Você está na página 1de 10

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

2 BREVE HISTÓRICO DO JORNALISMO ON-LINE NO BRASIL

2.1 as fases do jornalismo on-line


2.2 Os primeiros passos da Folha Online

3 TEMPOS DE HIPERTEXTO
3.1 A pirâmide invertida e a linguagem do jornalismo impresso do século XX
3.2 Recursos para produção de conteúdo jornalístico na Internet
3.3 Links: o trajeto de leitura digital definido pelo usuário

4 O JORNAL DE PAPEL NA ERA DOS VEÍCULOS ON-LINE


4.1 Estrutura das páginas impressas e suas limitações
4.2 Referências ao conteúdo digital
4.3 A influência da internet nos projetos editorial gráfico da Folha
4.4 A função do jornal impresso: profundidade ou complementação?
1 INTRODUÇÃO

A linguagem utilizada nos primeiros passos do jonalismo online no Brasil em nada


se destiguia daquela utilizada no jornal impresso. Deste ponto para o nascimento da
linguagem do webjornalismo foi um pulo. As redações começaram a descobrir as
oportunidades técnologicas e as diversas formas de comunicações dentro da internet,
evoluindo nas ténicas informativas. No entanto não existe um modelo patrão para se fazer
jornalismo na web, podemos enxergar o hipertexto com estilo. Hoje o repórter deve estar
antenado às possibilidades multimidias de trabalho explorando ainda o poder de retoriação
ofereciado pela internet ao receptor.A internet alcança diversos níveis socias no Brasil mas
entre os integrantes da classe média, a maior consumidora do jornalismo impresso, ela se
consolidou. Assim os veículos on-line tiveram que deixar de ser meros exportaderes de
conteúdo para passarem a produzir conteúdos explorando mídias: escrita, aúdio, vídeo e
imagem. O leitor atual necessita estar atualizado rapidamente, com a liberdade para buscar
novas informações, sem trajetos definidos ou limitados, podendo ainda contribuir
interagindo com o veículo. Ou seja, as técnologias dos celulares e dos computadores
tornanram o indivíduo ativo na hora de acessar as informações desejadas, enãomais passivo
como nos meios de comunicação de massa tradicionais.

É para atender a essa novos consumidores da informação que os jornais impressos


iniciam uma reformulação na construção e na apresentação da notícia no papel, plataforma
envolvida por limitações estruturais. Então aparece a necessidade de ocupar o espaço
bidimensional com textos e objetos gráfico e uma grande alusão ao conteúdo adicional
disponível no site do jornal. O novo aspecto visual das páginas impressas segue uma
tendência de adaptação a uma leitura rápida ou lenta, linear ou multilinear, com o
desdobramento da mesma reportagem em infográficos complemento o raciocínio do leitor
sobre o fato. Um bom exemplo desse novo projeto gráfico dos impressos pensado nos
termos dos novos hábitos de leitura de um publico correspondente a perfil de usuário da
internet, foi o diário “Lance!”. A analise de seus aspectos visuais e textuais será útil para a
compreensão da influencia do webjornalismo nos periódicos impressos. Mas este não é um
evento inédito (sempre que há um aparecimento de um novo meio de comunicação, os mais
tradicionais se adaptam a fim de sobreviverem à concorrência assimilando os novos
conceitos e promovem adaptações) o tema será abordado neste trabalho de acordo com o
contexto da consolidação da internet no Brasil, com a analise das mudanças das rotinas de
produção e consumo da noticia, que implicaram na adequação dos jornais impressos à
existência da internet. Outro bom exemplo desta adequação é o projeto gráfico da “Folha de
São Paulo” com páginas impressas que estão ficando mais parecidas com as interfaces de
navegação da internet. Surgiu também a suposição de que esta influência estaria além da
parte gráfica e perpassaria questões cruciais para o jornalismo atual: a redefinição do
padrão textual, numa conjunção de pirâmide invertida e hipertexto. Nesta monografia
avalia-se que o estudo de caso da reforma gráfica da “Folha de São Paulo” seria o método
mais adequado. Porém, o surgimento da nova hipótese, mais abrangente e mais rica em
possibilidades enunciativas, fez com que fosse conveniente a adoção de bibliografia como
instrumento principal de pesquisa, aliada à análise dos exemplares daquele jornal impresso
e da sua versão on-line. Diante disso, três autores foram fundamentais para a proposição de
argumentos necessários à sustentação teórica das suposições surgidas ao longo da pesquisa:
Pierre Lévy, Nilson Lage e J. B. Pinho. O primeiro, por discorrer filosoficamente sobre os
impactos da web e das tecnologias digitais nas atividades de comunicação dos indivíduos.
O segundo, devido ao amplo legado teórico-referencial sobre técnicas de produção e
construção da notícia. O terceiro, pelo consistente e detalhado estudo das peculiaridades
jornalísticas da internet. A literatura contemporânea ainda não dá conta de todos os efeitos a
médio e longo prazo dos inúmeros usos da internet como veículo de comunicação. Um
campo muito rico de ser estudado, mas que está em rápida e constante expansão. Observar,
avaliar e propor questionamentos acerca das influências materiais e virtuais da web sobre
os indivíduos é fundamental para compreender ou vislumbrar a sobrevivência das antigas
mídias.

