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1 Artigo Científico
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4 UTILIZANDO CROMATOGRAFIA EM PAPEL PARA SEPARAÇÃO DE
5 PIGMENTOS NATURAIS DE FRUTOS PARA FINS DIDÁICOS NO
6 ENSINO DE QUIMICA
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8 Chromatography tegnieke: Die gebruik van alternatiewe materiaal
9 vir chemise onderrig
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11 Deiciane Silva de Lima1, deicylima268@gmail.com
12 Leandra Protázio da Rocha2, leandraprotázio67@gmail.com
13 Aldimara Faba Martins3, aldimaramartinsbioqui@gmail.com
14 Klenicy Kazumy de Lima Yamaguchy4, klenicy@gmail.com
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16 Resumo:
17 A Química é considerada uma das ciências mais difícil, pela complexidade que ela abrange e por ser
18 muito abstrata, por esse motivo o ensino da química é muito difícil de ser compreendida e relacionada
19 com o cotidiano dos alunos do Ensino Médio e Ensino Fundamental. Várias técnicas são empregadas
20 para tornar o ensino de química mais atraente para os estudantes como a utilização de materiais
21 alternativos e de fácil acesso. Uma técnica que pode ser executada com materiais didáticos é a
22 cromatografia que resulta em separar os componentes de uma amostra, permitindo que a mesma
23 esteja em contato com dois meios, sendo um fixo, fase estacionaria e outro fase móvel. O presente
24 trabalho teve como objetivo abordar a técnica de cromatografia em coluna sólida-líquida utilizando
25 materiais alternativos como ferramenta didática no ensino de Química, na qual utiizou-se extratos
26 vegetais da folha do cótron brasileirinho (Codiaeum variegatum L.), grãos de urucum (Bixa orellana), o
27 pó da casca do ovo (PCOG), o leite em pó. Como fase móvel utilizou-se o detergente
28 desengordurante Veja, acetona e etanol comercial para observar a corrida cromatográfica. No
29 processo cromatográfico utilizando o PCOG a separação ocorreu uma separação eficiente possível de
30 identificar os pigmentos, e com o leite em pó também favoreceu uma boa visualização dos pigmentos.
31 Verificou-se que entre os dois processos da técnica de cromatografia utilizada de baixo custo possível
32 de ser executada com eficiência no ensino de química na rede pública.
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34 A cromatografia abrange uma série de técnicas de separação de componentes Físicos e Químicos de
35 uma mistura que podem ser reproduzidas na sala de aula com intuito de deixar as aulas de Química
36 mais dinâmica facilitando o ensino e aprendizagem dos alunos. O presente artigo teve como objetivo
37 compreender o processo de separação de misturas empregando a técnica de Cromatografia em
38 Camada Delgada (CCD), que utilizou –se como amostras a clorofila extraída da folha da Mangueira
39 (Mangifera indica L) o pó da casca do ovo da galinha, giz e amido. Como fase móvel utilizou-se o
40 hexano e o acetado de etila como mistura para observar a corrida cromatográfica. No processo de
41 separação de mistura a cromatografia tanto de papel como o de camada delgada e por adsorção
42 utilizando o giz são eficientes, de baixo custo e favorece debates sobre diversos conteúdos Químicos
43 envolvidos no processo. Verificou-se que entre as três técnicas utilizadas, a cromatografia em camada
44 delgada foi a que melhor separou os pigmentos de clorofila.
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2 Universidade Federal do Amazonas / Acadêmica (UFAM) – Amazonas/Brasil
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3 Universidade Federal do Amazonas/ Acadêmica (UFAM) – Amazonas/Brasil
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4 Universidade Federal do Amazonas / Acadêmica (UFAM) – Amazonas/Brasil
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5 Universidade Federal do Amazonas / Docente (UFAM) – Amazonas/ Brasil

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46 Palavras-chave: Cromatografia. Materiais alternativos. Ensino Química. Aprendizagem


