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A UA UL L AA

1
1
Por que tomar
café da manhã?

A
cordar, lavar o rosto, escovar os dentes,
trocar de roupa e... tomar o café da manhã. É assim que muitas pessoas começam
o dia, antes de ir trabalhar.
O café da manhã é nossa primeira refeição e tem grande importância para
o corpo. Você já se perguntou por que essa refeição é tão importante? Antes
de tomar o café da manhã, a última vez que você comeu foi, provavelmente,
no jantar. Calcule, então, quanto tempo ficou sem comer.

Exercícios Exercício 1
O que você acha que acontece quando alguém passa o dia sem comer? Quais
são, no seu entender, os sintomas da falta de comida? Escreva a resposta nas
linhas abaixo.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Sem dúvida, esses sintomas não são nada agradáveis, principalmente para
quem vai enfrentar um dia de trabalho: fraqueza, dor de cabeça e tontura
atrapalham qualquer um.
O café da manhã é a refeição que fornece energia suficiente para realizar
uma série de atividades até a hora do almoço.
Os alimentos das nossas refeições são diversificados. Os tipos de alimentos
que consumimos variam conforme a região do país, o estado, a cidade e a cultura
local. Veja figura a seguir:

churrasco pizza

macarrão oriental

hambúrguer
Apresentação

A luno, antes de começar a ler este livro,


é importante que você saiba o que é a Biologia e qual a relação que ela tem com
a sua vida. A Biologia estuda todos os seres vivos, entre eles as plantas
e os animais, incluindo o homem. Além disso, procura conhecer a forma como
os seres vivos se relacionam entre si e com o ambiente em que vivem.
Muitas vezes, pensamos que a Biologia estuda apenas as plantas das
florestas ou os peixes do fundo do mar, coisas tão distantes da nossa vida, com
as quais só temos contato por meio dos livros ou da TV. Essa é apenas uma parte.
A nossa vida está cheia de coisas que fazem parte do estudo da Biologia. É essa
Biologia da vida das pessoas que aparece nas aulas deste volume.
A Biologia contida neste livro é aquela que se relaciona com a sua vida
cotidiana ou com algumas atividades profissionais que você conhece. Quando
nós, autores, nos sentamos para escolher os conteúdos que constituiriam cada
uma das aulas, procuramos lembrar de fatos, dúvidas ou fenômenos relacionados
à Biologia que já tivessem sido observados ou pensados por você e por outras
pessoas. Desse modo, podemos dizer que não pretendemos que você conheça
tudo sobre a Biologia, mas que consiga explicar melhor ou encontrar respostas
para fenômenos biológicos que fazem parte do seu dia-a-dia, além de poder
raciocinar e compreender com maior facilidade outros assuntos que pertencem
ao campo de estudo da Biologia, mas que não serão abordados neste material.
Para atingir nossas propostas iniciais, organizamos as aulas a partir
de temas independentes, introduzidos nos parágrafos que dão início a cada aula.
A partir de uma observação ou de uma constatação surge uma pergunta. Você
não deve querer encontrar imediatamente uma resposta, pois essa pergunta,
apelidada por nós de desafio, será discutida ao longo de toda a aula. Somente
depois de ler a aula e resolver os exercícios e as atividades propostas, você deverá
retomar o desafio e, aí sim, será capaz de pensar melhor sobre ele ou até
encontrar uma resposta.
Dissemos no parágrafo anterior que você deve ler a aula e resolver
os exercícios e as atividades propostas. Esses exercícios não aparecem somente
no final, pois estão no meio do texto da aula, e sua localização não é apenas um
capricho nosso, mas sim uma indicação para você, aluno, de que é nesse ponto
da leitura que o exercício deve ser resolvido. Você deve interromper a leitura
e completar o conteúdo da aula com sua resposta, pois ela é muito importante
para que você possa compreender melhor o que vem a seguir. Não tenha medo
de tentar ou arriscar. Em muitos momentos, o que queremos mesmo é a sua
opinião. Mas, se depois de muito pensar, você ainda não tiver chegado
a uma resposta, ou se você não tem certeza se a resposta que deu está correta,
consulte os gabaritos.
Como você poderá perceber, este não é apenas um livro de texto, mas um
livro de atividade, de trabalho do aluno. Portanto não tenha medo de escrever
nele, fazer anotações ou grifar as frases que considerar importantes. É importan-
te que o livro seja seu e que, com o tempo, seja completado com suas respostas,
seus desenhos e suas anotações.
Ao final do texto você encontrará um quadro-síntese. O quadro-síntese
é um resumo da aula construído por você, por meio de respostas a perguntas,
do preenchimento de lacunas ou da realização de um esquema. Você deverá
fazer a síntese da aula quando sentir que entendeu aquilo que está escrito
no texto. O quadro-síntese ajudará você a distinguir entre os assuntos da aula
aqueles que são fundamentais, fazer uma revisão de tudo que você leu e facilitar
o seu estudo se, um dia, decidir retomar o que já estudou.
Quando você começar a ler e a estudar as aulas do livro, perceberá que cada
uma delas trata de um assunto. No entanto, muitos desses assuntos mantêm
uma comunicação entre si, na maior parte dos casos, mencionada por nós
na forma de um exercício ou de uma referência dentro do próprio texto. Você não
deve desprezar essas indicações, e sim aproveitá-las para retomar temas que
já foram estudados, completando-os com as informações que estiver recebendo.
Depois do estudo das aulas de Biologia você poderá não só entender melhor
as coisas que lê ou observa como encontrar soluções para algumas dúvidas
e problemas com base nos seus conhecimentos. Mas agora é hora de partir para
as aulas, que são o que realmente interessa.

Bons estudos!

AUTORIA
Sílvia Trivelato (coordenadora)
Cynthia Santos
Hélade Santos
José Trivelato Jr.
Marcelo Motokane
Paula Carolei
Apesar da sua grande variedade, os alimentos têm algumas substâncias A U L A
em comum: carboidratos
carboidratos, proteínas
proteínas, gorduras
gorduras, vitaminas e sais minerais
minerais.
Os carboidratos são a principal fonte de energia de que o corpo precisa.
Pão e açúcar, por exemplo, são ricos em carboidratos. Alguns alimentos forne- 1
cem os carboidratos que o nosso corpo utiliza para obter energia.
Usamos energia para realizar uma série de atividades, como falar, pensar,
ouvir, ver, andar, nadar etc. Essa energia pode ser medida, e a unidade para
medi-la é a caloria (cal). Porém, para facilitar nossos cálculos, usamos
a quilocaloria (Kcal) que é 1.000 vezes maior que a caloria.

Uma banana-nanica fornece 97.000 calorias (cal), ou, simplificando,


97 quilocalorias (Kcal).

Assim como os alimentos têm diversas substâncias (carboidratos, proteínas


etc.), eles também fornecem diferentes quantidades de calorias, como vemos na
Tabela 1, a seguir:

TABELA 1 - CALORIAS FORNECIDAS PELOS A LIMENTOS


ALIMENTOS
VALOR CALÓRICO
ALIMENTO (100 gramas) MEDIDA CASEIRA
(energia fornecida em Kcal)
Açúcar 5 colheres (sopa) 384
Pão 2 unidades 150
Leite integral (100 ml) 1 copo pequeno 61
Leite desnatado (100 ml) 1 copo pequeno 38
Café 3 colheres (sopa) 2
Abacate 3 colheres (sopa) 186
Alface 1 prato (sobremesa) 19
Arroz 6 colheres (sopa) 106
Banana-nanica 1 unidade 97
Batata-inglesa 1 média 80
Espinafre 1 prato (sobremesa) 26
Feijão 5 colheres (sopa) 320
Macarrão 1 porção 109
Queijo-de-minas 4 fatias médias 300
Carne de boi 1 porção 141
Carne de galinha 1 porção 118
Carne de porco 1 porção 160
Ovo de galinha 2 unidades 157
Sardinha 1 porção 154
Batata frita 1 porção 224
Chocolate 2 tabletes 467
Pipoca 1 saquinho 134
Pizza 1 fatia 274
Cerveja (100 ml) 1 copo pequeno 43
Coca-Cola (100 ml) 1 copo pequeno 40
A U L A Quanta energia precisamos?

1 Nosso organismo sempre precisa de energia. Mas a quantidade necessária


não é igual para todo mundo.
As calorias diárias necessárias variam de acordo com a idade e o sexo.
Valores médios dessas necessidades estão representados na tabela a seguir:
TABELA2 : CALORIAS DIÁRIAS NECESSÁRIAS DE ACORDO COM IDADE E SEXO
IDADE E SEXO QUANTIDADE DE ENERGIA NECESSÁRIA (Kcal)

Meninos de 12 a 14 anos 2.700


Meninos de 14 a 18 anos 3.000
Meninas de 12 a 18 anos 2.400
Homens adultos 3.200
Mulheres adultas 2.300
Idosos 2.200
Mulheres grávidas 2.600
Mulheres amamentando 3.100

Exercícios Exercício 2
Vamos agora imaginar um café da manhã que contenha:
· 1 pão de 50 gramas = 154 Kcal
· 1 copo de café adoçado = 128 Kcal
Esse café da manhã será suficiente para fazermos qual atividade, durante
uma hora?
a) ( ) Ficar sentado (80 Kcal).
b) ( ) Correr (600 Kcal).
c) ( ) Digitar no computador (120 Kcal).
d) ( ) Nadar (450 Kcal).
e) ( ) Carregar tijolos (220 Kcal).
f) ( ) Varrer o chão (200 Kcal).

Para realizar qualquer atividade necessitamos de uma certa quantidade


de energia
energia. Suprimos nossas necessidades com tudo que comemos ao longo
do dia.
Um trabalhador que tenha atividade muscular intensa, como um pedreiro,
por exemplo, necessita de 4.000 a 5.000 Kcal por dia.
Uma atividade mais leve, como a de um caixa de supermercado, exige
aproximadamente 2.500 Kcal por dia.

Como retiramos energia dos alimentos?


Quando comemos um pedaço de pão, ele é transformado em pequenas
partículas no tubo digestivo. É preciso que os carboidratos presentes no pão
sejam reduzidos a tamanhos cada vez menores, pois são substâncias muito
grandes e não podem passar pelas células do intestino delgado para o sangue
sem diminuírem de tamanho. É o que mostram as figuras a seguir:
A U L A

Como os carboidratos são Transformados em partículas


moléculas muito grandes, menores, os monossacarídeos
não conseguem entrar na célula. passam para o interior da célula.

A transformação do carboidrato reduz a pequenas unidades que são chama-


das de monossacarídeos. São eles que caem no sangue e chegam até as células.
O monossacarídeo mais comum é a glicoseglicose, presente no pão e no açúcar.
A glicose entra em diversas células e fornece energia. Por exemplo: quando ela
penetra nas células musculares, a energia é utilizada para promover o trabalho
muscular e podemos então andar, dançar, correr etc.
É importante ressaltar que, nesta aula, utilizamos a glicose como exemplo
de substância capaz de fornecer energia. Entretanto, a energia pode ser obtida
também a partir de outras substâncias, como outros carboidratos, proteínas
e gorduras.
Porém, a glicose sozinha não é suficiente
para liberar energia. O oxigênio, presente no
ar que respiramos, também é necessário.
O processo de liberação de energia,
a partir de qualquer substância nutritiva e de
oxigênio, é chamado de respiração celular
celular.
Na respiração celular, o oxigênio quei-
ma a glicose e o resultado é a liberação de
energia, além de água e gás carbônico. Essa
energia é utilizada para diferentes fins: man-
ter a temperatura do corpo, movimentar
o diafragma, movimentar os músculos para
andar, escrever, falar etc.
Vimos até agora que a alimentação nos
fornece energia para realizar atividades.
Porém, se nos alimentarmos em excesso, Na respiração celular entra oxigênio (O2) e glicose na célula.
trabalharemos melhor? Durante o processo ocorre liberação de energia (E),
E se ficarmos o dia inteiro sem comer, gás carbônico (CO2) e água (H2O).
morreremos sem energia?
Na verdade, as respostas a essas duas perguntas estão interligadas.
Para responder, primeiro falaremos sobre o que ocorre com o excesso de glicose
presente em nossa alimentação.
Uma pequena parte é transformada numa substância chamada glicogênio glicogênio.
Essa transformação ocorre num órgão do corpo chamado fígado. Nosso corpo
pode fazer uso dessa reserva de glicogênio acumulada no fígado, que é transfor-
mada em glicose e transportada para as células pelo sangue.
A maior parte da glicose e de outros nutrientes que são ingeridos em excesso
acumulam-se em forma de gorduras. Dessa maneira, teremos um armazena-
mento de energia, sempre que for necessário para nosso organismo.
E aí aparecerão aquelas gordurinhas a mais!
A U L A O café da manhã deve fornecer uma parte da energia necessária para
as atividades que uma pessoa tem de desempenhar: andar até o ponto de ônibus

1 ou estação de trem, pegar a condução e trabalhar.


Agora, portanto, você pode calcular suas necessidades calóricas diárias
e ingerir a quantidade de alimento ideal para a obtenção de energia, de acordo
com sua atividade, sexo e idade. Só assim você terá uma alimentação saudável
e balanceada!

Quadro- a) O café da manhã é nossa primeira refeição. Ela irá nos fornecer .......................
síntese para as primeiras horas de atividade.

b) Os.................. são substâncias energéticas presentes nos ............................. .


A ..................é a substância principal.

c) A quantidade de energia necessária depende da................., do ................. e da


................ de cada pessoa.

d) A ....................... e o .................. entram na célula e, por meio da respiração


celular, liberam ................ para que possamos realizar diversas atividades.

e) Quando a ................. está em excesso, ela é armazenada no fígado sob a forma


de .............. E uma grande parte irá se transformar em................

Veja, a seguir, os órgãos citados nesta aula.

diafragma

fígado

intestino delgado
Exercício 3 Exercícios
A U L A
Observe a tabela abaixo e responda às questões.

NOME
QUANTIDADE D E ENERGIA QUANTIDADE D E ENERGIA
1
NECESSÁRIA P O R D I A ING ERID A P O R D I A
Pedro 4.500 Kcal 4.800 Kcal
João 3.500 Kcal 3.000 Kcal
Antônio 4.000 Kcal 5.000 Kcal
Maria 3.000 Kcal 3.050 Kcal
Cida 3.500 Kcal 3.600 Kcal

a) Qual deles tem maior probabilidade de engordar? Por quê?

b) Qual tem a dieta mais balanceada, de acordo com suas necessidades?


Por quê?

Exercício 4
Utilizando as tabelas do texto e seus dados pessoais, preencha a tabela
abaixo, programando um cardápio hipotético para suas necessidades
médias diárias:

Sexo: ...........................................................................
Idade: .........................................................................
Quantidade de calorias necessárias: ............ Kcal

C A F É D A MA N H Ã ALMOÇO JANTAR

Total de calorias obtidas nas três refeições...............Kcal.

Exercício 5
Preencha os espaços em branco:

a) ................... + oxigênio è gás carbônico + ................. +................. .

b) Esse processo se chama .................... .


A UA UL L AA

2
2
Vai sair sem agasalho?

E
scolher uma roupa para vestir, pela manhã,
parece uma tarefa fácil e corriqueira. Entretanto, pode se transformar num
problema quando vamos passar o dia inteiro fora de casa e o tempo parece querer
mudar a qualquer momento. Nesse caso, o ideal é vestir roupas mais leves e levar
um agasalho para estar prevenido, caso o tempo mude. Embora esse raciocínio
seja comum para nós, dificilmente paramos para nos perguntar:
Por que não é saudável passar frio ou calor
calor?
É comum ouvirmos nossos pais ou outras pessoas dizerem que vamos ficar
resfriados ou gripados se tomarmos friagem. Ficar muitas horas ao sol pode nos
deixar com uma forte dor de cabeça. As sensações de frio e calor devem ter
significados importantes para nosso corpo. Vamos tentar decifrá-los.

Exercícios Exercício 1
O que acontece com nosso corpo quando sentimos frio e não temos
um agasalho à mão?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 2
Identifique, nas figuras abaixo, em que casos as pessoas estão sentindo frio.

1 2 3 4

5 6 7 8
Nosso corpo está a uma temperatura constante de 36ºC, enquanto que A U L A
a temperatura do meio ao nosso redor pode variar muito. Quando a temperatura
externa está muito abaixo da temperatura interna, sentimos frio.
Com a queda da temperatura externa, nosso corpo começa a perder calor. 2
Para tentar repor o calor perdido, nossos músculos entram em ação, deixando
todo nosso corpo mais contraído e provocando tremores
tremores. Você também pode ter
reações quase automáticas, como encolher-se, esfregar as mãos ou os braços,
saltitar etc.
Falamos sobre algumas estratégias para aumentar a produção de calor,
repondo o que foi perdido para o meio. Você já deve ter percebido que os
músculos estão ligados a essas estratégias. Em muitos dos casos que considera-
mos, o exercício ou a atividade muscular parecem ser formas eficientes
de combater o frio.

Exercício 3 Exercícios
Vamos ver como isso funciona na prática. Dê uma volta no quarteirão
correndo e depois assinale as frases de acordo com o que você sentiu.
( ) Suou.
( ) Sentiu calor.
( ) Seu rosto e pescoço ficaram quentes.
( ) Seu rosto ficou levemente avermelhado.
( ) O batimento de seu coração ficou acelerado.
( ) Ficou ofegante.
( ) Sentiu cansaço.

O músculo consome energia para poder funcionar, como você viu na


primeira aula. Mas uma parte dessa energia, em lugar de ser aproveitada
no trabalho do músculo, é liberada na forma de calor, aumentando a tempera-
tura do corpo.

Exercício 4 Exercícios
Mas, se é o músculo o responsável pela produção de calor, por que devemos
usar agasalho? Qual é o papel do agasalho na manutenção da temperatura
do corpo? Assinale a alternativa que você considera correta:
a) Produzir mais calor que será absorvido pelo corpo.
b) Funcionar como um isolante que diminui a perda de calor.
c) Absorver o suor para evitar a perda de calor pela evaporação.

A pele é o invólucro do nosso corpo. Ela funciona como um isolante,


evitando o contato entre a parte interna do corpo e o meio.

A pele envolve e isola nosso corpo, assim como


o papel de um bombom. Porém, pelo fato de ser um
tecido vivo, a pele possui propriedades particulares;
estas serão estudadas em outro momento do curso.
A U L A

2 No entanto, o sangue que passa pela


pele pode trazer o calor que está no inte-
rior do corpo para a superfície, aumen-
tando a perda. Veja figura ao lado.

Para que a pele aumente seu poder


isolante, os vasos que passam por ela se
contraem - ocorre o que chamamos
vasoconstrição - e diminui o contato
entre o interior e o exterior. Quando a temperatura do meio está próxima
da temperatura de nosso corpo, os vasos
sangüíneos que passam pela pele ficam
dilatados. Uma parte do calor que o sangue
transporta é liberada para o meio externo.

Mas, apesar da pele ser um isolante


eficiente, quando a temperatura cai muito
ela se torna insuficiente na tarefa de evitar
a perda de calor. O agasalho a auxilia,
aumentando o isolamento entre o corpo e
o meio externo. Funciona como uma gar-
rafa térmica que mantém o café quente
por muito tempo, pois isola o café do meio
Quando a temperatura do meio é muito mais e não permite que o calor seja perdido.
baixa do que a temperatura do corpo, Sabemos que os outros animais não
evitamos a perda de calor, aumentando
se agasalham. Como eles fazem para se
a camada isolante com o uso do agasalho.
Os vasos sangüíneos que passam pela pele proteger do frio?
se contraem, diminuindo o contato entre o Alguns deles possuem uma prote-
interior e o exterior do corpo.
ção natural contra a perda de calor.

Exercícios Exercício 5
Circule o nome dos animais que são protegidos naturalmente contra a perda
de calor e escreva qual é essa proteção.

peixe onça

lobo-guará

sapo foca
galinha
Os pêlos e as penas são muito importantes, pois também ajudam a pele a não A U L A
perder calor. Mas será que você se lembrou de circular a foca? Ela também possui
um cobertor natural, embora não seja visível. Debaixo da pele, a foca tem uma
grossa camada de gordura, que permite sua sobrevivência em regiões geladas. 2
Nossa camada de pêlo e gordura não consegue nos proteger contra o frio, por
isso precisamos das roupas, que nada mais são do que proteções artificiais.
Todos os animais que você circulou (lobo-guará, galinha, onça e foca) podem
manter a temperatura do corpo constante, mesmo que a temperatura do
meio varie. Esses animais pertencem a um grupo que denominamos
homeotérmicos
homeotérmicos, mas também são conhecidos como “animais de sangue quen-
te”. Veja, agora, alguns exemplos de outros animais que também fazem parte
desse grupo.

pato papagaio
tamanduá

cachorro
macaco
marreco

beija-flor

homem vaca gato

E quanto ao sapo e ao peixe? Eles pertencem a outro grupo, que altera


a temperatura do corpo de acordo com a variação do meio ambiente.
São os chamados pecilotérmicos
pecilotérmicos.

cobra

lagartixa
tartaruga

jacaré aranha
barata

Nos pecilotérmicos, o funcionamento e as atividades do corpo variam de


acordo com a temperatura. Diminuem com o frio e aumentam com o calor.
Os pecilotérmicos dependem mais da temperatura do ambiente do que
os homeotérmicos. Estes, pelo fato de não alterarem a temperatura do corpo,
mantêm seu funcionamento e suas atividades constantes.
A U L A Você sabia?

2
Que a expressão “ter sangue de barata” vem do fato desse animal pertencer
ao grupo dos pecilotérmicos e, por isso, ser um animal de “sangue frio”?

Exercícios Exercício 6
Agora que você já conhece bem o que acontece com nosso corpo no frio, volte
ao Exercício 2 e tente descobrir o que sentem as pessoas dos quadradinhos
que você não assinalou.

Quando a temperatura começa a subir, deixamos de sentir frio e passamos


a sentir calor.

Nosso corpo produz calor continuamente. Mas, quando a temperatura do


ambiente sobe, diminui a necessidade de calor para manter a temperatura do
corpo a 36ºC. Então começamos a suar, ficamos corados, tiramos o agasalho,
ligamos o ventilador, tudo na tentativa de eliminar o excesso de calor produzido.
Você já viu, no Exercício 2 e na figura acima, algumas dessas reações. O rubor
da face aparece quando os vasos da pele se dilatam (vasodilatação) para que
o calor do interior do corpo possa chegar até a pele e ser eliminado. O suor é uma
estratégia de refrigeração. Quando a água do suor evapora, leva parte do calor
do corpo. Ligamos o ventilador para que o ar quente que está à nossa volta circule
e seja substituído por outro mais frio.
Sabe aqueles dias de verão em que os termômetros da cidade chegam
a marcar quase 40ºC? Você precisa trabalhar, mas não tem vontade de fazer
nada. O sono e a moleza o atormentam o dia inteiro. É seu corpo que está dizendo
que você deve diminuir a atividade muscular e parar de produzir calor
ou, ainda, procurar ficar em um ambiente mais fresco e arejado.

Você sabia?
Que nem sempre tirar a roupa é uma boa estratégia para evitar o calor.
Quando estamos expostos ao sol, por exemplo, o melhor é usar roupas compri-
das e claras, evitando a incidência direta dos raios solares. Além disso,
elas devem ser soltas, para permitir a circulação do ar e a transpiração.

Acho que você já percebeu que as sensações de frio e de calor são as formas
que nosso corpo arrumou para nos dizer se devemos vestir ou tirar o agasalho,
além de provocar uma série de outras reações. Essas mensagens são importantes
para manter o equilíbrio de nosso corpo.
Como vimos, nosso organismo trabalha para manter sua temperatura a 36ºC A U L A
e está regulado para funcionar a essa temperatura. Quando ela é alterada, ocorre
um desequilíbrio que pode provocar ou facilitar o aparecimento da gripe,
do resfriado, da queda de pressão, do mal-estar etc. 2
O ideal é evitar as mudanças bruscas de temperatura, ficando sempre
prevenido, pois elas pegam nosso corpo de surpresa. Quando a temperatura
muda de repente, ficamos mais vulneráveis, já que ainda não tivemos tempo
para nos adaptar à nova situação.

a) Complete a tabela a seguir, com as reações que nosso organismo apresenta Quadro-
quando sentimos frio ou calor: síntese
FRIO CALOR

b) Dê a definição dos termos abaixo:


Homeotérmicos .....................................................................................................
Pecilotérmicos ........................................................................................................

c) Qual a importância das sensações de frio e calor, para os homeotérmicos?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 7 Exercícios
Em geral, as pessoas gordas transpiram mais que as magras. Escreva o
porquê, com base nas informações do texto.

Exercício 8
Imagine um indivíduo que passa o dia trabalhando numa câmara frigorífica.
Nos dias de verão, quais seriam as reações dele ao sair de seu ambiente
de trabalho? E ao entrar?

Exercício 9
O aumento de temperatura não é o único fator capaz de nos fazer sentir calor.
Cite outro fator que pode provocar a mesma sensação, e descreva o processo.
A UA UL L AA

3
3
Trabalhar em pé dá dor
nas pernas?

M
uitos trabalhadores e estudantes são obri-
gados a permanecer na mesma posição por longos períodos. Alguns ficam
sentados, como os cobradores de ônibus e as recepcionistas, outros têm de ficar
em pé, como os torneiros mecânicos ou os soldados. Depois de um dia de
trabalho, é comum essas pessoas reclamarem de dores nas pernas. Você já deve
ter ouvido tais reclamações ou talvez já tenha até se queixado dessas dores.
Algumas mulheres que trabalham sentadas ou em pé durante horas segui-
das recebem recomendações médicas para utilizarem meias elásticas, que pres-
sionam levemente as pernas. Quando passam a usar essas meias regularmente,
elas sentem que as dores diminuem ou mesmo desaparecem. Soldados que ficam
muito tempo em pé são ensinados a contrair os músculos das pernas de tempos
em tempos, para que elas não fiquem doloridas e para evitarem desmaios.

Exercícios Exercício 1
Pense em alguns motivos que levam as pessoas que passam muito tempo em
pé a sentirem dores nas pernas. Escreva esses motivos nas linhas abaixo:
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Para responder à pergunta do título, é necessário conhecer o sistema circu-


latório, que está relacionado com as dores nas pernas.
O sistema circulatório tem diversas funções: realizar a circulação sangüínea,
distribuir alimento e oxigênio para as células, retirar resíduos celulares - como
o gás carbônico - e até transportar calor, como já vimos na Aula 2.

Na Aula 1 você aprendeu um pouco sobre como se obtém energia pela


utilização da glicose. O sangue transporta oxigênio e glicose até
as células, para que elas possam realizar suas atividades. As células,
por sua vez, devolvem o gás carbônico ao sangue. Você se lembra
do nome desse processo de obtenção de energia pela célula?
Fazem parte do sistema circulatório: o coração e vários tubos, chamados A U L A
vasos sangüíneos
sangüíneos.
O coração funciona como uma bomba, e é o principal responsável pela
circulação do sangue. 3
Existem três tipos de vasos sangüíneos, que fazem parte do sistema circula-
tório: as artérias, as veias e os capilares.
Os capilares são tubos muito finos, invisíveis a olho nu. Por terem paredes
extremamente finas, podem trocar substâncias com os tecidos, levando alimento
e oxigênio e retirando gás carbônico e resíduos.

As artérias e veias são responsá- VISTA EXTERNA DO


veis pelo transporte do sangue. Suas CORAÇÃO HUMANO
veia artéria paredes são espessas, o que impede a
coração passagem de substâncias através de-
vasos
las. O que diferencia artérias e veias
capilares é o sentido do fluxo de sangue. As arté-
rias sempre levam sangue do coração
para outros órgãos do corpo. As veias
sempre levam sangue dos órgãos ao
ESQUEMA DO CORAÇÃO coração. Veja a figura ao lado.
E DOS VASOS SANGÜÍNEOS DO CORPO

Você sabia?
Se todos os vasos sangüíneos do corpo fossem enfileirados, eles se estende-
riam por 100 mil quilômetros!

O fato de um vaso ter o nome de artéria não significa que ele transporte
apenas sangue arterial, isto é, rico em oxigênio. Um exemplo disso é a
artéria pulmonar, que leva sangue venoso - rico em gás carbônico - do
coração aos pulmões. As veias também não transportam apenas san-
gue venoso. A veia pulmonar, por exemplo, leva sangue arterial do
pulmão para o coração.

ESQUEMA DE DISTRIBUIÇÃO cabeça e braços


DO SANGUE PELO CORPO

pulmões

artéria pulmonar veia pulmonar

artéria aorta
veias cavas
coração

fígado
intestino

rins

sangue venoso

sangue arterial tronco e pernas


Exercícios
A U L A Exercício 2
Quando uma pessoa está em pé, seu sangue precisa ser transportado do

3 coração para as pernas, pelas artérias, e das pernas para o coração, pelas
veias. Em qual desses dois sentidos o transporte de sangue é mais difícil?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Além da dificuldade de transpor-


tar o sangue contra a ação da gra-
vidade, as veias enfrentam outro
problema: o acúmulo de sangue.
Observe as figuras ao lado.

Exercício 3
Em qual dos dois casos você observa a expansão da parede do objeto?
Na bexiga (de paredes elásticas) ou no canudo (de paredes rígidas)?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

As paredes das veias são elásticas como as paredes da bexiga. O sangue,


ao ser transportado pelas veias, faz pressão sobre as paredes do vaso, expandin-
do-o. Essa expansão é semelhante à que ocorre nas paredes da bexiga por causa
da pressão exercida pelo ar. Não haveria acúmulo de sangue nas veias se suas
paredes fossem rígidas como as do canudo.
Existem mecanismos que previnem o acúmulo de sangue e auxiliam seu
transporte em direção ao coração.
Observe as figuras a seguir.

situação de situação de
repouso compressão

AÇÃO DOS MÚSCULOS SOBRE AS VEIAS DAS PERNAS

Exercícios Exercício 4
Sabendo que os soldados contraem os músculos das pernas de tempos em
tempos, quando permanecem muito tempo em pé, e que as mulheres usam
meias elásticas que pressionam as pernas para melhorar a circulação
sangüínea, responda: qual a relação entre a contração dos músculos
das pernas e o retorno do sangue ao coração?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Assim como a pressão exercida pelas meias elásticas comprime as veias A U L A
localizadas nas pernas, as contrações dos músculos dos braços e das pernas
comprimem os vasos ali situados, empurrando o sangue em direção ao coração.
Quando a localização das veias e a ação da gravidade não favorecem 3
o transporte de sangue - como nas veias situadas nas pernas - pode haver
acúmulo de sangue nesses vasos. A força da gravidade atua de diferentes modos
no transporte do sangue.
Quando uma pessoa está deitada, Quando uma pessoa está em pé
a distribuição do sangue pelos vasos sangüíneos há acúmulo de sangue
da cabeça, peito e membros é semelhante, nos vasos das pernas, dificultando
pois o coração se encontra no mesmo nível o retorno ao coração e o
que os pés e a cabeça. transporte para o cérebro,o que
pode causar um desmaio.

DISTRIBUIÇÃO DO SANGUE NO CORPO

Você sabia?
Quando uma pessoa sofre um desmaio, é recomendável mantê-la deitada
por um certo tempo, para que seu sangue possa chegar ao cérebro com maior
facilidade.

Além do auxílio da contração muscular, temos as válvulas que se situam nas


paredes das veias. Observe as figuras a seguir:

CORTE DAS VEIAS MOSTRA O FUNCIONAMENTO DAS VÁLVULAS

válvula aberta
válvula fechada

Válvulas abertas com o sangue Válvulas fechadas para


fluindo em direção ao coração. impedir o refluxo de sangue.

Exercício 5 Exercícios
As válvulas se abrem para permitir que o sangue flua em direção ao coração.
Quando o sangue tende a fluir na direção contrária, elas se fecham.
Qual a função das válvulas situadas nas paredes das veias?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A U L A Como vimos, quando uma pessoa fica em pé por muito tempo há um
acúmulo de sangue nas veias das pernas. Esse acúmulo faz com que o sangue

3 contido nas veias pressione ainda mais suas paredes e ocorra uma grande
dilatação dessas veias. As válvulas das veias, entretanto, não aumentam de
tamanho. Assim, não mais se fecham de modo completo, tornando-se incapazes
de bloquear o fluxo sangüíneo na direção contrária ao coração. Quando as
válvulas não funcionam corretamente as veias ficam inchadas e doloridas,
podendo ocasionar varizes, que freqüentemente podem ser vistas sob a pele.
Deficiência no Veja a figura ao lado.
funcionamento Agora, leia sua resposta à pergunta do título e verifique se está correta.
das válvulas.
Para ajudá-lo, leia com atenção o parágrafo a seguir.
A falta de contração da musculatura e, conseqüentemente, da compressão
das veias nas pernas cria um acúmulo de sangue nesses vasos. Esse acúmulo
aumenta a pressão exercida pelo sangue nas paredes das veias, podendo
ocasionar o vazamento de sangue para os tecidos através dos capilares.
Esse vazamento impede a chegada de sangue às células do músculo.

Exercícios Exercício 6
Lembre-se da Aula 1 e responda: se o sangue não chega às células dos
músculos, o que pode acontecer?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Caso os nutrientes do sangue não cheguem às células dos músculos, eles se


tornam fracos e doloridos.
Além disso, em uma pessoa que se encontra em pé por muito tempo pode
ocorrer o mal funcionamento das válvulas, o que também provoca acúmulo de
sangue nas veias, que ficam doloridas.

Quadro- a) Quando a pessoa está em pé, há um acúmulo de ................... nas veias das
síntese pernas devido à ação da força da ................... .

b) Quando a pessoa está em pé, as ................... das pernas transportam sangue


contra a ação da gravidade.

c) As paredes das veias são ................... . Por isso há uma tendência a ocorrer
acúmulo de sangue nesses vasos.

d) As ................... das veias evitam o acúmulo de sangue e ajudam no transporte


do líquido, numa única direção. Quando não funcionam corretamente,
podem ocorrer varizes.

e) A contração dos ................... comprime as veias localizadas entre eles.

f) Numa pessoa que permanece em pé por muito tempo a falta de contração


dos ................... e o mal funcionamento das ................... pode levar à ocorrên-
cia de dores nas pernas.
Exercício 7 Exercícios
A U L A
Como os exercícios físicos auxiliam a circulação do sangue pelo corpo?

Exercício 8 3
Observe as válvulas existentes nas veias de seu braço, fazendo o seguinte
experimento:
A Pressione, com dois dedos, a veia B Com o polegar, massageie o
principal, que fica na parte interna do sangue na veia, de baixo
antebraço, entre o cotovelo e o para cima.
pulso. Essa pressão impedirá,
temporariamente, o fluxo pela veia.

C Tire o polegar: o sangue não volta D Tire o indicador: a veia volta a


além da válvula. se encher de sangue.
A UA UL L AA

4
4
Dia da vacinação

D esde pequenos ouvimos falar de vacina-


ção. A maioria de nós já passou por ela, ou então levou os filhos e animais de
estimação para vacinar. Talvez não sejam nossas lembranças mais agradáveis.
Mas qual a importância de se tomar vacina?
A resposta nos parece imediata: para não ficar doente. Por exemplo,
as crianças tomam vacina contra o sarampo, o tétano, a paralisia infantil;
os animais são vacinados principalmente contra a raiva.

Mas qual a relação entre a vacina e a prevenção de doenças?

Para responder a essa pergunta, devemos conhecer um pouco sobre


o funcionamento de nosso sistema imunológico
imunológico.
Vamos imaginar uma guerra. Há os soldados, que estão sempre prontos
para a defesa, caso o exército inimigo ataque. Há também os estrategistas, que
enviam espiões para detetar os pontos fracos dos inimigos, montando, então,
um plano de ataque mais eficiente.
O inimigo é qualquer elemento estranho que penetre no corpo, seja ele um
microrganismo - como vírus, bactérias, protozoários -, partículas de poeira,
substâncias químicas etc. A esse invasor chamamos antígeno
antígeno.
Nosso sistema imunológico funciona como um exército em guerra, pois
existem tipos de células que agem como os soldados, atacando de qualquer
maneira ao primeiro sinal do invasor, e outras que, como os estrategistas,
reconhecem o inimigo e preparam as melhores armas para destruí-lo. Esses tipos
Os glóbulos de células são chamadas de glóbulos brancos e estão presentes no sangue,
brancos fazem podendo migrar para as partes do corpo onde sejam necessárias.
parte do sangue
e percorrem todo
glóbulos brancos em
o corpo pelos vasos movimento
sangüíneos,
descritos na aula
anterior. Mas eles parede do
também podem sair capilar
dos vasos sangüíneo
sangüíneos,
alcançando outros
tecidos, onde
sejam necessários. Glóbulo branco saindo do vaso sangüíneo para o tecido.
Vamos, então, apresentar o exército de glóbulos brancos e suas funções A U L A
nessa guerra. Veja a figura a seguir:

GLÓBULOS BRANCOS
4

células fagocitárias linfócito

Há glóbulos brancos que são nossos soldados. Eles envolvem o inimigo e


tentam destruí-lo, como vemos na figura abaixo. Esse processo é denominado
fagocitose
fagocitose. Por isso, chamaremos essas células de fagocitárias
fagocitárias.
O PROCESSO DA FAGOCITOSE

resíduos
glóbulo
branco
bactérias

è
è
è
pseudópodos

O invasor pode ter as mais variadas formas, o que muitas vezes dificulta
a fagocitose. Esse é um ataque de emergência, e nem sempre é possível deter
o inimigo. Mesmo assim, esse ataque é fundamental para deixar os invasores
ocupados até chegarem os reforços.

Os glóbulos brancos e as bactérias mortas em batalha, junto com outros


resíduos, formam aquele líquido amarelado chamado pus pus, que fre-
qüentemente aparece nas feridas.

A outra parte do exército é formada pelos estrategistas, também conhecidos


como linfócitos
linfócitos, que são divididos em T e B. O linfócito T é o que dispara o alarme
quando aparece um corpo estranho. Tem também a função de ser o espião que
reconhece a forma e a constituição do elemento estranho, enviando uma mensa-
gem química para o linfócito B (veja os esquemas da página 28). Esse linfócito B
produz os anticorpos
anticorpos, assim que recebe as informações do linfócito T.
Os anticorpos são as armas adequadas para destruir o inimigo, pois são
proteínas específicas, que reagirão com o invasor, facilitando sua destruição.
A U L A Vamos ver se entendemos o funcionamento dessa batalha.

Nesta ilustração, os inimigos, ou antígenos (com a letra A no peito), podem ser bactérias que causam doenças,
produzindo toxinas ou lesando células.
Os soldados (CF) são as células fagocitárias que tentarão englobar e destruir as bactérias.
Os estrategistas são os linfócitos: o linfócito T (LT) perceberá a presença do inimigo, avisando a todos, além de
reconhecê-lo e enviar uma mensagem ao linfócito B (LB) para que produza as armas.
As armas são os anticorpos (AC) que reagirão com o antígeno, facilitando sua degradação.

Você sabia?
O vírus da Aids ataca os linfócitos T, impedindo a ativação do sistema
imunológico. Desse modo, desestrutura toda a defesa do organismo, permitindo
que muitas doenças se instalem.

RECONHECIMENTO DE ANTÍGENOS E PRODUÇÃO DE ANTICORPOS

antígeno reconhecimento

linfócito T

reação de
mensagem antígeno com
química anticorpo
produz
anticorpos

linfócito B
Exercício 1 Exercícios
A U L A
Imagine que fizemos um corte no dedo e, apesar de termos lavado o
ferimento, algumas bactérias permaneceram no local. A partir desse mo-
mento, uma batalha se iniciará. Complete o quadro abaixo, indicando os 4
elementos envolvidos nessa guerra e descrevendo suas funções.
INIMIGOS SOLDADOS ESTRATEGISTAS ARMAS

Mas, se temos um sistema imunológico que nos protege de todos os invaso-


res, por que ficamos doentes?
Do mesmo jeito que ocorre numa guerra, ganhamos algumas batalhas
e perdemos outras. Até os linfócitos reconhecerem os antígenos e prepararem
os anticorpos para destruí-los, os exércitos inimigos já avançaram, provocando
os sintomas da doença.
Muitas vezes, o ataque dos inimigos é tão rápido que pode levar a pessoa
à morte, antes que o sistema imunológico tenha tempo de defendê-la.
Um exemplo é o tétano, causado por uma bactéria produtora de uma toxina
que provoca rigidez muscular. Essa rigidez pode levar à morte por asfixia,
devido à paralisação da musculatura respiratória. A ação da toxina é tão rápida Toxina é uma
que o sistema imunológico não consegue reagir a tempo. Mas, se tivermos substância
tomado a vacina antes de contrair a doença, a presença da bactéria não causará prejudicial
danos ao nosso corpo. ao organismo,
Voltando à questão proposta no início do texto, como a vacina age na produzida por
determinados
prevenção de doenças?
agentes
A vacina equivale à prisão de um pequeno batalhão do inimigo, antes da
causadores
guerra. Com isso, podemos saber como são os inimigos e preparar as armas de doenças.
com antecedência. Por exemplo, no caso do tétano, a vacina é uma dose da
toxina, enfraquecida para que não nos cause mal, mas ainda suficiente para
que os linfócitos produzam os anticorpos, ou seja, as armas. Nesse caso, se o
exército inimigo atacar, não terá nenhuma possibilidade contra nosso organis-
mo, pois estaremos prevenidos. Dizemos, então, que estamos imunes
à doença.
Mas e se suspeitarmos que já estamos com tétano? Nesse caso, não adianta
tomar vacina, e se recomenda o uso do soro antitetânico (muitas vezes chamado
erroneamente de vacina). Esse soro possui anticorpos - as armas - já prontos
para o combate imediato. Outro exemplo desse tipo de soro é o antiofídico,
aplicado quando alguém é picado por uma cobra.

A vacina é uma medida preventiva


preventiva, enquanto o soro é uma medida
curativa.
curativa
Exercícios
A U L A Exercício 2
Você acha que existem vacinas para todas as doenças? Preencha a tabela

4 abaixo com vacinas que você sabe que existem e com outras que, na sua
opinião, não existem.

ACHO QUE EXISTEM VACINAS CONTRA: ACHO QUE NÃO EXISTEM VACINAS CONTRA:

As vacinas demoram muitos anos para serem desenvolvidas e custam caro.


Geralmente, investe-se em doenças que podem matar (tétano, meningite, saram-
po) ou deixar deficiências (paralisia infantil). Existem também doenças, como
a gripe, cujo agente causador sofre modificações constantes. Nesse caso, é inútil
fabricar uma vacina, pois quando a aplicação for feita o microrganismo já terá
mudado de forma e as armas fabricadas (anticorpos) talvez não tenham mais
efeito. Outras doenças, como o câncer ou certas doenças do coração, não são
causadas por agentes infecciosos.
Existe um calendário de vacinações, ou seja, idades recomendadas
para se tomar vacinas. Algumas vacinas garantem a imunização com
apenas uma dose. Outras requerem a repetição da dose. Ou seja,
o calendário de vacinações é preparado para garantir a imunização

Exercícios Exercício 3
Vamos propor um caso:
Elisa nasceu no dia 15 de abril de 1988. A mãe de Elisa a vacinou sempre na
época certa (deixando passar apenas alguns dias), seguindo o calendário das
vacinações. Observando a carteirinha de vacinação de Elisa e sua data
de nascimento, complete o calendário de vacinação da página 31:
CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO A U L A

4
IDADE VACINAS

a BCG
b Contrapólio (paralisia infantil) +
Tríplice (tétano, coqueluche e difteria)
c Contrapólio + Tríplice (segunda dose)
d Contrapólio + Tríplice (terceira dose)
e Contra sarampo
f Contrapólio + Tríplice (reforço) +
Tríplice viral (sarampo, rubéola
e cachumba)
g Contrapólio + Tríplice (reforço)
h Dupla (tétano e difteria)

No Brasil, as campanhas de vacinação têm ajudado a diminuir a ocorrência Erradicar quer dizer
de muitas doenças, como o sarampo e o tétano, e até a erradicar outras, como fazer desaparecer,
a paralisia infantil, da qual há muitos anos não se registra nenhum caso. eliminar.

a) Quais são os principais grupos de células do sistema imunológico? Quadro-


.................................................................................................................................. síntese
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

b) O que é fagocitose? Quem a realiza e qual a função desse processo?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

c) O que é antígeno? Descreva o que acontece quando ele penetra no organismo.


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

d) O que são anticorpos? Quem os produz e qual sua função?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
continua
A U L A continuação

4 O que são vacinas e como previnem as doenças?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

f) Qual a principal diferença entre soro e vacina?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

g) Existem vacinas para todas as doenças? Por quê?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercícios Exercício 4
Quem vai à Amazônia costuma ser vacinado contra a malária. Por que você
acha que isso é feito?

Exercício 5
Uma pessoa tem uma doença que destrói o linfócito T. Que danos você acha
que essa doença causa ao seu sistema de defesa?

Exercício 6
Leia os casos abaixo. Quando for indicada a vacinação, coloque V; quando
for indicada a aplicação de soro, coloque S.
a) ( ) Um menino foi picado por uma aranha.
b) ( ) Uma epidemia de sarampo acontece na cidade.
c) ( ) Um gatinho que você acabou de adotar.
d) ( ) Uma pessoa furou a mão com prego enferrujado e pode ter contraído
tétano.
e) ( ) Uma pessoa foi mordida por um cão com raiva.
Exercício 7 A U L A

4
Observe a figura a seguir, que indica a variação na porcentagem de causas
de morte com o passar dos anos.

Que causas de mortalidade diminuíram? Por que isso aconteceu?


A UA UL L AA

5
5
Tá na mesa!

Q uando crianças, quase todos nós ouvimos


a frase “coma tudo, que é pra você ficar forte e poder crescer”. Nós a repetimos
até hoje para nossos filhos.

Por que será que comer nos faz crescer


crescer?

É comum, também, ouvirmos dizer que “devemos comer um pouco de cada


coisa”, que “não devemos fazer uma refeição com um só tipo de alimento”.
Mas por que isso é importante? Por que não é aconselhável que as crianças co-
mam apenas o que mais gostam, por exemplo, só batatas fritas ou só macarrão?
Em outras palavras: qual a importância de cada alimento para nosso corpo?

Alimentação x saúde

Será que sempre que comemos bastante estamos bem alimentados?


Há casos em que as pessoas comem uma quantidade de alimento suficien-
te para não sentir fome; algumas chegam até a ultrapassar o peso ideal, mas,
mesmo assim, seu organismo apresenta uma doença chamada desnutrição
desnutrição.
Essa doença é causada por uma alimentação inadequada, isto é, uma alimen-
tação que não fornece todos os tipos de nutrientes necessários ao bom
funcionamento de nosso organismo.
Os nutrientes Quando a quantidade de alimentos ricos em algum tipo de nutriente não
encontrados nos é suficiente, a pessoa apresenta um quadro de desnutrição. Esse quadro pode
alimentos são ser leve ou extremamente grave.
proteínas, lipídios,
carboidratos,
vitaminas e sais Em nosso país, estima-se que a desnutrição atinja 32 milhões de pessoas.
minerais.

A desnutrição é mais grave em crianças. Dependendo do grau de


subalimentação, elas podem ficar com alguns órgãos seriamente afetados,
como o cérebro, por exemplo. As crianças, assim como os adultos, precisam de
grande quantidade de nutrientes para assegurar o crescimento e a manutenção
das estruturas e órgãos que compõem seu corpo (músculos, ossos, coração,
fígado, intestinos, sangue, cabelos etc.).
Podemos discutir a desnutrição sob vários aspectos. Aqui, vamos A U L A
comentar dois tipos básicos: a desnutrição úmida e o marasmo
marasmo.

A desnutrição úmida é consequência de uma alimentação rica em carboidratos


5
(arroz, milho, batata, macarrão etc.), porém pobre em proteínas, gorduras
e vitaminas. Uma pessoa com esse tipo de alimentação não costuma apresentar
perda de peso, porque há acúmulo de água nas pernas, pé, rosto e abdome,
devido à falta dos outros nutrientes - daí o nome de “desnutrição úmida”.
Mesmo ingeridos em grande quantidade, os carboidratos não são capazes de
substituir as funções exercidas pelos outros tipos de substâncias. Os problemas
aparecem devido à falta de outros nutrientes, como proteínas, lipídios e vitami-
nas. Quando esses nutrientes não estão presentes nas refeições, faltam os
materiais necessários para construir ou recuperar as células do organismo.

As células são as unidades formadoras do corpo de todos os seres vivos.


São estruturas que só podemos ver se usarmos um microscópio. Com
esse instrumento, a imagem da célula pode ser aumentada muitas vezes.
No interior da célula ocorrem diversos processos que garantem
o funcionamento e a sobrevivência dos seres vivos.

membrana
citoplasma celular

núcleo microscópio

célula animal

Os sintomas da desnutrição úmida são: vermelhidão e descamação da pele,


perda de cabelo, pequena estatura, músculos reduzidos, braços finos, inchaço
(acúmulo de água) no rosto, abdome, pernas e pés.
Outro tipo de desnutrição é o marasmo. Essa doença ocorre quando a pessoa
não come a quantidade suficiente de nenhum tipo de nutriente, durante muito
tempo. A falta de alimentos ricos em carboidratos, proteínas, lipídios, sais
minerais e vitaminas provoca vários sintomas. A pessoa não cresce, fica muito
magra - com o peso abaixo do normal -, com freqüêcia adquire outras doenças,
fica com a pele ressecada e descamante, tem os músculos reduzidos e está sempre
com fome. A doença tem o nome de marasmo porque a pessoa fica sem
disposição para realizar suas atividades.

Exercício 1 Exercícios
Observe as figuras a seguir. Relen-
do a descrição dos dois tipos de
pessoa B
desnutrição, identifique qual das
pessoas está com marasmo e qual
está com desnutrição úmida.

A ....................................................... pessoa A

B .......................................................
A U L A Você vai descobrir que alimentos estão faltando para as pessoas A e B.
Para isso, é necessário observar a Tabela 1 e seguir as instruções das questões

5 2, 3, 4, 5 e 6.
TABELA 1 - QUANTIDADES DE CADA NUTRIENTE EXISTENTES EM ALGUNS ALIMENTOS

CONSUMIDOS N O BRASIL

ALIMENTO ENERGIA CARBOIDRATOS PROTEÍNAS LIPÍDIOS


FORNECIDA
(porção de 100 g) em Kcal (amido e açúcares) em g em g (gorduras e óleos) em g
Açúcar refinado 384 99,5 - -
Pão francês 269 58,0 10,0 2,0
Leite de vaca integral 61 4,6 3,2 3,7
Leite de vaca desnatado 38 4,1 3,2 0,2
Café (infusão com açúcar) 51 13,4 0,9 1,0
Abacate 186 6,0 2,2 17,0
Alface 19 3,0 1,3 0,2
Arroz polido cozido 167 32,3 2,1 2,9
Banana-nanica 97 23,0 1,2 0,5
Batata-inglesa cozida 80 17,9 1,8 0,1
Espinafre 26 3,8 2,8 -
Feijão cozido 67 12,2 4,4 0,3
Macarrão cozido 109 23,0 3,5 0,4
Queijo-de-minas 300 1,0 25,3 24,7
Carne seca de boi 441 - 42,0 29,0
Carne fresca de boi (magra) 141 - 21,5 6,1
Carne fresca de frango 118 - 22,0 3,3
Carne fresca de porco 200 - 18,1 15,9
Ovo de galinha 157 0,8 12,9 11,5
Peixe fresco 75 - 16,6 0,5
Sardinha enlatada 154 1,5 23,0 6,8
em água e sal
Mandioca cozida 149 36,0 0,8 0,3
Batata frita 274 36,0 4,3 13,2
Chocolate em barra 520 57,9 4,4 35,1
Caju 46 11,6 0,8 0,2
Laranja 42 10,5 0,8 0,2
Repolho 28 6,1 1,7 0,2
Cenoura crua 42 9,7 1,1 0,2
Azeite-de-dendê 878 0,4 - 99,1
industrializado
Margarina vegetal 720 0,4 0,6 81,0
Toucinho fresco 737 - 4,5 79,6
Massa de tomate 39 8,9 1,7 0,2
industrializada
Cerveja 43 5,2 - 0,3
Guaraná 31 8,0 - -

Os valores apresentados na tabela podem sofrer variações dependendo da


procedência do alimento. Alguns alimentos contêm também água e fibras, cujas
quantidades não estão indicadas na tabela.
Exercício 2 Exercícios
A U L A
Identifique os alimentos da Tabela 1 que possuem as maiores quantidades
de carboidratos. Assinale-os com uma bolinha ( ) do lado esquerdo da
tabela. Qual deles é o campeão em carboidratos? 5
..................................................................................................................................

Exercício 3
Selecione os alimentos mais ricos em proteínas. Marque um X à esquerda do
nome desses alimentos. Quais deles você está habituado a comer?
..................................................................................................................................

Exercício 4
Assinale com um D os alimentos da Tabela 1 que apresentam maiores
quantidades de lipídios.

Exercício 5
Qual dos alimentos assinalados com , X ou D fornece maior quantidade
de calorias?
..................................................................................................................................

Exercício 6
Que alimentos seriam indicados para a pessoa A recuperar a saúde? E para
a pessoa B?
..................................................................................................................................

Você sabia?

Que um balconista de 70 quilos precisa ingerir alimentos que lhe forneçam


cerca de 3.500 Kcal/dia? Isso porque a necessidade de alimentação diária
(24 horas) de uma pessoa com atividade física moderada (bancários, balconistas,
escriturários etc.) é de mais ou menos 50 Kcal por quilo de peso.
Você sabia que uma alimentação saudável deve ser composta por cerca de
60% de carboidratos, 20% de lipídios e 20% de proteínas?

As substâncias que formam nosso corpo

Por que cada nutriente tem um papel tão importante em nossa saúde? Vamos
conhecer um pouco melhor os carboidratos, os lipídios e as proteínas. Isso nos
ajudará a entender por que eles têm funções diferentes e tão importantes para nós.

Os carboidratos

Já vimos na Aula 1 a principal função dos carboidratos. Lá, discutimos a


importância dos nutrientes no processo de obtenção de energia
energia, essencial para
o bom funcionamento de nossas células. Alimentos como pães, doces, massas
etc., ricos em açúcar e amido (substâncias de reserva dos vegetais), são funda-
mentais para o suprimento energético do organismo. Eles garantem a energia
que utilizamos em todas as nossas atividades diárias, desde o trabalho físico
mais intenso até as funções que realizamos quando dormimos.
A U L A Quimicamente, os carboidratos são substâncias formadas por átomos de
carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O).

5 A Figura 3a, a seguir, representa a estrutura química do amido, um dos


carboidratos mais freqüentes em nossa alimentação. Nesse tipo de representa-
ção, cada letra indica um átomo. Assim, o número de vezes que cada letra aparece
no esquema e sua posição simbolizam a quantidade de átomos que compõem
essas substâncias e as ligações que cada átomo mantém com os outros. O amido
está presente em alimentos como o feijão, o arroz, o milho, o trigo, a mandioca,
a batata e todas as farinhas derivadas desses vegetais.

Figura 3a: glicose

Observe a Figura 3b e repare que as unidades formadoras do amido são


sempre iguais (não é necessário memorizar nenhuma fórmula).

Figura 3b: Fragmento de uma molécula de amido composta por unidades de glicose.
Esse é um esquema simplificado que suprime as letras para indicar todos os átomos.

O que se repete, em cada uma dessas unidades, é uma substância que você
também já conhece: a glicose. A glicose é encontrada em alguns alimentos, como
as frutas. Mas boa parte da glicose que nosso corpo utiliza é fornecida por
transformações do amido que comemos; ou seja, por meio da digestão o amido
ingerido é transformado em glicose e pode ser aproveitado por nossas células.

Os lipídios

Os lipídios formam um grupo químico muito importante para a boa saúde


do organismo. A gordura da carne de porco e dos óleos que usamos para
cozinhar são dois exemplos de lipídios. Essas substâncias também nos fornecem
energia, assim como os carboidratos, mas exercem ainda diversas funções em
nosso corpo. Vamos destacar três dessas funções.

· A mais conhecida de todas é a de servir como reservatório de energia


energia. Uma
parte da energia produzida a partir dos alimentos que comemos não é
utilizada imediatamente. Ela é transformada em gordura e armazenada,
para ser utilizada no momento em que o organismo precisar suprir
energeticamente nossas células. O principal local de armazenamento dessa
gordura fica sob a pele: é o tecido adiposo, cujo acúmulo faz as pessoas
engordarem.

· Outra função dos lipídios é a formação da camada que envolve a célula


célula.
A membrana celular é formada por lipídios e proteínas.
· A terceira função dos lipídios é sua relação com as vitaminas
vitaminas. Algumas A U L A
vitaminas, como a A, D, E, e K, só podem ser absorvidas pelo organismo
quando há lipídios no intestino.
5
A Figura 4 mostra a composição química de um lipídio. Compare-a com
a Figura 3a, que representa a glicose.

Figura 4: Exemplo de uma molécula de lipídio.

Exercício 7 Exercícios
Os átomos que compõem as duas substâncias são do mesmo tipo?
..................................................................................................................................

Exercício 8
Eles aparecem nas mesmas quantidades?
..................................................................................................................................

Exercício 9
As combinações entre eles são semelhantes?
..................................................................................................................................

Exercício 10
O formato das duas moléculas é igual?
..................................................................................................................................

São diferenças desse tipo que conferem às substâncias propriedades e


funções diferentes. É por causa de diferenças como essas que os carboidratos, por
exemplo, não podem substituir os lipídios.

As proteínas

As proteínas são substâncias formadas por várias unidades chamadas


aminoácidos
aminoácidos. Quimicamente, os aminoácidos são constituídos por carbono (C),
hidrogênio (H), oxigênio (O) e nitrogênio (N). Alguns são formados também por
enxofre (S).
A U L A

Figura 5a: Fragmento de uma proteína.

Figura 5b: Representação de um aminoácido.


A letra R indica uma parte variável da molécula.

Observando as figuras acima, percebemos que cada uma dessas unidades


tem semelhanças e diferenças. Elas podem ter número e tipos de átomos
diferentes, mas em todas elas há um conjunto de átomos de nitrogênio (N) e de
átomos de hidrogênio (H), que se arranjam de forma regular. Esse arranjo dos
átomos de N e de H recebe o nome de grupo amina amina. Existe também outra
regularidade: em todas as unidades que formam as proteínas, há um conjunto de
átomos de carbono (C), oxigênio (O) e hidrogênio (H), arranjados da mesma
maneira. Esse é o grupo ácido
ácido. As unidades formadoras das proteínas chamam-
se aminoácidos
aminoácidos, por terem um grupo amina e um grupo ácido.
Localize nas figuras acima a posição dos grupos amina e dos grupos ácido,
de cada unidade.
Os aminoácidos são capazes de se ligarem e formarem moléculas de vários
tamanhos e funções. Assim, existem proteínas com estruturas simples (poucas
unidades ligadas), e proteínas com estruturas complexas, compostas por
milhares de aminoácidos.
As proteínas desempenham várias funções no corpo dos seres vivos. A U L A
Vamos relacionar algumas delas.
A membrana celular, além de possuir lipídios em sua composição, contém
também proteínas, o que favorece o controle da entrada e saída de substâncias 5
na célula.
São as proteínas, auxiliadas pelos lipídios, que dão às células a capacidade
de alterarem seu formato, sem se romperem, e de resistirem a pressões internas
e externas. O próprio movimento dos glóbulos brancos existentes no sangue
(veja Aula 4) só é possível devido às propriedades das moléculas de proteínas
que eles possuem, tanto na membrana celular como no citoplasma.
Além de sua função estrutural (isto é, de fazer parte da estrutura das células),
as proteínas são reguladoras de processos bioquímicos
bioquímicos. Cada uma das reações
que ocorrem em nossas células - como as reações de digestão, para transformar
os alimentos que ingerimos, as reações para obter energia, as reações para
acumular gorduras e aquelas para aproveitar a energia armazenada nas gordu-
ras - são realizadas por enzimas. Todas as enzimas são constituídas de proteínas.
Vários hormônios, que agem para estimular ou controlar a produção de substân-
cias por nosso organismo, também são formados por proteínas.
As proteínas participam, também, do combate aos invasores de nosso
corpo
corpo, uma vez que formam os anticorpos que atuam em nossa defesa.

Você sabia?
Que o cabelo é uma proteína? E que os cabelos encaracolados possuem
maior quantidade de aminoácidos com enxofre do que os cabelos lisos?

Formamos as nossas proteínas, específicas para cada função, a partir da


transformação das proteínas que ingerimos com os alimentos.

Exercício 11 Exercícios
Cite duas funções de nosso organismo que ficariam prejudicadas se deixás-
semos de ingerir proteínas em nossas refeições.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Atividade prática: a ação de uma enzima

Se você tiver água oxigenada (10 volumes) e batata crua disponível em


sua casa, poderá realizar uma experiência para constatar o efeito de uma
enzima presente nos seres vivos: a catalase.
Coloque um pouco de água oxigenada em dois copos pequenos e trans-
parentes.
Corte um pedaço de batata crua (aproximadamente meia fatia) em
pequenos pedaços. Coloque essa batata picada em um dos copos com
água oxigenada.
A U L A

Compare o que acontece nos dois copos.


Descreva o que observou.

A batata crua, assim como nossas células, possui uma enzima chamada
catalase, que aumenta a velocidade de degradação (quebra) das molécu-
catalase
las de água oxigenada, transformando-as em água e oxigênio gasoso. As
pequenas bolhas de gás, que estão subindo no copo contendo a batata
crua cortada, são compostas por oxigênio (um dos gases da atmosfera).
O esquema abaixo representa quimicamente o que está acontecendo no
copo com a batata crua.

H2O2 catalase® H2O + O2


água oxigenada água oxigênio

Talvez você já tenha observado que ao colocarmos água oxigenada


sobre um ferimento acontece algo parecido com o que você observou no
copo com a batata - há desprendimento de bolhas. É por causa dessas
bolhas que a água oxigenada serve como desinfetante para ferimentos.
O oxigênio, em alta concentração, pode matar alguns micróbios causa-
dores de doenças.

As vitaminas e os sais minerais

As vitaminas são substâncias que não podem faltar em nossa dieta


alimentar. São necessárias em pequenas quantidades, mas sua ausência
provoca doenças como o raquitismo, o escorbuto, a anemia, a cegueira
noturna, a pelagra (descamação da pele), a polineurite (inflamação nos nervos)
e outras.
Os sais minerais são substâncias encontradas na natureza. Exemplos: cálcio,
ferro, fósforo, potássio, magnésio, sódio, cloro etc. Assim como as vitaminas, são
necessários em pequenas quantidades e, por isso, são chamados de
micronutrientes
micronutrientes.
As vitaminas e os sais minerais são indispensáveis para o bom funcionamen-
to dos processos bioquímicos (responsáveis pela formação, crescimento e funci-
onamento das células e dos tecidos de nosso corpo), e dos quais participam as
proteínas, os lipídios e os carboidratos.
Analise a Tabela 2, que indica os alimentos que contêm vitaminas e sais
minerais, as funções que exercem e os efeitos de sua falta em nosso corpo.
TABELA 2 A U L A

5
VITAMINAS E ALIMENTOS EM QUE FUNÇÕES SINAIS E SINTOMAS
SAIS MINERAIS SÃO ENCONTRADOS FISIOLÓGICAS DE AVITAMINOSE
A Fígado de vaca, manteiga, Crescimento, formação e Problemas de pele e das
leite, gema de ovo, queijo, proteção da pele, aumen- mucosas, olhos ressecados, di-
manga, salsinha, cenoura, ta a resistência das ficuldade em enxergar à noi-
espinafre, brócolis. mucosas às infecções, te, suscetibilidade a infecções,
responsável pela forma- tendência à formação de pe-
ção de substâncias que dras nos rins.
auxiliam a visão.
B Legumes, verduras, frutas, Proteção dos nervos e do Inflamação nos nervos, pertur-
carnes, leite, peixe, queijo, coração, metabolismo bações gastrointestinais, insu-
feijão, fígado, salsicha, ovo, dos carboidratos, forma- ficiência cardíaca, anemia, pro-
mandioquinha, jiló, abacate. ção de células do sangue. blemas no metabolismo dos
carboidratos.
C Fígado, batata, caju, limão, Protege contra doenças Inflamação da pele, mucosas
laranja, banana, goiaba, mo- contagiosas, protege os e gengivas (escorbuto), dege-
rango, verduras, legumes e dentes. neração dental e enfraqueci-
outras frutas. mento geral.
D Peixe, fígado, ovo, leite, Protege ossos e dentes Inibição do crescimento dos
queijo, manteiga. (absorção de cálcio e ossos, raquitismo, problemas
fosfato). no metabolismo do cálcio e do
fósforo.
E Óleos, ovo, leite, germe de Normalização do cresci- Anemia, abortos, esterilidade
trigo, leguminosas. mento e da produção de e problemas neuromusculares.
células.
K Verduras, legumes, frutas, Coagulação normal do Hemorragias (perda de san-
óleos vegetais. sangue. gue).
Cálcio Leite, queijo, carne, peixe, Formação dos ossos e Raquitismo, dificuldade de
castanha-do-pará, couve, dentes, auxilia o bom coagulação sangüínea e dores
ovo. funcionamento dos ner- musculares.
vos e músculos e permite
a coagulação do sangue.
Ferro Carne, fígado, feijão, lenti- Indispensável para a for- Anemia.
lha, queijo, ovo, castanha- mação do sangue.
do-pará, figo seco, amen-
doim e verduras de folhas
verde-escuras.
Iodo Alimentos do mar (peixes, Essencial para o bom fun- Bócio (papo). A falta de iodo
siri, caranguejo, camarão cionamento da tireóide. na comida da mulher grávida
etc.), carne, presunto, salsi- Evita o bócio (papo). pode fazer o bebê nascer com
cha, fígado e sal iodado. cretinismo (o bebê nasce com
retardo mental).

Como você deve ter percebido, todos os tipos de nutrientes são importantes
e devem compor a dieta diária das pessoas. Somente com uma alimentação
equilibrada estaremos menos sujeitos a problemas de saúde.
Exercícios
A U L A Exercício 12
Suponha que uma pessoa tome comprimidos de vitamina K, mas não coma

5 a quantidade suficiente de lipídios.


a) Ela poderá aproveitar essa vitamina?
.............................................................................................................................
b) Que sintomas ela apresentará?
.............................................................................................................................

Exercício 13
Cite os dois alimentos que aparecem mais vezes na Tabela 2. Que vitaminas
e sais minerais eles possuem?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Quadro- Ao completar o quadro abaixo, você estará fazendo um resumo das princi-
síntese pais idéias apresentadas nesta aula.
SUBSTÂNCIAS QUE FUNÇÕES EM POSSÍVEIS PROBLEMAS
COMPÕEM O ORGANISMO NOSSO ORGANISMO QUANDO HÁ CARÊNCIA
proteínas

lípidios

carboidratos

sais minerais e vitaminas

Exercícios Exercício 14
Escolha, entre os indicados na Tabela 1, três alimentos dos quais você mais
gosta. Eles fornecem carboidratos, proteínas e gorduras?

Exercício 15
Uma pessoa, no café da manhã, tomou café com açúcar, pão e manteiga.
Sugira um alimento que essa pessoa deva comer no almoço, para balancear
sua dieta com relação às proteínas.

Exercício 16
Indique uma boa razão para introduzirmos frutas e verduras em nossa dieta.
AUU
A L AL A

6
6
Minha filha está
ficando uma moça!

O
que faz as meninas se transformarem em
mulheres? O que acontece com seu corpo?
Em geral, todos nós, homens e mulheres, somos capazes de lembrar muito
bem do período da adolescência. Ele costuma ser muito marcante, devido às
diversas transformações que ocorrem tanto em nosso físico como em nossas
atitudes e sentimentos.
O período de transformação física que acontece entre a infância
e a adolescência é chamado de puberdade
puberdade. Varia de pessoa para pessoa, A puberdade
podendo começar em diferentes idades. Essa variação depende ainda do sexo, feminina inicia-se
da herança genética, da raça, da alimentação e de fatores ambientais. entre os 9 e 13
Nesta aula, vamos falar daquela idade em que as meninas provocam anos de idade, mas
comentários do tipo: “Nossa, ela está uma moça!” “Sua filha já ficou mocinha?” existem casos que
“Puxa, aquela menina mudou tanto, virou uma mulher!” fogem dessa
média.
Às vezes, esses comentários são recebidos pelas garotas com satisfação
Os meninos iniciam
e orgulho, pois acompanham também mudanças de interesses e preocupações
o período de
(vaidade, namoros etc.). Outras vezes, a rapidez e a intensidade das transforma- puberdade entre os
ções provocam insegurança na menina, diante de tanta novidade com seu 11 e os 15 anos.
próprio corpo.
Qual a importância dessas transformações? O que faz com que elas
aconteçam?

Exercício 1 Exercícios
Observe as figuras a seguir, que representam
uma menina de oito anos e uma adolescente
de quinze. Tente identificar as principais dife-
renças entre elas.
...............................................................................
...............................................................................
...............................................................................
...............................................................................
...............................................................................
...............................................................................
...............................................................................
............................................................................... Figura 1: Figura 2:
menina adolescente
............................................................................... de 8 anos de 15 anos
A U L A Além das modificações representadas nas figuras, a pele fica mais gordu-
rosa - é comum aparecerem espinhas. Os pêlos começam a se tornar mais

6 numerosos e a engrossar, não só nas axilas e na região dos órgãos sexuais, mas
também nas pernas, braços e, às vezes, no buço (bigodinho).
Como você deve ter notado na Figura 2, os quadris e as pernas engrossam
e as mamas crescem. Além disso, a adolescente é mais alta que a menina.

O que representam todas essas modificações?

Na verdade, a menina está passando da fase infantil para a fase adulta.


Em termos biológicos, o que diferencia uma da outra é, principalmente,
a capacidade que o adulto tem de se reproduzir. Parte das modificações que
ocorrem na puberdade está relacionada ao início da atividade sexual
e à preparação para a reprodução.
Por exemplo, as mudanças ósseas, como o aumento da estatura e o
alargamento do quadril, estão relacionadas à gestação (porte físico para
suportar o crescimento de um embrião) e ao parto (o alargamento da bacia da
mãe facilita o parto natural). As mamas produzirão leite para alimentar o bebê.
Parte das alterações físicas, como o arredondamento do quadril e das pernas
femininas, constituem características que diferenciam homens e mulheres
e podem funcionar como atrativos sexuais.

Apesar de tantas modifica-


ções do corpo, o episódio mais
marcante desse período é a pri-
meira menstruação, que chama-
mos de menarca
menarca. A menstrua-
ção está relacionada ao amadu-
recimento dos órgãos internos,
como ovários, trompas, útero
e vagina.

Será que a menstruação


(ou menarca) também está rela-
cionada à preparação da mulher
para a reprodução? trompas
de Falópio

A mulher se torna capaz útero


ovários
de gerar filhos a partir do mo-
vagina
mento em que a menstruação
passa a ser regular. A menstru-
ação, ou seja, a perda de sangue
pelo canal da vagina, é o térmi-
no de um processo interno, que
ocorre com frequência regular
e que prepara o organismo para
a fecundação, produzindo o ga-
meta feminino (óvulo) e as con-
dições para o encontro com Figura 3: Aparelho genital feminino.
o espermatozóide.
Identifique, na Figura 3, os dois ovários. Os ovários produzirão, todo mês, Exercícios
A U L A
um óvulo, que é a célula reprodutiva feminina. O ovário libera esse óvulo numa
das trompas de Falópio, onde poderá ocorrer a fecundação
fecundação.
6
Observe na Figura 4 o percurso
trompa de
Falópio
que o óvulo faz, saindo do ovário.
O óvulo, fecundado ou não, é leva-
do até o útero graças a movimentos
ovário produzidos pelas trompas. Se houver
óvulo
a fecundação, o bebê se desenvolverá
Figura 4: O óvulo é empurrado
no útero. Caso contrário, o óvulo não
pelo movimento dos cílios fecundado será eliminado pela mens-
da trompa até o óvulo. truação.

Localize na Figura 3 por onde são eliminados a menstruação e o óvulo não


fecundado. Identifique também o local onde se desenvolve o feto, caso o óvulo
seja fecundado pelo espermatozóide.
Uma vez conhecida a importância das modificações que ocor-
rem no corpo da mulher, resta saber como elas são provocadas
provocadas.
O corpo de homens e mulheres produz muitas substâncias hipófise
químicas que regulam o organismo. Algumas delas são chamadas
hormônios
hormônios. No caso das modificações da puberdade feminina, os
hormônios envolvidos são produzidos pela hipófise e pelos ovários
ovários.
A hipófise é uma glândula localizada na cabeça, logo abaixo do
cérebro. Veja a Figura 5 a seguir.
Numa determinada fase da vida (por volta dos nove anos), a
hipófise inicia a produção de dois hormônios: o FSH (hormônio
folículo estimulante) e o LH (hormônio luteinizante). Ao mesmo
tempo, aumenta a produção de hormônio do crescimento (SH) (SH).
Observe o diagrama a seguir. Figura 5: Localização da hipófise.

PRODUÇÃO E AÇÃO DOS HORMÔNIOS

HIPÓFISE

hormônio do LH
crescimento (SH)
FSH

ovário ovário


alargamento alongamento
da bacia dos ossos ovário ovário

produção de
progesterona

liberação
produção amadurecimento do óvulo

de estrógeno do óvulo
quadris largos
útero (espessamento
(deposição

e irrigação do

de gordura) ▲ mamas
▲ endométrio)

pêlos voz
vagina aguda
(lubrificação e
sensibilidade)
Exercícios
A U L A Exercício 2
Observe com atenção o diagrama da produção e ação dos hormônios

6 e responda:

a) Que hormônio provoca o amadurecimento dos óvulos?


.............................................................................................................................

b) Esse mesmo hormônio age sobre o ovário, estimulando a produção


de outro hormônio. Qual?
.............................................................................................................................

c) Com base no diagrama, relacione as alterações que são causadas pelo


hormônio chamado estrógeno estrógeno.
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

d) Qual é o hormônio produzido pela hipófise, que determina a liberação


do óvulo pelo ovário e estimula a produção de progesterona?
.............................................................................................................................

e) De acordo com o diagrama, qual a ação da progesterona?


.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

f) A hipófise produz também o hormônio de crescimento. Qual sua ação


nas transformações que ocorrem na puberdade feminina?
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

Mas a partir de que momento a mulher passa a ser capaz de ter filhos?

Quando todo esse conjunto entra em pleno funcionamento, a produção dos


gametas femininos, ou seja, dos óvulos, passa a ocorrer em ciclos regulares.
A cada intervalo de aproximadamente um mês, um dos ovários libera um óvulo.
Os órgãos internos femininos se preparam para a fecundação e o desenvolvi-
mento do feto. Caso não ocorra a fecundação, a mulher menstrua, eliminando
Endométrio é a o endométrio e o óvulo não fecundado.
camada de células O período de tempo entre uma menstruação e outra é denominado ciclo
que reveste a menstrual e varia bastante de uma mulher para outra (muitos livros falam
cavidade do útero. em 28 dias, mas pode variar entre 20 e 40 dias).
O espessamento
dessa camada e a
intensa irrigação
Nem todas as mulheres têm o ciclo menstrual regular. Isso significa que
sangüínea dessa
região produzem as
o período menstrual pode variar muito.
substâncias e as
células que
acomodam o Durante cada ciclo menstrual ocorrem alguns fenômenos, tanto no ovário
embrião ou são como no útero. Acompanhe os esquemas da página 49. O Gráfico A representa
eliminadas na a quantidade de FSH e LH que a hipófise produz, e o Gráfico B mostra
menstruação. a quantidade de estrógeno e progesterona produzida pelo ovário.
A U L A

Exercício 3 Exercícios
O primeiro fenômeno que acontece é o aumento da produção do hormônio
FSH. De acordo com o Gráfico A, em que período é maior a quantidade de
FSH?
..................................................................................................................................

Exercício 4
No diagrama da produção e ação dos hormônios, nesta página, você viu que
o FSH provoca o amadurecimento do óvulo. Localize no Gráfico A o período
em que o óvulo deve estar maduro. Isso ocorre antes ou depois do 14º dia?
..................................................................................................................................
A U L A Exercício 5
No diagrama da produção e ação dos hormônios, você aprendeu que o

6 hormônio LH estimula a liberação do óvulo. Consultando o Gráfico A,


indique a partir de que dia do ciclo menstrual o óvulo deve ser liberado
pelo ovário.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 6
O Gráfico B indica a produção de estrógeno e progesterona pelo ovário.
Analisando a curva do estrógeno e considerando suas funções, indique:

a) O período do ciclo em que haverá maior sensibilidade e lubrificação da


vagina.
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

b) Esse período é próximo da liberação do óvulo?


.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

Exercício 7
Considerando que os gametas (óvulos e espermatozóides) duram poucos dias,
em que período do ciclo menstrual são maiores as chances de fecundação?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O momento da liberação do óvulo coincide com o período de maior


sensibilidade e lubrificação vaginal. Tais condições melhoram a receptividade
e as chances de sobrevivência dos espermatozóides, aumentando a probabilida-
de de fecundação do óvulo. Esse é o chamado período fértil do ciclo menstrual.
Você viu, no diagrama da produção e ação dos hormônios, que uma das
ações da progesterona é desenvolver o endométrio, tornando a parede do útero
mais espessa e mais irrigada. Isso ajuda a fixar o embrião e a formar a placenta.
Se o óvulo não for fecundado, cessa a produção de progesterona. Com um nível
de progesterona mais baixo, deixa de haver estímulo para manter a parede
do útero espessa e irrigada.

Exercícios Exercício 8
Localize no Gráfico B quando deverá acontecer a menstruação, ou seja,
quando ocorrerá a eliminação do endométrio.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Atenção! A U L A

Embora a mulher perca certa quantidade de sangue durante a menstruação,


e esse período possa ser acompanhado de muito mal-estar, a menstruação não 6
é uma doença. Ao contrário, é sinal de funcionamento saudável do organismo
feminino.
Durante a menstruação, os cuidados com a higiene corporal (tomar banho,
lavar a cabeça etc.) não devem ser negligenciados ou interrompidos.
Muitas mulheres sentem cólicas durante a menstruação, devido a contra-
ções no útero. É comum também que algumas mulheres manifestem sintomas
como depressão, ansiedade, tensão, nervosismo, inchaço, dores no corpo, dores
de cabeça, enjôos etc. Tudo isso ocorre em função da alteração da quantidade de
hormônios, que agem também sobre outras funções do organismo.

Em muitos animais, todas as transformações físicas da infância para a vida


adulta ocorrem devido a modificações nos níveis hormonais. É a preparação
para a reprodução e o cuidado com os filhotes. Também na espécie humana, as
modificações da puberdade têm o papel de preparar o adulto para uma vida
sexualmente ativa.
Embora o organismo esteja fisicamente pronto para a atividade sexual após
a puberdade, essa atividade não depende exclusivamente de alterações físicas.
Há fatores como cultura, religião, família, maturidade psicológica etc., que
também condicionam o início da vida sexual. As modificações anatômicas e
fisiológicas, trabalhadas ao longo do texto, fazem parte do estudo da biologia.
Para estudar melhor os outros aspectos, é preciso o auxílio de ciências como
sociologia, psicologia, história, filosofia etc.
É importante salientar que, a partir da puberdade e do início de uma vida
sexualmente ativa, a mulher deve consultar um ginecologista regularmente,
para prevenir e tratar eventuais infecções, receber orientação sobre os métodos
anticoncepcionais mais adequados e, principalmente, para a prevenção do
câncer de mama e de colo do útero.

Agora observe as figuras a seguir. Cada uma representa uma modificação Quadro-
que ocorre na puberdade. Escreva em cada uma qual o hormônio responsável síntese
pela modificação.

MODIFICAÇÕES MODIFICAÇÕES MODIFICAÇÕES MODIFICAÇÕES MODIFICAÇÕES MODIFICAÇÕES

Crescimento Deposição de Crescimento Amadurecimento Liberação do Aparecimento


das mamas gordura nos ósseo do óvulo óvulo de pêlos no
quadris e (estatura e púbis e axilas
pernas quadris)
HORMÔNIO HORMÔNIO HORMÔNIO HORMÔNIO HORMÔNIO HORMÔNIO
Exercícios
A U L A Exercício 9
Determinadas quantidades de estrógeno inibem a produção de FSH,

6 assim como certas quantidades de progesterona inibem o LH. A pílula


anticoncepcional é composta de estrógeno e progesterona. As pílulas
devem ser tomadas todos os dias, durante 21 dias, e a mulher deve parar
de tomá-las durante 7 dias, para que ocorra a menstruação. Consideran-
do esses dados, responda:

a) Por que a pílula impede a gravidez?

b) Por que, mesmo tomando pílula, a mulher menstrua? E por que,


para menstruar, ela precisa parar de tomar a pílula?
AUU
A L AL A

7
7
Posso fazer a barba?

V ocê estudou na Aula 6 as transformações


que acontecem durante a puberdade feminina. Agora chegou a hora de falarmos
da puberdade masculina
masculina. Para os meninos, a puberdade começa um pouco mais
tarde, dos 11 aos 15 anos.

Mas será que as transformações são as mesmas para meninos e meninas?


O que é responsável por essas transformações no caso dos meninos?

Quando a puberdade se inicia, os meninos notam que seus testículos


e seu pênis aumentam de tamanho e sofrem mudanças na aparência.

Figura 1 Figura 2 Figura 3

Exercício 1 Exercícios
Nas figuras acima, vemos os órgãos sexuais de um menino de 9 anos,
de um jovem de 14 anos e de um homem de 25 anos. Indique as idades
em cada uma das figuras e observe as diferenças.

Mas não é só na parte externa que os órgãos sexuais sofrem transformações.


Os órgãos internos também mudam e começam a funcionar. Os testículos
passam a produzir hormônio chamado testosterona e os espermatozóides
(as células reprodutivas masculinas).
A U L A Lembre-se de que os hormônios são substâncias transportadas a muitas
partes do corpo, para regular seu funcionamento.

7 Com as mudanças da puberdade, o pênis adquire maior sensibilidade


e passa a funcionar como órgão reprodutivo. Quando o garoto fica sexualmente
excitado, seu pênis se enche de sangue e endurece. A este processo damos
o nome de ereção
ereção.
As ereções já acontecem antes da puberdade, mas agora começam
a ser acompanhadas da ejaculação
ejaculação, que ocorre quando o estímulo sexual atinge
sua maior intensidade. A ejaculação é a expulsão de um líquido chamado sêmen
sêmen,
que contém os espermatozóides. Ela ocorre durante a relação sexual ou então
provocada pela manipulação do pênis.

Atenção!
A masturbação é uma forma de auto-satisfação natural, tanto para
os homens, quanto para as mulheres. Não causa doenças, problemas de saúde,
aumento ou diminuição da potência sexual.

A produção de sêmen

Observe, na Figura 4, o nome dos órgãos que compõem o aparelho reprodutor


masculino, e acompanhe o caminho que os espermatozóides percorrem antes de
serem liberados na ejaculação.

APARELHO REPRODUTOR MASCULINO

ureter
bexiga urinária

vesícula seminal

uretra
próstata

glande canal deferente


epidídimo

testículo

Figura 4: As flechas indicam o caminho dos espermatozóides.

Exercícios Exercício 2
Depois de fabricados dentro dos testículos, os espermatozóides passam
por dois outros órgãos, nos quais são produzidos os líquidos que formam
o sêmen. Acompanhando o caminho dos espermatozóides na figura 4,
identifique esses órgãos e escreva seus nomes.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Mas como esses órgãos sabem que é hora de começar a funcionar? A U L A

A fabricação de testosterona e espermatozóides é um processo diretamente


ligado à liberação de hormônios produzidos pela hipófise - já estudados 7
em nossa aula anterior. Consulte de novo aquela aula para lembrar a localização
da hipófise e o nome dos hormônios que ela produz.
Embora os hormônios secretados pela hipófise sejam os mesmos
para homens e mulheres, alguns desses hormônios funcionam de maneira
bem diferente no organismo masculino e no feminino.

Exercício 3 Exercícios
Escreva qual a ação do FSH e do LH no corpo das mulheres, para poder
compará-la com a ação que eles têm no corpo dos homens.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

No organismo masculino, o FSH age na formação de espermatozóides,


enquanto o LH estimula a fabricação de testosterona pelos testículos.
Mas já que estamos falando de hormônios, é interessante conhecer os efeitos
da testosterona, pois ela é fundamental na atividade reprodutiva e nas transfor-
mações ocorridas na puberdade masculina.
O aumento de tamanho dos testículos é a primeira mudança visível.
Ela ocorre porque os testículos começam a produzir a testosterona, da qual
dependem quase todas as transformações da puberdade.
A testosterona age sobre a produção de espermatozóides, é responsável,
juntamente com o FSH, por fazer o pênis crescer e funcionar, provoca
o engrossamento da voz, o aparecimento de pêlos (próximo aos órgãos sexuais,
nas axilas, no rosto, no peito etc.) e o aumento de secreção das glândulas
sebáceas.

