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IPEMIG/FACULDADE BATISTA

BACHARELADO EM HUMANIDADES

LENICE MARIA MINGOTE BOLINA

COMO PROCESSOS AVALIATIVOS PODEM INFLUENCIAR EM PROCESSOS DE

ENSINO-APRENDIZAGEM.

UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO GRUPO CONTADORES DE ESTÓRIAS

MIGUILIM
Diamantina, março 2017

LENICE MARIA MINGOTE BOLINA

COMO PROCESSOS AVALIATIVOS PODEM INFLUENCIAR EM PROCESSOS DE

ENSINO-APRENDIZAGEM.

UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO GRUPO CONTADORES DE ESTORIAS


MIGUILIM

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na


Faculdade de Interdisciplinar em Humanidades da
UFVJM como requisito básico para a conclusão do
Curso De Humanidades. Orientador (a): Regina Célia
Couto.

Diamantina, março 2017

LENICE MARIA MINGOTE BOLINA

COMO PROCESSOS AVALIATIVOS PODEM INFLUENCIAR EM PROCESSOS DE

ENSINO-APRENDIZAGEM.

UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO GRUPO CONTADORES DE ESTORIAS

MIGUILIM

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado em ___ de Março de dois mil


e

dezessete, como requisito necessário para a obtenção do título de Bacharelado em


Humanidades

(BHU), aprovado pela Banca Examinadora, constituída pelos seguintes


educadores:
Professora Doutora Regina Célia
Couto

Orientadora

Professora Doutora Denise


Braga

Professora do curso de Bacharelado em


Humanidades

Professor Rodrigo Guimarães

Professor do curso de Bacharelado em


Humanidades

RESUMO

O presente trabalho aborda a constante presença da avaliação no nosso cotidiano,

especificamente neste trabalho apresentarei uma experiência vivenciada no Projeto


Miguilim –

desenvolvido a partir das obras de João Guimarães Rosa – em Codisburgo, Minas


Gerais. Em
um primeiro momento apresento a vida e a obra do escritor João Guimarães Rosa, em
um

segundo momento o projeto no qual exerci um período de trabalho e fui avaliada; no


terceiro

momento através de pesquisa bibliográfica discuto a avaliação a partir dos autores tais
como:

Hoffman, Luckesi, Sant’Anna, Zabala. Para finalizar reflito sobre a repercussão da ação
da

avaliação em mim, atualmente aluna de graduação em bacharelado em humanidades.


Desta

forma, as ações devem visar a avaliação como um processo contínuo e


cumulativo.

Palavras-chave: Avaliação – formas de avaliar – tipos de


avaliação.

ABSTRACT

The present work addresses the constant presence of evaluation in our daily life,
specifically

in this work I will present an experience lived in the Miguilin Project - developed from the

works of João Guimarães Rosa - in Codisburgo, Minas Gerais. At first I present the life
and

work of the writer João Guimarães Rosa, in a second moment the project in which I
exercised

a period of work and I was evaluated; In the third moment through bibliographical
research I

discuss the evaluation from the authors such as: Hoffman, Luckesi, Sant'Anna, Zabala.
Finally,
I reflect on the repercussion of the evaluation action on me, currently a graduate student
in the

humanities baccalaureate. In this way, actions should aim at evaluation as a continuous


and

cumulative process.

Keywords: Evaluation - ways of evaluating - types of


evaluation.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO
........................................................................................................................ 6

UM POUCO DA VIDA E DAS OBRAS DE JOÃO GUIMARÃES ROSA ...........................


8

CONTADORES DE ESTÓRIAS MIGUILIM


....................................................................... 12

AVALIAÇÃO.......................................................................................................................
.. 15

1. Por que avaliar? Quem e o que se deve avaliar? .................................................


16

1.1 Avaliação formativa ............................................................................................


17

CONSIDERAÇÕES FINAIS
................................................................................................. 19

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
................................................................................... 22
6
INTRODUÇÃO

Creio que minha biografia não seja muito rica


em acontecimentos tenho uma vida
completamente normal, nasci em Cordisburgo
uma cidadezinha não muito interessante mais
para mim sim de muita importância, o meu
burgo é bem Minas, Brasil de dentro no rochedo
do osso na aguinha do coco. (J.G.R)

O presente trabalho pretende discutir à luz da literatura sobre avalição na aérea


da

educação, o processo avaliativo vivenciado por mim, estudante da Universidade


Federal dos

Vales do Jequitinhonha e Mucuri, no projeto Miguilim, que foi criado em 1996 na cidade
de

Cordisburgo por uma prima do escritor João Guimarães Rosa, chamada Calina da
Silveira

Guimarães. Ela teve essa ideia a partir do desejo de trabalhar de alguma forma com os
jovens

da cidade de Cordisburgo, a fim de proporcionar a eles uma adolescência saudável e


orientada

através de arte e
educação.

O que era preciso para fazer parte desse projeto; por quais métodos de avalição
os seus

integrantes eram submetidos? Como essa avaliação repercute em mim atualmente


estudante
que cursa bacharelado em
humanidades?