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48 Abstract:
49 A cromatografia abrange uma série de técnicas de separação de componentes Físicos e Químicos de
50 uma mistura que podem ser reproduzidas na sala de aula com intuito de deixar as aulas de Química
51 mais dinâmica facilitando o ensino e aprendizagem dos alunos. O presente artigo teve como objetivo
52 compreender o processo de separação de misturas empregando a técnica de Cromatografia em
53 Camada Delgada (CCD), que utilizou –se como amostras a clorofila extraída da folha da Mangueira
54 (Mangifera indica L) o pó da casca do ovo da galinha, giz e amido. Como fase móvel utilizou-se o
55 hexano e o acetado de etila como mistura para observar a corrida cromatográfica. No processo de
56 separação de mistura a cromatografia tanto de papel como o de camada delgada e por adsorção
57 utilizando o giz são eficientes, de baixo custo e favorece debates sobre diversos conteúdos Químicos
58 envolvidos no processo. Verificou-se que entre as três técnicas utilizadas, a cromatografia em camada
59 delgada foi a que melhor separou os pigmentos de clorofila.
60 Keywords: Between 3 and 5 words separated by a full-stop mark
61 1 INTRODUÇÃO
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63 A química é uma ciência tida como de difícil compreensão por muitos alunos
64 tanto os alunos do ensino médio quantos os do ensino fundamental apresentam
65 grandes dificuldades para relacionar a química com os seu cotidiano. Várias técnicas
66 são empregadas para tornar o ensino de química mais prazerosa e atraente para os
67 estudantes. Em virtude disso, a utilização de materiais alternativos e de fácil acesso
68 surge como forma de suprir a ausência de materiais que são essenciais para a
69 realização de uma aula diferenciada.
70 Muitos estudos demonstram a necessidade da utilização de aulas práticas que
71 facilitem a aprendizagem dos alunos no ensino da disciplina de Química. De acordo
72 com os parâmetros curriculares nacionais do Ensino Médio alegam que o
73 aprendizado de Química no Ensino Médio deve possibilitar ao aluno, não só
74 conhecimentos elementares, como os de reações químicas, separação química com
75 compostos, como também a interação do aluno em sala de aula com o professor
76 através de experimentos químicos que englobem conteúdos teóricos em estreita
77 associação em a aula prática experimental. (PCNEM, 1999). A falta de práticas
78 escolares voltadas à realidade dos alunos leva a um desinteresse geral pelos
79 conteúdos abordados na sala de aula, pois estes, em sua grande maioria, não se
80 identificam com o que é ensinado.
81 Assim, na busca por uma atuação em sala de aula de maneira mais didática,
82 o professor precisa ultrapassar esta abordagem tradicional na sua prática docente,
83 utilizando ferramentas que auxiliem no processo ensino e aprendizagem (QUEIROZ;
84 VERAS, 2015). No que diz respeito ao favorecimento de elaboração de atividades
85 didáticas para o ensino de química visando à utilização da técnica de cromatografia.
86 A palavra cromatografia deriva do grego que significa “estudo da cor” e foi criada em
87 1903 por Michael Tswett, que era botânico e trabalhava no estudo de separação de
88 cores de pigmentos. (COLLINS, et al., 2009). O conceito básico dessa técnica resulta
89 em se separar os componentes de uma amostra, permitindo que a mesma esteja em
90 contato com dois meios, sendo um fixo, fase estacionaria e outro fase móvel.
91 Assim, o uso da cromatografia para separar substancia que se deseja obter se
92 releva como uma ferramenta enriquecedora para demonstrar de maneira didática o
93 processo de separação de componentes de uma mistura presentes, por exemplo,
94 em frutos, flores e frutos em que é possível visualizar sem a presença de
95 equipamentos como lupa e microscópio a presença de clorofila a e b, como também
96 de carotenoides e antocianinas.

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97 A separação de misturas é um dos conteúdos abordado com os alunos de 3°


