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GUIA DE

ESTERILIZAÇÃO
para
profissionais
de beleza

Daniela Pontes
ABRIL 2020
GUIA DE ESTERILIZAÇÃO PARA PROFISSIONAIS DE BELEZA DANIELA PONTES

03
AUTORA: DANIELA PONTES
Daniela Pontes é profissional de Biossegurança
especializado na área de beleza. Ela oferece cursos,
treinamentos e mentoria para profissionais e
espaços da beleza, clínicas de estética, spas e
salões. Além deste e-book sobre Esterilização
escreveu outros: "MICRORGANISMOS: Tudo Que
Profissionais De Beleza Precisam Saber Sobre Esses
Vilões e Heróis" e "PROTOCOLO DE
BIOSSEGURANÇA DESCOMPLICADA: Como Voltar a
Atender Em Espaços de Beleza Após a Quarentena".

Desde 2011 é Curadora Técnica do Congresso de


Depilação da Beauty Fair e, há três anos, Curadora
Técnica do Congresso de Extensão de Cílios. Foi
Curadora Técnica do Realize (2018), sobre
empreendedorismo, assumiu a curadoria técnica do
Circuito Técnico de Design de Sobrancelhas e o
Master Class de Sobrancelhas (2019). Os três da
Beauty Fair.

Daniela Pontes está cursando Biomedicina, tendo


como linha de pesquisa materiais contaminados, e
Pós-Graduação em Central de Materiais. Dentre
outros destaques em sua carreira estão:

Palestras e cursos sobre biossegurança em


Congressos e Empresas, para o Sebrae e o Senac.
Co-Autora do Manual de Boas Práticas para
Laboratórios, do Senac do Estado de São Paulo.
Diretora de relacionamento no Carreira Beauty.
Coordenadora, junto Ao Dr. Ademir Junior, e
Curadora Técnica do Congresso de Estética
Integrativa, em 2012.
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SUMÁRIO
AUTORA............................................................................................................. 03
INTRODUÇÃO: POR QUE ESTERILIZAR.......................................................... 05
CAPÍTULO 1: NOÇÕES DE BIOSSEGURANÇA................................................ 09
Entenda o que é Biossegurança............................................................ 12
Princípios da Esterilização.................................................................... 13
CAPÍTULO 2: FUNGOS, VÍRUS E BACTÉRIAS: O INIMIGO MORA AQUI...... 15
Infecções, Doenças e Outros Problemas............................................. 17
Proteção Inicial....................................................................................... 19
Em Caso de Acidente.............................................................................. 21
CAPÍTULO 3: LIMPEZA E ESTERILIZAÇÃO..................................................... 22
Diferença entre Autoclave e Estufa..................................................... 27
Indicadores Físico, Biológico e Químico............................................. 29
CAPÍTULO 4: PASSO A PASSO DA ESTERILIZAÇÃO..................................... 30
Pré-Lavagem............................................................................................ 30
Limpeza.................................................................................................... 33
Secagem e Inspeção Visual................................................................... 36
Troca de EPI e Embalagem.................................................................... 37
Esterilização............................................................................................ 39
Controle................................................................................................... 41
CAPÍTULO 5: GLOSSÁRIO I: ESTERILIZAÇÃO................................................ 45
CAPÍTULO 6: GLOSSÁRIO II: EPI..................................................................... 51
LINKS................................................................................................................. 55
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 55
BIBLIOGRAFIA................................................................................................... 56
EXPEDIENTE...................................................................................................... 58
PATROCINADORES........................................................................................... 59
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05
INTRODUÇÃO

POR QUE ESTERILIZAR

"Tenha a visão de que é


fundamental aumentar a taxa
de Biossegurança para o maior
número possível de
profissionais. Porém, ainda,
durmo assustada com as
informações que recebo sobre
contaminação em salões e em
outros espaços de beleza, como
os de design de sobrancelhas,
os de extensão de cílios e os de
depilação. Veja alguns dos
dados que me alarmam:"
DANIELA PONTES
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10% das manicures e pedicures brasileiras têm
hepatite B ou C.     
Muitas manicures usam os instrumentos em si
mesmas, antes ou depois de fazerem
atendimento a clientes.   
54% usam estufa para esterilizar instrumentos
sem, no entanto, se preocuparem com a
temperatura e o tempo adequados.
25% esterilizam em autoclave, mas não sabem
usá-la corretamente.
Mais de 70% das que atuam em São Paulo não
estão protegidas da Hepatite, embora a vacina
para Hepatite B esteja disponível pelo SUS e
seja um direito dos profissionais de beleza –
que podem se vacinar gratuitamente.
Instrumentos usados por depiladoras,
esteticistas, designers de sobrancelhas e
extensionistas de cílios também podem
transmitir doenças e precisam ser
esterilizados.
Lixas, palitos, luvas, alicates, pinças, curetas e
outros equipamentos, se infectados pelo vírus
da Hepatite B, podem transmitir a doença por
longos 7 dias, caso não sejam esterilizados ou
descartados. O vírus da Hepatite B é 100 vezes
mais infeccioso que o HIV.
Não existe vacina para HIV, Hepatite C, micose
nem mesmo conjuntivite, então normas de
biossegurança são fundamentais para garantir
a saúde de consumidores e profissionais de
beleza.

Esses números foram retirados de pesquisa feita


pela enfermeira Dra. Andreia Schunck e divulgada
pela Secretaria de Saúde de São Paulo em
outubro/2018.
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Por conta de tantos dados assustadores e da
quantidade de profissionais de beleza que me
pedem ajuda para aprender a esterilizar
corretamente, é que decidi lançar este e-book.
 
Começa com algumas informações sobre
BIOSSEGURANÇA, norma da qual faz parte
a ESTERILIZAÇÃO. Depois, explico o passo a passo
do processamento de materiais. Dele fazem parte
as etapas de pré-lavagem, limpeza e esterilização,
entre outras. Por fim, faço uma lista de cada termo
já citado no e-book a fim de reforçar os conceitos
e melhorar a prática.

Realizar o GUIA DE ESTERILIZAÇÃO PARA


PROFISSIONAIS DE BELEZA só foi possível com
a incrível ajuda da Dra. Andréia Schunck e do
Dr. Fernando Bustamante, dois profissionais da
área de saúde, profundos conhecedores dos
cuidados que os profissionais devem tomar com
a biossegurança.
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Outra profissional que merece toda minha
reverência é Letícia Valim, que me apresentou à
Biossegurança, me mostrou sua importância e
plantou em mim a semente do que considero minha
missão. Levar Biossegurança para o maior número
possível de profissionais de beleza. Essa amiga
querida também ajudou a melhorar este e-book.

Além deles, tenho muito a agradecer a depiladoras


e depiladores. São eles os responsáveis por uma
grande mudança da minha vida, que aconteceu há
10 anos, quando assumi o Congresso de Depilação
da Beauty Fair. Por eles me aprofundei nos estudos
sobre Biossegurança. Hoje levo as informações
também para outros profissionais.

