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Revista de Administração da UNIMEP. v.17, n.

1, Janeiro- Abril - 2019


ISSN: 1679-5350
DOI:

INVENTÁRIO DE ESTILOS DE TOMADA DE DECISÃO: VALIDAÇÃO DE


INSTRUMENTO NO CONTEXTO BRASILEIRO

DECISION-MAKING STYLES INVENTORY: INSTRUMENT VALIDATION IN THE


BRAZILIAN CONTEXT

Mauri Leodir Löbler ((UFSM) mllobler@gmail.com


Eliete dos Reis (UFSM) elietedosreis@gmail.com
Juliana Mayumi Nishi (UFSM) julianamnishi@gmail.com
Rafaela Dutra Tagliapietra (UFSM) rafatagliapietra@gmail.com

Endereço Eletrônico deste artigo: http://www.raunimep.com.br/ojs/index.php/regen/editor/submissionEditing/1167

Resumo
Este estudo teve por objetivo validar o General Decision-Making Style Inventory (GDMS) de
Scott e Bruce (1995), no contexto brasileiro. Para tanto, realizou-se uma pesquisa survey com
539 alunos dos cursos de graduação em Administração, Direito, Sistemas de Informação e
Ciências Contábeis de três Instituições de Ensino Superior localizadas no interior do Estado do
Rio Grande do Sul. Procedeu-se a uma análise fatorial exploratória que possibilitou identificar
cinco fatores correspondentes aos cinco estilos (Dependente, Procrastinador, Racional,
Intuitivo e Espontâneo) de tomada de decisão geral. Dezenove das 25 questões do instrumento
inicial permaneceram na versão final. Cabe salientar, que todos os fatores apresentaram
consistência interna satisfatória, com coeficiente Alfa (α) de Cronbach acima de 0,60 e que o
estilo Dependente manteve composição fatorial idêntica ao de Scott e Bruce. Como os demais
fatores sustentaram a essência de cada estilo presente no inventário original, pode-se verificar
que, de maneira geral, este estudo de validação confirma a estrutura fatorial original (e teórica)
do inventário GDMS. Esse resultado permite afirmar que, no contexto em que foi recolhida a
amostra, a escala apresentou qualidades psicométricas adequadas e satisfatórias, e que,
portanto, acredita-se que esse instrumento possa auxiliar no desenvolvimento de estudos
posteriores na área de processo decisório, bem como na identificação de fatores que subsidiam
o processo de tomada de decisão.
Palavras-Chave: estilos de tomada de decisão, decisão, validação de escala.

Abstract
This study aimed to validate the General Decision-Making Style Inventory (GDMS) by Scott
and Bruce (1995), in the Brazilian context. For this, a survey was carried out with 539 students
of the undergraduate courses in Management, Law, Information Systems and Accounting
Sciences of three Institutions of Higher Education located in the interior of the Rio Grande do
Sul State. An exploratory factorial analysis was carried out that allowed to identify five factors
corresponding to the five styles (Dependent, Procrastinator, Rational, Intuitive and
Spontaneous) of general decision making. Nineteen of the 25 questions of the initial instrument
remained in the final version. It should be noted that all factors presented satisfactory internal
consistency, with Cronbach's Alpha (α) coefficient above 0.60 and that the Dependent style
maintained a factorial composition identical to that of Scott and Bruce. As the other factors
supported the essence of each style, present in the original inventory, it can be verified in
general that this validation study confirms the original (and theoretical) factorial structure of
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Inventário de estilos de tomada de decisão: validação de instrumento no contexto brasileiro
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the GDMS inventory. This result allows to affirm that, in the context in which the sample was
collected, the scale presented adequate and satisfactory psychometric qualities, and that,
therefore, it is believed that this instrument can help in the development of later studies in the
area of decision making, as well as in the identification of factors that support the decision-
making process.
Keywords: decision-making styles, decision, decision-scale validation

1 INTRODUÇÃO
Tomar decisão é um processo complexo que envolve a definição do problema, a busca
de informações, a definição de critérios para avaliação, a geração de alternativas, a análise de
custo/benefício e o teste de realidade. Gambetti et al. (2008) afirmam que ao tomar uma decisão,
o indivíduo deve considerar e integrar as informações disponíveis, com o intuito de gerar
alternativas e encontrar as estratégias adequadas para decidir. Relevante fator a considerar nesse
processo são as características inerentes ao indivíduo, as quais causam grande impacto na sua
tomada de decisão (LOO, 2000). O estilo de tomada de decisão foi um importante construto
levantado por Thunholm, que diz respeito às diferenças entre os indivíduos quanto ao
processamento da informação que será utilizada para resolver problemas e tomar decisões em
diferentes contextos (THUNHOLM, 2004).
Driver, Brousseau, e Hunsaker (1993) propuseram que o estilo de tomada de decisão é
um hábito aprendido e que as principais diferenças entre os estilos dizem respeito à quantidade
de informações consideradas durante o processo de decisão e o número de alternativas
identificadas até o momento em que a decisão é tomada, apresentando ainda, em alguns casos,
estilos primário e secundário de decisão. Já para Scott e Bruce (1995), o estilo de tomada de
decisão está relacionado com a maneira particular de reagir do indivíduo, a partir de um
contexto específico de decisão. Os autores identificaram, em seu estudo, cinco estilos de
decisão, racional, intuitiva, dependente, procrastinador e espontâneo, considerando que esses
são estilos independentes, porém não mutuamente excludentes, pois o decisor pode combinar
os estilos para tomar sua decisão.
Tendo em vista as características da personalidade e diferenças de cada indivíduo
associadas ao processo de tomada de decisão (LOO, 2000), este estudo tem por objetivo validar
o General Decision-Making Style Inventory (GDMS) - Inventário de Estilos de Tomada de
Decisão Geral - de Scott e Bruce (1995), no contexto brasileiro. Para tanto, realizou-se um
estudo de natureza descritiva, por meio do método de pesquisa survey. De acordo com Gambetti
(2008), o GDMS é um questionário bastante relevante, considerando a falta de instrumentos
psicométricos com a finalidade de mensurar as diferenças individuais na tomada de decisão.
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Apesar de que, originalmente, o inventário foi proposto em 1995, outros estudos têm
sido realizados, como por exemplo, os de Thunholm (2004) e Brousseau et al., (2006). Dando
continuidade à temática, observam-se os trabalhos de Sohail (2013) e Fischer, Soyez e Gurtner
(2015), esses trabalhos serão abordados ao longo do artigo.
No contexto nacional, a utilidade de um instrumento contemplando estilos de tomada
de decisão é notória, tanto que tange à pesquisa experimental, ao investigar processos de
pensamento, padrões de raciocínio, quanto em campos aplicados, onde se faz necessário
identificar um comportamento de tomada de decisão eficaz (SPICER e SADLER-SMITH,
2005). Acredita-se que esse instrumento possa auxiliar no desenvolvimento de estudos
posteriores na área de processo decisório, bem como na identificação de fatores que subsidiam
o processo de tomada de decisão.
Este artigo está estruturado da seguinte maneira: a primeira seção apresenta um resgate
da literatura sobre tomada de decisão. Na sequência, os estilos de tomada de decisão são
discutidos sob a perspectiva de diversos estudiosos do tema, juntamente com um breve
apanhado de pesquisas anteriores, de diferentes contextos, as quais utilizaram o GDMS como
instrumento de coleta de dados. Posteriormente, serão descritas as diretrizes metodológicas
utilizadas, a fim de alcançar o objetivo traçado para o estudo. O capítulo seguinte expõe os
resultados encontrados, bem como as análises realizadas. Por fim, são apresentados os
principais resultados, as conclusões dos autores e as sugestões para pesquisas futuras.