98 ano do ensino médio, através desse conteúdo é possível trabalhar vários conceitos
99 dentro da química, como a polaridade de uma substância, as interações
100 intermoleculares entre outros tópicos que podem ser trabalhados voltados para o
101 processo de separação.
102 A separação de substâncias utilizando os pigmentos presentes vegetais é um
103 método de ensino que se utilizado da forma correta possibilitada ao professor
104 realizar uma contextualização dentro do ambiente escolar com o ensino de química
105 de forma a favorecer uma melhor compreensão.
106 Para isso, a utilização de materiais alternativos facilita a compreensão dos
107 alunos com utilização dessa técnica e mais ainda o baixo custo para a produção de
108 materiais torna a prática muito mais atrativa e possível de ser executada no ensino
109 público utilizando corantes naturais para substituição de muitos corantes sintéticos. A
110 cor é um atributo que está diretamente relacionado à aceitação da cromatografia.
111 O urucum, pode ser utilizado como extrato vegetal alternativo, é um dos grãos
112 que mais possuem pigmentos de cor vermelha, a cultura do urucuzeiro (Bixa
113 orellana), tem como principal pigmento presente no pericarpo da semente a bixina,
114 que representa mais de 80% dos carotenoides totais. Este corante é utilizado por
115 indústrias de cosméticos, produtos farmacêuticos e, principalmente, de alimentos,
116 devido à tendência de substituição de corantes sintéticos por naturais. O processo
117 de extração da bixina produz o grão residual de e, na maioria dos casos, uma
118 camada externa de óleo de soja usado como veículo na diluição do pigmento. Esse
119 corante natural do urucum é utilizado como condimento e colorífico nos lares
120 brasileiro, sendo popularmente conhecido como colorau (SILVA et al., 2006, Apud
121 SILVA, et al., 2000).
122 Outro vegetal os “Cótrons” possui pigmentos diversificados por sua coloração
123 variada pertencem à família das Euphorbiaceas, originários da Ásia e das Ilhas do
124 Pacífico, destacando-se por essa variedade de espécies com o nome vulgar de
125 Independência, devido às cores predominantes verde e amarelo. São plantas
126 ornamentais e servem para formar bosques coloridos e corbelhas (FIGUEIREDO,
127 1936 apud TILLMANN, et al., 1994). Existem mais de cem variedades de crótons,
128 apresentando cores variadas: amarela, verde, cobre, vermelha, rosa, laranja,
129 marrom e marfim (PLANTAS de interior, 1977 apud TILLMANN, et al., 1994 ).
130 Das numerosas espécies cultivadas em jardins destaca-se a Codiaeum
131 variegatum L., arbusto de 3 m de altura, que através da sua coloração indica
132 presença de pigmentos tanto carotenoides quanto clorofilas. A Codiaeum
133 variegatum L., é popularmente conhecido como cótron brasileirinho pela cor verde e
134 amarelo que são as principais cores da bandeira do Brasil. Os crótons propagam-se
135 por meio de estacas, de abril a agosto e por alporquia, na primavera ou verão
136 (TILLMANN, et al., 1994).
137 Tais pigmentos extraídos de origem vegetal atraem de maneira muito positiva
138 a atenção dos alunos, contribuindo de maneira significativa no processo
139 ensino/aprendizagem de conceitos básicos de química de separação de misturas,
140 favorecendo as associações interdisciplinares e usando materiais presentes no
141 cotidiano dos alunos, despertando sua expectativa quanto aos resultados das
142 atividades propostas (OKUMURA, et al., 2002).
143 Nesse contexto, o método de separação de substancia que será utilizado
144 neste trabalho terá como referencial teórico a cromatografia trabalhada em coluna
145 com sólido-líquido (CLS), isto é, a realização de uma separação pela passagem de
146 uma solução contendo alguns compostos, usualmente não ionizados, por um sólido

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147 (fase estacionária) contido em um tubo, iniciada pela colocação da solução no topo
148 da coluna, seguida pela passagem de um ou mais solventes puros (fase móvel), é
149 muito aplicada para a separação, a identificação e a quantificação dos diferentes
150 componentes de diversos extratos de origem vegetal ou animal (COLLINS, 2009).
151 Assim, este trabalho, a separação de misturas é um dos conteúdos abordado
152 com os alunos de 3° ano do ensino médio, através desse conteúdo é possível
153 trabalhar vários conceitos dentro da química, como a polaridade de uma substância,
154 as interações intermoleculares entre outros tópicos que podem ser trabalhados
155 voltados para o processo de separação, e fato de serem trabalhados de forma
156 alternativa só enfatiza mais os conteúdos abordados facilitando o entendimento dos
157 alunos, sabendo da complexidade da química e ainda mais a cromatografia dentro
158 do conteúdo didático em separação de misturas, a partir disso os materiais
159 alternativos é uma ferramenta muito positiva que auxilia nesse processo de ensino-
160 aprendizagem.
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168 2 MATERIAL E MÉTODOS
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170 2.1 Materiais e Reagentes
171 Água;
172 Folha Lamanda roxa e amarela;
173 Papel insulfilm transparente ;
174 2 copos de vidro de 400mL;
175 Papel filtro;
176 Etanol 96%;
177 Acetona.
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179 2.2 Procedimento experimental
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181 2.2.1 ETAPA 1
182 Obtenção da placa cromatográfica – PCOG
183 1. As cascas dos ovos (PCOG) lavadas, secas e trituradas previamente para que a
184 granulometria seja semelhante à sílica gel (~0,25 mm) utilizada normalmente para
185 aplicação em Cromatografia em Camada Delgada (CCD);
186 2. Pesou-se 6,0005g - P COG e 2,0015g de amido misturou-se em proporção de 3:1.
187 2. Adicionou-se a mistura de aproximadamente 8g do adsorvente em 3,2 mL de água
188 e uniformizou-se aplicando em uma placa de vidro.
189 3. As placas ficaram em repouso para secar em temperatura ambiente por 24h.
190 Obtenção da placa cromatográfica – Giz (gesso) e amido
191 1. Pesou-se 6,0035g de giz e 2,0017g de amido e misturou-se em proporção de 3:1.
192 2. Adicionou-se a mistura de aproximadamente 8g do adsorvente em 9 mL de água
193 e uniformizou-se em uma placa de vidro.
194 3. As placas novamente ficaram em repouso para secar em temperatura ambiente
195 por 24h.
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197 2.2.2 ETAPA 2


