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Autobiografia

O meu nome é Fonseca Manuel, filho de Manuel Domingos e de

Maria Peça, todos camponeses, tenho 36 anos de idade nasci no

Centro de saude da localidade de Nailocone, Posto Administrativo de

Chalaua a 85km da sede do Distrito de Moma, província de

Nampula, a 10/08/1986 ,me sinto orgulhoso por ser Nailoconense na

qual dedico a imagem que está no fundo deste diapositivo que é a zona rural de Nailocone.

Durante a minha infância eu diverti -me imenso era um miúdo super dedicado no jogo, uma

autentica brincadeira que tanto amei porque não gostava de me devertir doutra brincadeira a não

que seja de jogar por esta razão gostava de brincar com rapazes que igualmente amassem só de

jogar. Tenho boas memórias da minha infância principalmente das minhas traquinices era tão

irrequieta…Mas tudo muda…A minha Infância/Adolescência, em fim.

Ao longo dos anos foram-se notando mudanças em mim, Vivi e diverti-me imenso ao longo da

minha adolescência; Tenho recordações de ser bastante feliz ao lado dos meus amigos fazendo

várias brincadeiras com eles; foi na Escola Primaria UP4_Namitur_ Nailocone, escola anexa da

Escola Primaria Completa de Namitur onde estudei ate ao meu 4º ano, o que quer me referir até

4ª isso foi em 1998, passando pela minha adolescência. Pela falta de idade e pela distância que

separava da escola anexa com a escola mãe, acabei interrompendo os meus estudos e fui me

dedicar na enxada, isso praticamente em 1999, mas ainda com vontade de estudar.
Com a enxada que dediquei me em um ano e pelos pequenos negócios que fazia, ( venda de

sumo, cigarros e por vezes vinho), em Outubro do mesmo ano, comprei minha bicicleta que tanto

me ajudou em percorrer os 30km para frequentar a 5ª classe.

O que tanto não me esqueço, é de antes de eu entrar na escola, apareceu um grupo de alunos

junto com um pai como eu pensava, mas que hoje percebo que era o presidente do conselho de

escola, para me levar à escola de uma forma obrigatória, mas eu fugi para dentro e me escondi

por baixo de cama e muché tomou conta uma parte do meu calsao. A criancise passou. E, em

2000, meu pai matriculou me na 5ª classe, escola que tinha uma distância de 30km da terra onde

fui nascido ( Nailocone). Nesse ano foi de sucesso porque fui dispensado aos exames daquele

nível, portanto da 5ª classe. Foi neste ano que fui grande amigo do meu professor visto que o

meu comportamento, dedicação na sala, vez com que eu passase a ser quase o secretário dele

passando a manuscrever todos documentos que ele necessita-se

Já que em 2001 e 2002, frequentei respectivamente a 6ª e 7ª classes na Escola Primária Completa

de Chalaua, isto na sede do do Posto Administrativo. O amor pelos estudos era maior daí que, em

2003, pela 1ª vez fui na sede do Distrito de Moma fazer o ensino secundário,onde fiz a 8ª ate 10ª

classes, isto em 2005. No ano de 2005, foi de grande Victoria porque era tão difícil passar na 10ª

numa época, a outra Victoria que achei tão importante, não sei se era pela pobreza ou mesmo

pelo amor com outros, passar num ciclista de um colega que tinha problemas de locomoção e

que até agora apesar de nos separar sempre comunicamos e ficamos irmãos.

Tendo terminado o 1º ciclo do ensino secundário e porque na sede do distrito não havia a 11ª

classe e, devido a falta de condições financeiras que meus pais padeciam, o ano seguinte não

estudei, mas por causa da pressão de eu casar era maior por parte da comunidade, acabei em
abandonar a terra natal para Ilha de Moçambique, isto em Agosto de 2006, com intuito de ir

arrajar emprego. Mas porque o emprego e a escola eram prioritárias na minha pessoa, daí que,

em 2007 matriculei me na 11ª classe e em 2008 concluí o nível médio, na cidade da Ilha de

Moçambique.

Enquanto fazia a 11ª classe isso em 2007, concorri na Administração, actual governo distrital

local na categoria de Assistente Técnico, apurrei com lugar, mas mais tarde por falta de

pronunciamento segundo os chefes, acabei perdendo aquele lugar e colocado outro em meu

nome, foi um caso muito chocante para mim.

