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A discriminação: 

Boa tarde, nesta apresentação oral vou falar-vos sobre o que mais me desconcerta no mundo atual que é a
discriminação. Antes de mais, vou começar por clarificar este conceito geralmente confundido com preconceito. É
denominada discriminação qualquer distinção, exclusão ou restrição baseada na raça, cor, sexo, nacionalidade,
origem étnica, religião, orientação sexual, identidade de género, ou outro fator, que tenha o propósito de prejudicar
o reconhecimento ou exercício em pé de igualdade de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos
político, económico, social ou cultural. Como sabem, a discriminação parte de pessoas preconceituosas com opiniões
infundadas, estruturadas em ideias pré-concebidas e fruto da ignorância, porém, são estas opiniões levam à
inferiorização de muitas pessoas, simplesmente por serem quem são ou devido às suas convicções e infelizmente
existem grupos que são habitualmente alvo comum deste tipo de violência, como por exemplo, os povos indígenas,
os migrantes, as pessoas com deficiência e as mulheres. 

A discriminação é uma questão de Direitos Humanos de grande relevância e deve ser tratada como tal pois, as
pessoas que são alvo de discriminação são limitadas no seu potencial de desenvolvimento humano, no exercício da
cidadania ativa e, muitas vezes restringidas no acesso ao emprego, aos serviços de saúde, à educação e à habitação.
As consequências da discriminação são graves e diretas para quem é discriminado, mas penso que é preciso
perceber que toda a comunidade é afetada quando a discriminação é tolerada, uma vez que esta promove pobreza e
exclusão social, contribuindo para sociedades mais empobrecidas do ponto de vista económico e social, mais
expostas à violência e à insegurança. Estas questões são tão importantes que o quadro jurídico internacional dos
direitos humanos contém instrumentos internacionais para combater as formas mais específicas de discriminação,
como são exemplos a Declaração sobre os Direitos das Pessoas Pertencentes a Minorias Nacionais ou Étnicas,
Religiosas e Linguísticas, a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres,
Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as formas de discriminação racial, entre outras.   
Para além disto, afim de garantir o respeito e defender a dignidade de todos os indivíduos, sem fazer distinção, foi
criada a Declaração Universal de Direitos Humanos e por isso, qualquer pessoa que pratica um ato discriminatório,
vai contra o artigo 7 da Declaração, que prevê que todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer
distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a
presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação. 

Falando agora da parte jurídica deste problema, a legislação portuguesa considera determinados comportamentos
discriminatórios como sendo crimes, e outros como sendo contraordenações, consoante a sua gravidade. O crime de
discriminação ocorre sempre que houver a constituição de organizações ou a divulgação ao público de materiais que
incitem a discriminação, o ódio ou a violência contra uma pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor,
origem étnica ou nacional, religião, sexo ou orientação sexual. Esta motivação discriminatória pode levar à aplicação
de uma pena mais elevada no caso dos crimes de ofensa à integridade física e homicídio. Por outro lado, a
discriminação enquanto contraordenação ocorre quando uma pessoa é impedida de exercer os seus direitos
relacionados ao acesso a bens e serviços, ao emprego e formação profissional, ao ensino e ao sistema de saúde
públicos e privados, etc.
Curiosidades:
Agora vou vos contar algumas curiosidades: no Canadá, as mulheres indígenas têm 4 vezes mais probabilidades de
serem assassinadas do que as outras mulheres; Na República Checa, Finlândia, Alemanha, Hungria, Eslováquia e
Suécia, durante décadas, até ao século XXI, as mulheres ciganas foram submetidas à esterilização forçada; Há 10
países onde os atos sexuais consentidos entre adultos do mesmo sexo têm como sentença a pena de morte.

Eu escolhi falar-vos sobre este tema, pois todos temos direito a ser tratados de forma igual. No entanto, com
demasiada frequência, ouvimos histórias desoladoras de pessoas que sofrem atos de crueldade simplesmente por
pertencerem a um grupo “diferente” do que está no poder e devido à desigualdade e estrutura social em que
estamos inseridos, onde grupos sociais são mais valorizados do que outros.
Termino assim a minha apresentação, dizendo-vos que ao discriminar alguém, estamos a impedir a igualdade de
oportunidades em áreas fundamentais para o pleno desenvolvimento das suas capacidades, bem como a impedir
que essa pessoa de exercer seus direitos como ser humano “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em
dignidade e em direitos”. Artigo 1º Declaração Universal dos Direitos Humanos, por isso digam não à discriminação.
Obrigada pela atenção!

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