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06/07/2021 A Justiça diferida. - Jus.com.

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ARTIGOS (/ARTIGOS)

A Justiça diferida.
Da teoria dos fractais à
transcendência em sede recursal
A Justiça diferida. Da teoria dos fractais
à transcendência em sede recursal
José Eduardo de Resende Chaves Júnior (https://jus.com.br/955185-
jose-eduardo-de-resende-chaves-junior/publicacoes)

Publicado em 11/2002. Elaborado em 08/2002.


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Direito Processual do Trabalho (https://jus.com.br/artigos/direito-
processual-do-trabalho)
Recursos (Direito Processual do Trabalho)
(https://jus.com.br/artigos/recursos-direito-processual-do-trabalho)
Princípio da transcendência (https://jus.com.br/artigos/principio-da-
transcendencia)

SUMÁRIO: 1.Introdução;2.Da Teoria do Caos à Teoria


dos Fractais;3.Do
Sistema Recursal Fractal-caótico;4.Do Exame da
Transcendência. Da
Cognitio Extraordinaria – 4.a.
Propostas;5.Considerações Finais

I. Introdução.
Que relação pode haver entre a teoria do caos e o recurso
de revista? Em
senso comum, poderíamos acenar com o volume acachapante de
recursos
que chega diariamente ao Tribunal Superior do Trabalho. Segundo consta
do Banco Nacional de Dados do Poder Judiciário, em 2.000, foram
autuados 125
mil processos e mais de 235 mil foram distribuídos para os 17
Senhores
Ministros. Aqui, sem dúvida, o conceito de juiz-hércules de
Dworkin ganha
outro significado, quiçá até mesmo incompossível com a
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Em termos mais estritos, queremos referir de forma
específica a chamada
«teoria do caos», gestada inicialmente nos
anos 60, nos trabalhos de
Edward Lorenz, meteorologista do M.I.T., que mergulhou
nos chamados
«processos não-lineares».

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A base da presente abordagem consiste, pois, justamente em
analisar o
 requisito da transcendência para admissibilidade do recurso de
revista à luz 
da teoria do caos e da teoria dos fractais.
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II. Da Teoria do Caos à Teoria dos


Fractais
Processos não-lineares são aqueles em que as equações
envolvem taxas
variáveis de mudança - e não taxas fixas. Nesses processos, as
mudanças,
ao revés de serem simplesmente adicionadas, são labirinticamente
multiplicadas [1].

O que Lorenz percebeu foi que, nesses processos, pequenos


desvios
podem gerar efeitos colossais. Em artigo publicado em 1979, cujo
título,
curiosamente, era: "Previsibilidade: pode o bater de
asas de uma
borboleta no Brasil desencadear um tornado no Texas?",
o referido
meteorologista batizou tal fenômeno de «efeito
borboleta». A idéia que
vigorou nesse período foi a de que o caos pode
derivar de pequenos
desvios, aparentemente insignificantes a priori.

Mas é a evolução da teoria do caos, a partir dos anos 80,


que pode,
efetivamente, engatá-la com o sistema recursal trabalhista, isso em
decorrência dos trabalhos do lituano Benoit Mandelbrot, que acabou por
conduzir
a teoria do caos para a denominada «teoria dos fractais».

A base dessa teoria consiste em se verificar a existência de


repetições de
padrões em fenômenos intrinsecamente caóticos. A
característica dos
fractais pode ser resumida em (i)«auto-semelhança» e
(ii)«complexidade
infinita» [2].

Para melhor entendimento dessa idéia, imaginemos o desenho


da costa da
Inglaterra, que aparenta não possuir qualquer tipo de padrão.
Contudo, se
focalizarmos um trecho dessa costa, e secionarmo-lo, perceberemos a
repetição de um padrão de desenho, que vai se combinando, de maneira
repetida, até formar um desenho maior, o qual, por sua vez, repetido e
combinado, vai se reproduzindo indefinida e sucessivamente.

Em síntese, diríamos que do ponto de vista macro, a costa


da Inglaterra
tem um aspecto caótico, mas do ponto de vista micro, poderíamos
encontrar um certo padrão de repetição desse perfil gráfico. A partir dessa
perspectiva, estaríamos autorizados a concluir que existe uma certa ordem
no
caos.

