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OS ESTADOS E
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O AMBIENTE INTERNACIONAL E O EXERCICIO DO PODER.
- O meio de inter-relação internacional, onde se movimentam e interagem os
Estados assim como os restantes actores políticos com directa influência na
Ordem Internacional e onde se desenvolvem sob múltiplas formas os jogos de
influência, constitui hoje um ë ë de dimensão planetária o qual, no
entanto, poderá sempre assumir variadas configurações consoante a natureza
dos actores principais envolvidos e em função da distribuição de poder entre
eles com base no peso do poder real que as Potências Maiores exercem no
seio da Organização máxima supranacional.
» Considerada esta realidade e de acordo com o consenso acordado entre os
mais conhecidos cientistas políticos e sociais, os SISTEMAS POLÍTICOS
INTERNACIONAIS ao longo das várias conjunturas, do passado moderno ao
futuro próximo, poderão ser classificados em função de três factores:
- Da análise desta Escala, deduz-se que ela deverá sempre permitir aplicar um
ou outro dos modelos a todos os casos possíveis: os da História passada, o
Mundo Actual e os correspondentes à Evolução Futura da Sociedade
Internacional.
Nota.-
, em que vigorou um nítido Sistema
Bipolar, as suas Bases de sustentação eram de tripla natureza: de natureza
Política (Estados totalitários ou ditatoriais face a Estados democráticos); de
natureza Ideológica (Estados de raiz marxista versus Estados de estrutura
liberal ou neo-liberal); e de natureza Económica (Estados de economia
planificada face a Estados de Economia de Mercado).
- Ainda no que se refere ao SISTEMA MULTIPOLAR, este permite uma maior
diversidade nas RI. Quanto ao seu grau de Estabilidade, ele acarreta outros
RISCOS tais como a proliferação nuclear, o desenvol vimento de múltiplos
conflitos regionais entre os pequenos Actores e as Ameaças Não-Tradicionais.
- Porque instável, ameaça sempre aumentar o número de conflitos potenciais .
>Embora limite as consequências dos conflitos, o que se verifica na prática é
que raramente limitará o seu nú mero.
- No que se refere ao SISTEMA BIPOLAR, este continua a ser o mais perigoso
por criar riscos da eclosão de um conflito maior (nuclear) por causa do carácter
ambíguo da bipolaridade, pois traduz uma luta sem quartel pela partilha do
Mundo. No entanto é mais estável pelo receio mútuo do MAD, com a vantagem
adicional de reduzir os conflitos no exterior do Sistema, embora a
multipolaridade tenha a vantagem d e reduzir as probabilidades de conflitos
generalizados.
» Desejável seria combinar as vantagens dos dois sistemas, introduzindo
uma multipolaridade no SISTEMA BIPOLAR.
» Cada sistema é criado pela configuração da relação de Forças em cada
conjuntura, mas só se manterá pela vontade deliberada, ou resignaç ão face
aos mais fortes, da maioria dos Estados.
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- A Força reside também na preservação e exploração das riquezas naturais do
Estado. Na ausência destas, estas Potências terão de assegurar o seu domínio
e abastecimento a partir das origens e ma nter abertas as rotas de navegação.
- Exemplo: A Alemanha e o Japão fortemente dependentes das importações
por via marítima em 1940 tiveram necessidade de dominar os grandes eixos de
comunicação marítimas internacionais e manter abertos os canais de
abastecimento. Quando perderam esse domínio perderam a guerra. O mesmo
ia acontecendo com o Reino Unido, não fora a ajuda aeronaval dos EUA.
- Neste caso,
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dos Estados permitiu-lhe utilizar toda a sua
energia nacional para alcançar os seus ob jectivos de guerra (EUA e URSS).
- Uma
constitui uma permanente fonte de fraqueza,
provocando debilidades internas e uma dependência face aos fornecedores.
- Recursos Naturais + Produção Industrial e I&D adequada + População de
qualidade, constituem grande vantagem para os países e o motor do
desenvolvimento das suas finanças e economias.
- Antigamente, dominavam o carvão e o ferro, o que contribuiu para elevar a
Inglaterra a superpotência; hoje são os minérios de cobre, cobalto, cr omo,
manganés, tungsténio, níquel, vanádio, estanho, que dominam a produção
industrial: ëë
ë ëë aplicadas no aeroespacial e outros sectores.
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ë ë; mas àqueles que as valorizam,
transformam, comercializam, consomem e conquistam mercados. Exemplo: no
século XVI Portugal trazia para a Europa os produtos em bruto; os flamengos
compravam-nos e levavam-nos para a Flandres vendendo -os trabalhados a um preço
40% superior ao material comprado.
- Para além disso, não basta portanto possuir recursos alimentares ou
minerais. Para que o Estado possa adquirir Força Económica e Riqueza
Financeira, torna-se necessário ser detentor da capacidade para os explorar,
transportar e comercializar (capacidades técnica e industrial).
- As grandes potências detêm enorme força económica, com elevada
flexibilidade de emprego , susceptível de ser utilizada ao serviço de todas as
Acções Diplomáticas do Estado: investir, apoiar, ajudar os governos.
- Um Estado é forte pela exibição da força económica que possui, mas também
é importante uma ³população de qualidade´ (de elevada s disciplina e aptidões,
aos vários níveis da execução das tarefas, e bem enquadrada p or líderes
competentes) que se integre numa elevada capaci dade organizacional do
Estado (Ex: os EUA; não ainda o Canadá e a Austrália). Entre a quantidade e a
qualidade terá de existir um equilíbrio: entre a população suficiente para a
evolução e projecção do Estado nas RI e a superpopulação que pode atrofiar.
- A Força do Estado depende portanto mais á
que da sua população bruta. Assim, um território rico em recursos
mas fracamente povoado será sempre uma Potência limit ada. E aqui e uma vez
mais, o Canadá e a Austrália servem de exemplo.
» A situação ideal para um Estado seria pois ser detentor de um solo fértil e
de um subsolo rico, pois se for desprovido de recursos e tiver de confrontar -se
com uma crise ou um conflito, torna-se dependente do exterior, o que o tornará
de imediato vulnerável a um adversário forte militarmente.
- A Força bruta natural do Estado será então expressa pela Idade, Meio
geográfico e geopolítico em que se situa, pela População e pelas Riquezas
Económicas. Estes factores são reais, naturais e independentes da acção
humana e da vontade política. Por sua vez, os á
á , cuja
combinação revela a Força do Estado e o seu Potencial são constituídos, para
além daqueles factores, pelo Meio Ambiente, Recursos Naturais, Força Militar,
Organização e Estrutura colectiva. São ainda importantes a qualidade ou nível
civilizacional, tecnológico, científico e cultural
ë
, bem como o
suporte da sua acção diplomática e estratégica.