198 Extração
199 1. Coletou-se cerca de 30g de folhas de mangueira e deixou-se secar por cerca de
200 72h.
201 2. Em seguida minimizou-se a superfície de contato.
202 3. Pesou-se 5,0008g do material do vegetal.
203 4. Em seguida adicionou-se 40 mL de solvente (hexano), misturou-se e deixou-se
204 extraindo por maceração em um frasco por cerca de 48h.
205 5. Filtrou-se a solução e colocou-se na capela para evaporação do solvente por
206 cerca de 20 minutos.
207
208 Eluição
209 1. Ativou-se as placas por 20 minutos na estufa.
210 2. Posteriormente adicionou-se 10 mL (solvente (hexano: acetato de etila 9:1) em 3
211 béqueres.
212 3. Acrescentou-se o papel de filtro para saturar o ambiente.
213 4. Acrescentou-se a amostra na linha de marcação das placas cromatográficas.
214 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
215
216 Nesse experimento foram utilizadas três placas cromatográficas como exibida
217 na (figura - 01). A- Confeccionada a partir de giz, amido e água, B- casca do ovo de
218 galinha (PCOG), amido e água que apresentou uma pequena deformidade quando
219 retirada do béquer após o término da corrida cromatográfica. Porém essa ruptura
220 não interferiu na corrida cromatográfica e nem no cálculo do fator de retenção Rf. No
221 caso da C- Sílica, a placa cromatográfica era pré-fabricada um dos adsorventes mais
222 utilizados que estão disponíveis no mercado há algum tempo. Apesar de ter custo
223 bem mais alto, dispensam a fase de preparação e são bem mais uniformes e
224 homogêneas, o que melhora a separação. Nessas placas a camada de adsorvente
225 está depositada sobre uma lâmina no caso a de vidro. Todas as placas utilizadas
226 eram fase estacionaria do tipo polar e a fase móvel com 10mL do solvente (hexano:
227 acetado de etila 9:1).Para separar os componentes de uma mistura, a substancia
228 utilizada correspondeu a extração das folhas da manguera (Mangifera indica L)
229 extraída a partir do solvente hexano, conforme mostrada na figura 02.
230
231 A C Ba
232 a a
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243 Figura 01. Placas cromatográficas após o processo de eluição
244 A- Giz e amido B- Casca de ovo-PCOG e amido C- Sílica
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266 Figura 02. Extração da folha da manga (Mangifera indica L)
267 a partir do solvente hexano
268 3.1 Placa cromatográfica de Giz e amido
269
270 A técnica de cromatografia empregada nesse experimento foi à cromatografia
271 em camada delgada (CCD). Utilizou-se o giz macerado com e amido e água
272 colocada no béquer com 9 mL de hexano e 1 mL acetado de etila (C 4H8O2. De
273 acordo com Oliveira e colaboradores (1998), diz que o giz triturado fará o papel da
274 sílica, normalmente empregados como fase estacionária de uma coluna
275 cromatográfica, para efetuar a separação dos carotenos e das clorofilas.
276 No caso da mistura do hexano e acetado de etila é adequado para melhores
277 resultados, pois obtém-se uma polaridade média em relação à polaridade dos
278 componentes da mistura. Assim, verificou-se que o processo na corrida
279 cromatográfica ocorreu lentamente em 16 minutos e 20 segundo. A amostra teve
280 maior afinidade com a fase estacionaria que é polar e algumas substancias foram
281 arrastados pela a fase móvel hexano que é um solvente apolar e acetado de etila
282 que é polar (C4H8O2). Quando o solvente passa pela mistura na placa, os
283 componentes químicos são arrastados, de modo que a substância que possui maior
284 afinidade com o solvente é deslocada com uma velocidade maior (DEGANI, 1998).
285 Peres (2002), diz que a polaridade do solvente deverá ser de acordo com a
286 substância que se deseja separar. Como somente a base da placa fica submersa, o
287 solvente começa a molhar a fase estacionária e sob por capilaridade . Substâncias
288 com maior peso molecular (e a mesma polaridade) eluem mais lentamente que os
289 análogos menores (menores interações Van der Waals). Substâncias mais polares
290 necessitam de solventes polares para serem eluídas, substâncias apolares eluem
291 também com solventes menos polares. O giz apresenta a formula molécula Ca2SO4 -
292 sulfato de cobre. Na preparação de placas preparativas, costuma-se adicionar
293 sulfato de cálcio para melhorar a adesão à placa de vidro.
294
295 3.1.1 Placa cromatográfica da Sílica
296
297 Na etapa em que utilizou-se a sílica como fase estacionária e hexano e
298 acetado de etila( 9:1 ) como fase móvel e hexano juntamente com a folha da
299 manguera (Mangifera indica L) observou-se que a substancia composta por clorofila
300 e hexano conseguiu separar bem. O processo de eluição correu em 10min e 13s.