Saber para que a avaliação é feita, para quem, com quais objetivos, que tipo de

informação é necessário, como serão usados os resultados etc., são questões


importantes para o

desenvolvimento de qualquer tipo de avaliação, no entanto, esse processo para os


estudantes é

muitas vezes conflituoso, estressante, gera angústias, medos dentre outras


emoções.

A avaliação como ensina Resende (1998) é uma criação sociocultural, o que


equivale

dizer que ela é posta no quadro mais amplo e geral de suas determinações sociais, do
seu

processo histórico, da sua produção contextual. A avaliação não é algo volátil que paira
sobre

e além do contexto sócio - histórico no qual ela é praticada, produzida. Inexoravelmente


a

avaliação não é um elemento que traga em sua prática e produção, ingenuidade e


neutralidade.

Não há imparcialidade no ato de selecionar, medir, atribuir conceito ou nota, classificar,

eliminar. A partir dessa perspectiva de avaliação este trabalho tem como objetivo geral

mostrar

como a avaliação no cotidiano do projeto Miguilim, foi desenhada pelos seus


atores.
7

Em um primeiro momento apresentarei um pouco sobre a vida e a obra do


escritor João
Guimarães Rosa, em segundo momento o projeto Miguilim no qual eu exerci um
período de

trabalho nos anos 2005/2010 e fui avaliada, no terceiro momento através de revisão

bibliográfica discutirei o conceito de avaliação a partir dos autores: Hoffman (1991),


Luckesi

(1997), Sant’Anna (2002), Zabala (1998) Para finalizar refletirei sobre a repercussão da
ação

da avaliação em mim, atualmente estudante de graduação em Bacharelado em


Humanidades na

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e


Mucuri.

Após análise, os dados coletados foram selecionados e sua apresentação se


dará em

forma de capítulos estruturados apresentando conceitos, citações e pontos de vista. Ao


final

apresenta-se as considerações finais e referências


bibliográficas.

UM POUCO DA VIDA E DAS OBRAS DE JOÃO GUIMARÃES ROSA

Arnaldo Nogueira Jr, reescreveu a biografia de João Guimarães Rosa a partir de


livros

do e sobre o autor e páginas da Internet com intuito de divulgar o autor e seu


trabalho.

João Guimarães Rosa, nasceu em Cordisburgo (MG) em 27 de junho de 1908 e


era o

primeiro dos seis filhos de D. Francisca (Chiquitinha) Guimarães Rosa e de Florduardo


Pinto

Rosa, mais conhecido por "seu Fulô" comerciante, juiz-de-paz, caçador de onças e
contador de

estórias. Aos 10 anos passou a residir e estudar em Belo Horizonte no Colégio Arnaldo.

Em 1925,

matricula-se na então denominada Faculdade de Medicina da Universidade de Minas


Gerais,

com apenas 16 anos. Segundo um colega de turma, Dr. Ismael de Faria, no velório de
um

estudante vitimado pela febre amarela, em 1926, teria Guimarães Rosa dito a famosa
frase: "As

pessoas não morrem, ficam encantadas", que seria repetida 41 anos depois por
ocasião de sua

posse na Academia Brasileira de


Letras.

Sua estreia literária deu-se, em 1929, com a publicação, na revista O Cruzeiro,


do conto

"O mistério de Highmore Hall", que não faz parte de nenhum de seus
livros.

Em 27 de junho de 1930, ao completar 22 anos, casa-se com Lígia Cabral


Penna, então

com apenas 16 anos, que lhe dá duas filhas: Vilma e Agnes. Dura pouco seu primeiro

casamento, desfazendo-se uns poucos anos depois. Ainda em 1930, forma-se em


Medicina.

Guimarães Rosa vai exercer a profissão em Itaguara, pequena cidade que


pertencia ao

município de Itaúna (MG), onde permanece cerca de dois


anos.

Em 1932 durante a Revolução Constitucionalista Guimarães Rosa, trabalha


como

voluntário na Força Pública. Posteriormente, efetiva-se por concurso. Em 1933, vai para
Barbacena na qualidade de Oficial Médico do 9o Batalhão de
Infantaria.

Em 1936, a coletânea de poemas Magma recebe o prêmio de poesia da


Academia

Brasileira de Letras. Um ano depois, sob o pseudônimo de "Viator", concorre ao prêmio

HUMBERTO DE CAMPOS, com o volume intitulado Contos, que em 46, após uma
revisão

do autor, se transformaria em Sagarana, obra que lhe rendeu vários prêmios e o


reconhecimento

como um dos mais importantes livros surgidos no Brasil contemporâneo. Os contos de


Sagarana

apresentam a paisagem mineira em toda a sua beleza selvagem, a vida das fazendas,
dos

vaqueiros e criadores de gado, mundo que Rosa habitara em sua infância e


adolescência. Neste
9

livro, o autor já transpõe a linguagem rica e pitoresca do povo, registra regionalismos,


muitos

deles jamais escritos na literatura


brasileira.