; O sucesso da optimização de todos estes factores por uns Estados em
detrimento do sucesso parcial ou do insucesso de outros, resultante em parte
de uma desigual distribuição desses recursos, r
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originando, ou Actores Actuantes do Sistema Mundial (RI) ou Actores
Dependentes do Sistema.
- Esta hierarquia oligopolista gera uma estratificação internacional dos Estados
- Mede-se pela percentagem do PNB de cada Estado em relação ao PNB
mundial. Em 1997, os Estados alinhavam -se: EUA (37 ptos.); Rússia (19);
Japão (17); RFA (13); França (9); China (7); Itália (6); Canadá (5).
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pp NO INICIO DO SÉCULO.
- A análise dos acontecimentos internacionais processa -se a partir da Historia
das Relações Internacionais, que tiveram início e longa tradição no continente
europeu e as suas raízes na historia secular da diplomacia .
- Constata-se também que, no início do século XX, ë ë
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, formado por Unidades Politicas saídas da Revolução
Francesa, das sequentes Guerras Napoleónicas, do Congresso de Viena e do
movimento das Nacionalidades.
» Neste sistema, as Potências maiores exerciam o seu peso, como a
Inglaterra. Mas com a Primeira Guerra Mundial este Sistema desfez -se, de
forma ruinosa e trágica, e com os acontecimentos que se lhe seguiram.
- Nas décadas seguintes emergiu um SISTEMA INTERNACIONAL
UNIVERSAL fluido, movediço, de múltiplos actores, englobando elementos
estáveis e instáveis, consideráveis factores de integração e outros factores de
desintegração ou focos de anarquia. O transitório Actor Universal era
representado pela frágil SDN e os factores instáveis pelas tentações
hegemónicas do Japão e da Alemanha, e ainda pelas aventuras africanas da
ditadura italiana.
» Este Sistema Internacional Universal, do inicio desse século, constitui
uma união de elementos que não têm qualquer ligação uns com os outros, mas
que se sobrepõem e se cruzam. Caracterizam-se por serem:
>Alguns muito antigos, como os ³velhos´ Estados europeus;
>Outros mais recentes, provenientes dos efeitos da IGM, declínio da Europa,
da ascensão dos EUA e da revolução soviética e início do Império japonês.
>Outros são ainda mais recentes, como a descolonização, a mundialização
da economia, e o MAD provocado pela arma nuclear.
>Finalmente, existem elementos ainda em formação, como a expansão dos
nacionalismos, a proliferação nuclear, o aparecimento de novas potências
regionais e a emergência das ameaças não -tradicionais
>De acrescentar ainda a estes as revoluções tecnológicas e do conhecimento
- Todos estes elementos constituem factos históricos estruturais do Sistema
mundial de Relações Internacionais.
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- Nas vésperas da IGM a Sociedade Internacional #
, não é universal.
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ë , aqueles que criaram o
sistema de reconstrução da Europa após a queda do Império Romano e depois
difundiram o mesmo modelo de Estado pelos outros quatro continentes. A
maior parte do Mundo depende da Europa.
- Existem então 5 grandes potências: Inglaterra, França, Aleman ha, Itália e o
Império Austro-húngaro. A Rússia, EUA e o Japão aparecem como Estados
secundários com papel ainda limitado no conduzir das RI.
» Os Estados Europeus praticam entre si uma Política de Equilíbrio ou
Balança de Poderes, vigiando -se mutuamente, para impedir que um deles
possa adquirir hegemonia ou um poder excessivo. Se e quando o equilíbrio se
rompe estabelece-se de imediato uma coligação contra o $
% a fim de restabelecer esse equilíbrio.
;A Sociedade Internacional te m então um carácter HOMOGÉNEO, existindo
um largo consenso e legitimidade entre os Actores quanto às regras do jogo de
poderes, interno e internacional.
NOTA. Anteriormente, no século XVIII, a sociedade era heterogénea, devido
ao impacto da Revolução Francesa na Europa Monárquica ao criar princípios novos e
contraditórios e assim provocar antagonismos entre as duas legitimidades: a antiga,
monárquica, e a nova, republicana.
- A IGM marca pois a ruptura do sistema, até aí vigente, conduzindo ao fi m da
supremacia politica e económica dos países europeus.
> Desaparece assim o SISTEMA CLASSICO anterior.
- A Europa sai da 1ª Guerra Mundial muito enfraquecida: perdas em população,
reservas de ouro, marinhas mercantes, infra-estruturas; e ë
ëë dos
quais levará décadas a recuperar. Em consequência, a ordem social é abalada;
grave crise económica e financeira com a bancarrota. Surgem súbitas fortunas
e campeia a corrupção e a miséria. Tanto camponeses como operários saem
desfavorecidos e a solução para a maioria é emigrar para o ultramar.
» Aproveitando da perda de status e prestígio das Potências europeias, os
Estados extra-europeus obtém ganhos geopolíticos e geoestratégicos,
aumentam as suas economias e a produção e prosperam. (Ex.: os EUA.)
- Desaparecem os Impérios Austro-húngaro e Otomano, o que destrói o
equilíbrio das Potências na Europa e altera a sua configuração política.
> Entretanto emergem novos Estados: Checoslováquia, Hungria e Polónia. A
Sérvia expande-se surgindo a Jugoslávia.
- Cresce o poder económico americano ; declina o da Europa ao nível mundial.
- De todas as transformações conjunturais ocorridas, a criação do SDN em
1920, que constitui a 1ª experiencia de uma Organização Universal, marca a
passagem de uma sociedade Europeia para uma Sociedade Heterogénea.
- Também começarão a surgir os primeiros sintomas de declínio no interior da
Europa, com esta a sentir a necessidade da presença americana para
assegurar a paz interna e enfrentar
de 1917.
» Esta revolução põe fim ao carácter HOMOGÉNEO da Sociedade
Internacional por proclamar a
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. Gera um
duplo fenómeno de propagação e de rejeição na Europa, o que já tinha
acontecido aliás com a Revolução Francesa por razões políticas e ideológicas.
» A Europa não irá recuperar da IGM e da revolução Soviética.
» Surgem duas crises: a Grande Depressão Económica 1929 e a crise das
Democracias e do Parlamentarismo devido á corrupção politica, do
parlamentarismo e do rotativismo dos partidos. Ascensão dos Extremismos
Ideológicos: URSS, Japão >>China, Mussolini, e a Guerra Civil de Espanha.
- Rápido
do Sistema Internacional ëë (
> A Europa entra em declínio, em desequilíbrio e entra -se num SISTEMA
internacional HETEROGENEO.
> Crise Europeia, ascensão dos EUA e Japão; surge o Sistema Leste -Oeste.
> Entre a 1ª e a 2ª Guerras Mundiais, as Potencias Europeias perdem a sua
hegemonia nas RI e enfraquecem. Grandes perturbações na Itália, Alemanha
(República de Weimar) e França (República Socialista). Crise múltipla na
Europa: política, institucional, eco nómico-financeira, social e de segurança.