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301 Isso se deve ao fato que o hexano é um composto apolar e conseguiu separar bem
302 as amostras no sentido de levar as substancias em que o mesmo apresentou ter
303 finalidade. No caso da clorofila foi levemente arrastada pela a fase móvel devido a
304 presença da acetado de etila que é um composto polar e a clorofila é também é
305 polar. A clorofila b R= CH=0 é mais estável que clorofila a R= CH 3, isto se deve ao
306 efeito de atrair elétrons exercidos pelo seu grupo aldeído. As ligações entre as
307 moléculas de clorofila são frágeis (não covalentes), rompendo-se com facilidade ao
308 macerar o tecido em solventes orgânicos. Os solventes orgânicos mais polares,
309 como acetato de etila, são os mais eficazes para a extração completa das clorofilas
310 (SCHIOZER & BARATA, 2013).
311 A separação em sílica depende da polaridade do composto. Os carotenos são
312 fracamente adsorvidos, enquanto que a adsorção das xantofilas é mais forte,
313 dependendo do grupo funcional que possuem, do arranjo das duplas ligações e do
314 fato de serem cíclicas ou acíclicas. Os carotenóides são inicialmente divididos em
315 dois grandes grupos, os carotenos, formados apenas de C e H, e as xantofilas que
316 são derivados oxigenados, que podem apresentar hidroxilas, carbonilas, ácidos
317 carboxílicos ou óxidos nas suas estruturas (SCHIOZER & BARATA, 2013).
318
319 3.2 Placa cromatográfica do ovo de galinha (PCOG) e amido
320
321 A casca de ovos é constituída basicamente de minerais como o carbonato
322 de cálcio e magnésio. No procedimento utilizou-se casca de ovo em pó para a
323 preparação da placa cromatográfica manual, composto esse que da rigidez a
324 estrutura do ovo e proteção ao embrião. O carbonato de cálcio utilizado como fase
325 estacionária tem característica polar, assim a fase móvel que tiver mais afinidade
326 com a fase estacionária ficará retido e quem não apresentar afinidade será arrastado
327 pela fase móvel (NETO & NUNES, 2003). O hexano utilizado como fase móvel
328 apresenta em sua composição hidrocarbonetos que os caracteriza como compostos
329 apolares, assim na cromatografia em CCD a separação se dá pela diferença de
330 afinidade dos componentes de uma mistura pela fase estacionária (DEGANI; CASS;
331 VIEIRA, 1998).
332 Para extração da clorofila que foi utilizado como amostras, utilizou-se a
333 folha da mangueira. As clorofilas são os pigmentos naturais mais abundantes
334 presentes nas plantas e estão presentes em grandes quantidades nos cloroplastos
335 das folhas e em outros tecidos vegetais. As diferenças de cor do vegetal são devidas
336 à presença e distribuição variável de outros pigmentos associados, como exemplos:
337 temos os carotenóides, os quais sempre acompanham as clorofilas (STREIT et al.,
338 2005). As ligações entre as moléculas de clorofilas são muito frágeis, rompendo-se
339 com facilidade ao macerar o tecido com solventes orgânicos. O caráter
340 hidrofílico/hidrofóbico de uma substância influi diretamente na escolha do melhor
341 solvente para a sua extração. Os solventes polares como a acetona, o metanol, o
342 etanol, o acetato de etila, são os mais eficazes para a extração completa das
343 clorofilas. Os solventes apolares como o hexano e o éter de petróleo são os menos
344 eficazes. No caso das clorofilas a e b, o aumento da polaridade da clorofila b em
345 relação à clorofila a deve-se ao substítuinte aldeído (VON ELBE, apud STREIT et al.,
346 2005).
347 A amostra deixada na cuba deslocou-se completamente, isso ocorreu porque
348 o solvente subiu por capilaridade, ao ascender, o solvente arrastou-se mais os
349 compostos menos adsorvidos na fase estacionária, separando-os dos mais
350 adsorvidos, assim as substância apolares eluem mais rapidamente que substâncias

