Você está na página 1de 10

TÍTULO: CASA DE CULTURA VILLA MARIA

AUTORES: Dálcio Ricardo de Andrade; João Vicente de Alvarenga; Marcelo Silva Sthel; Elba
Suely Gomes Pessanha G. Mesquita e Danuza da Cunha Rangel.
INSTITUIÇÃO: UENF
Área Temática: Cultura

Situada em uma área privilegiada da Cidade de Campos dos Goytacazes, ao lado de


bens tombados pelo Patrimônio Histórico do Estado do Rio de Janeiro (Liceu de Humanidades e
Jardim do Liceu), a Casa de Cultura Villa Maria, da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos
Comunitários, construção datada de 1918 em estilo eclético, é, por sua imponência, uma atração à
parte para aqueles que passam pelos jardins do Liceu.
O Palacete, com 811 m², no meio de um jardim de 5.714 m², era propriedade do
industrial Atilano Crisóstomo de Oliveira que o construiu para presentear a D. Maria Queiroz de
Oliveira, sua esposa, que era carinhosamente chamada de Finazinha por ter nascido em Dia de
Finados.
Entre 1979 e 1992 foi sede da Prefeitura Municipal de Campos e no dia 08 de
dezembro de 1993 foi cumprido o testamento de D. Finazinha: seu palacete foi entregue à UENF
para cumprir uma destinação cultural. Passa a existir então a Casa de Cultura Villa Maria, 23 anos
após a morte de sua doadora, a Rainha da Bondade, como também era conhecida D. Maria Queiroz
de Oliveira entre a população campista.
A Casa de Cultura Villa Maria destina-se a um público bastante diversificado (à
criança, ao jovem adolescente, ao adulto e ao idoso.) e também diferenciado em sua
formação/informação: artistas, estudantes, intelectuais, professores, acadêmicos, leigos e
populações carentes.
Com este projeto cultural, a UENF amplia a oferta de oportunidade de
aperfeiçoamento de artistas, bem como de outros profissionais, para que possam produzir melhor.
Cursos, oficinas, encontros, palestras, seminários nas áreas do Teatro, Dança, Cinema, Artes
Plásticas, Cultura Popular, Música e Literatura, entre outros, são oferecidos gratuitamente a artistas
e interessados em geral.
Anualmente a Casa alcança um público estimado de mais de 30.000 pessoas
interessadas em nossa proposta de cultura enquanto projeto pedagógico e alavanca de progresso
profissional.
O papel da Universidade na sua relação com a comunidade, intermediada pelo
conhecimento científico, é fundamentalmente a geração de benefícios para o desenvolvimento
sócio-econômico da mesma através da produção e disseminação de ciências e tecnologias aplicadas.
Nesta mesma perspectiva, a cultura, enquanto vivência estética, também é caminho por onde esta
comunidade poderá consolidar suas conquistas e lançar-se a novos desafios no nível cognitivo-
emocional. Para tanto a Casa de Cultura Villa Maria volta-se, em especial, para produções culturais
que tragam a marca do novo, da pesquisa de linguagem, que não se encontra facilmente nos meios
de comunicação.
A Casa oferece também serviços que atendem às necessidades de lazer, cultura e
informação, mais imediatas da população, tais como:
• Videoteca com um atendimento de 1000 usuários/mês;
• Fonoteca, com uma média mensal de 1200 audições/mês.
• Cursos de Informática, com uma média de 500 a 600 atendimentos anuais;
• Sala de Leitura “Adilson Rangel”, com um atendimento mensal de 800 a 1000
consulentes/mês.

A Casa possui propostas e metas de trabalho para as diferentes áreas do saber e da


cultura:

01- Artes Cênicas

TEATRO

- Viabilizar a aquisição de textos e livros especializados em Literatura Dramática,


propiciando a pesquisa, a investigação e a consulta para estudos e montagens;
- Realizar periodicamente leituras dramatizadas de dramaturgos campistas e
também outros consagrados;
- Realizar oficinas de direção, interpretação, corpo, voz, sonoplastia, iluminação,
cenografia, texto e outras, reciclando e capacitando artistas e técnicos;
- Promover estudos, palestras e debates sobre dramaturgia, com aulas públicas
semanais, atendendo a alunos, professores e comunidade;
- Programar exposições com documentos (prospectos, cartazes, fotos, vídeos) sobre
a história do teatro em Campos;
- Promover o intercâmbio cultural com apresentações teatrais de grupos locais, da
região e do estado;
- Promover mostras de teatro que passem a constar do calendário anual da Casa,
contemplando as seguintes categorias:
- Teatro Infantil – participação de grupos locais e convidados;
- Teatro Jovem - participação de grupos locais e convidados;
- Teatro Livre (categoria adulto) – participação de grupos locais e convidados.