> Os Balkans são fontes de grande instabilidade. No exterior ao espaço
europeu, os EUA e o Japão tornam-se grandes potências.
> Gera-se um novo desequilíbrio quando a URSS e Alemanha assinam uma
coligação de vencidos, e em 1922 celebram um acordo secreto (de relações
diplomáticas e cooperação militar).
> Surge o perigo hitleriano. A Checoslováquia é entregue à Alemanha.
> Em 1939 é assinado o pacto de não -agressão Molotov-Ribentrop. Inicio da
IIGM: a Polónia è dividida entre Moscovo e Berlim. Chacina de Katyn.
> De surpresa, em 1941 a Alemanha invade a URSS; e os japoneses atacam
Pearl Harbour, principal base aeronaval dos EUA no Pacífico.
> Em 1943 os aliados reúnem-se em Moscovo: partilha da Europa (Leste-
Oeste). Segue-se a Conferencia de Teerão, a Conferência de Yalta (Fev. 194 5)
e a Conferencia Potsdam (Ago. 1945), já sem guerra. Partilha do mundo.
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- Surge um novo Sistema Mundial: ë ë
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ë, com duas zonas de influência: uma
soviética e outra predominantemente de intervenção anglo-saxónica.
- O Sistema Mundial passa a BIPOLAR. Segue-se a Guerra Fria, processo de
" e de ë# ao nível mundial.
>De permeio surge a revolução comunista chinesa que agita todo o Sudeste
Asiático. Daí para a frente a China comunista alinhará incondicionalmente com
a política externa da URSS e contra o Ocidente.
- Ao nível geoestratégico e das relações internacionais, dá -se a erupção de
várias crises e conflitos regionais, produto da confrontação indirecta entre as
duas superpotências e que Moscovo utiliza como trunfo principal a seu favor:
1ª Crise (1946) ± Crise no Irão; os soviéticos criam a secessão do Azerbeijão.
1946: Guerra Civil da Grécia; vence o Ocidente. Questão dos Estreitos Turcos.
1947: início da Guerra Fria. Os EUA assumem a liderança do Ocidente e
auxiliam a reconstrução da Europa (Plano Marshall). A URSS r esponde com o
Kominform e mantém os países de Leste sob a sua órbita.
1948: Bloqueio de Berlim pela URSS. Êxito da Ponte Aérea. Termina em 1949.
- Assinatura do
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ë com os países do Benelux + G.B. + FRA.
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! . Refundação da Alemanha: a RFA.
1950-55: Coreia do Norte invade o Sul. O afrontamento Leste -Oeste desloca-se
para fora da Europa: Ásia, África e América Latina. Formam-se a NATO e o PW
1961: Erecção do Muro de Berlim; criada a RDA (1950). 1959: Revolç. Cubana.
1962: Crise dos mísseis soviéticos de alcance intermédio em Cuba. Ultimato de
Kennedy a Krushev. O Mundo à beira do MAD: criado o Telefone Vermelho .
1979: Crise dos Mísseis e dos bombardeiros Estratégicos . Segue-se a dos
mísseis estratégicos SS-20 móveis e dos bombardeiros estratégicos Backfire
soviéticos, ambos sem equivalente no Ocidente. Os EUA respondem e
instalam na Europa os mísseis Pershing, de alcance intermédio, destinados a
bombardear as retaguardas dos exércitos de Moscovo em caso de i nvasão.
- Neste período surgem 4 crises: Guerra Israelo -Árabe, 1973; os Goulag
soviéticos; o incremento da competição estratégica EUA-URSS; e a Guerra em
Angola em 1975, com a intervenção directa das forças armadas cubanas, sob o
incentivo aberto e a protecção directa politico-militar da URSS. Os EUA apoiam
sem convicção a FNLA. Depois, as Forças soviéticas invadem o Afeganistão.
1980: a URSS atinge a paridade estratégica com os EUA (no ar e no mar). Os
americanos recuam das suas posições estratégicas face à pressão soviética.
-A URSS e os democratas americanos forçam a descolonização pelo Ocidente .
1980: Fracasso do raide ao Irão para libertar os reféns americanos. Face à
perda de status e
Jimmy Carter proclama então: os EUA tornar-se-ão a
potência mais poderosa do Mundo. Surge com Reagan o SDI norte-americano.
- Reacção americana: ocupação de Granada, ajuda aos ³Contras´, ataque
aéreo com 18 aviões F-111 a Tripoli. A acção resulta e Kadafi pede tréguas.
- O Sistema Leste-Oeste torna-se mais flexível, mais fluído, mais indefinido e
portanto mais perigoso.
- Continua a praticar-se o Equilíbrio Estratégico entre os EUA e a URSS que
serve de pano de fundo à acção política e diplomática das maiores Potências .
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- Aumento do impacto do denominado 3.º Mundo na ONU e nas RI.
- No período entre as duas GMs os Nacionalismos começam a despontar na
África árabe e na Ásia.
» CAUSAS: enfraquecimento da Europa em crise, ëë da URSS e a
acção conjugada dos EUA e da URSS, ë
ë. Consequências:
o conjunto dos impérios europeus desfaz -se, embora de formas diferenciadas.
>Constituiu uma transformação rápida da História das R.I. e uma radical
alteração do cenário mundial.
- 1961: sob o peso dos ³não-alinhados´ a ONU proclama que a independência
dos povos colonizados terá de ser feita de imediato. ë
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ascendem a independ ências para as quais não se encontram preparados.
» A descolonização atinge primeiro a Ásia. A invasão japonesa (1935)
mostrara a fraqueza dos europeus. Primeiro são os holandeses e ingleses e
depois os franceses ( Indochina e Bien Bien Phu em 1954).
- A DESCOLONIZAÇÃO vai transformar radicalmente o Sistema Internacional,
nomeadamente porque a comunidade internacional passa em poucos anos de
60 para 110 Estados, situados na sua maioria ao SUL do m undo desenvolvido.
» Acentua-se a diversificação no seio da Sociedade Internacional, porque os
³novos´ Estados são política, cultural, económica, religiosa e etnicamente muito
diferentes dos ³velhos´ Estados.
- Surgirá também uma nova CLIVAGEM nas RI, pois para além do
antagonismo Leste-Oeste surgirá a diferença Norte-Sul, com um forte ou
desconcentrado desnível de riquezas e da base cultural e civilizacional .
» Emergem Estados jovens impreparados, frágeis, de governos corruptos e
divorciados do resto da população. São inúmeras as fraquezas desses países.
Em consequência, a ³desordem´ instala-se na ONU e nas Organizações
Internacionais que passam a funcionar segundo a ³lei do número´, o que faz
sobressair o ³peso dos novos´ nas RI, e faz desequilibrar todo o Sistema .
