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Essa posição hipertrofiada dos meios tem a ver com a sua condição
privilegiada de produtores e distribuidores de conteúdos, tal como fixado por
Karl Marx (1997, v. 1: 67): “Transportam signos; garantem a circulação veloz
das informações; movem as ideias; viajam pelos cenários onde as práticas
sociais se fazem; recolhem, produzem e distribuem conhecimento e ideologia”.
Ao referir-se à imprensa italiana do início do século XX, Gramsci (ib., 218) situa
a ação dos jornais como verdadeiros partidos políticos, na medida em que
influem, com ênfases e enfoques determinados, na formação da opinião
pública e nos modos de assimilação dos acontecimentos: “Jornais italianos
muito mais bem-feitos do que os franceses: eles cumprem duas funções — a
de informação e de direção política geral, e a função de cultura política,
literária, artística, científica, que não tem um seu órgão próprio difundido (a
pequena revista para a média cultura). Na França, aliás, mesmo a função
distinguiu-se em duas séries de cotidianos: os de informação e os de opinião,
os quais, por sua vez, ou dependem diretamente de partidos, ou têm uma
aparência de imparcialidade (Action Française – Temps – Débats). Na Itália,
pela falta de partidos organizados e centralizados, não se pode prescindir dos
jornais: são os jornais, agrupados em série, que constituem os verdadeiros
partidos”. Mas ele ressalva que a imprensa não é o único instrumento de
publicização: “Tudo o que influi ou pode influir sobre a opinião pública, direta ou
indiretamente, faz parte dessa estrutura. Dela fazem parte: as bibliotecas, as
escolas, os círculos e os clubes de variado tipo, até a arquitetura, a disposição
e o nome das ruas” (ib., 78).
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Referências bibliográficas