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Fisiologia do Sistema

Respiratório

@profmanoeljunior
Prof. Dr. Manoel Jr
@JessicaJulioti
@EquipeMySete
Divisão das vias aéreas

Weibel, 1963
Área de secção cruzada das vias aéreas

Implicações

• Velocidade do ar durante a
inspiração é muito reduzida
na região de bronquíolos
Mecânica da respiração
• O ar, assim como outros fluidos, movimenta-se de regiões
de pressão mais alta para outras de pressão mais baixa

• Logo, o fluxo de ar entre a atmosfera e os alvéolos só ocorre


na presença de um gradiente de pressão

• Pressão atmosférica: convencionalmente 0 cmH2O (760


mmHg)
Mecânica da respiração
Expansão passiva dos alvéolos
• A expansão dos alvéolos ocorre em resposta ao aumento da
pressão de distensão através da parede alveolar (pressão
transmural ou transpulmonar)

Pressão transmural =
P. Alveolar – Pressão intrapleural

• Pressão transmural (Pt): é a diferença entre a pressão nas VA e a


pressão pleural. Ela está diretamente relacionada com a manutenção
da abertura das vias aéreas, em todas as fases da mecânica
ventilatória.
Pressão intrapleural
• Pressão no espaço entre as pleuras visceral e parietal

• Condições normais: ligeiramente subatmosférica, mesmo em


repouso

-3 a -5 cmH2O  interação mecânica


entre parede torácica e pulmão 
DIREÇÕES OPOSTAS
Resumo dos eventos – inspiração
1. O cérebro inicia o esforço inspiratório
2. Nervos conduzem a ordem inspiratória para os músculos
inspiratórios
3. Contração diafragmática (e intercostais externos)
4. O volume torácico aumenta com a expansão torácica
5. A pressão intrapleural torna-se mais negativa
6. O gradiente de pressão transmural alveolar aumenta
7. Os alvéolos expandem
8. A pressão alveolar cai abaixo da atmosférica
9. O ar flui para dentro dos pulmões
Resumo dos eventos – expiração
1. O cérebro interrompe o comando inspiratório
2. Os músculos inspiratórios relaxam
3. O volume torácico diminui
4. A pressão intrapleural se torna menos negativa, reduzindo o gradiente de
pressão transmural
5. A retração elástica alveolar restitui aos alvéolos seu volume pré-inspiratório
6. A redução do volume alveolar faz aumentar a pressão alveolar acima da
atmosférica
7. O ar flui para fora dos alvéolos até que a pressão alveolar entre em equilíbrio
com a pressão atmosférica
Mudanças de volume e pressões
durante um ciclo respiratório
Variáveis relacionadas à mecânica
• Complacência
• Retração elástica (elastância)
• Propriedades elásticas do parênquima  principalmente
fibras elásticas e colágenas
• Tensão superficial dos alvéolos
Variáveis relacionadas à mecânica
• Resistência
• 25 a 40% = vias aéreas superiores
• Restante = vias aéreas inferiores e tecido
Trabalho da respiração
• Trabalho resistivo: realizado para superar a resistência tecidual e de
vias aéreas (maior parte)
• Doenças restritivas = aumento do trabalho elástico
Fibrose
pulmonar
Trabalho da respiração
• Trabalho elástico: realizado para superar a retração elástica da
parede torácica e parênquima pulmonar, bem como a tensão
superficial dos alvéolos
• Doenças obstrutivas = aumento do trabalho resistivo
Volume minuto (Ve)
• Volume de ar que entra e sai pelo nariz ou boca por minuto

Ve = VC x FR

• Exemplo: VC = 500 mL e FR = 15 rpm


Ve = 500 x 15
Ve = 7500 mL = 7,5 l
Ventilação alveolar (VA)
• Troca de gases entre os alvéolos e o ambiente externo.
• É o volume de “ar fresco” que entra nos alvéolos a cada minuto,
sendo que volume semelhante de ar alveolar deixa o corpo por
minuto.
• Não é igual ao volume minuto (VA < Ve)

VA = (VC – VD) x FR

• Exemplo: VC = 500 mL; VD = 150 mL; FR = 15 rpm


• VA = (500 – 150) x 15
• VA = 350 x 15
• VA = 5250 mL
Volume minuto X Ventilação alveolar
• Ve = 7500 mL = 7,5 l
• VA = 5250 mL = 5,25 l

• 2240 mL = 2,24 l

• Espaço morto anatômico


• Espaço morto fisiológico
Espaço morto anatômico
• Nem todo o volume corrente alcança os alvéolos
• O volume de gás penetra a cada incursão respiratória em
alvéolos que não são perfundidos recebe o nome de
espaço morto alveolar

