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A Imprensa no Brasil

1. Momentos precursores:
As tentativas de instaurar a imprensa no Brasil foram por séculos fracassando. O primeiro
folheto impresso no Brasil foi em 1746 por Antônio Isidoro da Fonseca e de autoria do bispo Antônio
Desterro, mas sua gráfica foi confiscada por ordem régia e se proibiu qualquer tipo de impressão sem o
consentimento da corte portuguesa. Foi em 1808 com a transferência da corte que a imprensa pode aqui
se estabelecer, onde começava a circular o Correio brasiliense, considerado o 1º jornal brasileiro,
editado em Londres, que passou a ser censurado, circulando clandestinamente até 1820.
Então foi criada a Imprensa Régia, um órgão de censura, em setembro de 1808 é lançado o
primeiro jornal oficial impresso no Rio de Janeiro, A Gazeta do Rio de Janeiro, circulando de 31 de
Dezembro de 1822, quando passou a se chamar Diário do governo, fechado em 1824. A censura
permanecia total. Hipólito da Costa um dos maiores jornalistas que o Brasil já teve. Fundado na Bahia
o primeiro jornal de província Idade d’ouro do Brasil, circulando até 1823.

2. O nascimento da imprensa no Brasil:


Com a instabilidade política que vivia o país, sem regras ao limite de liberdade de imprensa,
passa em poucos dias, da censura prévia a total liberação. Em 1821 a imprensa se destaca pela grande
participação, com a publicação de jornais de caráter conciliador. Agitados pela campanha de
independência, o Revérbero Constitucional Fluminense foi primordial, seguidos de outros como
Malagueta e o Espelho, decisivos contra a recolonização do Brasil. Após a independência, Bonifácio
reprime publicações de adversários e a imprensa se concentra em periódicos governamentais. O
Correio do Rio de Janeiro combate o ministério Andrada, os jornais Tamoyo e Sentinela da praia
grande promovem o fechamento da assembléia.

3.Principais jornais do período:


 Semanário Cívico, oficial , fundado na Bahia.
 Revérbero Constitucional Fluminense, de 15 de setembro de 1821 a janeiro de 1822, 1º
jornal de caráter político independente.
 O Espelho, de outubro de 1821 a junho de 1823, semi – oficial e jornalismo extremamente
agressivo.
 A Malagueta, 1821; o único jornal que deu notícia do fico.
 Diário do Rio de Janeiro, 1º jornal informativo a circular no Brasil, não falava de política
mas um pouco de tudo, de assassinatos a meteriologia. Chamado de Diário do Vintém pelo
preço baixo, inaugurou a ilustração na imprensa brasileira, publicado até 1878, considerado o
precursor da imprensa moderna.
 O Compilador Mineiro, primeiro jornal fundado em Minas Gerais, 1822.
 Sentinela da liberdade à beira do mar da praia grande, 1823.
 Tífis Pernambucano, de 25 de Dezembro de 1823 a 5 de agosto de 1824.
 Tamoio, de 12 de agosto até 11 de novembro de 1823.
O Brasil viveu nesta época, uma fase de violenta repressão à imprensa. Cipriano Barata é quem
no Brasil, pela primeira vez, tem a noção de jornal como veículo de opinião, um veículo de idéias.
 Diário do governo do Ceará, 1824.
 Diário de Pernambuco, 1825, existe até hoje e é considerado o mas antigo órgão de imprensa da
América Latina.
 Diário de Porto Alegre, 1827.
 Farol Paulistano, primeiro periódico de São Paulo.
 Aurora Fluminense, publicado por Evaristo da Veiga, 1827.
 O Constitucional, publicado por Líbero Badaró, 1830.
 Jornal do Comércio, fundado em 1827 pelo francês Pierre Plancher e vendido em 1868 a Jose
Carlos Rodrigues.
 Observador Constitucional, fundado por Líbero Badaró em 1829.
 O republico, por Borges da Fonseca , período dos pasquins.

