Você está na página 1de 70

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
E DE COMPUTAÇÃO

DESENVOLVIMENTO DE ESTRUTURAS INTEGRADAS


DE FILTROS E ANTENAS PARA APLICAÇÕES EM
SISTEMAS DE COMUNICAÇÕES SEM FIO

DIEGO RAMALHO MINERVINO

Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-


graduação em Engenharia Elétrica e de Computação da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (área de
concentração: Telecomunicações) como parte dos
requisitos necessários para obtenção do título de Mestre
em Engenharia Elétrica e de Computação.

Orientador: Prof. Dr. Adaildo Gomes D’Assunção

Número de ordem PPgEEC: M397


Natal, RN, Julho 2013
UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede
Catalogação da Publicação na Fonte
Minervino, Diego Ramalho.
Desenvolvimento de estruturas integradas de filtros e antenas para
aplicações em sistemas de comunicações sem fio. / Diego Ramalho
Minervino. – Natal, RN, 2013.
70 f.; il.

Orientador: Prof. Dr. Adaildo Gomes D’Assunção.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte.


Centro de Tecnologia. Programa de Pós-Graduação Engenharia Elétrica e da
Computação.

1. Antena de Microfita – Dissertação. 2. Microfita – Dissertação. 3.


Filtros de microfita – Dissertação. 4. Monopolos planares – Dissertação. 5.
Filtennas – Dissertação. 6. Comunicações sem fio – Dissertação. 7. UWB -
Dissertação. I. D’Assunção, Adaildo Gomes. II. Silva, Paulo Henrique da
Fonseca. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título.

RN/UF/BCZM CDU 621.396.67

ii
DESENVOLVIMENTO DE ESTRUTURAS INTEGRADAS DE
FILTROS E ANTENAS PARA APLICAÇÕES EM SISTEMAS DE
COMUNICAÇÕES SEM FIO

DIEGO RAMALHO MINERVINO

Dissertação de Mestrado aprovada em 26 de julho de 2013, pela Banca Examinadora


composta pelos seguintes membros:

iii
A minha avó, Benedita Ramalho dos Santos (in memorian).

iv
AGRADECIMENTOS

A Deus, por tudo.

À minha, mãe, Fátima, pelo amor, apoio incondicional, incentivo, compreensão


e paciência nos difíceis momentos.

Aos professores Adaildo Gomes D’Assunção e Paulo Henrique da Fonseca


Silva, pela orientação, amizade, paciência, colaboração, respeito e sugestões para o
desenvolvimento deste trabalho.

À minha irmã, Fabiana, e ao meu cunhado, Odeilton, pelo apoio e companhia.

Aos meus amigos, Albanisa, Wellington, Gustavo, Marcelo e Clarissa pela


ajuda, diversão, apoio e companheirismo.

Também agradeço aos professores Alfredo (IFPB), pelo apoio ao ingresso no


Mestrado, e Ronaldo (UFRN), pela paciência nas medições dos protótipos.

Aos demais professores e funcionários da UFRN, que contribuíram, direta ou


indiretamente, para a realização deste trabalho.

À AEB, ao CNPq, ao CLBI e ao INCT-CSF, pelo apoio financeiro.

v
RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo da integração de filtros e antenas de microfita,


originando dispositivos denominados como filtennas, para aplicações em sistemas de
comunicações sem fio. A concepção destas estruturas surgiu da observação
de filtennas baseadas na integração entre antenas cornetas e superfícies seletivas de
frequência (FSS), usadas na banda X. A opção por estruturas de linhas de microfita para
o desenvolvimento de uma nova configuração de filtennas se justifica pela larga
aplicação dessas linhas de transmissão, nas últimas décadas, resultando sempre na
fabricação de circuitos planares com estruturas leves, de dimensões reduzidas, de baixo
custo, fáceis de construir e, principalmente, fáceis de integrar com outros circuitos de
micro-ondas. Além disso, a estrutura de antena considerada para a composição
das filtennas consiste de um monopolo planar de microfita com a integração de filtros
de microfita na linha de alimentação da antena. Em particular, são considerados
monopolos elípticos de microfita (que operam em banda ultralarga, UWB) e filtros de
microfita (em estruturas com seções associadas em série e/ou acopladas). Além disso, o
monopolo de microfita apresenta uma largura de banda adequada e um diagrama de
radiação omnidirecional, de tal forma que a sua integração com filtros de microfita
resulta na redução da largura de banda, porém com pequenas alterações no diagrama de
radiação. Os métodos usados na análise dos monopolos, filtros e filtennas foram os dos
elementos finitos e dos momentos, através da utilização dos softwares comerciais Ansoft
Designer e Ansoft HFSS, respectivamente. Especificamente, são analisadas as
características principais das filtennas, tais como: diagrama de radiação, ganho e largura
de banda. Foram projetadas, construídas e medidas, diversas estruturas de filtennas, para
fins de validação dos resultados simulados. Também foram utilizadas ferramentas
computacionais (CAD) no processo de construção de protótipos dos monopolos
planares, dos filtros e das filtennas. Os protótipos foram construídos sobre substratos de
fibra de vidro (FR4). As medições foram realizadas no Laboratório de
Telecomunicações da UFRN. Foram efetuadas comparações entre resultados simulados
e medidos, sendo observada uma boa concordância nos casos considerados.

PALAVRAS-CHAVE: Microfita, antenas de microfita, filtros de microfita, monopolos


planares, filtennas, comunicações sem fio, UWB.
vi
ABSTRACT

This paper presents a study of the integration of filters and microstrip antennas, yielding
devices named as filtennas for applications in wireless communications systems. The
design of these structures is given from the observation of filtennas based integration
between horn antennas and frequency selective surfaces (FSS), used in the band X. The
choice of microstrip line structures for the development of a new configuration filtennas
justifies the wide application of these transmission lines, in recent decades, always
resulting in the production of circuit structures with planar light-weight, compact size,
low cost, easy to construct and particularly easy to integrate with other microwave
circuits. In addition, the antenna structure considered for the composition of filtennas
consists of a planar monopole microstrip to microstrip filters integrated in the feed line
of the antenna. In particular, are considered elliptical monopole microstrip (operating in
UWB UWB) microstrip filters and (in structures with associated sections in series and /
or coupled). In addition, the monopole microstrip has a proper bandwidth and omni-
directional radiation pattern, such that its integration with microstrip filters results in
decreased bandwidth, but with slight changes in the radiation pattern. The methods used
in the analysis of monopoles, and filters were filtennas finite elements and moments by
using commercial software Ansoft Designer and HFSS Ansoft, respectively.
Specifically, we analyze the main characteristics of filtennas, such as radiation pattern,
gain and bandwidth. Were designed, constructed and measures, several structures
filtennas, for validation of the simulated results. Were also used computational tools
(CAD) in the process of building prototypes of planar monopoles, filters and filtennas.
The prototypes were constructed on substrates of glass-fiber (FR4). Measurements were
performed at the Laboratory for Telecommunications UFRN. Comparisons were made
between simulated and measured, and found good agreement in the cases considered.

KEY-WORDS: Microstrip, microstrip antennas, microstrip filters, planar monopoles,


filtennas, wireless communications, UWB.

vii
SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS x
LISTA DE TABELAS xiii
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS xiv
Capítulo 1 - Introdução 16
1.1 - Considerações iniciais 16
1.2 - Motivação 17
1.4 - Organização do texto 18
Capítulo 2 - Filtros 19
2.1 - Introdução 19
2.2 - Tipos de filtros 20
2.2.1 - Filtros passa-baixa 20
2.2.2 - Filtros passa-alta 21
2.2.3 - Filtros passa-faixa 21
2.2.4 - Filtros rejeita-faixa 22
2.3 - Filtros em microfita 23
2.3.1 - Introdução 23
2.3.2 - Linhas de microfita 24
2.3.3 – Transformação de elementos 28
2.3.3.1 – Passa-baixa 29
2.3.3.2 – Passa-alta 29
2.3.3.3 – Passa-faixa 30
2.3.3.4 – Rejeita-faixa 31
2.3.4 - Implementação de filtros 32
2.3.4.1 - Transformação de Richard 33
2.3.4.2 - Identidade de Kuroda 34
2.4 - Conclusão 38

viii
Capítulo 3 - Antenas de microfita 39
3.1 - Introdução 39
3.2 - Métodos de análise 41
3.2.1 - Método dos momentos (MoM) 41
3.2.2 - Método dos elementos finitos (FEM) 43
3.3 - Monopolos planares 44
3.4 - Monopolo planar elíptico 44
3.5 - Conclusão 45
Capítulo 4 - Resultados teóricos e experimentais 46
4.1 - Introdução 46
4.2 - Comparações de resultados 47
4.3 - Conclusão 64
Capítulo 5 - Conclusão 65
Referências 67

ix
LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 Esquema de um filtro passa-baixa 20


Figura 2.2 Comportamento do filtro passa-baixa 20
Figura 2.3 Esquema de um filtro passa-alta 21
Figura 2.4 Comportamento do filtro passa-alta 21
Figura 2.5 Esquema de um filtro passa-faixa 22
Figura 2.6 Comportamento do filtro passa-faixa 22
Figura 2.7 Esquema de um filtro rejeita-faixa 23
Figura 2.8 Comportamento do filtro rejeita-faixa 23
Figura 2.9 Filtro de microfita 24
Figura 2.10 Linha de transmissão em microfita 24
Figura 2.11 Descontinuidade de microfita em step e seu circuito equivalente 27
Figura 2.12 Descontinuidade de microfita em curva e seu circuito equivalente 27
Figura 2.13 Circuitos equivalentes para os modos pares e ímpares de filtros do tipo 28
passa-baixa
Figura 2.14 Transformações usadas para um filtro passa-baixa 29
Figura 2.15 Transformações usadas para um filtro passa-alta 30
Figura 2.16 Transformações usadas para um filtro passa-faixa 31
Figura 2.17 Transformações usadas para um filtro rejeita-faixa 31
Figura 2.18 Transformação de Richard para o indutor 33
Figura 2.19 Transformação de Richard para o capacitor 33
Figura 2.20 Identidade de Kuroda para o primeiro caso da Tabela 2.2 35
Figura 2.21 - Circuito equivalente de um filtro passa-baixa com elementos 36
concentrados
Figura 2.22 – Configuração de um filtro passa-baixa de microfita, com elementos 37
em série (step-impedance), correspondente ao circuito com elementos concentrados
mostrado na Figura 2.19
Figura 2.23 - Respostas em frequência do filtro passa-baixa na configuração de: (a) 37

x
elementos concentrados (Figura 2.21) e (b) microfita (Figura 2.22)

Figura 3.1 Patch de microfita 40


Figura 3.2 Elementos geométricos para o patch 40
Figura 3.3 Conjunto de Julia para patch condutor fractal 40
Figura 3.4 Conjunto de Mandelbrot para patch condutor fractal 40
Figura 3.5 Tipos de excentricidade de patches condutores elípticos 45
Figura 3.6 Modelo do patch estudado 45
Figura 4.1 Comparação dos dados simulados e medidos da Antena 1 e foto do 47
protótipo
Figura 4.2 Diagrama 2D Antena 1 em ϕ = 0° e 90° 48

