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FACULDADES INTEGRADAS TORRICELLI

GRADUAÇÃO CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA - O FANTASMA QUE APAVORA O


CONTRIBUINTE BRASILEIRO

GUARULHOS
2010
ALINE FERREIRA SILVA ANTONIO 209501034

LUCIANA SANTOS SOUZA

MOISES ROSA FREITAS

SANDRA DA SILVA MARTINES

CARGA TRIBUTÁRIA – O FANTASMA QUE APAVORA O CONTRIBUINTE

BRASILEIRO

Orientador: Danielle

GUARULHOS
2010
ALINE FERREIRA SILVA ANTONIO 209501034

LUCIANA SANTOS SOUZA

MOISES ROSA FREITAS

SANDRA DA SILVA MARTINES

CARGA TRIBUTÁRIA – O FANTASMA QUE APAVORA O CONTRIBUINTE

BRASILEIRO

Projeto Integrador P A para ...

Aprovado em :
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho a todos os profissionais,


contabilistas, políticos, e cidadãos, que agem conforme a
Lei, e lutam para que haja a igualdade de direitos, como
prega a Constituição Brasileira.
RESUMO

O Brasil país conhecido por uma alta Carga Tributária embutida em


produtos e produção, serviços, importação; no dia- a – dia do brasileiro.
Necessita que o cidadão saiba o porquê e como reivindicar uma Reforma
Tributária. Como um livro muito antigo, afirma: “O meu povo perece por falta
de conhecimento”¹. Se o brasileiro se interessasse por política, economia e
finanças, não seria tão explorado como é hoje. O poder na mão de poucos, é
uma realidade arriscada. Aonde o lado mais fraco (mais desinformado), perde
para o mais forte (intelectuais e burgueses no poder). Está será a questão
abordada nesta pesquisa. O porquê da Carga Tributária, ser um fantasma que
apavora os brasileiros.
SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO

1,1 - CONTEXTUALIZAÇÃO
1.2 - DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

1.3 - PROBLEMA DE PESQUISA

1.4 - OBJETIVO DA PESQUISA

2 - O QUE É A CARGA TRIBUTÁRIA

2.1 - CARGA TRIBUTÁRIA X PIB

2.2 – CULTURA DA CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL

3 - TRIBUTOS

3.1 – DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS TRIBUTOS

3.2 – PRINCIPAIS ESPÉCIES DE TRIBUTOS

3.2.1 – IMPOSTOS

3.2.2 – TAXAS

3.2.2.1 – TAXA DE COLETA DE LIXO

3.2.2.2 - TAXA DE INSPEÇÃO SANITÁRIA

3.2.3 – CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

3.2.4 – EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO

3.3 – TIPOS DE IMPOSTOS APLICADOS NO BRASIL

3.3.1 - I P I – IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS

3.3.2 – ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre


Prestações de Serviço

3.3.3 – ISS - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza

4 – ÉTICA TRIBUTÁRIA

4.1 - CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA


5 – INCENTIVOS FISCAIS

6 - CONCLUSÃO

7 – REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONTEXTUALIZAÇÃO

Segundo consulta ao Impostômetro (instrumento inaugurado em 2005,


com o intuito de calcular os impostos para a Associação Comercial de São
Paulo (ACSP)). Do início do ano (JAN/2010 à DEZ/2010) o brasileiro terá pago
por volta R$1.267.518.919,00 em impostos. A pergunta é: para aonde vai este
dinheiro? Quem recolhe? Como começou esta cobrança a de tributos? Como
funciona todo este engenhoso trabalho?

A Carga tributaria no Brasil, assusta desde a dona de casa, ao maior


Empresário. Tributos de todas as espécies, cobrados de todas as maneiras
imagináveis. Por mais que não o vejamos em evidência: eles estão lá,
presentes, e nos fazendo pagar muito caro.

No Brasil a história começa com exploração, injustiça, desigualdade desde o


início. Quando o próprio Brasil foi descoberto, os tributos foram trazidos com os
portugueses. Hoje agem para fins distintos dos propósitos iniciais, mais algo
que não muda, é a indignação, e aversão provocada nos cidadãos que os
pagam.

Em reunião da Comissão Econômica para América Latina e Caribe -


Cepal, o Presidente da Republica, Lula fez um discurso um tanto polêmico:

“Tem muita gente que se orgulha de dizer: no meu país, a carga


tributária é apensa 9%. No meu país, a carga tributária é de apenas 10%.
Quem tem carga tributária de 10% não tem Estado. O Estado não pode fazer
absolutamente nada”, disse.

Fantasma bom ou do mal? Seria um bom questão. Mais ao contrário do


que muitas crenças, dizem. Este tipo de fantasma existe sim, e atua com maior
intensidade por ter uma população que desconhece a suas origens, e formas
de operar.

DELIMITAÇÃO DO TEMA

Os temas que a pesquisa irá abordar estão relacionados à Carga


Tributária Brasileira, sistema tributário no Brasil, conceito de tributos, a cultura
da Carga Tributária encontrada em nosso país, e a Ética necessária para que
todos estes tópicos funcionem com integridade e transparência nos órgãos
estabelecidos para seu funcionamento.

PROBLEMA DE PESQUISA
Segundo Asti Vera (1989, p. 12),

O ponto de partida da pesquisa é,


pois, a existência de um problema que se deverá definir,
examinar, avaliar e analisar criticamente para, em
seguida ser tentada sua solução. O primeiro passo, será,
então delimitar o objeto da investigação - o problema
dentro dos temas possíveis.

Vegara (2003, p. 21) afirma que:

O problema é uma questão não resolvida, ou


seja , algo para o qual se vai buscar uma resposta, via
pesquisa. Uma questão não resolvida pode estar
relacionada a alguma lacuna epistemológica ou
metodológica percebida, a alguma dúvida quanto a
sustentação de uma afirmação geralmente aceita, a
alguma necessidade de pôr a prova uma suposição, a
interesses práticos, à vontade de compreender de
explicar uma situação do cotidiano ou outras situações.

