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POLITEC

Sexologia Forense

Chu-En-Lay Paes Leme Politec – MT


• CONSTITUIÇÃO FEDERAL (CF)
• Dos Direitos e Deveres individuais e Coletivos
• Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade.
• CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (CPP)
• Título II
• Do Inquérito Policial

• Art. 4º. A polícia judiciária será exercida


pelas autoridades policiais no território de
suas respectivas circunscrições e terá por
fim a apuração das infrações penais e da
sua autoria.
• Art. 6º. Logo que tiver conhecimento da
prática da infração penal, a autoridade
policial deverá:

• I – ao VI - , sem interesse pericial.


• VII – determinar, se for caso, que se proceda
a exame de corpo de delito e a quaisquer
outras perícias;
A investigação criminal depende
do que é definido, pela lei, como
crime.
CÓDIGO PENAL (CP)
Parte Geral
Título I
Da Aplicação da Lei Penal
Anterioridade da lei

Art. 1º. Não há crime sem lei anterior que o


defina. Não há pena sem prévia cominação
legal.
Assim o ato, para ser criminoso, e a
pena a ser aplicada, têm que estar,
previamente, definidos em lei.
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (CPP)
Título I
Disposições Preliminares

Art. 1º. O processo penal reger-se-á, em todo o


território brasileiro, por este Código.
• CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (CPP)
• Título VII – DA PROVA
• Capítulo II
• Do Exame de Corpo de Delito, e Das Perícias em
Geral

• Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será


indispensável o exame de corpo de delito, direto
ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do
acusado.
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras
perícias serão realizados por perito* oficial,
portador de diploma de curso superior.

A polícia civil e a perícia oficial só existem,


como instituição, porque existe o crime.
§ 1º. Na falta de perito oficial, o exame será
realizado por 2 (duas) pessoas idôneas,
portadoras de diploma de curso superior
preferentemente na área específica, dentre
as que tiverem habilitação técnica
relacionada com a natureza do exame.
§ 2º. Os peritos não oficiais prestarão o
compromisso de bem e fielmente
desempenhar o encargo.
§ 3º. Serão facultadas ao Ministério Público,
ao assistente da acusação, ao ofendido, ao
querelante e ao acusado a formulação de
quesitos e indicação de assistente técnico.
• § 4º. O assistente técnico atuará a partir da
sua admissão pelo juiz e após a conclusão
dos exames e elaboração do laudo pelos
peritos oficiais, sendo as partes intimadas
dessa decisão.
Artigo 160 CPP
Os peritos elaborarão o laudo pericial,
onde descreverão minuciosamente o
que examinarem, e responderão aos
quesitos formulados.
Parágrafo único. O laudo pericial será
elaborado no prazo máximo de 10 (dez)
dias, podendo este prazo ser prorrogado,
em casos excepcionais, a requerimento
dos peritos.
• Os quesitos são a razão de ser da perícia. O
objetivo do exame é fundamentar, no
corpo do laudo, as respostas a cada
quesito, de forma lógica e esclarecedora.
A definição de cada crime, bem como as
situações agravantes da pena, quando
passíveis de serem esclarecidas pelo
exame pericial, devem ser a matriz da
qual se extrai os quesitos oficiais.
Código Penal
Título VI
Dos crimes contra a dignidade sexual.
DOS CRIMES CONTRA OS COSTUMES

Capítulo I
Dos crimes contra a liberdade sexual.
Estupro
Art. 213. Constranger mulher à conjunção carnal,
mediante violência ou grave ameaça: Pena –
reclusão 6 a 10 anos.

Atentado violento ao pudor


Art. 214. Constranger alguém, mediante violência
ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com
ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção
carnal:
Pena – reclusão 6 a 10 anos.
Estupro

• Art. 213. Constranger alguém, mediante


violência ou grave ameaça, a ter conjunção
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se

Chu-En-Lay Paes Leme


pratique outro ato libidinoso:
• Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.

• Aqui a lei define o que caracteriza o crime de


estupro. Diz quais são os elementos que
configuram o crime.
DA APLICAÇÃO DA PENA
Cálculo da pena
Concurso material

Art. 69. Quando o agente, mediante mais de


uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes idênticos ou não, aplicam-se
cumulativamente as penas privativas de
liberdade em que haja incorrido. No caso de
aplicação cumulativa de penas de reclusão e de
detenção, executa-se primeiro aquela.
São elementos do crime de estupro:

• O constrangimento da vítima à conjunção carnal


e ou à outro ato libidinoso;
• o emprego de violência, ou
• de grave ameaça, pelo agressor, para obter este
resultado.

Estes elementos deixam vestígios. São estes


vestígios que deverão ser pesquisados durante a
realização do exame.
A atual lei estabelece, ainda, situações especiais
que, quando do cometimento do crime, agravam
a pena aplicada ao agressor, e que dependem:

-ora das condições particulares de cada vítima;

-ora de resultados que o crime deixou na vítima.


São elas:

• Art. 213. § 1º Se da conduta resulta lesão corporal de


natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito)
ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena – reclusão de 8 (oito) a 12 (doze) anos

§ 2º Se da conduta resulta a morte:


Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.

Art. 223.(revogado) formas qualificadas


CAPÍTULO II
Dos Crimes Sexuais Contra Vulnerável
Estupro de vulnerável

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• Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar
outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze)
anos:
• Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as
ações descritas no caput com alguém que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tem o
necessário discernimento para a prática do ato,

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ou que, por qualquer outra causa, não pode
oferecer resistência.

Art. 224. (revogado) Presunção de violência


§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal
de natureza grave:
• Pena – reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte)
anos.

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§ 4º Se da conduta resulta a morte:
• Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta)
anos
Capítulo VII.

Disposições Gerais.
Aumento da pena.

Art.234-A. Nos crimes previstos neste Título


a pena é aumentada:

III- de metade, se do crime resultar gravidez;


e
IV- de um sexto até a metade, se o
agente transmite à vítima doença
sexualmente transmissível de que
sabe ou deveria saber ser portador.
• Art. 128.
Não se pune aborto praticado por
médico:
II – se a gravidez resulta de estupro e o

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aborto é precedido de consentimento
da gestante ou, quando incapaz, de seu
representante legal.
Dos crimes sexuais contra vulnerável

Art. 218. Induzir alguém menor de 14


(catorze) anos a satisfazer a lascívia de
outrem:
Pena- reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
• Violação sexual mediante fraude

• Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar


outro ato libidinoso com alguém, mediante
fraude ou outro meio que impeça ou
dificulte a livre manifestação da vontade
da vítima:

• Pena- reclusão, de 2(dois) a 6 (seis) anos.


Ação penal

Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e


II deste Título, procede-se mediante ação
penal pública condicionada à representação.

Parágrafo único. Procede-se, entretanto,


mediante ação penal pública incondicionada
se a vítima é menor de 18 anos ou pessoa
vulnerável.