Parar é morrer, enquanto arranjava o emprego do Estado, fui pedir trabalho no Bar/ Restaurante

da dona Eva Sanderberg ela, me cedeu e comecei a trabalhar como auxiliar da cozinha inclinado

na área de lavar louça, mas porque porque queria aprender da cozinha, um dia ela me interpela a

fazer pizza por sinal um prato difícil de fazer, ela, portanto a dona Eva, sem dizer nada, me disse

que poderia possuir cartão que comprova o meu estado de saúde para poder fazer a comida da

maioria, sobretudo dos brancos. Sentindo pena de mim, a dona Eva me disse que poderia

concorrer em que ela iria ajudar, com aquelas palavras eu me senti mal porque do salário que

ganhava era muito suficiente para mim.

Na Ilha de Moçambique foi o lugar que ganhei muita experiência na virada, para além de do bar

por onde trabalhei, também como gerente num contentor onde continha as bebidas alcoólicas,

participei em todas eleições municipais como presidente de Mesa de Votos, no Recenseamento

Eleitoral.

Fui vendedor de carvão vegetal onde obrigou me pela 1ª vez a subir barco, para numa zona de

Amapapa por onde se retirava o tal carvão, vendedor de comida, onde os lucros foram
absorvidos por uma chefe que alegava me dar emprego do estado. Incansavelmente de concorrer,

no final de 2010, fui me inscrever nas três instituições nomeadamente, na UP, IFPM e ADPP, em

Nampula e Nacala respectivamente

O filho do camponês torna professor, isso foi em 2011 que depois de muito concorrer e

desesperado, o desespero vinha na medida em que se comentava que nunca seria possível

ingressar no professorado sem dinheiro, e isso me deixou até sem vontade de concorrer, mas a

sorte bateu à porta, era a vez de surgir na família camponesa um funcionário_"professor" foi

deficil em acreditar que um dia, um filho de um camponês poderia ser professor, mas isso

aconteceu.

Por detrás da felicidade surge a tristeza como a filosofia diz, no fim de problema seurge outro,

digo isso porquê a tristeza inesquecível apareceu na vida, é doloroso dizer isso mas porque estou

a descrever meu percurso,tenho de dizer, foi num sábado em as horas não me lembro, no mês de

Fevereiro por sinal o primeiro mês da minha estadia no lar do IFPM ( Instituto de Formação de

Professores de Marrere ), em que recebi uma notícia triste, o desaparecimento físico do meu pai

o Sr.Manuel Domingos e isso me deixou chocado, mas tinha persistir com minha formação.

Concluído o curso de formação, foi pela 1ª vez que parei em frente das crianças em 2012 na EP1

de Inveveve uma das escolas do Posto de Netia isso no distrito de Monapo, após 4 anos como

professor simples, chegou a vez de ser escolhido pela confiança do coordenador da ZIP, que fez

uma proposta de eu ser gestor de escola e, concordância com o SDEJT,em 15 de Janeiro de 2016,

empossado como gestor de escola na EP1 de Nametho por onde sou gestor até o presente ano.

Não foi fácil de aceitar para eu assumir a esse cargo, mas prontos usei o provérbio "aprendesse

fazendo". O que tanto gosto na minha profissão docente é lhe dar com crianças porque a partir
delas, além de ensinar também aprendo muita coisa de alta importância para o meu

desenvolvimento profissional. Concluí que a formação profissional não só beneficia a vida da

pessoa em termos financeiros, mas também ajuda no desenvolvimento psicológico, moral do

indivíduo, mudando neste sentido o seu comportamento na sociedade onde estiver inserido.

A ambição de continuar estudar era maior, daí que em 2017, concorri na então Universidade

Pedagógica e na actual Universidade Rovuma, o que tanto determinou a minha entrada na

Universidade , a ambição foi de aumentar meu nível académico, isto é, adquirir novos saberes,

porque na verdade ser chamado de doutor foi sempre o meu sonho, para o ensino a distância são

maior os desafios um deles é o próprio material de trabalho quero me referir de Telefone Celular

compatível e porque não o Computador o mais ideal para este tipo de ensino, o outro desafio não

menos importante, é o acesso a internet devido da localização do meu posto de serviço, mas com

isso não me deixa levar porquê o objetivo assenta em concluir o nível de licenciatura que será

um orgulho não só para mim mas para a família também.

Eu Fonseca Manuel, autorizo,se aplicável, o uso desta narrativa autobiográfica para efeitos de

pesquisa académico.

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