Em 1938, Guimarães Rosa é nomeado Cônsul Adjunto em Hamburgo, e segue


para a

Europa; lá fica conhecendo Aracy Moebius de Carvalho (Ara), que viria a ser sua
segunda

mulher. Durante a guerra, por várias vezes escapou da morte; ao voltar para casa, uma
noite, só

encontrou escombros. A superstição e o misticismo acompanhariam o escritor por toda


a vida.
Ele acreditava na força da lua, respeitava curandeiros, feiticeiros, a umbanda, a
quimbanda e o

kardecismo. Dizia que pessoas, casas e cidades possuíam fluidos positivos e


negativos, que

influíam nas emoções, nos sentimentos e na saúde de seres humanos e animais.


Aconselhava

os filhos a terem cautela e a fugirem de qualquer pessoa ou lugar que lhes causasse
algum tipo

de mal-estar.

Embora consciente dos perigos que enfrentava, protegeu e facilitou a fuga de


judeus

perseguidos pelo Nazismo; nessa empresa, contou com a ajuda da mulher, D. Aracy.
Em

reconhecimento a essa atitude, o diplomata e sua mulher foram homenageados em


Israel, em

abril de 1985, com a mais alta distinção que os judeus prestam a estrangeiros: o nome
do casal

foi dado a um bosque que fica ao longo das encostas que dão acesso a
Jerusalém.

Em dezembro de 1945 o escritor retornou ao Brasil depois de longa ausência.


Dirigiu-

se, inicialmente, à Fazenda Três Barras, em Paraopeba, berço da família Guimarães,


então

pertencente a seu amigo Dr. Pedro Barbosa e, depois, a cavalo, rumou para
Cordisburgo, onde

se hospedou no tradicional Argentina Hotel, mais conhecido por Hotel da


Nhatina.

Em 1946, Guimarães Rosa é nomeado chefe-de-gabinete do ministro João


Neves da

Fontoura e vai a Paris como membro da delegação à Conferência


de Paz.

Em 1951 Guimarães Rosa retorna ao Brasil e no ano seguinte, faz uma excursão
ao Mato

Grosso. O resultado é uma reportagem poética: Com o vaqueiro Mariano. Segundo


depoimento

do próprio Manuel Narde, vulgo Manuelzão, falecido em 5 de maio de 1997,


protagonista da

novela Uma estória de amor, incluída no volume Manuelzão e Miguilim, durante os dias
que

passou no sertão, Guimarães Rosa pedia notícia de tudo e tudo anotava "ele
perguntava mais

que padre" –, tendo consumido "mais de 50 cadernos de espiral, daqueles grandes",


com

anotações sobre a flora, a fauna e a gente sertaneja usos, costumes, crenças,


linguagem,

superstições, versos, anedotas, canções, casos,


estórias...

Na abertura do livro, intitulada Campo Geral, Guimarães Rosa se detém na


investigação

da intimidade de uma família isolada no sertão, destacando-se a figura do menino


Miguilim e
10

o seu desajuste em relação ao grupo familiar. Campo Geral surge como uma fábula do
despertar

do autoconhecimento e da apreensão do mundo exterior; e o conjunto das novelas


surge como

passeio cósmico pela geografia roseana, que retoma a ideia básica de toda a obra do
escritor: o
universo está no sertão, e os homens são influenciados pelos
astros.

Em 1956, no mês de janeiro, reaparece no mercado editorial com as novelas


Corpo de

Baile, onde continua a experiência iniciada em Sagarana. A partir de o Corpo de Baile,


a obra

de Rosa - autor reconhecido como o criador de uma das vertentes da moderna linha de
ficção

do regionalismo brasileiro - adquire dimensões universalistas, cuja cristalização artística


é

atingida em Grande Sertão: Veredas, lançado em maio de 56. O terceiro livro de


Guimarães

Rosa, uma narrativa épica que se estende por 600 páginas, focaliza numa nova
dimensão, o

ambiente e a gente rude do sertão mineiro. Grande Sertão: Veredas reflete um autor de

extraordinária capacidade de transmissão do seu mundo, e foi resultado de um período


de dois

anos de gestação e parto. A história do amor proibido de Riobaldo, o narrador, por


Diadorim é

o centro da narrativa. Para Renard Perez, autor de um ensaio sobre Guimarães Rosa,
em Grande

Sertão: Veredas, além da técnica e da linguagem surpreendentes, deve-se destacar o


poder de

criação do romancista, e sua aguda análise dos conflitos psicológicos presentes na


história.