• Súmula 608/STF. No crime de estupro,


praticado mediante violência real, a ação
penal é pública incondicionada.
Ação penal

Art. 234-B. Os processos em que se apuram


crimes definidos neste Título correrão em
segredo de justiça.
O que a Lei espera que a perícia esclareça?

1- Se houve conjunção carnal, involuntária.

2 - Se houve outro ato libidinoso, involuntário.

3- Se o agressor conseguiu o intento com o uso


de violência.

4 - Se da conduta resultou para a vítima lesão


corporal de natureza grave ou se a vítima é
menor de 18 e maior de 14 anos.
5 – Se houve o emprego de grave ameaça.

6 – Se a vítima é tipificada como vulnerável.

7- Se do crime resultou gravidez.

8- Se o agente transmitiu à vítima doença


sexualmente transmissível.
1 - Faz parte dos elementos do crime de
estupro a conjunção carnal. Este é um dos
vestígios a ser encontrado.
Realiza-se pois o exame da pericianda
resguardando o seu pudor, em sala adequada,
com boa iluminação , em mesa própria, com os
materiais necessários à pesquisa dos sinais da
conjunção carnal delituosa. Ter sempre uma
outra pessoa presente durante a realização da
perícia. Nunca esquecer disto, para segurança
do perito.
O que é a conjunção carnal?
Quais são os vestígios deixados pela
conjunção carnal?
1- Rotura do hímen (recente –
cicatrizada).
Nexo causal.
2- Presença de espermatozóides na
vagina
– o que é necessário para que isso
ocorra?
até quando procurar? Nexo causal.
3- Presença de DNA, que não da vítima,
de origem masculina, no conteúdo
vaginal.
Nexo causal.
4- Presença de PSA no conteúdo
vaginal.
o que é necessário para que isso
ocorra?
até quando procurar? Nexo causal.
5- Gravidez. Nexo causal.
2 - É , também, elemento do crime de
estupro a prática de outro ato libidinoso.
O que é o outro ato libidinoso?
Como realizar a sua perícia?
O perito deve saber, antes de iniciar o exame:
1- Que ato libidinoso foi praticado?
2- Em que data ocorreu?
Aqui depende das práticas empregadas para a
realização do ato libidinoso: Se felação, se coito anal,
se coito “interfemora”, se masturbação, se bolinagem

Chu-En-Lay Paes Leme


etc.
Nos crimes recentes os vestígios serão pesquisados
nos locais onde houve a prática libidinosa.
Nos crimes ocorridos há mais de 96 horas os
vestígios já desapareceram. Não há como encontrá-
los. Os vestígios destes crimes desaparecem em
poucos dias.
Muitas destas práticas libidinosas não deixam
vestígios.
O ato libidinoso, na modalidade coito anal, é
uma perícia frequentemente requisitada. A
vítima deve ficar em local adequado,
reservado, preservando o seu pudor. A sala
deve ter mobiliário próprio, com os
equipamentos necessários à pesquisa dos
vestígios da prática libidinosa, boa
iluminação.
Ter sempre alguém (auxiliar de
enfermagem, ou acompanhante) na sala,
em local onde não constranja a vítima,
para dar-lhe segurança e ao perito.
Deve a vitima tomar a posição
genopeitoral para facilitar o exame. O
perito deve procurar na região perianal e
anal escoriação, equimose, rubefação,
edema, laceração da mucosa, com
sangramento ou com tecido de
granulação, dependendo da data do
evento, que são vestígios do coito anal.
Colher conteúdo desta região e da
ampola retal para pesquisa de
espermatozóides, exame de DNA e
dosagem do PSA, em eventos recentes.
Quando indicado coletar conteúdo vaginal e ou
da ampola retal e ou de outro local para exame
de DNA.
Coletar suabe bucal da vítima (amostra
referência) para identificação do seu DNA.
Encontrado o provável agressor coleta-se, dele,
suabe bucal para extração do seu DNA e
confronto com o DNA encontrado na vítima.
3 - O outro elemento do crime de estupro
é a violência.
A violência tipificada pela lei é a efetiva
que pode ser física ou psíquica.
A violência física é com emprego da força do
agressor para intimidar ou conter a vítima,
agredindo-a ou imobilizando-a de tal maneira
que não consegue evitar a prática libidinosa.
Esta violência voltada contra a vítima, deixa,
nela, marcas possíveis de serem verificadas
durante o exame pericial.
O perito deve saber quantificar os vestígios
desta violência, para afirmar se houve ou não o
seu emprego na consecução do crime.
A violência psíquica é quando
intencionalmente o agressor anula a
capacidade da vítima de resistir, com o
emprego de sonífero, hipnose, bebida
alcoólica, etc. para, então, praticar o
crime .
Chu-En-Lay Paes Leme

A violência, que interessa à lei, é relatada na


descrição do laudo de prática libidinosa. Ela tem
uma magnitude específica que cabe à perícia
interpretar.
Nunca confundir esta violência com vestígio de
lesão corporal, isto porque a lesão corporal não é
elemento do crime de estupro.
É falta de compreender a lei solicitar o exame de
lesão corporal no intuito de, nele, documentar a
violência que tipifica o crime de estupro.
Há o costume, das autoridades requisitantes
dos exames de crimes sexuais, de solicitarem
um kit composto pelos exames:
-Conjunção carnal,
-Ato libidinoso, e
-Exame de lesão corporal.
O crime de lesão corporal está definido no
art. 129 do Código Penal no tópico: Crimes
Contra as Pessoas e nada tem a ver com o
crime de estupro que está definido no art.
213 do CP no tópico: Crimes Contra a
Dignidade Sexual. São crimes distintos.
Como a autoridade, que recebe o laudo de
prática libidinosa, terá elementos para saber
se houve o emprego de violência, para a
consumação do delito, tendo em mãos o
laudo de lesão corporal?
É papel de quem fazer o nexo causal entre os
vestígios do emprego de violência e o crime?
Este papel é da competência exclusiva do
perito, e ele o fará de forma clara,
detalhada, coerente, num único documento
médico-legal.
4 - Faz parte da avaliação pericial
verificar se, da conduta, resultou para a
vítima lesão corporal de natureza grave,
e ou se a vítima tem idade menor de 18 e
maior de 14 anos. (Situações em que a
pena é aumentada.)
5 - É também elemento do crime de estupro: a grave
ameaça.
Ela é o pavor infundido na vítima pelo agressor com o
emprego de uma arma (faca, revolver, barra de ferro,
etc.) prometendo matá-la se ela não ceder.
Ou ameaçar matar um parente se ela não ceder.
Esta forma de coação é a mais eficiente. Mas não
deixa, na vítima, nenhum vestígio.
Ela , no entanto, comparece para exame, trazendo no
seu comportamento vestígios do drama que vivenciou.
6 - Faz parte da perícia informar se a vítima é
vulnerável. (Crime qualificado).
A vítima é referida, pela lei, como vulnerável se:

A- for menor de 14 anos; ou

B- for portadora de enfermidade ou deficiência


mental, e que por isto não tem o necessário
discernimento para a prática do ato; ou

C- não puder, por qualquer outra causa, oferecer


resistência.
7 - Faz parte da perícia informar se resultou
para a vítima, gravidez.
Quando o exame é realizado, logo após o
delito, sendo a vítima mulher em fase
reprodutiva, e a prática consistiu de
conjunção carnal, perguntar quando foi sua
última menstruação (verificar se está em
período fértil).
Colher, durante a perícia, material para
dosar o beta-HCG, para afastar gravidez pré-
existente, se negativo, repetir o exame após
25 dias, caso ocorra atraso menstrual. Se
este resultado for positivo resultou
gravidez. Se negativo, não.

