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HIDRODINÂMICA

CONCEITUAÇÃO

Um escoamento uniforme é um movimento permanente no qual a


velocidade é constante ao longo de cada trajetória.

A trajetória de uma partícula é o lugar geométrico dos pontos


ocupados pela partícula ao longo do tempo.

Num escoamento permanente, também chamado de estacionário, a


velocidade é função das coordenadas, mas independente do instante
considerado, isto é, a velocidade varia de ponto para ponto, mas mantém-se
constante ao longo do tempo.

Num escoamento uniforme, as trajetórias, além de retilíneas, são


paralelas:

De acordo com o teorema de Bernoulli, um líquido perfeito em


movimento permanente tem a energia mecânica total (H) (por unidade de peso do
líquido) constante ao longo da trajetória.
Sendo H = p + z + V² , onde
2g
2

p é a pressão num dado ponto,


z é a cota geométrica desse ponto,
V é a velocidade de uma partícula do líquido no ponto,
é o peso específico do líquido e
g é a aceleração da gravidade

O termo p é chamado de potencial de pressão e o termo V² é


2g
chamado de altura cinética.

A soma p + z é chamada de cota (ou carga) piezométrica.

Considerando a trajetória de uma partícula do líquido, se nós


plotarmos, a partir das cotas geométricas z os valores de p/ nós obtemos uma
linha chamada de linha piezométrica e a partir dessa linha, se nós adicionarmos
os valores V²/2g nós teremos a linha de energia (por unidade de peso do líquido):

Linha de energia ou de carga



2g Linha piezométrica
p
Trajetória

z=0

No caso de fluidos reais em movimento, a energia total H diminui ao


longo da trajetória:
Linha de energia ou de carga

2g
Linha piezométrica
p

Trajetória

Plano de referência z=0


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A variação da cota da linha de energia entre dois pontos ( 1 e 2 ) da


trajetória da partícula de um líquido real é denominada perda de carga ( hf ):

Assim: H - H = hf ou z + p1 + V1² = z + p2 + V2² +hf


2g 2g

A perda de carga por unidade de comprimento da trajetória é


denominada Sf (Grandeza adimensional) e é conhecida como perda de carga
unitária:

h f = Sf
L

Onde L é a distância medida ao longo da linha de centro de


gravidade das seções.

Considere agora um tubo de fluxo cujo movimento é uniforme: em


uma dada seção, a cota piezométrica é comum para todos os pontos da seção.
Como a velocidade não é igual nas diferentes trajetórias, a cada trajetória
corresponde uma linha de energia diferente:

Linha de energia Linha de energia


para o tubo de fluxo Para as trajetórias
1a7

3 5

V²/(2g)
V²3/(2g) 2 6
1 7
Linha piezométrica

1
2
3
4
V
5
6
7
4

É necessário se definir uma linha de energia correspondente ao


escoamento na totalidade da seção.

A energia ou carga referida a toda a seção é dada por:

H = p + z + V²
2g

Onde V é a velocidade média na seção: V = Q/A

onde Q é a vazão que passa pela seção e A é a área da seção.

= AV³dA é conhecido como coeficiente de Coriolis.


V³ A

O teorema de Bernoulli pode então ser expresso como:

p + z + V²
2g
d ___________ = - Sf
dL

Em um escoamento sob regime uniforme, a perda de carga unitária


Sf é constante e a linha de energia retílinea.

A linha piezométrica é paralela à linha de energia porque V² é


constante ao longo do percurso. A perda de carga unitária pode assim ser
determinada pelo quociente entre a diminuição da cota piezométrica entre duas
seções transversais e a distância L entre as mesmas:

p + z

Sf = _________
L
5

Linha de Carga ou Energia

H Linha Piezométrica


2g
| (p + z) | = H - H = hf
H

Numa seção com velocidade uniforme = 1. Quanto mais uniforme


for a distribuição de velocidades, mais próximo da unidade será .

A partir deste ponto, para nossas aplicações, nós vamos admitir que
V = Ve = 1.
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ESCOAMENTOS LAMINAR E TURBULAMENTO

Experiência de Reynolds:

Deixando a água escorrer pelo cano transparente juntamente com o


líquido colorido, forma-se um filete desse líquido. O escoamento da água está em
regime laminar.

Aumentando a vazão da água abrindo-se a torneira, nota-se que o


filete vai se alterando podendo chegar a difundir-se na massa líquida. Nesse caso
o escoamento da água ocorre em regime turbulento.

Escoamento laminar

Escoamento de transição

Escoamento turbulento
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Para se determinar o tipo de escoamento em uma canalização,


calcula-se o número de Reynolds dado pela expressão.

VD
Re = Re= número de Reynolds

(adimensional)
V = velocidade (m/seg)

D = diâmetro do conduto (m)

= viscosidade cinemática (m2/seg)

Para os tubos comerciais valem aproximadamente os seguintes


limites:

Re < 2.000 : Escoamento Laminar

Nas condições práticas, o escoamento da água em canalizações é sempre


turbulento.

A viscosidade cinemática da água varia com a temperatura de


acordo com os valores da tabela 1.
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TABELA 1

VISCOSIDADE CINEMÁTICA DA ÁGUA

Temperatura Viscosidade Cinemática


o
C (m2/s)

0 0,000001792
2 0,000001673
4 0,000001567
6 0,000001473
8 0,000001386
10 0,000001308
12 0,000001237
14 0,000001172
16 0,000001112
18 0,000001059
20 0,000001007
22 0,000000963
24 0,000000917
26 0,000000876
28 0,000000839
30 0,000000804
32 0,000000772
34 0,000000741
36 0,000000713
38 0,000000687
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FÓRMULA DA DARCY-WEISBACH PARA PERDA DE CARGA EM


TUBULAÇÕES

h f = f L V2
D 2g

onde f é o chamado fator de atrito

Os resultados das experiências de Nikarudse em tubos circulares de


diâmetro D, com diferentes rugosidades ( rugosidades artificiais criadas por grãos
de areia de diâmetro ), conclui-se que a resistência ao escoamento era a
mesma para todos os tubos (lisos ou rugosos) até determinados valores do
número de Reynolds:

/D
V 0,033
0,016
0,10 0,008
COEFICIENTE DE ATRITO , f

0,004
0,08 0,002
0,06 0,001

0,05

0,04
0,03

0,025

0,02

10³ 10 10
Re = VD

Quando o número de Reynolds é maior que determinados limites,


então a resistência ao escoamento é condicionada unicamente pela turbulência,
ou:

f = (
), onde é a chamada rugosidade relativa. Nesse caso, o regime
D D
é denominado turbulento rugoso ou simplesmente turbulento.
10

Para esta região, Karman e Prandtl propuseram:

1 = 2 log 3,7 D
f

Colebrook propôs uma lei única para tubos comerciais, válida em


todo o domínio dos escoamentos turbulentos:

1 = - 2 log + 2,51
f 3,7D Re f

Conhecida como fórmula de Colebrook – White.

Observe que nessa fórmula nós não podemos obter f


separadamente em um lado da equação, portanto, teremos que iterativamente

achar f. A rugosidade absoluta equivalente pode ser obtida em função do


material da tubulação, de acordo com a tabela 2.

TABELA 2

MATERIAL NOVO (mm)


Aço para Rebite 3
Concreto 0,9
Madeira 0,4
Ferro Fundido 0,26
Ferro Galvanizado 0,15
Ferro Fundido para Asfalto 0,12
Aço Comercial 0,045
PVC, PEAD, PRVC 0,0015

A equação de Colebrook – White está representada graficamente


pelo diagrama de Moody, o qual apresenta eixos coordenados com graduação
logarítimica, com valores de f como ordenada e Re como abcissa. Nesse
diagrama, figuram curvas f = (Re) para determinados valores da rugosidade

relativa /D .
12

Infelizmente a solução da equação de Colebrook – White ( o coeficiente de atrito f)


só pode ser obtida iterativamente, pois f aparece em ambos os lados da equação.

Swamee e Jain1 desenvolveram uma fórmula explícita para f.

f = 0,25
log + 5,74 ² (1)
3,7D Re

Tal fórmula apresenta um erro de 2% em relação a fórmula de


Colebrook – White para 10 < < 2 x 10 ² e 4 x 10³ < Re < 10 .
D

Tal magnitude de erro é perfeitamente aceitável visto que o erro


inerente na determinação da rugosidade pode chegar a 10%.
Swamee e Jain também desenvolveram fórmulas explícitas para determinação
dea vazão Q e do diâmetro D para o caso de um escoamento entre dois
reservatórios, conforme a figura:

hf
D
Q

gD5 h f 1,25
Q= log + (2)
2 L 3,7 D hf gD3
2L

e
4,75 0,04
5, 2
L Q2 L
D = 0,66 1,25
+ Q 9,4 (3)
ghf ghf

1 SWAMEE, P.K. e JAIN, A. K. Explicit Equations for pipe-flow problems, Journal of the Hydraulics
Division – ASCE, v. 102, n.NY5, p. 657-664, 1976
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1 – Mostrar que na prática o escoamento da água em canalização é sempre
turbulento.

A velocidade média de escoamento em canalizações de água


geralmente varia em torno de 0,90 m/seg. A temperatura admitida de
20o C e o diâmetro 50 mm.

VD 0,90 x 0,05
Re = Re = 45.000
0,00000100 7

Este valor é bem superior a 4000 que é o limite que define o


escoamento laminar.

No caso de líquidos muito viscosos isto não se verifica, como óleo


pesado, caldas, etc.

2 – Uma tubulação nova de aço com 10 cm de diâmetro conduz 757 m3/dia


de óleo combustível pesado à temperatura de 33o C. O regime de
escoamento é laminar ou turbulento?

É dado = 0,000077 m2/seg.


Q = 757 m3/dia = 0,0088 m3/seg.
D2 x 0,10 2
A= = = 0,00785 m2
4 4

Q 0,0088
Q=AV V = = = 1,10 m/seg
A 0,00785

VD 1,10 x 0,10
Re = Re = 1.400
0,000077

Portanto, o escoamento é laminar.


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Exemplo 1 - Considere o sistema abaixo:

1 Elevação: 60 m

T = 20º C D = 50 cm
2
Elevação: 40 m
Obs: considere T = 20ºC
100 m

Determine a vazão Q que passa pelo cano, sabendo que a

rugosidade da canalização é feita de aço comercial ( = 4,5 x 10¯ m).

Assim aplicando a equação de Bernoulli entre os pontos 1 e2 do

sistema acima teremos:

p1 + V1² + z1 = p2 + V2² + z2 + hf
2g 2g

Assim:
0 + 0 + 60 = 0 + V2² + 40 + fL V2²
2g D 2g

Assim:

V2 = V = 2g x 20 ½ = 19,81
1 + 200f 1 + 200 f 1
f, por sua vez, pode ser dado por (Swamee & Jain) :

f = 0,25
log + 5,74 ²
3,7D Re

Assim, como Re = VD ,
15

0,25
f=
2
2
5
4,264 x 10
log 2,486 x 10 5 +
V 0,9

OBS: para T = 20º C = 10 m²/s

As equações 1 e 2 formam um sistema que deve ser resolvido

iterativamente:

Assim, vamos assumir inicialmente escoamento completamente


turbulento ou turbulento rugoso. Neste caso, usando a fórmula de Karman e
Prandtl:

1 = 2 log 3,7D
f

f = 0,0117,

Assim, de acordo com a equação 1, V = 10,82 m/s

para este o valor de V, de acordo com a equação 2, f = 0,0122.