> A doutrina dos ³não-alinhados´, mas com grande parte deles alinhando
contra a Europa, é expressa pelo grupo afro -asiático na Conferência de
Bandung (Sukarno-1955) reunindo 25 Estados; e depois na de Belgrado (1961)
1ª cimeira dos não-alinhados; segue-se a do Egipto (1964), já com 47 Estados.
- Contudo, ëë ë
ë surgem crescentes clivagens, pois entre eles
existem três tendências político-ideológicas: soviética, chinesa e ocidental.
- Em 1973 reúne-se
!, contando com a presença se
setenta e cinco países e seis Movimentos de Libertação. O objectivo é a
instauração de uma nova ordem económica internacional e de cooperação
entre os países produtores de matérias-primas, destinada a modificar as
relações de força entre países produtores (3.º Mundo) e consumidores (1 .º
Mundo). Visa ainda outro objectivo: sob a pressão dos partidos marxistas e afins,
fica decidido estabelecer a estratégia definitiva para
ë , a braços com uma guerra de usura em África. No ano seguinte dava -se o
25 de Abril e o derrube do regime, com reflexo imediato em todas as acções militares.
. * * á .
- Após o fracasso da CED, dá-se de novo o relançamento da Eu ropa e da sua
unidade de 1955, com a R eunião de Messina e projecto europeu sobre a
energia atómica. Este projecto e a criação do Mercado Comum e uropeu,
concretiza-se em 1957 com
. Face à pujança do Grande
Espaço em formação e dos resultados produzidos pelos primeiros seis países e
pela forte adesão de outros, começa a surgir uma crescente oposição dos
EUA, por encararem a Comunidade Económica europeia como um concorrente
económico directo, principalmente nos sectores agrícola e no industrial.
- Aparece entretanto, a primeira crise da NATO, pois os países procuram
defender os seus próprios interesses no seio da Aliança , principalmente os
mais nacionalistas. E, como em 1979/80 a URSS atinge a paridade nuclear
com os EUA, estes reconhecem afinal que não poderão arriscar a sua própria
destruição, por serem obrigados a recorrer ao nuclear, para proteger a Europa.
» Esta postura da América obriga a aumentar o número de forças clássicas
da NATO, o que força os americanos a pressionar os europeus para
aumentarem os respectivos orçamentos de Defesa.
- Em 1958 surge a segunda crise, com a postura da França de De Gaulle que
se opõe sistematicamente à GBR, aos EUA (A questão da Força Multilateral) e
à doutrina MacNamara de resposta gradual face a um ataque do PW; para
finalmente em 1966 retirar a França da NATO mas evitando romper com ela.
> De Gaulle tenta assim modificar as regras do Sistema Europeu , fazendo valer
com mais veemência a influência das Médias Potências e claro, da França.
>>Em seguida esboça uma aproximação com a URSS (relações políticas e
económicas), actua contra a hegemonia dos EUA e leva a França a afirmar a
sua ambição e personalidade. Pretendia lançar um projecto europeu que
contemplava a emancipação do Leste que incentiva, e com isso a Hungria de
Dubchek e a Checoeslováquia tentam a sua ³primavera´; esta e outras
tentativas de libertação são esmagadas impiedosamente pelos blindados do
PW sem que o Ocidente, a França principalmente, esboce m a mínima reacção.
» Finalmente em 1968, com as desordens do mês de Maio, o País é
enfraquecido por dentro. Acaba assim o sonho europeu liderado pela França.
- Por sua vez, a Alemanha de Adenaur e depois com Willy Brandt (1966) inicia
uma política de abertura a Lest e (³Ostopolitik´) tentando a prazo a sua
reunificação, o que se viria a revelar infrutífero .
» Celebra 3 Tratados: com a URSS e com a Polónia (1970) e com a GDR
(1972), em que a Alemanha reconhece as realidades de Potsdam: não recurso
à força, a fronteira Oder-Neisse e o estabelecimento das relações diplomáticas
entre a RFA e a GDR. Dá-se uma evolução da situação na Europa, com um
reforço das identidades nacionais dentro de uma Identidade comum europeia
principalmente naEuropa Central e Oriental, mais atingidas pela russificação.
- Em resultado desta busca permanente pela procura da Identidade Nacional,
surge o ressurgir dos interesses nacionais em relação às Grandes Potências,
nomeadamente com Tito, Ceausescu (URSS) e De Gaulle (EUA). Estes novos
nacionalismos introduziram uma significativa diversidade na Europa de Blocos,
na igualdade dos Estados, na ³não-ingerência´ e na liberdade dos povos.
Exemplos: a libertação da tutela da URSS por parte dos Estados de Leste,
a libertação dos nacionalismos reprimidos da Croácia, Eslovénia, Bósnia e
Kosovo e a dos nacionalismos Ukraniano e o dos países bálticos.
- Assim, as ³duas Europas´ vão prosseguindo à procura da sua identidade:
> a Leste, progressiva emancipação da URSS, da CEI e agora da Rússia;
> a Ocidente, a ³autonomia´ face aos EUA com a construção transatlântica
do ³Pilar europeu´, o que irá permitir dar consistência à progressiva reafirmação
europeia no mundo, mas principalmente nas Europas Ocidental e Central.
- Em consequência, a antiga dominadora do mundo vai de novo afirmar-se
como ³2º bloco ou pólo de Poder Mundial, face aos EUA e ao Japão.
>Esta posição reassumida é conseguid a através do estabelecimento da
Comunidade Económica, com o suporte e a parceria militar da NATO, da PESC
(Política Externa de Segurança Comum), do Tratado de Maastricht, da abolição
das fronteiras e da implantação da moeda única.
- A Europa Ocidental consolida-se e afirma-se como o factor aglutinador da
consciência do Poder Europeu, constitu indo-se como o grande centro
polarizador da Europa Central e de Leste, cujos países tentam juntar-se à UE e
à UEO, entretanto recentemente incorporada naquela.
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- Assuntos Políticos (e consulta); assuntos Económicos; sector Científico, I&D;
sector Orçamento; exame de Defesa; Informações Intell; desafios da sociedade
moderna; infra-estruturas; armamentos - cooperação ± CNAD; logística na
cooperação militar; Planos Civis de Emergência (PCE); Planos Nucleares - o
desafio da Proliferação ; defesa aérea e coordenação do Espaço aéreo Europeu
(CEAC); telecomunicações; gabinete de Gestão de Crises; segurança e
ambiente; standardização.
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CEMGFAS dos países reúnem-se 2 vezes por ano
- O Presidente do Comité muda de 2 em 2 anos .
- Tratam: questões nucleares, o controlo de armamentos e a redução
balançada de forças mútuas, designada por MBFR.