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351 polares porque os compostos polares possuem maior interação com a fase
352 estacionária (polar) (DEGANI; CASS; VIEIRA, 1998).
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368 Tabela 01- Características de cada amostra no processo de separação de mistura da corrida
369 cromatográfica
Fase Móvel Tempo Característica da Característica da Característic
de amostra adsorvente amostra a da amostra
eluição 1 adsorvente 2 adsorvente 3
Hexano: Placa de Houve uma boa
acetato de sílica separação, as cores
Betila 9:1 separadas foram
10:13 fáceis de identificar
min na placa, nos tons
de: amarela, verde,
verde claro e cinza.
Hexano: Giz + Não ocorreu
acetato de amido uma boa
etila 9:1 separação, não
16:20 houve uma boa
min eluição.
Apresentaram
coloração
amarela, verde
e cinza.
Hexano: Casca de O processo de
acetato de ovo + eluição ocorre em
etila 9:1 amido 4 um curto tempo,
min separou bem e foi
possível visualizar
três cores
(amarelo claro,
amarelo escuro e
verde).
370 Fonte: Autores, 2019

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375 4. REVELAÇÃO DOS CROMATOGRAMAS EM UV
376 Quando os compostos a serem separados são coloridos, a separação pode
377 ser acompanhada visualmente, porém alguns compostos sejam incolores à olho nu.
378 Neste caso, usou-se para torna-los visíveis a luz UV, na qual emite luz fluorescente
379 em proporção de aproximadamente 1% em relação à quantidade total presente na
380 fase móvel. As placas absorveram a luz aparecendo pontos que não foram visíveis
381 antes, apresentou coloração fluorescente e brilhante avermelhada, cinza e branco
382 em todas as placas. Isso porque o aparelho emite coloração dependo da frequência
383 das ondas. Após ter retirado as placas da influência da luz UV, a CCD voltou a sua
384 coloração esverdeada e amarelada conforme os pigmentos da clorofila e carotenoide
385 como mostra a figura-03 abaixo:
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400 Figura 03. Revelador UV das três placas cromatográficas após o processo
401 de eluição
402
403
404 Nesse sentido cada placa demonstrou as suas respectivas cores que foi
405 visualizado através de luz ultravioleta, por se tornarem fluorescentes quando
406 excitados por essas radiações. Quando as substâncias não são fluorescentes,
407 podem-se utilizar adsorventes impregnados com reagentes fluorescentes. As cores
408 exposta são aqueles que apresentam certos comprimentos de onda na luz visível
409 com essa incidência de raio UV possibilitou que alguns componentes da amostra
410 pudessem ser visualizados, em que observou-se que não foi apenas a clorofila que
411 foi perceptível ao olho nu, outros componentes também continha na amostra.
412
413 5. COMPARAÇÃO ENTRE AS CROMATOGRAFIAS
414 De acordo com Degani e Vieira (1998), diz que a função da cromatografia é
415 identificar a separação de compostos e substâncias. Na sua classificação ela está
416 dividida pela forma física do sistema cromatográfico em: Coluna e Planar. Na