Se a informação virou moeda de troca simbólica de poder na atualidade, senda cada


vez mais imprescindível e oferecida em uma escala infinitamente superior do que antes, há
de se identificar qual é a função do jornal de papel para os leitores, acostumados a uma
decodificação mais autônoma e pró-ativa. Como preparar um texto para um impresso nos
dias atuais? Qual a quantidade ideal de palavras? Será que o leitor está satisfeito com a
quantidade e qualidade da informação? Quais os limites entre a objetividade e a
interpretação do fato? Como redigir um lead sem soar repetitivo para o leitor que já obteve
aquela informação na Internet? Por que oferecer conteúdo adicional em parceria com
webjornais? Indagações como essas ou discussões sobre as transformações na produção e
concepção da noticia dos periódicos não são muito comuns dentro das redações, que vivem
correndo contra o para cumprirem o horário de fechamento. Ainda que distante do cotidiano
de uma redação, o ambiente acadêmico ainda é o melhor espaço para o debate e reflexão
desses questionamentos. A principal proposta deste projeto é adiantar percepções sobre o
redesenho a que os impressos estão se submetendo, em função da mudança no olhar do
receptor. Logo, a divisão dos capítulos seguirá uma lógica de raciocínio dedutiva, com
argumentos teóricos ou visuais, visto que ainda é precipitado ter qualquer conclusão
taxativa sobre as influencias do webjornalismo, uma modalidade ainda sem regras e teorias
escassas. O capitulo inicial apresenta uma contextualização histórica do jornalismo on-line
no Brasil, dividindo o percurso de cada década em etapas definidas e caracterizadas
conforme a evolução das técnicas e da linguagem da nova ferramenta. Será também
destacada a recente versão digital da “Folha de São Paulo” e do “Lance!”. O segundo
capitulo contará com os pontos de convergência entre as técnicas de redação jornalística
(pirâmide invertida e lead) e o modo de construção da noticia para a Internet (hipertexto),
destacando as características e recursos a serem considerados pelo repórter chamado de
multimídia com objetivo de achar a existência de uma nova modalidade de escrita que
muitas vezes é reproduzida pelos impressos.

Com a intenção de justificar a relação entre jornalismo gráfico e o vigente perfil de


leitura oriundo da Internet, o terceiro capitulo analisa o padrão de arquitetura utilizado na
versão on-line e a influência de conceitos como interface, navegabilidade e usabilidade no
projeto visual das noticias montadas a partir da materialização do hipertexto no papel. O
capitulo que fecha este trabalho descreve as estruturas visuais do projeto de dois periódicos,
“Folha de São Paulo” e “Lance!”, que exemplificam as hipóteses abordadas ao longo dos
capítulos anteriores, além de discutir o papel atual e o futuro dos jornais impressos no
Brasil.
2 BREVE HISTÓRICO DO JORNALISMO ON-LINE

A história do jornalismo online se inicia em maio de 1993, ano em que o jornal


norte-americano The San Jose Merury News, pos no ar a sua versão online, através da rede
Amerian On Line. O jornalismo online se divide, prinipalmente, em dois momentos
prinipais: o transpositivo e o hipermídiatio. O primeiro considera a simples transrição do
jornal impresso para as paginas da rede; o segundo se refere ao desenvovimento de uma
modalidade especifia de criação de uma linguagem própria para internet utilizando os
recursos digitais existentes, nesse aspeto se inclui a produção especifica de conteúdo para a
versão online dos jornais.

