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BACHARELADO EM HUMANIDADES
ENSINO-APRENDIZAGEM.
MIGUILIM
Diamantina, março 2017
ENSINO-APRENDIZAGEM.
ENSINO-APRENDIZAGEM.
MIGUILIM
Orientadora
RESUMO
momento através de pesquisa bibliográfica discuto a avaliação a partir dos autores tais
como:
Hoffman, Luckesi, Sant’Anna, Zabala. Para finalizar reflito sobre a repercussão da ação
da
ABSTRACT
The present work addresses the constant presence of evaluation in our daily life,
specifically
in this work I will present an experience lived in the Miguilin Project - developed from the
works of João Guimarães Rosa - in Codisburgo, Minas Gerais. At first I present the life
and
work of the writer João Guimarães Rosa, in a second moment the project in which I
exercised
a period of work and I was evaluated; In the third moment through bibliographical
research I
discuss the evaluation from the authors such as: Hoffman, Luckesi, Sant'Anna, Zabala.
Finally,
I reflect on the repercussion of the evaluation action on me, currently a graduate student
in the
cumulative process.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
........................................................................................................................ 6
AVALIAÇÃO.......................................................................................................................
.. 15
CONSIDERAÇÕES FINAIS
................................................................................................. 19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
................................................................................... 22
6
INTRODUÇÃO
Vales do Jequitinhonha e Mucuri, no projeto Miguilim, que foi criado em 1996 na cidade
de
Cordisburgo por uma prima do escritor João Guimarães Rosa, chamada Calina da
Silveira
Guimarães. Ela teve essa ideia a partir do desejo de trabalhar de alguma forma com os
jovens
através de arte e
educação.
O que era preciso para fazer parte desse projeto; por quais métodos de avalição
os seus
Saber para que a avaliação é feita, para quem, com quais objetivos, que tipo de
dizer que ela é posta no quadro mais amplo e geral de suas determinações sociais, do
seu
processo histórico, da sua produção contextual. A avaliação não é algo volátil que paira
sobre
eliminar. A partir dessa perspectiva de avaliação este trabalho tem como objetivo geral
mostrar
trabalho nos anos 2005/2010 e fui avaliada, no terceiro momento através de revisão
(1997), Sant’Anna (2002), Zabala (1998) Para finalizar refletirei sobre a repercussão da
ação
Rosa, mais conhecido por "seu Fulô" comerciante, juiz-de-paz, caçador de onças e
contador de
estórias. Aos 10 anos passou a residir e estudar em Belo Horizonte no Colégio Arnaldo.
Em 1925,
com apenas 16 anos. Segundo um colega de turma, Dr. Ismael de Faria, no velório de
um
estudante vitimado pela febre amarela, em 1926, teria Guimarães Rosa dito a famosa
frase: "As
pessoas não morrem, ficam encantadas", que seria repetida 41 anos depois por
ocasião de sua
"O mistério de Highmore Hall", que não faz parte de nenhum de seus
livros.
com apenas 16 anos, que lhe dá duas filhas: Vilma e Agnes. Dura pouco seu primeiro
voluntário na Força Pública. Posteriormente, efetiva-se por concurso. Em 1933, vai para
Barbacena na qualidade de Oficial Médico do 9o Batalhão de
Infantaria.
HUMBERTO DE CAMPOS, com o volume intitulado Contos, que em 46, após uma
revisão
apresentam a paisagem mineira em toda a sua beleza selvagem, a vida das fazendas,
dos
Europa; lá fica conhecendo Aracy Moebius de Carvalho (Ara), que viria a ser sua
segunda
mulher. Durante a guerra, por várias vezes escapou da morte; ao voltar para casa, uma
noite, só
os filhos a terem cautela e a fugirem de qualquer pessoa ou lugar que lhes causasse
algum tipo
de mal-estar.
perseguidos pelo Nazismo; nessa empresa, contou com a ajuda da mulher, D. Aracy.