- O Estado Maior Internacional Militar designa-se por IMS. Composição:
* 1 director; 6 directores adjuntos; + Secretário do IMS
* 6 divisões: de política geral, defesa, de planos de defesa, infra-estruturas,
logística; PGE e científica
- O Colégio de Defesa da NATO.
p2 3 / p2 3/Comando
Comando Subordinado do Norte Subordinado do Sul:
(Inclui a Região Centro): CC AIR SOUTH ± Naples
RC NORTH ± Brunssum CC NAV SOUTH ± Naples
CC AIR NORTH ± Ramstein JSRC SOUTH ± Vérona
CC NAV NORTH ± Northwood JSRC SOUTH WEST ± Madrid
JSRC NORTH ± Stavanger JSCR SOUTH CENTRE-Larissa
JSRV NORTHEMST ± Karup JSCR SOUTH EAST ± Ismir
JSRC CENTRE ± Heidelberg
Grande Comando Estratégico Aliado do Atlântico.
RC WEST ± Norfolk, SUBACCLANT e STRIKFLTLANT ± Norfolk.
RC SOUTH EAST ± 4 r á
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- NATO: FORÇAS INTERNAS, próprias: Força Móvel do ACE, Força Aérea do
Reino Unido e Força Aérea AWACS. (Portugal tem tripulações em permanência.)
- Coopera com a ONU em Operações de Peace Keeping, Peace making e de
Peace enforcement.
Siglas: SC / Stratég. Comand; RC / Regional Comand; CC / Component
Comand; JSCR/ Joint Sub-Regional Command
- Entretanto e com o consequente desaparecimento da rivalidade ideológica e
geopolítica própria do sistema bipolar, foi profundamente alterada a equação
geopolítica que deu origem à Aliança, afectando-a nos seus princípios básicos.
- Para colmatar esta debilidade, a NATO foi dotada de um novo conceito
estratégico, em que o maior ênfase é agora colocado nas operações de paz e
de segurança que tendem a sobrepor-se às clássicas acções de guerra, na
sequência da adopção da ideia de uma Nova Ordem Internacional com base
num conteúdo idealista de caris int ernacionalista, ético e de intervenção,
assente na defesa dos direitos human os, dos valores democráticos, da ética e
do direito internacional.
» Dentro desta nova postura e do esbatimento da anterior política dos Blocos
assiste-se à gradual afirmação de novas forças mobilizadoras na sequência do
redimensionamento do conceito es tratégico da ! , das suas estruturas
operacionais e da ausência de rigidez do mapa da conflitualidade mundial.
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Terminada que foi a IIGM, novos e diferenciados acontecimentos provocaram
profundas alterações na Ordem Internacional estabelecida em Yalta pela paz
dos vencedores, principalmente pelas condições impostas pela URSS .
» O processo, gerido pelas duas superpotên cias EUA e URSS sob a forma
de um ³condomínio de responsabilidades´, prolongar-se-ia até 1989-90 tendo
terminado com a implosão daquela, o que conduziu ao fim do Sistema Bipolar.
- Os factores mais determinantes do acelerado ritmo de mu dança traduziram-
se na acção da globalização e na emergência incontestada da acção do Poder
Económico, no fim da URSS enquanto Império hegemónico e do PW, e na
concretização da reunificação alemã. Simultaneamente aconteceu a
transformação militar e científica e a revolução n a tecnologia da info rmação.
Destas alterações de conjuntura resultaram múltiplas consequências quanto à:
> modificação da Relação de Forças até aí vigente; e à
> revisão do Mapa Político-ideológico das Europas Central e Oriental.
- Pondo termo a este curto período que veio revelar os limites das capacidades
de intervenção dos principais actores das RI surgiram nos anos seguintes:
» O recrudescimento dos nacionalismos; os conflitos étnico -religiosos; a
redefinição estratégica da NATO; o desmantelamento do PW (militar e do
COMECON (político-económico); o processo da União Europeia; e os novos
tipos de intervenção das Potências e da ONU (Guerra do Golfo).
- O potencial multidimensional libertado, a sua dinâmica e a extensão
globalizante dos efeitos produzidos vieram anunciar o reconhecimento
internacional do fim da ³Velha Ordem´, confirmada pelo apelo do Presidente
dos EUA ao estabelecimento do princípio de uma possível mas incerta ³Nova
Ordem Mundial´.
- Também com o fim do período referido e face às crescentes instabili dades
riscos e ameaças, os Estados passaram a ter de elaborar ³Planos de
Contingência´ de resposta a essas novas e inopinadas problemáticas.
» Em muito devido a estas súbitas alterações da conjuntura não previstas por
parte dos Estados, por falta de previsão atempada, por relaxamento ou por
acomodação pacifista, verificou-se uma grave falta de adequada capacidade de
resposta concertada e oportuna às súbitas mudanças e ainda uma notória
incapacidade de absorver e interpretar a velocidade dessas mudança s, sem
tempo sequer para as compreender e integrar em tempo oportuno e agir de
acordo para as enfrentar e resolver.
; Esta falha grave de previsão atempada dos acontecimentos tem levado os
analistas sobre ë
ë
ë
à tentativa de listagem dessas incertezas e
dos vários elementos de instabilidade , tendo por objectivo a análise dos
factores perturbadores e imprevisíveis que enquadram a actual conjuntura. De
entre as várias conclusões, parece contudo certo que chegou ao fim a µHistória¶
do presente ciclo, passando os Factores Culturais a serem os grandes
definidores das futuras clivagens, tensões e confrontos entre as comunidades
(Ler, entre outros ³ The Clash of Civilizations´ de S. Hutington) .
» Tudo indicia pois serem ëë ë
ë os grandes definidores das
novas análises Geoeconómicas globalizantes das previsíveis perspectivas
Geopolíticas e das novas redefinições Geoestratégicas, a par dos grandes
desafios demográfico, migratório, ambiental e da acção dos media, como
formadores e influenciadores das opiniões públicas nacionais e interna cionais.
- Subsiste, entretanto a questão dos Direitos Humanos, de difícil tratamento e
aplicação em todo o mundo, uma vez que, e tal como
ë
no tempo e de país para país, assim também se
vai modificando a interpretação e a forma desses Direitos.
» Nesta conformidade de culturas nem sempre explicáveis, vários países
asiáticos já fizeram saber que esta nova forma de ³colonização cultural´
(³Direitos Humanos´) se inscreve num legado humanista de tradição europeia
que não terá aplicação fora do mundo ocidental , por colidir com as respectivas
culturas locais e regionais. Exemplo: A pesca do golfinho e da baleia!
- O mesmo se passa no campo ecológico e ambiental, onde os problemas da
ë
ë ëë ëë tenderão a passar para segundo
plano desde que colidam com ³os direitos´ desses povos quanto ao
desenvolvimento sócio-económico, com a sua identidade sócio -cultural, ou com
a sua base cultural étnico-religiosa. E assim o planeta vai sendo depredado!
;Expresso por outras palavras: o conceito de ³Património comum da
Humanidade´ não será sempre o mesmo, variando conforme os modos de vida
dos vários povos e comunidades, desta forma acentuando as contradições e a
fragmentação da Globalização e diminuindo o equilíbrio natural da Terra .