Para investigar o problema proposto, foram formuladas as seguintes


questões, subdivididas em: problema principal e problema secundário.

Problema principal

Qual o verdadeiro problema que faz o contribuinte brasileiro, ser vitima


da alta de impostos no país?

Problema secundário

Porque a Carga Tributária Brasileira aterroriza tanto a população -


contribuinte, e trazendo grande aversão?

Quando numa pesquisa existem duas perguntas, de acordo com Luna


(2002, p.31) menciona que:
Estas representam uma delimitação mais
clara na intenção do pesquisador, em oposição a temas e
áreas genéricos abrangentes . Em segundo lugar, por
causada maior clareza, começam a servir de guia para
tomada de decisões importantes na condução da
pesquisa , de fato, em cada uma delas já há claras
indicações do caminho a ser trilhado na pesquisa (...)
embora seja difícil fazê-lo sem tomar espaço considerável
e, mais importante, sem correr o risco de
supersimplificação.

Objetivos

Objetivos são metas ou alvos que se busca atingir. Conforme Oliveira


(2003, p.132), objetivo geral procura dar uma visão ampla da pesquisa. O
pesquisador deve mostrar a importância do assunto e a temática proposta.
Também deve apresentar a relevância do trabalho a ser desenvolvido e sua
contribuição para ampliação do conhecimento geral relativo. O autor afirma
que o objetivo especifico de um trabalho é o ponto central da pesquisa.

Como ponto dessa perspectiva, a presente pesquisa apresenta os


seguintes objetivos:

Objetivo Geral

Ressaltar a importância do incentivo ao acesso fácil e dinâmico à


informação Econômica e Política a toda a população.

Objetivos Específicos

a) Explanar o que é a Carga Tributária;


b) Mostrar a origem dos tributos no Brasil;
c) Conceituar o que é tributos;
d) Identificar a necessidade do uso da Ética na área Tributária;
e) Relevar a necessidade de a população conhecer o que os aflige
Economicamente;
Justificativa

A necessidade encontrada para que está pesquisa fosse relevantemente


importante. É a ausência de interesse da população em relação à assuntos
relacionados a Economia e Política. A pesquisa trará o conceito sobre Tributos
e sua importância para a manutenção da sociedade. Estudará, o principio dos
problemas que trouxeram à aversão ao contribuinte ao ter que pagar os
tributos, que não é considerado pelo contribuinte como algo necessário mais
como uma obrigação e uma forma do Estado explorar o povo.

Porém há uma grande negligência da própria população, que deve ser


evidenciada, a decisão de onde o dinheiro deve ser investido fica a critério dos
eleitos pelo povo. E o brasileiro além de não ter uma cultura tributária positiva,
não tem interesse pela política, não tem formação adequada para votar, para
eleger cargos públicos que estão no poder. É bem visível está afirmação, só
por visualizarmos as Eleições de 2010 para Deputado Federal pelo Estado de
São Paulo com mais de 1 milhão e 300 mil votos, para um candidato que teria
que passar por testes, para se verificar o grau de conhecimento em escrita, e
leitura, para assumir o cargo no qual foi eleito pelo povo.

Segundo site Vooz São Paulo, em uma de suas redações*:

“O salário bruto de um” Deputado Federal é de


R$12.847,00 - porém, existem alguns benefícios, como o
auxílio moradia de R$3.000,00 - R$50.815,62 para
contratação de assessores de confiança - R$ 15 mil para
cobrir despesas de suas atividades políticas no estado
de origem - De R$ 4,1 mil a R$ 15,6 mil, dependendo do
estado de origem, para passagens aéreas - R$ 6 mil por
ano para serviços de impressão gráfica - R$ 4.268,55
para gastarem com telefonemas e envio de cartas.

Por isto a pesquisa, pode servir de base ao indivíduo que talvez não
exerça nenhuma função relacionada a economia e contabilidade, mais que
como cidadão brasileiro deseja saber aonde está sendo aplicado seus
recursos, e como reivindicar seus direitos.

Além de mostrar a cultura tributária no Brasil e o motivo de ser algo que


trás desconforto ao brasileiro, por ser algo historicamente vivenciado como
sinônimo de peso e opressão. Sendo também importante ao futuro
contabilista ter conhecimento do sistema tributário brasileiro, e sua grande
intervenção na economia. Pois este profissional lidará com estes fatores, ao
decorrer de sua carreira.
Carga tributaria

Carga tributaria é a quantidade dos tributos cobrados em determinado


país, em determinada época. Encontra-se em esfera de três governos, Federal,
Estadual e Municipal. Ela é o resultado da soma do valor arrecadado, vindo
da obrigação que pessoas físicas e jurídicas devem ao Estado, representado
pela União ou em m nível Federal, que servem para analisar se há lucro ou a
diminuição de riquezas adquiridas de fabricação de produtos e prestação de
serviços.

Foi estabelecida, a criação de diversos tributos, arrecadados do povo,


para manutenção do Estado e da sociedade. Temos em nossa legislação
tributos diretos, que são sobre nosso rendimento, e os indiretos que são sobre
o que consumimos.
Para uma breve explicação, os tributos compreendem os Impostos,
Taxas e Contribuições.

Imposto: é o pagamento de contribuintes para realizar orçamento do Estado.

Taxas: são cobranças administrativas de serviços públicos.

Contribuição: vão para um determinado grupo, INSS (Instituto Nacional de


Seguridade Social), ou até mesmo em suas classificações, temos contribuição
de melhoria, que é recolhida para manutenção na sociedade, através de obras
em beneficio a sociedade que a maioria das vezes, tem seus imóveis
valorizados.

Carga Tributária X PIB ( Produto Interno Bruto)

A Carga Tributária além de ser a quantidade de Tributos cobrados no


país, é a relação com o que é arrecado e o que é produzido no país. E o que
mede o quanto o país fatura, o indicador utilizado para se ter a soma do que é
produzido em bens e serviços em determinadas regiões ou país, é o PIB –
Produto Interno Bruto, muito utilizado na macroeconomia para medir a
economia em determinada região.