As pesquisas de John Pavlick (PAVLICK, John. Journalism and new media. New
York: Columbia University Press, 2001), da Universidade de Columbia nos EUA, dividem
os jornais digitais em três diferentes estágios: o primeiro é a simples transposição do
onteúdo da versão impressa; o segundo onta om a mesma transposição e mais alguns
produtos diferenciados do jornal de papel; o terceiro, um produto inteiramente exclusivo
para a rede. Esses três estágios têm sido chamados de as três gerações do jornalismo online.

Os meios da terceira geração, ou hipermidiáticos, a partir de 1995, se transformaram


em uma modalidade cada vez mais frequente, impulsionados pelo desenvolvimento
tecnológico e pelas novas linguagens criadas para a intenet.

No Brasil, nesta mesma data, surgem as primeiras versões online dos jornais
impressos com o Jornal do Brasil, seguido pelo O Estado de São Paulo, a Folha de São
Paulo, O Globo, O Estado de Minas, o Zero Hora, o Diário de Pernambuco e o Diário do
Nordeste, esses ainda seguindo as duas primeiras gerações do jonrismo online. O primeiro
site que realizou o jornalismo em tempo real veio um ano mais tarde, o Universo Online,
UOL, caracterizando o surgimento de outro fenômeno que arrasaria as concepções pré-
estabelecidas sobre o webjornalismo até então: os portais, que forneciam notícias curtas e
instantâneas.
Foi assim que nasceu no Brasil o primeiro jornal exclusivamente digital, no ano de 2002,
com o “Último Segundo”, do portal IG, que pretendia oferecer uma informação nova a cada
minuto. E para cumprir com esse objetivo, dispunha de uma pequena redação própria,
embora quase todo o conteúdo fosse proveniente do serviço de agências de notícias.

Hoje os jornais da terceira geração do jornalismo online utilizam todas as


ferramentas ténias disponibilizadas pela internet, com grande parte do conteúdo sendo
explorado pela forma de aúdio, um bom exemplo são os podcasts, fotos, animações,
gráficos, vídeos e, mais recentemente, a integração direta com os leitores, na maioria dos
casos utilizando as redes sociais. Essa agregação de mídias deu uma nova cara aos sites,
que passaram a ter grande preoupação com os designs e funionalidades de suas páginas.
Esse evento permite uma maior eficácia na transferência de informações e,
consequentemente, niveis mais significativos de interação com os conteúdos noticiosos.
Essa hipermodalidade permite que diferentes tipos de percepção sejam combinados e
apresentados ao leitor, que pode navegar pela notícia por diversas opções e modos de
leitura, por meio do computador.

2.2 Os primeiros passos da Folha On-line.

Sem ser pioneiro no jornalismo digital no Brasil o Grupo Folha iniciou sua versão
digital em meados de 1995, como destacamos anteriormente, com o nome de “Folhaweb”
(figura 01). Os planejamentos para o ingresso na internet do jornal foram iniciados em 1994
por uma pequena equipe formada por programadores, designers e jornalistas.
Fig.01. Capa da Folhaweb.
Sem ainda contar com um texto adaptado ao novo veículo, as fotos do site também
ainda não recebiam do devido tratamento um ano após o lançamento do site. Os elementos
gráficos não recebiam tratamento adequado, limitando suas funções significativas a mero
complemento dos espaços ao lado das matpérias e abaixo das manchetes, como feito na
maioria dos jornais impressos.

As primeiras inovações na estrutura do “Folhaweb” acontecem em 1996, quando


o site passa a integrar conteúdo ao portal UniversoOnline (UOL) . Assim o site da Folha
passou a ser dividido em seções semelhantes às editorias da versão impressa e ocorre
uma pequena redução na massa de texto, ainda muito insuficiente para os padrões da
web. As manchetes e os títulos também foram adaptados, passando a serem produzidos
na forma de links. Uma sessão com matérias exclusivas para a versão online foi criada e
ganhou o nome de “Especial”.