4. Conceito político e social:


A imprensa brasileira nascia comprometida com o processo revolucionário. O papel dos jornais
era menos informar e mais instruir e influenciar. A imprensa participou das questões definidoras do
regime a ser adotado, em época de instabilidade institucional. Esse jornalismo furioso educou nem
tanto ao povo, mas à sua elite. De 1824 a 1830, a imprensa difundiu – se grandemente em todo Brasil,
desenvolvendo estreita ligação com os fatos políticos. Em 9 de março de 1821, ocorreu a liberação da
imprensa, mas a excessiva liberdade e impropérios até a D. Pedro e os poderes constituídos, levou a
repressão. A década de 1840 é a época de pasquins, com vocação para calúnia, como: O burro
Magro, Mutuca Picante, o Macaco brasileiro... é o espírito desses jornais satíricos, inspirando o
famoso Pasquim em 1969.

5. A imprensa brasileira na segunda metade do séc. XIX


Duas inovações contribuíram para o desenvolvimento da imprensa neste período: o advento do
telégrafo, em 1852 e, vinte anos depois, a instalação do 1º cabo submarino, criando no Rio a primeira
agência de notícias, uma filial da Hava/Reuters. A imprensa brasileira não tinha incorporado as
inovações técnicas e tecnológicas ao nível de impressão e composição. O prelo de madeira, movido
manualmente, ainda era regra geral, até 1863, quando o Correio Paulistano passou a ser impresso pela
1º prensa de aço introduzido no Brasil. O ano de 1852marca a fundação da imprensa feminina, com o
Jornal das Senhoras, que circulou por 3 anos.
Época da “imprensa do romantismo”, declínio do jornalismo político era a época dos jornais de
letras e das revistas culturais como a Revista do instituto Histórico e Geográfico brasileiro... Em
1860 Francisco Otaviano de Almeida Rosa, passou ao comando do Correio Mercantil. A época dos
homens políticos, tinha sido substituída pelos homens de letra que faziam a imprensa. Na década de
1870, a imprensa brasileira voltou a se politizar, com sopros do liberalismo. O jornal A Reforma
iniciou essa nova fase, defendendo as reformas liberais. No Rio foi lançado outro jornal liberal, o
Atualidade, o primeiro a ser vendido avulso. Em 1870 foi lançado também no Rio A República, que
liderou os jornais republicanos em todo país. A década de 1870 foi também a da imprensa satírica, com
proliferação da caricatura. O Diabo Coxo de 1864, foi uma novidade na imprensa marcada pelo certo
azedume e ironias, do italiano Agostine, grande caricaturista entre outros.
Em 1876, cria a Revista ilustrada, considerada como um dos grandes acontecimentos da
imprensa do Brasil, pela contribuição à tomada da consciência de problemas sociais e políticos.
Agostini foi um apaixonado defensor da república. Houve também um grande avanço na imprensa
informativa neste período. Em 1874, foi fundado no Rio a Gazeta de Notícias, um dos principais
jornais até o séc. XX. Em 1875, é fundado A Província de São Paulo. É fundado em 1891 o Jornal do
Brasil e a Província de São Paulo é vendida se transformando no Estado de São Paulo, marcando o
processo de modernização da imprensa onde o jornalismo passa a se constituir sob a forma de
verdadeiras empresas.
6. A imprensa brasileira no séc. XX:
A imprensa volta a ser partidária e opinativa e em 1900 é publicado a 1º fotografia na imprensa,
século das grandes transformações políticas, econômicas e sociais. Em 1901 é fundado Correio da
Manhã, por Edmund Bittencourt, marcando a nova fase do jornalismo brasileiro. Ele nasce insurgindo
as máximas introduzidas pela imprensa norte – americana de neutralidade aos fatos. Em 1904 o JB
publica sua primeira foto e monta uma das primeiras clicherias, inovando ao nível da forma,
introduzindo o subtítulo. Em 1906 o Estado de São Paulo aparece como um dos mas modernos em
termos gráficos. O Rio de Janeiro foi o grande centro modernizador da imprensa brasileira. Irineu
Marinho em 1911 lança A Noite, impressionando pela paginação moderna. Na década de 1920, a
imprensa retratava o perfil da sociedade carioca, traços de uma burguesia diferenciada e um operariado
até então marginalizado.
A década de 1920 marca a transição de uma imprensa pré – capitalista para uma organização
capitalista estruturada, no momento de uma concorrência da chamada imprensa falada, com a
introdução das transmissões radiofônicas. A 1º transmissão de rádio no Brasil foi em 1922, funcionava
como um clube, só transmitia a quem pagasse. O rádio é uma grande potência como meio de
comunicação. O Globo, foi fundado por Irineu Marinho em 1825. Assis Chateaubriand adquiriu o
periódico O Jornal do Rio de Janeiro, criando uma ampla rede de comunicação. Em 1929 a imprensa
oposicionista aderiu em peso a candidatura de Getúlio Vargas. O Estado de SP foi um dos primeiros e
maiores jornais a fazer oposição a Getúlio. É neste período que surgem os periódicos que marcaram a
história da imprensa como Diário Carioca e o Diário de notícias. Em 1940 o Departamento de
Imprensa e Propaganda (DIP) exerceu uma censura severa sobre os jornais oposicionistas. A censura
permaneceu até a II Guerra Mundial. O fim dos anos 1940 marca um momento de funcionalismo e
eficiência no jornalismo brasileiro, valorizando a construção da notícia como Diário Carioca, Tribuna
da Imprensa, Última Hora e o JB.