Agradeço ainda, a meus patrocinadores e


apoiadores. São eles:

Ahazou http://ahazou.com.br
Beauty Fair http://beautyfair.com.br
Biotron https://www.biotron.com.br/
Carreira Beauty http://careirabeauty.com.br
Rastelli Beauty Pro http://rastellibeautypro.com.br
Regina Monteiro
https://www.lojareginamonteiro.com.br/

Espero que você goste deste e-book de


Esterilização tanto quanto eu gostei de fazê-lo.
Meu carinho a você, profissional de beleza, está
em cada linha aqui escrita. Aproveito e te convido a
colocar em prática todos esses conceitos e cuidados
que salvam vidas, a sua, a dos clientes e de todos
que os cercam.

DANIELA PONTES
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CAPÍTULO 1

NOÇÕES DE BIOSSEGURANÇA
Para falar de ESTERILIZAÇÃO é indispensável
falar antes de Biossegurança. Isso porque a
esterilização é uma parte fundamental de uma
lista de normas e cuidados para afastar riscos de
contaminação (entre outros) dos procedimentos
de beleza.
 
Praticar a Biossegurança é uma obrigação de todo
profissional de beleza, pois não há cuidados
pessoais sem saúde. A esterilização é tão
importante – e parte fundamental dos deveres
dos profissionais de beleza – que está incluída
na legislação vigente.

Ela determina que “os estabelecimentos de


beleza sem responsabilidade médica são
considerados de Interesse da Saúde, pois podem
representar risco para usuário se boas práticas
não forem adotadas”, segundo o Manual de
Orientação do Centro de Vigilância Sanitária
do Estado de São Paulo.
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10 Por conta dos riscos biológicos e químicos, a


ANVISA exige que estabelecimentos de beleza
pratiquem normas de Biossegurança e que os
profissionais usem, durante cada novo
atendimento, os Equipamentos de Proteção
Individual (EPIs), um nome extenso para luvas,
máscaras, toucas, óculos, viseiras e aventais.

Além disso, materiais, utensílios, instrumentos e


equipamentos precisam passar por limpeza,
desinfecção e, quando for o caso, esterilização
em autoclave. Outros materiais devem ser
descartados.
 
Enquanto se preocupam com o embelezamento
e os cuidados pessoais, profissionais de beleza
devem ter em mente que seu trabalho pode
colocar em risco a vida do cliente, a sua própria,
e a de pessoas de seu convívio. Isso deve fazer
parte da consciência de cada profissional de
beleza.

Os espaços de embelezamento, no Brasil,


aumentam em número a cada ano. Há pouco
tempo, existiam apenas duas categorias: salões e
clínicas de estética. Hoje, os estabelecimentos de
beleza se multiplicaram.

Há designers de sobrancelhas, depiladoras,


podólogos, barbeiros, extensionistas de cílios,
manicures em esmalterias, micropigmentadores
atendendo em estúdios exclusivos e não só em
salões e clínicas.

A concorrência é enorme, mas embora a


demanda também seja grande, cuidados com
a BIOSSEGURANÇA (da qual faz parte o
Processamento de Materiais e dele a
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11

ESTERILIZAÇÃO), podem fazer com que alguns


profissionais se sobressaiam na multidão. E essa
é mais uma razão para você ir adiante e ler este
e-book.

Entender que, em meio a mais de 800 mil


estabelecimentos de beleza no Brasil, é você que
oferece um serviço seguro para a vida do cliente
pode ser muito bom do ponto de vista do
negócio.

Vale à pena lembrar: não existe beleza sem uma


pele e um corpo saudáveis. A preocupação com
a Biossegurança e com a esterilização dos
instrumentos pode eliminar os riscos de
contaminação por fungos, vírus e bactérias.

Uma garantia de bem-estar tanto para


profissionais de beleza, quanto seus clientes,
amigos e familiares de ambos. Não é exagero
dizer que a esterilização pode salvar vidas. 
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12
ENTENDA O QUE É BIOSSEGURANÇA

Podemos dizer que Biossegurança significa que


você vai oferecer serviços de beleza de maneira
segura, tanto para você quanto para o cliente.

Significa que os riscos de contaminação são bem


reduzidos para você e seus clientes em seu
ambiente de trabalho e com os seus materiais.
 
Biossegurança é um conjunto de regras e
protocolos que evita a contaminação por fungos,
vírus e bactérias, para prevenir a transmissão
desde uma micose até algo grave, como a
Hepatite C. Lembrando que com os cuidados
certos até mesmo familiares e colegas de
trabalho têm menores riscos de contaminação.
 
Biossegurança é, em outras palavras, segurança
para a vida. Além dos riscos biológicos de
contrair doenças, ela regula e procura
reduzir riscos de acidentes: químicos, físicos e
até ergonômicos.

Essas questões vamos deixar de lado nesse


e-book, porque aqui queremos nos aprofundar
na esterilização. Se quiser se aprofundar no
conhecimento de Biossegurança, procure cursos,
congressos e outros livros de Daniela Pontes.
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PRINCÍPIOS DA ESTERILIZAÇÃO

Uma das providências mais importantes para


afastar a contaminação e as doenças é a
esterilização dos materiais usados nos
procedimentos estéticos.

Espátulas, afastadores, alicates, pinças, curetas,


teboris, entre outros materiais, entram em
contato com agentes transmissores de fungos,
vírus e bactérias, como as secreções corporais:
sangue, lágrima, saliva, por exemplo.

Além disso, restos de pele ou de mucosa, ainda


que em quantidades imperceptíveis, ficam presos
a eles e podem estar contaminados.
 
A ANVISA aponta que a Esterilização é a única
forma de eliminar todos os microrganismos dos
utensílios. Ela é uma das etapas do
Processamento de Materiais, do qual também
fazem parte as etapas de pré-lavagem e de
limpeza.

A esterilização inclui, ainda, o controle


do processo de esterilização, que é feita por
monitoramento físico, químico e biológico. Essas
outras etapas servem para confirmar que todos
os microrganismos foram exterminados.

A Esterilização deve ser feita em autoclave


e, em condições específicas. A autoclave é mais
eficiente que a estufa porque funciona fazendo
controle de 3 parâmetros críticos do processo:
tempo; temperatura; e presença do agente
esterilizante (no caso, o vapor).
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14 Outra resolução da ANVISA é que os espaços de


beleza devem ter uma Central de Material
Esterilizado (CME) com bancada de, no mínimo,
2 metros dividida entre área limpa e área suja.

Da área suja devem fazer parte uma pia com cuba


funda, torneira com saída de água potável,
sabonete líquido, dispenser e papel toalha. A
autoclave pode ficar embutida dentro de um
armário ou em cima da bancada da área limpa.
 
Outro ponto importante que deve ser levado em
conta na Esterilização é o uso de EPIs, uma sigla
que indica Equipamentos de Proteção Individual.

Vestimentas e equipamentos específicos para


proteção precisam ser usados durante todo o
processo. Servem para proteger você dos
materiais possivelmente contaminados e para
evitar que esses materiais sejam contaminados
por você.
 
Ao longo do e-book, vamos passar por todas as
etapas da Esterilização, explicar como você se
protege e protege seus clientes contra fungos,
vírus, bactérias, em outras palavras, micoses e
doenças causadas por eles.
 