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25 10

417 cromatografia em papel (CP) e cromatografia em camada delgada (CCD), Onde a


418 CCD é a técnica de adsorção líquido-sólido, a separação se dá pela diferença de
419 afinidade dos componentes de uma mistura pela fase estacionária, utilizada para
420 reações orgânicas. E já a CP é uma técnica de partição/absorção líquido-líquido
421 estando em líquidos fixado a um suporte sólido. Esta técnica embora menos eficiente
422 que a cromatografia em camada delgada (CCD), é muito útil para a separação de
423 compostos polares. Em relação a cromatografia em camada delgada (CCD) a placa
424 de amido e PCOG apresentou melhor separação dos componentes de extratos em
425 comparação com a placa de amido e giz, e o tempo da corrida cromatográfica foi
426 satisfatório na CCD, com algumas literaturas a quais os resultados foram
427 semelhantes as publicadas por Nunes e Ribeiro (2008).
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434 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
435
436 O procedimento experimental realizado empregando a técnica de
437 cromatografia em camada delgada, proporcionou aos acadêmicos a
438 oportunidade de compreender os mecanismos de separação desse tipo de
439 cromatografia utilizando materiais alternativos (giz, PCOG e amido) e de fácil
440 acesso, que podem ser realizados produzindo-se manualmente as placas
441 para a observação da corrida cromatográfica. As fases móveis utilizadas
442 (hexano e acetato de etila-mistura) são de grande importância, pois nessa
443 atividade experimental essas fases realizam a corrida cromatográfica e o
444 processo de separação das substâncias. Assim a atividade proposta mostrou-
445 se de fácil reprodução que viabilizou utilizá-la em trabalhos acadêmicos e que
446 podem também ser desenvolvidos em atividades escolares com alunos do
447 ensino médio visando colaborar para a compreensão de conteúdos
448 considerados de difícil entendimento por muitos alunos.
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499 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
500
501 COLLINS, C. H.; BRAGA, G. L.; BONATO, P. S. Fundamentos de cromatografia.
502 Unicamp Ed: Campinas, São Paulo, 2006.
503
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505 Desenvolvimento de Atividades Didáticas. QUÍMICA NOVA NA ESCOLA. São
506 Paulo, Vol. 37, Nº 2, p. 133-139, Dezembro de 2015.
507
508 DEGANI, A. L. G.; QUEZIA, B. C.; PAULO, C. V. Cromatografia um breve um ensaio.
509 QUÍMICA NOVA NA ESCOLA. N° 7, MAIO, 1998.

510 JÚNIOR, V. G. M.; CARVALHO, A. A.; GONZAGA, W. D. A.; CHAVES, M. H. Column


511 chromatography with almécega resin: a project for experimental organic chemistry.
512 Química Nova, v.30, n.2, p. 491-493, 2007.
513

28
29 12

514 NETO, F.R.A; NUNES, D.S.S. Cromatografia: princípios básicos e técnicas afins. 1°
515 ed. Rio de Janeiro: Iterciência, 2003.
516
517 NUNES, C. R. & RIBEIRO, N. M. Análise de Pigmentos de Pimentões por
518 Cromatografia em Papel. Química Nova na Escola, São Paulo, N° 29, p. 34-37,
519 agosto de 2008.
520 OKUMURA, F.; SOARES, M. H. F. B.; CAVALHEIRO, E. T. G. Identificação de
521 Pigmentos Naturais de Espécies Vegetais Utilizando-se Cromatografia em Papel.
522 Química Nova, v. 25, n.4, p. 680-683, 2002.
523
524 OLIVEIRA, A. R. M., SIMONELLI, F., MARQUES, F. A. Cromatografando com giz e
525 espinafre: um experimento de fácil reprodução nas escolas do ensino médio.
526 Química Nova na Escola, v. 7, n. 5, p. 37-38, 1998.
527
528 OLIVEIRA, G.; A.; SILVA. F. C. Cromatografia em papel: reflexão sobre uma
529 atividade experimental para discussão do conceito de polaridade. Vol. 39, n° 2, p.
530 162-169, Maio, 2017.
531
532 SANTOS, M. H. D.; MÉGDA, J.; CRUZ, P. B. M.; MARTINS, F. T.; MOREIRA, M. E.
533 D. C. An inexpensive plate coater for stationary phases for thin-layer
534 chromatography. Química Nova, Minas Gerais, v. 30, n. 7, p. 1747-1749, 2007.
535
536 SANTOS, S. T. S., GOIS, M. A. C., SIMÕES, A. O. & GARCIA, C. A. B. Análises dos
537 constituintes inorgânicos da casca do ovo. Scientia Plena, v. 8 n.3, 2012.
538
539 SCHIOZER, A. L.; BARATA, L. E. S.. Estabilidade de Corantes e Pigmentos de
540 Origem Vegetal. Revista Fitos, [S.l.], v. 3, n. 02, p. 6-24, 2013.
541
542 STREIT, N.M; CANTERLE, L.P; CANTO, M.W; HECKTHEUER, L.H.H. As Clorofilas.
543 Cienc. Rural vol.35 no.3 Santa Maria May/June 2005.
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552 QUESTÕES PROPOSTAS
553 1. Indique a diferença na estrutura de cada fase estacionária utilizada.
554  O carbonato de cálcio responsável por forma à casca de ovo, tem
555 característica polar;
556  O sulfato de cálcio presente na composição do giz branco apresenta
557 característica polar;
558  O amido apresenta característica polar.
559
560 2. Houve diferença entre o comportamento na eluição do extrato em cada
561 fase estacionária?