Quando a secreção de sebo aumenta, aparecem os cravos e as espinhas


característicos da adolescência.

A testosterona também influencia o pa-


drão de distribuição dos músculos e das
gorduras, deixando os ombros e o tórax dos
rapazes mais largos que os quadris. A quan-
tidade de músculos também aumenta, em
diferentes partes do corpo, tornando o ho-
mem adulto mais forte que o menino.

Figura 5: Características sexuais secundárias no adolescente.


Exercícios
A U L A Exercício 4
Releia os três últimos parágrafos e, acompanhando com a observação

7 da Figura 5, identifique as transformações causadas pela testosterona.


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Não são apenas as características físicas que sofrem influência dos hormônios
sexuais (estrógeno e testosterona). Sabe-se que eles podem influenciar também
o comportamento. Tanto nos homens como nas mulheres, esses hormônios
são responsáveis pelo aparecimento dos impulsos sexuaissexuais.

A testosterona não é um hormônio exclusivamente masculino, assim como


o estrógeno não é exclusivamente feminino: estão presentes nos dois sexos
e é a quantidade que faz a diferença. O homem tem mais testosterona do que
a mulher, enquanto a mulher tem mais estrógeno que o homem.

Além das transformações físicas e comportamentais, nota-se nos adoles-


centes um crescimento muito acelerado, que provoca assombro e comentários:
“Nossa, como ele cresceu! Outro dia era um menino e já é um homem”.
O crescimento também é estimulado pela ação de hormônios, neste caso, pelos
hormônios de crescimento
crescimento. Eles já circulam pelo organismo durante
a infância, mas a hipófise passa a produzi-los em maior quantidade
na puberdade. A testosterona também dá sua mãozinha no crescimento: ajuda
no alongamento e na calcificação dos ossos.

Exercícios Exercício 5
Agora você poderá verificar se aprendeu qual o papel de cada hormônio
no organismo masculino, a partir da puberdade. Complete o diagrama a
seguir. Se encontrar dificuldades, releia a aula até este ponto.
Exercício 6 A U L A
Podemos tentar responder à pergunta do início do texto: será que as
transformações são as mesmas para meninos e meninas, durante a
puberdade
puberdade? 7
Você mesmo poderá responder, comparando cada caso. Complete o quadro abaixo
com as mudanças físicas da puberdade e depois tente responder à pergunta.

RAPAZES MOÇAS

..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Se você encontrou semelhanças e diferenças, acertou.


A aparência física, a ação do LH e do FSH, e a quantidade de estrógeno
e testosterona são diferentes. Por outro lado, as razões dessas mudanças são
as mesmas, tanto para os rapazes como para as moças, como já foi discutido.
Uma das diferenças importantes entre homens e mulheres é que as mulhe-
res têm um ciclo menstrual e estão férteis somente durante um curto período
deste ciclo. Os homens mantêm os níveis hormonais constantes e produzem
espermatozóides continuamente. O homem permanece fértil ao longo de todos
os dias: seus espermatozóides podem fecundar um óvulo em qualquer período
do mês, desde que sua parceira esteja em período fértil.
Não devemos esquecer que, em ambos os sexos, as mudanças ocorrem em
conseqüência da atividade dos hormônios. São eles os responsáveis pelas
mudanças físicas, e há quem diga que são também capazes de provocar altera-
ções psicológicas, como o caráter contestador e rebelde dos adolescentes. Entre-
tanto, os especialistas não sabem dizer se há e quais são as transformações
psicológicas provocadas pelos hormônios. Essa indefinição se explica pela
dificuldade de saber quais são os comportamentos influenciados por aspectos
biológicos, e quais são aqueles condicionados por fatores sociais, culturais,
religiosos etc. O mais provável é que haja uma influência de fatores combinados
na composição do comportamento dos indivíduos.

Dica

É aconselhável que os homens consultem periodicamente um urologista.


Assim, estarão cuidando do bom funcionamento de seu organismo, além de
fazer exames para detectar e tratar o câncer de próstata. Esse tipo de câncer
aparece, principalmente, nos homens com mais de 50 anos e só tem cura quando
diagnosticado no estágio inicial.
Quadro-
A U L A a) Quais são os principais responsáveis pelas mudanças físicas que ocorrem
síntese durante a puberdade masculina?

7 ..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

b) Relacione a coluna dos hormônios com a coluna das modificações, traçando


linhas que mostrem a correspondência entre ambos.

HORMÔNIOS MODIFICAÇÕES

LH l produção de espermatozóides
l produção de testosterona
l crescimento do pênis
FSH l aparecimento de pêlos
l engrossamento da voz
l aumento da secreção de sebo
Testosterona
l distribuição da musculatura e gordura
l aumento de estatura
Hormônios de crescimento l aumento da musculatura

Exercícios Exercício 7
Levando em conta que os testículos são responsáveis pela produção
de espermatozóides e de testosterona, quais seriam as conseqüências
da retirada dos testículos (castração) antes da puberdade?
AUU
A L AL A

8
8
A patroa quer
emagrecer

A
ndando pela rua, você passa em frente a
uma farmácia e resolve entrar para conferir seu peso na balança. E aí vem aquela
surpresa: uns quilinhos a mais, ou, em outros casos, a menos.
Porém, nesse mundo feito para os magros (as modelos que o digam), o grande
problema são aqueles quilos a mais, que provocam os pneus, barriga e culote.
Mas por que algumas pessoas vivem fazendo regime e lutando para perder
as indesejáveis gordurinhas, sem sucesso?
Antes de mais nada, é preciso esclarecer que as causas do excesso de peso são
muitas. E algumas dessas causas são tema de calorosas discussões entre os
cientistas.

O excesso de peso pode causar uma série de distúrbios, entre os quais:


· problemas cardiovasculares;
· distúrbios ortopédicos;
· distúrbios psicológicos;
· diabetes.

Para iniciar a explicação, vamos recapitular a Aula 1, na qual estudamos


caloria e energia. Sabemos que utilizamos os alimentos para obter energia,
necessária para desempenharmos nossas atividades.

Exercício 1 Exercícios
a) Considerando a quantidade de alimentos ingeridos e o gasto energético,
como o corpo ganha peso?
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

b) A partir dessa relação entre a quantidade de alimentos ingeridos e o gasto


energético, sugira uma forma de emagrecer.
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
A U L A Uma das formas de obter energia é utilizar as reservas de gordura - algo
que o organismo faz quando gasta mais calorias do que aquelas que consegue

8 nas refeições. Assim, a fórmula para emagrecer é: zíper na boca


boca! Se ingerirmos
uma quantidade de energia menor do que necessitamos, iremos queimar
gorduras. Veja as figuras a seguir.

Mas você pode preferir outra forma de emagrecer: malhar


malhar!
Aumentando a atividade física, você estará utilizando a energia excedente,
e vai então passar a consumir as gorduras armazenadas no tecido adiposo. Veja
figuras abaixo.

Mas a questão não é tão simples assim. Algumas vezes, os problemas do


excesso de peso têm causas relacionadas com a disfunção de alguns órgãos
órgãos.

LOCALIZAÇÃO DA TIRÓIDE

O primeiro caso de disfunção


de órgãos que estudaremos é o da
glândula chamada tiróide ou tireóide
tireóide.
Ela produz hormônios responsáveis
pelo metabolismo de nosso organis- laringe
mo. A figura ao lado mostra a localiza- tiróide
ção da tiróide.
traquéia

O que será esse tal metabolismo?


Metabolismo é qualquer trabalho realizado pela célula. Veja alguns
exemplos:
· Na Aula 1, vimos que as células utilizam carboidratos para obter
energia.
· A contração dos músculos produz calor, como estudamos na Aula 2.
Exercício 2 Exercícios
A U L A
Escreva exemplos de atividades metabólicas mencionadas nas aulas:
Aula 3) ..................................................................................................................
Aula 4) .................................................................................................................. 8
Aula 5) ..................................................................................................................
Aula 6) ..................................................................................................................
Aula 7) ..................................................................................................................

A tiróide produz uma quantidade de hormônios considerada ideal para o


organismo. Quando essa quantidade é atingida, a glândula pára de produzir
hormônios. Se o nível de hormônios cai, devido à sua utilização pelas células, a
tiróide reinicia a produção, atingindo novamente seu nível ideal.

MECANISMO DE REGULAÇÃO DOS HORMÔNIOS DA TIRÓIDE

Aumenta produção de
hormônios da tiróide

Altos níveis de
hormônios tiroideanos
Tiróide é estimulada no sangue
devido aos baixos
níveis dos seus
hormônios no sangue

Inibição da tiróide -
Consumo dos cessa a produção de
hormônios pelas hormônios
células diminui seu
nível no sangue

Vamos pensar agora na seguinte situação: a tiróide está produzindo


hormônios e sua quantidade ultrapassou o limite necessário para aquele corpo.
Qual será o efeito desse aumento no metabolismo celular?
Se o nível de hormônios tiroidianos é alto, o metabolismo celular é alto
também. Conseqüentemente, as atividades do organismo passam a ser realiza-
das em ritmo acelerado. O coração bate mais rápido, a freqüência respiratória
aumenta e a quantidade de energia gasta no trabalho celular é maior. Com isso,
queima-se maior quantidade de carboidratos, proteínas e gorduras.

Exercício 3 Exercícios
Com base nessas informações, escreva o que acontecerá com o peso de um
indivíduo que tenha o problema citado acima.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O hipertiroidismo é o mau funcionamento ou disfunção da tiróide. Carac-


terizado pelo aumento excessivo de hormônios tiroidianos, ele acarreta perda de
peso, aumento da freqüência cardíaca e respiratória, agitação, fadiga, inchaço da
glândula e tremor das mãos. Outro sintoma muito característico do
hipertiroidismo são os olhos saltados.
Exercícios
A U L A Exercício 4
Considerando que a produção de hormônios tiroidianos está abaixo do

8 normal, descreva o que acontecerá:


a) com as freqüências cardíaca e respiratória.
.............................................................................................................................
b) com o peso.
.............................................................................................................................

Nos casos de hipotiroidismo


hipotiroidismo, o indivíduo aumenta seu peso, pois todas as
atividades metabólicas se processarão em ritmo lento. A atividade muscular é
baixa, diminui a freqüência cardíaca, há lentidão mental e forma-se um “papo”
proeminente devido ao grande aumento no tamanho da tiróide.
Em geral, a causa do mau funcionamento da tiróide é a deficiência de iodo
na alimentação. O iodo é um elemento indispensável para que a tiróide possa
produzir seus hormônios. Ele está presente no sal iodado e em produtos de
origem marinha (algas, peixes e frutos do mar).

Dica

O sal de cozinha já vem iodado. Não é necessário suprimento extra de


iodo, salvo em casos de disfunção da tiróide, que devem ser diagnosticados
por um médico.

Algumas vezes, o ganho ou a perda de peso têm origem em outros motivos


que não foram tratados nesta aula. Distúrbios psicológicos, como a perda de um
ente querido ou o estresse causado pelo ambiente de trabalho, podem levar uma
pessoa a engordar ou emagrecer.
Há ainda o componente genético, que tem merecido grandes estudos,
voltados para verificar quais seriam as bases hereditárias da obesidade.

Exercícios Exercício 5
Depois de tudo o que vimos nesta aula, escreva quais são as causas das
alterações de peso.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Curiosidade

Toda vez que estudamos como funciona o corpo humano, entramos numa
área da biologia chamada fisiologia
fisiologia.
O progresso nessa área tem sido muito rápido e as pesquisas são importantes
para esclarecer diversos pontos a respeito dos seres vivos - desde dúvidas sobre
doenças e seus respectivos tratamentos até a obtenção de informações importan-
tes para orientar a produção de remédios.
a) Quando uma pessoa ingere uma quantidade de alimentos maior que a Quadro-
A U L A
necessária, a energia excedente é ....................... . Com isso, a pessoa síntese
....................... seu peso.
8
b) Para consumir a energia que está sobrando, essa pessoa pode .......................

c) A ....................... é uma glândula que produz ....................... , que controla as


atividades ....................... .

d) Metabolismo é ................................................................................................. .

e) Há sempre um .......................................... de hormônios para o nosso corpo.

f) Quando há pouca produção de hormônios tiroideanos, o indivíduo


....................... peso; mas, quando a quantidade é alta, o indivíduo .......................
peso.

g) Outras causas de modificação de peso são: ................................


e ................................ .

Veja, na figura abaixo, os órgãos citados nesta aula.

cérebro

tiróide

Exercício 6 Exercícios
Um pesquisador estuda um hormônio X de ratos de uma mesma espécie e
está interessado em descobrir a ação desse hormônio. No estudo, o pesqui-
sador observou que os ratos poderiam ser separados em três grupos, de
acordo com o tamanho:

Grupo A - ratos muito pequenos


Grupo B - ratos médios
Grupo C - ratos muito grandes

Observou ainda que o número de ratos dos grupos A e C era muito inferior
aos do grupo B. A hipótese do pesquisador é de que o hormônio X atua no
crescimento da seguinte forma: o excesso de hormônio X leva ao aumento
exagerado do tamanho, ao passo que a pouca quantidade induz à redução
do tamanho.
A U L A Para testar sua hipótese, utilizando ratos recém-nascidos, o pesquisador
realizou o seguinte experimento:

8 Lote 1: ratos que sofreram uma cirurgia, na qual foi retirada a glândula
produtora do hormônio X.
Lote 2: ratos que não sofreram a cirurgia e tomaram uma dose diária de
hormônio X.
Lote 3: ratos que não sofreram cirurgia e não tomaram hormônio X.

As condições das gaiolas onde o ratos estavam eram as mesmas para todos
os lotes, assim como a quantidade de comida, água, luz e ventilação.
Com base na hipótese do pesquisador, responda:

a) Qual o resultado esperado no lote 1?


b) Qual o resultado esperado do lote 2?
c) Qual a importância do lote 3?
d) Se incluirmos um lote 4, com ratos sem a glândula, mas com administração
do hormônio X, qual seria o resultado esperado?
AUU
A L AL A

9
9
Por que limpar a casa?

Você, dona de casa, faxineiro, empregada


doméstica ou trabalhador que limpa a casa nos finais de semana, sabe o quanto
é duro fazer uma boa faxina para deixar tudo limpinho, brilhando!
Mas será que esse trabalho todo se justifica apenas para deixar o local de
trabalho ou a moradia com uma aparência agradável? Ou um lugar limpo traz
benefícios à nossa saúde?

Afinal, por que limpamos nossa casa?

Alguns de vocês talvez respondam: Para tirar a poeira!


Então, vamos começar por aí. Você sabe do que é feita a poeira?
A poeira que encontramos em nossas casas é composta de vários elementos,
além de grãos de argila e areia. Entre eles estão: partículas da nossa pele, ácaros,
esporos de fungos, pólen de flores e partículas encontradas na fumaça dos
automóveis e das fábricas.

ELEMENTOS CONSTITUINTES DA POEIRA

pólen

fragmentos
de pele

ácaros

esporos de fungos
A U L A Nossa contribuição para a formação da poeira

9 Será que contribuímos com nossa pele para a formação da poeira?


Você talvez já tenha observado que, em certas ocasiões, eliminamos porções
superficiais da pele. Quando tomamos muito sol, é comum a pele descascar
depois de alguns dias. Mas não é só nessa situação que eliminamos parte do
revestimento de nosso corpo.
Tente imaginar como os restos de nossa pele são incorporados à poeira
doméstica.
A pele é formada por algumas camadas de células, como vemos na figura
abaixo.
DISPOSIÇÃO DAS CÉLULAS DE NOSSA PELE

camadas de células epiderme


queratinizadas

derme

tecido subcutâneo

As camadas mais superficiais estão sujeitas a uma descamação, por causa de


atividades como trocar de roupa, enxugar a pele com toalha, coçar-se, sentar-se
no sofá etc. Assim, ao realizarmos tais atividades, as células se desprendem e
podem incorporar-se à poeira. Pedacinhos de nós se espalham pela nossa casa e
pelo local em que trabalhamos.
Você deve estar se perguntando: “Se as células da minha pele se desprendem
todos os dias, como essa camada de proteção ainda não desapareceu por
completo do meu corpo?”
A explicação é simples: é que as células da pele são renovadas constantemen-
te graças a uma atividade contínua das células das camadas inferiores. A mitose
é um processo de divisão celular no qual uma célula dá origem a duas. Além da
renovação de tecidos, esse processo é responsável também pelo crescimento do
organismo.

Você sabia?
O odor característico de cada pessoa é determinado por bactérias que
utilizam a pele como moradia e não são prejudiciais à saúde. Elas se desenvol-
vem principalmente junto às bases de cada pêlo de nosso corpo. Também são
incorporadas à poeira, pois a cada minuto cerca de 25 mil bactérias são carrega-
das junto com partículas de nossa pele.

A quem servimos de alimento!

As células que se desprendem da pele servem de alimento a animais


chamados ácaros
ácaros. Esses animais são muito pequenos e muitos não são vistos a
olho nu. Eles podem causar problemas respiratórios, como rinite e bronquite
ácaro alérgica, além de problemas dermatológicos (de pele).
Os ácaros são mais comumente encontrados em camas de casal, por se A U L A
alimentarem não só de restos de pele, mas também de sêmen. Numa
cama de casal é possível encontrar dois milhões de ácaros. Assim, é
importante que as roupas de cama sejam trocadas com muita freqüência 9
(cerca de duas vezes por semana, de preferência).

Poeira: um depósito de esqueletos

Baratas, pulgas e moscas têm esqueletos parecidos com o nosso?


Nosso corpo é constituído por partes moles, como músculos, pele, órgãos do
aparelho digestivo etc., e por partes duras - os ossos. Esse arranjo determina a
forma do corpo e possibilita a postura e o deslocamento.
Nossos ossos permanecem do mesmo tamanho a vida inteira?
O que acontece com nosso esqueleto à medida que crescemos?

bebê adulto

Os ácaros e outros organismos, como baratas, pulgas e moscas, não


possuem um esqueleto interno como o nosso, feito de coluna vertebral e ossos.
Entretanto, também têm uma parte dura do corpo, que dá sustentação às partes
moles. Essa espécie de esqueleto é uma carapaça dura e impermeável que
envolve o corpo.
A carapaça de ácaros, baratas, pulgas e moscas, embora externa, tem a
mesma função do nosso esqueleto interno: sustentar o corpo e auxiliar na
locomoção. Por isso, a carapaça desses organismos é chamada de esqueleto
externo ou exoesqueleto
exoesqueleto.
O esqueleto desses animais não tem a capacidade de crescer, como ocorre
com os nossos ossos. Uma vez formado, permanece do mesmo tamanho.
Entretanto, esses animais também crescem. Você já deve ter visto, por exemplo,
baratas de diferentes tamanhos. Como as baratas podem crescer se a carapaça
que envolve seu corpo continua do mesmo tamanho?
Esses animais trocam seu esqueleto periodicamente e fabricam outro
maior. Esse processo é chamado de muda e ocorre várias vezes, para que o
animal possa crescer. Ao passear por jardins, parques ou matas, você já deve
ter encontrado “casquinhas” de cigarras. Ao ir à praia, você provavelmente já
encontrou “casquinhas” de siri pela areia. Essas casquinhas são as carapaças
ou o esqueleto externo que esses animais abandonaram na muda.
A U L A O processo de muda acontece com animais como baratas e ácaros, que
freqüentam nossas casas e locais de trabalho. Assim, restos de exoesqueletos

9 desses animais também podem ser encontrados na poeira.


Com uma carapaça dura, de que modo esses animais conseguem se
locomover? Será que suas patas também são revestidas pelo exoesqueleto?

O exoesqueleto, além de dar sustentação às


patas, auxilia na locomoção. Se as patas de um
siri, por exemplo, não tivessem a carapaça, ele
teria dificuldade para se deslocar. Já pensou
como seria complicado, para nós, ficar em pé ou
andar se nossas pernas não tivessem a parte
dura (os ossos) para sustentá-las? Mas andar
também seria difícil ou impossível se as pernas
não tivessem articulações. Experimente dar um
passo sem dobrar os joelhos e os pés.

A parte dura que reveste as patas de ácaros, baratas, pulgas e moscas


também tem articulações. Sem elas, eles não poderiam se deslocar.

vespa aranha barata d’água

Observe as figuras acima e indique com um seta as articulações de cada pata.


Falamos de animais que têm características semelhantes. Ácaros, baratas,
moscas, pulgas e siris possuem um esqueleto externo, realizam mudas para
crescer e têm patas com várias articulações. Muitos outros animais têm essas
Artro: articuladas. mesmas características. Todos os animais que possuem essas características são
Podos: patas. chamados de artrópodos
artrópodos.

Bibliotecas, arquivos, almoxarifados são ambientes que costumam acumu-


lar muita poeira. Logo, são verdadeiros depósitos de exoesqueletos de artrópodos.
As carapaças abandonadas pelos animais quando realizam as mudas para
crescer, ou os próprios animais, principalmente os ácaros, costumam provocar
irritações, que originam espirros ou coceira na pele. Pessoas mais sensíveis
podem ter reações que se prolongam por muito tempo depois do contato com
os restos desses animais.
Flores, fungos e espirros! A U L A

Outro elemento presente na poeira e causador de problemas respiratórios,


principalmente a rinite, são os grãos de pólen - aquele pozinho presente nas 9
flores. Para que uma planta possa se reproduzir, é necessário que os grãos de
pólen de uma flor encontrem outra flor. O vento leva o pólen a grandes
distâncias, fazendo-o chegar até nossas casas e incorporar-se à poeira.

POLINIZAÇÃO PELO VENTO

Pólen
transportado
pelo vento.

A asma, outro exemplo de problema respiratório, às vezes é causada por


esporos de fungos, também presentes na poeira.

Os fungos podem ser formados por uma célula (unicelulares), ou por várias
(pluricelulares). Podem ser muito pequenos, exigindo o auxílio de instrumentos
como lupas ou microscópios para podermos enxergá-los. É o caso dos fungos,
que fazem parte do fermento do pão. Outros fungos podem ser vistos a olho nu,
como os cogumelos de chapéu, conhecidos como champignons .

Os fungos produzem esporos para se reproduzir. Para que um novo fungo


se origine, é necessário que os esporos se dispersem no ar e caiam num local onde
haja condições favoráveis ao seu desenvolvimento. Assim, os esporos estão
sempre presentes no ar, em qualquer ambiente, e podem incorporar-se à poeira.

esporos

REPRODUÇÃO DOS FUNGOS


A U L A Cuidado!

9
Onde há umidade e alimento disponível, os esporos germinam e formam
novos fungos. Os fungos utilizam esses alimentos, causando seu apodrecimen-
to. Você já deve ter visto frutas e pães embolorados em sua casa.

Além de problemas respiratórios, os fungos podem causar micoses que são


transmitidas por contato direto com os objetos e pelo ar. As regiões afetadas
coçam bastante. A micose de pele mais comum é a frieira
frieira.

Dica
Quando terminar de tomar banho, enxugue bem as regiões entre os dedos
dos pés. Não utilize tênis sem meias. Assim, você evita que os pés fiquem úmidos
e quentes, e se tornem um ambiente favorável ao aparecimento de fungos
causadores de frieira ou pé-de-atleta.

Não são apenas os cachorros que sofrem com elas!


Outro causador de coceira da pele é a pulga, que com sua picada pode
provocar uma reação alérgica. As pulgas costumam se desenvolver nos tapetes
das casas, em cortinas, frestas de assoalho etc. As pulgas adultas colocam ovos
que liberam um animal com forma de verme, sem olhos nem asas, chamado
larva
larva. As larvas de pulga se desenvolvem nos fragmentos de pele soltados por
nossos corpos e se transformam, após algumas semanas, em pupa pupa, que se
caracteriza por apresentar pouca movimentação. A pupa pode formar um
casulo
casulo, feito com restos de tapete ou outros fios. Para que surjam novos adultos,
elas precisam sentir vibrações no chão, que são indicadoras da chegada de
pessoas no local e, portanto, significam alimento (sangue).

Exercícios Exercício 1
Dentre os insetos que vemos na figura a seguir, circule aquele que tem
desenvolvimento idêntico ao da pulga:
DESENVOLVIMENTO DOS INSETOS

larva casulo

traça
mosca gafanhoto

Exercício 2
Você espera encontrar um número maior de pulgas numa casa limpa ou
numa casa empoeirada? Ou você acha que a quantidade de pulgas deve ser
a mesma nos dois locais? Por quê?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Você sabia? A U L A

Se déssemos um pulo equivalente ao de uma pulga, atingiríamos 400 metros


de altura! 9
Também podemos encontrar na poeira partículas sólidas provenientes das
chaminés de indústrias, trazidas pelo vento. Essas partículas são formadas por
metais como o chumbo, extremamente prejudicial à nossa saúde. Quando
inalamos essas partículas, elas podem ficar instaladas em nosso organismo para
sempre, criando problemas respiratórios e, com o passar do tempo, até proble-
mas no sistema nervoso.

Baratas... muito mais do que um susto, uma dor de barriga

Não é apenas a poeira que causa danos à saúde. O que mais, em nossas casas,
é capaz de atrair animais que nos transmitem doenças?

Todos os dias, produzimos em nossa casa grande quantidade de lixo. Esse


lixo é constituído de muitos materiais, como embalagens de papel, latas,
garrafas de vidro e plástico, restos de comida etc. Animais como baratas e
moscas são fortemente atraídos por boa parte desse lixo.

Os restos de comida presentes no lixo decompõem-se rapidamente por


ação de fungos e bactérias. As moscas e baratas, ao passarem por esse local,
podem se contaminar com organismos causadores de doenças, como bactérias
decompositoras. Às vezes, moscas e baratas se contaminam também com
organismos presentes no esgoto. Quando entram em nossa casa, passam
quase sempre por utensílios domésticos e por alimentos deixados em contato
com o ar. É nesses objetos e em nossa comida que moscas e baratas deixam
essas bactérias, que podem causar disenteria.

Exercício 3 Exercícios
O que você pode fazer para evitar que moscas e baratas contaminem:

a) Alimentos:
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

b) Utensílios domésticos:
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A U L A Dica

9
Quando chegar do supermercado, não entre em casa com as caixas de
papelão usadas para carregar as compras. Elas podem ter ovos de baratas. Cada
ovo pode conter cerca de 48 filhotes. Assim, numa simples caixa de papelão de
supermercado que contenha apenas um ovo, você talvez esteja trazendo para
casa 48 futuras baratinhas!

Uma casa limpa periodicamente torna-se um local agradável de se viver.


Além disso, diminuem muito as probabilidades de problemas de saúde causa-
dos pela sujeira. Assim, da próxima vez que limpar sua casa, nada de preguiça!

Quadro- a) De que é feita a poeira?


síntese ..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

b) De que se alimentam os ácaros?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

c) Quais as doenças que podem ser causadas por fungos, devido à sujeira da casa?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

d) Segundo o texto, o que pode ser responsável por doenças respiratórias como
asma, bronquite e rinite alérgica?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

e) Como as moscas e baratas podem nos transmitir doenças?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercícios Exercício 4
Para constatar a presença de esporos de fungos no ar, faça a seguinte
experiência:

Umedeça um pedaço
de pão de fôrma,
coloque-o num saco
plástico transparente
e amarre-o.
Observe as modificações ocorridas no pão durante uma semana. Depois, A U L A
responda às perguntas abaixo:

a) Que mudanças ocorreram? 9


b) Quais as cores dos fungos (bolores) que apareceram?

c) De onde apareceram esses fungos?

Exercício 5
Responda:

a) Qual o nome do processo que permite o crescimento dos artrópodes?

b) O que é esse processo?

c) Qual a função dos esporos dos fungos?

d) O Demodex sp , ou cravo do rosto, que aparece na figura abaixo, é um


animal que passa toda sua vida nos poros da pele, provocando uma
inflamação. Esse animal, possui quatro pares de pernas articuladas.
A que grupo de animais ele pertence?

Demodex sp, ou cravo do rosto.


A UA UL L AA

10
10
Uma receita de iogurte

O iogurte, um alimento comum em vários


países do mundo, é produzido a partir do leite. Na industrialização desse
produto empregam-se técnicas diversas para dar a consistência, o sabor
e a coloração ideais para o consumo. Mas existem muitas receitas caseiras
bastante simples. Você já preparou ou comeu iogurte (ou coalhada) caseiro?
Ele tem a cor do leite, mas seu cheiro é diferente e seu aspecto também.
O iogurte é mais consistente que o leite e seu sabor também é bem diferente.

O que será que provoca todas essas mudanças?


O que se usa na preparação do iogurte que é capaz de alterar tanto o leite,
seu principal ingrediente?

Para responder a essas perguntas, vamos aprender a fazer iogurte. Talvez


você já conheça a receita, mas vamos tentar entender o que acontece nesse
processo.

Iogurte caseiro

Ingredientes

1 litro de leite
1 copo de iogurte natural já pronto (pode ser reservado do próprio
iogurte caseiro ou, então, comprado)

Modo de preparo

Ferva o leite. Espere alguns minutos até que ele esfrie um pouco. Antes
que esfrie totalmente, acrescente o copo de iogurte. Mexa bem. Passe
para uma tigela e deixe-o em repouso por, no mínimo, seis horas (é mais
prático preparar à noite e deixá-lo em repouso até o dia seguinte).
Quando estiver coalhado passe para a geladeira e mantenha sempre
resfriado. Na hora de servir, misture açúcar, mel, melado, frutas frescas
ou geléia, conforme sua preferência. Reserve um copo do iogurte
natural (sem misturas) para preparar nova receita.
O segredinho da receita A U L A

Para que o iogurte fique com o gosto desejado e a consistência certa,


precisamos prestar atenção a um detalhe muito importante: o iogurte que 10
misturamos ao leite. É necessário que seja iogurte do tipo natural e que, além
disso, tenha dentro dele os responsáveis por todas as transformações que fazem
o leite virar iogurte: as bactérias
bactérias. Isso mesmo, o segredo dessa receita são os
microrganismos
microrganismos. Microrganismo é
Quando misturamos um pouco de iogurte ao leite estamos acrescentando a um termo genérico
ele alguns tipos de bactérias. O leite servirá de alimento para esses microrganis- para indicar os
mos, que irão se reproduzir, aumentando seu número. As bactérias vivas organismos que
produzem substâncias que alteram as propriedades do leite, transformando-o não podem ser
em iogurte. vistos a olho nu,
como bactérias,
Observe as figuras abaixo. Elas representam algumas das bactérias que determinados
participam da preparação do iogurte: Streptococcus, Leuconostoc e Lactobacillus. fungos e algas,
ácaros etc.

Lactobacillus Streptococcus Leuconostoc

Mesmo que você enxergue muito bem, não conseguirá identificar nenhuma
delas no seu iogurte. Isso porque esses organismos são microscópicos, isto é,
só podem ser observados através de instrumentos adequados, como o micros-
cópio. Daí o nome microrganismos
microrganismos.
Como todos os seres vivos, esses organismos precisam se alimentar. Eles
também usam a glicose como fonte de energia para suas atividades (veja Aula 1).
A glicose é obtida a partir de outro açúcar contido no leite, chamado lactose.
lactose Þ glicose

Dentro de suas células, as bactérias utilizam a glicose num processo metabó-


lico. O resultado desse processo é o fornecimento de energia e a formação de uma
substância ácida.
glicose Þ energia + ácido lático

Com o tempo, a quantidade de ácido lático que as bactérias produzem vai


aumentando e torna a mistura cada vez mais ácida. Essa acidez altera as
propriedades das proteínas que compõem o leite, ocasionando a formação de
grumos, ou seja, fazendo o leite coalhar.

Você sabia?
Que o gosto azedo do iogurte está relacionado com a produção do ácido
lático? Outras substâncias ácidas também têm gosto azedo, como o vinagre,
o limão e a laranja.
A U L A Atividade prática

10 Você pode fazer uma atividade prática para verificar de que modo substân-
cias ácidas, como limão ou vinagre, alteram as propriedades do leite.

a) Ponha uma pequena quantidade de leite


num copo (aproximadamente 5 colheres
de sopa). Observe e descreva sua aparência.

b) Misture 5 gotas de vinagre ou limão ao


leite e observe a aparência dessa mistura.
Compare-a com o aspecto inicial do leite.

c) Passe essa mistura por um filtro de papel


para café ou um pano fino. Compare
a aparência da porção que atravessou
o filtro com a do material que ficou retido.

O material que ficou retido é resultado de transformações ocorridas em


proteínas do leite. Essas transformações são causadas pela acidez do
vinagre (ou do limão). O processo que ocorre na preparação do iogurte é
semelhante: o ácido lático fabricado pelas bactérias altera as proteínas do
leite, dando a consistência característica do iogurte.

Há algum truque?
Como o iogurte contém seres vivos, nossa receita depende de outras condi-
ções para dar o resultado esperado. Você deve ter reparado que as instruções
para a preparação do iogurte recomendam que se espere até o leite esfriar um
pouco. Por que não podemos misturar a porção de iogurte no leite fervendo?
GRÁFICO DA AÇÃO ENZIMÁTICA EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA
Temperaturas muito altas destroem células vivas. Se
misturarmos as bactérias do iogurte com o leite muito
quente, elas morrerão. Mesmo que a temperatura não
seja tão alta a ponto de matar os microrganismos, há uma
outra razão a considerar.

Como você já estudou na Aula 5, as reações químicas


que ocorrem nos seres vivos são realizadas por enzimas.
A ação das enzimas depende da temperatura. Tempera-
turas muito altas ou muito baixas dificultam sua ação e
as reações não ocorrem. Observe o gráfico ao lado.
Exercício 1 Exercícios
A U L A
A que temperatura as enzimas estão mais ativas?
..................................................................................................................................
10
Exercício 2
O que acontece com a ação enzimática quando a temperatura é inferior a 20ºC?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 3
Ocorre alguma reação química realizada por enzimas acima de 60ºC?
..................................................................................................................................

Exercício 4
As reações que fazem a bactéria produzir ácido lático também são realizadas
por enzimas. Agora você já sabe por que devemos esperar o leite esfriar um
pouco antes de acrescentar o iogurte.
Mas a receita recomenda que não se deixe o leite esfriar demais. Por quê?
..................................................................................................................................

Você já aprendeu na Aula 2 que há seres vivos que não controlam sua
temperatura. Nesses organismos, as atividades e as reações metabólicas vari-
am de acordo com a temperatura ambiente. As bactérias são organismos desse
tipo. Em temperaturas muito baixas elas não realizam as reações que transfor-
mam a glicose em ácido lático. Dependendo da temperatura do ambiente, essas
reações ocorrerão de forma muito lenta, atrapalhando a preparação do nosso
iogurte. Se colocarmos as bactérias no leite quando ele estiver numa tempera-
tura entre 40 e 50ºC, as reações serão mais rápidas e o iogurte será produzido
em menos tempo.
Algumas pessoas se surpreendem ao saber que podemos utilizar seres vivos
- por exemplo, as bactérias - na preparação de alimentos. Geralmente conhece-
mos os efeitos negativos dos microrganismos. Eles podem estragar os alimentos,
causar cáries e provocar doenças. Mas a utilização de microrganismos na
produção de alimentos, e também de bebidas, é muito antiga na história da
civilização. Usamos microrganismos (certos tipos de fungos) para a produção de
bebidas fermentadas, como a cerveja e o vinho, ou destiladas, como a cachaça e
o uísque. Os seres vivos que constituem o fermento biológico, utilizado na
preparação de pães, também são fungos microscópicos.

Saccharomyces cerevisae em
diferentes estágios de brotamento.

Agora que você já sabe como alguns fatores interferem na atividade das
bactérias do iogurte, talvez seja capaz de explicar alguns dos procedimentos
utilizados na preparação de pães.
A U L A Receita de pão caseiro

10 Ingredientes
2 tabletes de fermento biológico
1/2 copo de água morna
1 colher (sopa) de açúcar
1 pitada de sal
2 colheres (sopa) de óleo
um ovo (opcional)
farinha de trigo (suficiente para dar consistência macia à massa)

Modo de preparo
Dissolva os tabletes de fermento na água morna e misture o açúcar.
Deixe esse preparado numa tigela larga em repouso por alguns minutos,
até que apareçam bolhas na superfície.
Acrescente o sal, o óleo e, se quiser, um ovo. Junte a farinha e amasse até
que a massa desgrude das mãos. Amasse bem durante alguns minutos.
Deixe a massa crescer até que dobre de volume. Amasse novamente e
enrole no formato de pão. Coloque o pão numa assadeira e deixe crescer
mais uma vez. Leve ao forno moderado pré-aquecido.

Exercícios Exercício 5
Você é capaz de sugerir uma razão para utilizar água morna e não água fria
para dissolver o fermento biológico?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 6
Por que acrescentar açúcar, mesmo quando a receita não é de pão doce?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Os microrganismos do fermento biológico realizam reações químicas para


obter a energia de que necessitam. Nesse processo, que se chama respiração
respiração, eles
transformam glicose em gás carbônico e água. Para conseguir glicose, eles
digerem o açúcar que colocamos no preparado.

Respiração

glicose + oxigênio Þ energia + água + gás carbônico

Na Aula 1, você aprendeu que também realizamos esse mesmo proces-


so. O gás carbônico que produzimos é eliminado com o ar que sai
de nossos pulmões. No caso dos microrganismos do fermento,
o gás carbônico forma as bolhas que aparecem na mistura com água
e açúcar e nas bolhas que fazem a massa do pão crescer e ficar fofa.
Se os microrganismos não produzirem gás carbônico, a massa não
cresce e o pão fica duro.
Exercício 7 Exercícios
A U L A
Você saberia explicar por que devemos esperar um tempo entre a prepara-
ção da massa e a hora de colocarmos o pão no forno para assar?
.................................................................................................................................. 10
..................................................................................................................................

As células dos microrganismos, assim como as nossas, utilizam substâncias


para obter energia. Nesse processo, tais substâncias são alteradas dando origem
a produtos eliminados para o meio. Alguns desses produtos podem ser utiliza-
dos na preparação de alimentos, como é o caso do ácido lático (do iogurte) e do
gás carbônico (do pão).

a) Que tipo de microrganismo está presente no iogurte? Quadro-


.................................................................................................................................. síntese
b) Que substância do leite esses organismos usam como alimento?
..................................................................................................................................

c) Faça um esquema para representar o processo metabólico que esses


microrganismos realizam para obter energia.
..................................................................................................................................

d) O que os ácidos produzidos provocam no leite?


..................................................................................................................................

e) Qual a influência da temperatura na atividade das enzimas?


..................................................................................................................................

f) Que tipo de microrganismo está presente no fermento biológico?


..................................................................................................................................

g) Esquematize o processo metabólico que o microrganismo realiza para


obter energia.
..................................................................................................................................

h) Que substância provoca o crescimento da massa do pão?


..................................................................................................................................

Exercício 8 Exercícios
Imagine que você está num ambiente muito frio, com temperatura ao redor
dos 15ºC. Se você preparar iogurte nesse ambiente, ele vai ficar pronto mais
depressa do que num ambiente mais quente (ao redor dos 30ºC) ou vai
demorar mais? Por quê?

Exercício 9
O que podemos fazer para apressar a preparação do pão?
A UA UL L AA

11
11
O feijão estragou!

É muito freqüente alguém abrir um pacote de


pão de fôrma ou mesmo uma vasilha com feijão cozido e exclamar: “Nossa, o pão
está estragado!”, ou, então, “o feijão estragou!”
O que faz com que os alimentos se estraguem?
O que faz os alimentos se estragarem são os seres vivos. Na aula anterior você
estudou a participação de microrganismos na produção de alimentos, como o
iogurte e o pão. Fungos e bactérias podem também provocar o apodrecimento de
comida, madeira, papel, couro etc.
Como os seres vivos estragam os alimentos?
O que podemos fazer para preservar nossa comida?

Um pouco de história
Até 10 mil anos atrás, o homem só comia alimentos frescos, isto é, caçava ou
coletava sua refeição para satisfazer sua fome imediata. Essas populações,
chamadas de nômades, não tinham preocupação em armazenar os materiais que
seriam consumidos num futuro próximo: viviam de um lado para outro em
busca de locais onde a caça fosse mais abundante.
A partir do momento em que a população humana se fixou em uma certa
área e começou a plantar e a criar animais, houve uma melhora no
suprimento de comida da comunidade. Essa mudança na forma de obter o
sustento alterou os hábitos alimentares da população, que passou a contar
com um excedente de produção. O aproveitamento desse excedente de
produção só se tornou possível a partir do desenvolvimento de técnicas adequa-
das de conservação dos alimentos.
Ainda hoje, o cuidado com o preparo dos alimentos e sua perfeita conserva-
ção, além de evitar o desperdício de comida, diminui o risco de doenças
provocadas pela ingestão de alimentos contaminados.

Você sabia?
Que os chineses e os gregos, desde 5.000 anos atrás, utilizavam o sal para
conservar os peixes acumulados em épocas de fartura? E que os índios brasilei-
ros, muito antes do descobrimento, costumavam assar as carnes e secar os
peixes, e depois armazená-los em caldo grosso de pimenta?
Quem são os responsáveis pela deterioração dos alimentos? A U L A

Já utilizamos o termo microrganismo em aulas anteriores (reveja a Aula 10).


Esse termo se refere a seres muito pequenos, vistos por nós somente com o auxílio 11
do microscópio.
É grande a variedade de microrganismos na natureza. Fungos e bactérias são
dois dos tipos mais comuns. Eles estão praticamente em todos os lugares e
quando encontram ambientes favoráveis se reproduzem. Muitos são inofensi-
vos para o homem, enquanto outros nos causam prejuízos, pois provocam
doenças, atacam as plantações ou criações, contaminam estoques de alimentos etc.

espirilos (bactérias) cocos (bactérias) bacilos (bactérias) Penicillium (fungo)

As figuras acima mostram dois tipos de microrganismos: bactérias e fungos


(leveduras).
Para que os fungos e bactérias se desenvolvam é preciso que haja algumas
condições (ambiente favorável):

· Algo de que eles possam se alimentar, como madeira, cereais, carnes, queijos etc.
· A presença de água líquida. Sem água, nenhum ser vivo consegue realizar
suas reações químicas vitais.
· Temperatura adequada para o funcionamento das enzimas que possuem.

A ausência de uma dessas condições é suficiente para impedir que os fungos


ou as bactérias se desenvolvam.

Exercício 1 Exercícios
Quais dessas três condições podemos alterar para conservar os alimentos?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 2
Durante a Aula 9 você preparou um “jardim de fungos” em uma fatia de pão
de fôrma. Se tivesse feito duas preparações e deixado uma em cima de um
armário e a outra na geladeira, em qual delas você esperaria que os fungos
crescessem mais depressa? Por quê?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 3
Se você não umedecesse o pão, os fungos cresceriam com a mesma faci-
lidade? Por quê?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A U L A Nessa experiência, os fungos cresceram porque utilizavam substâncias do
pão como alimento. Fungos e a maioria das bactérias não são capazes

11 de sintetizar substâncias que forneçam energia. Assim como nós, esses seres
vivos precisam de alimento para sobreviver. Por isso se desenvolvem nos
materiais que comemos.

Por que não dividir nosso alimento com fungos e bactérias?

A ingestão de fungos e bactérias pode causar problemas à saúde.


Os sintomas apresentados por uma pessoa que comeu alimento contaminado
por bactérias ou fungos são variados - desde um mal-estar passageiro até
problemas mais graves, como dor de cabeça, cólicas, náuseas, vômitos, diarréia,
Toxinas são alergia etc. Esses sintomas são causados pelas toxinas produzidas pelos organis-
substâncias mos ingeridos. Fungos e bactérias, ao conseguirem alimento, desenvolvem-se,
produzidas por multiplicam-se e produzem substâncias. Estas podem ser prejudiciais à nossa
seres vivos, saúde, causando alguns dos sintomas descritos.
capazes de Além disso, não é interessante para nós humanos permitir que os alimen-
provocar reações
tos produzidos sejam consumidos por outros seres vivos. Muitos dos esforços
prejudiciais em
empreendidos em plantações e criações resultam em maior produção.
outros organismos.
O objetivo desse esforço é melhorar a alimentação humana, e não a dos fungos
e bactérias. Por isso, são desenvolvidas várias técnicas de conservação daquilo
que comemos.

Como é feita a conservação dos alimentos?

A temperatura como fator de conservação

Vamos partir de um exemplo concreto: imagine que uma pessoa (Neusa)


acaba de chegar do supermercado com uma sacola contendo os seguintes itens:
carne fresca, bolacha doce, compota de goiaba, leite em pó, arroz cru, frutas
frescas (maçãs e laranjas), frutas secas (uva passa e frutas cristalizadas), leite
fresco em saquinho, pão de fôrma e torta salgada congelada.

Exercícios Exercício 4
Considerando que Neusa não vai utilizar imediatamente todos esses ali-
mentos, vamos ajudá-la a guardar o que comprou. Escreva na Tabela 1 onde
deverá armazenar cada pacote.

TA BELA 1
ARMÁRIO GELADEIRA CONGELADOR OU FREEZER

(AMBIENTE AREJADO E FRESCO) (TEMPERATURA APROXIMADA DE 7ºC) (TEMPERATURA DE 15ºC NEGATIVOS)

A armazenagem dos alimentos em nossa casa deve ser feita de modo a


preservar a qualidade dos produtos para o consumo. Alimentos secos podem
permanecer à temperatura ambiente e os que têm muita água devem ser
mantidos a baixa temperatura.
Exercício 5 Exercícios
A U L A
Em qual das situações abaixo um saquinho de leite irá se estragar mais
depressa?
( ) Guardado dentro de um armário. 11
( ) Guardado na geladeira.
( ) Guardado no congelador.

Exercício 6
Justifique sua escolha na questão anterior.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Os alimentos mantidos em geladeira conservam-se por mais tempo do que


se deixados em armários. A baixa temperatura impede que os microrganismos
se reproduzam com a mesma rapidez com que o fazem à temperatura ambiente.
Além disso, a refrigeração diminui a atividade enzimática desses seres vivos.
Assim, a carne fresca permanece em condições de uso por três dias quando
mantida resfriada (ao redor de 7ºC), apenas por um dia quando mantida a 20ºC,
e por muitos meses quando mantida congelada.
Por que os alimentos congelados (-15ºC, aproximadamente) permanecem
em condições de consumo por muito mais tempo?
Nessas condições há uma redução quase total da atividade celular, uma vez
que as enzimas tornam-se praticamente inativas com a falta de água líquida na
célula. Em temperaturas muito baixas (abaixo do ponto de congelamento da
água), os alimentos podem conservar-se por meses ou mesmo anos. É assim que
os estoques de carne dos grandes centros urbanos são controlados, já que
durante os meses de inverno a oferta de carne fresca de boi diminui bastante.

A ausência de água líquida

Como já vimos, os microrganismos, assim como os outros seres vivos,


dependem da água líquida para o seu perfeito funcionamento. Alimentos que
podem ser desidratados sem perder suas propriedades nutritivas conservam-se
por bastante tempo.

Você sabia?
Que o leite em pó foi produzido pela primeira vez em 1855, na Inglaterra?
Que é fabricado pulverizando-se leite fresco em recipientes onde se produz
vácuo
vácuo? E que nesses recipientes as pequenas gotas de leite perdem água por Vácuo:
evaporação, restando apenas a parte sólida? E, ainda, que cerca de 87% do leite espaço vazio, onde
de vaca é composto por água? não há ar.

Exercício 7 Exercícios
Por que alimentos como a carne-seca ou o arroz cru, embora ricos em
nutrientes úteis aos fungos e bactérias, demoram para se estragar?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A U L A A preparação de alimentos como carne-seca, peixes salgados, frutas secas,
frutas cristalizadas, pão torrado etc., emprega o mesmo recurso para sua

11 conservação, isto é, a desidratação. O que varia é o processo pelo qual se retira


a água do alimento.
Você já deve ter percebido que o pão torrado se conserva por muito mais
tempo que o pão fresco. O calor do forno faz a água do pão evaporar, não
deixando umidade suficiente para que fungos e bactérias se desenvolvam.
O sal e o açúcar também desidratam os alimentos. Para entender como isso
acontece, faça a experiência a seguir.

Atividade prática

Desidratando com sal

Pegue duas fatias de batata crua com cerca de 1 cm de espessura. Coloque


as fatias de batata em dois pires separados. Polvilhe sobre uma das fatias
uma colher de café de sal. Aguarde dois minutos.
a) Que diferença você observou entre as duas preparações?

Entendendo o que aconteceu

Dentro das células da batata há uma certa quantidade de água e de sais


minerais. Quando adicionamos sal de cozinha à fatia de batata, criamos
uma diferença muito grande entre as concentrações dos meios interno e
externo à célula. Os tecidos vivos têm mecanismos que tentam equilibrar as
concentrações interna e externa de suas células. Neste caso, o processo
provoca a saída de água das células para o meio externo. Esse processo
recebe o nome de osmose
osmose.
Você já deve ter observado situações em que ocorre a osmose nos tecidos
vivos. Quando salgamos vegetais crus, como alface, tomate, pepino etc., para
a preparação de saladas, logo observamos a formação de um “caldo” e os
vegetais murcham. Quando adicionamos açúcar às frutas picadas também
observamos esse efeito.
Em todos esses casos ocorre a osmose, ou seja, as células da alface, tomate,
frutas etc. estão perdendo água devido à alta concentração de substâncias no
meio externo. Sal e açúcar podem ser usados para desidratar os alimentos e,
assim, conservá-los. Frutas cristalizadas duram mais que as frutas frescas.
Peixes salgados duram mais que peixes frescos.
Outra vantagem de conservar alimentos com sal e açúcar é o fato de
também ocorrer a osmose nos organismos que, por acaso, caem sobre esses
alimentos. Perdendo água, esses microrganismos morrem.

Exercícios Exercício 8
Suponha que Neusa percebeu o risco de perder uma parte das frutas frescas
que comprou (maçãs), que estavam muito maduras. Para evitar o desperdí-
cio decidiu conservá-las.
Você tem alguma sugestão de como ela poderia fazer isso?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Um método caseiro de conservação A U L A
Uma das formas possíveis é fazer uma compota de maçãs.
Compare os dois modos de se fazer uma compota, descritos na Tabela 2.
TABELA 2
11
MODO A MODO B
· Lave as maçãs e corte-as em pedaços · Lave as maçãs e corte-as em pedaços
pequenos. pequenos.
· Prepare uma calda com açúcar - o açú- · Prepare uma calda com açúcar - o açú-
car deve ser suficiente para adoçar toda car deve ser suficiente para adoçar toda
a quantidade de maçãs. a quantidade de maçãs. Acrescente cra-
· Leve a calda ao fogo e cozinhe nela as vo-da-Índia a gosto.
maçãs cortadas. · Leve a calda ao fogo e cozinhe nela as
· Desligue o fogo depois do cozimento maçãs cortadas.
e deixe a mistura esfriar. · Desligue o fogo depois do cozimento.
· Coloque a compota em potes de vidro, · Coloque a compota (ainda quente) em
previamente lavados com água fria. potes de vidro previamente fervidos até
· Armazene a compota em ambiente seco que fiquem completamente cheios.
e fresco. · Feche bem o vidro, de modo que um
pouco da calda transborde durante
o fechamento.
· Deixe esfriar, lave bem a parte externa
do pote e armazene a compota em ambi-
ente seco e fresco.

Exercício 9 Exercícios
Compare os modos A e B de fazer a compota de maçã. Descreva as diferenças
entre eles.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Exercício 10
Por que é importante ferver os vidros para conservar a compota? (Reveja a
Aula 10)
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Para avaliar qual das duas compotas vai durar mais tempo, precisamos
considerar alguns fatores:

· A fervura dos frascos em que será armazenada a compota garante a morte


dos microrganismos existentes dentro deles.

· O fato de encher totalmente o frasco, até que transborde, garante que não
ficará ar dentro dele (o oxigênio contido no ar é fator importante para
o desenvolvimento de microrganismos).

· O fato de fechar o frasco com o conteúdo ainda quente é mais uma medida
para evitar a contaminação por microrganismos.
A U L A · O cravo-da-Índia contém um composto químico chamado eugenol,
que ajuda a conservar a compota (ele dificulta o aparecimento de fungos

11
Antioxidante:
substância que
ou bolores, além de ser antioxidante
antioxidante). Portanto, podemos concluir que
a compota B se conservará por muito mais tempo do que a compota A.

dificulta a reação Quando lemos o rótulo de um alimento industrializado, notamos na com-


do oxigênio do ar posição do produto a presença de conservantes, que impedem a sua deteriora-
com o alimento, ção, seja por ação de microrganismos ou por reações químicas que alteram
o que pode alterar as suas características.
seu sabor.

Verifique sempre a data de validade dos produtos que você compra.

Durante a aula, discutimos a importância de conservar os alimentos. Ali-


mento estragado é sinônimo de desperdício. Além disso, as intoxicações alimen-
tares podem causar problemas à saúde, alguns pequenos, outros mais graves,
que podem até levar à morte. Por isso, devemos estar sempre atentos às
condições de armazenagem de tudo aquilo que comemos, seja em casa ou no
supermercado, no armazém, nas cantinas, nas lanchonetes.

Quadro- a) Quais são as condições básicas para a sobrevivência de fungos e bactérias?


síntese ..................................................................................................................................

b) Em que condições devemos manter carnes frescas, queijos e pães, para que
neles não se desenvolvam fungos e bactérias?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

c) Leia os rótulos de alimentos industrializados, como leite em pó, maionese,


leite longa vida, extrato de tomate, sucos, e procure localizar as informações
do fabricante quanto a:
· prazo de validade do produto;
· tempo de consumo após a abertura da embalagem;
· condições de armazenamento após a abertura da embalagem;
· presença de conservantes.

Exercícios Exercício 11
Onde você deve guardar um pote de maionese ou um pacote de leite longa
vida depois de abertos? Por quê?

Exercício 12
Por que o pão de fôrma se estraga mais depressa do que o pão torrado?
AUU
A L AL A

12
12
Aids ou Sida?

A Aids é uma das doenças mais comentadas


e pesquisadas dos últimos anos. Mesmo com os avanços que os especialistas
vêm obtendo, ainda falta explicar muitos de seus aspectos. A Aids ainda não
tem cura ou vacina, portanto, para poder evitá-la é fundamental conhecer suas
formas de transmissão e contágio.
Embora se fale muito das formas de evitar o contágio, muitos de nós nunca
se preocuparam em entender como o vírus da Aids pode penetrar no organismo
e causar a doença.
Que efeito provoca a presença do vírus em nosso organismo?

Aids ou Sida?
Antes de falar sobre a doença é necessário saber o significado do nome que
ela recebe. Aids ou Sida são siglas e o significado de cada uma das letras está
explicado no quadro a seguir.

S índrome - Sinais e sintomas que se desenvolvem conjuntamente e


indicam a presença de doenças. A síndrome caracteriza-se pela aparição
de várias doenças.
Imunod d eficiência - É a deficiência do sistema imunológico, responsável
pela defesa do nosso organismo contra as doenças que o atacam (Aula 4).
A dquirida - É adquirida por contágio.

Considerando a ordem das letras no quadro, o nome em português


deveria ser Sida. Entretanto, a doença ficou conhecida no Brasil pelo nome da
sigla em inglês.

O HIV em ação
O vírus causador da Aids é chamado HIV
HIV. Os vírus são organismos micros- HIV - Vírus da
cópicos (invisíveis a olho nu) que não conseguem se reproduzir sozinhos e Imunodeficiência
precisam das células de outros organismos para se multiplicar. Humana.
Quando o HIV entra no organismo humano, ele se dirige a algumas células
do sistema imunológico, dentro das quais o vírus poderá se reproduzir.
A U L A

12

Quais as conseqüências para o nosso corpo da utilização das células do


sistema imunológico pelo HIV durante seu ciclo de vida?

Para responder a essa pergunta é preciso recordar o que vimos na Aula 4


sobre o funcionamento do sistema imunológico.

Exercícios Exercício 1
Volte à Aula 4 e escreva a seguir o nome das células que fazem a defesa
do organismo e que papel elas têm nesse processo.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O HIV não ataca todas as células que você citou. Ataca somente
os linfócitos T, responsáveis por detectar a forma dos microrganismos invaso-
res e ordenar o ataque. Daí, podemos concluir que quando o HIV entra em ação
as defesas do nosso corpo ficam como um exército sem o seu estrategista.
Se as bactérias e os vírus causadores de outras doenças não encontram
resistência ou defesa por parte do organismo, eles se instalam, dando origem
a várias doenças e sintomas, tais como tuberculose, candidíase (sapinho),
sarcoma de Kaposi (um tipo de câncer) etc. São as chamadas doenças oportu-
Soropositivo - nistas
nistas, pois se aproveitam da debilidade do organismo para se instalar.
indivíduo que tem o Na verdade, não é a Aids que provoca a morte do indivíduo e sim uma
vírus em seu ou várias doenças oportunistas. A Aids mata de forma indireta.
organismo, mas
não está doente.
Aidético - indivíduo
doente, que
Soropositivo ou aidético?
apresenta um
enfraquecimento Nem todas as pessoas que contraem o vírus HIV chegam a desenvolver
muito acentuado a doença. Ele pode permanecer adormecido no organismo por meses
das defesas do ou até por vários anos. Isso faz com que haja uma quantidade muito maior
organismo. de soropositivos do que de aidéticos
aidéticos.
Quando os primeiros sinais da doença começam a aparecer, em geral os A U L A
sintomas são os seguintes:

· gânglios inflamados; 12
· fadiga sem motivo;
· febres intermitentes;
· diarréias que levam à perda de peso;
· tosses persistentes;
· suores noturnos.

Não se alarme se você apresenta um ou dois desses sintomas. Eles


podem ter inúmeros significados e não apresentar nenhuma relação
com a Aids. Lembre-se de que a Aids é uma síndrome e, portanto, os
sintomas devem se manifestar em conjunto e de forma persistente.

Transmissão

Anúncios na televisão e em outros meios de comunicação nos dizem que o


uso da camisinha é uma das formas de evitar a Aids. Mas, para que possamos
entender melhor o papel e a importância da camisinha, é preciso estudar as
formas de transmissão do vírus.

Exercício 2 Exercícios
Considerando as informações que você já tem, descreva a seguir as formas
que você conhece pelas quais o vírus passa de uma pessoa para outra.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O vírus HIV é encontrado nos líquidos do corpo, principalmente no sangue


e no esperma, onde ele aparece em maior quantidade. Já na secreção vaginal e no
leite materno, a concentração é menor.
O vírus será transmitido de uma pessoa para outra se um dos líquidos do
corpo do portador do vírus entrar em contato com o sangue de outra pessoa.
Assim, um indivíduo sadio pode contrair o HIV recebendo sangue de um
portador do vírus, ou mantendo com ele relações sexuais.

A Aids não é transmitida somente pelos aidéticos, mas também pelos


soropositivos. O transmissor não precisa estar doente, basta que ele
tenha o vírus circulando em seu organismo para transmitir a doença.
Na maioria das vezes, os portadores do HIV não podem ser identifica-
dos só pela aparência. Embora o aidético possa ter uma aparência física
mais ou menos característica (magreza excessiva, manchas na pele,
queda de cabelo etc.), o soropositivo se confunde com as demais pessoas,
já que não apresenta sintomas claros da doença. Em muitos casos, os
soropositivos não sabem que são portadores do vírus da Aids, por nunca
terem feito o exame.
A U L A A transmissão ocorre principalmente pelo contato sexual. Há três formas
principais e vamos abordá-las separadamente.

12 Relação sexual anal

Pode ser heterossexual (entre um homem e uma mulher) ou homossexual


(entre dois homens). Neste tipo de relação, as chances de contágio são grandes
A mucosa é o porque a mucosa que recobre o ânus é frágil e não está preparada para o atrito
tecido de entre o ânus e o pênis durante a penetração. Este atrito pode provocar cortes
revestimento microscópicos.
interno do Quando o portador do vírus é o indivíduo passivo (que é penetrado),
organismo. É mais a transmissão se dará se o vírus sair pelos cortes produzidos na penetração,
delicada do que a
podendo então penetrar no corpo do parceiro através de pequenos ferimentos
pele e produz
no pênis.
muco, que a
mantém sempre
Supondo que o indivíduo que penetra - ativo - seja portador do HIV, este
úmida. será ejaculado no ânus de sua (seu) parceira (o) juntamente com o esperma,
podendo penetrar através dos cortes.
A mucosa do ânus tem também grande capacidade de absorção. Assim,
o vírus poderá ser absorvido pela mucosa e alcançar o sangue do indivíduo que
é penetrado - passivo.

Exercícios Exercício 3
Com base nas informações dos últimos parágrafos, para quem você acha
que a relação sexual anal pode apresentar um risco maior? Assinale
a resposta correta:
( ) Para o passivo que mantém relações com um parceiro portador do
vírus.
( ) Para o ativo que mantém relações com um parceiro portador do vírus.

Relação sexual vaginal

A vagina possui uma mucosa mais preparada para a penetração. É mais


resistente, sofre lubrificação e seu grau de absorção é menor. Entretanto, na
mucosa vaginal também podem ocorrer pequenos ferimentos durante a pene-
tração, por onde poderão entrar os vírus presentes no esperma ejaculado por
um portador do HIV.
Não é só a mucosa da vagina que sofre ferimentos, o pênis também pode
ser vítima do atrito. A secreção vaginal de uma mulher portadora do HIV
não tem tantos vírus como o esperma de um homem também portador.
Ainda assim, o homem que mantém relações com uma mulher portadora
também tem chance de se contaminar. A contaminação pode ocorrer quan-
do a secreção vaginal, ou o sangue liberado por ferimentos presentes na
parede da vagina, entra em contato com o sangue do homem, através de
ferimentos no pênis.
Na relação sexual vaginal, o pênis, assim como a mucosa da vagina, sofre
menos atrito do que na relação anal, já que a lubrificação e a dilatação da vagina
são mais eficientes, facilitando a penetração.
Como o sangue contém maior quantidade de vírus do que a secreção
vaginal, se a mulher portadora estiver menstruada, as chances de contágio
poderão aumentar.
Exercício 4 Exercícios
A U L A
Com base nas informações acima, assinale quem você acha que tem maior
chance de ser contaminado na relação sexual vaginal:
( ) Um homem que mantém relações com uma mulher portadora do 12
vírus.
( ) Uma mulher que mantém relações com um homem portador do
vírus.

Exercício 5
A partir do que você entendeu, explique por que na relação sexual anal as
chances de contrair o vírus são maiores do que na relação sexual vaginal.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Relação sexual oral

A relação sexual oral também oferece riscos de contaminação, embora seja


muito difícil identificar o número de casos de contágio por sexo oral. Normal-
mente, o sexo oral não ocorre isoladamente, mas acompanhado de penetração.
O contato da boca com o pênis de um portador do vírus oferece maiores
riscos de contaminação quando ocorre ejaculação. Se não houver ejaculação, as
chances de transmissão diminuem. O contato da boca com a vagina e com o ânus
de um indivíduo contaminado oferece baixos riscos de contágio. O vírus pode ser
transmitido quando as mucosas que recobrem a boca ou o tubo digestivo
apresentam ferimentos.
A quantidade de vírus presente na saliva é muito pequena, e não há nenhum
caso documentado de transmissão por essa via. Ninguém até o momento
contraiu o vírus da Aids por beijo na boca.

Exercício 6 Exercícios
A partir das informações acima, quem tem maior chance de contrair o vírus
ao praticar sexo oral? Assinale com um X a resposta correta:
( ) A pessoa que ingere o esperma de um homem que é portador do vírus.
( ) A pessoa que não ingere o esperma de um homem portador do vírus.

O vírus da Aids só pode ser contraído por contato sexual se você mantiver
relações com um parceiro contaminado e não tomar precauções.

Agora que já sabemos como o vírus HIV é transmitido pela relação sexual,
podemos falar das formas de evitar esse tipo de contágio.
O uso da camisinha é uma das formas de evitar o contato entre o sêmen e
as mucosas anal ou vaginal. Evita também o contato entre o pênis e a secreção
vaginal.
No caso de sexo oral, é aconselhável não ingerir o sêmen. Esta precaução
diminui muito a chance de contágio.
A U L A A saúde do corpo também pode ser fundamental para diminuir as chances
de contaminação. Nas pessoas que possuem doenças sexualmente transmissíveis,

12 como o herpes, a gonorréia, a sífilis etc., que provocam ferimentos na região dos
órgãos sexuais, aumentam muito as chances de transmissão. Nesses casos, os
ferimentos são portas de entrada e saída dos vírus.
Além disso, o organismo debilitado propicia a instalação do vírus com maior
facilidade. Para prevenir-se, o melhor é evitar o sexo em caso de doença ou
debilidade do organismo.
É preciso salientar que uma série de fatores contribuem para a maior ou
menor possibilidade de contágio. A pessoa que mantém relações sexuais com
um portador do vírus pode ou não ser contaminada. A transmissão depende do
tipo de relação mantida e do estado físico do indivíduo, principalmente dos
órgãos envolvidos.

Transfusão de sangue
Pessoas que precisam receber uma transfusão de sangue por serem hemofílicas,
por terem sofrido uma cirurgia ou, ainda, por terem sofrido um acidente, podem
contrair o vírus da Aids se o sangue recebido estiver contaminado.
Assim, várias precauções devem ser tomadas nos bancos de sangue. Todo
o sangue doado deve passar pelo teste anti-HIV.
Embora as autoridades competentes tenham o dever de realizar o teste anti-
HIV em todo o sangue que permanece no banco de sangue, o paciente também
tem sua parcela de responsabilidade. No caso de transfusão, ele deve exigir que
o sangue recebido tenha sido previamente testado.

Os riscos na transfusão de sangue são sempre para o receptor e nunca


para o doador, desde que o material usado para a coleta seja descartável.

Material contaminado
Outra forma de contrair o vírus HIV é pelo uso de agulhas, seringas ou
materiais cirúrgicos contaminados - o resto de sangue deixado nesses materiais
pode conter o vírus. Se houver reutilização sem esterilização prévia, o vírus será
transmitido à pessoa que reutilizar o material.
Para evitar o risco de contaminação, deve-se utilizar material descartável ou
perfeitamente esterilizado. Nesse caso, os pacientes também devem fiscalizar
o material usado por médicos, enfermeiros etc.
Os usuários de drogas injetáveis são as maiores vítimas dessa forma de
contaminação. Ao ser preparada no interior da seringa, a droga é misturada com
um pouco de sangue para ser posteriormente injetada na veia do usuário. Em geral,
o consumo da droga é feito em grupo e a seringa passa de uma pessoa para outra.
Se houver um portador do vírus no grupo, esse ritual de consumo certamen-
te fará com que o contágio ocorra, pois o sangue deixado pelo portador do vírus
será injetado na veia das demais pessoas, juntamente com a droga. Além disso,
um único portador pode contaminar mais de uma pessoa a cada vez que a droga
é consumida.
Para evitar a contaminação, os consumidores de drogas injetáveis devem ter
sua própria seringa, que não poderá ser compartilhada.
Aleitamento A U L A

Na mulher contaminada, o leite materno também contém o vírus da Aids.


Durante o aleitamento, o bebê pode contrair o vírus, se este conseguir penetrar 12
pela mucosa da boca, da garganta etc.
Mas não é só pelo leite que a criança pode contrair o vírus. Se a mãe já for
portadora do vírus durante a gravidez, a transmissão poderá ocorrer pelo cordão
umbilical, ou ainda, durante o parto.
Caso uma mulher portadora do vírus da Aids tenha um filho saudável, ela
não deverá alimentá-lo com seu próprio leite, para não contaminar a criança.

Para não ter medo

Da mesma forma que é necessário prevenir, é preciso também evitar


exageros e preconceitos. Assim como estudamos as formas de transmissão e os
cuidados necessários, vamos verificar quais são os casos em que não precisa-
mos ter medo.
O convívio social, familiar ou profissional não oferece qualquer risco de
transmissão do vírus, já que não envolve troca de sangue ou de secreções do
corpo. Ainda que a sua pele entre em contato com a lágrima ou com a saliva de
outra pessoa através de um beijo no rosto, do uso de um talher ou um copo, não
será suficiente para que o vírus penetre no organismo, principalmente, se a pele
não apresentar ferimentos.
O medo de tocar ou de se aproximar de pessoas portadoras do vírus HIV é
absolutamente desnecessário e preconceituoso.
Inúmeras pessoas têm dúvidas em relação a picadas de insetos e ao beijo na
boca. Pode-se dizer que, no primeiro caso, haveria troca de sangue e, no segundo
caso, um contato mais direto com a saliva, que contém o vírus nas pessoas
contaminadas. Entretanto, não existe registro de alguém que tenha sido conta-
giado dessa forma.

PRESTE A T E N ÇÃ O P A R A A C A B A R C O M O PRECONCEITO E O M E D O

Não ocorre transmissão:

· pelo ar ou pelo contato com objetos (moedas, cédulas de dinheiro);

· por meio de alimentos, copos, talheres, pratos ou xícaras;

· por meio da roupa de cama ou de banho;

· em pias, privadas, chuveiros, banheiras ou piscinas;

· em elevadores, ônibus e metrô;

· por dormir no mesmo quarto, trabalhar na mesma sala, freqüentar


a mesma escola, sentar na mesma cadeira ou ir a locais públicos;

· por beijo no rosto, aperto de mão e abraço.


A U L A Como você pode perceber, não é difícil evitar a Aids; basta estar bem
informado e adotar comportamentos seguros. É preciso que você esteja sempre

12 atento, pois se não tomar cuidado poderá não só contrair o vírus como transmiti-
lo a outras pessoas.
A Aids ainda não tem cura nem vacina: a prevenção é a única forma
de evitá-la!

Se você se descuidou ou não estava bem informado, e acha que


é portador do vírus, procure orientação de um médico e, se necessário,
faça o teste anti-HIV. Ele permite saber se a pessoa é portadora do vírus
da Aids. Não é preciso estar doente para que o teste indique a presença
do vírus no organismo.

Quadro- a) Represente, por um esquema, a ação dos vírus no interior do organismo;


síntese

b) Diga quais são as conseqüências da presença do HIV para o nosso corpo


e por quê;
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

c) Circule com caneta vermelha as formas de transmissão do vírus HIV e com


caneta azul os casos em que não ocorre transmissão.

· Sexo anal ou vaginal sem camisinha.

· Relação social, familiar ou profissional.

· Seringa ou agulha usada sem esterilização.

· Uso do mesmo copo.

· Abraço e beijo no rosto.

· Doação de sangue.

· Seringa ou agulha descartável.

· Aleitamento.

· Sexo oral com ingestão de sêmen.

· Transfusão de sangue sem realização do teste anti-HIV. (continua)


(continuação) A U L A
d) Diga quais são as precauções que se deve tomar para não ser contaminado.
..................................................................................................................................
.................................................................................................................................. 12
..................................................................................................................................

Exercício 7 Exercícios
Explique por que não é possível reconhecer o portador do HIV apenas por
sua aparência física.

Exercício 8
Quando o aidético é internado por recomendação médica, ele permanece
separado dos demais pacientes. Considerando que a Aids não é transmitida
pelo contato social, procure uma explicação para este fato, levando em conta
as características da doença.

Exercício 9
Depois das discussões desta aula, que comportamentos você pretende
adotar:
a) Para não contrair o vírus HIV.
b) Quando tiver de se relacionar com um aidético ou com um soropositivo.

Exercício 10
Explique como o vírus da Aids pode ser transmitido em cada um dos casos:
a) Sexo sem camisinha.
b) Seringa usada.
c) Transfusão de sangue.
A UA UL L AA

13
13
Estudando as aulas
do Telecurso 2000

T
elevisão ligada. Seus olhos estão voltados
para as imagens, seus ouvidos percebem os sons e você presta atenção a mais
uma aula do Telecurso 2000. Enquanto você assiste televisão, seu corpo trabalha
ativamente na recepção das informações.

Como será que percebemos os estímulos ao nosso redor e reagimos a eles?


O que são estímulos?

Exercícios Exercício 1
Pensando no ato de assistir televisão, escreva nas linhas a seguir dois
estímulos que você está recebendo:

a) .............................................................................................................................

b) .............................................................................................................................

A televisão estimula seus olhos pela emissão de imagens. Seus ouvidos são
sensibilizados pelo som. A partir desses exemplos, é possível definir o estímulo
como qualquer mensagem do ambiente que provoque reações no indivíduo.

Exercícios Exercício 2
Para todo estímulo recebido há uma reação do nosso corpo. Descreva agora
uma reação para cada um dos estímulos abaixo:

a) Você está distraído e ouve o estouro de um rojão.


.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

b) Você está com fome e sente o delicioso aroma de uma comida de que você
gosta.
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
Como respondemos aos estímulos A U L A

Para responder aos estímulos o corpo conta com o trabalho de células


especializadas do sistema nervoso, responsáveis por perceber o estímulo e dar 13
uma resposta a ele. Essas células são chamadas de neurônios
neurônios.

PARTES DA CÉLULA NERVOSA

corpo celular




dendrito

axônio

neurônio

O neurônio é dividido em três partes principais: os dendritos


dendritos, o corpo
celular e o axônio. Essa divisão é muito importante para que possamos compre-
ender como funciona essa célula.

Você sabia?

Que há aproximadamente 100 bilhões de neurônios no cérebro humano?

Quando o corpo recebe uma informação do ambiente, a percepção desse


estímulo é processada pelo neurônio. Leia o trecho a seguir para entender melhor
o que acontece:

João voltava para casa após um dia de trabalho.


Ao atravessar a rua, um vento frio envolveu-o e João s e n t i u u m
arrepio no corpo.

O vento frio diminui a temperatura do ambiente e esse estímulo é recebido


pelos neurônios que estão abaixo da pele. A primeira parte da célula que recebe
o estímulo é o dendrito. A pele se arrepia porque o vento frio estimula
os dendritos das células nervosas que estão sob ela. Esse estímulo é passado
para o corpo celular e deste para o axônio. O próximo neurônio será estimulado
pelo axônio do primeiro, e assim por diante. O estímulo e a reação exemplifi-
cados são percebidos por todo o corpo.
A reação a esse estímulo é dada por outros neurônios que estão ligados
à base dos pêlos. Tais neurônios produzem a contração dos músculos sob
os pêlos que se levantam.
Exercícios
A U L A Exercício 3
Na figura a seguir estão representados dois neurônios ligados. Acompa-

13 nhando a explicação dos parágrafos anteriores, desenhe setas que indiquem


o caminho do impulso nervoso.

O estímulo percebido pela célula recebe o nome de impulso nervoso .


O impulso nervoso é uma tradução do estímulo. Para que seja percebido, o
estímulo deve entrar na célula sob a forma de impulso nervoso, caminhando
de neurônio em neurônio até chegar ao cérebro. No cérebro o impulso é
processado por outras células nervosas e uma resposta é mandada de volta por
um novo grupo de neurônios.
O impulso nervoso provoca uma série de reações químicas dentro do
neurônio. Para que cada uma das reações ocorra, há necessidade de energia.
Portanto, a célula nervosa irá utilizar glicose e oxigênio, produzindo energia e
gás carbônico.

Você sabia?

Que, na epilepsia, a atividade regular e organizada do cérebro sofre uma


brusca perturbação? Os neurônios produzem impulsos ao acaso e isso pode
provocar a perda temporária da consciência. Com freqüência, são também
passadas mensagens aos músculos, o que produz movimentos não coordenados,
conhecidos como convulsões.

A velocidade do impulso

O sistema nervoso controla, regula e integra as atividades das várias


partes do organismo. Essas funções são muito importantes para o seu bom
funcionamento.
Algumas situações são danosas para o corpo. Assim, ao perceber as informa-
ções que o meio oferece, é importante que sua resposta seja rápida. Quando
ingerimos um alimento estragado e com sabor desagradável, a primeira reação
é retirá-lo rapidamente da boca. O sabor desagradável é processado no cérebro
e várias reações são emitidas. A primeira é a sensação de gosto ruim. Logo em
seguida o cérebro manda impulsos nervosos para os músculos da boca, que se
abre. Outro impulso produz a movimentação dos músculos do braço e da mão,
para que você leve a mão até a boca. Os músculos da mão são estimulados para
pegar o alimento e retirá-lo da boca. Se o impulso nervoso demorar para chegar
ao cérebro você poderá engolir o alimento, vindo a intoxicar-se.
A velocidade média de um impulso nos neurônios humanos é de 50 metros
por segundo. Isso explica a rapidez com que acontecem todos os atos descritos
acima.
Todos os impulsos vão para o cérebro? A U L A
Os exemplos citados até agora têm em comum os caminhos que o
impulso percorre desde o início de sua transmissão até a resposta. Veja figura
abaixo.
13
Nem todos os estímulos recebidos seguem o caminho descrito anteriormen-
te. Algumas vezes, o impulso nervoso não chega ao cérebro e é a medula que se
encarrega de dar a resposta.

cérebro
ESQUEMA DA TRANSMISSÃO DO
IMPULSO NERVOSO PARA O CÉREBRO

medula

reação estímulo

estímulo ® neurônio
receptor do
estímulo ® neurônios
da medula ® neurônios do
cérebro ® neurônios
da medula ® neurônios
que estimulam
a reação ® reação

Exercício 4 Exercícios
Agora você irá experimentar uma ativi-
dade na qual o estímulo será desencade-
ado sem ajuda do cérebro: sente numa
cadeira, cruze as pernas e relaxe o corpo. Região da
Dê uma pequena pancada um pouco perna que
deve ser
abaixo do joelho da perna que está apoi- estimulada.
ada sobre a outra. Descreva o que acon-
teceu.
....................................................................
....................................................................
....................................................................
A U L A Ao bater levemente na região abaixo do joelho, os neurônios são estimula-
dos a dar uma resposta. O impulso nervoso caminha em direção à medula e não

13 vai ao cérebro, voltando por outro ramo de neurônios e produzindo, como


resposta, a contração do músculo da perna. Esse tipo de resposta em que não há
interferência do cérebro é chamado de arco reflexo
reflexo.

cérebro
ESQUEMA DE ARCO-REFLEXO

medula

estímulo ® neurônio
que recebe o
estímulo ® medula ®
estímulo neurônio
que estimula
a reação ® reação
reação

As funções do cérebro

O funcionamento do cérebro ainda não é totalmente conhecido. Muitas


pesquisas estão sendo feitas nessa área para que se possa dizer com certeza o que
acontece.
O que se sabe até o momento é que algumas regiões específicas do cérebro
controlam atividades também específicas. Há áreas especializadas em controlar
a fala, outras controlam a audição, o tato, os movimentos do braço etc.
Algumas dessas informações são obtidas a partir de estudos de casos
clínicos. Por exemplo, uma pessoa recebe uma pancada na cabeça e diz ter “visto
estrelas”. Nesse caso, a pancada estimulou a área da visão, gerando impulsos
que resultaram em sensações luminosas.

Você sabia?
Que os diversos sentidos não são igualmente desenvolvidos nos diferentes
grupos animais? Que o cachorro sente cheiros melhor do que o homem? E que
os morcegos ouvem sons que nós somos incapazes de ouvir?
O cérebro trabalha ainda em processos como aprendizagem e memória. A U L A
Todo o funcionamento dos neurônios descrito nesta aula está ligado aos proces-
sos citados.
Nosso cérebro é um órgão vital. Todos os órgãos dependem dele. Além 13
disso, a percepção dos estímulos do ambiente e nossas respostas são comanda-
das pelo cérebro. A grande importância de responder aos estímulos do meio está
no auxílio que tais respostas proporcionam à nossa sobrevivência.

Escreva as definições de: Quadro-


a) Estímulo síntese
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
b) Neurônio
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
c) Impulso nervoso
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Faça os seguintes esquemas:


d) Impulso nervoso passando somente pela medula.

e) Impulso nervoso passando pelo cérebro.

Exercício 5 Exercícios
Quando você faz uma prova você lê a pergunta, pega a caneta e começa a
escrever. Seu desempenho depende dos olhos, dos neurônios, do sistema
nervoso e dos músculos. Descreva as interações que ocorrem entre seus
olhos, seu cérebro e os músculos do braço.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A UA UL L AA

14
14
Aproveitamos tudo
o que comemos?

N as Aulas 1 e 5 vimos a importância de


carboidratos, proteínas e gorduras para o bom funcionamento do corpo e o
quanto é fundamental uma alimentação saudável, pois os nutrientes dos alimen-
tos são transformados em substâncias necessárias ao corpo.
Mas, antes de ser absorvido e utilizado pelo corpo, todo alimento deve ser
transformado para poder atravessar a parede do intestino.
Quem já não comeu um belo prato de arroz, feijão, bife, salada e batata frita?
Como esses alimentos se transformam no corpo, antes de serem absorvidos?
Vamos relembrar primeiramente quais são os principais nutrientes desses
alimentos:

· arroz: carboidratos (amido)


· feijão: carboidratos (amido)
· bife: proteínas e gorduras
· salada: sais minerais, vitaminas, carboidratos (celulose)
· batata frita: carboidratos (amido) e gorduras

Esses nutrientes passam por processos que os transformam em substâncias


capazes de atravessar as células da parede do intestino. Essas transformações
ocorrem graças às enzimas digestivas que são produzidas ao longo do tubo
digestivo.
As enzimas são proteínas muito específicas, isto é, há uma enzima para
cada tipo de nutriente. Existem enzimas que digerem carboidratos, enzimas
que digerem proteínas e enzimas que digerem gorduras. Existem, ainda,
enzimas diferentes para cada tipo de carboidrato, proteína e gordura.

Essa especificidade das enzimas está relacionada ESPECIFICIDADE DAS ENZIMAS


com a sua forma. A enzima e o nutriente no qual ela vai
agir funcionam como a chave e a fechadura. Sabemos
que há uma forma de chave para cada fechadura, por
isso não conseguimos abrir a porta do carro com a
chave do portão. Da mesma forma, a enzima que
digere proteína não consegue digerir gordura ou
carboidrato.
A Tabela 1 indica nomes de enzimas e de substâncias TABELA 1A U L A
sobre as quais elas agem, ou seja, de substratos específicos.

14
NOME DO SUBSTRATO NOME DA ENZIMA

Será que a transformação de todos os alimentos que proteína protease


comemos ocorre num único órgão? Será que o arroz e o bife gordura (lipídio) lipase
são transformados dentro de um mesmo órgão, como o amido amilase
estômago, por exemplo? celulose celulase
Vamos falar agora de como ocorrem as transformações dos diferentes
nutrientes ingeridos por uma pessoa que comeu arroz, feijão, bife, salada e batata
frita, e onde esses alimentos são transformados.

Amido

A amilase que vai agir sobre o amido é uma enzima glândulas salivares
produzida nas glândulas salivares e no pâncreas. As glându-
las salivares liberam a amilase na boca, local onde a digestão
do amido se inicia. Mas o amido não é digerido totalmente na
boca, onde o alimento permanece pouco tempo.
O restante do amido que não pôde ser digerido na boca é
levado até o intestino delgado, onde sofre a ação da amilase
pancreática. Esta enzima chega até o intestino delgado atra-
vés de um duto, o canal de comunicação que liga os dois
órgãos (pâncreas e intestino delgado). Juntamente com a
pâncreas
amilase, o pâncreas produz bicarbonato de sódio, que torna
básico o meio em que a enzima vai agir. Um meio com
características básicas é essencial para que a amilase pancre- intestino delgado
ática possa agir.

O bicarbonato de sódio é uma substância básica (alcalina). As bases


possuem sabor amargo ou adstringente (que “amarra a boca”, como a
banana verde). No nosso cotidiano, encontramos bases em substâncias
como soda cáustica (utilizada para fabricar sabão), leite de magnésia
(laxante) e amoníaco (usado como agente de limpeza).

A amilase pancreática quebra o amido em uma molécula menor, chamada


maltose. A maltose, porém, não consegue atravessar as células da parede do
intestino. Entra em cena, então, a maltase, enzima produzida no próprio intes-
tino delgado.
A maltase transforma a maltose em glicose, que é absorvida pela parede do
intestino delgado. Atravessa os capilares sangüíneos e entra no sangue.

Exercício 1 Exercícios
Pinte no esquema a seguir o nutriente capaz de ser absorvido pelas células
da parede do intestino delgado:

ESQUEMA DA TRANSFORMAÇÃO DO AMIDO


A U L A Proteína

14 O início da digestão da proteína ocorre no estômago. O suco digestivo


produzido por esse órgão é composto por ácido clorídrico e protease. Essa
enzima só age num meio muito ácido. Logo, a produção de ácido clorídrico é tão
necessária quanto a produção da protease.