Segundo Gilberto Brandão Marcon, Professor e Pesquisador da UNIFAE


:

“O assunto é a carga tributária, que pode ser entendida como o


percentual total que o governo transfere da sociedade para os seus
cofres, trata-se da somatória da tributação incidente sobre a renda do
trabalho, tais como salários e honorários em torno dos quais recai o
IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física), e INSS, associado a
previdência e saúde, assim como as contribuições sindicais, tratam-se
recolhimentos diretos sobre a renda. Entretanto não é só isto, além do
cidadão já ter parte de sua renda destinada a este fim irá no momento
que for consumi-la novamente pagar sobre o consumo através dos
denominados impostos indiretos, ou seja, qual o consumidor paga por
um produto ou serviço no seu preço estará incluído parcelas referentes
a vários recolhimentos, são os denominados impostos indiretos, que
identificados por siglas tais como: PIS, COFINS, Contribuição Social,
IRPJ, IPI, ICMS e ISSQN. Isto não sendo suficiente, paga-se conforme
o lugar algumas taxas extras tais como a taxa de coleta de lixo, taxa
para a limpeza pública, taxa para emitir documentos, taxa para manter
aberta qualquer tipo de atividade, o tal alvará e some-se a isto
eventualmente contribuições para iluminação pública. Ou seja de
modo conclusivo podemos dizer que a carga tributário será um
percentual onde o total de recursos transferidos para o governo é
dividido pelo total de riquezas produzidos no país no mesmo período
identificado pelo PIB, produto interno bruto, o resultante de tal divisão
será dará o percentual da carga tributária.

PIB (Produto Interno Bruto) é a somatória de bens e serviços


PIB é um fato gerador de grade importância para a
economia.
Cálculo do PIB: PIB = C+I+G+X-M. Onde, C (consumo
privado), I (investimentos totais feitos na região), G
(gastos dos governos), X (exportações) e M
(importações).

O PIB do Brasil no ano de 2009, em valores correntes,


foi de R$ 3,143 trilhões (recuo de 0,2 % sobre o ano de
2008). REFEREncia?

Existem pessoas que não sabem sobre da existência do PIB. Este é


composto por consumo de famílias e despesas do governo, sobre a
exportação e importação. Na economia quando é visualizada, através
deste indicador uma expansão, verifica-se que há o aumento da qualidade
de vida. Pois quanto maior a produção aumenta-se o numero de vagas no
mercado de trabalho, e verificamos a caída de preços o mercado fica mais
amistoso.

Na economia macroeconômica embora tenha logrado manter as taxas de inflação


sob controle o fez o custo de:
*Piora crescentes das finanças publicas representada pela trajetória
ascendente da relação em dividas publicas PIB a qual passa de pouco mais de 30%,em
1994, para 50,5% em2002.

* Crescente vulnerabilidade externa e recorrente a crise no balaço de


pagamento elevado que levaram o pais a recorrer ao FMI novamente em 2001 e 2002.
A divida externa brasileira solto de 148,3 Bi para 227,7 Bi,um aumento de 53,5% de
acordo com os dados do BACEM em 17/11/2010 a divida externa total para setembro de
2010 foi chamado em 243,8 bilhões. REFERENCIA????

Verifica-se então, que a Carga Tributária está visivelmente associada a


economia do país. E que é um assunto que deveria ser levado mais em
consideração também à população, pois é algo que mexe com o bolso do
cidadão. Em todos os aspectos. Pois como podemos ver, os tributos são
arrecadados do povo, que participa efetivamente dos resultados obtidos e
visualizados através do PIB, que se tiver resultados de expansão pode gerar
empregos, preços baixos, que novamente interfere na economia particular de
cada individuo.

A Cultura da Carga Tributária Brasileira.

Já é de conhecimento de todos, que o Brasil tem uma das maiores


cargas tributárias do mundo, e uma população insatisfeita com os retornos
obtidos em beneficio publico. Há uma irresignação, acompanhada de aversão
ao pagar os tributos neste país, pois o povo considera um ato vão, sem
eficácia.

A necessidade de se cobrar imposto surge a partir do momento que há


uma sociedade, pois a manutenção desta deve ser feita através de meios
econômicos. Inicialmente os impostos foram estabelecidos para patrocinar as
despesas do Estado (fiscais), com o passar do tempo o Estado recebeu novas
responsabilidades, entre elas à de reverter benefícios à sociedade (para
fiscais). Portanto, é inegável a necessidade de se pagar imposto, mais algo tem
incomodado os brasileiros por séculos, e trazido está insatisfação um tanto
coerente.

Pode-se referir a economia, a política, e o próprio contribuinte, para


acharmos as fontes do problema. Mais se pesquisar a história, em um breve
túnel do tempo, podemos verificar que está insatisfação, além de ser mais
velha que o próprio Brasil, (em civilizações romanas e helênicas nas quais o
imposto era uma imposição dos vencedores de guerras aos povos vencidos) o
acompanhou desde o seu descobrimento nos anos de 1500, no inicio da
colonização lusitana. O primeiro imposto no Brasil foi o quinto sobre o Pau-
Brasil que era cobrado em espécie (próprio produto), e recolhido para o Rei de
Portugal, já neste momento surge o contrabando, feito por meio dos próprios
portugueses e franceses, que já buscavam maneiras de não pagar os impostos
ao Rei. Este por sua vez, estabeleceu um Encarregado de arrecadar tributos, o
nomeado Capitão-Mor, que também instituía novos tributos definidos por
Cartas de doação e foral; porém insatisfeito com o sistema de arrecadamento,
o Rei, estabeleceu uma administração que ficaria responsável por fiscalizar e
cobrar tributos. Neste momento surgiu um novo cargo, o de Provedor-Mor,
funcionário de confiança e de grande autonomia diante de outras autoridades
portuguesas, fazia cobranças abusivas e violentas, e estabelecia novos
impostos altíssimos que deveriam ser recolhidos de qualquer forma, em
beneficio até mesmo da Realeza. Um episódio importante de ser citado, foi
quando a família Real mudou-se ao Brasil, gerou um aumento de tributos
imensurável, que visava custear todas as necessidades da realeza. Com a
Proclamação da Republica vimos um alívio na carga tributária, pois a relação
de Estado e Igreja se desfazia, ocasionando diminuição nos impostos pagos ao
Estado. Em 1891 firmou-se a competência Fiscal da União e dos Estados, uma
briga tributária iniciava-se entre estes, muitos impostos do império
permaneciam, e o Estado ficava responsável pelos tributos dos municípios. A
Republica Velha, conhecida pela política do Café com Leite, trouxe mais
abusos tributários, todo prejuízo do café foi pago pela própria população por
meio dos impostos. Em 1946 os municípios passaram a participar da
arrecadação de muitos impostos. Em 1953 foi planejado um pré-projeto que
estabeleceria o Código Tributário Nacional, que falhou, sendo útil só em 1965
na reforma tributária.