» Assim, uma mesma situação será encarada e tratada segundo pontos de
vista diferentes, o que fará alargar mais o fosso entre a evolução e a agressão
das diferentes sociedades internacionais ao ecossistema global e as
respectivas tomadas de consciência quanto às fragilidades do planeta, as quais
afectam e responsabilizam toda a Humanidade. O que irá dificultar uma tomada
de consciência comum a todos para evitar a contínua degradação ambiental do
planeta Terra e dos seus sistemas de suporte de vida do próprio Homem .
>Esta situação poderá mesmo vir a resvalar para o início de uma fase
irreversível de um ³risco tecnológico maior´ quando no futuro, agentes à
margem da lei, tiverem acesso a armas de destruição massiva. (Hoje, todos os
dias, os narcotraficantes da Colô mbia: o mercúrio utilizado na depuração da cocaína e
despejado, destrói todos os cursos de água que percorre desde as montanhas.
- No fundo e de forma inevitável, a Globalização tudo irá fazer acelerar, o que
irá também contribuir para o alargamento de um outro fosso: o da diferença de
ritmos da evolução tecnológico-científica e do acompanhamento dos padrões
éticos-básicos definidores da dignidade humana o que aliás já acontece.
- Parece pois constituir-se um limite à homogeneização da sociedade global,
devido à acentuada diferenciação dos ritmos e dos estágios de
desenvolvimento e à incompatibilidade ideológica entre realidades sócio -
culturais e étnico-religiosas muito diversas. Acresce que esta possibilidade
também se poderá vir a reflectir no interior dos ³Grandes Espaços´, não só
entre os Estados que os integram mas também entre as próprias regiões.
- Contudo e mesmo no meio do turbilhão de todas as vicissitudes, parece que o
mundo aparece neste início de novo século como uma entidade única e
coerente, ou em vias de evoluir acelerada e irreversivelmente nesse sentido.
» Dado que este facto é consensual e que com a interdependência crescente
a economia tem vindo a mundializar-se, com as trocas e fluxos a acentuarem-
se, tudo indica que a Geopolítica tem vindo a ceder o passo à
GEOECONOMIA, o que tem provocado a redução da função dos Estados face
às forças transnacionais, com as empresas Multinacionais a apresentarem-se
como as grandes impulsoras e influenciadoras do fenómeno.
- Verifica-se, portanto, que a função tradicional do Estado passou a ter de ser
redefinida, porque o essencial será a disputa dos mercados onde o Estado,
para conseguir competir, terá em certa medida de compartilhar soberania.
» Nesta nova concepção, a tecnologia , a capacidade científica e o
investimento valem hoje muito mais do que a posse das terras e das matérias -
primas e a capacidade de as poder trabalhar, industrializar, comercializar,
vender, exportar e conquistar mercados. E nesta perspectiva, as fronteiras têm
vindo a tornar-se mais porosas e menos definidoras da anterior territorialidade
do Estado, por essa noção ter hoje mudado de sentido .
» Em consequência, o Estado deixou de comandar e dispor de recurso s
próprios para passar a negociar com o capital e o trabalho, nacionais e
estrangeiros para os atrair e usufruir, dentro ou fora das fronteiras nacionais,
como factor de crescimento e prosperidade e como estabilizador da balança de
pagamentos.
- Aparece assim o ³Estado Virtual´, ou seja, um país cuja economia assenta
em ë
" ë, cuja racional é a economia que ,
ultrapassando o seu carácter meramente nacional, visa obter a máxima
eficiência produtiva, tornando -se crescentemente mais internacional.
- Para entender e enfrentar as consequências da Globalização haverá que
sintetizar e analisar os seus efeitos:
>Corresponde ao aprofundamento da internacionalização da produção ;
>Estimula e reorganiza a estrutura empresarial;
>Torna móvel o capital alterando a natureza e o trajecto dos fluxos financeiros;
>Estimula e acelera a revolução tecnológica e científica I&D, e outros sectores;
>Reorganiza as formas de inserção da economia mundial nos vário s países e
regiões do planeta;
>Concentra a produção de certos serviços estratégicos e lança novos produtos;
>Altera o factor Trabalho e a sua divisão bem como as condições de emprego;
>Provoca profundas alterações estruturais nas sociedades em que penetra,
que tendem a avançar, enquanto pode excluir as demais que se atrasam;
>Coloca em causa as culturas nacionais deformando-as ou a sua continuação.
- A GLOBALIZAÇÃO deve-se á revolução da tecnologia da informação que
permite a aquisição da seleccionada, a sua transformação em
em relação ao objectivo a alcançar, e a sua ë ëë aos
agentes, sistemas e meios envolvidos em tempo real, através dos quais será
então manuseada, empregue e
quanto aos objectivos em causa.
» A Teoria que a define e expressa é a do internacionalismo neo-liberal
denominado capitalismo científico e estratégico típico das escolas americanas.
>Defende a livre abertura dos mercados e a livre circulação dos fluxos
financeiros, de capitais e de todos os tipos de trocas de ideias, processos de
métodos e de intercâmbios tecnológicos, sem restrições, através dos Estados,
sejam fluxos transversais ou mesmo à sua revelia. Em suma, promove todas
as acções e livres iniciativas de carácter predominantemente internacional de
nível financeiro, económico, industrial, científico, cultural ou de auxílio
humanitário, sejam por intervenção das Unidades Políticas, sejam por livre
actuação das Multinacionais, das Transnacionais, de grupos e dos indivíduos.
O ³ ´ da Globalização e sua base de sustentação é
" , apoiado nos poderes financeiro, tecnológico, científico, militar, no
da Informação, dos mass media e nos meios e estruturas que constituem o
ciberespaço. É fortemente dependente e influenciada pel o Poder Tecnológico.
O Poder Económico interage com todos os outros tipos de Poder.
Esses outros Poderes são, entre outros, o Poder Militar, o Poder
Aeroespacial, o Poder Funcional, o Científico, o Poder Cultural, outros .
ë
ë como no Iraque, Cachemira e na Somália+ ë
ë ë
ë ëë
ëëë
ë
$homem de estado´+ ë
ë ë políticas e intelectuais ë ë
ë
ë ( Estas interferências, por força da mudança dos
teatros estratégicos, vieram condicionar as prioridades externas dos Estados e
as motivações para o seu envolvimento em conflitos externos. Exemplo:
nenhum país está interessado em envolver-se no Bangla Desh, no Tchad ou no
Sudão, onde por mês morrem dezenas de milhares de crianças à fome e de
doenças ou então recrutadas para crianças -soldados.
$
p
1.
&8 p
p
%
- Do ponto de vista das Relações Internacionais, os finais dos anos noventa e
o início deste século parecem demarcar-se dos períodos anteriores pela
ár r7 9
p 1 - relaciona-se com a crise dos modelos
orientadores e integradores das relações entre Estados e Organizações da
última metade do século XX. Exemplo: a inexistência d a falta de confrontação
ideológica e politico-militar que balizava o sistema bipolar . E ainda com a perda
de capacidade unificadora e mobilizadora traduzida na limitação dos actores
internacionais ë ë
ë
ë .