Figura 4.3 Diagrama 3D Antena 1 48


Figura 4.4 Resultados simulados e medidos de S12 para o Filtro 1 e foto do 48
protótipo
Figura 4.5 Resultados simulados e medidos da perda de retorno em função da 49
frequência para a Filtenna 2 e foto do protótipo
Figura 4.6 Diagrama 2D Filtenna 2 em ϕ = 0º e 90º 49
Figura 4.7 Diagrama 3D Filtenna 2 49
Figura 4.8 Comparação dos dados simulados e medidos do Filtro 2 e foto do 50
protótipo
Figura 4.9 Comparação dos dados simulados e medidos da Filtenna 3 e seu 50
respectivo protótipo
Figura 4.10 Diagrama 2D Filtenna 3 em ϕ = 0º e 90º 51
Figura 4.11 Diagrama 3D Filtenna 3 51
Figura 4.12 Comparação dos dados simulados e medidos do Filtro 3 e foto do 51
protótipo
Figura 4.13 Comparação dos dados simulados e medidos do Filtro 4 e foto do 52
protótipo
Figura 4.14 Comparação dos dados simulados e medidos da Filtenna 5 e foto do 52
protótipo
Figura 4.15 Diagrama 2D Filtenna 5 em ϕ = 0º e 90º 53
Figura 4.16 Diagrama 3D Filtenna 5 53

xi
Figura 4.17 Comparação dos dados simulados e medidos do Filtro 5 e foto do 53
protótipo
Figura 4.18 Comparação dos dados simulados e medidos da Filtenna 6 e seu 54
respectivo protótipo
Figura 4.19 Diagrama 2D Filtenna 6 em ϕ = 0º e 90º 54
Figura 4.20 Diagrama 3D Filtenna 6 54
Figura 4.21 Comparação dos dados simulados e medidos da Antena 7 e seu 55
respectivo protótipo
Figura 4.22 Diagrama 2D da Antena 7 em ϕ = 0º e 90º 55
Figura 4.23 Diagrama 3D da Antena 7 55
Figura 4.24 Comparação dos dados simulados e medidos da Filtenna 8 e foto do 56
protótipo
Figura 4.25 Diagrama 2D Filtenna 8 em ϕ = 0º e 90º 56
Figura 4.26 Diagrama 3D Filtenna 8 56
Figura 4.27 Comparação dos dados simulados e medidos da Filtenna 9 e foto do 57
protótipo
Figura 4.28 Diagrama 2D Filtenna 9 em ϕ = 0º e 90º 57
Figura 4.29 Diagrama 3D Filtenna 9 57
Figura 4.30 Comparação dos dados simulados e medidos da Filtenna 10 e foto do 58
protótipo
Figura 4.31 Diagrama 2D Filtenna 10 em ϕ = 0º e 90º 58
Figura 4.32 Diagrama 3D Filtenna 10 58
Figura 4.33 Comparação dos dados simulados e medidos da Filtenna 11 e foto do 59
protótipo
Figura 4.34 Diagrama 2D Filtenna 11 em ϕ = 0º e 90º 59
Figura 4.35 Diagrama 3D Filtenna 11 59
Figura 4.36 Comparação dos dados simulados e medidos da Filtenna 12 e seu 60
respectivo protótipo
Figura 4.37 Diagrama 2D Filtenna 12 em ϕ = 0º e 90º 60
Figura 4.38 Diagrama 3D Filtenna 12 60

xii
LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 - Tabela para valores ótimos de filtros rejeita-faixa de ordem n = 5. 32


Tabela 2.2 - As quatro identidades de Kuroda (𝑛2 = 1 + 𝑍2 ⁄𝑍1 ). 34
Tabela 4.1 - Faixas de Operação e larguras de banda dos filtros, monopolos e 61
filtennas.
Tabela 4.2 - Faixas de frequências consideradas neste trabalho. 63

xiii
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

ε permissividade elétrica
εr permissividade elétrica relativa
εre permissividade elétrica efetiva
μ permeabilidade magnética
η impedância característica do meio
λ comprimento de onda
R resistência
C capacitância
L indutância
fc frequência de corte
W largura da linha de microfita
h altura do substrato dielétrico
t espessura da linha de microfita
l comprimento da linha de transmissão
r raio do círculo
ρ distância do plano de terra ao patch condutor
ω0 frequência angular central
ω1 frequência angular inferior
ω2 frequência angular superior
ΩC frequência angular normalizada
LS indutância em série
CS capacitância em série
LP indutância em paralelo
CP capacitância em paralelo
XL reatância do indutor
BC susceptância do capacitor
Zc impedância do circuito
BW bandwidth
ECM equivalent circuit modeling
TEM transverse electromagnetic

xiv
TLM transmission line model
MoM method of moments
FEM finite element method

xv
Capítulo 1
Introdução

1.1 Considerações iniciais

Nas duas últimas décadas, muitos trabalhos foram realizados objetivando o


desenvolvimento tanto de filtros [1]-[14] como de antenas do tipo monopolo de
microfita [15]-[27] para aplicações em sistemas de comunicações sem fio. No entanto,
uma atenção similar não foi dada ao desenvolvimento de dispositivos e circuitos
voltados para a integração de filtros e antenas, que resultassem na composição da
estrutura denominada filtenna (filter + antenna). Isto pode ser verificado pelo número
de publicações relacionadas com o estudo das filtennas [28]-[35].
Os monopolos de microfita possuem duas vantagens principais em relação aos
outros tipos de antenas planares, incluindo as de microfita, que são a largura de banda e
o diagrama de radiação tipicamente omnidirecional [15]-[27].
Entretanto, existem aplicações que requerem larguras de banda estreitas e
diagramas omnidirecionais. Nestes casos, isoladamente os monopolos de microfita não
são adequados, sendo necessário o desenvolvimento de outras estruturas, a partir da
incorporação de circuitos ressonantes (como filtros), como considerado neste trabalho.
O circuito ressonante a ser incorporado à antena monopolo, pode ser ativo ou
passivo. A utilização de filtros ativos permite, por exemplo, o desenvolvimento de
estruturas reconfiguráveis, resultando em projetos mais complexos e dispendiosos,
porém necessários para aplicações específicas. O uso de filtros passivos, como os de
microfita, possui muitas aplicações em sistemas de comunicações, resultando em
estruturas de fácil projeto e construção, com diversas modelos, tamanhos e banda
passante [1]-[14].
O objetivo principal da filtenna é apresentar um comportamento de rejeição de
sinais e um diagrama de radiação omnidirecional em uma determinada faixa de
frequência [28]-[35].
Existem várias possibilidades de integração de estruturas para o
desenvolvimento de filtennas, dentre as quais podem ser citadas: o uso de superfícies

16
seletivas de frequência (FSS) acopladas com antenas do tipo corneta, o emprego de
filtros (isolados/acoplados) integrados às linhas de alimentação de antenas, a
incorporação de filtros nos patches condutores (ou nos planos de terra) de antenas de
microfita (ou similares) e a utilização de dispositivos ativos conectados às antenas [28]-
[35].
Neste projeto, são consideradas as antenas do tipo monopolo. A partir da
geometria de antena escolhida, especifica-se a resposta em frequência desejada,
usualmente de banda ultralarga (UWB). Em seguida, são analisadas as estruturas dos
filtros, sendo definida a faixa de frequência de operação de projeto, assim como a
natureza (rejeição ou transmissão), em função da resposta desejada para a filtenna.
Neste trabalho, a estrutura escolhida para o projeto da filtenna resulta do acoplamento
do filtro de microfita à antena monopolo através da linha de alimentação/excitação do
monopolo planar, objetivando minimizar as alterações na resposta isolada da antena, na
faixa desejada. Especificamente, o filtro de microfita é conectado no início da linha de
alimentação da antena monopolo de microfita.

1.2 Motivação

Atualmente, o espectro de frequências está saturando nas faixas entre 300MHz e


3GHz, devido à necessidade de atender à crescente e contínua demanda da sociedade
por bens e serviços de telecomunicações, em todo o mundo. O resultado natural tem
sido o crescimento expressivo dos números de usuários, de operadoras e de empresas de
telecomunicações, assim como o surgimento de novos desafios tecnológicos, na área de
Telecomunicações.
As filtennas desenvolvidas neste trabalho são estruturas passivas, de baixo custo
e peso reduzido, que apresentam facilidades de construção e integração com outros
circuitos e subsistemas. Dentre as características eletromagnéticas desejadas estão
largura de banda estreita (porém não muito pequena) e diagramas de radiação
omnidirecionais, ou de comportamento aproximado. Na fase inicial, os filtros e as
antenas são analisados, projetados, construídos e medidos, separadamente. A integração
é feita na fase seguinte, sendo a conexão do filtro à antena efetuada através da sua linha
de alimentação, seguindo a metodologia de projeto descrita anteriormente. Em seguida,
a filtenna é analisada, projetada, construída e medida. Nesta etapa o efeito do

17
acoplamento entre as estruturas é investigado. Especificamente, objetiva-se aproveitar a
característica de radiação omnidirecional da antena monopolo isolada, assim como
reduzir a sua largura de banda ao valor desejado de projeto e da aplicação de interesse.

1.3 Organização do texto

Esta dissertação está dividida em cinco capítulos, nos quais são mostradas as
estruturas consideradas, descritas a fundamentação teórica e as metodologias adotadas
(de projeto e construção), além de apresentados e discutidos os resultados obtidos
(simulados e medidos).
O capítulo 2 apresenta resumidamente a teoria básica de filtros dos tipos passa-
baixa, passa-alta, passa-banda e rejeita-faixa, sendo considerados circuitos com
elementos concentrados e distribuídos (no caso de microfita).
O capítulo 3 é dedicado ao projeto, à simulação de linhas de transmissão e
antenas de microfita, sendo dada ênfase ao desenvolvimento de antenas monopolos de
microfita, com elemento patch condutor na forma de elipse.
O capítulo 4 mostra os resultados (simulados e medidos) obtidos para cada
geometria de antena, filtro e filtenna consideradas. Esses resultados são comparados e
discutidos. Também são efetuadas comparações entre as respostas em frequência das
filtennas e das antenas de monopolos (consideradas isoladamente), especialmente em
relação aos diagramas de radiação obtidos.
O capítulo 5 apresenta as conclusões principais extraídas deste trabalho, assim
como algumas sugestões para a sua continuidade.

18
Capítulo 2
Filtros

2.1 - Introdução

Filtros são dispositivos usados para selecionar a transmissão de sinais de


determinadas frequências. Assim, em função de suas finalidades, eles podem ser
classificados como: passa-baixa, passa-alta, passa-faixa e rejeita-faixa [13], [14].
Os filtros podem ser desenvolvidos a partir de elementos concentrados (com
indutores e capacitores) ou de elementos distribuídos (com seções de linhas transmissão
e stubs). Também existe a possibilidade de constituição com elementos unicamente
passivos, ou com a incorporação de elementos ativos (como varactores, diodos pin e
chaves MEMS).
Os filtros passivos são muito utilizados na área de Telecomunicações, em sistemas
de comunicações de radar e de telemetria, por exemplo, além de aplicações industriais e
médicas. Ao contrário dos filtros ativos, não requerem alimentação externa para
funcionar [9].
Recentemente, o desenvolvimento de novas configurações de filtros tem aumentado
o interesse de muitos pesquisadores. Isto está relacionado com o grande aumento na
utilização do espectro eletromagnético, o que tem dificultado a expansão dos sistemas
de telecomunicações atuais, por parte das concessionárias de telecomunicações, para
atendimento da demanda crescente da sociedade por novos bens e serviços na área [44].
Além disso, também existe a demanda específica para atender aos requisitos dos
sistemas de comunicações mais avançados.
Portanto, atualmente, pesquisadores de todo o mundo estão desenvolvendo
pesquisas em filtros objetivando, por exemplo, o aumento da eficiência, a
miniaturização e a melhoria de desempenho nas regiões de transição
(rejeição/transmissão) desses dispositivos [1]-[12]. Além disso, vários pesquisadores
estão realizando pesquisas sobre filtros reconfiguráveis, que permitam o ajuste se suas
características principais, como frequências de corte e faixas de transmissão/rejeição
[9].

19
O desenvolvimento de novas configurações de filtros, em estruturas planares (como
as de microfita), é parte essencial tanto ao desenvolvimento de novas tecnologias para
sistemas de comunicações, como ao desenvolvimento de novos dispositivos handsets
[12], [13].

