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Curso de Ética FDSBC
Curso de Ética FDSBC
AULA 1
INTRODUÇÃO
A ética versa acerca de um ramo da filosofia que tem por preocupação estudar
assuntos ligados à moral. E no que diz particularmente a ética, ao estudar a moral, esta
pode tratar aquela no aspecto moral, social ou profissional. Na ética profissional,
também chamada de deontologia, tem por preocupação cuidar de aspectos morais no
ambiente profissional, analisando as interações e negociações das pessoas no âmbito
das suas profissões.
Noutro giro, em se tratando da ética jurídica, esta nada mais é do que um ramo da
ética profissional (deontologia), que tem por finalidade estudar aspectos voltados à
ética no exercício da profissão do advogado.
DA ADVOCACIA
DA ÉTICA DO ADVOGADO
A ética do advogado, por seu turno, está estampada nos arts. 31 ao 33 do estatuto da
OAB, enquanto os arts. 1º ao 5º do mesmo código preceituam acerca da atividade da
advocacia.
No art. 31, verifica-se claramente que o advogado deve exercer a sua atividade com
respeito, de modo a trazer prestígio durante essa execução. Isso significa que, o
advogado, ao exercer sua atividade, tem independência no sue ofício. Tal
independência faz com que ele não tenha o dever – ou a obrigação – de agradar
nenhum magistrado, nem nenhuma autoridade, mas sim de defender o seu cliente e,
precipuamente, de fazer justiça:
Art. 31. O advogado deve proceder de forma que o torne merecedor de
respeito e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia.
§ 1º O advogado, no exercício da profissão, deve manter independência em
qualquer circunstância.
Entretanto, essa questão deve ser analisada com cautela, eis que, ao dizer que o
advogado não tem o dever de agradar magistrado ou nenhuma autoridade, não
significa que ele tem o direito de desrespeitá-los. Quando o advogado exerce o seu
ofício, o faz buscando exercer a advocacia com ética e atender aos interesses do seu
cliente em conformidade com a lei. Trata-se, portanto, de manter uma independência
respeitosa.
Já com relação ao art. 32, este preceitua o tipo de responsabilidade que trata a
atividade do advogado. Nessa ótica, o advogado responderá civilmente em relação às
atividades prestadas em seu ofício. Assim, se o advogado agir com dolo ou culpa no
exercício da atividade da advocacia, ele responderá civilmente, administrativamente
(perante o conselho da OAB) ou até mesmo penalmente. Cumpre salientar que a
responsabilidade do advogado é subjetiva.
Art. 32. O advogado é responsável pelos atos que, no exercício profissional,
praticar com dolo ou culpa.
Acerca do parágrafo único do mesmo dispositivo, entende-se por lide temerária a lide
infundada, uma lide em que o advogado não tem motivo ou provas capazes de
justificar a defesa do seu cliente. O advogado não é obrigado a aceitar lides temerárias,
muito pelo contrário, devo o advogado rejeitá-las. Temos como exemplo o caso da
modelo Najila x Neymar, em que dois advogados já abandonaram a causa por se tratar
de lide temerária, ao passo de que a modelo não possui provas.
Se o advogado aceita uma lide infundada, com o intuito de ingressar no judiciário para
prejudicar a parte contrária, esse responderá juntamente com o seu cliente, caso reste
comprovado o conluio de ambos.
Da análise do art. 33, percebe-se que o Código de Ética não versa apenas acerca da
conduta do advogado, mas também de assuntos voltados à publicidade, aos
procedimentos disciplinares (forma e procedimentos a serem adotados diante de
condutas antiéticas), a recusa do patrocínio, o dever de assistência jurídica etc.
DA ATIVIDADE DE ADVOCACIA
Conforme já brevemente explanado, os arts. 1º ao 5º do Estatuto da OAB preceituam
acerca da atividade da advocacia. O art. 1º discrimina quais são as atividades privativas
da advocacia, vejamos:
Art. 1º São atividades privativas de advocacia:
Em relação ao inciso I, cumpre salientar que em relação aos juizados especiais cíveis, o
art. 9º da Lei 9.099/95 postula que, nas causas até 20 salários-mínimos, não há
necessidade de a parte ingressar nos ajuizados especiais acompanhada de um
advogado. No entanto, ainda que dentro deste teto, se for necessário a interposição
de recurso para o colegiado recursal, será necessário a assistência de advogado.