• Vias aéreas de condução  não há trocas gasosas

• Volume do espaço morto: aproximadamente 150 m


(VD)
Espaço morto fisiológico
• O espaço morto fisiológico (volume total de ar em
espaço onde não há troca – volume do espaço morto
– VD) é a soma do volume do espaço morto
anatômico ao alveolar:

EM fisiológico = EM anatômico + EM alveolar

• Indivíduos normais:
• EM fisiológico = EM anatômico
• Indivíduos com doenças pulmonares:
• EM fisiológico > EM anatômico
Diferenças regionais na ventilação
• Regiões “inferiores” do pulmão ventilam melhor que as
regiões “superiores”

• O pulmão “dependente” é melhor ventilado

Força da gravidade
Distribuição do fluxo sanguíneo pulmonar
Zonas de West
• Influência da gravidade

• Características em repouso e
posição ortostática:
Diminuição do fluxo
sanguíneo da base para o
ápice

• Distribuição alterada no
exercício e mudança de
postura
Relação ventilação-perfusão
• Troca gasosa normal exige coordenação entre a ventilação (V)
e o fluxo sanguíneo (perfusão, Q)

• Relação V/Q ideal: 1,0 ou levemente maior

• Relação V/Q muito alta: má troca gasosa

• Relação V/Q abaixo de 1: não são ideais para as trocas gasosas,


embora valores superiores a 0,5 satisfaçam as demandas de
troca gasosa em repouso
Relação V/Q no ápice e base pulmonar
Desequilíbrios na Relação V/Q
• Impacto sobre a capacidade de trocas gasosas

• Redução da PO2 arterial

• Retenção de CO2
Efeito Shunt
• Quando a perfusão regional excede a ventilação

• Alvéolos mal ventilados, mas bem perfundidos

• Menor relação V/Q

• Determina hipóxia
Efeitos shunt e relação V/Q
O conteúdo desse curso
foi oferecido pelo
Centro Educacional Sete
de Setembro
em parceria com o
Professor(a) Manoel Jr
Fisiologia do sistema
respiratório

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Mecânica da respiração
Controle da Ventilação
 Função primária dos pulmões: trocas de oxigênio e
gás carbônico entre o sangue e o gás alveolar

 Manutenção de níveis normais de PaO2 e PaCO2

 A regulação das trocas gasosas é possível porque o


nível de ventilação é cuidadosamente controlado
Elementos básicos do sistema de controle
respiratório

Controle
central
Tronco encefálico,
córtex e outras partes
do cérebro

Sensore
Efetores
s
Quimoreceptores e Músculos respiratórios
outros receptores
Controle Central
 O processo automático normal da respiração se
origina em impulsos provenientes do tronco
encefálico

 O córtex pode se sobrepor a estes centros no caso


de controle voluntário
Tronco Encefálico
 Inspiração e expiração periódica natural: controlada
por grupos de neurônios localizados na ponte e no
bulbo

 Três principais grupos de neurônios:


 Centros respiratórios bulbares
 Centro apnêustico
 Centro pneumotáxico
Centros respiratórios bulbares
 Grupo respiratório dorsal: associado com a
inspiração
 Grupo respiratório ventral: associado com a
expiração

Estes grupos são responsáveis pelo ritmo ventilatório


básico

Geram rajadas repetidas de potenciais de ação que


resultam em impulsos nervosos para o diafragma e
outros músculos inspiratórios
Centro pneumotáxico
 Localizado na região superior da ponte

 “Desliga” prematuramente a rampa inspiratória

 “Encurta” a inspiração: aumento da frequência


respiratória

 Regula o volume inspiratório


Centro apnêustico
 Localizado na região inferior da ponte

 Efeito excitatório sobre a área inspiratória do bulbo,


tendendo a prolongar os potenciais de ação da
rampa

 Atuação na função respiratória normal?