2.2 - Tipos de filtros

2.2.1 - Filtros passa-baixa


Os filtros passa-baixa são dispositivos, ou circuitos, que permitem apenas a
transmissão de sinais de frequências abaixo da frequência de corte do filtro, impedindo
a transmissão dos sinais de frequência igual ou superior (Figura 2.2). O circuito
equivalente (típico) deste tipo de filtro, em sua forma mais simplificada, está mostrado
na Figura 2.1.
As respostas em frequência dos filtros passa-baixa, geralmente representam o
comportamento do coeficiente de transmissão (em dB) em função da frequência, sendo
assemelhadas à ilustrada na Figura 2.2. Também é comum para todos os tipos de filtros,
a representação do comportamento em frequência da potência transmitida (em dB).
A frequência de corte deste tipo de filtro pode ser calculada através da expressão
dada em (2.1), quando os valores dos elementos concentrados do circuito (Figura 2.1)
forem conhecidos. Estes valores são obtidos das respostas em frequência, quando a
atenuação associada à transmissão do sinal apresenta uma redução de -3 dB.

1
𝑓𝑐 = (2.1)
2𝜋𝑅𝐶
XBP1

IN OUT

R1

50 Ω
C1
V1 1.33pF

Figura 2.1 – Esquema de um filtro passa-baixa Figura 2.2 - Comportamento do filtro passa-baixa

20
2.2.2 - Filtros passa-alta
Os filtros passa-alta são dispositivos, ou circuitos, que permitem apenas a
transmissão de sinais de frequências acima da frequência de corte, impedindo a
transmissão dos sinais de frequências inferior. O circuito equivalente (típico) deste tipo
de filtro é apresentado na Figura 2.3.
As respostas em frequência dos filtros passa-baixa, geralmente representam o
comportamento do coeficiente de transmissão (em dB) em função da frequência, sendo
assemelhadas à apresentada na Figura 2.4.
A frequência de corte deste tipo de filtro pode ser calculada através da expressão
dada em (2.1), quando os valores dos elementos concentrados do circuito (Figura 2.3)
forem conhecidos. Estes valores são obtidos das respostas em frequência, quando a
atenuação associada à transmissão do sinal apresenta uma redução de -3 dB.
O projeto de filtros mais seletivos, de alta ordem, requer o uso de um número maior
de elementos, associados em cascata [14]. Muito usado em altas frequências, esse tipo
de filtro também é muito empregado em estúdios de mixagem de áudio, para fins de
equalização do sinal, eliminar ruído da rede elétrica, etc.

XBP1

IN OUT

C1

1.33pF R1
V1 50 Ω

Figura 2.3 – Esquema de um filtro passa-alta Figura 2.4 - Comportamento do filtro passa-alta

2.2.3 - Filtros passa-faixa


O filtro passa-faixa, ou passa-banda, pode ser entendido como fruto de uma
combinação dos filtros passa-baixa e passa-alta, e tem como finalidade principal a
transmissão de sinais em uma determinada faixa de frequência. O circuito equivalente
(típico) deste tipo de filtro está mostrado na Figura 2.5.
21
Os filtros passa-faixa são utilizados em aplicações que requerem a seleção de sinais
de determinadas frequências. Este tipo de filtro é muito usado tanto em sistemas de
telecomunicações e de eletrônica, como em aplicações médicas e industriais.
As respostas em frequência dos filtros passa-faixa, geralmente representam o
comportamento do coeficiente de transmissão (em dB) em função da frequência, sendo
assemelhadas à mostrada na Figura 2.6.
A frequência central deste tipo de filtro pode ser calculada através da expressão
dada em (2.2), quando os valores dos elementos concentrados do circuito (Figura 2.5)
forem conhecidos. Como nos casos anteriores, esses valores são obtidos das respostas
em frequência, quando a atenuação associada à transmissão do sinal apresenta uma
redução de -3 dB.

1
𝑓𝑐 = (2.2)
2𝜋√𝐿𝐶

XBP1

IN OUT

C1 L1

1.33pF 3.3nH
R1
V1 50 Ω

Figura 2.5 – Esquema de um filtro passa-faixa Figura 2.6 - Comportamento do filtro passa-faixa

2.2.4 - Filtros rejeita-faixa


Embora o filtro rejeita-faixa, ou rejeita-banda, possa ser entendido como fruto de
uma combinação dos filtros passa-baixa e passa alta, a sua finalidade principal é a
rejeição de sinais em uma determinada faixa de frequência. O circuito equivalente
(típico) deste tipo de filtro está mostrado na Figura 2.7.
O filtro passa-faixa, também denominado como notch filter, impede a transmissão
de sinais de uma faixa de frequência específica. Os sinais com frequências fora dessa
faixa, tanto abaixo como acima, poderão ser transmitidos.

22
As respostas em frequência dos filtros rejeita-faixa, geralmente representam o
comportamento do coeficiente de transmissão (em dB) em função da frequência, sendo
assemelhadas à ilustrada na Figura 2.8.
A frequência central deste tipo de filtro pode ser calculada através da expressão
dada em (2.2), quando os valores dos elementos concentrados do circuito (Figura 2.7)
forem conhecidos. Analogamente, esses valores são obtidos das respostas em
frequência, quando a atenuação associada à transmissão do sinal apresenta uma redução
de -3 dB, que representa atenuação de 50% da potência de entrada.

XBP1

IN OUT

R1

50 Ω
L1
3.3nH

V1 C1
1.33pF

Figura 2.7 – Esquema de um filtro rejeita-faixa Figura 2.8 - Comportamento do filtro rejeita-faixa

2.3 - Filtros de microfita

2.3.1 - Introdução

Geralmente, os filtros de microfita são compostos por associações (em série, em


paralelo ou em cascata) de seções de linhas de transmissão e/ou de stubs (em curto e em
aberto), como mostrado na Figura 2.9. Estes filtros são muito utilizados na faixa de
micro-ondas, em sistemas de comunicações, em inúmeras aplicações (Wi-Fi, WiMax,
Bluetooth, etc.). As geometrias mais adequadas dependem das aplicações, mas de uma
forma geral, eles podem ser encontrados em dispositivos portáteis, transmissores e
receptores de micro-ondas para sistemas de comunicações, TV digital, sistemas de radar
e sistemas de telemetria, dentre outros.
23
Figura 2.9 - Filtro de microfita

2.3.2 - Linhas de microfita


A configuração típica de uma linha de microfita, está ilustrada na Figura 2.10. Sua
estrutura é constituída por uma fita condutora uniforme, de largura W e espessura t,
impressa em um substrato dielétrico com permissividade elétrica relativa εr, que por sua
vez está montado sobre um plano de terra.
Geralmente, nos cálculos para projetos de filtros e de outros circuitos de microfita,
inclusive de antenas, a espessura da fita condutora t é desprezada por ser muito pequena
(aproximadamente 12 m) [14]. Esta aproximação simplifica a análise e o projeto dos
circuitos desejados, sem afetar de forma significativa os resultados dos circuitos
integrados, na maioria das aplicações, na faixa inferior de micro-ondas (1 a 10 GHz).

Figura 2.10 - Linha de transmissão de microfita

24
Na linha de microfita, a propagação de ondas se dá na direção do seu eixo principal,
ao longo da estrutura. Os campos elétrico e magnético se concentram na região abaixo
da fita condutora, mas se distribuem em toda a região dielétrica (que não é homogênea)
constituída por ar (região acima da fita condutora) e pelo material do substrato
dielétrico.
Devido à sua constituição, a microfita não pode propagar uma onda TEM, apenas
com componentes transversais dos campos não nulas, e a velocidade de propagação não
depende apenas da permissividade, εr, e da permeabilidade, µ, do material dielétrico. A
não homogeneidade da região dielétrica, composta pelo substrato dielétrico e pelo ar,
acarreta o surgimento de componentes longitudinais dos campos elétrico e magnético, e
em consequência a velocidade de propagação dependerá das dimensões da microfita e
das propriedades do substrato dielétrico.
Quando as componentes longitudinais dos campos elétrico e magnético (associados
ao modo de propagação em uma linha de microfita) são muito menores que as
componentes transversais, elas podem ser desprezadas. Neste caso, as características do
modo de propagação se aproximam das de um modo TEM. Isto permitiu definir o
modelo de análise conhecido como “aproximação quase-TEM”, que é válida
especialmente para a faixa de frequências inferiores de micro-ondas (1 a 10 GHz).
Em geral, na confecção de circuitos de microfita a espessura da fita condutora é
muito fina (12 m), o que permitiu considerar um segundo tipo de aproximação, a de
que ela é desprezível (t→0). Nestas condições, a permissividade relativa efetiva, re, e a
impedância característica da microfita, Zc, podem ser expressas, para W/h ≤ 1, como
[13], [14]:

𝜀𝑟 + 1 𝜀𝑟 − 1 ℎ −0,5 𝑊 2
𝜀𝑟𝑒 = + [(1 + 12 ) + 0,04 (1 − ) ] (2.3)
2 2 𝑊 ℎ
𝜂 8ℎ 𝑊
𝑍𝑐 = ln ( + 0,25 ) (2.4)
2𝜋√𝜀𝑟𝑒 𝑊 ℎ

e para W/h ≥ 1, como:


𝜀𝑟 + 1 𝜀𝑟 − 1 ℎ −0,5
𝜀𝑟𝑒 = + (1 + 12 ) (2.5)
2 2 𝑊

25
−1
𝜂 𝑊 𝑊
𝑍𝑐 = [ + 1,393 + 0,677 ln ( + 1,444)] (2.6)
√𝜀𝑟𝑒 ℎ ℎ

sendo η (= 120π Ω) a impedância característica do espaço livre.

Similarmente, existem expressões aproximadas para a síntese de linhas de


microfita, quando o objetivo principal é determinar suas dimensões físicas a partir da
escolha da impedância característica desejada e das propriedades do material do
dielétrico utilizado. As expressões de síntese apresentadas em (2.7) a (2.9) estão entre as
mais usadas [13].

8𝑒 𝐴
𝑊 2𝐴 − 2
; 𝑊 ⁄ℎ < 2
= 𝑒 (2.7)
ℎ 2 𝜀𝑟 − 1 0,61
{𝐵 − 1 − ln(2𝐵 − 1) + [ln(𝐵 − 1) + 0,39 − ]} ; 𝑊 ⁄ℎ > 2
{𝜋 2𝜀𝑟 𝜀𝑟
onde,

𝑍0 𝜀𝑟 + 1 𝜀𝑟 − 1 0,11
𝐴= √ + (0,23 + ) (2.8)
60 2 𝜀𝑟 + 1 𝜀𝑟
377𝜋
𝐵= (2.9)
2𝑍0 √𝜀𝑟

A ocorrência de descontinuidades em circuitos de microfita, como filtros, é muito


comum, tanto por imposições dos projetos como pela necessidade de redução das suas
dimensões, especialmente por envolverem a utilização de stubs (terminados em circuito-
aberto ou curto-circuito), gaps, curvas e junções de seções de microfita distintas.
Neste trabalho, são considerados os casos de steps (Figura 2.11) e curvas (Figura
2.12). Em geral, o efeito dessas descontinuidades é analisado através de circuitos
equivalentes, que permitem obter expressões aproximadas e precisas, que facilmente
podem ser incorporadas em programas de análise. Existem numerosas formas de
expressões para descontinuidades de microfita disponíveis na literatura.