No que diz respeito à impetração de Habeas Corpus preconizada no § 1º, esse remédio
processual poderá ser proposto em qualquer instância, de qualquer tribunal, por
qualquer pessoa, independente de advogado, posto que o Habeas Corpus é
impetrado com o intuito de evitar qualquer restrição ou impedimento ao livre direito
de ir e vir da parte prejudicada.
No entanto, a LC 123/2006, o estatuo das microempresas, postula em seu art. 9º, §2º,
que em relação às microempresas não é necessário o visto do advogado nos atos
constitutivos. Temos, portanto, uma exceção ao dispositivo retro.
Já o §2ª do art. 1º do Estatuto da OAB, por seu turno, estipula que o advogado que
exerce uma outra atividade além da advocacia, não poderá fazer divulgação dessa
outra atividade conjuntamente com a advocacia, sob hipótese alguma.
Já o múnus público citado no §2º constitui o dever que toda pessoa que exerce uma
profissão tem perante o poder público em decorrência da lei. Então o advogado tem
um dever perante o poder público na defesa de seu cliente.
Por fim, o §3º prevê uma inviolabilidade material ao advogado quando no exercício de
sua profissão. O advogado, portanto, não precisa ser razoável nas suas palavras se
necessário para defender os interesses do seu cliente. No entanto, tais palavras não
podem ser desrespeitosas a ponto de desacatar a autoridade ou de caluniar a parte
contrária. Nessa ótica, é possível que o advogado injurie ou difame no que diz respeito
ao exercício da causa. É uma inviolabilidade referente tão somente aos exercícios da
sua atividade, mas tal inviolabilidade é relativa e não absoluta.
O art. 3º prevê que somente pode ser considerado advogado aquele que é ativamente
escrito na OAB, o fato da pessoa aprovada na ordem não a torna advogada, a pessoa
só passa a ser advogada a partir da inscrição.
O §1º do mesmo dispositivo diz que as pessoas que exercem o cargo de advogado da
AGU, de procurador, defensor público etc., também devem estar devidamente
inscritas na OAB, pois exercem advocacia pública.
Existem exceções à regra contida no §2º supra, quais sejam, aqueles estampados no
art. 29, §§ 1º e 2º do Regulamento Geral da OAB. Segundo este dispositivo, os
estagiários podem praticar isoladamente, mas sob a responsabilidade de um advogado
ou de defensor público, os seguintes atos:
Art. 29. Os atos de advocacia, previstos no Art. 1º do Estatuto, podem ser
subscritos por estagiário inscrito na OAB, em conjunto com o advogado ou o
defensor público.
O art. 4º do Estatuto da Advocacia prevê que se o advogado não inscrito na OAB, seja
advogado ou estagiário, venha a exercer a advocacia, esses atos serão nulos de pleno
direito. O § único do mesmo dispositivo prevê que também serão nulos os atos
praticados pelo advogado que seja impedido, suspenso (por PAD, p. ex., é uma
punição aplicada pela OAB), licenciado (está de licença, ou seja, ele mesmo pediu para
se afastar por um tempo) ou que exerça atividade incompatível com a OAB (p. ex.,
delegado que exerce advocacia).
Art. 4º São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não
inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas.
Parágrafo único. São também nulos os atos praticados por advogado impedido
- no âmbito do impedimento - suspenso, licenciado ou que passar a exercer
atividade incompatível com a advocacia.
Existem casos de impedimento, como visto alhures, mas também existem casos de
incompatibilidade. A incompatibilidade, por seu turno, representa uma proibição
total, e estão previstas no art. 28 do Estatuto da OAB.
Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as
seguintes atividades:
§ 2º Não se incluem nas hipóteses do inciso III os que não detenham poder de
decisão relevante sobre interesses de terceiro, a juízo do conselho competente
da OAB, bem como a administração acadêmica diretamente relacionada ao
magistério jurídico.
Já a licença consiste em uma prerrogativa do advogado que, por meio de
requerimento contendo motivação justificável, irá apresentar um pedido para que
fique afastado por um tempo. A licença está prevista no art. 12 do Estatuto da OAB:
Art. 12. Licencia-se o profissional que:
AULA 2
DIREITOS DO ADVOGADO
O art. 6 do Estatuto da OAB preceitua que deve haver respeito entre os advogados,
magistrados e membros do MP, de forma em que não haverá hierarquia ou
subordinação entre esses. Essa regra também se aplica a todos os demais auxiliares da
justiça, nos termos do § único deste dispositivo.
