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TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM EQUINOS

A transferência de embriões (TE) é uma técnica reprodutiva mundialmente usada.


Seu uso inicial foi em coelhos, mas, ao longo do tempo, outras espécies animais
passaram a ser contempladas com a técnica. O primeiro registro de transferência de
embriões em éguas, foi no ano de 1969 no Japão. Na equinocultura, a TE é
amplamente utilizada e movimenta o mercado de genética devido às facilidades que
promove, aumentando a eficiência reprodutiva e zootécnica de um plantel. Tem
como objetivo promover um número maior de descendentes, tendo em vista que o
método em si permite que vários embriões possam ser produzidos pela doadora, em
um tempo muito menor se comparado ao processo fisiológico natural.

Uma fêmea de 10 anos de idade que nunca passou pela TE, em média tem 6 - 8
crias. Uma fêmea da mesma idade que serviu como doadora de embriões, tem um
número muito maior de filhos. O procedimento tem início durante o estro da égua,
nesta fase ela pode ser inseminada ou fazer a cópula(maior risco de lesões e
também de doenças venérias) com um garanhão que tenha características
previamente selecionadas. Independente do método escolhido, a fêmea doadora
passa por um exame de imagem (ultrassom) para confirmar a prenhez. Com a ajuda
do mesmo ultrassom, uma sonda é inserida no útero da fêmea doadora para que o
embrião seja coletado e posteriormente transferido para a fêmea receptora. Os
pormenores da técnica serão descritos abaixo:

Existem algumas maneiras de sincronizar doadoras com receptoras. Isso pode


ocorrer por terapia hormonal, ovulação induzida ou espontânea. Doadoras e as
receptoras devem estar na mesma fase do ciclo para que o processo seja iniciado.
É possível utilizar várias substâncias nos protocolos utilizados na TE, estas podem
ser hormônios bioidênticos ou análogos. É possível citar: estrógenos (relacionados à
sinais de estro), prostaglandinas (induz o estro e a ovulação), progesterona
(hormônio pró-gestação; encerra o comportamento de cio, deixa o útero pronto para
receber o embrião, e ainda promove a manutenção da gestação), HCG (indutor de
ovulação), GNRH (indução da ovulação e estimulação folicular). A sincronização é o
ponto chave do processo de transferência de embriões. Um pequeno erro ou até
mesmo um simples atraso na execução de uma medida, pode comprometer todo o
resultado, por isso deve haver muita atenção na preparação das receptoras. O
protocolo da égua receptora normalmente é feito dois dias depois do protocolo da
doadora. Uma vez executada essa etapa de sincronização, a receptora deverá estar
apta para receber o embrião. Ela deverá estar em diestro para que haja
reconhecimento do concepto. Neste momento é crucial haver sincronismo entre o
útero e o embrião, já que este último envia o sinal confirmatório da prenhez, e em
seguida ocorre o encerramento da atividade luteolítica da égua. O embrião vai ser
colhido normalmente 8 dias após a ovulação da égua doadora.

Ainda na égua doadora, o embrião migra do oviduto em direção ao útero, lá ele


começa a aumentar de tamanho de forma progressiva até chegar ao ponto ideal da
coleta. No dia do recolhimento do embrião, a égua doadora é colocada num brete e
fica devidamente contida, enquanto tem a área do ânus e da vagina lavada e
secada, para que a sonda seja introduzida até o útero. Utiliza-se o método de
lavagem transcervical não cirúrgico, com ringer lactato ou solução salina para
aspirar o embrião. Este fica retido num filtro dentro do copo coletor da sonda. O
conteúdo aspirado é analisado numa placa de petri para que seja feita a busca pelo
embrião. Após ser identificado, ele será transferido para a receptora.

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