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Departamento de Matemática da F.C.T.U.C.

ANÁLISE MATEMÁTICA III - LEM

Duração: 1h45m + 15m Primeira Frequência 26/11/2021

Justifique convenientemente as suas respostas.

(x − 1)2 y 2
1. A curva C é o arco da elipse + = 1, situado no primeiro quadrante, orientada de A(3, 0) para
√ 4 9
B(0, 3 2 3 ). Determine Z
(x4 + 4xy 3 ) dx + (6x2 y 2 − 5y 4 ) dy.
C

2. Determine o trabalho do campo de vetores


2
F~ (x, y) = (ex + sin x)ı̂ + (x + y 3 )̂

ao longo da fronteira da região

D = (x, y) ∈ R2 : 2x ≤ x2 + y 2 ≤ 4x; 0 ≤ y ≤ x ,


orientada com sentido horário.

3. Considere o sólido
V = (x, y, z) ∈ R3 : x2 + y 2 + z 2 ≤ 4; 1 ≤ z ,


Σ a fronteira de V orientada com a normal exterior e o campo de vetores


~
H(x, y, z) = (x + ez )ı̂ + (y + ln z)̂ + zκ̂.

(a) Determine o volume de V .


~ através de Σ
(b) Determine o fluxo de H
(c) Determine o fluxo de H~ através da parte curva da fronteira de V, orientada com a normal com a
terceira componente positiva.
(Sugestão: Utilize a alı́nea anterior)

~
4. Considere o campo de vetores G(x, y, z) = yı̂ + (x2 + y 2 )κ̂ e a superfı́cie S parametrizada por

γ(r, θ) = (r cos θ, r sin θ, 2 − r2 ), 0 < r ≤ 1 e 0 ≤ θ ≤ 2π.

(a) Descreva S em coordenadas cartesianas e faça um esboço de S.


~ através de S utilizando o Teorema de Stokes..
(b) Determine o fluxo de rot G

Fim

Cotação: 1 - (2,0); 2 - (3,0); 3 - (1,5+ 1,0 + 3,0); 4 - (1,0 + 2,5).


Departamento de Matemática da F.C.T.U.C.

ANÁLISE MATEMÁTICA III

Duração: 2h00m Primeira Frequência - LEM 26/11/2021

RESOLUÇÃO

(x − 1)2 y 2
1. A curva C é o arco da elipse + = 1, situado no primeiro quadrante, orientada de A(3, 0) para
√ 4 9
B(0, 3 2 3 ). Determine Z
(x4 + 4xy 3 ) dx + (6x2 y 2 − 5y 4 ) dy.
C

O campo de vetores F~ (x, y) = (x4 + 4xy 3 )ı̂ + (6x2 y 2 − 5y 4 )̂ é conservativo pois tem derivadas parciais
contı́nuas em R2 e verifica o cross-test:
∂(6x2 y 2 − 5y 4 ) (x4 + 4xy 3 )
= 12xy 2 = .
∂x ∂y

Vamos determinar g, um potencial de F~ :


∂g


 = x4 + 4xy 3 x5
∂x ⇒ g(x, y) = + 2x2 y 3 − y 5 + C.
∂g 2 2 4 5

 = 6x y − 5y
∂y

Um potencial de F~ é, por exemplo,

x5
g(x, y) = + 2x2 y 3 − y 5 .
5

Pelo Teorema fundamental do cálculo de integrais curvilı́neos temos:


√ √ !5
35
Z Z
3 3 3 3
F~ · d~r = ∇g · d~r = g(B) − g(A) = g(0, ) − g(3, 0) = − − .
C C 2 2 5

2. Determine o trabalho do campo de vetores


2
F~ (x, y) = (ex + sin x)ı̂ + (x + y 3 )̂

ao longo da fronteira da região

D = (x, y) ∈ R2 : 2x ≤ x2 + y 2 ≤ 4x; 0 ≤ y ≤ x ,


orientada com sentido horário.