III. Do Sistema Recursal Fractal-caótico


Trazendo tais noções de padronização caótica para a
seara processual,
podemos perceber que o atual sistema recursal brasileiro tem
toda
similitude com um sistema «caótico». O sistema aparenta racionalidade
porque estamos condicionados a enxergá-lo apenas do ponto de vista
microscópico - da perspectiva binária e auto-reprodutiva: decisão/recurso
correspondente.

A lógica binária, do tipo booleana, a lógica do "zero


ou um", que informa a
base da racionalidade informática, não é afeita ao
pensamento jurídico [3].

Mesmo Niklas Luhmann, que opera com a idéia binária de


diferenciação
sistêmica através de dicotomias [4], tem claro que
é justo a redução da
complexidade, por via dessa mesma diferenciação
sistêmica, que vai
acrescentar seletividade [5] e,
conseqüentemente, complexidade, muito
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embora o jus-sociólogo alemão entenda
que é justamente essa seletividade OK
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acrescentada e forçada que vai
ampliar as possibilidades de atuação social
do sistema jurídico.

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No marco da teoria de Luhmann a «seletividade forçada»
reduz a
 complexidade do ambiente caótico, mas, concomitantemente, introduz uma 
alternativa – rectius uma disjuntiva binária - que se reproduz
fractalmente e
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amplia o leque de possibilidades, o que vai significar o aumento
da
complexidade interna do sistema, que, por seu turno, implica maior nível de
adequação social – em termos luhmannianos, aumento de possibilidades
de
«ressonância».

Poderíamos dizer que, ao contrário de uma idéia


pós-moderna – rectius
pós-estruturalista - Luhmann pressupõe uma
estrutura profunda – a
«autopoiesis» – capaz de reduzir a complexidade,
formalizando-a
autopoieticamente, ainda que essa redução traga consigo sempre
um grau
de potencialização binária da complexidade.

Para Deleuze y Guattari – autores estritamente


pós-estruturalistas – é a lei
da reflexão, a lógica binária, a dialética
cansada do Uno que quer ser dois,
que preside o pensamento da lingüística, da
informática e do estruturalismo
[6]
. Para superação dessa
dicotomia, eles defendem a superação da idéia
de estrutura [7].

A estrutura processual composta de agravos e embargos


cabíveis contra as
decisões que impeçam o acesso às cortes superiores, longe
de conferir
consistência lógica ou segurança jurídica ao ordenamento,
imprime ao
sistema recursal um padrão binário e fractal-caótico de
«auto-semelhança»
e «complexidade infinita».

Em outras palavras, tal critério permite a reprodução em


cadeia de
recursos, de forma sucessiva e espiralada. Em palestra proferida em
Belo
Horizonte, o Ministro Sidney Sanches relatou ser comum acontecer de
chegarem processos à Suprema Corte com nada mais, nada menos, de 35
recursos
interpostos.

Evidentemente esse sistema recursal, visto de seu aspecto


macro, tem
todas as características de um sistema «caótico», apesar de estar
fundado,
do ponto de vista micro, num padrão supostamente lógico. Sob tal
circunstância, a justiça, a pretexto da segurança jurídica, vai sendo diferida
indefinidamente para uma instância superior. Uma espiral de promessa
adiada, que desconstrói a pretensão de efetividade dos direitos.

Diante desse quadro, nos pareceu mais do que oportuna


iniciativa do
executivo, manifestada, primeiramente, através do PL 3267/00
[8], que
tramitou na Câmara dos Deputados e posteriormente efetivada pela
Medida
Provisória n. 2226/01. Aí se estabelece a «transcendência» do
interesse
das partes como requisito de admissibilidade para o recurso de
revista.
Institui-se, desse modo, um novo paradigma recursal no sistema
vernáculo.

A MP cogita de quatro tipos de transcendência: (i)jurídica,


(ii)política,
(iii)econômica e (iv)social. Somente quando verificada uma
dessas quatro
modalidades de relevância, poderá o apelo ser conhecido pelo
TST, isso
sem prejuízo dos requisitos anteriores, que, dessa forma, são
cumulativos à
transcendência.