Os ácidos têm sabor azedo. No nosso cotidiano encontramos ácidos no


vinagre, em refrigerantes, na aspirina e também em baterias de automó-
vel. O suco de limão é azedo porque contém ácido cítrico.
O ácido clorídrico é produzido por células da parede do estômago.
Ele não ataca essa parede, que é protegida por uma camada de muco.

A protease gástrica (do estômago) quebra as proteínas em pedaços menores,


mas não consegue reduzi-las a aminoácidos. (Lembra-se da Aula 5?
Os aminoácidos formam as proteínas!)
Assim, é necessária uma nova fase na digestão das proteínas. Depois
de passarem pelo estômago e sofrerem a ação da protease gástrica, as proteínas
se dirigem ao intestino delgado.

Exercícios Exercício 2
Pinte o órgão responsável pela
produção de ácido clorídrico:

pâncreas
estômago
intestino delgado

No intestino delgado as proteínas sofrem a ação de proteases intestinais e


pancreáticas. Essas enzimas, ao contrário da protease gástrica, funcionam em
meio básico, o que é conseguido, como já vimos, graças ao bicarbonato de sódio
liberado pelo pâncreas. As proteases intestinais e pancreáticas transformam as
proteínas em aminoácidos, que são, então, absorvidos pelas células da parede
do intestino delgado.
ESQUEMA DE TRANSFORMAÇÃO DAS PROTEÍNAS
Exercício 3 Exercícios
A U L A
Que alimentos (arroz, feijão, bife, salada ou batata frita) sofreram essa
transformação?
.................................................................................................................................. 14
..................................................................................................................................

Gordura

Você viu até aqui como o arroz, o feijão, parte do bife (proteína) e parte da
batata frita (amido) foram transformados e absorvidos pelo corpo.
Vamos ver agora como é transformada a gordura contida na carne e no óleo
utilizado na fritura da batata e do bife.
A gordura passa pela boca e pelo estômago sem sofrer transformação, isto é,
não existem lipases na boca e no estômago.

O estômago produz uma lipase capaz de digerir apenas a gordura da


manteiga, sendo sua atividade tão pequena que não chega a ter
importância.

A gordura, ao chegar ao intestino delgado, sofre a ação de enzimas produ-


zidas no pâncreas e no próprio intestino delgado. Essas enzimas quebram a
gordura, que fica reduzida a moléculas menores que a compõem: ácidos graxos
e glicerol. (Lembre-se da Aula 5!).

Os ácidos graxos e o glicerol podem ser absorvidos pela parede do intestino


delgado e chegar ao sangue.

Exercício 4 Exercícios
Pinte os nutrientes que são absorvidos pelas células da parede do intestino
delgado:
ESQUEMA DA TRANSFORMAÇÃO DAS GORDURAS
A U L A Celulose

14 E a salada? O que acontece com os sais minerais, vitaminas e celulose


presentes nos vegetais que ingerimos?
Os sais minerais e vitaminas, assim como a água que ingerimos, não
precisam sofrer transformações para serem absorvidos. As células da parede do
intestino delgado os absorvem diretamente.
A celulose é um carboidrato presente nas fibras dos vegetais que ingerimos,
como bagaço de laranja, verduras de folha, arroz integral e cereais. É encontrada
nas hastes, caules e troncos de todos os vegetais.

Você sabia?
A madeira é composta, principalmente, por celulose. Fabricamos o
papel a partir dela. O algodão que utilizamos para fazer curativos é
celulose quase pura. A diferença de rigidez entre a madeira e o algodão
é ocasionada pela lignina, uma substância que aparece em proporção
bem maior na madeira.

Será que conseguimos aproveitar esse carboidrato tão abundante na natureza?


É uma pena, mas nós e outros animais não somos capazes de digerir a
celulose, já que não possuímos uma enzima capaz de quebrá-la e transformá-la
em glicose. Na natureza, apenas os fungos e alguns microrganismos conseguem
utilizar a celulose como alimento, pois são os únicos que possuem uma enzima
chamada celulase
celulase.
Mas não é por isso que devemos deixar de comer alimentos fibrosos. Embora
não sejam digeríveis e por isso não possam ser aproveitadas como alimento, as
fibras auxiliam na movimentação do intestino. Isso mesmo! O intestino, assim
como o esôfago e o estômago, se movimenta. As fibras vegetais dão volume à
comida, o que obriga o intestino a “trabalhar” mais, isto é, a se movimentar mais.

Dica
Uma dieta rica em celulose ajuda o bom funcionamento do intestino,
garantindo a evacuação normal das fezes. Geralmente, pessoas que
comem poucas fibras vegetais costumam sofrer de prisão de ventre.
Suas fezes levam mais tempo para percorrer o intestino e se tornam secas
e endurecidas.
Por isso, não se esqueça de incluir as fibras em sua dieta!

Exercícios Exercício 5
Você pôde ver até aqui a transformação de alguns alimentos presentes no
cardápio. Escreva a seguir quais são os nutrientes absorvidos após a
ingestão e transformação (caso ela ocorra) de cada um dos alimentos:
a) arroz: ..................................................................................................................
b) feijão: ..................................................................................................................
c) bife: .....................................................................................................................
d) batata frita: ........................................................................................................
e) salada: ................................................................................................................
Vamos ver agora alguns itens importantes para uma boa digestão. A U L A

Movimentos realizados pelo tubo digestivo


Além de empurrar o alimento para diante, os movimentos - realizados pelo
14
esôfago
esôfago, estômago e intestino - têm outras funções: amassar a comida e misturá- Esôfago: tubo que
la aos sucos digestivos, para que entrem em contato com as enzimas. liga a garganta ao
Por que devemos amassar a comida e parti-la em pequenos pedaços? estômago.
Vejamos a seguir.

Aumento da superfície dos alimentos exposta às enzimas


Uma boa mastigação transforma a comida numa pasta, o que aumenta a
superfície dos alimentos exposta às enzimas digestivas e facilita a digestão.
Vamos supor que você tenha de salgar um pedaço de carne. Se esse pedaço
for grande demais, dificilmente a porção mais interior ficará salgada. Porém, se
cortar esse pedaço em pequenos cubinhos, a superfície de contato da carne com
o sal será maior, facilitando sua penetração.
No caso das gorduras, para que ocorra o aumento da superfície de contato
com as enzimas, é necessária a liberação da bile, substância produzida no fígado Duodeno: porção
e esvaziada no duodeno
duodeno, através de um canal de comunicação. curta do intestino
delgado que vem do
fígado esôfago estômago.

estômago

vesícula biliar
pâncreas
duodeno

Atividade prática

Você vai precisar de água, óleo de cozinha e detergente para demonstrar o efeito que
a bile tem sobre a gordura.
Coloque água num copo até a metade. Acrescente uma colher de sopa de óleo.
a) O que acontece com o óleo?

Tampe o copo com a mão e agite fortemente. Espere 20 segundos.

b) O que acontece?

Acrescente agora 20 gotas de detergente. Tampe o copo e agite-o novamente.

c) O que acontece?

O detergente dividiu o óleo em gotículas que permaneceram espalhadas pelo líquido.


A bile tem função semelhante à do detergente. Ela divide a gordura em gotículas para
facilitar o contato com as lipases, impedindo que as gotículas se unam novamente.
A U L A Fatores que influenciam as atividades das enzimas

14 Ao ler o texto desta aula, percebe-se que a atividade das enzimas é influen-
ciada por alguns fatores. As enzimas agem melhor em determinadas condições
e podem ter sua atividade prejudicada em outras.
Um desses fatores é a superfície do nutriente sobre o qual a enzima vai agir.
Outro fator descrito nesta aula é o grau de acidez do meio onde ocorre a reação
de quebra do nutriente pela enzima.

Exercícios Exercício 6
Descreva dois exemplos vistos no texto em que há influência da alcalinidade
ou acidez do meio na atividade das enzimas:

a) .............................................................................................................................
.............................................................................................................................

b) .............................................................................................................................
.............................................................................................................................

Usamos o pH para indicar a acidez ou alcalinidade de uma substância.


O pH compreende valores de 0 a 14. Substâncias neutras possuem
pH igual a 7, as ácidas têm pH menor do que 7 e as básicas têm
pH maior do que 7.

EFEITO DO PH NA ATIVIDADE
DA PEPSINA
Observando o gráfico a seguir, percebemos
que a pepsina (protease do estômago) possui o
máximo de atividade quando o pH do meio está ao
redor de 2 e torna-se inativa quando o pH está
próximo de 6.

O que acontece com o alimento que não é digerido?

Você viu que, por não possuirmos a enzima celulase, não podemos aprovei-
tar a celulose como alimento. Assim, as fibras são eliminadas em forma de fezes,
juntamente com água, bactérias mortas, sucos digestivos, sais minerais não
necessários, muco, bile e células que se desprendem das paredes do tubo
digestivo. Todos esses materiais que não foram absorvidos no intestino delgado
são levados ao intestino grosso e eliminados na defecação.

As bactérias mortas encontradas nas fezes faziam parte da flora bacte-


riana, isto é, de uma população de bactérias que vivem no intestino.
Veja aqui os órgãos citados no texto. A U L A

glândulas salivares
14

esôfago
vesícula biliar
fígado
estômago

pâncreas
ducto biliar
intestino delgado
intestino delgado (duodeno)
intestino grosso

ânus

Quadro-
síntese
a) Que nutriente tem sua digestão iniciada na boca?
...................................................................................
...................................................................................

b) O que o estômago libera para acidificar o meio e promover


a ação da protease gástrica?
...................................................................................................

c) Qual a função da bile produzida no fígado?


...............................................................................................

d) O que o pâncreas libera para tornar o meio básico,


de modo que as enzimas pancreáticas e do intestino
delgado possam agir?
.........................................................................................

e) Após a transformação do amido, das proteínas


e das gorduras, quais nutrientes são absorvidos
pelo intestino delgado?
..........................................................................................
..........................................................................................

f) O que acontece com os materiais que são levados


ao intestino grosso?
...............................................................................................
...............................................................................................
Exercícios
A U L A Exercício 7
A mesma quantidade de uma mistura de amido, água e saliva foi colocada

14 em cinco tubos de ensaio. Cada um dos tubos foi mantido em condições


diferentes de temperatura e pH, como você pode observar na tabela a seguir:

TABELA 2
TUBO DE ENSAIO pH TEMPERATURA EM ºC
A 2 36
B 2 60
C 7 36
D 7 60
E 5 36

Sabendo que a amilase presente na saliva age num meio neutro e numa
temperatura próxima à do corpo, responda:
a) Qual dos tubos conterá mais maltose após 10 minutos?
b) Por quê?

Exercício 8
O gráfico a seguir relaciona o pH com a atividade da enzima tripsina
(protease pancreática).

EFEITO DO PH NA ATIVIDADE
DA TRIPSINA

a) Com qual valor de pH a atividade da tripsina é mais alta?


b) Com quais valores de pH a tripsina é inativa?
c) Que substância é responsável pelo pH ótimo para a tripsina?

Exercício 9
Uma pessoa apresenta uma doença que impede a secreção de ácido clorídri-
co no estômago. No almoço, essa pessoa comeu macarrão com azeite e um
bife. Sabendo que o macarrão é composto principalmente por carboidratos,
o azeite por gorduras e o bife por proteínas, responda:
a) Qual desses alimentos não será digerido no estômago em conseqüência
da doença?
b) Por quê?
AUU
A L AL A

15
15
Será que estou grávida?

- Alzira tá diferente... Tá com a cara redonda, inchada. Está com cara de


grávida!
- Não sei o que eu tenho. Toda manhã acordo enjoada e vomitando.
- A Neide engordou de repente! Ficou sem cintura e muito mais peituda.
Vai ver que está esperando filho!
- Estou desconfiada que estou grávida. Minha menstruação está atrasada
dez dias!
São muitos os sinais que indicam gravidez. O corpo da mulher sofre várias
alterações durante esse período e, conforme a gestação avança, vai ficando cada
vez mais evidente a presença dentro de seu corpo de um novo ser.
Mas o que será que provoca tantas alterações? O que causa esses indícios
característicos de gravidez? Por que os enjôos, o inchaço, a ausência da
menstruação?
Nesta aula você vai conhecer as razões de tantas mudanças. Uma delas você
mesmo sabe explicar.

Ausência de menstruação
Na Aula 6 você estudou os hormônios que estão relacionados com o ciclo
menstrual. Se precisar, volte a ler essa aula para relembrar. Você aprendeu que
quando não ocorre fecundação, o endométrio se desprende ocasionando
a menstruação.
Vamos ver agora o que acontece quando há fecundação
fecundação.
Depois que o espermatozóide fecunda o óvulo, o corpo da mulher começa
a produzir o hormônio chamado gonadotrofina
gonadotrofina. A gonadotrofina segura
o endométrio, evitando assim, que a menstruação ocorra.
Mulheres que estão com a menstruação atrasada e desconfiam que estão
grávidas fazem exames de sangue ou de urina para confirmar a gravidez.

Exercício 1 Exercícios
Se uma mulher estiver mesmo grávida encontraremos gonadotrofina
em seu sangue?......................................................................................................
Exercício 2
Se não houver gonadotrofina no sangue da mulher, o exame indicará que ela
está grávida ou não? .............................................................................................
A U L A

15
Enjôos e prisão de ventre

Esses sintomas, bastante comuns principalmente no início da gravidez,


também estão relacionados com mudanças hormonais e, por estranho que
possa parecer, com os músculos. Nas aulas anteriores você já leu alguma coisa
sobre músculos. Nosso corpo tem vários músculos que trabalham sob nossas
ordens, isto é, conseguimos controlar sua contração e relaxamento: andamos
quando queremos, esticamos o braço quando temos vontade. Dizemos que
temos controle voluntário sobre esses músculos. Mas há outros tantos múscu-
los no nosso corpo que trabalham independentemente de nossa vontade. Não
podemos fazer uma pausa no batimento do nosso coração, tampouco podemos
controlar o caminho dos alimentos ao longo do nosso aparelho digestivo. Esses
músculos são de controle involuntário
involuntário. Isso não quer dizer que nada comanda
seu funcionamento. Significa apenas que quem controla seu funcionamento
não é a vontade ou a consciência. Uma das coisas que participam do controle
do funcionamento desses músculos são os hormônios.
A musculatura do aparelho reprodutor é do tipo involuntário. Ela está
sujeita à interferência dos hormônios. Quando ocorre a fecundação, inicia-se
uma produção hormonal própria dessa condição e, em conseqüência, há uma
ação mais lenta da musculatura involuntária.

Exercícios Exercício 3
Essa lentidão da musculatura involuntária representa uma proteção para a
nova vida que está se instalando no útero. Você pode imaginar o que
aconteceria se o útero tivesse contrações fortes depois da fecundação?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Os hormônios que retardam as contrações da musculatura uterina agem


sobre outros músculos de controle involuntário, chamados músculos lisos lisos.
É o que acontece, por exemplo, com a musculatura do intestino. Com
a movimentação mais lenta, os alimentos permanecem mais tempo no intes-
tino, o que acarreta maior absorção de água e ressecamento das fezes. Por isso
é tão comum as grávidas enfrentarem problemas de prisão de ventre.
Mas e os vômitos e enjôos, também têm relação com os músculos? Sim.
A musculatura do estômago também é do tipo involuntário, por isso fica
mais lenta pela ação dos hormônios da gravidez. Dessa forma, diminui
a produção do suco gástrico (suco digestivo produzido pelo estômago, conten-
do ácido clorídrico e enzimas). Essas alterações no funcionamento do estôma-
go são a causa dos enjôos e, algumas vezes, são tão intensas que chegam
a provocar vômitos.
A U L A

15

Inchaço

Nosso aparelho urinário também é constituído de músculos involuntários.


Com as alterações hormonais, a eliminação da urina fica mais difícil, o que pode
deixar a mulher sujeita a maiores infecções urinárias nesse período.
Os hormônios alteram também o funcionamento dos rins, que passam a reter
mais água. O acúmulo de água ocasiona os inchaços. Muitas mulheres ficam
inchadas no rosto, assumindo aquela aparência característica de grávida. Mas
a região mais comumente afetada pelo inchaço são as pernas e os pés. É
freqüente as gestantes não conseguirem calçar os sapatos, ou precisarem
comprar sapatos com um número maior do que o habitual. Mas as conseqüên-
cias do inchaço nas pernas são as mais duradouras. O acúmulo de líquidos nos
membros inferiores contribui para o aparecimento de varizes.
A retenção de água tem outra conseqüência muito séria: ela pode elevar
a pressão sangüínea da gestante.

Aqueles desejos...

Muita gente considera manha as vontades que aparecem durante a gravidez.


Acordar no meio da noite com uma vontade incontrolável de comer morangos
é mesmo um comportamento bastante estranho. Mas será que há outras razões
para se atender os estranhos desejos das grávidas, além da demonstração
de carinho e atenção especial que elas costumam receber dos que as cercam?
Ou será que os desejos podem ser considerados também como um sintoma
da gravidez?
Vamos pensar um pouco. A formação do bebê precisa de material. Para
produzir seus ossos, seu sangue e todos os outros tecidos são necessários
minerais. Essas necessidades são supridas pelo corpo da mãe. É normal, portan-
to, que a gestante tenha necessidades alimentares bem particulares.
Os desejos, a vontade de comer determinados alimentos, ou mesmo
a vontade de comer um pouco mais do que normalmente, são formas de
satisfazer as necessidades do organismo.
A U L A Cálcio, ferro e vitaminas são substâncias que devem constar da alimenta-
ção das gestantes. É comum que, por falta de ferro, as grávidas fiquem

15 anêmicas. Isso pode ser evitado com uma dieta especial ou com suplementos
alimentares que contenham ferro.
Entretanto, as carências alimentares próprias da gravidez não justificam
os exageros, nem da alimentação excessiva, nem das manhas esquisitas.

As formas do corpo

O aumento das medidas da cintu-


ra e dos seios são sintomas evidentes
nas mulheres grávidas. E não é difícil
entendê-los.
Depois da fecundação o embrião
vai crescer e, com ele, o útero e o abdô-
men da mulher também.
Os seios se preparam, durante
a gravidez, para produzir o leite que
vai alimentar o bebê depois do
nascimento. São novamente os hor-
mônios os responsáveis por essas
transformações. Devido à sua ação,
as mamas crescem e são estimuladas
a produzir leite.

Mudanças que não vemos

Nem todas as mudanças que ocorrem no corpo das gestantes podem


ser percebidas por sinais evidentes. Com a presença de um novo ser,
é preciso ter mais oxigênio para suprir as necessidades dos dois. Calcula-se
que é de 20% essa necessidade de oxigênio adicional durante a gravidez. Para
transportar essa quantidade maior de oxigênio há um aumento na quantida-
de de glóbulos vermelhos do sangue e um aumento do trabalho do coração.
Essas alterações podem causar palpitações e elevação da pressão sangüínea.
A placenta A U L A

Observe a figura abaixo e veja como o novo ser invade o endométrio e se fixa.
No ponto em que se fixa, começa a se formar a placenta, que se liga ao embrião 15
pelo cordão umbilical.

IMPLANTAÇÃO DO EMBRIÃO NO ENDOMÉTRIO

mucosa uterina
(endométrio)

início do desenvolvimento embrião


embrionário

oviduto ou
trompa de Falópio
fecundação implantação do
embrião na parede
do útero

parede do útero
ovulação

A placenta é o local de troca de substâncias entre a mãe e o embrião. Por ela


passam nutrientes e oxigênio para o feto, do mesmo modo que este envia seus
resíduos para serem eliminados pela mãe. Muitas substâncias podem atravessar
a placenta, inclusive substâncias tóxicas e agentes infecciosos, como o vírus
causador da rubéola. Porém, o sangue não é uma delas. Não há troca de sangue
entre a mãe e o feto.
É a placenta que produz alguns dos hormônios próprios da gravidez.

PLACENTA, CORDÃO UMBILICAL E ÂMNIO

placenta
âmnio cordão umbilical

feto

colo do útero
A U L A A mulher grávida deve ter muito cuidado com substâncias como álcool,
fumo e outras drogas, pois elas podem passar pela placenta, prejudicando a

15 formação do feto. Pelo mesmo motivo ela só deve ingerir medicamentos


receitados pelo médico.
Além da placenta, forma-se uma bolsa de líquido envolvendo o feto, que tem
como principal função protegê-lo contra qualquer pancada. É a famosa “bolsa”
(âmnio), que se rompe um pouco antes do parto, indicando a proximidade do
nascimento do bebê.

O pré-natal

A partir do momento em que a mulher desconfiar que está grávida, deve


procurar um ginecologista-obstetra para se certificar da gravidez e, caso
o exame de gravidez seja positivo, iniciar um trabalho denominado pré-natal
natal.
Este acompanhamento médico é fundamental pois diminui o risco de problemas
na gravidez e no parto, além de facilitar o diagnóstico de possíveis problemas
com o nenê.

Muitos exames são realizados durante o pré-natal, como exames de


sangue, acompanhamento da pressão sangüínea e exames de ultra-
sonografia.

A geração de uma criança é sem dúvida um fato importante, que transforma


a vida dos pais. Entretanto, a decisão de ter um filho não depende só de estar
fisicamente preparado para isso. Fatores psicológicos, econômicos e sociais
também influenciam.
Atualmente há várias maneiras de manter uma vida sexual ativa evitando
filhos. Existem métodos anticoncepcionais que possibilitam escolher o momento
mais adequado para gerar uma criança.

Nos postos de saúde você pode encontrar médicos para informar sobre
os métodos anticoncepcionais existentes, o que ajudará a escolher o mais
adequado.

Quadro- a) Por que a mulher grávida:


síntese
Não menstrua?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Tem enjôos e prisão de ventre?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Tem freqüentes infecções urinárias?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
(continua)
(continuação) A U L A
Fica inchada?
..................................................................................................................................
.................................................................................................................................. 15
Tem a pressão sangüínea aumentada e palpitações?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Precisa de uma alimentação saudável?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

b) Qual a importância do pré-natal?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 4 Exercícios
A maioria dos órgãos do bebê irá se formar até o final do terceiro mês de
gestação. Explique por que muitos medicamentos não são indicados para
gestantes nos primeiros meses.

Exercício 5
Se, no início da gravidez, uma mulher ingere uma substância que inibe o
efeito da gonadotrofina o que acontece? Por quê?
A UA UL L AA

16
16
Cuidando das plantas

A
s flores, quer por suas cores e formas, quer
pela beleza de suas folhagens, nos causam muita admiração. Quem não se sente
feliz ao receber flores? Quem não gosta de ter em casa um belo jardim?
Muitas vezes, por falta de espaço não podemos ter um jardim, mas arrisca-
mos comprar vasinhos de flores para tornar mais agradável o ambiente domés-
tico. É uma pena que nem sempre as plantas vivam bem em nossas casas.

Por que será que as plantas que trazemos para o ambiente doméstico
geralmente morrem ou não dão flores?

Exercícios Exercício 1
Lembrando dos cuidados que você tem com suas plantinhas, escreva do que
elas precisam para viver bem:
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Como esses cuidados variam conforme a planta, vamos tomar uma delas,
a violeta, como exemplo.

As violetas, para ficarem bonitas e


floridas, precisam ser:

· deixadas sob iluminação indireta, isto


é, num local claro mas onde o sol não
incida diretamente;
· regadas todos os dias, mas colocando água no violeta
pratinho ou na terra, nunca molhando as folhas;
· protegidas do vento;
· colocadas num lugar onde o ar seja úmido;
· adubadas de vez em quando (uma vez por mês).
Mas por que a violeta precisa de tudo isso? A U L A

A importância da luz
16
Todos os seres vivos necessitam de energia para manter suas funções vitais
(metabolismo). Assim como os animais, os vegetais realizam a respiração
celular para obter essa energia. Ou seja, os vegetais também utilizam a glicose e
o oxigênio para obter a energia necessária à sua sobrevivência e liberam gás
carbônico e água (Aula 1).
Como vimos em aulas anteriores (1, 5 e 14), o homem, assim como os outros
animais, obtém a glicose pela alimentação. Já os vegetais não precisam se
alimentar, pois são capazes de sintetizar a glicose por meio de um processo
denominado fotossíntese
fotossíntese. A fotossíntese
é o processo pelo
ESQUEMA DA FOTOSSÍNTESE A fotossíntese e a respiração celular são qual a planta
processos independentes, que podem acon- produz glicose e
luz
tecer ao mesmo tempo. A fotossíntese pro- oxigênio a partir de
gás carbônico e
duz a glicose, enquanto a respiração é a
água na presença
gás carbônico + água obtenção de energia a partir dessa glicose.
ê de luz.
glicose + oxigênio Portanto, a planta precisa realizar os dois
processos, ou seja, sintetizar o alimento
(glicose) e transformá-lo em energia.

Tanto a respiração celular como a fotossíntese ocorrem dentro das células, só


que em locais diferentes. A respiração celular ocorre nas mitocôndrias
mitocôndrias,
e a fotossíntese nos cloroplastos
cloroplastos. Observe que só existem cloroplastos na célula
vegetal, mas existem mitocôndrias nas células animais e vegetais. Só a célula
vegetal faz a fotossíntese, mas a respiração celular é realizada por ambas.

Exercício 2 Exercícios
Complete as legendas das células representadas abaixo, indicando onde
ocorrem a respiração celular e a fotossíntese.

b)
a)
mitocôndria cloroplasto
b)
c)

célula animal mitocôndria

célula vegetal

Mas por que a luz é tão importante para a planta?

Vamos imaginar duas plantas da mesma espécie: uma, que chamaremos de


A , coberta com uma campânula transparente (que permite a passagem de luz)
e a outra, que chamaremos de B , coberta por uma campânula preta (que não
deixa passar luz). Outras condições, como água, nutrientes e ar, são fornecidas.
Exercícios
A U L A Exercício 3
O que você acha que irá acontecer com a planta B depois de algumas

16 semanas? Por quê?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 4
E com a planta A?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A luz é absorvida por um pigmento denominado clorofila (que deixa


as folhas e alguns caules verdes). A absorção da energia luminosa é fundamental
para a fabricação da glicose. É essa energia que é utilizada no processo
de fotossíntese.
Mas por que não podemos deixar a violeta num local em que ela receba sol
diretamente?
Se fizermos isso, certamente ela irá secar e morrer, pois a exposição direta
ao sol provocará um aumento da temperatura.
Existem plantas que não resistem a temperaturas muito altas. No caso da
violeta, o aumento da temperatura faz com que ela transpire demais, o que pode
deixá-la seca.

Você sabia?

A transpiração da planta, que também é chamada de evapotranspiração


evapotranspiração,
representa a perda de água pela planta por meio da evaporação.
É bem diferente do mecanismo de transpiração no homem (Aula 2), que
serve para abaixar a temperatura corpórea.

Importância da água

A maior parte da massa corpórea (aproximadamente 70%) dos seres vivos


é composta por água. A água é o meio onde muitas substâncias estão dissolvidas
e no qual ocorrem as reações metabólicas.
No caso das plantas, a água e os sais minerais são absorvidos do solo pelas
raízes. Conforme a água sobe até as folhas, vai carregando os sais minerais.
A água também transporta as substâncias sintetizadas pelas folhas, como
a glicose, até as raízes.
A planta pode perder muita água com a evapotranspiração, por isso muitas
plantas têm estruturas que ajudam a evitar essa perda. No caso da violeta,
as folhas possuem pêlos e cera.
A cera forma uma camada na folha que dificulta a saída da água.
Os pêlos da folha retêm a água que evaporou, mantendo alta a umidade
ao seu redor.
RETENÇÃO DA UMIDADE COM PARTICIPAÇÃO DE PÊLOS
A U L A

A água fica retida,


aumentando a umidade
próxima às células.
16
camada de cera

Conforme a planta transpira, as raízes absorvem água do solo. Portanto,


para que uma planta não seque é importante que o solo esteja sempre úmido

TRANSPIRAÇÃO E ABSORÇÃO DE ÁGUA

transpiração

Absorção de água
pelas raízes.

Por que não se deve regar demais ou mesmo molhar diretamente as folhas
da violeta?
Essa planta precisa de bastante água, mas se o solo ou as folhas ficarem
encharcados acabarão virando locais ideais para o desenvolvimento de fungos
e bactérias. E esses organismos são decompositores e podem levar ao apodreci-
mento das folhas ou raízes.

Umidade do ar e ventilação

Antes de entrarmos neste assunto, faça o exercício abaixo.

Exercício 5 Exercícios
Quando estendemos uma roupa molhada no varal, em que situação ela seca
mais rápido?
a) ( ) Quando está ventando, o ar está seco, e a roupa está bem estendida.
b) ( ) Quando o ar está úmido, parado e a roupa está dobrada.
A U L A Observe as figuras abaixo:

16 SITUAÇÃO 1: AR SECO
UMIDADE RELATIVA DO AR E TRANSPIRAÇÃO

SITUAÇÃO 2: AR ÚMIDO

Moléculas A alta umidade


de água saem impede que a
da folha. evaporação ocorra.

Na situação 1, percebemos que o ar seco possui poucas moléculas de água,


tornando mais fácil a passagem dessas moléculas das folhas para o ar. Já na
situação 2 o ar está saturado (cheio) de moléculas de água, o que dificulta
a passagem de água da planta para o ar.
O vento também é um fator que estimula a transpiração, pois leva embora
o ar úmido, fazendo com que a folha sempre tenha contato com ar mais seco.

AÇÃO DO VENTO

O vento carrega
as moléculas
de água que
evaporaram da
moléculas de água planta, fazendo
vento com que ela
tenha contato
com ar mais seco
e continue
transpirando.

Do mesmo modo que a roupa estendida seca mais rápido que


a dobrada, quanto maior for a superfície da folha, mais exposta
à evapotranspiração ela estará.

SUPERFÍCIE FOLIAR E TRANSPIRAÇÃO

Folhas
pequenas
e juntas Folhas
dificultam a grandes
transpiração. e abertas
facilitam a
transpiração.
Solo e nutrientes A U L A

Por que devemos adubar o solo?


16
O solo, além de reter a água que será absorvida pelas raízes, deve conter
os nutrientes fundamentais para o desenvolvimento da planta. O adubo serve
para enriquecer o solo quando há deficiência de algum desses nutrientes.
Mas por que a planta precisa de nutrientes se ela fabrica seu próprio
alimento?
Você viu na Aula 5 que não precisamos só de glicose (carboidrato) para nossa
sobrevivência e desenvolvimento. Nos vegetais acontece a mesma coisa: eles
também precisam de sais minerais, proteínas, vitaminas. Os vegetais conseguem
sintetizar as proteínas e vitaminas. Mas para esta síntese necessitam de glicose
e de alguns sais minerais. A glicose é fabricada pela planta na fotossíntese,
enquanto os sais minerais são absorvidos pelas suas raízes. Portanto, os nutrien-
tes que as plantas retiram do solo são basicamente os sais minerais.

Você sabia?
Você sabia que as famosas plantas carnívoras
também realizam fotossíntese para fabricar sua fonte
de energia (glicose)? Os organismos capturados,
como insetos, aranhas e pererecas, são digeridos
por enzimas e os nutrientes são absorvidos.
Geralmente essas plantas vivem em solos com
pouco nitrogênio e é este o principal elemento
que ela aproveita dos organismos digeridos. planta
carnívora

Se adubarmos bastante o solo a planta se desenvolverá melhor?


Não. Se o solo possuir mais nutrientes do que a planta precisa ou consegue
absorver, esse excesso poderá ser aproveitado por bactérias e fungos, o que
estimulará uma proliferação desses organismos.

Você sabia?

Os fungos e bactérias, além de outros agentes


infecciosos como os vírus, também podem cau-
sar doenças nas plantas. Por isso as pessoas
que cultivam plantas geralmente utilizam
substâncias para matar esses agentes infec-
ciosos.
Aquelas manchas como a ferrugem da
laranja e a vassoura-de-bruxa do cacau,
são exemplos dessas doenças.
Alguns insetos podem causar danos
às plantas, como o pulgão, que suga
a seiva, as formigas, que cortam suas
folhas, e certas larvas de insetos, que
as comem.
A U L A As plantas florescem todo ano?

16 Não é toda planta que floresce uma ou várias vezes ao ano. Há espécies que
ficam anos sem florescer. A floração pode ser retardada ou acelerada se
variarmos fatores ambientais como luz, temperatura, umidade e disponibilida-
de de nutrientes, ou se aplicarmos certos hormônios que estimulam a floração.
Além de interferir na floração, a aplicação de hormônios vegetais pode
alterar todo o processo de crescimento e desenvolvimento. Assim, o homem
também pode controlar o crescimento da planta com a aplicação dessas
substâncias.
Com o conhecimento desses fatores que afetam a sobrevivência e o desen-
volvimento das plantas, o homem conseguiu modificar esses processos, melho-
rando a produção agrícola.

Quadro- Um vendedor fez várias recomendações a uma senhora que levava uma
síntese plantinha para casa. Explique a razão de cada recomendação.

a) Deixe-a numa janela, onde ela receba bastante luz.


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

b) Proteja-a do vento.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

c) Molhe a terra com freqüência.


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

d) Se você usar um solo rico em nutrientes não precisará adubá-lo todo mês.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

e) Evite deixar o solo encharcado e molhar as folhas.


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercícios Exercício 6
Márcia disse para sua colega de classe que a fotossíntese era a respiração
das plantas. Você concorda com ela? Justifique sua resposta.

Exercício 7
Os condicionadores de ar deixam o ambiente muito seco. O que acontece
com uma planta que está num ambiente com ar condicionado?

Exercício 8
Considere duas plantas: a primeira consegue sobreviver em local que venta
muito e a outra não. Em qual das duas você espera encontrar maior
quantidade de pêlos nas folhas? Por quê?
AUU
A L AL A

17
17
É dia de jogo!

Z etti bate o tiro de meta. A bola sobe,


viaja no espaço, cai na intermediária. Raí domina no peito, põe no chão,
dribla o seu marcador e toca pra Bebeto, este para Souza que dribla o
primeiro, dribla o segundo, grande jogada de Souza, devolve pra Raí, de
novo pra Bebeto que recebe de volta já na meia-lua, invade a área, aplica um
drible desconcertante no zagueiro, o goleiro sai desesperado, Bebeto passa
pelo goleiro, gol vazio, olho no lance... É goooooool... E que golaaaço!
Bebeto, camisa sete! Uma pintura de jogada do time brasileiro! Agora não
adianta chorar, Goycochea! Vai buscar a bola no fundo do gol! Está aberto
o placar: Brasil 1, Argentina 0.

É domingo, a seleção brasileira está disputando uma final, prestes a


ganhar mais um título. A esta altura você já não pára de roer as unhas e, é
claro, de torcer. Diante de toda essa emoção você não consegue pensar em
mais nada. Mas, se conseguíssemos deixar um pouco de lado a emoção,
poderíamos nos perguntar: o que está acontecendo com o corpo do jogador
enquanto ele se esforça para que o seu time vença o jogo? Como será que ele
consegue correr, chutar, driblar?
Dizemos que o bom jogador deve ter, além de habilidade, um bom
preparo físico.

Mas o que significa ter um bom preparo físico?

Segundo médicos e treinadores, o jogador deve ter, principalmente,


fôlego, velocidade e força
fôlego força.
Por isso é que os jogadores passam boa parte do seu tempo fazendo
exercícios. Eles são os responsáveis pelo desenvolvimento dos três fatores
mencionados, fundamentais para um bom desempenho na hora do jogo.
Você aprendeu na Aula 1 que o músculo retira energia dos alimentos para
poder funcionar. Durante o trabalho muscular, os componentes dos alimentos
são transportados para o interior dos músculos. Sofrem reações químicas
e a energia neles contida é liberada e aproveitada para realizar a contração
muscular
muscular. A contração muscular é responsável pela força e pela velocidade
do jogador.
Exercícios
A U L A Exercício 1
Lembre um momento em que o jogador usa a velocidade e outro em que usa

17 a força:
a) Velocidade .........................................................................................................
b) Força ...................................................................................................................

Mas, e o fôlego? Que relação há entre o fôlego e a contração muscular?

Em aulas anteriores você também já aprendeu que, para obter energia


a partir dos alimentos, as células do nosso corpo (células musculares, nervosas
etc.) precisam de oxigênio. A fonte de oxigênio que usamos é o ar. Quando
respiramos, jogamos uma certa quantidade de ar para dentro dos nossos pul-
mões (inspiração)
(inspiração). Em seguida, o ar é jogado novamente para o ambiente
(expiração) e assim sucessivamente.

O que faz o ar entrar e sair dos pulmões?

Durante a inspiração os pulmões devem se expandir. Há vários músculos


que auxiliam nesse trabalho de expansão da caixa torácica
torácica. A caixa torácica é a
parte do corpo onde o coração e os pulmões ficam alojados. Com a expansão da
caixa torácica, o pulmão ganha espaço e pode se encher de ar.
Se, na inspiração, a caixa torácica aumenta de tamanho, na expiração ela
deve diminuir, para que o ar do interior do pulmão possa ser expulso.

Exercícios Exercício 2
Observe as figuras a seguir, que mostram dois momentos dos movimen-
tos respiratórios, e indique qual delas representa a inspiração e qual a
expiração
expiração.

.................... ....................

diafragma

O diafragma abaixa,
deixando a caixa
torácica com maior
volume.
Observando mais atentamente as figuras anteriores você vai perceber que, A U L A
no momento da inspiração, a parte superior da caixa torácica se ergue. Isso ocorre
graças à contração dos músculos intercostais (que ficam entre as costelas).
O diafragma abaixa, aumentando ainda mais o espaço para a expansão do 17
pulmão, que se enche de ar, ocupando o espaço vazio.
Já na outra figura, que representa a expiração, você pode observar que as
costelas abaixam. Essa possição é dada pelo relaxamento dos músculos intercos-
tais. O diafragma sobe, diminuindo o espaço do pulmão. Esses movimentos
pressionam o ar do interior do pulmão, expulsando-o.

Exercício 3 Exercícios
Observe a figura ao lado e faça
uma relação dos órgãos por
onde o ar passa até chegar aos
pulmões.

................................................

................................................

................................................

................................................

................................................

................................................

................................................

O que acontece com o ar que chega aos pulmões?

Para que nossas células recebam o oxigênio de que necessitam não basta que
o ar, rico em oxigênio, chegue até os pulmões. Para chegar até as células,
o oxigênio deverá ser transportado pelo sangue. Como o oxigênio passa do ar dos
pulmões para o sangue?
é ê
sangue rico em oxigênio sangue pobre em oxigênio

veia artéria

bronquíolo

capilares

alvéolos
A U L A O pulmão é um órgão elástico de tecido muito fino e irrigado por uma
enorme quantidade de capilares sangüíneos. Quando inspiramos, o oxigênio

17 contido no ar penetra no pulmão e atravessa as suas paredes finas, alcançando


o sangue que é trazido pelos capilares sangüíneos. O sangue que chega aos
pulmões é pobre em oxigênio, pois vem dos tecidos nos quais o oxigênio já foi
consumido.
O oxigênio é o único gás que o sangue troca com o ar do pulmão?
As células consomem oxigênio e, no mesmo processo, liberam gás carbônico.
O sangue recolhe esse gás produzido pelas células e o transporta até o pulmão.
No pulmão, o gás carbônico passa do sangue para o ar que está no seu interior.

Exercícios Exercício 4
Agora que você já conhece as trocas que ocorrem no interior do pulmão,
complete as frases abaixo (com as palavras muito ou pouco
pouco), indicando as
quantidades de oxigênio e gás carbônico no sangue, em cada uma das
situações.
a) Ao entrar no pulmão o sangue contém ........ oxigênio e ....... gás carbônico.
b) Ao sair do pulmão o sangue contém ........ oxigênio e .......... gás carbônico.

E depois de chegar até o sangue, o que acontece com o oxigênio?


Não basta que o oxigênio chegue até o sangue que passa pelos pulmões.
Ele deve chegar até a célula (no caso, a célula muscular) que precisa obter
energia e, portanto, vai consumir esse gás.
O oxigênio é transportado de uma forma muito especial pelo sangue. Ele é
transportado no interior das células sangüíneas chamadas hemácias ou
glóbulos vermelhos
vermelhos. Ele viaja ligado a uma molécula de proteína, a hemo-
globina
globina. Sem a hemoglobina o oxigênio não é transportado pelo sangue.
A hemoglobina também leva uma parte do gás carbônico dos tecidos para o
pulmão, embora, a maior parte desse gás seja transportada pelo plasma sanguíneo.

As moléculas de gás carbônico


passam do plasma para o interior
do alvéolo, e as moléculas de
O2 oxigênio passam do alvéolo para o
CO2 capilar sangüíneo, ligando-se à
hemoglobina das hemácias.

Você sabia?
Que é a hemoglobina que dá a cor vermelha ao sangue?

A hemoglobina contida no interior dos glóbulos vermelhos liga-se ao


oxigênio por causa do ferro que ela possui. Por isso nossa alimentação deve ser
rica em ferro. Quando o organismo não tem ferro suficiente para sintetizar a
hemoglobina, aparece a anemia
anemia. Uma pessoa anêmica é pálida, ofegante e se
cansa com extrema facilidade.
Exercício 5 Exercícios
A U L A
Explique, com base nas informações dadas, por que a pessoa anêmica
apresenta os sintomas mencionados.
.................................................................................................................................. 17
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O caminho do oxigênio até o músculo

Uma vez que o oxigênio se ligou à hemoglobina, seu caminho até o


músculo já pode começar a ser percorrido. Dos capilares, o sangue rico em
oxigênio passa para as veias até chegar ao coração. O coração é a bomba do
sistema circulatório. Ele impulsiona o sangue, permitindo que este atinja
o músculo ou qualquer outro tecido do corpo.
O coração bombeia o sangue no interior das artérias, que vão conduzi-lo até
os capilares próximos dos músculos.

Não é só o oxigênio que é transportado pelo sangue. Os nutrientes que


fornecem energia (glicose, ácidos graxos etc.) também chegam ao mús-
culo pela corrente sangüínea.

Exercício 6 Exercícios
Releia os trechos desta aula que descrevem o caminho do oxigênio e do gás
carbônico e organize os termos a seguir de forma a indicar o percurso do
oxigênio até nossas células.

ARTÉRIAS
BRÔNQUIOS
CÉLULAS MUSCULARES
CORAÇÃO
FARINGE
NARIZ
PULMÕES
SANGUE
TRAQUÉIA
VEIAS

Exercício 7
Agora, utilizando os mesmos termos do exercício anterior, indique em outra
seqüência o trajeto que o gás carbônico percorre, desde o momento em que
é produzido nas células até sair do nosso corpo.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A U L A Quais são as alterações que os movimentos respiratórios e a circulação
sofrem durante a atividade do jogador de futebol?

17 Durante o exercício físico, quando a atividade dos nossos músculos aumenta


muito, o consumo de energia também aumenta. Uma maior produção de energia
demanda mais oxigênio e resulta em mais gás carbônico. O cérebro e o coração
percebem o aumento da atividade muscular e da quantidade de gás carbônico no
sangue. Desse modo, ocorrem mudanças tanto na circulação do sangue quanto
nos movimentos respiratórios.
Vamos ver, por meio de uma atividade prática, se você consegue identificar
o que acontece com nossos movimentos respiratórios e circulação durante
o exercício físico.

Atividade prática

Após um período de repouso, conte quantas vezes você inspira durante


1 minuto. Anote esse número na tabela a seguir. Para contar o batimento
cardíaco, pressione levemente o lado direito do pescoço ou o pulso,
conforme indicam as figuras a seguir.

Ainda em repouso, conte o número de batimentos cardíacos durante


1 minuto. Anote o resultado na tabela.
Agora faça um exercício físico, como correr sem sair do lugar ou saltitar
durante um minuto. Repita as contagens do número de inspirações e dos
batimentos cardíacos imediatamente após o exercício. Anote os resultados
na segunda linha da tabela.

NÚMERO DE INSPIRAÇÕES NÚMERO DE BATIMENTOS

POR MINUTO CARDÍACOS POR MINUTO


Repouso
Exercício

Compare os resultados obtidos em cada situação. O que aconteceu com sua


respiração e seu batimento cardíaco após o exercício?
O cérebro, ao perceber o aumento da atividade muscular e da quantidade de A U L A
gás carbônico no sangue, envia estímulos ao aparelho respiratório para que este
trabalhe mais rápido e envie mais oxigênio para o sangue.
Além da respiração mais acelerada, que leva mais oxigênio ao sangue, 17
o transporte desse oxigênio também deve ser acelerado. Para isso o coração
começa a bater mais rápido, bombeando o sangue para os músculos com
maior eficiência. Todo nosso fluxo sangüíneo fica mais acelerado durante
o exercício físico.

Por que os jogadores passam grande parte do seu tempo treinando


se o nosso organismo possui todos esses mecanismos para atender às necessi-
dades do músculo?

O condicionamento físico faz com que o nosso corpo fique mais adaptado ao
exercício, de modo que não se exija dele um esforço desmedido quando a
atividade física é intensa e dura muitas horas. Se o jogador não estiver em boa
forma, aos dez minutos de jogo ele estará ofegante e com fadiga muscular, o que Quando o músculo
prejudicará seu desempenho ao longo da partida. entra em fadiga, ele
O exercício diário e repetido aumenta a quantidade de músculo, o fôlego se torna incapaz de
a quantidade de ar que entra no pulmão durante a inspiração. Desse modo, realizar contrações.
quando nossos músculos tiverem de realizar uma atividade intensa, como
chutar, driblar e correr para tirar a bola dos pés do adversário, todo o organis-
mo estará preparado e o desgaste do corpo será menor.

O doping
Nem todos os jogadores e outros esportistas aumentam seu desempenho
apenas com o treinamento. Alguns atletas, na ansiedade de ganhar a competição,
perdem o espírito esportivo e apelam para o uso de substâncias que aumentam
artificialmente a massa muscular ou a obtenção de oxigênio pelo músculo.
São os conhecidos casos de doping
doping.
Uma das formas mais conhecidas de doping é o uso de hormônios mascu-
linos. Na Aula 7, vimos que os hormônios masculinos são responsáveis pelo
aumento da musculatura. Certas substâncias imitam os hormônios masculi-
nos. É o caso dos anabolizantes. A ingestão dessas substâncias provoca um
aumento muito rápido da musculatura. Isso significa aumento de força
e velocidade.
Outra forma comum de doping é a que visa melhorar o fôlego do atleta
aumentando a quantidade de hemoglobina no sangue por meio de transfusões.
As mulheres, além das transfusões, podem ainda engravidar quando faltam
alguns meses para competição e, dias antes, provocar um aborto. Como você viu
na Aula 15, durante a gravidez aumenta o número de hemácias no sangue da
mulher, para que ela possa realizar as suas trocas gasosas e as do bebê.
Essa quantidade adicional de hemácias faz com que as trocas gasosas sejam
mais eficientes e mais oxigênio chegue até o músculo.
Mas o doping não é feito só de vantagens. O uso de anabolizantes pode
provocar, a longo prazo, doenças nas glândulas sexuais e câncer no fígado. Além
disso, os ligamentos e tendões podem sofrer lesões, pois essas estruturas não
acompanham o crescimento exagerado dos músculos.
O nosso organismo tem um ritmo que deve ser preservado. O exercício físico
é saudável e melhora o funcionamento do organismo, desde que seus limites
sejam respeitados.
Quadro-
A U L A a) Quais são os movimentos da caixa torácica e do diafragma (movimentos
síntese respiratórios) durante a inspiração e a expiração?

17 Inspiração: ..............................................................................................................

Expiração: ...............................................................................................................

b) Quais são as trocas gasosas que ocorrem no interior dos pulmões?


..................................................................................................................................

c) Por que a atividade física altera a respiração e a circulação?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercícios Exercício 8
Os esportes de longa duração exigem do atleta mais fôlego e resistência, pois
os músculos devem trabalhar durante muito tempo e precisam estar bem
oxigenados. Outros esportes têm menor duração e uma atividade muscular
concentrada num curto período. Esses esportes exigem do atleta uma
musculatura mais desenvolvida. A partir destas informações e do que você
aprendeu na aula, assinale com caneta vermelha as modalidades esportivas
em que o uso de anabolizantes melhoraria o desempenho do atleta e, com
caneta azul, as modalidades em que a transfusão de sangue melhoraria
o desempenho do atleta. Explique por quê.

a) ( ) Ciclista

b) ( ) Halterofilista

c) ( ) Lutador de boxe

d) ( ) Corredor de maratona

e) ( ) Corredor de 100 metros rasos

f) ( ) Artilheiro

g) ( ) Jogador de meio-campo

h) ( ) Goleiro

Exercício 9
O atleta em geral segue uma dieta diferenciada, rica em carboidratos. Além
disso, a quantidade de comida que o atleta ingere em cada refeição é muito
superior à ingerida por quem não é atleta. Por que isto ocorre?
AUU
A L AL A

18
18
Esse barulho
me deixa surda!

V
ocê já reparou na quantidade de ruídos
ao seu redor? Basta ficar dez segundos prestando atenção aos sons para notar
o som da TV, um carro passando, um cachorro latindo, a buzina de um
automóvel, um pássaro cantando, sua respiração etc. Podemos ouvir desde
sons suaves e agradáveis até barulhos violentos.
O homem moderno está exposto a uma grande variedade de sons.
São tantos, que o ouvinte seleciona alguns deles. Devido a essa seleção,
não prestamos atenção a todos os sons que estão ao nosso redor.

Mas como será que conseguimos ouvir? Será que o excesso de barulho
pode afetar o bom funcionamento do ouvido?

O som

O som é um dos meios pelos quais o homem pode se comunicar e obter


informações.
Quando falamos, o ar sai dos pulmões e é empurrado para a garganta.
Na garganta, o ar passa por um feixe de músculos chamados de cordas vocais.
Passando pelas cordas vocais, faz com que elas vibrem, produzindo o som
que sai pela boca. As vibrações são chamadas de ondas sonoras
sonoras.

Exercício 1 Exercícios
Você pode comprovar as vibrações causadas pelo som com uma atividade
muito simples: encha um copo com água e bata levemente no vidro com uma
colher. O que você percebe?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Sempre que ouvimos um som, há algum material em vibração. Quando


batemos num tambor com um pedaço de madeira, o choque entre os dois
materiais produz vibrações no tambor, que são ouvidas.
Exercícios
A U L A Exercício 2
Agora, feche a boca e tampe os ouvidos. Tente produzir algum tipo de som,

18 como se estivesse falando com a boca fechada. É possível ouvir alguma


coisa?
..................................................................................................................................

Mesmo com os ouvidos tampados, podemos perceber os sons que produ-


zimos com a boca fechada. O ar que passa pelas cordas vocais produz vibrações,
que são transmitidas por músculos e ossos do pescoço e da cabeça. Desse modo
as vibrações chegam até o ouvido, possibilitando a audição.
Por essas duas atividades é possível perceber que a onda sonora pode ser
transmitida através de líquidos, e também, através de sólidos.

A sensibilidade dos ouvidos

Nossos ouvidos não são capazes de perceber todos os sons. Alguns não são
percebidos devido à sua baixa intensidade ou volume
volume. Esse volume é medido
em decibéis (dB). O ouvido humano é capaz de ouvir apenas sons entre 0 e 120
decibéis. Isso não quer dizer que a exposição dos ouvidos a sons de alta
intensidade seja saudável. Quando expomos nossos ouvidos a grandes intensi-
dades, podemos danificar algumas partes do aparelho auditivo, prejudicando
nossa audição. A legislação específica estabelece a medida de 70 decibéis como
limite máximo de exposição diária.

Exercícios Exercício 3
Assinale a seguir os valores que estão acima do estabelecido pela legislação:

BRITADEIRA (110 dB)


RESPIRAÇÃO NORMAL (10 dB)
CONCERTO DE ROCK (120 dB)
TIQUE-TAQUE DO RELÓGIO (10-20 dB)
BARULHO DE ÁGUA NUMA CORREDEIRA (30-50 dB)
AVIÃO A JATO (131 dB)
BATEDEIRA DE BOLO (93 dB)
SUSSURRO (10-15 dB)
ASPIRADOR DE PÓ (81 dB)
MÚSICA ALTA QUE CHEGA A DIFICULTAR A CONVERSA ENTRE DUAS PESSOAS (85-90 dB)

Como podemos perceber, na vida diária estamos expostos a uma série de


sons que podem prejudicar nossa audição. Além da intensidade, outro fator
que determina a sensibilidade do ouvido a um som é a freqüência
freqüência. A freqüên-
cia é o número de vibrações por segundo que a onda provoca no meio gasoso
(ar), líquido ou sólido. Quando uma onda sonora é emitida em baixa freqüên-
cia, o som é mais grave; sons de alta freqüência são mais agudos. A voz
masculina é mais grave que a feminina (como vimos nas Aulas 6 e 7). Conclu-
ímos, então, que os homens emitem sons de baixa freqüência e as mulheres,
de alta freqüência.
A freqüência de um som é medida em hertz (Hz). O ouvido humano é capaz A U L A
de ouvir sons entre 20 e 20.000 hertz.

Veja na tabela a seguir as freqüências, em hertz, que alguns animais são 18


capazes de ouvir.

ANIMAL MÍNIMO (Hz) MÁXIMO (Hz)


Elefante 20 10.000
Pássaro 100 15.000
Gato 30 45.000
Cão 20 30.000
Chimpanzé 100 30.000
Homem 20 20.000
Baleia 40 80.000
Aranha 20 45.000
Morcego 20 160.000

Você sabia?

Que existe um apito feito especialmente para chamar cães? Esse apito é
silencioso para nós, mas muito alto e estridente para os cães. É que o som é muito
agudo, ultrapassando os 20.000 hertz.

Exercício 4 Exercícios
Com base na tabela, que animal consegue ouvir os sons de freqüência
mais alta?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 5
Que animais da tabela não ouviriam um piano tocando uma nota de baixa
freqüência (aproximadamente 30 hertz)?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Você sabia?

Que os morcegos emitem sons de alta freqüência, muito superiores a 20.000


Hz? Tais sons são extremamente agudos e inaudíveis para o ser humano!
Ao emitirem esses sons, seus ouvidos captam as ondas refletidas nos objetos
ao redor. O eco informa ao morcego a posição e o tamanho dos objetos. Com isso
ele pode se orientar e localizar objetos mesmo no escuro!
A U L A Como conseguimos ouvir?

18 Nosso ouvido é o órgão responsável pela captação de sons do ambiente.


Ele está dividido em três partes principais, como é mostrado na figura abaixo.

O OUVIDO E SUAS DIVISÕES

Ouvido externo: Ouvido médio: Ouvido interno:


do pavilhão do tímpano da janela oval
ç èç èç è
ao tímpano. à janela oval. à cóclea.

bigorna
nervo
acústico

cóclea
conduto tímpano
auditivo externo
janela
martelo oval
estribo
pavilhão
auditivo
(orelha)

Para que possamos ouvir os sons, a onda sonora deve entrar pelo pavilhão
auditivo (orelha) e chegar até o nervo acústico
acústico.

Exercícios Exercício 6
As vibrações ou ondas sonoras passam, inicialmente, da orelha para o
tímpano. Observando a figura acima, complete o caminho pelo qual a onda
sonora passa no ouvido externo
externo.

________________ Þ ________________ Þ ________________

Na pele que recobre o conduto auditivo há uma grande quantidade de


glândulas produtoras de cera. A cera ajuda a reter partículas de pó, sujeira ou
microrganismos, impedindo o aparecimento de infecções nos ouvidos.

As hastes flexíveis servem para limpar a porção mais externa do ouvido


(orelhas). Não devem ser colocadas dentro do conduto auditivo, pois
empurram a cera, podendo formar uma “rolha” que dificulta a audição.

Depois de passar pelo ouvido externo, as vibrações devem ser transmitidas


para o ouvido médio. Portanto, a onda sonora que passou pelo conduto auditivo
e fez o tímpano vibrar deverá agora passar para o ouvido médio.
Exercício 7 Exercícios
A U L A
O tímpano é uma “pele” muito fina, que vibra com a onda sonora. Preencha
a seqüência de partes do ouvido médio que vibram com a passagem do som.
18
Þ PAVILHÃO AUDITIVO (ORELHA) Þ CONDUTO AUDITIVO Þ TÍMPANO Þ
SOM
_____________ Þ ___________ Þ ___________ Þ ___________

Martelo, bigorna e estribo são pequenos ossos que compõem o ouvido


Martelo
médio. Eles recebem esses nomes devido à sua semelhança com aqueles três
objetos. As vibrações transmitidas de um osso a outro chegam até a janela oval,
que também é uma membrana fina como o tímpano.
O som, depois de passar pelo ouvido médiomédio, deve ir para o labirinto,
também chamado de ouvido interno
interno. As vibrações são transmitidas para um
líquido que está na cóclea
cóclea. No interior da cóclea há um feixe de neurônios
(células nervosas, ver Aula 13), que transformam as vibrações em impulso
nervoso. Esse feixe de neurônios é chamado nervo acústico.Esse impulso chega
ao cérebro, onde é então interpretado.

Exercício 8 Exercícios
Depois dessas explicações, complete o esquema abaixo representando
o caminho do som até seu processamento no cérebro.

SOM Þ ____________ Þ ____________ Þ TÍMPANO Þ ____________ Þ


____________ Þ ____________ Þ JANELA OVAL Þ ____________ Þ ____________
Þ CÉREBRO

A saúde do ouvido

Nas grandes cidades estamos expostos a uma série de barulhos, algumas


vezes muito prejudiciais à nossa audição. Sons acima de 120 dB são considerados
dolorosos e podem causar danos ao aparelho auditivo.

Exercício 9 Exercícios
Retorne ao Exercício 3 e escreva quais são os sons que podem ser considera-
dos dolorosos.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Há dois tipos básicos de perda de audição: por condução e por percepção


percepção.
A perda por condução é causada pela vibração reduzida dos ossos do ouvido
médio ou das membranas (tímpano e janela oval).
No caso de perda por percepção, os problemas estão associados ao mau
funcionamento do nervo acústico.
Exercícios
A U L A Exercício 10
Escreva a seguir qual é o tipo de perda de audição:

18 a) Uma pessoa trabalha no aeroporto e não usa protetores de ouvido. Esse


fato ocasiona um problema na transmissão do impulso nervoso para
a área do cérebro responsável pela audição.
.............................................................................................................................
b) Quando criança, José teve uma inflamação no ouvido e acúmulo de pus
em volta do tímpano. Como conseqüência seu tímpano não vibra mais.
.............................................................................................................................

Mulheres grávidas devem evitar contato com portadores de rubéola,


caxumba ou meningite. Essas doenças podem causar surdez na criança
que vai nascer. Mesmo as pequenas inflamações do ouvido merecem
cuidado médico, pois podem levar à surdez.

As pessoas que vivem em ambientes barulhentos têm maior chance de


sofrer infartos, distúrbios psicológicos, problemas com o sono, aumento
de nervosismo etc.

Exercícios Exercício 11
Descreva um ambiente que você considere agradável para o trabalho.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Quando há somente o silêncio


Infelizmente, alguns casos de surdez são irreversíveis. É possível que uma
doença como a rubéola deixe uma pessoa surda. Quando uma pessoa nasce
surda, é bem provável que tenha dificuldades para falar, pelo fato de nunca ter
ouvido nenhum som.
Para tais casos, desenvolveu-se um alfabeto por meio do qual surdos-mudos
podem se comunicar. Esse alfabeto é composto por sinais, feitos com as mãos,
que representam letras.

ALFABETO DE SURDOS -MUDOS


Tente dizer seu nome utilizando o alfabeto para surdos-mudos; ele pode A U L A
ser útil!
É preciso cuidar da saúde dos ouvidos. Por isso, devemos nos preocupar com
o meio em que vivemos, pois nele estão os estímulos que podem ser prejudiciais. 18
A saúde do meio é a nossa saúde!

a) Considere a lista abaixo: Quadro-


síntese
1 - Cóclea
2 - Tímpano
3 - Bigorna
4 - Janela oval
5 - Pavilhão auditivo
6 - Martelo
7 - Conduto auditivo
8 - Estribo
9 - Nervo auditivo
10 - Cérebro

Coloque no espaço a seguir a seqüência correta de números que indica


o caminho do estímulo sonoro:

..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

b) Escreva os números dos órgãos que formam o ouvido:

Médio: .....................................................................................................................
Interno: ....................................................................................................................
Externo: ...................................................................................................................

Exercício 12 Exercícios
Escreva duas maneiras de prevenir doenças do aparelho auditivo em pes-
soas que trabalham em locais com muito barulho.
A UA UL L AA

19
19
Preciso usar óculos?

V ocê lembra daquela brincadeira de criança


chamada “cabra-cega”? Nela, coloca-se uma venda nos olhos de um dos parti-
cipantes que, sem conseguir enxergar nada, precisa “pegar” um dos colegas de
brincadeira. Na realidade, a pessoa que está com a venda nos olhos deixou
de usar um importante sentido: a visão
visão.
A visão é, sem dúvida, o sentido humano mais desenvolvido. É por ela que
recebemos a maioria dos estímulos ambientais a que estamos sujeitos. Muitas
pessoas têm problemas nos olhos, por isso precisam usar óculos.
Nesta aula vamos responder a algumas questões do tipo:
Como funcionam e que características possuem os nossos olhos?
Por que algumas pessoas precisam usar óculos?

Você sabia?

Que 80% das informações recebidas pelo nosso cérebro chegam pela visão?

Como funciona o olho humano

Todos sabem que o olho serve para “enxergar”. Mas a coisa não é tão simples
assim. Na realidade, ele é um complexo sistema de recepção da luz refletida
pelos objetos que nos rodeiam. Essa recepção é transformada em impulsos
nervosos
nervosos, que são interpretados pelo cérebro como imagens
imagens.
Quando estamos num ambiente sem luz não conseguimos enxergar nenhum
objeto. Numa sala com pouca luz, percebemos os vultos mas não distinguimos
os detalhes. Porém, quando o ambiente está iluminado, vemos com nitidez todas
as formas e cores dos objetos.

Exercícios Exercício 1
Assinale as situações em que a visão de uma pessoa fica prejudicada
(imagens pouco nítidas em cores ou formas).
a) ( ) No campo, em noite sem luar.
b) ( ) Na praça, numa tarde ensolarada.
c) ( ) No quarto, com as cortinas abertas, durante a manhã.
d) ( ) Dirigindo um carro à noite e recebendo luz dos faróis do ônibus
que vem em sentido contrário.
A falta total de iluminação, assim como o excesso, atrapalha a visão das A U L A
pessoas.
Será que o olho humano possui algum sistema para controlar a quantidade
de luz que entra nele? 19
Analise a Figura 1 e faça o teste da atividade prática proposta a seguir.

íris
pupila

poro do canal lacrimal

Figura 1: O olho humano.

Atividade prática

Providencie uma lanterna a pilha e solicite a ajuda de um(a) colega, de


preferência que tenha olhos claros.
Peça ao colega para sentar-se numa cadeira e escureça o ambiente o
máximo que puder. (É melhor fazer a experiência à noite).
Peça ao colega para abrir bem os olhos e direcione a luz da lanterna para
um deles - a luz da lanterna não pode atingir o olho da pessoa por mais de
2 segundos).
Descreva o que observou durante esses dois segundos.

Explicando a atividade

Quando estamos na ausência de luz, os músculos da íris (músculo circular


que dá cor aos olhos) relaxam para que a pupila - abertura no centro da íris -
aumente de diâmetro e permita a entrada máxima de luz no olho.
Não enxergamos bem na penumbra porque a quantidade de raios luminosos
refletidos nos objetos não é suficiente para formar uma imagem nítida.
Ao direcionar a lanterna acesa para o olho da pessoa, muita luz entra
no olho, impedindo a formação de uma imagem nítida. Para diminuir a entrada
da luminosidade a íris se contrai, fechando a pupila.
A U L A Você sabia?

19 Que a cor dos olhos se deve à quantidade de melanina (pigmento que


também dá cor à pele) presente na íris?

Exercícios Exercício 2
Complete as frases abaixo:
a) Quando há muita luz no ambiente a íris se .................., deixando a pupila
pequena.
b) Quando estamos na penumbra a íris se ................. , deixando a pupila
grande.

O fundo do olho e a sensibilidade à luz

O globo ocular é formado por várias estruturas. Você pode identificá-las na


Figura 2. Uma delas é um órgão transparente (cristalino), que sofre mudanças
na sua forma quando olhamos um objeto próximo ou distante. A alteração na
Retina: camada forma do cristalino possibilita a focalização dos raios de luz no fundo do olho
interna do fundo do (retina).
olho, onde estão
localizadas as
células especiais
que transformam
raios luminosos em retina
impulsos nervosos.
Cristalino: lente cristalino
redonda e
córnea
transparente que
focaliza as pupila
imagens na retina. ponto cego íris
O cristalino é
nervo óptico
capaz de mudar de
forma para ajustar músculo ciliar
a formação da
imagem no fundo
do olho.

Figura 2: As estruturas do globo ocular.

Vimos que o controle da entrada de luz é feito pela contração ou dilatação da


íris. Os raios luminosos atravessam o cristalino e o líquido que preenche o olho
antes de chegar às células sensíveis à luz.
As células sensíveis à luz ficam localizadas na retina. Elas têm a capacidade
de transformar os raios luminosos em impulsos nervosos, que são enviados pelo
nervo óptico ao cérebro. Esses impulsos são então interpretados e reconhecidos
como objetos presentes à nossa frente.
Exercício 3 Exercícios
A U L A
Analise a Figura 2 e indique as estruturas que a luz atravessa desde que
é refletida por um objeto até chegar à retina.
.................................................................................................................................. 19
..................................................................................................................................

Os espaços entre a córnea e o cristalino, e entre o cristalino e a retina,


são preenchidos por líquidos transparentes.

Exercício 4 Exercícios
Examine a Figura 2 e responda: uma pessoa poderá enxergar se tiver o nervo
óptico impedido de enviar mensagens ao cérebro? E se a retina for incapaz
de ser sensibilizada pela luz?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Cones e bastonetes

Nossos olhos possuem dois tipos de células sensíveis à luz: os cones


e os bastonetes (Figura 3). Há cerca de 125 milhões de bastonetes espalhados
pela retina. Os bastonetes são muito sensíveis à luz, a ponto de distinguirem
imagens em ambientes pouco iluminados. Os bastonetes formam imagens em
branco e preto, pois são incapazes de interpretar os tipos de luz refletida por
objetos coloridos.
Resumindo: os bastonetes são muito sensíveis (trezentas vezes mais do que
os cones), porém não reconhecem as cores.
Os cones são capazes de reconhecer as diferentes nuances de cores de uma
fotografia, por exemplo. Para funcionar perfeitamente, os cones precisam de
maior intensidade luminosa. Por isso, só funcionam em ambientes bem ilumina-
dos. Os cones nos fornecem a visão em cores, mas só onde há muita luz.

bastonete região onde está


células nervosas o pigmento
cone fotossensível

núcleo

Figura 3a: Localização dos cones e Figura 3b: Detalhe de


bastonetes na retina. um bastonete.
A U L A Você sabia?

19 Que temos cerca de 7 milhões de cones na retina? E que há três tipos de cones:
um que reconhece a luz vermelha, um que identifica as luzes amarela e verde,
e um terceiro, sensível às luzes azul e violeta?

A vitamina A (retinol) é uma substância que faz parte tanto dos cones como
dos bastonetes. Ela é necessária para a ativação do componente receptor de
luminosidade. A sua ausência faz diminuir a sensibilidade dos olhos à luz,
dificultando a visão em ambientes pouco iluminados.

Nosso organismo é incapaz de produzir vitamina A, por isso precisamos


ingeri-la nas nossas refeições (veja Aula 5).

Exercícios Exercício 5
Por que as pessoas que não comem alimentos ricos em vitamina A apresen-
tam cegueira noturna?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Você sabia?

Que o touro enxerga somente em branco e preto? A cor da capa do toureiro


é mais um elemento visual para o público do que um fator “irritante” para
o touro.
E que, entre os mamíferos, somente os macacos e o homem são capazes de
discriminar cores?

O nervo óptico envia para o cérebro as informações recebidas pelos cones


e bastonetes situados na retina. Não há cones ou bastonetes no ponto em que
as fibras nervosas se juntam para formar o nervo óptico. Essa área é chamada
de ponto cego, uma vez que não é capaz de detectar a luz que nela incide.
Para perceber o ponto cego do seu olho, faça a seguinte atividade:

Atividade prática: o ponto cego

Feche o olho esquerdo e olhe fixamente para a cruz à esquerda. Sem deixar
de olhar para a cruz, aproxime a página do olho até aproximadamente
20 cm de distância. O círculo escuro deverá desaparecer. Isso significa que
a imagem dele está caindo no ponto cego de seu olho direito.

+ o
Por que piscamos? A U L A

Quando alguma coisa chega muito perto dos nossos olhos as pálpebras se
fecham imediatamente. Esse ato reflexo protege o globo ocular de agressões 19
externas. As pálpebras também ajudam a distribuir o líquido produzido pelas
glândulas lacrimais, ou seja, a lágrima
lágrima.
A lágrima “lava” os olhos, removendo partículas de poeira que aí estão.
Além disso, o líquido lacrimal contém uma substância desinfetante, capaz de
matar os micróbios que eventualmente chegam aos nossos olhos.
O excesso de lágrima é constantemente drenado pelos canais lacrimais.
Esses canais ligam os olhos ao nariz.

Exercício 6 Exercícios
Normalmente, quando as pessoas choram, precisam assoar o nariz com
freqüência. Por quê?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Afinal, por que precisamos usar óculos?

Os problemas mais comuns de visão ocorrem quando a imagem daquilo que


estamos olhando não é focalizada na retina. Defeitos de visão, como
hipermetropia, miopia, astigmatismo ou presbiopia são todos desse tipo.

Miopia (dificuldade para enxergar objetos distantes)

A miopia decorre de uma deformação do globo ocular ou do excessivo


arredondamento da córnea (veja Figura 2). Isso faz com que a focalização
da imagem ocorra antes da retina. O globo ocular do olho míope é mais longo,
no sentido córnea-retina, do que o olho normal.
As figuras 4 e 5 esquematizam o globo ocular de uma pessoa que não tem
problema de visão e o de outra com miopia.

Figura 4: No olho normal,


a imagem forma-se na retina.

Figura 5: No olho com miopia,


a imagem é formada antes da retina.
A U L A Hipermetropia (dificuldade para enxergar objetos próximos)

19 A pessoa hipermétrope tem o globo ocular mais curto no sentido córnea-


retina, do que uma pessoa com visão normal. Outra causa de hipermetropia é o
achatamento do cristalino (veja Figura 2). Nesse caso, a imagem é focalizada
atrás da retina. A Figura 6 mostra como se forma a imagem no olho de um
hipermétrope.

Figura 6: No olho hipermétrope,


a imagem é formada depois
da retina.

O astigmatismo

O astigmático tem dificuldade para focalizar tanto a imagem de objetos


próximos como a de objetos distantes. O problema é causado por uma deformação
da curvatura da córnea. No olho normal, essas estruturas desviam a luz da mesma
maneira em toda a sua área, de forma que os raios luminosos chegam sempre em
um único plano. Para o astigmático, as imagens são focalizadas em dois planos
diferentes, um focalizado e outro desfocalizado (veja Figuras 7a e 7b).

Figura 7a:
Olho normal.

Figura 7b:
No astigmatismo, a imagem
forma-se em planos diferentes.

Presbiopia (vista cansada)

A presbiopia, popularmente conhecida como vista cansada, é decorrente


da perda de elasticidade dos músculos que auxiliam na mudança de forma do
cristalino. Esses músculos (ciliares), ao se contraírem, fazem com que o crista-
lino fique mais arredondado, permitindo que o foco da imagem se forme sobre
a retina.
Com a perda de elasticidade desses músculos ciliares, o cristalino não fica
arredondado o suficiente para focalizar objetos próximos. Assim, a imagem se
forma atrás da retina. Os sintomas da presbiopia são os mesmos da
hipermetropia. Esse problema é mais comum em pessoas idosas.
Você sabia? A U L A

Que o esforço dos músculos do globo ocular, da pálpebra, do rosto


e do pescoço, ao tentarmos focalizar as imagens dos objetos que desejamos ver, 19
pode causar dor de cabeça?

A correção dos defeitos de visão

Os problemas de visão descritos anteriormente são corrigidos por óculos ou


lentes de contato.
A lente dos óculos para corrigir a miopia é chamada de bicôncava
bicôncava. Esse tipo
de lente tem a capacidade de afastar os raios de luz que passam por ela. Dessa
forma, os raios de luz chegam mais “abertos” antes de entrarem na córnea e,
assim, a imagem é focalizada na retina (veja Figura 8b).
A lente biconvexa é utilizada para corrigir a hipermetropia e a presbiopia.
Essa lente tem a capacidade de aproximar os raios de luz antes que eles entrem
na córnea. Dessa forma, os raios de luz entram no olho mais “juntos”, permitindo
que a imagem seja focalizada na retina (veja Figura 8d).

O grau dos óculos que as pessoas usam depende do quanto é necessário


“aproximar” ou “distanciar” os raios de luz antes que entrem na córnea.

USO DE LENTES NA CORREÇÃO DOS PROBLEMAS DE VISÃO

Figura 8a: miopia. Figura 8b: “correção da miopia”

Figura 8c: hipermetropia. Figura 8d: “correção da hipermetropia”

A correção do astigmatismo também é feita com o uso de óculos. Para cada


tipo de astigmatismo há um formato adequado de lente.

Você sabia?

Que as lentes de contato foram usadas pela primeira vez em 1887,


por um médico suíço? E que as lentes de contato fazem o mesmo papel das
lentes de óculos?
A U L A Proteja seus olhos

19 Os olhos são instrumentos importantes para a recepção de impulsos lumi-


nosos do exterior; por isso, devemos tomar todo o cuidado para preservá-los.
Quando fazemos algum trabalho, seja em casa, na oficina, na fábrica ou no
escritório, onde nossos olhos corram algum tipo de risco - luz excessiva, muita
poeira, produção de fagulhas, manuseio de produtos químicos etc. -, devemos
utilizar óculos de segurança para protegê-los.

Se você constatar alguma dificuldade para enxergar, procure um


oftalmologista.

Quadro- a) Identifique a córnea, o cristalino, a retina, a íris, o nervo óptico e os músculos


síntese ciliares na Figura 2.

b) Quais são as estruturas do olho que interferem na focalização dos objetos


que desejamos observar?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

c) Qual delas é capaz de modificar a sua forma (curvatura) para focalizar


a imagem na retina?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

d) Que defeito de visão é causado pela perda de elasticidade dos músculos


ciliares?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

e) Compare dois tipos de lentes de óculos, uma de míope e outra de


hipermétrope. Analise-as, identificando as diferenças de formato (côncava
ou convexa) e o tipo de desvio que provoca nos raios luminosos.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
AUU
A L AL A

20
20
Filho de peixe,
peixinho é?

V
ocê já percebeu como os filhotes de todos os
animais se parecem com seus pais? Um filhote de cachorro, por exemplo, pode
ter uma mancha no focinho igualzinha à do pai e ter os pêlos do corpo da mesma
cor que os da mãe.

Exercício 1 Exercícios
Você deve conhecer as expressões "tal pai, tal filho" ou "cara de um, focinho
do outro". Tente lembrar das características (cor dos olhos, formato do
queixo e do nariz, tipo de cabelo) de uma pessoa que se parece muito com os
pais. Escreva abaixo essas características:
a) Características iguais às do pai:
.............................................................................................................................
b) Características iguais às da mãe:
.............................................................................................................................

Como ocorre o processo de transmissão das características hereditárias?


Você já deve ter ouvido alguém dizer: "Este é o meu filho. Ele tem o meu
sangue correndo nas veias."
Será que a transmissão das características ocorre através do sangue?
Vejamos um exemplo:
Um professor sofreu um acidente de carro e necessitou de uma transfusão de
sangue. Um de seus alunos doou o sangue ao professor.

Exercício 2 Exercícios
Você acha que após a transfusão o professor passou a ter características do
aluno?
..................................................................................................................................
Exercício 3
Na sua opinião, se o professor gerar um filho após a transfusão, as caracte-
rísticas do bebê serão parecidas com as do pai ou com as do aluno que lhe
doou o sangue?
..................................................................................................................................
A U L A Exercício 4
Na Aula 6 você aprendeu um pouco a respeito da reprodução. Você viu que

20 na mulher e no homem existem células reprodutoras, chamadas gametas.


Escreva o nome do gameta:

a) masculino: .........................................................................................................
b) feminino: ............................................................................................................

Os gametas são células. Assim como a maioria das células, eles possuem um
núcleo no seu interior.

O papel do núcleo

Para realizar um experimento, um cientista fez um corte numa célula, de


modo que uma das partes contivesse o núcleo e a outra não. Veja abaixo o
esquema do experimento:
ESQUEMA DE SEPARAÇÃO DO NÚCLEO DA CÉLULA.

Exercícios Exercício 5
O que aconteceu com a parte da célula que ficou sem o núcleo?
..................................................................................................................................

Exercício 6
O que aconteceu com a parte da célula que ficou com o núcleo?
..................................................................................................................................

O núcleo da célula é responsável pela sua reprodução. Além disso, ele possui
outras funções.
Um cientista alemão realizou várias experiências para pesquisar a função do
núcleo da célula.
chapéu
Ele utilizou uma alga verde
marinha bastante delgada, que,
embora seja formada por uma
única célula, pode atingir até
pedúnculo
5 cm de comprimento.
A B
Em seu trabalho o cientista
utilizou duas espécies desta alga
- A e B. A diferença entre elas base
está no formato do "chapéu"
(o que chamamos de chapéu é a núcleo
porção dilatada que fica na parte
superior da alga). Algas acetabulárias.
Ao cortar algumas algas ao meio, ele percebeu que o chapéu regenerado era A U L A
sempre igual ao que fora cortado.

PRIMEIRO EXPERIMENTO COM ALGAS 20

alga A alga B

Quem seria o responsável pela forma do chapéu? O núcleo ou o citoplasma?


Para responder a essa pergunta o cientista fez a seguinte experiência: retirou os
chapéus dos dois tipos de alga - A e B. Fez dois cortes nos pedúnculos de cada
alga para retirar o citoplasma. Em seguida, grudou o citoplasma de A na base de
B, que contém o núcleo. Grudou também o citoplasma de B na base de A.
Veja a figura abaixo e observe o resultado do experimento:

SEGUNDO EXPERIMENTO COM ALGAS

tempo
corte tempo

A
A B B
1 2 3

Exercício 7 Exercícios
Ao retirar o chapéu de A e grudar o citoplasma de B na base de A,
o que aconteceu?
..................................................................................................................................

Exercício 8
Ao retirar o chapéu de B e grudar o citoplasma de A na base de B,
o que aconteceu?
..................................................................................................................................

Exercício 9
Analisando o resultado deste experimento, o que define como será o formato
do chapéu, o núcleo ou o citoplasma?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A U L A O núcleo das algas deste experimento, assim como os núcleos de todas as
espécies de seres vivos existentes no planeta, contém o material hereditário que

20
O material contido
no núcleo, permite aos descendentes se assemelharem a seus progenitores, isto é, o bezerro
transmitido de se assemelhar ao boi e à vaca, o pintinho ao galo e à galinha, e você ao seu pai e
geração a geração à sua mãe.
e que faz com que Na figura abaixo, pinte a localização do material hereditário nos gametas.
os filhos sejam
semelhantes aos ENCONTRO DE GAMETAS.
pais, é chamado de
hereditário.

Quando ocorre o encontro dos gametas na reprodução, fundem-se


os núcleos de cada célula (espermatozóide e óvulo), formando uma nova célula,
chamada de zigoto ou célula-ovo.
O zigoto é, portanto, a primeira célula do futuro indivíduo e apresenta no seu
núcleo material hereditário da mãe (proveniente do óvulo) e do pai (trazido pelo
espermatozóide).

Por que os seres humanos só produzem seres humanos, os gatos só produ-


zem novos gatinhos e as laranjeiras só produzem outras laranjeiras?

Os núcleos das células dos seres humanos contêm informações que dizem
respeito apenas à espécie humana. Os núcleos das células dos gatos possuem
informações que dizem respeito somente à sua espécie. O mesmo acontece com
a laranjeira e com todas as espécies de seres vivos.

Você sabia?
Muitas pessoas acreditam que os ratos ao se tornarem velhos se transformam
em morcegos. Isto não é verdade! Os morcegos nascem e morrem morcegos.

As informações contidas no
núcleo encontram-se em pequenas
estruturas chamadas cromossomos.

De uma espécie para outra, varia


o tipo de informação contida
no cromossomo, e também o número
de cromossomos por célula.

Veja a tabela a seguir: Cromossomos de uma célula de


mulher, espalhados em decorrência
ESPÉCIE N º DE CROMOSSOMOS
do rompimento da célula.

Homem 46
Mosca doméstica 12
Arroz 24
Cebola 16
Você viu que na fecundação os núcleos dos gametas se unem para A U L A
formar um zigoto. Os gametas possuem no seu núcleo metade do número de
cromossomos existentes nas células do corpo, dessa forma o número de cromos-
somos da espécie é mantido. Assim, na espécie humana, o óvulo possui 20
23 cromossomos que se unem a 23 cromossomos do espermatozóide, formando
um zigoto com 46 cromossomos.

Exercício 10 Exercícios
Sabendo que as células do corpo de um touro possuem, cada uma, 60
cromossomos, quantos cromossomos existem no espermatozóide que o touro
produz, no óvulo que a vaca produz e no zigoto resultante da fecundação?

a) espermatozóide: ...............................................................................................

b) óvulo: .................................................................................................................

c) zigoto: .................................................................................................................

No zigoto e em todas as células do nosso corpo, com exceção dos gametas,


os cromossomos se encontram aos pares. No zigoto, cada par é formado por um
cromossomo que veio do pai e um cromossomo que veio da mãe. Para cada
característica hereditária, recebemos uma informação do pai e uma informação
da mãe. Para que um novo indivíduo possa se originar a partir do zigoto, a célula-
ovo se multiplica originando duas, que também se multiplicam, e assim suces-
sivamente. Os núcleos das células resultantes da divisão têm os mesmos
cromossomos e genes do zigoto.

FORMAÇÃO DE UM NOVO INDIVÍDUO

As informações que determinam os caracteres hereditários são chamadas


de genes. Os genes se encontram numa seqüência alinhada nos cromossomos,
cada um ocupando um lugar determinado.

Agora você já sabe que:

· as informações que determinam as características hereditárias estão


presentes nos genes, localizados nos cromossomos que, por sua vez,
se encontram no núcleo;

· as informações são passadas aos filhos por meio da união dos gametas;

· não ocorre troca de sangue entre mãe e filho (como já vimos na Aula 15).
Exercícios
A U L A Exercício 11
Depois de refletir sobre estes dados, volte ao exemplo do professor que

20 recebeu transfusão de sangue de seu aluno e responda novamente às


questões:
a) Após a transfusão o professor passou a ter características do aluno?
.............................................................................................................................
b) Se, após a transfusão, o professor gerar um filho, as características
do bebê serão parecidas com as do pai ou com as do aluno que doou
o sangue?
.............................................................................................................................

As características dos filhos são transmitidas pelos pais através dos genes
que se encontram nos cromossomos dos gametas (espermatozóide e óvulo).
Pelo processo de fecundação irá formar-se a célula-ovo. Esta célula contém
cromossomos que vêm do pai e cromossomos que vêm da mãe. Assim, carrega
informações provenientes do pai e informações provenientes da mãe. A célula-
ovo que contém cromossomos aos pares se multiplica, formando todas as
células do novo indivíduo.

O que determina a aparência de uma pessoa?

O esquema abaixo representa um par de cromossomos de um indivíduo.


Note que em posições correspondentes encontram-se genes que se referem
à mesma característica.

PAR DE CROMOSSOMOS DE UM INDIVÍDUO

TIPOS DE LOBO DA ORELHA


Para a mesma característica
pode haver informações diferentes.
Por exemplo, quanto ao lobo da ore-
lha, existe um gene que determina o
lobo “descolado” (representado por
E) e outro qque determina lobo “co-
lado” (representado por e).
Lobo "descolado". Lobo "colado".
A U L A

20
Quando um óvulo contendo
o gene e é fecundado por um
espermatozóide contendo um
gene E
E, origina-se um indivíduo
com lobo descolado. Dizemos
que esse indivíduo é Ee.

Na fecundação,
espermatozóides rodeando o óvulo.

Exercício 12 Exercícios
Como seria o indivíduo se um espermatozóide que contivesse um gene e
fecundasse um óvulo com gene e ?
..................................................................................................................................

