Você está na página 1de 18

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA–UDESC

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS–CCT

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA - DEM

BETINA WERNER
BRUNO OLIVEIRA FERNANDEZ
EDUARDO HENRIQUE DO NASCIMENTO PESTANA
OTÁVIO AGUIAR IMHOF SALUM
VERÔNICA CAROLINE HERBST PAZDA

EXPERIMENTO V – ESCOAMENTOS EXTERNOS – DETERMINAÇÃO DO


COEFICIENTE DE TROCA DE CALOR POR CONVECÇÃO FORÇADA

JOINVILLE - SC
2021
Sumário
1. OBJETIVO............................................................................................................................... 1

2. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1

2.1. Fundamentação Teórica ............................................................................................... 1

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ................................................................................ 4

4. RESULTADOS ........................................................................................................................ 7

4.1. Análise Dimensional do Problema ............................................................................... 7

4.2. Temperatura Superficial Média dos cilindros para cada caso ................................. 9

4.3. Coeficiente de Troca de Calor por Convecção Forçada ............................................ 9

4.4. Determinação dos Números Adimensionais ............................................................. 11

4.4.1 Reynolds ................................................................................................................. 11

4.4.2 Nusselt .................................................................................................................... 11

4.4.3 Prandtl ..................................................................................................................... 12

4.4.4 Passo Longitudinal e Transversal ........................................................................... 12

4.5. Gráficos e Comparativo com a Correlação Empírica de Grimison ....................... 12

5. CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 15

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 16


1. OBJETIVO
Determinação experimental do coeficiente de troca de calor por convecção forçada em um
feixe de tubos.

2. INTRODUÇÃO
Quando se fala da transferência de calor para ou a partir de um feixe (matriz) de tubos em um
escoamento cruzado, o mesmo é relevante em inúmeras aplicações industriais, tais como: geração
de vapor em uma caldeira, resfriamento de ar na serpentina de um ar-condicionado.

Dentre os parâmetros, a determinação experimental do coeficiente de convecção em uma


superfície acaba envolvendo a medição das presentes grandezas: taxa de calor transferido, área
superficial de troca de calor, temperatura do fluido e temperatura superficial.

2.1. Fundamentação Teórica

Irá se considerar um trocador de calor com fluxo cruzado, da forma de um feixe de tubos
em arranjo alinhado. O mesmo está posicionado na seção de testes de um túnel de vento, conforme
a figura 1 e 2 denotam:

Figura 1: Feixe de tubos – arranjo alinhado (autoria própria).

1
Figura 2: Feixe de tubos – arranjo alinhado (autoria própria).

As filas de um tubo em um feixe tubular podem ser alinhadas ou alternadas na direção da


velocidade do fluido. De forma que a configuração é caracterizada pelo diâmetro dos tubos (𝐷) e
pelos passos: transversal (𝑆𝑇 ) e longitudinal (𝑆𝐿 ); que são medidos a partir do centro dos tubos.
Já as condições de escoamento no interior do feixe são denominadas pelos efeitos de separação
da camada-limite e por interações das esteiras, que acabam influenciando a transferência de calor
por convecção.

A velocidade máxima, a partir da exigência de conservação da massa em um fluido


incompressível, ocorre no interior do feixe de tubos e pode ser determinada por:

𝑈𝑎𝑝𝑟𝑜𝑥 𝑆𝑇 (1)
𝑈𝑚á𝑥 =
𝑆𝑇 − 𝑑

Aplicando uma análise dimensional, chega-se a seguinte relação para o número de


Nusselt:

𝑆𝑇 𝑆𝐿
𝑁𝑢̅ = 𝑓𝑢𝑛çã𝑜 (𝑅𝑒𝑑,𝑚á𝑥 , , ,𝑃 ) (2)
𝑑 𝑑 𝑟

Ou seja, depende do número de Reynolds, do passo frontal pelo diâmetro, do passo


longitudinal pelo diâmetro e do número de Prandt.

Sendo que o número de Nusselt pode ser definido por:

2
ℎ̅𝑑
𝑁𝑢̅ = (3)
𝑘

Onde: ‘𝑑’ representa o diâmetro, ‘𝑘’ a condutividade.