26
Figura 2.11 - Descontinuidade de microfita em step e seu circuito equivalente.

Figura 2.12 - Descontinuidade de microfita em curva e seu circuito equivalente

No caso da descontinuidade em step (Figura 2.11), a capacitância e a indutância


podem ser determinadas através de [13]:

√𝜀𝑟𝑒1 𝑊2 𝜀𝑟𝑒1 + 0,3 𝑊1 ⁄ℎ + 0,264


𝐶 = 0,00137ℎ (1 − ) ( )( ) (𝑝𝐹) (2.10)
𝑍𝑐1 𝑊1 𝜀𝑟𝑒1 − 0,258 𝑊1 ⁄ℎ + 0,8

𝐿𝑤1 𝐿𝑤2
𝐿1 = 𝐿, 𝐿2 = 𝐿 (2.11)
𝐿𝑤1 + 𝐿𝑤2 𝐿𝑤1 + 𝐿𝑤2
√𝜀𝑟𝑒𝑖
𝐿𝑤𝑖 = 𝑍𝑐𝑖 (2.12)
𝑐
2
𝑍𝑐1 𝜀𝑟𝑒1
𝐿 = 0,000987ℎ (1 − √ ) (𝑛𝐻) (2.13)
𝑍𝑐2 𝜀𝑟𝑒2

onde 𝐿𝑤𝑖 (i=1, 2) é a indutância, por unidade de comprimento, da linha de microfita


com largura 𝑊𝑖 (𝑖 = 1,2), respectivamente, enquanto 𝑍𝑐𝑖 (𝑖 = 1,2) e 𝜀𝑟𝑒𝑖 (𝑖 = 1,2) são a
impedância característica e a permissividade relativa efetiva, correspondentes à
microfita com largura Wi (i=1,2), c é a velocidade da luz no espaço livre, e h é a
espessura do substrato em m.
27
No caso da descontinuidade em curva (Figura 2.12), a capacitância e a indutância
podem ser determinadas através de [13]:

𝐶
(𝑝𝐹 ⁄𝑚)
𝑊
(14𝜀𝑟 + 12,5) 𝑊 ⁄ℎ − (1,83𝜀𝑟 − 2,25) 0,02𝜀𝑟
+ ; 𝑊 ⁄ℎ < 1
={ √𝑊 ⁄ℎ 𝑊 ⁄ℎ (2.14)
(9,5𝜀𝑟 + 1,25) 𝑊 ⁄ℎ + 5,2𝜀𝑟 + 7 ; 𝑊 ⁄ℎ ≥ 1

𝐿 𝑊
(𝑛𝐻 ⁄𝑚) = 100 (4√ − 4,21) (2.15)
ℎ ℎ

2.3.3 - Transformação de elementos


A transformação de elementos corresponde a uma etapa importante no projeto de
filtros de microfita, através dos seus circuitos equivalentes. As expressões dadas em
(2.16) poderão ser usadas na definição dos circuitos equivalentes mostrados na Figura
2.13. Para facilitar, a Tabela 2.1 mostra conjuntos de valores, obtidos através de (2.16),
para o projeto de filtros ótimos [13],

𝑔0 = 1.0
(2𝑖 − 1)𝜋
𝑔𝑖 = 2 sin [ ] (2.16)
2𝑛
𝑔𝑛+1 = 1.0

Figura 2.13 – Circuitos equivalentes para os modos pares e ímpares de filtros do tipo passa-baixa

28
Tabela 2.1 - Tabela de valores para projetos de filtros ótimos do tipo rejeita-faixa de
ordem n = 5 [13].
FBW g1 = g5 g2 = g4 g3 J1,2 = J4,5 J2,3 = J3,4
0,3 0,23850 0,42437 0,45444 0,92798 0,90213
0,4 0,32455 0,58273 0,62307 0,87068 0,83818
0,5 0,41542 0,75293 0,80324 0,81413 0,77611
0,6 0,51385 0,93717 0,99711 0,75705 0,71472
0,7 0,62178 1,14215 1,21166 0,70221 0,65683
0,8 0,74624 1,38212 1,46326 0,64418 0,59700
0,9 0,87071 1,62166 1,71464 0,59299 0,54475
1,0 1,01167 1,89960 2,00417 0,54092 0,49299
1,1 1,20308 2,26455 2,38104 0,48338 0,43663
1,2 1,40157 2,66645 2,79799 0,42804 0,38305
1,3 1,68069 3,19873 3,36796 0,37569 0,33651
1,4 2,00690 3,84473 4,02293 0,32252 0,28580
1,5 2,47075 4,74882 4,96115 0,26871 0,23694

2.3.3.1 – Passa-baixa
No projeto de um filtro passa-baixa, o cálculo da indutância e de capacitância, por
unidade de comprimento da linha, pode ser efetuado através de (2.17) a (2.19) [13],
após a escolha do conjunto de valores para o projeto de filtros ótimos, na Tabela 2.1, a
representação da transformação está expressa na Figura 2.14.

Ω𝑐
𝐿=( )𝛾 𝑔 (2.17)
𝜔𝑐 0
Ω𝑐 𝑔
𝐶=( ) (2.18)
𝜔𝑐 𝛾0

𝑍0⁄
𝑔0 → 𝑔0 → 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜 𝑖𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟
𝛾0 = { (2.19)
𝑍0 𝑔0 → 𝑔0 → 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜 𝑐𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑡𝑜𝑟

29
Figura 2.14 - Transformações usadas na conversão de um filtro passa-baixa

2.3.3.2 – Passa-alta
O projeto de um filtro passa-alta segue as etapas apresentadas no item anterior, para
o projeto de filtro passa-baixa. Entretanto, neste caso, o cálculo da indutância e de
capacitância, por unidade de comprimento da linha, pode ser efetuado através de (2.20)
e (2.21) [13], a representação da transformação está expressa na Figura 2.15.

1 1
𝐶=( ) (2.20)
𝜔𝑐 Ω𝑐 𝛾0 𝑔
1 𝛾0
𝐿=( ) (2.21)
𝜔𝑐 Ω𝑐 𝑔

Figura 2.15 - Transformações usadas na conversão de um filtro passa-alta

30
2.3.3.3 – Passa-faixa
A Figura 2.16 mostra as transformações necessárias para o projeto de um filtro
passa-faixa a partir de um filtro passa-baixa, a representação da transformação está
expressa na Figura 2.16, sendo que [13]:

Ω𝑐 𝜔 𝜔0
Ω= ( − ) (2.22)
𝐹𝐵𝑊 𝜔0 𝜔
𝜔2 − 𝜔1
𝐹𝐵𝑊 = (2.23)
𝜔0
𝜔0 = √𝜔1 𝜔2 (2.24)
Ω𝑐
𝐿𝑠 = ( )𝛾 𝑔 (2.25)
𝐹𝐵𝑊𝜔0 0
𝐹𝐵𝑊 1
𝐶𝑠 = ( ) (2.26)
𝜔0 Ω𝑐 𝛾0 𝑔
Ω𝑐 𝑔
𝐶𝑝 = ( ) (2.27)
𝐹𝐵𝑊𝜔0 𝛾0
𝐹𝐵𝑊 𝛾0
𝐿𝑝 = ( ) (2.28)
𝜔 0 Ω𝑐 𝑔

Figura 2.16 - Transformações usadas na conversão de um filtro passa-faixa

31
2.3.3.4 – Rejeita-faixa
A Figura 2.17 mostra as transformações necessárias para o projeto de um filtro
rejeita-faixa, sendo que [13]:

Ω𝑐 𝐹𝐵𝑊
Ω= (2.30)
(𝜔0 ⁄𝜔 − 𝜔⁄𝜔0 )
1 1
𝐶𝑝 = ( ) (2.31)
𝐹𝐵𝑊𝜔0 Ω𝑐 𝛾0 𝑔
Ω𝑐 𝐹𝐵𝑊
𝐿𝑝 = ( ) 𝛾0 𝑔 (2.32)
𝜔0
1 𝛾0
𝐿𝑠 = ( ) (2.33)
𝐹𝐵𝑊𝜔0 Ω𝑐 𝑔
Ω𝑐 𝐹𝐵𝑊 𝑔
𝐶𝑠 = ( ) (2.34)
𝜔0 𝛾0

Figura 2.17 - Transformações usadas na conversão de um filtro rejeita-faixa

2.3.4 - Implementação de filtros

Os procedimentos de projeto de filtro discutidos nas seções anteriores são


adequados para frequências inferiores as de micro-ondas. Para projetos específicos na
faixa de micro-ondas, ocorrem dificuldades relacionadas tanto com as implementações
através de elementos concentrados (dificuldade de obter indutores e capacitores com os
valores de projeto), como com a limitação de valores disponíveis para o projeto de
filtros ótimos. Estas dificuldades podem ser contornadas com as implementações dos
filtros através de elementos de circuitos distribuídos equivalentes [13], [14].
32
A transformação de Richard é usada para converter elementos agrupados para
seções de linha de transmissão, enquanto que a identidade de Kuroda pode ser utilizada
para separar elementos (filtros) usados nas secções de linha de transmissão. Isto porque
essas seções de linha de transmissão adicionais não afetam a resposta do filtro. Este tipo
de projeto é conhecido como síntese de filtro redundante [13], [14].

2.3.4.1 - Transformação de Richard


Como mencionado na seção anterior, a transformação de Richard é utilizada para
converter elementos concentrados (dos circuitos equivalentes) em elementos
distribuídos (stubs de linhas de transmissão), permitindo obter [13]:

𝑍𝑖𝑛 = 𝑗𝑍0 tan(𝛽𝑙) (2.35)


que, para 𝑙 = 𝜆⁄8 , resulta em: 𝑙 = 45 e tan(𝑙) = 1.

Assim, a reatância do indutor pode ser escrita como [13]:

𝑗𝑋𝐿 = 𝑗ω𝐿 = 𝑗𝑍0 tan(𝛽𝑙) (2.36)

Figura 2.18 - Transformação de Richard para o indutor

A susceptância do capacitor pode ser escrita como:

𝑗𝐵𝐶 = 𝑗ω𝐶 = 𝑗𝑌0 tan(𝛽𝑙) (2.37)

Figura 2.19 - Transformação de Richard para o capacitor

33
2.3.4.2 - Identidade de Kuroda

A utilização da Identidade de Kuroda, que pode ser utilizada na separação de


elementos dos filtros, para fins de facilitar a implementação dos mesmos, está ilustrada
na Tabela 2.2, onde 𝑍1 = 𝑗𝜔𝐿 e 𝑍2 = 1⁄𝑗𝜔𝐶 e n é a ordem do filtro [13], [14].

Tabela 2.2 - As quatro identidades de Kuroda (𝑛2 = 1 + 𝑍2 ⁄𝑍1 )

34
A Figura 2.20 mostra a representação em termos de seções de linhas de transmissão
e stubs para o primeiro caso da Tabela 2.2. Neste caso, Z1 e Z2 são impedancias
características de linhas de transmissão em stubs.

Figura 2.20 - Identidade de Kuroda para o primeiro caso da Tabela 2.2

A matriz de transmissão [ABCD] representativa de uma seção de linha de


transmissão uniforme de comprimento l é dada por:

cos 𝛽𝑙 𝑗𝑍1 sen 𝛽𝑙 1 𝑗Ω𝑍1


𝐴 𝐵 1
[ ]=[ 𝑗 ]= [ 𝑗Ω ] (2.38)
𝐶 𝐷 sen 𝛽𝑙 cos 𝛽𝑙 √1 + Ω2 𝑍 1
𝑍1 1

sendo Ω = tanl.

Para o caso de um stub terminado por um circuito-aberto, a matriz de transmissão


[ABCD] é dada por:
1 0 1 𝑗Ω𝑍1
𝐴 𝐵 𝑗Ω 1
[ ] =[ 𝑗Ω
𝐶 𝐷𝐿 1] [ 1
]
√1 + Ω2
𝑍2 𝑍1
1 𝑗Ω𝑍1
1
= [ 1 1 𝑍
2 1] (2.39)
√1 + Ω2 𝑗Ω (𝑍 + 𝑍 ) 1 − Ω 𝑍
1 2 2

sendo Ω = tanl.