Em
abril de 1985, com a mais alta distinção que os judeus prestam a estrangeiros: o nome
do casal
foi dado a um bosque que fica ao longo das encostas que dão acesso a
Jerusalém.
pertencente a seu amigo Dr. Pedro Barbosa e, depois, a cavalo, rumou para
Cordisburgo, onde
Em 1951 Guimarães Rosa retorna ao Brasil e no ano seguinte, faz uma excursão
ao Mato
novela Uma estória de amor, incluída no volume Manuelzão e Miguilim, durante os dias
que
passou no sertão, Guimarães Rosa pedia notícia de tudo e tudo anotava "ele
perguntava mais
o seu desajuste em relação ao grupo familiar. Campo Geral surge como uma fábula do
despertar
passeio cósmico pela geografia roseana, que retoma a ideia básica de toda a obra do
escritor: o
universo está no sertão, e os homens são influenciados pelos
astros.
de Rosa - autor reconhecido como o criador de uma das vertentes da moderna linha de
ficção
Rosa, uma narrativa épica que se estende por 600 páginas, focaliza numa nova
dimensão, o
ambiente e a gente rude do sertão mineiro. Grande Sertão: Veredas reflete um autor de
o centro da narrativa. Para Renard Perez, autor de um ensaio sobre Guimarães Rosa,
em Grande
pais:
Em começo de junho estive em Brasília, pela segunda vez lá passei uns dias. O
clima da nova capital é simplesmente delicioso, tanto no inverno quanto no
verão. E os trabalhos de construção se adiantam num ritmo e entusiasmo
inacreditáveis: parece coisa de russos ou de norte-americanos"..., "Mas eu
acordava cada manhã para assistir ao nascer do sol e ver um enorme tucano
colorido, belíssimo, que vinha, pelo relógio, às 6 hs 15’, comer frutinhas, na
copa da alta árvore pegada à casa, uma tucaneira’, como por lá dizem. As
chegadas e saídas desse tucano foram uma das cenas mais bonitas e
inesquecíveis de minha vida. (Rosa, J.G)
verdade, o prenúncio do fim próximo, tanto mais quanto, além da hipertensão arterial, o
paciente reunia outros fatores de risco cardiovascular como excesso de peso, vida
sedentária e,
hábito, em carta dirigida ao amigo Paulo Dantas em dezembro de 1957, na foto tirada
em 1966,
[...] também estive mesmo doente, com apertos de alergia nas vias respiratórias;
daí, tive de deixar de fumar (coisa tenebrosa!) E, até hoje (cabo de 34 dias!), a
falta de fumar me bota vazio, vago, incapaz de escrever cartas, só no inerte
letargo árido dessas fases de desintoxicação. Oh coisa feroz. Enfim, hoje, por
causa do Natal chegando e de mais mil-e-tantos motivos, aqui estou eu, heroico
e pujante, desafiando a fome-e-sede tabágica das pobrezinhas das células
cerebrais. Não repare (Rosa, J.G).
que exerceria com especial empenho, tendo tomado parte ativa em momentosos casos
como os
do Pico da Neblina (1965) e das Sete Quedas (1966). Ainda em 1962, é lançado
Primeiras
deixada por João Neves da Fontoura. A eleição dá-se a 8 de agosto e desta vez é
eleito por
unanimidade. Mas não é marcada a data da posse, adiada sine die, somente
acontecendo quatro
volta é convidado a fazer parte, juntamente com Jorge Amado e Antônio Olinto, do júri
do II
Concurso Nacional de Romance Walmap que, pelo valor material do prêmio, é o mais
importante do país.
No meio do ano, publica seu último livro, também uma coletânea de contos,
Tutaméia.
hermética, divide a crítica. Uns veem o livro como "a bomba atômica da literatura
brasileira";
Três dias antes da morte o autor decidiu, depois de quatro anos de adiamento,
assumir a
que sentia da emoção que o momento lhe causaria. Ainda que risse do pressentimento,
afirmou
O escritor faz seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras com a voz
embargada. Parece pressentir que algo de mal lhe aconteceria. Com efeito, três dias
após a
Copacabana, sozinho (a esposa fora à missa), mal tendo tempo de chamar por
socorro.
escritor. A obra do brasileiro havia alcançado esferas talvez até hoje desconhecidas.