A iniciativa tem assumida inspiração no sistema


norte-americano, no qual, a
partir do Judiciary Act, de 1.925, foi
conferida vigorosa discricionariedade à
Suprema Corte na apreciação do writ
of certiorari. Essa discricionariedade
na escolha dos recursos a serem
julgados está submetida à chamada
«regra de quatro», em que um Ministro (Justice)
propõe a admissibilidade
do recurso, após a aprovação prévia por um
grupo de quatro assessores,
devendo tal proposta, que é a líbito da Corte, ser
acatada por mais três
Justices.

Esse sistema se irradiou inclusive para as cortes inferiores.


A Court of
Appeals de Nova Iorque também funciona sob o regime de
admissibilidade
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por critério de relevância, sujeita à discricionariedade
desse tribunal [9]. OK
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 IV. Do Exame da Transcendência. Da 


Cognitio
Extraordinaria.
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A lembrança da experiência infeliz da chamada argüição
de relevância da
questão federal, vinda à luz por ensejo da Emenda
Constitucional n. 7, de
1.977, exsurge imediatamente quando se pretende
estabelecer critérios de
«transcendência» como requisito de admissibilidade
para os recursos.

A experiência, a nosso ver, não foi proveitosa porquanto, a


despeito de se
utilizar do sistema de escolha por via de sessões em segredo de
justiça,
carregava o vício lógico da necessidade de decisão explícita para
rejeição
do recurso. Insistir nisso, nos parece, o único equívoco da MP.

Tal critério expõe, da mesma forma, o sistema recursal à


estocástica fractal
e binária, pois abre ensejo para que se instale novamente
o labirinto da
reprodução indefinida de recursos para forçar a
admissibilidade.

O antigo sistema norte-americano da pauta morta (dead


list) ou o atual, da
discuss list [10], uma
espécie de decurso de prazo às avessas, no qual mera
não-figuração na pauta
de julgamentos, depois do transcurso de
determinada sessão, importa na sua
rejeição tácita, nos parece mais
conveniente para fazer face à avalanche de
recursos que acede à Corte
Maior Trabalhista.

Não é demais acrescentar, a fundamentação explícita das


decisões só se
faz necessária, por mera decorrência lógico-racional, onde
seja ela
possível. Em sede de juízo de transcendência, tal fundamentação
é, em
sua qüididade, exclusivamente tautológica, porquanto não há
passagem
racional da ordem imanente à transcendente.

Receamos, contudo, que a tradição sistemática e


regulatória de nossos
juristas venha a opor tecnicalidades. Como ressalta
Boaventura, a tensão
entre emancipação e regulação passou por um longo e
degradante
processo (https://jus.com.br/tudo/processo) histórico, que transformou as
energias emancipatórias em
energias regulatórias [11].

Como já exposto, o caos pode derivar de processos


formalmente objetivos
e com rigorosa consistência lógica, sendo mais
danoso para o sistema
jurídico do que a própria subjetividade das decisões.

E porque temer a subjetividade? É preciso, sim, que os


senhores ministros
assumam explicitamente suas posições ideológicas. É
preferível isso ao
escamoteamento técnico. A real motivação das decisões
passa a ser mais
transparente. É despiciendo salientar aqui o quão
manietáveis são os
argumentos técnico-jurídicos em favor dessa ou daquela
decisão.

A névoa de cinismo cientificista que envolve e obscurece a


real motivação
das decisão jurídicas não corresponde, de forma alguma, com
os anseios
de um Estado emancipatório de Direito.

A promessa de uma paz perpétua, amparada na racionalização


científica
dos processos de decisão, resultou em termos extremamente
insatisfatórios
no que tange à efetividade dos direitos. A redução da
emancipação
moderna à regulação cientificista nos conduziu direto para
a exclusão
social. Os processos de redução da complexidade pela via meramente
sistemática tendem sempre a transferir seus problemas de inadequação
social
para os chamados "ponto de vista externo da ciência jurídica".
Quando muito, a pretensão regulatória conquista pifiamente um direito
subalterno de inserção.