2 BASE CONCEITUAL

Como base teórica para o desenvolvimento da metodologia proposta por este trabalho,
esta seção apresenta dados e informações referentes à tomada de decisão e estilos de tomada de
decisão.

2.1 TOMADA DE DECISÃO

De acordo com Yates e Potworowski (2012), estudos acerca do tema decisão se


estendem por uma série de níveis de análise e transitam em várias áreas do conhecimento. Nesse
sentido, os esclarecimentos sobre o tema variam em relação à situação considerada. Por um
lado, isso significa que quando há dúvidas sobre como as pessoas decidem ou poderiam decidir
melhor, pode-se recorrer a um amplo conjunto de ideias, experiências e pesquisas sobre o
assunto. Por outro lado, dentre os desafios, a ambiguidade resultante sobre os significados de
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termos comuns pode gerar discussões e prejudicar os esforços de pesquisa e de


desenvolvimento produtivo, especialmente os de colaboração (YATES e POTWOROWSKI,
2012).
Yates (2003) entende que a tomada de decisão é um compromisso com um curso de
ação que se destina a servir aos interesses e valores particulares das pessoas, diferente de um
problema que é uma circunstância em que uma pessoa quer algo que não é imediatamente
atingível. Implícito a essa definição está o fato de que a tomada de decisão é um caso especial
de solução de problema.
No entender de Zeleny (1982), a tomada de decisão é um processo dinâmico, pois se
insere no contexto de uma pesquisa complexa para obter informações, cheia de desvios,
enriquecida por comentários lançados em todas as direções, coleta e descarte de informações,
alimentada pela incerteza flutuante, conceitos indistintos e conflitantes - alguns aguçados,
alguns nebulosos, o processo é uma unidade orgânica de estágios de pré-decisão e pós-decisão,
sobrepostos na tomada de decisão parcial. Esses estágios são interdependentes, ou seja, a fase
de pós-decisão, frequentemente coincide com a preparação da fase de pré-decisão para uma
próxima decisão.
Neste sentido, de acordo com Simon (1979), de uma forma geral, a decisão possui dois
objetos: a ação no momento e a descrição de um futuro. A ação no momento seleciona um
estado de coisas futuras em detrimento de outro, orientando o comportamento em direção à
opção escolhida. A descrição de um estado futuro pode ser correta ou errada (FREITAS e
KLADIS, 1995).
Dessa forma, a decisão é um processo sistêmico, paradoxal e contextual, não podendo
ser analisada separadamente das circunstâncias que a envolvem (PEREIRA e FONSECA,
1997). Para entendê-la, faz-se necessário identificar os componentes do processo que requerem
a decisão. Esses componentes podem ser vistos por meio de modelos desenvolvidos a fim de
sintetizar os principais mecanismos que orientam o processo decisório e a tomada de decisão.
Um dos modelos de processo decisório é o desenvolvido por Simon, o qual propõe uma
estrutura do processo de tomada de decisão seguindo três fases: inteligência, concepção e
escolha e um feedback entre elas. Segundo Sadovykh, Sundaram e Piramuthu (2015), o modelo
de Simon é o mais reconhecido e mais aceitável entre modelos de tomada de decisão existentes,
fornecendo embasamento para a pesquisa em processo decisório.
A descrição do modelo de processo decisório proposto por Simon pode ser evidenciada
nos estudos de Bethlem (1987) e Freitas e Kladis (1995), segundo os quais, na fase da
inteligência ocorre a exploração do ambiente e os dados são processos em busca de indícios
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que possam identificar os problemas e as oportunidades. Na fase de concepção ocorre a criação,


o desenvolvimento e a análise dos possíveis cursos de ação. Na fase de escolha acontece a
seleção da alternativa ou curso de ação entre as opções disponíveis e, por fim, na fase da revisão
(feedback) ocorre a avaliação de decisões passadas.
No que se refere ao contexto organizacional, Simon (1979) afirma que as atividades são
essencialmente de tomada de decisão e resolução de problemas. Para Nutt e Wilson (2010),
estudos sobre a tomada de decisão são fundamentais para a teoria organizacional. Neste aspecto
Simon e March (1958) sugeriram que a gestão das organizações e a tomada de decisão são
virtualmente sinônimas, ou seja, a dinâmica das organizações exige uma profunda compreensão
da tomada de decisão (NUTT e WILSON, 2010). Conforme as organizações se desenvolvem e
se tornam mais complexas, a tomada de decisão se torna a atividade central no contexto das
mesmas.
Tendo em vista essas reflexões, é oportuno salientar a abrangência e a relevância que a
temática do processo decisório imprime nas pesquisas científicas. De acordo com Cohen
(2008), as metodologias sobre processo decisório têm sido amplamente investigadas. Além das
áreas específicas dedicadas ao estudo da tomada de decisão gerencial, como a pesquisa
operacional e ciências da decisão, o estudo sobre essa temática também tem sido foco no campo
da psicologia, economia, administração, entre outras. Segundo Markman e Medin (2001), a
tendência das pesquisas sobre processo decisório é dar mais foco às características dos decisores
do que particularmente à escolha de cenários, ou seja, os pesquisadores estão mais interessados
no comportamento psicológico subjacentes aos processos de escolha.