Em 1958, no começo de junho, Guimarães Rosa viaja para Brasília, e escreve


para os

pais:

Em começo de junho estive em Brasília, pela segunda vez lá passei uns dias. O
clima da nova capital é simplesmente delicioso, tanto no inverno quanto no
verão. E os trabalhos de construção se adiantam num ritmo e entusiasmo
inacreditáveis: parece coisa de russos ou de norte-americanos"..., "Mas eu
acordava cada manhã para assistir ao nascer do sol e ver um enorme tucano
colorido, belíssimo, que vinha, pelo relógio, às 6 hs 15’, comer frutinhas, na
copa da alta árvore pegada à casa, uma tucaneira’, como por lá dizem. As
chegadas e saídas desse tucano foram uma das cenas mais bonitas e
inesquecíveis de minha vida. (Rosa, J.G)

A partir de 1958, o autor começa a apresentar problemas de saúde e estes


seriam, na

verdade, o prenúncio do fim próximo, tanto mais quanto, além da hipertensão arterial, o

paciente reunia outros fatores de risco cardiovascular como excesso de peso, vida
sedentária e,

particularmente, o tabagismo. Era um tabagista contumaz e embora afirme ter


abandonado o

hábito, em carta dirigida ao amigo Paulo Dantas em dezembro de 1957, na foto tirada
em 1966,

quando recebia do governador Israel Pinheiro a Medalha da Inconfidência, aparece


com um

cigarro na mão esquerda. A propósito, na referida carta, o escritor chega mesmo a


admitir,

explicitamente, sua dependência da


nicotina:
11

[...] também estive mesmo doente, com apertos de alergia nas vias respiratórias;
daí, tive de deixar de fumar (coisa tenebrosa!) E, até hoje (cabo de 34 dias!), a
falta de fumar me bota vazio, vago, incapaz de escrever cartas, só no inerte
letargo árido dessas fases de desintoxicação. Oh coisa feroz. Enfim, hoje, por
causa do Natal chegando e de mais mil-e-tantos motivos, aqui estou eu, heroico
e pujante, desafiando a fome-e-sede tabágica das pobrezinhas das células
cerebrais. Não repare (Rosa, J.G).

Em janeiro de 1962, assume a chefia do Serviço de Demarcação de Fronteiras,


cargo

que exerceria com especial empenho, tendo tomado parte ativa em momentosos casos
como os

do Pico da Neblina (1965) e das Sete Quedas (1966). Ainda em 1962, é lançado
Primeiras

Estórias, livro que reúne 21 contos


pequenos.

Em maio de 1963, Guimarães Rosa candidata-se pela segunda vez à Academia

Brasileira de Letras (a primeira fora em 1957, quando obtivera apenas 10 votos), na


vaga

deixada por João Neves da Fontoura. A eleição dá-se a 8 de agosto e desta vez é
eleito por

unanimidade. Mas não é marcada a data da posse, adiada sine die, somente
acontecendo quatro

anos depois, no dia 16 de novembro de


1967.

Em janeiro de 1965, participa do Congresso de Escritores Latino-Americanos, em

Gênova. Como resultado do congresso ficou constituída a Primeira Sociedade de


Escritores

Latino-Americanos, da qual o próprio Guimarães Rosa e o guatemalteco Miguel Angel


Asturias

(que em 1967 receberia o Prêmio Nobel de Literatura) foram eleitos


vice-presidentes.

Em abril de 1967, Guimarães Rosa vai ao México na qualidade de representante


do

Brasil no I Congresso Latino-Americano de Escritores, no qual atua como


vice-presidente. Na

volta é convidado a fazer parte, juntamente com Jorge Amado e Antônio Olinto, do júri
do II

Concurso Nacional de Romance Walmap que, pelo valor material do prêmio, é o mais
importante do país.

No meio do ano, publica seu último livro, também uma coletânea de contos,
Tutaméia.

Nova efervescência no meio literário, novo êxito de público. Tutaméia, obra


aparentemente

hermética, divide a crítica. Uns veem o livro como "a bomba atômica da literatura
brasileira";

outros consideram que em suas páginas encontra-se a "chave estilística da obra de


Guimarães

Rosa, um resumo didático de sua


criação".

Três dias antes da morte o autor decidiu, depois de quatro anos de adiamento,
assumir a

cadeira na Academia Brasileira de Letras. Os quatro anos de adiamento eram reflexo


do medo

que sentia da emoção que o momento lhe causaria. Ainda que risse do pressentimento,
afirmou

no discurso de posse: "...a gente morre é para provar que


viveu."
12

O escritor faz seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras com a voz

embargada. Parece pressentir que algo de mal lhe aconteceria. Com efeito, três dias
após a

posse, em 19 de novembro de 1967, ele morreria subitamente no seu apartamento em

Copacabana, sozinho (a esposa fora à missa), mal tendo tempo de chamar por
socorro.

Em 1967, João Guimarães Rosa seria indicado para o prêmio Nobel de


Literatura. A
indicação, iniciativa dos seus editores alemães, franceses e italianos, foi barrada pela
morte do

escritor. A obra do brasileiro havia alcançado esferas talvez até hoje desconhecidas.
Quando

morreu tinha 59 anos. Tinha-se dedicado à medicina, à diplomacia, e,


fundamentalmente às

suas crenças, descritas em sua obra literária. Fenômeno da literatura brasileira, Rosa
começou

a publicar aos 38 anos. O autor, com seus experimentos linguísticos, sua técnica, seu
mundo

ficcional, renovou o romance brasileiro, concedendo-lhe caminhos até então inéditos.