Já ‘ℎ̅’ representa o coeficiente de troca de calor por convecção e é determinado por:
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑣
ℎ̅ = (4)
𝐴𝑠 (𝑇𝑠 − 𝑇∞ )

Onde, a determinação do coeficiente convectivo (determinação dos termos da equação 4)


segue o seguinte procedimento experimental, conforme [1]:

a) Temperatura Superficial (𝑇𝑠 ) e (𝑇∞ ):

Para a temperatura superficial média, utilizou-se a seguinte expressão:

∫ 𝑇𝑑𝐴𝑠 ∑12
𝑖=1 𝑇𝑖 𝐴𝑖 𝐴(𝑇1 + 𝑇2 + ⋯ + 𝑇12 ) 𝑇1 + 𝑇2 + ⋯ + 𝑇12
𝑇̅𝑠 = = 12 = =
∫ 𝑑𝐴𝑠 ∑𝑖=1 𝐴𝑖 12𝐴 12 (5)

Como na experimentação estão sendo utilizados quatro tubos, ambos com a presença de
3 termopares, o somatório tem que ir até o doze. A determinação de ‘𝑇∞ ’ seguiu a mesma lógica,
visto que os valores também foram retirados experimentalmente.

b) Área Superficial (𝐴𝑠 ):

Para a área superficial, utilizou-se a seguinte expressão:

𝐴𝑠 = 4𝜋𝐷𝑐 𝐿𝑐 (6)

Correspondendo a quantidade de tubos utilizados (quatro).

c) Determinando (𝑄′′𝑐𝑜𝑛𝑣 ):

Para o fluxo de calor por convecção, primeiramente, considera-se a potência elétrica que está
sendo fornecida, pois está-se submetendo o sistema a um diferencial de potencial conhecido;
logo:

4
𝑉²
𝑃𝑒𝑙 = ∑ (7)
𝑅𝑖
𝑖=1

3
De forma que a potência é dissipada em forma de calor em diferentes modos, sendo
predominantemente de forma convectiva. Além disso, as perdas por radiação também têm de
ser estimadas, conforme:

2
ℎ𝑟 = 𝜖𝜎(𝑇̅𝑠 + 𝑇𝑉𝑖𝑧 ) (𝑇̅𝑠 + 𝑇𝑉𝑖𝑧 2 ) (8)

𝑞𝑟𝑎𝑑 = ℎ𝑟 𝐴𝑠 (𝑇̅𝑠 − 𝑇𝑉𝑖𝑧 ) (9)

Onde ‘𝜎’ é a constante de Stefan-Boltzmann e equivale a 5,67. 10−8 . Ademais, ‘𝜖’


corresponde a emissividade do material e tem valor de 0,25 para a presente experimentação.

Considerando uma perda de condução de aproximadamente 4% da potência elétrica; ou


seja, por meio da condução dos cilindros e terminais dos termopares, e por meio da resistência
nos cabos de alimentação. Dessa forma, a expressão fica da seguinte forma:

0,96𝑃𝑒𝑙 − 𝑞𝑟𝑎𝑑
𝑄′′𝑐𝑜𝑛𝑣 = (10)
𝐴𝑠

Assim, todos os parâmetros foram encontrados para o cálculo do coeficiente de troca de calor
por convecção (equação 4).

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

O sistema físico utilizado na presente experimentação consiste em um túnel de vento


disponível no laboratório de ciências térmicas do DEM. Na seção em que foi feita os testes (25cm
x 25cm) foi montado um trocador de calor com 4 tubos em arranjo alinhado (numa posição
transversal ao escoamento). A superfície dos cilindros está submetida a um resfriamento por
convecção forçada e por radiação térmica.

Os tubos utilizados nada mais são que aquecedores elétricos que foram acionados na rede
elétrica; a partir disso, o calor é dissipado por efeito Joule. Logo, fazendo com que a superfície
dos cilindros seja aquecida. Cada aquecedor em questão tem de ser instrumentado, possuindo um
termopar, que foi soldado a superfície:

4
Figura 3: Aquecedor – soldagem termopar.

A soldagem dos termopares foi feita utilizando-se capacitores, conforme mostra a figura
4:

Figura 4: Capacitores utilizados na soldagem.