35
enquanto que, para um stub terminado por um curto-circuito, a matriz de transmissão
[ABCD] é dada por:
Ω𝑍2
1 𝑗 Ω𝑍
𝐴 𝐵 n2 1 𝑗 1 1
[ ] = [ n2 ]
𝐶 𝐷𝑅 𝑗Ωn2 2
1 0 1 √1 + Ω
[ 𝑍2 ]
Ω
1 𝑗 (𝑍 + 𝑍2 )
1 n2 1
= 2 (2.40)
√1 + Ω2 𝑗Ωn 1 − Ω2
𝑍1
[ 𝑍2 𝑍2 ]
sendo Ω = tanl.

A Figura 2.21 exemplifica o caso de um filtro passa-baixa de terceira ordem com


frequência de corte em 1 GHz, impedância de 50 Ohms e um ripple de 3 dB, simulado
com as equações apresentadas nesta seção.
A sua representação através de elementos distribuídos (seções de linhas de
microfita) está mostrada na Figura 2.22.

XBP1

IN OUT

R1 L1 L2

50 Ω 8.209nH 8.209nH
C1
3.652pF R2
V1 50 Ω

Figura 2.21 - Circuito equivalente de um filtro passa-baixa com elementos concentrados

36
Port1 Port2

Figura 2.22 – Configuração de um filtro passa-baixa de microfita, com elementos em série (step-
impedance), correspondente ao circuito com elementos concentrados mostrado na Figura 2.19

Os resultados simulados para as respostas em frequência do coeficiente de


transmissão (em dB) do filtro com elementos concentrados (Figura 2.21) e do filtro de
de microfita (Figura 2.22) estão mostrados nas Figuras 2.23(a) e 2.23(b),
respectivamente. A concordância entre os resultados obtidos comprova a eficiência da
técnica de projeto apresentada.

(a) (b)
Figura 2.23 - Respostas em frequência do filtro passa-baixa na configuração de: (a) elementos
concentrados (Figura 2.21) e (b) filtro em microfita (Figura 2.22)

37
2.4 – Conclusão

Neste capítulo, foi apresentada a formulação técnica para projetos de filtros usados
em Eletrônica e Telecomunicações.
Foram apresentadas as equações de projeto e os circuitos equivalentes de seções de
linhas de microfita, de suas descontinuidades e stubs, além da representação através da
matriz de transmissão [ABCD].
Uma atenção especial foi dada ao projeto de filtros para aplicações na faixa de
micro-ondas, de grande interesse neste trabalho, através da simulação de um filtro de
microfita, realizado com o uso da transformação de Richard e da identidade de Kuroda,
a partir do projeto de um filtro com elementos concentrados (constituído por indutores e
capacitores).
No próximo capítulo serão apresentadas as antenas de microfita, sendo
identificados os tipos principais, com destaques para a antena patch de microfita,
inclusive em configurações com elementos fractais e os monopolos planares de
microfita. Também serão descritos os métodos de análise mais utilizados, como o
método dos momentos e o método dos elementos finitos. Uma atenção especial será
dedicada ao desenvolvimento de monopolos de microfita elípticos, de grande interesse
neste trabalho, pois serão usados no desenvolvimento das filtennas.

38
Capítulo 3
Antenas de microfita

3.1 – Introdução
Proposta nos anos 50, a utilização das antenas de microfita foi iniciada nos anos 70,
por Munson e Howell [41].
Existem muitas vantagens associadas à utilização das antenas de microfita, dentre
as quais podem ser destacadas: as pequenas dimensões, o peso reduzido, o baixo custo e
a praticidade, tanto de fabricação como de instalação. Naturalmente, existem algumas
desvantagens, como por exemplo, a largura de banda estreita, o baixo ganho e a pouca
eficiência. Entretanto, estas desvantagens podem ser contornadas com a adoção de
monopolos, o uso de arranjos de antenas e a utilização de materiais dielétricos
anisotrópicos, ferromagnéticos e metamateriais [41].
Tipicamente, a antena de microfita é constituída por um patch condutor, impresso
sobre um substrato dielétrico, que por sua vez está depositado sobre um plano de terra,
como mostrado na Figura 3.1. O patch condutor pode assumir diversas formas, tais
como: quadrado, retângulo, triângulo, círculo, anel, coração e estrela (Figuras 3.2),
inclusive geometrias fractais, como as dos conjuntos de Julia (Figura 3.3) e de
Mandelbrot (Figura 3.4). Entretanto, a utilização de alguns destes formatos se torna
complexa, como nos casos de leiautes como coração, estrela e fractais, pela dificuldade
em estabelecer as suas funções de base e a relação existente com os parâmetros das
antenas, tais como, a(s) frequência(s) de ressonância e largura(s) de banda desejada(s).
Os avanços tecnológicos recentes e a necessidade de miniaturização dos
equipamentos usados em sistemas de telecomunicações, como os handsets, têm
contribuído para o aumento da importância das antenas planares de microfita, em
decorrência da facilidade de fabricação, do baixo custo e da facilidade de integração
com outros circuitos, tornando-as muito atrativas para a indústria, que necessita reduzir
custos e aumentar a eficiência do processo de produção, para melhor atender à grande
crescente demanda por bens e serviços na área de Telecomunicações [15]-[27].

39
Figura 3.1 - Patch de microfita

Figura 3.2 - Elementos geométricos para o patch condutor

Figura 3.3 - Conjunto de Julia para o patch condutor Figura 3.4 - Conjunto de Mandelbrot para o patch condutor

40
3.2 - Métodos de análise
Os métodos de análise das antenas de microfita podem ser classificados em dois
grandes grupos: o dos modelos aproximados, baseados em uma aproximação quase-
estática, e o dos métodos de onda completa, baseados em soluções das equações de onda
[15], [41].
O primeiro grupo é composto, essencialmente, pelos métodos da linha de
transmissão e da cavidade, enquanto que o segundo grupo é composto, principalmente,
pelos métodos dos momentos (MoM), dos elementos finitos (FEM), da diferença finita
no domínio do tempo (FDTD) e pela análise do domínio espectral (SDA) [15], [41].
Os métodos utilizados nos softwares comerciais usados neste trabalho são: o
método dos momentos (MoM), empregado no Ansoft Designer, e o método dos
elementos finitos (FEM), implementado no Ansoft HFSS [15], [42] e [43].

3.2.1 - Método dos momentos (MoM)


No método dos momentos uma equação integral é formulada para as correntes
desconhecidas sobre os patches condutores e as linhas de alimentação. As equações
integrais são transformadas em equações algébricas. Este método permite considerar os
efeitos de borda fora do limite físico da estrutura bidimensional do patch condutor,
proporcionando uma solução precisa.

Considere uma equação integral, como a mostrada em (3.1),

𝐿(𝑓) = 𝑔 (3.1)

em que L é um operador linear, g é uma função conhecida e f é a função desconhecida.


Expandindo f numa série de funções f1, f2, ...., fn conhecidas, definidas no domínio de L,
obtém-se:

𝑓 = ∑ 𝛼𝑛 𝑓𝑛 (3.2)
𝑛

41
sendo αn constantes e fn funções conhecidas denominadas como funções de base, ou
funções de expansão. Para soluções precisas o segundo termo da equação é um
somatório infinito e as fn devem formar um conjunto completo de funções linearmente
independentes. Utilizando a linearidade de L, obtém-se:

𝐿(𝑓) = 𝐿 (∑ 𝛼𝑛 𝑓𝑛 ) = ∑ 𝛼𝑛 𝐿(𝑓𝑛 ) = 𝑔 (3.3)


𝑛 𝑛

De (3.3), pode-se concluir que as variáveis a serem encontradas são as escalares αn.
Para uma solução aproximada, com N funções de base, a resolução de (3.3) não é
possível. De forma a determinar as grandezas escalares αn, efetua-se o produto escalar
com um conjunto de funções conhecidas wm, denominadas funções de teste, ou funções
de peso. O produto escalar <f,g> é uma operação escalar com as seguintes propriedades:
〈𝑓, 𝑔〉 = 〈𝑔, 𝑓〉 (3.4)
〈𝛼𝑓 + 𝛽𝑔, ℎ〉 = 𝛼〈𝑓, ℎ〉 + 𝛽〈𝑔, ℎ〉 (3.5)
〈𝑓 ∗ , 𝑓〉 > 0 𝑠𝑒 𝑓 ≠ 0 (3.6)
〈𝑓 ∗ , 𝑓〉 = 0 𝑠𝑒 𝑓 = 0 (3.7)

Em (3.5), α e β são grandezas escalares e o símbolo (*) indica o complexo


conjugado. Assim, para cada função de teste wm, obtém-se:

〈𝑔, 𝑤𝑚 〉 = 〈∑ 𝛼𝑛 𝐿(𝑓𝑛 ), 𝑤𝑚 〉 = ∑ 𝛼𝑛 〈𝐿(𝑓𝑛 ), 𝑤𝑚 〉 ⇔ ∑ 𝛼𝑛 〈𝑤𝑚 , 𝐿(𝑓𝑛 )〉


𝑛 𝑛 𝑛

= 〈𝑤𝑚 , 𝑔〉 ; 𝑚 = 1,2,3, … (3.8)

Desenvolvendo o somatório em (3.9), obtém-se:


𝑚 = 1 𝛼1 〈𝑤1 , 𝐿(𝑓1 )〉+. . . = 〈𝑤1 , 𝑔〉
𝑚 = 2 {𝛼1 〈𝑤2 , 𝐿(𝑓1 )〉+. . . = 〈𝑤2 , 𝑔〉 (3.9)
⋮ ⋮

O conjunto de equações em (3.9) pode ser escrito na forma matricial como:

〈𝑤1 , 𝐿(𝑓1 )〉 〈𝑤1 , 𝐿(𝑓2 )〉 ⋯ 𝛼1 〈𝑤1 , 𝑔〉


[〈𝑤2 , 𝐿(𝑓1 )〉 〈𝑤2 , 𝐿(𝑓2 )〉 𝛼
⋯] [ 2 ] = [〈𝑤2 , 𝑔〉] (3.10)
⋮ ⋮ ⋱ ⋮ ⋮
Ou
[𝑙𝑚𝑛 ][𝛼𝑛 ] = [𝑔𝑚 ] (3.11)

42
sendo
𝑙𝑚𝑛 = 〈𝑤𝑚 , 𝐿(𝑓𝑛 )〉 (3.12)
𝑔𝑚 = 〈𝑤𝑚 , 𝑔〉 (3.13)

Se a matriz [l] for não singular, a sua inversa [l]-1 existirá e os escalares αn poderão
ser calculados através de:

−1 ][𝑔 ]
[𝛼𝑛 ] = [𝑙𝑚𝑛 𝑚 (3.14)

A solução para f é expressa como:

𝑓 = ∑ 𝛼𝑛 𝑓𝑛 (3.15)
𝑛

Definindo a matriz de funções:

[𝑓̃𝑛 ] = [𝑓1 𝑓2 𝑓3 . . . ] (3.16)

obtém-se:

𝑓 = [𝑓̃𝑛 ][𝛼𝑛 ] = [𝑓̃𝑛 ][𝑙𝑚𝑛


−1 ][𝑔 ]
𝑚 (3.17)

sendo que a precisão da solução obtida, dependerá principalmente da escolha das


funções de base, fn, e e de peso, wm.

3.2.2 – Método dos elementos finitos


O método dos elementos finitos é especialmente adequado para as configurações
volumétricas. Neste método, a região de interesse é dividida em um número de
superfícies finitas, ou de elementos de volume, dependendo da estrutura planar ou
volumétrica a ser analisada [45].
As unidades discretizadas são denominadas como elementos finitos e podem
apresentar formas geométricas bem definidas, tais como triangular, para configurações
planares, e elementos tetraédricos e prismáticos, para as configurações tridimensionais,
que são adequadas, mesmo para geometrias curvadas [45].