Deve-se encaminhá-la para atendimento


médico especializado (prevenção de DST,
pílula do dia seguinte, etc.)
8- Faz parte da perícia informar se o agressor
transmitiu à vítima DST.
Esta constatação é de execução complexa
As dificuldades são:
1 – É necessário examinar a vítima logo após o delito,
para afastar DST pré-existente. Examinar sua região
inguinal, genital, anal e oral, em busca de lesões
venéreas. Colher sangue para exame de: hepatite B,
HIV, sífilis. Colher conteúdo vaginal para pesquisa
de: gonococos, Herpes, HPV, trichomonas, vaginose.
Algumas das DST ficam latentes por tempo
indeterminado.
2- Cada DST tem o seu período de

incubação. Há que se solicitar vários

exames complementares, obedecendo o

período de incubação de cada uma das

DST.

A pericianda não pode ter prática sexual

neste período.
Sífilis- tempo de incubação: 1 semana a 3 meses.

Cancro Mole - 1 a 14 dias (Haemophilus ducreyi).

Herpes simples – 1 a 26 dias (Herpes simplex).

Gonorreía - 2 a 14 dias (Gonococo).

HPV- semanas a anos.

Linfogranuloma venereo – 3 a 30 dias (Clamydia trachomatis).

HIV – de 6 semanas a 3 meses (positiva o anti-HIV).

Hepatite B – incubação: 1 a 6 meses.

Granuloma inguinal – 3 dias a 6 meses (Donovania granulomatis).

Tricomoníase – 10 a 30 dias.

Vaginose – 2 a 21 dias.
O perito deve sempre saber que a sua função é

Chu-En-Lay Paes Leme


realizar a perícia para encontrar vestígios de um delito
específico, na vítima.
Deve fazer o nexo causal entre os vestígios
encontrados e o delito.
Assim inicia a sua perícia, sabendo que crime ocorreu,
sua data, e o quê procurar.
Estas informações são robustecidas com o histórico –
onde vai procurar que a vítima lhe dê informações
sobre o quê aconteceu, como aconteceu e quando
aconteceu.
A prova pericial, de ótima qualidade, se
apóia em três pilares:
1º pilar – uma boa requisição de exame
feita pela autoridade competente. A
requisição deve, obrigatoriamente,
explicitar que crime se está investigando
e quando ele ocorreu.
É inadmissível que o perito comece o exame
sem saber que crime se está apurando. O
perito jamais poderá se sujeitar a trabalhar
nas trevas, sem condições de fazer o nexo
causal entre o que encontrar, no exame,
com o crime que motivou a perícia, pois o
desconhece.
É necessário, ainda, saber quando
ocorreu o crime, isto porque a condução
do exame depende da data do crime.
Um crime sexual recente, ocorrido menos
do que 96 horas antes do exame será
conduzido com chances de encontrar
seus vestígios, pois eles ainda podem
estar presentes. Neste caso, quando
indicado, se coletará amostra biológica
para exame de laboratório.
Um crime sexual ocorrido há mais do que
96 horas do exame, será conduzido de
outra forma.
Não se coletará material para exame de
laboratório, porque os vestígios deixados
pela prática libidinosa já desapareceram.
2º pilar – um perito tecnicamente
preparado para realizar a perícia, que
conheça a legislação penal vigente, e que
saiba, claramente, o que deve fazer.
3º pilar – quesitos bem formulados,
claros, simples, diretos, de fácil
compreensão, que facilitem a realização
da perícia e que sejam esclarecedores do
delito.
Antes de iniciar qualquer perícia o
perito precisa saber:
1- Que crime ocorreu?
2- Quando ocorreu?
Primeiro, para saber que tipo de vestígio
tal crime pode deixar e, assim, saber o
que procurar.
Segundo, para planejar a sua perícia, de
forma simples, clara e segura, sabendo o
que fazer e como fazer na dependência
do tempo transcorrido entre o evento e a
realização do exame.
A perícia do crime de estupro é simples.

O Laudo do exame de prática libidinosa deve seguir a


parte formal dos Laudos médico-legais, contendo:
a) Preâmbulo;
b) Quesitos;
c) Histórico;
d) Descrição;
e) Discussão ou Comentários;
f) Conclusão;
g) Resposta aos Quesitos.
• Preâmbulo: neste tópico devem constar: a hora, o
dia, o mês, o ano e a cidade em que a perícia é
realizada, o nome da autoridade requisitante do
exame, o Médico Legista incumbido da perícia, o
nome do Diretor do IML que designou o perito, o
nome do exame solicitado e a qualificação do(a)
periciando(a).
. Quesitos
Sempre que ocorre atualização da
legislação penal com a inclusão ou
mudanças na definição de crime e
aplicação da pena, a Medicina Legal
experimenta um desconforto.

Compete a quem fazer a adequação dos


quesitos oficiais para atender a nova lei?
A atribuição de adequar os quesitos à nova lei é
do Judiciário? É do Ministério Público? É da
Polícia Judiciária? É da Perícia? É de quem?

Se ninguém fizer nada tudo continua como


está?

Não há prejuízo para o trabalho pericial?

Curiosamente isso não incomoda a ninguém?