Sua obra

se impôs não apenas no Brasil, mas alcançou o


mundo.

Segundo dados da Secretaria de Cultura em 30 de Novembro de 1974, a casa


onde o

escritor viveu com seus pais foi transformada em museu onde o visitante tem contato
com a

reprodução de trechos de obras, texto crítico, com o fac-símile das correções que o
autor fazia

nos textos e com a história editorial de livros, poderiam visitar e conhecer a vida e obra
do

autor. Em 1996 uma prima do escritor, chamada Calina da Silveira Guimarães durante
uma ida

ao museu achou que faltava um complemento aquela visita, que foi onde teve a ideia
de criar

um grupo de jovens para que acompanhassem e apresentasse aos visitantes um pouco


mais

sobre o escritor, assim criou o grupo Contadores de estórias


Miguilim.
CONTADORES DE ESTÓRIAS MIGUILIM

Mestre não é quem sempre ensina,


mais

de repente aprende
(J.G.R).

O grupo de contadores de estórias foi criado em 1996 pela Dr. Calina da Silveira

Guimarães, médica formada pela Universidade de Juiz de fora, prima do escritor


Guimarães

Rosa quando voltou para a cidade de Cordisburgo, teve essa ideia a partir do desejo de
juntar

dois grandes objetivos e realizá-los. Tais objetivos eram: trabalhar de alguma forma
com os
13

jovens da cidade de Cordisburgo, a fim de proporcionar a eles uma adolescência


saudável e

orientada através de arte e educação e o segundo objetivo era fazer algum trabalho
junto ao

Museu Casa Guimarães Rosa. Daí surgiu o Grupo de Contadores de Estórias


Miguilim.

O meu interesse em participar do grupo se deu no ano de 2005 devido ao


incentivo da

Dr. Calina que frequentava o salão da minha avó Regina, e um dia me disse que eu
devia
participar do grupo. A partir daí eu sempre perguntava a ela quando eu poderia ser
Miguilim, e

como que eu faria para participar? Ela me respondia que eu precisava completar a
idade, e assim

que completei 15 anos participei de uma avaliação para ver se eu conseguiria ser
integrante do

grupo.

A avaliação se deu ao longo de um curso introdutório, com duração de algumas


semanas.

Durante esse tempo a avaliadora Lúcia Correa Goulart Castro coordenadora do museu
casa

Guimarães Rosa, selecionava pequenos textos, de linguagem fácil, por exemplo,


fábulas e a

cada semana era realizada uma reunião com todos os principiantes. Nelas nós
recebíamos os

textos (um por pessoa) e com o auxílio da avaliadora líamos os textos em voz alta para
que ela

nos ajudasse na interpretação dos mesmos. Após a avaliação feita pelo Lúcia,
passávamos a

fazer oficinas junto as coordenadoras e professoras do grupo Miguilim Maria Elisa


Almeida e

Dôra Guimarães que trabalhavam com as obras do Guimarães Rosa, em que elas
auxiliavam a

leitura, dicção, interpretação de textos e ensinavam como preparar (decorar) um texto,


e conta-

lo para os outros participantes. Neste contexto éramos avaliados verificando-se a


capacidade do

participante para se tornarem Miguilim. Após essa apresentação se o participante


estivesse

preparado era realizada a formatura em que os familiares e amigos se reuniam no


Museu Casa

Guimarães Rosa e assistiam a apresentação dos mesmos e a entrega da camisa do


grupo

Miguilim. Além de estar apto a exercer a função de contador de estórias, para

permanecer no grupo

era necessário ser bom aluno, ter notas acima da média (60%), e havia um incentivo
enorme

para que assim que se formasse o ensino médio continuássemos os estudos em uma
boa

universidade.

Após a formação reuníamo-nos de 15 em 15 dias e fazíamos exercícios de


postura,

dicção, alongamentos, trava-língua que é um conjunto de palavras de difícil articulação,


que

exigem movimentos seguidos da língua, onde é usado para trabalhar a pronuncia por
exemplo:

“Traga três pratos de trigo para um tigre triste”. Depois cada um treinava o seu texto,

apresentando-o para o restante do grupo. Além disso cada Miguilim ficava responsável
por dar
14

plantão uma vez por semana no Museu e aos finais de semana era feito revezamento.
Durante

o plantão o Miguilim deveria receber e acompanhar os visitantes pelo Museu explicando


sobre

a vida e obra do escritor. No final da visita eram oferecidos aos turistas trechos das
estórias

escritas pelo autor, narrados pelos Miguilins. Fora do museu, o grupo se apresentava
em eventos

na cidade de Cordisburgo, e em outras cidades de todo país. Trabalho este que ainda
permanece

após vinte anos de sua


formação.