Uma dica importante é: não confie na memória.
Os detalhes do processo de esterilização são
tantos que é melhor imprimir o POP, o Proce-
dimento Operacional Padrão, e deixá-lo a mão.

POP, na prática, significa passo a passo. Ele


deve estar sempre à mão para você acompanhar,
lendo, cada etapa do processamento de materiais,
garantindo a esterilização perfeita.
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15
CAPÍTULO 2

FUNGOS, VIRUS E
BACTÉRIAS:
O INIMIGO MORA AQUI

Uma das particularidades do dia a dia dos


profissionais de beleza, é o contato muito
próximo com o cliente. Independente de essa
proximidade incluir o toque ou apenas o
compartilhamento do espaço.
 
Quando se fala em contaminação, são as
manicures, esteticistas e depiladoras que
primeiramente vêm à cabeça.

Mas também correm riscos designers de


sobrancelhas, extensionistas de cílios, podólogos,
barbeiros, cabeleireiros, micropigmentadores
e tatuadores.

Seu trabalho exige toque e proximidade, o que


aumenta o risco de contaminação e de doenças
causadas por fungos, vírus e bactérias.

Ferramentas de trabalho, como alicates,


afastadores, curetas, tesouras, pinças, teboris
e até as próprias mãos, estão diariamente
em contato com pele, pelo, mucosa, suor, saliva
e sangue.
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16

Os fluídos corporais são propagadores de


doenças, das mais simples, como micoses,
resfriados, gripes e conjuntivites, até às mais
graves, como Hepatite B e C, herpes, AIDS e das
causadas pelo HPV.
 
A presença de microrganismos não transmite
apenas doenças, micoses e infecções para as
pessoas envolvidas, mas pode também impactar
o meio-ambiente, que uma vez contaminado,
pode gerar problemas até nos animais.

Conhecimento e capacitação técnica em


esterilização e biossegurança é a arma mais
forte contra tudo isso.
 
A chave para a prevenção de infecções, micoses
e doenças é a esterilização dos materiais, sobre
o que falaremos mais demoradamente adiante
neste e-book.
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INFECÇÕES, DOENÇAS
E OUTROS PROBLEMAS

Cada microrganismo é responsável por


um tipo de risco. Saiba mais:

FUNGOS
 
Causam micoses nas unhas e na pele. Um dos
mais comuns é a Candida albicans, que
desencadeia a Candidíase Vulvovaginal, disfunção
nos órgãos genitais, geralmente femininos, que
pode ocorrer em caso de depilações sem
instrumentos esterilizados, sem uso de EPIs, em
casos de reaproveitamento de cera de depilação
ou compartilhamento de abaixadores de língua.

VÍRUS

Causam Covid-19, Herpes, Hepatites B e C, HPV e


HIV. Tem quem ache exagero falar em riscos de
Para mais informações sobre pegar AIDS no salão ou se contaminar com HPV, o
o coronavírus, recomendamos
vírus causador do câncer de colo do útero.
os e-books "MICRORGANISMOS:
Tudo Que Profissionais De
Beleza Precisam Saber Sobre No entanto, pesquisas indicam que o HPV pode
Esses Vilões e Heróis" e ser transmitido no simples contato com a pele
"PROTOCOLO DE BIOSSE- ou com a mucosa infectada.
GURANÇA DESCOMPLICADA:
Como Voltar a Atender Em
Espaços de Beleza Após a O HIV, também chamado retrovírus humano,
Quarentena". Eles podem ser causador da AIDS, tem risco médio de
adquiridos pelo site transmissão de 0,3% em acidentes percutâneos
http://danielapontes.com.br.
e de 0,09% por exposição de mucosas.
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No caso das Hepatites, a transmissão se dá pelo
contato com sangue contaminado.

Mas não apenas as doenças graves podem ser


transmitidas nos ambientes de beleza. Os vírus
de gripes, coronavírus, resfriados, conjuntivites
e viroses se propagam pelo ar e podem atingir
tanto profissionais quanto clientes, sendo depois
levados para amigos e familiares.

 
BACTÉRIAS

São as causadoras de infecções, como furúnculos


e as foliculites. Sabe aquelas pequenas pústulas
ao redor dos pelos, quando estão nascendo?

São causadas pelo Staphylococcus aureus, um


tipo de bactéria transmitida pelas mãos ou por
utensílios contaminados durante a depilação.
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PROTEÇÃO INICIAL

As vias de transmissão de contaminações são:

Vias aéreas
Vias oculares
Vias cutâneas
Vias orais
 
As formas de contaminação são:

Direta – contato físico entre transmissor e


receptor
Indireta – por instrumentos ou produtos
contaminados
 
Já falamos que alguns microrganismos podem
ser transmitidos pelo ar ou pela superfície de
macas, mesas, banheiros, entre outros, como
o da conjuntivite. Por isso, a limpeza cuidadosa
e diária do local de trabalho, onde são feitos os
procedimentos de beleza, é indispensável.
 
Mas, são as mãos e os instrumentos as principais
fontes de disseminação de infecções. Sendo
assim, todo bom atendimento começa com a
correta higienização das mãos.

Lavar bem com água e sabão, sem estar usando


nenhum tipo de adereço (anéis, piercings,
pulseiras), esfregando bem entre os dedos,
abaixo das unhas e o dorso, já garante a
eliminação de boa parte dos microrganismos.
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Existe um Procedimento Operacional Padrão


(POP) de como lavar as mãos, que deve estar
fixado próximo à pia.
 
Luvas e máscaras durante o atendimento são
outra forma importante de prevenção. As luvas
evitam contato com secreções, pelo e pele,
enquanto a máscara forma uma barreira para
gotículas de saliva, comuns quando falamos,
mesmo sem perceber.
 
Profissionais de beleza têm ainda as vacinas
como forma eficiente de se proteger de vírus e
bactérias. A vacina da gripe evita uma série de
cepas do vírus e deve ser reaplicada todos os
anos, preferencialmente no outono.

As vacinas contra Hepatite A, Difteria e Tétano


seguem o calendário oficial. Esses profissionais
têm direito à vacina para Hepatite B
gratuitamente em postos de saúde.

"A máscara mais eficiente contra


microrganismos, que deve ser
usada por profissionais de
beleza, é a de TNT descartável."
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EM CASO DE ACIDENTE

Por mais que se tenha cuidado, os acidentes


podem acontecer, principalmente em ambientes
onde o uso de instrumentos perfurocortantes é
tão comum. Se um profissional ou seu cliente
forem feridos por algum instrumento, a indicação
é ir ao hospital de infectologia até 12 horas após
o ocorrido.

Lá serão feitos testes para hepatites e HIV. O


médico irá avaliar a necessidade de tomar
medicamentos como forma de prevenir que
alguma doença se manifeste.

Uma alternativa, caso aconteça algum acidente,


é ligar para o Samu: O telefone 192 serve para
chamar ambulância ou orientar o cidadão sobre
onde procurar ajuda. São considerados casos de
urgência e emergência intoxicações, queimaduras
graves, problemas cardiorrespiratórios,
afogamentos, entre outras situações.
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CAPÍTULO 3

LIMPEZA E
ESTERILIZAÇÃO
São tantos fungos, vírus e bactérias, que afastar
os riscos de contaminação é coisa de algumas
etapas. Usar, simplesmente, água e sabão, álcool
a 70%, água fervendo, forninho em alta
temperatura e até mesmo panela de pressão não
garante que materiais usados por profissionais de
beleza sejam descontaminados. 