Voltando então à equação 1, V = 10,69 m/s e de acordo com a equação 2,


f = 0,0122, o que é igual ao valor anterior, portanto, a iteração está encerrada.
Finalmente podemos calcular Q = 2,10 m3/s.
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FÓRMULAS EMPÍRICAS PARA O CÁLCULO DA PERDA DE CARGA

Origem

De um modo geral as fórmulas empíricas têm sua origem a partir de experiências,


sob certas condições e limitadas por condições específicas. O pesquisador
analisa os resultados encontrados e conclui por uma expressão que relaciona os
valores medidos. Por não terem origem em fundamentos analíticos, seus
resultados são limitados e só devem ser utilizadas em condições que se
assimilem as de sua origem. Para cálculo de sistemas de abastecimento de água
em escoamento são freqüentemente empregadas as expressões de Hazen-
Williams (1902) para escoamentos sob pressão e de Chézy (1775) para
escoamentos livres.

Fórmula de Hazen-Williams (1902)

Desenvolvida pelo Engenheiro Civil e Sanitarista Allen Hazen e pelo Professor de


Hidráulica Garden Williams, entre 1902 e 1905, é, sem dúvida, a fórmula prática
mais empregada pelos calculistas para condutos sob pressão, desde 1920. Com
resultados bastante razoáveis para diâmetros de 50 a 3000mm, com velocidades
de escoamento inferiores a 3,0 m/s, é equacionada da seguinte forma

hf = 10,643.C- 1,85. D- 4,87. Q1,85 L,

onde C é o coeficiente de rugosidade que depende do material (Ver tabela na


página seguinte).

Esta expressão tem como limitação teórica o fato de assumir o escoamento como
sempre completamente turbulento e desconsiderar a influência da temperatura.
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Tabela de Coeficente C de Hazen-Willians


Material Novo “C”
PVC, PEAD e PRVC 140
Aço Comercial 130
Aço Galvanizado 125
Ferro Fundido 110

Refazendo o Exemplo 1, usando a equação de Hazen-Williams:

p1 + V1² + z1 = p2 + V2² + z2 + hf
2g 2g

Assim:
V22
0 + 0 + 60 = 0 + + 40 + 10,643 C 1,85 D 4,87 Q1,85 L
2g
mas Q = V2 A e para o Aço Comercial C = 130, assim

assim 20 = 0,051 V22 + 0,188 V21,85

Resolvendo a expressão acima, V2 = 10,45 m/s

Note que existe uma diferença entre o resultado obtido usando a


Fórmula Universal e a Fórmula de Hazen-Williams.
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PERDAS DE CARGAS LOCALIZADAS

A maioria dos sistemas de canalizações, no entanto, contém


componentes adicionais como curvas, tês, válvulas, etc. Os quais contribuem para
o aumento da perda de carga total. Tais perdas de carga são denominadas
localizadas. Tais perda de carga são calculadas usando dados experimentais.

A perda de carga em tais componentes é determinada através da


expansão.

h L = KL V²
2g

Onde KL é o coeficiente de perda de carga localizada o qual


depende principalmente da geometria do componente. Perda de carga localizada
devido ao alargamento brusco da seção:

Considere o seguinte alargamento brusco de uma seção de


canalização.

V3

V1

d D

(1)

(2) (3)

Considerar um volume de controle nós podemos entre as seções (1)


e (3) e usar a equação da continuidade A1V1 = A3 V3.

Considerando a pressão na seção (2) (p2) igual a p1, nós podemos


utilizar a equação do momento entre as seções (2) e (3), resultando em:

p 1 A3 - p 3 A3 = A3V3 (V3 – V1) finalmente nós podemos usar a


equação de Bernoulli entre as seções (1) e (3) teremos:
19

p1 + V1² = p3 + v3² + hL
2g 2g

Considerando hL = KL V1²
2g
nós podemos chegar combinando as equações acima:
KL = 1 - A1 (1)
A3
se plotarmos essa equação teremos:

KL
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2

0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 A1


A3

O que está de acordo com resultados experimentais, é interessante notar que o


caso de uma canalização conectada a um tanque:

Corresponde ao caso de expansão no qual a velocidade V3 0 se


nós remanejarmos a equação (1), com A1 = A3 V3 teremos KL = 1 – V3² =
V1 V1
V1 - V3² = portanto, como V3 KL = 1
V1
A tabela 3.b contém valores de KL para diversos valores de D/d.
Importante: a velocidade que se usa para o cálculo nesse caso é V1. (A maior
velocidade:

V1 V3
20

TABELA 3

a) Valores de KL para redução brusca de seção

D d V D/d 1,1 1,2 1,4 1,6 1.8 2,0 2,2 2,5 3,0 4,0 5,0 10,0
KL 0,15 0,25 0,34 0,38 0,41 0,44 0,46 0,48 0,48 0,49 0,49 0,49 0,50

KL = 0,5 KL = 1,00 KL = 0,2 KL = 0,05

b) Valores de KL para aumento brusco de seção

D/d 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,5 3,0 4,0 5,0 10,0
d D
V KL 0,10 0,24 0,37 0,47 0,55 0,66 0,77 0,85 0,89 0,95 1,00
21

PERDAS DE CARGA LOCALIZADA DEVIDO A UM ALARGAMENTO GRADUAL


DA SEÇÃO:

A perda de carga pode ser grandemente reduzida com a introdução


de uma transição gradual, como mostra a figura abaixo:

V1 V3
d D

O ângulo > 35º a expansão gradual é menos eficiente que a


expansão brusca ( = 180º) e que existe uma ângulo ótimo ( em torno de 8º ), para
o qual a perda de carga é mínima.

PERDA DE CARGA LOCALIZADA DEVIDO A UM ESTREITAMENTO BRUSCO


DA SEÇÃO:

Como no caso de um alargamento brusco, para um estreitamento


brusco da seção da canalização:

D
d V3
V1

O coeficiente de perda de carga localizada KL depende dos


diâmetros D e d.

A tabela 3.a contém valores de KL em função de valores do


quociente D/d: usada neste caso é importante: a velocidade observe que o caso D
= corresponde ao caso da saída de água de um reservatório para um conduto:
22

É denominada saída normal aquela em que o conduto faz um


ângulo, de 90º com as paredes do reservatório ( ver figura acima) neste caso, KL
= 0,5, para outros tipos de saída, consultar tabela 3.a.

A tabela 4 contém valores de KL para as peças hidráulicas mais


comuns.
23

TABELA 4

PEÇA KL PEÇA KL

Ampliação gradual 0,30* Junção 0,40

Bocais 2,75 Medidor venturi 2,50

Comporta aberta 1,00 Redução gradual 0,15

Cotovelo de 90º 0,90 Registro de ângulo, aberto 5,00

Cotovelo de 45º 0,40 Registro de gaveta, aberto 0,20

Crivo 0,75 Registro de globo, aberto 10,00

Curva de 90º 0,40 Saída de canalização 1,00

Curva de 45º 0,20 Tê, passagem direta 0,60

Entrada normal 0,50 Tê, saída de lado 1,30

Entrada de borda 1,00 Tê, saída bilateral 1,80

Válvula de pé 1,75 Válvula de de pé com crivo 2,75

Válvula de Retenção 2,50


24

Exemplos de peças que causam perda de Carga Localizada

Figura 1.1: Registro ou Válvula de Gaveta

Figura 1.2: Registro ou Válvula de Pressão ou Globo


25

Figura 1.3 Válvula de Pé com crivo

Figura 1.4: Válvula de Retenção


26

Figura 1.5: Válvula de Descarga


27

Exemplo 2:

A tubulação abaixo é de ferro galvanizado com diâmetro D =

200mm e rugosidade = 0,18 mm. Determine a vazão transportada sabendo que


a temperatura é de 20º C.

1
60m

2
30,5 m
21m

60m

Considerando as perdas localizadas


para os cotovelos: KL = 0,90 cada
para a entrada arredondada: KL = 0,2 (tabela 3) aplicando a

equação de Bernoulli entre os pontos 1 e 2 :

z1 = V² + hf + hL + z2
2g
mas, hf +hL = f L V² + ( KL) V²
D 2g 2g

Assim z1 = z2 + V² + f L V² + ( KL) V²
2g D 2g 2g

Assim V = 1 2g(z1- z2)


f L + KL + 1
D

Com L = 2 x 60 + 21 = 141 m
e z1- z2 = 30,5 – 21 = 9,5 m

V = 1 V = 13,649 1
28

705 f + 3 705 f + 3

Por outro lado, f é dado por:


f = 0,25
Log ( 2,432 x 10 + 9,788 x 10 ) ² 2
V

Assim, vamos assumir inicialmente escoamento


completamente turbulento ou turbulento rugoso. Neste caso, usando a fórmula de
Karman e Prandtl:

1 = 2 log 3,7D
f

f = 0,0191,

Assim, de acordo com a equação 1, V = 3,36 m/s

para este o valor de V, de acordo com a equação 2, f = 0,0197.

Voltando então à equação 1, V = 3,53 m/s e de acordo com a equação 2,


f = 0,0197, o que é igual ao valor anterior, portanto, a iteração está encerrada.
Finalmente podemos calcular Q = 0,111 m3/s.
29

Exemplo 3

Água a 10º C escoa de um reservatório A para um reservatório B


através de um tubo de ferro fundido de comprimento L = 20m a uma vazão de
Q = 0,0020 m³/s: Determine o diâmetro do tubo:

Cotovelos Elevação z = 2m
Elevação z = 0m
(1)
(2)

Aplicando a equação de Bernoulli entre os pontos ( 1 ) e ( 2 ):

p1 + V ² + z = p2 + V ² + z + hf + hL
2g 2g

com p1 = p2 = V = V = z = 0

portanto, z = V² f L + KL (1)
2g D

onde V = Q = 4 Q = 2,55 x 10 ³ (2)


A D² D²

KL = Kentrada + 6 Kcotovelo + Ksaída

KL = 6 (0,9) + 0,5 + 1 = 6,9, portanto (1) fica:


2 = V² ( 20f + 6,9)
2 (9,81) D usando (2)

6,03 x 10 D - 6,9 D - 20f = 0 (3)


30

Re = VD = [ (2,55 x 10¯³)/D²] D = 1,95 x 10³ (4)


1,308 x 10¯ D

Para ferro fundido, e = 0,26 mm, assim:


D

= 2,6 x 10 (5)
D D

Para este tipo de problema, é melhor assumir inicialmente o valor de


D, por exemplo, assumindo que D = 0,05 m, assim de (3) f = 0,077, mas de (4).

Re = 3,90 x 10 e /D = 5,2 x 10 ³ portanto


f = 0,25
log 5,2 x 10 ³ + 5,74 ²
3,7 (3,9 x 10 )0,9 = 0,031

O qual é muito diferente do valor calculado por (3), portanto D


0,05 m se nós escolhermos agora D = 0,045 m, nesse caso, de (3).
f = 0,040

Re = 4,33 x 10

/D = 5,8 x 10-3 e usando a equação acima:


f = 0.032

Escolhendo D = 0,043 m, da equação (3) f = 0,029 e

Re = 4,54 x 10

/D = 6,0 x 10-3 e usando a equação de Swamee & Jain:


f = 0.032
O erro, portanto, nesse caso é aceitável.
Usando a equação 3 da página 25:
4,75 5,2 0,04
L Q2 L
D = 0,66 1,25
+ Q 9,4 = 41 mm, assim, em qualquer dos
ghf ghf

casos, nós adotaríamos um diâmetro comercial de 50 mm.


31

Exercícios propostos:

(1) Dado o sistema abaixo:

(1)
Elevação: 30,5m

T = 15º C Elevação: 29m


L = 8,5m
D = 300mm
= 1,22mm _ Elevação: 19,5m
(2)
L = 22 m
D = 300mm 45º
= 1,22mm ( ) 45º
_ Elevação: 13,5m

(a) calcule a vazão que passa pelo sistema.