Note que podem formar-se indivíduos que diferem nos genes que apresen-
EE
EE, Ee ou ee
tam (EE ee). Quando isso acontece, dizemos que os indivíduos têm Genótipo é o
genótipos diferentes. conjunto de genes
Os indivíduos de genótipo EE e Ee possuem lobo descolado. de um indivíduo.

Exercício 13 Exercícios
Se indivíduos (EE EE e Ee Ee) fossem colocados na sua frente, você conseguiria
dizer qual deles é EE e qual é Ee Ee?
..................................................................................................................................

Os dois indivíduos têm o mesmo fenótipo, isto é, a mesma aparência.


Já os indivíduos ee têm aparência diferente dos outros dois - possuem lobo
colado. Eles possuem, portanto, outro fenótipo.

Exercício 14 Exercícios
Para a característica aderência do lobo da orelha, considerada acima,
responda:
a) Quantos e quais são os possíveis genótipos?
.............................................................................................................................
b) Quantos e quais são os possíveis fenótipos?
.............................................................................................................................

Mas será que o fenótipo, isto é, a aparência de uma pessoa, é determinado


apenas pelo genótipo?
Vamos ver um exemplo:
A cor da pele de uma pessoa é determinada por certos genes, transmitidos
pelos pais por meio da fecundação.
Exercícios
A U L A Exercício 15
O que acontece quando uma pessoa branca toma banho de sol durante as

20 férias?
..................................................................................................................................
Exercício 16
Ao voltar para o trabalho e longe do sol, o que acontecerá a essa pessoa?
..................................................................................................................................

Uma pessoa branca que toma banho de sol freqüentemente não fica tão
escura quanto um negro que herdou genes para a produção de grande quanti-
dade de melanina. Mas consegue alterar a sua cor graças à influência dos raios
solares.
Assim, o fenótipo é resultado da ação combinada do genótipo e do ambiente.
E o que você diz a respeito de uma criança que nasce com peso e altura
normais, mas que ao longo da infância não cresce normalmente devido
à insuficiência de alimentação? A baixa estatura e o peso dessa criança
são determinados não só pelos genes, mas também pela alimentação que recebe,
ou seja, há uma interação do ambiente (carência alimentar) com as condições
hereditárias.
Agora você já sabe por que todo filho de peixe, peixinho é!
Ele recebeu de seus pais características transmitidas geneticamente.
O peixinho pode sofrer ao longo de sua vida influências do meio e se modificar
um pouco - por exemplo, perder uma parte da cauda em disputas por comida ou
por fêmeas. Portanto, seu fenótipo pode ser alterado.

Quadro- a) Quais as funções do núcleo da célula?


síntese ..................................................................................................................................

b) No núcleo, onde se encontram as informações que determinam as caracte-


rísticas da espécie?
..................................................................................................................................

c) Qual a vantagem do núcleo dos gametas possuirem metade do número


de cromossomos presentes nas células do corpo?
..................................................................................................................................

d) As folhas de uma planta A possuem nervação regular (RR), enquanto que


as folhas da planta B possuem nervação irregular (rr). Escreva os genótipos
e os fenótipos das plantas.
planta A
genótipo: .................................................................................................................
fenótipo: ..................................................................................................................
planta B
genótipo: .................................................................................................................
fenótipo: ..................................................................................................................
Exercício 17 Exercícios
A U L A
Na espécie humana há indivíduos canhotos e indivíduos destros. Essas
características são determinadas por um par de genes (C, c). As pessoas
destras têm em suas células pelo menos um gene C; as pessoas canhotas têm 20
em suas células os genes cc. Para cada uma das situações descritas a seguir,
responda às questões a e b.

Situação 1 - Um espermatozóide que possui um gene C se une, na fecunda-


ção, a um óvulo que possui um gene C.

Situação 2 - Um espermatozóide que possui um gene C se une, na fecunda-


ção, a um óvulo que possui um gene c.

Situação 3 - Um óvulo que possui um gene c é fecundado por um


espermatozóide que possui um gene c.

a) Qual o genótipo do indivíduo formado?


Situação 1: ..........................................................................................................
Situação 2: ..........................................................................................................
Situação 3: ..........................................................................................................

b) Qual o fenótipo do indivíduo formado?


Situação 1: ..........................................................................................................
Situação 2: ..........................................................................................................
Situação 3: ..........................................................................................................

Exercício 18
Certo animal possui dois cromossomos nas suas células reprodutivas.
Quantos cromossomos ele tem nas suas células musculares?
A UA UL L AA

21
21
Aumentando a
produção de leite

L
embra-se daquela vaquinha holandesa que
eu vendi pro Ariovaldo? Aqui no sítio ela dava pouco mais de três litros de leite
por dia. Diz que agora tá dando quase oito! Dá prá acreditar?

Será que é possível o mesmo animal ter uma produção pequena de leite
numa determinada situação e, em outra, aumentar tanto assim o volume
de leite produzido? A quantidade de leite não depende da raça e da qualidade
da vaca?
Quem se interessa por assuntos ligados às atividades do campo já ouviu
falar de cuidados especiais ou técnicas para aumentar a produção de leite
dos rebanhos.
Cuidados como o controle das infestações por carrapatos ou a vacinação
contra doenças melhoram muito a saúde dos animais e, conseqüentemente,
sua produção.
A alimentação é outro fator importante. Fornecer ração equilibrada,
que complemente as necessidades nutricionais, pode resultar em mais leite
na fazenda.
Você já estudou na Aula 20 a relação entre a constituição genética de
um indivíduo e os fatores ambientais. Voltando ao exemplo do começo da
aula, responda:

Exercícios Exercício 1
O que mudou na vaquinha holandesa quando ela foi para o sítio do
Ariovaldo: o genótipo ou o fenótipo?
..................................................................................................................................

Na Aula 20, usamos a expressão fenótipo como sinônimo de aparência


aparência.
Na verdade, esse termo não se refere exclusivamente aos aspectos que podemos
ver, mas a todas as características que se manifestam no ser vivo - constituição
física, metabolismo, funcionamento dos órgãos etc.
Os pecuaristas já aprenderam que, mesmo que as vacas sejam de boa raça,
há outros fatores que podem aumentar ou diminuir a produção de leite ou o
número de crias, além do tempo de engorda para o abate. Vamos analisar
algumas situações:
Exercício 2 Exercícios
A U L A
Assinale com um X as situações descritas que alteraram o fenótipo do gado:

a) ( ) Na época da seca o capim nos pastos cresce muito menos. Com isso 21
diminui o alimento para o gado, especialmente o alimento fresco,
rico em água. Algumas regiões do país são muito mais secas do que
outras.

b) ( ) Quando o gado é vacinado, fica muito menos sujeito a doenças


e pragas. Esses rebanhos são mais produtivos do que os rebanhos
não vacinados.

c) ( ) Algumas raças de bois têm dificuldade de suportar regiões mais


quentes e ensolaradas porque retêm muito o calor do corpo. Essas
raças são mais produtivas em regiões frias. Em regiões quentes, elas
diminuem o número de crias no rebanho, demoram mais para
engordar e dão menor quantidade de leite.

Esses exemplos mostram que as características que interessam aos produ-


tores de gado e leite não dependem, exclusivamente, das características gené-
ticas. Há uma relação com as condições do ambiente.
Mas será que as condições do ambiente podem mudar completamente
o fenótipo de um indivíduo?
Será que, se o Ariovaldo caprichar mais no tratamento que dá a seu
rebanho, aquela vaquinha aumentará ainda mais a quantidade de leite que
produz por dia?
As características fenotípicas, embora sejam influenciadas pelo ambiente,
dependem também da constituição genética do indivíduo. É por essa razão que
os pecuaristas procuram melhorar a qualidade de seus rebanhos com cruza-
mentos selecionados.
Vamos brincar de fazendeiro:
Imagine um rebanho que recebe o mesmo tratamento e a mesma alimen-
tação; algumas de suas vacas produzem menos de 5 litros de leite por dia;
outras produzem 9 litros em média; um grupo delas chega a produzir 16 litros
por dia.

Exercício 3 Exercícios
a) Se você fosse o dono desse rebanho, quais dessas vacas escolheria para
abater?
.............................................................................................................................

b) Se você estivesse interessado em aumentar o número de vacas que


produzem mais leite por dia, quais delas escolheria para reprodução?
.............................................................................................................................

Imagine que o rebanho tenha vários touros. As crias de um deles são Gado de corte é
excelentes produtoras de leite; as de outro touro ganham peso rapidamente, aquele criado para
dando bons resultados como gado de corte
corte. fornecer carne.
Exercícios
A U L A Exercício 4
Que touro você escolheria para cobrir as vacas selecionadas no exercício 3b?

21Cobrir é a
expressão usada
pelos criadores
..................................................................................................................................

para se referirem à
cópula ou Muitos fazendeiros utilizam procedimentos parecidos com esses que des-
cruzamento entre crevemos nas questões anteriores. Avaliam as características das fêmeas e dos
animais. machos e escolhem os cruzamentos que serão feitos, tentando combinar as
características mais desejáveis, para obter crias com maior produtividade.
Ao fazer a seleção de cruzamentos os pecuaristas estão procurando melho-
rar o genótipo das novas crias do rebanho. Vamos recordar o que foi aprendido
na Aula 20 para entender como isso é possível.

Exercícios Exercício 5
a) A reprodução do gado se dá pelo encontro de gametas (óvulos e
espermatozóides). O que há no interior do núcleo dos óvulos e dos
espermatozóides?
.............................................................................................................................
b) Os cromossomos existentes no espermatozóide carregam informações
para a determinação de características semelhantes às do pai. Como é o
nome das estruturas que carregam essas informações?
.............................................................................................................................
c) O que é carregado pelos cromossomos do óvulo óvulo?
.............................................................................................................................

O genótipo da cria terá genes provenientes da mãe e genes provenientes


do pai.
As grandes fazendas, que funcionam em esquema industrial, tratam da
seleção dos cruzamentos de maneira bastante criteriosa. Alguns criadores se
especializam em criar bons reprodutores. São touros que têm em seu genótipo as
características desejadas pelos pecuaristas (por exemplo, genes para alta produ-
ção de leite, genes que determinam bom ganho de peso ou genes que determi-
nam grande número de crias). Esses criadores coletam o sêmen desses touros.
O sêmen contém os espermatozóides, onde estão os cromossomos, nos quais
ficam os genes.
Esse sêmen é dividido em doses e vendido a outros fazendeiros que desejam
que seu rebanho tenha essas características. O sêmen é então usado para
inseminar (fecundar) as vacas.
Vamos imaginar que um determinado fazendeiro tem em seu rebanho
muitas vacas. Entre elas há boas produtoras de leite e outras que produzem
muito pouco. Se ele adquirir sêmen de um bom reprodutor de linhagem lei-
tura e inseminar todas as vacas do rebanho com esse sêmen, todas as crias
serão semelhantes quanto à produção de leite?
Para poder responder a essa pergunta precisamos conhecer um pouco
melhor como ocorre a transmissão de características hereditárias. Simplificando,
vamos considerar que a produção de leite seja condicionada por um único par de
genes (na realidade, essa característica é determinada por um grupo de vários
genes). Para nos referirmos a esse par de genes, usaremos uma letra: A maiúscu-
lo, quando o gene determinar alta produção de leite, e a minúsculo, quando
o gene determinar baixa produção de leite.
Como você aprendeu na Aula 20, os genes aparecem aos pares nas células A U L A
dos indivíduos (com exceção dos gametas que apresentam apenas um gene de
cada par). Assim, cada indivíduo terá dois genes para a produção de leite.
Vamos considerar alguns cruzamentos possíveis, analisando apenas esse 21
par de genes.

CRUZAMENTO 1

macho AA X fêmea AA

No cruzamento 1,
a vaca e o touro
possuem genes
para alta produção
de leite.

Exercício 6 Exercícios
Observe o esquema do cruzamento 1 e responda às perguntas a seguir:
a) Que gene haverá nos óvulos dessa fêmea?
.............................................................................................................................
b) Que gene haverá nos espermatozóides desse macho?
.............................................................................................................................
c) Que genes terá o indivíduo formado a partir desse cruzamento?
.............................................................................................................................
d) Como será o fenótipo desse indivíduo?
.............................................................................................................................

CRUZAMENTO 2

macho aa X fêmea aa

No cruzamento 2,
a vaca e o touro
possuem genes
para baixa
produção de leite.
Exercícios
A U L A Exercício 7
a) No esquema do cruzamento 2, que gene haverá nos óvulos da fêmea?

21 .............................................................................................................................
b) Que gene haverá nos espermatozóides do macho?
.............................................................................................................................
c) Que genes terá o indivíduo formado a partir desse cruzamento?
.............................................................................................................................
d) Como será o fenótipo desse indivíduo?
.............................................................................................................................

CRUZAMENTO 3

macho aa X fêmea AA

No cruzamento 3, a vaca
possui genes para alta
produção de leite e o touro
possui genes para baixa
produção de leite.

Exercícios Exercício 8
Proceda da mesma forma, observando o esquema do cruzamento 3:
a) Que gene haverá nos óvulos da fêmea?
.............................................................................................................................
b) Que gene haverá nos espermatozóides do macho?
.............................................................................................................................
c) Que genes terá o indivíduo formado a partir desse cruzamento?
.............................................................................................................................

E o fenótipo desse indivíduo, como será?


É fácil dizer qual será o fenótipo do indivíduo AA
AA. Como vimos, o gene A
condiciona a alta produção. O indivíduo AA será, portanto, um produtor de
muito leite. Já o indivíduo aa é portador de genes que condicionam a baixa
produção e, portanto, produzirá pouco leite. Mas como será o indivíduo Aa Aa?
Alguns genes são capazes de manifestar suas características mesmo quando
seu par é diferente. No caso dos genes em questão, A é capaz de determinar a alta
produção de leite mesmo que seu par seja a . Assim, indivíduos de genótipo AA
produzem muito leite e indivíduos de genótipo Aa também produzem muito
leite.
Vejamos agora alguns termos usados para designar tudo isso que você está A U L A
aprendendo:

· Quando um gene é capaz de se manifestar, ou seja, produzir a característica 21


fenotípica que ele determina, mesmo quando seu par é diferente, dizemos
que é um gene dominante
dominante. Isso porque seu efeito predomina sobre o do
outro. No nosso exemplo, o gene A , que determina alta produção de leite, é
um gene dominante
dominante. O par desse gene, a , só é capaz de manifestar seu efeito
quando seu par é igual. Nessa situação, dizemos que é um gene recessivo
recessivo.
Genes recessivos só manifestam seu efeito quando os dois genes do par são
iguais, por exemplo, aa
aa.

· Para nos referirmos a genes do mesmo par, falamos em alelos


alelos. A e a formam
um par de alelos ou seja A é alelo de a .

· Quando os dois alelos do par são iguais, dizemos que o indivíduo é


homozigoto. Em nosso exemplo, AA e aa são homozigotos (o prefixo homo
significa “igual”). Quando um dos alelos é diferente do outro, dizemos que
o indivíduo é heterozigoto
heterozigoto. Aa é um indivíduo heterozigoto (o prefixo
hetero significa “diferente”).

Nesta aula, você aprendeu que há formas de alterar o fenótipo dos seres
vivos. Isso se aplica também aos seres humanos. Freqüentemente, muda-
mos nossas características físicas usando substâncias químicas, remédios
e até mesmo cirurgias. Você viu, também, que há procedimentos para
aumentar as chances de obter determinados genótipos desejados, quando
criamos e cruzamos animais. Será que isso também se aplica aos seres
humanos? Será que a seleção de cruzamentos é a única forma possível de
alterar o genótipo de indivíduos? Fique ligado nas notícias sobre engenha-
ria genética e geneterapia: esses assuntos estão na moda e agora você
poderá entendê-los melhor.

1. Para recapitular o que você aprendeu até aqui, vamos considerar outro Quadro-
exemplo de característica determinada por um par de genes: o comprimento síntese
dos pêlos dos animais. Vamos supor que o gene B determina pêlos curtos
e é dominante sobre b que determina pêlos longos.

a) Como podem ser os genótipos com relação a esse par de genes?


.............................................................................................................................

b) Quais são os genótipos homozigotos homozigotos?


.............................................................................................................................
(continua)
A U L A (continuação)
c) Qual é o genótipo heterozigoto heterozigoto?

21 .............................................................................................................................

d) Como é o fenótipo do indivíduo homozigoto dominante (BB BB


BB)?
.............................................................................................................................

e) Como é o fenótipo do indivíduo homozigoto recessivo (bb bb


bb)?
.............................................................................................................................

f) Como é o fenótipo do indivíduo heterozigoto (Bb Bb


Bb)?
.............................................................................................................................

2. Imagine que um indivíduo homozigoto dominante (BB


BB) cruze com um
BB
bb
indivíduo homozigoto recessivo (bb
bb):

a) Que alelo estará presente nos gametas que cada indivíduo formará?
.............................................................................................................................

b) Como será o genótipo do indivíduo resultante desse cruzamento?


.............................................................................................................................

Exercícios
Exercício 9
A diabete é uma característica determinada por um par de genes recessivos.
Como é o genótipo de um indivíduo diabético?

Exercício 10
Como é o fenótipo de um indivíduo heterozigoto para essa característica?

Exercício 11
Que genes estarão presentes nos espermatozóides de indivíduos
homozigotos dominantes para essa característica?
AUU
A L AL A

22
22
Menino ou menina?

Q
uando um casal descobre que vai ter um
filho, a primeira curiosidade é saber se nascerá um menino ou uma menina. Mas
será que os futuros pais, ou mesmo as pessoas que não têm filhos, alguma vez
pararam para pensar que o sexo do bebê já está definido no ato da fecundação?
Qual será a diferença entre a célula que originará um menino e a que
produzirá uma menina? Como se formam os gametas que contêm as informa-
ções necessárias para originar um indivíduo do sexo masculino ou do sexo
feminino?
Na Aula 20, você aprendeu porque os filhos se parecem com os pais.
As informações das características dos pais são transmitidas aos filhos pelos
genes presentes nos cromossomos.

Exercício 1 Exercícios
Vamos lembrar então o que são genes e cromossomos. Volte à Aula 20
e dê as definições:

a) Gene ...................................................................................................................
.............................................................................................................................

b) Cromossomo .....................................................................................................
.............................................................................................................................

Você aprendeu que os genes contêm as informações necessárias para deter-


minar a cor do olho e da pele, a altura, o formato da boca, do nariz etc., e que cada
um destes genes aparece duas vezes. Por isso dizemos que as características são
determinadas por um par de genes. O par de cromossomos que carrega os genes
que determinam as mesmas características é denominado par de homólogoshomólogos.
Há um par de cromossomos que determinam as características sexuais do
indivíduo.
No ser humano os cromossomos sexuais recebem o nome de “cromos-
somo X” e “cromossomo Y”. A presença de dois cromossomos X (XX), forman-
do o par de cromossomos sexuais, indica que o indivíduo é do sexo feminino.
Já a presença de um cromossomo X e um Y (XY), formando o par de cromossomos
sexuais, indica que o indivíduo é do sexo masculino.
A U L A Para diferenciar o par de cromossomos sexuais dos outros pares responsá-
veis pelas demais características do indivíduo, dizemos que cada pessoa possui

22
Cromossomos
autossômicos são em suas células:
todos os 22 pares de cromossomos autossômicos
cromossomos, à +
exceção do par de 1 par de cromossomos sexuais
cromossomos
sexuais.

Exercícios Exercício 2
Responda a partir das informações dadas:

a) Quantos pares de cromossomos há nas células de cada pessoa?


.............................................................................................................................

b) Quantos cromossomos há, ao todo, nas células de cada pessoa?


.............................................................................................................................

Para distinguir entre homens e mulheres, dizemos que:

· as mulheres são 44 + XX
· os homens são 44 + XY

Todas essas informações se referem a todas as células do organismo das


pessoas, menos aos gametas. Você estudou na Aula 20 que os gametas contêm
a metade do número de cromossomos das demais células de uma pessoa.
Mas por que será que os gametas humanos têm só 23 cromossomos?
Vamos imaginar uma célula que acabou de se formar, a partir do encontro
de um espermatozóide com um óvulo. Essa célula contém 23 pares de
cromossomos e cada um desses pares é formado por um cromossomo que vem
do pai e um cromossomo que vem da mãe. Portanto, o óvulo deve conter apenas
um cromossomo de cada par e o espermatozóide também.
Os gametas devem conter apenas um cromossomo de cada par. Sendo assim,
os cromossomos existentes no gameta masculino vão se somar aos cromossomos
existentes no gameta feminino.

Exercícios Exercício 3
Já que você sabe que os gametas têm 23 cromossomos (22 autossômicos
+ 1 sexual), some o número de cromossomos de um óvulo e de um
espermatozóide, completando as figuras a seguir.
Como você pôde perceber, o bebê terá o mesmo número de cromossomos A U L A
que seus pais. Por isso, é muito importante que os gametas tenham a metade
do número de cromossomos que as demais células do corpo.
22
Mas como será que uma célula com 46 cromossomos pode originar
gametas com 23 cromossomos?

Durante a formação dos gametas ocorre um processo denominado


meiose. Nesse processo, uma célula se divide dando origem a quatro novas
meiose
células, cada uma delas com a metade do número de cromossomos da célula
original.

Dizemos que a meiose é um processo de divisão celular


celular. Na verdade,
há uma multiplicação do número de células. O nome divisão celular
surgiu a partir de observações ao microscópio, no qual pode-se ver uma
célula se dividindo ao meio para dar origem a duas novas.

Para estudar a meiose, utilizaremos como exemplo o par de cromossomos


sexuais. Desse modo, você poderá observar a separação deste par na formação
de gametas, o que será muito útil para entender a determinação do sexo do bebê
sobre a qual falamos no início da aula.
O fato de considerarmos aqui apenas a meiose dos cromossomos sexuais não
quer dizer que estes sejam os únicos cromossomos a sofrerem meiose, muito
menos que sua meiose é separada da dos demais cromossomos. A análise da
meiose dos cromossomos sexuais é uma simplificação, para facilitar o estudo.
O processo da meiose ocorre com todos os cromossomos da célula: sexuais
e autossômicos, simultaneamente
simultaneamente.

Aprendemos que os pares de cromossomos homólogos são iguais


e apresentam genes para as mesmas características. Os cromossomos
sexuais, apesar de serem homólogos, apresentam algumas particulari-
dades, diferenciando-se um pouco dos demais cromossomos. Há uma
parte do cromossomo Y que possui os mesmos genes que o cromossomo
X. Entretanto, há uma parte do cromossomo X que não tem correspon-
dência no Y e vice-versa.

Meiose

A meiose é uma divisão celular que tem como função a formação de


gametas. Ocorre somente em células que estão localizadas no ovário e no
testículo. Em nenhuma outra parte do corpo ocorre meiose.
A meiose será melhor compreendida por uma representação de suas etapas
com os cromossomos X e Y. Para isso, você deverá ler cada um dos itens do
quadro a seguir e representá-los no modelo de papel que está na página 207.
A U L A Atividade prática

22 Separe cada uma das peças do modelo, destacando-as pelas linhas pontilhadas
que aparecem no encarte. Você obterá quatro peças: duas representam
cromossomos X e as outras duas representam cromossomos Y.

a) Pegue um cromossomo X e um Y e coloque-os lado a lado, para represen-


tar o par de cromossomos sexuais. Imagine que eles estão no interior de
uma célula do testículo de um homem que está preparada para entrar em
divisão.

b) O material genético de cada membro do par se duplica. Represente a


duplicação, unindo o outro cromossomo X ao primeiro. Faça o mesmo com o Y.

c) Cada membro do par de cromossomos homólogos se dirige a uma extremida-


de da célula que se divide, dando origem a duas células, cada uma contendo um
dos membros do par duplicado. Represente a divisão da célula e a separação do
par de cromossomos homólogos, puxando um cromossomo duplicado para
cada lado.

d) Cada uma das células que se formou tem apenas um dos membros do par de
homólogos (X ou Y), mas o material genético continua duplicado. O ponto de
união entre as duas porções duplicadas de cada cromossomo se desfaz e cada
uma das partes se separa, ocorrendo uma nova divisão celular, que origina
quatro células. Represente essa etapa, separando as partes dos cromossomos X
e Y e puxando uma para cada lado. Observe no modelo que cada um dos
cromossomos representa agora um gameta.

Exercícios Exercício 4
Você deve ter observado que na meiose há duas
divisões celulares. Complete a figura a seguir
representando as etapas da meiose no homem.

O processo da meiose é igual no homem e na mulher. Entretanto, a mulher


forma um único óvulo a cada meiose em vez de quatro. Apenas uma das células
é aproveitada, as demais degeneram.
Exercício 5 Exercícios
A U L A
Represente na figura a seguir a meiose nas mulheres, ou seja, a meiose
do par XX.
22

Exercício 6
Quais são os tipos de gametas formados pela mulher e pelo homem,
em relação aos cromossomos sexuais?
a) Mulher (XX) Þ Gametas ................................................................................
b) Homem (XY) Þ Gametas...............................................................................

Menino ou menina
Na fecundação, um gameta masculino se une a um gameta feminino.
A determinação do sexo depende dessa união. O cromossomo sexual carregado
pelo espermatozóide, mais o cromossomo sexual carregado pelo óvulo, irão
formar o par de cromossomos sexuais do bebê (XX ou XY).

Exercício 7 Exercícios
Supondo que o óvulo e o espermatozóide que se uniram para formar o zigoto
são os representados abaixo, desenhe os cromossomos sexuais no interior
do zigoto após a fecundação.

a)

b)

c) Qual o sexo do bebê quando um óvulo X é fecundado por um


espermatozóide X?
.............................................................................................................................
d) Qual o sexo do bebê quando um óvulo X é fecundado por um
espermatozóide Y?
.............................................................................................................................
A U L A Quem determina, portanto, o sexo do bebê é o gameta do pai. A mãe só
produz um tipo de gameta, enquanto o pai produz dois tipos de gametas. É o

22 espermatozóide que faz a diferença na hora de determinar se o futuro bebê será


menino ou menina. O cromossomo herdado da mãe será sempre o X. Os óvulos
sempre carregam o cromossomo X. O cromossomo herdado do pai poderá ser o
X se o espermatozóide que fecundar o óvulo carregar o cromossomo X. Neste
caso, nascerá uma menina. Nascerá um menino, se o espermatozóide que
fecundar o óvulo carregar o cromossomo Y.
A transmissão das características sexuais e das demais características ocorre
por intermédio dos genes que o indivíduo recebe de seus pais.

Mas cuidado para não confundir o sexo do indivíduo com sua preferên-
cia sexual. Os homossexuais são pessoas normais, sendo o homossexual
masculino XY e a homossexual feminina XX.
Há especialistas que acreditam que alguns tipos de homossexualismo
sejam determinados geneticamente, embora ainda haja muitas discus-
sões a respeito do assunto.
Nesta aula, tratamos apenas das características sexuais cromossômicas
dos indivíduos. Há outros critérios que podem ser usados para
determinar o sexo das pessoas.

Quadro- a) Quais são os cromossomos responsáveis pela determinação do sexo nos


síntese seres humanos?
..................................................................................................................................

b) Quais são os cromossomos sexuais do homem?


..................................................................................................................................

c) Quais são os cromossomos sexuais da mulher?


..................................................................................................................................

d) Por que os gametas possuem apenas um dos membros do par de cromossomos


sexuais?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

e) Represente, em forma de desenho, a meiose dos cromossomos sexuais


no homem.

f) Represente em forma de desenho, a meiose dos cromossomos sexuais


na mulher.

(continua)
(continuação) A U L A
g) Complete os esquemas da figura abaixo e escreva qual será o sexo do bebê
em cada um dos casos.
22

h) Explique por que são os gametas do pai que determinam o sexo do bebê.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 8 Exercícios
Imagine uma espécie animal que possui em suas células
15 pares de cromossomos autossômicos
+
1 par de cromossomos sexuais

Com base nessas informações, escreva:


a) O número total de cromossomos das células dos indivíduos da espécie:
.............................................................................................................................

b) O número de cromossomos dos gametas formados pelos indivíduos


dessa espécie:
.............................................................................................................................

c) O número de cromossomos autossômicos das células dos indivíduos


dessa espécie:
.............................................................................................................................

d) O número de cromossomos sexuais das células dos indivíduos dessa


espécie:
.............................................................................................................................

e) O número de cromossomos autossômicos dos gametas:


.............................................................................................................................

f) O número de cromossomos sexuais dos gametas:


.............................................................................................................................
A UA UL L AA

23
23
Sou hemofílico.
Meu filho também será?

N
as aulas anteriores, você estudou alguns
casos de herança genética, tanto no homem quanto em outros animais.
Nesta aula, analisaremos a herança da hemofilia.
Você já ouviu falar de hemofilia? Essa doença será o nosso tema de estudo.
Você sabe por que algumas pessoas nascem com essa doença? Como
podemos explicar casos de pais normais que têm filhos hemofílicos?

A hemofilia

A hemofilia é uma doença caracterizada pela incapacidade de coagulação do


sangue. Qualquer ferimento, por menor que seja, pode trazer riscos de vida para
o hemofílico.
Em cada 10 mil bebês, um nasce hemofílico.
Antes de nos aprofundarmos no estudo da hemofilia, é importante retomar
alguns conceitos e processos da Aula 22, na qual você estudou os cromossomos
sexuais. A natureza genética da hemofilia será explicada com base nas informa-
ções de aulas anteriores.

Exercícios Exercício 1
Quais são os cromossomos sexuais na espécie humana?
..................................................................................................................................
Exercício 2
Quais são os cromossomos sexuais nas mulheres?
..................................................................................................................................
Exercício 3
Quais são os cromossomos sexuais nos homens?
..................................................................................................................................

Os genes para a hemofilia estão localizados no cromossomo X . A doença é


condicionada por um gene recessivo, que representamos pela letra h minúscula.
O gene que determina a característica normal é aqui representado pela letra H
maiúscula. A figura ao lado representa o par de cromossomos X de uma mulher.
Observe a localização dos genes da hemofilia.

172
Exercício 4 Exercícios
A U L A
Se fôssemos escrever o genótipo da mulher representada na figura anterior,
h h
escreveríamos X X . Ela é ou não hemofílica?
.................................................................................................................................. 23
Exercício 5
Esquematize os cromossomos de uma mulher que tem um gene normal e um
gene para hemofilia.

Mulheres hemofílicas são muito raras, porque o gene para hemofilia é raro
na população e, para uma mulher manifestar a doença, é necessário o encontro
de dois genes recessivos.
A mulher representada no Exercício 5 é normal, mas carrega um gene para
H h
hemofilia; seu genótipo é representado por X X . A Figura a seguir mostra a
formação dos óvulos dessa mulher. É importante lembrar que nessa figura
representamos o que acontece com o par de cromossomos sexuais. Não se
esqueça de que os cromossomos autossômicos não estão representados.

duplicação

Exercício 6 Exercícios
O que acontece com os cromossomos homólogos na primeira vez que as
células se dividem?
..................................................................................................................................

Exercício 7
Os possíveis óvulos formados carregam que tipos de cromossomos?
..................................................................................................................................

173
H h
A U L A A representação X X é chamada “genótipo”. A Tabela 1 a seguir mostra
três mulheres diferentes, com seus respectivos genótipos e fenótipos:

23 MULHER Nº GENÓTIPO
TABELA 1
FENÓTIPO
H H
1 X X normal
H h
2 X X normal, portadora do gene da hemofilia
h h
3 XX hemofílica

Exercícios Exercício 8
Escreva a seguir os tipos de gametas (óvulos) produzidos pelas mulheres
cujos genótipos são:
a) XHXH ...................................................................................................................
b) XHXh ....................................................................................................................
c) XhXh .....................................................................................................................

Respondendo ao exercício 8 você constatou que há mulheres que produzem


apenas um tipo de óvulo e outras que produzem dois tipos diferentes de óvulo.

Exercícios Exercício 9
Vamos analisar agora o par de cromossomos sexuais masculinos.
Observe a figura ao lado e escreva o que você nota de diferente entre
os cromossomos do par.
...................................................................................................................
...................................................................................................................

Os cromossomos sexuais masculinos são diferentes quanto à sua


forma e tamanho. No cromossomo Y , o braço superior é menor do que
o no cromossomo X . Portanto, aquele gene para a hemofilia existente
no cromossomo X , não existe no cromossomo Y .

Exercícios Exercício 10
h
Um homem hemofílico pode ser representado por X Y . Qual seria o genó-
tipo de um homem normal?
..................................................................................................................................

Nos homens, não há gene para hemofilia no cromossomo Y . Na representa-


ção do genótipo, não aparecerá a letra H ou h nesse cromossomo.
Na figura abaixo, está representada a formação de quatro espermatozóides
de um homem normal.

174
Exercício 11 Exercícios
A U L A
O que acontece com o par de homólogos na primeira divisão?
..................................................................................................................................
23
Exercício 12
Os gametas (espermatozóides) formados carregam que tipos de
cromossomos?
..................................................................................................................................

Exercício 13
Complete a figura a seguir, considerando, agora, que o indivíduo em estudo
h
é X Y.

Exercício 14
Vamos pensar no exemplo de um casal normal que tem, um menino
hemofílico. Qual seria o genótipo do pai?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 15
Qual seria o genótipo da mãe?
..................................................................................................................................

Exercício 16
Na Tabela 2 estão indicados os genótipos do pai e da mãe mencionados
nos exercícios 14 e 15. Preencha a tabela com os tipos de gametas diferentes
que cada um forma.

TABELA 2
H
Homem X Y Espermatozóide 1: ............. Espermatozóide 2: ..............
H h
Mulher X X Óvulo 1: ............................... Óvulo 2: ................................

175
A U L A Exercício 17
Indique os genótipos das crianças que poderão ser formadas
formadas:

23 a) Se o espermatozóide for X H e o óvulo for X H , o indivíduo formado será:


.............................................................................................................................

b) Se o espermatozóide for X H e o óvulo for X h, o indivíduo formado será:


.............................................................................................................................

c) Se o espermatozóide for Y e o óvulo for X H, o indivíduo formado será:


.............................................................................................................................

d) Se o espermatozóide for Y e o óvulo for X h, o indivíduo formado será:


.............................................................................................................................

Exercício 18
Escreva agora o fenótipo dos indivíduos indicados no exercício anterior:

a) .............................................................................................................................

b) .............................................................................................................................

c) .............................................................................................................................

d) .............................................................................................................................

Depois de analisar a formação dos óvulos e espermatozóides e os possíveis


cruzamentos entre eles na fecundação, fica mais simples entender como pais
normais têm filhos com algumas anomalias. O fato de a pessoa não manifestar
a doença não significa que ela não tenha o gene para a anomalia.

O daltonismo

O daltonismo é uma doença hereditária que leva o indivíduo a confundir


as cores verde e vermelha.
Essa anomalia se processa como a hemofilia, quanto aos mecanismos here-
ditários. O gene d (recessivo), está na porção do cromossomo X , que não tem
correspondência com o cromossomo Y e expressa o daltonismo. Já o gene D
(dominante) condiciona o caráter normal.
Essa doença é pouco comum nas mulheres. Isso porque, além do gene ser
raro na população, para uma mulher ser daltônica, são necessários dois genes
recessivos. Já no homem, somente um gene recessivo é suficiente para
condicionar o daltonismo. Na Tabela 3 podemos constatar que há três possibi-
lidades de genótipos nas mulheres: duas delas (XX DX D e X DX d ) são de mulheres
d d
normais e somente uma (X X X ) se refere a uma mulher daltônica. Nos homens,
são possíveis apenas dois genótipos: um relativo ao daltonismo e outro
à normalidade.

176
TABELA 3 A U L A

23
MULHERES HOMENS

XDXD - normais XDY - normais


D d d
X X - normais, portadoras do gene para o daltonismo X Y - daltônicos
d d
X X - daltônicas

Exercício 19 Exercícios
Uma mulher daltônica casa-se com um homem normal.

Qual o genótipo desse casal?

Homem ...................................................................................................................

Mulher .....................................................................................................................

Exercício 20
Preencha as figuras a seguir, indicando os óvulos e espermatozóides forma-
dos pelo casal:

Exercício 21
Depois de preencher o esquema é possível perceber que a mulher (X X dX d )
só forma um tipo de óvulo. Qual o tipo de óvulo formado?
..................................................................................................................................

Já os espermatozóides formados podem carregar cromossomos Y , que não


possuem genes para o daltonismo ou, ainda, cromossomos X com genes
normais (XX D ).

177
Exercícios
A U L A Exercício 22
d
Se o óvulo X for fecundado pelo espermatozóide que carrega

23 o cromossomo Y , qual será o genótipo do indivíduo formado?


..................................................................................................................................

Exercício 23
E o fenótipo desse indivíduo?
..................................................................................................................................

d
Se o óvulo X d for fecundado pelo espermatozóide que carrega o cromossomo
X , o genótipo do indivíduo será X DX d . Portanto, o fenótipo será: mulher
D

normal, portadora de um gene para o daltonismo.

Quadro- a) Esquematize a formação de gametas de um homem X HY e uma mulher


síntese XHXh.

b) Qual o genótipo e o fenótipo dos possíveis filhos desse casal?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

178
A
AUU
L AL A

24
24
O que a flor tem a ver
com o fruto?

F amília reunida em frente à TV. É hora do


noticiário. Pais e filhos prestam atenção às imagens sobre os efeitos do clima na
produção agrícola.
- A seca prolongada na região de São Joaquim prejudicou a floração das
macieiras. Os agricultores calculam que haverá uma grande diminuição na oferta
de maçã na próxima safra. As últimas geadas na região sudeste impediram a
formação das flores dos cafeeiros. Os agricultores olham os cafezais sem o branco
característico da florada e sabem que também não verão o vermelho dos frutos daqui
a alguns meses.
Essas são as notícias que o repórter transmite aos telespectadores. Um dos
filhos pensa um pouco nessas informações e pergunta aos pais: Por que vai
diminuir a quantidade de maçãs? Não entendi!
A quantidade de flores vai diminuir porque houve uma seca prolongada,
mas o que tem a ver a formação de flores com a produção de frutos?
Para interpretar a notícia dada pelo repórter, vamos começar discutindo um
pouco como as plantas conseguem se reproduzir.

O sexo nos vegetais

Os órgãos responsáveis pela formação das células reprodutivas dos vegetais


estão nas flores, como vemos na Figura 1.

estigma

pétala

androceu
grãos de pólen

ovário

Figura 1: Componentes de uma flor.


A U L A A maioria dos vegetais possui os componentes reprodutivos masculinos e
femininos na mesma flor.

24 gineceu
Analise a Figura 1 e identifique a parte feminina dessa flor (gineceu
gineceu)
composta por estigma e ovário. É dentro do ovário que se desenvolve o óvulo.
Se o óvulo for fecundado, se transformará em semente.
A parte masculina da flor é chamada de androceu
androceu. É no androceu que ocorre
a produção dos grãos de pólen. A célula reprodutiva masculina se forma dentro
do grão de pólen.
Para que haja fecundação, é preciso que o pólen chegue até o óvulo (poli-
nização). Em geral, o pólen de uma flor alcança o gineceu de outra flor.

A polinização pode ser realizada por fatores físicos, como o vento e a


água, ou por seres vivos, como insetos, pássaros, morcegos etc.
Os agentes polinizadores (vento, abelhas, beija-flores etc.), normalmen-
te carregam muitos tipos de grãos de pólen, que são depositados no
estigma da flor. A fecundação só ocorre se o pólen alcança o estigma de
uma flor da mesma espécie.

As gramíneas, como o milho, o capim-gordura etc., são polinizadas com o


auxílio do vento. Os grãos de pólen do milho são muito leves e facilmente
carregados. Também são produzidos em grande número, garantindo que pelo
menos uma parte deles chegue até o ovário das flores de outros pés de milho.
Quanto maior o número de grãos de pólen produzidos por um androceu,
maior a chance de ocorrer a fecundação de flores da mesma espécie.

pólen transportado Por outro lado, o gineceu das


androceu
pelo vento gramíneas também possui adap-
tações que aumentam a possibi-
lidade de polinização. Por exem-
Estigma é a parte plo, o estigma é longo (maior
superior do gineceu área de contato) e pegajoso, dan-
das flores que estigma do maior aderência do grão de
serve para a plumoso
pólen (Figura 2).
recepção do grão Figura 2: polinização das gramíneas.
de pólen.
Você sabia?

Que o pozinho amarelo, muito comum em áreas com grande quantidade de


flores (principalmente de plantas polinizadas pelo vento), é o grão de pólen?
E que o excesso de pólen no ambiente, principalmente de gramíneas, pode
provocar reações alérgicas em muitas pessoas (febre do feno)?

A formação do fruto do feijoeiro

Para discutirmos a formação do fruto, vamos partir de dois exemplos:


os frutos do feijoeiro e do abacateiro.
O fruto do feijoeiro é a vagem, dentro da qual se desenvolvem as sementes,
ou seja, os feijões. Para que essa vagem se desenvolva é preciso que ocorra
a fecundação.
Como a fecundação acontece? A U L A
óvulos

24
ovário estigma
Examine a Figura 3a, que representa uma
flor de feijoeiro. região produtora
Quando o grão de pólen chega ao estigma, de grãos de pólen
ele desenvolve um tubo até o ovário. Esse tubo
- chamado tubo polínico - contém a célula
Figura 3a: Flor do feijoeiro
reprodutiva masculina (Veja a Figura 3b). (as pétalas não estão representadas).

O gineceu do feijoeiro é formado por um ovário


alongado e pelo estigma.
Dentro desse ovário, podemos encontrar vários
Figura 3b: óvulos. Cada óvulo poderá se desenvolver, se for
Tubo polínico
em crescimento. fecundado por uma célula reprodutiva masculina.

Exercício 1 Exercícios
Observe as Figuras 3a e 3b.
a) Quantos óvulos estão representados no ovário desse feijoeiro?
.............................................................................................................................
b) Quantos grãos de pólen do feijoeiro precisam chegar até o estigma para
fecundar todos os óvulos dessa flor?
.............................................................................................................................

Sem a fecundação, o ovário se desprende e cai, não gerando fruto nem


sementes. Os grãos de pólen possuem alta taxa de um hormônio chamado
sementes
auxina
auxina, que tem como função garantir a manutenção e crescimento do ovário da
flor. A auxina do pólen é importante para o desenvolvimento normal do fruto.
Em muitas plantas, a semente continua a produzir hormônios, como a auxina, até
o momento de amadurecimento do fruto.

Dessa forma, os óvulos fecundados se transfor- fruto


sementes
mam em sementes e o ovário se transforma em fruto.
O fruto do feijoeiro é a vagem (Figura 4) que protege
as sementes até seu amadurecimento.
Quando as sementes do feijoeiro estão maduras, o
Figura 4:
fruto (vagem) seca, até se romper abruptamente e lan- Fruto do feijoeiro (vagem).
çar as sementes ao solo.

Exercício 2 Exercícios
A polinização de flores de plantas como o feijoeiro é feita por insetos. O que
acontecerá com a produção de frutos se, durante a florada, for aplicado
inseticida na plantação?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Exercício 3
Justifique sua resposta à questão anterior.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A U L A A formação do fruto do abacateiro

24 As flores dos abacateiros são visitadas por insetos que procuram substâncias
adocicadas (néctar) ou o próprio pólen, para se alimentarem. Nesse processo,
os insetos ficam cobertos de pólen e, ao visitarem outra flor, o transferem para
o estigma delas. Assim se dá a polinização de abacateiros.
Após a polinização da flor do abacateiro, ocorre a fecundação e alguns
componentes da flor se desenvolvem, ou seja, o óvulo se converte em semente
e o ovário em fruto.
Durante o desenvolvimento de seu ovário, haverá o acúmulo de substâncias
nutritivas, formando a parte suculenta que comemos. Os frutos produzidos,
como o do abacateiro, são chamados de frutos carnosos.
O óvulo se transformará em semente que ficará protegida dentro do fruto,
até sua liberação. A liberação da semente do abacateiro ocorre quando o fruto
é comido por algum animal.

Frutos carnosos são todos os frutos capazes de acumularem substân-


cias nutritivas durante seu processo de crescimento e amadurecimen-
to, como o tomate, o pepino, a laranja, o melão etc.
O frutos secos são aqueles que, ao se desenvolverem, não acumulam
materiais nutritivos. Os frutos da mamona, do ipê, do algodão são
desse tipo.

A semente é composta por uma parte rica em materiais úteis para


o crescimento do embrião que lá se encontra. O tipo de substância presente
na semente varia de espécie para espécie. A semente pode ser rica em óleos,
amido, celulose ou proteínas.
Quando comemos um abacate, não estamos destruindo o embrião da planta,
uma vez que o caroço continua intato.

Exercícios Exercício 4
Preencha a Tabela 1 a seguir, colocando um X nos espaços correspondentes
à estrutura dos feijoeiros e dos abacateiros.

TABELA 1
ESTRUTURA FEIJOEIRO ABACATEIRO
Fruto carnoso
Fruto seco
Fruto com uma semente
Fruto com várias sementes
Fruto comestível pelo homem
Semente comestível pelo homem

Exercício 5
Qual a vantagem, para o abacateiro, de produzir um fruto rico em substân-
cias nutritivas, se o embrião está protegido e será nutrido pela semente?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Agora podemos entender porque a geada, a seca prolongada ou qualquer A U L A
outro fator que prejudique a formação de flores nas plantas estará prejudicando
a formação de frutos, pois sem flores não há frutos.
24
Exercício 6
Classifique os frutos a seguir como carnosos ou secos.
Exercícios
a) uva ......................................................................................................................
b) côco .....................................................................................................................
c) manga .................................................................................................................
d) melancia .............................................................................................................
e) ervilha ................................................................................................................
f) tomate ................................................................................................................
g) amendoim em casca .........................................................................................

Exercício 7
Analise a Figura 5 e:
a) assinale A na estrutura da flor que vai se trans-
formar em semente.
b) assinale B na estrutura da flor que vai se trans-
formar em fruto.
c) assinale C na região produtora de grãos de pólen.
d) assinale D na região em que começa a ser formado o tubo
polínico.

Você sabia?
Que alguns ovários possuem alta taxa de auxina e desenvolvem o fruto
mesmo sem fecundação? As bananas e a laranja-bahia são desse tipo.

Conhecendo uma semente

Quando falamos em reprodução sexuada de vegetais, estamos nos referindo


à formação de embriões que ficam no interior das sementes.
A semente propriamente dita é sempre rica em algum tipo de nutriente
(proteína, amido, óleo ou celulose), o qual será utilizado pelo embrião durante
a germinação. O embrião se encontra ligado a esse tecido de reserva da semente.

Atividade prática: Identificando os componentes da semente do feijão

Material necessário
· 1 pires
· 1 faca
· 1 copo transparente
· 1 conta-gotas
· solução de iodo diluída
· papel de filtro para café
· 1 chumaço de algodão
A U L A Procedimento

24 Pegue alguns grãos (sementes) crus de feijão.


Coloque as sementes de feijão sobre um pires e, com a ajuda de uma
pequena faca, faça o seguinte: separe as duas metades (parte branca) da
semente do feijão.
Examine com atenção o embrião que ficou preso em uma das metades (se
você tiver uma lente de aumento, utilize-a para realizar as observações).

1. Que partes do embrião são semelhantes ao feijoeiro adulto?

Agora remova com cuidado o pequeno embrião e observe que ele está
ligado à parte branca da semente, que contém substâncias nutritivas para
o crescimento da plantinha (embrião).
Para descobrir qual é o principal nutriente do feijão, pingue sobre a parte
branca da semente duas gotas de uma solução de iodo. A tintura de iodo
é encontrada em farmácias e deve ser diluída em água até ficar amarelada
(para conseguir a diluição adequada, coloque 1 colher das de chá da tintura
de iodo num copo e acrescente 9 colheres das de chá de água.)

2. Com que coloração ficou a semente de feijão?

Se a coloração da semente do feijão ficar roxa ou azulada é porque nela


existe amido. Se ficar da mesma cor da tintura de iodo (amarela) é porque
não há amido na semente.
Para observar como o feijoeiro se desenvolve, coloque dentro de um copo
transparente um cone de papel de filtro para café, de tal forma que o papel
fique “colado” na parede do copo.
Acrescente algumas sementes de feijão entre o papel de filtro e o copo.
Ponha um chumaço de algodão no interior do copo para que o papel de
filtro não saia do lugar, como vemos na Figura 6.
Mantenha o papel de filtro sempre molhado e aguarde a germinação das
sementes.

algodão molhado

semente de feijão
Figura 6: Sementes para a
germinação. papel de filtro

Observe a germinação das sementes durante alguns dias.


3. O que acontece com a semente à medida que o feijoeiro cresce?
Outros modos de reprodução vegetal A U L A

Vimos até agora a reprodução sexuada. Existem também outras maneiras


de os vegetais gerarem descendentes, das quais as flores não participam. 24
Para se produzir uma nova planta de hibisco, roseira, chorão, mandioca
etc., basta cortar um pedaço do caule e mergulhá-lo na água para enraizar,
ou plantá-lo diretamente no solo. Essa forma de gerar novas plantas a partir
de estacas é chamada de estaquia
estaquia, como está representado na Figura 7a. Estaca é o pedaço
As plantas que possuem caules subterrâneos
subterrâneos, como a batata-inglesa, de um caule capaz
o bambu, a bananeira, a cana, o gengibre, a espada-de-São-Jorge, a grama de regenerar a
etc., formam brotos que desenvolvem novos indivíduos. Veja a Figura 7b. planta.
Há ainda casos como o da violeta e o da fortuna, que podem produzir novas Caule subterrâneo
plantas a partir de suas folhas. A figura 7c ilustra essas formas de reprodução é o caule que se
desenvolve
vegetal.
embaixo do solo,
em contraste com o
EXEMPLOS DE REPRODUÇÃO ASSEXUADA caule aéreo, que se
desenvolve acima
do solo.
planta
completa

folha

Figura 7a: mudas


estaca de
um arbusto. Figura 7c:
fortuna.
Figura 7b:
Caule subterrâneo de grama.

O homem desenvolveu diversas técnicas para aumentar a produção


dos pomares. Uma delas é a enxertia
enxertia, utilizada quando se quer formar um pomar
em que todas as plantas tenham as mesmas características.
Nesse processo, um ramo de uma planta com características genéticas
que interessam ao homem, como frutos mais doces e mais bonitos, por exemplo,
é colocada em cima de outro vegetal para se desenvolver.

A planta que serve de suporte (cavalo) Figura 8: Enxertia.


para o cavaleiro (ramo da planta com caracte-
rísticas de interesse) é sempre de uma espécie
próxima. O cavalo precisa ser mais resistente
a pragas e garantir uma boa nutrição para cavaleiro
o cavaleiro.
Esse tipo de plantação garante a uniformi-
dade das características do pomar, pois os
frutos produzidos terão o mesmo padrão de
qualidade da planta-mãe. Mas se a planta-mãe
for sensível a uma determinada praga, todo
o pomar também o será. cavalo
A Figura 8 mostra como é feita a enxertia.
A U L A Você sabia?

24 Que as plantas de laranjas (cavaleiro) são enxertadas em pés de limão-cravo


(cavalo)? E que se permitirmos o brotamento do cavalo teremos a produção
de laranja e de limão na mesma árvore?

Toda forma de geração de novos indivíduos na qual não haja encontro


de células reprodutivas é chamada de reprodução assexuada
assexuada. As plantações
feitas por estaquia ou enxertia são exemplos de reprodução assexuada.
Como não há participação de células reprodutivas, todos os vegetais gera-
dos assexuadamente têm as mesmas características genéticas da planta-
mãe, ou seja, daquela de onde foi retirada a “muda”.

Exercícios Exercício 8
Que vantagem tem um agricultor em produzir um pomar onde todas
as plantas se originem de estacas de uma única planta-mãe?

Quadro- a) Qual a diferença entre reprodução sexuada e assexuada?


síntese ..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

b) Que partes compõem o gineceu de uma flor?


..................................................................................................................................

c) Em que região do androceu da flor é produzido o grão de pólen?


..................................................................................................................................

d) Complete:
Após a fecundação, o ovário da flor formará o ............................. e o óvulo
formará a .............................

e) O embrião está ligado ao fruto ou à semente?


..................................................................................................................................

f) Quais são os tipos de substâncias de reserva encontradas nas sementes


dos vegetais?
..................................................................................................................................
AUU
A L AL A

25
25
Por que podamos
as árvores?

A rtur mora numa rua com muitas árvores


frondosas. Ele notou que, numa determinada época do ano, os moradores
costumam podar as árvores, ou seja, cortam seus galhos. Quando perguntou
o motivo da poda, as respostas foram variadas: “Para a copa da árvore ficar
mais cheia”, “Para dar mais flores”, “Para a árvore ficar mais forte”.
Artur sabia ainda que, no sítio onde ele passou a infância, as árvores também
eram podadas para que produzissem mais frutos.

Mas será que a poda traz todos esses benefícios? Se estas suposições
são realmente corretas, qual é a explicação para elas?

O crescimento dos seres vivos

As plantas, assim como os demais seres vivos, são formadas por células.
Essas células podem se alongar ou se multiplicar, proporcionando o crescimento
desse ser vivo. Muitas vezes acontecem os dois fatos juntos - as células
se dividem e, posteriormente, se alongam.

Vamos exemplificar o crescimento de uma alga formada por uma fileira


de células:

Figura 1: Divisão e alongamento das células.

Células se dividem... ...e posteriormente se alongam.

Muito seres vivos produzem substâncias que estimulam seu crescimento,


induzindo a multiplicação das células ou seu alongamento.

Nas plantas, existem algumas substâncias químicas que regulam seu funci-
onamento e são chamadas “hormônios vegetais”. Alguns desses hormônios
interferem no crescimento vegetal.
A U L A Ação dos hormônios

25
Em aulas anteriores, falamos de hormônios presentes no ser humano.
Os hormônios vegetais são diferentes, na composição química e no modo de
ação, mas também regulam o funcionamento do organismo. Como vimos nas
aulas 6, 7 e 15, os hormônios podem ter diversas ações. Muitas vezes eles atuam
em vários órgãos e até de maneiras diferentes em cada um deles. Nas plantas
isso é muito comum. Por exemplo, o mesmo hormônio que faz crescer o caule
pode inibir o crescimento da raiz.
Nesta aula, vamos conhecer alguns tipos de hormônios vegetais e suas
funções.

Auxina e o crescimento vegetal


Na Aula 24, já falamos de um hormônio denominado auxina. Esse hormônio
possui várias funções. Vamos falar de algumas delas. Ele é produzido principal-
mente no ápice do caule (parte mais alta) e vai sendo transportado em direção à
raiz. Um dos resultados da ação desse hormônio é o alongamento das células.

Exercícios Exercício 1
Observe as figuras 2a e 2b e responda:

Figura 2b

produção
de auxina ápice

auxina A
transportada

Figura 2a
B

a) Que efeito esse hormônio deverá ter sobre a planta?


.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
b) Observando os pontos A e B na Figura 2b, em qual deles você acha que
existe maior quantidade de auxina? Por quê?
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

A auxina interfere também


na formação dos galhos. Consi-
dere duas plantas da mesma
espécie: a primeira não sofreu
qualquer alteração e a segunda
teve o ápice de seu caule retira-
Figura 3b: planta 2, do. Veja as figuras 3a e 3b.
Figura 3a: planta 1, que teve o caule
normal. retirado.
Passado algum tempo, notamos que a planta 1 con- A U L A
tinua crescendo verticalmente e formando novas folhas.
Isso ocorre porque a planta está intata, isto é, continua
com seu ápice produzindo auxina (Figura 4a). A planta 2, 25
que teve o ápice retirado, não cresce mais em altura. Suas
folhas começam a cair e, em lugar dessas folhas, crescem
novos galhos (Figura 4b).
Figura 4b: A planta 2
não cresce em altura,
Figura 4a: A planta 1 e crescem galhos no
cresce normalmente. lugar das folhas.

Com o passar do tempo, a plan-


ta 1 continua crescendo em altura.
As folhas mais próximas à raiz, ou
seja, as mais distantes do ápice,
caem para dar lugar a galhos, como
Figura 5a: Na planta 1, Figura 5b: Na planta 2, vemos na Figura 5a na planta 2 os
começam a nascer os galhos ficam galhos continuam crescendo (Fi-
galhos. maiores.
gura 5b).

Exercício 2 Exercícios
Considerando os fatos descritos, o que podemos concluir a respeito
da auxina: ela inibe ou estimula a formação de galhos?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Exercício 3
Por que a planta 1 só irá formar galhos longe do ápice?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A auxina também é produzida nas extremidades dos galhos.

Exercício 4 Exercícios
Relacionando essa informação com tudo o que você viu até agora, esquematize
na figura a seguir como deverá ficar uma árvore da qual se cortaram o ápice
do caule e as extremidades dos galhos.

Figura 6

A vantagem de se formarem mais galhos é que a copa da árvore fica mais


cheia, tornando a árvore mais frondosa. Com mais galhos, há mais gemas (locais
onde surgem os botões florais).
A U L A As gemas se localizam abaixo das folhas e podem dar origem a galhos
ou flores, dependendo do estímulo ambiental ou hormonal. Se a planta

25 produz mais folhas, conseqüentemente produzirá mais gemas,


podendo formar mais flores no período adequado.
Figura 7c:
... ou pode
originar uma flor
(botão floral).

gema
Figura 7b:
A gema pode
originar um
Figura 7a galho...

Observe a Figura 8a (com poucos galhos


e, conseqüentemente, poucas folhas e gemas)
e a Figura 8b (com mais galhos, folhas e gemas).

Figura 8B

Figura 8a

Exercícios Exercício 5
Para um produtor de laranja, qual a vantagem de uma laranjeira produzir
mais flores?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O que chamamos de poda é o corte das extremidades dos galhos. Como


vimos, esse procedimento aumenta o tamanho da copa, melhorando a produção
de flores. Muitas vezes, observamos pessoas que cortam os galhos inteiros
de uma árvore, supondo erradamente que estão fazendo a poda e que isso fará
os novos galhos crescerem mais fortes.

Exercícios Exercício 6
Você concorda que é necessário cortar todo o galho? Por quê?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A auxina não atua só no crescimento. Como vimos na Aula 24, A U L A
a auxina é carregada no grão de pólen. Quando o pólen cai no
estigma, essa auxina é liberada, estimulando a transformação do
ovário da flor em fruto. 25
Na Aula 24 você viu tam-
bém que podemos formar Figura 9b:
Estaca
uma nova planta a partir de mergulhada
uma estaca (Figura 9a). Mui- em auxina.
tos agricultores mergulham
a estaca numa solução de
auxina antes de plantá-la. Figura 9a:
Nesse caso, a auxina favore- Estaca não
ce o aparecimento de raízes, mergulhada
em auxina.
como vemos na Figura 9b.

Exercício 7 Exercícios
Tendo em vista o que observamos acima, é vantajoso mergulhar uma estaca
na auxina?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A auxina e a luz

Você já percebeu que uma planta cresce sempre em direção à luz? A auxina
também é responsável por esse fato. Existem substâncias que se alteram na
presença de luz, como alguns remédios, cosméticos e até a cerveja. Elas são
colocadas em recipientes escuros justamente para não serem degradadas pela
luz. Com a auxina acontece o mesmo: a luz direta degrada uma grande parte
da auxina.

Exercício 8 Exercícios
Agora observe o caso da planta ilustrada a seguir:

a) Em que lado a auxina será mais destruída?


...............................................................................
...............................................................................

b) Por isso, que lado da planta terá maior alonga-


mento das células?
...............................................................................
...............................................................................

c) Como o crescimento será maior de um lado,


a planta ficará curvada. Para que lado?
............................................................................... Figura 10
...............................................................................
luz células mais
A U L A
alongadas

25
Figura 11a: Parte da
auxina é destruída Figura 11b:
pela luz. Resultado.

Exercícios Exercício 9
Relembrando a Aula 16, responda qual a vantagem para a planta de ficar
sempre voltada para a luz?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Outros hormônios de crescimento

A auxina não é a única responsável pelo crescimen-


to da planta. Existem outros hormônios que alongam as
células. São chamados giberelinas. Só que em vez
de agir no ápice, como a auxina, as giberelinas alongam
as células que ficam nos espaços entre as folhas folhas.
Figura 12a: Planta Nas figuras a seguir temos uma planta com uma defici-
com deficiência de
giberelina.
ência na produção de giberelina (Figura 12a) e outra
planta normal (Figura 12b). Repare no número de fo-
lhas e no espaço entre elas.

No começo da aula, vimos que a planta pode


crescer de duas maneiras: alongando suas células
alongamento
(por meio da ação da auxina e da giberelina) ou entre as
multiplicando-as. Existem outros hormônios, de- folhas
nominados citocininas
citocininas, que também atuam no
crescimento. As citocininas são produzidas prin-
cipalmente nas raízes e estimulam a multiplica-
Figura 12b: Planta normal
ção celular.

Você sabia?
As plantas contêm um gás, denominado etileno, que também funciona
como substância reguladora. O etileno é produzido principalmente pelo
fruto e acelera seu amadurecimento. Quando embrulhamos um cacho
de bananas num jornal, ele amadurece mais rápido, pois estamos
impedindo que o gás etileno escape. Quanto maior a concentração desse
gás, mais acelerado o amadurecimento. Dizem que, se houver uma maçã
estragada no cesto, todas as demais ficarão também estragadas.

Exercícios Exercício 10
Considerando as informações anteriores, você tem razões para acreditar
na afirmação acima, a respeito da maçã estragada?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Utilização de hormônios na produção agrícola A U L A

A partir do conhecimento desses hormônios vegetais, o homem passou


a utilizá-los para melhorar a qualidade e evitar perdas nos produtos agrícolas. 25
Exemplos da utilização de hormônios vegetais:

Aplicação de auxinas na produção de frutas

Na produção de frutas, a auxina pode ser usada para estimular o desenvol-


vimento de algumas frutas, como o abacaxi e o morango.

Aplicação de auxinas como pesticida

Existe um tipo de auxina sintetizado pelo homem que quando aparece em


excesso pode matar vários tipos de plantas. Mas algumas plantas conseguem
destruir o excesso dessa auxina e sobreviver; é o caso do milho, da cana-de-
açúcar e do arroz. Quando por coincidência a planta cultivada é resistente a essa
auxina e as pragas dessa cultura não, pode-se usar essa substância como
pesticida.

Aplicação de etileno

Geralmente, os frutos de uma


mesma planta não amadurecem to- frutos maduros
dos numa mesma época, o que torna
a colheita mais trabalhosa, uma vez
que tem de ser feita aos poucos (Figu-
ra 13). Aplicando etileno nos frutos,
eles amadurecem todos ao mesmo
tempo, permitindo uma colheita mais
eficiente. frutos verdes

Figura 13: Bananas.

Aplicação de giberelina

Os cachos de uva são um


exemplo conhecido de aplica-
ção de giberelina. Esse
hormônio alonga os cabinhos
de cada uva do cacho, fazendo
com que fiquem mais separa-
das. Assim, evita-se o acúmulo
de umidade entre as uvas, di- Figura 14b: Com grãos
ficultando a proliferação de Figura 14a: mais separados,
fungos que poderiam estragá- Grãos muito juntos a possibilidade de a
acumulam umidade. planta “fungar” diminui.
las (Figuras 14a e 14b).
Quadro-
A U L A a) Desenhe as alterações que irá sofrer a planta da Figura 15b, que acabou de
síntese ser podada, e compare-as com as da planta da Figura 15a, que não foi

25 podada. Explique o porquê dessas alterações.

Figura 15a Figura 15b

b) Como a auxina e as citocininas contribuem para o crescimento da planta?


Onde a maior parte desses hormônios é produzida?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

c) Quais as funções da giberelina vistas na aula?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

d) Explique por que a planta sempre cresce em direção à luz.


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

e) Qual a função do etileno e onde ele é produzido?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercícios Exercício 11
Um jardineiro desejava obter plantas anãs, mas com muitas folhas,
para decorar um jardim. Seu amigo recomendou o uso de uma substância
que inibia um determinado hormônio de crescimento. Plantas cultivadas
com a aplicação desse “anti-hormônio” permaneceriam com muitas folhas;
as folhas cresceriam muito juntas e a planta ficaria com baixa estatura.
Que hormônio seria inibido por essa substância? Justifique sua resposta.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A UA UL L AA

26
26
Por que as plantas
precisam da luz?

O agricultor sabe que um dos fatores mais


importantes para o desenvolvimento das plantas que cultiva é a luz. Você já deve
ter percebido que as plantas deixadas nos cantos mais escuros da casa não se
desenvolvem bem, enquanto as que estão próximas à janela ficam mais viçosas.
Deve também ter constatado a importância do sol para as plantas ao observar
diferentes situações, e é provável que tenha parado para pensar por que as
plantas precisam da luz.
Na Aula 16 você estudou que as plantas são capazes de produzir seu próprio
alimento a partir da energia luminosa, num processo denominado fotossíntese
(ou seja, síntese pela luz).
A fotossíntese é um conjunto de reações químicas, nas quais gás carbônico
e água reagem para formar glicose e oxigênio na presença de luz.
Tudo isso pode ser resumido na seguinte equação:

gás carbônico + água ® glicose + oxigênio

Essa reação só é possível na presença de luz. Mas como a planta faz para
utilizar a energia da luz na síntese de glicose?

A transformação da luz
Os seres vivos fotossintetizantes possuem em suas células uma estru-
tura denominada cloroplasto
cloroplasto, que não está presente nas células dos
animais. É no interior dessas organelas que ocorrem as reações da
fotossíntese.

Figura 1:
cloroplastos
no interior de
uma célula
vegetal.
Os cloroplastos possuem em seu interior uma substância corante (um A U L A
pigmento) conhecida como clorofila
clorofila. A clorofila é um pigmento de cor verde,
presente em grande quantidade nas folhas da maioria das plantas.
Mas a função da clorofila não se limita a dar cor às folhas: ela desempenha 26
um papel fundamental nos processos da fotossíntese.

Exercício 1 Exercícios
Observe a Figura 2 e responda: em que parte da planta ocorre a fotossíntese?
..................................................................................................................................

A importância da clorofila para a fotossíntese está


no fato desta molécula ser capaz de absorver a energia
da luz e desencadear uma série de reações dentro dos
cloroplastos.

A molécula de clorofila “fornece a energia


Figura 2
absorvida” para que ocorram três processos
processos: quebra
da molécula de água, formação do NADPH e forma-
ção do ATP.

Quebra da molécula de água

Figura 3:
esquema representando a quebra das
ligações da água e os seus produtos.

Exercício 2 Exercícios
Observe o esquema da Figura 3 e identifique os produtos da quebra de
moléculas de água.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Cada molécula de oxigênio (O2) se forma a partir da quebra de duas


moléculas de água, como você pode observar na Figura 3. O oxigênio é um dos
produtos da fotossíntese e é liberado no ambiente.

Formação do NADPH

No entanto, a Figura 3 também mostra que, além do oxigênio, a ação da


energia luminosa sobre a água libera também hidrogênios livres. Esses íons
acabam ligando-se a uma molécula chamada NADP. Esta molécula cumpre um
importante papel no processo da fotossíntese, pois é ela que recebe
recebe, transpor-
ta e fornece o hidrogênio para outras reações químicas que acontecem no
interior dos cloroplastos.
A U L A Após a ligação com o hidrogênio, o NADP passa a chamar-se NADPH.
Além do NADP, há outros elementos químicos semelhantes que trans-

26 portam hidrogênio para outras reações. É o caso da respiração, que conta com
a participação de compostos que desempenham o mesmo papel que o NADP.
O transporte de hidrogênios é importante para várias reações do meta-
bolismo dos seres vivos.
A ligação entre íons hidrogênio e o NADP também é provocada pela
energia luminosa captada pela clorofila. Podemos considerar, deste modo,
que a formação do NADPH é outro dos processos desencadeados pela
presença de luz.

Formação do ATP

Em geral, as reações químicas liberam ou captam energia para poderem


ocorrer. Você já estudou que as reações de quebra de glicose, ácidos graxos
ou aminoácidos liberam certa quantidade de energia, que será utilizada para
manter o funcionamento do nosso organismo.
Já as reações químicas que mantêm o trabalho do músculo durante a
atividade física consomem energia.

Exercícios Exercício 3
Nesta aula você já viu exemplos de reações químicas que utilizam energia.
Cite um deles.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A energia liberada pelas reações de quebra é armazenada e transportada


Síntese: é a até os locais das reações de síntese
síntese. Esta transferência de energia é o que
formação de uma mantém o funcionamento dos organismos dos seres vivos.
molécula a partir da
ligação de átomos Na fotossíntese, a energia percorre o seguinte caminho: a energia luminosa
ou outras moléculas captada pela clorofila, além de provocar a quebra de moléculas de água e a
mais simples.
formação de NADPH, é armazenada numa molécula chamada ATP.
O ATP cumpre a função de captar
captar, transportar e fornecer energia. Ele está
presente em todos os seres vivos. As plantas não são os únicos seres vivos
que possuem o ATP.

ATP é apenas uma abreviação de adenosina trifosfato


trifosfato. Observe na
figura a seguir que há três grupos fosfato ligados a uma molécula de
adenosina. Esta é a forma da molécula quando está transportando ou
armazenando energia.
Ao participar de certa reação química que, para ocorrer, precisou usar a
energia armazenada, a molécula de adenosina perde um fosfato, e passa
a chamar-se adenosina difosfato ou ADPADP.
A U L A

26

Figura 4: representação das moléculas e da forma simplificada da reação ATP=ADP+Pi.

Observando a reação representada acima, é possível verificar que a


ligação entre a adenosina e o último grupo fosfato é a ligação que
armazena a energia transportada pelo ATP.

Agora que você conhece os processos de utilização da energia luminosa


que compõem a primeira etapa da fotossíntese, recapitule o que estudou
fazendo o Exercício 4.

Exercício 4 Exercícios
Complete no esquema da Figura 5 os produtos da utilização da energia
luminosa nessa primeira etapa da fotossíntese.

Figura 5
A U L A A síntese da glicose

26 Vamos retomar a equação da fotossíntese que você viu no início da aula:

6 CO2 + 6H2O ® C6H12O6 + 6O2


gás carbônico + água glicose + oxigênio

Na descrição da primeira etapa da fotossíntese, estudamos a formação de


oxigênio (O2) a partir da quebra de moléculas de água. Entretanto, ainda não
falamos sobre o processo de produção de glicose.
A reação de síntese da glicose exige a presença de uma série de elementos,
como aqueles que fornecem os átomos que compõem a molécula de glicose e a
energia, indispensável para que as reações de síntese ocorram.
Mas vamos entender melhor por que esses elementos são necessários e qual
o papel de cada um deles.
Já vimos que na primeira fase da fotossíntese a energia luminosa é utilizada
para produzir ATP, NADPH e oxigênio. O oxigênio será liberado no ambiente,
mas os outros dois elementos irão participar da síntese da glicose. O ATP
participará das reações de síntese, fornecendo a energia necessária para que
sejam feitas as ligações entre os átomos que formam a glicose.
Já que a energia necessária para a síntese da glicose é fornecida pelo ATP,
a segunda etapa da fotossíntese não precisa da presença da luz para ocorrer.
A energia luminosa foi captada e transformada em energia química (ATP)
na primeira parte do processo da fotossíntese.
Ainda faltam os elementos que fornecem os átomos que constituem a
glicose. O gás carbônico (CO2) e o NADPH entram como “material de constru-
ção” da molécula.
Para entender o papel do gás carbônico e do NADPH, observe primeiro a
molécula de glicose da Figura 6.

Figura 6: glicose

Exercícios Exercício 5
Quais são os átomos que formam a glicose?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 6
Quais dos átomos que formam a glicose são fornecidos pelas moléculas de
gás carbônico (CO2)?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A glicose se forma a partir de seis moléculas de gás A U L A
carbônico. Porém, ainda ficam faltando os átomos de
hidrogênio. Estes são recebidos do NADPH, que é o
transportador de hidrogênio. Quando o NADPH doa 26
para a reação de síntese da glicose os hidrogênios que
estava transportando, volta a ser NADP.
Figura 7: esquema da síntese de glicose a partir
de gás carbônico, ATP e NADPH.

Os fatores limitantes

Vimos que a luz participa apenas da primeira etapa da fotossíntese, pois a


síntese da glicose pode ocorrer mesmo no escuro. Contudo, a luz é importante
para o conjunto da fotossíntese. Os elementos formados a partir da energia
luminosa são utilizados na segunda etapa do processo.
No caso de não termos luz para formar ATP e NADPH, a segunda parte da
fotossíntese não poderá ocorrer. Não haverá energia ou hidrogênios para
efetuar a síntese da glicose.
Os fatores que, como a luz, interferem na ocorrência e na velocidade do
processo são conhecidos como fatores limitantes
limitantes.
Podemos dizer que a intensidade luminosa
luminosa, assim como a concentração
de gás carbônico do ar, a temperatura e a água são fatores ambientais que
interferem no processo da fotossíntese, aumentando ou diminuindo a quantida-
de de glicose produzida.
Para estudar a interferência da intensidade luminosa no rendimento da
fotossíntese, um pesquisador selecionou uma planta e colocou-a no interior de
uma campânula, iluminando-a com nove intensidades luminosas diferentes.
As demais condições ambientais foram mantidas ao longo de toda a experi-
mentação. O pesquisador mediu o volume de oxigênio eliminado por minuto
quando a planta foi iluminada com cada uma das intensidades luminosas.
O volume de oxigênio liberado por minuto funciona como um elemento
indicativo do rendimento da fotossíntese. A intensidade luminosa foi medida
em candelas.

Uma lâmpada de 100 W equivale a uma intensidade luminosa de


125 candelas.

Com os resultados obtidos, o pesquisador montou a seguinte tabela:

INTENSIDADE LUMINOSA VOLUME DE O2

(em candelas) (em ml/min)


situação 1 375 50
situação 2 500 68
situação 3 625 86
situação 4 750 101
situação 5 875 123
situação 6 1000 135
situação 7 1150 136
situação 8 1325 135
situação 9 1500 137
Exercícios
A U L A Exercício 7
Com base nos dados obtidos pelo pesquisador, complete o gráfico da Figura 8,

26 representando os valores da tabela e unindo os pontos encontrados.

Figura 8: você vai construir o gráfico que relaciona a intensidade luminosa


com o volume de oxigênio liberado.

Exercício 8
Explique por que a quantidade de oxigênio produzido por minuto aumenta
conforme cresce a intensidade luminosa.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 9
A linha formada pela união dos pontos é de formato reto ou curvo?
..................................................................................................................................

A forma da curva que você encontrou nos permite chegar à seguinte


conclusão: com o aumento da intensidade luminosa, o rendimento da fotossíntese
também aumenta, mas não de maneira ilimitada. A partir de um determinado
ponto da curva, o volume de oxigênio liberado por minuto se estabiliza e, mesmo
que a intensidade luminosa ainda aumente, o rendimento da fotossíntese se
mantém constante.
Para que você perceba melhor no gráfico o aumento de rendimento da
fotossíntese e sua estabilização, vamos dividir a curva em dois segmentos.
O primeiro é mais vertical, o segundo é mais horizontal.

Exercícios Exercício 10
O volume de oxigênio liberado aumenta mais:
( ) no primeiro segmento da curva
( ) no segundo segmento da curva

Exercício 11
Qual dos dois trechos da curva representa a estabilização do rendimento da
fotossíntese?
..................................................................................................................................
Exercício 12 A U L A
No experimento descrito anteriormen-
te, consideramos apenas o oxigênio pro-
duzido, para comprovar a influência da 26
intensidade luminosa no rendimento
da fotossíntese; porém, o consumo de
gás carbônico também sofreria altera-
ções. Represente no gráfico da Figura 9
o formato da curva que você esperaria
encontrar se medíssemos o consumo de
gás carbônico. Figura 9

Considerando os gráficos de produção de oxigênio e de consumo de gás


carbônico, percebemos que durante os períodos de baixa intensidade
luminosa, ou seja, os períodos de escuridão, a planta não produzirá
oxigênio, nem consumirá o gás carbônico do ar.
Por outro lado, continuará respirando, isto é, consumindo oxigênio
e liberando gás carbônico.
Este fato leva inúmeras pessoas a crer que não devem manter plantas
no quarto, pois podem morrer asfixiadas ou ter problemas respiratórios
durante a noite. Isto não é verdade: a quantidade de oxigênio consu-
mida pela planta no processo de respiração é muito menor do que a
consumida pelas pessoas que dividem conosco o quarto, o teatro, o
cinema, a sala de reuniões ou qualquer outro local fechado.
A planta não é capaz de retirar todo o oxigênio do ar ou deixá-lo saturado
de gás carbônico, ainda que esteja escuro e não haja fotossíntese.

Os caminhos da glicose

Mas qual será o destino de toda a glicose produzida na fotossíntese


e por que ela é tão importante para a planta?

Resumindo, podemos dizer que a glicose sintetizada na fotossíntese tem três


funções principais:

· É quebrada na respiração para fornecer energia para o funcionamento do


organismo.
· É constituinte da celulose. É também transformada em outros elementos
(aminoácidos e ácidos graxos) formadores de lipídios e proteínas, que
podem ser, juntamente com as moléculas de celulose, comparados a tijolos.
Assim como os tijolos são usados para levantar as paredes de uma casa, a
celulose, os lipídios e as proteínas constituem as células que vão sendo
formadas durante o crescimento da planta.
· É armazenada na forma de amido.

Como você pode concluir agora, a planta seria incapaz de sobreviver, crescer
e se reproduzir se não pudesse realizar a fotossíntese.
A U L A A importância da fotossíntese para os demais seres vivos

26 Mas não é só para a planta que a fotossíntese é fundamental. Ela é também


vital na manutenção de todos os organismos. A glicose e o oxigênio produzidos
pela fotossíntese são utilizados também pelos demais seres vivos. O oxigênio é
usado na respiração. A glicose não é fonte de alimento só das plantas, mas
também de outros organismos. Os animais, por exemplo, não são capazes de
realizar a fotossíntese e produzir seu próprio alimento.

Exercícios Exercício 13
Lembre do que foi estudado nas Aulas 1, 5 e 14 e responda de que forma nós
conseguimos glicose, aminoácidos e ácidos graxos.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Os animais aproveitam os compostos produzidos pelos vegetais e depen-


dem inteiramente da ingestão de alimento para manter o funcionamento do
organismo e para se desenvolver.
Os organismos que realizam a fotossíntese têm enorme importância no
desenvolvimento dos demais seres vivos, pois fornecem o material e a energia
necessários para o funcionamento de todo o mundo vivo.

Quadro- Observe o esquema abaixo e responda.


síntese

Figura 10:
esquema geral
da fotossíntese

a) Quais são os produtos da fotossíntese?


..................................................................................................................................
b) Qual o papel do gás carbônico e da água?
..................................................................................................................................
c) Identifique e escreva o nome dos elementos que participam das reações:
- captando a energia luminosa: ........................................................................
- transportando hidrogênios livres: .................................................................
- fornecendo energia química: ..........................................................................
d) Por que a luz é considerada um fator limitante?
..................................................................................................................................
e) Como a glicose é utilizada pela planta?
..................................................................................................................................
f) Qual a importância da glicose para os demais seres vivos?
..................................................................................................................................
AUU
A L AL A

27
27
Irrigar a horta
com o sol a pino?

N a Aula 16 vimos a importância de regar as


plantas. Nesta aula iremos estudar um pouco mais a relação entre água e vegetais.
As plantas absorvem a água que está presente no solo, por isso quando as
regamos direcionamos o jato de água para a terra. Como uma planta absorve a
água do solo? Como essa água chega a todas as suas partes?
Primeiro, vamos pensar no caminho que a água percorre do solo até as folhas.
A água do solo é absorvida pelas raízes, penetrando em suas células até
atingir a região central da raiz, onde se localiza um conjunto de vasos condutores
denominado xilema (Figura 1a).
xilema
Esses vasos condutores (xilema
xilema) começam nas raízes, atravessam o caule
(Figura 1b) e atingem as folhas. É por esses vasos que a água irá subir das raízes
até as folhas. A mistura de água e sais minerais que segue o caminho das raízes
até as folhas é denominada seiva bruta
bruta.

Figura 1
A U L A O que leva a água a entrar pelas raízes e subir pelo xilema?

27 Para responder a esta questão, vamos falar um pouco de uma propriedade da


água e das substâncias que nela podem estar dissolvidas.
Você já se perguntou por que quando tiramos uma garrafa da geladeira
formam-se gotículas na superfície da garrafa? Essas gotas são formadas a partir
da condensação do vapor d’água que está no ar, devido ao seu contato com uma
superfície fria.
Mas por que o formato de gotas? Quando enchemos, com cuidado, um copo
de refrigerante até a “boca”, podemos observar que o refrigerante sobe bastante,
formando um arco um pouco acima da borda do copo (como mostra a Figura 2)
até que, num certo momento, o líquido derrama.

Figura 2

Vamos observar, na Figura 2, o que ocorre com as moléculas de água da gota


sobre a garrafa e no copo de refrigerante.
As moléculas da água se atraem, por isso forma-se uma película na superfície
do líquido que permite a formação de gotas ou faz o líquido demorar mais para
escorrer. A força que promove a atração das moléculas de água é denominada
coesão
coesão. Mas como essa coesão interfere na movimentação da água? Para entender
isso, faça o experimento a seguir.

Exercícios Exercício 1
Atividade
Com um conta-gotas, forme uma “fileira” de água de aproximadamente
10 centímetros sobre um prato de louça com a superfície lisa. Pegue uma tira
de papel de filtro de café, encoste-a numa da pontas da fileira de água e
espere alguns segundos.

Figura 3

Descreva o que ocorre com a fileira de água.


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
O movimento observado ocorre porque existe uma coesão entre as molécu- A U L A
las da água. O mesmo movimento acontece também no xilema das plantas,
pois, devido à coesão entre as moléculas, toda a coluna de água se movimentará
de uma vez. 27
O que gera o movimento da coluna de água no xilema?
Para entendermos isso, precisamos conhecer alguns processos de movimen-
tação de substâncias dissolvidas em água.
Existem substâncias que se dissolvem quando misturadas em líquidos, e são
chamadas de soluto
soluto, como por exemplo: açúcares, sais etc. As substâncias que
dissolvem o soluto são os solventes
solventes, como a água que dissolve o sal.
A relação entre a quantidade de soluto dissolvido numa certa quantidade de
solvente é denominada concentração
concentração. Em outras palavras, a concentração será
maior quanto mais soluto houver por unidade de solvente.
Como exemplo, prepara-se duas soluções: na primeira, coloca-se duas colhe-
res (de sopa) cheias de açúcar num litro de água; na segunda, coloca-se quatro
colheres (de sopa) de açúcar também em um litro de água. A segunda solução é
mais concentrada que a primeira, já que a segunda possui mais soluto para uma
mesma quantidade de solvente.
Ao jogarmos alguma substância que se dissolve em água, ela irá se espalhar
rapidamente até que toda área do recipiente tenha a mesma concentração (Figura
4). Toda substância tende a se deslocar do local onde está mais concentrada para
outro onde esteja em menor concentração, até que as concentrações se igualem.

Figura 4

Considere duas soluções com concentrações diferentes, num mesmo recipi-


ente, separadas apenas por uma membrana que impede a passagem do soluto
mas permite a do solvente (Figura 5a). Nesse caso, a única forma de se igualar as
concentrações é o solvente passar da solução menos concentrada para a mais
concentrada (Figura 5b).

Figura 5
Exercícios
A U L A Exercício 2
Considere agora duas soluções:

27 Solução 1: um litro de água + uma colher de sacarose.


Solução 2: um litro de água + duas colheres de sacarose.
Qual das duas soluções está mais concentrada?
..................................................................................................................................
Foi colocado um pouco da solução 1 num saquinho de celofane (material que
permite a passagem da água, mas não da sacarose) bem fechado. Mergulhou-
se, então, esse saquinho num recipiente com a solução 2 (Figura 6a).

Figura 6

Exercício 3
Passado algum tempo (Figura 6b), o saquinho ficou com mais ou menos água?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 4
Por que ocorreu a movimentação da água?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

As células que formam os seres vivos possuem uma membrana seletiva,


isto é, que permite a passagem de algumas substâncias e impede a de outras.
A água é capaz de atravessar a membrana celular, enquanto alguns sais minerais
e açúcares não conseguem fazê-lo.

O processo pelo qual o solvente se movimenta para igualar as concentra-


ções recebe o nome de osmose. A osmose é um processo fundamental no
transporte de líquidos num ser vivo, principalmente nas plantas.