O processo de exterminação de
fungos, vírus e bactérias exige
etapas bem definidas - que
devem ser cuidadosamente
seguidas.

Para começar, é importante entender que há


três tipos de materiais de trabalho em um
estabelecimento de beleza. Essa divisão foi
criada pela ANVISA para determinar os que
precisam passar por esterilização, dos que
podem ser apenas desinfectados:
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Materiais Não-Críticos – são os que entram em
contato com pele íntegra e superfícies, com
baixo risco de infecção. Não precisam passar
pelo processo de esterilização, e sim pelo de
desinfecção. Alguns exemplos são: cubetas,
escovas de cabelo, espátulas e materiais de
plásticos.

Passam por pré-lavagem com Umectante,


lavagem com Detergente Enzimático, e então
são descontaminados com álcool 70% ou
hipoclorito de sódio a 1% ou peróxido de
hidrogênio a 0,5%.

A limpeza e a desinfecção podem ser


simplificadas num único passo com um tipo de
produto à base de Quaternário de Amônio e
Polihexametileno Biguanida (PHMB). Ele tem
outra vantagem: não danificar acabamentos de
acrílico, inox ou couro.
 
Materiais Semicríticos – são os que entram em
contato com mucosa íntegra ou pele não-
íntegra. Exemplos: pincéis de maquiagem,
eletrodos e ponteiras dos equipamentos de
eletroterapia. Sempre que possível devem ser
esterilizados. Caso não seja possível ir para a
autoclave, devem ser submetidos à
Desinfecção de Alto Nível, usando produtos
como ácido peracético ou glutaraldeído.

Materiais Críticos – são os que entram em


contato com fluídos corporais, como sangue,
saliva, lágrimas, suor e secreção vaginal.
Portanto, precisam ser esterilizados. São
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instrumentos críticos: pinças de sobrancelhas e
de cílios, alicates de cutícula, espátulas,
cortadores de unha e tesouras, por exemplo.
Passam pelas etapas de pré-limpeza, limpeza e
esterilização em autoclave.

Este e-book explica em detalhes o processo de


descontaminação de materiais críticos, que
precisam passar por ESTERILIZAÇÃO em
autoclave. Para entender como deve ser feita a
DESINFECÇÃO de materiais não-críticos e
semicríticos, entre em contato com a autora deste
e-book, Daniela Pontes, pelo Instagram: 
http://instagram.com/danielaf.pontes.

LIMPEZA

Essa etapa é usada para materiais


críticos, não-críticos e semicríticos.

A limpeza é de suma importância na redução da


carga microbiana. Remove detritos orgânicos e
sujidades visivelmente aderidas às superfícies,
em fendas, serrilhas, articulações e lúmens dos
instrumentos.
 
Há duas vantagens nessa etapa. Primeiramente,
retirar resíduos que podem impedir que a
desinfecção e a esterilização atinjam todos os
pontos dos instrumentos, matando micróbios.

Em segundo lugar, aumentar sua vida útil.


Sujidades estimulam o processo de corrosão dos
materiais reduzindo sua utilidade.
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A limpeza pode ser feita manualmente e dela
fazem parte várias pequenas etapas, como a pré-
lavagem com umectante, a lavagem com
detergente enzimático e a fricção dos materiais
com escovas.

Ela também pode ser feita de forma mecânica em


uma lavadora. Neste momento pode ser aplicado
ultrassom para potencializar a limpeza.

O uso de equipamentos de proteção


individual é indispensável para
proteger o profissional de beleza
durante a limpeza. Entre eles, luvas,
avental, máscara, óculos e viseira.

Independentemente de a limpeza ser feita


manualmente ou numa lavadora, é importante
que ao final do processo seja realizada uma
observação criteriosa de cada utensílio para
garantir que a limpeza foi correta.

O passo a passo detalhado de todas as


etapas você vai ver mais para frente,
neste e-book.
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ESTERILIZAÇÃO

A esterilização é feita em autoclave ou


estufas, devidamente calibradas.
A esterilização tem o objetivo de matar todas as
formas de microrganismos presentes em
instrumentos e deve ser feita em processos
físicos por meio de autoclaves ou estufas que,
por sua vez, precisam passar por um cronograma
de manutenção preventiva.
 
Essa parte da descontaminação só deve ser feita
após os instrumentos terem sido submetidos à
limpeza. A esterilização começa com o correto
armazenamento dos utensílios.

Em embalagens de papel grau cirúrgico em


polietileno ou polipropileno, próprias para serem
levadas à autoclave. Ou em caixas de inox –
iguais àquelas usadas por dentistas – quando for
usada a estufa.
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DIFERENÇA ENTRE AUTOCLAVE E ESTUFA

A AUTOCLAVE é o equipamento que oferece a


maior segurança quanto à total descontaminação.
Isso porque ela é feita com calor úmido, ou seja,
vapor saturado sob pressão.

Esse processo tem como parâmetros: vapor


quente, pressão, temperatura e tempo.

A vantagem da autoclave sobre a


estufa é que todos esses parâmetros
estão sob controle.

A pressão do vapor e sua temperatura são


calculados exatamente pelo tempo necessário
para matar qualquer microrganismo. Sem
qualquer risco de erro humano.

Diferentemente da estufa, a autoclave não pode


ser aberta nem reprogramada, uma vez que o
processo de esterilização tenha começado.
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O ciclo de esterilização é automático conforme as
instruções de uso do fabricante. A validade do
processo de esterilização em papel grau cirúrgico
é 7 dias, contanto que a embalagem esteja
íntegra, seca e armazenada adequadamente.

A ESTUFA faz uma esterilização por calor a seco.


Em alguns Estados Brasileiros a esterilização por
esse processo é permitida, mas em outros pode
ser proibida (dados de agosto/2020). Portanto
informe-se antes de usar. Ela exige alguns
cuidados:

A estufa deve ter termômetro externo (bulbo)


que indica a temperatura atingida em seu
interior, e um termostato responsável pela
manutenção da temperatura desejada.

Os instrumentos a serem esterilizados devem


ser colocados em estojo de inox e não
embalados em papel grau cirúrgico.

Ela deve ficar ligada a uma temperatura de


160°C por 2 horas ou de 170°C por 1 hora.

O tempo para esterilização deve ser contado a


partir do momento que a temperatura
programada for atingida no termostato
externo, o bulbo. O cálculo do tempo não pode
ser feito pelo termostato da própria estufa,
que é instável.

Em hipótese alguma a porta pode ser aberta


durante o processo.
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INDICADORES FÍSICO, BIOLÓGICO E QUÍMICO

A ANVISA indica a autoclave como a melhor


opção para esterilização. Mas não basta ter uma
boa autoclave e passá-la por manutenção. Seu
uso requer monitoramento diário e semanal para
garantir que a esterilização está sendo feita
corretamente. O monitoramento físico, biológico
e químico garante total eficácia da esterilização.
 