Pelo Teorema de Green, e tendo em conta que a fronteira de D tem orientação horária, sabemos que
2
∂(x + y 3 ) ∂(ex + sin x)
Z ZZ ZZ
F~ · d~r = − − dA = − 1 dA.
∂D D ∂x ∂y D

Para calcular o integral duplo sobre D vamos usar coordenadas polares (r, θ), r > 0, 0 < θ ≤ 2π. Em
coordenadas polares temos:

x2 + y 2 ≥ 2x ⇔ r ≥ 2 cos θ,

x2 + y 2 ≤ 4x ⇔ r ≤ 4 cos θ,

π
0≤y≤x⇔0<θ≤ .
4

Assim,
π
ZZ Z Z 4 cos θ  
4 π 1
1 dA = r dr dθ = 3 +
D 0 2 cos θ 4 2
e, portanto, Z  
π 1
F~ · d~r = −3 + .
∂D 4 2
3. Considere o sólido
V = (x, y, z) ∈ R3 : x2 + y 2 + z 2 ≤ 4; 1 ≤ z ,


Σ a fronteira de V orientada com a normal exterior e o campo de vetores


~
H(x, y, z) = (x + ez )ı̂ + (y + ln z)̂ + zκ̂.

(a) Determine o volume de V .


~ através de Σ
(b) Determine o fluxo de H
(c) Determine o fluxo de H~ através da parte curva da fronteira de V, orientada com a normal com a
terceira componente positiva.
(Sugestão: Utilize a alı́nea anterior)

(a) Em coordenadascilı́ndricas: A interseção da superfı́cie esférica x2 + y 2 + z 2 = 4 com o plano z = 1 é


x2 + y 2 = 3
a circunferência .
z=1

Assim, V é uma região simples, descrita pelas condições


p
x2 + y 2 ≤ 3, 1 ≤ z ≤ 4 − x2 − y 2 .

Então, em coordenadas cilı́ndricas (r, θ, z), o sólido V descreve-se como


√ p
0 < r ≤ 3, 0 < θ ≤ 2π, 1 ≤ z ≤ 4 − r2 ,

e o seu volume é √ √
ZZ Z 2π Z 3 Z 4−r 2

1 dV = r dz dr dθ =
V 0 0 1 3

Em coordenadas esféricas: Em coordenadas esféricas (r, θ, φ), r > 0, 0 < θ ≤ 2π e 0 ≤ φ ≤ π, temos

1
z≥1⇔r≥ = sec φ;
cos φ
x2 + y 2 + z 2 ≤ 4 ⇔ r ≤ 2,
π
donde se conclui que 0 < sec φ ≤ r ≤ 2, e por isso, 0 ≤ φ ≤ 3.
Assim, em coordenadas esféricas V é descrito por
π
0 < θ ≤ 2π, 0≤φ≤ , sec φ ≤ r ≤ 2,
3
e o seu volume é π
Z 2π Z Z 2
3 5π
r2 sin φ dr dφ dθ = .
0 0 sec φ 3
z
~ = ∂(x + e ) + ∂(y + ln z) + ∂z = 3, pelo Teorema da divergência,
(b) Uma vez que div H
∂x ∂y ∂z
ZZ ZZZ ZZZ
~ · dS
H ~= ~ dV =
div H 3 dV = 3 × (volume de V ) = 5π.
S V V

(c) Sejam n o
p
S = (x, y, z) ∈ R3 : z = 4 − x2 − y 2 , z ≥ 1 a parte curva de Σ
e
n √ o
S1 = (x, y, z) ∈ R3 : z = 1, x2 + y 2 ≤ 3 a parte plana de Σ.