Figura 1. Museu Casa Guimarães


Rosa
15
Figura 2. Grupo Miguilim

AVALIAÇÃO

Para Zabala (1998 p. 195), quando se fala de avaliação se pensa, de forma


prioritária ou

mesmo exclusiva, nos resultados obtidos pelos alunos. Hoje em dia, este continua
sendo o

principal alvo de qualquer aproximação ao fato avaliador. Os professores, as


administrações,

os pais e os próprios alunos se referem à avaliação como o instrumento ou processo


para avaliar

o grau de alcance, de cada menino e menina, em relação a determinados objetivos


previstos nos

diversos níveis escolares. Basicamente, a avaliação é considerada como um


instrumento

sancionador e qualificador, em que o sujeito da avaliação é o aluno e somente o aluno,


eo

objeto da avaliação são as aprendizagens realizadas segundo certos objetivos mínimos


para

todos.

Hoffmann (1991, p.17): fala que a avaliação é essencial à educação, inerente e

indissociável enquanto concebia como problematização, questionamento, reflexão


sobre a ação.

Já para Sant’Anna (2002) a avaliação é importante, pois é através da mesma que

verificamos se os objetivos do ensino e do sistema foram


alcançados.
16

Segundo o Sant’Anna (2002) como processo, a avaliação apresenta


características de

continuidade, temporalidade, totalidade, organicidade e orientação para fim, ou seja, se

fundamenta em pressupostos conforme pode ser ilustrado na


Tabela 1.

Tabela 1 – Pressupostos de
avaliação.

É dinâmica: não é estática.

É continua: não é terminal.

É integrada; não é isolado do


ensino.
É progressiva: não é
estanque

É voltada para o aluno: não é para os


conteúdos

É abrangente: não restrita alguns aspectos da personalidade do


aluno

É cooperativa: não realizada somente pelos


professores

É versátil: não se efetiva sempre da mesma


forma

Fonte: Sant’Anna (2002)

Concordo com Luckesi (1997, p. 33) quando afirma que “a avalição é o julgamento de
valor

sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista a tomada de


decisão”.

1. Por que avaliar? Quem e o que se deve


avaliar?

Segundo Zabala (1998 p.201), o aperfeiçoamento da prática educativa é o


objetivo

básico de todo educador. E se entende este progresso como meio para que todos os
alunos

consigam o maior grau de competências, conforme suas possibilidades reais. O


alcance dos

objetivos por parte de cada aluno é um alvo que exige conhecer os resultados e os
processos de
aprendizagem que os alunos seguem. E para melhorar a qualidade de ensino é preciso
conhecer

e poder avaliar a intervenção pedagógica dos professores, de forma que a ação


avaliadora

observe simultaneamente os processos individuais e os grupais. Referimo-nos tanto


aos

processos de aprendizagem como aos de ensino, já que, desde uma perspectiva


profissional, o

conhecimento de como os meninos e meninas aprendem é, em primeiro lugar, um meio


para
17

ajuda-los em seu crescimento e, em segundo lugar, é o instrumento que tem que nos
permitir

melhorar nossa atuação em


aula.

No entanto podemos entender que a função social do ensino não consiste


apenas em

promover e selecionar os “mais aptos” para a universidade, mas que abarca outras
dimensões

da personalidade. Quando a formação integral é a finalidade principal do ensino e,


portanto, seu

objetivo é o desenvolvimento de todas as capacidades da pessoa e não apenas as


cognitivas,

muitos dos pressupostos da avaliação mudam. Em primeiro lugar, e isto é muito


importante, os

conteúdos de aprendizagem a serem avaliados não serão unicamente conteúdos


associados às

necessidades do caminho para a universidade. Será necessário, também, levar em


consideração

os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais que promovam as capacidades


motoras,

de equilíbrio e de autonomia pessoal, de relação interpessoal e de inserção social. Uma


opção

desta natureza implica uma mudança radical na maneira de conceber a avaliação,


posto que o

ponto de vista já não é seletivo, já não consiste em ir separando os que não podem
superar

distintos obstáculos, mas em oferecer a cada um dos meninos e meninas a


oportunidade de

desenvolver, no maior grau possível, todas suas capacidades. O objetivo do ensino não
centra

sua atenção em certos parâmetros finalistas para todos, mas nas possibilidades
pessoais de cada

um dos alunos.

1.1 Avaliação formativa

Para Zabala (1998), quando na análise da avaliação introduzimos a concepção

construtivista do ensino e a aprendizagem como referencial psicopedagógico, o objeto


da

avaliação deixa de se centrar exclusivamente nos resultados obtidos e se situa


prioritariamente

no processo de ensino/aprendizagem, tanto do grupo/classe como de cada um dos


alunos. Por

outro lado, o sujeito da avaliação não apenas se centra no aluno, como também na
equipe que

intervém no processo.

No quadro 1 a seguir vamos situar quatro possíveis objetos da avaliação,


processo de

aprendizagem individual, aprendizagem em grupo, ensino individual, ensino em grupo,


e os

quatro sujeitos da avaliação o aluno/a, o grupo/classe, o professor/a e a equipe


docente.
Professor/a
Processo ensino

PROCESSO GRUPAL
ENSINO/APRENDIZAGEM

Quadro 1.