Como salienta Boaventura Santos, é preciso refundar a


distinção entre
objetividade e neutralidade. A objetividade, concebida como
"aplicação
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científica supostamente desprovida dele" [12].
Essa objetividade, segundo o
jus-sociólogo, não pode importar em recusa à
assunção de um
posicionamento. Nesses termos, prega ele a maximização da
objetividade e
a minimização da neutralidade.
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Propostas.
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Diante de tudo isso, nos parece um
equívoco, de proporção fenomenal, a
(https://jus.com.br/)seja examinado em sessão
imposição de que o requisito da
transcendência
pública, com sustentação oral, por
meio de decisão "fundamentada".
Cumpre ressaltar que o artigo 93, IX dispõe que as decisões
sejam
fundamentadas, o que não significa, de maneira absoluta, que todas as
questões e incidentes suscitados pelas partes sejam explicitamente
apreciados.
O absoluto repugna ao direito – summum jus, summa injuria.

O juízo de terceiro grau, como se sabe, é de cognitio


extraordinaria. O
ordinário é que não caiba o recurso, e disso já deve
ter ciência a parte e
seu advogado, pela própria essência do instrumento
recursal utilizado. O
excepcional – a admissibilidade – é que deve então
ser fundamentada, em
sessão pública, com direito a sustentação oral. Isso
evita a delibação pura e
facciosa do julgamento extraordinário.

Nesse passo, ao contrário do que a tradição sustenta, o


que se deve evitar
é o conhecimento caprichoso do recurso extraordinário, e
não os meios de
impedir a sua vulgarização.

De qualquer forma, pode-se também contornar a suposta lesão


ao preceito
contido no artigo 93, IX da Constituição, com a interdição do
agravo de
instrumento contra a decisão do Presidente do Tribunal Regional que
deixar
de reconhecer transcendência a determinado recurso de revista.

VI. Considerações Finais


É de todo condenável a forma como o requisito da
transcendência veio a
lume na dogmática brasileira – por medida provisória.
A inadequação da
forma de introdução no ordenamento jurídico se viu ainda
reforçada ao se
considerar o fato de que a medida se deu no apagar das luzes do
sistema
anterior de edição de medidas provisórias.

Tal repulsa, contudo, não invalida de todo o fato de que a


transcendência
traz ínsita a idéia seminal de um novo e alvissareiro
paradigma jurídico.

Além disso, em sede de agilização do Judiciário, esse


sistema nos parece
bem mais compatível com a independência do julgador, que o
das súmulas
vinculantes, cuja estrutura também é susceptível ao diferimento
fractal da
justiça, uma vez que as súmulas, enquanto enunciados
lingüísticos, são
sempre passíveis de interpretações, o que, ao fim e ao
cabo, acabaria por
acrescentar, ao revés de reduzir, complexidade e
postergação ao sistema.

Nunca é demais ressaltar, que tal procedimento importa na


valorização das
instâncias ordinárias, o que, naturalmente, resulta em
estabilidade para o
sistema como um todo. Mais do que de certeza, o Direito, do
ponto de vista
formal, vive das decisões. Quanto mais rápidas e conectadas com
as
demandas concretas, mais adequação e estabilidade essas decisões irão
gerar.

Por último, mas não menos importante, o requisito da


transcendência
deverá permitir, finalmente, que as decisões dos tribunais
superiores visem
mais à sinalização da jurisprudência para os casos futuros
do que
propriamente ao caso concreto, ou seja, vai impedir que a cognitio
extraordinaria se reduza a mero ius litigatoris, e se aperfeiçoe
efetivamente
como ius constitucionis.

Bibliografia
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ÁLVARES DA SILVA, Antônio A transcendência no recurso
de revista – Belo OK
Privacidade (https://ajuda.jus.com.br/pt-br/article/privacidade-1y23d3h/)
Horizonte: RTM, 2001.

DAVID, René Os grandes sistemas do direito contemporâneo


– São Paulo:
Martins Fontes, 1986.

https://jus.com.br/artigos/3365/a-justica-diferida 5/9
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DELEUZE, G., y GUATTARI, F. Mil Platôs - capitalismo e
esquizofrenia -
 trad. Aurélio Guerra e Célia Pinto Costa - Rio de Janeiro:
Editora 34, 1995. 
(https://jus.com.br/)
MERRY, Uri. Coping with Uncertainty – Insights from the
New Sciences of
Chaos, Self-Organization, and Complexity - Westport,
Connecticut: Praeger
Publishers, 1995.