DANÇA

- Exercitar a linguagem corporal, estabelecendo, através da dança, movimentos


coreográficos possíveis de harmonizar a criança, o adolescente e o idoso.

• Crianças e adolescentes – dança contemporânea, moderna, jazz, sapateado,


street dance;
• Terceira Idade – dança de salão, alongamento.

- Trabalhar a expressão corporal, integrando o teatro e a performance teatral,


desenhando coreograficamente o texto, através do ritmo e a linguagem do corpo;
- Resgatar e difundir as danças folclóricas da região.

02-Sala de Leitura

- Sistema integrado de multimídia e pesquisa: ampliar a oferta de pesquisa a


professores estudantes e comunidade;
- Roda de Leitura: inserir a criança e adolescente no mundo da leitura de forma
atraente e lúdica, num trabalho integrado com animadores culturais, utilizando técnicas e estratégias
diferenciadas;
- Palestras Temáticas: promover encontros com a comunidade/usuário da Sala de Leitura para
debater temas da atualidade e que sejam de seu interesse.

03- Fonoteca

- Fonoteca Em Dia: reequipar e adequar constantemente aparelhagem e recursos


materiais e humanos do Setor, de modo a garantir a continuidade e a otimização do serviço
oferecido aos usuários;
- Centro de Pesquisa e Documentação Musical: distribuir organicamente os
diferentes acervos do Setor em local apropriado à realização de consultas especiais por parte de
pesquisadores e estudantes em geral, com atendimento personalizado e informatizado;
- Villa no Ar: criar e movimentar programa semanal em emissora FM local,
permitindo ampla divulgação das atividades realizadas na Fonoteca e demais setores da Casa, com o
objetivo de colaborar, alternativamente, para a melhoria do nível cultural das emissões radiofônicas
atualmente veiculadas;
- Fonoficinas: realizar, na área de música, cursos, conferências, “workshops”,
concertos, recitais, oficinas, incluindo artistas locais nas dependências internas da Casa;
- Fonoteca Volante: instalar equipamentos sonoros para audição individual em
locais variados da cidade e da região, permitindo dilatar a clientela do Setor;
- Fonoteca Vai à Escola ou Vice-Versa: confeccionar “pacotes” musicais para
audições coletivas comentadas, a serem oferecidas a grupos de estudantes nas próprias Escolas ou
nas dependências da Casa de Cultura;
- Memória Musical de Campos: remasterizar, em CD, gravações raras de músicos
locais, atualmente em formato vinil ou K-7, além de compilar registros inéditos (igualmente em
CD) de artistas campistas, mediante seleção prévia;
- Festival da Villa: realizar festival de música direcionado à descoberta de novos
talentos oriundos da UENF, integrando o “campus” à Casa de Cultura;
- Fonoteca Virtual: desenvolver sistema informatizado e disponibilizar
computadores que possibilitem o acesso direto dos usuários às peças musicais, via Internet.

04- Videoteca

- Terminais – instalar terminais informatizados para consulta dos usuários. Sistema


que informe a programação, dados sobre títulos do acervo e funcionamento da Videoteca;
- Relações Comunitárias – externar ações em parcerias com escolas, associações de
moradores, grupos específicos (3ª idade, soropositivos, paraplégicos e outros) via instituições.
Parcerias, para levar aos grupos, títulos do acervo, ou desenvolver sessões especiais previamente
agendadas na Casa, constando de filmes e complemento com palestras e até cursos requeridos pela
clientela específica;
- Escolas – no caso específico das unidades escolares, com prioridade para as
escolas públicas, promover trabalho conjunto de atendimento de suas necessidades programáticas.
Na parceria, a Casa se propõe atendê-las com títulos, informações sobre as obras, organização de
mostras e/ou exibições dirigidas, levando-se em conta as necessidades curriculares, o acervo da
Videoteca e sua infra-estrutura: telão, sala alternativa de exibições e possibilidade de deslocamento
de títulos;
- Acervo – manter no plano de atualização do acervo a preferência por títulos
dublados, já que a maioria dos usuários tem dificuldade com os legendados. Centrar a política de
aquisições no entendimento de que, embora necessite de atualização, com novos títulos, a Videoteca
tem um compromisso, desde sua origem, com o cinema nacional, filmes referenciais do cinema,
documentais, arte, e produção estrangeira a mais diversificada possível. Neste último item, há que
se considerar a carência em locadoras e videotecas da cidade de filmes latino-americanos;
- Cursos –programar cursos de cinema, vídeo e fotografia com diretores de cinema,
televisão, fotógrafos e professores universitários, assim como seminários para estudos de obras
sobre cinema - Trabalho integrado com o Centro de Ciências do Homem- CCH, Cine Clube da
Uenf, Faculdade de Filosofia e outros.
- Festivais - trazer para a Casa segmentos de festivais de cinema e vídeo ou incluí-la
no circuito dos festivais. Retomar a apresentação do Festival Mundial do Minuto;
- Produção – produzir material documental com base em eventos realizados na
Casa, tais como palestras, cursos, coleta de depoimentos de personalidades, pesquisadores,
historiadores. E ainda, elaborar materiais que atendam às demandas específicas originadas por
instituições de ensino, cultura e outras.