Pode-se continuar explanando os fatos que ocorreram nos anos


seguintes, mais seria um tanto redundante, pois tudo que se vive hoje, já era
uma realidade antes, anos e séculos atrás, pois a história foi sempre esta;
quanto mais o governo, com a má administração se endividava, o povo pagava
através de tributos novos. Quando surgiam órgãos com a finalidade de
administrar alguma área no Estado, ele era sustentado pelo povo através de
impostos. Infelizmente, não havia retornos satisfatórios, o povo não recebia
nenhum benefício por aquilo que era pago. Hoje a realidade não é tão
diferente, e é este o ponto em que o povo brasileiro não sente prazer e
necessidade de pagar tributos ao Estado. É um dinheiro considerado, lançado
ao réu, jogado fora.

É visto ainda o outro lado, que também trás indignação. É o de a cultura


brasileira festejar, jogar futebol, desfilar belas morenas na praia de Ipanema, e
também ser um país em que 80% ou mais da população é desinformada e
sofre por não ter conhecimento. Um salário alto é pago a deputados,
senadores, prefeitos, e governadores, e elegemos muitas vezes pessoas sem
formação, sem estudo, que podem colocar em risco muitos direitos do povo,
em votações na assembléia, no qual é necessário um Quorum determinado
para estabelecer um novo tributo, ou lei, e este individuo eleito pode ser o voto
decisivo para sobrecarregar ainda mais a população.

Segundo texto escrito In Primórdios do Direito Tributário, pg.95:

“O tributo não deve ser um obstáculo ao progresso de uma nação, mas


sim uma alavanca estimuladora do desenvolvimento. Deve ser justo e
compatível com a capacidade dos contribuintes"
Está seria então a realidade tão sonhada do povo brasileiro, pois se
sabe que há a necessidade de pagar tributos para manutenção do Estado,
mais se houvesse transparência do mesmo, participação da população para
tomada de decisão, retorno em benefícios públicos, e uma verdadeira Reforma
Tributária, o povo não se sentiria assaltado em seus direitos.

MOVIMENTO BRASIL EFICIENTE - PROJETO PARA DIMINUIÇÃO


DA CARGA TRIBUTÁRIA

É um projeto apoiado pela Logística Descomplicada, e Tributação


Transparente, com a idéia de diminuição da atual Carga Tributária no setor de
produção, deixar numa maneira racional, simples de fácil acesso a qualquer
contribuinte, a estrutura tributária e aumentar o nível de empregos para dobrar
a renda per capita da população daqui a 10 anos. Este é o intuito do
Movimento.

Bruno Melo redator da revista eletrônica Cultura Alternativa, afirma que:

“A revista Época fez um levantamentamento bem interessante. Na pesquisa, calculou-


se que um automóvel Toyota Corolla custa R$ 75 mil. Deste total, 12% (R$ 9 mil) são
cobrados como impostos estaduais, 30% (R$ 22,5 mil) são impostos federais e
apenas R$ 43,5 mil, ou 58%, entram na conta como custo sem impostos. A
comparação foi feita em 12 países desenvolvidos ou em desenvolvimento, e a média
de preço foi de R$ 45.818. Em nenhum país o preço foi tão alto como no Brasil.”

Vejam:
“As tarifas absurdas não ficaram como
exclusividade de veículos. Outros produtos mais baratos
e simples poderiam ser mais acessíveis caso nosso
governo não tivesse tanta fome”
“Além dos impostos abusivos, a carga tributária fatura em
cima de todas as classes, inclusive a indústria:”

Estes dados deveriam interessar mais a população, pois são os sinais


de que há algo errado na Carga Tributária cobrada em nosso país. E com
certeza gera inquietação a aqueles que têm acesso a ela, se fosse uma grande
massa informada destes dados, em apoio ao Movimento Brasil Eficiente e
outros órgãos que lutam em favor a este propósito.

TRIBUTOS

Os tributos são pagamentos compulsórios devidos ao poder público, a


partir de determinação legal, e que asseguram recursos para que o Governo
desenvolva suas atividades. No Brasil, os tributos estão embutidos nos preços
dos bens e serviços. É o sistema tributário do Brasil que abrange todos os
tributos instituídos no país. O intuito de se criar tributos está ligado ao fato de
que a tributação é o instrumento de que se tem valido a economia estatal para
sobreviver. De acordo com Machado (2006, p. 52), “o tributo é
inegavelmente a grande e talvez única arma contra estatização da economia. Sem ele não
poderia o Estado realizar os seus fins sociais, a não ser que monopolizasse toda a atividade
econômica"

DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO TRIBUTO

O tributo é um termo empregado para designar todas as contribuições


em dinheiro arrecadadas de forma compulsória pelo estado para financiar os
serviços públicos. Eles são destinados a atender às necessidades gerais da
administração pública. Segundo o Código Tributário Nacional:

"Art. 3º. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda


ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sansão de
ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada." De acordo com Diniz (2009, p.
01), “o tributo é a colaboração obrigatória do individuo, da empresa,
da instituição para a manutenção do Estado, aqui entendido como o
ente tributante (União, Estados. Distrito Federal ou Municípios,
conforme o caso)”.

