responder as questões basta colocar ( X ) na coluna que melhor represente sua
opinião:
Numa escala de 1 a 5 correspondendo nível 1 ( muito insatisfeito ) e nível 5
( muito satisfeito )
Nome: Idade:
Empresa que trabalha:
Nome:
Empresa: Setor:
Questionário para medir a relação da empresa que desenvolve o produto com seus
fornecedores (aplicado nas empresas fornecedoras no setor comercial ou RH)
Nome:
Empresa:
1 - Para responder as questões basta colocar ( X ) na coluna que melhor represente sua
opinião:
Numa escala de 1 a 5 correspondendo nível 1 ( muito insatisfeito ) e nível 5
( muito satisfeito )
Questionário para medir a relação da empresa que desenvolve o produto com a empresa
cliente (aplicado no setor comercial)
Nome:
Empresa:
1 - Para responder as questões basta colocar ( X ) na coluna que melhor represente sua
opinião:
Numa escala de 1 a 5 correspondendo nível 1 ( muito insatisfeito ) e nível 5
( muito satisfeito )
Questionário para medir a relação da empresa que desenvolve o produto com a comunidade
local (aplicado a moradores vizinhos)
Nome:
1 - Para responder as questões basta colocar ( X ) na coluna que melhor represente sua
opinião:
Numa escala de 1 a 5 correspondendo nível 1 ( muito insatisfeito ) e nível 5
( muito satisfeito )
Questionário para medir a relação da empresa que desenvolve o produto com a sociedade
(Dados coletados por documentos)
ANEXOS