- relaciona-se com o esbatimento do valor da
identidade nacional e com a diluição da identificação histórico -cultural.
Esta tem sido substituída por valores transnacionais ou seja, a conflitualidade
tende a ultrapassar o domínio do estritamente nacional, levando os actores a
procurar a sua identificação com valores e model os regionais ou internacionais.
Devido às mesmas causas, tem aumentado a evocação de
ë
ë
ë por parte dos decisores políticos, entendidas como novos
elementos constitutivos de uma suposta identidade transnacional : direitos
humanos, direito de ingerência, de intervençã o, direito aos recursos naturais.
&'p - dos valores históricos, religiosos e morais.
Resulta da dificuldade em identificar , ou separar, adversários/inimigos de
aliados e em obter cooperação e solidariedades para esforços conducentes à
resolução de crises internacionais, nem sempre entendíveis por todos assim .
p
&8 ± consequência da
presença de novos factores desagregadores e incapacidade geral das
Instituições políticas, militares e humanitárias de funcionarem para conterem,
controlarem e dominarem as crises e conflitos tipo CRAI. Logo, perda da
capacidade para a estabilização do Sistema internacional por falta de
adequação da estrutura do Sistema e da Organização Supranacional às novas
realidades da actual con juntura. Exemplo: a ONU não dispor de forças próprias.
p - perda de valores de referência por parte dos Estados
tradicionais que sempre nortearam as suas políticas externas; o que poderá
gerar um sistema tendencialmente anárquico , actuando ', subordinado
a uma lógica de poder mundializado , ³
% .
p
p
p - afectando mais o mundo extra-
europeu, pela não concretização das expectativas de liberdade política,
económica e de justiça social, nas quais se baseavam as esperanças da luta
armada, e que têm conduzido a confrontos múltiplos e multiformes.
Em consequência, ressurgimento e reafirmação de identid ades sustentadas
por princípios etnicos-religiosos que configuram novas conflitualidades de
natureza regional, que são empregues como vectores de agressão contra o
Estado-Nação tradicional. Ex: ex-Jugoslávia, Irlanda, País Basco e Catalunha.
Adicione-se as conflitualidades religiosas, como o fundamentalismo islâmico a
propagar-se à Europa: muçulmanos que se consideram vítimas de exclusão.
De referir ainda que, no ³mundo O riental´, as manifestações violentas de
identidade religiosa, como a revolução iraniana, derivam da rejeição das formas
de organização política e social ocidental e da modernidade. Trata-se de um
nacionalismo secular, fundamentalista, que apela à violência internacional .
& deriva da mutação das ideologias de referência e
de deficiências estruturais quanto à centralidade do Poder. Questões fulcrais
que põem em causa a legitimidade, confiança e a autoridade do Estado como
última e superior instância para a resolução da conflitualidade.
>Tem afectado a figura do homem de Estado como líder do Estado-Nação em
geral, e os Estados com políticas externas de liderança e dimensão mundial;
nomeadamente enquanto A utoridades reguladoras das relações de
conflitualidade aos níveis local e regional.
>Consequências: No mundo ocidental ëëë ë
'ë
( 1pp% 1p .1
á Ao nível Geopolítico do sistema mundial, poderão ser
identificados cinco processos cruciais em curso que a globalização,
predominantemente económica, influencia directamente. Enumeram-se os mais
determinantes e aqueles que a médio prazo poderão reconfigurar o Sistema.
- p (&'p- p p
Tendência para a difusão e consolidação do modelo político democrático.
» Complexidade acrescida na evolução política interna de alguns Estados da
Ásia/Pacífico. Exemplo: Problemas de unificação nacional.
» Colapso das estruturas do Estado herdadas do período colonial com o
recrudescimento de conflitos étnicos, de origem tribal e guerras civis.
» Dificuldades de funcionamento nas Democracias dos Países desenvolvidos
ou industrializados (1º Mundo), com o surgimento do reforço do peso dos
interesses corporativos ë
ë crise generalizada dos valore s unificadores.
Ex.: acção de pressões particulares, de lobbies, sobre os interesses nacionais.
» Dificuldade em manter coesas, ou em construir de novo, grandes Unidades
Políticas fortemente heterogéneas nos aspectos nacional, étnico e económico,
num período de acelerada globalização e de forte instabilidade .
1
&'p1pp%
» Desaparecimento dos factores organizacionais e de contenção que se
encontravam associados à estrutura Bipolar da ´Guerra Fria´. Uma vez esta
desaparecida, o vazio por si deixado foi de imediato preenchido por agentes
desestabilizadores que muito influenciaram e contribuíra m para a proliferação
dos conflitos regionais;
» Manutenção da estrutura geopolítica de base que tem suportado a liderança
mundial dos EUA. Ex.: o Japão, a Alemanha e a Arábia Saudita, sejam grandes
actores económicos e energéticos, dependem virtualmente da protecção dos
EUA para a sua segurança e Defesa, principalmente o último face ao Irão.
» Aumento da afirmação das dinâmicas regionais, nos domínios geopolíticos e
de segurança, com a emergência de Médias e Grandes Potências Regionais
com maior liberdade de acção, nomeadamente no Indico e no Sudeste Asiático
» Manutenção da valorização estratégica do ³Arco de Crises´ próximo, onde
tendem a acumular-se focos de tensão. Ex.: Médio Oriente e Golfo Pérsi co.
» A permanente instabilidade na Região dos Balkans. A ssume importância vital
na estabilidade mundial por materializar geopoliticamente crucial plac a giratória
entre os mundos Ocidental, de Leste, do Médio Oriente e o Asiático .
&'p &'p p&
p"
>Manutenção dos EUA como única superpotência mundial. Capac. projecção.
» Declínio estabilizado do Poder externo da Rússia, quanto a projecção.
» Emergência complexa e tumultuosa de novas Grandes Potências, quase
todas situadas no ³Arco das Crises´ como a China, a Índia, o Paquistão e o
Irão. Estas e outras já dispõem ou adquirirão tecnologias e sistemas de armas
de enorme poder destruidor de alcance regional e mesmo intercontinental .
» Surgimento de ³formas não-estatais´ de influência e de pressão sobre o
comportamento das actuais Grandes Potências como redes terroristas, de
narcotráfico, de corrupção política, outros; facções marginais e grupos esses
por vezes
ë $ë
ë ë ë% ou perturbadores, considerados
irracionais alguns, que lhes fornecem meios sofisticados altamente letais.
p&'p
p#1 p
» Difusão de armas de destruição massiva, mísseis, satélites e de meios
C4ISR de países, como a Rússia e a China por um conjunto de Estados do
antigo 3º Mundo intolerantes, ³irracionais´, ou por Estados em Crise.