TESTE FÍSICO: Comece observando se a autoclave
está com a programação certa de temperatura,
tempo e calor/vapor. Após a esterilização,
observe minuciosamente as embalagens
esterilizadas. Se estão intactas, bem fechadas e
sem gotículas d´água internamente, o que pode
ser indício de que a esterilização falhou.
 
TESTE BIOLÓGICO: É realizado com um kit de
indicador biológico: 2 ampolas com
microrganismos vivos e resistentes, que só
serão esterilizadas se o processo da autoclave
for concluído correta e completamente.
 
Esse é um indicador importante de que materiais
de manicures, extensionistas e designers, entre
outros profissionais, estão sendo corretamente
descontaminados e que não mais oferecem risco
de transmitir doenças ou infecções.
 
TESTE QUÍMICO: Trata-se de um papel com
agentes químicos sensíveis a pelo menos duas
variáveis da autoclave: temperatura, calor e
tempo. Após a esterilização, ele indica se o ciclo
seguiu os níveis adequados das variáveis,
confirmando a eficácia da esterilização.
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30
CAPÍTULO 4

PASSO A PASSO
DA ESTERILIZAÇÃO
O passo a passo do processamento dos materiais
inclui a etapa da pré-lavagem dos materiais,
da lavagem, da limpeza e da esterilização. Há
ainda outras duas ações que fazem parte da
esterilização. São os testes biológicos e químicos
que confirmam se os materiais foram
devidamente esterilizados. Confira os detalhes:

PRÉ-LAVAGEM

É hora de preparar os materiais que


serão limpos e esterilizados. A pré-lavagem
consistem em deixar os materiais em imersão em
solução de limpeza para que depois sejam
limpos. A pré-lavagem deve ser feita todos os
dias após o uso dos materiais.

Passo 1

Comece vestindo todos os Equipamentos de


Proteção Individual (EPIs) - tanto os legalmente
obrigatórios quanto os recomendados. São eles,
aqui já citados na ordem certa de vestir:

avental de tecido de manga comprida, que


deve estar abotoado;
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31

avental plástico para proteção da frente do


corpo, que pode ser descartável ou não;
máscara;
touca;
óculos de proteção;
viseira ou protetor facial;
luva (de látex, vinil ou nitrílica) e, sobre ela, a
luva de borracha.
 
Recomenda-se ainda o uso de calça comprida e
sapato fechado sem cadarço, para aumentar a
proteção, embora não sejam EPIs.
 
Passo 2

Depois de cada atendimento ao cliente, vá


colocando os materiais usados, como alicates,
pinças e teboris, por exemplo, em um recipiente
plástico, de preferência com tampa e etiquetado
como "material usado".

Cada vez que colocar um material usado, borrife


bem com UMECTANTE, também chamado de
detergente pré-lavagem.

Esse produto - usado na área de saúde - tem o


objetivo de evitar que matéria orgânica, como
fluidos corporais (sangue, suor, saliva, por
exemplo) e restos de pele endureçam nos
instrumentos, condição que dificulta sua limpeza.
Por isso ele é chamado de umectante, pois deixa
a matéria orgânica umectada e macia, o que
facilita sua retirada.
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32

Os materiais podem ficar no umectante por 6


horas, 8 horas ou até 12 horas. O tempo depende
da marca do umectante que você estiver usando.
Confira no rótulo o tempo máximo indicado.

Não é recomendado, nessa etapa, deixar os


materiais imersos em água, nem mesmo água com
qualquer tipo de sabão ou detergente.
 
Passo 3
 
Pegue os materiais borrifados com o UMECTANTE
e enxágue em água corrente. O recipiente
adequado para isso é a cuba de imersão, que já
vem com escorredor.
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33
LIMPEZA

Passo 4

Seguindo a quantidade indicada no rótulo, dilua


uma medida do Detergente Enzimático (não
confunda com o Umectante!) em água, dentro de
uma cuba de imersão ou em um recipiente
plástico.

A proporção de detergente e água pode mudar


dependendo da marca do produto. Consulte o
rótulo e siga as orientações para a diluição.
 
Como o próprio nome explica, o Detergente
Enzimático, é formulado com enzimas
que degradam a matéria orgânica e a sujeira,
sem produzir espuma.

O detergente NÃO pode ser o de uso doméstico


justamente porque produz muita espuma, o que
dificulta a limpeza dos materiais e sua
conferência. Use Detergente Enzimático de 4
enzimas, suficiente para a área de beleza.
 
Passo 5

Coloque os materiais enxaguados dentro da cuba


de imersão com Detergente Enzimático diluído.

Ferramentas com articulações, como os alicates


de unha e de cutícula, devem ser colocadas
abertas na cuba / caixa plástica para que
o produto remova as sujidades em áreas
de difícil alcance.
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34

Outra possibilidade é fazer essa mistura na


cuba ultrassônica. Ela emite ondas que ajudam
a desprender a matéria orgânica dos materiais.
Isso facilita a limpeza que será feita com escova
(passo 7).

Passo 6

Deixe os materiais imersos pelo tempo indicado


no rótulo do Detergente Enzimático. Alguns agem
em 2 minutos, outros em 5 minutos, dependendo
da marca.
 
Não deixe mais tempo que o indicado no rótulo
do Detergente Enzimático. Se os materiais
ficarem tempo demais em imersão nessa solução,
cria-se um biofilme sobre os utensílios que
impede a próxima etapa da limpeza.
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35
Passo 7

Escolha uma escova de cerdas macias. Se for


limpar materiais perfurocortantes, prefira uma
escova com cabo longo para não correr o risco
de se machucar.

Escove cada um dos utensílios com cuidado,


observando cada curva, cada canto, cada
articulação. Enxágue com água em abundância.

A escova não deve ser substituída por esponja de


cozinha, que é muito abrasiva e pode arranhar o
material a ponto de criar pequenas fissuras que
virão a acumular resquícios de matéria orgânica.

Passo 8

Faça um último enxágue em todos os materiais


com água destilada. Isso porque a água de
torneira tem partículas de minerais, metais e às
vezes até de ferrugem do encanamento, o que
pode danificar os materiais dentro da autoclave.
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36
SECAGEM E INSPEÇÃO VISUAL

Passo 9

Enxugue os utensílios, um a um, com tecido de


alta-absorção descartável ou papel toalha de alta
absorção também descartável. É importante que
não solte fiapo, independentemente de qual
escolher.

Inspecione cada material para ter certeza que


ficou absolutamente limpo.
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37
TROCA DE EPIS E EMBALAGEM

Passo 10

Remova luvas de borracha, óculos, viseira, touca,


máscara, avental de plástico, avental de manga
comprida e, apenas no final, a luva de látex ou de
material similar.
 
Passo 11

Lave bem as mãos, seguindo as normas de


higienização com sabonete ou de fricção
anti-séptica com preparação alcoólica.
 
Passo 12

Vá para a área limpa. Coloque novas peças de


vestimenta na ordem a seguir: avental de tecido
de manga comprida, máscara, touca, luva. Nesta
etapa não são mais necessários avental plástico,
óculos e luva de borracha.
 
Passo 13

Faça a inspeção de cada material para observar


se ainda há resquícios de sujeira. Se houver, por
menor que seja, coloque de volta em imersão e
repita todo o processo, a partir do passo 2.
 