2.2 ESTILOS DE TOMADA DE DECISÃO

Curiosamente, as pessoas apresentam diferentes modos de tomar as decisões. Algumas


enfatizam de maneira objetiva, independente, reunindo informação e realização de análises
explícitas. Outras preferem adotar uma visão mais holística e intuitiva. Algumas operam de
forma autônoma, enquanto outras dependem da ajuda de terceiros. Para umas, a decisão é
realizada de forma mais espontânea, em contraste com aquelas que precisam estar cientes
requerendo uma reflexão mais cuidadosa. Outros indivíduos, por sua vez, tentam evitar o
processo por completo (GALLOTI, et al., 2006). Assim, diferentes estilos de tomada de decisão
encaixam em diversas situações (BROUSSEAU e DRIVER, 2005). Thunholm (2004)
menciona que o estilo de tomada de decisão está intimamente relacionado com o estilo
cognitivo do indivíduo.
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Para Brousseau et al. (2006), os estilos de tomada de decisão diferem em dois aspectos
fundamentais: a forma de como a informação é utilizada e como as opções são criadas.
Recentemente, pesquisas demonstraram que o processamento da informação humana tem
focado em estilos cognitivos, cujas respostas podem mudar em diferentes circunstâncias,
adaptando-se em situações diversas e fazendo-se eficaz quando atende a uma demanda
específica que exige uma decisão (BROUSSEAU e DRIVER, 2005).
Dessa forma, a teoria dos estilos de tomada de decisão propõe que os indivíduos
aprendem hábitos cognitivos relativos à utilização de informações criando um modo de escolha
(DRIVER et al., 1993). Scott e Bruce (1995) revisaram a literatura e relataram duas definições
sobre o estilo de tomada de decisão: o indivíduo tem um padrão habitual usado na tomada de
decisões (DRIVER, 1979); ou o indivíduo tem um modo característico de perceber e responder
às tarefas para tomada de decisão (HARREN, 1979).
Para Sohail (2013), o estilo de tomada de decisão é uma característica subjetiva, isto é,
reflete como a pessoa define e percebe o problema e como escolhe sua solução, sendo a decisão
final atribuída às características motivacionais e pessoais, bem como aos fatores ambientais e
as variáveis da tarefa, emergindo, assim, a sua complexidade, dificuldade e ambiguidade.
Já para Scott e Bruce (1995), o estilo de tomada de decisão não são traços de
personalidade, mas são os hábitos de reagir de uma forma particular em um contexto de decisão
específica. Ainda, os autores identificaram, a partir de teorização prévia e pesquisa empírica
com oficiais militares, quatro estilos de tomada de decisão em termos de comportamento:
racional, intuitiva, dependente e procrastinador. No entanto, um quinto estilo de decisão
emergiu em seu estudo, denominado de “espontâneo”, sendo este validado posteriormente com
alunos de graduação e MBA. Deste modo, Scott e Bruce (1995) criaram o General Decision-
Making Style Inventory (GDMS) - Inventário Geral de Estilos de Tomada de Decisão que avalia
cada um dos cinco estilos decisórios que, de acordo com os autores, são independentes, mas
não se excluem mutuamente, pois as pessoas podem usar uma combinação de estilos diferentes
na tomada de decisões. As definições e os cinco estilos de tomada de decisão de Scott e Bruce
(1995), adotados por esta pesquisa, são caracterizados conforme apresentado na Figura 1.

Figura 1 - Descrição dos Etilos de tomada de decisão geral.


Estilo de Definição
Decisão
Caracterizado por indivíduos que questionam o problema de decisão de
Racional uma forma lógica e estruturada, considerando as diversas alternativas de
decisão.
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Caracterizado por indivíduos que possuem forte dependência de emoções,


Intuitivo
pressentimentos, palpites, e intuições.
Caracterizado por indivíduos que constantemente buscam conselhos e
Dependente
dependem da orientação e apoio de outras pessoas.
Caracterizado por indivíduos que tentam evitar e adiar as decisões, e
Procrastinador
quando as tomam é normalmente no último momento.
Caracterizado por indivíduos que têm senso de urgência e desejo de
Espontâneo concluir o processo de decisão o mais rápido possível, ou seja implementar
as decisões imediatamente.
Fonte: Adaptado pelos autores de Scott e Bruce (1995).

Acrescenta-se a essa discussão, a aplicação do GDMS, realizada por diversos autores,


os quais desenvolveram estudos com o intuito de examinar as propriedades psicométricas e a
validade do GDMS nos mais diferenciados contextos (LOO, 2000; THUNHOLM, 2004;
GAMBETTI et al., 2008; BAIOCCO et al., 2009; FISCHER, SOYEZ e GURTNER, 2015).
Loo (2000) investigou, em seu estudo, a validade do Inventário numa amostra de 223
estudantes de graduação, com idade mínima de 19 e máxima de 50 anos, no Canadá. A partir
da análise de dados realizada, concluiu-se que o GDMS é um instrumento promissor na
avaliação de estilos de tomada de decisão. Além disso, o autor referencia que pesquisas futuras
continuem validando o instrumento nos mais diversos contextos.
Pesquisa posterior indicou que o estilo de tomada de decisão não é somente o reflexo de
hábitos e práticas, conforme propuseram Scott e Bruce (1995). Com o intuito de verificar a
validade do GDMS, Thunholm (2004) aplicou o questionário com 206 oficiais militares suecos
de diferentes setores. O autor constatou que o estilo de tomada de decisão também está
relacionado com autoavaliação e a capacidade de iniciar e manter propósitos (autorregulação).
Com a finalidade de testar o GDMS, Baiocco et al. (2009) aplicaram o instrumento em
uma amostra de 700 estudantes do ensino médio, com idade entre 15 e 19 anos, das regiões
Norte, Centro e Sul da Itália. Os resultados encontrados a partir da análise fatorial revelaram
que adolescentes mais velhos utilizam com maior intensidade o estilo racional de tomada de
decisão do que os mais novos. Além disso, os autores constataram que desempenhos escolares
superior estavam positivamente relacionados com o estilo racional, enquanto que o número de
faltas estava ligado aos estilos espontâneo e procrastinador de tomada de decisão.
Fischer Soyez e Gurtner (2015) testaram a concepção do GDMS em escolhas
relacionadas aos cuidados com a saúde. A amostra do estudo foi composta por 388 pacientes
que se submeteram à cirurgia de articulação opcional. Esses pacientes responderam o
questionário sobre a escolha da instituição prestadora do serviço. Diante dos resultados,
verificou-se que além dos estilos de tomada de decisão que o GDMS contempla, emergiu um
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novo estilo, chamado de “comparativo”, o qual se originou da dimensão racional. A conclusão


do estudo reafirma a constatação de Loo (2000), de que o GDMS pode ser utilizado como
ferramenta para avaliar as propensões das escolhas dos indivíduos em diferentes contextos.