O autor afirma ainda, quanto às características dos tributos, que estes


podem ser assim reconhecidos:

É obrigatório

(poder estatal de tributar).

É prestação pecuniária

(valor expresso em moedas).

Tributo Não tem caráter punitivo.


Pode ser criado somente por lei.

Deve ser cobrado por meio do


Lançamento ou cobrança fiscal.

De acordo com a Constituição Federal há três espécies de tributos.


Assim ela descreve em seu artigo 145: Art. 145. A União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

I – impostos;

II – taxa, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva


ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos a sua disposição;

III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. O imposto é


aquela quantia em dinheiro, legalmente exigida pelo poder público, que a
pessoa física ou jurídica deverá pagar para atender às despesas feitas no
interesse comum, sem levar em conta as vantagens de ordem pessoal ou
particular. Destina-se a cobrir as necessidades públicas gerais. As taxas são
cobradas em razão de serviços públicos prestados ao contribuinte ou postas a
sua disposição, para seu uso particular ou por interesse individual específico.
Já a contribuição de melhoria é aquela cobrada aos danosos de imóveis
beneficiados pela construção de obras públicas.

Principais Espécies de Tributos

O Sistema Tributário está estruturado a permitir ao Estado a cobrança


de quatro categorias: Impostos, Taxas, Contribuições (Melhoria e Sociais) e
Empréstimos Compulsórios, já tratamos superficialmente sobre estes no inicio
da pesquisa, mais agora mais detalhadamente os explicaremos:
Impostos

Segundo o artigo 16 do Código Tributário Nacional (CTN), define


Imposto como:

“Imposto é o tributo que tem por fato gerador uma situação independentemente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.”

Em outras palavras, é um tributo pago, compulsoriamente, pelas


pessoas físicas e jurídicas para atender parte das necessidades de Receita
Tributária do Poder Público (Federal, Estadual ou Municipal), de modo a
assegurar o funcionamento de sua burocracia, o atendimento social à
população e os investimentos em obras essenciais.

Imposto é uma quantia paga obrigatoriamente por pessoas ou


organizações para um governo, para manter o funcionamento e prestação de
serviços do Estado.

Imposto não tem uma destinação específica para os recursos obtidos


por meio do recolhimento dos impostos. Em geral, é utilizado para o
financiamento de serviços universais, como educação, saúde e segurança,
como também investimentos em infra-estrutura de estradas, portos, aeroportos
e sua manutenção. Eles podem incidir sobre o patrimônio (como o IPTU e o
IPVA), renda (Imposto de Renda) e consumo, como o IPI que é cobrado dos
produtores e o ICMS que é pago pelo consumidor. O benefício não é
individual, é para toda a comunidade. A constituição federal é quem diz quais
são os impostos e quem tem a competência para instituí-los e cobrá-los.

Taxas

Segundo o artigo 776 do Código Tributário Nacional (CTN), define Taxas


como:

A taxa tem por fato gerador o exercício regular de polícia, ou a utilização,


efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto a sua disposição.
A taxa caracteriza-se por ser tributo vinculado a uma contraprestação
direta do Estado em benefício do contribuinte. Sendo assim, o Estado só pode
cobrar taxas com base em serviço público específico, ou em função do
exercício regular do poder de polícia.

Exemplo: Podemos citar o tributo pelo serviço de águas, energia elétrica, entre
outras. Que nesses casos, o contribuinte, ao pagar a taxa, recebe do Estado
um benefício específico em seu favor.

• Taxa de Coleta de Lixo – é uma taxa de competência dos municípios


cobrada a partir de uma contraprestação por parte da Administração Pública
de prestar efetivamente o serviço de limpeza e coleta de lixo.
• Taxa de Inspeção Sanitária – é uma taxa cobrada por alguns municípios
quando efetivamente utilizando o seu “poder de polícia”, fiscalizam as
instalações sanitárias de bares e restaurantes.

É importante ressaltar que o pagamento da taxa é obrigatório, seja pelo


serviço público prestado ao contribuinte, ou seja, simplesmente posto à sua
disposição, ainda que não utilizado.

Contribuição de Melhoria

A Contribuição de Melhoria é um tributo que decorre de atuação estatal


indiretamente relacionada com o contribuinte. Sua cobrança é possível sempre
que, em decorrência de realização de obra pública, for beneficiada a
propriedade imobiliária. Pode ocorrer que, em relação a uma mesma obra
pública, o contribuinte esteja sujeito a pagar contribuição de melhoria às três
esferas (União, Estados e Municípios), na hipótese de ela ter sido realizada
conjuntamente, com cada nível estatal utilizando-se de seus próprios recursos
orçamentários.

Empréstimo Compulsório

Somente à União cabe instituir empréstimos compulsórios, que poderão


ser exigidos:
1 Nas hipóteses de despesas extraordinárias decorrentes de calamidade
pública, de guerra externa ou de sua iminência, sem que seja observado o
princípio da anterioridade da lei;
2Para investimento público de caráter urgente e de relevante interesse
nacional, observando-se nesse caso o princípio da anterioridade.
3
4Vejamos Quadro Sinótico para melhor visualização e compreensão

EMPRÉSTIM
CONTRIBUIÇ
OS
IMPOSTOS TAXAS ÕES DE
COMPULSÓ
MELHORIA
RIOS
Federais, Calamidade,
De polícia e de
Divisões Estaduais e -°- Guerra e
Serviço
Municipais. investimentos.
Constituição Arts. 145, I;
Art. 145, II Art. 145, III Art. 148
Federal 153 a 156
CTN Arts. 16 a 76 Arts. 77 a 80 Arts. 81 e 82 Art. 15
Competência Privativa Comum Comum União
Vinculado ou
Vinculação Não Vinculado Vinculado Vinculado
não
Lei
Instituição Lei Ordinária Lei Ordinária Lei Ordinária
Complementar