O tipo de solda empregado é interessante pois não interfere no escoamento em


questão. Dessa forma, seguiu-se o seguinte procedimento experimental:

I. Montou-se a geometria a ser estudada na seção de teste do túnel de vento;

5
Figura 5: Geometria estudada – dentro do túnel de vento.

II. Efetuou-se medições de velocidade e temperatura do escoamento (no interior da seção de


testes) utilizando um anemômetro térmico;
III. Aqueceu-se a superfície dos cilindros, através do acionamento da resistência elétrica;
IV. Acompanhou-se a evolução das temperaturas superficiais em função do tempo,
utilizando-se o sistema de aquisição de dados;
V. Efetuou-se as medições das temperaturas correspondentes ao regime estacionário;
VI. Mediu-se o diâmetro e o comprimento da geometria analisada (cilindro), utilizando-se um
paquímetro.

A matriz tubular quadrada, utilizada para a presente experimentação, possui as seguintes


especificações, conforme a (tabela 1):

Tabela 1: Parâmetros – Experimentação.


Parâmetros Geométricos
𝑑 [𝑚𝑚] 15,90
𝐿 [𝑚𝑚] 170
𝑃𝑇 = 𝑆𝑇 /𝑑 3
𝑃𝐿 = 𝑆𝐿 /𝑑 3
𝑆𝑇 [𝑚𝑚] 47,70
𝑆𝐿 [𝑚𝑚] 47,70

De forma que os resultados obtidos no ensaio estão representados nas tabelas 2 e 3:

6
Tabela 2: Resistência elétrica dos cilindros e propriedades de radiação.
Variável Valor obtido
𝑅1 [Ω] 278
𝑅2 [Ω] 275
𝑅3 [Ω] 267
𝑅4 [Ω] 275
𝜀 0,25
𝑊
𝜎[ ] 5,67. 10−8
𝑚2 𝐾 4

Tabela 3: Temperaturas médias da superfície, temperatura de entrada, velocidade de


escoamento e tensão da rede.
𝒎
𝒗∞ [ ] 𝑻∞ [𝑲] 𝑻𝒔 [𝑲] 𝑽 [𝑽𝒐𝒍𝒕𝒔]
𝒔
7,2 294,35 489,15 225
8,9 294,35 459,15 225
10,6 294,35 440,15 226
12,2 294,35 423,15 227

Com a presente experimentação, seguiu-se para a construção dos resultados.

4. RESULTADOS

Os resultados foram subdivididos em subtópicos; onde os mesmos foram construídos,


seguindo-se a fundamentação teórica e os procedimentos experimentais utilizados.

4.1. Análise Dimensional do Problema

Inicializara-se analisando os parâmetros que têm função para com o coeficiente de troca
de calor por convecção:

ℎ = 𝑓𝑢𝑛çã𝑜(𝜌, 𝑉, 𝐷, 𝜇, 𝐶𝑝 , 𝑘, 𝑆𝑇 , 𝑆𝐿 ) (11)
Onde:

7
𝑀 𝐿²
ℎ [𝑡³𝑇]→ Coeficiente de convecção; 𝐶𝑝 [𝑡²𝑇]→ Calor específico;
𝑀 𝑀𝐿
𝜌 [𝐿³]→ Massa específica; 𝑘 [𝑡³𝑇]→ Condutividade térmica;
𝐿
𝑉 [ 𝑡 ]→ Velocidade do escoamento; 𝑆𝑇 [𝐿]→ Passo transversal;

𝐷[𝐿]→ Comprimento característico; 𝑆𝐿 [𝐿]→ Passo longitudinal;


𝑀
𝜇 [𝐿𝑡]→ Viscosidade absoluta;

A partir da visualização das unidades desses parâmetros, pode-se observar quatro (4)
dimensões primárias.

