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MUSEOLOGIA SOCIAL

EDUCAÇÃO POPULAR
PEDRO PEREIRA LEITE
LIGAÇÃO MUSEOLOGIA EDUCAÇÃO

• Questão
• A função educativa nos museus e a educação popular
ROTEIRO

1. O que é Educação Popular


2. Em que condições se faz a Educação Popular
3. Com que objetivos se Faz Educação Popular
4. Educaçao Popular e Museologia Social
O QUE É EUCAÇÃO POPULAR
UMA LONGA PRATOCA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS
UMA LONGA HISTORIA

• Uma alternativa à Educação para o Desenvolvimento.


• Educação Popular é uma abordagem metodológica
• Uma educação onde a aprendizagem é baseada na cooperação.
• Emerge do grupo e das suas relaçoes

• Visa melhorar as competências de comunicação e fortalecer auto-estima


• Aprendizagem baseada na resolução de problemas
• Encoraja a fazerem perguntas e a darem respostas.
• Parte do mundo real
• Aprendizagem baseada no diálogo
• Cria interações orais entre os participantes e procura estimular a troca de ideias. Funciona como uma
ponte
CONDIÇÓES DE APLICAÇÃO

Escolher o ambiente de aprendizagem apropriado:


Um ambiente centrado no indivíduo
 Na relação democrática, participativa, cooperativa e experiencial.
• Pensamento crítico
Reconhecer a realidade de forma a terem consciência da sociedade global
Desenvolverem valores referentes ao direito de todos a uma vida digna.
• Fazer a ponte do global para a realidade de cada um e para o seu dia-a-dia para
olhar para o blonal
• Estimular a curiosidade. A arte de perguntar
• Estimular a criatividade. A arte de resolver problemas
OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO POPULAR

Necessidade de descolonizar, des patricalializar e descapitalizar a educação.


É necessário que a escola ajude a pensar de forma diferente.
Uma educação voltada para o futuro, marcada pelos valores da justiça, pela
criação de capacidade de ação e pelo trabalho com as emoções.
• Os grandes objetivos da educação são
• Identificar problemas,
• Implementar soluções,
• Enfrentar complexidades,
• e trabalhar com utopias.
PORQUE A EDUCAÇÃO POPULAR
Compreender o tipo de mudanças que é necessário promover.
• O Mundo está a mudar.
• É necessário pensar numa educação que se ajusta à mudança.
• Que educação para que tipo de mudança?
• Pensar na relação entre o processo educativo e os desafios do contexto histórico.

• Uma educação para a competitividade e eficiência no mercado de trabalho, ou uma


educação para a democratização ou cidadania global.
EDUCAÇÃO E EDUCADORES POPULARES
• A educação libertadora não produz sozinha a mudança social, mas não haverá mudança social sem educação
libertadora.
• 7sideias para um educação emancipadora educação para a vida.
• Educação Popular releva a pedra de afeto nas relações humanas, e os processos de destruição do planeta. Por isso é uma
educação emancipadora, popular, libertadora.
• Uma educação que equacione de forma crítica o modelo de desenvolvimento. É necessário problematizar o desenvolvimento e
imaginar as ações possíveis.
• A educação como um processo ético, politico, cultural, pedagógico (centrada nas aprendizagens), estético (reecantar, repensar,
rir)
• Uma educação onde os sujeitos são protagonistas das transformações. Não há transmissão de conteúdos, mas uma preocupação
de criar condições para pensar de forma crítica.6
• Um outro papel para os educadores. Educar é uma experiencia de gerar aprendizagens. Criar paixões para descobrir.
• Uma educação com uma pedagogia da resistência. A pedagogia da proposta, do diÁlogo da mobilização e da esperança.
• Uma educação para a utopia. A procura da coerência (como propôs Paulo Freire).
• A aventura do conhecimento. O conhecimento não uma coerência mas a procura da coerência. É necessário criar
uma pedagogia criativa, produtora de frutos.
PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO POPULAR

• A criação de sujeitos transformadores,


• Os Modelos de mudança sociopolítica foram dominantes nos anos 60 aos 80. A lição foi que a liderança do poder
politico não muda a sociedade.
• Nos anos 90 a proposta foi transformar a sociedade alavancada no extrativismo.
• Os processos de mudança são longos. É necessária uma liderança ética e pedagógica nas estruturas hegemónicas.

• Sente-se a emergência dum novo paradigma viver bem e bem viver.


• Paradigma de viver numa sociedade planetárias, em relação com a natureza, numa sociedade de diversidade.
Construir outra forma de convivência humana, com a natureza e com os outros povos. O processo transformadores
tem que ser regionais.
• As interdependências e as diversidades/ autonomia e autodeterminação são chaves para a transformação das relações
de poder
• A transformação nas universidades. Relação pesquisa, ensino, extensão ampliam o papel das universidades. É
necessário combater o modelo da universidade como produtora de serviços, separada dos problemas da sociedade.
• A construção da esperança como impulso de transformação. “Escolhi a sombra desta árvore para repousar do muito
que farei enquanto esperarei por ti.” A espera como esperança conforme propôs Paulo Freire.
HISTORIA DAS UNIVERSIDADES
POPULARES

Antecedentes.
• Universidade Popular surge no século XIX inspirada nos princípios do Anarquismo, como
local de treino\encontro e representação
• A competição entre o anarquismo e o comunismo, no final do século XIX e inícios do
século XX leva focar a ação nos processo de transformação, diminuindo o seu foco no
processo de criação duma representação.
• No final do século XIX e inícios do século XX a universidade popular surge no âmbito das
atividades do Bureau Internacional do Trabalho com base no objetivo geral de dar
educação a quem está excluído
UNIVERSIDADE POPULAR E EXTENÇÃO