PROCESSO INDIVIDUAL Grupo/classe Processo


ENSINO/APRENDIZAGEM aprendizagem
ujeito Grupo/classe Processo
bjeto aprendizagem
Aluno/a Processo Equipe docente
aprendizagem Processo ensino
Aluno/a Processo Equipe docente
aprendizagem Processo ensino
Professor/a Equipe docente
Processo ensino Processo ensino
Professor/a
Fonte: Zabala (1998 p. 196)
Processo ensino

O conhecimento que temos sobre como se produzem as aprendizagens revela a

extraordinária singularidade destes processos, de tal maneira que cada vez é mais
difícil

estabelecer propostas universais que vão além da constatação destas diferenças e

singularidades. O fato de que as experiências vividas constituam o valor básico de


qualquer
aprendizagem e, portanto, a necessidade de que os processos de ensino, e
especialmente os

avaliadores, não apenas os observem, como os tomem como eixo vertebrador


(Quadro 1.2)

Quadro 1.2
At. Diversidade
Função social e
construtivo
aprendizagem
eito Referencial Avaliação Informe
ores
Capacidades Ajuda Descritivo
Seletiva e
Capacidades Ajuda Descritivo
propedêutica
Uniformizador e Interpretativo
transmissor Interpretativo
s Alunos Disciplinas Sanção Quantitativo

Formação integral

Fonte: Zabala (1998 p. 199)

Para o autor, sob uma perspectiva uniformizadora e seletiva, o que interessa são

determinados resultados em conformidade com certos níveis predeterminados. Quando


o ponto

de partida é a singularidade de cada aluno, é impossível estabelecer níveis universais.

Aceitamos que cada aluno chega à escola com uma bagagem determinada e diferente
em relação

às experiências vividas, conforme o ambiente sociocultural e familiar em que vive, e

condicionado por suas características pessoais. Está diversidade óbvia implica a


relativização

de duas das variáveis das propostas uniformizadoras – os objetivos e os conteúdos e a


forma de
ensinar – e a exigência de serem tratadas em função da diversidade dos alunos.
Portanto a

primeira necessidade do educador é fazer uma avaliação inicial respondendo às


perguntas: que
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sabem os alunos em relação ao que quero ensinar? Que experiências tiveram? O que
são capazes

de aprender? Quais são seus interesses? Quais são seus estilos de aprendizagem?
Neste marco

a avaliação já não pode ser estática, de análise de resultado, porque se torna um


processo. E

uma das primeiras fases do processo consiste em conhecer o que cada um dos alunos
sabe, sabe

fazer e é, e o que pode chegar a saber, saber fazer ou ser, e como


aprendê-lo.

A avaliação reguladora explica melhor as características de adaptação e


adequação. Ao

mesmo tempo, está opção permite reservar o termo formativo para uma determinada
concepção

da avaliação em geral, entendida como aquela que tem como propósito a modificação e
a

melhora contínua do aluno que se avalia; quer dizer, que entende que a finalidade da
avaliação

é ser um instrumento educativo que informa e faz uma valoração do processo de


aprendizagem

seguido pelo aluno, com o objetivo de lhe oportunizar, em todo momento, as propostas

educacionais mais
adequadas.
A avaliação final é o conhecimento dos resultados obtidos que também pode ser

designado como avaliação somativa. Ou seja, a utilização conjunta dos dois termos é
ambígua

e não ajuda a diferenciar ou identificar estas duas necessidades: o conhecimento do


utilizar o

termo avaliação final para referir aos resultados obtidos e aos conhecimentos
adquiridos, e

reservar o termo avaliação somativa ou integradora para o conhecimento e a avaliação


de todo

o percurso do aluno.

A partir de uma opção que contempla como finalidade fundamental do ensino a

formação integral da pessoa, e conforme uma concepção construtivista, a avaliação


sempre tem

que ser formativa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em virtude dos fatos mencionados a avalição é um elemento-chave de todo o


processo

de ensinar e de aprender, sua função se encontra estreitamente ligada à função que se


atribui a

todo esse processo. Nesse sentido, suas possibilidades e potencialidades se vinculam


à forma

que as próprias situações didáticas adotam. Quando são homogeneizadoras, fechadas,


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rotineiras, a avaliação na função formativa e reguladora, tem pouca margem para se
transformar

num fato habitual e cotidiano.

Na avaliação citada acima, podemos classificá-la como um modelo de avaliação

formativa e reguladora, pois para se tornar Miguilim, era preciso passar por fases de
avaliação,

como a inicial, a reguladora e a


final.

Durante o período de avaliação para se participar do grupo era realizado


perguntas que

se relacionam com a fase inicial da avaliação formativa, após era feito uma preparação
com

leitura de contos, em seguida decorávamos aquele conto e narrávamos. A partir daí as

coordenadoras percebiam se poderíamos começar a preparar e narrar Guimarães Rosa


momento

no qual preparávamos trechos da obra do escritor e passávamos pela avaliação final


que

culminava com a formatura e o recebimento da camisa do


projeto.