Art. 6º Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e
membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e
respeito recíprocos.
Não podemos fazer uso de símbolos que não sejam ligados a profissão de advogado.
Não se pode, p. ex., colocar o símbolo da OAB em um escudo de time de futebol, ou
ainda, não pode o advogado colocar um símbolo que não seja relacionado à sua
profissão em uma peça processual.
Não importa o local onde o cliente de um advogado esteja recolhido, ainda que dentro
de um presídio, é garantido ao advogado o direito de utilizar de um local reservado
para comunicar-se com o seu cliente.
Sendo assim, o Poder Judiciário e Executivo deve instalar, em todos os juizados, fóruns,
tribunais, delegacias de polícia e presídios, salas especiais permanentes para os
advogados, com uso assegurados à OAB.
II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus
instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica
e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia;
Excepcionalmente, se houver um mandado de busca e apreensão, este deve ser
acompanhado por um membro da OAB. No mais, o mandado também deve
discriminar qual o documento/objeto que se busca, sob pena de violar este inciso.
Cumpre salientar que se o advogado for coautor de crime, também se faz
excepcionalmente possível que haja essa busca e apreensão.
IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por
motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob
pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da
OAB;
AULA 3
REQUISITOS PARA A INSCRIÇÃO DO ADVOGADO NA OAB
O art. 8 prevê 7 requisitos necessários para que o advogado se inscreva na OAB, sendo
necessário que todos estejam presentes.
Art. 8º Para inscrição como advogado é necessário:
I - capacidade civil;
VI - idoneidade moral;
A inidoneidade moral, prevista no §3º, postula que se a pessoa for inidônea, isto é,
incapacitada para o exercício da advocacia, ela somente conseguirá sua inscrição após
um processo que será apurada a sua inidoneidade mediante a votação de dois terços
do membro do conselho.
Só se pode ser inscrito enquanto estagiários da OAB nos últimos dois anos do curso,
sendo necessário também que o estagiário esteja admitido num escritório de
advocacia ou em algum órgão público, como o MP.
I - assim o requerer;
III - falecer;
§ 1º Ocorrendo uma das hipóteses dos incisos II, III e IV, o cancelamento deve
ser promovido, de ofício, pelo conselho competente ou em virtude de
comunicação por qualquer pessoa.
AULA 4
SOCIEDADE DE ADVOGADOS E ADVOGADO EMPREGADO
No caso das sociedades de advogados que tenham várias filiais, é necessário que se
tenha a inscrição suplementar dos sócios quando houver mais de 5 causas (já visto em
aula passada).
Nos termos do §2º supra, a responsabilidade do advogado é feita nos termos do
Estatuto da OAB, e não nos termos do Código do consumidor, muito embora o
advogado seja um profissional liberal, existe um regime de responsabilidade própria no
Estatuto da OAB. Essa responsabilidade é subjetiva, sendo assim, o advogado só
responderá nos casos de dolo ou culpa.
O §4º preceitua que, por exemplo, caso se tenha uma sociedade de advogados com
matriz em SP, não poderá nenhum dos seus associados integrar em nenhuma outra
sociedade de advogados simultaneamente, tampouco constituir uma sociedade de
advogados unipessoal. No entanto, é possível integrar duas sociedades de advogados
simultaneamente, desde que ambas estejam em seccionais diferentes, o mesmo se
aplica para sociedade unipessoal.
§7º ex: Caso um dos sócios de uma sociedade de advogados, que tem apenas dois
sócios, quiser se retirar, poderá o sócio remanescente concentrar as quotas do
advogado que saiu, tonando-se necessariamente uma sociedade unipessoal.
*obs.: A atividade do advogado não pode ser unida com nenhuma outra atividade
mercantil. Existem escritórios que exercem atividades de cobrança, isso é proibido.
Caso um advogado exerça outra função, a prática dessa outra função deve ser exercida
em local distinto de seu escritório.
Art. 16. Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies
de sociedades de advogados que apresentem forma ou características de
sociedade empresária, que adotem denominação de fantasia, que realizem
atividades estranhas à advocacia, que incluam como sócio ou titular de
sociedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado ou
totalmente proibida de advogar.