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

A fim de alcançar o objetivo de validar um instrumento de estilos de tomada de decisão


geral no contexto nacional, este estudo caracteriza-se como de natureza descritiva e
quantitativa, baseado no método de pesquisa survey, estratégia esta que busca descobrir fatos,
determinar atitudes e opiniões, e ajudar a entender comportamentos, utilizando-se da avaliação,
análise e descrição de uma população baseada em uma amostra (BAKER, 2001). O questionário
utilizado para a coleta de dados, adaptado de Scott e Bruce (1995), foi dividido em duas partes:
a primeira buscou identificar aspectos de perfil da amostra investigada, tal como idade, gênero,
estado civil e regime de trabalho da atividade remunerada; a segunda parte visou identificar os
estilos que descrevem como os indivíduos tomam decisões importantes, por meio de 25
questões dispostas em escala do tipo likert de cinco pontos, variando de 1 “discordo totalmente”
a 5 “concordo totalmente”.
A amostra investigada foi por conveniência, ou seja, o questionário foi aplicado aos
alunos em sala de aula que estavam disponíveis e dispostos a participar. Dessa forma,
responderam ao questionário 539 acadêmicos dos cursos de graduação em Administração,
Direito, Sistemas de Informação e Ciências Contábeis de três Instituições de Ensino Superior
no ano de 2015. A participação foi voluntária, os acadêmicos foram incentivados a responder
da forma mais honesta possível, estando certos de que suas respostas permaneceriam
confidenciais.
Para a validação do inventário no contexto brasileiro, primeiramente foi feita a tradução
reversa do instrumento. Após foi realizada uma análise sistemática por especialista na área de
processo decisório e, posteriormente foi realizado um pré-teste com 10 alunos de graduação,
para finalmente ser aplicado na amostra, a fim de proceder com a validação estatística.

3.1 INVENTÁRIO DE ESTILOS DE TOMADA DE DECISÃO GERAL (GDMS)

O inventário proposto por Scott e Bruce (1995) é constituído por 25 itens dispostos em
uma escala de cinco pontos, variando de discordo totalmente a concordo totalmente, os quais
compõem cinco estilos de tomada de decisão. O inventário é a abordagem conceitual mais
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abrangente, validada, e amplamente utilizada em contextos sobre processo decisório


(THUNHOLM, 2004). Mede a racionalidade e a intuição, bem como estilos complementares:
procrastinador, dependente e espontâneo, conforme pode ser visualizado na Figura 1.
Scott e Bruce (1995) validaram o GDMS em uma amostra de 1.943 participantes
(incluindo militares, estudantes de graduação em Administração e em Master Business
Administration, engenheiros e técnicos), demonstrando boa consistência interna e estabilidade
fatorial. De um ponto de vista conceitual, as dimensões dos estilos são independentes, mas não
se excluem mutuamente. Dessa forma, os indivíduos podem usar uma combinação de estilos
diferentes na tomada de decisão (GAMBETTI et al., 2008).
Vários estudos têm sido conduzidos para confirmar a estrutura fatorial do inventário e
demonstraram evidência de confiabilidade e validade da escala quando aplicados para a tomada
de decisão em geral (LOO, 2000; THUNHOLM, 2004; BAIOCCO, 2009). No que se refere ao
trabalho de Scott e Bruce (1995), o mesmo demonstrou confiabilidade em todas as amostras
investigadas. Para a amostra 1, pesquisa aplicada junto aos militares, o Alpha de Cronbach foi
de 0,76, para a amostra 2 e 3, estudantes de graduação em Administração e em Master Business
Administration, os Alphas foram 0,66 e 0,78 e, para a amostra 4, engenheiros e técnicos o Alpha
foi de 0,87. Neste sentido, esses estudos têm apoiado a validade de construto do GDMS e
confirmado as boas propriedades psicométricas do instrumento.

3.2 ANÁLISE DESCRITIVA DA AMOSTRA

A amostra investigada foi composta por 539 estudantes de quatro cursos de graduação:
60,3% de Administração, 24,1% de Direito, 10,0% de Sistemas de Informação e 5,6% de
Ciências Contábeis. Dentre os pesquisados, 53,7% são do sexo masculino e 46,3 % do sexo
feminino, com idade média de 23,5 anos. Com relação ao estado civil, a maioria 80,7 % são
pessoas solteiras, seguidos de 11,2% de pessoas casadas. No que se refere ao exercício de
atividade remunerada, 50 pesquisados não responderam essa questão, considerando para essa
variável 489 respondentes, 61,1% exercem atividade remunerada. Desses, 56,0% exercem
atividade em regime celetista, 12,5% em regime estatutário e 31,5 % de estágio profissional.
Dos respondentes que possuem atividade remunerada aproximadamente 50% atuam em áreas
administrativas.