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562 Sim, nas placas que foram produzidas manualmente observou-se que em uma delas
563 o processo de eluição ocorreu mais lentamente e não ocorreu uma boa separação
564 das amostras, já na placa com giz e amido a eluição ocorreu mais rápido, porém não
565 ocorreu uma boa separação das amostras. Na placa industrial ocorreu uma boa
566 separação, porém o tempo de eluição foi mais demorado.
567 3. Explique o processo de eluição.
568 É um processo que consiste na passagem de um liquido ou um gás por uma coluna
569 cromatográfica. Nesse processo o solvente começa a subir ao longo do papel e os
570 componentes químicos são arrastados de modo que a substância que possui maior
571 afinidade com o solvente é deslocado com uma velocidade maior.
572 4. Qual a importância do amido na fase estacionária?
573 O amido na cromatografia por adsorção é empregado na técnica como fase
574 estacionária, por apresentar característica polar ele atua adsorvendo os
575 componentes da amostra estudada que apresentaram maior afinidade coma a fase
576 estacionaria assim as amostras são separadas.
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580 5. Calcule o Fator de Retenção das manchas.


581 Rf = ds/dm
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Fator de retenção das cores identificadas no Aparelho UV


Placa de sílica Placa de Giz + Amido Placa PCOG + Amido
(Preto)
Rf = 1,5 cm/ 6,5 = 0,23
(Branco)
(Preto) (Verde)
Rf = 1,5cm/ 6,5cm =
Rf = 6 cm /6,5cm = 0,9 Rf = 0 cm/ 6,5 cm = 0
0,23
(Branco) (Laranja)
(Rosa)
Rf = 4 cm/ 6,5 cm = 0,61 Rf = 0,75cm/6,5cm =
Rf= 3,5cm/ 6,5cm =
(Cinza) 0,11
0,53
Rf = 1cm / 6,5 cm = 0,15 (Cinza)
(Vermelho)
(Vermelho) Rf = 2 cm / 6,5 cm =
Rf = 5,5cm/6,5cm = 0,84
Rf = 0,75cm/6,5cm = 0,30
(Preto)
0,11 (Vermelho)
Rf = 0cm / 6,5cm = 0
Rf = 1,5cm / 6,5cm =
0,23
584

585
Fator de retenção das cores identificadas a olho nu
Placa de sílica Placa de Giz + Amido Placa PCOG + Amido

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(Verde lôdo)
Rf = 1 cm /6,5cm = 0,15
(Verde limão)
(Amarelo) (Amarelo escuro)
Rf = 0 cm/ 6,5 cm = 0
Rf = 6 cm/ 6,5 = 0,92 Rf = 6 cm/6,5cm = 0,92
(Verde claro)
(Verde) (Amarelo claro)
Rf = 0,8cm / ,5 cm =
Rf = 0 cm/ 6,5 cm = 0 Rf= 5 cm/ 6,5cm = 0,76
0,12
(Cinza) (Verde)
(Amarelo claro)
Rf = 5cm / 6,5 cm = 0,76 Rf = 0cm/6,5cm = 0
Rf = 3cm/6,5cm = 0,46
(Amarelo escuro)
Rf = 6,5cm/6,5cm = 1

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