Utilizando-se o teorema ‘𝜋 de Buckingham’, pode-se escrever a presente relação na forma


de cinco (5) parâmetros adimensionais; de forma que um deles é função dos demais. Ira-se
selecionar os parâmetros: 𝑉, 𝐷, 𝜇 e 𝑘 como repetentes, para que assim possa-se fazer a análise.
Logo, os cinco pares adimensionais serão:

𝜋1 = 𝑘 𝑎1 𝑉 𝑏1 𝐷𝑐1 𝜇 𝑑1 𝜌 (12)

𝜋2 = 𝑘 𝑎2 𝑉 𝑏2 𝐷𝑐2 𝜇 𝑑2 𝑆𝑇

𝜋3 = 𝑘 𝑎3 𝑉 𝑏3 𝐷𝑐3 𝜇 𝑑3 𝐶𝑝

𝜋4 = 𝑘 𝑎4 𝑉 𝑏4 𝐷𝑐4 𝜇 𝑑4 𝑆𝐿

𝜋5 = 𝑘 𝑎5 𝑉 𝑏5 𝐷𝑐5 𝜇 𝑑5 ℎ

Logo, solucionando-se os sistemas lineares, encontrou-se os valores de: 𝑎𝑖 , 𝑏𝑖 , 𝑐𝑖 e 𝑑𝑖 .


Obtendo-se os seguintes grupos adimensionais:

𝜌𝑉𝐷
𝜋1 = = 𝑅𝑒 (13)
𝜇

𝑆𝑇
𝜋2 =
𝑑

𝐶𝑝 𝜇
𝜋3 = = 𝑃𝑟
𝑘

𝑆𝐿
𝜋4 =
𝑑

8
ℎ𝐷
𝜋5 = = 𝑁𝑢
𝑘

Logo, a partir de (13), um dos parâmetros consegue ser descrito em função dos demais,
de forma que:

𝑆𝑇 𝑆𝐿
𝑁𝑢 = 𝑓𝑢𝑛çã𝑜 (𝑅𝑒 , , ,𝑃 ) (14)
𝑑 𝑑 𝑟

Corroborando com o descrito pela equação (2).

4.2. Temperatura Superficial Média dos cilindros para cada caso

Para a presente experimentação, a temperatura superficial média dos cilindros para cada
caso estudado (ou seja, para as diferentes velocidades) está denotada pela tabela 4:

Tabela 4: Temperatura superficial média.


𝒎
𝒗∞ [ ] 𝑻𝒔 [𝑲]
𝒔
7,2 489,15
8,9 459,15
10,6 440,15
12,2 423,15

Todas as temperaturas mostradas em Kelvin.

4.3. Coeficiente de Troca de Calor por Convecção Forçada

Os coeficientes de troca de calor por convecção forçada para cada caso, foram calculados
segundo às equações 4, 5, 6, 7, 8 e 9.

De forma que a área superficial para os quatro casos fica da mesma forma e é dada por:

𝐴𝑠 = 4𝜋𝐷𝑐 𝐿𝑐 = 4𝜋(15,90)(170)𝑚𝑚² = 0,03397𝑚² (15)

Para o cálculo da potência elétrica, utilizou-se a equação 7 da seguinte forma:

4
𝑉² 𝑉² 𝑉² 𝑉² 𝑉²
𝑃𝑒𝑙 = ∑ = + + + (16)
𝑅𝑖 𝑅1 [Ω] 𝑅2 [Ω] 𝑅3 [Ω] 𝑅4 [Ω]
𝑖=1

9
Onde cada caso dos quatro possui seu valor específico de ‘V’, conforme descrito na tabela
3. Assim, reunindo-se os valores requeridos das tabelas 1, 2 e 3; para os quatro casos, têm-se os
seguintes dados:

Tabela 5: Dados – Cálculo coeficiente de troca de calor por convecção forçada.


Variável Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3 Tubo 4
𝑚
𝑣∞ [ ] 7,2 8,9 10,6 12,2
𝑠
𝑇𝑠 [𝐾] 489,15 459,15 440,15 423,15
𝑇∞ [𝐾] 294,35 294,35 294,35 294,35
𝑉 [𝑉𝑜𝑙𝑡𝑠] 225 225 226 227

De forma que os valores de resistência utilizados e as propriedades de radiação foram


padrões para todos os casos e estão presentes na tabela 2.

Calculando-se todas as variáveis, conforme a tabela 6:

Tabela 6: Cálculo valores determinação troca de calor por convecção forçada.