Porém este modelo de jornalismo on-line ainda não tinha preocupação com a
atualização dos fatos fatos, o chamado hoje tempo-real, apresentando uma mentalidade
centrada na valorização da massa textual, em detrimento dos recursos que surgiam para
experimentos e adaptações para o então novo formato de comunicação, o
webjornalismo.
Enfim no ano 2000, o Grupo Folha, impulsionado pelas rápidas mudanças no
cenário econômico da Internet do país, lançou o seu novo projeto visual “Folha Online”
e um serviço inétido e gratuido de notícias para celulares: o “Folha Wap”. A nova etapa
da Folha na web já apresenta grandes sinais de modernidade. Além de contar com a
notícia em tempo real, o site lança novos canais como artigos de vários de seus
colunistas e também a sessão “Almanaque”, produzido pelo banco de dados do jornal
que resgata textos de valor histórico publicados nos impressos do grupo.1

Em 2006, quando o novo projeto da Folha já recebia m,ais 10 milhões de3


acesso mensais, a “Folha Online” passa por nova reformulação visual (figura 02),
ampliando o espaço ocupado na tela, afim de inserir mais fotos e infográficos;
disponibilizando mais ferramentas de interatividade como leitor; aumentando a oferta de
conteúdo multimídia e abrangendo a cobertura para fora do eixo Rio-São Paulo-Brasília,
para atender aos leitores das capitais do norte e nordeste. Blogs e espaços para as
matéioras mais lidas durante a semana também ganham destaque. .

(Figura 02 – Folha Online em 2006)


O design atual da “Folha Online” (Cf. figura 03) é resultado de
uma outrareformulação7, realizada em agosto de 2007 para atender às sugestões dos
usuários e corrigirestruturas visuais que dificultavam ou tornavam cansativa a leitura.
Além disso, foram criadas editorias exclusivas,
como Ambiente,Bichos eComida.Os títulos de colunas e blogs aparecem destacados na
parte superior da página junto com a fotodo autor e botões para visualização seqüencial.
Retrancas e manchetes não são mais sublinhadas, a fim de tornar o conjunto
visualmais “arejado”. A seção Em Cima da Hora traz as últimas notícias em vermelho e
com avisualização alternada, sendo que o acréscimo delinks de controle na lateral, permite
que o leitorpare a seqüência, retorne ou avance. Isso também acontece com a imagem
principal da página, naqual as fotos são mostradas como numa apresentação de slides.
7 Reforma visual de 2007: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u321402.shtml,
acesso em 24/09/2007

23
Fig.03. Folha Online em 2007.
A “Folha Online” e a maioria dos veículos de jornalismo digital estão ainda
passandopor uma série de adaptações e reformulações, tanto no aspecto visual como no
estilo do conteúdojornalístico multimídia. Porém, a Internet tem uma vantagem em relação
às adequaçõesimplantadas nos veículos tradicionais durante o século XX: o tempo. As
transformações aquidestacadas ocorreram num período inferior a 15 anos, um processo
acelerado se comparado àpopularização da televisão no Brasil. E ainda não é possível
afirmar se o webjornalismo já atingiuseu auge, visto que existem muitas oportunidades e
possibilidades narrativas e tecnológicas aserem exploradas com a nova mídia.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/historia_2000.htm, acesso em 24/09/2007.


5 Reforma visual de 2003: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u48145.shtml,
acesso em 24/09/2007.
6 Reforma visual de 2006: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u78760.shtml,
acesso em 24/09/2007.

http://www.arcoweb.com.br/memoria/projeto-grafico-folha-sao-paulo-22-10-
2010.html

http://novoemfolha.folha.blog.uol.com.br/arch2010-05-16_2010-05-22.html

http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2010/04/06/imprensa3
4857.shtml

http://comuniquese.com.br/conteudo/newsshow.asp?editoria=8&idnot=55879

http://comuniquese.com.br/conteudo/newsshow.asp?editoria=8&idnot=55424

http://comuniquese.com.br/conteudo/newsshow.asp?editoria=8&idnot=55126

Você também pode gostar