TIPOS DE IMPOSTO APLICADOS NO BRASIL

Será abordado, um dos tributos que é mais vivenciado pelo profissional


Contábil: os impostos. Entre a vasta lista de impostos que há no Brasil, foi
escolhido definir três deles: Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviço
(ICMS); Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS);

Segundo Bergel (2009, p. 04): alguns tipos de tributos aplicados no Brasil estão
assim classificados: Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e sobre Prestações de Serviço (ICMS); Imposto sobre Serviços de Qualquer
Natureza (ISS);
Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI

Possui as seguintes características:

1Fato gerador: é o desembaraço aduaneiro, quando o produto for de


procedência estrangeira, a saída dos produtos industrializados de
estabelecimento importador, industrial, comerciante ou arrematante; a
arrematação de produto, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.
2
3Contribuinte: O importador ou quem a lei a ele equiparar; o industrial ou quem
a lei a ele equiparar; o comerciante de produtos sujeitos ao imposto e o
arrematante de produtos apreendidos ou abandonados;
4Base de cálculo: o valor da operação, acrescido do imposto de importação e
demais despesas; o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria
do estabelecimento importador, industrial ou arrematante; na falta desse valor,
o preço corrente da mercadoria ou sua similar no mercado atacadista da praça
do remetente; o preço da arrematação de produtos apreendidos ou
abandonados.

1Alíquotas: variam em função da essencialidade dos produtos;


2
3Não-cumulatividade: ao final de cada período de apuração, o contribuinte, por
mecanismo de débito e crédito, deduz do imposto referente aos produtos
saídos o imposto pago relativamente aos produtos entrados.

Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviço


– ICMS

Possui as seguintes características:


1Fato gerador: é a circulação de mercadoria (inclui minerais, combustíveis e
energia elétrica), a prestação de serviços de transporte intermunicipal e

1Interestadual e a prestação de serviços de comunicação (somente quando a


comunicação for onerosa);
2Contribuinte: é aquele que promover a operação ou a prestação objeto de
incidência do imposto;
3
4Base de cálculo: é o valor da operação de circulação de mercadoria ou da
prestação de serviço;
5Alíquotas: têm limites fixados pelo Senado Federal e suas reduções são
condicionadas à aprovação de todos os Estados mediante convênio; variam
conforme as regiões do país e de acordo com a natureza do produto;
6
7Não - cumulatividade: ao final de cada período de apuração, o contribuinte,
por mecanismo de débito e crédito, deduz do imposto relativo às operações
que praticou o imposto já pago em operações ou prestações anteriores.

Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS

Possui as seguintes características:

1Fato gerador: é a prestação de serviços que não estejam compreendidos na


área de incidência do ICMS;
2
3Contribuinte: é o prestador do serviço;
4
5Base de cálculo: é o valor do serviço prestado;
6
7Alíquotas: são fixadas pela legislação municipal.

ÉTICA PROFISSIONAL NA TRIBUTÁRIA


A Ética tributária consiste em aplicar regras justas e razoáveis no
manuseio da matéria tributária. Está tem sido discutida com freqüência no
Brasil, devido o aumento da Carga Tributária, a crise econômica mundial, o
aperfeiçoamento da administração fiscal, e a inserção do país na economia
mundial. Entretanto, a cultura tributária ainda não está imbuída no caráter do
cidadão brasileiro. Pois é comum, empresários alegarem não ter recolhido os
impostos, devido à crise, e a necessidade de pagar fornecedores e
empregados. Não considerando o pagamento de impostos entre seus deveres
fundamentais.

O fato dos contribuintes, focarem em seus benefícios próprios, não


reconhecendo o dever moral e a boa conduta, pode ser considerado uma das
grandes razões, para a prática da evasão fiscal, que contraria a ética tributária,
e degreda a profissão contábil. Entre esta razão, também pode se destacar, a
ausência de conhecimento na matéria tributária, devido à complexidade da
legislação e suas freqüentes mudanças; o fato de profissionais que infligem a
legislação, se manterem impunes; até mesmo, a relação desequilibrada entre
o fisco e seus contribuintes; e a utilização imprópria de recursos judiciais. Com
base em pesquisas feitas pela Secretaria da Receita Federal, no recolhimento
do CPMF, mostra que um terço dos pagamentos realizados por intermédio de
instituições financeiras foi tributado apenas por aquela contribuição objetos de
elisão, evasão ou isenção fiscal. Um alto percentual mais não maior do que o
obtido pela sonegação fiscal que a cada real arrecadado, tem um real
sonegado.

Mesmo com o uso da Elisão fiscal, que é o direito de auto organização


do contribuinte ou mesmo a escolha de caminhos que diminuam a tributação.
Há ainda a necessidade de ser ético, não fazendo uso abusivo sem vedações a
práticas lícitas de elisão.

O Contribuinte deve entender que a política tributária é justa,


administração tributária é sensível e confiável, e os recursos arrecadados são
corretamente aplicados. De fato, é isto que se espera, pois não só o
contribuinte deve agir com ética, mais também a Justiça Tributária, deve ser o
mais transparente possível, sobretudo exemplar. Oferecendo um retorno amplo
através da tecnologia, para que o contribuinte se mantenha informado, tanto
para esclarecer suas dúvidas ao recolher os impostos, como para acompanhar
o investimento nas despesas públicas da sociedade.

Segundo Robert Wagner, quando atuava como Prefeito de Nova Iorque:

“Os impostos são o preço da civilização; não existem impostos


na selva”. Realmente há a necessidade de se recolher impostos, e
de maneira correta. Está é uma das responsabilidades do
Profissional Contábil, que deve agir de forma ética, em respeito
a toda sociedade.

8CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTARIA

A penalidade tem por finalidade, além de reprimir ou punir o infrator,


intimidar o contribuinte para que a conduta ilícita não reitere ou não chegue a
realizar-se. Um exemplo de penalidade no âmbito contábil é a multa fiscal. A
pena visa defender a norma jurídica, protegê-la, como já mencionamos
anteriormente. Pode ser imposta tanto pelo não-cumprimento da obrigação
tributária principal (falta de pagamento do tributo no prazo do vencimento),
como em razão do não-cumprimento da obrigação tributária acessória (não
apresentação de livros fiscais, não-emissão de documentos fiscais, falta de
inscrição etc.).

A constatação e o lançamento da sanção tributária são sempre feitos por


meio de um procedimento tributário administrativo. Para se determinar a
penalidade são utilizadas duas formas:

Fixação de penalidade de forma invariável: uma vez qualificada a


infração, a própria norma estabelece a penalidade que há de ser aplicada; e
fixação da penalidade de forma variável: neste caso, não é a lei tributária que
estabelecerá a penalidade, fixando-a, mas sim a própria autoridade
administrativa, dentro dos limites legais. No entanto, verifica-se que
determinado contribuinte pode ficar sujeito a várias penalidades na hipótese de
existirem diversas infrações. Neste caso pode ocorrer a aplicação simultânea
de duas ou mais penalidades.

O próprio Código Tributário Nacional estabelece em seu Art. 157 que: “A


imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito tributário.”
Isso ocorre porque toda empresa, seja comercial ou industrial, em geral assim
como os indivíduos, buscam alcançar sucesso e atingir resultados econômicos
satisfatórios. E muitas vezes, o fator que mais pesa na hora de analisar
receitas, despesas s custos, são os tributos e, mesmo sabendo das obrigações
tributaria que lhes cabem, ainda conseguem burlar a lei na busca de evitar os
pagamentos obrigatórios que lhes cabem diante do estado.

Na obrigação principal, o fato gerador é definido como sendo a


situação definida em lei como necessário e suficiente para o surgimento da
obrigação tributariam. Na obrigação acessória, e definindo como qualquer
situação que, na forma da legislação aplicável, impões a pratica ou a
abstenção de ato que não configure obrigação principal. BORBA, Cláudio.
Direito tributário: teoria e 1000 questões. 20 ed. Campos: rio de janeiro pg. 281.

E é a partir desse desejo pro lucros mais rápidos e em maior proporção


que muitos contribuintes e muitas empresas acabam cometendo os chamados
crimes tributários diante de suas obrigações. O crime contra a ordem tributaria
representa parte do direito penal e são tipificados em leis que prestigiam a
tutela penal dos direito difusos e coletivos. O crime tributário é antes de tudo
uma conduta humana é uma conduta que, para uns, é inconscientemente
dirigida a um fim e, para outros, um acontecimento puramente casual. Não há
crime sem conduta, sem uma manifestação do homem, um comportamento em
sentido amplo por meio do qual se põe em oposição a uma lei penal tributaria.
Por esse motivo a lei nº. 8.137/90 trata de crimes fiscais, comporta bastantes
interpretações, e devido a isso precisamos, antes de tudo conhecer os
conceitos de evasão, elisão, e sonegação que são os fatores geradores da
fraude e conseqüentemente veremos algumas forma de penalidade.
A elisão fiscal é o conjunto de procedentes previsto em lei ou não
vedados pro que visam diminuir o pagamento de tributos. o contribuinte tem o
direito de estruturar o seu negocio da maneira que lhe pareça, procurando a
diminuição dos custo de seu empreendimento, inclusive dos impostos.

De acordo com Aiache e Joaquim (2008. pg.2).

É pertinente afirma que a elisão é um conjunto de meios empregados por dado


contribuinte, autorizados ou não proibidos pela lei, ou seja, trata-se de ação legal
praticada com o fim de evitar a incidência tributaria ou diminuir o tributo, antes do
surgimento da situação definida em lei.

Um exemplo claro disso foi á crise mundial que nos afetou em cheio no
campo industrial e comercial, pro este motivo algumas mudança ocorreram
quanto á tributação do IPI, este foi reduzido pro alguns meses, uma mãozinha
do Estado para regular o mercado automobilístico, que hoje comporta uma
quantidade de mão de obra muito grande. Essa maneira técnica destinada a
contornar ou evitar a aplicação das leis tributarias, não é crime, desde que
respeitem as datas previstas para termino deste prazo. Pois se não houver o
respeito destes prazos, ocorrera á ocultação dolosa, mediante fraude, ou
habilidade, do recolhimento de tributo devido ao poder publico que é a
sonegação fiscal.

De acordo com Smanio (2008 pg. 2).

A sonegação fiscal é a ocultação dolosa, mediante fraude, astúcia ou habilidade, do recolhimento de tributo
devido ao Poder Publico. Note-se, porem, que a lei não conceituou o que seja
sonegação fiscal, adotando considerando delitos contra a ordem tributaria a
supressão ou redução de tributo ou contribuição social ou acessório, e depois
enumerando, taxativamente, quais as modalidades de conduta que podem levar a tal
supressão ou redução, constituindo genericamente o que seja sonegação fiscal.

Note-se, porem, que a lei não conceituou o que seja sonegação fiscal,
adotando outro critério de identificação no artigo 1º da lei nº 8.137/90, qual seja
considerando delitos contra a ordem tributaria a supressão ou redução, de
tributos ou contribuição social ou acessória, e depois numerando,
taxativamente, quais as modalidades de conduta que podem levar a tal
supressão ou redução, constituindo genericamente o que seja sonegação
fiscal.
Já evasão diverge da elisão fiscal. A diferença entre elas esta no fato de
que, a evasão é sempre fraudulenta e a elisão fiscal é uma maneira de
designar as técnicas destinando-as a contornar ou evitar a aplicação das leis
tributária tudo com objetivo de pagar menos tributos.

A evasão fiscal consiste em utilizar procedimentos que violem


diretamente a lei ou o regulamento fiscal, tudo com o objetivo final de minorar o
peso da tributação, sendo, aliás, uma fraude imperdoável porque o contribuinte
burla conscientemente a legislação.

Segundo Torres (Ferreira, 2002 pg. 46).