Diante do que a lei atual define como
crime sexual e as situações que aumentam
a pena aplicada ao agressor, e que a perícia
pode e deve esclarecer, são sugeridos os
seguintes quesitos para serem respondidos
nos exames de crimes sexuais.
Quesitos para exame de práticas libidinosas
1º Houve conjunção carnal que possa ser relacionada ao delito em apuração?
2º Houve outro ato libidinoso que possa ser relacionado ao delito em
apuração?
3º Houve violência para essa prática?
4º Qual o meio dessa violência?
5º Da conduta resultou para o(a) periciando(a): incapacidade para as
ocupações habituais por mais de 30 dias, ou perigo de vida, ou debilidade
permanente de membro, sentido ou função, ou aceleração de parto, ou
incapacidade permanente para o trabalho, ou enfermidade incurável, ou
perda ou inutilização de membro, sentido ou função, ou deformidade
permanente, ou aborto? (resposta especificada)
6º Tem o(a) periciando(a) idade menor de 18 e maior de 14 anos?
7º É o(a) periciando(a) menor de 14 anos?
8º Tem o(a) periciando(a) enfermidade ou deficiência mental?
9º O(A) periciando(a), por qualquer outra causa, não pode oferecer
resistência?
10º Da conduta resultou gravidez?
11º O agente transmitiu para o(a) periciando(a) doença sexualmente
transmissível?
Suas respostas oferecerão, ao julgador,
os elementos de convicção quanto à
ocorrência do crime, e das situações que
aumentam a pena aplicada ao agressor.
Há uma lógica no encadeamento dos
quesitos. Isto facilita a perícia.
A autoridade, ao solicitar o exame de
práticas libidinosas, deve informar o crime
(ou suspeita de crime) de que a pessoa foi
vítima, e quando ele ocorreu.
O exame, no crime de estupro, é voltado
para encontrar, na vítima, vestígios de
práticas libidinosas delituosas,
vestígios da violência ou da grave
ameaça.
Um dos pontos importantes do exame é
saber se houve práticas libidinosas
delituosas. Por isto estes são os 1º e 2º
quesitos.
O perito nunca deve perder o foco do
seu papel. Compete a ele fazer o quê?
Ele deve saber que o crime é de estupro,
e que por conta deste crime a vítima
procurou a polícia, por esta razão ela foi
encaminhada ao IML.
Ele deve periciá-la procurando, nela,
vestígios específicos deste delito. Este
é o papel da perícia.
A prática libidinosa consentida não é
crime. Assim, por esta prática
libidinosa consentida, nenhuma
pessoa será encaminhada ao IML, para
ser periciada.
Nunca se esqueçam disso!!!
Se o perito perder o crime de vista,
imediatamente ele deixa de ser perito médico-
legista e o que fizer jamais será um trabalho
médico-legal.
Esta é a encruzilhada onde os peritos se
perdem, se confundem, não sabem o que
fazer.
E o exame de práticas libidinosas, neste
cenário, ganha uma complexidade difícil de
conduzir. Passa a ser um tabu.
Se ao 1º quesito: Houve conjunção carnal que
possa ser relacionada ao delito em apuração?
O perito responde: SIM.
Ele está dizendo ao solicitante do exame
(Delegado de Polícia – leigo), que encontrou um
dos elementos do crime de estupro na sua perícia:
A conjunção carnal. Houve conjunção carnal.
Para o delegado este é um indicativo de que
houve o crime. Ele estabelece o nexo causal
entre a resposta afirmativa ao quesito com o
crime que ele está investigando.
O perito só pode responder sim a esta
pergunta se o vestígio encontrado tiver
relação com o delito em apuração.
O perito deve saber até onde pode ir.
Deve ter consciência das
dificuldades de fazer afirmações ou
negações.
Deve saber o alcance e o que
determina seu trabalho na vida da
vítima, e na vida do provável
agressor.
Histórico – Procurar que a vítima conte o que
aconteceu, como aconteceu e quando aconteceu.
Se for do sexo feminino e houve a prática de
conjunção carnal perguntar sempre quando foi
sua última conjunção carnal consentida. (Esta
deixa vestígios). Se nesta usou preservativo ou
não. Se usa AC. Quando foi sua última
menstruação (Possibilidade de engravidar em
consequência do estupro). Se houve prática de
outro ato libidinoso perguntar em que consistiu,
como foi realizado, se houve ejaculação, onde
ejaculou, se a vítima se lavou depois do delito.
Descrição:- Pesar e medir a vítima. Anotar sua idade.
Verificar seu estado nutricional e de desenvolvimento
físico (diferença de porte entre ela e o agressor). Informar
se há alguma deficiência física. Verificar seu
desenvolvimento mental. Verificar a presença de vestígio
de violência efetiva. Se do sexo feminino e se houve
conjunção carnal, examinar a região genital. Seu
desenvolvimento e características. O vestíbulo. O hímen
anotando sua forma, orla, borda, se há rotura dizer se é
recente ou não. Se consistiu de outro ato libidinoso
verificar vestígios desta prática no local onde ela ocorreu,
equimose, laceração, depósito de material suspeito de
ser sêmen, se presente colher amostra para exame .
Discussão ou Comentário: - Quando
necessário confrontar o que encontrou, no
exame, com o crime em apuração.
Na perícia feita algum tempo após o crime, os
vestígios já desapareceram e não podem mais
ser encontrados, por isso não se coletará
material para exame. Informar esta situação.
Em crime recente, se indicado, coletar
conteúdo vaginal e ou de outro local, para
pesquisa de SPTZ, exame de DNA,
dosagem do PSA. Coletar suabe oral da
vítima (amostra referência) para
identificação do seu DNA.
Se antes do estupro houve conjunção
carnal consentida, colher suabe oral do
parceiro para identificação do seu DNA.
Informar que fez a coleta do material e que
solicitou tais exames. Identificar o material, fazer
o pedido corretamente. Informar que aguarda o
resultado dos exames solicitados para concluir a
perícia.
Conclusão da perícia: Aguardar o resultado
dos exames laboratoriais solicitados.
Responder todos os quesitos com a palavra:
Aguardar.
Crime recente orientar para atendimento
médico especializado:
HIV – DST –PÍLULA DO DIA SEGUINTE
Conclusão – Presença (ou) Ausência
de vestígio de prática libidinosa
(delituosa). Ou

Sem Elementos para afirmar ou negar


que houve prática libidinosa ( os
vestígios desapareceram). Ou,
Exame Prejudicado - quando por
qualquer razão não realizou o exame
(recusa). Ou

Aguardar o resultado do exame


laboratorial - quando solicitou exame
laboratorial para identificação de
vestígios da prática libidinosa.
Como Responder aos quesitos:
Sim.
Não.
Sem Elementos.
Prejudicado.
Aguardar.
SIM – Quando o perito tem convicção
de que ocorreu o que o quesito
pergunta.