(b) trace a linha de carga e linha piezométrica.
(c) determine o ponto de pressão mínima.
(d) determine o ponto de pressão máxima.
(e) calcule as pressões mínima e máxima do sistema.
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SOLUÇÃO DO EXERCÍCIO PROPOSTO 1

(a) p + z + V 2 = p + z + V ² + hf + h
2g 2g

como P = P = 0

30,5 = 19,5 + V² 1 + Kentrada + Kcurva 90º + fL


2g D

11 = V² 1 + 0,5 + 0,4 + 30,5 f


2g 0,3

215,8 = V² (1,9 + 101,7f) (1)

usando Re = VD = 2,61 x 10 V

e f = 0,25
log (1,10 x 10-3 + 7,65 x 10¯ ) ² (2)
V

assumindo regime completamente turbulento:

f = 0,029 usando este valor em (1)

V = 6,67 m/s de (2) ! f = 0,029

Portanto, V = 6,67 m/s

Assim Q = D² . V = 0,471 m³/s


4

(b) V² = 2,27m (c) e (d)


2g
33

K entrada V²
2g Linha de carga

Pressão K curva V²
minima 2g
Linha
Piezométrica

Pressão 2g
máxima

(e) aplicando a equação de Bernoulli antes e depois da entrada:

z = z + pmin + V² + Kentrada V²
2g 2g

assim pmin = 1,5 - 2,27 (1 + 0,5) = - 1,91 m

pmin = - 18.688 N/m²


Com o objetivo de determinar se esta pressão negativa (relativa) afeta o
escoamento, temos que transformá-la em pressão absoluta:
assim pmin abs = - 1,91 + patm

patm (Tabela 6 da pág. 123, considerando nível do mar) = 10.33 m, assim

pmin abs = 8,42 m

Considerando que pv = 0,17 m (Tabela 6 da pág. 123), então concluimos que

esta pressão não afetará o escoamento.

pmáx + V² + z1 = z + p + V² + hf + hL
2g 2g
pmáx = 6 + (0,4 + fL ) V²
D 2g
pmáx = 8,77 m pmáx = 86.064 N/m²
34

Dado o sistema abaixo:

1 - Elevação = ?
Trecho A 2 - Elevação = 12m
Trecho B

D# = 30cm DB = 15cm
L# = 20m LB = 10m
f = 0,02 f = 0,02

Calcule a altura da linha d’água no reservatório 1 para que a vazão


no sistema seja de 0,15 m³/s, trace a linha de carga e a linha piezométrica do
sistema:
35

SOLUÇÃO DO EXERCÍCIO PROPOSTO 2

p + V ² + z = p + V ² + z + hf + hL
2g 2g

0,5 1,33 0,44 1,0 1,33

0 + 0 + z = 0 + 0 + z + VA² (Kentrada + fLA) + VB² (Kesreitamento + Ksaída + fLB)


2g DA 2g DB

Como VA = Q = 2,12 m/s


AA

VB = Q = 8,49 m/s
AB

z = 22,6m

Linha de carga
Kentrada VA²
2g

Kredução VB²
VA² 2g
2g
z = 12m
VB²
2g VB²
2g
Ksaída VB²
Linha 2g
piezométrica
36

Exercício 3:

Considere o sifão abaixo:

= 0,20mm
D = 50mm
L = 1,8m

1m

2m (1) 45º 45º

(2) 0,13m

0,3 m
0,5 m

Considerando T = 20º C, calcule a vazão que passa pelo sifão:


37

SOLUÇÃO DO EXERCÍCIO PROPOSTO 3

p + V ² + z = p2 + V2² + z2 + fL V² + KL V²
2g 2g D 2g 2g

z1 - z2 = fL + KL V²
0,13 D 2g

KL = Kentrada + 2 K45º
cotovelo + Ksaída

1,0 0,4 1,0

KL = 2,8

2,55 = ( 36f + 2,8) V2 ( 1 )


Usando agora:

Re = VD = 49652 V² e

f = 0,25
Log + 3,41 x 10-4 ²
3,7 D V

f = 0,25
Log 1,08 x 10 ³ + 3,41 x 10-4 ² (2)
V

Assumindo um regime completamente turbulento 1 = 2 log 3,7D


f

f = 0,028

Usando este f em ( 1 )

V = 0,818 m/s

Usando este valor de V em ( 2 )


38

f = 0,031

Para este valor de f ( em ( 1 ) ) V = 0,806 m/s

Usando este valor em ( 2 ) f = 0,031

Regime de transição

Assim a vazão será Q = AV = ( 0,05)² ( 0,806) = 1,58 x 10 ³ m³/s


4

Devemos agora verificar se a pressão mínima no sistema pode afetar o


escoamento. Primeiramente devemos determinar o ponto de pressão mínima:

(1) 45º 45º


pmin/

Assim aplicando a equação de Bernoulli entre o ponto (1) e o ponto de pressão


mínima:

p + V ² + z = pmin + V² + zmin + fL V² + KL V²
2g 2g D 2g 2g

z = pmin + V² + zmin + fL V² + KL V²
2g D 2g 2g

assim, f = 0,031, L = 1,3 m, KL = 1,4 e V = 0,806 m/s


pmin = - 2,11 m

Em termos de pressão absoluta:


assim pmin abs = - 2,11 + patm

patm (Tabela 6 da pág. 123, considerando nível do mar) = 10.33 m, assim

pmin abs = 8,22 m


39

Considerando que pv = 0,24 m (Tabela 6 da pág. 123), então concluimos que

esta pressão não afetará o escoamento.


40

Exercício 4

Água escoa em tubo novo de ferro fundido galvanizado, se o


diâmetro = 50mm, a vazão de 0,010m³/s e a perda de carga de 60m por cada
50m de comprimento horizontal do tubo. Um engenheiro diz que há uma
obstrução no tubo. Você concorda ou discorda? ( temperatura = 16º C)
41

SOLUÇÃO DO EXERCÍCIO PROPOSTO 4

Não havendo obstrução no tubo:


hf = f L V² ( 1 )
D 2g

V = Q = 5,09m/s
A

Re = VD = ( 5,09) (0,05) = 2,29 x 10


1,11 x 10-6

Portanto para o ferro fundido que causaria a maior perda de carga


é de 0,15mm.

Portanto f = 0,25
Log + 5,74 ²
3,7D Re

f = 0,027

Portanto, de ( 1 ) nós temos:

hf = 36m por cada 50m de tubo.

Como a perda de carga medida é maior que este valor,


provavelmente há uma obstrução.
42

Exercício 5

De acordo com as especificações do corpo de bombeiros , a queda


de pressão em um tubo de aço comercial não pode exceder 7000N/m² a cada
50m de tubo para uma vazão de 0,032m³/s se a temperatura nunca é inferior a
10ºC, qual o diâmetro necessário.
43

SOLUÇÃO DO EXERCÍCIO PROPOSTO 5

p + V ² + z = p2 + V2² + z2 + fL V²
2g 2g D 2g

onde: p1 - p2 = 7000N/m²
L = 50m
V1 = V2 = V e V = Q = 4Q = 0,041
A D² D²

Assim: p1 - p2 = fL V² D = f (1)
D 2g 166,6

Para T = 10ºC = 1,308 x 10 m²/s

Assim Re = VD = 31345
D

e para aço comercial: = 0,045mm

portanto, f = 0,25
Log 1,216 x 10-5 + 5,16 x 10-4D0,9 ² (2)
D

Assumindo f = 0,02 em ( 1 )

D = 0,164 m

De ( 2 ) f = 0,018
Assumindo este valor de f de ( 1 ) D = 0,161, em ( 2 ) f = 0,018

Portanto, D = 0,161m
Usando a equação 3 da página 26, com hf = 7.000/ = 0,713 m e L = 50 m
4,75 5,2 0,04
L Q2 L
D = 0,66 1,25
+# Q 9, 4
= 0,161 m, assim, em qualquer dos
g hf g hf

casos, nós adotaríamos um diâmetro comercial de 200 mm.


44

REDES DE CONDUTO

Usando a fórmula de Darcy – Weisbach para perda de carga:

hf = fL Q²
D 2gA²

A qual pode ser reescrita na forma hf = KQ²

Onde K = fL é conhecido como coeficiente geométrico de atrito.


D gA²

A razão de se escrever a fórmula de Darcy – Weisbach nesse formato e facilita a


solução de problemas que envolvem redes de conduto: tubos em série e em
paralelo.

OBS: as unidades de K no S.I. são s²


m

ESCOAMENTO EM TUBOS PARALELOS

Considere o seguinte trecho de um sistema de distribuição:

Q
Q
2

Em geral, nós vimos que hf = KQ²

Designando hf1 a perda de carga no trecho 1 e hf2 a perda no trecho


2, teremos:
hf1 = K1 Q1² A
hf2 = K1 Q2²
45

mas hf1 = hf2 K1 Q1² = K2 Q2²

Q2 = K 1 Q1 B
K2

Sabemos também que:

Q = Q1 + Q2 C

Através de B e C nós podemos achar Q1, Q2 e hf.

Exemplo 5 :

K1 = 4029 s² e K2 = 23264 s²
m m

Q = 0,142 m³/s

De C Q2 = 0,142 - Q1

De B 0,142 - Q1 = 0,416 Q1 Q1 = 0,100m³/s

De C Q2 = 0,042 m³/s

e de A hf = 40 m
46

PROBLEMAS DOS TRÊS RESERVATÓRIOS

Considere o seguinte sistema de reservatórios e tubos:

HA = zA

HB = zB
A Trecho 1
B
HJ

J Trecho 2
HC = zC

Trecho 3

Onde HJ é a energia ou carga total no nó de junção J.

No sistema acima, pode haver três possibilidades:

Caso 1: HJ > HB , nesse caso, Q1 = Q2 + Q3

A Q1
B

Q2
C Q3

Caso 2: HJ = HB, nesse caso Q1 = Q3 e Q2 = 0

Q1 B

Q3
47

Caso 3 : HJ < HB Q3 = Q1 + Q2

A
Q1

B
Q2
Q3
C

Vamos estudar agora caso a caso:

Caso 1: aplicando a equação da energia para o escoamento entre A


e C.

HA = HC + hf

HA = HC + hf1 + hf3 ou

HA - hf1 = HC + hf3 zA - K1Q1² = zC + K3Q3²

E entre A e B

HA - hF1 = HB + hF2 ZA - K1Q1² = ZB + K2Q2²

Por continuidade, nós sabemos que:

Q1 = Q3 + Q2 (três equações, três incognitas)

Caso 2 – de maneira similar:

zA - K1Q1² = zC + K3Q3²

Q1 = Q3 (duas equações, duas incognitas)


48

Caso 3 -

zA - K1Q1² = zC + K3Q3²

zB - K2Q2² = zC + K3Q3² e Q3 = Q1 + Q2

Normalmente nós assumimos que temos caso 2 e calculamos Q1 e


Q3 se Q1 < Q3, a continuidade não está satisfeita e se trata do caso 3, se Q1 >
Q3, também a continuidade não está satisfeita e se trata do caso 1.

Exemplo 6 :

Considere o seguinte problema de três reservatórios:

zA = 120m
D1 = 30cm
zB = 100m L1 = 1000m A

B
D2 = 50cm
L2 = 4000m
1
2
D3 = 40cm
L3 = 2000m

3
zC = 80m

Se os tubos são feitos de concreto com = 0,6mm e a temperatura


é de 20ºC, calcule a vazão em cada tubo:

Vamos inicialmente considerar que ocorre em todos os tubos o


regime completamente turbulento, (essa hipotése terá de ser checada no final),
nós podemos usar a fórmula de Karman & Prandtl.