43
O método envolve a integração das funções de base determinadas ao longo de todo
patch condutor, que é dividido em certo número de células [45]. Para resolver equações
de onda com condições de contorno heterogêneas torna-se necessário dividir o problema
em dois problemas de valor de contorno [45].
A primeira etapa no processo de modelagem do fenômeno físico consiste na
identificação dos fatores que influenciam de maneira relevante no problema. Isto
implica na escolha adequada dos princípios físicos e das variáveis dependentes e
independentes que descrevem o problema, resultando em um modelo matemático
constituído por um conjunto de equações diferenciais. A segunda etapa do processo
consiste em obter a solução do modelo matemático, tarefa atribuída aos métodos
numéricos [45].

3.3 - Monopolos planares


Os monopolos planares de microfita apresentam larguras de banda muito elevadas e
diagramas de radiação omnidirecionais [15], características bastante adequadas às
necessidades dos sistemas de comunicações mais avançados.
O monopolo planar de microfita pode ser visto como uma antena de microfita sobre
um substrato espesso com εr = 1. Portanto, uma largura de banda maior é esperada.
Além disso, a forma e o tamanho dos monopolos planares podem ser otimizados, para
vários modos de ressonância, o que permitindo aumentar a largura de banda [15].

3.4 - Monopolo planar elíptico


O monopolo planar elíptico, construído em uma estrutura de microfita, apresenta
dois eixos principais, o eixo maior e o eixo menor. Suas dimensões principais são a
distância focal e os comprimentos do eixo maior, 2a, e do eixo menor, 2b [15].
A excentricidade da elipse, que é o formato usado no patch condutor do monopolo,
é definida como a razão a/b [15].
O monopolo elíptico pode ser alimentado ao longo do eixo maior (caso em que é
denominado como EMB), ou ao longo do eixo menor (caso em que é denominado como
EMA), como mostrado na Figura 3.5. Para estes monopolos, a frequência inferior de
ressonância (fL) é obtida através da expressão, aproximada, dada em (3.18), onde L e r
são iguais às metades dos comprimentos dos eixos maior e menor, respectivamente, e ρ
é a distância entre o patch condutor e o plano de terra (Figura 3.6) [15].

44
Figura 3.5 - Tipos de excentricidades do patch elíptico. Figura 3.6 - Modelo do patch estudado.

7,2
𝑓𝐿 = (GHz) (3.18)
𝐿+𝑟+𝜌

3.5 - Conclusão
Foram apresentadas as principais características e aplicações das antenas de
microfita, sendo dado destaque para os monopolos planares de microfita, assim como
identificados os métodos de análise mais utilizados, sendo destacados os métodos dos
momentos e dos elementos finitos. Também foram identificados os softwares
comerciais usados neste trabalho, o Ansoft Designer, que utiliza o método dos
momentos (MoM), e o Ansoft HFSS, que implementa o método dos elementos finitos
(FEM).
No próximo capítulo serão apresentados os resultados simulados e medidos neste
trabalho. São apresentados e discutidos resultados obtidos para diversas configurações
de filtros de microfita, monopolos planares de microfita e filtennas.

45
CAPÍTULO 4
Resultados teóricos e experimentais

4.1 – Introdução

Este trabalho apresenta a estrutura obtida a partir da integração de um monopolo


elíptico de microfita, que é uma antena UWB com diagrama de radiação
omnidirecional, com um filtro de microfita, que apresenta resposta em faixa larga, que
se a constitui em um terceiro dispositivo, a filtenna.
As propriedades dos filtros e monopolos planares de microfita descritas nos
capítulos anteriores são usadas na definição das geometrias consideradas neste capítulo.
Algumas das configurações de filtros consideradas neste capítulo foram implementadas
por outros autores, mas várias delas foram modificadas e estão sendo propostas neste
trabalho, assim como as configurações das filtennas.
A concepção das geometrias das filtennas foi orientada de modo a manter o
diagrama de radiação da antena (quando isolada), porém com redução da sua largura de
banda, de modo a desenvolver antenas de microfita de faixa estreita com diagrama de
radiação omnidirecional. Essa orientação foi definida por considerar que usualmente as
antenas de microfita apresentam larguras de banda muito estreita, sua principal
desvantagem, e diagramas de radiação direcionais.
Neste capítulo são apresentados resultados simulados e medidos, obtidos para
diversas configurações de filtros de microfita, de monopolos planares de microfita e das
filtennas. Também são efetuadas comparações entre os resultados simulados e medidos.
As estruturas estudadas neste trabalho são apresentadas na próxima seção,
juntamente com os resultados simulados e medidos obtidos.
Os monopolos elípticos concebidos neste trabalho foram identificados e numerados
para melhor apresentação do texto. Por exemplo, a antena 1 corresponde ao monopolo
com o eixo maior, igual a 2,8 cm e a antena 7 corresponde ao monopolo elíptico com
eixo maior, igual a 3,0 cm.
As filtennas também foram identificadas e numeradas. Por exemplo, as filtennas 2,
3, 4, 5 e 6 foram obtidas com a integração dos filtros analisados ao monopolo de 2,8 cm

46
e as filtennas 8, 9, 10, 11 e 12 com a integração dos mesmos filtros ao monopolo de 3,0
cm.
A Tabela 4.1 mostra os resultados medidos dos filtros, monopolos elípticos/antenas
1 e 7 e das filtennas 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10, 11 e 12.

4.2 – Comparação de resultados

A Figura 4.1 mostra o comportamento em frequência da perda de retorno para o


monopolo elíptico de microfita (observar a foto do protótipo). São apresentados
resultados simulados (através do Ansoft HFSS) e medidos, observando-se concordância
entre os mesmos. Além disso, as curvas obtidas confirmam a característica UWB da
antena. O protótipo foi construído em FR4. Todos os diagramas de radiação obtidos
neste trabalho foram simulados para operação na frequência de 2,4 GHz, para efeito de
comparação.

-10
Perda de Retorno, dB

-20

-30

-40

-50
Simulado com HFSS
Medido
-60
1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 5.5 6
Frequência, GHz

Figura 4.1 - Comparação dos dados simulados e medidos da Antena 1 e foto do protótipo

47
A Figura 4.2 mostra os diagramas de radiação 2D, para  = 0º (vermelho) e  = 90º
(azul), enquanto a Figura 4.3 mostra o diagrama 3D, para o monopolo considerado na
Figura 4.1, destacando-se a sua característica omnidirecional.

Figura 4.2 - Diagrama 2D Antena 1 em ϕ = 0° e 90° Figura 4.3 - Diagrama 3D Antena 1

A Figura 4.4 mostra o comportamento em frequência do coeficiente de transmissão


para o filtro de microfita (observar a foto do protótipo), identificado como filtro 1
(rejeita faixa). São apresentados resultados simulados (através do Ansoft Designer) e
medidos, observando-se concordância entre os mesmos. Além disso, as curvas obtidas
confirmam a característica de banda larga do filtro. O protótipo foi construído em FR4.

Figura 4.4 - Resultados simulados e medidos de S12 para o Filtro 1 e foto do protótipo

48
A Figura 4.5 mostra os resultados simulados e medidos em função da frequência
para a perda de retorno da filtenna 2 (ver foto do protótipo), que é a integração do
monopolo 1 e o filtro 1, o qual foi inserido na porta de alimentação da antena, na forma
indicada. A filtenna foi simulada através do Ansoft HFSS. Observa-se boa concordância
entre os resultados simulados e medidos.

-10
Perda de Retorno, dB

-20

-30

Simulado com HFSS


Medido
-40
1 2 3 4 5 6
Frequência, GHz

Figura 4.5 – Resultados simulados e medidos da perda de retorno em função da frequência para a
Filtenna 2 e foto do protótipo

As Figuras 4.6 e 4.7 mostram os diagramas de radiação 2D e 3D para a filtenna


2, mostrando que as características omnidirecionais não foram perdidas.

Figura 4.6 - Diagrama 2D Filtenna 2 em ϕ = 0º e 90º Figura 4.7 - Diagrama 3D Filtenna 2

49
O filtro mostrado na Figura 4.8 é o filtro 2, com característica de rejeita-faixa de
quinta ordem. Ele foi simulado no Ansoft Designer e os resultados medidos e simulados
apresentam boa concordância.

Figura 4.8 - Comparação dos dados simulados e medidos do Filtro 2 e foto do protótipo

A filtenna 3, mostrada na Figura 4.9, resultou da integração do filtro 2 com o


monopolo 1. Resultados medidos e simulados são apresentados, observando-se boa
concordância entre os mesmos. A simulação foi realizada através do Ansoft HFSS.

-5

-10
Perda de Retorno, dB

-15

-20

-25

-30
Simulado com Ansoft Designer
Medido
-35
1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 5.5 6
Frequência, GHz

Figura 4.9 - Comparação dos dados simulados e medidos da Filtenna 3 e seu respectivo protótipo

50
As Figuras 4.10 e 4.11 mostram diagramas de radiação 2D e 3D, respectivamente,
para a filtenna 2. Observa-se que o filtro não interferiu em seu comportamento de
radiação, como esperado.

Figura 4.10 - Diagrama 2D Filtenna 3 em ϕ = 0º e 90º Figura 4.11 - Diagrama 3D Filtenna 3

O filtro mostrado na Figura 4.12 é o filtro 3. São apresentados resultados simulados


e medidos para o coeficiente de transmissão em função da frequência, sendo observada
boa concordância entre os mesmos. Os resultados simulados foram obtidos através do
Ansoft Designer.

Figura 4.12 - Comparação dos dados simulados e medidos do Filtro 3 e foto do protótipo

51
A Figura 4.13 mostra uma comparação entre resultados medidos do coeficiente de
transmissão, em função da frequência, para o filtro 4. A simulação foi efetuada através
do Ansoft Designer, sendo observada boa concordância entre os resultados obtidos.

Figura 4.13 - Comparação dos dados simulados e medidos do Filtro 4 e foto do protótipo

A Figura 4.14 mostra uma comparação entre resultados simulados e medidos da


perda de retorno da Filtenna 5, filtenna essa, que é a junção do filtro 4 (figura 4.13) e a
antena 1. Os resultados simulados foram obtidos através do Ansoft HFSS, sendo
observada uma ótima concordância entre os mesmos.

-10
Perda de Retorno, dB

-20

-30

-40
Simulado com Ansoft Designer
Medido
-50
1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 5.5 6
Frequência, GHz

Figura 4.14 - Comparação dos dados simulados e medidos da Filtenna 5 e foto do protótipo
52
As Figuras 4.15 e 4.16 mostram diagramas de radiação 2D e 3D, respectivamente,
para a filtenna 5. Observa-se que o filtro não interferiu significativamente no diagrama
de radiação.

Radiation Pattern 1 PlanarEM1 ANSOFT

0 Curve Info
dB(GainTotal)
-30 30 Setup1 : LastAdaptive
-6.00 Freq='1.227GHz' Phi='0deg'
dB(GainTotal)
Setup1 : LastAdaptive
-12.00 Freq='1.227GHz' Phi='90deg'

-60 60
-18.00

-24.00

-90 90

-120 120

-150 150

-180

Figura 4.15 - Diagrama 2D Filtenna 5 em ϕ = 0º e 90º Figura 4.16 - Diagrama 3D Filtenna 5

A Figura 4.17 mostra uma comparação entre resultados simulados e medidos para o
coeficiente de transmissão do Filtro 5, sendo observada mais uma vez boa concordância
entre os mesmos.

Figura 4.17 - Comparação dos dados simulados e medidos do Filtro 5 e foto do protótipo

53
A Figura 4.18 mostra uma comparação entre resultados simulados e medidos da
perda de retorno para a filtenna 6, sendo observada boa concordância entre os mesmos.

-5
Perda de Retorno, dB

-10

-15

Simulado com Ansoft Designer


Medido
-20
1 2 3 4 5 6
Frequência, GHz

Figura 4.18 - Comparação dos dados simulados e medidos da Filtenna 6 e seu respectivo protótipo

As Figuras 4.19 e 4.20 mostram diagramas de radiação 2D e 3D, respectivamente,


para a filtenna 6. Observa-se que a integração do filtro interferiu discretamente no
diagrama de radiação.