NÃO – Quando o perito tem


convicção de que não ocorreu o que o
quesito pergunta.
SEM ELEMENTOS. Quando o perito
não tem convicção para responder
sim ou não, ao que o quesito
pergunta.
PREJUDICADO. Quando a pergunta
que o quesito faz não se aplica
àquela situação.
AGUARDAR. Quando a resposta
depende de exame complementar ou
laboratorial.
Pelo amor de Deus não periciar a vítima para
saber se ela já teve ,na vida dela, prática
libidinosa. As pessoas, via de regra, praticam
atos libidinosos, espontaneamente, com
quem gostam, isto não é crime.
O Perito Oficial Médico Legista , só deve
procurar vestígios de prática libidinosa
criminosa. Porque só é encaminhado para
exame pericial, quem supostamente foi
vítima de crime sexual.
Há uma tendência em se perder este foco. O
laudo emitido sem nexo causal com o delito é
peça que não se presta a nada. É frágil, é
criticável e pode fazer o perito passar
vergonha.
Resposta aos quesitos:
1º Houve conjunção carnal que possa ser
relacionada ao delito em apuração?
2º Houve outra prática libidinosa que possa ser
relacionada ao delito em apuração?
Quando o perito responder: Não. Sem Elementos.
Ou Prejudicado, ao 1º e ao 2º quesitos, significa
que o perito não foi capaz de encontrar vestígio da
prática libidinosa, criminosa. Esta resposta
prejudica a resposta de todos os demais quesitos
do 3º ao 11º. Que deverão ser respondidos com a
palavra = Prejudicado.
Estes quesitos, do 3º ao 11º, são
desdobramentos, sempre, da resposta
afirmativa a um dos ou aos dois primeiros
quesitos.
Se houve prática libidinosa delituosa é
indispensável respondê-los, pois podem
qualificar o crime.
Não havendo a prática libidinosa não há o
principal elemento do crime de estupro,
assim não há por que responder os
demais quesitos que se seguem aos dois
primeiros.
1º - Houve conjunção carnal que possa ser
relacionada ao delito em apuração?-
RESPOSTA- SIM.
O perito está informando que encontrou
vestígios de conjunção carnal delituosa. Esta
resposta afirmativa faz o nexo causal entre os
vestígios e o delito. É necessário, neste caso,
responder os demais quesitos para
esclarecimento do crime.

RESPOSTA - PREJUDICADO- quando a


vítima for do sexo masculino.
2º- Houve outro ato libidinoso que possa
ser relacionado ao delito em
apuração?
Resposta : SIM- Se há vestígio deste ato e
há nexo causal entre este vestígio e o delito.
É necessário, neste caso, responder os
demais quesitos para esclarecimento do
crime.

Resposta : NÃO – Se não há vestígio deste


ato.
3º - Houve violência para esta prática?
SIM – Se houve o emprego de violência
efetiva, por parte do agressor para
conseguir realizar a prática libidinosa.
NÃO – Se não houve o emprego de
violência efetiva para essa prática.
4 º - Qual o meio dessa violência?
Resposta: Meio físico (força física,
instrumento contundente, marcas de
contenção, etc.). Ou,
Violência psíquica. Quando há evidência do
seu emprego.
Esta resposta será dada se ao 3º quesito
respondeu: SIM.
Resposta: PREJUDICADO: Quando ao 3º
quesito respondeu: NÃO.
5º- Da conduta resultou para o(a) periciando(a):
Incapacidade para as ocupações habituais por mais de
trinta dias, ou perigo de vida, ou debilidade permanente
de membro, sentido ou função, ou aceleração de parto,
ou incapacidade permanente para o trabalho, ou
enfermidade incurável, ou perda ou inutilização de
membro, sentido ou função, ou deformidade permanente,
ou aborto? (resposta especificada)

Resposta: NÃO – Se da conduta não resultou lesão corporal


de natureza grave para o(a) periciando(a).

Resposta: SIM – E fundamentar, se da conduta resultou


qualquer dessas situações elencadas neste quesito.
6º- Tem o(a) periciando(a) idade menor de
18 e maior de 14 anos?

Resposta: SIM, se ele(a) tem idade entre 14


e 18 anos ,ou

Resposta: NÃO, quando sua idade for


menor de 14 ou maior de 18 anos.
7º- É o(a) periciando(a) menor de 14 anos?

Resposta: SIM, se ele(a) for menor de 14 anos;


ou

Resposta: NÃO, se ele(a) não for menor de 14


anos.
8º - Tem o(a) periciando(a) enfermidade ou
deficiência mental?
Resposta: SIM. Se ele(a) apresenta essa patologia.

Resposta: NÃO. Se não a apresenta.

Obs: A pessoa não veio ao IML para saber se ela


tem ou não enfermidade ou deficiência mental.
Ela veio para saber se foi vítima de um crime.
Em sendo vítima de um crime interessa à lei
saber se ela tem esta patologia pois é um
agravante do crime.
9º- O(A) periciando(a), por qualquer outra
causa, não pode oferecer resistência?

Resposta: SIM – Se existe uma situação que


o(a) impediu de resistir.

Resposta: NÃO – Se não existe essa


situação.

Resposta: SEM ELEMENTOS – (grave


ameaça).
10º - Da conduta resultou gravidez?

Resposta: Aguardar exame complementar.


OBS: colher material para dosagem do Beta
HCG. Se positivo ela já estava grávida. Se
negativo repetir após 25 dias em exame
complementar.
Se positivo: A resposta é: Sim.
Se negativo: A resposta é: Não.
Resposta: Não, quando não estiver em idade
fértil ou se já estiver grávida.
PREJUDICADO: quando a vítima for do sexo
masculino.
11º O agente transmitiu para o(a)
periciando(a) Doença Sexualmente
Transmissível?
Resposta: Prejudicado.

OBS: O IML não dispõe de recursos


laboratoriais e de pessoal para investigar essa
situação.
11º O agente transmitiu para o(a) periciando(a)
Doença Sexualmente Transmissível?
Resposta: Sem Elementos.

OBS: O IML não dispõe de recursos laboratoriais e


de pessoal para investigar essa situação.
OFICINA DE SEXOLOGIA FORENSE

Como fazer e como redigir o


exame oficial pericial

Chu-En-Lay Paes Leme


Histórico: Informa que foi estuprada ontem às 22hs. O agressor a
agrediu com socos e tentou estrangulá-la. Diz que não faz sexo há
mais de 1 mês. Última menstruação há cinco dias. Exame realizado
às 8hs. Não usa AC. Informa que houve prática de conjunção carnal.
Diz que não houve outra prática libidinosa.

Descrição: Pericianda com desenvolvimento físico e mental normal.


Tem 21 anos de idade. Mede 160cm e pesa 55Kg. Está lúcida.
Apresenta equimoses azuladas extensas na face anterior do
pescoço. Edema traumático na região frontal e occipital. Escoriações
em regiões dorsais e nádegas. O exame do intróito vaginal revela
rotura himenal cicatrizada em 9 horas. Colhido conteúdo vaginal para
pesquisa de espermatozóides que foi positiva.
Beta HCG negativo, no dia da perícia, e 35 dias após.

Discussão:

Conclusão:

Resposta aos quesitos:


Discussão: Apresenta vestígios do emprego de violência física, com
tentativa de esganadura e traumas cranianos. A presença de
espermatozóides no conteúdo vaginal indica coito recente.

Conclusão: Presença de vestígios de conjunção carnal recente.