Este é um bom momento para lubrificar os
alicates. Não use vaselina, que é impermeável
ao vapor da autoclave. Prefira produtos
específicos para lubrificação. Aplique conforme
recomendação do fabricante e só então embale
cada material.
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38
Passo 14

Coloque os utensílios em embalagens de grau


cirúrgico, no tamanho adequado para não correr
risco de o material ficar apertado, estufar e se
romper durante a esterilização. Utensílios com
articulações, como os alicates, devem ser
embalados abertos.
 
Passo 15

Feche o lacre da embalagem de grau cirúrgico.


Se for do tipo que vem sem lacre, é preciso usar
uma seladora. O importante é que a embalagem
fique totalmente vedada. Se você mesmo for
fazer a vedação na seladora, uma dica é deixar
um espaço de pelo menos 1 cm de cada lado,
para abrir a embalagem mais facilmente depois
da autoclave.
 
Não substitua o lacre da embalagem ou o
lacre da seladora por fita crepe ou qualquer
outro tipo de fita. Elas não garantem a vedação
necessária após retirar da autoclave.
 
Passo 16

A esterilização tem prazo de validade, segundo a


ANVISA: 7 dias. Depois desse tempo, é preciso
repetir o processo. Portanto, anote na embalagem
lacrada a data e o nome do responsável pela
esterilização. Use uma Caneta Marcadora Para
Esterilização, que não afeta o efeito esterilizante
do vapor da autoclave.
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39
ESTERILIZAÇÃO

Passo 17

Leve as embalagens para a Autoclave, a melhor


opção para esterilização. A Autoclave é um
equipamento hospitalar que, pela produção de
calor úmido e sob pressão, promove a
esterilização dos utensílios de saúde
e de beleza.

Desde 2017, a autoclave é considerada pela


ANVISA o equipamento mais eficaz para
esterilizar ferramentas e utensílios usados por
profissionais de beleza.

É mais eficiente que a ESTUFA, também chamada


de Forno Pasteur. Isso porque a estufa está mais
sujeita a erros humanos que colocam em risco
todo o processo de esterilização.

Passo 18

Posicione as embalagens corretamente. Em


bandejas horizontais, posicione assim: Coloque a
parte do papel para cima e a parte do plástico
para baixo;
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40 Deixe um espaço entre elas;

Não empilhe as embalagens, pois isso impede


a circulação do ar e compromete o resultado;

No caso de bandejas verticais, encaixe as


embalagens de tal forma que a parte plástica
de uma embalagem fique de frente para a
parte plástica da outra embalagem.

Passo 19

Antes de ligar a autoclave, inclua dentro de uma


das embalagens de materiais um INDICADOR
CLASSE 5, que é o usado no setor de beleza,
também conhecido por TESTE QUÍMICO.

Escolha aleatoriamente onde. O teste químico


precisa acompanhar cada processo de
esterilização, para que ao seu final, você tenha
segurança de que todas as variáveis seguiram a
norma e que, portanto, os materiais estão
descontaminados de forma correta.
 
Passo 20

Siga todas as instruções do manual de instruções


da autoclave para ligá-la. E use somente água
destilada, pois ela não oferece risco de corroer os
utensílios como acontece com a água normal.

Passo 21

Após retirar as embalagens da Autoclave,


inspecione atentamente uma por uma. Se
estiverem úmidas, é sinal de que a esterilização
foi comprometida.
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41
Acontecimentos que podem ocasionar isso:
pacotes apertados ou muito cheios de
materiais, sobreposição de embalagens,
autoclave sobrecarregada ou falha no ciclo de
secagem.
 
Passo 22

Armazene os utensílios dentro de suas


embalagens em uma caixa aberta e vazada.
Não empilhe para que não rasguem.

Guarde a caixa em lugar limpo e seco.


Ambientes úmidos, como a parte de baixo da
pia, podem causar contaminação até com
vazamento de água do sifão.

CONTROLE

Passo 23

Uma vez por semana, uma das ampolas do KIT


DE INDICADOR BIOLÓGICO deve ser embalada
em embalagem de grau cirúrgico e levada para
autoclave junto com os materiais que serão
esterilizados no dia. Essa ampola é chamada
de AMPOLA TESTE.

Esse teste é feito com uma embalagem de grau


cirúrgico exclusiva para a ampola. Não a
coloque dentro de nenhuma outra embalagem
com outro material.
 
Os locais mais indicados para colocar a
AMPOLA TESTE, são: próximo da porta ou bem
no fundo da autoclave.
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42
Isso porque são os dois lugares que podem
apresentar mais erros na esterilização correta.

Coloque para esterilizar apenas a AMPOLA TESTE


e deixe a outra ampola, daqui em diante chamada
CONTROLE, de fora da autoclave. A CONTROLE
deve ser do mesmo lote que a AMPOLA TESTE, a
que foi para autoclave.

Neste momento, você deve colocar a incubadora


na tomada, sem nada dentro, para ficar
previamente aquecida. No passo 25 você
entenderá melhor porque fazer isso.

Passo 24

Quando a esterilização na autoclave terminar,


pegue as duas ampolas – a AMPOLA TESTE
(esterilizada) e a CONTROLE, que não foi –
quebre seus lacres e coloque na incubadora que
foi previamente aquecida.
 
Elas ficarão lá por 24 horas. A cada 12 horas, o
profissional responsável pela esterilização deve
fazer uma leitura das ampolas.

O que será observado?


 
A AMPOLA TESTE tem de ficar da mesma cor
sempre, antes e depois da autoclave e antes e
depois da incubadora. Isso indica que houve
correta esterilização e que os esporos foram
eliminados dentro da autoclave.

Se houver qualquer mudança de cor, é sinal de


que os esporos estão vivos e, portanto,
a esterilização não foi suficiente para
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43

descontaminar o material. Você vai usar a


segunda ampola, a CONTROLE, para comparar as
cores.

A CONTROLE tem de mudar de cor depois de ficar


na incubadora. Isso porque, após quebrar o lacre,
os microrganismos (vivos) vão se proliferar. Se
não mudar de cor, há três possibilidades:

1- As ampolas estavam com defeito. Neste


caso, repita o teste com outras duas ampolas
de outro lote.

2- A incubadora pode estar com defeito,


provavelmente não está aquecendo o
suficiente.

3- A autoclave não está esterilizando


corretamente os materiais e precisa de uma
revisão urgentemente.
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44

Passo 25

Nesta etapa do processo, você vai preparar a


ampola CONTROLE para que seja descartada. Ela
já serviu para garantir que a esterilização
funcionou e não tem mais uso. Mesmo assim, não
pode simplesmente ser descartada no lixo
comum, pois há risco de que se rompa,
espalhando microrganismos vivos e causando
contaminação.

1º - Enrole a ampola CONTROLE em algodão e


coloque no papel grau cirúrgico. Sele a
embalagem.

2- Da próxima vez que fizer uma esterilização,


coloque a ampola CONTROLE na autoclave.