ADVOGADO EMPREAGADO
O fato de o advogado ser empregado não significa que ele terá de fazer tudo que seus
superiores mandarem, eis que ele possui autonomia técnica e profissional, nos termos
do art. 18 do Estatuto da OAB.
Art. 18. A relação de emprego, na qualidade de advogado, não retira a isenção
técnica nem reduz a independência profissional inerentes à advocacia.
A “dedicação exclusiva narrada no §1º supra diz respeito a uma cláusula contratual
que estipula que o advogado atuara tão somente aos litígios inerentes de seu cargo,
caso em que sua jornada poderá exceder as 4 horas fixadas nesse dispositivo.
AULA 5
INVIOLABILIDADE E DEVER DE SIGILO
No mais, a inviolabilidade recai sobre o sigilo das informações que o advogado porta
enquanto tal, protegendo esse sigilo. A relação entre advogado e cliente se sustenta na
confiança e lealdade, sobretudo acerca das informações trafegadas entre ambos
Sigilo: é o impedimento a comunicação a terceiros das informações chegadas
ao advogado, e que sejam imprescindíveis ao exercício de sua atividade.
Esse sigilo tem tamanha importância e, portanto, de matéria de ordem pública, porque
está diretamente relacionado com o direito fundamental da ampla defesa. É
importante também pois resguarda os direitos fundamentais do próprio cliente, tais
quais o direito da privacidade e da intimidade.
Caso o advogado eventualmente venha a violar esse dever de sigilo, estará o advogado
cometendo o crime previsto do art. 154 do Código Penal, bem como uma infração
ética, nos termos do art. 34 do Estatuto da OAB.
Por fim, o advogado não é obrigado a prestar depoimento acerca de fatos que estejam
relacionado à esfera de sua atividade de advocacia.
AULA 6
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
*obs: existem demandas que não exigem a condenação dos honorários sucumbenciais,
como é o caso das ações civis públicas. Quando o MP é parte não se exige os
honorários sucumbenciais.
Se não houver nenhuma disposição em contrário, 1/3 dos honorários serão pagas pró-
labore, mais 1/3 até a sentença de primeira instância e 1/3 ao final, nos termos do §3º.
Normalmente, no entanto, o momento do pagamento é estipulado entre as partes, até
porque não se sabe o término do litígio.
O art. 24 do Estatuto da OAB nos traz informações importantes acerca dos honorários:
Art. 24. A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o contrato escrito
que os estipular são títulos executivos e constituem crédito privilegiado na
falência, concordata, concurso de credores, insolvência civil e liquidação
extrajudicial.
Já o art. 25 nos traz o prazo prescricional para a cobrança dos honorários advocatícios:
Art. 25. Prescreve em cinco anos a ação de cobrança de honorários de
advogado, contado o prazo:
IV - da desistência ou transação;
Assim como o advogado tem o direito de receber honorários, ele tem o dever de
prestar contas. Assim, o cliente tem 5 anos para entrar com uma ação contra o
advogado, para que este preste contas acerca dos valores recebidos. Isso acontece
muito quando o advogado possui poderes para receber dinheiro em nome do cliente.
O art. 30 do Código de Ética versa acerca da advocacia pro bono, o qual preceitua que
o advogado deve zelar pela qualidade do serviço profissional prestado, independente
dele ser remunerado ou não (pro bono). A advocacia pro bono só pode ser direcionada
para pessoas carente e, preferencialmente, deve ser feita através de uma entidade
assistencial, como uma ONG.
A advocacia pro bono é por benemerência, não podendo ser utilizada para fins
políticos como, por exemplo, realizar trabalho jurídico comunitários para obtenção de
votos, e tampouco pode ser feita como uma forma de captação de clientela.
AULA 7
DA PUBLICIDADE
A publicidade deve ter um cunho de discrição, eis que não se pode utilizar da
publicidade para captação de clientela de forma injusta. Pode o advogado divulgar os
serviços profissionais, desde que seja de forma discreta e que tenha finalidade
informativa.
Num anúncio, poderá o advogado informar seu nome completo, sua inscrição perante
a OAB, bem como os seus títulos (mestre, doutor etc.). É vedado, no entanto, fazer
menção de qualquer cargo público que tenha ocupado, não podendo o advogado se
fazer valer através desse cargo para captação de clientela. É vedada também a
veiculação por rádio e televisão.
