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Fala sério...

É verdade mesmo que


todo mundo tem empatia?

Chris Melchiades
Vice Presidente, Fellipelli Consultoria Organizacional
- Empresária e Consultora executiva, possui 20
anos de experiência na área de desenvolvimento
organizacional e de pessoas. Fundamenta
seus trabalhos e projetos com uma abordagem
integrada dos conhecimentos sobre personalidade
humana, neurociência e inteligência emocional.
Capítulo 1 - Empatia
Fala sério... É verdade mesmo que todo mundo tem empatia?

Já perdi as contas de quantas vezes eu ouvi a esta pergunta.

No contexto de hoje onde as pessoas se apresentam cada vez mais aceleradas,


irritadiças, tensas com inúmeros pensamentos em mente, menos tolerantes, fica
sim, difícil de perceber e reconhecer a empatia nas pessoas. Um mundo onde
muitas conexões ocorrem por meio digital, como então compreender um tom
de voz? Como observar uma expressão emocional?

Dá para entender porque a empatia está em alta praticamente em todo lugar. O


mundo está carente de cuidado, carente de atenção, de escuta, de compreensão,
de respeito pela diversidade...

Mas o que é a empatia?

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Por Chris Melchiades
Capítulo 2 - O que significa ser empático?
Ser empático significa ler emocionalmente as pessoas, é estar em sintonia com o
que, como e por que as pessoas pensam e agem do jeito que agem. É a habilidade
de colocar em palavras, de uma forma não taxativa, a compreensão de mundo
que o outro tem, mesmo que você não concorde com aquela opinião, mas que
reconheça, compreenda e respeite os sentimentos desta.

Todo mundo tem empatia, em menor ou maior grau, e a boa notícia ainda, é
que ela pode ser desenvolvida.

Se todos nós temos Empatia, o que faz então com que uma pessoa
seja mais empática que a outra?

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Por Chris Melchiades
Capítulo 3 - A Escuta Empática
Um fator primordial é a capacidade de fazer perguntas que foquem não em
assuntos superficiais, mas na compreensão da perspectiva do outro. A
“escuta empática” é muito poderosa, pois ela fornece dados precisos para se
trabalhar. Ao invés de assumir seus próprios pensamentos, você lida diretamente
com a realidade da mente e do coração do outro.

As pessoas empáticas se importam com os outros e mostram preocupação e


cuidado com eles. Elas podem identificar os sentimentos dos outros, podem ser
atenciosas, compassivas, podem pensar nos outros antes de agir e efetuar boas
análises sobre as pessoas.

Já as pessoas com um baixo grau de empatia talvez tenham dificuldade em


entender como os outros se sentem. Talvez não reconheçam o impacto de seu
comportamento sobre os outros, podem parecer insensíveis às necessidades
dos outros e podem entender erradamente os sentimentos dos outros.

A empatia é um dos atributos da Inteligência Emocional e por isto ela não roda
sozinha. Ela funciona como uma verdadeira engrenagem que requer outros
componentes emocionais, como:

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Capítulo 4 - Os Componentes Emocionais
da Empatia
O controle dos impulsos – que é a capacidade de resistir ou adiar um impulso
de agir, evita falas precoces e tomada impetuosa de decisões.

A consciência emocional – que inclui reconhecer e compreender as próprias


emoções. Envolve a capacidade de diferenciar as sutilezas envolvidas nestas
emoções, enquanto se compreende as suas causas e o impacto sobre os
pensamentos e ações da pessoa.

A expressão emocional – que significa a habilidade de expressar os próprios


sentimentos de maneira que possam ser compreendidos e experimentados pelo
receptor e

O teste de realidade – que envolve a busca ativa por informações objetivas


para confirmar, dar suporte, justificar e validar os sentimentos, percepções e
pensamentos. Esta habilidade permite que o indivíduo mantenha as coisas na
perspectiva adequada, como realmente são, sem fantasiar ou ter devaneios.