• Na Europa do pós-guerra, as Universidades Populares orientavam-se para a evolução do ser humano,


numa perspetiva de educação integral e universal, enquanto que na América a experiencia orienta-se
fundamentalmente para a alfabetização.
• A universidade era vista como um espaço de elites. Por isso era necessário que o povo dela se apropriasse.
• Se o conhecimento das universidades era um conhecimento erudito, as universidades populares deveriam procurar um
conhecimento popular. Construir os seus próprios conteúdos sem serem eurocêntricos.
• As universidades não são eurocêntricas. As primeiras Universidades conhecidas foram formadas em
Tombuctu no Mali e em Assur no Egipto. A Universidade de Bolonha, criada no século XI é uma
universidade que é destinada a preparar a burocracia e a classe comercial. Nesse sentido pode ser
considerada a primeira universidade para as elites.
• Na Europa as Universidades tornam espaços de poder. Espaços de formação das elites brancas e coloniais.
• Tombuctu foi fundada cerca do ano 1100 pela sua proximidade com o rio Níger para servir às caravanas que traziam
sal das minas do deserto do Saara para trocar por ouro e escravos trazidos do sul por aquele rio.
A CRISE DAS UNIVERSIDADES
POPULARES E DESAFIOS
• A crise da Educação Popular e a crise das Universidades das elites
• No campo da educação popular, após o entusiamo dos anos oitenta, os modelos das Universidades Populares entraram em crise.
• Em parte pela institucionalização dos modelos de educação universal extensiva, feita pelas campanhas da UNESCO.
• As forte transformações sociais exigem um repensar das suas formas.

• A educação popular já não se pode constitui com base numa pedagogia da libertação. A libertação assenta no paradigma da opressão.
• Tem por base a ideia que a libertação é possível pela consciência, pela conscientização. A educação popular no entanto não foi sensível aos processos de opressão do
colonialismos, do patriarcado e do racismo. Não se ajustou aos mecanismos de dominação
• A Universidade Popular não se adaptou à transformação do conhecimento, nem à emergência da Internet.
• O conhecimento está hoje em todo o lado, é acessível. A questão hoje que se coloca à educação já não é o conhecimento, mas trabalhar por um mundo digno. A educação já
não é um monopólio de uma instituição.

• Educação popular assenta no diálogo. Ele não assente num conhecimento pré-existente, mas constrói-se no confronto entre saberes. O objectivo da Educação popular
é identificar os mecanismos de opressão.
• A opressão está na sociedade de consumo e formação de mercadorias. A educação popular deve assentar na produção dum pensamento crítico.

• A educação popular questiona a hierarquia entre educador e educando. O educador popular é um facilitador.
• A educação popular está envolvida em processos de construção coletiva.
• A Educação Popular tem que construir o seu próprio sistema de poder. A educação popular tem que entrar nos sistemas de educação formal e acabar com a dicotomia
entre popular e tecnologia
CRISE NA UNIVERSIDADE HOJE

O modelo universitário está em crise desde os anos oitenta.


A ideia geral é que o sistema está sub-financiado, o que obriga as universidades a
procurarem uma parte do seu financiamento na sociedade, fundamentalmente
através de empresas, em troca do qual são criadas ações educativos voltadas para o
mercado.
As universidades deixaram de se recriar. A entrada das classes médias na
Universidade acabou por ditar o fim das Universidades como espaços da elites, que se
transferiram para universidades privadas, financiadas pela atividade empresarial.
As universidades públicas tendem a perder o papel da universalização no ensino.
EDUCAÇÃO POPULAR E UNIVERSIDADE
A educação e uma oportunidade. Há que pensar novos processos de produção do conhecimento.
Por exemplo educação e saúde. A educação popular terá que construir o seu próprio conhecimento a partir das
relevâncias da sociedade.
• O desafio da Educação popular é trazer o saber popular para as universidades. Criar universidades anticapitalistas,
antipatriacais e anticolonialistas. Assim se poderá ligar a Educação Popular e a Universidade Popular, através da
transformação social.
• O modelo de extensão universitária
• Ultrapassar a ideia decapturar receitas para a universidade.
• No entanto o modelo de extensão permite criar inovação institucional. Por exemplo, o modelo de observatórios articulados com a
sociedade civil permitem identificar problemas que estão a surgir e propor ações para os resolver ou minorar.
• É necessário reformular as universidades. Reequacionar o ensino médio e a escola pública para a adequar ás
transformações na sociedade. Novas instituições e novas formas de atuar.
• Por exemplo, as oficinas da Universidade Popular, com aduração de dois dias, ajudam a construir as epistemologias do Sul. As
suas palavras de ordem são. Democratizar, Descolonizar, Despatriacalizar desmercantilizar Obter certificações autónomas e
assentar em pedagogias alternativas
 Construir um a pedagogia como um processo de artesanato, tecendo os conhecimentos dos outros e integrar as diferenças. A
pedagogia popular como uma construção rizomática de corpos e saberes nos territórios.
EDUCAÇÃO POPULAR E MUSEOLOGIA

• Os processos de museologia social como:


• Espaços de encontro
• Como laboratórios sociais
• Como observatórios e como oficinas de construção do futuro

A lição da ibero america


a apropriação das instituições para transformar-las

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