Figura 4.19 - Diagrama 2D Filtenna 6 em ϕ = 0º e 90º Figura 4.20 - Diagrama 3D Filtenna 6

A Figura 4.21 mostra uma comparação entre resultados simulados e medidos para o
a perda de inserção da Antena 7, sendo observada concordância entre os mesmos.

54
0

-10
Perda de Retorno, dB

-20

-30

-40
Simulado com Ansoft Designer
Medido
-50
1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 5.5 6
Frequência, GHz

Figura 4.21 - Comparação dos dados simulados e medidos da Antena 7 e seu respectivo protótipo

As Figuras 4.22 e 4.23 mostram diagramas de radiação 2D e 3D, respectivamente,


para a Antena 7.

Figura 4.22 - Diagrama 2D da Antena 7 em ϕ = 0º e 90º Figura 4.23 - Diagrama 3D da Antena 7

A Figura 4.24 mostra uma comparação entre os resultados simulados e medidos da


perda de retorno da Filtenna 8, sendo observada boa concordância entre os mesmos. A
simulação foi efetuada através do Ansoft HFSS.

55
0

-10
Perda de Retorno, dB

-20

-30

Simulado com Ansoft Designer


Medido
-40
1 2 3 4 5 6
Frequência, GHz

Figura 4.24 - Comparação dos dados simulados e medidos da Filtenna 8 e foto do protótipo

As Figuras 4.25 e 4.26 mostram diagramas de radiação 2D e 3D, respectivamente,


para a Filtenna 8. Observa-se que a integração do filtro interferiu muito discretamente
no diagrama de radiação.

Figura 4.25 - Diagrama 2D Filtenna 8 em ϕ = 0º e 90º Figura 4.26 - Diagrama 3D Filtenna 8

A Figura 4.27 mostra uma comparação entre os resultados simulados e medidos da


perda de retorno da Filtenna 9, sendo observada uma boa concordância entre os
mesmos. A simulação foi efetuada através do Ansoft HFSS.

56
0

-10
Perda de Retorno, dB

-20

-30

-40

-50
Simulado com Ansoft Designer
Medido
-60
1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 5.5 6
Frequência, GHz

Figura 4.27 - Comparação dos dados simulados e medidos da Filtenna 9 e foto do protótipo

As Figuras 4.28 e 4.29 mostram diagramas de radiação 2D e 3D, respectivamente,


para a Filtenna 9. Observa-se que a integração do filtro praticamente não interferiu no
diagrama de radiação.

Figura 4.28 - Diagrama 2D Filtenna 9 em ϕ = 0º e 90º Figura 4.29 - Diagrama 3D Filtenna 9

57
A Figura 4.30 mostra uma comparação entre os resultados simulados e medidos da
perda de retorno da Filtenna 10, sendo observada uma boa concordância entre os
mesmos. A simulação foi efetuada através do Ansoft HFSS.

-5

-10
Perda de Retorno, dB

-15

-20

-25

-30
Simulado com Ansoft Designer
Medido
-35
1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 5.5 6
Frequência, GHz

Figura 4.30 - Comparação dos dados simulados e medidos da Filtenna 10 e foto do protótipo

As Figuras 4.31 e 4.32 mostram diagramas de radiação 2D e 3D, respectivamente,


para a Filtenna 10. Observa-se que a integração do filtro praticamente não interferiu no
diagrama de radiação.

Figura 4.31 - Diagrama 2D Filtenna 10 em ϕ = 0º e 90º Figura 4.32 - Diagrama 3D Filtenna 10

58
A Figura 4.33 mostra uma comparação entre os resultados simulados e medidos da
perda de retorno da Filtenna 11, sendo observada concordância entre os mesmos. A
simulação foi efetuada através do Ansoft HFSS.

-10
Perda de Retorno, dB

-20

-30

Simulado com Ansoft Designer


Medido
-40
1 2 3 4 5 6
Frequência, GHz

Figura 4.33 - Comparação dos dados simulados e medidos da Filtenna 11 e foto do protótipo

As Figuras 4.34 e 4.35 mostram diagramas de radiação 2D e 3D, respectivamente,


para a Filtenna 11. Observa-se que a integração do filtro praticamente não interferiu no
diagrama de radiação.

Figura 4.34 - Diagrama 2D Filtenna 11 em ϕ = 0º e 90º Figura 4.35 - Diagrama 3D Filtenna 11

59
A Figura 4.36 mostra uma comparação entre os resultados simulados e medidos da
perda de retorno da Filtenna 12, sendo observada uma boa concordância entre os
mesmos. A simulação foi efetuada através do Ansoft HFSS.

0
Perda de Retorno, dB

-5

-10

Simulado com Ansoft Designer


Medido
-15
1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 5.5 6
Frequência, GHz

Figura 4.36 - Comparação dos dados simulados e medidos da Filtenna 12 e seu respectivo protótipo

As Figuras 4.37 e 4.38 mostram diagramas de radiação 2D e 3D, respectivamente,


para a Filtenna 12. Observa-se que a integração do filtro interferiu no diagrama de
radiação, sem alterar significativamente a característica omnidirecional.

Radiation Pattern 1 PlanarEM1 ANSOFT

0 Curve Info
dB(GainTotal)
-30 30 Setup1 : LastAdaptive
-2.00 Freq='2.2635GHz' Phi='0deg'
dB(GainTotal)
Setup1 : LastAdaptive
-9.00 Freq='2.2635GHz' Phi='90deg'

-60 60
-16.00

-23.00

-90 90

-120 120

-150 150

-180

Figura 4.37 - Diagrama 2D Filtenna 12 em ϕ = 0º e 90º Figura 4.38 - Diagrama 3D Filtenna 12

60
Tabela 4.1 - Faixas de operação e larguras de banda dos filtros, monopolos e filtennas considerados.
Antenas Faixa em (GHz) BW medido Filtennas Faixa em (GHz) BW medido Filtros Banda rejeitada
-10dB (MHz) -10dB (MHz) (GHz)
1 1,73 - 3,43 1699 2 2,2 - 2,45 250 1 0,94 - 1,3
4,21 - 5,4 1194 5,1 - 5,55 40 3 - 3,45
5,8 - 6 200
7 1,71 - 2 294 3 0,89 - 1,45 560 2 2,6 - 3,8
2,34 - 3,37 1027 1,9 - 2,12 224
4,3 - 6 1717 2,5 - 2,53 56
4,6 - 5,31 728
4 3,3 - 3,4 100 3 1,2 - 1,7
5 - 5,15 150 3 - 3,3
3,4 - 3,49
3,63 - 4,62
5 0,98 - 1,1 120 4 1,54 - 2,2
1,2 - 1,3 100 3,1 - 6
2,4 100
2,7 - 2,8
6 2,35 - 2,42 70 5 0,4 - 2
2,59 - 6

61
8 2,2 - 2,48 280 1 0,94 - 1,3
5 - 5,6 600 3 - 3,45
5,8 - 6 200
9 0,83 - 1,1 270 3 1,2 - 1,7
2,1 - 2,6 500 3 - 3,3
3 - 3,15 150 3,4 - 3,49
4,8 - 5,3 500 3,63 - 4,62
10 0,89 - 1,56 672 2 2,6 - 3,8
1,95 - 2,14 186
4,77 - 5,14 373
11 0,98 - 1,1 120 4 1,54 - 2,2
1,2 - 1,3 100 3,1 - 6
3,5 - 3,77 270
12 2,3 - 2,4 100 5 0,4 - 2
2,59 - 6

62
Tabela 4.2 - Faixas de frequências consideradas neste trabalho
Faixa Regulamentação Frequências (MHz) Observação
(Anatel)
2,6 GHz Res. 429 (13/02/06) 2500 - 2530 (FDD) Compartilhada com o
2570 - 2620 (TDD) MMDS

2620 - 2650 (FDD)


3,5 GHz Res. 416 (14/10/05) 3400 a 3600 em licitação
5 GHz Res. 506 (01/07/08) Seção X 5150 - 5350 Não precisa de licença
5470 - 5725

63
4.3 – Conclusão

As filtennas estudadas neste trabalho têm como objetivo principal preservar o diagrama
de radiação da antena (considerada isoladamente), porém reduzir a sua largura de banda.
Geralmente as antenas de microfita possuem largura de banda muito estreita, mas não
diagramas de radiação omnidirecionais.
Os monopolos de microfita investigados neste capítulo foram numerados para melhor
organização do texto. Por exemplo, a antena 1 é o monopolo elíptico com eixo maior igual
a 2,8 cm e a antena 7 é o monopolo com eixo maior igual a 3,0 cm.
As filtennas também foram numeradas. Por exemplo, as filtennas 2, 3, 4, 5 e 6
correspondem às estruturas obtidas com a integração dos filtros analisados, no monopolo de
2,8 cm. As filtennas 8, 9, 10, 11 e 12 correspondem às estruturas obtidas com a integração
dos mesmos filtros no monopolo de 3,0 cm.
Todos os monopolos e filtennas foram simulados, sendo obtidos os diagramas de
radiação na frequência de 2,4 GHz, de interesse maior neste trabalho, por conta das muitas
aplicações em sistemas de comunicações sem fio.
Foram efetuadas comparações entre resultados simulados e medidos, sendo observada
concordância entre os mesmos.
No próximo capítulo, serão apresentadas as conclusões principais deste trabalho e
algumas sugestões para a continuidade do trabalho.

64
CAPÍTULO 5
Conclusão

Este trabalho apresentou a integração de um monopolo elíptico de microfita, que é uma


antena UWB com diagrama de radiação omnidirecional, com um filtro de microfita, que
apresenta resposta em faixa larga, de modo a constituir um terceiro dispositivo de micro-
ondas, a filtenna.
As propriedades dos filtros e monopolos planares de microfita descritas nos capítulos
anteriores foram usadas nas escolhas das geometrias para a concepção das filtennas.
Algumas das configurações de filtros consideradas neste trabalho foram propostas por
outros autores, mas várias delas foram concebidas e propostas pela primeira vez, assim
como as configurações planares das filtennas.
A concepção das geometrias das filtennas foi orientada de modo a manter o diagrama
de radiação da antena (quando isolada), porém com redução das suas larguras de banda, de
modo a desenvolver antenas de microfita de faixa estreita (mas não muito) com diagrama
de radiação omnidirecional. Essa orientação foi definida, pois usualmente as antenas de
microfita apresentam larguras de banda muito estreitas o que corresponde a principal
desvantagem, e diagramas de radiação direcionais.
Foram apresentados resultados simulados e medidos, obtidos para diversas
configurações de filtros de microfita, de monopolos planares de microfita e de filtennas.
Também foram efetuadas comparações entre os resultados simulados e medidos,
observando-se concordância em todos os casos.
Neste trabalho foram consideradas cinco configurações de filtros de microfita, que
foram simulados com o Ansoft Designer e medidos, para fins de comparação. Deve ser
mencionado que o foco principal no desenvolvimento dos filtros não foi voltado para a
miniaturização, tanto que foram consideradas geometrias baseadas em seções de linhas de
transmissão o que resultou em filtros de dimensões milimétricas.
Foram consideradas antenas de microfita do tipo monopolo elíptico com dois
diferentes comprimentos de eixos maiores, um com 2,8 cm e outro com 3,0 cm. A escolha
desse tipo de monopolo se deu em função da forma do seu diagrama de radiação, que é
omnidirecional. As antenas desenvolvidas foram simuladas através do Ansoft HFSS e
medidas, sendo observada concordância entre os resultados obtidos.

