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Escola Secundária José Éstevão

Ano Lectivo 2010/2011


História A

A sociedade e cultura do terceiro quartel do século XX

Raquel Teixeira
nº 21, 12ºE
No final da II Guerra Mundial, a Europa, que já se encontrava em declínio desde o primeiro pós-guerra,
encontrava-se detruída. Os EUA, como a facção “vencedora” da Guerra Fria, tornam-se a grande a grande
potência, não só política e económica como também social e cultural.
Nova Iorque emerge como a nova capital cultural do mundo, onde a próspera burguesia americana patrocina
a fundação de galerias e grandes museus (como o MoMA) e é o destino de eleição de muitos intelectuais
(como Einstein ou Salvador Dalí) que fogem às perseguições aos movimentos vanguardistas da Europa
ditatorial.
Surge assim a Escola de Nova Iorque que engloba movimentos como o expressionismo abstracto (Pollock e
De Kooning), uma pintura intuitiva com formas simbólicas e desconstruídas, cores vivas e dissonantes, que,
mais que um tema, expressam o acto criativo e o gesto (action painting), ora descontraído, ora agressivo do
pintor; em contraposto surge também a abstracção geométrica (Newman, Rothko e Reinhardt) em que as
telas apresentam superfícies cromáticas claras e planas que representam a procura da cor/pintura pura; a pop
art (Lichtenstein e Warhol) que, como o nome indica, é uma arte para o grande público, de fácil apreensão
pois integra objectos, imagens e temas da sociedade de consumo; e a arte conceptual (Kosuth e Manzoni)
que secundariza a obra de arte enquanto objecto físico, privilegiando o conceito ou a ideia que lhe está
subjacente – apela à reflexão filosófica.
A par dos movimentos artísticos surge também uma nova corrente literária, o existencialismo, cujo principal
representante é Sartre. Contrapondo Descartes, Sartre afirma que o Homem é obra de si próprio, que “a
existência precede a essência”, propõe também a angústia existencial, que decorreria da busca permanente
do Homem para encontrar um sentido para a vida, como uma manifestação da liberdade da condição
humana.
Já no âmbito da pesquisa científica e técnica, a década de 60 conheceu uma grande evolução, especialmente
na Física, Química e Biologia, as ciências mais investigadas. Entre os novos avanços encotram-se a
utilização da energia nuclear para produção de electricidade e para a realização da TAC; a invenção do
transístor, do chip (que permitiu o aperfeiçoamento da rádio, televisão, computadores, telefones,
electrodomésticos e automóveis), do laser e do computador; a expansão da cibernética e da pesquisa sobre
inteligênia artificial (que originou a robótica que levou à automatação da indústria e, consequentemente, a
uma terciarização); descoberta da penicilina e das vacinas (que permitiram a contenção de várias doenças);
início dos transplantes cardíacos e da reprodução assistida (nasce a primeira criança por fertilização in
vitro); descoberta da estrutura do ADN e do código genético e inicia-se a chamada “Revolução Verde”,
cultivo de plantas mais produtivas e resistentes a pragas.
Com a invenção da telivisão, o cinema adapta-se ao novo mercado: surgem superproduções musicais e
temáticas socioculturais mais próximas do novo público (rebeldia, irreverência e inadaptação dos
adolescentes). Na Europa, as nova correntes (neo-realismo e nouvelle vague) intelectualizam o cinema,
elevando-o à categoria de arte. Surgem também novos centros de produção cinematográfica na Índia, Japão
e Brasil.
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A televisão continua a assumir-se como o veículo priveligiado de entretenimento e informação. O seu
impacto na sociedade ficou provado durante a campanha presidencial de 1960 bem como na resolução da
guerra do Vietname.
Na música, o rock and roll, com Elvis Presley, representa a rebeldia e o inconformismo da nova juventude,
em 1962, os Beatles substituem as estrelas americanas com a sua música pop original. Os Rolling Stones
surgem como a representação da música rock e cantores como Bob Dylan, Joan Baez e Donovan convertem
a canção em instrumento de crítica social e política.
Pelo fim da década, já praticamente todos os países do mundo se encontravam “americanizados”: os
pequenos-burgueses adquirem um carro e casas com cozinhas equipadas com electrodomésticos e sala-de-
estar com TV, as donas de casa rendem-se aos cafés solúveis, sopas instantâneas e comidas previamente
cozinhadas, os jovens vestem blue jeans e blusões de couro, mastigam pastilhas elásticas, bebem Coca-Cola,
comem fast-food e vêem filmes de Hollywood.
A acompanhar a nova mudança de mentalidades, a Igreja Católica convoca o II Concílio do Vaticano onde
revê algumas posições e cria-se o ecumenismo, movimento que preconiza a união de todas as igrejas cristãs.
É também nesta altura que nasce a ecologia e sucedem-se organizações e iniciativas com o objectivo de
controlar o crescimento económico e garantir a protecção ambiental. Neste contexto surge o movimento de
contracultura, encabeçado pelos hippies, que denuncia os valores materialistas da sociedade capitalista.
Os jovens revoltam-se contra o sistema de ensino, apoaim a luta dos negros e das mulheres e partcipam em
movimentos pacifistas. O “Maio de 68” torna-se o símbolo desta revolta permanente.
Os movimentos feministas intensificam-se, pretendendo uma igualdade civil, no trabalho e na vida afectiva;
surgem campanhas pela contracepção, direito ao divórcio e ao aborto.

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