Naquela época eu não entendia o porquê de todo aquele processo de avaliação


e tantas

perguntas, hoje como aluno do bacharelado em humanidades e após participar de


aulas sobre

planejamento e avalição percebo a importância que teve essa avalição que sofri há
anos atrás.

Portanto, o melhor caminho para fazê-lo é ajudar os alunos a alcançar os


critérios que
lhes permitam se auto avaliarem, combinando e estabelecendo o papel que a atividade
tem na

aprendizagem e nas decisões da avaliação que tomam. A auto avaliação não pode ser
um

episódio, nem um engano; ela é um processo de aprendizagem de avalição do próprio


reforço

e, portanto, algo que convém planejar e ser levado a


sério.

Zabala (1998) ensina que em uma concepção construtivista do processo de


ensino e

aprendizagem os resultados não são a prioridade. É preciso ver o processo que não
apenas inclui

o aluno, mas a equipe que ensina. Pensando nestes aspectos, posso trazer para a
realidade

vivenciada pelo grupo Miguilim. Havia uma preocupação da equipe com os resultados,
ou seja,

me tornei Migulim porque tive boa entonação, dicção, etc. Aqueles que não atingiam
esses

pontos continuavam em treinamento e não recebiam a camisa e autorização para fazer

apresentação e acompanhar os visitantes pela casa do escritor. Essa forma de avaliar


fazia com

que muitos desistissem do


grupo.

Outra questão é que em momento algum se questionava a equipe, pois sempre


que havia

uma questão era discutido em grupo. Se o pretendente a Miguilim não se saia bem na
avalição

as coordenadoras conversavam com o aluno individualmente e chegavam a conclusão


se ele

iria continuar ou não no grupo. Não havia um período de experiência, a exclusão se


dava a partir
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da avaliação. Alimentando um ciclo no qual a nota final é que garante as habilidades e


as

competências para fazer parte do


projeto.

Durante a releitura do período que participei no grupo Miguilim, percebi que


Sant’Anna

(2002) está certo quando diz que a avalição é dinâmica, não é estática, é continua, não
é

terminal, é integrada; não é isolado do ensino, é progressiva: não é estanque, é voltada


para o

aluno: não é para os conteúdos, é abrangente: não restrita alguns aspectos da


personalidade do

aluno, é cooperativa: não realizada somente pelos professores e é versátil: não se


efetiva sempre

da mesma forma. Nesse ponto as formas como o grupo era avaliado restringia a
possibilidade

da participação de todos.

Um ponto que eu gostaria de salientar é que os coordenadores não levavam em

consideração a diversidade dos alunos, quando entramos no grupo sabíamos que


iríamos

aprender a preparar e narrar contos, durante todo o período como participante adquiri

experiências espetaculares que não imaginava que iria ter. As coordenadoras


perguntavam quais

eram os nossos interesses com o grupo e o que nos levaram até lá. Zabala (1998),
contribui para

pensarmos sobre isso quando afirma que a avaliação ocorrida no grupo já não pode ser
estática,

de análise de resultado, porque é no processo que podemos vislumbrar uma avaliação


mais

justa. Uma das primeiras fases do processo consistia em conhecer o que cada um dos
alunos

sabe, sabe fazer e o que pode chegar a saber, saber fazer ou ser, e como aprendê-lo.
Isso ocorria

durante todo o período que se permanecia no


grupo.

Vejo à luz da literatura estudada que em alguns momentos a avaliação era


processual, e

isso foi muito importante para meu aprendizado no grupo. No entanto a forma de
ingresso no

Projeto para mim foi a fase mais difícil porque a avaliação era centrada no erro. Penso
que

muitos de meus colegas mesmo errando tinham muito para contribuir com o
Projeto.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CULTURA,Secretária. Museu casa Guimarães Rosa. Acesso em 23/01/2017 ás


17:05

http://www.cultura.mg.gov.br/instituicoes/museus/museu-casa-guimaraes-r
osa.

HOFFMAN, Jussara. Avaliação – Mito & desafio. Porto alegre. Educação e


Realidade,1991.

LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. 5 ed. São Paulo:


Cortez,1997.

NOGUEIRA, Arnaldo. João Guimarães Rosa: Biografia. Acesso em


23/01/2017 ás 16:00hrs http://www.releituras.com/guimarosa_bio.asp.

RESENDE, Selmo H. Flexibilização do vestibular: fator de inclusão ou exclusão?


Acesso em 03/03/2017 às 09hs - http://23reuniao.anped.org.br/textos/1109T.PDF.

SANT’ANNA, Ilza Martins. Por quê avaliar? Como avaliar?: critérios e


instrumentos. 8a ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

ZABALA, Antoni. A Prática Educativa: Como ensinar.


artmed,1998.
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