Marina Monnerat - 115
MECANISMOS EFETORES DA IMUNIDADE HUMORAL
FUNÇÕES EFETORAS DOS ANTICORPOS
VÍDEO: Antígeno cai na corrente linfática e vai para
os centros germinativos do linfonodo (=folículo),
onde estão as células B. O LB reconhece o antígeno,
se ativa e se dirigem para a zona de células T (mesmo
a T-independente) e realiza expansão clonal. LB se
diferencia e começa a produzir anticorpos (IgM). A
função primária da IgM é ativar o complemento.
Uma vez produzidos, os anticorpos podem executar
diversas funções. Na verdade, eles só fazem uma
“coisa” – ligar ao antígeno. Mas na hora que ele liga,
deixa exposta a porção Fc, que o dá diversas funções,
como facilitar a fagocitose, fixar o complemento,
ativar o mastócito ou o eosinófilo.
Funções efetoras dos anticorpos:
(1) Neutralizar microrganismos e toxinas – as
toxinas para agirem precisam ligar ao seu alvo. Se
eu ligo o anticorpo nessa toxina, ela não consegue
ligar e fica neutralizada.
(2) Opsonização – facilita a fagocitose do
complemento (receptores Fc – FCR). Não é so
anticorpo que opsoniza. Complemento também
(receptores complemento CR).
(3) Citotoxicidade celular dependente de
anticorpos (ADCC) – vai ser discutida mais a
frente. Marcar a célula para que ela seja
futuramente morta.
(4) Ativação do complemento – gera lise do
microrganismo, fagocitose e inflamação.
(5) Ativar eosinófilos – contra helmintos.
Funções específicas:
*Imunidade neonatal: A IgG é capaz de atravessar a
placenta.
*Feedback de anticorpos: retorno do anticorpo que
mostra para o LB que a liberação de anticorpos não é
mais necessária. Vai ser discutido mais para frente.
Transcrição da aula 5 do prof. Gilson.
*IgA passa para a criança através da amamentação.
A opsonização neutraliza tanto toxinas quanto
microrganismos que dependem da ligação a
receptores para atuarem.
Exemplo de neutralização de um microrganismo:
Microrganismo é fagocitado, libera proteínas que
mudam de conformação e “abrem” a membrana da
vesícula, por onde sai o material genético do vírus.
Esse material genético faz com que a célula produza
novos vírus. O anticorpo pode se ligar a essas
proteínas que abrem a vesícula, impedindo a liberação
do material genético.
CITITOXIDADE CELULAR DEPENDENTE DE
ANTICORPOS (ADCC)
Processo também chamado de “beijo da morte”.
Qual célula é capaz de induzir apoptose em outras
células? NKs. Realiza uma ligação, libera perforinas e
gramzimas, que induzem a apoptose.
Mas esse caso é dependente de anticorpo. A célula
alvo precisa estar opsonizada por IgG, porque o
receptor que a NK possui é o receptor Fc-γ.
Esse mecanismo é eficaz contra células tumorais. Por
algum motivo, a célula tumoral produz um antígeno
que está sendo enxergado como “estranho”. O
anticorpo opsoniza essa célula. A NK reconhece os
anticorpos (IgG) e libera perforinas e gramzimas.
MORTE DE HELMINTOS MEDIADAS POR IgE
O verme é muito maior que a célula imune. A IgE se
liga ao helminto e diversos eosinófilos liberam seus

grânulos. Os mastócitos (muito relacionado com
processos alérgicos) também fazem isso, mas seu papel
não está ainda muito bem determinado.
Opsonização é ligar ao antígeno, não é sinônimo de
facilitar a fagocitose. No caso de helmintos, ocorre
opsonização mas não ocorre fagocitose. Cuidado!
A IgE pode se ligar ao helminto e depois ser
reconhecida pelo eosinófilo ou pode se ligar ao
eosinófilo e depois ao helminto.
Lembrete! Além de ajudar a liberar os grânulos (IL-
5), o Th2 (que produziu a IL-5) também produz IL-13,
que aumenta a produção de muco (e as duas citocinas
juntas aumentam o peristaltismo).
IMUNIDADE DE MUCOSA: TRANSPORTE DE
IgA ATRAVÉS DO EPITÉLIO
A IgA é o anticorpo em maior quantidade no corpo,
mas não no sangue (porque ela fica nas mucosas).
Depois da ri, os plasmócitos vão para a medula ou
para as mucosas. So que os plasmócitos ficam do lado
de dentro das mucosas, e a IgA precisa ficar do lado de
fora. Como atravessar o epitélio sem danificá-lo?
Para isso, A IgA e IgM possuem uma chamda cadeia
J (que também é responsável por deixar esse anticorpo
na conformação dimérica). As células epiteliais
possuem receptores poli-Ig (pode capturar tanto IgA
quanto IgM – se liga à cadeia J).
A célula captura a Ig e realiza transcitose – só passa
por dentro da célula. A IgA é liberada na mucosa junto
com um pedaço do receptor poli-Ig. Esse fragmento
ajuda a manter o anticorpo livre das proteases
produzidas pelos microrganismos.
O SISTEMA COMPLEMENTO
O complemento pode ser ativado por 3 vias:
Alternativa, clássica e da lectina. A diferença básica
entre elas é a forma como elas se ativam.
Via alternativa: clivagem espontânea da C3.
Via clássica: ligação do C1 a um complexo antígeno
anticorpo.
Via da lectina: ligação da lectina a um resíduo de
manose.
A via da lectina e a clássica, na aparência, são
parecidas. A diferença é que a lectina se liga direto à
manose, ao passo que a via clássica precisa de
anticorpo.
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FUNÇÕES DO SISTEMA COMPLEMENTO
(1) OPSONIZAÇÃO
Independentemente da via, existe um evento comum
na ativação do complemento: clivagem do C3 em C3a
e C3b. O C3b realiza opsonização. Logo depois, há a
clivagem de C5 em C5a e C5b. O C5b também
realiza opsonização.
O complemento fica nos fluidos e, por isso, também é
parte da resposta humoral. Mas é imunidade inata!
(2) CITÓLISE MEDIADA PELO
COMPLEMENTO
O C5 atrai o C6, C7, C8, e C9. Todos esses
constituem o MAC (Complexo de Ataque à
Membrana). Eles se ligam à membrana, formando um
tubo, que interrompe permeabilidade seletiva da
membrana.
(3) ESTIMULAÇÃO DE REAÇÕES
INFLAMATÓRIAS
Para que serve uma inflamação? Basicamente para
recrutar células e moléculas para o local. Matar o
microrganismo e reparar o tecido lesado.
MECANISMOS DE EVASÃO DA RESPOSTA
IMUNE HUMORAL
(1) Variação antigênica – mudam a expressão de
antígenos. Demora até desenvolver uma
resposta para esses novos antígenos.
(2) Inibição da ativação do complemento.
(3) Bloqueio da opsonização por uma capa de
ácido hialurônico.
FEEDBACK DOS ANTICORPOS
Depois que produzo os anticorpos, eles opsonizam o
antígeno e esse antígeno opsonizado volta para o
plasmócito. O plasmócito reconhece o antígeno de
novo pelo BCR e por um receptor Fc. Esse
reconhecimento duplo gera um bloqueio do sinal – a
célula B entende que já tem muito anticorpo e que ela
pode dimunuir ou até parar a produção de anticorpos.