3.3 PROCEDIMENTOS DE VALIDAÇÃO DO INSTRUMENTO


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A validação estatística do instrumento sobre estilos de tomada de decisão geral, foi


realizada através da técnica de Análise Fatorial Exploratória (AFE), seguindo os procedimentos
indicados por Hair et al. (2005) e Field (2009). A opção por essa técnica deve-se ao fato da
mesma acomodar múltiplas variáveis em uma tentativa de compreender as relações complexas
não possíveis com outros métodos, ou seja, uma técnica de interdependência na qual todas as
variáveis são simultaneamente consideradas, simplificando a compreensão dos dados (HAIR et
al., 2009). O primeiro aspecto observado se refere ao tamanho da amostra, que, conforme esses
autores deve ser maior ou igual a 100, tendo, no mínimo, cinco vezes mais observações do que
o número de variáveis a serem analisadas. Tal critério é satisfeito neste trabalho, uma vez que
o instrumento conta com 25 variáveis e foram coletadas respostas de 539 respondentes.
O passo seguinte refere-se às suposições da análise fatorial, ou seja, identificar se essa
técnica estatística é adequada à análise a ser realizada. Primeiramente, deve-se certificar sobre
a validade conceitual das variáveis apresentadas. Esse critério não foi uma limitação nesse
trabalho, uma vez que o questionário foi validado e aplicado em outros países, sendo para este
estudo foi realizada a tradução reversa do instrumento, passando por uma análise sistemática
de especialistas na área.
Na sequência, deve-se verificar as correlações entre as variáveis, utilizando-se os
resultados do teste de esfericidade de Bartlett, que deve possuir significância <0,050 e medida
de adequação da amostra, Kaiser-Meyer-Olkin (KMO), entre 0 e 1. Quanto mais próximo de
um, maior é a indicação de que a variável é perfeitamente prevista sem erro pelas outras
variáveis (HAIR et al.,2005).
A análise das comunalidades, que se refere à proporção de variância comum que uma
variável original compartilha com todas as outras variáveis, é realizada consequentemente. As
comunalidades podem variar de 0 a 1, sendo que valores próximos a zero indicam que os fatores
comuns não explicam a variância e valores próximos a um refletem que todas as variâncias são
explicadas pelos fatores comuns, ou seja, quanto maior a comunalidade, maior o poder de
explicação daquela variável pelo fator (HAIR et al., 2009).
Para a determinação do número de fatores, deve-se observar a variância total explicada,
a qual deve atingir no mínimo 60% da variância acumulada e autovalores maiores do que 1
(MALHOTRA, 2006). Ainda, deve-se atentar para as cargas fatoriais de cada variável, que deve
ser superior a 0,40, indicando a representatividade da variável ao fator relacionado, sendo que,
quanto maior a carga fatorial, melhor o item (AVRICHIR; DEWES, 2006). Por fim, deve-se
identificar a confiabilidade interna de cada fator, através do Coeficiente Alfa de Cronbach, que,
segundo Malhotra (2006), deve ter um valor superior a 0,60 para ser considerado aceitável.
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Dessa forma, os dados do estudo foram tabulados e analisados estatisticamente por meio
do software Statistical Package for Social Sciences for Windows –SPSS 20.0, a fim de dar
prosseguimento às análises.

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

A fim de facilitar a análise e validação dos dados, e, ainda, a interpretação das evidências
identificadas a partir dos fatores pesquisados neste trabalho, esta seção foi dividida em duas
partes. A primeira exibe os resultados da validação estatística, por meio da análise fatorial
exploratória, dos estilos de tomada de decisão geral no contexto brasileiro. A segunda expõe
uma comparação dos resultados deste estudo com os achados do estudo de Scott e Bruce (1995).

4.1 ESTILOS DE TOMADA DE DECISÃO GERAL

A análise fatorial preliminar da escala com as 25 variáveis, na qual se utilizou para a


extração dos fatores o método dos componentes principais, possibilitou a utilização da técnica,
uma vez que os dados coletados apresentaram um grau significante de intercorrelação. Para o
teste de Bartlett, o sig. foi 0,000 e medida de adequação para o KMO foi 0,778. Tais resultados
indicam que é adequado que se prossiga com análise fatorial.
Após a verificação da adequação da análise fatorial, partiu-se para a identificação das
comunalidades apresentadas para cada uma das questões dispostas. Com relação ao valor das
mesmas, três variáveis (17, 1, 4) apresentaram valores abaixo 0,400. Essas variáveis faziam
referência aos estilos Intuitivo (Quando eu tomo uma decisão, é mais importante para mim,
sentir que a decisão é certa do que ter um motivo racional para ela), Racional (Eu verifico as
minhas fontes de informação para ter certeza que eu tenho os fatos certos antes de tomar
decisões) e Procrastinador (Eu evito tomar decisões importantes enquanto me sinto
pressionado), respectivamente.
Dessa forma, foram retiradas da análise essas três questões. Optou-se por trabalhar com
valores acima de 0,400, a fim de manter o maior número de variáveis no instrumento e a
semelhança ao inventário GDMS de Scott e Bruce (1995). De acordo com Field (2009), em
casos de grandes amostras, é aceitável comunalidade com valores inferiores, mas próximos a
0,5.
Posteriormente a exclusão das três variáveis individualmente, procedeu-se nova análise
fatorial (quarta rodada de testes), adotando-se os mesmos critérios descritos anteriormente. Os
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resultados dos testes de Esfericidade de Bartlett (0,000) e KMO (0,764) mantiveram-se


adequados conforme pode ser visualizado na Tabela 1.

Tabela 1 - Teste de Esfericidade de Bartlett e Medida de Adequação da Amostra


Medida de Adequação da Amostra Kaiser-Meyer-Olkin 0,764
Aprox. do Qui-Quadrado 2903,261
Teste de Esfericidade de Bartlett DF 231
Sig. 0,000
Fonte: Dados da pesquisa

Na sequência da interpretação dos resultados, verificou se as comunalidades das


variáveis atendiam os níveis aceitáveis de explicação segundo Field (2009). Como podem ser
observados na Tabela 2, todos os valores encontram-se acima da faixa de 0,4.

Tabela 2 – Comunalidades
Variáveis Inicial Extração
Q2 1,000 ,719
Q3 1,000 ,569
Q5 1,000 ,705
Q6 1,000 ,455
Q7 1,000 ,746
Q8 1,000 ,423
Q9 1,000 ,479
Q10 1,000 ,494
Q11 1,000 ,551
Q12 1,000 ,666
Q13 1,000 ,601
Q14 1,000 ,613
Q15 1,000 ,718
Q16 1,000 ,554
Q18 1,000 ,650
Q19 1,000 ,493
Q20 1,000 ,509
Q21 1,000 ,540
Q22 1,000 ,568
Q23 1,000 ,580
Q24 1,000 ,623
Q25 1,000 ,508
Fonte: Dados da Pesquisa