Resposta aos quesitos:


1º- Sim. 9º- Não.
2º -Não. 10º - Não.
3º - Sim. 11º- Prejudicado.
4º -Meio Físico.
5º -Não.
6º -Não.
7º -Não.
8º- Não.
Histórico: Informa que foi estuprada às 02hs de hoje. Diz que
manteve relação sexual com o namorado ontem às 23hs, não usou
preservativo. Usa AC. A pessoa a ameaçou com um revólver e teve
com ela conjunção carnal. O fato ocorreu numa rua deserta, a relação
sexual se deu com ela deitada na calçada. Última menstruação foi há
seis dias. Diz que não houve outra prática libidinosa.

Descrição: Pericianda com desenvolvimento físico e mental normal.


Tem 17 anos. Mede 170cm e pesa 70Kg. Presença de escoriação em
placa, recente, pequena, em ambas as nádegas. O exame da região
genital revela hímen com rotura cicatrizada em 03hs. Encaminhada
para atendimento médico especializado (Prevenção de DST e de
gravidez). O exame do conteúdo vaginal foi positivo para
espermatozóides e para presença de DNA da vítima e de duas
pessoas masculinas. Beta HCH negativo na data do exame e 30 dias
após.
Discussão:
Conclusão:
Resposta aos quesitos:
Discussão: As escoriações, nas nádegas, são discretas e não
caracterizam emprego de violência efetiva. O exame laboratorial
revela a presença de espermatozóides e de DNA da vítima e de duas
pessoas masculinas, indicando que houve conjunção carnal recente
compatível com sua história.

Conclusão: Presença de vestígio de conjunção carnal que pode ser


relacionada ao delito em apuração.

Resposta aos quesitos:

1º - Sim; 2º - Não; 3º - Não; 4º - Prejudicado; 5º - Não; 6º - Sim;


7º - Não; 8º - Não; 9º - Sem Elementos; 10º - Não;
11º Prejudicado.
HISTÓRICO – Adolescente informa que foi estuprada ontem às 23 hs por um
desconhecido que a ameaçou com um revolver, levando-a para um
terreno baldio. Diz que ele fez sexo vaginal com ela e usou camisinha.
Informa última relação sexual há 20 dias. Última menstruação há 5 dias.
Não usa contraceptivo.
DESCRIÇÃO – Pericianda lúcida, está revoltada, inconformada, chorando.
Tem 15 anos. Mede 165 cm e pesa 64 Kg. Ausência de sinais de violência
efetiva. Não apresenta deficiência ou enfermidade mental. Não apresenta
defeitos físicos. O exame genital revela rotura himenal cicatrizada em 4
horas. Foi colhido conteúdo vaginal para exame laboratorial de pesquisa
de espermatozóides, dosagem do PSA e exame de DNA. O resultado do
Beta HCG na data do exame foi negativo. Não há vestígios de outro ato
libidinoso.
Fazer:
Discussão ou Comentários:
Conclusão:
Responder aos Quesitos:
Discussão ou Comentários: Aguardar os
resultados dos exame laboratoriais solicitados
para, de posse deles, concluir a perícia e
responder aos quesitos.

Conclusão: Aguardar os resultados dos


exames.
• Resposta aos quesitos:
• 1º - Aguardar;
• 2º - Aguardar;
• 3º - Aguardar;
• 4º - Aguardar;
• 5º - Aguardar;
• 6º - Aguardar;
• 7º - Aguardar;
• 8º - Aguardar;
• 9º - Aguardar;
• 10º - Aguardar;
• 11º -Aguardar.
O resultado dos exames de pesquisa de espermatozóides,
dosagem do PSA e de DNA foram negativos. O resultado do
exame Beta HCG colhido 30 dias após foi negativo.

Fazer:
Discussão ou Comentários:
Conclusão:
Responder aos Quesitos:
Complementação ao laudo nº ... Referente à ....

Discussão ou Comentários: Os resultados dos exames de


pesquisa de espermatozóides, dosagem do PSA e pesquisa de
DNA masculino, feitos no conteúdo vaginal, foram negativos.
Os resultados da dosagem do Beta HCG, na data do exame e
30 dias após, foram negativos. O perito não tem elementos
para afirmar ou negar que houve prática libidinosa na data do
evento.

Conclusão: Sem Elementos para afirmar ou negar que houve


conjunção carnal criminosa.
Resposta aos Quesitos:
1º - Sem Elementos. 2º - Não.
3º - Prejudicado.
4º - Prejudicado.
5º - Prejudicado.
6º - Prejudicado.
7º - Prejudicado.
8º - Prejudicado.
9º - Prejudicado.
10º - Prejudicado.
11º - Prejudicado.
Histórico: Informa que foi estuprada às 02hs de hoje. Diz que
manteve relação sexual com o namorado ontem às 23hs, não usou
preservativo. Usa AC. A pessoa a ameaçou com um revólver e teve
com ela conjunção carnal. O fato ocorreu numa rua deserta, a relação
sexual se deu com ela deitada na calçada. Última menstruação foi há
seis dias. Diz que não houve outra prática libidinosa.

Descrição: Pericianda com desenvolvimento físico e mental normal.


Tem 17 anos. Mede 170cm e pesa 70Kg. Presença de escoriação em
placa, recente, pequena, em ambas as nádegas. O exame da região
genital revela hímen com rotura cicatrizada em 03hs. Encaminhada
para atendimento médico especializado (Prevenção de DST e de
gravidez). O exame do conteúdo vaginal foi positivo para
espermatozóides e para presença de DNA da vítima e de outra
pessoa . O namorado é casado e se negou a oferecer amostra sua
para exame de DNA. . Beta HCH negativo na data do exame e 30
dias após.
Discussão:
Conclusão:
Resposta aos quesitos:
Discussão: As escoriações, nas nádegas, são discretas e não
caracterizam emprego de violência efetiva. O exame laboratorial
revela a presença de espermatozóides e de DNA da vítima e de outra
pessoa no conteúdo vaginal. O namorado não forneceu amostra para
exame de DNA. Diante disto o perito não tem elementos para afirmar
de quem são os vestígios da conjunção carnal verificada. Se do
namorado ou se do agressor.

Conclusão: O perito não tem elementos para afirmar se houve


conjunção carnal delituosa no presente exame.

Resposta aos quesitos:

1º - Sem elementos; 2º -Não, do 3º ao 11º - Prejudicado.


Histórico: Fugiu com o namorado por 3 dias. Retornou
para casa. A mãe deu queixa na Delegacia. A Delegada
suspeita de abuso sexual. Solicitou o exame de
conjunção carnal. Ela informa que não fez sexo com o
namorado. Diz que não quer fazer o exame.

Descrição: A pericianda tem desenvolvimento físico e


mental normais. Tem 13 anos de idade. Recusou-se a
fazer o exame da região genital.

Discussão:
Conclusão:
Resposta aos quesitos:
Discussão: Recusou-se a fazer a
perícia.