3- Só então jogue as duas ampolas, CONTROLE e


TESTE, no lixo adequado, ou seja, na caixa de
perfurocortante.
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45
CAPÍTULO 5

GLOSSÁRIO I:
ESTERILIZAÇÃO
Entenda melhor cada um dos produtos,
utensílios e equipamentos usados
durante o Processamento de Materiais e
suas diversas etapas.

ÁGUA DESTILADA - Deve ser usada no último


enxágue dos materiais, antes da embalagem em
papel grau cirúrgico para eliminar qualquer
partícula de mineral, metal ou ferrugem da água
da torneira. Essas substâncias podem danificar
ou causar manchas nos materiais na autoclave .

A água destilada também é usada dentro da


autoclave. Seu uso é essencial para manter a
qualidade do vapor produzido na câmara da
autoclave em tempo, pressão e temperatura
específicos. A água comum, de torneira ou de
filtro, ocasiona obstrução das válvulas e
tubulações da autoclave.

CANETA MARCADORA PARA ESTERILIZAÇÃO -


Desenvolvida exclusivamente para fazer
anotações na embalagem de grau cirúrgico sem
comprometer a ação esterilizante do vapor
gerado pela autoclave. Serve para anotar o
responsável pela esterilização e a data que ela
foi realizada, para controle de prazo de validade.
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46
CUBA DE IMERSÃO - Na verdade, trata-se de um
recipiente, com tampa e escorredor, desenvolvido
para facilitar a imersão dos materiais no
Detergente Enzimático. Tem um formato que
reduz os riscos de se machucar ao manipular
objetos perfurocortantes.

CUBA DE IMERSÃO ULTRASSÔNICA - Equipamento


automatizado de limpeza que utiliza princípio de
cavitação para eliminar a sujeira dos materiais.
Além disso, funciona aquecendo a água, o que
potencializa o efeito do Detergente Enzimático.

Cavitação é uma ação causada por ondas de


energia acústica propagadas em solução aquosa.
Elas rompem os elos que fixam as partículas de
sujeira à superfície do instrumento.

A Lavadora Ultrassônica facilita o processo,


automatizando as etapas de imersão e de limpeza
em uma só. Ainda assim, recomenda-se escovar
os utensílios depois de passá-los pelo aparelho
para garantir total limpeza. A cuba em si precisa
sempre ser limpa e o recomendado é usar escova
e detergente enzimático.

DETERGENTE ENZIMÁTICO - É formulado com


surfactantes, solubilizantes e 4 tipos de enzimas,
sendo que cada uma é responsável por dissolver
um tipo de matéria. Caso da Protease, por
exemplo, que dissolve a proteína encontrada no
sangue e nos tecidos. Ou da Amilase, que
dissolve o amido presente nas secreções.

Há detergentes com 6 ou mais enzimas, mas


eles são indicados para a área de saúde. São
desnecessários no setor de beleza e não
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47

devem ser confundidos com o UMECTANTE usado


no passo 2 para amolecer a matéria orgânica.

Depois do tempo de ação do Detergente


Enzimático, os materiais devem ser escovados
e enxaguados para eliminar totalmente os
resquícios de matéria orgânica. Apesar do poder
de dissolver a matéria orgânica, o detergente
não oferece ação germicida. Por isso, o passo
seguinte deve ser, obrigatoriamente,
a esterilização. O detergente usado NÃO pode ser
reaproveitado. Usou, jogue fora.

EMBALAGEM DE GRAU CIRÚRGICO - Usada para


embalar materiais que serão levados à autoclave.
Esta embalagem conta com registro na ANVISA,
foi desenvolvida para resistir às condições da
autoclave e manter o processo de esterilização
durante a armazenagem.

Não contém agentes tóxicos, é permeável ao


agente esterilizante e permite abertura asséptica
no momento do atendimento ao cliente. 
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48
Também serve para manter os materiais que já
foram esterilizados, guardados: em local com luz
e ventilação: caixa sem tampa, por exemplo.

A Embalagem de Grau Cirúrgico pode vir já em


envelopes ou em bobinas tubulares. Nesse caso, o
papel precisa ser cortado e selado. Depois de
usados na autoclave e abertos em frente ao
cliente, esses envelopes devem ser jogados no
lixo. Por normas de Biossegurança e por
determinação da ANVISA, eles não podem ser
reaproveitados.

ESCOVA DE CERDAS MACIAS - Utilizada no


processo de limpeza, mais especificamente após
os materiais ficarem em imersão no Detergente
Enzimático. Deve ter cerdas macias para não
arranhar a superfície dos materiais, o que pode
causar pequenas fissuras onde fica fácil o
acúmulo de microrganismos ou a formação de
biofilme.

O cabo longo é uma proteção para o profissional


que faz a limpeza, pois evita lesões ao manipular
objetos perfurocortantes.

FITAS SELANTES - Essas fitas autocolantes


zebradas podem ser usadas para fazer marcações
em embalagens, mas NÃO SERVEM para uso na
autoclave. Isso porque elas não fazem selamento
hermético das embalagens de grau cirúrgico.

A única maneira de selar é usando uma seladora.


Outro ponto bastante desfavorável ao usar a fita
selante é que, sua presença dentro do salão, pode
indicar (erroneamente) para a ANVISA que há re-
uso dos envelopes, o que não é aceito.
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49 INDICADOR BIOLÓGICO – é um kit com 2 ampolas


com esporos, os tipos mais resistentes de
bactérias. Elas são usadas para fazer o
monitoramento biológico, a forma mais segura
de garantir que a esterilização em autoclave está
sendo realizada corretamente.
 
INDICADOR CLASSE 1 – Não é um material, mas
uma informação importante que está nas
embalagens de grau cirúrgico. Elas vêm com uma
marcação rosa (ou azul ou amarela) do lado de
fora e que serve – única e exclusivamente – para
indicar qual material foi para a esterilizadora e
qual não foi.

Esse indicador é chamado de INDICADOR CLASSE


1 e é feito por uma tinta termoquímica, ou seja,
que muda de cor com o calor. É muito importante
entender que, se a marcação mudou de cor – de
rosa (ou azul ou amarela) para marrom ou preto –
isso NÃO indica que a esterilização foi eficaz.

A mudança de cor é apenas uma indicação que a


embalagem foi submetida ao calor, ainda que por
apenas alguns segundos.
 
INDICADOR QUÍMICO CLASSE 5 – É uma fita,
também chamada de Indicador Integrador, que
muda de cor progressivamente até que os
parâmetros - tempo, temperatura e vapor - sejam
concluídos com sucesso.

SELADORA - Aparelho desenvolvido


exclusivamente para selar embalagens de grau
cirúrgico de bobina tubular. Para facilitar a
abertura do envelope após a esterilização,
recomenta-se que a selagem seja feita distante 
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50
das bordas do papel. A seladora é a única
maneira de selar corretamente o papel de grau
cirúrgico – quando não vem no formato de
envelope. Fitas selantes não oferecem correto
fechamento nem garantem a esterilização.

TECIDO DE ALTA ABSORÇÃO - Descartáveis e


higiênicas, as folhas do Tecido de Alta Absorção
são usadas para enxugar materiais depois de
escovar e enxaguar em água abundante.
 