𝒎 𝑾 𝑾
𝒗∞ [ ] 𝑷𝒆𝒍 [𝑾] 𝒉𝒓 [ ] 𝒒𝒓𝒂𝒅 [𝑾] 𝑸′′𝒄𝒐𝒏𝒗 [ ] 𝒒𝒄𝒐𝒏𝒗 [𝑾]
𝒔 𝒎²𝑲 𝒎²
7,2 739,9 3,61 23,89 20206,47 680,02
8,9 739,9 3,17 17,75 20387,22 686,09
10,6 746,5 2,91 14,41 20672,06 689,57
12,2 753,1 2,70 11,81 20935,11 692,41

Obtendo-se os seguintes valores para os coeficientes de troca de calor por convecção


forçada:

Tabela 7: Cálculo coeficiente de troca de calor por convecção forçada.


𝒎 𝑾
𝒗∞ [ ] ̅ [
𝒉 ]
𝒔 𝒎²𝑲
7,2 102,76
8,9 122,48
10,6 139,24
12,2 161,86

Com isso, prosseguiu-se para a determinação dos números adimensionais

10
4.4. Determinação dos Números Adimensionais
Dado as informações da Tabela abaixo, são calculados os valores posteriores:

Tabela 8: Determinação – números adimensionais.


𝒎 𝒌𝒈 𝑵. 𝒔 𝑾
𝒗∞ [ ] 𝑻𝒇 [ 𝑲 ] 𝝆[ ] 𝝁 . 𝟏𝟎𝟕 [ ] 𝒌[ ]
𝒔 𝒎𝟑 𝒎² 𝒎𝑲
7,2 391,75 0,8915435 226,4865 0.03454
8,9 376,75 0,9287135 219,9165 0.03334
10,6 367,25 0,9522545 215,7555 0.03258
12,2 358,75 0,9733175 212,0325 0.0319

Onde a temperatura 𝑻𝒇 é calculada através da média entre 𝑻∞ e 𝑻𝒔 , consequentemente


encontra-se o valor de 𝝆 e 𝝁.

4.4.1. Reynolds
Chegando-se ao valor para os números adimensionais de Reynolds de:

Tabela 9: Determinação – Reynolds.


𝒎
𝒗[ ] 𝑹𝒆
𝒔
7,2 4506,401038
8,9 5976,006684
10,6 7438,65039
12,2 8904,49005

4.4.2. Nusselt
Utilizou-se a seguinte expressão para determinação do Nusselt experimental:

ℎ̅𝐷
̅̅̅̅̅̅
𝑁𝑢𝐷 = (17)
𝑘

11
Tabela 10: Determinação – Nusselt.
𝒎
𝒗[ ] ̅̅̅̅̅̅
𝑵𝒖𝑫
𝒔
7,2 62,84
8,9 74,90
10,6 85,15
12,2 98,98

4.4.3. Prandtl

Com isso, pode-se determinar o número adimensional de Prandtl, obtendo-se os seguintes


valores:

Tabela 10: Determinação - Prandtl.


𝒎
𝒗[ ] 𝑷𝒓
𝒔
7,2 0.69165
8,9 0.69465
10,6 0.69655
12,2 0.69825

4.4.4. Passo Longitudinal e Transversal

Ambos os valores de passo longitudinal e transversal foram fornecidos pela


experimentação e têm valor de:

Tabela 11: Determinação – PT e PL.


Passo Longitudinal & Transversal
𝑃𝑇 = 𝑆𝑇 /𝑑 3
𝑃𝐿 = 𝑆𝐿 /𝑑 3

4.5. Gráficos e Comparativo com a Correlação Empírica de Grimison

Como o número de Prandt calculado é próximo de 0,7, a correlação de Griminson utilizada


será:

12
1 (18)
̅̅̅̅̅̅ 𝑚
𝑁𝑢𝐷 = 1,13𝐶1 . 𝐶2 . 𝑅𝑒𝐷,𝑚á𝑥 𝑃𝑟 3

Onde ‘𝐶1’ e ‘m’ são dependentes dos espaçamentos longitudinal e transversal, já o valor
de ‘𝐶2’ é dependente do número de fileiras presentes na matriz. Esta equação é válida para uma
faixa de número de Reynolds máximo entre 2000 e 40000, sendo seu valor avaliado na velocidade
máxima do fluido no interior da matriz. Dessa forma, os valores foram retirados de [2]:

Tabela 12: Determinação – C1, C2, m.