1 = 2 log 3,7D
f
49

Com = 0,6mm

Assim: trecho 1 – D1 = 300mm f1 = 0,023


trecho 2 – D2 = 500mm f2 = 0,021
trecho 3 – D3 = 400mm f3 = 0,022

assim:

K1 = f1L1 = 8f1L1 = 782 s²


2gD1A1² ²gD1 m

K2 = 222 s² e K3 = 355 s²
m m

Como vimos, vamos inicialmente assumir o caso 2:

Q1

B
HJ = Z B
Q2 = 0

Q3

C
Nesse caso:

hf1 120 – 100 = 20m

Q1 = hf1 = 0,160m³/s
K1

Hf3 100 - 80 = 20m

Q3 = hf3 = 0,237m³/s
K3

Como Q3 > Q1 caso 3


50

zA - K1Q1² = zC + K3Q3²

zB - K2Q2² = zC + K3Q3² ou

Q1 = 0,0512 - 0,454 Q3²

Q2 = 0,0901 - 1,599 Q3²

Usando ainda: Q3 = Q1 + Q2 teremos

Q3 = (0,0512 - 0,454Q3² ) + (0,0901 - 1.599Q3² )

Resolvendo iterativamente a equação acima teremos:

Q1 = 0,164m³/s
Q2 = 0,067m³/s
Q3 = 0,231m³/s
Verificação do coeficiente de atrito usado:

Trecho 1 - V1 = Q1 = 2,32 m/s


A1

Re = 696038

Assim: f1 = 0,25
Log + 5,74 ² = 0,024
3,7D Re

trecho 2 – V2 = Q2 = 0,341 m/s


A2

Re = 170614
51

f2 = 0,025

Trecho 3 – V3 = Q3 = 1,84 m/s


A3

Re = 735296

f3 = 0,024

Como para o trecho 2 o erro resultante de se assumir o regime


completamente turbulento foi de 16% no coeficiente de atrito é aconselhável se
repetir o problema.

Exercícios propostos:

Exercício Proposto 7: Dado o seguinte sistema, com dois tubos


paralelos:

Registro de gaveta
Da = 20cm completamente aberto
La = 4m
a
Ferro
Q = 0,26m³/s galvanizado

b Db = 12cm
Lb = 6,4m
Registro de Globo
completamente aberto

Levando em consideração as perdas localizadas e sabendo que a


temperatura é de 10º C, determine a vazão em cada um dos tubos.
52

SOLUÇÃO DO EXERCÍCIO PROPOSTO 7

Aa = 0,0314m² Ab = 0,011m² por continuidade

0,26 = Aa Va + Ab Vb

0,26 = 0,0314Va + 0,0113Vb

ha = fa La Va² + ( KL) Va²


Da 2g 2g

Considerando o regime completamente turbulento: fa = 0,018, e

KL = KL + KL = 0,8
Tê Registro de Gaveta
passagem
direta

Portanto ha = 0,0591 Va²

hb = fb Lb Vb² + ( KL) Vb2


Db 2g 2g

fb = (regime comp. Turb.) = 0,021

e KL = KL + 2KL + KL = 14,4
Tê Cotovelo Registro
Saída de 90º de
De lado globo

Portanto, hb = 0,791 Vb²

Como ha = hb
53

Va = 3.66 Vb

Usando a equação da continuidade:

Vb = 2,06 m/s e Va = 7,54 m/s

Verificando o coeficiente de atrito:

Ramo a: (T = 10ºC) = 1,31 x 10 m/s

Re = 1128244

Assim: fa = 0,019 o que pode ser considerado aceitável para o


ramo b:

Re = 228092
fb = 0,02 o que também é aceitável.

EXERCÍCIO PROPOSTO 8:
Dado o seguinte sistema de tubos e reservatórios:

zA = 100m

zB = 80m A

B Trecho 1 L1 = 3.000 m
Trecho 2
D1 = 0,8 m
L2 = 4.000m
D2 = 1,2m

Trecho 3
L3 = 5.000m zC = 70m
D3 = 0,6m
C

Sabendo que = 0,05mm e que a temperatura da água é de 20ºC,


calcule a vazão em cada um dos trechos:
54

Considerando inicialmente regime completamente turbulento em


todos os tubos.

Trecho 1: f1 = 0,011
Trecho 2: f2 = 0,010
Trecho 3: f3 = 0,012

Assim K1 = 8,321 s², K2 = 1,328 s² K3 = 63,760 s²


m m m

Vamos assumir inicialmente o caso 2:

0,5
Q1 = 20 = 1,55m³
8,321 s

0,5
Q3 = 10 = 0,396
63,76

Como Q3 < Q1 caso 1.

zA - K1Q1² = zC + K3Q3²

zA - K1Q1² = zB + K2Q2²

0,5
Q3 = (0,471 - 0,131 Q1²)

0,5
Q2 = (15,06 - 6,266 Q1²)

Usando ainda Q1 = Q2 + Q3

Teremos:

0,5
55

Q1 = (0,471 - 0,131 Q1²)0,5 + (15,06 - 6,266 Q1²)

Resolvendo iterativamente a equação acima teremos:

Q1 = 1,49 m³/s
Q2 = 1,07 m³/s e
Q3 = 0,42 m³/s

Verificação do coeficiente de atrito:

V1 = Q1 = 2,96 m/s
A1

Re = 2,371 x 10
f1 = 0,012
f2 = 0,012
f3 = 0,013
56

REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA

ESTIMATIVA DA DURAÇÃO DE PROJETO

–Tempo de alcance
•Elemento - Tempo

–Grandes barragens e túneis


•30 a 60 anos

–Tomadas de água
•25 a 50 anos

–Poços
•10 a 25 anos

–Elevatórias
•15 a 25 anos
–Equipamentos de recalque
•10 a 20 anos

–Adutoras de água e redes de distribuição


•20 a 30 anos

–Equipamentos das ETA’s e ETE’s (filtros, decantadores,...)


•20 a 30 anos

–Reservatórios de concreto (de aço)


•30 a 40 anos (20 a 30 anos)
57

POPULAÇÃO DE PROJETO

Talvez o mais importante dado de entrada em um projeto de uma rede de


Abastecimento de água ou de uma Rede de Esgotamento Sanitário seja a
determinação de população de projeto. Uma determinação errônea desta
população para o horizonte de projeto implica não só em gastos desnecessários
na construção e operação da rede, mas também, o que é mais grave, em um
funcionamento hidraulicamente inadequado da mesma, resultando em pressões
reduzidas ou excessivas, vazamentos ou entupimentos nos tubos da rede.

Não havendo fatores notáveis de perturbações, como longos períodos de


estiagem, guerras, etc, ou pelo contrário, o surgimento de um fator acelerador de
crescimento como, por exemplo, a instalação de um polo industrial, pode-se
considerar que o crescimento populacional apresenta três fases distintas:

1ª fase - crescimento rápido quando a população é pequena em relação aos


recursos regionais;
2ª fase - crescimento linear em virtude de uma relação menos favorável entre os
recursos econômicos e a população;
3ª fase - taxa de crescimento decrescente com o núcleo urbano aproximando-se
do limite de saturação, tendo em vista a redução dos recursos e da área de
expansão.

Na primeira fase ocorre o crescimento geométrico que pode ser expresso da


seguinte forma

P = Po ( 1 + g ) t,

onde "P" é a população prevista, "Po" a população inicial do projeto, " t" o
intervalo de anos da previsão e "g" a taxa de crescimento geométrico que pode
ser obtida através de pares conhecidos (ano Ti , população Pi ), da seguinte forma

Conhecidos dois valores de população em dois intervalos de tempo:

t1
P1 = Po ( 1 + g ) e P2 = Po ( 1 + g ) t2,

Fazendo
58

P2 P0 (1 + g )
t2

=
P1 P0 (1 + g ) t1

ou

P2
= (1 + g )
t2 t1

P1

assim, podemos determinar g

1
P2 t2 t1

g= 1
P1

Na segunda fase o acréscimo de população deverá ter características lineares ao


longo do tempo e será expresso assim

P = Po + a. t ,

onde P, Po e " t" tem o mesmo significado e "a" é a taxa de crescimento aritmético
obtida pela razão entre o crescimento da população em um intervalo de tempo
conhecido e este intervalo de tempo, ou seja,

a = ( P2 - P1) / (2t2- 2t1)

Por volta de 1840, o matemático e biólogo P. F. Verhulst propôs a chamada


equação logística, a qual englobaria todas as três fases de crescimento
populacional humano anteriormente descritas. Esta relação é expressa da
seguinte maneira:

PS
P=
1 + ea + b t

a é conhecida como equação da curva logística e cuja representação gráfica é a


chamada Curva Logística e encontra-se representada na figura seguinte:
59

Curva logística de crescimento de população


Deve-se observar, no entanto, que o progresso técnico pode alterar a população
máxima prevista para um determinado conglomerado urbano, sendo um
complicador a mais a ser avaliado em um estudo para determinação do
crescimento da população. Para aplicação da equação da curva logística deve-se
dispor de três dados de populações correspondentes a três censos anteriores
recentes e eqüidistantes, ou seja, três pares (T1,P1), (T2,P2) e (T3,P3) de modo que

(T3 - T1 ) = 2 (T2 - T1) , P1 < P2 < P3 e P22 > P3 . P1.


Feitas essas verificações calculam-se
Ps = [ P22. (P1 + P3 ) - 2.P2. P1. P3 ]/ [ P22 - P1. P3] ,

a = ln[ (Ps - P1 ) / P1]


b = [ 1 / (T2 - T1)]. ln{[ P1(Ps - P2 )] / [ P2 (Ps - P1)]}
e = 2,718281828, base neperiana.
60

Ano do censo População ( hab )


1970 274 403
1980 375 766
1990 491 199
então,
T3- T1= 2 ( T2 - T1 ), ou seja, 1990 - 1970 = 2 ( 1980 - 1970 ) e P22 > P1.P3, isto é,
375 7662 = 1,412. 1011 > 274 403 x 491 199 = 1,348. 1011,
o que permite a aplicação do método da curva logística. Sendo assim, pode-se calcular a
população de saturação Ps

habitantes, e ainda

De acordo com os parâmetros encontrados pode-se verificar, por exemplo, a população


para

a) t = 0 (Observar que neste método t é igual a Tn - T1)

274 433 habitantes equivale a P1 (mostrando que o estudo de projeção indica a população
inicial);
b) t = 20 anos

490 612 habitantes equivale, pois, a população P3;

c) t = 50 anos (30 anos após o último censo)

817 249 habitantes é resultado previsto pelo método após os próximos 30 anos, além do
último censo;

d) t = futuro infinito

, correspondendo a população de saturação calculada de 1


065 625 habitantes.
71

Estimativas no consumo
–Variações Diárias (k1)
Coeficiente do dia de maior consumo no ano
–EUA: 1,20 a 2,40
–França: 1,50

–Variações Horárias (k2)


Coeficiente da hora de maior consumo no dia
–EUA: 1,20 a 2,00
–França: 1,50

PREVISÃO DE CONSUMO NO BRASIL

–O consumo per capita mínimo adotado é de 150 l/hab.dia


–Coeficientes de variação diária k1= 1,2
–Coeficientes de variação diária k2= 1,5
–Selecionar regiões com demandas especiais de consumo
72

RESERVATÓRIOS

Definição e Finalidades

Os reservatórios são unidades hidráulicas de acumulação e passagem de água


situados em pontos estratégicos do sistema de modo a atenderem as seguintes
situações:

• garantia da quantidade de água (demandas de equilíbrio, de emergência e


de antiincêndio);

• garantia de adução com vazão e altura manométrica constantes;

• menores diâmetros no sistema;

• melhores condições de pressão.