E por que isto é importante? Porque estes são os elementos que diferenciam
o grau de desenvolvimento da empatia de pessoa para pessoa.
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Quando estes componentes estão em equilíbrio, podemos dizer que se tem um
pleno funcionamento socioemocional da empatia. Vou explicar mais adiante o
que significa o fator socioemocional.

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Capítulo 5 - A empatia na prática
Imagine uma situação onde um filho chega de um jogo de futebol, onde ele
e sua equipe perderam. Ele trata o pai de uma forma bem desrespeitosa. A
intenção do pai é responder de modo gentil, com aquele tapinha nas costas,
afinal de contas (em uma falsa nostalgia), ele nunca tratou seus pais da mesma
forma. Ou ainda, pode responder com um “Perdeu de novo, né?” Isso piora
toda a situação e o deixaria ainda mais explosivo.

Dizer algo do tipo “ Você parece triste, não é mesmo? ” faz com que o pai seja
empático em relação a como seu filho se sente. Outro resultado deste comentário
é o de dar margem para que haja uma conversa em cima daquilo: “Claro que
estou triste, perdemos as semifinais!”, o que levaria para uma resposta do tipo:
“Isso é terrível, vocês se dedicaram tanto. Deve ser muito frustrante”.

Coloque as suas emoções em espera, ou seja, em vez da reação direta, pare e


pense um pouco. O motivo de ele estar se sentindo assim não é para deixar o
pai irritado. É importante estar atento para esse tipo de sentimento e ficar “em
espera” até saber de fato o que está acontecendo. Há um duplo desafio aqui:
de usar a consciência emocional para medir a nossa irritação, conter nossos
impulsos, agir de forma sensível diante da provocação, e recorrer ao nosso lado
empático, a fim de captar a posição do outro.
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A Empatia é chave para gerar conexões entre as pessoas, estabelecer
cumplicidade, ajuda a promover conversas mais eficazes, de qualidade e
traz acolhimento que reduz naturalmente a ameaça social (necessidade
do ser humano de ser aceito socialmente).

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Capítulo 6 - A empatia no mundo corporativo
No mundo corporativo, a empatia está muito valorizada, pois ela reflete
diretamente no seu estilo de liderança, no engajamento das pessoas, na qualidade
de suas interações diárias, em como você lida com o fator emocional do outro,
que por sua vez, ao entender como a reação dos outros pode interferir em um
cenário as decisões podem ser mais bem pensadas e sustentáveis, a escuta ativa
traz aprendizados, ela te ajuda a crescer e contribui para o exercício do papel do
líder desenvolvedor de pessoas.

A Empatia impacta na qualidade das Relações Interpessoais e este é um dos


componentes emocionais essenciais para o nosso Bem-Estar. Ser empático então
pode elevar o nosso índice de satisfação e contentamento com a vida.

Em um estudo divulgado na Você S.A. (edição de abril/2016), mostrou


que além de mais bem-sucedidos na carreira, os mais empáticos se mostram
também mais felizes. As mulheres que possuem esta habilidade sentem 74%
mais satisfação, e os homens 71%. A explicação é que, quando ajudamos os
outros e nos importamos com eles, nos sentimos mais gratos. Pelo mesmo
motivo, o comportamento empático traz também 81% mais motivação para as
mulheres e 76% mais para os homens.

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Capítulo 7 - Empatia, O Fator Sócio-emocional
Lembra que eu havia mencionado o fator socioemocional? Este fator significa
pleno funcionamento de você com você, e você na relação com o outro.

Embora a empatia seja essencial para liderar e gerir, é preciso ter clareza
dos limites. Deixar de reconhecer os limites da empatia pode prejudicar o
desempenho individual e organizacional.

A empatia quando ativa se torna um hábito, requer a sua atenção plena,


cuidado, pode ser desgastante – exaustivo – pois além dela consumir mais energia
e recursos cognitivos de seu cérebro – ela também se esgota. Nosso desejo em
ser empáticos e o esforço que isso exige são disponíveis em quantidade limitada,
quer estejamos lidando com família e amigos ou com clientes e colegas de
trabalho. Por isso, atenção: não conseguimos ser empáticos com todos o tempo
inteiro, se demandarmos demais a empatia, o desempenho sairá prejudicado.