Determinação coeficientes segundo [2]
𝑪𝟏 0,286
𝑪𝟐 0,80
𝒎 0,608

Logo, utilizando-se a equação (18), chegou-se aos valores teóricos de Nusselt:

Tabela 13: Valores teórico de Nusselt


𝒎
𝒗[ ] ̅̅̅̅̅̅̅
𝑵𝒖𝒕𝑫
𝒔
7,2 38,07955
8,9 45,27388
10,6 51,76708
12,2 57,79635

Dessa forma, plota-se os valores de Nusselt em relação ao Reynolds de cada um, conforme
mostrado na figura 6:

13
Figura 6: Gráfico Nusselt X Reynolds.

Agora, com os valores teórico e experimental definidos, é possível calcular o erro entre
eles, a partir da equação 19.

|∆𝑃𝑒𝑥𝑝 − ∆𝑃𝑡𝑒𝑜 |
%𝐸 = . 100 (19)
∆𝑃𝑡𝑒𝑜

Os resultados obtidos estão presentes na seguinte Tabela.

Tabela 14: Erro de valores obtidos


𝒎 𝑬𝒓𝒓𝒐 [%]
𝒗[ ]
𝒔
7,2 39,40237
8,9 39,55423
10,6 39,20484
12,2 41,60805

Assim, nota-se que o erro é um valor bem alto, que mostra como há a variação de valores
calculados empiricamente e valores retirados experimentalmente, devido às condições que são
impostas ao experimento, como variações climáticas, por exemplo.

Além disso, a própria equação empírica possui um erro inerente a mesma, o que acabou
contribuindo também para o erro percentual.

14
5. CONCLUSÃO

A partir dos conceitos de escoamentos externos, determinou-se a coeficiente de troca de calor


por convecção forçada em um escoamento cruzado sobre uma matriz tubular. Primeiramente,
realizou-se a soldagem dos termopares e posteriormente montou-se a geometria a ser estudada na
seção de teste do túnel de vento. Após isso, efetuou-se medições de velocidade e temperatura de
escoamento, utilizando-se um anemômetro. Por conseguinte, aqueceu-se a superfície dos
cilindros (com o auxílio da resistência elétrica); e assim, pode-se acompanhar a evolução das
temperaturas superficiais em função do tempo. Para finalizar, efetuou-se as medições de
temperatura correspondentes ao regime estacionário e mediu-se o diâmetro e o comprimento do
cilindro utilizando-se um paquímetro.

Utilizando-se os conceitos teóricos, realizou-se uma análise dimensional do problema,


comprovando que o número de Nusselt depende invariavelmente de: Reynolds, passo
longitudinal e transversal divididos pelo diâmetro e do Prandtl. Corroborando para o estudo, com
os valores fornecidos pela experimentação, conseguiu-se extrair os valores correspondentes as
temperaturas de superfície médias.

Dessa forma, os coeficientes de troca de calor por convecção forçada experimentais foram
determinados, calculando-se, intermediariamente, a potência elétrica, o coeficiente de troca de
calor por radiação e os fluxos de calor por radiação e convecção. A partir da correlação empírica
de Grimison, calculou-se os valores dos coeficientes de troca de calor por convecção forçada
teóricos; sendo que os valores teóricos e experimentais apresentaram uma diferenciação de
aproximadamente 40%.

Portando, pode-se auferir que os erros para a presente experimentação acabaram sendo
relativamente expressivos, o erro pode ter sido provocado pelas condições impostas
experimentalmente, como o clima e as aproximações empíricas para a utilização da equação de
Grimison.

15
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] BENDER, Ademar; MEIER, Anderson Moisés; ZDANSKI, Paulo Sérgio Berving.
INVESTIGAÇÃO HÍBRIDA NUMÉRICO-EXPERIMENTAL DE UM ARRANJO
TRAPEZOIDAL DE TUBOS IMERSO EM ESCOAMENTO TURBULENTO. 10Th Abcm
Spring School On Transition And Turbulence, São José dos Campos – Sp, v. 2016

[2] Frank P. Incropera & David P. DeWitt & Theodore L. Bergman & Adrienne Lavine,
Fundamentos da Transmissão de Calor e Massa, Editora LTC.

[3] ZDANSKI, Paulo Sergio Berving. Apostila: Laboratório de Sistemas Termofluidos II –


LST2002. Joinville: Universidade do Estado de Santa Catarina, 2021. 26.

16

Você também pode gostar