Classificação
a) de acordo com a localização no terreno:

• enterrado (quando completamente embutido no terreno);

• semi-enterrado ou semi-apoiado(altura líquida com uma parte abaixo do


nível do terreno;

• apoiado (laje de fundo apoiada no terreno);

• elevado (reservatório apoiado em estruturas de elevação);

• stand pipe (reservatório elevado com a estrutura de elevação embutida de


modo a manter contínua o perímetro da secção transversal da edificação).
73

Os tipos mais comuns são os semi-enterrados e os elevados. Os elevados são


projetados para quando há necessidade de garantia de uma pressão mínima na
rede e as cotas do terreno disponíveis não oferecem condições para que o mesmo
seja apoiado ou semi-enterrado, isto é, necessita-se de uma cota piezométrica de
montante superior a cota de apoio do reservatório no terreno local.
Desde que as cotas do terreno sejam favoráveis, sempre a preferência será pela
construção de reservatórios semi-enterrados, dependendo dos custos de
escavação e de elevação, bem como da estabilidade permanente da construção,
principalmente quando a reserva de água for superior a 500m3. Reservatórios
elevados com volumes superiores implicam em custos significativamente mais
altos, notadamente os de construção, e preocupações adicionais com a
estabilidade estrutural.
Portanto a preferência é pelo semi-apoiado, considerando-se problemas
construtivos, de escavação, de empuxos e de elevação. Quando os volumes a
armazenar forem grandes, principalmente acima dos 800m3, e houver
necessidade de cotas piezométricas superiores a do terreno, na saída do
74

reservatório, a opção mais comum é a construção de um reservatório elevado


conjugado com um semi-enterrado.
Neste caso toda a água distribuída pela rede a jusante será bombeada do
reservatório inferior para o superior a medida que a demanda for solicitando,
mantendo-se sempre um volume mínimo no reservatório superior de modo a manter a
continuidade do abastecimento em caso de interrupção neste bombeamento.

b) de acordo com a localização no sistema:

• montante (antes da rede de distribuição);

• jusante ou de sobras (após a rede).

Os reservatórios de montante caracterizam-se pelas seguintes particularidades:

• por ele passa toda a água distribuída a jusante;

• têm entrada por sobre o nível máximo da água e saída no nível mínimo

• são dimensionados para manterem a vazão e a altura manométrica do


sistema de adução constantes.

Os reservatórios de jusante caracterizam-se pelas seguintes particularidades:

• armazenam água nos períodos em que a capacidade da rede for superior a


demanda simultânea para complementar o abastecimento quando a
situação for inversa;
75

• reduzem a altura física e os diâmetros iniciais de montante da rede;


têm uma só tubulação servindo como entrada e saída das vazões

Entradas e saídas dos reservatórios


Volume a armazenar

Vazão de trabalho
•Vazão de consumo (saída do reservatório)
–É a mesma vazão distribuída ao longo do dia (24h)
–Função da demanda flutuante, de emergência e de incêndio
•Vazão de recalque (entrada no reservatório)
–É a mesma vazão que a ETA produz para ser armazenada conduzida após
recalque na EE (6h, 8h, 12h, 18h, 24h, dependendo do número de horas de
trabalho das bombas hidráulicas de recalque)

Q reservado = Q consumo - Q recalque


76

–Capacidade do reservatório
•Analisar o balanço de massas em relação ao que entra e ao que sai do
reservatório
–Reserva total máxima
•Reserva flutuante
•Reserva de emergência
•Reserva de incêndio
–Capacidade do reservatório
•Reserva flutuante
–Advém da vazão distribuída ao longo do dia ( t = 24h)

Vflutuante = Qconsumo. t

•Reserva de emergência
–Normalmente considerada de 1/3 da reserva flutuante (fixa)

Vemergência = 1/3 Vflutuante

•Reserva de incêndio
–Alguns autores consideram de 1/3 da reserva flutuante (fixa)

Vincêndio = 1/3 Vflutuante

–A National Board of Fire Underwriters dada pela companhia de seguros norte


americana
•População até 200.000 habitantes

Vincêndio = 1,02.P1/2.(1-0,01P1/2),
onde P é dado em milhares de habitantes
77

•Reserva total do reservatório


–Soma das parcelas
•Flutuante
•Emergência
•Incêndio

V total = V flutuante + V emergência +V incêndio

Exercício

–Dimensione o volume e dê formas a um reservatório que demande

•População de 12.500 habitantes

•Consumo de 200 l/hab/dia

•K1=1,25
78

Dimensionamento de Reservatórios
População = 12.500hab
Per Capita = 200l/hab/dia
Coeficiente de majoração horária = 1,25
Adução feita por recalque
trecalque = 8horas
tfuncionamento = 24horas
Qconsumo = 36,17l/s
Cálculo do Volume Flutuante
3
Vflutuante = 3.125,0m

Cálculo do Volume de Incêndio

1/3 do Volume flutuante


3
Vincêndio = 1.041,7m

Cálculo do Volume de Emergência


3
Vemergência = 1.041,7m

Cálculo do Volume Total do Reservatório


3
Vtotal = 5.208,3m
79

Simulação do Volume Flutuante (Considerando Adução Contínua)


Diferença
Fração do Fração da Percentual
Tempo Consumo Adução Diferença Percentual Acumulada
(h) Diário (%) Diária (%) no Reservatório (%) Reservatório (%)
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
2 3,35 8,33 4,98 0,00 4,98
4 3,35 8,33 4,98 0,00 4,98
6 5,00 8,33 3,33 0,00 3,33
8 9,20 8,33 0,00 -0,87 -0,87
10 12,05 8,33 0,00 -3,72 -3,72
12 11,70 8,33 0,00 -3,37 -3,37
14 12,05 8,33 0,00 -3,72 -3,72
16 10,80 8,33 0,00 -2,47 -2,47
18 11,70 8,33 0,00 -3,37 -3,37
20 9,60 8,33 0,00 -1,27 -1,27
22 6,20 8,33 2,13 0,00 2,13
24 5,00 8,33 3,33 0,00 3,33
100,00 100 18,77 -18,77 0,00

3
Vflutuante = 586,5m

Cálculo do Volume de Combate a Incêncio


3
Vincêndio = 250m

Cálculo do Volume de Emergência


3
Vemergência = 195,5m

Cálculo do Volume Total


3
Vtotal = 1.031,9m
80

Diagrama de Rippl para o Reservatório


de Distribuição Elevado - 24h

15,00
y = -0,5204x + 9,5181
Percentual Acumulado da
Diferença de Fração (%)

10,00

5,00

0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
-5,00

-10,00
Tempo (h)
81

Simulação do Volume Flutuante (Considerando Adução Intermitente com o Tempo - 8h


de Recalque)
Diferença
Percentual
Fração do Fração da Acumulada
Tempo Consumo Adução Diária Diferença Percentual no Reservatório
(h) Diário (%) (%) Reservatório (%) (%)
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
2 3,35 0,00 0,00 -3,35 -3,35 -3,35
4 3,35 0,00 0,00 -3,35 -3,35 -6,70
6 5,00 0,00 0,00 -5,00 -5,00
8 9,20 0,00 0,00 -9,20 -9,20 -20,90
10 12,05 25,00 12,95 0,00 12,95 -7,95
12 11,70 25,00 13,30 0,00 13,30 5,35
14 12,05 25,00 12,95 0,00 12,95 18,30
16 10,80 25,00 14,20 0,00 14,20 32,50
18 11,70 0,00 0,00 -11,70 -11,70 20,80
20 9,60 0,00 0,00 -9,60 -9,60 11,20
22 6,20 0,00 0,00 -6,20 -6,20 5,00
24 5,00 0,00 0,00 -5,00 -5,00 0,00
100,00 100,00 53,40 -53,40 0,00

3
Vflutuante = 1668,8m

Cálculo do Volume de Combate a Incêncio


3
Vincêndio = 250,0m

Cálculo do Volume de Emergência


3
Vemergência = 556,3m

Cálculo do Volume Total


3
Vtotal = 2475,0m
82

Diagrama de Rippl para o Reservatório


de Distribuição Elevado - 08h

40,00
y = 0,9448x - 8,0643
30,00
Percentual Acumulado da
Diferença de Fração (%)

20,00

10,00

0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
-10,00

-20,00

-30,00
Tempo (h)
83

Cálculo do Volume Flutuante Considerando apenas a Vazão de Consumo da População


3
Vflutuante = 3125m

Cálculo do Volume de Combate a Incêncio


3
Vincêndio = 1041,7m

Cálculo do Volume de Emergência


3
Vemergência = 1041,7m

Cálculo do Volume Total


3
Vtotal = 5208,3m

Dimensionamento da Forma do Reservatório


Adotando um reservatório tipo Stand pipes (apoiado sobre o solo)
Forma cilíndrica

D=2.h
2
Abase = D /4
V = Abase . H
2
V = D /4 . D/2
3
V = D /8
Para o volume de 24h
3
Volume = 1031,9m
D= 13,8m
h= 6,9m
Para o volume de 8h
3
Volume = 2475,0m
D= 18,5m
h= 9,2m
Para o volume devido à vazão de consumo
3
Volume = 5208,3m
D= 23,7m
h= 11,8m
84

TÉCNICAS PARA MODELAGEM DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA.

Metodologia de Hardy – Cross:

É um dos processos mais usadas para cálculo de redes de


distribuição, os quais podem se compor de uma sucessão de circuitos fechados
ou anéis:

Q’
Qpv

Q’’

Q’’’
Reservatório

O método se baseia no seguinte:

(a) Em cada nó da rede (convergência de duas ou mais tubulações),


a soma algébrica das vazões é nula.

Exemplo:

Q2

Q4 Q3

Q1 Qd Onde Qd é a vazão de demanda

Q1 + Q4 - Q2 - Q3 - Qd = 0

Q = 0
85

As vazões que afluem ao nó tem sinal positivo e os que dele derivam


tem sinal negativo.

(b) Considerando um determinado circuito fechado (anel).

Q1
A B
Q3 Q2
Aplicando a equação de Bernoulli do
C
D Q4 ponto A de volta ao ponto A:
HA = HA + hf ou hf = 0

Ou seja, em um determinado anel, a soma das perdas de carga é


nula.

A Q1 Q5
B E
hf1 hf5

Q4 hf4 Q2 hf2 Q6
hf6

hf3 hf7
D C F
Q3 Q7

Anel I: hf = hf1 + hf2 - hf3 - hf4 = 0

Anel II: hf = hf5 - hf2 - hf6 - hf7 = 0

Nesse caso foi arbitrado que o sentido horário das vazões em um


anel correspondem a um sinal positivo das perdas de carga.

A base da metodologia é a seguinte, em um determinado anel (anel I


acima) a soma das perdas de carga no sentido horário é dada por:

hfH = KHQ²H

E no sentido anti-horário:
86

hAHf = KAHQ²AH

Como as vazões são desconhecidas, inicialmente assume-se


vazões aleatórias.

A diferença: KHQ²H - KAHQ²AH é o erro inicial.

