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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL DA COMARCA DE

SANTA CRUZ – RJ

Gilda, brasileira, portadora da carteira de identidade nº XXX ,


inscrita no CPF sob o nº XXX , não possui endereço eletrônico, residente e
domiciliada na rua tal deste município, por seu advogado in fine assinado, vem
respeitosamente na presença de V. Exa. Ajuizar a presente:

OBRIGAÇÃO DE FAZER/NÃO FAZER C/C COM DANO


MORAL/MATERIAL

Em face de LIGHT SERVIÇOS DE ELETRICIDADE S/A, pessoa


jurídica de direito prIvado, inscrito no CNPJ sob o nº XXX, com sede no
endereço tal, pelas razões de fato e direito adiante expostas:

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Inicialmente afirma, sob as penas da lei e de acordo com o art. n°
98 do CPC/15, que é pessoa juridicamente necessitada, não podendo arcar com
as custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do próprio
sustento e de sua família, razão pela qual faz jus à gratuidade de justiça.

INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


Com base na Legislação Consumerista e antes de adentrar no
mérito da questão propriamente dita, desde já, a autora solicita o
pronunciamento judicial acerca da inversão do ônus da prova, visto que tal
inversão é direito do consumidor (art. 6º, VIII, CDC), requerendo seja a mesma,
devidamente alertada sobre essa possibilidade “ab initio”

DOS FATOS
A autora, como moradora desta cidade é consumidora
compulsória dos serviços de energia elétrica fornecidos pela parte ré, sendo
certo que sempre efetuou o pagamento das referentes prestações de serviços,
estando cadastrada como cliente nº XXX.
O consumo de sua energia elétrica sempre esteve dentro da
normalidade, conforme comprovantes anexo, e sempre efetuando o pagamento
de todas as faturas.
Ocorre que a partir do mês de maio de 2019 a requerente
percebeu em sua fatura uma mudança nos valores e mudança essa que
onerava e muito sua situação financeira, tendo em vista que a mesma pagava
uma média de R$ 65,00 (sessenta e cinco reais), uma vez que a autora morava
sozinha e só chegava em casa em horário noturno após o trabalho.
A partir do mês de Maio de 2019 seu consumo de energia elétrica
vem aumentando uma média de R$ 100,00 (cem reais) mensais. Hoje contando
com o valor total de R$ 465,00 (quatrocentos e sessenta e cinco) reais.
A autora, por diversas vezes procurou a empresa ré para solução
amigavelmente do problema, não obtendo êxito.
Não conseguindo resolver a pendência administrativamente, vem
a requerente perante este juízo a proteção dos seus direitos de cidadã e
consumidora, na forma do artigo 5º, XXXII e XXXV da CRFB.

DO DIREITO

No caso em tela, a responsabilidade do prestador de serviço é


objetiva, sendo necessária apenas a demonstração do dano e do nexo causal
para a imputação do dever de indenizar.
Já por várias oportunidades a requerente já tentou resolver com a
requerida mas não obteve sucesso.
Dessa forma, fica caracterizada a falha na prestação do serviço,
prevista no artigo 14 do CDC.
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência
de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação de
serviços, bem como por informações insuficientes
ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. (...)

A inexistência ou a prestação defeituosa dos serviços ora


prestada no caso em tela configura defeito na prestação do serviço, a teor do
artigo mencionado acima, acarretando o dever de indenizar.
A requerente ainda, encontra-se amparada pelo artigo 22 do
CDC, onde determina que os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de
empreendimento, são obrigados a fornecer serviços ADEQUADOS e
EFICIENTES, SEGUROS e QUANTO AOS ESSENCIAIS, CONTÍNUOS.
A empresa requerida está agindo em total desacordo com a
Constituição Federal, que, em seu artigo, 34 dispõe:
Art.34 – a administração pública direta ou indiretamente de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios obedecerá aos princípios da
legalidade, impessoalidade, moralidade,
Publicidade e eficiência.

Observa-se ainda, que no caso em tela é cabível, inclusive o


parágrafo 6º do mesmo dispositivo legal:
Parágrafo 6º - as pessoas Jurídicas de direito público e as de direito Privado
prestadoras de serviço responderão pelos danos
que seus agentes, nesta qualidade, causarem a
terceiros, assegurando o direito de regresso contra
o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Desta forma, não há que se falar em serviços adequados e


eficientes e seguro pela qual se obrigou a prestar, não restando a autora, outro
meio, senão de ingressar com a presente medida para ver assegurado seu
direito.

Assim, diante de inúmeros transtornos, o requerente dirige-se ao


judiciário, para resguardar seus direitos.

DANO MORAL E MATERIAL

No que tange ao dano moral, este restou configurado, diante do


caráter PUNITIVO E PEDAGÓGICO do instituto, uma vez que a requerida atuou
de forma abusiva e arbitrária, havendo daí o dever de indenizar, de acordo com
os critérios jurídicos cabíveis, bem como à luz dos princípios da
proporcionalidade e razoabilidade, e ainda, pela gravidade da conduta ofensiva
e seus efeitos danosos na esfera psicológica da autora.
Isso porque a autora sempre pagou suas faturas, para que nunca
viesse passar por tal constrangimento de ser cobrada em valor EXORBITANTE
sem poder pagar ou ate mesmo ter suspenso os serviços por falta de
pagamento a requerida.
Ficando caracterizada a falha na prestação do serviço, prevista no
artigo 14 do CDC.

DOS PEDIDOS
Ante exposto requer:
1- Seja concedida a GRATUIDADE DE JUSTIÇA para a autora;
2- Não deseja a audiência de conciliação;
3- Seja citado o réu para tomar ciência da presente demanda, e, para
querendo, apresentar contestação, SOB PENA DE SOFRER OS
EFEITOS DA REVELIA;
4- Que seja invertido o ônus da prova, conforme dispõe os incisos VIII do
artigo 6º do CDC;
5- Que seja declarado INDEVIDO, ABUSIVO E NULO DE PLENO
DIREITO o valor cobrado nas faturas a partir do mês de maio de 2019 e
restituição do valor pago a mais de R$ 465,00 (quatrocentos e sessenta e
cinco reais); e a retirada do nome da autora de eventual inclusão dos
serviços de proteção ao crédito;
6- Que seja o réu condenado a indenizar a autora pelos danos morais
sofridos, no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), uma vez que o réu
atuou de forma abusiva e nociva, diante do caráter pedagógico;

DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na plenitude dos
artigos 369 e seguintes do CPC, em especial documental e depoimento pessoal
do réu.
VALOR DA CAUSA
Dá -se a causa o valor de R$ 2.465,00 (dois mil, quatrocentos e cinquenta e
cinco reais).

Jonathan dos Santos de Freitas

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