05- Coral

- Criar um Coral Infanto-Juvenil enquanto linguagem estética que levará ao


caminho da socialização;
- Criar um Centro de Pesquisa do Folclore Regional;
- Criar um Coral da Terceira Idade.

06- Artes Plásticas e Visuais

- implementar política permanente de reciclagem de recursos humanos em artes


plásticas e visuais, através de palestras, oficinas, encontros, seminários e outros;
- realizar exposições históricas com artistas plásticos e fotógrafos da região (artistas
de outras épocas);
- exibição de documentários sobre artes plásticas, seguida de debates;
- promover visitas monitoradas a museus e exposições importantes, de interesse
cultural e técnico, nos grandes centros;
- incentivar a produção local, oferecendo espaços para exposições de seus trabalhos;
- incentivar a produção do artesanato da região, promovendo exposições e cursos ao
público jovem e estudantes.

07- Setor de Informática

- Promover cursos, permitindo que estudantes e professores da rede pública, bem


como público específico (terceira idade, deficientes visuais, adolescentes,...) e público em geral
tenham uma iniciação ao uso do computador através de softwares específicos. Não deixando de
destacar os cursos para atualização do quadro funcional;
- Capacitar os funcionários do Setor de Informática, visando adquirir novos
conhecimentos a serem utilizados em prol da Casa;
- Reestruturar o Setor de Informática da Casa, atendendo as necessidades de cada
setor (equipamentos), e de funcionários específicos (deficientes visuais);
- Formar parcerias com instituições públicas e instituições sem fins lucrativos,
oferecendo cursos que atendam a suas necessidades. (Sem ônus para a Casa, que forneceria somente
o espaço e os instrutores);
- Promover o acesso orientado à internet para o público em geral, pesquisadores,
professores e estudantes;
- Elaborar Home Page da Casa para divulgação, via internet, nossa programação e
eventos;
- Criar Sala de Pesquisa Virtual, contendo internet e títulos multimídia;
- Integrar a CCVM com outras Universidades e Centros Culturais, a fim de tomar
conhecimento de suas atividades, possibilitando possíveis convênios culturais. (e-mail – FTP);
- Manter a estrutura de rede local da Casa que permite a troca de informações entre
os setores, bem como a utilização de impressoras diversas;
- Criar a Unidade de Editoração Eletrônica, que elaboraria folder, cartaz e outros
materiais de divulgação dando assim um maior suporte aos eventos da Casa.

08 – Patrimônio Histórico-Cultural

- Divulgar interna e externamente aspectos de nossa história, oportunizando o


contato de estudantes, professores e público em geral, com as fontes gráficas e iconográficas de
nosso processo histórico, através da Esta é Sua História e atividades lúdicas sob a orientação de
professores e técnicos especializados;
- Desenvolver o turismo cultural, transformando os prédios históricos de Campos
em Museus Temáticos – do índio, do negro, da cana-de-açúcar, dos transportes,etc.
- Mapear sítios arqueológicos localizados no Município de Campos e viabilização
de sua prospecção;
- Proteger sítios arqueológicos já detectados e explorados;
- Criar arquivo de registros orais;
- Criar um Arquivo Histórico Municipal;
- Proceder ao levantamento de bens móveis de valor cultural, monumentos e bustos.

Este é um projeto de grande relevância sócio-cultural que prima por proporcionar à


comunidade, indiscriminadamente, um trânsito livre e gratuito pelo patrimônio histórico-cultural da
humanidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORGES,Otto. Música popular, O Cruzeiro, Guanabara,1968.


PEIXOTO, Fernando, O que é teatro, Brasiliense, São Paulo, 1991.
PANOFSKY, Erwin,Significado nas artes visuais, Perspectiva,São Paulo, 1991.
METZ,Christian, Linguagem e cinema, Perspectiva, São Paulo, 1980.
JAKOBSON, Roman, Lingüística, poética, cinema, Perspectiva,São Paulo,1970.
ALVARENGA, João Vicente Gomes de, Três atos da história do teatro em Campos
Damadá Artes Gráficas, Itaperuna,RJ,1993.

ANEXO 1
ANEXO 2
ANEXO 3

Você também pode gostar