Se Q é uma correção a ser aplicada às vazões, assumidas


inicialmente, ele é dado por:

KH (QH - Q)² = KAH (QAH + Q)² ou

KH (QH² - 2 QH Q + Q²) = KAH (QAH² + 2QAH Q + Q²)

Considerando Q pequeno em relação a QH e QAH

KH (QH² - 2 QH Q) = KAH (QAH² + 2QAH Q)


Q = KHQH² - KAHQAH²
2( KHQH + KAHQAH)

Como KQ = hf
Q

Q= hf - hf
H AH
2( hf + hf) =
H AH
QH QAH

hf - hf
H AH
2 hf
Q

Esta correção é aplicada a estimativa inicial das vazões no anel e o


procedimento é repetido até se chegar a um erro para Q aceitável.
87

Exemplo 7 :

Dado o sistema:

5'/s
3
A 1 B C
15,8'/s
Tubos de ferro
fundido

2 ' '' 5 ( = 0,26mm)


4 T = 20ºC

D E F
6 7 3,2'/s
7,6'/s

NÓ ELEVAÇÃO (m)
A 9,1
B 11,3
C 12,5
D 9,8
E 12,2
F 14.6

TUBO COMPRIMENTO (m) DIÂMETRO (mm)


1 30 150
2 12 100
3 43 150
4 12 100
5 12 150
6 30 100
7 43 100

Determine as vazões em cada trecho do sistema.


88

Considerando as seguintes vazões iniciais:

5,0'/s
A 1 B 3 C
15,8
12,6 5,7
5
1,9
3,2
2 ' 4 '' 5,7

7,6'/s
4,4

D E F
6 2,5 7 3,2'/s

Exemplo7, anel I

= 0.00026 m = 1.007E-06 m²/s

Trecho L (m) D (mm)


1 30 150
4 12 100
6 30 100
2 12 100

Q = 0 L/s

Trecho Qinicial Q- Q V Re f hf 2 hf
Q
('/s) ('/s) (m/s) (m) (s/m²)

1 12.6 12.6 0.713 106209 0.025 0.13 20.2


4 1.9 1.9 0.108 16016 0.031 0.00 1.5
6 4.4 4.4 0.560 55633 0.028 0.13 60.8
2 -3.2 -3.2 -0.407 40460 0.029 -0.03 18.2

0.23 100.7
89

Q = hf = 2.32 '/s, Erro = Q/Qmínimo = 121.9 %


2 hf
Q

Vazões corrigidas do anel I

TUBO VAZÃO ('/s)


1 10,3
4 -0,4
6 2,1
2 -5,5

5,0
10,3 5,7
A B C
15,8
1 3
0,4
5,5
2 ' 4 '' 5 5,7

6
E
7 F
D 3,2
2,1 2,5
7,6

Exemplo 7 – anel II

= 0.00026 m = 1.007E-06 m²/s

Trecho L (m) D (mm)


3 43 150
5 12 150
7 43 100
4 12 100
90

Trecho Qinicial Q- Q V Re f hf 2 hf
Q
('/s) (m/s) (m) (s/m²)
('/s)
3 5.7 5.7 0.323 48047 0.026 0.04 14.0
5 5.7 5.7 0.323 48047 0.026 0.01 3.9
7 2.5 2.5 0.318 31610 0.029 0.07 52.3
4 0.4 0.4 0.051 5058 0.041 0.00 3.2

0.12 73.4

Q = hf = 1.59 '/s, Erro = Q/Qmínimo = 398.5 %

2 hf
Q

Vazões corrigidas do anel II:

TUBO VAZÃO ('/s)


3 4,1
5 4,1
7 0,9
4 -1,2

Assim:
91

5,0
10,3 4,1
15,8

1,2
5,5 ' '' 4,1

0,9 3,2
2,1
7,6

e assim sucessivamente até se obtiver uma razão Q/Qmín aceitável.


DISTRIBUIÇÃO DE PRESSÕES:

No nó A: a carga total HA é 65,5m

No nó B: HB = HA - hf = 65,4 m
Tubo 1

zB = 11,3m

Com HB = zB + pB + VB² geralmente desprezível


2g

pB = 54,1 m
92

METODOLOGIA LINEAR

Nós vimos que usando o princípio da energia, em um determinado anel:


j
hf = 0 ou (sinal Qt) Kat Qt² = 0 (0)
t=1

Onde j é o número de trechos de tubulações que compõe o anel a, t


é o número de cada trecho de tubulação do anel a.

O (sinal Qt ) assume o valor de +1 para Qt no sentido horário, -1 no


sentido anti-horário e 0 quando o trecho t não faz parte do anel.

Exemplo 8

Trecho 2

Q2
Trecho 9 Trecho 4
Q9 Anel 3 Q4

Q7
Trecho 7

Nesse caso j = 4 e a = 3

Portanto,

K32 Q2² + K34 Q4² - K37 Q7² - K39 Q9² = 0 nós podemos então
formar um sistema com A equações, sendo A o número total de anéis.

Para formamos esse sistema, temos que conhecer então o número


total de anéis e o número total de nós do sistema:
Se:
A = número total de anéis;
T = número total de trechos de tubulações;
N = número total de nós;
93

F = número de pontos onde a carga ou potencial total é constante e


fixada.

Então: A = T - N - F + 1

Por exemplo, no caso do problema dos três reservatórios:

A = 3 - 1 -3 + 1 = 0

No exemplo anterior:

T = 7
N = 6 A = 2
F = 0

As equações (0) são não lineares em relação às variáveis, Qt , as


quais são incógnitas. Para tornar o sistema linear em relação a Qt, usa-se o
artifício de que hf = KQ² = KQQ.

Portanto, a equação (0) pode ser escrita como:


j
(sinal Qt) Kat Qt Qt = 0
t=1
94

se fizermos Cat = (sinal Qt) Kat Qt teremos:


j
Cat Qt = 0
t=1

o qual é um sistema no qual os coeficientes Cat dependem de Qt,


que são as variáveis incógnitas, portanto, é um sistema que deve ser resolvido
iterativamente, assumindo-se valores para Qt, calculando-se Cat e determinando-
se Qt, o qual é assim comparado com o valor inicial. Portanto, a equação acima
pode ser escrita como:

j
Cat Qt = 0 (1)
t=1

As equações dadas por (1) formam um sistema com A equação e T


incógnitas como A < T temos que achar equações extras para resolver esse
sistema.

Essas equações são dadas usando o princípio da continuidade das


vazões em um determinado nó:

Dado o nó n:
Q2
Q1
n
nó Un

Q3

Se considerarmos a vazão de demanda de um determinado nó n


como Un e a vazão dos j tubos que conectam ao nó n como Qt onde t é um
número de trechos de tubulação que se concectam ao nó n.
j
bnt Qt = Un ( 2)
t=1

onde bnt é um multiplicador que assume o valor:


95

bnt = +1 para um trecho de tubulação cuja vazão “entra” no nó n.


bnt = -1 para um trecho de tubulação cuja vazão “sai” do nó n.
bnt = 0 para uma tubulação que não se conecta ao nó n.

Exemplo :
Q1

b41 Q1 + b42 Q2 = U4
Trecho 1
U4 +1 -1
Trecho 2 Nó 4 Q1 - Q2 = U4

Q2

O sistema de equações dado por (2) nós fornece as equações extras


para formar um sistema do A + N - 1 equações:

A equações de energia:

Anel 1 C11 Q1 + C12 Q2 + C13 Q3 + C1T QT = 0


M M M
Anel A CA1 Q1 + CA2 Q2 + CAT QT = 0 e

N - 1 equações de continuidade:

Nó 1: b11 Q1 + b12 Q2 + b1T QT = U1


M M M
Nó N –1: b N - 1 Q1 + b N – 1 2 Q2 + bN - 1 T QT = UN - 1

Ou, em forma matricial:

C Q = 0
B U
96

Exemplo 9 :

UA = 3,5m³/s
UB = 2 m³/s
1
A B

2
3
UC = 1,5m³/s
C

Trecho de K
Canalizaçao (s²/m )
1 1,0
2 0,1
3 1,5

Número de anéis:

A = T - N - F + 1
A = 3 - 3 - 0 + 1 = 1

São necessárias: A + N - 1 equações ou 1 + 3 - 1 = 3


equações.
Equação da energia para o anel 1:

C11 Q1 + C12 Q2 + C13 Q3 = 0

Equações de continuidade:

Nó B: bB1 Q1 + bB2 Q2 + bB3 Q3 = UB

Nó C: bC1 Q1 + bC2 Q2 + bC3 Q3 = UC


97

C11 = (sinal Q1) K1 Q1


C11 = (+ 1) (1,0) Q1 = Q1
C12 = (1,0) (0,1) Q2 = 0,1 Q2
C13 = (1,0) (1,5) Q3 = 1,5 Q3

Nó B:

UB
bB1 = 1
Q1
bB2 = -1
bB3 = 0

Q2

Nó C: bc1 = 0
bc2 = 1
bc3 = -1

Portanto, o sistema fica:


C11 Q1 + C12 Q2 + C13 Q3 = 0 (1)
Q1 - Q2 = 2 (2)
Q2 - Q3 = 1,5 (3)
98

A maneira de se resolver este sistema é:

assumem-se valores para Q’s;


determinam-se Cat’s com base nos últimos valores de Q’s.
calculam-se Q’s
calcula-se erro e compara-se com a tolerância estabelecida (tol):

T
erro = ( Qt - Qt (
t=1 anterior atual < Tol.
T
( Qt (
t=1 atual

NÃO erro < Tol SIM


FIM

No exemplo dado, vamos assumir Q1 = Q2 = Q3 = 1m³/s.

Assim: C11 = 1
C12 = 0,1
C13 = 1,5

Trecho Qt Cat Qt (Qt - Qt( (Qt(


anterior atual anterior atual atual
1 1 1,0 2,10 1,1 2,10
2 1 0,1 0,1 0,9 0,1
3 1 1,5 -1,4 2,4 1,4

4,4 3,6

Erro = 4,4 x 100 = 122%


3,6
99

Segunda tentativa:

Qt = 2 Qatual + Qanterior
3

Qt = 1,73
0,4
-0,6

Trecho Qt Cat Qt (Qt - Qt( (Qt(


anterior atual anterior atual atual
1 1,73 1,59 1,34 0,39 1,34
2 0,40 0,05 -0,66 1,06 0,66
3 -0,60 -0,97 -2,16 1,56 2,16

3,01 4,16

Erro = 3,01 x 100 = 72%


4,16

e assim a sucessivamente .

A vantagem de se usar as equações da energia e da continuidade


na forma apresentada é que facilita a implantação computacional do cálculo
hidráulico de redes de condutos.
100

PROJETO:

Dado o sistema de distribuição de água abaixo:

Elevação = 30m
5 L/s

0 1 1 2 3 3
D = 20cm L = 30m L = 43m
L = 100m D = 15cm D = 15cm
5
Reservatório L = 12m 2 4
L = 12m
D = 10cm L = 12m
D = 10cm D = 15cm
L = 30m L = 43m
D = 10cm D = 10cm
6 5 6 3,2 L/s
7,6 L/s 4
T = 20ºC

Nó Elevação (m)
1 9,1
2 11,3
3 12,5
4 9,8
5 12,2
6 14,6

Material: ferro fundido usando o programa EPANET


http://www.epa.gov/ORD/NRMRL/wswrd/epanet.html

1- Determine as vazões em cada trecho de canalização e as


pressões nos nós, sem levar em conta as perdas de carga
localizadas.
2- Repita o item 1 com as vazões de demanda multiplicada por 10.
Compare os resultados e conclua.
101

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ


CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL

Simulação Hidráulica em Redes de Condutos Forçados com o Software Epanet

Prof. Marco Aurélio Holanda de Castro, Ph.D.


102

Introdução

O que é simulação hidráulica?

A simulação hidráulica é o processo de construir um modelo simples, similar à


rede estudada e com as mesmas características, usando o poder do software de
computador. Desta forma, o modelo permite que os projetistas da rede analisem e
compreendam sua situação hidráulica e apliquem suas decisões e idéias novas
no modelo para melhorar a operação da rede, estudem suas influências e,
baseados no resultado das decisões, apliquem estas idéias na rede real ou as
rejeitem, e em sugerir idéias novas.

O que é Epanet?