Qual a relação entre a coesão e a osmose no transporte de seiva


bruta?
Na verdade, o transporte de seiva bruta depende desses dois processos (coesão
e osmose) e da transpiração. Vamos observar como ocorre esse transporte:

Figura 7
Na Aula 16 vimos que as plantas perdem A U L A
água pelas folhas por meio da evapotranspiração.
Com essa perda de água, o líquido das células das
folhas fica mais concentrado, e a água presente 27
nos vasos condutores acaba passando para essas
células, por osmose. Esse movimento da água dos
vasos condutores para as folhas provoca, por
coesão, uma movimentação de toda a coluna de
água, desde a raiz até as folhas.
Isso significa que a transpiração é a causa de
toda a movimentação da água. A água que sai dos
vasos, por osmose, acaba fazendo toda a coluna
de seiva bruta subir, já que há coesão entre as
moléculas de água. Também devido à coesão, à Figura 8:
medida que a coluna de água sobe, mais água é movimentação de água
na planta
absorvida do solo pelas raízes (Figura 8).

Exercício 5 Exercícios
Se uma planta está transpirando muito, como está a absorção de água pelas
raízes? (Considere que tenha água no solo.)
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A teoria que explica o transporte de água pela transpiração e coesão é aceita


até para árvores grandes, como aquelas que ultrapassam os 30 metros.

Quando ganhamos flores e queremos conservá-las bonitas por mais tempo,


devemos cortar um pedaço dos seus cabinhos dentro do recipiente com água
onde iremos colocá-las. Isso porque, quando essas flores foram colhidas, rom-
peu-se a coluna de água do xilema e, conseqüentemente, a coesão entre as
moléculas. Houve entrada de ar no xilema (Figura 9a). Mesmo colocando as flores
num jarro com água, elas murcham logo, pois há bolhas de ar que interrompem
a coluna de água, não permitindo que a água suba (Figura 9b).
Com um outro corte no cabinho das flores dentro do jarro de água (Figura 9c),
a água presente no xilema entra em contato com a água do jarro (Figura 9d),
restabelecendo a coesão entre as moléculas e formando uma nova coluna de água.
Por isso as flores ficarão vistosas por mais tempo.

Figura 9
A U L A Na Aula 16, discutimos a evapotranspiração e alguns mecanismos que a
planta possui para evitá-la.

27 Nesta aula, veremos também que a planta pode controlar a evapotranspiração


por meio de conjuntos de células especiais, presentes na epiderme, chamadas
estômatos. Os estômatos são formados por duas células que podem se afastar ou
se aproximar, deixando um orifício entre elas (ostíolo).

Figura 10

É pelo ostíolo que passam os gases necessários para os processos metabólicos


da planta (fotossíntese ou respiração). Porém, quando este orifício está aberto, ele
também possibilita a saída de vapor d'água e, por isso, a evapotranspiração
aumenta muito.
Ao regular a abertura dos estômatos, a planta pode promover ou evitar a
perda de água (evapotranspiração).

O que controla a abertura e o fechamento dos estômatos?

Para entender este processo, faça a seguinte atividade. Pegue um balão de


borracha (bexiga) e cole nele um pedaço de fita adesiva (Figura 11a). Encha a
bexiga de ar.

Exercícios Exercício 6
Escreva o que acontece com o formato da bexiga (Figura 11b).
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Figura 11

Agora, imagine duas bexigas como esta, colocadas lado a lado (Figura 12).
Os estômatos funcionam como es- A U L A
sas duas bexigas: as duas células pos-
suem uma parede rígida entre elas
(como o lado da bexiga com a fita ade- 27
siva) e, quando ficam cheias de água,
essa parte rígida não se distende, ocasi-
onando a formação de um espaço
(ostíolo) entre elas.
Figura 12

A abertura dos estômatos é assim controlada pela quantidade de água


presente nessas células. Quando estão cheias de água, o estômato está aberto.
Quando têm pouca água, o estômato se fecha.
Existem vários fatores que determinam a quantidade de água nessas células
e que, portanto, determinarão a abertura dos estômatos.

Mecanismo fotoativo (controle pela luz)

Na presença de luz as células dos estômatos realizam fotossíntese mais


intensamente do que as células vizinhas, produzindo maior quantidade de
glicose. A concentração de glicose dessas células será maior que a das células
vizinhas. Então, por osmose, a água passará das células vizinhas (menos concen-
tradas) para as células do estômato (mais concentradas). Nesse caso, as células
ficarão cheias de água e o estômato se abrirá. Na ausência de luz essa glicose é
transformada em amido, que não se dissolve em água, e portanto não ocasiona
osmose.

Figura 13: mecanismo fotoativo

Exercício 7 Exercícios
Se há luz, o estômato deve estar..........................................................................

Exercício 8
Durante a noite os estômatos costumam estar ..................................................

Mecanismo hidroativo (controle pela água)

Quando a temperatura está elevada e o ar muito seco, a planta transpira


intensamente. Nesses casos, a planta pode não conseguir compensar essa perda
de água com a absorção das raízes. Isso faz com que as células da folha comecem
a ficar murchas, inclusive as células dos estômatos. Com pouca água, o ostíolo se
fecha, diminuindo a evapotranspiração.
Dessa forma, a disponibilidade de água no ar e no solo também interfere na
abertura e fechamento dos estômatos.
A U L A Dizem que regar as plantas com sol a pino pode prejudicá-las.
Será que é verdade?
27
Exercícios Exercício 9
Vimos que a absorção depende da evapotranspiração.
As raízes devem absorver mais água se os estômatos estiverem abertos ou
fechados?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Com o sol a pino, os estômatos realizam fotossíntese, o que deveria provocar


sua abertura. Entretanto, essa hora do dia costuma ser também a mais quente e
seca. A transpiração da planta é intensa nessas condições. Grande transpiração
leva ao fechamento dos estômatos, principalmente se não houver água abundan-
te no solo.
Fechamento dos estômatos diminui a transpiração. Com menor transpiração,
a planta diminui a absorção de água pelas raízes.
Assim, se você fornecer água, ela não será absorvida. Mas com o ar quente e
seco, ela vai evaporar do solo sem ser aproveitada pela planta.

Leia as situações abaixo e escreva se os estômatos devem estar abertos ou


Quadro- fechados (considere que existe sempre água abundante no solo). Justifique sua
síntese resposta.

· À noite: ....................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

· Ao meio-dia, com a umidade do ar alta: ............................................................


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

· De manhã, com a temperatura alta e ar seco: ....................................................


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

· No final da tarde, ainda claro, com o ar úmido: ...............................................


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

· Explique como a água pode atingir as folhas de uma árvore de 30 metros


de altura: .................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
AUU
A L AL A

28
28
Por que os peixes
não se afogam?

D ia de pescaria! Juntar os amigos para pescar


num rio limpinho é bom demais! Você já reparou quanto tempo a gente demora
para fisgar um peixe? Como eles conseguem ficar tanto tempo embaixo d’água?
E por que eles acabam morrendo quando ficam fora dela?
Além da respiração dos peixes, vamos ver nesta aula outras formas de
respiração.

Obtenção de energia
Em aulas anteriores, vimos a respiração como um processo para a obtenção
de energia. Nesse caso, o termo respiração estava relacionado a processos
celulares, nos quais por meio da entrada de glicose na célula, proveniente da
transformação dos alimentos, ocorria a seguinte reação química:
C6H12O6 + 6 O2 ® 6 CO2 + 6 H2O + Energia
Nesta aula estudaremos as trocas gasosas entre diferentes seres vivos e o
meio ambiente, mais precisamente como ocorre a tomada de oxigênio do meio
que circunda um organismo e a liberação de gás carbônico desse organismo para
o meio.

O termo respiração é utilizado pelas pessoas para designar dois processos


diferentes:
- a respiração celular;
- a tomada de oxigênio do meio pelo organismo e a liberação de gás
carbônico do organismo para o meio (trocas gasosas).
Entretanto, é importante sabermos que o termo respiração restringe-se,
em linguagem científica, à respiração celular.

Como o oxigênio e o gás carbônico entram e saem através da


membrana celular?
Para obter oxigênio e eliminar gás carbônico, os animais devem possuir uma
membrana respiratória
respiratória. Imagine que o oxigênio deve entrar na célula e o gás
carbônico deve sair dela.
Exercícios
A U L A Exercício 1
Em qual destes modelos de membrana a seguir é mais fácil ocorrer este

28 processo?
..................................................................................................................................

1a) membrana respiratória grossa; 1b) membrana respiratória fina.

A passagem de gases através de uma membrana ocorre mais facilmente se ela


for fina. É muito importante também que ela seja permeável a estes gases. Para
que eles possam atravessá-la, é preciso que os gases estejam dissolvidos em água.
Assim, naqueles animais que vivem em ambiente terrestre, a membra-
na respiratória deve estar constantemente umedecida. Portanto, a membrana
Permeável: úmida, fina e permeável aos gases.
respiratória deve ser úmida
que permite a Mas o que faz com que determinado gás entre na célula e outro gás saia dela?
passagem de Os gases atravessam a membrana segundo um gradiente de concentração,
substâncias. isto é, eles se deslocam de um local onde a concentração desse gás é maior para
um local onde é menor.
Desta forma, se o oxigênio é constantemente utilizado pelas células,
há sempre menos oxigênio nas células do que no meio externo, onde vive
o animal - água ou ar.

Exercícios Exercício 2
Considere uma ameba, um organismo unicelular que vive na água doce.
a) Qual o sentido de movimentação do oxigênio neste organismo?
( ) da célula para a água
( ) da água para a célula

Se as células produzem gás carbônico, há sempre uma concentração maior de


gás carbônico dentro das células do que no ambiente que as rodeia.
b) Na ameba, qual o sentido de movimentação do gás carbônico
carbônico?
( ) da célula para a água
( ) da água para a célula

O movimento dos gases através da membrana ocorre por um processo


chamado difusão
difusão. A ameba é um organismo muito pequeno e por isso respira
por difusão. Mas será que a maneira como esses gases chegam até a membrana
respiratória é a mesma para todos os animais?
As trocas gasosas nos animais A U L A

A localização da membrana respiratória, a maneira como os gases chegam


até ela e como são transportados para as células variam muito entre os animais, 28
dependendo do tamanho deles, da necessidade de oxigênio e do ambiente em
que vivem. Assim, encontramos quatro tipos principais de respiração: cutânea,
branquial, pulmonar e traqueal.

Respiração cutânea O termo cutânea é


proveniente de
Os organismos que obtêm oxigênio apenas pelo processo de difusão são, na cútis, ou seja, da
maioria das vezes, muito pequenos (1 mm ou menos), pois este é um processo pele. Portanto,
lento e ocorre quando são percorridas curtas distâncias. respiração cutânea
significa respiração
Entretanto, aqueles organismos maiores que possuem uma pele bastante fina
através da pele.
e vivem em ambientes úmidos, como minhocas e sapos, conseguem realizar as
trocas gasosas por meio da difusão de gases entre as células da pele e o ambiente
em que se encontram. Este tipo de respiração é chamado de cutânea
cutânea.

Exercício 3 Exercícios
Sabendo que os animais de respiração cutânea precisam ter a pele
constantemente umedecida, uma vez que o gás carbônico e o oxigênio só
atravessam membranas celulares quando dissolvidos em água, onde você
espera encontrar tais animais?
( ) lagos
( ) mares
( ) desertos
( ) solo úmido
( ) proximidades de rios e lagos
( ) sobre pedras em regiões secas

Os organismos de respiração cutânea só podem viver em ambientes aquáticos


ou terrestres úmidos. As minhocas vivem enterradas em solo úmido. Se vierem
à superfície num dia muito seco, perdem água do corpo para o ambiente, devido
à evaporação, e conseqüentemente podem morrer.
A causa da morte da minhoca pode ser também a incapacidade de realizar
as trocas de gases, pois se o gás carbônico e o oxigênio não estiverem dissolvidos
em água, não conseguem atravessar a membrana respiratória. Nas minhocas
e nos sapos existem vasos sangüíneos que se ramificam na pele. Estes vasos
recebem oxigênio que as células da pele absorvem e o transportam para as células
de outros tecidos. Além disso, os vasos sangüíneos transportam gás carbônico
liberado pelas células de todo o corpo do animal até sua pele.

Exercício 4 Exercícios
O que faz com que o gás carbônico presente nas células da pele da minhoca
saia do corpo do animal?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A U L A
Entre as células da pele de minhocas e de sapos existem algumas células

28 produtoras de muco. Este material é viscoso e se espalha sobre a pele


mantendo-a úmida, o que auxilia as trocas gasosas, já que o oxigênio e o
gás carbônico dissolvem-se nesse muco.

Respiração branquial

As brânquias são utilizadas, na grande maioria dos casos, para a respiração


aquática. Os peixes e os girinos trocam gases com o ambiente através das
brânquias.

Em organismos aquáticos, o oxigênio utilizado na respiração encontra-


se dissolvido na água e não faz parte da molécula de água (H2O). O ar que
se mistura na água ou a fotossíntese realizada pelas algas são os
responsáveis pela presença de oxigênio nos mares, rios e lagos.

Na natureza encontramos dois tipos de brânquias, as externas e as internas.


A salamandra é um tipo de anfíbio que possui brânquias externas quando jovem,
e o peixe possui brânquias internas.

Figura 2: salamandra com brânquias externas.

As brânquias externas apresentam desvantagens, pois podem atrair


predadores ou serem raspadas em objetos, ocasionando ferimento ou perda
destas.
Afinal, como os peixes conseguem ficar tanto tempo embaixo da água? Como
as brânquias auxiliam o peixe na obtenção de oxigênio dissolvido na água?
Na Figura 3 você pode observar a localização das brânquias nos peixes. Elas
encontram-se na região anterior do corpo, comunicando-se com o meio externo
(água) e com a faringe.
A U L A

28

Figura 3: Movimentos respiratórios nos peixes: a) a água entra na faringe


enquanto os opérculos se mantêm fechados e a boca se abre; b) a boca se Opérculo:
fecha e os opérculos se abrem, fazendo com que a água e o oxigênio nela
placa óssea que
dissolvido passem da faringe para o meio externo, banhando as brânquias.
cobre as brânquias
e se movimenta
como “tampa”,
abrindo e fechando.
A troca gasosa é realizada assim que as brânquias são banhadas por água.
Esta água possui uma concentração de oxigênio muito maior do que os vasos
sangüíneos do interior das brânquias. Assim, o oxigênio entra por difusão nos
vasos sangüíneos e é levado a todas as células do corpo do animal.
O gás carbônico, por sua vez, encontra-se em maior concentração nos vasos
sangüíneos das brânquias. Então, ele tende, por difusão, a deixar as brânquias e
ser levado, pela água, para fora do corpo do animal.

Você sabia?

Os peixes não podem respirar fora d’água, pois suas brânquias não possuem
suportes rígidos. A água, que possui densidade maior do que o ar, fornece o
suporte adequado para as brânquias.
Quando os peixes se encontram fora da água, as brânquias se colam umas nas
outras. É como colocar um pincel dentro da água: os pêlos ficam todos separados.
Fora da água, os pêlos ficam grudados uns nos outros. Faça este teste para
comprovar!
Quando fora da água, as brânquias perdem muita água e ocorre uma grande
redução da superfície respiratória. O peixe, fora da água, acaba morrendo.

Respiração pulmonar

Os animais que respiram em ambiente terrestre possuem uma grande


vantagem sobre aqueles que vivem em ambiente aquático, pois a quantidade de
oxigênio é maior no ar do que na água.
Entretanto, eles enfrentam um grande problema: a perda de água pelo corpo.
Para prevenir a evaporação indevida, as superfícies respiratórias (como por
exemplo o pulmão) localizam-se normalmente em cavidades especiais.
Os pulmões são constituídos por sacos muito numerosos e pequenos chamados
alvéolos, que são formados por células sempre úmidas e revestidas por vasos
sangüíneos nos quais irão ocorrer as trocas gasosas.
A U L A

28

Figura 4: estrutura dos alvéolos pulmonares.

Você sabia?

Existem mais de 300 milhões de alvéolos nos pulmões de uma pessoa adulta.
2
Juntos, eles têm uma área superficial de 80m .

Vejamos como funcionam os pulmões dos vertebrados. Dentro deste grupo,


aqueles que apresentam pulmões como estruturas respiratórias são: os anfíbios
adultos, répteis, aves e mamíferos.

Exercícios Exercício 5
Observe a Figura 5 e responda:

Figura 5: aumento da
complexidade nos
pulmões de vertebrados:
a) pulmão de sapo;
b) pulmão de réptil e
c) pulmão de mamífero.

a) Qual dos animais possui a menor superfície respiratória?


.............................................................................................................................

b) Como esse animal compensa a pequena superfície?


.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
Vamos estudar aqui como o oxigênio chega às células do corpo humano e A U L A
como o gás carbônico é expelido.
Você viu que os alvéolos são revestidos por vasos sangüíneos. É neste local
que os gases são trocados. O gás carbônico liberado pelas células passa para o 28
sangue e chega até os capilares que revestem os alvéolos, sendo eliminado pelos
pulmões durante a expiração.
O ar rico em oxigênio e com pouco gás carbônico chega aos alvéolos
quando inspiramos. Atravessa as paredes dos alvéolos e vasos sangüíneos e
chega ao sangue, onde será transportado para as células do corpo (veja Figura 4).
A Aula 17 mostrou como ocorrem os movimentos de expiração e inspiração.
Vamos relembrar?

Exercício 6 Exercícios
Descreva o processo de inspiração no corpo humano:
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Respiração traqueal

A respiração traqueal é característica dos insetos. Na superfície do corpo


desses animais existem pequenos orifícios por onde o ar penetra.
O oxigênio, então, é conduzido pela traquéia e por ramificações destes tubos,
até as células dos tecidos.
Uma quantidade pequena de líquido está presente nas extremidades das
ramificações das traquéias e os gases se dissolvem neste líquido. A troca de gases
ocorre por difusão.

Exercício 7 Exercícios
No sistema traqueal, há necessidade de sangue para o transporte de oxigênio
para os tecidos?
..................................................................................................................................

a) b)

Figura 6: a) sistema traqueal de um inseto; b) diagrama mostrando a relação da traquéia com suas ramificações e
com o orifício de entrada de ar (estigma), e das ramificações da traquéia com os tecidos (músculo).
A U L A Bem, você viu aqui algumas maneiras de se obter oxigênio para realizar
a respiração celular. Muitos animais puderam ocupar outros ambientes graças a

28 especializações de suas membranas respiratórias.


Assim, algumas variações dos exemplos vistos aqui podem ocorrer em
alguns animais, como nos insetos que invadiram ambientes aquáticos. Mas isto
é uma outra história. Agora relaxe e tenha uma boa pescaria!

Quadro- a) Para que seja possível a realização de trocas gasosas, como deve ser a
síntese membrana respiratória?
..................................................................................................................................

b) Como as diferenças de concentração de substâncias entre o meio externo e o


meio interno da célula influenciam o processo de difusão?
..................................................................................................................................

c) Quais são as condições para que ocorra respiração cutânea?


..................................................................................................................................

d) Por que as brânquias não são eficientes em ambientes terrestres?


..................................................................................................................................

e) Se o pulmão de um sapo for retirado, ele conseguirá sobreviver?


..................................................................................................................................

Exercícios Exercício 8
Sabendo que a cascavel possui uma pele bastante espessa e geralmente vive
em ambiente seco, qual tipo de respiração você espera encontrar nesse
animal: cutânea, branquial ou pulmonar? Justifique sua resposta.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
AUU
A L AL A

29
29
Tem um gambá
no galinheiro!

M adrugada na fazenda, de repente ouve-se


o cacarejar das galinhas e começa um rebuliço no galinheiro. Quando o fazendei-
ro sai para ver o que está acontecendo, um gambá foge rapidamente, deixando
um rastro de ovos quebrados e uma galinha sem um de seus pintinhos.
Mas o que será que o gambá fazia no galinheiro? Qual a relação entre a
galinha e o gambá?
Nesta aula você irá saber um pouco mais sobre o relacionamento entre os Qualquer interação
organismos em um ambiente. entre dois
organismos é
chamada de
O gambá e a galinha simbiose (sin =
junto, bio = vida),
ou seja, organismos
Durante a sua furtiva saída da mata rumo ao galinheiro, o gambá tinha um
que vivem juntos.
objetivo: comer.
Para conseguir alimento, o gambá deve sair do local onde dorme para caçar.
O gambá usa seus sentidos e consegue localizar o seu alimento. Nesse caso, o
animal que caça é chamado de predador e aquele que é caçado é a presa
presa.
A relação existente entre presa e predador é chamada de predação
predação.
Iremos discutir quais as implicações da predação tanto para presas quanto
para predadores. Antes de qualquer coisa, é preciso conhecer a definição de um
termo que será muito utilizado nesta aula: população
população.
Uma população é um conjunto de organismos da mesma espécie que vivem
numa mesma área, como a população de galinhas de um galinheiro, as baratas
que vivem em uma casa, as onças do Pantanal etc.

Organismos pertencentes à mesma espécie são definidos como aqueles


capazes de se reproduzir, gerando descendentes férteis. Por exemplo,
um gato cruza com uma gata e todos os gatinhos, quando forem adultos,
também serão capazes de gerar filhotes.

Exercício 1 Exercícios
Marque quantas populações aparecem em cada exemplo:
( ) os pardais da cidade de São Paulo.
( ) os cavalos de uma fazenda.
( ) caracóis e gafanhotos de um jardim.
A U L A Voltemos ao problema dos gambás e das galinhas. Vamos analisar como as
duas populações estão interagindo nesse caso, em que alguns indivíduos da

29 população de galinhas são comidos pelos gambás.


Quando a população de galinhas é grande, os gambás têm alimento sufici-
ente para caçar. Ao comer as galinhas, os gambás conseguem energia para
realizar suas atividades metabólicas básicas, fugir de predadores, procurar
alimento e se reproduzir.
Após algum tempo, o número de gambás começa a aumentar. Com isso, o
consumo de galinhas também aumenta, diminuindo o número de galinhas.
Como o número de galinhas cai, a quantidade de alimento para os gambás
diminui, e será maior a quantidade de gambás que morrerá de fome.
No gráfico abaixo podemos observar o que foi descrito até agora para a
predação; ele ilustra o que acontece na natureza.

Figura 1: gráfico das populações de gambás e galinhas ao longo do tempo.

Exercícios Exercício 2
Preencha as lacunas após a observação do gráfico:
É possível percebermos que o pico para a população de ................ é sempre
atingido depois do pico de ................................ Se o número de ...................
cresce, o número de ..................... também cresce. Se o número de ........................
diminui, após algum tempo o número de........................ também diminuirá.
É interessante observarmos que, embora os predadores matem suas presas,
eles são de extrema importância para a população de presas.

Exercício 3
Imagine que não existissem predadores para uma população de presas: o
que aconteceria com o número de presas?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Nos Estados Unidos, mais precisamente do lado norte do Grand Canyon


(Arizona), os veados do Planalto de Kaibab tornaram-se um exemplo clássico do
que acontece quando retiramos os predadores de um local. Percebeu-se que de
1907 até 1924 o número de veados subiu de 4.000 para 100.000; isso coincidiu com
uma campanha para a remoção dos predadores (pumas, lobos e coiotes). Desse
modo, podemos concluir que o número de presas aumenta com a ausência de
predadores.
Exercício 4 Exercícios
A U L A
Na situação acima, o que você acha que aconteceria com a população de
veados na ausência de predadores?
.................................................................................................................................. 29
..................................................................................................................................

Depois de ter crescido muito, a população de veados passou a disputar o


alimento existente. Os vegetais disponíveis tornaram-se insuficientes para sus-
tentar a população de veados. Muitos desses animais morreram de fome.

Gambás e seres humanos

Até o momento, a análise das relações alimentares se restringiu às presas


e predadores. Porém, quais seriam as relações entre os gambás e os seres
humanos?

Exercício 5 Exercícios
No que se refere aos hábitos alimentares, o que há de comum entre os gambás
e os seres humanos?
..................................................................................................................................

O gambá invade o galinheiro para se alimentar de ovos de galinha e


pintinhos. Já o fazendeiro cria as galinhas para comer a carne e os ovos
produzidos por esse animal. O fazendeiro não deseja encontrar gambás no
galinheiro, pois isso significaria menos ovos e carne para ele e sua família.
Nesse caso, duas espécies diferentes (gambás e seres humanos) competem
entre si pela fonte de alimento (galinhas). Esse tipo de interação, em que duas
espécies disputam recursos muito semelhantes, é chamada de competição
interespecífica (inter = entre, específica = espécie).
Os experimentos realizados sobre competição interespecífica ajudaram a
confirmar o Princípio de Gause (homenagem ao biólogo que realizou os
experimentos e formulou o princípio). Nesse experimento, Gause trabalhou
com duas espécies diferentes de paramécios (organismos unicelulares, ou seja,
organismos formados por uma única célula): Paramecium caudatum e
Paramecium aurelia. No primeiro gráfico podemos perceber o que acontecia
com a população de cada paramécio, quando criada em frascos separados.
Exercícios
A U L A Exercício 6
Observando o gráfico, responda:

29 a) qual o número de Paramecium aurelia em 2 dias? ........................................


b) qual o número de Paramecium caudatum em 2 dias? ...................................
c) qual o número de Paramecium aurelia em 8 dias? ........................................
d) qual o número de Paramecium caudatum em 8 dias? ...................................
e) qual população cresce mais rapidamente? ..................................................

No gráfico seguinte há uma representação do que acontece quando as


duas espécies são criadas no mesmo frasco.

Figura 3: gráfico de P. aurelia e P. caudatum crescendo no mesmo meio.

Exercícios Exercício 7
O que aconteceu com as populações após:
a) dois dias? .............................................................................................................
b) seis dias? ..............................................................................................................
c) oito dias? ..............................................................................................................
d) doze dias? .............................................................................................................
e) dezoito dias? .........................................................................................................

Com base nos experimentos, Gause concluiu: se duas espécies possuem os


mesmos hábitos alimentares, não podem viver no mesmo local ao mesmo tempo.
Quando esse fato ocorre, uma das espécies acaba entrando em extinção.
Convém lembrar que essa conclusão só é válida para situações de labora-
tório; no ambiente natural, as espécies competidoras tentam explorar outras
fontes de alimento, e com isso diminui-se o risco de extinção.
Na natureza há casos em que indivíduos da mesma espécie competem
entre si por diversos motivos. Por exemplo, as galinhas competem entre si
pelos grãos de milho; os gambás competem pelas galinhas etc. Nesse caso
temos a chamada competição intra-específica (intra = dentro), ou seja, compe-
tição entre indivíduos da mesma espécie.
Numa competição intra-específica, os recursos pelos quais as espécies
competem não se restrigem ao recurso alimentar. Muitas vezes os indivíduos
competem por abrigos onde possam viver e fazer seus ninhos; dois ou mais
machos podem competir por uma fêmea para acasalamento etc.
Exercício 8 Exercícios
A U L A
Analise os casos abaixo e escreva se são exemplos de competição intra ou
interespecífica.
a) duas cotias brigam por um pedaço de cana no meio do canavial ............ 29
.............................................................................................................................
b) entre as árvores, um mico-leão-dourado e um mico-estrela de tufos
brancos caçam insetos que vivem nos troncos ............................................
.............................................................................................................................
c) no meio da mata, os macacos entram em alvoroço quando percebem a
presença de dois gaviões pega-macaco que tentam caçar uma presa para
sua refeição ........................................................................................................

As relações alimentares

Vimos até agora as relações de predação e competição; podemos ainda


organizar estas relações de acordo com o tipo de alimento que cada organismo
consome. Vamos considerar como exemplo as relações existentes entre o milho,
a galinha e o gambá.
Podemos representar as relações entre eles da seguinte forma:

milho ® galinha ® gambá

Nessa representação, repare que o sentido da flecha caminha do alimento


para quem o come. Tal sentido não deve ser mudado, pois tornou-se convenção
para as representações desse tipo. Na verdade, as flechas expressam como a
energia é transferida de um ser vivo para outro. Isso quer dizer que a energia
química armazenada no milho, durante a fotossíntese, é utilizada pela galinha
para que ela possa viver. Já a energia presente nas células da galinha passam
para o gambá, que utilizará a glicose presente na galinha para obter energia.
Esse tipo de representação é denominada cadeia alimentar
alimentar.

Exercício 9 Exercícios
Leia os textos atentamente e represente as cadeias alimentares:

a) em um rio da floresta amazônica, uma ariranha caça um peixe que acabou


de comer algumas plantas na margem do rio.
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

b) na mata atlântica, um mico-estrela come algumas folhas de uma árvore,


enquanto um mocho-orelhudo come um filhote de mico-estrela.
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

c) no jardim de uma casa, uma lagarta come as folhagens de uma roseira, um


pardal dá um vôo rasante e come a lagarta; logo em seguida um gato
consegue caçar o pardal e comê-lo.
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
A U L A Fazendo previsões com as cadeias

29 As cadeias alimentares também podem servir para fazermos análises sobre


populações de um ambiente. Vejamos a seguinte cadeia:

planta ® lagarta ® pardal

Com base nessa cadeia podemos fazer as seguintes considerações: as plantas


são comidas pelas lagartas e as lagartas servem de alimento para os pardais. Com
essa cadeia, podemos dizer que o pardal é predador da lagarta, e que as lagartas
são herbívoras, ou seja, alimentam-se apenas de vegetais.
Podemos fazer previsões sobre possíveis mudanças no tamanho das popu-
lações presentes nas cadeias. De acordo com os eventos que acontecem no
ambiente em estudo, é possível determinarmos modificações.

Exercícios Exercício 10
O que aconteceria com a quantidade de lagartas caso tirássemos o seu
predador?
..................................................................................................................................
Exercício 11
Com a retirada dos pardais, o que aconteceria com as plantas?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Exercício 12
Represente uma cadeia na qual o ser humano coma um pedaço de carne
bovina e o boi coma capim.
..................................................................................................................................

Na cadeia alimentar que você representou, os seres humanos alimentam-se


exclusivamente de carne bovina, o que não acontece na realidade. Um ser
humano pode comer carne bovina, de frango, de porco e também vegetais.
Portanto, a cadeia alimentar apresentou somente um dos itens da dieta alimen-
tar. Desse modo, percebemos que as cadeias não representam a realidade, porém
podem servir para termos uma idéia aproximada da natureza.

Olhando as cadeias com mais cuidado

Na tabela abaixo estão representados todos os organismos de quatro cadeias


alimentares presentes nesta aula. Os organismos aparecem na mesma ordem da
cadeia em que participam:

milho galinha gambá

plantas de rio peixe ariranha gato

roseira lagarta pardal

capim boi ser humano


Exercício 13 Exercícios
A U L A
Uma das generalizações que podemos fazer refere-se à primeira coluna da
tabela. Qual a semelhança entre os organismos dessa coluna?
.................................................................................................................................. 29
Podemos dizer que todos os organismos representados na segunda coluna
são herbívoros, e que os animais na terceira e quarta colunas são carnívoros, ou
seja, alimentam-se de outros animais.

Podemos então chegar às seguintes conclusões:


— toda cadeia alimentar começa com um vegetal
vegetal. Isso porque o sentido
das flechas mostra como a energia passa de um ser vivo para outro.
Como os vegetais não adquirem energia de outros seres vivos, pois
produzem a própria energia com a fotossíntese, devem então iniciar
a cadeia.
— o segundo elo da cadeia é, em geral, ocupado por animais herbívoros
herbívoros.
— nos elos seguintes aparecem, em geral, animais carnívoros
carnívoros.
— as cadeias em geral formam-se da seguinte maneira:

vegetais ® herbívoros ® carnívoros

Como podemos perceber, os seres vivos estão interagindo uns com os outros
e também com o ambiente em que vivem. O equilíbrio do ambiente depende da
harmonia dessas interações.

Leia atentamente o texto abaixo para responder às questões: Quadro-


“No meio da floresta amazônica, às margens do rio Amazonas, uma onça- síntese
pintada está pronta para caçar um macaco. Esse macaco briga com outro da
mesma espécie, pois ambos disputam um gafanhoto que acabaram de achar.
O gafanhoto foi pego desprevenido, enquanto comia as folhas verdes de
uma planta.”

· Represente a cadeia alimentar descrita no texto.


..................................................................................................................................

· Que tipo de relação existe entre:


— a onça-pintada e o macaco? ............................................................................
— os macacos da mesma espécie? ......................................................................
— o gafanhoto e o macaco? .................................................................................

· Se acabássemos com o população de onças, o que aconteceria com a de


macacos?
..................................................................................................................................

· Se aparecessem lagartas que comem os mesmos tipos de plantas que os


gafanhotos, qual seria a relação entre as lagartas e os gafanhotos?
..................................................................................................................................
Exercícios
A U L A Exercício 14
Leia o texto abaixo com atenção e responda às perguntas:

29 “Um aluno teve como tarefa observar o jardim de sua casa. Durante a
atividade, ele viu uma teia de aranha na roseira, duas moscas presas na teia
e uma aranha que já caminhava na direção delas para saborear uma deliciosa
refeição. No chão do jardim, ele notou também um pequeno buraco que
servia de toca para uma outra espécie de aranha, que estava à espera de uma
formiga desavisada que passasse perto da abertura de sua toca.”

a) Escreva os dois exemplos de predação existentes no texto.


.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

b) As aranhas citadas no texto são competidoras? Justifique sua resposta.


.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

c) Aranhas da mesma espécie são competidoras? Explique sua resposta.


.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
AUU
A L AL A

30
Comer o milho 30
ou a galinha
que comeu o milho?

N
a Aula 29 usamos como exemplo o gali-
nheiro de um fazendeiro. Para alimentar as galinhas, o fazendeiro planta ou
compra milho. As galinhas, aproveitando o alimento que ingerem, crescem e
produzem ovos. As galinhas e os ovos servem de alimento para o homem.
Vamos imaginar uma situação hipotética na qual o fazendeiro tivesse apenas
o milho e as galinhas. O que ele deveria comer primeiro? É melhor dar o milho
para a galinha crescer e depois comê-la ou comer o milho milho?
Você pode achar mais gostoso comer uma galinha assada do que milho
refogado ou farinha de milho; ou então, talvez prefira um creme de milho ou uma
deliciosa pamonha.
Mas não é de preferências gastronômicas que estamos falando. Nesta aula
vamos analisar essa questão do ponto de vista energético. Isto é, qual alimento
nos dá maior aproveitamento de energia
energia.
Você já aprendeu que os vegetais são os primeiros “elos” de todas as cadeias
alimentares. Isso acontece porque, para obter a energia de que necessitam, os
vegetais não se alimentam de nenhum outro ser vivo. Eles mesmos produzem
seu “alimento”, realizando um conjunto de reações que transformam a energia
solar em energia química (Aula 26).

Exercício 1 Exercícios
Qual é o nome do processo realizado pelas plantas para transformar energia
luminosa em energia química?
..................................................................................................................................

São os vegetais que garantem que os demais seres vivos tenham alimento
para obter a energia necessária à realização de todo o seu funcionamento,
crescimento e reprodução.
Os vegetais têm a capacidade de transformar a energia captada do Sol numa
forma que todos os seres vivos podem aproveitar. É por causa dessa capacidade
de produzir alimentos que os vegetais são chamados de produtores
produtores. Apenas os
produtores conseguem utilizar gás carbônico, água e energia luminosa para
produzir alimento.
Para conseguir alimento, os demais seres vivos têm de consumir outro ser
vivo. É por isso que são chamados de consumidores
consumidores.
A U L A Assim, com relação à forma de obter alimento e energia, separamos os seres
vivos em dois grandes grupos: aqueles que realizam fotossíntese são chamados

30 de produtores; aqueles que precisam de outros seres vivos para se alimentar são
chamados de consumidores.
Será que toda energia luminosa transformada e assimilada pelos produtores
é utilizada pelos organismos que se alimentam dos vegetais?
Em aulas anteriores você já aprendeu que utilizamos o que os alimentos nos
dão para mantermos nosso corpo em funcionamento e para crescer.
Parte do que transformamos durante a digestão é gasta na respiração
respiração; parte
é incorporada ao nosso organismo e parte é armazenada como reservareserva.
Isso é válido para todos os seres vivos, inclusive para os vegetais. A energia
e os materiais que os vegetais transformam por meio da fotossíntese são:

- utilizados para realizar as funções que os mantêm vivos;


- incorporados em suas estruturas como folhas, caules, flores;
- armazenados em estruturas de reserva como algumas raízes, caules e
sementes.

Os animais que se alimentarem de um vegetal poderão utilizar, então,


apenas uma parte da energia que esse vegetal assimilou pela fotossíntese.

Exercícios Exercício 2
Que parte da energia assimilada pelos vegetais por meio da fotossíntese não
pode ser aproveitada pelos animais que comerem esse vegetal?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Como exemplo, vamos considerar um vegetal - a roseira - e a energia que


ela transforma quando realiza a fotossíntese. Podemos representar isso grafica-
mente. Vamos usar uma barra para indicar a quantidade de energia que o vegetal,
no nosso caso a roseira, assimila por meio da fotossíntese.

Sabendo que parte dessa quantidade de energia é gasta pelo vegetal em suas
funções, vamos representar essa parcela em um trecho da barra:

Essa parte não está portanto disponível para o animal, por exemplo uma
lagarta, que se alimentar desse vegetal. O que a lagarta, ou o consumidor, pode
comer é o que sobra. Vamos indicar essa parte construindo uma nova barra sobre
a anterior. Essa nova barra corresponde à energia total assimilada menos a
energia gasta para sobreviver.
O consumidor, ou a lagarta que se alimentar dessa roseira, também vai gastar A U L A
uma parte da energia para realizar suas funções metabólicas. Indicamos esse
gasto marcando um pedaço da barra:
30

O que sobra estará disponível para outro consumidor que se alimentar dessa
lagarta, por exemplo um pardal.

Exercício 3 Exercícios
Construa uma nova barra indicando a parte que o próximo consumidor, ou
o pardal, pode utilizar, completando o esquema a seguir.

O pardal também gastará uma parte da energia com suas funções. Se esse
pardal for comido por uma gato, apenas uma parcela da energia obtida estará
disponível.

Exercício 4 Exercícios
Complete o esquema das barras introduzindo o gato que comeu o pardal.

Observe o esquema que você construiu. Compare a barra que indica a


quantidade de energia assimilada pelos produtores (roseira) com a barra que
indica a quantidade de energia incorporada pelo gato.

Exercício 5 Exercícios
O que acontece com a quantidade de energia ao longo desse esquema que
representa uma cadeia alimentar?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A U L A O que construímos nesse esquema é o que os livros de ecologia chamam de
pirâmide de energia
energia. O desenho que obtivemos é talvez mais parecido com uma

30 escada do que com uma pirâmide. Mas, se deslocarmos um pouquinho cada uma
das barras, deixando que a porção que representa o gasto de energia de cada
organismo se distribua em cada um dos lados, obteremos uma figura assim:

No nosso exemplo, cada um dos patamares dessa pirâmide representa um


ser vivo que participa de uma cadeia alimentar: roseira, lagarta, pardal e gato.
Mas se analisarmos o que acontece com outras cadeias alimentares, veremos que
todas são muito semelhantes. Em todas elas observa-se uma diminuição da
energia disponível ao longo da cadeia.
Para fazermos nossa representação ser válida para todas as cadeias alimen-
tares, usamos nomes genéricos. Assim, o lugar ocupado pela nossa roseira é
chamado de produtor em qualquer cadeia alimentar; o nível seguinte, o da
lagarta, é chamado de consumidor primário
primário; os demais níveis são todos ocupa-
dos por consumidores e, conforme o lugar que ocupam na cadeia, recebem o
nome de consumidores secundários
secundários, consumidores terciários e assim por
diante.

Exercícios Exercício 6
Complete a figura acima indicando a posição dos produtores, consumidores
primários, secundários etc.

Também para facilitar a comunicação, usamos um nome que sirva tanto para
as cadeias alimentares como para as pirâmides de energia.
Cada elo da cadeia, ou patamar da pirâmide, recebe o nome de nível trófico
(trophos = comer).
Assim, as roseiras e todos os organismos que realizam fotossíntese es-
tão no nível trófico dos produtores
produtores. As lagartas e todos os animais herbívoros
estão no nível trófico de consumidores primários
primários. O pardal e outros animais
carnívoros que se alimentam de animais herbívoros estão no nível trófico
de consumidores secundários
secundários. Gatos e outros carnívoros que se alimentam de
consumidores secundários estão no nível trófico de consumidores terciários
terciários.

Exercícios Exercício 7
A que nível trófico pertenceria um animal que se alimentasse desse gato?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 8
No nosso exemplo, entre os consumidores, qual nível trófico dispõe de maior
quantidade de energia?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Exercício 9 A U L A
Construa uma pirâmide de energia para representar a cadeia alimentar:
milho ® galinha ® homem
30
Exercício 10
Construa outra pirâmide de energia para representar a cadeia:
milho ® homem

Exercício 11
Agora você pode responder à pergunta inicial da aula: em termos energéticos,
é melhor comer a galinha ou o milho?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 12
Justifique sua resposta.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Apesar de aproveitarmos melhor a energia assimilada pelos vegetais


quando nos alimentamos de produtores, nós, que somos onívoros (isto é,
comemos vegetais e animais), não podemos dispensar uma dieta variada.
Muitas das substâncias essenciais ao nosso organismo só são conseguidas
quando nos alimentamos de frutas, verduras, cereais, carne, leite, ovos etc.

a) Considere uma cadeia alimentar como a seguinte: Quadro-


folhas ® grilos ® louva-a-deus ® aranhas ® lagartos ® gaviões síntese
Construa uma pirâmide de energia para representar esta cadeia. Indique os
diferentes níveis tróficos ocupados pelos organismos que dela participam.

b) Considere outra cadeia:


folhas ® grilos ® rãs ® gaviões
Construa uma pirâmide de energia para representar esta cadeia. Indique os
diferentes níveis tróficos ocupados pelos organismos que dela participam.

continua
continuação

A U L A c) Qual das cadeias envolve menor número de níveis tróficos?


..................................................................................................................................

30 ..................................................................................................................................

d) Em qual das cadeias os gaviões aproveitam melhor a energia que foi


assimilada pelos vegetais?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Existem animais que se alimentam de um único tipo de vegetal. É o caso de


algumas lagartas, por exemplo, que só comem folhas de um tipo de planta. Isso
é possível para animais herbívoros.
Quanto mais distante dos produtores nas cadeias alimentares, mais
diversificada tem de ser a dieta. Os animais carnívoros, como gaviões e felinos,
predam diferentes tipos de animais, e muitas vezes algumas presas são herbívo-
ras. Com isso garantem a enegia em quantidade suficiente.

Exercícios Exercício 13
Num campo, preás comem capim, cobras comem os preás e gaviões comem
as cobras. Esquematize a cadeia alimentar e monte a pirâmide corresponden-
te. Indique quem são os produtores, os consumidores primários, secundá-
rios e terciários.

Exercício 14
Considere a seguinte pirâmide:

a) Quem são os produtores desta pirâmide? ...................................................


b) Quantos destes organismos são consumidores? .........................................
c) Que nível trófico ocupam as pulgas? ............................................................

Exercício 15
Observe o esquema ao lado:

a) Quem são os consumidores primários neste esquema? .............................


b) Que nível trófico o grilo ocupa? .....................................................................
c) Que níveis tróficos o gavião ocupa? ..............................................................
AUU
A L AL A

31
31
A lagarta acabou
com o meu feijão!

O s brasileiros gostam muito de um bom pra-


to de arroz e feijão. Quando vamos ao supermercado e compramos um pacote de
feijão pronto para ser cozido, não imaginamos quantas decisões os agricultores
devem tomar para que os alimentos cheguem à nossa casa com qualidade.
Os vegetais cultivados pelos agricultores servem de alimento não só aos seres
humanos, mas a uma série de outros animais, principalmente insetos.
A planta do feijão, por exemplo, é atacada por uma lagarta que se alimenta
vorazmente de suas folhas. Assim, deve ser feito um controle desses animais para
que a produção agrícola não seja prejudicada. Como será que esse controle é
realizado na maioria das vezes?

A utilização dos defensivos agrícolas


Para proteger as plantas cultivadas, o homem combate os insetos herbívoros,
isto é, que se alimentam de vegetais, por meio da utilização de pesticidas.

Exercício 1 Exercícios
Circule, nas cadeias alimentares abaixo, os animais herbívoros:
a) soja ® lagarta ® tesourinha
b) café ® bicho-mineiro ® vespa
c) capim ® vaca ® homem

Inseticidas similares aos que utilizamos em nossas casas são aplicados em


plantas cultivadas para o combate aos insetos, que podem se tornar verdadeiras
pragas da agricultura.
Mas, além de se preocuparem com os insetos herbívoros, os agricultores
devem estar atentos às ervas daninhas e às doenças que podem afetar as plantas
cultivadas.
As plantas podem adoecer devido principalmente aos fungos que nelas se Fungicida:
instalam. As ervas daninhas prejudicam as plantas cultivadas por competirem substância utilizada
com elas pelos sais minerais presentes no solo. para controlar os
Os insetos herbívoros, os fungos e as ervas daninhas competem com os seres fungos.
humanos pelos alimentos que cultivamos. Assim, além de empregarem insetici- Herbicida:
das, os agricultores usam fungicidas e herbicidas. Estes três tipos de defensivos substância utilizada
agrícolas são de extrema importância para o homem; sem eles a perda de para controlar as
alimentos produzidos seria muito maior. ervas daninhas.
A U L A Nos Estados Unidos, as lavouras são destruídas por uma variedade
grande de pragas
pragas: cerca de 160 espécies de bactérias
bactérias, 250 tipos de vírus
vírus,

31 8.000 espécies de fungos


de ervas daninhas
daninhas.
fungos, 8.000 espécies de insetos e 2.000 espécies

Segundo um relato de 1977 da FAO - Organização das Nações Unidas


para Agricultura e Alimentação -, a perda de alimentos produzidos na
América Latina era de 33%, sendo 10% devida aos insetos, 15% às
doenças e 8% às ervas daninhas.

Contudo, os defensivos agrícolas são como uma faca de dois gumes. Há


vantagens e desvantagens na utilização desses produtos. Os agricultores devem
pensar nos prós e nos contras dessa aplicação para poderem fazer a escolha
adequada.

Os inconvenientes na utilização dos defensivos agrícolas


A eliminação de insetos úteis

Exercícios Exercício 2
Pense numa área de cultivo de feijão cercada por árvores frutíferas, como
laranjeiras. Muitas abelhas polinizam as flores de laranjeira e produzem um
delicioso mel. Se as folhas de feijão fossem atacadas por lagartas de borbole-
tas, o agricultor deveria aplicar inseticida na plantação. Sabendo-se que o
inseticida não é específico, isto é, não há um inseticida capaz de matar apenas
lagartas de borboletas:
a) o que aconteceria com as abelhas que vivem na região?
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
b) o que aconteceria com as laranjeiras?
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

Você pôde perceber que um dos maiores inconvenientes dos inseticidas é a


eliminação de insetos úteis, como as abelhas e os polinizadores de um modo
geral. Lembre-se de que grande parte da polinização é realizada por insetos, e
sem eles muitos frutos e sementes que utilizamos em nossa alimentação não
chegariam às nossas mesas! (Aula 24)

A eliminação de inimigos naturais


Os inseticidas eliminam também os inimigos naturais de pragas da
agricultura.

Exercícios Exercício 3
Circule abaixo o inimigo natural da praga que atinge as lavouras de café:
café ® bicho-mineiro ® vespa
Como você viu na Aula 29, a eliminação de um predador ocasiona um A U L A
aumento da população da presa. Na lavoura ocorre o mesmo: a população da
praga cresce rapidamente quando seu predador natural é eliminado.
O crescimento das populações de pragas acaba por exigir aplicações repeti- 31
das de pesticidas ou a procura de produtos cada vez mais tóxicos.

A resistência dos insetos a defensivos


O crescente aumento de aplicação de defensivos agrícolas leva a um efeito
colateral, que é a resistência da praga aos pesticidas. O fenômeno de resistência dos
insetos aos inseticidas não é um fenômeno de adaptação do indivíduo, no sentido
de o inseto ir se acostumando cada vez mais à presença da substância tóxica.
Os indivíduos de uma população não são iguais; eles são diferentes em
muitas características. Assim, devido à variabilidade genética, existem indiví-
duos naturalmente resistentes aos inseticidas e indivíduos sensíveis a eles.
A aplicação de inseticidas elimina os indivíduos sensíveis, sem afetar os
resistentes. Estes continuam vivos e produzem descendentes igualmente resis-
tentes. O que ocorre, então, é uma seleção dos indivíduos mais aptos, neste caso
os resistentes ao inseticida.
Vamos imaginar a população de moscas de uma cidade, acompanhando o
desenrolar dos fatos com o gráfico da Figura 1. Esta população é composta por
1.000.000 de indivíduos, sendo 100.000 indivíduos resistentes ao inseticida e
900.000 indivíduos sensíveis a ele (Figura 1).
O que acontecerá a essa população, se aplicarmos DDT pela primeira vez
nessa cidade?
Vamos supor que 10% dos indivíduos sensíveis ao inseticida não entrem em
contato com ele. Logo, 90.000 moscas sensíveis sobrevivem. Também sobrevivem
todas as moscas resistentes, ou seja, 100.000 indivíduos (Figura 1).
A partir das moscas sobreviventes nascerão novos indivíduos, resistentes e
sensíveis. Supondo que na próxima geração a população dobre de tamanho, ela
será composta agora por 200.000 indivíduos resistentes e 180.000 indivíduos
sensíveis ao inseticida (Figura 1).
Se nova aplicação de DDT for realizada, vamos supor que novamente
10% das moscas sensíveis não entrem em contato com o inseticida, o que totaliza
18.000 moscas sensíveis sobreviventes.
Mais uma vez sobreviverão todos os indivíduos resistentes (200.000 moscas)
(Figura 1). Após várias aplicações, as moscas sensíveis existirão em um número
muito baixo, e as resistentes constituirão a imensa maioria da população de
moscas. O que houve então, foi uma seleção das moscas mais resistentes da
população.

Figura 1: resistência das moscas ao inseticida


A U L A O acúmulo dos defensivos no ambiente e nos seres vivos

31
Como já foi dito, os inseticidas não são específicos, isto é, não há um inseticida
capaz de eliminar apenas mariposas, outro capaz de eliminar apenas besouros,
outro de eliminar tesourinhas e assim por diante.
No caso dos herbicidas, também não há especificidade. A aplicação desses
produtos pode causar prejuízo não só ao solo, mas também a lavouras próximas.
A utilização constante de defensivos agrícolas faz com que permaneçam
resíduos nos vegetais tratados. Além disso, os resíduos existentes no solo, em
virtude de tratamentos anteriores, são transferidos para as plantas.
O DDT é um inseticida não muito tóxico, mas altamente persistente no
ambiente, podendo permanecer inalterado por cerca de dez anos. Além de se
acumular no ambiente, acumula-se também nos organismos.
Ao passar de um animal para outro através da cadeia alimentar, ele pode
se acumular no tecido adiposo (gordura) e no sangue. O efeito letal do DDT só
se manifesta quando certa quantidade do inseticida se acumula no organismo.
Veja a figura abaixo:

Figura 2: Concentração do DDT na cadeia alimentar. Na figura, “x” representa uma dose de DDT.

Exercícios Exercício 4
Em qual organismo, representado na cadeia alimentar acima, ocorre maior
acúmulo de DDT?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O DDT é transferido ao longo da cadeia alimentar e acaba se acumulando nos


animais dos últimos níveis tróficos.

Exercícios Exercício 5
Uma fazenda possui uma área para plantação de feijão, próxima a uma
área de pastagem. A plantação de feijão é pulverizada constantemente
com o inseticida DDT. Por sua proximidade à área de cultivo de feijão,
resíduos de inseticida são encontrados na pastagem que, ao ser ingerida
pelo gado, acarreta um acúmulo desses compostos na gordura do animal.
Se esse gado for abatido para alimentação humana, e uma amostra de
sangue da pessoa que ingeriu essa carne for analisada, que composto
ficará evidenciado no exame?
..................................................................................................................................
Você sabia? A U L A

O DDT reduz a resistência da casca de ovos das aves, fazendo com que eles
se quebrem sob o peso do animal que vai chocá-los. Esse fenômeno está causando 31
a extinção de várias espécies de aves em todo o mundo.

Vimos até aqui alguns efeitos colaterais apresentados pelos defensivos


agrícolas:
— eliminação de insetos úteis;
— eliminação de inimigos naturais;
— resistência dos insetos a defensivos;
— acúmulo de defensivos no ambiente e nos seres vivos.

Além destes efeitos, os defensivos podem acarretar problemas de intoxica-


ções nos trabalhadores rurais que manipulam e aplicam os produtos. Alterações
da tireóide, problemas pulmonares, diminuição das reações imunológicas do
organismo e diabete transitória podem ser conseqüência de intoxicação por
defensivos agrícolas.

Para a manipulação e utilização de defensivos agrícolas, devem ser


obedecidas as seguintes medidas de proteção e segurança:
· guardar os defensivos em lugares adequados, longe de alimentos e do
alcance de crianças ou animais;
· evitar o contato com a pele, mãos e olhos. Proteger-se com o uso de
macacão, luvas, máscara e óculos de segurança;
· não desentupir o bico do aplicador do produto com a boca;
· não fumar, beber ou comer quando estiver trabalhando com
defensivos;
· aplicar o produto a favor do vento;
· não enterrar as embalagens para evitar a contaminação do solo;
· em caso de intoxicação, identificar o produto e chamar o médico.

Com todos esses efeitos indesejáveis causados pelos defensivos agrícolas,


será que não há outra maneira de obtermos colheitas abundantes, sem que
ocorram pragas e doenças que tornem escassos os rendimentos agrícolas?

O controle biológico

Vimos que a ação do homem contra um organismo nocivo, como uma praga
de lavoura, produz efeitos sobre muitas formas de vida que se inter-relacionam.
Ao combatermos uma praga de lavoura com a utilização de inseticida, por
exemplo, eliminamos os insetos predadores da praga e os polinizadores das
plantas que cultivamos. Isso traz como conseqüência um aumento da população
de pragas e uma diminuição da produção de frutos na lavoura, já que não haverá
polinização das flores pelos insetos.
Uma maneira de reduzir esses efeitos inconvenientes foi a adoção, na
agricultura, do que chamamos de controle biológico.
A U L A Este método de controle de pragas é realizado com a introdução ou conser-
vação, nas lavouras, de organismos como vírus, bactérias, protozoários, insetos

31 e vertebrados que funcionam como agentes controladores de pragas. Estes


agentes são inimigos naturais das pragas.
O controle biológico teve início na Califórnia, Estados Unidos, em 1888,
com a introdução da joaninha australiana para combater a cochonilha nos
pomares cítricos.

Exercícios Exercício 6
Na cadeia alimentar abaixo, circule o animal capaz de controlar a praga
da soja:
soja ® lagarta ® tesourinha

Você viu, na Aula 29, que uma população de animais pode ser controlada
por seus predadores. Além do controle realizado pelos predadores, as popula-
ções de animais ou plantas podem ser controladas por parasitas.

Exercícios Exercício 7
Classifique os seres abaixo em herbívoros (H), carnívoros (C) ou parasitas (P):

a) ( ) Um boi que se alimenta de capim.


b) ( ) Uma lontra que se alimenta de peixe.
c) ( ) Um carrapato que se alimenta de sangue de cavalo.
d) ( ) Uma lagarta que se alimenta das folhas da soja.
e) ( ) Um verme que perfura a parte externa da planta para sugar seu
conteúdo celular.

O bicho-mineiro, uma das pragas do café, é um exemplo de animal que é


Parasitas: controlado por predador e parasita. As larvas do bicho-mineiro são predadas
organismos que se por vespas sociais e parasitadas por vespinhas. Hoje em dia, parasitas e
alimentam de predadores são criados em larga escala, em laboratórios, para depois serem
substâncias que liberados na lavoura.
retiram do corpo de
outros organismos
vivos.
O manejo integrado

Antes de usar qualquer inseticida, é aconselhável que o agricultor siga todas


as informações ou técnicas adequadas no combate às pragas. Qualquer combina-
ção dos seguintes métodos poderia ser utilizada:

· Proteção dos organismos benéficos naturais:


Deve-se evitar a utilização de defensivos que possuem larga faixa de
ação, isto é, que não são específicos. O uso de tais defensivos acaba por
eliminar os predadores naturais da praga, ocasionando sua ressurgência.
Deve-se ainda utilizar um defensivo que, na mesma dosagem, seja menos
tóxico ao inimigo natural da praga do que à praga. Um exemplo disso é o
pirimicarb
pirimicarb, defensivo que é 4.301 vezes mais tóxico ao pulgão do que ao seu
predador, a joaninha.
· Liberação de organismos benéficos criados: A U L A
A criação de uma vespinha que parasita ovos de borboletas é bastante
comum nos EUA, Colômbia, Peru e outros países da América Latina. Sem este
controle, os ovos se transformariam em lagartas que devorariam culturas intei- 31
ras, principalmente de soja e algodão.

· Liberação de agentes causadores de doenças das pragas:


Algumas lagartas são sensíveis a uma bactéria chamada Bacillus
thuringiensis. Esta bactéria é pulverizada nas culturas onde ocorrem tais lagar-
tas, como um modo de controle dessas pragas. No momento este é um dos mais
importantes tipos de controle biológico.

· Utilização de variedades resistentes à ação de pragas:


Há variedades de milho, de trigo e de café resistentes à ferrugem (doença
causada por um fungo parasita), variedades de tomateiros resistentes a vermes
etc. Essas variedades são obtidas em laboratórios por cientistas especializados
em melhoramento genético. Esse campo da ciência é novo e por isso não há, para
todas as espécies cultivadas, variedades resistentes a todas as pragas que possam
atacá-las.

Uma alternativa intermediária para o controle puramente biológico e o


controle químico das pragas é o uso de iscas que contenham inseticidas.
Essas iscas atraem os insetos para o inseticida, não havendo a necessida-
de de muita dispersão do agrotóxico.
Atualmente tem-se investigado os chamados feromônios, secreções
produzidas por insetos que servem para atrair parceiros do sexo oposto
a distâncias incrivelmente grandes. Os feromônios utilizados como iscas
apresentam uma vantagem: são específicos, afetando exclusivamente a
espécie de inseto que se deseja controlar.

Exercício 8 Exercícios
Uma área de cultivo de soja está sendo atacada por lagartas. Sabe-se que:
— as lagartas são predadas por besouros;
— os inseticidas não são específicos;
— os besouros que se alimentam destas lagartas estão sendo criados em
laboratório para controlar estas pragas de lavoura.

a) Represente a cadeia alimentar da situação mencionada acima.


.............................................................................................................................

b) Se o agricultor utilizar inseticida para se livrar das lagartas, o que pode


acontecer ao longo do tempo?
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

c) Qual seria a melhor medida a ser tomada pelo agricultor?


.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
A U L A Bem, o que você acabou de realizar neste exercício foi um manejo integrado
integrado,
isto é, a partir de algumas informações você pôde combater pragas tomando

31 decisões que evitassem prejuízos financeiros e ecológicos. Os agricultores devem


procurar acompanhar as novidades científicas que podem auxiliá-los a melhorar
a produção, manter o ambiente saudável, sem grandes gastos financeiros.

Quadro- · Quais são os tipos de defensivos agrícolas utilizados pelo homem?


síntese ..................................................................................................................................
· Quais são os inconvenientes da utilização de defensivos agrícolas?
..................................................................................................................................
· Como pode ocorrer o controle de populações de plantas?
..................................................................................................................................
· O que os agricultores devem fazer quando uma praga ataca uma lavoura e
eles não querem ter prejuízos financeiros nem provocar um desequilíbrio
ambiental?
..................................................................................................................................

Exercícios Exercício 9
O senhor Geraldo é um agricultor que cultiva laranjas. Há algum tempo anda
percebendo a presença de fungos nos frutos. Ele sabe que o preço das laranjas
será desvalorizado caso não resolva o problema. Sabendo que não existem
inimigos naturais para estes fungos, qual deve ser a medida tomada pelo
agricultor para que não tenha prejuízo?
..................................................................................................................................
Exercício 10
Paulo recebeu como herança de seus avós alguns hectares de terra. Resolveu,
então, tornar esta terra produtiva. Como não tem experiência no assunto,
decidiu consultar algumas pessoas. Tente ajudar Paulo respondendo às suas
perguntas.
a) Um amigo meu é agricultor e se queixou de que havia se intoxicado com
a aplicação de defensivos agrícolas. Caso tenha que realizar algumas
aplicações na minha lavoura, que medidas e precauções devo tomar? (Cite
quatro delas.)
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
b) Gostaria de criar gado numa área próxima à lavoura. Caso essa lavoura se
torne alvo de pragas, existe algum risco para o gado se aplicarmos DDT,
por exemplo? Por quê?
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
c) Eu vi num programa de televisão que alguns agricultores estão introdu-
zindo em suas lavouras de algodão umas vespinhas que parasitam ovos
de borboletas. Por que esta medida dispensa o uso de inseticidas no
combate às lagartas, pragas de culturas de algodão?
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
AUU
A L AL A

32
32
Os ajudantes invisíveis

S eu João planta flores para vender às flori-


culturas. Outro dia percebeu que um dos seus funcionários havia esquecido de
colocar um pouco de esterco em alguns vasos que receberiam as mudas de flores.
Como isso nunca havia acontecido na sua propriedade, ele resolveu acompanhar
o crescimento dos dois grupos de plantas; um grupo com terra estercada e outro
com terra sem esterco.
Ele observou o crescimento das plantas e percebeu que as mudas da terra
estercada cresciam mais e melhor do que as outras.
Seu João começou, então, a se perguntar: “O que será que existe no esterco
que ajuda as plantas a crescerem? Será que existe algum outro esterco mais
eficiente do que o normalmente usado na minha plantação?”
Na terra estercada há uma grande quantidade de microrganismos,
mas muitos agricultores não sabem disso. Este grupo de seres vivos é muito
importante para o processo de fertilização do solo. Como estes microrganismos
fertilizam o solo?
Você estudou em aulas anteriores a importância de alguns microrganismos
para o ser humano (Aulas 10 e 11). Nesta aula vamos conhecer um pouco mais
sobre aqueles que ajudam a aumentar a produção agrícola.

As cadeias alimentares e os microrganismos do solo

O que acontece com os organismos quando eles morrem? Para responder a


esta questão, vamos imaginar a cadeia alimentar abaixo.

roseira ® lagartas ® pássaros

As folhas e os galhos que a roseira perde, as lagartas que morrem devido ao


sol ou ao frio intensos, os corpos dos pássaros mortos, as fezes das lagartas e dos
pássaros, as penas que os pássaros perdem etc., ou seja, toda essa matéria
orgânica serve de alimento para um grupo de seres vivos que está em todos os
ambientes. Estes seres vivos, representados pelos fungos e pelas bactérias, são
denominados decompositores (Figura 1).
A U L A Decompositores são seres vivos (fungos e bactérias) que utilizam os
corpos dos organismos mortos e/ou partes perdidas pelos seres vivos

32 (penas, folhas, pêlos, fezes, urina etc.) para sua sobrevivência. Com isso,
eles decompõem a matéria orgânica e devolvem para o ambiente subs-
tâncias úteis para as plantas como água, gás cárbônico e compostos
nitrogenados. Os decompositores sempre ocupam o último nível trófico
das cadeias alimentares.

Os decompositores têm um papel importante na natureza, pois são eles


os responsáveis pela transformação da matéria orgânica em substâncias que
serão reutilizadas por outros organismos.

Figura 1: exemplos de decompositores

a) exemplos de fungos
pão hifa
embolorado

corpo de
< frutificação
<

< hifas <

b) exemplos de bactérias vistas ao microscópio

Agora, a cadeia alimentar do nosso exemplo pode ser representada da


seguinte forma:
roseira ® lagartas ® pássaros
®

d e c o m p o s i t o r e s
Exercício 1 Exercícios
A U L A
Que compostos, úteis para os vegetais, os decompositores devolvem para o
ambiente?
.................................................................................................................................. 32
..................................................................................................................................

Quando um ser vivo morre ou perde uma parte de seu corpo (galhos, folhas,
pêlos, penas etc.), as proteínas, gorduras, minerais, vitaminas, carboidratos
e outras substâncias poderão ser consumidos por animais como urubus, formi-
gas, minhocas, caranguejos, larvas de diversas moscas etc. Os organismos que
se alimentam dos restos (detritos orgânicos) são chamados de detritívoros
detritívoros.

Os detritívoros diferem dos decompositores porque não devolvem


compostos nitrogenados ao ambiente.
O hábito alimentar dos detritívoros, dos fungos e das bactérias não
permite que haja acúmulo de restos de matéria orgânica no solo.

Um exemplo da atuação de decompositores

Se seguirmos uma substância pelo ambiente, vamos perceber que ela parti-
cipa de um ciclo.
Imagine um ambiente fechado com uma roseira, lagartas, um pássaro
e decompositores (Figura 2). Colocamos nesse ambiente uma porção de gás
carbônico, cujos átomos de carbono estão, de alguma forma, identificados.
Periodicamente são retiradas amostras dos corpos dos organismos envol-
vidos no experimento, e é feito um teste para saber onde são encontrados
carbonos marcados. Dessa forma é possível acompanhar por onde o carbono
passa até retornar para a atmosfera como gás carbônico.

As questões de 2 a 7 vão auxiliá-lo a comprender o caminho que o carbono


faz no ambiente.

lagarta

CO2 marcado

fungos

bactérias

Figura 2: ambiente fechado com roseira, lagartas,


pássaro, decompositores e gás carbônico marcado.
Exercícios
A U L A Exercício 2
Qual destes seres vivos precisa absorver gás carbônico para sobreviver?

32 (Aula 26)
..................................................................................................................................

Exercício 3
Em que processo ocorre a incorporação de carbono por este ser vivo?
(Aula 26)
..................................................................................................................................

Exercício 4
Quando a lagarta come folhas de roseira, ela incorpora os carbonos que estão
marcados? (Aula 30)
..................................................................................................................................

Exercício 5
Como esses carbonos chegarão ao corpo do pássaro? (Aula 30)
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 6
Se esse pássaro morrer, quem serão os responsáveis pela devolução desses
carbonos para o ar?
..................................................................................................................................

Exercício 7
O gás carbônico eliminado pelos decompositores poderá ser reutilizado
pela roseira?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Ao responder as questões 2 a 7 você descreveu um ciclo. Nele o carbono do


ar (gás carbônico) foi incorporado pela roseira durante a fotossíntese, passou pela
lagarta, esteve no corpo do pássaro e foi devolvido ao ambiente, na forma de gás
carbônico, graças à ação dos decompositores. A respiração dos seres vivos
também devolve gás carbônico para o ar.
Todos os compostos, formadores dos seres vivos, participam do ciclo que a
matéria realiza na natureza; o carbono é um exemplo. A mesma coisa acontece
com os outros átomos. Podemos descrever o ciclo do carbono, da água e dos
minerais como fósforo, enxofre, potássio, magnésio, nitrogênio etc.

Os decompositores e os minerais
Adubo orgânico:
material utilizado
para fertilizar a
Os sais minerais, absorvidos pelas raízes dos vegetais, estão presentes no solo
terra, composto em quantidades limitadas. O ambiente que não tiver os sais minerais necessários
pela mistura de às plantas será inadequado à prática da agricultura.
restos de vegetais Seu João sabe que ao colocar adubo orgânico na plantação está garantindo
e esterco de aves, o crescimento sadio da planta e melhorando a sua colheita. Mas de que maneira
bois e cavalos. o adubo orgânico contribui para o desenvolvimento dos vegetais?
Exercício 8 Exercícios
A U L A
Considere os seguintes compostos necessários à sobrevivência dos vege-
tais: gás carbônico, água, sais minerais e oxigênio. Quais deles os vegetais
retiram: 32
a) do ar? ...................................................................................................................
b) do solo? ..............................................................................................................

Os minerais utilizados pelos seres vivos circulam pela natureza. Os


decompositores participam ativamente destes ciclos.
Vamos discutir o ciclo do nitrogênio, um dos mais importantes para os seres
vivos, uma vez que este elemento químico é parte integrante das proteínas e dos
cromossomos dos organismos (Aulas 5 e 20).

Você sabia?
Que o esterco é composto, além de fezes dos animais, por urina? E que a urina
é rica em compostos com nitrogênio?

O ciclo do nitrogênio
Os compostos ricos em nitrogênio presentes nos corpos dos animais
e vegetais são devolvidos ao ambiente de duas formas: a)quando os animais e
vegetais morrem; b) quando os animais eliminam fezes e urina.
Para facilitar o nosso estudo, vamos apresentar o ciclo do nitrogênio dividido
em três etapas: a decomposição
decomposição, a desnitrificação e a fixação do nitrogênio
nitrogênio.

A decomposição
Considere a seguinte situação: “Um campo agrícola vai ser preparado para
o plantio. Seu João retira a vegetação do terreno, coloca uma certa quantidade de
esterco de gado e de galinha, preparando-o para fazer a semeadura de milho.”

Exercício 9 Exercícios
O que você acha que existirá numa amostra superficial de solo já preparado
para plantar?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Compostos
Muitas coisas podem ser encontradas no solo preparado da forma descrita nitrogenados são,
neste caso
acima. Há restos de fezes e de urina de gado e aves, restos de folhas e de animais específico, as
mortos (insetos, pássaros, mamíferos etc.), pequenos seres vivos, além de muitos substâncias com
fungos e bactérias. nitrogênio em sua
molécula. Vários
Os decompositores, fungos e bactérias (Figura 1) alimentam-se desses restos deles são
orgânicos (esterco, vegetais e animais mortos). Durante o processo de alimenta- absorvidos pelas
ção, os decompositores eliminam, para o ambiente, compostos nitrogenados
nitrogenados. raízes das plantas,
Os compostos nitrogenados presentes no solo são assimiláveis pelas raízes dos como o nitrato
(NO3-), a amônia
vegetais que aí se encontram. A produção das proteínas dos vegetais depende da (NH3) e o íon
presença dos compostos nitrogenados do solo. amônio (NH4+).
A U L A Resumindo:
A ação das bactérias e dos fungos decompositores é importante para a

32 fertilização dos solos, pois sua atividade devolve ao ambiente substân-


cias necessárias para a produção das proteínas dos vegetais. Por isso o
adubo orgânico é um elemento útil para o desenvolvimento sadio das
plantas.

Exercícios Exercício 10
Complete a Figura 3 colocando as setas que indicam o caminho percorrido
pelo nitrogênio nessa parte do ciclo.

Figura 3

A desnitrificação
Existem bactérias no solo, chamadas desnitrificantes
desnitrificantes, que conseguem a
energia necessária à sua sobrevivência a partir dos mesmos compostos
nitrogenados (amônia, nitrato e íon amônio) que são absorvidos pelas plantas.
No seu processo de obtenção de energia, as bactérias desnitrificantes eliminam
nitrogênio atmosférico (N2) para o ambiente.
Desta maneira, os compostos assimiláveis existentes no solo são disputados
pelos vegetais e pelas bactérias desnitrificantes. Estas transformam nitrato e
amônia em N2.

Exercícios Exercício 11
Complete a Figura 4 colocando as setas que indicam o caminho percorrido
pelo nitrogênio nesta etapa do ciclo.

Figura 4
A fixação do nitrogênio A U L A

Existem 79% de nitrogênio gasoso (N2) no ar, que não são usados pela
maioria dos seres vivos como fonte de nitrogênio para produção de proteínas. 32
A exceção é um pequeno grupo de bactérias que usam o N2 para produzir
amônia (NH3).
Os responsáveis pela absorção e transformação de nitrogênio da atmosfera
em amônia são as bactérias chamadas fixadoras de nitrogênio
nitrogênio, como as do
tipo Rhizobium. É a partir dessa amônia que essas bactérias produzem os
aminoácidos de que necessitam.
As bactérias Rhizobium são encontradas associadas às raízes de plantas,
principalmente de leguminosas (feijão, ervilha, soja etc.), formando nódulos
(Figura 5).

Figura 5: raiz de feijão com nódulos de bactérias.

Por meio dessa associação o Rhizobium recebe glicose das plantas para a sua
sobrevivência e a planta recebe do Rhizobium um suprimento extra de amônia
para a produção de suas proteínas.
Com esse tipo de associação as leguminosas se desenvolvem melhor. Além
disso, há um aumento da fertilidade do solo, pois uma parte da amônia, não
aproveitada pela planta, é liberada para o solo.

Você sabia?

Que legume é um tipo de fruto (Aula 24)? E que as plantas produtoras desse
tipo de fruto (vagem) são chamadas de leguminosas?
São exemplos de leguminosas: feijão, ervilha, soja, flamboyant, lentilha,
ervilhaca, mucuna preta, vagem, suinã, grão-de-bico, sibipiruna, pau-brasil etc.

As bactérias fixadoras de nitrogênio que vivem nos nódulos das raízes


de leguminosas, isto é os Rhizobium, são capazes de fixar dez vezes mais
N2 atmosférico do que as bactérias fixadoras de vida livre.
As bactérias fixadoras de vida livre são aquelas que não se associam às
raízes dos vegetais.
Exercícios
A U L A Exercício 12
Complete a Figura 6 colocando as setas que indicam o caminho do nitrogênio

32 nesta parte do ciclo.

Figura 6

Exercício 13
Suponha que um agricultor tenha interesse em plantar milho e feijão. Com
qual destas duas formas de cultivo ele conseguirá maior produtividade?
(Lembre-se: o milho não é uma leguminosa).
a) plantar uma área com feijão e uma outra com milho.
b) plantar, na mesma área, o milho intercalado com o feijão.

Ao completar os quadros das Figuras 4, 5 e 6 você descreveu o ciclo do


nitrogênio que ocorre na natureza.

A adubação verde

Para aumentar a fertilidade do solo, muitos agricultores plantam leguminosas,


como ervilhaca ou mucuna preta.
A técnica de usar esses dois tipos de leguminosas para fertilizar o solo é
a seguinte: após a colheita, o agricultor planta um desses vegetais na área que
deseja adubar. Depois que a cultura de ervilhaca, por exemplo, atingiu a
maturidade, todo o vegetal é triturado (caules, folhas, frutos, raízes etc.)
e misturado ao solo.
Com essa técnica, chamada de adubação verde, o solo fica com grande
quantidade de compostos nitrogenados, pois toda a amônia não usada pelo
Rhizobium e pela planta na produção de proteínas é eliminada para o solo.
As proteínas presentes no vegetal picado serão decompostas por fungos e
bactérias, aumentando mais ainda o teor de nitratos e íons amônio na terra.
Com a adubação verde o agricultor protege o solo contra a erosão, enquanto
o aduba para o plantio da próxima safra. Essa técnica não utiliza fertilizantes
químicos.
Agora é hora de semear, proteger as plantas contra as pragas e colher uma
boa safra.
Vimos em toda a aula que durante os ciclos dos minerais, particularmente o
do nitrogênio, participam diversos microrganismos (decompositores, fixadores
do nitrogênio e desnitrificantes). Estes são os colaboradores invisíveis da
reciclagem dos materiais orgânicos na natureza. Sua ação é responsável pela
fertilidade dos solos das florestas e dos campos agrícolas.
Complete o esquema abaixo colocando as setas no sentido em que o nitrogê- Quadro-
A U L A
nio circula na natureza. síntese
32
A UA UL L AA

33
33 Até quando
uma população
pode crescer?

S
eu José é dono de um sítio. Cultiva milho
em suas terras, além de frutas e legumes que servem para a subsistência
da família. Certa vez, a colheita do milho atrasou e boa parte das espigas
envelheceram no pé.
Seu José percebeu, após algum tempo, um aumento do número de roedores.
Estes eram encontrados próximos à plantação de milho e se alimentavam das
espigas que não tinham sido aproveitadas na colheita. Além dos roedores, ele
começou a verificar a presença de cobras, que normalmente não apareciam
naquela região. As cobras foram atraídas pelo enorme número de roedores e se
alimentavam deles.
Seu José ficou se perguntando como algumas espigas de milho velhas,
esquecidas no pé, puderam provocar o aparecimento de outros animais.

Exercícios Exercício 1
Monte a cadeia alimentar que aparece no texto acima.
..................................................................................................................................

Você estudou, nas Aula 29 e 31, que as relações de predação, competição


e parasitismo podem controlar o tamanho de uma população. Será que essas
são as únicas formas de controle? Quais são os fatores que interferem no
crescimento de uma população?

Crescimento populacional

Para podermos falar sobre crescimento populacional, é necessário que


a definição da palavra população esteja muito presente na sua memória.

Exercício 2
Procure na Aula 29 e escreva abaixo o significado da palavra população.
População: ..............................................................................................................
Quando alguns indivíduos de determinada população chegam a um local A U L A
que oferece condições para que eles possam se alimentar e se reproduzir,
a população começa a crescer.
A população de roedores do sítio do seu José aumentou por causa da 33
abundância de alimento. Em um segundo momento, o crescimento do núme-
ro de roedores diminuiu, ou até parou, já que eles passaram a ser predados
pelas cobras.
Podemos dizer que a população de cobras interferiu no crescimento da
população de roedores.

Estas alterações no tamanho de uma população são determinadas por


quatro fatores:
- natalidade: número de indivíduos que nascem em um certo período de
tempo;
- mortalidade: número de indivíduos que morrem em um certo período de
tempo;
- imigração: número de indivíduos provenientes de outros locais que entram
na população durante um certo tempo;
- emigração: número de indivíduos que deixam a população e se dirigem a
outras áreas durante um certo tempo.
Vamos criar algumas situações para que você possa entender como esses
quatro fatores agem simultaneamente.

Exercício 3 Exercícios
Imagine uma população de roedores de 80 indivíduos. Considere que, em
um período de um mês, a natalidade foi de 20 filhotes, a mortalidade foi
de 17, a imigração de 2 e a emigração de 5.
a) Quantos indivíduos passaram a fazer parte da população no período de
um mês? .............................................................................................................
b) Quantos indivíduos deixaram de fazer parte da população no período de
um mês? .............................................................................................................
c) Quantos indivíduos havia na população após um mês? ...........................
d) Houve crescimento populacional? ................................................................

Exercício 4
Considere agora uma população de lagartos que habita uma área com
condições ambientais muito favoráveis. Inicialmente, havia 150 indiví-
duos. Durante um período de três meses a natalidade foi de 50, a mortali-
dade de 10, a imigração de 35 e não houve emigração.
a) Após três meses, quantos indivíduos havia na população? .....................
b) Houve crescimento populacional? ................................................................

Exercício 5
Imagine uma população de uma certa espécie de pássaro de 200 indivíduos.
Houve mudanças climáticas na região. Em um período de seis meses,
a natalidade foi de 80 indivíduos, a mortalidade foi de 20, a emigração foi
de 75 e não houve imigração.
a) Quantos indivíduos havia na população após seis meses? .......................
b) Houve crescimento populacional? ................................................................
A U L A A partir dos exercícios 3, 4 e 5 pode-se concluir que uma população:

33 estará crescendo quando:


natalidade + imigração > mortalidade + emigração
emigração,
estará diminuindo quando:
natalidade + imigração < mortalidade + emigração
emigração,
e estará em equilíbrio
equilíbrio, isto é, não haverá variação do número de indivíduos,
quando:
natalidade + imigração = mortalidade + emigração
emigração.

Fatores que determinam o tamanho de uma população

Esse balanço entre natalidade, imigração, mortalidade e emigração não


ocorre ao acaso, mas é determinado pelos fatores ambientais e pela presença de
outras espécies no local que uma certa população habita.

Alguns dos fatores ambientais que determinam o crescimento de uma


população são:
· espaço (a abundância de espaço pode estimular o crescimento de uma
população, enquanto a falta de espaço disponível pode provocar uma
diminuição do número de indivíduos);
· clima (o clima é formado pela temperatura e umidade. Em temperaturas e
umidades inferiores ou superiores àquelas ideais para a sobrevivência dos
indivíduos de uma população, pode ocorrer diminuição do número de
indivíduos);
· solo (o solo é muito importante para as populações de plantas. Cada espécie
precisa de determinada quantidade de água e sais minerais presentes no
solo. Se estes forem inferiores ou superiores às necessidades de uma espécie,
o número de indivíduos da população poderá diminuir);
· presença ou ausência de certas substâncias (há compostos químicos que
são tóxicos para determinadas espécies. Se estiverem presentes nos locais
que essas espécies habitam, podem provocar a diminuição do tamanho
de sua população);
· quantidade de água disponível (tanto as plantas como os animais precisam
de água para sobreviver. Entretanto, as necessidades de cada uma das
espécies são diferentes. Se houver um período de seca em um local onde
habitam espécies que precisam de bastante água para sobreviver, suas
populações podem diminuir).

Além dos fatores do meio, há também as limitações provocadas pela relação


com outros seres vivos.
O espaço e o alimento são os principais fatores que determinam o
crescimento populacional. No exemplo do início da aula, as populações de
roedores e de cobras crescem em conseqüência do aumento da quantidade de
alimento disponível.
A presença de alimento ocasiona o aumento da natalidade e da imigração.
A área que uma determinada população ocupa é limitada e a disponibilida-
de de alimento também. Portanto, quando a ocupação do espaço e a quantidade
de alimento já não podem suprir as necessidades de todos os indivíduos,
aumentam a mortalidade e a emigração.
Alterações no comportamento dos animais, como é o caso do apareci- A U L A
mento do canibalismo, do aumento da agressividade, da perda do
comportamento de demarcação de território, além de alterações fisioló-
gicas como a diminuição da fertilidade, balanço hormonal etc., são 33
freqüentes quando o limite de crescimento foi muito ultrapassado.

O limite de crescimento é estabelecido pela quantidade de alimento e espaço


disponível.
O equilíbrio é alcançado em conseqüência da diminuição da natalidade
(neste caso representada pelas alterações hormonais que levam a uma fertilidade
mais baixa) e da imigração, e do aumento da mortalidade (neste caso represen-
tada pelo aparecimento do comportamento agressivo e do canibalismo) e da
emigração.

Vamos considerar novamente o caso ocorrido no sítio do seu José. A


população de roedores cresceu muito devido à abundância de alimento. Entre-
tanto, o alimento nem sempre será abundante, já que o milho será aproveitado
pela família do seu José nas colheitas seguintes.
Após um crescimento acelerado, faltará alimento para esse número tão
grande de roedores. O tamanho da população se ajustará às condições de
escassez de alimento; desse modo, a mortalidade e a emigração crescerão.
As cobras serão responsáveis, em parte, pelo aumento da mortalidade através da
predação.
Para que você possa entender melhor, citaremos um caso concreto. Um
pesquisador, preocupado em entender a influência do ambiente no crescimento
de populações, elaborou o experimento a seguir.

Exercício 6 Exercícios
Em uma primeira etapa, introduziu um pequeno número de ratos em uma
gaiola da qual os animais podiam sairsair. Era fornecida, diariamente, uma
quantidade de alimento que foi mantida constante até o final do experi-
mento. No início a população de ratos cresceu muito, pois a quantidade de
alimento fornecida era abundante, mas depois, em conseqüência do cresci-
mento do número de ratos, a ração tornou-se insuficiente para alimentá-los.

Assinale nas alternativas abaixo I para as observações que você considera


improváveis e P para as que considera prováveis
prováveis, levando em conta a
situação que se apresentará após o crescimento da população de ratos.
a) ( ) foram encontrados ratos fora da gaiola, ou seja houve emigração.
b) ( ) diminuiu a mortalidade.
c) ( ) aumentou a natalidade.
d) ( ) a população de ratos aumentou no interior da gaiola, apesar da falta
de alimento.

Na segunda etapa do experimento, o pesquisador colocou em uma gaiola


fechada (da qual os ratos não podiam sair) um pequeno número de ratos.
A ração fornecida diariamente era aumentada conforme a população
crescia. A população cresceu tanto que dentro da gaiola já não havia espaço
para todos os indivíduos.
A U L A Exercício 7
Assinale nas alternativas abaixo I para as observações que você considera

33 improváveis e P para as que você considera prováveis


prováveis, levando em conta
a situação que se apresentará após o crescimento da população de ratos.
a) ( ) diminuiu a natalidade.
b) ( ) diminuiu a mortalidade.
c) ( ) houve brigas e comportamentos agressivos.
d) ( ) aumentou a mortalidade de adultos e filhotes.
e) ( ) a população continuou crescendo, apesar da falta de espaço pois
havia comida suficiente para todos os indivíduos.
Não só o espaço e o alimento funcionam como fatores limitantes. Também
a relação com outras populações de seres vivos pode interferir no crescimento de
uma população. Você já estudou nas Aulas 29 e 31 que a predação e o parasitismo
são fatores limitantes do crescimento populacional.

Exercício 8
Cite um exemplo, presente nesta aula, de uma população que tem o seu
crescimento controlado pela predação.
..................................................................................................................................