7. O amadurecimento da imprensa brasileira na década de


1950 e suas
reformulações gráficas e editoriais em 1960 e 1970.
Carlos Lacerda funda a Tribuna da Imprensa, onde atacava Getúlio impiedosamente. Nesta
época só A Tribuna e o Diário Carioca adotavam o Lead e outras técnicas modernas de redação e
diagramação. Para rebater os ataques de Lacerda, Vargas patrocina Samuel Weiner na criação do jornal
Última Hora, em 1º de junho de 1951. Com a introdução de novas técnicas de comunicação, e muito
dinheiro, esse jornal se tornou o de maior circulação no Rio de Janeiro. Além da Tribuna outros
principais jornais faziam oposição a Vargas e a Werner como O Globo, Estado de SP, Correio da
manhã, Diário de notícias... Com o atentado a Lacerda e o editorial publicado na Tribuna, foi o estopim
para a crise que culminou com o suicídio de Vargas. Neste momento a imprensa brasileira já estava
madura para assumir seu direito e lugar como chamado “Quarto Poder” na sociedade brasileira.
A principal reformulação introduzida foi a do JB, iniciada em 1957, quando introduziu o
suplemento dominical, onde colaboravam escritores e jornalistas. O JB passou a publicar fotos no alto
da primeira página, acompanhando manchetes, e mudando a ‘cara’do jornal. Amílcar de Castro foi o
arquiteto responsável, instituindo os princípios para a paginação. O jornalista Carlos Lemos tirou sem
querer os fios da paginação do jornal caindo no gosto de todos. O advento da TV, onde a primeira
transmissão foi em 18 de setembro de 1950, fez o jornal impresso a aproximar – se das revistas. O Lead
clássico avançou para buscar circunstâncias mais profundas como a dimensão, a remissão e a
explicação dos fatos, dando início à era do jornalismo interpretativo, analítico, avaliador.
A TV obrigou os jornais diários a se tornarem mais seletivos, ganhando aparência menos
apressada e mas densa, surgem as páginas de economia, dando o maior destaque a noticiários
internacionais. Passou – se a usar estratégias de coberturas maciças, colocando força e peso no jornal.

A reação em cadeia ao poder da TV estendeu – se às revistas, com a cor chegando às revistas


O Cruzeiro, impressa em rotogravura e com uma tiragem de 700 mil exemplares semanais, e
Manchete quando a TV ainda era preto e branco, no final da década de 1950.

Aluna: Michelle Silva Bruno


Comunic. Social 1º período

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