Conclusão: Exame prejudicado.

Resposta aos quesitos:

1º ao 11º - Prejudicado.
Histórico: Fugiu com o namorado por 3 dias.
Retornou para casa. A mãe deu queixa na Delegacia.
A Delegada suspeita de abuso sexual. Solicitou o
exame de conjunção carnal. Última menstruação há
30 dias. Diz que nunca fez sexo.

Descrição: Pericianda com desenvolvimentos físico e


mental normais. Tem 13 anos de idade. Mede 155 cm
e pesa 50 Kg. Ausência de sinais de violência efetiva.
O exame da vulva e intróito vaginal revela hímen com
óstio pequeno, borda alta, íntegra. Ausência de
vestígio de outro ato libidinoso.

Discussão:
Conclusão:
Resposta aos quesitos:
Discussão : O hímen íntegro é indicativo de que
não houve conjunção carnal e não há vestígio de
outro ato libidinoso.
Conclusão: Ausência de vestígio de prática
libidinosa.

Resposta aos quesitos:


1º e 2º - Não.
3º ao 11º - Prejudicado.
Histórico: Foi flagrado tendo coito anal, ontem, às 21
horas, com um garoto de 18 anos. Solicitado exame de
prática libidinosa. Exame realizado às 8 horas.

Descrição: Tem 17 anos, masculino. Mede 172 cm e


pesa 75 Kg. Desenvolvimento físico normal. Apresenta
deficiência mental moderada. Ausência de vestígio de
violência efetiva. O exame da região anal e perianal
revela laceração (rágade) longitudinal recente,
sangrante, na mucosa anal.

Discussão:

Conclusão:

Resposta aos quesitos:


Discussão: O periciando apresenta deficiência mental. As
lesões da região anal indicam vestígios de coito anal
recente.

Conclusão: Vestígios de ato libidinoso recente.

Resposta ao quesitos:

1º - Prejudicado. 7º - Não.
2º - Sim. 8º - Sim.
3º - Não. 9º - Não.
4º - Prejudicado. 10º - Prejudicado.
5º - Não. 11º - Prejudicado.
6º - Sim.
Histórico: Adolescente masculino encaminhado para exame dia
06/06/08 às 15hs, porque a mãe suspeita que teve no dia
05/06/08, coito anal com um vizinho adulto, pois ficou na casa
dele até às 23hs. Diz que não praticou nenhum ato libidinoso.

Descrição: Periciando em bom estado geral. Tem


desenvolvimento físico e mental próprios para a idade. Tem 13
anos. Mede 163 cm e pesa 64 Kg. Não apresenta sinais de
violência efetiva. O exame da região perianal e anal não revela
vestígios de traumas recentes. Colhido conteúdo da região anal
e da ampola retal que foram negativos para presença de
espermatozóides e para dosagem do PSA.

Discussão:

Conclusão:

Resposta aos quesitos:


Discussão: Não foram encontrados vestígios de
espermatozóides ou de PSA no conteúdo da ampola
retal nos exames de laboratório. A prática libidinosa
pode não deixar nenhum vestígio.
Conclusão: Ausência de vestígios de ato libidinoso. O
perito não tem elementos para afirmar ou negar que
houve prática libidinosa.
Resposta aos quesitos:
1º - Prejudicado.
2º - Sem elementos.
3º ao 11º - Prejudicado.
Histórico: Vítima de estupro ocorrido hoje, às 9 horas, quando
estava sozinha em casa. Diz que o agressor fez sexo vaginal com
ela. Última menstruação há 5 dias. Não faz sexo há 4 meses. Não
usa AC. Exame realizado às 16 horas.

Descrição: Pericianda com 25 anos de idade é tetraplégica, está


acamada. Desenvolvimento físico e mental normais. O exame da
região genital revela hímen com rotura cicatrizada em 5 horas. Foi
colhido conteúdo vaginal para pesquisa de espermatozóides, que
foi negativa, porém a dosagem do PSA foi positiva. Dosagem do
beta HCG foi negativa no dia do exame e 25 dias depois.

Discussão:

Conclusão:

Resposta aos quesitos:


Discussão: A pesquisa de espermatozóides no conteúdo
vaginal foi negativa, mas a dosagem do PSA foi positiva
caracterizando vestígios de conjunção carnal recente. É
tetraplégica o que a impediu de oferecer resistência.
Conclusão: Presença de vestígios de conjunção carnal
recente.
Resposta aos quesitos:
1º - Sim. 8º - Não.
2º - Não. 9º - Sim. Tetraplegia
3º - Não. 10º - Não.
4º- Prejudicado 11º - Prejudicado.
5º - Não.
6º - Não.
7º - Não.
Histórico: A pericianda informa que foi para a casa de um amigo
escondida da mãe, às 20hs e lá bebeu vodka, diz que ficou tonta e
não se lembra do que aconteceu. Retornou para casa após três
horas. Estava embriagada. Há suspeita de estupro. Última
menstruação há 28 dias. Não usa AC.

Descrição: Desenvolvimento físico e mental normais. Tem 14


anos. Apresenta hálito etílico, taquicardia, sonolência, reflexos
alterados, restos de vômito em torno da boca. Diz que não se
lembra de nada. O exame da região genital revela rotura himenal
sangrante em 4hs. Ausência de vestígios de outro ato libidinoso.
SPTZ e PSA negativos no conteúdo vaginal. Beta HCG negativo
25 dias após a primeira perícia.

Discussão:
Conclusão:
Resposta aos quesitos:
Discussão: pericianda apresentando-se embriagada, o
que a impediu de resistir, caracterizando violência
psíquica. A rotura himenal sangrante é vestígio de
conjunção carnal recente. O IML não tem recursos para
investigar transmissão de DST nas práticas libidinosas.

Conclusão: vestígio de conjunção carnal recente.

Respostas aos quesitos:


1º Sim. 2º Não. 3º Sim. 4º Violência psíquica.
5º Não. 6º Sim. 7º Não. 8º Não. 9º Não. 10º Não.
11º Prejudicado.
Histórico- Encaminhada para exame no dia 12/11/97 alegando
que foi estuprada, submetida à conjunção carnal, no dia 01/11/97,
sob ameaça de revólver. Diz que nunca fez sexo. Última
menstruação há 15 dias.
Descrição: Tem 22 anos. Pesa 65kg e mede 173cm. Apresenta
desenvolvimento físico e mental normais. Ausência de sinais de
violência efetiva. O exame genital revela hímen com orla estreita,
borda franjeada, óstio amplo, sem rotura, é do tipo complacente.
Ausência de vestígio de outro ato libidinoso. BetaHCG negativo no
dia da perícia e 25 dias após.