Podemos ainda citar animais dos quais o homem se alimenta ou preda para
obter óleo, couro etc. Os peixes que nos servem de alimento são predados por
meio da pesca. Dessa forma, o tamanho de suas populações dependerá, entre
outras coisas, do número de peixes que for pescado. Na maioria dos casos,
a pesca chega a diminuir muito o tamanho das populações de algumas espécies
de peixe, já que a mortalidade torna-se muito superior à natalidade.

O homem, assim como outros animais, pode predar através da pesca.


Porém, esta predação pode ocorrer em diferentes níveis. O pescador
pode pescar o suficiente para alimentar e sustentar sua família, enquan-
to grandes barcos pesqueiros realizam a pesca em escala industrial.
No segundo caso, a mortalidade de várias espécies de peixe pode se
tornar maior que a natalidade. Este tipo de pesca é conhecido como
pesca predatória
predatória. Suas conseqüências podem ser muito negativas, pois
a alteração drástica de algumas populações pode interferir no desenvol-
vimento de outras, causando o que conhecemos como desequilíbrio
ecológico
ecológico.
Embora qualquer atividade de pesca seja um tipo de predação, chama-
mos de pesca predatória aquela que provoca uma diminuição drástica
no tamanho da população. Uma interferência indiscriminada no tama-
nho de populações pode levar várias espécies de animais à extinção.

Exercícios Exercício 9
Cite um exemplo, presente na Aula 31, de uma população que tem seu
tamanho controlado pelo parasitismo.
..................................................................................................................................
O parasitismo e a predação são exemplos de que as relações entre seres vivos
de espécies diferentes podem funcionar como formas de controle do tamanho
das populações.
Considere a cadeia alimentar abaixo: A U L A
roseira ® gafanhoto ® pardal

Exercício 10 33
No ano passado, novas roseiras cresceram por ocasião das chuvas, e brota-
ram ramos cheios de folhas na primavera. O que deve ter acontecido com a
população de gafanhotos?
..................................................................................................................................

Exercício 11
E com a população de pardais?
..................................................................................................................................

Exercício 12
Neste ano, a população de pardais diminuiu devido à morte de um grande
número de indivíduos, provocada por uma parasitose. O que poderá ocorrer
com a população de gafanhotos?
..................................................................................................................................

Exercício 13
E com a população de roseiras?
..................................................................................................................................

Para responder aos exercícios acima, você deve ter considerado que tanto
fatores físicos (a chuva), como o aparecimento de uma outra espécie
(o parasita) provocaram alterações no crescimento de uma das populações da
cadeia alimentar. Por sua vez, a mudança no tamanho de uma das populações
ocasiona aumento ou diminuição do número de indivíduos das populações que
estão relacionadas a ela.
A competição é outra relação que pode influenciar o crescimento
populacional das espécies competidoras. Quando duas ou mais espécies utili-
zam o mesmo espaço e se alimentam das mesmas coisas, uma controla o
crescimento populacional da outra.

As relações existentes entre as populações de diferentes espécies e a


interação destas com o ambiente determinam a variação do tamanho de
cada população.

Agora que você já conhece os fatores que determinam o tamanho de uma


população, considere o que acontece com as populações quando elas se instalam
em um novo local.
No início, o número de indivíduos aumenta, pois há alimento e espaço
disponível; o número de predadores e parasitas é pequeno. Neste período a
natalidade e a imigração são muito maiores que a mortalidade e a emigração.
Quando a população atinge um determinado tamanho, os fatores de re-
sistência começam a atuar para controlar o crescimento. Quando a variação
do número de indivíduos é muito pequena e a natalidade e a imigração tornam-
se iguais à mortalidade e a emigração, dizemos que esta população atingiu
o equilíbrio.
Exercícios
A U L A Exercício 14
Para que você possa entender melhor o período de crescimento populacional

33 e o equilíbrio, observe o gráfico da Figura 1 e escreva nos espaços qual é a


parte da curva que representa o aumento do tamanho da população e qual
representa a manutenção do número de indivíduos
indivíduos.

I - .............................................................................................................................
II - .......................................................................................................................................................................

Figura 1: curva padrão para o


crescimento das populações.

Como já foi considerado, quando há um crescimento desenfreado não há


alimento e espaço suficientes, ocasionando o aparecimento de doenças, altera-
ções comportamentais e fisiológicas etc. A manutenção do equilíbrio entre as
diversas populações que ocupam uma determinada área e destas com o meio é
importante para a vida do conjunto das espécies.

Quadro- a) Defina com suas palavras:


síntese Natalidade: .............................................................................................................
Mortalidade: ...........................................................................................................
Imigração: ...............................................................................................................
Emigração: ..............................................................................................................

b) Assinale, nas alternativas abaixo, um C quando a população estiver crescen-


do, um E quando estiver em equilíbrio e um D quando estiver diminuindo.
( ) natalidade + imigração > mortalidade + emigração
( ) natalidade + imigração < mortalidade + emigração
( ) natalidade + imigração = mortalidade + emigração

c) Quais são os fatores que determinam o tamanho de uma população?


..................................................................................................................................

Considere a cadeia alimentar do sítio do seu José:


milho ® roedor ® cobra

d) O que aconteceu com a população de roedores quando a quantidade de


milho aumentou?
..................................................................................................................................

e) E com a população de cobras?


..................................................................................................................................

continua
continuação
f) Após certo tempo, a quantidade de milho tinha diminuído e a população de A U L A
cobras aumentado. O que aconteceu com a população de roedores?
..................................................................................................................................
33
g) A família do seu José também controla o tamanho da população de roedores.
Considerando que tanto a família quanto os roedores dependem do milho
para seu sustento, qual a relação que permite que a família do seu José
controle o tamanho da população de roedores?
..................................................................................................................................

h) A seca do ano seguinte provocou uma drástica diminuição da produção de


milho. O que pode ter acontecido com a população de roedores?
..................................................................................................................................

i) E com a população de cobras?


..................................................................................................................................

j) O que acontece com uma população quando ela se instala em um novo local?
..................................................................................................................................
A UA UL L AA

34
34
Por que as vacas
mastigam o tempo todo?

N os sítios e fazendas que têm criação de


gado, os bois e vacas se espalham pelo pasto e têm hora certa para ir ao cocho
receber o “trato”. O “trato” pode incluir capim, cana-de-açúcar, outros vegetais,
sal grosso e sais de amônia. Se você reparar, o gado passa boa parte do dia
comendo. Mas, olhando com mais atenção, percebemos que durante várias
horas, mesmo sem estar ingerindo alimento, os bois e vacas permanecem
mastigando.

Por que o gado mastiga tanto se não está ingerindo alimento?

A base da alimentação do gado são folhas de vegetais. Em aulas anteriores,


você já aprendeu que folhas também são bons alimentos para nós. Na Aula 8
vimos que quem deseja emagrecer deve incluir vegetais, especialmente folhas,
em sua dieta, porque este é um alimento que fornece pequena quantidade de
calorias.
Mas será que o gado também emagrece comendo apenas vegetais? Os
criadores de gado certamente não se interessam por manter o gado com pouco
peso. Pelo contrário, o interesse deles é que os animais ganhem peso e com isso
proporcionem bons resultados comerciais.

Mas como explicar que para nós as folhas ajudam a perder peso
e para o gado ajudam a ganhar peso?

Nesta aula vamos acompanhar de perto como se dá a alimentação de bois e


vacas.
As folhas dos vegetais são alimentos ricos em uma substância chamada
celulose
celulose. A celulose está presente no envoltório da maioria das células vegetais.
Nós, e todos os vertebrados, não temos enzimas para digerir celulose. Assim,
toda celulose que ingerimos não pode ser digerida, e por essa razão não chega
a ser transformada em glicose. Em conseqüência, esse material não é absorvido
por nós como nutriente. Por isso as folhas de vegetais são alimentos pouco
calóricos para nós. Na verdade, quando comemos folhas podemos aproveitar
relativamente pouco do material que ingerimos.
Exercício 1 Exercícios
A U L A
Em aulas anteriores, vimos que algumas enzimas têm o nome parecido
com o da substância sobre a qual atuam, tendo a terminação “ ase
ase”. Por exemplo,
a enzima que digere amido chama-se amilase, a que digere proteína recebe o 34
nome de protease, a que digere lipídeos, lipase.

Que nome deve ter a enzima que digere celulose?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Os bois e vacas, assim como outros herbívoros, têm características que lhes
permitem aproveitar a celulose das folhas dos vegetais. Uma dessas peculiaridades
é uma associação com microrganismos que ficam no estômago desses animais.
Esses microrganismos, ao contrário dos vertebrados, são capazes de produ-
zir uma enzima que digere a celulose, a celulase
celulase, e, assim, aproveitar o material
e as calorias que ela pode fornecer.
O estômago dos bois tem divisões especiais que facilitam a atuação dos
microrganismos. Observe a figura abaixo:

Figura 1

Nessa figura não é muito fácil identificar todos os compartimentos do


estômago do boi, pois dentro do corpo eles ficam sobrepostos. Para facilitar a
compreensão, vamos isolar o estômago e “abri-lo”. Se fizéssemos isso, teríamos
um estrutura semelhante à da Figura 2:

Figura 2: esquema do estômago do boi com os quatro compartimentos.

Quando estão pastando, os bois arrancam grandes pedaços de folhas,


mastigam rapidamente e engolem. Esse alimento mal mastigado vai para o
rúmen. No rúmen há grande quantidade de microrganismos e, durante algum
tempo, o alimento fica aí armazenado.
A U L A Nesse momento, os microrganismos já começam a atuar sobre a celulose,
digerindo-a; uma parte da glicose resultante será usada pelos próprios

34 microrganimos que, dispondo de alimento, se multiplicam rapidamente.


Depois de algum tempo o alimento passa para o retículo e do retículo volta
para a boca. De volta à boca, o alimento é demoradamente mastigado, as folhas
são trituradas em partículas bem pequenas e misturam-se à saliva abundante.
Este processo é chamado de ruminação
ruminação.

Exercícios Exercício 2
Usando lápis ou caneta vermelha, cubra as linhas pontilhadas da Figura 3
indicando a parte do percurso do alimento descrita nos três parágrafos
anteriores.

Figura 3

Exercício 3
Escreva, em seqüência, o nome dos compartimentos do estômago por onde
o alimento passa nessa primeira etapa.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Depois da ruminação o alimento é deglutido (engolido) novamente e volta


para o rúmen, onde fica por várias horas. Durante esse tempo, os microrganismos
digerem praticamente toda a celulose dos vegetais que foram triturados.
Em partículas bem pequenas os alimentos podem ser mais bem digeridos,
já que aumenta a superfície de contato entre eles e as enzimas digestivas. Na Aula
14 você aprendeu como é importante uma grande superfície de contato entre
alimentos e enzimas digestivas.
Ao final de algum tempo, a maior parte da celulose ingerida pelo boi foi
transformada em glicose pelas enzimas dos microrganismos. Os microrganis-
mos usam parte dessa glicose para seu metabolismo e produzem ácidos orgâni-
cos que para eles são inúteis.
Os microrganismos também produzem vitamina B e proteínas proteínas; essas
proteínas são sintetizadas a partir de substâncias não nitrogenadas e sais de
amônia.

Todos os seres vivos são capazes de sintetizar proteínas a partir de


aminoácidos. É o que fazemos quando absorvemos aminoácidos
resultantes da digestão de proteínas e os reorganizamos nas nossas
próprias proteínas. Você pode rever a Aula 5 para relembrar esse
processo.

continua
continuação

O que acontece de interessante com os microrganismos dos ruminantes A U L A


é que eles são capazes de utilizar sais nitrogenados e sintetizar aminoácidos
e proteínas.
Na Aula 32 você estudou o ciclo do nitrogênio e viu que as plantas 34
também são capazes de sintetizar proteínas a partir de substâncias
nitrogenadas como a amônia, por exemplo. Os animais não fazem isso.
As proteínas que os microrganismos sintetizam também servem de
alimento para os bois.

Vamos conferir alguns dos constituintes do rúmen ao final dessa primeira


etapa:
· glicose (produzida pela digestão da celulose feita pelos microrganismos);
· ácidos orgânicos (produzidos pelos microrganismos);
· vitamina B (produzida pelos microrganismos);
· proteínas (produzidas pelos microrganismos);
· microrganismos;
· celulose não digerida.

Todo esse material constitui o bolo alimentar que passa para os demais
compartimentos do estômago antes de atingir o intestino.
Algumas dessas substâncias podem ser absorvidas diretamente pelo boi.
Glicose, ácidos orgânicos e vitamina B podem ser absorvidos pelas células que
revestem o intestino e entrar na corrente sangüínea do animal.
As proteínas e os microrganismos também são alimento para o boi, mas
antes de serem absorvidos precisam ser digeridos. É o que acontece quando
porções desse bolo alimentar chegam ao abomaso. O abomaso é a única porção
do estômago do boi que contém glândulas produtoras de enzimas digestivas.

Exercício 4 Exercícios
Usando lápis ou caneta azul, cubra as linhas pontilhadas da Figura 3 que
indicam o percurso do alimento depois que ele é engolido pela segunda vez.

Exercício 5
Qual a vantagem, para a nutrição do boi, de o alimento passar por uma
segunda mastigação até ficar muito triturado?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 6
Qual a vantagem de o alimento ficar horas no rúmen?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 7
A celulase atua melhor na primeira ou na segunda vez que o alimento passa
pelo rúmen? Por quê?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A U L A Exercício 8
Que constituintes do bolo alimentar, que sai do rúmen para o abomaso,

34 sofrerão a ação das enzimas digestivas produzidas pelo boi?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 9
Que nutrientes o boi deixaria de ter caso não pudesse contar com a associação
dos microrganismos?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

No rúmen os microrganismos encontram condições ideais para crescer


e se multiplicar. Por essa razão, mesmo sendo digeridos pelo boi, sempre
há microrganismos no rúmen. Eles são tão numerosos que chegam a
constituir dois quilos do conteúdo estomacal dos bois.
Os ácidos orgânicos produzidos pelos microrganismos e absorvidos
pelo boi são utilizados em reações que fornecem energia. Estima-se que
cerca de 70% da energia necessária para o boi é obtida a partir dessas
substâncias.

Para os bois, torna-se indispensável a associação deles com os microrga-


nismos. Os criadores, mesmo os que não sabem disso, tiram proveito dessa
associação. É muito comum o criador fornecer sais de amônia (uréia) para o gado.
Esses sais serão usados pelos microrganismos para a produção de proteínas que
servirão de alimento para o boi. É daí que vem a parte mais significativa dos
aminoácidos necessários ao boi.

Assim como nós, os bois precisam de uma dieta rica em carboidratos,


proteínas e lipídeos. As proteínas são especialmente necessárias quando se
pretende que a criação de gado forneça leite e carne.

Outros exemplos

No início da aula afirmamos que os vertebrados não possuem enzimas para


digerir celulose. Apesar disso, os bois conseguem crescer e ganhar peso comendo
apenas vegetais graças a uma associação com microrganismos. Será que todo
animal que se alimenta exclusivamente de vegetais tem associação com
microrganismos?
Cabras, carneiros, camelos, coelhos, cavalos são exemplos de animais que se
alimentam de vegetais. Cabras, carneiros e camelos têm a digestão muito
parecida com a dos bois, pois também são ruminantes.
Coelhos e cavalos, embora não sejam ruminantes, também têm associação
com microrganismos.
Os cavalos têm uma das partes do intestino grosso chamada de ceco
ceco. No ceco
há microrganismos capazes de produzir enzimas que digerem celulose.
Os coelhos também têm microrganismos no ceco intestinal. Esses animais A U L A
produzem, além das fezes que são eliminadas normalmente, um outro tipo de
fezes com material proveniente do ceco (celulose não digerida e microrganismos).
Esse segundo tipo de fezes é ingerido novamente pelo animal e passa uma 34
segunda vez pelo tubo digestivo, tornando possível um melhor aproveitamento
da celulose contida no alimento.
Há ainda os cupins, que se alimentam exclusivamente de madeira, ou seja,
celulose. É também graças a associação com microrganismos que os cupins
conseguem se alimentar.
Protozoários que vivem no intestino dos cupins produzem a enzima neces-
sária para digerir celulose, e bactérias, também associadas, fornecem as substâncias
nitrogenadas necessárias para sua sobrevivência.

Nem todas as partes dos vegetais são constituídas só de celulose.


Ingerimos muitos vegetais sem precisar de associação com micror-
ganismos. Nas Aulas 1 e 5 você estudou vários alimentos de origem
vegetal que fornecem muitas calorias. É o caso de sementes como feijão,
arroz, trigo, milho, que armazenam reservas na forma de amido.
Para digerir amido não precisamos da enzima que transforma celulose.
Há também sementes ricas em óleos como soja, algodão, girassol.
Frutos armazenam substâncias como glicose e outros açúcares que
também não precisam da celulase para serem digeridos.
A cana-de-açúcar é um caule que armazena sacarose, o nosso conhecido
açúcar comum. Por isso tantos vegetais nos servem de alimentos
e são também bastante calóricos, isto é, fornecem muitas calorias.

Animais que não têm associação com microrganismos não podem se alimentar
exclusivamente de vegetais; pelo menos não unicamente das partes vegetais que
são extremamente ricas em celulose. Para sobreviver, complementam sua dieta
com outros alimentos.

Quem ganha nessa associação?

Durante a aula vimos que a associação entre bois e microrganismos traz


muitas vantagens para o boi.

Exercício 10 Exercícios
Relacione as vantagens que os bois têm com a associação com os
microrganismos.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Vamos analisar agora o que essa associação representa para os microrga-


nismos.
No rúmen dos bois a temperatura é constante e adequada ao funcionamento
das enzimas; há umidade suficiente e proteção contra agentes externos.
Exercícios
A U L A Exercício 11
O rúmen dos bois é uma boa “casa” para os microrganismos?

34 ..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Os bois ingerem uma grande quantidade de alimento rico em celulose e, por


meio da ruminação, transformam esse alimento numa pasta muito triturada e
umedecida pela saliva. Há, portanto, um suprimento constante de celulose.

Exercício 12
Os microrganismos encontram alimento com facilidade dentro do rúmen
dos bois?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 13
A associação com os bois é vantajosa para os microrganismos?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Associações entre Associações entre espécies diferentes que representam vantagens para as
duas espécies duas espécies envolvidas recebem o nome de mutualismo
mutualismo.
diferentes de seres Essa interação é tão importante para os bois que sem os microrganismos eles
vivos são não conseguiriam sobreviver. Para os microrganismos também há vantagens:
relativamente fora do rúmen eles não encontrariam alimento nem condições para viver.
comuns na
Os bezerros não nascem com os microrganismos. Mas, sem eles, não podem
natureza. Sempre
digerir os alimentos vegetais. Logo que o bezerro nasce, a vaca lambe
que há vantagens
para as duas
o corpo da cria; na saliva dela
espécies existe grande quantidade
envolvidas, essa de microrganismos. Figura 4
associação é O bezerro também se
chamada de lambe e, assim, porções da
mutualismo. saliva da mãe passam para
dentro do estômago dele.
Juntamente com a saliva vão
alguns microrganismos.
No estômago do bezerro os
microrganismos “ganhos” da mãe
encontram ambiente adequado e
logo se multiplicam.
Determinadas algas vivem asso-
ciadas a certos tipos de fungos. As algas
fazem fotossíntese e “compartilham”
o alimento produzido com o fungo. O
fungo dá sustentação à alga e retém
umidade entre suas fibras, impedindo
que a alga se resseque.
Essa associação forma o líquen
líquen,
que pode viver em árvores, rochas,
solo nu e mesmo em regiões
desérticas (Figura 4).
a) Os ruminantes são capazes de digerir celulose? Quadro-
A U L A
.................................................................................................................................. síntese
..................................................................................................................................
34
b) De onde vêm as enzimas para digerir a celulose que constitui a maior parte
dos alimentos dos ruminantes?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

c) Qual o produto da digestão da celulose?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

d) Além de digerir a celulose, que outra contribuição os microrganismos dão à


alimentação dos ruminantes?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

e) Qual o percurso do alimento no estômago dos bois?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

f) Quantas vezes o alimento passa pela boca?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

g) Quantas vezes o alimento passa pelo rúmen?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

h) Qual a vantagem de o alimento ficar horas no rúmen depois de ter sido


triturado durante a ruminação?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A UA UL L AA

35
35
Como o berne
aparece no boi?

A
criação de gado requer dos fazendeiros,
entre outras coisas, o cuidado com a saúde dos animais, pois os bois são atingidos
por muitas doenças.
Nesta aula vamos estudar o berne. Você provavelmente já o conhece; além de
parasitar o boi, ele parasita cachorros e, às vezes, o homem.
Quando isso ocorre, não damos conta da entrada do parasita no organismo.
Percebemos sua presença quando são encontrados caroços ou buracos na pele
dos animais. Estes são sinais de que o berne já se encontra por baixo da pele.
Como será que os parasitas surgem nos organismos?
Antes de respondermos a esta pergunta, vamos estudar um pouco mais a
respeito dos parasitas.

Exercícios Exercício 1
Você já viu na Aula 31 o que é um parasita; relembre a definição e escreva-
a abaixo:
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Há muitos tipos de parasitas na natureza, e você conhece alguns deles. O


carrapato que atormenta a vida de cavalos e bois é um parasita. Ele se alimenta
Hospedeiro: o do sangue que retira do corpo de seus hospedeiros.
parasita vive no O parasitismo ocorre quando o parasita depende do hospedeiro para
hospedeiro e dele obter energia e completar seu ciclo de vida. Assim, se durante sua relação com
retira substâncias o hospedeiro o parasita não prejudicá-lo a ponto de provocar sua morte,
para sua ele terá uma fonte durável de nutrição e bastante tempo para completar seu
alimentação. ciclo de vida.
Geralmente o
Se você já viu um carrapato, sabe que ele vive sobre a pele de seu hospedeiro,
hospedeiro é
e portanto é um parasita externo. Porém, nem todos os parasitas se localizam
prejudicado neste
tipo de relação.
externamente em relação ao hospedeiro.
Existem também os parasitas internos. Eles podem viver dentro de plantas
ou animais. Se você se olhar no espelho, poderá encontrar em seu rosto alguns
pontinhos pretos, os cravos. O cravo é um ácaro chamado Demodex. Ele é um
parasita que vive na base dos pêlos e nas glândulas sebáceas da face da maioria
dos seres humanos.
Os vermes que vivem associados ao intestino de alguns animais também são A U L A
parasitas internos.

35

Figura 1: Parasita interno: a) cabeça do Ancylostoma duodenale,


causador do amarelão. Parasitas externos: b ) carrapato; c) sanguessuga.

Exercício 2 Exercícios
Classifique os seguintes parasitas como internos (I) ou externos (E) e subli-
nhe os hospedeiros:
a) Vermes que vivem no cérebro de porcos. ( )
b) Piolhos que vivem sobre o couro cabeludo de seres humanos. ( )
c) Pulgas que vivem sobre a pele de cachorros. ( )
d) Protozoários que vivem no músculo de bois. ( )

O que os parasitas provocam nos organismos?

São vários os problemas causados pelos parasitas. Entre eles podemos citar:

a) o desvio de nutrientes destinados ao hospedeiro


A tênia que parasita o intestino do homem, por exemplo, se alimenta de
nutrientes que seriam incorporados ao organismo do hospedeiro.
É importante levar em consideração que se o hospedeiro for uma pessoa
mal nutrida, o prejuízo causado pelo verme será muito maior.

Muito mais séria do que a infecção por tênias adultas é a infecção por
larvas de tênias. Se o homem ingerir ovos de tênias presentes nas fezes
do hospedeiro e que contaminam alimentos, ocorrerá a formação de
larvas em vários órgãos, inclusive o cérebro. Estas larvas podem produ-
zir tumores, além de liberar substâncias tóxicas ao hospedeiro.
Na horta, alimentos como verduras, legumes ou frutas podem entrar em
contato com as fezes de hospedeiros que contenham ovos de tênias.
Portanto, antes de ingerir estes alimentos, lave-os muito bem!

b) as infecções
A infecção pode ser causada pela presença de parasitas internos
no hospedeiro ou pelo transporte de agentes infecciosos efetuado por
determinados parasitas.
A U L A O termo infecção normalmente é confundido com doença. Mas este termo
não indica que está ocorrendo um mau funcionamento do organismo e sim que

35 o hospedeiro está abrigando um parasita interno, por exemplo um verme, um


protozoário, uma bactéria, um vírus etc. Você estudou na Aula 12 que uma pessoa
pode ser portadora do vírus da AIDS e não manifestar a doença. Esta pessoa está
infectada com o vírus, mas não se encontra doente.
O termo infestação indica que o hospedeiro está abrigando um parasita
externo. Assim, dizemos que a pessoa está infestada de piolhos e não infectada.

c) as lesões de tecidos pela ação mecânica


Alguns vermes, como as tênias ou solitárias, possuem ganchos com os
quais se prendem aos tecidos do hospedeiro. Esses ganchos provocam o
ferimento das paredes de determinados órgãos, favorecendo a entrada de
organismos infecciosos
infecciosos, como bactérias. Veja as Figuras 1a e 2.

Figura 2: Solitária, verme parasita provido de ganchos para se aderir ao hospedeiro.

O ciclo de vida do berne

Agora que você já sabe um pouco mais a respeito dos parasitas, vamos
estudar como os bois são infectados pelo berne.
Chamamos de berne a larva de uma mosca que parasita ovelhas, cavalos,
burros, cabras, bois, cachorros e, ocasionalmente, o homem.

Figura 3: o berne que


parasita os bois.

Existem muitas espécies de berne e, com isso, os ciclos de vida desses animais
variam. Vamos estudar aqui apenas um desses tipos.
A mosca do berne que será vista aqui não faz a postura dos ovos em cima do
boi, mas sobre outras moscas lambedoras ou sugadoras, como as moscas-
varejeiras.
As moscas-varejeiras transportam os ovos para os pêlos do boi, principal-
mente nos flancos, ventre, cauda e membros. Raramente se vêem esses ovos.
Após eclodirem, as larvas são lambidas e engolidas pelo boi. Pela corrente
sangüínea, elas passam para a pele dos bois, principalmente na região do dorso
e flancos.
Após seu desenvolvimento completo, a larva torna-se cada vez mais escura A U L A
e sai ativamente da pele, deixando-se cair na terra onde se transforma em pupa.
A pupa vai escurecendo aos poucos, até ficar negra. Passados 26 a 30 dias, o inseto
adulto sai do invólucro da pupa. 35
O berne se alimenta de tecidos e líquidos do corpo do animal atacado,
provocando queda na produção de leite, perda de peso e febre.
A melhor maneira de combater o berne é diminuir a incidência das
moscas transportadoras de ovos, mantendo a pastagem limpa, sem
moitas ou arbustos, livre de lixos, fezes do rebanho e carcaça de
animais mortos.

Exercício 3 Exercícios
Após ter lido atentamente o ciclo de vida da larva da mosca que parasita o boi,
responda:
a) O berne é um parasita externo ou interno?
.............................................................................................................................
b) Qual a função da mosca-varejeira no ciclo de vida do berne?
.............................................................................................................................

Exercício 4
Analise a relação entre o berne e o boi e responda:
a) Como o berne consegue energia para sua sobrevivência?
.............................................................................................................................
b) A obtenção de energia pelo berne traz alguma conseqüência para o boi?
Qual?
.............................................................................................................................
c) O boi obtém alguma vantagem nessa relação?
.............................................................................................................................

Exercício 5
Escreva se a interação entre parasita e hospedeiro descrita aqui é benéfica
ou prejudicial para seus integrantes:
a) Berne:..................................................................................................................
b) Boi: ......................................................................................................................

Você estudou, na Aula 34, que o mutualismo é uma interação na qual os dois
integrantes se beneficiam da relação.
O parasitismo, entretanto, é uma interação na qual ocorrem efeitos negativos
sobre um dos participantes e efeitos positivos sobre o outro. Convém ressaltar
que estes efeitos ocorrem quando consideramos indivíduos e não populações.

Exercício 6 Exercícios
Numa interação entre parasita e hospedeiro, quem receberá efeitos positivos
e quem sofrerá efeitos negativos?
a) Hospedeiro: .......................................................................................................
b) Parasita: ..............................................................................................................
A U L A No entanto, se considerarmos as populações envolvidas numa interação de
parasitismo, nem sempre os hospedeiros se prejudicarão com esta associação e

35 os parasitas se beneficiarão.

Exercícios Exercício 7
Analise as seguintes situações e escreva se a associação entre as populações
é favorável, desfavorável ou indiferente para as populações de hospedeiros
e parasitas. Justifique:

a) O dono de uma fazenda de camarões situada no litoral brasileiro introduz


em seus viveiros 30 camarões provenientes do exterior. Depois de alguns
dias, cerca de 200 camarões da fazenda aparecem mortos nos viveiros.
Após exames realizados por especialistas, descobriu-se que os camarões
do exterior estavam infectados por vírus, que se espalharam pelo viveiro,
matando a maioria dos camarões da fazenda.
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

b) Coelhos foram introduzidos em campos australianos e houve um au-


mento muito grande de sua população, devido à falta de predadores.
Com uma população tão grande de coelhos, a agricultura local passou a
ter grandes prejuízos. Para amenizar tais efeitos na agricultura, pesqui-
sadores introduziram no ambiente um vírus, parasita exclusivo de
coelhos, que causa nesses animais uma doença quase sempre fatal. Com
isso, o número de coelhos começou a diminuir, e hoje a população
mantém-se em equilíbrio com o ambiente.
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

c) Numa escola de 1º grau, algumas professoras constataram em seus


alunos a presença de piolhos. Depois de duas semanas, quase todas as
crianças da escola estavam infestadas. Após uma campanha para elimi-
nar os parasitas, as crianças estavam livres dos piolhos sem terem
sofrido prejuízos significativos. Sabe-se que outras crianças foram infes-
tadas pelo contato com crianças desta escola, e assim a população de
piolhos não foi totalmente eliminada.
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

Você pôde estudar nesta aula alguns exemplos de parasitas que interagem
com seres humanos, bois e outros animais. Alguns deles podem provocar danos
aos seus hospedeiros, como o berne provoca nos bois.
Por isso, é recomendável que estes animais sejam acompanhados periodica-
mente por veterinários para que atinjam tamanho e peso adequados para o abate,
estejam saudáveis e não transmitam doenças ao homem.
· Por que o parasita depende do hospedeiro? Quadro-
A U L A
.................................................................................................................................. síntese
· Quais podem ser os problemas causados ao hospedeiro pelo parasita?
.................................................................................................................................. 35
· Descreva o ciclo de vida do berne.
..................................................................................................................................
· Qual a diferença entre as interações de mutualismo e parasitismo?
..................................................................................................................................

Exercício 8 Exercícios
Considere que nas relações entre as espécies o sinal (+) indique vantagem
para uma delas, o sinal (-) desvantagem e o sinal (0) neutralidade.
As cracas são animais que vivem, quando adultas, fixas a animais ou
substratos. Quando se fixam a animais não causam ferimentos nestes. As
tartarugas são animais em que podem ser encontradas estas cracas, que
ganham proteção, transporte e sobras de alimento que a tartaruga deixa
escapar. A relação entre cracas e tartarugas pode ser representada por: + 0.
Leia as relações abaixo e represente-as pelos sinais mencionados acima:

a) Os cupins possuem em seu tubo digestivo microrganismos que recebem


alimento do hospedeiro (celulose proveniente da madeira) e, em troca, lhe
fornecem o produto dessa digestão, a glicose: .............................................

b) A rêmora é um peixe que se fixa, por meio de uma ventosa, ao corpo do


tubarão. Essa fixação é realizada sem que ocorra ferimentos ao tubarão.
Sem nenhum esforço, a rêmora consegue transporte, proteção e restos de
alimento que podem escapar do hospedeiro: ..............................................

c) A lombriga é um verme que vive no intestino humano, retirando de seu


hospedeiro parte dos nutrientes que seriam incorporados ao organismo
deste. Esse desvio de nutrientes é realizado para que a lombriga obtenha
energia, mas pode debilitar o organismo do hospedeiro: ..........................
A UA UL L AA

36
36
Classificando
os seres vivos

D ona Paula chegou do mercado com várias


compras. Agora ela precisa guardar o que comprou e você vai ajudá-la. Como
acomodar as compras na cozinha de dona Paula?

Figura 1

Exercícios Exercício 1
Observe a Figura 2 e distribua as compras de dona Paula nos lugares onde
achar mais conveniente. Escreva o nome dos produtos sobre a Figura 2 nos
lugares correspondentes.

Figura 2
A distribuição dos produtos pode variar conforme a preferência das pessoas, A U L A
mas algumas escolhas devem ser parecidas. É quase certo que todos escolheriam
guardar o leite, a margarina e o frango na geladeira, já que são produtos que se
estragam sem refrigeração. É bastante provável também que ninguém guarde o 36
sabão, o detergente e a água sanitária junto com o açúcar e o pó de café.

Para separar as compras, usamos as características de cada produto e


adotamos critérios para organização. Por exemplo, uma das formas possíveis
de guardar as compras de dona Paula seria separá-las de acordo com os
critérios abaixo:
— alimentos que precisam de refrigeração;
— alimentos secos;
— alimentos frescos;
— produtos de limpeza.

Exercício 2 Exercícios
Separe novamente as compras usando agora os critérios sugeridos e forme
quatro grupos. Indique na Figura 3 onde você colocaria cada um dos grupos
formados.

Figura 3

Exercício 3
Foi preciso mudar algum produto de lugar entre a primeira e a segunda
distribuição?
..................................................................................................................................

Talvez você tenha precisado mudar algum produto de lugar. Isso acontece
porque nem todo mundo usa os mesmos critérios para organizar sua casa.
Algumas pessoas, por exemplo, guardam o pó de café no armário, enquanto
outras preferem guardá-lo na geladeira. Mas é possível também que muitos
produtos tenham ficado no mesmo lugar na primeira e na segunda distribuição.
Isso pode ter ocorrido porque muitas pessoas costumam: separar os
produtos de limpeza dos alimentos; guardar alimentos secos no mesmo
armário; pôr na geladeira alimentos que se deterioram com facilidade; manter
alimentos frescos em locais ventilados.
Como esses critérios de organização são muito comuns, podemos até “adi-
vinhar” onde estão as coisas na casa de outras pessoas.
A U L A Mas o que isso tudo tem a ver com as aulas de Biologia?

36
Critérios: são
Na Biologia fazemos algo semelhante com os seres vivos. Os primeiros
biólogos estudavam os seres vivos descrevendo suas características. Fazendo
esse estudo, observavam várias semelhanças e diferenças. Foi usando tais
características
utilizadas para a
semelhanças e diferenças que os biólogos criaram critérios para agrupar e
classificação.
separar os seres vivos.
Por exemplo: Um dos critérios usados é a forma de obter alimento. Com esse critério
forma, cor, podemos separar dois grandes grupos de seres vivos: os que são capazes de
presença de flor, produzir seu próprio alimento por meio da fotossíntese e os que precisam de
asas, antenas etc. outros seres vivos para se alimentar.

Exercícios Exercício 4
Observe a Figura 4 e marque com um X os seres vivos que realizam
fotossíntese.

Figura 4

As possibilidades de agrupamento não param por aí. Dentro do grande


grupo de seres vivos que realizam fotossíntese (vegetais) existem vários grupos
menores:

Figura 5 Figura 6
Os musgos
musgos, que normalmente As samambaias
samambaias, que vivem em locais
vivem em colônias, têm folhas e úmidos, têm as folhas recortadas e,
caules, mas não têm raízes na superfície inferior, têm estruturas
verdadeiras. que contêm os esporos.
A U L A

36

Figura 7 Figura 8
As gimnospermas são plantas que As angiospermas formam flores,
formam sementes, mas não frutos. frutos e sementes.

Os seres vivos que não realizam fotossíntese, os animais, também são


agrupados em muitas outras divisões. Vamos ver apenas algumas delas.
Para começar, reuniremos alguns animais comuns, que você certamente
conhece:

Figura 9

Vamos analisar suas características e organizá-los usando critérios. Assim


estaremos fazendo uma classificação.

Exercício 5 Exercícios
Escreva neste quadro os animais que a) Escreva neste quadro o(s) animal(is) sem esqueleto
não possuem esqueleto interno. externo e com o corpo longo e cilíndrico.

b) Escreva neste quadro o(s) animal(is) com o corpo mole


e coberto por uma concha.

c) Escreva neste quadro o(s) animal(is) com esqueleto


externo e patas articuladas.
A U L A Exercício 6

36
Escreva neste quadro o nome a) Escreva neste quadro o nome do(s) animal(is) sem
dos animais que possuem patas, de ambiente exclusivamente aquático e respira-
esqueleto interno. ção por brânquias.

b) Escreva neste quadro o nome do(s) animal(is) com


dois pares de patas, de ambientes aquáticos e terres-
tres, pele úmida e sem escamas, respiração por
brânquias, pulmões ou pele.

c) Escreva neste quadro o nome do(s) animal(is) com o


corpo coberto por pele seca e com escamas, respiração
por pulmões, fecundação interna e ovos com casca
que protege contra a perda de água.

d) Escreva neste quadro o nome do(s) animal(is) com o


corpo coberto de penas, dois pares de membros, um
deles transformado em asas, respiração por pulmões,
ovos com casca que protege contra perda de água.

e) Escreva neste quadro o nome do(s) animal(is) com o


corpo coberto de pêlos, dois pares de membros, respi-
ração por pulmões, desenvolvimento do embrião in-
terno ao corpo da mãe, glândulas mamárias.

Cada um desses quadros ainda possui outras subdivisões. Aqui usamos


poucas características e apenas alguns grupos. A classificação que os biólogos
fazem utiliza várias características e inclui todos os seres vivos conhecidos.
Essa seqüência de grupos e subgrupos representa um certo tipo de “hierar-
quia”, na qual um grupo maior inclui vários grupos menores e estes, outros ainda
menores e assim por diante. No exercício que você fez, por exemplo, o cachorro
pertence ao grupo dos mamíferos, que pertence ao grupo dos que possuem
esqueleto interno, que pertence ao grupo dos que não realizam fotossíntese.

cachorro
organismos mamíferos
que possuem
organismos que
esqueleto
não realizam
interno
fotossíntese

Podemos usar uma analogia para nos ajudar a entender como é essa
“hierarquia” na classificação biológica.
Quando endereçamos uma carta a alguém, escrevemos no envelope o nome A U L A
da pessoa, o nome da rua onde ela mora e o número da casa, o nome do bairro,
a cidade, o estado e o país.
O país tem vários estados. Cada estado contém muitas cidades. As cidades 36
são subdivididas em bairros. Cada bairro tem mais de uma rua. Cada rua tem
várias casas, cada uma com um número diferente.
Com os seres vivos também temos essa organização. Temos vários reinos
reinos,
que na nossa analogia corresponderiam a vários países. O Reino Animal
contém vários filos
filos, como o filo dos anelídeos, dos artrópodes, dos moluscos,
dos cordados.

Exercício 7 Exercícios
A que correspondem os filos em nossa analogia?
..................................................................................................................................

Dentro do filo dos cordados encontramos várias classes


classes: a classe dos peixes,
dos anfíbios, dos répteis, das aves e dos mamíferos.

Exercício 8
A que correspondem as classes em nossa analogia?
..................................................................................................................................

Como já dissemos no exercício, a classe dos mamíferos ainda é subdivida em


vários conjuntos chamados ordens
ordens. Primatas, carnívoros e ungulados são
apenas exemplos das muitas ordens que existem entre os mamíferos.

Exercício 9
A que correspondem as ordens em nossa analogia?
..................................................................................................................................

Dentro da ordem dos carnívoros há ainda muitas famílias


famílias, como os
canídeos e os felinos.

Exercício 10
A que correspondem as famílias em nossa analogia?
..................................................................................................................................

Existem ainda outras subdivisões. As famílias incluem gêneros


gêneros. Dentro da
família dos canídeos há os gêneros dos lobos, dos coiotes, das raposas e dos
cães domésticos.

Exercício 11
A que correspondem os gêneros em nossa analogia?
..................................................................................................................................

Os gêneros podem ter mais de uma espécie espécie. Dentro do gênero Canis,
a espécie familiares identifica o cachorro comum. Na nossa analogia, a espécie
corresponderia ao nome da pessoa a quem endereçamos a carta.
A U L A

36

Figura 13: categorias sistemáticas.

Usando esse sistema de classificação, sabemos que um ser vivo de deter-


minada ordem possui todas as características próprias da ordem, todas as
características da classe à qual pertence essa ordem, todas as características do
filo ao qual pertence essa classe e todas as características do reino ao qual
pertence esse filo.
Usando mais uma vez nossa analogia, é fácil reconhecer que quando
consideramos dois estados diferentes, estamos falando de coisas distantes;
entretanto, quando consideramos dois bairros da mesma cidade, estamos falan-
do de coisas mais próximas.
Da mesma forma, quando consideramos dois filos diferentes, estamos
falando de seres “distantes”, e considerando dois gêneros da mesma família,
estamos falando de seres mais “próximos”. Aqui “distante” significa o que tem
menos características em comum e “próximo” significa o que tem muitas
características em comum.

Exercícios Exercício 12
O quadro a seguir traz a classificação do homem, do cachorro e da minhoca.
Observe-o e responda: de quem o cachorro está mais “próximo”: do homem
ou da minhoca?
..................................................................................................................................

HOMEM CACHORRO MINHOCA

Reino metazoa (animal) metazoa (animal) metazoa (animal)


Filo cordados cordados anelídeos
Classe mamífero mamífero oligoquetos
Ordem primata carnívoro haplotaxidas
Família hominídeo canídeos glossoscolicídeos
Gênero Homo Canis Pontoscolex
Espécie Homo sapiens Canis familiaris Pontoscolex corethrurus
Você deve ter percebido que os nomes dos gêneros e das espécies não são A U L A
palavras da nossa língua, e estão escritas com um tipo de letra diferente. Para
entender a razão dessa diferença, leia o quadro seguinte:
36
Regras para utilizar os nomes

A nomenclatura utilizada na biologia segue algumas regras básicas para


nomear os seres vivos:
1. Uso do nome em latim. O latim é uma língua que não é falada por nenhum
povo; isso garante que as palavras dessa língua não sofram mudanças.
Desse modo, os nomes serão escritos sempre da mesma maneira.
2. Uso de dois nomes: o primeiro é chamado de gênero e o segundo, de
espécie.
3. O gênero deve ser escrito com letra inicial maiúscula.
4. A espécie deve ser escrita com letra inicial minúscula.
5. Tanto o gênero como a espécie devem ser grifados ou destacados de
alguma forma no texto (cor de texto diferente, negrito ou itálico).

A importância da classificação

Após as explicações sobre classificação, podemos concluir que ela se baseia nas
características do organismo e nos informa sobre os critérios dos agrupamentos.
Quando falamos a palavra mamífero, temos a idéia de que se trata de um
animal com pêlos, que possui glândulas mamárias etc., mesmo sem conhecer o
animal em questão.
Além de fornecer uma série de informações sobre os seres vivos, ela também
nos auxilia na sistematização de um conhecimento.
Convém notar que a classificação é uma ciência dinâmica. Algumas vezes,
a descoberta de um ser vivo que nunca fora visto antes pode causar grandes
discussões sobre onde agrupá-lo e qual o sistema de classificação a ser adotado.
Ou ainda, o organismo descoberto pode ter uma série de características que
os cientistas não conheciam, podendo criar sistemas de classificação e mudar os
já existentes.

· O que são critérios de classificação? Quadro-


.................................................................................................................................. síntese

· Escreva, ordenadamente, as categorias sistemáticas.


..................................................................................................................................

· Um organismo A pertence ao mesmo filo que um organismo B. Já o


organismo C pertence também à mesma ordem de B. O organismo B se
parece mais com A ou com C?
..................................................................................................................................
Exercícios
A U L A Exercício 13
A pulga é mais parecida com o carrapato ou com a vespa?

36 Você vai fazer um exercício semelhante ao que os pesquisadores realizam


quando querem classificar um organismo desconhecido. Para isso, utilizamos
o que é chamado de “chave de classificação”.
Você observa o organismo, verifica quais são as características dele e segue
o roteiro da “chave” até encontrar o grupo ao qual pertence o organismo
estudado.
Use a chave de classificação para encontrar os grupos a que pertencem os
quatro animais:

Figura 14

Considere um animal de cada vez. Para cada um deles verifique, em cada


item, se as características do animal correspondem ao que está descrito na
primeira ou na segunda linha.
Se ao final da linha escolhida você encontrar um nome, significa que o
animal considerado pertence a esse grupo. Se ao final da linha houver uma
instrução, siga-a indo ao item indicado e prossiga até encontrar o nome do grupo
ao qual pertence o animal.

1. Não tem esqueleto externo ................................................................... Vermes


Vermes.
Tem esqueleto externo ............................................................ Vá para o item 2.

2. Esqueleto externo na forma de concha ............................................ Moluscos


Moluscos.
Esqueleto externo não é em forma de concha .................... Vá para o item 3.

3. Tem dois pares de antenas .............................................................. Crustáceos


Crustáceos.
Tem um par de antenas ou não tem antenas ....................... Vá para o item 4

4. Tem três pares de patas .......................................................................... Insetos


Insetos.
Tem quatro pares de patas ............................................................. Aracnídeos
Aracnídeos.
AUU
A L AL A

37
37
O mar está morrendo!

O mar, além de ser fonte de recursos para a


humanidade, serve também como local de turismo. Esse ambiente abriga uma
grande quantidade de seres vivos, desde formas microscópicas até grandes
mamíferos como a baleia.
Os mares não estão livres da poluição; já há muito tempo que servem como
depósito de esgostos domésticos e detritos inorgânicos. É evidente que o volume
de água é considerável, e se pensarmos na quantidade detritos lançados, pode-
se esperar que as correntes e marés consigam misturar e diluir tais poluentes.
Então, quais são os perigos da poluição dos mares? Nós devemos nos
preocupar com o despejo de detritos no ambiente?
Nesta aula iremos discutir apenas os detritos inorgânicos que são jogados no
mar e seus efeitos no ambiente.

Um ambiente poluído

Vamos pensar na seguinte situação: uma indústria joga no mar dejetos que Poluentes:
saem de uma tubulação, como mostra a figura abaixo. substâncias
capazes de causar
poluição.
Poluição: é toda
alteração no
ambiente que
prejudica os seres
vivos. Quando a
concentração de
um poluente
ultrapassa os níveis
aceitáveis, o
ambiente torna-se
poluído.

Figura 1: indústria jogando dejetos no mar.


A U L A Suponha que o nível aceitável da substância jogada é de 100 gramas por
litro de água. Esse nível é definido como sendo a maior concentração que

37 um poluente pode alcançar em um ambiente sem causar problemas para os


seres vivos.

Exercícios Exercício 1
Colheram-se amostras da água em três pontos diferentes, como indica a
Figura anterior. Foram encontrados os seguintes valores para a concentra-
ção da substâncias:
AMOSTRA 1 AMOSTRA 2 AMOSTRA 3

150 gramas por litro 120 gramas por litro 80 gramas por litro

Compare os valores obtidos nas amostras com o valor do nível aceitável e


responda:
a) O que você concluiria no caso da amostra 1?
.............................................................................................................................
b) E no caso da amostra 2?
.............................................................................................................................
c) E no caso da amostra 3?
.............................................................................................................................

Um ambiente só é considerado poluído quando a concentração do poluente


passa dos níveis aceitáveis, causando prejuízo para os seres vivos. Na
amostra 3, o valor de 80 g/l é inferior ao valor do nível aceitável (100 g/l).
Nesse caso, não há prejuízo para os seres vivos, porém o ambiente está
contaminado.

Uma cadeia alimentar do ambiente marinho

No ambiente marinho, a base das cadeias alimentares é representada


pelas algas marinhas. As algas marinhas podem ser macroscópicas (podem
ser vistas a olho nu) ou microscópicas (só podem ser vistas com auxílio do
microscópio óptico). As algas microscópicas presentes na água do mar são
chamadas de fitoplâncton.
O fitoplâncton é o grande produtor de oxigênio da atmosfera. É comum
ouvirmos dizer que as florestas são as maiores produtoras de oxigênio no
planeta, porém as algas do fitoplâncton produzem uma quantidade muito maior
de oxigênio, que é liberado na atmosfera.
O fitoplâncton pode ser comido por pequenos herbívoros que flutuam nas
águas. Tais herbívoros são animais chamados de zooplâncton.
O zooplâncton, por sua vez, pode servir de alimento a outros organismos,
como os peixes. Já os peixes servem de alimento ao homem.

Exercícios Exercício 2
Esquematize uma cadeia alimentar com os seguintes organismos:
zooplâncton, fitoplâncton, homem e peixe.
..................................................................................................................................
A poluição dos mares por petróleo A U L A

A poluição por petróleo pode ser causada por vários motivos. O derrama-
mento de óleo é um dos motivos mais freqüentes. Isso se deve à ocorrência de 37
perfurações no casco dos navios petroleiros.
A lavagem dos tanques dos navios também libera uma grande quantidade
de petróleo no mar. Essa prática é ilegal, porém ocorre com muita freqüência. É
preciso acrescentar ainda despejo de outras origens, como o escape de óleo dos
poços de prospecção e acidentes com carga e descarga dos navios.

Você sabia?
Você sabia que em 23 de março de 1989 o petroleiro Exxon Valdez chocou-
se contra rochas e o casco do navio abriu-se, liberando 44 milhões de litros de
petróleo no litoral do Alasca, formando uma mancha de grande extensão?

Quando o petróleo cai na água do mar, forma-se uma película que dificulta
as trocas gasosas. Esta película impede que os gases produzidos na fotossíntese
e respiração (respectivamente gás carbônico e oxigênio) passem da água para a
atmosfera e que os gases atmosféricos se dissolvam na água. Devido à cor escura
do petróleo, muitas algas não conseguem realizar fotossíntese, pois não recebem
luz suficiente.

Exercício 3 Exercícios
Considerando a cadeia alimentar do exercício 2, que organismos não reali-
zarão fotossíntese, caso o petróleo esteja derramado no ambiente?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 4
O que aconteceria com os outros níveis tróficos?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O petróleo pode afetar os peixes, impregnando as brânquias e impedindo-


os de respirar. A carne dos peixes também pode ficar contaminada com o
petróleo, tornando-se imprópria para o consumo.
As aves marinhas também são afetadas pelo petróleo que se adere às suas
penas, dificultando o vôo. Na tentativa de se limpar, as aves ingerem o petróleo
e acabam morrendo intoxicadas.

Exercício 5 Exercícios
De que forma você acha que o homem pode ser prejudicado com o derrama-
mento de petróleo?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A U L A O que pode ser feito?

37 Sem dúvida nenhuma, o derramamento de petróleo traz uma série de


prejuízos para o meio, porém nem tudo está perdido. O ambiente pode se
recuperar, embora muito lentamente.
Durante a Guerra do Golfo, em 1991, cerca de 11 milhões de barris de
petróleo foram jogados ao mar. Calcula-se que serão necessários no mínimo
110 anos para recuperar por completo o ambiente.
A recuperação do ambiente pode acontecer das seguintes formas:
- uma parte dos constituintes do petróleo pode evaporar, diminuindo a
quantidade de materiais derramados. Apesar da evaporação, outros com-
postos do petróleo permanecem no ambiente;
- fungos e bactérias presentes no mar podem degradar uma parte do óleo;
- a utilização de detergentes fortes pode diminuir a mancha, porém eles não
devem ser usados em excesso, pois podem ser tóxicos aos organismos;
- o petróleo pode ser afundado usando-se pó de giz. Entretanto, se por um
lado a superfície fica limpa, o fundo do mar não;
- materiais como a palha e a turfa absorvem o petróleo, mas não podem ser
usados em mar agitado.

Os problemas causados pelo mercúrio

O mercúrio é uma substância química de alta densidade; por causa dessa


propriedade, ele é utilizado para o garimpo do ouro. O mercúrio liga-se ao ouro
formando uma amálgama que se torna fácil de distinguir no meio da lama.
O garimpeiro espreme a amálgama para retirar o excesso de mercúrio.
Por último, a liga é levada ao fogo e sobra o ouro purificado. O mercúrio utilizado
cai nas águas dos rios que, posteriormente, desembocam nos mares.
O mercúrio é uma substância que afeta vários níveis das cadeias alimentares.
Ele deposita-se nos tecidos adiposo (gordura) e nervoso.

Exercícios Exercício 6
Sabendo-se que o mercúrio dificulta o funcionamento das células nervosas,
chegando a matá-las, cite duas conseqüências dessa contaminação para o
homem.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Em geral, no ambiente marinho o mercúrio contamina os peixes das regiões


costeiras, assim como mexilhões, camarões e ostras.
O Mal de Minamata é uma doença causada pelo consumo de alimentos
contaminados por mercúrio. Os primeiros casos dessa doença ocorreram em
pessoas que viviam às margens de um rio em uma cidade do Japão, o qual
recebia despejo de mercúrio.
O mercúrio era absorvido pelos animais (peixes, camarões etc.) e logo
depositava-se nas células nervosas e adiposas. Ao comer a carne desses
animais, o mercúrio acumulado depositava-se nos mesmos tecidos dos seres
humanos, causando problemas de encefalite (inflamação do cérebro), cegueira
e retardo mental.
O que você pode fazer A U L A

A sua contribuição para a preservação do meio pode ser grande. Você pode
fazer a sua parte aprendendo e conhecendo mais sobre a vida marinha e 37
participando de debates e discussões sobre preservação do ambiente marinho.
Além disso, pode denunciar à polícia florestal qualquer tipo de despejo de
substâncias poluentes.

· O que é poluição? Quadro-


.................................................................................................................................. síntese
· O que é poluente?
..................................................................................................................................

· O que é ambiente poluído?


..................................................................................................................................

· O que é ambiente contaminado?


..................................................................................................................................

· Qual é o efeito do derramamento de petróleo nas cadeias alimentares?


..................................................................................................................................

· Cite uma forma de retirar o petróleo do mar.


..................................................................................................................................

· Cite os efeitos do mercúrio para o homem.


..................................................................................................................................

Exercício 7 Exercícios
Comente a frase abaixo na forma de uma pequena redação. A frase é de
Dennis Kelso, ministro do meio ambiente do Alasca, referente ao derrama-
mento de petróleo do navio Exxon Valdez.
“ O povo terá profunda lembrança disso, por um longo tempo. Todas as vezes
que as pessoas forem a uma pescaria, elas se lembrarão do derramamento e
ficarão zangadas."
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A UA UL L AA

38
38
Por que o sol queima
a nossa pele?

F
érias, verão e muito sol... Vamos à praia! Não
importa se vai haver congestionamento nas estradas, muita gente na areia, nem
mesmo se está faltando água no litoral. Quem está em férias quer mais é
aproveitar o verão e voltar para casa com um belo bronzeado.
Antes de ir para a praia, não se esqueça do guarda-sol, do boné, dos
brinquedos das crianças, da garrafa d’água, e muito cuidado com o sol. Epa...
Muito cuidado com o sol...? Mas não é o sol que vai me fazer ficar moreno...?
Como é que o sol faz a nossa pele escurecer?
Nesta aula vamos discutir um pouco os efeitos do sol na pele e, para isso,
precisamos conhecer como é a estrutura desse órgão.

A estrutura da pele humana

A pele é um dos maiores órgãos do corpo humano, atingindo cerca de 16%


do nosso peso corporal. Por exemplo, uma pessoa de 70 kg possui 11 kg de pele.
Ela é constituída por duas camadas: a epiderme e a derme
derme.
A epiderme (epi = sobre) é a camada mais externa e mais fina, e a derme é mais
interna e mais espessa.

pele = epiderme + derme

A epiderme não possui uma espessura uniforme por todo o corpo, podendo
variar de 0,2 mm a 4 mm.
A pele, particularmente a epiderme, é mais grossa onde o atrito é maior.
A pele da palma da mão é mais grossa que a do braço, já que está mais sujeita
ao atrito com os objetos que manuseamos diariamente.

Exercícios Exercício 1
Coloque em ordem crescente de espessura (da mais fina para a mais grossa)
a pele das seguintes regiões do corpo humano: planta do pé, pálpebra e coxa.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Estão também presentes na pele estruturas anexas como unhas unhas, pêlos
pêlos, A U L A
glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas
sebáceas.
Os vasos sangüíneos e os terminais nervosos localizam-se na derme e sua
concentração varia conforme o local do corpo. A Figura 1 é um esquema de pele 38
humana, evidenciando algumas das estruturas mencionadas.

Figura 1: corte da pele humana.

Você sabia?

Que a epiderme que recobre os lábios é relativamente transparente? E que


a cor vermelha dos lábios se deve ao sangue das dobras da derme, as papilas,
que são ricamente vascularizadas?

As camadas da epiderme

A epiderme é formada por três camadas básicas: a mais externa, composta


camada córnea
por células mortas queratinizadas (camada córnea); uma intermediária, for-
mada por células vivas denominada camada espinhosa
espinhosa; e uma outra que a
separa da derme, composta por células geradoras das camadas superiores,
a germinativa (Figura 2).
A camada germinativa é formada por uma linha de células com intensa
atividade mitótica, ou seja, em constante divisão celular.
Sua função é formar as camadas mais externas da epiderme. A camada
germinativa possui também melanócitos
melanócitos, células com prolongamentos
celulares.
A camada germinativa tem uma atividade mitótica tão intensa que toda a
epiderme se renova a cada trinta dias, compensando a descamação constante da
camada córnea.
A camada espinhosa produz substâncias impermeáveis, que dificultam
a passagem de compostos presentes no interior do nosso corpo, sobretudo a água,
para o exterior. Da mesma forma, ela impede a entrada de muitos compostos
no nosso corpo (Figura 2).
A U L A

38

Figura 2: as camadas da epiderme humana

Exercícios Considere as informações abaixo para responder às questões 2 a 4.


Suponha que três pessoas sofreram queimaduras, e o médico constata que:
· a pessoa A perdeu apenas a camada córnea da pele;
· a pessoa B perdeu a camada córnea e a espinhosa da pele;
· a pessoa C perdeu toda a epiderme (camadas córnea, espinhosa e germinativa).

Exercício 2
Quais das três pessoas terão recuperação total da epiderme? Por quê?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 3
Quais das três pessoas terão perda de líquidos internos pelo ferimento?
Por quê?
..................................................................................................................................
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Exercício 4
Qual das pessoas acidentadas está mais exposta a uma infecção e à desidratação
devido ao ferimento?
..................................................................................................................................

As estruturas anexas da pele e suas funções

As funções exercidas pela pele que recobre todo o nosso corpo são várias,
e delas participam as estruturas anexas como glândulas sudoríparas, glândulas
sebáceas e pêlos. Entre as funções da pele vamos destacar:
a) a proteção contra a perda de fluidos corpóreos, principalmente a água;
b) a proteção contra o atrito;
c) a colaboração com o sistema de controle de temperatura do nosso corpo;
d) a proteção contra os efeitos nocivos da radiação ultravioleta (UV)
proveniente do sol;
e) a produção de vitamina D.
Já comentamos anteriormente a proteção contra a entrada ou saída de A U L A
substâncias e contra o atrito.
O controle da temperatura interna do nosso corpo se deve, também, à
atividade das glândulas sudoríparas (Figura 1). 38
Quando estamos em ambientes muito quentes ou realizamos exercícios
físicos, eliminamos uma maior quantidade de suor. Ao atingir a superfície da pele
o suor se evapora, fazendo abaixar a temperatura corporal. Portanto, o suor
funciona como um sistema de refrigeração do nosso corpo, além de eliminar
pequena quantidade de excretas (reveja a Aula 2).
Há grande quantidade de glândulas sudoríparas nas axilas, na planta dos
pés, na palma das mãos e na testa. Nas demais regiões do corpo a distribuição é
uniforme.

Você sabia?

Que o suor é uma secreção ligeiramente viscosa e sem cheiro, mas adquire um
odor desagradável e característico pela ação das bactérias que se alojam na pele?

Exercício 5 Exercícios
Uma pessoa precisa beber maior quantidade de água quando:
a) sua muito.
b) sua pouco.

As glândulas sebáceas estão, normalmente, relacionadas aos pêlos (Figura 1).


Sua secreção, uma mistura gordurosa, tem como função proteger a epiderme
contra o atrito e contra a excessiva descamação da camada córnea e lubrificar os
pêlos, evitando que eles se quebrem com facilidade.
A palma das mãos e a planta dos pés são os únicos locais do nosso corpo onde
não há glândulas sebáceas.
A atividade das glândulas sebáceas da nossa pele, assim como a distri-
buição de pêlos, é nitidamente influenciada pelos hormônios sexuais (reveja
as Aulas 6 e 7).
Os pêlos são estruturas que crescem descontinuamente, intercalando perío-
dos de crescimento com períodos de repouso (época em que o pêlo não cresce).
Por exemplo, no couro cabeludo humano, a fase de crescimento de cada fio
é longa (de 2 a 5 anos), enquanto a fase de repouso é curta (três meses aproxi-
madamente).
Ao final do período de repouso, o fio de cabelo cai e, depois de algum tempo,
uma nova estrutura geradora de um fio de cabelo (pêlo) se formará na derme
do couro cabeludo. A pigmentação dos pêlos é semelhante ao processo de
coloração da pele, que veremos a seguir.

A coloração da pele e o efeito do sol

A cor da pele das pessoas resulta de vários fatores, entre eles os de maior
importância são: a quantidade de melanina presente na epiderme (que é definida
geneticamente) e a quantidade de sangue que corre nos capilares da derme.
A U L A A melanina é um pigmento de cor marrom-escura, produzido por uma célula
especial chamada melanócito, que se encontra na camada germinativa da

38 epiderme.
Note na Figura 3 que os melanócitos possuem prolongamentos que atingem
as células da camada espinhosa.

Figura 3: esquema de um melanócito.

Os melanócitos têm como função produzir os grãos de melanina. Estes grãos


migram das ramificações dos melanócitos para o interior das células vivas da
epiderme (camadas espinhosa e germinativa - veja a Figura 3).
Uma vez dentro das células das camadas espinhosa e germinativa, os grãos
de melanina se localizam em uma posição muito especial do citoplasma, isto é
sobre o núcleo da célula.
Este fato é de grande importância porque a melanina tem a capacidade de
absorver os raios UV provenientes do sol, protegendo os núcleos das células das
camadas germinativa e espinhosa da epiderme.
Os núcleos possuem a carga genética da célula, que é sensível ao efeito de
raios ultravioleta (UV) provenientes do sol.
Os raios UV podem provocar modificações no material genético que compõe
os cromossomos. Uma alteração no cromossomo pode provocar desde a morte da
Câncer: doença célula até a alteração de sua funções, gerando um câncer .
provocada pelo
aumento acelerado
do número de
células que não Existem dois tipos de cânceres de pele: o carcinoma, que atinge as células
cumprem mais as da camada germinativa ou da camada espinhosa, e o melanoma, que
suas funções
afeta o melanócito. O melanoma é menos comum, porém é mais perigoso,
normais em algum
porque pode se espalhar para outros órgãos.
órgão do corpo.

Quanto maior for a quantidade de melanina da epiderme da pessoa, mais


escura será sua pele. As pessoas negras nascem com a capacidade de gerar grande
quantidade de melanina, independentemente de tomar sol ou não.
Você sabia? A U L A

Que há uma doença genética, chamada albinismo, na qual a pessoa nasce


sem a capacidade de produzir melanina? E que os albinos, devido à falta de 38
melanina, possuem todos os pêlos do corpo amarelados e têm os olhos
avermelhados, pois não há melanina na retina?

Quando uma pessoa de pele clara toma sol, sua epiderme reage aos efeitos
da radiação UV. Em um primeiro momento a pele fica avermelhada, sensível,
e pode chegar a formar bolhas (é a queimadura do primeiro dia de praia,
quando a pessoa se expõe exageradamente ao sol).
Por que é tão comum ocorrer a vermelhidão da pele no primeiro dia que
estamos na praia?
A queimadura das áreas superexpostas ao sol ocorre porque há um aumen-
to da temperatura da pele provocada pela radiação solar (principalmente UV).
A radiação também provoca a danificação e morte de células epidérmicas.
Para reduzir a temperatura há o aumento da liberação de suor. As células
mortas liberam toxinas, que causam uma inflamação, e para eliminá-las ocorre
uma dilatação dos vasos sangüíneos da derme.
A dilatação dos vasos sangüíneos superficiais faz parte do processo de
defesa do organismo, desencadeado contra as toxinas liberadas na pele.
Como conseqüência de todo esse mecanismo temos a vermelhidão, o calor, a dor
e o inchaço da pele dos locais atingidos.
Se você já sofreu uma queimadura solar, deve lembrar que é sempre a parte
do nosso corpo exposta ao sol que apresenta vermelhidão, dor, inchaço e
desconforto ao mais leve toque.
Para se proteger do incoveniente de uma queimadura solar, os banhistas
(ou outros trabalhadores que precisam se expor ao sol) devem procurar se
proteger com roupas ou filtros solares. Desta forma estarão impedindo que as
camadas mais profundas da pele recebam uma dose elevada de UV.

Você sabia?

Que nos protetores solares industrializados existem substâncias que absor-


vem a radiação UV? E que os filtros solares possuem uma numeração proporcional
ao tempo de proteção que oferecem? Assim, produtos com Fator de Proteção
Solar (FPS) 8 protegem o dobro do tempo dos produtos de FPS 4.

Exercício 6 Exercícios
As pessoas mais vulneráveis ao câncer de pele são as de pele clara. Para cada
pessoa negra com melanoma há quinze pessoas de pele clara. Cite uma razão
que justifique o fato apresentado no enunciado.
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A U L A À medida que os raios UV penetram na pele das pessoas, dois processos
naturais ocorrem:

38 a) Maior quantidade de grãos de melanina migram para as células


epidérmicas e há um aumento da produção de compostos precursores do
processo de formação de melanina.
As pessoas de pele clara ficam bronzeadas porque ocorre um aumento
geral da produção de melanina, uma vez que há aumento da quantidade
de matéria-prima necessária à sua formação.
Quando o estímulo para a produção de melanina é retirado (diminuição
do tempo de exposição aos raios UV), a produção deste composto volta ao
normal e a pele perde o bronzeado.

b) Os raios UV são, também, necessários para a produção de vitamina D,


uma vez que são esses raios que transformam um derivado do colesterol
(desidrocolesterol) em vitamina D (colecalciferol).
A vitamina D desempenha um papel importante tanto na absorção de
cálcio no intestino delgado como na deposição desse mineral nos ossos. A
deficiência de vitamina D pode provocar o raquitismo (Aula 5).

Exercícios Exercício 7
Que pessoas estão mais sujeitas a fraturas ósseas? Pessoas com alimentação:
a) pobre em cálcio e que raramente tomam sol;
b) rica em cálcio e que tomam sol diariamente;
c) rica em cálcio e bem variada, e que tomam sol duas vezes por semana.

Exercício 8
Justifique a sua escolha da questão anterior.
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..................................................................................................................................

Exercício 9
Quem tem maior chance de ter problemas de produção insuficiente de
vitamina D? Considere que todas tenham o mesmo tipo de alimentação.
a) pessoas negras que vivem em regiões tropicais;
b) pessoas brancas que vivem em regiões tropicais;
c) pessoas negras que vivem em regiões temperadas;
d) pessoas brancas que vivem em regiões temperadas.

As regiões temperadas têm, durante o inverno, longos períodos com pequena


ensolação. Então, as pessoas com muita melanina, que filtra a radiação UV que
a pele recebe, estão mais sujeitas a problemas devido à produção insuficiente de
vitamina D.
Da próxima vez que for à praia, lembre-se de se proteger do excesso de sol,
que em pequena quantidade é um ótimo remédio, mas em grandes quantidades
pode envelhecer precocemente sua pele (ela se torna ressecada e enrugada),
provocar o aparecimento de sardas (placas de melanina na epiderme) e até
distúrbios graves como o câncer.
a) Complete o desenho da Figura 4 indicando as camadas celulares que com- Quadro-
A U L A
põem a epiderme. síntese
38

Figura 4: camadas da epiderme.

b) Complete a Figura 5 identificando as estruturas anexas da pele (glândulas


sebáceas, glândulas sudoríparas e pêlos).

Figura 5: estruturas anexas da pele.

c) Cite quatro funções exercidas pela pele, especificando as células ou estru-


turas anexas envolvidas nesses processos.
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A UA UL L AA

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38
Por que o sol queima
a nossa pele?

F
érias, verão e muito sol... Vamos à praia! Não
importa se vai haver congestionamento nas estradas, muita gente na areia, nem
mesmo se está faltando água no litoral. Quem está em férias quer mais é
aproveitar o verão e voltar para casa com um belo bronzeado.
Antes de ir para a praia, não se esqueça do guarda-sol, do boné, dos
brinquedos das crianças, da garrafa d’água, e muito cuidado com o sol. Epa...
Muito cuidado com o sol...? Mas não é o sol que vai me fazer ficar moreno...?
Como é que o sol faz a nossa pele escurecer?
Nesta aula vamos discutir um pouco os efeitos do sol na pele e, para isso,
precisamos conhecer como é a estrutura desse órgão.

A estrutura da pele humana

A pele é um dos maiores órgãos do corpo humano, atingindo cerca de 16%


do nosso peso corporal. Por exemplo, uma pessoa de 70 kg possui 11 kg de pele.
Ela é constituída por duas camadas: a epiderme e a derme
derme.
A epiderme (epi = sobre) é a camada mais externa e mais fina, e a derme é mais
interna e mais espessa.

pele = epiderme + derme

A epiderme não possui uma espessura uniforme por todo o corpo, podendo
variar de 0,2 mm a 4 mm.
A pele, particularmente a epiderme, é mais grossa onde o atrito é maior.
A pele da palma da mão é mais grossa que a do braço, já que está mais sujeita
ao atrito com os objetos que manuseamos diariamente.

Exercícios Exercício 1
Coloque em ordem crescente de espessura (da mais fina para a mais grossa)
a pele das seguintes regiões do corpo humano: planta do pé, pálpebra e coxa.
..................................................................................................................................
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Estão também presentes na pele estruturas anexas como unhas unhas, pêlos
pêlos, A U L A
glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas
sebáceas.
Os vasos sangüíneos e os terminais nervosos localizam-se na derme e sua
concentração varia conforme o local do corpo. A Figura 1 é um esquema de pele 38
humana, evidenciando algumas das estruturas mencionadas.

Figura 1: corte da pele humana.

Você sabia?

Que a epiderme que recobre os lábios é relativamente transparente? E que


a cor vermelha dos lábios se deve ao sangue das dobras da derme, as papilas,
que são ricamente vascularizadas?

As camadas da epiderme

A epiderme é formada por três camadas básicas: a mais externa, composta


camada córnea
por células mortas queratinizadas (camada córnea); uma intermediária, for-
mada por células vivas denominada camada espinhosa
espinhosa; e uma outra que a
separa da derme, composta por células geradoras das camadas superiores,
a germinativa (Figura 2).
A camada germinativa é formada por uma linha de células com intensa
atividade mitótica, ou seja, em constante divisão celular.
Sua função é formar as camadas mais externas da epiderme. A camada
germinativa possui também melanócitos
melanócitos, células com prolongamentos
celulares.
A camada germinativa tem uma atividade mitótica tão intensa que toda a
epiderme se renova a cada trinta dias, compensando a descamação constante da
camada córnea.
A camada espinhosa produz substâncias impermeáveis, que dificultam
a passagem de compostos presentes no interior do nosso corpo, sobretudo a água,
para o exterior. Da mesma forma, ela impede a entrada de muitos compostos
no nosso corpo (Figura 2).
A U L A

38

Figura 2: as camadas da epiderme humana

Exercícios Considere as informações abaixo para responder às questões 2 a 4.


Suponha que três pessoas sofreram queimaduras, e o médico constata que:
· a pessoa A perdeu apenas a camada córnea da pele;
· a pessoa B perdeu a camada córnea e a espinhosa da pele;
· a pessoa C perdeu toda a epiderme (camadas córnea, espinhosa e germinativa).

Exercício 2
Quais das três pessoas terão recuperação total da epiderme? Por quê?
..................................................................................................................................
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Exercício 3
Quais das três pessoas terão perda de líquidos internos pelo ferimento?
Por quê?
..................................................................................................................................
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Exercício 4
Qual das pessoas acidentadas está mais exposta a uma infecção e à desidratação
devido ao ferimento?
..................................................................................................................................

As estruturas anexas da pele e suas funções

As funções exercidas pela pele que recobre todo o nosso corpo são várias,
e delas participam as estruturas anexas como glândulas sudoríparas, glândulas
sebáceas e pêlos. Entre as funções da pele vamos destacar:
a) a proteção contra a perda de fluidos corpóreos, principalmente a água;
b) a proteção contra o atrito;
c) a colaboração com o sistema de controle de temperatura do nosso corpo;
d) a proteção contra os efeitos nocivos da radiação ultravioleta (UV)
proveniente do sol;
e) a produção de vitamina D.
Já comentamos anteriormente a proteção contra a entrada ou saída de A U L A
substâncias e contra o atrito.
O controle da temperatura interna do nosso corpo se deve, também, à
atividade das glândulas sudoríparas (Figura 1). 38
Quando estamos em ambientes muito quentes ou realizamos exercícios
físicos, eliminamos uma maior quantidade de suor. Ao atingir a superfície da pele
o suor se evapora, fazendo abaixar a temperatura corporal. Portanto, o suor
funciona como um sistema de refrigeração do nosso corpo, além de eliminar
pequena quantidade de excretas (reveja a Aula 2).
Há grande quantidade de glândulas sudoríparas nas axilas, na planta dos
pés, na palma das mãos e na testa. Nas demais regiões do corpo a distribuição é
uniforme.

Você sabia?

Que o suor é uma secreção ligeiramente viscosa e sem cheiro, mas adquire um
odor desagradável e característico pela ação das bactérias que se alojam na pele?

Exercício 5 Exercícios
Uma pessoa precisa beber maior quantidade de água quando:
a) sua muito.
b) sua pouco.

As glândulas sebáceas estão, normalmente, relacionadas aos pêlos (Figura 1).


Sua secreção, uma mistura gordurosa, tem como função proteger a epiderme
contra o atrito e contra a excessiva descamação da camada córnea e lubrificar os
pêlos, evitando que eles se quebrem com facilidade.
A palma das mãos e a planta dos pés são os únicos locais do nosso corpo onde
não há glândulas sebáceas.
A atividade das glândulas sebáceas da nossa pele, assim como a distri-
buição de pêlos, é nitidamente influenciada pelos hormônios sexuais (reveja
as Aulas 6 e 7).
Os pêlos são estruturas que crescem descontinuamente, intercalando perío-
dos de crescimento com períodos de repouso (época em que o pêlo não cresce).
Por exemplo, no couro cabeludo humano, a fase de crescimento de cada fio
é longa (de 2 a 5 anos), enquanto a fase de repouso é curta (três meses aproxi-
madamente).
Ao final do período de repouso, o fio de cabelo cai e, depois de algum tempo,
uma nova estrutura geradora de um fio de cabelo (pêlo) se formará na derme
do couro cabeludo. A pigmentação dos pêlos é semelhante ao processo de
coloração da pele, que veremos a seguir.

A coloração da pele e o efeito do sol

A cor da pele das pessoas resulta de vários fatores, entre eles os de maior
importância são: a quantidade de melanina presente na epiderme (que é definida
geneticamente) e a quantidade de sangue que corre nos capilares da derme.
A U L A A melanina é um pigmento de cor marrom-escura, produzido por uma célula
especial chamada melanócito, que se encontra na camada germinativa da

38 epiderme.
Note na Figura 3 que os melanócitos possuem prolongamentos que atingem
as células da camada espinhosa.

Figura 3: esquema de um melanócito.

Os melanócitos têm como função produzir os grãos de melanina. Estes grãos


migram das ramificações dos melanócitos para o interior das células vivas da
epiderme (camadas espinhosa e germinativa - veja a Figura 3).
Uma vez dentro das células das camadas espinhosa e germinativa, os grãos
de melanina se localizam em uma posição muito especial do citoplasma, isto é
sobre o núcleo da célula.
Este fato é de grande importância porque a melanina tem a capacidade de
absorver os raios UV provenientes do sol, protegendo os núcleos das células das
camadas germinativa e espinhosa da epiderme.
Os núcleos possuem a carga genética da célula, que é sensível ao efeito de
raios ultravioleta (UV) provenientes do sol.
Os raios UV podem provocar modificações no material genético que compõe
os cromossomos. Uma alteração no cromossomo pode provocar desde a morte da
Câncer: doença célula até a alteração de sua funções, gerando um câncer .
provocada pelo
aumento acelerado
do número de
células que não Existem dois tipos de cânceres de pele: o carcinoma, que atinge as células
cumprem mais as da camada germinativa ou da camada espinhosa, e o melanoma, que
suas funções
afeta o melanócito. O melanoma é menos comum, porém é mais perigoso,
normais em algum
porque pode se espalhar para outros órgãos.
órgão do corpo.

Quanto maior for a quantidade de melanina da epiderme da pessoa, mais


escura será sua pele. As pessoas negras nascem com a capacidade de gerar grande
quantidade de melanina, independentemente de tomar sol ou não.
Você sabia? A U L A

Que há uma doença genética, chamada albinismo, na qual a pessoa nasce


sem a capacidade de produzir melanina? E que os albinos, devido à falta de 38
melanina, possuem todos os pêlos do corpo amarelados e têm os olhos
avermelhados, pois não há melanina na retina?

Quando uma pessoa de pele clara toma sol, sua epiderme reage aos efeitos
da radiação UV. Em um primeiro momento a pele fica avermelhada, sensível,
e pode chegar a formar bolhas (é a queimadura do primeiro dia de praia,
quando a pessoa se expõe exageradamente ao sol).
Por que é tão comum ocorrer a vermelhidão da pele no primeiro dia que
estamos na praia?
A queimadura das áreas superexpostas ao sol ocorre porque há um aumen-
to da temperatura da pele provocada pela radiação solar (principalmente UV).
A radiação também provoca a danificação e morte de células epidérmicas.
Para reduzir a temperatura há o aumento da liberação de suor. As células
mortas liberam toxinas, que causam uma inflamação, e para eliminá-las ocorre
uma dilatação dos vasos sangüíneos da derme.
A dilatação dos vasos sangüíneos superficiais faz parte do processo de
defesa do organismo, desencadeado contra as toxinas liberadas na pele.
Como conseqüência de todo esse mecanismo temos a vermelhidão, o calor, a dor
e o inchaço da pele dos locais atingidos.
Se você já sofreu uma queimadura solar, deve lembrar que é sempre a parte
do nosso corpo exposta ao sol que apresenta vermelhidão, dor, inchaço e
desconforto ao mais leve toque.
Para se proteger do incoveniente de uma queimadura solar, os banhistas
(ou outros trabalhadores que precisam se expor ao sol) devem procurar se
proteger com roupas ou filtros solares. Desta forma estarão impedindo que as
camadas mais profundas da pele recebam uma dose elevada de UV.

Você sabia?

Que nos protetores solares industrializados existem substâncias que absor-


vem a radiação UV? E que os filtros solares possuem uma numeração proporcional
ao tempo de proteção que oferecem? Assim, produtos com Fator de Proteção
Solar (FPS) 8 protegem o dobro do tempo dos produtos de FPS 4.

Exercício 6 Exercícios
As pessoas mais vulneráveis ao câncer de pele são as de pele clara. Para cada
pessoa negra com melanoma há quinze pessoas de pele clara. Cite uma razão
que justifique o fato apresentado no enunciado.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A U L A À medida que os raios UV penetram na pele das pessoas, dois processos
naturais ocorrem:

38 a) Maior quantidade de grãos de melanina migram para as células


epidérmicas e há um aumento da produção de compostos precursores do
processo de formação de melanina.
As pessoas de pele clara ficam bronzeadas porque ocorre um aumento
geral da produção de melanina, uma vez que há aumento da quantidade
de matéria-prima necessária à sua formação.
Quando o estímulo para a produção de melanina é retirado (diminuição
do tempo de exposição aos raios UV), a produção deste composto volta ao
normal e a pele perde o bronzeado.

b) Os raios UV são, também, necessários para a produção de vitamina D,


uma vez que são esses raios que transformam um derivado do colesterol
(desidrocolesterol) em vitamina D (colecalciferol).
A vitamina D desempenha um papel importante tanto na absorção de
cálcio no intestino delgado como na deposição desse mineral nos ossos. A
deficiência de vitamina D pode provocar o raquitismo (Aula 5).

Exercícios Exercício 7
Que pessoas estão mais sujeitas a fraturas ósseas? Pessoas com alimentação:
a) pobre em cálcio e que raramente tomam sol;
b) rica em cálcio e que tomam sol diariamente;
c) rica em cálcio e bem variada, e que tomam sol duas vezes por semana.

Exercício 8
Justifique a sua escolha da questão anterior.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 9
Quem tem maior chance de ter problemas de produção insuficiente de
vitamina D? Considere que todas tenham o mesmo tipo de alimentação.
a) pessoas negras que vivem em regiões tropicais;
b) pessoas brancas que vivem em regiões tropicais;
c) pessoas negras que vivem em regiões temperadas;
d) pessoas brancas que vivem em regiões temperadas.

As regiões temperadas têm, durante o inverno, longos períodos com pequena


ensolação. Então, as pessoas com muita melanina, que filtra a radiação UV que
a pele recebe, estão mais sujeitas a problemas devido à produção insuficiente de
vitamina D.
Da próxima vez que for à praia, lembre-se de se proteger do excesso de sol,
que em pequena quantidade é um ótimo remédio, mas em grandes quantidades
pode envelhecer precocemente sua pele (ela se torna ressecada e enrugada),
provocar o aparecimento de sardas (placas de melanina na epiderme) e até
distúrbios graves como o câncer.
a) Complete o desenho da Figura 4 indicando as camadas celulares que com- Quadro-
A U L A
põem a epiderme. síntese
38

Figura 4: camadas da epiderme.

b) Complete a Figura 5 identificando as estruturas anexas da pele (glândulas


sebáceas, glândulas sudoríparas e pêlos).

Figura 5: estruturas anexas da pele.

c) Cite quatro funções exercidas pela pele, especificando as células ou estru-


turas anexas envolvidas nesses processos.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A UA UL L AA

39
39
Por que ferver
a água antes de beber?

“T odo ano seu Antônio viaja para o litoral


com a família e enfrenta sempre os mesmos problemas: congestionamento na
estrada, praias lotadas e sujas que, segundo os jornais, estão impróprias para
banho.
Mas as pessoas não querem nem saber, principalmente as crianças, que ficam
na água o tempo todo e muitas vezes até engolem um pouco de água do mar.
Chegando em casa, mais uma decepção na hora do banho: falta água. E quando
tem água, não sabemos se ela é tratada ou não, ou seja, se podemos bebê-la.
Com tudo isso, depois de alguns dias, as crianças estão com disenteria.”

Todos esses inconvenientes aparecem porque as cidades litorâneas não têm


infra-estrutura para receber o grande número de turistas que passam as férias
nessas cidades:
· muitas vezes não há rede de esgoto (a maioria das casas possuem fossas);
· há esgotos clandestinos e fossas mal construídas que acabam poluindo
rios e praias;
· a água não é tratada ou, quando é, não é suficiente para o grande consumo
das férias.

Mas por que todos esses problemas acabam também ocasionando doenças,
como a disenteria? Que medidas podemos tomar para evitá-las?

Contaminação da água

A transmissão de doenças através da água contaminada é bastante comum


em locais onde o saneamento básico é inadequado.
A leptospirose e a esquistossomose podem ser adquiridas pelo contato da
pele com a água contaminada. Outras doenças,, como a disenteria e a cólera,
podem ser adquiridas pela ingestão de água contaminada e alimentos mal
lavados e contaminados.
As doenças transmissíveis são causadas por organismos parasitas do homem
que podem contaminar a água.
Os organismos parasitas que vamos estudar nesta aula vivem, na maioria das A U L A
vezes, alojados no nosso aparelho digestivo, principalmente no intestino. Seus
ovos ou alguns desses organismos são eliminados junto com as fezes. Se estas
fezes contaminadas entrarem em contato com a água utilizada para o consumo, 39
podemos nos contaminar.
Do mesmo modo, o solo onde são plantadas hortaliças pode sofrer
contaminação.
Para saber se rios, represas e praias estão contaminados, os órgãos públicos
que controlam a qualidade da água medem a quantidade de um grupo de
microrganismos denominado coliformes fecais fecais.
Esses microrganismos não causam doenças, mas estão presente nos intesti-
nos de todas as pessoas e são eliminados pelas fezes. A presença dos coliformes
fecais na água indica o despejo de esgoto.
A água para consumo não deve conter coliformes fecais. Já para o banho,
pode conter no máximo uma pequena concentração desses microrganismos.