Para a determinação do número de fatores, observou-se a análise da variância total


explicada, que deve atingir aproximadamente 60% da variância acumulada e autovalores
maiores do que 1 (MALHOTRA, 2006). A análise da porcentagem de variância apresentou na
amostra estudada a existência de 6 fatores, que explicam 58,019% da variância acumulada,
todos com autovalores maiores do que 1. Através da Tabela 3, pode-se observar que os três
primeiros fatores explicam 39,457% do total de variância.
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Tabela 3 - Variância total explicada


Somas de extração
Somas rotativas das cargas
Valores próprios iniciais de carregamentos
ao quadrado quadradas
% de % % de % % de %
Total Total Total
Comp. variância cumulativo variância cumulativo variância cumulativa
1 3,561 16,187 16,187 3,561 16,187 16,187 2,802 12,737 12,737
2 2,695 12,251 28,438 2,695 12,251 28,438 2,485 11,297 24,034
3 2,424 11,019 39,457 2,424 11,019 39,457 2,126 9,665 33,700
4 1,606 7,301 46,758 1,606 7,301 46,758 2,090 9,499 43,198
5 1,445 6,570 53,328 1,445 6,570 53,328 2,038 9,266 52,464
6 1,032 4,691 58,019 1,032 4,691 58,019 1,222 5,554 58,019
7 ,891 4,052 62,070
8 ,810 3,682 65,752
Fonte: Dados da pesquisa

Para a composição dos fatores procedeu-se a análise fatorial rotacionada, que teve como
método utilizado para a extração dos fatores a análise dos componentes principais e a rotação
Varimax com normalização Kaiser, resultando em seis fatores, conforme pode ser visualizado
na Tabela 4. No entanto, ao realizar à consistência interna do instrumento de pesquisa, apenas
um dos fatores obteve coeficiente Alpha de Cronbach menor que 0,6. Considerando que este
fator era formado por apenas duas variáveis não é viável a retirada de uma das questões para o
acréscimo no valor do coeficiente. Dessa forma, o mesmo foi considerado inadequado para
análise. Todos os demais fatores obtiveram índices de Alpha de Cronbach maiores que 0,6,
confirmando, assim, a consistência interna do instrumento.

Tabela 4 - Fatores que caracterizam os etilos de tomada de decisão geral, variável, carga
fatorial, Alpha de Cronbach e fatores originais correspondentes
Fator 01 – Estilo Dependente – Alpha (0,794)
Variáveis Descrição Fator original Carga Fatorial
18 Conselho de outras pessoas na tomada de decisões importantes Dependente 0,795
13 Apoio de outras pessoas na tomada de decisão Dependente 0,751
3 Ajuda frequente de outras pessoas na tomada de decisões Dependente 0,734
23 Orientação na direção certa na tomada de decisões importantes Dependente 0,731
8 Consulta a outras pessoas na tomada de decisão Dependente 0,639
Fator 02 – Estilo Procrastinador – Alpha (0,715)
Variáveis Descrição Fator original Carga Fatorial
24 Prorrogar a tomada de decisões devido ficar apreensivo Procrastinador 0,744
14 Adiar a tomada de decisões importantes Procrastinador 0,723
9 Postergar a tomada de decisão, sempre que possível Procrastinador 0,664
19 Tomar decisões importantes no último minuto Procrastinador 0,637
20 Tomar decisões impulsivas frequentemente Espontâneo 0,518

Tabela 4 - (Continuação) Fatores que caracterizam os etilos de tomada de decisão geral,


variável, carga fatorial, Alpha de Cronbach e fatores originais correspondentes
Fator 03 – Estilo Racional – Alpha (0,619)
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Variáveis Descrição Fator original Carga Fatorial


21 Analisar todas as opções antes de tomar uma decisão Racional 0,716
16 Considerar várias opções em termos de um objetivo específico Racional 0,698
11 Ter reflexão cuidadosa na tomada de decisão Racional 0,688
6 Tomar decisões de uma forma lógica e sistemática Racional 0,559
Fator 04 – Estilo Intuitivo – Alpha (0,753)
Variáveis Descrição Fator original Carga Fatorial
7 Confiar na intuição ao tomar decisões Intuitivo 0,854
2 Confiar no instinto ao tomar decisões Intuitivo 0,838
22 Confiar em sentimentos e reações ao tomar decisões Intuitivo 0,719
Fator 05 – Estilo Espontâneo - Alpha (0,632)
Variáveis Descrição Fator original Carga Fatorial
15 Tomar decisões rápidas Espontâneo 0,827
5 Tomar decisões rápidas na maioria das vezes Espontâneo 0,819
10 Tomar decisões no calor do momento Espontâneo 0,452
Fator 06 – Intuitivo/Espontâneo – Alpha (0,328)
Variáveis Descrição Fator original Carga Fatorial
12 Tomar decisões que parecem certas Intuitivo 0,800
25 Fazer o que parece natural, no momento de tomar decisões Espontâneo 0,612
Fonte: Dados da pesquisa

