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Laboratório de Matemática 2020/2021— Ficha 3

Número: 57120 Ricardo Santos


Número: 57122 Marta Pereira

09/11/2020

1 Introdução ao tema
Na ficha 4 da disciplina Laboratório de Matemática 2020/2021 trabalham-se temas como a repre-
sentação de vetores no plano e a transformação das suas componentes, a relação entre o sinal de
um vetor e o seu sentido no plano quando multiplicado por um escalar, tão bem quanto a con-
sequência da soma entre dois vetores. Numa segunda parte, trabalha-se com a definição de matriz
dada por uma função, refletindo-se acerca do vetor transformado por intermédio de uma matriz
quando aplicada sobre um vetor inicial, e por fim, a consequente representação de isometrias.

2 Trabalho Realizado
Usando o Geogebra, realizámos os seguintes passos:

1.

a) Usando uma linha de input, construímos um vetor no plano aplicado na origem ⃗u = (a, b).
Verificou-se que alterando o valor da componente a de ⃗u, o vetor translada paralelamente ao
eixo Ox sobre a reta de equação y = 1. Por outro lado, alterando o valor da componente b,
verificou-se que o vetor translada paralelamente ao eixo Oy sobre a reta de equação x = 1.
b) Construído ⃗u = (a, b), criou-se outro vetor ⃗e = k⃗u, onde k ∈ R. Observou-se que

• Se k < 0 e k ̸= −1 então ⃗e tem sentido oposto e norma diferente que ⃗u.


• Se k > 0 e k ̸= 1 então ⃗e tem o mesmo sentido mas diferente norma que ⃗u.
• Se k = 0 então ⃗e é o vetor nulo ⃗0.
Os casos triviais são quando k = −1 ou k = 1, onde ∥⃗e∥ = ∥⃗u∥ e ⃗e tem o sentido oposto ou
o mesmo que ⃗u respetivamente.

c) Verificou-se ainda que dadas as regiões R2 = {(x, y) ∈ R2 : 0.99 < y < 1.01} e R3 = {(x, y) ∈
R2 : 0.999 < y < 1.001} encontram-se respetivamente 99 e 999 termos de un fora das mesmas.
d) Definiu-se respetivamente para cada região uma condição usando o módulo que exprima o
facto de um ponto do gráfico de hn pertencer à região. Dada a região

R1 = {(x, y) ∈ R2 : 0.9 < y < 1.1}

Como y ∈ ]0.9, 1.1[ e atendendo às propriedades do valor absoluto verifica-se que un ∈ R1


se existem a, b ∈ R tais que

|hn − a| < b ⇐⇒ hn ∈ ]a − b, a + b[

Consequentemente monta-se o seguinte sistema


{
a − b = 0.9
a + b = 1.1

1
Pelo que a sua solução é (a, b) = (1, 0.1), ou seja, existe uma ordem p = 10 (verificada em
b)) a partir do qual todos os termos de hn se encontram dentro região definida por R1, e
portanto define-se a condição para n ∈ N

n > 9 =⇒ |hn − 1| < 0.1

Analogamente dadas as restantes regiões R2 e R3 definem-se respetivamente as seguintes


condições para n ∈ N
n > 99 =⇒ |hn − 1| < 0.01
n > 999 =⇒ |hn − 1| < 0.001

e) O mesmo procedimento realizado em d) poderia ser realizado para qualquer região de ampli-
tude arbitrariamente pequena em torno da reta y = 1, uma vez que hn → 1 já que
n+2 1
hn = =1+
n+1 n+1
1
e ( n+1 → 0). Portanto a condição que satisfaz n e garante que dado um valor positivo δ se
tem que hn ∈ ]1 − δ, 1 + δ[ é a própria definição de limite da sucessão, ou seja

∀δ > 0, ∃p ∈ N : |hn − 1| < δ

f) Pelo que se conclui que o procedimento acima não pode ser efetuado numa reta horizontal
y = b tal que b ̸= 0, pois hn → 0.

n
2. Considerando a sucessão de termo geral un = (−1)2n+1 (n+6)
, verifica-se que não é possível
construir regiões arbitrariamente pequenas nas condições anteriores uma vez que un não tem
limite, vejamos { −n−6
un = 2n+1 , se n ∈ {2k − 1}k∈N
n+6
2n+1 , se n ∈ {2k}k∈N
Obviamente un é definida a partir de duas subsucessões cujos os limites são diferentes entre si,
pelo que un não tem limite e por consequência não é possível construir regiões arbitrariamente
pequenas nas condições anteriores.

3.

a) Criou-se um slider N que assume valores inteiros de 25 a 10000 com incrementos de 20.
∑N
b) Utilizou-se o comando soma e observou-se que para o mesmo slider N , a soma n=1 n1 é
maior que 6 quando N > 227 e maior que 10 quando N > 12428, ou seja


228
1
= 6.01
n=1
n


12429
1
= 10.01
n=1
n
Pelo que se verifica que quanto mais cresce o valor de N menos cresce o valor da soma.
∑N ∑∞
c) Sim, a soma n=1 n1 passaria o valor 21056 quando N → ∞, uma vez que n=1 n1 é a Série
Harmónica que por definição é divergente para +∞.
d) Para o mesmo slider N , verificou-se que o crescimento dos valores de N é desproporcional
∑N ∑∞
ao crescimento da soma n=1 n12 , uma vez que esta, quando N → ∞ é do tipo n=1 n12 ,
2
ou seja, é uma Série de Dirichlet convergente para π6 pelo que nunca ultrapassará o valor
21056.

2
e) Não, os valores observados permitem-nos apenas avaliar o valor da∑∞soma à ∑ medida que o

seu limite superior N aumenta. Para avaliar a natureza das séries n=1 n1 e n=1 n12 seria
necessário recorrer a teoremas da Análise Matemática da convergência de séries.

f)
i) Utilizou-se o comando Soma no modo CAS do Geogebra e verificou-se os seguintes resultados

∑∞
1
=∞
n=1
n

∑∞
1 π2
=
n=1
n 6

ii) Sim, os resultados obtidos estão de acordo com os resultados obtidos a partir dos teoremas
da Análise Matemática.
∑∞ ∑∞ 2
iii) Os resultados obtidos em i) exprimem a natureza das séries n=1 n1 = ∞ e n=1 n12 = π6
respetivamente,
∑∞ 1 pelo que verificam se as somas ultrapassariam ou não o valor 21056. A série
= ∞ é divergente, pelo que ultrapassa o valor 21056 quando N como limite superior
n=1 n
∑∞ 2
da soma tende para +∞. Já a série n=1 n12 converge para π6 pelo que nunca ultrapassará
o valor 21056 para nenhum N como limite superior.
∑∞
iv) O resultado que permite concluir acerca da natureza da série n=1 n13 é a convergência para
π2
∑∞ 1 ∑∞ 1 ∑∞ 1
6 da série n=1∑n∞2 , uma vez que, tal como n=1 n2 a série n=1 n3 é uma Série de
Dirichlet do tipo n=1 n1α onde α > 1 e consequentemente convergente.

3 Conclusões
Do trabalho realizado na ficha 3 verificou-se novamente a importância de trabalhar com regiões
arbitrariamente pequenas em torno do limite de uma sucessão de forma minuciosa, tão bem quanto
a prudência de não concluir necessariamente quanto à natureza de uma série analisando apenas as
suas somas parciais. Ao longo do trabalho, utilizou-se a interface gráfica Geogebra que nos auxiliou
no cáculo e análise de alguns resultados.

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