Córtex
 A respiração está sob controle voluntário

 O córtex consegue sobrepor a função do tronco


encefálico

 Hiperventilação voluntária  redução da PaCO2 


alcalose

 Hipoventilação voluntária  mais difícil


Outras partes do cérebro
 Sistema límbico

 Hipotálamo

ESTADOS EMOCIONAIS
Efetores
 Músculos da respiração
 Diafragma
 Intercostais
 Abdominais
 Músculos acessórios

O controle da ventilação depende também da


integridade destes músculos
Sensores
 Quimioreceptores centrais

 Quimioreceptores periféricos

 Receptores pulmonares

 Outros receptores
 Nariz e vias aéreas superiores
 Receptores articulares e musculares
 Baroreceptores arteriais
 Dor e temperatura
Quimioreceptores centrais
 Quimioreceptores  receptores que respondem a
mudanças na composição química do sangue e
fluidos ao seu redor

 Mais importantes: localizados na superfície ventral


do bulbo  estão expostos ao liquido cerebral
extracelular  respondem a mudanças na [H+]
 Aumento da [H+]  estímulo à ventilação
 Redução da [H+]  inibição da ventilaçào
Quimioreceptores centrais
 Fluido extracelular ao redor dos receptores:
 Líquor (mais importante; responde ao estímulo de CO2)

 Fluxo sanguíneo local

 Metabolismo local
Quimioreceptores periféricos
 Localizados na bifurcação das artérias carótidas
[corpos carotídeos] e no arco da aorta [corpos
aórticos]

 Corpos carotídeos  mais importantes

 Respondem a reduções na PaO2 e no pH, além de


aumentos na PaCO2
Quimioreceptores periféricos
 Responsáveis pelo aumento da ventilação em
resposta a hipoxemia

 Resposta da PaCO2 é menos importante que a dos


quimioreceptores centrais

 Respondem rapidamente
Receptores pulmonares
 Receptores de estiramento pulmonar

 Receptores a irritantes

 Receptores justacapilares (J)


Receptores de estiramento pulmonar
 Localizados dentro da musculatura lisa das vias
aéreas

 Disparam em resposta a distensão do pulmão

 Impulsos trafegam via nervo vago

 Principal reflexo por estímulo destes receptores:


reflexo de Hering-Breuer
Receptores a irritantes
 Localizados entre as células epiteliais das vias
aéreas

 Estimulados por gases nocivos, fumaça do cigarro,


poluição, partículas inaladas e ar frio

 Impulsos ascendem via nergo vago

 Reflexo: broncoconstrição e hiperpneia


Receptores J
 “Justacapilares”

 Localizados nas paredes alveolares, próximos aos


capilares

 Impulsos conduzidos via nervo vago

 Resposta: respiração rápida e dispneia

 Ativação por engurgitamento dos capilares


alveolares
Outros receptores

 Nariz e vias aéreas superiores


 Respostas reflexas: tosse, espirro e broncoconstrição

 Receptores musculares e articulares


 Impulsos provenientes dos membros em movimento
ajudam ao estímulo da ventilação durante o exercício
Outros receptores
 Baroreceptores arterias
 Aumento na pressão sanguínea pode causar
hipoventilação reflexa ou apneia
 Diminuição da pressão sanguínea pode causar
hiperventilação

 Dor e temperatura
 Estimulação de muitos nervos aferentes pode ocasionar
mudanças na ventilação
 Dor e aquecimento da pele  hiperventilação
Padrões anormais de respiração
 Cheyne-Stokes

 Kusmaull

 Biot
Respiração de Cheyne-Stokes
 Também conhecida como respiração periódica
 Movimento respiratório crescente e decrescente
 Causas: lesões cerebrais, aterosclerose,
insuficiência cardíaca (por prolongamento do tempo
circulatório do pulmão ao cérebro).
Respiração de Kusmaull
 Respiração profunda e trabalhosa
 Forma de hiperventilação
 Associada a acidose metabólica grave
Respiração de Biot
 Grupos de rápidas e curtas inspirações seguidas por
períodos regulares ou irregulares de apneia

 Geralmente indica prognóstico reservado


O conteúdo desse curso
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Centro Educacional Sete
de Setembro
em parceria com o
Professor(a) Manoel Jr
Fisiologia do Sistema
Respiratório

@profmanoeljunior
Prof. Dr. Manoel Jr
@JessicaJulioti
@EquipeMySete
Soluço

✓ Nervo frênico
C3 – C5

➢ Irritação do N. Frênico
➢ Bebidas gasosas
➢ Mudança T° MM Intercostal
➢ Ingestão Ar
Sensorial

Motor
MM Diafragma
Soluço

✓ Nervo frênico
C3 – C5

✓ Irritação do N. Frênico
✓ Bebidas gasosas
✓ Mudança T° MM Intercostal
✓ Ingestão Ar
Sensorial

Motor
MM Diafragma

Contração Involuntária
Atua através da gravidade

Síndrome do Pânico
✓ Serotonina
✓ Noradrenalina
✓ Atua no sistema cárdio
FC
✓ Fluxo sanguíneo
Função Pulmonar do fumante
“Respiratory Care”
✓ Não são eficientes
Apnéia do sono
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