Quando
suas crenças, descritas em sua obra literária. Fenômeno da literatura brasileira, Rosa
começou
a publicar aos 38 anos. O autor, com seus experimentos linguísticos, sua técnica, seu
mundo
escritor viveu com seus pais foi transformada em museu onde o visitante tem contato
com a
reprodução de trechos de obras, texto crítico, com o fac-símile das correções que o
autor fazia
nos textos e com a história editorial de livros, poderiam visitar e conhecer a vida e obra
do
autor. Em 1996 uma prima do escritor, chamada Calina da Silveira Guimarães durante
uma ida
ao museu achou que faltava um complemento aquela visita, que foi onde teve a ideia
de criar
de repente aprende
(J.G.R).
O grupo de contadores de estórias foi criado em 1996 pela Dr. Calina da Silveira
Rosa quando voltou para a cidade de Cordisburgo, teve essa ideia a partir do desejo de
juntar
dois grandes objetivos e realizá-los. Tais objetivos eram: trabalhar de alguma forma
com os
13
orientada através de arte e educação e o segundo objetivo era fazer algum trabalho
junto ao
Dr. Calina que frequentava o salão da minha avó Regina, e um dia me disse que eu
devia
participar do grupo. A partir daí eu sempre perguntava a ela quando eu poderia ser
Miguilim, e
como que eu faria para participar? Ela me respondia que eu precisava completar a
idade, e assim
que completei 15 anos participei de uma avaliação para ver se eu conseguiria ser
integrante do
grupo.
Durante esse tempo a avaliadora Lúcia Correa Goulart Castro coordenadora do museu
casa
cada semana era realizada uma reunião com todos os principiantes. Nelas nós
recebíamos os
textos (um por pessoa) e com o auxílio da avaliadora líamos os textos em voz alta para
que ela
nos ajudasse na interpretação dos mesmos. Após a avaliação feita pelo Lúcia,
passávamos a
Dôra Guimarães que trabalhavam com as obras do Guimarães Rosa, em que elas
auxiliavam a
permanecer no grupo
era necessário ser bom aluno, ter notas acima da média (60%), e havia um incentivo
enorme
para que assim que se formasse o ensino médio continuássemos os estudos em uma
boa
universidade.
exigem movimentos seguidos da língua, onde é usado para trabalhar a pronuncia por
exemplo:
“Traga três pratos de trigo para um tigre triste”. Depois cada um treinava o seu texto,
apresentando-o para o restante do grupo. Além disso cada Miguilim ficava responsável
por dar
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plantão uma vez por semana no Museu e aos finais de semana era feito revezamento.
Durante
a vida e obra do escritor. No final da visita eram oferecidos aos turistas trechos das
estórias
escritas pelo autor, narrados pelos Miguilins. Fora do museu, o grupo se apresentava
em eventos
na cidade de Cordisburgo, e em outras cidades de todo país. Trabalho este que ainda
permanece
AVALIAÇÃO
mesmo exclusiva, nos resultados obtidos pelos alunos. Hoje em dia, este continua
sendo o
todos.
Tabela 1 – Pressupostos de
avaliação.
Concordo com Luckesi (1997, p. 33) quando afirma que “a avalição é o julgamento de
valor
básico de todo educador. E se entende este progresso como meio para que todos os
alunos
objetivos por parte de cada aluno é um alvo que exige conhecer os resultados e os
processos de
aprendizagem que os alunos seguem. E para melhorar a qualidade de ensino é preciso
conhecer
ajuda-los em seu crescimento e, em segundo lugar, é o instrumento que tem que nos
permitir
promover e selecionar os “mais aptos” para a universidade, mas que abarca outras
dimensões
ponto de vista já não é seletivo, já não consiste em ir separando os que não podem
superar
desenvolver, no maior grau possível, todas suas capacidades. O objetivo do ensino não
centra
sua atenção em certos parâmetros finalistas para todos, mas nas possibilidades
pessoais de cada
um dos alunos.
outro lado, o sujeito da avaliação não apenas se centra no aluno, como também na
equipe que
intervém no processo.