O anúncio não deve conter fotografias, ilustrações, cores figuras, desenhos, logotipos,
marcas ou símbolos incompatíveis com a sobriedade da advocacia, sendo proibido o
uso de símbolos oficiais da OAB.
São vedadas, na publicação de anúncios, as referências a valores dos serviços, tabelas,
gratuidade ou forma de pagamento, termos ou expressões que possam iludir ou
confundir o público.
IMPEDIMENTOS E INCOMPATIBILIDADES
AULA 8
INFRAÇÕES E SAÇÕES DISCIPLINARES
Art. 34. Do Estatuto da OAB estipula as situações que configuram infração disciplinar:
A sociedade está fora das normas, por exemplo, quando não se tem registro perante a
seccional da OAB onde está localizada.
Um advogado não pode assinar um documento de pessoa que não esteja inscrita na
OAB. P. ex., não pode um estagiário confeccionar uma peça de interesse pessoal e
pedir para um outro advogado assiná-la.
Caso a lei esteja estipulando que tal procedimento deve ser realizado de determinada
forma, não pode o advogado atuar de forma contrária a essa lei.
É comum que um advogado, dotado de poderes para tanto, entre em um acordo com
a parte contrária sem o consentimento de seu cliente, sendo que este acordo lhe é
prejudicial. Tal prática constitui uma infração
Funciona tal qual no caso anterior. Verifica-se que o advogado tem de ter
comprometimento no exercício de sua função.
Esses dez dias dizem respeito ao prazo que a parte terá para achar outro advogado.
Ainda que a parte deixe, por exemplo, de efetuar o pagamento dos seus honorários,
durante dez dias será necessário que o advogado continue o representando.
XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em
virtude de impossibilidade da Defensoria Pública;
Quando um advogado é nomeado pela defensoria pública, não poderá ele recusar-se a
realizar tal assessoria.
Não pode o advogado imputar crime à parte contrária sem que o seu cliente autorize
por escrito.
XVII - prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à lei ou
destinado a fraudá-la;
Conforme já visto, deve o advogado prestar contas aos clientes, não podendo reter
todo o valor do alvará para si.
Não pode o advogado enriquecer indevidamente. P. ex, o cliente recebeu 70k e estava
acordado que o advogado receberia 20k. Assim, caso o advogado tome para si parcela
maior do que a estipulada em contrato, está ferindo o presente inciso. Todo
pagamento deve ter anuência do cliente.
XXVI - fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB;
Caso o advogado venha a violar uma das infrações acima analisadas, será aplicada a ela
uma sanção correspondente à infração, a depender das particularidades do caso
concreto. As espécies de sanções estão previstas no art. 35 do Estatuto da OAB:
Art. 35. As sanções disciplinares consistem em:
I - censura;
II - suspensão;
III - exclusão;
IV - multa.
Ainda que um advogado tenha uma sanção imposta contra ele, seja ela qual for, a
imposição dessa sanção deverá ser sigilosa. Todo processo disciplinar é sigiloso e deve
ser assim mantido.
Entende-se como censura, aplicável às infrações dos incisos I a XVI do art. 34, uma
advertência. Apenas os relatores terão acesso à essa advertência. Configura, portanto,
uma das sanções mais brandas.
Já a suspensão, por sua vez, é uma pena mais gravosa, pois implica na impossibilidade
do advogado de realizar suas atividades de 1 a 12 meses. É aplicável às infrações dos
incisos XVII e XXV, bem como se o advogado infrator foi reincidente.
Art. 37. A suspensão é aplicável nos casos de:
§ 2º Nas hipóteses dos incisos XXI e XXIII do art. 34, a suspensão perdura até
que satisfaça integralmente a dívida, inclusive com correção monetária.
§ 3º Na hipótese do inciso XXIV do art. 34, a suspensão perdura até que preste
novas provas de habilitação.
Já a exclusão implica na sanção mais severa, pois acarreta à perda definitiva no direito
de advogado, não podendo o advogado constar como inscrito perante a OAB. Se aplica
nos casos em que o advogado tiver sido suspenso por três vezes, ou nas infrações mais
gravosas, referentes aos incisos XXVI a XXVIII do art. 34.
Por ser tão severa, é necessário que a manifestação favorável de dois terços do
membro do conselho seccional competente. É necessário colocar em votação do
plenário e, caso dois terços do plenário sejam favoráveis à exclusão, será dado
andamento ao procedimento de exclusão.