UMECTANTE OU DETERGENTE PRÉ-LAVAGEM -
Usado na pré-lavagem, serve para alongar o
tempo em que os utensílios ficam imersos sem
formação de biofilme: comunidade de
microrganismos que se organizam na superfície
dos equipamentos e se fixam de maneira firme, o
que impede a eficácia dos processos de
desinfecção e de esterilização.
 
O umectante tem pH neutro e pouca espuma,
amolece a sujeira e facilita o processo de
limpeza. Permite que o profissional de beleza
faça a limpeza e a esterilização dos materiais ao
final do dia e não entre os atendimentos.
ATENÇÃO: não confunda com o detergente
enzimático.
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51
CAPÍTULO 6

GLOSSÁRIO II: EPIS


EPI - É a sigla de EQUIPAMENTOS DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL, dispositivos
de uso individual destinados a proteger
a saúde e a integridade física do
trabalhador no local de trabalho.

São luvas, máscaras, toucas, óculos e viseiras


usados durante o atendimento ou na lavagem e
esterilização dos materiais. Os aventais não são
considerados EPI no sentido rigoroso e legal do
termo. Ainda assim, este e-book o coloca nessa
categoria, pois especialista em Biossegurança
consideram seu uso indispensável. A cada novo
atendimento ou manipulação de materiais
contaminados, profissionais devem trocar os EPIs
usados por outros limpos.

AVENTAL DE MANGA LONGA -De tecido,


preferencialmente branco, protege tórax, braços
e antebraços durante os processos de lavagem e
de esterilização. Também ajuda a proteger de
riscos de contato com materiais pontiagudos,
durante sua manipulação.
 
AVENTAL DE PLÁSTICO -Tem o objetivo de
reforçar a proteção da frente do corpo contra
líquidos e outros produtos durante o processo de
esterilização. Deve ser vestido por cima do
avental de manga longa. Pode ser descartável ou
de material que possa ser descontaminado.
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52 LUVA DE BORRACHA - A luva de borracha deve


ser usada por cima da luva de látex ou de
material similar para proteger de acidentes na
hora de manipular objetos perfurocortantes no
processo de limpeza e esterilização dos
materiais.
 
LUVA DE LÁTEX OU MATERIAL SIMILAR - Quem
tem alergia pode usar luvas de outro material,
como vinílica ou nitrílica. De uso obrigatório em
procedimentos que exigem contato com mucosas,
pele e sangue, esse tipo de luva deve ser
descartada após o uso em cada cliente.

Também deve ser usada embaixo da Luva de


Borracha no procedimento de esterilização de
materiais. Assim, as mãos ficarão protegidas
mesmo quando você tirar as luvas de borracha,
que estavam em contato direto com os materiais
contaminantes.
 
MÁSCARA - Para usar sobre a boca, ajustada
sobre o nariz, geralmente presa atrás das orelhas
ou na cabeça. Serve para impedir que gotículas
da saliva (ainda que imperceptíveis) saiam da
boca e prejudiquem o ambiente. De forma
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53

geral, as máscaras são confeccionadas em TNT,


o chamado tecido não tecido, são hipoalergênicas
e descartáveis após 2 horas de uso.
 
ÓCULOS -Os óculos de proteção precisam ser
usados durante a esterilização para evitar que
a pele ou que outras partes do corpo sejam
atingidas por respingos de produtos químicos ou
de matéria orgânica. Os diferenciais desses
óculos são as lentes que não embaçam nem
riscam facilmente. Existem ainda sobre óculos
para quem usa óculos de grau.
 
SAPATOS - Devem ser de material impermeável,
com sola antiderrapante e totalmente fechados,
sem deixar dedos de fora ou o peito do pé. Isso
garante proteção contra queda de objetos
perfurocortantes e produtos químicos. Precisam
ser usados durante qualquer procedimento de
beleza e durante o processo de esterilização.

TOUCA - Outro equipamento de proteção que


evita o contato acidental de partes humanas nos
processos de limpeza, desinfecção ou
esterilização.
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54

A touca impede que fios de


cabelo caiam e contaminem
materiais que estão sendo
esterilizados. Após o uso ela
deve ser descartada.

Também é útil durante o atendimento para


aumentar a higiene no contato entre profissional
de beleza e cliente. De falso tecido – em TNT – é
confeccionada de forma automatizada para evitar
contato manual e contaminação.

VESTIMENTA - A vestimenta adequada para


profissionais de beleza durante o processo de
esterilização é composta por calça comprida,
avental de tecido, avental plástico por cima,
máscara, touca, óculos de proteção, luva de látex
(ou similar) e luva de borracha por cima.

VISEIRA OU PROTETOR FACIAL - Após a


pandemia de Covid-19 passou a ser item
obrigatório de biossegurança.

VISEIRA DX500 -Esse modelo não embaça, não


mancha e não causa distorções na visão. Pode ser
usada juntamente com óculos de grau,
oferecendo excelente visibilidade. A proteção dos
olhos é importante no caso de respingos de
materiais contaminados ou tóxicos.
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55
LINKS OFICIAIS
Para saber mais, consulte os links:

Secretaria de Saúde de São Paulo. Pesquisa


feita pela enfermeira Dra. Andreia Schunck em
outubro/2018:
http://www.saude.sp.gov.br/ses/noticias/2011/
maio/81-das-manicures-nao-estao-protegidas-
contra-hepatite

ANVISA: Agência Nacional de Vigilância


Sanitária: http://portal.anvisa.gov.br/

Daniela Pontes ensina a lavar as mãos:


https://www.youtube.com/watch?v=29eU-
cRCrnE

REFERÊNCIAS
http://nascecme.com.br/biofilme-o-inimigo-
invisivel/
http://nascecme.com.br/biofilme-o-inimigo-
invisivel-parte-ii/
http://www.saopaulo.sp.gov.br/ultimas-
noticias/uma-em-cada-dez-manicures-tem-
hepatite-1/
https://m.soundcloud.com/kel_padilha/hello-
maravilhosa-3-biosseguranca-pra-que-te-quero
https://youtu.be/7AbFeY6l4Hc
https://youtu.be/OHNMwG6cZEM
https://youtu.be/b3vma50_h7U
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Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de


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Bustamante, Fernando. Sercon - Conceitos


Básicos de Esterilização e Qualificação.

Focaccia R. Prevalência das hepatites virais A,


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amostragem populacional estratificada com
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BIBLIOGRAFIA
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a procedimentos estéticos. São Paulo: CVE;
2008.

Oliveira, Andréia Cristine Deneluz Schunck.
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São Paulo (Estado). Secretaria da Saúde.


Coordenadoria de Controle de Doenças. Centro
de Vigilância Epidemiológica “Prof.
Alexandre Vranjac”. Manual de prevenção de
infecções associadas a procedimentos
estéticos. São Paulo: CVE; 2008.
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EXPEDIENTE
Trabalharam neste e-book:

AUTORA:
Daniela Pontes

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PREPARAÇÃO E EDIÇÃO DE TEXTO:


Gillian Borges - @gillianborges

LEITURA TÉCNICA VOLUNTÁRIA


Fernando Bustamante
Letícia Valim
Douglas Ferreira

DIAGRAMAÇÃO:
GB Editorial

FOTOS:
Diego Marcos - @diegomarcosfotografia
http://pixabay.com
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