PROCESSO GRUPAL
ENSINO/APRENDIZAGEM
Quadro 1.
extraordinária singularidade destes processos, de tal maneira que cada vez é mais
difícil
Quadro 1.2
At. Diversidade
Função social e
construtivo
aprendizagem
eito Referencial Avaliação Informe
ores
Capacidades Ajuda Descritivo
Seletiva e
Capacidades Ajuda Descritivo
propedêutica
Uniformizador e Interpretativo
transmissor Interpretativo
s Alunos Disciplinas Sanção Quantitativo
Formação integral
Para o autor, sob uma perspectiva uniformizadora e seletiva, o que interessa são
Aceitamos que cada aluno chega à escola com uma bagagem determinada e diferente
em relação
sabem os alunos em relação ao que quero ensinar? Que experiências tiveram? O que
são capazes
de aprender? Quais são seus interesses? Quais são seus estilos de aprendizagem?
Neste marco
uma das primeiras fases do processo consiste em conhecer o que cada um dos alunos
sabe, sabe
mesmo tempo, está opção permite reservar o termo formativo para uma determinada
concepção
da avaliação em geral, entendida como aquela que tem como propósito a modificação e
a
melhora contínua do aluno que se avalia; quer dizer, que entende que a finalidade da
avaliação
seguido pelo aluno, com o objetivo de lhe oportunizar, em todo momento, as propostas
educacionais mais
adequadas.
A avaliação final é o conhecimento dos resultados obtidos que também pode ser
designado como avaliação somativa. Ou seja, a utilização conjunta dos dois termos é
ambígua
termo avaliação final para referir aos resultados obtidos e aos conhecimentos
adquiridos, e
o percurso do aluno.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
formativa e reguladora, pois para se tornar Miguilim, era preciso passar por fases de
avaliação,
se relacionam com a fase inicial da avaliação formativa, após era feito uma preparação
com
planejamento e avalição percebo a importância que teve essa avalição que sofri há
anos atrás.
aprendizagem e nas decisões da avaliação que tomam. A auto avaliação não pode ser
um
aprendizagem os resultados não são a prioridade. É preciso ver o processo que não
apenas inclui
o aluno, mas a equipe que ensina. Pensando nestes aspectos, posso trazer para a
realidade
vivenciada pelo grupo Miguilim. Havia uma preocupação da equipe com os resultados,
ou seja,
me tornei Migulim porque tive boa entonação, dicção, etc. Aqueles que não atingiam
esses
uma questão era discutido em grupo. Se o pretendente a Miguilim não se saia bem na
avalição
(2002) está certo quando diz que a avalição é dinâmica, não é estática, é continua, não
é
da mesma forma. Nesse ponto as formas como o grupo era avaliado restringia a
possibilidade
da participação de todos.
aprender a preparar e narrar contos, durante todo o período como participante adquiri
eram os nossos interesses com o grupo e o que nos levaram até lá. Zabala (1998),
contribui para
pensarmos sobre isso quando afirma que a avaliação ocorrida no grupo já não pode ser
estática,
justa. Uma das primeiras fases do processo consistia em conhecer o que cada um dos
alunos
sabe, sabe fazer e o que pode chegar a saber, saber fazer ou ser, e como aprendê-lo.
Isso ocorria
isso foi muito importante para meu aprendizado no grupo. No entanto a forma de
ingresso no
Projeto para mim foi a fase mais difícil porque a avaliação era centrada no erro. Penso
que
muitos de meus colegas mesmo errando tinham muito para contribuir com o
Projeto.
22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.cultura.mg.gov.br/instituicoes/museus/museu-casa-guimaraes-r
osa.