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Nestes momentos de angústia, tento pensar na frase de Epicuro: “A morte não é nada
para nós, pois, quando existimos, não existe a morte, e quando existe a morte, não
existimos mais.” Mesmo concordando com ele, pensar que, se nada de trágico ocorrer,
vou viver mais ou menos o mesmo tempo que eu já vivi até agora é assustador.
Sim, podemos transcender e isso ocorre dando um sentido ao ser. Na palestra proferida
na Universidade de Freiburg, em 1929, intitulada O que é metafísica, Heidegger disse:
“Ao contemplar cuidadosamente o Nada em si mesmo, começamos a perceber a
importância e a vitalidade de nossos próprios humores. Acima de tudo, o Nada é o que
produz em nós um sentimento de angústia”.
A vida passa muito rápido. É comum, no início dela, pensarmos que temos todo o tempo
do mundo. Mas quanto mais avançamos, a “régua” vai diminuindo. No início dela, temos
infinitos planos e sonhos: de estudos, de viagens, de aventuras, de coisas pra fazer, de
encontros, enfim, de experiências, mas, com o encurtar da “régua”, percebemos que não
temos todo este tempo. Vamos preenchendo nossos dias com nossas atividades
cotidianas e, do nada, mais um ano se passou e deixamos, mais uma vez, de fazer
aquela viagem, de marcar aquele jantar...
Finalizo este texto com a seguinte dica: busque uma vida autêntica. Como? Assumindo-a
como sua, construindo-a segundo o seu plano e aceitando a morte, até porque a vida é
um sopro.