Licenciatura em Música Orquestração e Instrumentação – 2021.1 Professor: Willian Ciriaco Aluno: Ícaro Tavares
Atividade – Aula 04, 11 de Outubro
Os instrumentos da família de metais, constituída pelos quatro grupos majoritários de
trompas, trompetes, trombones e tuba, são certamente marcantes por sua grande amplitude dinâmica e respectivos timbres característicos. Tanto o seu uso em grandes orquestras quanto o seu desenvolvimento técnico – tal como os conhecemos atualmente – é relativamente recente, datando do final do século XIX. São instrumentos que, ao longo dos séculos foram sendo aperfeiçoados, com a adição de válvulas e rotores, que ampliaram a extensão de sons alcançáveis por meio do alongamento artificial de seus corpos ressonantes. Um caso, que considero interessante não apenas por seu timbre altamente utilizado na música popular e erudita ao redor do mundo é o do trompete, um instrumento transposto descendente dos antigos clarins, já presentes na música clássica e renascentista. Estes, em sua construção relativamente simples, eram instrumentos onde a nota executada variava em função apenas de uma mesma nota fundamental, respectiva ao comprimento de seu tubo. Cabia ao executante extrair os parciais desta série harmônica para tocá-la, estando limitado a “apenas” os dezesseis ou vinte primeiros sons derivados de uma dada fundamental. Com a adoção cada vez mais ampla da afinação temperada, do século XVIII em diante, fez-se necessário instrumentos que pudessem acompanhar a gama maior de modulações que este sistema permitia, bem como do uso de cromatismos e outras novas possibilidades trazidas pelas invenções de compositores da época. Assim, a adição de válvulas que permitiam transpor a fundamental deste instrumento em um semitom, um tom, uma terça menor, e até mesmo uma quarta justa, permitiu a execução de peças cada vez mais complexas, sendo incorporados tanto em orquestras quanto em conjuntos populares. Ainda que popularmente conhecida como instrumento solista, ou de certo destaque na música popular atual (como se ouve no jazz), nas orquestras realizava a função de acompanhante de vozes ou sopros, sendo responsável por executar as notas mais graves (e mais difíceis de executar) de seu registro.