O que devemos fazer para evitar a contaminação por microrganismos


presentes na água?
Ferver a água antes de beber é uma maneira eficiente de matar os microrga-
nismos. Nenhum organismo vivo resiste a uma temperatura tão elevada, pois
todas as suas proteínas perdem suas funções nessas condições.
Adicionar cloro na água (encontrado na forma de hipoclorito ou água
sanitária) também é um recurso eficiente para matar esses organismos.
Os filtros que funcionam com carvão ativado conseguem reter algumas
moléculas grandes como as de proteínas, o que melhora a qualidade da água.
Mas os filtros não substituem o tratamento com cloro ou a fervura.

Doenças adquiridas pela água contaminada

Doenças causadas por água contaminada podem ser adquiridas se ingerir-


mos essa água ou se deixarmos que ela entre em contato com nossa pele. Nesta
aula vamos tratar das doenças causadas pela ingestão de água contaminada.
Há espécies de microrganismos que não nos afetam, mas existem outros, os
chamados patogênicos
patogênicos, que causam problemas de saúde.
Um dos problemas mais comuns é a disenteria
disenteria. Disenteria é um nome
genérico usado para designar inflamações do intestino que provocam constantes
evacuações, ou seja, causam diarréia.
A disenteria pode ser causada por diferentes espécies de microrganismos.
Mas, qualquer que seja o agente causador da inflamação do intestino, o nome da
doença é sempre disenteria.
Em conseqüência do processo inflamatório, boa parte da água que seria
reabsorvida no intestino grosso para formar as fezes na consistência normal,
deixa de ser reabsorvida. Assim, as fezes eliminadas são mais líquidas. Com isso
o organismo perde muita água e sais; se a diarréia é duradoura, ou muito intensa,
pode levar à desidratação do organismo.
A diarréia é um sintoma muito comum. Quem já não passou por isso?
Em boa parte das vezes nosso próprio organismo consegue nos defender sem
maiores conseqüências.
A U L A Mas não devemos enxergar a diarréia como um problema de menor impor-
tância. Quando esse sintoma persiste por mais tempo, e principalmente quando

39 afeta crianças, precisamos prevenir a desidratação.


Beber bastante líquido é muito importante, e em casos mais intensos,
recomenda-se a ingestão de soro caseiro. Caso a diarréia continue, convém
procurar o serviço médico, pois pode ser necessária a administração de soro por
via venosa para evitar a desidratação. Não podemos esquecer que a desidrata-
ção pode matar!

Soro caseiro
caseiro: em um copo de água fervida ou clorada e filtrada, acrescente
uma pitada de sal e uma colher rasa de açúcar.

A cólera é uma doença que tem afetado muitas pessoas em todas as regiões
do país. Apresenta um quadro grave que inclui febre, forte disenteria e
distúrbios em outros órgãos. As fezes perdem a cor característica e a diarréia
intensa é uma grande ameaça de desidratação.
Muitas pessoas têm morrido de cólera nos últimos anos. O microrganismo
causador da cólera também é adquirido quando se ingere água ou alimentos
contaminados.

Exercícios Exercício 1
Quando se percebem os sintomas de cólera, o que se deve fazer para evitar
a desidratação até receber atendimento médico?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Outra doença que podemos contrair ao beber água contaminada é a


verminose chamada ascaridíase
ascaridíase. Como o próprio nome diz, verminose é uma
doença causada por verme.
Neste caso, o verme responsável pela doença é o Ascaris lumbricoides .
Seu nome mais popular é lombriga. Essa doença é transmitida pela ingestão de
água ou alimentos contaminados pelos ovos desse animal.
É muito comum em crianças porque, brincando com terra, que também
pode conter ovos do verme, acabam ingerindo porções que podem contaminá-
las. A falta de higiene e maus hábitos, como não lavar as mãos depois de ir ao
banheiro, podem levar à auto-infestação via ânus-boca.
Depois de ingeridos, os ovos se transformam em larvas. Na forma de larva
perfuram a parede intestinal e atingem a corrente sangüínea. Pelo sangue
alcançam o fígado, o coração e chegam aos pulmões.
Nos pulmões as larvas perfuram os alvéolos e vão para a traquéia, provo-
cando tosse. Quando a pessoa tosse, lança as larvas para a cavidade bucal e
assim as engole. Dessa forma chegam novamente ao intestino. Quando adultas,
permanecem no intestino de seu hospedeiro. É no intestino que se reproduzem
e produzem seus ovos. Os ovos são eliminados para o ambiente juntamente
com as fezes da pessoa infectada (Figura 1).
Exercício 2 Exercícios
A U L A
De acordo com o texto acima, ligue com setas as fases do ciclo de vida da
lombriga.
39

Figura 1

Quando estão em grande número, podem causar obstrução do intestino. Se


a quantidade de ovos ingeridos for grande, muitas larvas migrarão para os
pulmões e, então, poderão causar lesões nesses órgãos.

Exercício 3
De que maneira a água de um rio pode ficar contaminada com ovos de
áscaris?
..................................................................................................................................

Você sabia?
Os ovos de áscaris que chegam ao solo podem permanecer vivos por um
período superior a dois anos!

Como prevenir doenças causadas pela ingestão de água contaminada?


Vamos ver as medidas preventivas, ou, se você preferir, as medidas de profilaxia
para evitar casos de disenteria causada por microrganismos e outros parasitas
presentes na água.
· Saneamento básico
básico. Em locais onde há saneamento básico, o esgoto produ-
zido pela população é recolhido e fica afastado da água que será usada para
o consumo. Além disso, a água que é distribuída para a população recebe
tratamento, inclusive a cloração, o que evita a presença de microrganismos.
· Utilização de fossa
fossa. Em lugares onde não há saneamento básico, fica por
conta do cidadão o cuidado com a eliminação dos esgotos e com a obtenção
da água. Uma boa maneira de evitar a contaminação da água, mesmo a de
poços, é construir uma fossa para receber o esgoto. Mas é necessário que a
fossa fique longe do local de onde se retira a água. Caso contrário poderá
haver contaminação da água do poço.
A U L A · Beber somente água fervida ou clorada
clorada. Em locais onde há tratamento e rede
de distribuição, a água que chega às casas já vem clorada. Mas, quando

39 coletamos a água para nosso consumo em bicas ou poços, existe a possibili-


dade de contaminação. Novamente fica por conta do cidadão tratar sua água
para evitar doenças como a disenteria. A fervura é uma possibilidade, pois,
como já vimos, a alta temperatura mata os microrganismos. Outra alternativa
é clorar a água. Isso pode ser feito adicionando hipoclorito de sódio, uma
solução que os postos de saúde distribuem gratuitamente.
· Lavar bem os alimentos
alimentos. Muitos dos alimentos que consumimos frescos
podem conter organismos que causam disenteria. Por isso é preciso lavá-los
muito bem, e para isso também devemos usar solução de cloro.
· Tratar o doente
doente. É a pessoa doente que transmite e elimina para o ambiente
os agentes causadores da doença. Quanto mais rapidamente ela for curada,
menores as chances de contaminar outras pessoas.

Exercícios Exercício 4
Considerando a forma de transmissão da cólera, quais devem ser as medidas
para preveni-la?
..................................................................................................................................
Exercício 5
Que medidas devem ser tomadas para evitar que as pessoas fiquem com
lombriga?
..................................................................................................................................

Agora que você sabe como, previna-se contra essas doenças. E exija dos
governantes medidas como saneamento básico, melhorias no atendimento aos
doentes e proteção às áreas de mananciais (áreas próximas às represas de onde
retiramos a água que consumimos). Afinal, saúde é um direito de todos nós.

Quadro- Complete os quadros abaixo com as doenças comentadas na aula, escreven-


síntese do que tipo de organismo é o agente infeccioso (causador), modo de transmissão
e maneira de preveni-las.

Doença 1 cólera
tipo de organismo que causa a doença
modo de transmissão
medidas preventivas

Doença 2 ascaridíase
tipo de organismo que causa a doença
modo de transmissão
medidas preventivas
AUU
A L AL A

40
40
Samba, suor e cerveja!

O carnaval está chegando e você não vê a


hora de sambar ao ritmo da bateria das escolas de samba ou de ir atrás do trio
elétrico. Tanto calor e tanto exercício vão dar aquela sede. Você pensa: “Pra matar
essa sede só uma cervejinha bem gelada!”. Para muitas pessoas a cerveja parece
ser uma excelente companheira no verão, na praia, no jogo de futebol ou na roda
de samba.
É claro que, nesses momentos de diversão, você não deve ter parado para
pensar no que acontece com o álcool que é ingerido tomando aquela cerveja.
Vamos aproveitar que você está em um momento de estudo para refletir nesta
aula sobre: quais os efeitos do álcool no nosso organismo e como ele é
eliminado?

O álcool e o sistema nervoso

Quando tomamos algumas cervejinhas a mais, começam a aparecer as


sensações provocadas pelos efeitos do álcool no funcionamento do sistema
nervoso. Inicialmente temos uma sensação de euforia, alegria e desinibição. Em
geral, falamos mais, nos sentimos mais autoconfiantes, temos mais disposição
e o medo fica muito diminuído. Os estudos mais recentes indicam que estas
sensações são conseqüência da ação do álcool nos neurônios.
Na Aula 13 você aprendeu que os neurônios são células nervosas responsá-
veis pelo transporte dos impulsos nervosos. Estes impulsos podem ter sido
gerados por estímulos do meio externo ou por um comando do cérebro a uma
determinada região do corpo.

Exercício 1 Exercícios
Releia a Aula 13 e desenhe as setas nos esquemas abaixo, indicando o sentido
do impulso nervoso:

a) Estímulo
neurônio receptor cérebro

b) Resposta cerebral
neurônio de reação cérebro
A U L A Você também aprendeu na Aula 13 que o cérebro é responsável por todo
o funcionamento do nosso organismo. Os impulsos nervosos que percorrem

40 os neurônios podem agir nos nossos músculos, desencadeando o movimen-


to; ou podem agir em outras regiões do cérebro nos processos de memória,
aprendizagem, medo etc.
Para que os músculos ou as diferentes regiões cerebrais possam ser
estimuladas ou inibidas
inibidas, existem dois tipos de neurônio: neurônios excita
excita--
tórios e neurônios inibitórios
inibitórios. Para você entender melhor o funcionamento
destes neurônios, resolva o exercício a seguir.

Exercícios Exercício 2
Escreva em cada uma das figuras abaixo qual o tipo de neurônio (inibitório
ou excitatório) que está estimulando a área cerebral indicada.

Agora que você conhece melhor o funcionamento do sistema nervoso,


poderá entender como o álcool age nos neurônios. Dissemos que as primeiras
sensações que sentimos, quando a quantidade de álcool no sangue ainda
é pequena, são de euforia, alegria e desinibição. Isto se deve a uma ação inicial
do álcool sobre os neurônios inibitórios.
O álcool atrapalha a passagem do impulso nervoso através desses neurônios.
Como várias atividades do organismo deixam de ser inibidas, as sensações
de euforia, disposição e desinibição aparecem.
Entretanto, com o aumento da quantidade de álcool no sangue, a sensação
passa a ser de depressão, sonolência, dificuldade de coordenação motora e falta
de equilíbrio. Isto porque o álcool em grande quantidade deprime todo o
funcionamento do sistema nervoso, ou seja, dificulta a passagem do impulso
nervoso por todos os neurônios. Em grande quantidade, o álcool dificulta a
realização de todas as atividades do organismo.
Você sabia? A U L A

Embora muitas pessoas pensem que o álcool é afrodisíaco, no que diz


respeito à atividade sexual, o álcool tem os mesmos efeitos que nas de- 40
mais atividades do organismo. Em um primeiro momento ele libera o
desejo, mas, com o aumento da ingestão e a depressão do sistema nervo-
so, o sexo não consegue ser levado adiante. Quando ingerido em gran-
des quantidades e por períodos prolongados, pode levar à impotência.

O álcool e a excreção

Não é só no sistema nervoso que o álcool atua; seus efeitos também atingem
o nosso aparelho excretor
excretor. Vamos estudar agora a excreção
excreção, ou seja, a elimina-
ção de substâncias tais como: uréia, ácido úrico, íons e vitaminas em excesso,
substâncias estranhas ao organismo etc.
A excreção é responsável pela manutenção da composição química dos
líquidos do nosso organismo. Por que isto é tão importante para o funciona-
mento do nosso corpo? A excreção nos humanos ocorre de duas formas: através
do suor e da urina
urina. A urina é produzida no aparelho excretor, formado pelos
rins, ureteres, bexiga e uretra, conforme ilustrado na Figura 2.

Figura 2: aspecto geral


do aparelho excretor
humano e sua
localização no corpo.

As principais funções da excreção são:


· a eliminação de substâncias que não têm utilidade para o organismo ou
que são tóxicas quando acumuladas em grandes quantidades
quantidades;
· a manutenção de concentrações adequadas das substâncias necessárias
para o organismo
organismo. Para que as reações químicas que são fundamentais para
a vida do organismo ocorram, é preciso que seja mantida a quantidade de
várias substâncias presentes no sangue e nos líquidos que banham as
células. Por exemplo, se ingerimos em nossa alimentação uma quantidade
excessiva de sal, ultrapassando os limites adequados para o bom funciona-
mento do organismo, parte deste sal será eliminado pela urina.

A função principal do suor não é a mesma que a da urina. Na Aula 2 já


discutimos que o suor está diretamente relacionado à perda de calor pelo corpo,
funcionando como uma forma de refrigeração.
A U L A Deste modo, embora o organismo elimine ácido úrico, uréia, sais minerais,
aminoácidos, algumas vitaminas e água pelo suor, a formação de suor é regulada

40 pela temperatura do corpo e não pela composição química do sangue ou dos


líquidos que banham as células.
Mas agora vamos estudar mais detalhadamente como ocorre a formação
da urina.

O rim é o principal órgão do aparelho excretor, pois é nele que ocorre


a formação da urina. Para formar a urina o rim deve comportar-se
como um filtro, ou seja, é no rim que ocorre a seleção das substâncias
que devem ser excretadas e daquelas que devem permanecer no
sangue.

Separar umas substâncias de outras já não é tarefa fácil, mas o trabalho do


rim é ainda mais especializado. Há substâncias, como a água por exemplo, que
serão em parte excretadas formando a urina, e em parte deverão permanecer no
sangue. No caso da água, dos íons, das vitaminas e de outras substâncias, o
trabalho do rim é o de estabelecer qual é a quantidade que permanecerá no
sangue e qual formará parte da urina.
O rim é formado por unidades denominadas néfron néfron. É no néfron que
ocorre o processo de filtragem, por meio de um longo túbulo irrigado por uma
enorme quantidade de capilares sangüíneos. Esta estrutura permite que a
filtragem possa selecionar com precisão as substâncias que devem ser excretadas
e as que devem permanecer no sangue. Na Figura 3 você pode observar a forma
do néfron e as partes que o constituem.

Plasma: parte
Figura 3: representação do néfron.
líquida do sangue
que não contém
suas células
Quando o sangue chega ao néfron, parte do plasma passa para os túbulos e
(hemácias e
glóbulos brancos).
parte segue pelos capilares sangüíneos.
Exercício 3 Exercícios
A U L A
Indique com setas, no desenho da Figura 3, o caminho do fluido sangüíneo
descrito no parágrafo anterior, referente a esta primeira etapa da filtragem.
40
Durante a passagem do fluido sangüíneo filtrado através dos túbulos,
ocorre uma troca de substâncias constante entre os túbulos e os capilares.
Observe as setas, no desenho da Figura 3, que indicam a troca de substâncias
entre o túbulo do néfron e os capilares sangüíneos.
Neste processo de troca de substâncias entre o túbulo do néfron e os
capilares sangüíneos, a glicose, os aminoácidos, os ácidos graxos e grande
parte da água filtrada serão reabsorvidos, ou seja, passarão dos túbulos renais
para os capilares, voltando a fazer parte do sangue.
Em compensação, substâncias como a uréia e o ácido úrico, que não têm
mais utilidade para o funcionamento do organismo, ou sais minerais, íons e
vitaminas que estiverem em excesso passam dos capilares sangüíneos para os
túbulos renais para serem eliminadas pela urina. Após a passagem pelos
túbulos a urina já está formada, e segue seu caminho através do duto coletor.
Na Figura 4 você pode observar uma representação esquemática do néfron
e de seu trabalho sobre três substâncias: X, Y e Z. A legenda indica cada uma
das partes do néfron, enquanto as setas indicam o caminho percorrido pela
substância no processo de filtragem. A grossura das setas indica as quantida-
des aproximadas.

Exercício 4
Observe a Figura 4 e responda: Exercícios
X Y Z

Figura 4: esquema do néfron e indicação do trabalho renal sobre três substâncias.

a) Qual das três substâncias não tem utilidade para o funcionamento do


organismo?
.............................................................................................................................
b) Qual das três substâncias é importante para o funcionamento do organis-
mo e não pode ser eliminada?
.............................................................................................................................
c) Qual das três substâncias pode ser a glicose?
.............................................................................................................................
d) Qual das três substâncias pode ser a uréia?
.............................................................................................................................
e) Qual das três substâncias pode ser a água?
.............................................................................................................................
A U L A Você já observou, no estudo das aulas anteriores, que a água é fundamental
para o funcionamento do nosso organismo, pois ela constitui o meio onde

40 ocorrem todas as reações químicas que mantêm o nosso corpo, além de participar
de um enorme número destas reações. Portanto, o controle de reabsorção de
água e da quantidade que será eliminada na urina deve ser muito preciso.
O nosso organismo possui um hormônio responsável por esse controle, é o
hormônio antidiurético ou ADHADH. Este hormônio é liberado quando a quanti-
dade de água no sangue diminui. Ele age nas células dos túbulos renais
provocando um aumento da reabsorção de água dos túbulos para os capilares
sangüíneos. Este processo diminui a quantidade de água eliminada pela urina.
Por outro lado, quando ingerimos grande quantidade de água, o ADH deixa
de ser liberado e uma maior quantidade de água será eliminada pela urina,
tornando-a mais diluída.

Exercícios Exercício 5
Coloque a legenda nos esquemas da Figura 5, indicando em que caso há
pouca água no sangue e em que caso há muita água no sangue que deve ser
eliminada.

Figura 5: esquema A - ação do ADH nos túbulos renais aumentando a reabsorção


de água; esquema B - funcionamento renal na ausência do ADH.

O processo de reabsorção da água é responsável pela diminuição da


perda quando há pouca água no sangue e nos líquidos que banham as
células. Contudo, a reabsorção não é suficiente para suprir as necessida-
des do organismo, já que parte da água é sempre eliminada na urina. É
por meio da ingestão de líquidos (água, sucos, leite, refrigerantes, café
etc.) ou de alimentos (frutas, verduras, feijão, molhos, caldos etc.) que
contenham água que você irá repor a que foi perdida pela urina.

É exatamente na secreção do ADH que age o álcool ingerido nas bebidas


alcoólicas. O álcool inibe a secreção de ADH, ainda que a quantidade de água no
sangue seja pequena. A conseqüência deste efeito do álcool é o aumento da
quantidade de água na urina
urina.
Quando se toma aquela cervejinha, é ingerida grande quantidade de água, A U L A
o que por si só é suficiente para aumentar a quantidade de urina formada e, além
disso, se ingere o álcool que aumenta ainda mais a quantidade de água da urina.
Por isso, a ingestão de cerveja vem acompanhada de uma vontade de urinar 40
persistente.
No caso da ingestão de vinho, pinga, vodca, uísque ou conhaque, a quanti-
dade de urina também aumenta em conseqüência do efeito do álcool, embora ela
não seja tão grande como no caso da cerveja, pois essas bebidas contêm uma
menor quantidade de água.
Por outro lado, a ingestão de bebidas que contêm uma maior concentração
de álcool e uma menor quantidade de água aumenta o risco de desidratação,
já que a eliminação de água pela urina é maior sem que esteja acompanhada de
um aumento de ingestão.

Uma das características da ressaca é a sede excessiva. Esta necessidade


de água que o nosso corpo manifesta pela sede é compreensível, se
consideramos que durante o período de ingestão de álcool muita água
foi eliminada pela urina.

Até agora estudamos a ação do álcool em duas partes do nosso corpo. Vamos
recordar.

Leia a lista de sensações provocadas pela ingestão de álcool. Exercícios


- euforia
- vontade de urinar persistente
- desinibição
- falta de equilíbrio
- sonolência
- alegria
- dificuldade de coordenação motora
- depressão
- aumento da disposição e autoconfiança
- diminuição da sensação de medo

Exercício 6
Circule com caneta azul, entre as sensações da lista, aquelas que aparecem
devido à ação do álcool sobre os neurônios inibitórios.

Exercício 7
Circule com caneta vermelha, entre as sensações da lista, aquelas que
aparecem devido à ação do álcool sobre todos os neurônios.

Exercício 8
Circule com lápis as sensações que aparecem devido à ação do álcool sobre
a secreção do ADH.
A U L A O que acontece com o álcool no nosso corpo?

40 Você deve estar imaginando que assim como o álcool é absorvido pela
mucosa do aparelho digestivo, será eliminado pela urina, percorrendo o
mesmo caminho de outras substâncias citadas nesta aula, ou pelo suor. Este
não é um pensamento incorreto; no entanto, apenas uma porcentagem de 4%
a no máximo 10% do álcool que foi ingerido é eliminado desta forma.

Um enorme número de pessoas acredita que suar é bom para curar ou


prevenir a bebedeira. Mas, como você viu no parágrafo acima, só uma
quantidade muito pequena de álcool é eliminada pelo processo de
excreção. Se considerarmos apenas o suor, essa quantidade diminui
ainda mais, sendo de aproximadamente 2%. Por isso, pular o carnaval
com muito samba e vontade não deixa ninguém mais resistente ao
álcool. Os seus efeitos no organismo são os mesmos na mesa do bar ou
atrás do trio elétrico.

A maior parte do álcool que circula no sangue de quem ingeriu qualquer


bebida alcoólica é levada ao fígado, e ali sofre uma série de reações químicas.
Neste caso, dizemos que o álcool é metabolizado por enzimas do fígado.
Os produtos do metabolismo do álcool são água, gás carbônico e energia.
álcool ® CO2 + H2O + ATP
Essa energia em forma de ATP, produzida a partir do metabolismo do álcool,
pode ser aproveitada em diversas reações químicas do organismo, mas, caso
esteja em excesso, será armazenada na forma de gordura, gerando aqueles
quilinhos a mais.
Mas não pense que as calorias fornecidas pelo álcool são suficientes para
manter o funcionamento do nosso organismo. O álcool não fornece vitaminas e
uma série de outros componentes fundamentais para o nosso organismo.
No caso da ingestão de álcool, é recomendável que venha acompanhada da
ingestão de alimentos. Os alimentos fornecem os elementos necessários para a
manutenção do corpo, além de diminuir a absorção do álcool pela mucosa do
aparelho digestivo. Se a velocidade de absorção é menor, os efeitos também
demoram mais a aparecer.
Você não precisa deixar de tomar a sua cervejinha, basta ir com moderação
e estar sempre bem alimentado.

Lembre-se de que a cervejinha é bem-vinda no futebol, na praia, nas festas


ou no final do expediente, mas nunca nas portas das fábricas, antes de ir ao
trabalho. O álcool da cerveja, da pinga ou de qualquer outra bebida alcoólica é
responsável por 25% de todos os acidentes de trabalho.

O álcool provoca lesões em diversos órgãos do nosso organismo, mas apenas


quando é ingerido em grandes quantidades, todos ou quase todos os dias. O
alcoólatra é um sério candidato a problemas como: danos no funcionamento do
cérebro e do coração, gastrite, pancreatite, má nutrição, anemia, depressão do
sistema imunológico, cirrose e câncer de fígado.
Nesta aula, tratamos apenas dos efeitos imediatos do álcool, sem considerar
os casos de alcoolismo.
a) Em que parte do cérebro o álcool age? Quadro-
A U L A
.................................................................................................................................. síntese
b) Quais são as sensações que sentimos quando ingerimos uma pequena
quantidade de álcool?
40
..................................................................................................................................
c) Quais são os neurônios que o álcool atinge quando sua concentração no
sangue é baixa?
..................................................................................................................................
d) Quais são as sensações que sentimos quando aumenta a quantidade de
álcool no sangue?
..................................................................................................................................
e) Quais são os neurônios que o álcool atinge quando sua concentração no
sangue é alta?
..................................................................................................................................
f) Quais são as funções da excreção e qual a sua importância para o organismo?
..................................................................................................................................
g) Descreva o caminho percorrido pelas substâncias que chegam ao néfron.
..................................................................................................................................
h) Qual o efeito do álcool sobre o funcionamento do rim e qual a sensação que
sentimos?
..................................................................................................................................
i) O que acontece com o álcool no nosso corpo?
..................................................................................................................................

Exercício 9 Exercícios
Na tabela a seguir estão colocados os valores de filtragem, excreção e
reabsorção de algumas substâncias. Leia a tabela com atenção e responda às
perguntas:
Substância Quantidade Quantidade Quantidade Porcentagem de
filtrada/dia excretada/dia reabsorvida/dia reabsorção
Água (litros) 180 1,8 178,2 99,0
Sódio (g) 630 3,2 626,8 99,5
Glicose (g) 180 0 180,0 100
Uréia (g) 54 30 24 44

a) Explique por que a uréia é a substância que aparece em maior quantidade


na urina.
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
b) Explique por que toda a glicose que é filtrada pelo rim acaba sendo
reabsorvida.
.............................................................................................................................
c) O sódio é um composto importante para o funcionamento do nosso
organismo? Justifique sua resposta a partir da observação dos dados da
tabela.
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
A UA UL L AA

41
41
Por que não bebemos
água do mar?

F
érias no verão! Que maravilha! Ir à praia,
tomar um solzinho, nadar e descansar um pouco do trabalho. Enquanto estamos
na praia nos divertindo, não devemos nos esquecer de cuidar do nosso corpo.
Longos períodos de exposição ao sol requerem uma maior hidratação, pois
perdemos muita água através da pele (suor). Assim, devemos beber muita água
para recuperar os líquidos perdidos. Xii... Está faltando água na sua cidade? Isso
é bastante comum nas cidades litorâneas, com a chegada dos turistas e conseqüente
aumento da população na cidade. Mas, e aquele mar imenso bem na sua frente?
Será que não podemos beber a água do mar?
Nesta aula vamos estudar o que aconteceria ao nosso organismo ou ao de um
náufrago que, numa situação de emergência, viesse a beber a água do mar.
Quem não se lembra das primeiras vezes que tentou nadar na água do mar?
Se você passou por essa experiência, certamente deve se lembrar de ter engolido
um bocado de água.

Exercícios Exercício 1
Qual é o sabor da água do mar?
..................................................................................................................................

Sabe-se que a água do mar contém muito sal, cerca de 35 gramas por litro de
água. Quando engolimos água do mar acidentalmente, enquanto estamos
nadando, ingerimos uma quantidade pequena de sal. Entretanto, se tivermos
sede e tomarmos cerca de meio litro de água do mar, estaremos engolindo cerca
de 17 gramas de sal. O que isso pode ocasionar ao nosso organismo?
Antes de responder a esta pergunta, vamos analisar como se distribuem no
nosso corpo a água e as substâncias nele dissolvidas.

A água e as substâncias dissolvidas no corpo humano


Vamos tomar como exemplo o corpo de um homem de peso médio (80 kg).
Ele possui 32 litros de água dentro de suas células e 21 litros que ficam
entre as células que compõem seu corpo. Portanto, ele possui, no total, cerca
de 53 litros de água.
Exercício 2 Exercícios
A U L A
No corpo humano, onde há maior quantidade de água: dentro ou fora das
células?
.................................................................................................................................. 41
Você pôde perceber que, no homem, ocorrem diferenças na distribuição de
água dentro e fora das células. Será que isso também ocorre para as substâncias
dissolvidas nas células e nos líquidos do corpo?
Para respondermos a esta pergunta, vamos resolver o exercício abaixo.
Antes, porém, volte à Aula 27 para se recordar da definição de concentração
concentração.
As figuras abaixo evidenciam a concentração de algumas substâncias dentro
e fora das células. Nas figuras, a concentração B é maior do que concentração b .

Figura 1: concentração de sódio, cloro, potássio e magnésio dentro e fora das células.

Exercício 3 Exercícios
Preencha os espaços da tabela abaixo com base nas figuras acima. Verifique
se ocorrem grandes ou pequenas concentrações de solutos (substâncias
dissolvidas nas células) dentro e fora das células:

SUBSTÂNCIAS DISSOLVIDAS DENTRO DA CÉLULA FORA DA CÉLULA

sódio pequena concentração grande concentração


cloro
potássio
magnésio

Analisando-se a tabela, percebemos que há uma diferença entre as


concentrações das substâncias dissolvidas dentro e fora das células.
A sobrevivência dos seres humanos depende da constância do seu meio
interno, pois muitas atividades fisiológicas dependem dessa diferença de
concentração. Mas, em algumas ocasiões, o meio interno pode sofrer alterações.
Quando ingerimos uma grande quantidade de água, por exemplo, ocorre
uma diluição dos fluidos corpóreos, ou seja, eles se tornam menos concentrados.
O que será que acontece quando ingerimos alimento muito salgado? Será que isso
também altera nosso meio interno?
Exercícios
A U L A Exercício 4
Nada melhor do que um bom saco de pipocas para acompanhar um filme na

41 TV ou no cinema. Normalmente as pipocas são mais apreciadas quando bem


salgadas. O sal que utilizamos para temperar os alimentos é o cloreto de
sódio. Você viu, no exercício 3, que possuímos cloro e sódio em diferentes
concentrações dentro e fora da célula. Após a ingestão de um saco de pipocas
bem salgadas, o que acontece com a concentração de cloro e sódio nos
líquidos que banham as células do nosso corpo?
..................................................................................................................................

A constância do meio interno


Você estudou, na Aula 40, que o órgão responsável por manter essas
diferenças de concentração entre os fluidos que banham as células e seus líquidos
internos é o rim. Estudou também que a formação da urina ocorre por meio de três
estágios: a filtração, a reabsorção e a secreção.
Na filtração
filtração, a água e pequenas moléculas são filtradas para os túbulos, por
uma rede de capilares situada muito próxima à extremidade anterior do néfron.
Na reabsorção
reabsorção, a composição do fluido filtrado é modificada, pois muitas
substâncias são transportadas do fluido tubular para os capilares sangüíneos que
envolvem os túbulos. Na secreção
secreção, algumas substâncias são transportadas dos
capilares para os túbulos.

Exercícios Exercício 5
A figura abaixo representa a formação da urina em três estágios. Escreva os
nomes destes estágios nas setas que os indicam.

Figura 2:
representação de
parte do néfron,
indicando a
formação da
urina.

Você sabia?
Você sabia que a cada minuto passam para os túbulos dos rins cerca de
120 ml de fluido pelo processo de filtração? E que apenas 1 ml de fluido é
excretado por minuto? Isto significa que mais de 99% de fluido é reabsorvido!

Vamos estudar agora, mais detalhadamente, o processo de reabsorção


reabsorção. O
principal processo na reabsorção de fluido do túbulo para o plasma é o transporte
de sódio. À medida que o fluido prossegue pelos túbulos, o sódio contido nele é
transportado de volta para o sangue pelas células das paredes tubulares.
Para que possamos entender como se dá esse transporte de sódio, vamos A U L A
retomar as Aulas 27 e 28. Na Aula 27 você estudou o processo de osmose, e na
Aula 28 viu que os gases respiratórios atravessam membranas úmidas pelo
processo de difusão. 41
Exercício 6 Exercícios
Qual o nome do processo responsável pelo movimento de água através de
membranas semipermeáveis?
..................................................................................................................................

Exercício 7
A quantidade de gás carbônico no sangue de um sapo é maior do que a
presente no lago no qual se encontra.
a) O gás carbônico tende a sair da pele do sapo ou a entrar nela?
.............................................................................................................................
b) Qual o nome do processo responsável por essa movimentação do gás
carbônico através da pele do sapo?
.............................................................................................................................

Após essa revisão, você deve ter se lembrado que na osmose e na difusão o
fluxo de substâncias se faz de acordo com um gradiente de concentração.
Sabendo disso, resolva o exercício a seguir.

Exercício 8 Exercícios
As células A, B e C, representadas na Figura 3, são do mesmo tipo. A célula
A contém uma solução salina mais concentrada do que o líquido no qual está
imersa; a célula B, ao contrário, contém uma solução salina menos concentrada
do que o líquido no qual está imersa; a célula C contém uma solução salina
com a mesma concentração do líquido no qual está imersa. Após um tempo,
as concentrações dentro e fora das células irão se igualar (caso não sejam
iguais).
Com um lápis, ligue as células A, B e C, que representam seus estágios
iniciais, aos seus respectivos estágios finais.

Figura 3: células
de diferentes
concentrações
salinas, atingindo
um equilíbrio
osmótico.
A U L A O transporte de sódio dos túbulos para os capilares sangüíneos não ocorre
nem pela osmose nem pela difusão. Isto porque ele ocorre contra um gradiente

41 de concentração.
Isto quer dizer que, mesmo depois que as concentrações dentro e fora das
células se igualarem, pode ocorrer absorção ou eliminação de sódio. Esse processo
é chamado de transporte ativo. Para que esse processo possa ocorrer é necessário
que seja fornecida energia à célula. Essa energia é proveniente da respiração
celular.
O transporte do sódio dos túbulos para o sangue carrega consigo o cloro, que,
por possuir carga negativa, é atraído pela carga positiva do sódio. Cada vez que
uma molécula de cloreto de sódio é reabsorvida, ocorre uma diminuição da
concentração do fluido tubular. Como conseqüência, a água acompanha, por
osmose, a movimentação de cloreto de sódio (sal) e também é reabsorvida de
volta para o plasma.
O transporte de água nos rins é, portanto, um processo passivo. A água flui
de regiões de baixa concentração de solutos para regiões de alta concentração.
Assim, pelo transporte ativo de sódio, o rim pode regular o teor de água do corpo.

A ingestão de água do mar

O sódio, além de estar presente no sal de cozinha, encontra-se também em


muitos alimentos. Dessa forma, numa dieta normal ingerimos cerca de 5 g de
sódio por dia.
Um náufrago, perdido no mar há alguns dias, sem água doce para beber, deve
sentir muita sede e não resiste a beber água do mar. Se ele beber 1 litro dessa água,
estará ingerindo 35 gramas de sal.
Sabe-se que o sal presente na água do mar é composto, em sua grande
maioria, por cloreto de sódio. Assim, o náufrago que bebeu 1 litro de água do mar
ingeriu uma quantidade de sódio muitas vezes maior do que a normal. Essa é
uma quantidade extremamente alta, e eleva muito a concentração de cloro e sódio
dos fluidos de seu corpo.

Exercícios Exercício 9
Caso ocorra uma ingestão de 35 gramas de sal pelo náufrago, haverá
predominância de qual processo em seus rins?
( ) eliminação de sal
( ) reabsorção de sal

Vimos que a água acompanha, por osmose, os movimentos do sal no


processo de reabsorção. A excreção de um excesso de sal, portanto, é acompanhada
por uma grande eliminação de água pela urina.
Exercício 10 Exercícios
A U L A
Observe a tabela abaixo:
NÁUFRAGO
VOLUME INGERIDO QUANTIDADE
DE ÁGUA DO MAR INGERIDA DE SAL

1.000 ml
VOLUME PRODUZIDO
DE URINA

35 g
QUANTIDADE DE SAL
ELIMINADA PELA URINA

1.350 ml 22 g
41
a) O náufrago conseguiu eliminar todo o excesso de sal que ingeriu?
.............................................................................................................................
b) Compare os dados de volume de água ingerida e de volume de urina
produzida. Com a ingestão de água do mar, houve ganho ou perda de
água pelo náufrago?
.............................................................................................................................

Exercício 11
Qual a conseqüência de uma ingestão de grande quantidade de água do mar?
..................................................................................................................................

A desidratação dessa pessoa é ainda agravada pela grande quantidade de


magnésio e sulfato, ingeridos na água do mar, que agem como laxante, causando
diarréia e aumentando a perda de água.
Há ainda uma outra agravante na ingestão de água do mar. Vamos pensar um
pouco.

Exercício 12 Exercícios
Quando uma pessoa bebe água do mar, o que acontece com a concentração
de sal nos fluidos do seu corpo?
..................................................................................................................................

O aumento na concentração de sal nos fluidos do corpo causa a sensação de


sede. A sede, por sua vez, faz com que o náufrago beba mais água do mar, que por
sua vez aumenta ainda mais a concentração de sal nos fluidos de seu corpo, que
causa mais sede e assim por diante.
Para que os rins possam eliminar este excesso de sal, uma grande quantidade
de água é perdida por osmose. Portanto, se essa pessoa continuar a beber água do
mar, ela acabará morrendo de desidratação.
Bem, vimos aqui que o homem não está adaptado para beber água do mar.
Entretanto, existem alguns animais que conseguem excretar grandes quantidades
de sal, sem perder muita água.

As glândulas de sal

As aves marinhas ou os répteis que vivem no mar ou próximos a ele são


capazes de excretar o sal que está em excesso em seus fluidos. Esta excreção,
entretanto, não é realizada pelos rins, mas por órgãos especializados chamados
glândulas de sal. Estas glândulas produzem um fluido altamente concentrado,
que contém principalmente sódio e cloreto em concentrações substancialmente
maiores do que as da água do mar.
As glândulas de sal não funcionam continuamente como os rins, mas
secretam apenas em resposta a um aumento de concentração de sal no plasma.
A U L A A atividade destas glândulas é mais bem estudada nas aves. Sabe-se que esta
atividade é regulada por controle nervoso e hormonal. A ingestão de sal pelas

41 aves provoca um aumento da concentração de sal no sangue. Este aumento é


percebido por receptores no hipotálamo dos animais. Os receptores enviam
estímulos para a liberação de um hormônio que permite a passagem de sal do
sangue para a glândula.

Você sabe onde se localizam as glândulas de sal nos répteis? Nos lagartos,
elas se localizam nas narinas; nas tartarugas, nas órbitas oculares; nas cobras,
abaixo da língua; e nos crocodilos, na superfície da língua.
E as aves? As aves marinhas possuem um par de glândulas de sal localizadas
no topo do crânio, entre as órbitas oculares, e por meio de um ducto a secreção
corre pelo bico e se esvazia nas narinas.

Figura 4: a) gaivota; b) glândulas de sal de uma gaivota,


localizadas entre as órbitas oculares.

Bem, já que você não possui glândulas de sal e seus rins são incapazes de
excretar sal em excesso sem que você perca muita água, não beba água do mar,
nem mesmo se vier a naufragar um dia!

Quadro- · De que maneira as concentrações dos fluidos corpóreos podem sofrer


síntese alterações?
..................................................................................................................................

· Qual o órgão responsável por manter constante o meio interno?


..................................................................................................................................

· Por quais estágios a urina deve passar para que seja formada?
..................................................................................................................................

· Cite duas diferenças entre o transporte ativo e os processos de osmose e


difusão.
..................................................................................................................................

· Qual o papel do transporte ativo do sódio na reabsorção?


..................................................................................................................................
continua
continuação

· Qual a conseqüência, para o homem, da ingestão de grande quantidade de A U L A


água do mar?
..................................................................................................................................
41
· Que órgãos especializados possuem as aves e os répteis marinhos para que
possam excretar quantidades excessivas de sal? Que estímulo é percebido no
hipotálamo das aves para que estes órgãos funcionem?
..................................................................................................................................

Exercício 13 Exercícios
Observe a tabela abaixo, que mostra comparação do efeito da ingestão de
água do mar entre uma baleia e o macaco:
VOLUME INGERIDO DE ÁGUA VOLUME PRODUZIDO DE URINA

Baleia 1.000 ml 650 ml


Macaco 1.000 ml 1.350 ml

a) Qual dos dois animais obteve um ganho de água após ingerir água do
mar?
.............................................................................................................................

b) Qual dos dois animais possui rins adaptados para a ingestão de água do
mar?
.............................................................................................................................
A UA UL L AA

42
42
O manguezal

S
e você costuma viajar para o litoral, prova-
velmente já viu pela estrada algumas pessoas vendendo caranguejos. Esses
animais tornam-se verdadeiras iguarias nos restaurantes. Muitos brasileiros
dependem da venda desses caranguejos para sobreviver. Além de vender os
animais, eles também os utilizam na alimentação. Mas onde estes caranguejos
são coletados? Quais são as características e a importância ecológica deste
local?
Nesta aula você vai aprender um pouco a respeito do ambiente em que
vivem alguns caranguejos e muitos outros animais. Você vai estudar o manguezal
manguezal.

Ecossistemas

Exercícios Exercício 1
Você já estudou, na Aula 33, a definição de população. Retome essa aula e
escreva abaixo a definição desse conceito:
..................................................................................................................................

Exercício 2
Em um aquário de água salgada há algumas algas verdes, peixinhos e
estrelas-do-mar. Os peixes se escondem em tocas feitas de pedra, as algas
crescem sobre um fundo de areia. Para se esconder da luz, a estrela-do-mar
também utiliza tocas como abrigo. Como você pode observar, este aquário
é formado por coisas vivas e não-vivas.
Assinale com a letra V os componentes vivos e com a letra N os não-vivos:
( ) água salgada ( ) algas verdes
( ) peixes ( ) rochas
( ) areia ( ) estrela-do-mar
( ) luz

O aquário do exemplo acima apresenta organismos que só conseguem


sobreviver com a presença do componente não-vivo. É difícil imaginarmos um
peixe marinho que não viva na água salgada ou uma alga verde que sobreviva
sem a presença de luz. Além de dependerem do componente não-vivo, os
organismos dependem uns dos outros. A planta realiza fotossíntese e produz
alimento (glicose) que será consumido pelos peixes herbívoros.
Um aquário é considerado um ecossistema
ecossistema, pois é formado por dois A U L A
conjuntos de componentes: um conjunto de componentes não-vivos e um
conjunto de componentes vivos. A parte viva do ecossistema nada mais é do
que um grupo de populações que vivem no mesmo local; a esse grupo damos 42
o nome de comunidade
comunidade.

Ecossistema = componentes não-vivos + componentes vivos (comunidade)

Exercício 3 Exercícios
Escreva P para população, C para comunidade e E para ecossistema:
a) A Floresta Amazônica. ( )
b) As preguiças, os macacos-barrigudos e as árvores onde vivem. ( )
c) As capivaras do Pantanal. ( )
d) Um aquário. ( )
e) As formigas do quintal de uma casa. ( )
f) Os tatus-bola, as formigas, as roseiras, as lagartas de um jardim. ( )

Agora você já sabe que são considerados ecossistemas: o Complexo


Pantaneiro, a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, o Cerrado etc. Os manguezais,
que veremos a seguir, também são considerados ecossistemas.

A parte não-viva do manguezal

O manguezal é um ecossistema de regiões costeiras tropicais e subtropicais,


como mostra a Figura 1. Eles estão localizados no encontro das águas dos rios
com o mar. Portanto, recebem influências tanto do ambiente marinho como
daquele de água doce.
Por estarem próximos ao ambiente marinho, sofrem influências das marés,
que são o principal mecanismo de penetração das águas salinas nos manguezais.
Quando as marés sobem, ocorrem inundações que provocam a variação da
concentração de sal na água. Como conseqüência, a água dos manguezais não é
nem doce nem salgada, ela é chamada de salobra
salobra.

Figura 1:
distribuição
mundial dos
manguezais,
indicada pelas
linhas grossas,
segundo
Chapman (1975).
A U L A O solo dos manguezais pode ser de areia, lama e recifes de coral, mas os
manguezais brasileiros possuem solos lamacentos. Os sedimentos são, em geral,

42
Sedimentos:
pobremente arejados.

materiais
carregados por Os organismos do manguezal
processos de
erosão e Aparentemente, este não é um ambiente muito propício à vida:
depositados em grandes flutuações de concentração de sal, baixos teores de oxigênio e solo
rios, lagos, oceanos instável...
e terra firme.
Entretanto, muitos organismos apresentam adaptações que possibilitam
a vida nessas condições. Vamos estudar mais detalhadamente essas adapta-
ções a seguir.

Adaptação para as flutuações na concentração de sal


O manguezal recebeu este nome devido às árvores típicas deste ecossistema,
chamadas de mangue
mangue. Nos manguezais brasileiros, os mangues mais comuns
são: o mangue vermelho, ou Rhizophora; a siriúba, ou Avicennia; e o mangue
branco, ou Laguncularia.
Essas árvores vivem em água salobra, onde a concentração de sal é elevada.
Tal situação não é comum para as plantas de ambiente terrestre. A estratégia
desenvolvida pelas árvores de manguezal é a presença de glândulas em suas
folhas que eliminam o excesso de sal.

Adaptações para um solo instável


O solo dos manguezais é lamacento, o que dificulta a sustentação das
árvores. O mangue vermelho apresenta um sistema de raízes que partem do
tronco e dos ramos atingindo o solo. As ramificações desse sistema proporcio-
nam vários pontos de apoio, impedindo que a árvore tombe.

Adaptações para um solo com pouco oxigênio


As raízes das plantas também necessitam de oxigênio para realizarem o
processo de respiração. Esse gás está em pequena quantidade nos solos dos
manguezais. As siriúbas desenvolvem raízes que crescem eretas acima do solo,
expondo-se ao ar. Essas raízes de consistência esponjosa aumentam a captação
de oxigênio atmosférico. Tais raízes são denominadas pneumatóforos
pneumatóforos.

Adaptações para a germinação em ambiente aquático


O solo dos manguezais é constantemente lavado pela água do mar por meio
da subida e descida das marés. Isso dificulta a germinação das sementes do
mangue.
Uma forma de garantir a sobrevivência dessas sementes é germiná-las nos
seus ramos. Elas são liberadas em um estágio de desenvolvimento chamado de
propágulo
propágulo. Estas estruturas acumulam grande quantidade de reservas nutriti-
vas, permitindo sua sobrevivência enquanto flutuam por longos períodos de
tempo até encontrarem ambiente adequado à sua fixação.
Exercício 4 Exercícios
A U L A
A Figura 2 apresenta estruturas características de árvores de manguezais.
Preencha os espaços em branco relacionando as letras correspondentes às
estruturas com as adaptações: 42

a) raízes rizóforas b) pneumatóforos; c) propágulos.


e raízes adventícias;

( ) adaptação para solo instável;


( ) adaptação para germinação;
( ) adaptação para solo com pouco teor de oxigênio.

O manguezal como abrigo

Os animais encontram no manguezal alimento, abrigo e proteção contra


predadores. Toda a extensão dos manguezais é ocupada pelos animais: o solo, a
água, as raízes, os troncos e a copa das árvores.

Exercício 5 Exercícios
Relacione os animais do manguezal aos locais onde são encontrados. Indi-
que em "a" onde cada um dos animais presentes em "b" são encontrados.

a) vista geral do manguezal contendo o solo, copa b) garça, ostra, peixe,


da árvore, raiz da árvore e água; caranguejo.
A U L A A maioria dos animais encontrada no manguezal vem de ambiente marinho,
como os moluscos (ostras, mariscos), crustáceos (caranguejos, siris, camarões) e

42 peixes. Os pitus e alguns peixes vêm da água doce. Do ambiente terrestre provêm
as aves (garças, mergulhões, gaivotas), répteis (cágados, jacarés), anfíbios (sa-
pos, rãs), mamíferos (morcegos, macacos, capivaras) e alguns insetos (mosqui-
tos, mutucas, abelhas, mariposas, borboletas, besouros).
Nem todos os animais passam toda a vida no manguezal. Os camarões
branco e rosa, por exemplo, vivem em mar aberto quando adultos. Reproduzem-
se no mar e suas larvas migram para o manguezal para se alimentar e crescerem.
Ao atingirem a fase juvenil iniciam sua viagem de volta ao oceano. Já o pitu, que
vive na água doce, utiliza o manguezal para realizar a desova, e é no manguezal
que os filhotes passam seus primeiros estágios de vida, retornando depois para
os rios.
As aves utilizam o manguezal como local de reprodução, pois muitas
espécies constroem ninhos nas copas das árvores; elas vêm ao manguezal para
se alimentar de peixes e crustáceos.
Vimos que o mangue serve de abrigo para muitas espécies de animais, como
ostras, macacos, garças etc. Mas será que é só assim que os animais aproveitam
as árvores do manguezal? Será que eles não utilizam o mangue como alimento?

O manguezal como um ecossistema de detritos


Dentre os animais encontrados no manguezal, somente as larvas de alguns
insetos, como as lagartas de borboletas e mariposas, e alguns caranguejos
alimentam-se de folhas vivas das árvores. Embora esses animais comam uma
grande quantidade de folhas, cerca de 95% delas caem na água.
Ao caírem, as folhas produzidas pelos manguezais podem ter dois destinos:
— permanecer sobre o solo, sendo consumidas por detritívoros (carangue-
jos, camarões, vermes, bivalves e caramujos), ao mesmo tempo que sofrem
decomposição por fungos e bactérias;
— ser transportadas pelas águas para as regiões costeiras mais próximas,
onde se decompõem e servem de alimento para peixes e camarões.

Exercícios Exercício 6
Observe a Figura 4 e responda às perguntas abaixo:

Figura 4: uma
teia alimentar

a) Quais são os organismos que utilizam diretamente os detritos originados


do mangue?
.............................................................................................................................
b) Um peixe carnívoro de águas costeiras pode se beneficiar da cadeia de
detritos do mangue?
.............................................................................................................................
A importância do manguezal para o homem A U L A

As pessoas que vivem próximas aos manguezais utilizam muitos dos seus
recursos, por exemplo: 42
— alimentos como ostras, mariscos, peixes, camarões, siris e caranguejos;
— madeira para construção de casas e barcos e fabricação de papel;
— lenha para cozinhar alimentos;
— tanino, obtido das cascas das árvores e utilizado para proteger as redes de
pesca e as velas das embarcações contra os microrganismos que apodrecem esses
materiais;
— produtos medicinais, originados de folhas, frutos e casca;
— utilização da siriúba na apicultura.

A atividade humana influindo na qualidade dos manguezais

O ser humano pode causar uma série de alterações nos manguezais. Tais
alterações podem afetar não só os organismos que vivem neste ecossistema como
o próprio homem. Vamos pensar nas conseqüências dessas alterações.

Exercício 7 Exercícios
Durante a época de reprodução de camarões, siris e caranguejos, observa-se
um aumento na quantidade desses animais. O que aconteceria com a
população desses organismos caso a pesca fosse realizada nessa época?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Exercício 8
Qual a sua sugestão para que o homem pudesse capturar camarões, siris e
caranguejos sem desequilibrar o tamanho dessas populações?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Exercício 9
A coleta de madeira para obtenção de lenha e carvão tem devastado grandes
áreas de manguezal. Cite uma conseqüência dessa atividade para a popula-
ção de aves.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Exercício 10
Os manguezais estão sendo devastados para a construção de portos,
casas, marinas e hotéis. O que acontece com a produção de detritos em
conseqüência desta devastação?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Exercício 11
Com a produção de detritos alterada, o que acontecerá com os outros elos da
cadeia alimentar que dependem desse detrito?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Quadro-
A U L A · O que é ecossistema?
síntese ..................................................................................................................................

42 · Cite uma adaptação do mangue vermelho para se sustentar em um solo


lamacento.
..................................................................................................................................

· Cite uma adaptação da siriúba para viver em um solo com pouco oxigênio.
..................................................................................................................................

· Dê dois exemplos de animais que utilizam o manguezal para se reproduzir.


..................................................................................................................................

· Quais os dois destinos que podem ter os detritos produzidos no manguezal?


..................................................................................................................................

· Cite três recursos do manguezal utilizados pelo homem.


..................................................................................................................................

· Cite uma atividade humana que altera as características do manguezal e


escreva qual a sua conseqüência.
..................................................................................................................................
AUU
A L AL A

43
43
Os inseticidas sempre
funcionam?

M árcio costuma acampar. Aquelas praias!


Aquelas cachoeiras! Mas não consegue se acostumar com os mosquitos. Ele usa
repelente, mas mesmo assim parece que alguns mosquitos não se incomodam
com esse tipo de produto e atacam do mesmo jeito.
Como Márcio, a maioria das pessoas se aborrece com a presença de
mosquitos.
Para evitar o incômodo causado por esses insetos, podemos usar repelente
sobre a pele, ou espalhar inseticida pela casa. Porém, muitas vezes essas
medidas não são eficientes, e as picadas continuam.
Quando usamos um tipo de inseticida por muito tempo, parece que ele
perde o efeito. Isso aconteceu com um inseticida muito usado na década de
1960, e que hoje não tem quase efeito.

O que acontece com esses animais? Será que eles se acostumam com o
inseticida ou existe alguma outra explicação para esse fenômeno?

Como você viu na Aula 31, os inseticidas são substâncias que foram
desenvolvidas para matar insetos. Essas substâncias atingem funções vitais
do animal, levando-o à morte. Assim, não há tempo para que o inseto crie
qualquer tipo de resistência. O que ocorre é que alguns indivíduos não são
afetados pelo inseticida, pois suas características individuais impedem a
absorção do veneno, ou neutralizam seu efeito. Mas o que são essas tais
características individuais
individuais?

Conceito de espécie

Na Aula 36 você viu que a espécie é a unidade de classificação dos seres.


Por exemplo, nós, seres humanos, somos da espécie Homo sapiens . Existem
muitas características em comum entre os seres humanos, como o desenvolvi-
mento cerebral, as enzimas produzidas ao longo do tubo digestivo, os hormônios
responsáveis pelas características sexuais, as formas de obter e armazenar
energia etc. Mas, apesar disso tudo, temos nossas diferenças, como os traços
fisionômicos, cor dos olhos, cabelos e pele, impressões digitais.
A U L A

43

Figura 1

Como podemos saber se dois seres vivos pertencem a uma mesma espécie,
se existem diferenças individuais dentro dessa mesma espécie?

Segundo o conceito biológico, indivíduos pertencem a uma mesma


espécie quando é possível ocorrer um cruzamento entre eles e desse
cruzamento resultar descendentes viáveis e férteis.

Exercícios Analise as situações abaixo e escreva se os organismos mencionados perten-


cem a uma mesma espécie ou não, justificando sua resposta.

Exercício 1
Jumentos e éguas têm muitas semelhanças anatômicas e fisiológicas.
O acasalamento é possível entre esses animais, tendo como descendente a
mula. A mula não é fértil.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 2
Borboletas com desenhos diferentes nas asas, que vivem numa mesma
região, têm épocas reprodutivas diferentes.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 3
Gafanhotos verdes e pardos se reproduzem entre si, e a nova geração de
gafanhotos também é fértil.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A U L A
Mesmo em uma mesma espécie, existem características individuais
determinadas pelo material genético do indivíduo. Nenhum ser vivo,
mesmo de mesma espécie, é exatamente igual ao outro. 43
Variação individual e seleção natural

Dentre os animais que chamamos genericamente de mosquitos estão


incluídas várias espécies de insetos, como os que conhecemos popularmente por
pernilongos, borrachudos, muriçocas, mutucas, além de muitas outras.
Mas em cada espécie também há uma variação individual, ou seja, nenhum
mosquito, mesmo pertencente à mesma espécie, é exatamente igual ao outro.
Dentro de toda essa variação existem alguns mosquitos que, por suas
características individuais, não são afetados por inseticida. Isto é, por causa de
características determinadas geneticamente, esses indivíduos são resistentes ao
inseticida.

Os borrachudos de Ilha Bela

Ilha Bela é uma cidade do litoral do estado de São Paulo muito procurada
pela beleza de suas praias, e também conhecida pela quantidade de borrachudos
do local.
Para combater esses mosquitos e favorecer o turismo, aplicou-se inseticida
no ambiente. Logo depois das primeiras aplicações, o número de mosquitos
diminuiu muito.

Exercício 4 Exercícios
Que indivíduos dessa espécie morreram em maior número: os que eram
sensíveis ou os resistentes ao inseticida?
..................................................................................................................................

Exercício 5
Que tipos de mosquitos deixaram o maior número de descendentes: os
sensíveis ou os resistentes ao inseticida?
..................................................................................................................................

Exercício 6
Considerando que a resistência ou a sensibilidade ao inseticida é uma carac-
terística genética, como era a maioria dos mosquitos da geração seguinte?
..................................................................................................................................

Exercício 7
As aplicações de inseticida foram repetidas várias vezes e, a cada aplicação,
morriam apenas insetos sensíveis, sobrando todos os resistentes.
O que você acha que aconteceu com a população de mosquitos depois de
várias gerações?
..................................................................................................................................
A U L A Exercício 8
Você acha que os borrachudos de Ilha Bela deixaram de incomodar os

43 moradores e os turistas de lá?


..................................................................................................................................

Na situação anterior, vimos um exemplo de seleção. No ambiente havia


inseticida, que matou grande parte dos mosquitos sensíveis, mas não atingiu os
resistentes. Com o passar do tempo, os sensíveis continuaram morrendo com o
uso do inseticida, enquanto os resistente sobreviveram e se reproduziram. Isto
significa que o inseticida selecionou os mosquitos resistentes, pois com o passar
do tempo só restaram eles.

A seleção natural é uma teoria que, partindo da variabilidade entre os


indivíduos de uma espécie, considera as condições do meio ambiente
como fatores capazes de selecionar alguns dos indivíduos existentes. Em
uma população de predadores, por exemplo, teriam mais chances de
sobreviver e de deixar descendentes aqueles que fossem mais velozes
para alcançar sua presa.

Os que sobrevivem são os mais adaptados às condições do ambiente. Mas o


que significa adaptado?
Você viu, na Aula 33, que o tamanho da população é controlado por fatores
como o parasitismo, a predação, disponibilidade de alimento, ou mesmo por
fatores climáticos.
Com isso, nem todos os indivíduos que nascem sobrevivem. Terão sucesso,
ou seja, irão sobreviver e se reproduzir, aqueles que tiverem características
individuais que lhes permitam superar as resistências do ambiente. Por exemplo:
sobreviverão os indivíduos que tiverem maior resistência aos parasitas, ou maior
habilidade para fugir ou se esconder dos predadores, ou mesmo aqueles que
tiverem características que lhes permitam viver no tipo de clima do ambiente.
Quando um indivíduo possui características que possibilitam a sua sobrevi-
vência e reprodução no ambiente em que vive, dizemos que o indivíduo está
adaptado ao ambiente.

Exercícios Exercício 9
Qual das duas características (sensibilidade ou resistência ao inseticida) dava
aos borrachudos de Ilha Bela melhor adaptação às alterações provocadas no
ambiente?
..................................................................................................................................

Exercício 10
Na década de 1960 utilizava-se determinado antibiótico para combater a
gonorréia, uma doença causada por bactérias que atacam os órgãos genitais.
Com o passar do tempo, esse medicamento tornou-se cada vez menos
eficiente para matar as bactérias. Como você explica isso?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Vamos imaginar agora dois tipos de borboletas da mesma espécie, que A U L A
possuem coloração diferente:

43

Figura 2

Agora, imagine que você é um predador dessas borboletas e terá de achá-las


no ambiente abaixo (marque um tempo de apenas 5 segundos para procurá-las).

Figura 3

Exercício 11 Exercícios
Quantas borboletas claras você encontrou nesse ambiente? ..........................

Exercício 12
E quantas borboletas escuras? .............................................................................

Com esse exercício estamos representando o que aconteceu na Inglaterra,


antes da industrialização. Havia mariposas claras e escuras. As claras tinham
maior facilidade de se esconder do predadores, enquanto as escuras eram
mais facilmente capturadas. Nessa época havia muito mais mariposas claras
do que escuras.

Exercício 13
Que tipo de mariposa estava mais adaptada ao ambiente?
..................................................................................................................................

Com a Revolução Industrial, muitas indústrias passaram a funcionar na


Inglaterra, emitindo uma grande quantidade de fuligem escura para o ambiente.
Essa fuligem se depositava sobre as paredes das construções e também sobre
folhas e troncos das árvores. Assim, todo o ambiente ficou mais escuro.

Observe a Figura 4 e, em cinco segundos, tente encontrar o maior número


possível de borboletas.
A U L A

43

Figura 4

Exercícios Exercício 14
Quantas borboletas claras você encontrou no ambiente representado pela
Figura 4?
..................................................................................................................................

Exercício 15
E quantas escuras?.................................................................................................

Exercício 16
Que tipo de borboleta está adaptada ao ambiente representado pela
Figura 4 ?.................................................................................................................

A partir da Revolução Industrial as mariposas escuras passaram a se camu-


flar no ambiente com maior facilidade, enquanto as claras tornaram-se presas
mais fáceis para certos pássaros. Depois de algum tempo, havia mais mariposas
escuras do que claras.
Esse caso nos mostra que o ambiente acaba influenciando as características
da população por meio da seleção natural. Ou seja, aqueles que são adaptados
sobrevivem e se reproduzem, passando a existir em maior quantidade.

Quadro- Complete os espaços abaixo:


síntese Mesmo que dois organismos façam parte da mesma espécie, eles possuem
........................ diferentes.
Como existem essas diferenças, cada organismo se relaciona com o ambiente
de acordo com suas características. Com isso, sempre haverá organismos mais
........................ ao meio do que outros.
Esse processo que apenas os organismos mais adaptados ao ambiente
sobrevivem e deixam descendentes chama-se ........................................................
AUU
A L AL A

44
44
Eu preciso pescar
para comer?

E divaldo, depois de um dia inteiro no mar,


traz sua rede de pesca cheia de siris, camarões, mariscos e peixes. O jantar de hoje
e o almoço de amanhã estão garantidos. Para acompanhar vai apanhar alguns
cocos que estão no ponto lá na praia.
Edivaldo obtém seu alimento de uma maneira muito direta: vai até o
ambiente e o coleta. Mas já pensou se todos nós precisássemos fazer a mesma
coisa para ter o que comer? Nossa vida seria muito diferente e, talvez, não
pudessem existir aglomerados tão grandes de pessoas como as cidades.
Será que toda a população humana conseguiria alimento se tivéssemos
que caçar, pescar e coletar vegetais para comer? Qual a relação que as várias
formas de obter alimento têm com o crescimento e o tamanho da nossa
população?
O ser humano tem em sua dieta uma variedade grande de alimentos: carne,
cereais, leite, verduras, legumes, frutas etc. É diferente de outros animais, como
o bugio, que é um macaco herbívoro e, portanto, alimenta-se apenas de plantas
(folhas, frutos e brotos), ou da gaivota, que é um animal carnívoro, alimentando-
se apenas da carne de outros animais.

Figura 1: bugio e gaivota.

O macaco precisa procurar, na floresta, as folhas e frutos que fazem parte da


sua dieta; já a gaivota precisa pescar o animal que lhe servirá de alimento. Nós,
humanos, temos formas bastante diferentes de conseguir nossos alimentos.
Embora possamos pescar um belo cação, catar os caranguejos que vivem no
manguezal ou subir no coqueiro para apanhar coco, como já foi dito, dispomos
de várias formas de obter alimento.
Exercícios
A U L A Exercício 1
Escreva como podemos obter cada um dos alimentos abaixo:

44 - carne bovina ......................................................................................................


- frango .................................................................................................................
- legumes e verduras ..........................................................................................
- arroz e feijão ......................................................................................................
- farinha ................................................................................................................
- macarrão ............................................................................................................

A criação de animais para abate, a plantação de frutas e verduras, a indus-


trialização de cereais ou a fabricação de laticínios entre outros, também são
formas que o homem utiliza para obter e processar os alimentos básicos que
fazem parte da sua dieta.
Mas isso nem sempre foi assim. O homem mudou muito ao longo de sua
história.

A população humana ao longo da História

O homem coletor e caçador


Nômade: refere-se Durante a maior parte de sua existência o homem foi nômade, caçava e
às tribos ou povos coletava alimentos. Alimentava-se de vários animais e também comia raízes,
que não se fixam folhas, frutos e mel.
no mesmo lugar Assim como o bugio e a gaivota, o homem coletor também dispendia a maior
durante muito parte de sua energia para conseguir alimento e abrigo.
tempo e estão
Quando os alimentos ficavam escassos em um determinado lugar, mudava-
sempre se
se para outro.
deslocando em
busca de alimento.
Você sabia?
Que muitos grupos primitivos se alimentavam de lagartas, centopéias,
besouros, traças, formigas e gafanhotos?

O homem coletor e caçador nunca sabia quando encontraria alimento, se este


seria escasso ou abundante, e se poderia se abrigar e se proteger de seus
predadores e dos fenômenos climáticos. Gastava a maior parte de sua energia e
tempo para encontrar comida e abrigo. Muitas vezes os períodos de fome eram
prolongados, provocando a morte de uma parte da população.
A incerteza de encontrar alimento e a necessidade constante de deslocamen-
to dificultavam a criação e a sobrevivência das crianças. Elas dependem inteira-
mente dos adultos, pois não são capazes de obter seu próprio alimento, encontrar
abrigo ou se defender. Durante este período os pais devem ser responsáveis por
sua alimentação e defesa. Além disso, esta dependência se prolonga por muitos
anos na espécie humana. As necessidades alimentares das crianças também são
maiores que as dos adultos, pois estão em fase de crescimento. Precisam de uma
quantidade diária de proteína maior do que a do organismo adulto.
Com isso, a mortalidade infantil era muito elevada e, em grande parte,
responsável pelo controle dos níveis da população. A incerteza de encontrar
alimento e abrigo, associada à dependência extrema e à fragilidade das crianças,
dificultava o aumento da população.
No período da História em que o homem caçava e coletava seu alimento, a A U L A
população humana era muito pequena.

44
O homem agricultor

Com o tempo o homem mudou seu modo de vida, passando a fixar-se em


territórios onde pudesse plantar e criar animais. A dependência do homem em
relação às plantas e animais do ecossistema em que vivia diminuiu, pois, em vez
de alimentar-se apenas daquilo que o ambiente natural lhe fornecia, passou a
cultivar o seu próprio alimento.
A incerteza de encontrar abrigo e alimento não mais existia, pois a colheita
era certa e, com isso, boa parte da alimentação estava garantida. Também o
abrigo pôde ser mais seguro, já que a fixação do homem em um único lugar lhe
permitiu construir casas melhores e mais bem protegidas.
Com a agricultura e a fixação em um local determinado, o homem não
precisava mais gastar a maior parte das suas energias na procura de alimento e
abrigos. Este fato possibilitou uma reestruturação das relações sociais e o
aparecimento de outras atividades.
Nem todos empenhavam seu tempo no cultivo ou na criação de animais.
Tornou-se possível dedicar-se mais intensamente à resolução de outros proble-
mas, como produzir instrumentos e utensílios que facilitassem a caça, o plantio
e o preparo dos alimentos, curar doenças, cuidar da parte espiritual da
população, defender o grupo de ataques de tribos inimigas ou conquistar
outros povos, fazer construções cada vez mais elaboradas que serviam de
abrigo para o homem etc.
Este novo modo de vida permitiu que a organização dos grupos humanos
se tornasse cada vez mais complexa, com estrutura para que o número de
habitantes fosse maior.

A descoberta da agricultura e da domesticação de animais permitiu um


grande aumento da população humana.

O homem industrial

Contudo, foi a industrialização e o desenvolvimento acelerado da tecnologia


que permitiram a explosão demográfica do último século. Este processo ocasio-
nou uma interferência direta e intensa do homem no ambiente, no sentido de
diminuir os obstáculos por ele oferecidos. Vamos citar alguns exemplos.

· A tecnologia e a indústria permitiram que se multiplicasse a produção de Exercícios


alimentos, que já tinha sido aumentada com a descoberta da agricultura.

Exercício 2
Cite algumas mudanças que a industrialização e a tecnologia trouxeram
para a agricultura e que foram responsáveis pelo aumento da produção de
alimentos.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A U L A · Os meios de transporte foram aprimorados, permitindo que boa parte da
população vivesse distante dos locais de produção de alimento. Não é

44 preciso que cada um de nós viva próximo às granjas, aos pastos de criação
de gado ou às fazendas agrícolas.

Exercício 3
Cite exemplos de mudanças nos transportes que tornaram possível a vida
em locais distantes da produção de alimentos.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

· Vários alimentos (frutas, cereais, leite) puderam ser transformados com


maior eficiência e em maior quantidade devido à industrialização. Anterior-
mente havia uma enorme perda de alimentos, pois eles não eram aproveita-
dos e transformados com rapidez e em grandes quantidades.

Exercício 4
Dê exemplos de alimentos que são produzidos pela indústria a partir de:
frutas, cereais e leite.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

· A perda de alimentos também diminuiu muito graças à tecnologia dos


processos de conservação.

Exercício 5
Mencione algumas formas de conservar os alimentos.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Mas não foi só na produção de alimentos que a tecnologia e a indústria


interferiram.

· O avanço nas técnicas de construção civil permitiu um melhor aproveita-


mento do espaço nas grandes cidades. O aprimoramento das construções
e o desenvolvimento de tecidos e roupas adequados melhorou a qualidade
de vida e propiciou a ocupação de regiões mais frias.

Exercício 6
Cite pelo menos um dos avanços da construção civil que permitiu o apro-
veitamento do espaço nas grandes cidades.
..................................................................................................................................

· Os avanços da ciência, principalmente na área da medicina, deram lugar à


cura e à prevenção de uma série de doenças que, até então, aumentavam
muito a mortalidade da população.

Exercício 7
Dê exemplos de descobertas da medicina que contribuíram para a cura e
a prevenção de doenças.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A mortalidade infantil foi muito diminuída após os avanços da medicina, A U L A
o que contribuiu para o aumento da população.
Mas você pode pensar que, apesar de todas essas mudanças, o Edivaldo
ainda continua pescando seus peixes como fazia o homem coletor e caçador. A 44
coleta e a caça não desapareceram do mundo por completo com a industrializa-
ção, mas foram modificadas por ela. A rede que o Edivaldo usa para pescar, por
exemplo, é de náilon, muito mais resistente que a rede de fio de algodão. O náilon
é um tecido muito usado hoje e que depende inteiramente da tecnologia e da
indústria para ser produzido. Também a rede não é mais fiada à mão, mas
industrializada.
Além disso, o tipo de pesca que o Edivaldo realiza só atende às necessidades
da sua família e de algumas outras que moram na mesma cidade que ele. Para que
as pessoas que moram longe do mar possam comer peixe, dependemos inteira-
mente da tecnologia, que permite que o peixe seja refrigerado e transportado
para outras regiões.

Como você pôde perceber, o homem industrial interfere diretamente no


meio ambiente no sentido de modificar as condições que lhe são adversas, o que
ocasiona um aumento da população.

Contudo, não é só no sentido de diminuir a mortalidade e aumentar a


população que o homem interfere. Além dos exemplos que citamos, o controle
da natalidade por métodos contraceptivos é muito representativo do quanto o
homem é capaz de controlar o crescimento populacional. O uso de métodos
anticoncepcionais diminui muito a natalidade e, portanto, é uma forma de evitar
um crescimento populacional excessivo.
Mas será que todas as mudanças trazidas pela industrialização, pela medi-
cina e pela ciência atingem igualmente toda a população humana?
Sabemos que os países ricos ou as pessoas que têm dinheiro em nosso país
são beneficiadas por todas as mudanças trazidas pela tecnologia, pela indús-
tria e pela medicina. Entretanto, as camadas mais pobres da população não são
beneficiadas pelos dois principais fatores de aumento da população humana:
os avanços da medicina na cura e prevenção de doenças e o aumento da
produção
produção, distribuição e conservação dos alimentos
alimentos.
Em muitas regiões a população continua sendo atingida por doenças cuja
cura e prevenção já foram descobertas; não consegue adquirir a quantidade
necessária de alimentos e ainda sofre problemas de desnutrição; tem altos
índices de mortalidade infantil e baixa expectativa de vida.
Esta realidade é conseqüência da má distribuição de recursos. Com isso, a
dinâmica da população humana não é igual e uniforme em todo o planeta, mas
apresenta variações regionais.

a) Quais são as formas que o homem utiliza para obter ou produzir o seu Quadro-
alimento? síntese
..................................................................................................................................

b) Qual era a forma de vida do homem coletor?


..................................................................................................................................

continua
continuação

A U L A c) Por que esse modo de vida não permitia que a população humana crescesse
muito?

44 ..................................................................................................................................

d) Quais foram as mudanças que o cultivo e a criação trouxeram para a vida do


homem e para o tamanho da população?
..................................................................................................................................

e) Enumere as mudanças provocadas pela industrialização e pela tecnologia.


..................................................................................................................................

f) O que aconteceu com a população humana após a industrialização?


..................................................................................................................................

g) O crescimento da população humana é igual em todas as regiões do planeta?


Justifique.
..................................................................................................................................

Exercícios Exercício 8
O gráfico abaixo representa a curva de crescimento da população humana
em todo o globo terrestre (não considera as particularidades de cada região,
os recursos a que tem acesso ou os processos migratórios). Observe-o e
responda às perguntas:

Figura 2: gráfico de crescimento da população humana.

a) Qual a diferença entre a curva padrão de crescimento populacional repre-


sentada no gráfico da Aula 33 e a curva de crescimento da população
humana representada no gráfico da Figura 2?
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
b) O período de maior crescimento da população humana coincide com:
( ) o homem coletor
( ) o homem agricultor
( ) o homem industrial
Justifique sua resposta.
.............................................................................................................................
c) Como é a relação entre a mortalidade e a natalidade no período em que
a população humana está aumentando muito de tamanho?
..................................................................................................................................
AUU
A L AL A

45
45
Perpetuando a espécie!

E m aulas anteriores, você já aprendeu que as


características dos indivíduos são determinadas por genes, e que esses genes
passam de uma geração para outra. É por essa razão que encontramos entre os
filhos muitas características semelhantes às dos pais.
Na Aula 43 você observou também como é importante para as espécies a
existência de variabilidade entre seus indivíduos.
Como as espécies garantem a passagem de seus genes de uma geração para
outra preservando certa variabilidade?
Algumas espécie de seres vivos geram seus descendentes de maneira
assexuada
assexuada. Isto é, um indivíduo dá origem a um novo indivíduo geneticamente
idêntico. É comum a reprodução assexuada em organismos unicelulares como os Unicelular:
protozoários. organismo
constituído por uma
A reprodução assexuada ocorre como um processo de divisão celular. única célula.
Observe a Figura 1; ela representa a reprodução de um tipo de protozoário.

Em primeiro lugar, o
núcleo se multiplica e
gera um novo conjunto
de genes igual ao que
já existia. Em seguida,
o citoplasma se divide
e forma dois indivíduos.

Figura 1: divisão binária em Paramecium.

Esse tipo de reprodução gera pouca variabilidade entre os indivíduos


formados. A única possibilidade de aparecerem indivíduos com novas
características fica por conta da ocorrência de mutações
mutações.

Mutações são alterações no material genético, que ocorrem even-


tualmente, com pouca freqüência. Como resultado, proteínas sintetizadas
pelos organismos passam a ser diferentes, conferindo características
diferentes.
Um exemplo é a hemoglobina humana, que pode existir sob duas formas:
hemoglobina A e hemoglobina S, que determina um tipo de anemia.
Nem todas as mutações constituem-se em aberrações ou doenças, mas
aumentam a variabilidade que existe entre os indivíduos da mesma
espécie.
A U L A A maioria dos animais se reproduz de maneira diferente dessa que acabamos
de descrever. Entre eles é mais freqüente a reprodução sexuada
sexuada. Para ocorrer a

45 reprodução sexuada, é necessário que participem dois indivíduos na formação


dos descendentes, misturando o material genético de cada um deles.
Dessa forma, além da possível ocorrência de mutações, a combinação de
material genético de dois indivíduos diferentes aumenta a variabilidade entre os
descendentes.
Os animais produzem gametas de dois tipos: masculinos e femininos. Os ga-
metas masculinos são os espermatozóides
espermatozóides. Nas espécies animais, os esper-
matozóides têm estrutura semelhante: são pequenos, capazes de se mover e
produzidos em grande número. Os gametas femininos, os óvulos
óvulos, também se
assemelham em todas as espécies: são maiores que os espermatozóides, não
se movem e são ricos em substâncias nutritivas. Entre uma espécie e outra pode
haver diferença na quantidade de substância nutritiva que os óvulos contêm
e no número de óvulos produzidos.

Você sabia?

Os homens produzem espermatozóides desde a adolescência até a velhice,


e a cada ejaculação são liberados cerca de 200 milhões de gametas.
As mulheres liberam um óvulo a cada ciclo menstrual, e durante toda sua
vida menos de 450 óvulos chegam a amadurecer.

Exercícios Exercício 1
Identifique nas figuras abaixo quais são óvulos e quais são espermatozóides.

tamanho
natural

GALINHA
ampliado
700 vezes

tamanho
SAPO ampliado
natural
700 vezes

ampliado HOMEM ampliado


40 vezes 700 vezes

ampliado RATO
ampliado
80 vezes
700 vezes

Figura 2: óvulos e espermatozóides de espécies diferentes.


Para ocorrer a reprodução sexuada, é preciso que o material genético conti- A U L A
do nos espermatozóides encontre o material genético contido no óvulo.
Em animais que vivem em ambientes aquáticos, é comum que esse encon-
tro ocorra no próprio ambiente; é o que chamamos de fecundação externaexterna. 45
Os machos eliminam seus espermatozóides na água e as fêmeas também elimi-
nam seus óvulos na água. Neste ambiente os gametas podem se encontrar.

Exercício 2 Exercícios
Considerando que os ambientes aquáticos podem ser muito grandes, e que
os organismos podem estar dispersos, você acredita que todos os gametas
masculinos produzidos encontram os gametas femininos?
..................................................................................................................................

Muitas espécies aquáticas têm mecanismos que aumentam a probabilidade


desse encontro. Alguns invertebrados marinhos, como a estrela-do-mar por
exemplo, sincronizam a liberação de espermatozóides e óvulos; assim, liberados
ao mesmo tempo, aumenta a possibilidade de encontro desses gametas.
A sincronização desse processo pode ser desencadeada por substâncias
químicas produzidas pelos próprios animais, o que estimularia a liberação de
gametas pelos vários indivíduos que entrassem em contato com essa substância.
Outros estímulos para essa sincronização podem ser as fases da lua, as marés,
mudanças de temperatura e mesmo a liberação dos próprios gametas por um
indivíduo.
Espécies que se reproduzem dessa maneira produzem uma quantidade
enorme de óvulos e espermatozóides.

Exercício 3 Exercícios
Você acredita que todos os espermatozóides produzidos encontram os
óvulos eliminados pelas fêmeas?
..................................................................................................................................

Como o encontro dos gametas masculino e feminino depende do acaso,


muitas vezes não ocorre. Vários gametas produzidos são perdidos e morrem
nesse tipo de reprodução. Havendo grande produção de gametas, aumentam as
possibilidades de união entre os óvulos e os espermatozóides.
Outros animais que também se reproduzem sexuadamente têm formas
diferentes de aumentar a probabilidade de encontro dos gametas masculinos e
femininos. É o caso dos mecanismos da corte: machos e fêmeas apresentam
comportamentos característicos que antecedem e preparam a liberação de óvulos
e espermatozóides. Veja o exemplo a seguir.
Um pequeno peixe chamado esganagato migra do mar para rios de água
doce. Alcançando o lugar adequado para a construção de ninhos, o bando de
peixes se dispersa. Nessa fase, os machos adquirem uma coloração própria do
período “nupcial”, o que torna sua região ventral roxa. Identificando a mesma cor
em outros machos, os peixes brigam e disputam território.
Depois de estabelecido o território, o macho passa a construir seu ninho
recolhendo vegetais que une com secreções de seu próprio corpo. A partir de
então defende seu ninho de intrusos.
A U L A Ele só não ataca as fêmeas que se aproximam, porque elas se inclinam para
cima e mostram seu ventre inchado e cheio de óvulos. A partir desse estímulo

45 visual tem início o cortejo do macho, que dança em ziguezague até levar a fêmea
ao ninho. A fêmea entra no ninho e o macho começa a dar pequenos golpes na
cauda dela. Esse estímulo tátil faz a fêmea liberar os óvulos. Terminada a postura,
a fêmea sai do ninho e quem entra é o macho, que libera os espermatozóides sobre
os óvulos que ali estão. Repete esse processo com várias fêmeas e, em seguida,
passa a defender seu ninho com comportamentos agressivos contra qualquer
peixe que se aproximar, mesmo em relação às fêmeas da mesma espécie.

Exercícios Exercício 4
Identifique na Figura 3 (a, b, c e d) as fases da corte descritas no parágrafo
anterior. Escreva na figura o que acontece em cada fase.

a)

b)

d)

c)

Exercício 5
Se considerarmos a mesma quantidade de gametas, em qual dos dois casos
(estrela-do-mar ou peixe esganagato) seria mais provável que um gameta
masculino encontrasse um gameta feminino?
..................................................................................................................................

Exercício 6
Você supõe que o peixe esganagato produz mais ou menos gametas do que
aqueles invertebrados como a estrela-do-mar, que sincronizam a postura?
Justifique sua resposta.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O encontro dos gametas femininos e masculinos é mais seguro entre os


animais que realizam fecundação interna
interna, isto é, quando os espermatozói-
des são colocados dentro do corpo da fêmea. Isso acontece com vários animais
que vivem em ambientes aquáticos.
Na maioria dos animais que vivem em ambientes terrestres, o encontro dos A U L A
gametas ocorre pela fecundação interna, pois os espermatozóides dependem de
um meio líquido para poderem se locomover. No caso de animais que realizam
fecundação interna, esse líquido é produzido pelos seus próprios corpos. 45
Muitos animais possuem órgãos próprios para a cópula, como o pênis. É o
caso dos mamíferos, de alguns peixes, tartarugas, crocodilos, insetos e outros
invertebrados. Quando existe este órgão, a fecundação é bastante eficiente, pois
o macho introduz seus espermatozóides dentro do corpo da fêmea.
A eficiência da reprodução cresce com a fecundação interna. Com esse
mecanismo, um menor gasto de material e energia é necessário para o encontro
entre gametas masculinos e femininos. Entretanto, as diferentes estratégias
encontradas pelos animais têm obtido sucesso na perpetuação das espécies.

Complete os espaços em branco. Quadro-


Os sere vivos se reproduzem de forma..................... ou ....................... . síntese
A reprodução assexuada promove ...................... variabilidade entre os
descendentes porque não há mistura do material genético dos pais, como
acontece na reprodução ............................ .
Todos os animais têm reprodução sexuada e produzem gametas diferenciados:
os gametas masculinos são chamados de ...................................., e os femininos são
denominados ......................... . Geralmente, os .......................... são produzidos em
maior quantidade.
Para ocorrer o encontro entre os gametas masculinos e femininos, a fecundação
pode ser ........................... ou .......................... . Normalmente, as espécies que têm
fecundação .......................... produzem um número de gametas muito maior do
que as que realizam fecundação ................................. .
Pensando em gastos com energia e material, a fecundação ........................
é mais eficiente do que a ......................... . Nesse caso, a possibilidade de perder
gametas sem que ocorra a fecundação é muito .............................. .

A Figura 4 ilustra o mecanismo de reprodução em sapos. Observe-a e Exercícios


responda:

Figura 4: mecanismo de
reprodução em sapos.

Exercício 7
Nesses animais a reprodução é sexuada ou assexuada? .................................

Exercício 8
A fecundação é interna ou externa? ...................................................................

Exercício 9
Há evidências de comportamento que aumentem as chances de encontro
entre os gametas masculinos e femininos? ........................................................
A UA UL L AA

46
46
Cuidando dos filhotes!

T
odos os seres vivos se reproduzem. É possí-
vel observarmos que, na natureza, o número de descendentes varia muito de
uma espécie para outra. Podemos encontrar algumas espécies como a ostra, que
tem muitos filhotes, e outras como o golfinho, que gera apenas um filhote por
ninhada.
Mas por que isso acontece? Quais as vantagens e as desvantagens para cada
uma das situações?

Quando há muitos filhotes!


No ambiente marinho há uma variedade de espécies que produzem grande
número de descendentes em uma mesma ninhada. Vamos usar a ostra como
exemplo.Uma fêmea de ostra pode produzir cerca de 500 milhões de ovos por
ano. Mas qual a vantagem de investir tanta energia na produção de tantos ovos?

Exercícios Exercício 1
Sabendo que as ostras produzem um grande número de gametas (óvulos e
espermatozóides), qual é o tipo de fecundação apresentada por este animal:
externa ou interna? ...............................................................................................

A ostra é um animal marinho que habita as regiões costeiras e vive fixada


às raízes do mangue ou nas pedras. Na época da reprodução, as fêmeas liberam
os óvulos diretamente na água, assim como os machos liberam os esperma-
tozóides (Figura 1).

Figura 1:
ciclo de vida
de uma ostra
Os ovos originados da fecundação ficarão flutuando, fazendo parte do A U L A
plâncton. Podemos observar que esses ovos não receberão cuidados dos pais.
Dessa forma, uma parte dos ovos estará sujeita ao ataque de vários predadores.
Além disso, as correntes marítimas podem levar uma outra parte para regiões 46
poluídas que impedirão a eclosão dos ovos.