O primeiro fator, denominado Estilo Dependente, foi composto por cinco variáveis e
apresentou consistência interna de 0,794. Este fator expressa, de acordo com Scott e Bruce
(1995), o estilo de tomada de decisão caracterizado por indivíduos que constantemente buscam
conselhos e dependem da orientação e apoio de outras pessoas. Segundo Loo (2000) este estilo
reflete uma forte dependência em relação ao ponto de vista e conselhos de outras pessoas na
tomada de decisão. Salienta-se que, neste estudo, a composição desse fator manteve-se igual
daquele obtido no estudo original de Scott e Bruce (1995).
O segundo fator, Estilo Procrastinador, também apresentou boa consistência interna de
0,715. O mesmo abrange quatro variáveis que estão relacionadas às características de
indivíduos que tentam evitar e adiar as decisões, e quando as tomam é normalmente no último
momento (SCOTT e BRUCE, 1995) e uma variável relacionada ao estilo espontâneo.
Considerando que esta última variável diz respeito a tomar decisões impulsivas frequentemente,
não se aproxima das características do estilo predominante (procrastinador), optou-se pela
exclusão da mesma, uma vez que não houve redução na consistência interna, cujo valor após a
exclusão foi de 0,724. O fato desta variável, neste estudo, estar presente no estilo
procrastinador, pode estar associado ao efeito âncora, ou seja, pela posição que a mesma ocupa
no questionário aplicado (sequência da questão 19 que faz referência ao estilo procrastinador).
Acrescenta-se que esse efeito não foi saliente e nem identificado no pré-teste realizado anterior
à aplicação dos questionários. Cabe mencionar que este fator manteve a essência da composição
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do estilo procrastinador do estudo original de Scott e Bruce (1995), uma vez que apenas a
variável 4 (excluída por baixa comunalidade) e a variável 20 não compuseram o fator.
O terceiro fator, Estilo Racional, apresentou confiabilidade interna de 0,619 e manteve
a essência da composição do fator do estudo original de Scott e Bruce (1995), uma vez que
apenas a variável 1 não foi considerada por apresentar baixa comunalidade. Este fator
contempla quatro variáveis associadas à características de indivíduos que questionam o
problema de decisão de uma forma lógica e estruturada, considerando as diversas alternativas
de decisão (SCOTT e BRUCE, 1995). De acordo Wood (2012), um estilo de pensamento
racional é caracterizado por ser deliberado e pelo processamento analítico de informações,
estando livre de emoções.
O quarto fator, Estilo Intuitivo, apresentou boa confiabilidade interna, 0,753 e manteve
particular semelhança ao original de Scott e Bruce (1995), uma vez que as três variáveis que
formam este fator são as mesmas do fator Intuitivo do estudo de Scott e Bruce. Segundo esses
autores, o estilo intuitivo é caracterizado por indivíduos que possuem forte dependência de
emoções, pressentimentos, palpites, e intuições. Para Betsch (2008), pessoas com
características do estilo intuitivo tendem a decidir rápido, através de um processo automático e
sem esforço. Cabe salientar que as variáveis 12 e 17 presentes no inventário GDMS não
compuseram esse fator devido a 17 ter sido excluída da análise por baixa comunalidade e a 12
por compor o sexto fator deste estudo.
O quinto fator, Estilo Espontâneo, apresentou consistência interna de 0,632 e se
aproximou da composição do fator do estudo de Scott e Bruce (1995), uma vez que as variáveis
5, 10 e 15 que constituíram o fator nesse estudo, são as mesmas do inventário original. De
acordo com os autores, o estilo espontâneo é caracterizado por indivíduos que têm senso de
urgência e desejo de concluir o processo de decisão o mais rápido possível, ou seja, implementar
as decisões imediatamente. No entender de Wood (2012), indivíduos que possuem esse estilo
de decisão parecem tomar decisões sem qualquer deliberação. Com relação às variáveis 20 e
25 que não agregaram esse fator, o motivo foi decorrente de integração em outro fator e baixa
comunalidade, respectivamente.
O último fator agregou apenas duas variáveis (12 e 25) oriundas dos estilos Intuitivo e
Espontâneo, respectivamente, do inventário original de Scott e Bruce (1995). Devido à baixa
confiabilidade do fator (0,328) o mesmo foi desconsiderado da análise. Cabe lembrar que o
inventário GDMS é composto por cinco fatores, correspondentes aos cinco estilos de tomada
de decisão geral também identificados no contexto brasileiro.
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4.2 ESTILOS DE TOMADA DE DECISÃO GERAL: UMA COMPARAÇÃO COM OS


ACHADOS DE SCOTT E BRUCE (1995)

A análise estatística realizada, por meio da análise fatorial exploratória, serviu de base
para a validação do inventário de estilos de tomada de decisão geral no contexto brasileiro. A
redução de 6 variáveis, devido a baixa comunalidade, efeito âncora e formação de fator com
baixa consistência interna não afetou a qualidade psicométrica da escala, a confiabilidade
interna e nem a variância explicada, uma vez que essas foram satisfatórias. Neste sentido, os
cinco fatores do inventário original, foram confirmados no contexto brasileiro, porém com 19
variáveis, conforme pode ser visualizado na Tabela 5.

Tabela 5 – Comparação do GDMS original a validação no contexto brasileiro


Validação do inventário GDMS Validação do inventário GDMS no
por Scott e Bruce (1995) contexto brasileiro
Estilo de decisão Variáveis Variáveis
Dependente 3, 8, 13, 18, 23 3, 8, 13, 18, 23
Procrastinador 4, 9, 14, 19, 24 9, 14, 19, 24
Racional 1, 6, 11, 16, 21 6, 11, 16, 21
Intuitivo 2, 7, 12, 17, 22 2, 7, 22
Espontâneo 5, 10, 15, 20, 25 5, 10, 15
Fonte: Dados da pesquisa

Por meio dos dados da Tabela 5, pode-se observar que o estilo Dependente foi o único
que manteve composição fatorial idêntica ao de Scott e Bruce (1995). Esse fator também
apresentou a maior confiabilidade interna (0,794). Cabe salientar que o estilo dependente está
relacionado à baixa capacidade de autorregulação, baixa autoestima e processo de decisão
interrompido (THUNHOLM, 2004).
Os demais estilos tiveram alterações na validação do instrumento no contexto brasileiro.
Os estilos Procrastinador e Racional mantiveram a essência da composição fatorial do estudo
original, ou seja, quatro variáveis das cinco de cada um desses fatores foram confirmadas neste
estudo, com exceção da variável 4 e 1 respectivamente. Para Wood (2012), indivíduos que
possuem estilo Procrastinador têm dificuldade de enfrentar um problema de tomada de decisão,
uma vez que evitam escolher e considerar alternativas. Por outro lado, indivíduos com estilo
Racional, por meio de um processo lógico, consideram as alternativas antes de escolher uma
opção (WOOD, 2012). Cabe acrescentar que o estilo Racional foi o que apresentou menor
consistência interna nesses estudo, ou seja, 0,619.
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Os estilos Intuitivo e Espontâneo apresentaram similaridade aos do estudo original de


Scott e Bruce (1995), uma vez que das cinco variáveis em cada fator, três se sustentaram na
validação no contexto brasileiro. As variáveis 12 e 17 não foram identificadas no estilo Intuitivo
e as variáveis 20 e 25 no estilo Espontâneo para a amostra investigada. Para Harren (1979), o
estilo intuitivo envolve pouca antecipação do futuro e comportamento de busca de informação,
o compromisso com um curso de ação é alcançado de forma relativamente rápida, e sua
adequação básica é percebida internamente. Já o estilo espontâneo é caracterizado por um senso
de imediatismo e desejo de realizar a decisão mais rapidamente possível (LOO, 2000).
Considerando as observações acima, pode-se dizer que, os resultados do presente estudo
acrescentam legitimidade ao trabalho de Scott e Bruce (1995), mostrando que o inventário
GDMS é um instrumento promissor na avaliação dos estilos de tomada de decisão geral. Assim,
recomenda-se que outros estudos de validação continuem a analisar a construção e concorrente
validade do GDMS.