PERELMAN, Ch. y OLBRECHTS-TYTECA, L. Tratado de la


Argumentación
Jurídica – La Nueva Retórica – trad. castel. J.Sevilla
Muñoz – Madrid:
Editorial Gredos, 1994.

SANTOS, Boaventura de Sousa ____, Para um novo senso


comum: a
ciência, o direito e a política na transição paradigmática –
Vol. 1. A Crítica
da razão indolente: contra o desperdício da
experiência - 2. ed. – São
Paulo: Cortez, 2000.

VALLESPÍN, Fernando Introducción – in LUHMANN, N. Teoría


Política en el
Estado de Bienestar – trad. castel. F. Vallespín –
Madrid: Alianza Editorial,
(1981), 1993.

Notas
1. Uri Merry, (1995) faz o seguinte resumo dos
sistemas não-lineares: "
(i)Chaos develop in nonlinear, interdependent
systems. Nonlinear means
that input is not proportional to output.
Interdependent means that the
systems mutually affect on another; (ii)With these
conditions small,
differences in initial condicitons may be blown up by
repetitive amplification
leding to completely different unpredictable outcomes.
(iii) The nonlinearity
of a system tends to come out it is in a
far-from-equilibrium means that the
system is constantly changing and not
returning to some prefixed state.(iv)
Human and social systems are
far-from-equilibrium, nonlinear,
interdependent systems."(numeração e
itálicos nossos) p.34

2. Segundo a redução formal de MANDELBROT "Um conjunto


é dito Fractal
se a dimensão Hausdorff-Besicovitch deste conjunto for maior do
que sua
dimensão topológica". Atualmente os especialistas dizem que tal
definição
não abrange de forma satisfatória a amplitude dos fenômenos
fractais.

3. Perelman tem oportunidade de criticar os dualismos: "Combatimos


las
opiniones filosóficas, tajantes e irreductibles, que nos presentan los
absolutismos de cualquier índole: el dualismo de la razón y la imaginación,
de la ciencia e la opinión, de la evidencia irrefragable y la voluntad
engañosa, de la objetividad universalmente admitida y la subjetividad
incomunicable, de la realidad que se impone a todos y los valores
puramente
individuales" PERELMAN, (1994) p. 767

4. A dicotomia diferencial no sistema jurídico, para Luhmann


é o par binário
lícito-ilícito.

5. Para Luhmann a diferenciação sistêmcia, a


diferenciação que vai reduzir
a complexidade, pode ser descrita, de forma
desconcertante, como
«acrescentamento da seletividade» - Cfr.
VALLESPÍN (1993) p. 14-15

6. Cfr. Mil Platôs,(1995) pp. 11-12

7. Deleuze e Guattari definem a estrutura como um conjunto de


pontos e
posições, por correlações binárias entre estes pontos e relações
biunívocas
entre essas posições - Mille Plateaux, (1995) p. 31

8. A Relatora do Projeto, Deputada Zulaiê Cobra, apresentou


relatório
primário e superficial sustentando a sua inconstitucionalidade. No
dia
20/06/2001, foi retirado o pedido de urgência para sua tramitação.
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10. cfr. in ÁLVARES DA SILVA(2001), pp. 35-36.

11. cfr. A crítica da Razão indolente – contra o


desperdício da experiência –
São Paulo: Cortez, 2.000, pp. 15.

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12. cfr. A crítica da Razão indolente – contra o
desperdício da experiência –
 São Paulo: Cortez, 2.000, pp. 31/32. 
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Assuntos relacionados: Princípio da transcendência


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Processual do Trabalho) (https://jus.com.br/artigos/recursos-direito-
processual-do-trabalho) • Direito Processual do Trabalho
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Autor

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José Eduardo de Resende Chaves


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 Madrid, juiz do Trabalho em Belo Horizonte (MG), vice-presidente da 
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Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)
CHAVES JÚNIOR, José Eduardo de Resende. A Justiça diferida. Da teoria
dos fractais à transcendência em sede recursal
(https://jus.com.br/artigos/3365/a-justica-diferida). Revista Jus Navigandi,
ISSN 1518-4862, Teresina, ano 7 (https://jus.com.br/revista/edicoes/2002),
n. 60 (https://jus.com.br/revista/edicoes/2002/11/1),
1
(https://jus.com.br/revista/edicoes/2002/11/1) nov.
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Disponível em:
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