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Capítulo 8 - 6 Dicas para Desenvolver a
Habilidade Empática
Hoje já é possível medir o grau com que apresentamos a Empatia (recomendo
para isto o uso do instrumento EQ-i 2.0), assim já se pode tomar medidas para
impedir os efeitos nocivos e promover o pleno funcionamento socioemocional
da mesma, não permitindo o uso excessivo da empatia, mas assegurando o
equilíbrio entre os demais componentes emocionais. Vou citar algumas dicas
fundamentais para o equilíbrio da Empatia:

Quando a empatia se apresenta em um grau maior que a “consciência emocional”,


esse desequilíbrio sugere que a pessoa pode colocar os pensamentos e sentimentos
dos outros diante dos próprios, correndo o risco de negligenciar a si mesma.
O equilíbrio ideal aqui pode ser alcançado levando os sentimentos dos outros
em conta, mas sem negligenciar os próprios sentimentos e necessidades, pois
no médio, longo prazo isto poderá refletir frustrações, e negativamente afetar a
autorealização ou postergações de decisões, etc.

Alinhar a Expressão Emocional com a Empatia significa levar os sentimentos


das outras pessoas em consideração ao expressar as suas próprias emoções. O
objetivo é expressar de uma forma eficaz, mantendo sintonia com os outros,
de modo que as expressões sejam mais que apenas um reflexo dos sentimentos
dos outros.
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É importante aproveitar os relacionamentos com os outros e a empatia para
lhe ajudar a resolver problemas e reconhecer em como as suas decisões podem
ser afetadas pelos outros, porém sem ser excessivamente influenciado por eles.
Usar a empatia para ajudar nos momentos de estresse, mas ao mesmo tempo
que lida com a causa do problema.

Ufa! Quanta coisa... A empatia pode ser desenvolvida, mas é fácil conseguir
este desenvolvimento? Não mesmo!!! Mudanças não ocorrem da noite para
o dia e o aprimoramento das habilidades da Empatia não é uma exceção. Para
que uma mudança eficaz ocorra, é preciso estar disposto e compromissado em
operar uma mudança.

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Você está disposto a começar esta Jornada?

Se respondeu que sim, abaixo seguem algumas dicas de como você pode começar
a aplicar em seu cotidiano esta nova aprendizagem.

Fonte: Livro The EQ-EDGE, Steven Stein

1. Pergunte a alguém que você conheça muito bem sobre como ele se sente sobre
um determinado tópico – algo simples, como um filme lançado recentemente,
ou um evento qualquer onde ambos participaram. Deixe a conversa fluir por
uns 5 minutos e então, descreva a essa pessoa o que você acha dos pontos
de vista expostos pelo outro. Você poderá se surpreender – no mínimo – ao
encontrar uma diferença de opinião.

2. Pare e ouça mais os outros. Se as opiniões e sentimentos são de valia para


você, veja se compreendeu estes de forma precisa.

3. Crie anotações das impressões certas e erradas dos sentimentos e pensamentos


dos outros. Para cada impressão errada, registre o motivo pelo qual você acha
que errou.

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4. Antes de se encontrar com alguém importante para você, prepare-se para
pensar sobre suas expectativas sobre aquela pessoa, e também para que essas
expectativas possam estar erradas. O que você gostaria de alcançar como
resultado nesta reunião? Em quais áreas você gostaria de conhecer melhor
aquela pessoa?

5. Durante o encontro, foque na outra pessoa. Faça contato visual e preste


atenção às expressões faciais e a linguagem corporal. Confira suas interpretações
fazendo perguntas do tipo: “Está querendo dizer que...?”

6. Após a reunião, reveja seus resultados. O que você aprendeu sobre a outra
pessoa? Como ela se sentiu sobre coisas que são importantes para você? Como
aquilo que você aprendeu pode ser usado em seu relacionamento futuro? O
que você fez que deixou a outra pessoa ciente de como você se sente?

Espero que estas dicas, tenha aberto mais possibilidades para você
desenvolver, na medida, a sua Empatia.

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