Solicita-se que:
a) Faça a discussão se julgar necessário.
b) Faça a conclusão da perícia.
c) Responda aos quesitos.
Discussão: Considerando o tempo transcorrido entre o evento e o
exame atual, o perito não colheu conteúdo vaginal para exame
pois não tem como identificar, hoje, possíveis vestígios de
conjunção carnal que pudessem existir, no dia que aconteceu o
fato, porque neste lapso de tempo eles desapareceram. A
pericianda é portadora de hímen complacente, que permite a
conjunção carnal sem se romper. Não se tem pois elementos para
afirmar ou negar que há onze dias houve conjunção carnal.
Conclusão: Sem Elementos para afirmar ou negar que houve
prática libidinosa na data do evento.
Resposta aos quesitos:
1º e 2º - Sem elementos.
Do 3º ao 11º - Prejudicado.
Histórico: Informa que foi abordada ontem às 22hs por dois
homens armados com faca, levada para um terreno baldio e lá
obrigada a manter relação sexual com os dois, inclusive coito anal.
Diz que sua última relação sexual foi há 40 dias. Sua última
menstruação foi há 15 dias. Não usa contraceptivos. Comparece
para exame às 08hs.
Descrição: Apresenta desenvolvimento físico e mental normais.
Tem 17 anos. Pesa 58 Kg e mede 160cm. Ausência de sinais de
violência efetiva. O exame da região genital revela hímen com
rotura cicatrizada em 09hs. O exame da região perianal e anal
revela equimose azulada perianal, laceração longitudinal ,
sangrante, em 6 horas, no canal anal.
O quê o perito deve fazer neste caso?
Discussão:
Conclusão:
Resposta aos quesitos:
Discussão: Presença de vestígios de coito anal recente, que pode ter
nexo causal com o delito. Colhido conteúdo vaginal para pesquisa de
espermatozóide, dosagem do PSA e exame de DNA, para verificar se
há vestígio de conjunção carnal recente. Colhido suabe oral da
pericianda para identificação do seu DNA. Solicitou-se dosagem de
Beta HCG na urina que foi negativa. Repetir caso haja atraso
menstrual. Encaminhar para apoio ginecológico (Pílula do dia seguinte
e DST). Aguardar o resultado do exame laboratorial para conclusão
da perícia. Solicitou-se exame complementar em 35 dias.
Conclusão: Presença de vestígio de coito anal recente. Aguardar o
resultado dos exames solicitados para constatação de conjunção
carnal.
Resposta aos quesitos:
1º- Aguardar 2º - Sim. 3º - Não.
4° - Prejudicado. 5º - Não. 6º - Sim.
7º - Não. 8º - Não. 9º - Sem Elementos.
10º - Aguardar. 11º - Prejudicado.
Resultado dos exames laboratoriais :

A pesquisa de espermatozóide e a dosagem do


PSA foram positivas, no conteúdo vaginal.
Feita nova dosagem do Beta HCG, na urina, que
foi negativa 35 dias após o evento.
Continuação do laudo nº ... Referente a ...
Discussão: A pesquisa de espermatozóide e a dosagem
do PSA foram positivas no conteúdo vaginal. A dosagem
do Beta HCG foi negativa 35 dias após o evento indicando
que não resultou gravidez. Exame de DNA em andamento.
A presença de espermatozóide e do PSA no conteúdo
vaginal é vestígio de conjunção carnal recente e é possível
fazer o nexo causal com o delito.
Conclusão: Presença de vestígio de conjunção carnal
recente.
Resposta aos quesitos pendentes ( Aguardar )
1º - Sim.
10º - Não.
Histórico: Criança do sexo feminino, relatando que o seu padrasto ao estar
sozinho com ela em casa, ficou nu, tirou a sua roupa deixando-a só de
calcinha e pôs-se a esfregar-se nela. Percebeu que saiu um líquido do seu
pênis e que este ficou sobre sua calcinha.

Descrição: pericianda com 10 anos de idade, medindo 145cm, pesando 37 kg.


Bom estado nutricional. Desenvolvimento físico normal. Desenvolvimento
mental normal. Ausência de sinais do emprego de violência efetiva. O
exame da região oral, mãos, raiz das coxas, vestibular, perineal, perianal e
anal não apresenta alterações. Hímen integro.
Chegou vestida na calcinha. O exame da calcinha revela, na sua face
anterior, mancha endurecida, medindo 4,0x5,0cm, cor clara. Esta mancha
foi embebida em soro fisiológico e drenado para recipiente, num volume
de 20mL. Foi centrifugado e feito esfregaço em lâmina de vidro, corado,
examinado para pesquisa de espermatozóide que foi positiva. Dosagem do
PSA positiva no liquido centrifugado.

Discussão:

Conclusão:

Resposta aos quesitos:


Discussão: A presença de espermatozoides e dosagem do
PSA positiva no material extraído da calcinha da
pericianda é vestígio de que houve ato libidinoso. Pela lei
está tipificada como vulnerável (tem 10 anos de idade).

Conclusão: Presença de vestígio de Ato Libidinoso.

Resposta aos quesitos:


1º - Não. 2º - Sim. 3º - Não.
4º - Prejudicado. 5º - Não
6º - Não. 7º - Sim. 8º - Não.
9º - Não. 10º -Não. 11º - Prejudicado.
Histórico: menor, do sexo feminino, diz que está grávida
do seu padrasto, que mantém sexo com ela há um ano.

Descrição: pericianda com 11 anos de idade. Mede


148cm, pesa 50kg. Desenvolvimento físico e mental
próprios da idade. Ausência de sinais de violência
efetiva. Apresenta volume abdominal aumentado, com
fundo do útero palpado acima da cicatriz umbilical. BCF
de 144bpm audível com sonar. Trouxe ecografia que
mostra gravidez de feto feminino no curso do 6º mês.
Apresenta hímen complacente.Apresenta na vulva
Condiloma Acuminado.

Discussão:

Conclusão:

Resposta aos quesitos:


Discussão: A pericianda tem 11 anos de idade e está
grávida, indicando que houve conjunção carnal. O
hímen complacente permite a conjunção carnal sem se
romper. Apresenta Condiloma Acuminado em vulva, que
é uma DST. É tipificada pela lei como vulnerável ( tem
11 anos).

Conclusão: presença de vestígio de Conjunção Carnal. O


agressor transmitiu DST à pericianda.

Resposta aos quesitos:


1º - Sim. 2º - Não. 3º - Não.
4º - Prejudicado. 5º - Não.
6º - Não. 7º - Sim. 8º - Não.
9º - Não. 10º - Sim. 11º - Sim.
A vida é feita de escolhas.
Viver é escolher.
Com suas intenções,
Com seu livre arbítrio,
Cada um, todo dia,
Faz suas escolhas.
E, passo a passo,
Fia a própria história.

CHU-EN-LAY
PROVA

1 - A MEDICINA LEGAL TEM RELEVÂNCIA NO


PROCESSO PENAL?

2 - JUSTIFIQUE.

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