» Consolidação de uma nova Revolução Tecnológica Militar, sob a liderança
dos EUA, com a introdução de novas armas de ultra-precisão; de observação,
alerta e funcionando como ³multiplicadores de força´ a partir do Espaço; de
emprego selectivo da Intelligence e do Conhecimento em tempo real; do
desenvolvimento da Guerra Electrónica e da Ciberguerra; e da implementação
de novos Sistemas Anti-Míssil (ABM, ICBM).
» Entrada ao serviço operacional e já com provas dadas de aeronaves não
tripuladas de observação e detecção de alvos e de combate UAVs e UCAVs; e
de aviões ³stealth´ invisíveis aos radares, tácticos e estratégicos.
» Aplicação intensiva das nanotecnologias na fabricação de ligas especiais de
elevada resistência mecânica e térmica no aeroesp acial e na astronáutica.
1&'p1p .1 1pp%
» Incertezas quanto ao regime nuclear que irá prevalecer à escala mundial:
desarmamento nuclear faseado, regiões desnuclearizadas, sistemas anti-míssil
balístico para mísseis intercontinentais ABM, sistemas anti-míssil de Teatro,
eventualidade de terrorismo nuclear devido à proliferação de urânio depurado.
» Incertezas quanto ao modo e forma de contenção de conflitos latentes,
nomeadamente ao longo do ³Arco de Crises´, nomead amente alterações e
respectivas consequências de eventuais realinhamentos de Actores e sub -
actores internacionais, em especial certas Potências regionais e Estados
charneira cruciais para a manutenção dos equilíbrios regionais.
» Incertezas quanto aos quadros institucionais internacionais e dos
mecanismos de intervenção versusdisponibilidade das Grandes Potências para
intervirem em caso de conflitos étnicos e de guerras civis; e também quanto à
colaboração internacional quanto ao combate às ³Ameaças Não Tradicionais´.
ë
ë
ë# ëëë(
- Constata-se desde há anos que as maiores Empresas nacionais, e muito
principalmente as grande Multinacionais, vêm aplicando escrupulosamente os
princípios da Estratégia militar nas suas vertentes mais simples, tendo
adaptado as suas máximas e flexibilizado esses mesmos princípios por forma a
faze-los corresponder, na mesma medida e com os mesmos resultados, ao
vasto e igualmente complexo cenário do mundo empresarial.
- De entre eles, serão de destacar basicamente três Princípios:
- Princípio da
ë ( Implica proceder a uma convergência
e acumulação de meios no espaço e no tempo, para realizar no local da
³acção´, seja ela qual for, uma superioridade decisiva.
» Traduz a decisão e a vontade do estratego e terá de ser cumpr ida.
>Exemplo militar: IIGM, a Batalha de Inglaterra (aérea); concentração inglesa
versus dispersão alemã.
>Exemplo quanto às Empresas: em powerpoint, exemplos, demonstrações e
modelos expostos nas aulas.
- Princípio da
! ( Traduz a capacidade de agir por si
estrategicamente, devendo exercer-se em permanência, não obstante a
presença próxima do adversário ou oponente. Significa Autonomia na Decisão
e a arte de conservar a liberdade de acção por todo um ambiente hostil.
>Exemplo militar: a retirada quase incólume de Xenofonte em 401 AC e dos
seus 10.000 bravos, desde Dezful na baixa Mesoptâmia até à Grécia!
>Exemplo quanto às Empresas: o mesmo que no Princípio anterior.
- Princípio da
ë( Materializa a arte de fazer afluir todos os
Recursos num dado e preciso momento a um determinado ponto de aplicação
do esforço principal, mobilizando todas as forças e fazendo -as comunicar entre
si. Para depois, e só depois, de obtido o resultado previsto e atingido o
objectivo definido, tornar a faze -las convergir de novo e agir contra um novo e
único objectivo.
»Implica, na sua aplicação, organizar as forças num Sistema único, dinâmico
e adaptável à nova situação, portanto susceptível de poder evoluir no tempo e
também com o espaço.
>Exemplo militar: a Batalha de Canas; Aníbal faz recuar o centro principal
das suas forças, ao mesmo tempo que procede ao envolvimento da retaguarda
romana pelos dois corpos de cavalaria de Asdrúbal e Maharbal, separando -os.
>Exemplo quanto às Empresas: o mesmo que nos Princípios anteriores.
- Mas para alcançar o sucesso, muito devido à estrita aplicação destes três
Princípios que devem ser adequadamente adaptados à conjuntura espacial e
temporal, o Estratega deverá ser dotado das seguintes :
> Saber Dominar o Tempo, ser lúcido e Rápido na Decisão, capacidade que
implica sempre a emissão de uma ordem; e Controlar e verificar a execução
das ordens dadas através da Decisão tomada e emitida.
- Também para obter o re sultado final planeado e o sucesso serão necessárias
três condições que definirão a competência e o espírito de liderança do
Decisor: Comunicar, Descentralizar e Participar nas actividades, assim
motivando e verificando indirectamente se os escalões imedia tamente abaixo
de si compreenderam as suas ordens e as fazem executar correctamente.
- Mas esta postura exige que o Estratego ou um CEO
integre sólida cultura geral e uma robusta formação de base assente no estudo
dos acontecimentos históricos, numa vontade de abertura às sugestões e à
inovação, na definição de um quadro de carreira que promova os mais aptos e
no desejo de considerar em permanência o realismo da situação. Deverá ainda
dispor de espírito de iniciativa, de poder prospectivar as dificuldades,
criatividade, adaptabilidade às circunstâncias, profissionalismo e de liderança.
- A Estratégia aplica-se dentro de uma determinada problemática e
ë ë
ë ë
: capacidade de iludir o adversário ou
oponente, emprego do efeito surpresa, e exploração intensiva da arte de dividir
as ³forças´ contrárias.
?á@5` `
`
- Na aplicação da Estratégia, haverá que salvaguardar e manter em quaisquer
circunstâncias as Forças Morais ou anímicas, a definição do Centro de
Gravidade, nomeadamente no confronto com o opositor, a Determinação do
Ponto de Aplicação da concentração do Esforço e considerar em permanência
as Forças de Fricção que sempre acabam por gerar o carácter imprevi sível da
guerra e que, no que concerne às Empresas, na competição constante que
travam entre si, se faz sentir com a mesma intensidade mas felizmente sem
baixas ou perda de meios.
> No mundo da grande e constante competição entre as Empresas, a boa
Estratégia reflecte-se no sucesso e no respectivo engrandecimento e
facturação e na conquista e manutenção dos grandes mercados internacionais.
Ao contrário e tal como na guerra, a má estratégia terá consequências para o
líder e para os trabalhadores, só lhes restando a falência por, na maior parte
dos casos, não terem seguido os Princípios gerais da Estratégia.