O EPANET é um interessante software de simulação hidráulica desenvolvido pela


agência de proteção ambiental dos Estados Unidos (EPA) que executa simulação
completa do comportamento hidráulico e da qualidade de água das redes
pressurizadas com tubulações, nós (junções da tubulação), bombas, válvulas e
tanques ou reservatórios de armazenamento. O EPANET funciona no Windows e
assim fornece um ambiente integrado para a edição dos dados de entrada da
rede, execução da simulação hidráulica e da qualidade de água, e observação
dos resultados em uma variedade de formatos. Estes incluem mapas coloridos da
rede, tabelas dos dados, gráficos da série de tempo, e impressão das curvas de
nível.

O que você deve ter antes de começar a usar o EPANET?

Neste curso você aprenderá como usar o EPANET unicamente para a finalidade
de simulação hidráulica. A análise da qualidade de água não será coberta aqui.
Durante o curso você aprenderá a utilizar o EPANET com um simples exemplo
que pode ser generalizado para todas as redes pressurizadas. Entretanto, é
importante você ler os seguintes pontos antes de começar:

• Você deve ter habilidades básicas em computação como:


Lidar com o ambiente Windows e instalação de programas;
Lidar com arquivos: abrir, editar, imprimir, salvar e fechar;
Facilidade em usar o mouse e teclado.

• Você deve ter os dados básicos para o arquivo de entrada de sua rede, os quais são:
Um diagrama da rede;
Elevação da superfície da água na fonte como um reservoir, tank ou canal;
103

Características da estação de bombeamento, ou seja, a Curva da Bomba que representa a


relação entre altura manométrica e vazão;
Características dos principais componentes da rede:
Tubos: nós de montante e jusante, comprimentos, diâmetros e rugosidades;
Nós: Elevações e demandas.
O padrão de demanda para cada nó na rede.

• Você deve ter em mente que no exemplo aqui apresentado você irá aprender cerca de 90% do
que você pode fazer no EPANET, os 10% restantes você irá aprender com a prática.

Se você está pronto, siga em frente!!


104

Exemplo do EPANET para simulação hidráulica.

Neste simples exemplo, os procedimentos do uso do EPANET para analisar


qualquer rede serão apresentados passo a passo e então os mesmo
procedimentos podem ser aplicados em qualquer outra rede.

1º Passo:

Carregue o EPANET, clicando no ícone , fazendo com que o EPANET abra um novo projeto.
Agora nós estamos prontos para começar a construção de nossa rede, a qual consiste em:

Fonte de água ou RNF


Estação de bombeamento
23 junções (ou nós)
26 tubos

Figura 1
2º Passo:

• Opções de Hidráulica:
105

Para definir as opções de hidráulica:


a) Clique em Projecto e em Valores por Defeito e em Hidráulica.
b) Defina a Unidade de Caudal para LPS (litros por segundo), selecionando o valor na lista.
É importante observar que a unidade de vazão escolhida define todas as outras unidades
(clique em ajuda e em unidades para ser informado das unidades a serem usadas das
outras variáveis).
c) Defina a Fórmula de Perda de Carga, Clicando em Projecto , em Valores por Defeito e
em Hidráulica e definindo a fórmula de perda de Carga.
d) Antes de começar o desenho da rede, devemos estabelecer suas dimensões:
1. Vá ao menu Ver >> Dimensões para ver a janela Dimensões do Mapa;
2. Clique na opção Nenhum, depois em Ver Tudo e então em OK.

3º Passo:

Para desenhar a rede exibida:


1. Adicione um Reservatório de Nível Fixo (RNF) clicando no botão da barra de ferramentas e
depois clique no ponto onde você quer colocar o reservatório.
2. Adicione os nós. Clique no botão da barra de ferramentas e depois clique nos locais dos 23
nós indicados na figura 1
3. Adicione a bomba, que liga os nós 20 e 21, clicando no botão na barra de ferramentas,
depois no nó 20 e, em seguida no nó 21. Quando você mover o mouse do nó 20 para o 21 o
cursor do mouse ficará em forma de caneta.
4. Adicione os tubos clicando no botão na barra de ferramentas e depois nos nós iniciais dos
tubos e, em seguida, nos nós finais dos tubos. Quando você mover o mouse do nó inicial para
o nó final o cursor do mouse ficará em forma de caneta.
5. Adicione os textos necessários clicando no botão da barra de ferramentas e depois no lugar
onde você quiser colocar o texto.
6. Quando você estiver colocando os objetos na rede (reservatórios, nós, tubos, bombas e texto)
se cometer algum erro e quiser excluir ou mover algum objeto, você deve primeiramente
selecionar esse objeto e depois excluir ou mover.
Selecionando um objeto
Para selecionar um objeto:
a) Tenha certeza de o Mapa está no modo de seleção de objetos (o cursor do mouse fica com
forma de seta). Para mudar para este modo vá em Editar >> Seleccionar Objecto ou
clique em na barra de ferramentas.
b) Clique sobre o objeto desejado no mapa.
Para selecionar um objeto utilizando a janela de procura:
a) Selecione o tipo de objeto na lista dropdown da página de dados da janela de procura.
b) Selecione o objeto desejado na lista de objetos que aparece embaixo da lista dropdown.
Deletando um objeto
106

a) Selecione o objeto no mapa ou na página de dados da janela de procura.


b) Delete o objeto selecionado:
• Clicando no botão na barra de ferramentas
• Clicando no mesmo botão da janela de procura
• Clicando no objeto com o botão direito e em Apagar no menu
• Ou pressionando a tecla Delete no teclado
Obs: se um nó for deletado todos os tubos ligados ao nó também serão deletados.
Movendo um objeto
Para mover um nó ou um texto para outro lugar no mapa:
a) Selecione o nó ou texto
b) Com o botão esquerdo do mouse pressionado sobre o objeto, arraste-o para a nova
localização
c) Libere o botão esquerdo do mouse
7. Salve seu projeto. Para salvar o projeto:
a) Vá ao menu Ficheiro >> Guardar Como
b) A caixa de diálogo Guardar Projecto Como irá aparecer e, a partir dela, você digita o nome
do arquivo a ser salvo e a pasta na qual deverá ser salvo. Para este exemplo, salve com o
nome JVA-TO1 exemple. Os projetos são sempre salvos como arquivos *.net.
c) Clique no botão Salvar. O projeto será salvo e a caixa de diálogo Salvar Projecto Como irá
desaparecer.
Obs: Sempre salve seu trabalho a cada dois ou três minuto clicando no botão salvar

4º Passo:

AGORA, DEPOIS DE COMPLETAR O DESENHO DE TODA A REDE PELA


ADIÇÃO DOS OBJETOS AO MAPA, VOCÊ ESTÁ PRONTO PARA DEFINIR AS
PROPRIEDADES DE CADA OBJETO USANDO O EDITOR DE
PROPRIEDADES. O EDITOR DE PROPRIEDADES É USADO PARA
MODIFICAR AS PROPRIEDADES DOS OBJETOS DA REDE. PARA EXIBIR O
EDITOR DE PROPRIEDADES:
a) Selecione um objeto na rede (ou no mapa ou na página de dados da janela de procura)
b) Duplo clique no objeto (ou no mapa ou na página de dados da janela de procura). O Editor
de Propriedades irá aparecer.
Definindo as propriedades do RNF:
Para definir as propriedades do RNF:
a) Exiba o Editor de Propriedades para o objeto
b) Defina o ID do RNF para KAK, por exemplo. ID é o nome que você deseja que o objeto
tenha e você pode definir qualquer outro nome para ele. Outro RNF não poderá ter o
mesmo ID. Esta é uma propriedade requerida.
107

c) Defina o Nível de Água para 100m, por exemplo. Nível de Água é igual a elevação do nível
da superfície da água em metros e é uma propriedade muito importante.
d) Feche o Editor de Propriedades.
Definindo as propriedades da Bomba:
Para definir as propriedades da Bomba:
a) Exiba o Editor de Propriedades para o objeto
b) Defina o ID da Bomba para P, por exemplo. ID é o nome que você deseja que o objeto
tenha e você pode definir qualquer outro nome para ele. Outra Bomba não poderá ter o
mesmo ID. Esta é uma propriedade requerida.
c) Defina a Curva da Bomba para C1. A Curva da Bomba representa a relação entre a carga
e a vazão e é uma propriedade muito importante. Você poderá definir qualquer outro nome
que quiser.
d) Feche o Editor de Propriedades.
Para adicionar a Curva de Bomba C1 à sua rede:
a) Selecione Curvas da lista dropdown da página de dados da Janela de Procura
b) Clique no botão adicionar . A caixa de diálogo Editor de Curva irá aparecer.
c) Defina o ID da Curva para C1. O ID da Curva deve ser o mesmo da propriedade Curva da
Curva.
d) Na tabela Caudal-Carga digite os valores de vazão em litros por segundo lps
correspondentes ao valores de carga (pressão) em metros (1,0 bar = 10 m). Para este
exemplo digite os seguintes valores:

e) Clique em OK e a caixa de diálogo irá desaparecer.


Definindo as propriedades dos nós:
Para definir as propriedades do nós:
a) Exiba o Editor de Propriedades para o objeto.
b) Defina os valores de ID do Nó, Elevação, Consumo-Base e Padrão de Consumo para cada
nó de acordo com os valores na tabela abaixo:
ID do Nó Elevação (m) Consumo-Base Padrão de Consumo
2 89.7863 0.0674
3 92.7495 0.0899
4 91.9116 0.1611
5 88.7783 0.2323
108

6 88.5553 0.0461
7 90.6478 0.1631
8 88.9398 0.2361
9 88 0.2361
10 85.6174 0.1703
11 88.634 0.2378
12 87.329 0.1344
13 86.9269 0.1889
14 87.9737 0.0975
15 85.0609 0.2375
16 83.9843 -0.9787
17 88.1643 0.1103
18 88.1643 0.0655
19 88 0.0184
20 91.6931 0
21 91.6931 0
22 86.7579 2.1
23 86.7579 3.2

Onde:
ID do Nó: É o nome usado para identificar o nó e nenhum outro nó poderá ter o mesmo nome.
É uma propriedade requerida.
Elevação: A elevação do nó – em metros – tomando-se alguma referência.
Cosumo-Base: É a vazão nominal do nó em litros por segundo lps.
Padrão de Consumo: É o nome da curva de padrão que representa a mudança na demanda
do nó com o tempo e pode ser usada para criar um roteiro de consumo. A criação da curva de
padrão (ou roteiro de consumo) será explicado posteriormente. Pode ser o mesmo padrão para
mais de um nó.
c) Feche o Editor de Propriedades.