5 CONCLUSÕES

Este trabalho apresentou a validação no contexto brasileiro do inventário de estilos de


tomada de decisão geral proposto por Scott e Bruce (1995). A metodologia adotada para a
realização do estudo apresentou abordagem descritiva que, por meio de uma pesquisa survey,
possibilitou pesquisar 539 alunos de graduação de cursos de Administração, Direito, Sistemas
de Informação e Ciências Contábeis.
A etapa de validação estatística foi realizada através da técnica de análise fatorial
exploratória. O instrumento obteve boa consistência interna (0,624), medida através do
coeficiente Alfa de Cronbach. Após as quatro rodadas de análise estatística realizadas,
observou-se a adequação da AFE. Em cada uma dessas rodadas, percebeu-se a necessidade de
exclusão de algumas variáveis, conforme mencionado nos resultados. Nesse sentido, o
questionário que inicialmente era composto por 25 questões, resultou em 19 questões,
categorizadas em cinco fatores, todos com carga fatorial e confiabilidade interna adequadas.
O fator com maior variância explicada (16,18%) foi denominado Dependente, formado
por cinco variáveis (3, 8, 13, 18 e 23). O segundo fator, corresponde ao estilo Procrastinador,
com 12,25% de explicação e composto pelas questões 9, 14, 19 e 24. O fator denominado
Racional representou 11,01% da explicação total do modelo, formado pelas variáveis 6, 11, 16
e 21. O quarto fator encontrado foi denominado Intuitivo e obteve 7,30% de variância
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explicada, composto pelas questões 2, 7 e 22. Por fim, o quinto fator relacionado ao estilo
Espontâneo, com menor variância explicada (6,57%), foi formado pelas variáveis 5,10 e 15.
A Tabela 6, a seguir, apresentada um resumo dos fatores originados desta validação,
bem como as variáveis que os compõem, que foram renumeradas em ordem crescente. Salienta-
se que o instrumento completo validado é apresentado no Apêndice A.

Tabela 6 – Fatores e variáveis do questionário validado


Estilo de tomada de decisão Questões validadas Questões validadas renumeradas
Dependente 3, 8, 13, 18, 23 1, 2, 3, 4, 5
Procrastinador 9, 14, 19, 24 6, 7, 8, 9
Racional 6, 11, 16, 21 10, 11, 12, 13
Intuitivo 2, 7, 22 14, 15, 16
Espontâneo 5, 10, 15 17, 18, 19
Fonte: dados da pesquisa

A validação deste instrumento no contexto brasileiro torna-se relevante, uma vez que os
estilos de tomada de decisão podem ser importantes para predizer a qualidade de tomada de
decisão. Em particular, um processo de tomada de decisão lógico racional parece resultar em
resultados positivos e, um estilo de tomada de decisão procrastinador e espontâneo podem
apresentar resultados negativos (WOOD, 2012).
Ainda, o GDMS é uma ferramenta favorável para medir as diferenças individuais na
tomada de decisão. Tal questionário poderia ser particularmente útil em diferentes contextos e
situações de decisão, pelo fato de que o conhecimento do próprio estilo pode fornecer insights
sobre os pontos fracos e fortes do indivíduo em diferentes abordagens decisórias. Dessa forma,
os indivíduos poderiam melhorar o seu estilo e entender as situações em que são tomadores de
decisão (GAMBETTI, 2008).
No entanto, pesquisas futuras sobre essa temática são recomendadas, para que se possa
investigar a ligação entre os estilos de tomada de decisão, medidos de pelo GDMS, e o
comportamento do indivíduo apresentado em tarefas de decisão realistas. Neste sentido,
conhecer mais sobre as implicações comportamentais de diferentes estilos de tomada de decisão
é importante, a fim de avaliar se o estilo de tomada de decisão é útil ao projetar apoio à decisão.
A versão brasileira do GDMS ainda precisa de alguns refinamentos na escala, a fim de
ganhar consistência e usabilidade com diferentes amostras. Neste sentido, recomenda-se
estudos de validação adicionais, como a replicação em grupos com diferentes características
demográficas, em contextos específicos de decisão, bem como estudos que correlacionem
faixas etárias dos pesquisados com seus estilos de decisão.
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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A - PESQUISA SOBRE ESTILOS DE TOMADA DE DECISÃO INDIVIDUAL


- Abaixo estão listadas as afirmativas que descrevem como o indivíduo toma decisões
importantes. Por favor, indique se você concorda ou discorda com cada afirmativa.

Estilo de Decisão Questões


Frequentemente eu preciso da ajuda de outras pessoas na tomada de decisões
1
importantes.
Dependente 2 Eu raramente tomo decisões importantes sem consultar outras pessoas.
3 Se eu tenho o apoio de outras pessoas, é mais fácil para eu tomar decisões importantes.
4 Eu utilizo o conselho de outras pessoas na tomada de decisões importantes.
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Eu gosto de ter alguém para me orientar na direção certa, quando estou diante de decisões
5
importantes.
6 Eu postergo a tomada de decisão, sempre que possível.
7 Muitas vezes eu adio a tomada de decisões importantes.
Procrastinador
8 Eu geralmente tomo decisões importantes no último minuto.
9 Eu prorrogo a tomada de decisões, porque pensar nisso me faz ficar apreensivo.
10 Eu tomo decisões de uma forma lógica e sistemática.
11 A minha tomada de decisão requer uma reflexão cuidadosa.
Racional
12 Ao tomar uma decisão, considero várias opções em termos de um objetivo específico.
13 Eu analiso todas as minhas opções antes de tomar uma decisão.
14 Ao tomar decisões, eu confio em meu instinto.
Intuitivo 15 Quando tomo decisões, costumo confiar em minha intuição.
16 Ao tomar uma decisão, eu confio em meus sentimentos e reações.
17 Eu geralmente tomo decisões rápidas.
Espontâneo 18 Eu costumo tomar decisões no calor do momento.
19 Eu tomo decisões rápidas.
Instrumento de Estilos de Tomada de Decisão Geral
Fonte: Adaptado de Scott e Bruce (1995)

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