Note-se que
a fronteira de V é Σ = S + S1
e, por isso,
ZZ ZZ ZZ ZZ ZZ
~ dS
H· ~= ~ dS−
H· ~ ~ dS
H· ~= ~ dS+
H· ~ ~ dS.
H· ~
S (cima) (fora)
Σ S1 (baixo) Σ (fora) S1 (cima)
ZZ ZZ
Na alı́nea anterior vimos que ~ ~
H · dS = 5π. Resta determinar H~ · dS.
~
Σ S1
Uma parametrização de S1 é 
 x=x
y=y , x2 + y 2 ≤ 3,
z=1

e o vetor normal a S1 dado pela parametrização é (0, 0, 1). Assim


ZZ ZZ ZZ
~ ~
H· dS = ~
H(x, y, 1)·(0, 0, 1) dA = 1 dA = área de x2 + y 2 ≤ 3 = 3π,
S1 (cima) x2 +y 2 ≤3 x2 +y 2 ≤3

e, portanto, ZZ
H~ · dS ~ = 5π + 3π = 8π.
S (cima)
~
4. Considere o campo de vetores G(x, y, z) = yı̂ + (x2 + y 2 )κ̂ e a superfı́cie S parametrizada por

γ(r, θ) = (r cos θ, r sin θ, 2 − r2 ), 0 < r ≤ 1 e 0 ≤ θ ≤ 2π.

(a) Descreva S em coordenadas cartesianas e faça um esboço de S.


~ através de S utilizando o Teorema de Stokes..
(b) Determine o fluxo de rot G

(a) Em coordenadas cartesianas S é descrita por

z = 2 − x2 − y 2 , 0 < x2 + y 2 ≤ 1.

A superfı́cie S é a porção da superfı́cie do parabolóide z = 2 − x2 − y 2 , acima do plano z = 1 (exceto


o ponto (0, 0, 2)).

(b) Método 1: Pelo Teorema de Stokes


ZZ Z
~ · dS
rot G ~= ~ · d~r.
G
S ∂S
 2
x + y2 = 1
O bordo de S é constituı́do pelo ponto (0, 0, 2) e pela circunferência ∂S = .
z=1
Z
Como o trabalho ao longo de um ponto é nulo, isto é, ~ d~r = 0 resta determinar o trabalho
G·.
{(0,0,2)}
~ ao longo da circunferência.
de G
Uma parametrização da circunferência com orientação compatı́vel com a de S é dada por

 x = cos t
y = sin t , 0 ≤ t ≤ 2π.
z=1

Portanto,
ZZ Z Z 2π Z 2π
~ · dS
rot G ~= ~ · d~r =
G ~
G(cos t, sin t, 1) · (− sin t, cos t, 0) dt = − sin2 t dt = −π.
S ∂S 0 0

Método 2: Pelo Teorema de Stokes sabemos que


ZZ Z
~ · dS
rot G ~= ~ · d~r,
G
S ∂S
~ apenas depende do trabalho ao longo do seu bordo.
ou seja, o fluxo do rot G
 2
x + y2 = 1
O bordo de S é constituı́do pelo ponto (0, 0, 2) e pela circunferência ∂S = .
z=1
Z
Como o trabalho ao longo de um ponto é nulo, isto é, G~ · . d~r = 0, podemos afirmar que
{(0,0,2)}
ZZ ZZ
~ · dS
rot G ~= ~ · dS,
rot G ~
S S1

x2 + y 2 = 1

desde que S1 seja uma superfı́cie com bordo igual à circunferência .
z=1
Considere-se S1 a parte do plano z = 1 que tem a circunferência dada como bordo:

S1 = (x, y, z) ∈ R3 : z = 1, x2 + y 2 ≤ 1 .


~ é dado por
O rotacional de G
 
ı̂ ̂ κ̂
~ =∇×G
rot G ~ = det  ∂x ∂y ∂z  = 2yı̂ − 2x̂ − κ̂
y 0 x2 + y 2

Uma parametrização de S1 é 
 x=x
y=y , x2 + y 2 ≤ 1.
z=1

Um vetor normal à superfı́cie é ~n1 = (0, 0, 1) (tem a terceira componente positiva, assim como o
vetor normal dado pela parametrização de S), portanto
ZZ ZZ ZZ
~ ~
rot G · dS = ~
rot G(x, y, 1) · (0, 0, 1) dA = −1 dA = −π.
S1 x2 +y 2 ≤1 x2 +y 2 ≤1

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