65
Os monopolos e os filtros foram projetados principalmente para faixas de frequência
situadas entre 2 GHz e 6 GHz. Entretanto, o trabalho realizado não se limita a essas faixas,
podendo ser útil em várias outras aplicações, como em satélites, radares, e comunicação
celular, dentre outras, que requeiram diagramas de radiação omnidirecionais.
Foram realizadas algumas simulações e medições com a inserção de filtros na linha de
alimentação dos monopolos elípticos. Ao todo, foram construídos cinco filtros, dois
monopolos e 12 filtennas. Em geral, a comparação entre resultados simulados e medidos,
apresentou boa concordância, validando o uso dos softwares empregados. Todos os
diagramas de radiação foram simulados para 2,4 GHz, mesmo para os casos em que as
filtennas não apresentavam ressonância adequada, embora que em todos os casos, nesta
frequência de 2,4 GHz, apresentaram perdas de retorno inferiores a -8 dB.
Os objetivos principais deste trabalho foram alcançados, com o desenvolvimento das
geometrias das filtennas propostas, construídas e medidas. Observou-se claramente uma
coerência nos resultados obtidos, o que permitiu alcançar o objetivo principal do projeto
que foi reduzir a largura de banda de monopolos que por natureza possuem características
UWB, preservando o diagrama de radiação original do monopolo.
Para trabalhos futuros, um estudo aprofundado sobre uma maneira de integrar o filtro
de uma forma mais adequada, que contribua para a miniaturização das dimensões das
filtennas, preservando as características obtidas. Além disso, também, pretende investigar
os efeitos da utilização de materiais cerâmicos de alta permissividade e de metamateriais,
com o objetivo de reduzir as dimensões das antenas dos filtros e das filtennas. Outras
concepções de filtros também serão consideradas, inclusive as de filtros reconfiguráveis
com dispositivos ativos que possam mudar a configuração da filtenna computacionalmente,
ou seja, comandos automáticos ativarão os componentes ativos do circuito, mudando o
comportamento da filtenna.

66
Referências

[1] W. Wang e X. Lin, “A dual-band bandpass filter using open-loop resonator”, 5th
Global Symposium Millimeter Waves (GSMM 2012), Harbin, China, pp. 575-578,
2012.

[2] W. He, Z. Ma, C.-P. Chen, T. Anada e Y. Kobayashi, “A novel dual-band bandpass
filter using microstrip stub-loaded two-mode resonators with source and load
coupling”, Asia-Pacific Microwave Conference (APMC 2008), Macau, China, pp.1-4,
2008.

[3] R. Gomez-Garcia, M. Sanchez-Renedo e J.-M. Munoz-Ferreras, “A type of planar


array-antenna feeding network with single/multiband filtering capability”,
IEEE Antennas Wireless Propagation Letters, vol. 9, pp. 1271-1274, 2010.

[4] F. C. Chen, Q.-X. Chu, Z. H. Li e X. H. Wu, “Compact dual-band bandpass filter


with controllable bandwidths using stub-loaded multiple-mode resonator”,
IET Microwaves, Antennas & Propagation, vol. 6, no. 10, pp. 1172-1178, 2012.

[5] C.-F. Chen, “Design of a compact microstrip quint-band filter based on the tri-mode
stub-loaded stepped-impedance resonators”, IEEE Microwave Wireless Components
Letters, vol. 22, no. 7, pp. 357-359, 2012.

[6] K.-W. Hsu e W.-H. Tu, “Design of a novel four-band microstrip bandpass filter using
double-layered substrate”, IEEE MTT-S Int. Symp., Boston, MA, pp.1041-1044,
2009.

[7] C.-F. Chen, T.-Y. Huang e R.-B. Wu, “Design of dual- and triple-passband filters
using alternately cascaded multiband resonators”, IEEE Trans. Microwave Theory
Techniques, vol. 54, no. 9, pp. 3550-3558, 2006.

[8] D. Zayniyev e D. Budimir, “Dual-band microstrip antenna filter for wireless


communications”, IEEE Antennas Propagation Society Int. Symp. (AP-S 2010),
Toronto, Canada, pp. 1-4, 2010.

[9] C. Karpuz e A. Gorur, “Dual-mode dual-band microstrip filters”, European


Microwave Conference (EuMC 2009), Rome, Italy, pp. 105-108, 2009.

67
[10] A. Abramowicz, “Microstrip filters based on dual-mode planar resonators”, 14th Int.
Conf. Microwaves, Radar and Wireless Communications (MIKON 2002), Gdansk,
Poland, vol. 2, pp. 616-619, 2002.

[11] F.-C. Chen e Q.-X. Chu, “Tri-band bandpass filter using assembled multiband
resonators”, Asia-Pacific Microwave Conference (APMC 2008), Macau, China, pp.1-
4, 2008.

[12] R. Mehran, “Computer-aided design of microstrip filters considering dispersion,


loss, and discontinuity effects”, IEEE Transactions Microwave Theory
Techniques, vol. 27, no. 3, pp. 239-245, 1979.

[13] J.-S. Hong e M. J. Lancaster, Microstrip filters for RF/microwave applications,


Wiley-Interscience, New York, 2001.

[14] D. M. Pozar, Microwave Engineering, 3rd ed., New York, Wiley, 2005.

[15] G. Kumar e K. P. Ray, Broadband microstrip antennas, Artech House, Norwood,


MA, 2003.

[16] N. P. Agrawall, G. Kumar e K. P. Ray, “Wide-band planar monopole antennas”,


IEEE Trans. Antennas Propagation, vol. 46, no. 2, pp. 294-295, 1998.

[17] J. Liang, C. C. Chiau, X. Chen e C. G. Parini, “Study of a printed circular disc


monopole antenna for UWB systems”, IEEE Trans. Antennas Propagation, vol. 53,
no. 11, pp. 3500-3504, 2005.

[18] Y.-L. Kuo e K.-L. Wong, “Printed double-T monopole antenna for 2.4/5.2 GHz dual-
band WLAN operations”, IEEE Trans. Antennas Propagation, vol. 51, no. 9, pp.
2187-2192, 2003.

[19] S.-Y. Suh, W. L. Stutzman e W. A. Davis, “A new ultrawideband printed monopole


antenna: the planar inverted cone antenna (PICA),” IEEE Trans. Antennas
Propagation, vol. 52, no. 5, pp. 1361-1364, 2004.

[20] K.-H. Kim, Y. J. Cho, S. H. Hwang e S.-O. Park, “Band-notched UWB planar
monopole antenna with two parasitic patches”, Electronics Letters, vol. 41, no. 14,
pp. 783-785, 2005.

[21] C. L. Nóbrega, “Otimização dos parâmetros de monopolos planares de microfita para


aplicações em sistemas de banda ultra larga”, Universidade Federal do Rio Grande do

68
Norte (UFRN), Dissertação de Mestrado em Engenharia Elétrica, Natal, RN, 2008.

[22] J. Liang, C. C. Chiau, X. Chen e C. G. Parini, “Printed circular disc monopole


antenna for ultra-wideband applications”, Electronics Letters, vol. 40, no. 20, pp.
1246-1247, 2004.

[23] C.-I Lin e K.-L. Wong, “Printed monopole slot antenna for internal multiband mobile
phone antenna”, IEEE Trans. Antennas and Propagation, vol. 55, no. 12, pp. 3690-
3697, 2007.

[24] J. Jung, W. Choi e J. Choi, “A small wideband microstrip-fed monopole


antenna”, IEEE Microwave Wireless Components Letters, vol.15, no.10, pp.703-705,
2005.

[25] K. Chung, J. Kim e J. Choi, “Wideband microstrip-fed monopole antenna having


frequency band-notch function”, IEEE Microwave Wireless Components Letters,
vol.15, no.11, pp.766-768, 2005.

[26] C.-C. Lin, Y.-C. Kan, L.-C. Kuo e H.-R. Chuang, “A planar triangular monopole
antenna for UWB communication”, IEEE Microwave Wireless Components Letters,
vol. 15, no.10, pp. 624-626, 2005.

[27] J.-Y. Jan e L.-C. Tseng, “Small planar monopole antenna with a shorted parasitic
inverted-L wire for wireless communications in the 2.4-, 5.2-, and 5.8-GHz
bands”, IEEE Trans. Antennas Propagation, vol. 52, no. 7, pp. 1903-1905, 2004.

[28] S. Yu, W. Hong, C. Yu, H. Tang, J. Chen e Z. Kuai, “Integrated millimeter wave
filtenna for Q-LINKPAN application”, 6th European Conf. Antennas Propagation
(EuCAP 2012), Prague, Czech Republic, pp. 1333-1336, 2012.

[29] C. Yu, W. Hong, Z. Kuai e H. Wang, "Ku-band linearly polarized omnidirectional


planar filtenna", IEEE Antennas Wireless Propagation Letters, vol. 11, pp. 310-313,
2012.

[30] G. Q. Luo, W. Hong, H. J. Tang, J. X. Chen, X. X. Yin, Z. Q. Kuai e K. Wu, "Filtenna


consisting of horn antenna and substrate integrated waveguide cavity FSS", IEEE
Trans. Antennas Propagation, vol. 55, no. 1, pp. 92-98, Jan. 2007.

[31] L. Cifola, D. Cavallo, G. Gerini, S. Savoia, A. Morini e G. Venanzoni, “Common-


mode rejection in a phased-array filtenna of connected dipoles”, 6th European Conf.
Antennas Propagation (EuCAP 2012), Prague, Czech Republic, pp.1-5, 2012.
69
[32] M. Kufa e Z. Raida, "Design of filtenna with fractal defected ground structure", 7th
European Conf. Antennas Propagation (EuCAP 2013), Gothenburg, Sweden, pp.
1278-1280, 2013.

[33] Y. Tawk, J. Costantine e C. G. Christodoulou, “A varactor-based reconfigurable


filtenna”, IEEE Antennas Wireless Propagation Letters, vol. 11, pp.716-719, 2012.

[34] Y. Lu, H.-J. Lam e J. Bornemann, “Coplanar printed-circuit antenna with band-
rejection elements for ultra-wideband filtenna applications”, IEEE Antennas
Propagation Soc. Int. Symp., pp. 1-4, 2008.

[35] L. Cifola, G. Gerini e A. Morini, “Design of a low profile phased array filtenna with
frequency agility and wide spurious rejection band”, 7th European Conf. Antennas
Propagation (EuCAP 2013), Gothenburg, Sweden, pp. 1196-1200, 2013.

[36] L. I. Basilio, M. A. Khayat, J. T. Williams e S. A. Long, “The dependence of the


input impedance on feed position of probe and microstrip line-fed patch
antennas”, IEEE Trans. Antennas Propagation, vol. 49, pp. 45-47, 2001.
[37] T. Samaras, A. Kouloglou e J. N. Sahalos, “A note on the impedance variation with
feed position of a rectangular microstrip-patch antenna”, IEEE Trans. Antennas
Propagation, vol. 46, pp. 90-92, 2004.
[38] S. Satthamsakul, N. Anantrasirichai, C. Benjangkaprasert e T. Wakabayashi,
“Rectangular patch antenna with inset feed and modified ground-plane for wideband
antenna”, SICE Annual Conference 2008, Tokyo, Japan, pp. 3400-3403, 2008.
[39] I. Wolff, G. Kompa e R. Mehran, “Calculation method for microstrip discontinuities
and T-junctions”, Electronics Letters, vol. 8, pp. 177-179, 1972.

[40] E. O. Hammerstad, “Equations for microstrip circuit design”, 5th European


Microwave Conference, Hamburg, Germany, pp. 268-272, 1975.

[41] C. A. Balanis, “Antenna theory: analysis and design”, 3rd. ed., Nova Jersey: John
Wiley & Sons, 2005.

[42] HFSS v11 Getting started guide, Ansoft Corporation, 2007.


[43] ANSYS Ansoft, HFSS user's guide, 3rd ed., pp. 415-438, 2009.
[44] http://www.anatel.gov.br
[45] F. L. B. Ribeiro, “Introdução ao método dos elementos finitos (notas de aula)”,
COPPE/UFRJ, Programa de Engenharia Civil, Rio de Janeiro, RJ, 2004.

70

Você também pode gostar