5º Passo

NESTA ETAPA IREMOS DEFINIR AS OPÇÕES DO MAPA E OPÇÕES DE


ANÁLISE DE NOSSO PROJETO.
I. Opções de mapa: São usadas para mudar a aparência da rede, por exemplo; para exibir ou
ocultar o ID dos Nós; para modificar o tamanho dos nós e tubos e para exibir ou ocultar os
valores nos nós e tubos (como pressão do nó, demanda ou elevação e vazão do tudo,
comprimento, diâmetro, rugosidade e perda de carga).
Para definir as opções de mapa:
a) Exiba a caixa de diálogo Opções do Mapa:
• Clicando no menu Ver >> Opções ou
• Clicando em qualquer região vazia do mapa com o botão direito do mouse e depois em
Opções no menu popup que aparece
b) A caixa de diálogo Opções do Mapa irá aparecer com uma página para cada categoria de
objeto:
109

• Nós: Controla o tamanho dos nós e tem a opção de deixar o tamanho do nó ser
proporcional ao seu valor;
• Troços: Controla a espessura dos tubos e tem a opção de deixar a espessura dos tubos
proporcional ao seu valor;
• Rótulos: Liga e desliga a exibição de rótulos no mapa;
• Notação: Exibe ou oculta os IDs dos nós ou tubos e os valores dos parâmetros;
• Símbolos: Liga e desliga a exibição de reservatórios, bombas e válvulas;
• Setas de Escoamento: Controla a visibilidade e estilo das setas de direção do escoamento
nos tubos;
• Fundo do Mapa: Controla a cor de fundo do mapa.
c) Defina somente as opções de Nós, Tubos e Notações
• Opções para os Nós:
Tamanho do Nó: Define o diâmetro do nó;
Proporcional ao Valor: Define se o diâmetro do nó deve aumentar com o aumento do valor
do parâmetro visualizado (esta opção será útil quando da visualização dos resultados do
programa, como a pressão no nó).
• Opções para Tubos:
Espessura do Troço: Define a espessura dos tubos exibidos no mapa;
Proporcional ao Valor: Define se a espessura do tubo deve aumentar com o aumento do
valor do parâmetro visualizado (esta opção será útil quando da visualização dos resultados
do programa, como a vazão no tubo).
• Opções para Notações:
Mostrar ID dos Nós: Controla a exibição dos IDs dos nós;
Mostrar Valores nos Nós: Controla a exibição dos valores do corrente parâmetro para os
nós (esta opção será útil quando da visualização dos resultados do programa, como a
pressão no nó);
Mostrar ID dos Troços: Controla a exibição dos IDs dos tubos;
Mostrar Valores nos Troços: Controla a exibição dos valores do corrente parâmetro para os
tubos (esta opção será útil quando da visualização dos resultados do programa, como a
vazão no tubo).
II. Opções de Análise: Determina como a rede deve ser analisada. Somente duas opções serão
usadas para a análise de todas as redes (porque o JVA não está interessado em análise de
qualidade de água), incluindo Opções de Hidráulica e Opções de Tempo:
• Opções de Tempo
Para definir as opções de tempo:
a) Exiba a janela Tempo Opções selecionando a categoria Opções na Página de Dados da
Janela de Procura. A partir da lista que aparece abaixo, dê um clique duplo em Tempo.
b) Para este exemplo, defina a Duração Total para 6. Duração Total é o comprimento do
período de simulação. Por exemplo:
110

Duração Total = 6 significa 7 horas, 7 dias ou qualquer intervalo de valor 7 (o EPANET


define a Duração Total como o número de horas, mas isso não faz diferença... depende do
que se deseja representar). Porém para o JVA a Duração Total significa o número de horas
para uma semana, que tem 168 horas, assim fazendo a Duração Total = 167 horas irá
calcular os valores da rede para cada hora durante a semana.
Obs: Duração Total = Número de intervalos desejados – 1

7º Passo

QUANDO DEFINIMOS AS PROPRIEDADES DOS NÓS, CONCEITUAMOS


PADRÃO DE DEMANDA COMO O NOME DA CURVA DE PADRÃO QUE
REPRESENTA A MUDANÇA NA DEMANDA DO NÓ COM O TEMPO E, ASSIM,
ESTA CURVA PODE SER USADA COMO UM ROTEIRO DE CONSUMO PARA
A REDE. MAIS DE UM NÓ PODE TER O MESMO PADRÃO, MAS SE O
CONSUMO-BASE DO NÓ FOR ZERO, DEIXE O VALOR PARA O PADRÃO DE
CONSUMO EM BRANCO. MAS COMO O PADRÃO DE DEMANDA É DEFINIDO
PARA CADA NÓ NA REDE?
Definição do Padrão de Consumo:
O Padrão de Consumo é definido usando o Edito de Padrão. O Editor de Padrão é usado para
definir o Padrão de Demanda de um nó na rede. Para exibir o Editor de Padrão:
a) Selecione Padrões da lista dropdown da página de dados da Janela de Procura
b) Clique no botão adicionar . A caixa de diálogo Editor de Padrão irá aparecer.
Obs: Será exibida a criação de somente um Padrão de Demanda – P1 neste exemplo. Para a
criação de outros Padrões, devem ser seguidos os mesmos passos.
c) Defina o ID do Padrão para P1;
d) Na tabela Passo de Tempo – Factor de Multiplicação, existem duas linhas:
Passo de Tempo: É o mesmo que Duração Total. Se você se lembra, quando definimos as
Opções do Tempo, nós definimos a Duração Total para 6.
Factor de Multiplicação: Ele pode ser definido como um dispositivo de ligar e desligar. O
número de fatores de multiplicação a ser digitado deve ser igual a Duração Total + 1.
Simplesmente, para definir o estado de “ligado” para um nó para uma hora, dia ou qualquer
outro intervalo então defina o Factor de Multiplicação para aquela hora como sendo 1. Isto
significa que o nó está aberto naquela hora e que a vazão de saída no nó é igual ao
Consumo-Base para o nó. E para definir o estado de “desligado” para um nó para uma
hora, dia ou qualquer outro intervalo então defina o Factor de Multiplicação para aquela
hora como sendo 0.

8º Passo
111

Agora, sua rede deve estar como a mostrada na figura 1, não está? Ok? Então agora você
está pronto para rodar a análise hidráulica do EPANET e executar os cálculos para a rede.
Para rodar a análise hidráulica do EPANET:
a) Vá ao menu Projeto >> Executar Simulação ou clique no botão da barra de
ferramentas;
b) Se não houver erros durante o cálculo da rede, você receberá a mensagem de Estado da
Simulação:

c) Clique em OK;
d) Se aparecer uma mensagem de erro, conserte o problema e rode a análise hidráulica
novamente.

Parabéns!!!!!

8º Passo

ESTE ÚLTIMO PASSO DESCREVE AS DIFERENTES FORMA NAS QUAIS OS


RESULTADOS, ASSIM COMO, OS DADOS DE ENTRADA, PODEM SER
VISUALIZADOS. ENTRE ESTES: VISTA DIFERENTES DOS MAPAS,
GRÁFICOS, TABELAS E RELATÓRIOS.
Vendo os resultados no mapa
Existem diferentes formas nas quais os resultados e valores de uma
simulação hidráulica podem ser vistos no mapa, usando ambos as Opções de
Mapa e a Página Mapa da Janela de Procura.
1) Defina as Opções do Mapa
Como foi citado antes, para definir as Opções do Mapa:
a) Exiba a caixa de diálogo Opções do Mapa:
• Menu Ver >> Opções ou
• Clicando em qualquer região vazia do mapa com o botão direito do mouse e depois em
Opções no menu popup que aparece
b) A caixa de diálogo Opções do Mapa irá aparecer. Clique na página Nós.
c) Clique no check box Proporcional ao Valor caso ele não esteja marcado. Isto fará com que
o tamanho do nó mude de acordo com o parâmetro exibido na Página Mapa da Janela de
Procura;
d) Clique na página Notação;
112

e) Clique no check box Mostrar Valores nos Nós caso ele não esteja marcado. Isto fará com
que o valor do parâmetro selecionado na Página Mapa da Janela de Procura seja exibido
sobre o nó.
Obs: O mesmo pode ser feito para os tubos, caso você queira.
2) Agora, para exibir os valores dos nós no mapa:
a) Clique na Página Mapa da Janela de Procura. Ela consiste em:
• Nós: Lista de parâmetros a serem exibidos nos nós. A partir deste lista selecione o
parâmetro cujos valores devem ser exibidos nos nós do mapa. Para os propósitos do JVA,
os parâmetros mais importantes a serem exibidos são Pressão, Elevação e Consumo.
• Troços: Lista de parâmetros a serem exibidos nos tubos. A partir deste lista selecione o
parâmetro cujos valores devem ser exibidos nos tubos do mapa. Para os propósitos do JVA,
os parâmetros mais importantes a serem exibidos são Caudal, Perda de Carga, Diâmetro e
Rugosidade.
• Tempo: Lista de períodos e Botões de Controle de Animação que permitem a exibição
dos parâmetros para os nós e tubos para os diferentes períodos de tempo que foram
definidos quando foi dado um valor para a Duração Total. Pratique o uso desses botões. É
muito simples.
Quando um parâmetro do nó ou tubo esta sendo visualizado na tela,
é possível ver a legenda que aparece no canto superior esquerdo do mapa.
Existem 3 tipos de legenda que podem ser exibidos: Legenda do Nó, Legenda
do Troço e Legenda do Tempo. Legenda do Nó e Legenda do Troço associam
uma cor a uma faixa de valores para o parâmetro corrente no mapa.
• Para exibir ou ocultar uma legenda:
Para exibir ou ocultar uma legenda:
- Clicando em qualquer região vazia do mapa com o botão direito do mouse e depois em
Legenda do Nó, Legenda do Troço ou Legenda do Tempo no menu popup que
aparece. Qualquer uma dessas legendas também podem ser ocultadas com um clique
duplo sobre elas.
• Para editar uma legenda:
- Exiba o Editor de Legenda clicando com o botão direito do mouse sobre a legenda, se a
mesma estiver visível;
- Use o Editor de Legenda que aparece para editar as cores e intervalos. Para modificar
uma cor, clique na cor que se deseja modificar e selecione uma nova a partir da janela
que aparece.
3) Você pode imprimir ou salvar o mapa com os parâmetros exibidos em um arquivo de texto
os como imagem, como explicado a seguir:
a) Para imprimir o conteúdo de uma janela que está sendo visualizada:
- Vá ao menu Arquivo >> Imprimir ou clique no botão da barra de ferramentas
b) Para salvar o projeto atual:
113

- Vá ao menu Editar >> Copiar Para... ou clique no botão da barra de ferramentas.


- Selecione Ficheiro na caixa de diálogo Copiar Mapa da Rede que aparece e clique em
Ok.
- Digite o nome do arquivo e escolha o local onde o arquivo será salvo na caixa de diálogo
Guardar Como
- Clique em Salvar
Exibindo os Resultados em Gráficos e Tabelas
Os resultados das análises, assim como os valores de entrada,
podem ser visualizados em diferentes tipos de gráficos e tabelas. Gráficos e
tabelas podem ser impresso, copiados para área de transferência ou salvos em
arquivos de texto ou imagem.
a) Para criar um gráfico
• Vá ao menu Relatório >> Gráfico ou clique no botão da barra de ferramentas;
• Complete a caixa de diálogo Selecção do Tipo de Gráfico que aparece;
• Clique em Ok para criar o gráfico.
b) Para criar uma tabela
• Vá ao menu Relatório >> Tabela ou clique no botão da barra de ferramentas;
• Use a caixa de diálogo Selecção de Tabela para selecionar:
a. O tipo de tabela;
b. Os parâmetros exibidos em cada coluna;
c. Os filtros a serem aplicados aos dados.
Visualizando os Resultados através de um Relatório Completo
Quando o EPANET analisa a rede, um relatório com todos os
resultados dos nós, tubos e períodos de tempo pode ser salvo em arquivo. Este
relatório, que pode ser visualizado ou impresso a partir de qualquer editor de texto
ou no Microsoft Word contem as seguintes informações:
a) Nome do projeto e observações;
b) Uma tabela listando os nós, comprimentos e diâmetros de cada tubo;
c) Um par de tabelas para cada período de tempo listando os resultados para cada nó
(consumo, carga, pressão e qualidade) e para cada tubo (vazão, velocidade, perda de carga
e status).
Para criar um Relatório Completo
a) Vá ao menu Relatório >> Completo;
b) Digite o nome do arquivo e o local onde o arquivo deve ser salvo na caixa de diálogo
Guardar Como;
c) Clique em OK.
d) Agora, o arquivo pode ser aberto para edição ou impressão em qualquer editor de texto ou
no Microsoft Word.

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