A evasão é a economia imposta obtida ao se evitar a pratica do ato ou o surgimento do fato jurídico ou da
situação direito suficiente á ocorrência do fato gerador tributário.

Podemos citar como exemplo de evasão fiscal a falta de emissão de


nota fiscal, a emissão de nota fiscal “calçada” (primeiro via com um valor
diferente das vias arquivadas na contabilidade), os lançamentos contábeis de
despesa inexistentes dentre vários outros. Entende-se que fraude sempre se
funda na pratica de alto lesivo a interesse de terceiros ou da coletividade, ou
seja, em alto, onde se evidencia a intenção de fusta a pessoa aos deveres
obrigacionais ou legais. A fraude consiste na falsificação de documento fiscais,
na prestação de informações falsas ou na inserção de elementos inexatos nos
livros ficais com o objetivo de não pagar tributos ou de pagar importância
inferior á devida.

Segundo Souza (2008. pg.1 ).

A fraude serve para caracterizar o engano malicioso ou a ação astuciosa, promovida de má-fé, para
ocultação da verdade ou fuga ao comprimento do dever. Nestas condições, a fraude
traz consigo o sentido do engano, não induzir outrem á pratica de ato, de que lhe
possa advir prejuízos, mas o engano oculto para furtar-se o fraudulento ao
cumprimento do que é de sua obrigação ou para longo de terceiros. É a intenção de
causar prejuízos a terceiros.

Em relação aos crimes tributários é importante observar que estes


somente acontecerão se o sujeito passivo, após a ocorrência do fato gerador,
dolosamente praticar qualquer das condutas descritas acima com o fim de
reduzir tributos ou mesmo eximir-se da obrigação tributaria. Quando se trata
desses crimes tributários, que a doutrina tributaria reconhece um legitimo
direito do contribuinte de planejar sua atividade, a fim de proceder ao mínimo
recolhimento de tributos, desde que obedecidos os ditames legais e seus
limites, não sendo necessário praticar atos ilícitos neste sentido.

Após analisar os fatos geradores da penalidade em seguida veremos as


formas de pena para os infratores. As penas impostas pelo Direito Tributário
podem ser de duas ordens, quais sejam as patrimoniais e as físicas. Note-se
também que a doutrina fala sobre um terceiro tipo de pena – embora
severamente criticado pelos juristas e estudiosos do Direito. São aquelas que
restringem o exercício de determinadas atividades ou ainda que possuam
caráter vexatório. Por exemplo: a perda de descontos, abatimentos ou
deduções, majoração de alíquotas do tributo, a suspensão de benefícios e o
fechamento de estabelecimentos comerciais.

No que diz respeito à pena privativa de liberdade o eminente Professor


Ives Gandra entende que: “Em verdade seria ilógico que o Estado que
necessita dos tributos para a sua subsistência e atendimento aos serviços públicos,
aplicasse a pena de perda de liberdade, nos moldes do Direito Penal, pois estaria
estancando, permanentemente, a fonte de produção dessa receita pública”.

No entanto, o art. 136 do Código Tributário Nacional


estabelece que: “Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por
infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e

da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato”.

Ives Gandra, em sua obra da sanção tributária, ensina que:


“O princípio de ordem geral do art. 136 é, na verdade, um princípio excepcional. Quase
sempre a lei tributária determina a penalidade aplicável e a extensão da
responsabilidade em função da intenção do agente”.

Diante do exposto, surge a questão: São todas as sanções penalidades?


A resposta é negativa, nem todas as sanções são consideradas penalidades.
Somente se caracteriza a pena quando são diminuídos os bens jurídicos do
infrator, quais sejam os bens, jurídicos da liberdade, da propriedade, do
exercício da profissão, atividade ou indústria.
CONCLUSÃO

No Brasil vem crescendo o nível de tributos, praticados no primeiro


mundo. Além disto, tem crescido os tributos em nosso país e as alíquotas, tem
aumentado e apertado o contribuinte, contra a parede. Principalmente pelo
principio da igualdade, que nos garante que tudo que pagamos aqui em São
Paulo, em determinados tributos, também será pago lá no nordeste. Igualdade
muitas vezes, injusta. Pois, alguém que tem descontado 27,5 % de Imposto de
Renda de seu salário pois ganha exatamente R$ 2900, por mês, se sente
terrivelmente injustiçado ao ver alguém que como pessoa física ganha mais de
25.000 por mês e recebe o desconto também de 27,5%.

Enfim tudo mostra que há a necessidade da Reforma Tributária, para


que há tão sonhada igualdade ministrada nos princípios tributários seja
aplicada. E para que a sociedade brasileira, tão explorada desde o principio do
recolhimento dos tributos para a Coroa, se sinta ao menos respeitada com a
movimentação feita pelo Estado, para beneficiar com menor cobrança de
impostos a sociedade. Ou até que os impostos venham aumentar, se o retorno
ao cidadão for visto, for percebível e tangível, com certeza o brasileiro verá o
tributo como algo realmente necessário, e que deve estar embutido no dia-a-
dia, do cidadão de forma que ele entenda o porquê, e possa ter satisfação, em
confiar seu dinheiro ao Estado, e seus representantes.

Além de deixar explicito que se a população não for preparada para


entender o que a Política e Economia fazem, e como ela intervém no meio da
sociedade, sempre haverá a desigualdade, exploração que todo o contribuinte
é vitima. É necessário que aumente dentro das escolas o aprendizado sobre
está área, e que a educação fique afiada, pois a realidade do brasileiro é
drástica, o brasileiro lê em média 4,7 livros por ano, comparado a outros paises
da América Latina, se formos pesquisar entre estes livros quantos falam de
Carga Tributária, impostos, economia e político, os resultados podem ser
vergonhosos.
Bibliografia

http://www.universia.com.br/cultura+/materia.jsp?materia=16012 acesso 22/11

http://wwwculturaalternativa.blogspot.com/2010/08/movimento-brasil-eficiente-
propoe.html ACESSO : 10/10

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