Exercício 2 Exercícios
De acordo com o texto acima, o que acontecerá com o número de larvas
produzidas?
..................................................................................................................................

Nas ostras, a taxa de mortalidade juvenil é elevada. Porém, esta taxa é


compensada pela grande quantidade de ovos produzidos. Cerca de 99% dos
ovos e larvas irão morrer e apenas 1% chegará à vida adulta.
A eclosão do ovo não garante que as larvas cheguem à fase adulta. Nova-
mente, as correntes marítimas e os predadores estarão diminuindo o número de
indivíduos jovens.
As larvas, para completarem o seu desenvolvimento, saem da fase planctônica
e buscam um local para se fixarem e iniciarem a fase adulta. Porém, não são
apenas as larvas de ostras que utilizam o mesmo local para a fixação; outros
organismos, como as algas e os mexilhões, também se fixam a rochas e raízes do
mangue. Com isso, uma parte das larvas não irá conseguir local para fixação e
morrerá.
Além disso, tanto as larvas como os ovos estão sujeitos a grandes tempesta-
des, derramamento de petróleo, despejo de esgoto, entre outros fatores, que
acarretarão em um aumento da taxa de mortalidade juvenil.

Você sabia?
Você sabia que o siri bota milhares de ovos de uma só vez, as lulas cerca de
5 mil ovos, a cavalinha (peixe) 100 mil ovos, a pescada de 12 mil a 3 milhões de
ovos, e o bacalhau de 2 milhões a 9 milhões de ovos?

Quando há poucos filhotes!


Assim como algumas espécies possuem muitos descendentes, outras geram
poucos filhotes.
Os golfinhos são mamíferos marinhos que geram apenas um filhote por
gestação. A gestação demora um ano, e a mãe amamenta o filhote até um ano e
meio de idade. Durante o período de amamentação o filhote não precisa gastar
energia na busca de alimento. A procura por alimento o afastaria dos pais,
deixando-o mais vulnerável ao ataque de predadores.
Os golfinhos não só cuidam de seus filhotes como também possuem compor-
tamentos sociais. No momento do parto, a mãe se afasta do grupo de golfinhos
e é acompanhada por outra fêmea que irá auxiliá-la. Após o parto, a mãe leva o
filhote até a superfície para que ele possa respirar pela primeira vez.
O comportamento de cuidar dos filhotes é chamado de cuidado parental.
Esse tipo de comportamento traz uma série de vantagens.
Como cada fêmea gera somente um filhote, os pais cuidam dele para que
sobreviva até a fase adulta. Os filhotes estão sujeitos à ação de alguns predadores,
como o tubarão. Em um possível ataque ao filhote, o pai, mais experiente e mais
forte, o defende do tubarão.
Exercícios
A U L A Exercício 3
O que aconteceria com a população de golfinhos, caso não existisse o

46 cuidado parental?
..................................................................................................................................

Durante o período em que o filhote fica sob os cuidados dos pais, ele passa por
um aprendizado. Ele poderá observar seus pais buscando alimento e aprender o
método para a captura dos peixes. Além disso, ele também poderá aprender como
fugir e se defender dos predadores. O convívio com outros filhotes permite uma
série de brincadeiras que servirão como treino para a vida adulta.
Se compararmos os animais que têm cuidado com a prole com aqueles que
não cuidam de seus filhotes, podemos perceber que no primeiro caso a taxa de
mortalidade juvenil é menor.

Exercícios Exercício 4
Que outros fatores podem controlar a população de golfinhos, além de seus
predadores?
..................................................................................................................................

Você sabia?

Os orangotangos têm somente um filhote por gestação e este permanece de


quatro a cinco anos com a mãe. Já os filhotes de chimpanzé ficam até sete anos
com a mãe, período em que atingem a maturidade sexual.

Quadro- · Cite uma desvantagem, para a espécie, de produzir muitos filhotes sem que
síntese haja cuidado com seus descendentes.
..................................................................................................................................

· Cite uma vantagem, para a espécie, de produzir muitos filhotes sem que haja
cuidado com seus descendentes.
..................................................................................................................................

· Cite uma desvantagem, para a espécie, de produzir um único filhote quando


há cuidado com seu descendente.
..................................................................................................................................

· Cite uma vantagem, para a espécie, de produzir um único filhote quando há


cuidado com seu descendente.
..................................................................................................................................

Exercícios Execício 5
Quando uma espécie produz muitos descendentes e não cuida deles, é
possível dizer que os filhotes são presas:
a) fáceis de capturar. ( )
b) difíceis de capturar. ( )
Exercício 6 A U L A
Quando uma espécie produz um único descendente por gestação e cuida
dele é possível dizer que o filhote será uma presa:
a) fácil de capturar. ( ) 46
b) difícil de capturar. ( )
A UA UL L AA

47
47
Por que preciso
de insulina?

A Medicina e a Biologia conseguiram deci-


frar muitos dos processos químicos dos seres vivos. As descobertas que se
referem ao corpo humano chamam mais a atenção do público em geral. Sabendo-
se como ocorre um determinado processo biológico, torna-se mais fácil a busca
ou mesmo a cura de uma ou várias doenças humanas.
O meio interno precisa de controles extremamente rigorosos para manter sua
concentração estável e ideal para o bom funcionamento de todos os órgãos do ser
vivo. Por exemplo, o controle da concentração de sais ou de outros compostos nos
líquidos corpóreos é fundamental para a nossa vida.
Você já aprendeu muita coisa sobre o funcionamento do corpo humano
no curso de Biologia, e nesta aula vamos utilizar o controle da quantidade de
açúcar no sangue como exemplo de um dos mecanismos de regulação das nossas
funções.
Um dos tipos de disfunção dos mecanismos de controle da taxa de açúcar no
sangue é a diabetes. Mas por que o diabético toma insulina todos os dias?

O excesso de glicose
A glicose, como já vimos nas Aulas 1, 5 e 14, é uma das substâncias capa-
zes de fornecer a energia necessária às células, e é obtida a partir da digestão
de carboidratos (açúcares, amidos etc.). Então, quando terminamos a digestão de
uma refeição rica em massas, doces, batatas, arroz, grande quantidade de gli-
cose passa do intestino delgado para os vasos sangüíneos.

No indivíduo normal, a concentração de glicose no sangue fica


numa faixa entre 80 e 90 mg/dl de sangue quando ele está em jejum,
pela manhã (mg = miligrama e dl = decilitro = um décimo de litro).
Uma hora após uma refeição, a concentração de glicose aumenta para 120
a 140 mg/dl de sangue, e o retorno à concentração normal ocorre duas
horas após a absorção dos carboidratos no intestino delgado.

Em pessoas normais, o aumento da glicemia (taxa de glicose no sangue)


estimula imediatamente um dos tipos de células do pâncreas, que liberam um
hormônio chamado insulina (Figura 1).
A insulina provoca, então, a rápida absorção da glicose pelas células muscu- A U L A
lares, hepáticas e adiposas. As células musculares e hepáticas, por sua vez,
transformam a glicose em glicogênio, que fica armazenado até um certo limite no
fígado e nos músculos. As células adiposas também absorvem glicose, porém 47
a transformam em gorduras.

Glicogênio é o nome dado a uma grande molécula insolúvel, formada


por unidades de glicose que pode ser rapidamente utilizada para suprir
as necessidades energéticas das células. O glicogênio (reserva de glicose
dos animais) fica depositado nas células em forma de grânulos sólidos.

Figura 1a: pâncreas Figura 1b: detalhe das células do pâncreas

Quando os músculos e o fígado não conseguem mais armazenar glicogênio,


o restante da glicose sangüínea (taxa acima de 90 mg/dl) é absorvido pelas
células do tecido adiposo e transformado em gordura.

Exercício 1 Exercícios
O que acontece com pessoas que ingerem uma quantidade de alimento
superior às suas necessidades? (Releia a Aula 8).
..................................................................................................................................
Lembre-se de que isso não acontece em cada refeição; devemos sempre
considerar um período maior de tempo e uma repetição no ato de ingerir mais
nutrientes do que o necessário.

Exercício 2
Considerando a osmose, o que acontece com as células do organismo
quando o líquido extracelular possui uma taxa de glicose elevada? (Releia
as Aulas 27 e 41)
..................................................................................................................................

Como já estudamos em aulas anteriores, o excesso de substâncias solúveis no


sangue faz com que as células percam água e se desidratem. Além disso, a
eliminação dessas substâncias pelos rins provoca a excreção de muita água.
Sempre que há excesso de glicose no sangue, a insulina é liberada pelo
pâncreas. A insulina é responsável pela absorção de glicose pelo fígado, pelas
fibras musculares e pelo tecido adiposo.
As células do fígado e dos músculos transformam a glicose absorvida em
glicogênio, enquanto as células adiposas transformam-na em gordura.
A U L A Por que a taxa de glicose sangüínea não fica abaixo do limite
de 80 mg/dl?
47 Um dos modos de controlar a taxa de substâncias e o funcionamento de
vários órgãos é a existência de fibras nervosas e de substâncias com funções
contrárias (antagônicas). Por exemplo, uma substância acelera o batimento
cardíaco e outra reduz a velocidade das contrações do coração.
Você já deve ter tomado um susto e percebido que o seu coração “disparou”
(estimulado por um hormônio liberado no sangue com o auxílio de um ramo do
sistema nervoso). É evidente que o coração não pode ficar acelerado para sempre.
Após algum tempo, a velocidade dos batimentos cardíacos volta ao normal, pois
há a interferência de uma substância contrária àquela que fez o coração disparar.
No caso do controle da glicemia, existem duas substâncias que realizam
funções antagônicas: a insulina e o glucagon
glucagon.
O glucagon também é produzido por um dos tipos de células do pâncreas. A
sua função é controlar o processo de transformação do glicogênio em glicose
quando a glicemia fica abaixo do limite de 80 mg/dl.
Após as refeições, quando a glicemia começa a declinar para níveis baixos,
ocorrem dois processos simultâneos:

· o pâncreas reduz a produção de insulina, interrompendo a formação de


glicogênio pelas células do fígado e dos músculos;

· o pâncreas produz o glucagon, que vai transformar o glicogênio acumulado


no fígado em glicose, liberando-a para o sangue. Este processo aumenta o
nível de glicemia. Veja o esquema a seguir.

Um outro evento fisiológico importante causado pelo glucagon é a ativação


de enzimas, que atuam transformando a gordura das células adiposas em ácidos
graxos e glicerol, aumentando assim a disponibilidade energética para o organis-
mo (Releia a Aula 5).

Exercícios Exercício 3
Complete o esquema abaixo, colocando sobre as setas os hormônios respon-
sáveis pelos processos representados.
Exercício 4 Exercícios
A U L A
Assinale com um I (insulina) ou com um G (glucagon), nos parênteses,
indicando qual hormônio está no sangue em cada situação.
( ) 1 hora após uma refeição. 47
( ) durante um longo período de exercícios físicos.

Exercício 5
Que substância é a principal responsável pelo estímulo da produção de
insulina e de glucagon?
..................................................................................................................................

Exercício 6
Que hormônio o pâncreas secreta para o sangue quando a glicemia é:
a) alta? ....................................................................................................................
b) baixa?..................................................................................................................

Você sabia?

Que alguns tipos de células só conseguem utilizar glicose como fonte de


energia? As células do cérebro e as hemácias são desse tipo. Por isso o glicogênio
é uma reserva de glicose muito importante para o organismo dos animais.

Os problemas causados pela falta de insulina

A insulina foi isolada pela primeira vez em 1922, possibilitando a cura da


diabetes para milhares de pacientes que, naquela época, passavam por uma
rápida deterioração de suas funções orgânicas até a morte. No princípio, a
insulina foi associada ao “açúcar sangüíneo”, e até hoje a maioria das pessoas a
considera como tal.
Realmente, ela exerce uma função muito importante no metabolismo dos
carboidratos; contudo, as causas habituais de morte em pacientes diabéticos
consistem em anormalidades do metabolismo da gordura e distúrbios celulares
resultantes da incapacidade de sintetizar proteínas.
Em pessoas diabéticas, a taxa de glicose no sangue pode atingir de 300 a
1200 mg/dl. O organismo reage a essa condição eliminando a glicose excedente
pelos rins. Para realizar essa tarefa, grande quantidade de água é perdida pela
urina. (Releia a Aula 41)

Você sabia?

Você sabia que existe um teste muito simples para saber se a pessoa está
perdendo glicose pela urina? Ele consiste em molhar um papel amarelado
(glicofita) na urina e observar a mudança de cor: se houver glicose, esta reagirá
com os produtos da fita de papel, que ficará verde.
Esse teste serve para alertar as pessoas para uma possível diabetes ou para
auxiliar o diabético a controlar a taxa de açúcar do seu sangue.
Exercícios
A U L A Exercício 7
Quem elimina maior quantidade de água pela urina?

47 a) uma pessoa com glicemia elevada.


b) uma pessoa com taxa glicêmica normal.

Exercício 8
Justifique a escolha realizada na questão anterior.
..................................................................................................................................

A falta de insulina provoca uma disfunção no metabolismo das gorduras do


tecido adiposo. A conseqüência desse fato é o aumento da taxa de colesterol e de
outras gorduras na circulação, levando o paciente a desenvolver doenças como
Arteriosclerose: arteriosclerose e coronariopatia.
endurecimento das Você já estudou a importância das proteínas em diversas aulas, e sabe que
artérias pelo elas são fundamentais para o bom funcionamento das atividades celulares. Com
acúmulo de a falta de insulina, as células não têm glicose suficiente para produzir energia, daí
gorduras, elas passam a usar muita gordura e aminoácidos como fonte energética.
principalmente
A degradação das proteínas aumenta, principalmente nos músculos, e a
colesterol, nas suas
síntese de novas proteínas cessa, causando prejuízos para o funcionamento
paredes.
Coronariopatia:
normal das células do diabético.
problema nas A perda de proteínas constitui um dos mais graves efeitos da diabetes, e pode
coronárias, isto é, resultar em fraqueza extrema, emagrecimento acentuado e comprometimento de
nas artérias do múltiplas funções orgânicas.
coração, em
especial a obstrução Em resumo!
à passagem de Os sintomas da diabetes incluem:
sangue para suprir o — eliminação excessiva de urina;
próprio coração. — ingestão de grande quantidade de água;
— ingestão excessiva de alimentos;
— perda de peso e cansaço.

Exercícios Exercício 9
Que grupos de substâncias sofrem alterações metabólicas nos diabéticos?
..................................................................................................................................

É claro que se alguém apresentar algum desses sintomas não deve supor
que está doente. Para chegar a essa conclusão, deve realizar alguns exames
como nível de glicemia em jejum, prova de tolerância à glicose e teste de açúcar
urinário.

O tratamento da diabetes juvenil

O tratamento da diabetes, para o paciente que não produz insulina, consiste


em administrar esse hormônio em quantidade suficiente para que o paciente
tenha, na medida do possível, um metabolismo normal dos carboidratos, gordu-
ras e proteínas. A quantidade e a freqüência das doses de insulina devem ser
prescritas pelo médico, de acordo com o estado geral do paciente.
Devido aos elevados níveis de colesterol circulante, os pacientes precisam A U L A
se cuidar, pois há maior chance de lesões circulatórias como arteriosclerose e
doenças coronarianas. Os diabéticos podem ter ainda: catarata, problemas da
retina e doença renal crônica. 47
Quando se iniciou o tratamento de diabetes, era comum reduzir os carboidratos
da dieta, a fim de diminuir a dosagem de insulina a ser injetada no paciente. Isso
mantinha a taxa de glicose do sangue em níveis baixos, mas não impedia muitas
das anormalidades do metabolismo das gorduras e das proteínas, mantendo uma
parte dos problemas.
Hoje em dia, a tendência é proporcionar ao paciente uma dieta de carboidratos
normal, adminstrando-lhe simultaneamente a quantidade de insulina suficiente
para metabolizar esses carboidratos.

Pessoas adultas (acima de 40 anos) podem desenvolver um outro tipo de


diabetes chamada de diabetes tardia, cuja origem não é a falta de
insulina, mas a diminuição do número de receptores das células muscu-
lares, adiposas e hepáticas. As conseqüências orgânicas para o doente
são as mesmas da diabetes juvenil, porém o tratamento é diferente.

Para finalizar

As pessoas podem ter diabetes devido a vários fatores, como:


- hereditariedade, quando a secreção de insulina pelo pâncreas é insuficiente
(diabetes juvenil);
- infecções bacterianas ou viróticas, que provocam a diminuição da produ-
ção de insulina;
- obesidade, que pode levar as células a não responderem ao estímulo da
insulina (diabetes tardia).
O estudo do funcionamento da insulina e do glucagon ilustra um tipo de
controle que ocorre com freqüência nos seres vivos. Duas substâncias funcionam
de maneira antagônica, garantindo o nível de compostos essenciais às funções
celulares.

a) Quais são os três tipos de compostos produzidos pelo pâncreas que estuda- Quadro-
mos? (Reveja a Aula 14.) síntese
..................................................................................................................................

b) Faça um resumo das funções da insulina no corpo humano.


..................................................................................................................................

c) Qual a função do glucagon?


..................................................................................................................................

d) Faça um quadro com os principais sintomas da diabetes.


..................................................................................................................................
A UA UL L AA

48
48
Como produzimos
a insulina?

N a aula passada você estudou a importância


da insulina no nosso organismo. Dá para imaginar o que aconteceria conosco se
não fabricássemos esse hormônio ou se o produzíssemos com alguma alteração?
A insulina é apenas um exemplo.
Durante as várias aulas do curso de Biologia você conheceu substâncias como
hormônios e enzimas, que são fundamentais para o funcionamento do nosso
organismo. Em cada caso, uma alteração dessas substâncias pode acarretar sérios
problemas ou mesmo impossibilitar a vida.
A insulina, assim como outros hormônios e todas as enzimas que atuam no
nosso metabolismo, são compostos de proteínas
proteínas. As proteínas, como você já
aprendeu na Aula 5, são constituídas por aminoácidos
aminoácidos. Para que as proteínas
tenham sua característica e possam atuar corretamente nas diversas funções que
exercem (hormônios, enzimas, proteínas estruturais como a queratina etc.),
é necessário que sejam sempre formadas pelos mesmos aminoácidos, na mesma
quantidade e na mesma seqüência.
Como nossas células produzem sempre as proteínas sem alterar suas
características?

Como são formadas as proteínas?

A insulina é uma molécula composta de 51 aminoácidos. Vamos considerar


apenas uma pequena seqüência desses aminoácidos: serina
serina, histidina
histidina, leucina
leucina,
valina
valina, glutamina
glutamina, alanina
alanina. Para facilitar o trabalho, os biólogos abreviam os
nomes dos aminoácidos usando apenas as três primeiras letras de cada um.
A seqüência ficaria assim:
SER HIS LEU VAL GLU ALA
Toda vez que o organismo produz insulina, forma uma seqüência igual a
essa. Há um processo que organiza a seqüência de aminoácidos de tal forma
que, cada vez que o organismo produz insulina, a molécula seja sempre igual.
No processo de síntese protéica, os aminoácidos entram na ordem exata para a
formação de cada proteína.
Há moléculas que são fundamentais para esse processo: os ácidos nucléi-
cos. Eles recebem este nome porque são produzidos dentro do núcleo da célula.
Os ácidos nucléicos possuem o que chamamos de “informação” para a síntese
de proteínas.
Ácidos nucléicos A U L A

Os ácidos nucléicos são de dois tipos: ácidos ribonucléicos e ácidos deso-


xirribonucléicos. Para simplificar, também abreviamos esses nomes, e assim 48
falamos em RNA e DNA.

Você sabia?

O ácido ribonucléico pode ser abreviado com as letras ARN. Mas, na maioria
das vezes, aparece como RNA RNA, que é a sigla em inglês consagrada nas traduções
de artigos científicos e livros. Da mesma forma, o ácido desoxirribonucléico pode
aparecer como ADN, mas na maioria das vezes aparece como DNA DNA.

O RNA
O RNA é composto por unidades de fosfato e de ribose e por bases
nitrogenadas. O esquema abaixo representa uma parcela de uma molécula
de RNA.

Figura 1: esquema de RNA.

As bases nitrogenadas são de quatro tipos diferentes:


A – Adenina
C – Citosina
G – Guanina
U – Uracila

Se representarmos o fosfato pela letra P , a ribose pela letra R e as bases


A, C
nitrogenadas pelas suas iniciais (A C, G
G, U
U), podemos esquematizar um seg-
mento da cadeia de RNA da seguinte maneira:
P R P R P R P R P R P R
C U A G C A
Do mesmo modo que cada proteína tem sua seqüência de aminoácidos, cada
RNA também possui sua própria seqüência de bases nitrogenadas.

Exercício 1 Exercícios
Complete o esquema a seguir usando as letras A, C, G e U de maneira que crie
um RNA diferente daquele que esquematizamos anteriormente. (Atenção
para ligar as bases A, C, G e U às riboses R.)
P R P R P R P R P R P R
A U L A Para simplificar ainda mais, podemos indicar apenas as bases nitrogenadas.
Assim, as moléculas de RNA podem ser representadas por:

48 ACGUCAAGGUCCA

As moléculas de RNA são classificadas em três tipos diferentes, de acordo


com a função que têm no processo de síntese protéica: o RNA mensageiro
(que transmite as informações para a síntese de proteínas), o RNA transportador
(que transporta os aminoácidos) e o RNA ribossômico (que constitui o ribossomo,
local onde se dá a síntese de proteínas).

RNA transportador
As moléculas de RNA transportador, ou RNAt RNAt, têm uma conformação
espacial característica e possuem duas regiões especiais. Em uma delas, os RNAt
se ligam a aminoácidos; em outra há uma seqüência de três bases nitrogenadas
que usamos para identificar o RNAt.
aminoácido

Figura 2: esquema de RNAt.

As ligações do RNAt com aminoácidos são específicas, isto é, alguns tipos de


RNAt só se ligam a certos tipos de aminoácidos. Vamos ver alguns exemplos:

Tabela 1

O RNAt que tem numa liga-se, na outra extremidade,


das extremidades as bases: ao aminoácido:
AAC leucina
AAU leucina
AGU serina
AGA serina
GUG histidina
CAA valina
CAU valina
CAG valina
CGU alanina
CUU glutamina
AAA fenilalanina
AUA tirosina
AUG tirosina
CCC glicina

Em alguns casos, mais de um tipo de RNAt pode se ligar ao mesmo tipo de


aminoácido. Por exemplo, o aminoácido leucina pode se ligar aos RNAt que têm,
na extremidade correspondente, as bases CUC, CUA, CUG e CUU.
Ao todo são vinte aminoácidos que podem se ligar a RNAt com diferentes
combinações de três bases nitrogenadas.
Exercício 2 Exercícios
A U L A
Complete a Figura 3 indicando que aminoácidos carregam os RNA
transportadores que estão representados:
48
Figura 3

RNA mensageiro
As moléculas de RNA mensageiro, ou RNAm RNAm, são cadeias de várias
seqüências de fosfato, ribose e base nitrogenada. Os segmentos de RNAm
diferem entre si de acordo com as bases nitrogenadas que contêm. Por exemplo:
o RNAm composto pela seqüência
AAC AGU CAA CCC AUA GGC
é diferente do RNAm composto pela seqüência
CGU CUU ACC CAA AAA UUU

A cada conjunto de três bases nitrogenadas do RNA mensageiro corresponde


um conjunto de três bases nitrogenadas nos RNA transportadores. Entre o RNA
mensageiro e o transportador pode haver uma ligação das bases nitrogenadas
segundo certa correspondência: a base A (adenina) se liga à base U (uracila) e a
base C (citosina) se liga à base G (guanina).
A–U
C–G

Cada seqüência de três bases nitrogenadas do RNA mensageiro recebe o


nome de códon. A seqüência de três bases nitrogenadas do RNA transportador
correspondente (isto é, aquela que se liga ao RNAm) recebe o nome de anticódon
anticódon.
Assim o códon GUU é complementar ao anticódon CAA.

O RNA transportador liga-se ao RNA mensageiro sempre da mesma forma:


o anticódon se encaixa no códon. Os RNA transportadores que tiverem os
conjuntos de três bases (anticódons) UUG e UCA vão se ligar na região do RNA
mensageiro onde estiverem os conjuntos (códons) AAC e AGU. Veja a Figura 4.

Figura 4: a seqüência
de três bases do RNAt
(anticódon) se liga ao
códon do RNAm.
A U L A Exercício 3
Usando a correspondência de ligação entre as bases nitrogenadas do RNAm

48 e RNAt (A se liga com U e C se liga com G), complete a relação abaixo


indicando que bases dos RNA transportadores se ligam a cada um dos
conjuntos de três bases nitrogenadas do RNAm.

Figura 5: códons do RNA mensageiro.

Quais são as bases dos anticódons correspondentes?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

RNA ribossômico
Moléculas de RNA ribossômico unem-se a proteínas e formam o ribossomo.
O ribossomo é uma estrutura presente no citoplasma da célula e também o local
onde ocorre a síntese de proteínas.
Podemos esquematizar o ribossomo da seguinte maneira (Figura 6):

regiões onde se
encaixam os RNAt

sítio P sítio A

região onde se
encaixa o RNAm

Figura 6: esquema do ribossomo.

Nele há uma região onde se encaixa o RNA mensageiro e dois locais onde
podem se encaixar RNA transportadores. Estes dois últimos locais recebem o
nome de sítio A (do aminoácido) e sítio P (da proteína).

Você sabia?

Apesar de as moléculas de RNA serem constituídas de vários conjuntos de


substâncias, elas são muito pequenas e não são vistas nem mesmo ao microscópio.
Para estudá-las usam-se corantes e substâncias marcadoras.
Os ribossomos, constituídos por RNA e proteínas, são estruturas que podem
ser vistas ao microscópio como granulações no citoplasma da célula.
O RNA e a síntese de proteínas A U L A
Um espetacular arranjo e interação entre os três tipo de RNA possibilita a
união de vários aminoácidos e formam a proteína. Você vai aprender como isso
acontece. 48
Vamos considerar um RNA mensageiro que tenha a seguinte seqüência de
bases nitrogenadas: UCA CAC UUG GUU GAA GCA.
Este RNAm se encaixa num ribossomo conforme indica o esquema seguinte
(Figura 7):

Figura 7: ribossomo ligado a RNA mensageiro.

Encaixado no ribossomo, o RNAm ocupa uma determinada região. Nessa


situação, três bases do RNAm (códon) se ligam a três bases do RNAt. Este RNAt
vem para o ribossomo ligado a um aminoácido.
Nesse momento, há um deslocamento do RNAm em relação ao ribossomo,
de tal forma que o RNA transportador ligado ao RNA mensageiro passa a ocupar
o sítio P, e o sítio A é ocupado agora pela próxima seqüência (códon). Logo um
novo RNAt vai se ligar a essa seqüência de acordo com sua complementaridade,
conforme indica a Figura 8.

Figura 8: os RNAt carregando aminoácidos


encaixam-se aos códons do RNAm.

Você pode observar que, com todos esses eventos, dois aminoácidos estão
muito próximos entre si. Isso possibilita uma reação de ligação entre eles. Em
seguida, o RNA transportador se desliga do aminoácido que estava carregando.
À medida que o processo continua, novos aminoácidos são trazidos pelos
RNAt e vão se ligando aos anteriores. Veja a Figura 9.

Figura 9
A U L A Você vai descobrir os próximos aminoácidos que vão se integrar a essa
molécula de proteína que está sendo sintetizada. Para isso consulte a Tabela 1,

48 que indica a relação de alguns RNA transportadores e os aminoácidos aos quais


eles se ligam.

Exercícios Exercício 4
Selecione as seqüências de bases do RNAt (anticódon) que se encaixam às
seqüências de bases do RNA mensageiro que está ligado ao ribossomo.
(Figura 7)
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 5
Que aminoácidos eles carregam?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 6
Em que seqüência esses aminoácidos vão se integrar à proteína?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 7
Como ficará o segmento de proteína sintetizado por esse segmento de
RNAm?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O segmento de proteína que você acabou de sintetizar faz parte da molécula


de insulina. Toda vez que nosso organismo produz insulina, realiza também essa
etapa de síntese protéica.
O RNA mensageiro é quem ordena quais aminoácidos vão entrar na
constituição da proteína. É por isso que recebe o nome de “mensageiro”. Ele tem
a mensagem trazida do núcleo da célula para a síntese de proteína. Se, na
formação da molécula de insulina, apenas um desses aminoácidos fosse trocado,
a insulina já não exerceria as funções que normalmente tem.

Trocas e mutações

Vamos supor agora que o RNAm para sintetizar insulina contenha uma
informação trocada, e que, no lugar de uma das bases normais, entre uma outra
base.
Assim, em vez de produzir um RNA com a seqüência
UCA CAC UUG GUU GAA GCA
produza uma seqüência com as bases
UCA CAC UUU GUU GAA GCA .

Você vai descobrir como ficará, então, a proteína sintetizada a partir desse
RNA mensageiro anormal.
Exercício 8 Exercícios
A U L A
Copie, na Figura 10, a seqüência de bases nitrogenadas do RNAm com a base
trocada.
48

Figura 10

Exercício 9
Que RNA transportadores poderão se ligar a esse RNAm?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 10
Usando a Tabela 1, verifique que aminoácidos esses RNAt carregam.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 11
Como ficará o segmento da proteína sintetizada a partir desse RNAm?
..................................................................................................................................

Exercício 12
Esse segmento de proteína é igual ou diferente da insulina normal?
..................................................................................................................................

Uma variação na seqüência de bases da molécula de RNA mensageiro


causará também uma alteração na proteína que é sintetizada.

a) Coloque as seguintes legendas na Figura 11: Quadro-


ribossomo, sítio A, sítio P, RNA mensageiro, RNA transportador, aminoácido. síntese

Figura 11

b) Considere a seguinte molécula de RNA mensageiro:


GGG UUU GCA CAC UUG UCA GUU GAA UAU
- Que RNAtransportadores se ligarão a esse RNAm?
- Que aminoácidos eles carregam?
A UA UL L AA

49
49
As bactérias operárias

N a Aula 47 você viu a importância da insuli-


na no nosso corpo e, na Aula 48, aprendeu como as células de nosso organismo
produzem insulina e outras proteínas. As pessoas que não produzem a quanti-
dade suficiente de insulina, como os diabéticos, precisam tomá-la em forma de
remédio. Como é fabricada essa insulina vendida como remédio?
A maneira mais antiga, e ainda hoje bastante utilizada, para se obter insulina
é fazer sua extração a partir de pâncreas de bois e porcos. A insulina que esses
animais produzem é bastante parecida com a humana, e pode mesmo exercer
suas funções em nosso organismo. Entretanto, algumas pessoas reagem com
manifestações alérgicas a essa insulina.
Hoje em dia já é possível fabricar insulina a partir de bactérias, que normal-
mente não produzem essa substância. Nesta aula vamos aprender como é esse
processo. Para isso precisaremos estudar um outro ácido nucléico, o DNA, e um
pouco sobre bactérias.

D N A – outro ácido nucléico


Na aula passada aprendemos que o RNA é um ácido nucléico muito impor-
tante na síntese das proteínas. Mas como é produzido o RNA?
O RNA é sintetizado a partir de um outro ácido nucléico, o DNA
DNA. É o DNA,
ácido desoxirribonucléico, que determina a seqüência de bases nitrogenadas do
RNA.
O DNA também é formado de unidades compostas por desoxirribose
(um açúcar) fosfato, e uma base nitrogenada. Mas, em vez de ser uma cadeia
simples como é o RNA, é uma cadeia dupla. Veja a Figura 1.
A U L A

49

Figura 1: esquema da cadeia dupla do DNA.

As bases nitrogenadas que entram na composição do DNA são: Adenina


Adenina,
Citosina, Guanina e Timina
Citosina Timina.

Exercício 1 Exercícios
Volte à Aula 48 e compare as bases nitrogenadas que compõem o RNA com
as bases nitrogenadas que compõem o DNA. Qual a semelhança? Qual a
diferença?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A ligação entre as bases nitrogenadas de cada fita do DNA mantém as duas fitas
unidas como uma cadeia dupla. A base adenina se liga à base timina
timina, e a base
guanina se liga à base citosina
citosina.
adenina – timina A– T
guanina – citosina G– C

A cadeia dupla do DNA se mantém como uma espiral, e, em determinadas


ocasiões, por ação de uma enzima, abre as ligações entre as bases que a mantém
unida e começa a sintetizar moléculas de RNA. Veja a Figura 2.

Figura 2: esquema da dupla hélice do DNA aberta,


sintetizando molécula de RNA.
A U L A As bases do RNA que está sendo sintetizado vão se unindo às bases do DNA
de acordo com certa complementaridade.

49
Exercícios Exercício 2
Complete o quadro abaixo indicando quais são as bases do RNA que se ligam
às bases do DNA:
Bases do DNA Bases do RNA
A U
T A
C
G

Exercício 3
Considere um segmento de DNA como o seguinte:
A A T C G G A T G G C A A C G
T T A G C C T A C C G T T G C
Considere também que uma molécula de RNA será sintetizada a partir da fita
inferior desse segmento. Como será a seqüência de bases da molécula de
RNA sintetizada?
..................................................................................................................................

O DNA é o material genético de todas as nossas células. É ele que contém


as informações necessárias para que nosso organismo sintetize proteínas.
Cada segmento de DNA, chamado de genegene, é responsável pela síntese de uma
molécula de RNA que, por sua vez, é responsável pela síntese de uma determi-
nada proteína.

Quando há uma troca de bases na molécula de DNA, o RNA sintetizado


também terá uma base trocada e, em conseqüência, a proteína produzida
será alterada. É o que chamamos de mutação
mutação.

O DNA pode também se autoduplicar. Quando a célula se reproduz o DNA


faz uma cópia de si mesmo, e cada uma das moléculas vai para uma das células
Quando o filhas. A Figura 3 mostra uma molécula de DNA se duplicando.
DNA faz uma
cópia de si
mesmo,
chamamos de
duplicação.
Quando o DNA
sintetiza
moléculas de
RNA, falamos em
transcrição.

Figura 3: dupla hélice


se abrindo e formando
duas novas cadeias
complementares.
Todas as características que são determinadas geneticamente, como a A U L A
sensibilidade ou insensibilidade aos inseticidas, a produção dos hormônios
testosterona e estrógeno, a produção de melanina e outras, são definidas por
informações contidas no DNA. 49
O DNA passa essas informações de uma geração para outra por meio da
formação dos gametas, que contêm cópias do DNA do indivíduo que os forma.
Todos os seres vivos têm DNA (exceto alguns vírus). E todas as células de um ser
vivo têm DNA, inclusive os gametas.

Como é o material genético de bactérias?

As bactérias também têm DNA como material genético, e produzem RNA


para sintetizar proteínas. A bactéria da espécie Escherichia coli tem um segmento
de DNA que possui entre quatro e cinco mil genes. Além desse segmento essa
bactéria possui porções circulares de DNA que recebem o nome de plasmídios
plasmídios.
Os plasmídios são capazes de se reproduzir, duplicando seu DNA. Assim,
quando a célula de uma bactéria se multiplica, cada célula filha recebe um
cromossomo e plasmídios iguais aos da célula mãe.

Figura 4: as células
filhas têm cromossomo
e plasmídios iguais aos
da célula mãe.

As bactérias da espécie Escherichia coli vivem em nosso intestino sem nos


fazer nenhum mal. São especialmente utilizadas em trabalhos e pesquisas de
engenharia genética.

Os genes contidos nos plasmídios não são essenciais para a vida da bactéria,
mas podem ser responsáveis pela síntese de proteínas que aumentam a resistên-
cia dessas bactérias aos antibióticos.
As bactérias se reproduzem muito rapidamente. Uma célula de Escherichia
coli leva cerca de vinte minutos para se multiplicar, produzindo duas células. A
cada duplicação, todo o material genético também se duplica.

Como fazer a bactéria produzir insulina humana?

Como produzir uma proteína que não está codificada no DNA?


Para a bactéria poder produzir insulina humana, ela precisa ter o RNA
específico para sintetizar essa proteína. Para ter o RNA específico para essa
proteína, ela precisa ter o DNA com as informações corretas. Nenhuma bactéria
produz insulina, e, portando, as bactérias não dispõem de DNA com as informa-
ções para essa síntese protéica.
A U L A Então como é possível que elas produzam insulina humana?
A produção de insulina pelas bactérias é possível graças às técnicas da

49 engenharia genética.
Atualmente é possível introduzir segmentos do DNA humano no DNA das
bactérias. Vamos ver como isto ocorre.
Existem enzimas capazes de “cortar” o DNA em pontos específicos, isto é, as
enzimas reconhecem locais onde há determinadas seqüências de bases
nitrogenadas e rompem as ligações em locais sempre iguais. Essas enzimas são
chamadas enzimas de restrição
restrição. Usando enzimas como estas pode-se cortar
segmentos de DNA que contenham informações para a síntese de uma determi-
nada proteína, quer dizer, pode-se cortar o DNA separando partes que contêm
genes.
Com essa técnica é possível isolar pedaços de DNA com genes escolhidos,
como por exemplo o gene responsável pela síntese de insulina.
Também com o uso de enzimas de restrição é possível romper o DNA de
plasmídios das bactérias. (Figura 5)

Figura 5

Utilizando outra enzima, capaz de refazer as ligações entre as moléculas de


DNA, é possível refazer os plasmídios introduzindo o pedaço de DNA humano.
Veja a Figura 6.

Figura 6

Com essa técnica consegue-se passar um segmento do DNA humano para o


plasmídio de uma bactéria.
Exercício 4 A U L A
O que vai acontecer com esse segmento de DNA humano quando a bactéria
se reproduzir?
.................................................................................................................................. 49
..................................................................................................................................
Se esse segmento de DNA for o gene responsável pela síntese da insulina,
depois de algum tempo existirão várias bactérias com o gene para a insulina
em seus plasmídios.

Exercício 5
Quando o DNA do plasmídio produzir RNA e este sintetizar proteínas, que
proteína estará sendo sintetizada?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Figura 7

Supõe-se que as bactérias possuem as enzimas de restrição como uma forma


de se defender de vírus invasores. Quando o vírus introduz seu DNA no interior
de uma bactéria, as enzimas de restrição “cortam” esse DNA em vários fragmen-
tos, impedindo-o de funcionar. Dessa forma, a infecção estaria neutralizada.

Com esse processo as bactérias tornam-se produtoras de proteínas humanas.


Nos laboratórios seu material genético é “transformado”, e elas passam a ser
capazes de sintetizar substâncias como a insulina humana, o hormônio do
crescimento e outras. Se elas forem mantidas vivas e em crescimento, tornam-se
verdadeiras fábricas de produtos exatamente iguais aos que nosso corpo produz.
A engenharia genética utiliza também outros seres vivos, e já é possível
introduzir genes isolados em células embrionárias de animais e plantas. Os genes
transferidos se incorporam no DNA do ser vivo que o recebeu.
As perspectivas das pesquisas e do aprimoramento das técnicas de
recombinação de DNA abrem a possibilidade de alterar o DNA de seres huma-
nos. Isso tornaria possível corrigir doenças hereditárias, isto é, aquelas determi-
nadas por genes. Esse processo é chamado de terapia gênica, e talvez em breve
já esteja ao alcance dos biólogos.
AQuadro
U L A · Compare a estrutura do DNA e do RNA preenchendo a tabela seguinte:
Síntese
49
DNA RNA
Cadeia simples ou dupla
Bases nitrogenadas

· Chamamos de ............................. quando o DNA sintetiza moléculas de


........................, e de .................................. quando sintetiza novas moléculas de
DNA.
· A bactéria tem DNA em estruturas chamadas cromossomos, e em segmentos
circulares denominados ........................................... .
· Para introduzir segmentos de DNA humano no plasmídio de bactérias são
necessários dois tipos de enzimas: enzimas de ..................................... e enzimas
de ligação.
· Descreva o processo de passagem de um gene humano para um plasmídio
de uma bactéria.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercícios Exercício 6
Considere um segmento de DNA introduzido num plasmídio de uma
bactéria:
TTG TTA CAC GTT GTA
AAC AAT GTG CAA CAT
a) Como serão os plasmídios das células resultantes da reprodução dessa
bactéria?
.............................................................................................................................
b) Se apenas a cadeia superior for transcrita, como será a seqüência de bases
nitrogenadas do RNA sintetizado a partir desse segmento?
.............................................................................................................................
c) Consulte a Tabela da Aula 48 (pág. 166) e responda: que aminoácidos
serão codificados por esse segmento de RNA?
.............................................................................................................................
AUU
A L AL A

50
50
A evolução
das espécies

C hegamos à aula 50! Durante as aulas do


telecurso, você viu vários temas relacionados com a Biologia: genética, botânica,
zoologia, fisiologia, ecologia entre outros. Finalizaremos nosso curso com um
tema da Biologia chamado de evolução
evolução.
Na natureza, há um grande número de seres que, embora pertencendo à
mesma espécie, têm diferenças individuais. Você viu na Aula 43 o exemplo das
mariposas, que, apesar de serem da mesma espécie, tinham cores diferentes. Mas
por que existem diferentes formas de organismos em uma mesma espécie?
Como as populações vão mudando ao longo do tempo?
Estas são algumas das dúvidas que você irá solucionar nesta última aula.
Compreenderá como as espécies evoluem com o passar do tempo, tudo isso com
base em uma teoria denominada Teoria da Evolução
Evolução.

Os trabalhos de Charles Darwin

Figura 1: rota da viagem de Darwin a bordo do H.M.S. Beagle.


Figura 1
A U L A A preocupação da humanidade com explicações sobre diversidade de seres
vivos data da Grécia antiga; mas até fins do século XVIII acreditava-se que as

50 espécies não se modificavam e que seu número era fixo.


Na nossa aula, não trataremos das primeiras teorias que tentavam des-
vendar os mistérios da evolução das espécies; iremos direto para os trabalhos
de um jovem naturalista chamado Charles Darwin, que viveu na Inglaterra
entre 1809 e 1882. O seu interesse pela evolução nasceu de uma viagem que
ele realizou ao redor do mundo a bordo do navio inglês H.M.S. Beagle. Nessa
época ele tinha 22 anos, e a viagem durou cinco anos. Na Figura 1 podemos
ver a rota feita pelo navio.
Durante essa viagem, Darwin coletou vários exemplares de animais, plantas
Fóssil: é qualquer e fósseis e fez observações sobre as diferenças que encontrava entre indivíduos
vestígio petrificado da mesma espécie.
de um ser vivo que Após a sua viagem, em 1837, Darwin começou a estudar mais detalhadamente
já habitou o nosso os animais domésticos. Concluiu que as raças de organismos domésticos (gali-
planeta, como uma
nhas, pombos etc.) foram criadas pelo homem, que escolhia os indivíduos para
pegada, uma folha,
os cruzamentos. De geração em geração, ao longo dos anos, eram reproduzidos
um pedaço de
osso. O estudo dos
os indivíduos que possuíam uma determinada característica que fosse de inte-
fósseis nos permite resse e, ao mesmo tempo, outros indivíduos eram impedidos de se reproduzir.
reconstituir a forma, A isto chamamos de seleção artificial
artificial. Deste modo, eram obtidas novas raças e
o tamanho e até os variedades que interessavam ao homem.
hábitos dos Darwin estava convencido de que as espécies se modificavam, e a partir de
organismos do então começou a se perguntar: “Como elas mudavam na natureza?”
passado. Para elucidar esta questão, Darwin passou a estudar os fósseis.
Ao comparar os fósseis de diferentes camadas geológicas, Darwin con-
cluiu que os seres vivos vinham se modificando ao longo do tempo, e que
algumas características de animais extintos continuavam existindo em animais
atuais. As camadas mais recentes mostravam fósseis de organismos mais
semelhantes aos seres viventes. Por exemplo, foi encontrado na Patagônia o
fóssil de um mamífero gigantesco, já extinto, muito semelhante ao tatu que
vive na América do Sul.
Com base nos fósseis, podemos obter uma série de informações a respeito do
hábito de vida dos organismos do passado.

Exercícios Exercício 1
Na figura abaixo temos algumas pegadas deixadas por um dinossauro
(réptil que viveu no passado) e um crânio de um tigre-dentes-de-sabre. Com
base nas figuras, responda às questões:

Figura 2: a) pegadas de dinossauro; b) crânio de um tigre-dentes-de-sabre.


a) O dinossauro que deixou as pegadas, ilustradas na Figura 2a, era bípede A U L A
ou quadrúpede?
.............................................................................................................................
b) O animal da Figura 2b era carnívoro ou herbívoro? Por quê? 50
.............................................................................................................................

Apesar de todos os estudos realizados, Darwin ainda procurava uma


comprovação da ocorrência da modificação das espécies. Em 1838, ele conhe-
ceu a teoria de Malthus sobre o crescimento populacional. Malthus dizia que
o potencial de reprodução da população humana é infinitamente maior do
que a capacidade da terra de produzir os meios de subsistência. Dizia
também que, se uma população não encontrasse obstáculos ao crescimento,
haveria um aumento no número de indivíduos de acordo com uma progres-
são geométrica. Já os meios de subsistência aumentariam de acordo com uma
progressão aritmética.
Malthus tentava imaginar a humanidade submetida às mesmas leis que
regem populações de outras espécies. Esse foi um dos pontos que chamou a
atenção de Darwin.
As populações poderiam, teoricamente, crescer muito rápido. Mas isso não
era observado na prática. Para explicar a manutenção de níveis mais ou menos
constantes no tamanho da população, Darwin achava que deveria existir uma
“luta pela vida”. Indivíduos diferentes que possuíssem características favorá-
veis seriam selecionados. Isto é, ao longo do tempo, iriam desaparecer as
características desvantajosas ao meio. Desse modo, os indivíduos mais aptos
sobreviveriam e deixariam um maior número de descendentes. Com o passar do
tempo, as diferenças iriam se acentuando a ponto de se constituírem espécies
novas, diferentes dos tipos originais.
Darwin escreveu, então, um dos princípios da teoria da evolução: a seleção
natural
natural, que dizia que as populações não poderiam crescer demais, pois o meio
agiria sobre elas selecionando apenas os indivíduos que estivessem adaptados
às condições do ambiente.
Na Aula 43 estudamos exemplos de seleção natural com as mariposas.
Vimos que os organismos selecionados pelo meio se reproduzem deixando
descendentes com as mesmas características. Nas gerações seguintes, aumenta
o número de indivíduos adaptados ao meio.
Charles Darwin elaborou toda a sua teoria com base nos dados coletados em
sua viagem, em observações de animais domésticos e na análise de trabalhos de
outros pesquisadores. Ele conseguiu reunir várias idéias em uma mesma teoria:
o Darwinismo ou Teoria da Evolução.

As girafas – um exemplo de Darwinismo

Darwin observou que nas populações atuais de girafas, todos os indivíduos


possuíam pescoços longos. Os ancestrais da girafas, de acordo com os fósseis,
tinham pescoço mais curto. Darwin explicava a evolução da população de
girafas dizendo que no passado havia uma pequena variação no comprimento
do pescoço entre os indivíduos das populações ancestrais.
Os indivíduos que possuíam pescoço longo conseguiam alcançar os ramos
mais altos das árvores. Assim, girafas de pescoço longo tinham maior oferta de
alimento e mais chance de sobreviver e de deixar descendentes.
A U L A Desse modo, a seleção natural privilegiava os indivíduos que possuíam
pescoço mais comprido. Após milhões de anos, as girafas de pescoço curto

50 desapareceram e a população de girafas ficou composta apenas por indivíduos


de pescoço longo.
Acompanhe no quadro abaixo as constatações e conclusões de Darwin.

Constatações
· As populações têm potencial para crescer rapidamente, porém não
o fazem porque há predadores, parasitas, escassez de alimento e
espaço etc.
· Muitos indivíduos morrem sem deixar descendentes. As mortes são
causadas pelas condições ambientais. Os que sobrevivem estão mais
aptos a enfrentar tais condições e assim deixam descendentes.
· Devido à variação existente entre indivíduos da mesma espécie, é
possível que alguns sobrevivam quando há mudanças das condições
do meio.
Conclusões
· Os indivíduos que conseguem sobreviver e se reproduzir possuem
características adaptadas ao meio. Este é o princípio da seleção
natural.
· A seleção natural favorece a permanência de características
adaptativas, e o número de indivíduos com tais características irá
aumentando na população ao longo do tempo.

A Teoria Sintética da Evolução ou Neodarwinismo

Vimos, até agora, que Darwin conseguiu elaborar uma teoria que explicava
a mudança das espécies. Sua teoria baseava-se em um princípio denominado
seleção natural, mas Darwin não conseguiu explicar como surgia a variabilidade
nos indivíduos de uma mesma espécie. Ele simplesmente constatou que dentro
de uma mesma espécie havia indivíduos diferentes.
Na época em que Darwin publicou seu livro, em 1859, um naturalista
chamado Gregor Mendel estava estudando os mecanismos de herança dos
caracteres. Até esse momento não se conheciam os cromossomos nem os genes.
Somente no início de 1900 é que os trabalhos de Mendel foram retomados.
Em 1920 já se reconhecia que os mecanismos de herança descobertos por Mendel
estavam ligados aos cromossomos.
Em 1940 uma teoria evolucionista mais consistente tomou forma, auxiliada
pelas descobertas da genética. Ela foi chamada de Teoria Sintética da Evolução
ou Neodarwinismo, e está fundamentada em dois mecanismo: a mutação e a
recombinação gênica
gênica.

Mutação

Exercícios Exercício 2
No quadro a seguir temos quatro seqüências de três bases nitrogenadas de
um RNA mensageiro (códon), mostrando qual tipo de aminoácido é codifi-
cado a partir de cada uma delas.
B ASES NITROGENADAS DO RNA MENSAGEIRO A MINOÁCIDO A U L A

50
AAA ou AAG lisina
AAU ou AAC asparagina

a) Se um RNA mensageiro possui a seqüência de quatro códons: AAA AAA


AAU AAA, qual será a seqüência de aminoácidos desse segmento da
proteína formada?
.............................................................................................................................

b) Se ocorrer uma mudança na seqüência para AAA AAA AAC AAA, a


seqüência de aminoácidos irá se modificar?
.............................................................................................................................

c) E se ocorrer uma mudança na seqüência para AAA AAA AAG AAA, a


seqüência de aminoácidos irá se modificar?
.............................................................................................................................

Como pudemos ver nos exercícios anteriores, nem sempre uma mudança de
base ocasiona a síntese de uma proteína nova, porém em alguns casos a troca de
uma base nitrogenada pode produzir uma proteína completamente diferente.
Essas mudanças na seqüência de bases nitrogenadas do RNA ocorrem como
conseqüência de uma mudança no DNA. A mudança ocorrida no DNA é
chamada de mutação. Na Aula 49 você já viu a definição de mutação.

Exercício 3 Exercícios
Reescreva a definição de mutação.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A mutação pode dar vantagens ou desvantagens a seu possuidor. Se a


característica nova que aparece com a mutação propiciar maiores chances de
sobrevivência para o indivíduo, ele terá condições de transmitir tal característica
para seus descendentes, que estarão mais bem adaptados ao meio. No caso
contrário, o indivíduo pode vir a morrer.

A recombinação gênica

O mecanismo de recombinação gênica ocorre em organismos que se


reproduzem sexuadamente.
No esquema a seguir temos a representação das células de dois organismos
da mesma espécie (pai e mãe) e da célula de seu descendente. Esses indivíduos
possuem três pares de cromossomos em suas células, e seus gametas carregam
três cromossomos. Os cromossomos do descendente são provenientes de dois
gametas (um materno e um paterno), totalizando seis cromossomos. O descen-
dente é capaz de formar gametas que combinam de várias maneiras os
cromossomos de origem paterna e materna, como mostra a Figura 3.
A U L A

50

Figura 3: cruzamento de dois indivíduos e a formação de gametas no seu descendente.

No exemplo da Figura 3 são possíveis oito combinações cromossômicas


diferentes, variando desde gametas que possuem apenas cromossomos pater-
nos até gametas contendo somente cromossomos maternos.
Supondo que o descendente cruze com outro indíviduo que também produz
oito gametas diferentes, os seus filhos serão resultado da combinação entre os
dois lotes de oito gametas.
Desse modo, podemos ter diversas possibilidades de filhotes formados, o
que explica a grande variabilidade de características que existem em indivíduos
de uma população.
A recombinação gênica pode ocorrer de outros modos durante a meiose.

Você sabia?

Para calcular o número de gametas diferentes que um indivíduo pode


formar é só usar a seguinte fórmula:
2n

em que n é o número de pares de cromossomos presentes na espécie. Se fizéssemos


o cálculo para a espécie humana, seria 223 = 8.388.608 gametas diferentes.

No Neodarwinismo, os mecanismos de mutação e recombinação gênica


foram incorporados para explicar a existência de variabilidade entre organismos
da mesma espécie. O princípio do Darwinismo não foi esquecido, já que a seleção
natural atua sobre a variabilidade genética selecionando as combinações que
melhor adaptam os organismos.
Nesta aula você aprendeu uma das teorias mais importantes da biologia e
que atualmente é aceita por todos os biólogos. Porém, como todas as áreas da
Ciência, este tema está sendo constantemente estudado e talvez um dia seja
reformulado.
· Darwin constatou que entre indivíduos da mesma espécie havia ................ Quadro-
A U L A
.................................................................................................................................. síntese
· O princípio básico que fundamenta a Teoria da Evolução é a ......................
.................................................................................................................................. 50
· Na seleção natural o meio seleciona as características que são vantajosas para
sobrevivência, tornando a população ................................................................
ao meio.
· Darwin não conseguiu explicar como ocorria a ...............................................
..................................................................................................................................
· O Neodarwinismo aceita a seleção natural e inclui dois mecanismos para
explicar a variabilidade genética: .......................................................................
e ................................................................................................................................
· Mutação é ...............................................................................................................
Gabaritos das aulas
1 a 25

Aula 1 - Por que tomar café da manhã?


1. Fraqueza, dor de cabeça, tontura.
2. a, c, e, f.
3. a) Antônio, pois consome mais calorias do que as que ele precisa.
b) Maria, pois consome uma quantidade de calorias adequadas a suas necessidades.
4. Nesse exercício, a quantidade de energia irá variar de acordo com o sexo e a idade de cada um. Por exemplo:
Sexo: masculino.
Idade: 35 anos.
Quantidade de calorias necessárias: 3.200 Kcal.
Não há uma resposta definida para o cardápio das três refeições. O aluno terá liberdade de escrever o que mais lhe
agradar, e deverá somar as quantidades de calorias obtidas.
5. a) Glicose; água; oxigênio.
b) Respiração celular.
Aula 2 - Vai sair sem agasalho?
1. Resposta pessoal.
2. 1, 3, 5 e 6.
3. Quando realizamos atividades físicas que envolvem trabalho muscular intenso, como correr, por exemplo, sentimos
calor e suamos bastante, ficamos ruborizados, com a superfície da pele mais quente em algumas regiões do corpo,
e aumenta a freqüência do batimento cardíaco e da respiração.
4. b.
5. Lobo-guará (pêlo); galinha (penas); onça (pêlo); foca (gordura).
6. Calor.
7. Uma pessoa gorda em geral transpira mais que uma magra, pois possui uma camada mais grossa de gordura que
funciona como isolante, dificultando a liberação do calor (lembre-se do exemplo da foca). Além disso, seu corpo é mais
volumoso e a parte interna está mais distante da externa. O calor precisa percorrer um caminho mais longo, antes de
ser liberado.
8. Ao sair, a pessoa que trabalha numa câmara frigorífica apresentará reações provocadas pela sensação de calor.
Começará a suar, os vasos da pele sofrerão vasodilatação e ela deverá tirar as roupas, que utiliza para suportar o frio
intenso do interior da câmara. Ao entrar, deverá ter reações provocadas pela sensação de frio: começará a tremer,
contrairá os músculos do corpo, os vasos da pele apresentarão vasoconstrição e ela precisará vestir roupas pesadas,
para poder suportar o frio.
9. O exercício físico também é capaz de nos fazer sentir calor, já que quando aumentamos a atividade muscular
aumentamos também a produção de calor. O excesso de calor gerado pelo trabalho do músculo deve ser eliminado
do corpo. Nesse caso, aparece a sensação de calor, que causa as reações já descritas.
Aula 3 - Trabalhar em pé dá dor nas pernas?
1. Resposta pessoal.
2. O transporte do sangue é mais difícil quando vai das pernas para o coração.
3. Na bexiga.
4. Ao se contraírem, os músculos das pernas pressionam as veias, impulsionando o sangue no sentido do coração.
5. Impedir o refluxo do sangue, favorecendo o movimento em direção ao coração.
6. As células deixam de receber os nutrientes necessários ao seu perfeito funcionamento.
7. Com exercícios físicos, a ação dos músculos sobre os vasos sangüíneos impulsiona o sangue, fazendo-o circular
com mais facilidade pelo corpo.
Aula 4 - Dia da vacinação
1. Inimigos (antígenos): bactérias que podem causar doenças, produzindo toxinas ou lesando células.
Soldados: Células fagocitárias que tentarão englobar e destruir as bactérias.
Estrategistas: O linfócito T perceberá a presença do inimigo, avisando a todos e, além de reconhecê-lo, enviará
uma mensagem para que o linfócito B produza as armas.
Armas: Anticorpos reagirão com o antígeno, facilitando sua degradação.
2. Resposta individual.
3. a) Ao nascer, até o primeiro mês; b) 2 meses; c) 4 meses; d) 6 meses; e) 9 meses; f) 15 meses; g) 5 a 6 anos; h) 15 anos.
4. O indivíduo que vai para a Amazônia é vacinado contra a malária para que possa produzir anticorpos contra a doença.
A malária é muito freqüente nessa região e o indivíduo é vacinado para não contrair a doença.
5. Se um indivíduo tiver qualquer problema com o linfócito T, não terá seu sistema imunólogico ativado na presença
do invasor e não produzirá anticorpos, pois o linfócito B não será avisado sobre a forma do antígeno. Portanto,
uma pessoa nessas condições, será muito vulnerável às doenças, ou seja, suas defesas estarão muito enfraquecidas.
6. a) S (soro para picada de aranha).
b) V (vacina anti-sarampo).
c) V (todas as vacinas para prevenir doenças).
d) S (soro antitetânico).
e) S (soro anti-rábico, para evitar o avanço do vírus que pode ter sido contraído com a mordida).
7. Pode-se perceber pelo gráfico que as doenças infecciosas diminuíram como causa de mortalidade. Isso deve ter ocorrido
devido ao desenvolvimento de novos medicamentos e, principalmente, à produção de novas vacinas, levadas
à população por meio de campanhas.

Aula 5 - Tá na mesa!
1. a) Desnutrição úmida.
b) Marasmo.
2. Açúcar refinado, pão e chocolate em barra.
3. Carne seca de boi, queijo-de-minas e sardinha.
4. Azeite-de-dendê, margarina e toucinho fresco.
5. Azeite-de-dendê.
6. A pessoa A precisa comer alimentos ricos em proteínas, gorduras e vitaminas, enquanto a pessoa B precisa aumentar
o consumo de todos os tipos de alimentos.
7. Sim. Nas duas substâncias há átomos de carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O).
8. Não.
9. Não.
10. Não.
11. O combate aos invasores de nosso corpo e as reações catalisadas por enzimas.
12. a) Não.
b) Dificuldade de cicatrização (hemorragia).
13. Fígado e ovo. Esses alimentos possuem vitaminas A, B, D e E, além de cálcio, ferro e iodo.
14. Resposta pessoal.
15. Vários alimentos podem ser sugeridos, por exemplo: carnes de boi, de frango, de porco ou de peixe; ovos ou queijo.
16. São alimentos ricos em fibras, vitaminas e sais minerais.

Aula 6 - Minha filha está ficando uma moça!


1. A adolescente é maior em estatura; apresenta as mamas desenvolvidas; os quadris maiores e arredondados e pêlos
no púbis.
2. a) FSH.
b) Estrógeno.
c) Deposição de gordura nos quadris; aparecimento de pêlos; a voz torna-se mais aguda; aumenta a lubrificação
e a sensibilidade da vagina e crescimento das mamas.
d) LH.
e) Crescimento da parede do útero (endométrio).
f) Aumento da estatura e alargamento dos quadris.
3. Aproximadamente no meio do ciclo.
4. Uns dias antes.
5. Aproximadamente no décimo quarto dia.
6. a) Mais ou menos no meio do ciclo.
b) Sim.
7. No meio do ciclo.
8. No final do ciclo.
9. a) Para haver gravidez é necessário que haja um óvulo. Mas se a mulher tomou estrógeno e progesterona durante todo
o mês - e estes inibem o FSH e o LH -, não ocorrerá ovulação, pois sem esses hormônios o óvulo não amadurece
nem é liberado.
b) Não haverá óvulo, mas a parede do útero irá crescer devido à progesterona. É necessário, então, parar de tomar
a pílula para que caia o nível de progesterona e essa parede seja eliminada na forma de menstruação.

Aula 7 - Posso fazer a barba?


1. Figura 1 - 09 anos.
Figura 2 - 14 anos.
Figura 3 - 25 anos.
2. Vesícula seminais e próstata
3. No corpo das mulheres o FSH é responsável pelo amadurecimento do óvulo e o LH pela liberação do óvulo.
4. A testosterona age sobre a produção de espermatozóides, crescimento e funcionamento do pênis, além
de ser responsável pelo engrossamento da voz, pelo aparecimento de pêlos em várias regiões do corpo e pelo aumento
de secreção das glándulas sebáceas. Outro papel da testosterona é a influência que exerce no aumento da quantidade
de músculos e no padrão de distribuição dos músculos e das gorduras no corpo dos rapazes.
5.

6. RAPAZES MOÇAS
- Aparecimento de pêlos no rosto, nas axilas, - Aparecimento de pêlos nas axilas e próxi-
no peito, próximo aos órgãos sexuais. mo aos órgãos sexuais.
- Aumento do tamanho e funcionamento - Aumento da lubrificação e da sensibilidade
do pênis. da vagina.
- Aumento da quantidade de músculos - Alargamento da bacia.
e modificação no padrão de distribuição - Crescimento das mamas.
de músculos e gorduras. - Crescimento.
- Engrossamento da voz. - Amadurecimento e liberação de óvulos.
- Crescimento. - Menstruação.
- Produção e liberação de espermatozóides.
Algumas transformações são semelhantes e outras são bastante diferentes, no entanto, para os rapazes e para as moças
o significado dessas mudanças é o mesmo: preparar o organismo para a reprodução.

7. Quando o indivíduo perde os testículos antes da adolescência, ele continua apresentando características sexuais de uma
criança, já que a testosterona não pode ser produzida. Os órgãos sexuais permanecem pequenos e não funcionais,
impedindo a ereção ou ejaculação. Os ossos ficam muito finos, embora a altura possa ser a mesma, ou até um pouco
superior à do homem normal. A voz é semelhante à de uma criança, a musculatura é escassa e o indivíduo não apresenta
pêlos nas axilas, no peito, no rosto, ou em volta dos órgãos sexuais. O indivíduo será incapaz de procriar, pois não pode
produzir espermatozóides ou manter relações sexuais.

Aula 8 - A patroa quer emagrecer


1. a) Se a ingestão de alimentos for grande e o gasto de energia for baixo, haverá sobra de energia, levando a um aumento
de peso.
b) Se a quantidade de energia é excessiva, aumentar a atividade física ou diminuir a ingestão de alimentos podem
ser boas alternativas.
2. Aula 3 - Movimento do músculo cardíaco.
Aula 4 - Fagocitose.
Aula 5 - Quebra de amido em glicose.
Aula 6 - Produção de hormônios feminino.
Aula 7 - Produção de hormônios masculinos.
3. Diminuição do peso.
4. a) Diminuem as freqüências cardíaca e respiratória.
b) Aumento do peso.
5. Ingestão de alimentos em excesso, disfunção da tiróide e pouca atividade física.
6. a) Os animais têm crescimento menor do que o normal, ficando pequenos.
b) Os animais crescem mais do que o normal, ficando muito grandes.
c) Esse lote, chamado de "grupo controle", é importante para comparações com resultados experimentais.
d) Os animais teriam crescimento normal.

Aula 9 - Por que limpar a casa?


1. Mosca.
2. Em locais empoeirados, pois neles existem quantidades maiores de partículas de nossa pele que servem de alimento
às larvas de pulgas.
3. a) Alimentos: mantê-los em embalagens fechadas e em locais limpos.
b) Utensílios domésticos: mantê-los limpos e guardados em locais adequados (armários fechados e limpos).
4. a) O pão embolorou.
b) Resposta pessoal (depende do tipo de fungos que apareceram).
c) Os fungos surgiram de esporos presentes no ar.
5. a) A muda é o processo que permite o crescimento dos artrópodos.
b) A muda é a troca periódica do exoesqueleto.
c) A função dos esporos dos fungos é a reprodução.
d) O Demodex sp, ou cravo do rosto, pertence ao grupo dos artrópodos.

Aula 10 - Uma receita de iogurte


1. De acordo com o gráfico, as enzimas ficam mais ativas quando a temperatura está ao redor dos 40ºC.
2. Em temperaturas inferiores a 20ºC, a atividade enzimática é muito baixa.
3. Próximo dos 60ºC não há atividade enzimática, o que impossibilita a ocorrência de reações químicas.
4. Temperaturas próximas dos 40ºC favorecem a ação das enzimas.
5. Com a água morna, eleva-se a temperatura da mistura, favorecendo a ação das enzimas e as reações realizadas
pelos microrganismos do fermento de pão.
6. O açúcar servirá de alimento para os microrganismos do fermento.
7. Devemos esperar alguns minutos para que haja tempo de os microrganismos atuarem e produzirem gás carbônico
em quantidade suficiente para fazer a massa crescer.
8. Num ambiente muito frio, as reações realizadas pelos microrganismos do iogurte serão lentas. Por essa razão,
a produção da substância ácida que provoca a transformação do leite em iogurte é muito mais lenta do que seria
num ambiente mais quente.
9. Uma das formas de acelerar o crescimento da massa do pão é mantê-la em ambiente aquecido, por exemplo sobre
uma vasilha com água quente, sobre o fogão que está com o forno aceso ou dentro do forno desligado
que foi anteriormente aquecido.

Aula 11 - O feijão estragou!


1. Podemos alterar a quantidade de água líquida e a temperatura do alimento.
2. Esperaria que crescessem mais depressa os fungos do pão que ficou sobre o armário, pois a temperatura ambiente
favorece o seu desenvolvimento quando comparada com a temperatura da geladeira.
3. Não, pois é necessária a presença de água líquida para que os fungos cresçam.
4. Neusa deve colocar no armário a bolacha doce, a compota de goiaba, as frutas secas, o arroz cru e o leite em pó. O leite
em saquinho e a carne podem ser armazenados na geladeira, desde que se pretenda consumi-los num prazo de até três
dias. Caso contrário, devem ser colocados no congelador. A torta salgada congelada deve ser colocada no congelador
e retirada somente no dia em que for consumida. As frutas frescas e o pão de fôrma podem ser deixados no armário,
caso se pretenda consumi-los em poucos dias, ou na geladeira, se for demorar mais.
5. Quando guardado dentro de um armário.
6. No armário, a temperatura é mais favorável ao desenvolvimento das bactérias que estão no leite.
7. Porque a quantidade de água presente neles é muito pequena.
8. Resposta pessoal.
9. As diferenças são: no modo B colocou-se cravo-da-índia, ferveu-se o frasco onde foi colocada a compota e antes
de fechá-lo ele foi preenchido até que a calda transbordasse
10. A fervura dos frascos de armazenagem mata os micróbios ou esporos que lá estão.
11. Deve-se guardá-los na geladeira, pois dessa forma se conservarão em condições de consumo por mais tempo.
12. O pão de fôrma se estraga mais depressa que o torrado porque tem maior quantidade de água, o que favorece
o desenvolvimento de microrganismos.
Solução da Atividade Prática
a) O pires com a batata salgada deverá acumular água.

Aula 12 - Aids ou Sida?


1. As células que compõem o sistema imunológico são:
· células fagocitárias - englobam os antígenos, destruindo-os;
· linfócitos T - reconhecem o inimigo e enviam mensagens para os linfócitos B;
· linfócitos B - produzem as armas químicas necessárias para destruir os antígenos.
2. Você pode ter mencionado que o vírus da Aids é transmitido através de relações sexuais, de transfusão de sangue,
do uso de seringas ou materiais cirúrgicos contaminados ou por qualquer outra das formas citadas no decorrer da aula.
3. A relação sexual anal apresenta maiores riscos para o passivo que mantém relações com um parceiro portador do vírus
da Aids. Isso porque, além do possível contato entre sangue dos dois parceiros em função de ferimentos, ocorre
a liberação de esperma que contém alta concentração de vírus.
4. A mulher tem maior chance de ser contaminada quando mantém uma relação sexual vaginal com um parceiro portador
do vírus HIV.
5. Na relação sexual anal, é maior a chance de contaminação para o indivíduo que é penetrado, pois a mucosa da vagina
é mais resistente, sofre lubrificação e tem menor poder de absorção. O canal vaginal sofre maior dilatação do que o ânus,
diminuindo o atrito.
Para o homem que introduz o pênis, a avaliação é mais difícil. De um lado, o atrito é maior na relação anal e a chance
de aparecerem ferimentos também. De outro, na vagina está presente a secreção vaginal que contém o vírus.
6. A pessoa que ingere o esperma tem maior chance de contrair o vírus quando pratica sexo oral com um homem portador
do HIV.
7. Como mencionado no texto, o portador do vírus pode estar doente (aidético) ou não (soropositivo). Se for apenas
soropositivo, ele não apresentará sintomas claros da doença e não poderá ser distinguido das pessoas que não portam
o vírus.
8. Quando internado, o aidético deve ser mantido isolado dos demais doentes porque seu sistema imunológico está muito
afetado e não é capaz de defender seu organismo de doenças que outros pacientes poderão transmitir. Assim, o aidético
não pode ter contato com outros doentes.
9. As duas respostas são de caráter individual. Entretanto, o texto indica que você deve adotar o seguinte comportamento:
Para não contrair o vírus HIV:
· usar camisinha tanto na relação sexual anal como na vaginal;
· não engolir esperma e evitar o contato da boca com vagina, ânus e pênis de pessoas que você não sabe se são
portadoras do vírus;
· evitar sexo quando estiver doente ou com o organismo debilitado;
· certificar-se de que foi feito o teste anti-HIV no sangue utilizado para transfusões;
· utilizar agulhas e seringas descartáveis, e não compartilhá-las;
Quando tiver de se relacionar com um aidético ou com um soropositivo:
· agir naturalmente se esse relacionamento for social, profissional ou familiar. Não é preciso manter distância
ou ter medo;
· não agir de forma preconceituosa.
10. Sexo sem camisinha: o vírus da Aids poderá ser liberado pela ejaculação juntamente com o sêmen, pela secreção vaginal
e pelo sangue liberado por eventuais ferimentos dos órgãos genitais e do ânus. O vírus atinge a corrente sangüínea
e contamina a pessoa quando penetra por meio de ferimentos ou é absorvido pela mucosa anal.
Seringas usadas: durante a utilização das seringas, um resto de sangue permanece na agulha. Quando a seringa
é reutilizada, este sangue é injetado no interior do corpo da outra pessoa. Se o sangue estiver contaminado, a pessoa
também será contaminada.
Transfusão de sangue: se o sangue utilizado para a transfusão contiver o vírus da Aids, este penetrará no corpo
da pessoa que receber o sangue contaminado.

Aula 13 - Estudando as aulas do Telecurso 2000


1. a) Sons.
b) Imagens emitidas pela televisão.
2. a) Aumento dos batimentos cardíacos, suor frio, falta de ar.
b) Salivação, barulho no estômago.
3.

Caminho do impulso nervoso entre dois neurônios.


4. A perna se mexe por efeito da contração do músculo da perna.
5. Durante uma prova seus olhos lêem as informações contidas no papel. Essas mensagens são transportadas
pelos neurônios até o cérebro sob a forma de impulso nervoso. O cérebro processa a informação e, através do raciocínio
e da memória, é possível elaborar uma resposta. O cérebro comanda um novo impulso nervoso que fará com que
o músculo do seu braço se mova e inicie o processo de escrita da resposta.

Aula 14 - Aproveitamos tudo o que comemos?


1. Pintar a glicose.
2. Pintar o estômago.
3. O bife e o feijão.
4. Pintar os ácidos graxos e o glicerol.
5. a) Glicose.
b) Glicose a aminoácidos.
c) Aminoácidos, ácidos graxos e glicerol.
d) Glicose, ácidos graxos e glicerol.
e) Vitaminas e sais minerais.
6. a) A amilase pancreática, que age em meio básico.
b) A protease gástrica, que age em meio ácido.
7. a) O tubo C.
b) Porque se encontra num pH igual a sete (neutro) e a 36ºC (temperatura do nosso corpo).
8. a) pH = 8.
b) Ao redor de 5 e ao redor de 11.
c) O bicarbonato de sódio.
9. a) O bife.
b) Porque a protease gástrica só age em meio ácido.
Soluções da atividade
a) O óleo flutua na água;
b) O óleo se espalha pela água, mas aos poucos retorna à superfície;
c) O óleo forma com a água uma mistura leitosa e não volta à superfície.

Aula 15 - Será que estou grávida?


1. Sim.
2. Indica que a mulher não está grávida.
3. Se o útero se contrair no início da gravidez expulsará o embrião.
4. A maioria dos órgãos se forma até o terceiro mês de gravidez. Logo, qualquer fator que cause alteração nesse período
poderá interferir na formação de algum órgão e, algumas vezes, impedir que se forme.
5. O endométrio não mais se manteria e ocorreria um aborto, ou seja, o embrião seria eliminado juntamente
com o endométrio.

Aula 16 - Cuidando das plantas


1. Depende da planta, mas em geral a planta precisa de água, luz, solo com nutrientes, um ambiente que evite a perda
de água, e proteção contra doenças.
2. a) mitocôndria; b) cloroplasto; c) mitocôndria.
3. Se a planta ficar no escuro por algumas semanas, ela deverá usar toda sua reserva de glicose. Como no escuro a planta
não realizou a fotossíntese e por isso não sintetizou glicose, ela deverá morrer, pois não terá alimento, não terá de onde
retirar energia.
4. A planta a continuará viva, pois recebeu luz.
5. A roupa seca mais rápido quando o ar está seco, faz vento e a roupa está esticada.
6. Márcia está errada pois a planta realiza a fotossíntese e a respiração celular independentemente. A fotossíntese produz
a glicose, enquanto a respiração é a utilização dessa glicose para obter energia.
7. O ar seco vai fazer a planta transpirar mais, podendo secá-la.
8. É mais provável encontrar mais pêlos e cera na planta que consegue viver exposta ao vento. Isso acontece porque em
lugares onde venta a planta perde muito mais água e os pêlos e a cera são uma adaptação para minimizar essa perda.

Aula 17 - É dia de jogo!


1. O jogador de futebol usa a velocidade em vários momentos do jogo. Podemos citar alguns deles, como na disputa da
bola com um jogador adversário, quando se esforça para alcançar um lançamento longo demais de um dos
companheiros do seu time, para marcar o jogador adversário que parte para o contra-ataque etc. A força é utilizada nos
chutes a gol dados de fora da área, nos lançamentos longos, no momento de explosão para iniciar uma corrida ou um
movimento rápido, no salto para cabecear a bola etc.
2. A figura da esquerda representa a inspiração, pois mostra a expansão da caixa torácica para permitir a entrada do ar.
A figura da direita representa a expiração, já que o volume da caixa torácica foi reduzido para forçar
a saída do ar.
3. Narina, fossa nasal, faringe, traquéia, brônquios, brônquiolos.
4. Ao passar pelo pulmão, o sangue contém pouco oxigênio e muito gás carbônico. Ocorrendo as trocas gasosas,
o gás carbônico do sangue sai para o meio externo e o oxigênio do ar passa para o sangue. Assim, o sangue que sai
do pulmão tem muito oxigênio e pouco gás carbônico.
5. A palidez aparece porque a hemoglobina presente no interior das hemácias é a responsável pela cor vermelha do sangue
e, conseqüentemente, pelo rubor do rosto, que é uma região do corpo muito irrigada por vasos sangüíneos.
A condição ofegante aparece pela dificuldade respiratória que o indivíduo anêmico apresenta, já que suas hemácias
transportam apenas uma parte do oxigênio inspirado para o interior dos pulmões.
O cansaço ocorre porque o oxigênio transportado pelo sangue é insuficiente para atender às necessidades do músculo
durante o exercício, mesmo sendo um exercício que exija pouco trabalho muscular.
6. Oxigênio: nariz ou boca, faringe, traquéia, brônquios, pulmão, sangue, coração, artérias e células musculares.
7. Gás carbônico: células musculares, sangue, veias, coração, pulmão, brônquios, traquéia, faringe, nariz ou boca.
8. A transfusão de sangue aumenta a eficiência em atividades que duram mais tempo, pois essas atividades exigem
que os músculos sejam bem oxigenados durante um longo período. O trabalho do músculo não é tão intenso,
mas é persistente. Portanto, devem ter sido assinalados com caneta azul: ciclista, corredor de maratona e jogador
de meio-campo. Já o uso de anabolizantes é mais eficiente nas atividades que requerem principalmente força muscular
intensa e concentrada num curto espaço de tempo. Portanto, devem ter sido assinalados com caneta vermelha:
halterofilista, lutador de boxe, corredor de 100 metros rasos, artilheiro e goleiro.
9. O atleta possui um gasto energético muito superior ao de um não atleta, pois todas as atividades que estudamos nesta
aula consomem muita energia. Além disso, o seu preparo físico depende de uma dieta balanceada. Portanto, o atleta
deve ingerir alimentos ricos em carboidratos, que lhe forneçam energia, proteínas, vitaminas, minerais etc, responsáveis
pela formação de toda a estrutura muscular, óssea e fisiológica de que ele precisa.
Soluções da atividade
O número de pulsações por minuto durante o repouso é de 70, em média. Quando praticamos exercícios físicos intensos,
os batimentos cardíacos podem ultrapassar 150. Esses números variam de pessoa para pessoa, por isso, se os seus
resultados forem um pouco diferentes, não se assuste.
Você deve ter verificado que, após o exercício, tanto a pulsação como a freqüência respiratória aumentam. Durante
a atividade física intensa, você respira mais rápido e o seu coração também passa a bater mais depressa.

Aula 18 - Esse barulho me deixa surda!


1. Ao bater a colher no copo com água é possível perceber a movimentação da água, ocasionada pela transmissão
do som no meio líquido.
2. Sim. Com a boca fechada e ouvido tampado, conseguimos ouvir o som da nossa voz.
3. Britadeira, concerto de rock, avião a jato, batedeira de bolo, aspirador de pó e música alta, ou seja, qualquer som
acima de 70 dB.
4. O morcego consegue ouvir sons de até 160 mil Hz.
5. O pássaro, o chimpanzé e a baleia não podem ouvir uma nota de 30 Hz, pois a freqüência mais baixa que percebem
está acima desse valor.
6. Pavilhão auditivo ou orelha, conduto auditivo e tímpano.
7. Martelo, bigorna, estribo e janela oval.
8. Pavilhão auditivo ou orelha, conduto auditivo, martelo, bigorna, estribo, cóclea e nervo auditivo.
9. Concerto de rock e avião a jato.
10. a) por percepção, pois está relacionada ao funcionamento do nervo auditivo.
b) por condução, pois está relacionada ao funcionamento do tímpano.
11. A resposta deve conter indicações de locais com pouco barulho, boa luminosidade e ventilação.
12. Uso de protetores de ouvido, exames freqüentes de audiometria para avaliar a capacidade auditiva do trabalhador
detectando possíveis problemas, tratamento de qualquer infecção auditiva etc.

Aula 19 - Preciso usar óculos?


1. a) No campo, numa noite sem luar.
d) Dirigindo um carro à noite (...)
2. a) Contrai.
b) Relaxa
3. As estruturas atravessadas pela luz são: córnea e cristalino. A luz atravessa também os líquidos transparentes que
preenchem o olho.
4. Nas duas situações a pessoa é incapaz de enxergar.
5. Com a falta de vitamina A, diminui a quantidade de pigmento fotossensível na retina. Havendo pouco pigmento,
a formação de imagens em ambientes com pouca luz fica prejudicada.
6. Porque durante o choro muita lágrima chega ao nariz, fazendo com que a pessoa precise assoá-lo várias vezes.
Solução da atividade
Observa-se que, ao iluminarmos o olho da pessoa, a íris se contrai, deixando a pupila bem pequena. Quando há pouca
luz, a íris relaxa, deixando a pupila bem grande.
Aula 20 - Filho de peixe, peixinho é?
1. Resposta pessoal.
2. Resposta pessoal.
3. Resposta pessoal.
4. Masculino: espermatozóide.
Feminino: óvulo.
5. Morreu, ou degenerou-se.
6. Continuou viva e se reproduziu.
7. A base de A, que contém o núcleo, formou o chapéu de A.
8. A base de B, que contém o núcleo, formou o chapéu de B.
9. O núcleo.
10. a) Espermatozóide: 30.
b) Óvulo: 30.
c) Zigoto: 60.
11. a) Não.
b) Com as do pai.
12. ee.
13. Não.
14. a) Três: EE, Ee, ee.
b) Dois: lobo colado e lobo descolado.
15. Ela fica com a pele mais escura.
16. Sua pele voltará a ter uma cor mais clara.
17. a) Situação 1: CC.
Situação 2: Cc.
Situação 3: cc.
b) Situação 1: destro.
Situação 2: destro.
Situação 3: canhoto.
18. 4 cromossomos.

Aula 21 - Aumentando a produção de leite


1. Mudou o fenótipo.
2. a, b e c.
3. a) Escolheria as que produzem menos leite.
b) Escolheria as que produzem mais leite.
4. Escolheria o touro cujas crias são excelentes produtoras de leite.
5. a) Cromossomos;
b) Genes;
c) Genes provenientes da mãe.
6. a) A.
b) A.
c) AA.
d) Alta produção de leite.
7. a) a.
b) a.
c) aa.
d) Baixa produção de leite.
8. a) A.
b) a.
c) Aa.
9. O genótipo de um indivíduo diabético é representado por dois genes recessivos, por exemplo dd.
10. O indivíduo heterozogoto Dd é normal.
11. Somente genes dominantes, D.

Aula 22 - Menino ou menina?


1. a) Gene é a parte do cromossomo que contém as informações que determinam características hereditárias.
b) Cromossomos são estruturas que contêm os genes. Cada cromossomo contém vários genes.
2. a) Há 23 pares de cromossomos em cada uma das células do corpo de uma pessoa.
b) Cada célula possui ao todo 46 cromossomos.
3. Você deve ter completado a Figura 1 com o número 46, no interior da célula-ovo.

4.

5.

6. a) A mulher forma apenas gametas do tipo X.


b) O homem forma gametas dos tipos X e Y.
7. a)

b)

c) A célula formada será XX e o bebê será do sexo feminino.


d) A célula formada será XY e o bebê será do sexo masculino.
8. a) As células dos indivíduos dessa espécie possuem 32 cromossomos.
b) Os gametas formados por estes indivíduos possuem 16 cromossomos.
c) Cada indivíduo possui 30 cromossomos autossômicos.
d) Cada célula possui 2 cromossomos sexuais.
e) Cada gameta possui 15 cromossomos autossômicos.
f) Cada gameta possui um cromossomo sexual.
Solução da atividade

Aula 23 - Sou hemofílico. Meu filho também será?


1. Cromossomos X e Y.
2. XX.
3. XY.
4. Sim, a mulher em questão é hemofílica.
5. Um dos cromossomos deve conter o gene H, e outro, o gene h.
6. Os cromossomos homólogos se separam.
7. XH ou Xh.
8. a) XH.
b) XH e Xh.
c) Xh.
9. O braço superior do Y é menor.
10. XHY.
11. Os cromossomos homólogos se separam.
12. XH ou Y.
13. O aluno deverá chegar a dois espermatozóides Xh e dois Y.
14. XHY.
15. XHXh.
16. Espermatozóide 1 - Y; Espermatozóide 2 - XH; Óvulo 1 - XH; Óvulo 2 - Xh.
17. a) XHXH.
b) XHXh.
c) XHY.
d) XhY.
18. a) Mulher normal.
b) Mulher normal.
c) Homem normal.
d) Homem hemofílico.
19. XDY e XdXd.
20. O aluno deverá chegar a dois espermatozóides XD e dois Y e quatro óvulos Xd.
21. Xd.
22. XdY.
23. Homem daltônico.

Aula 24 - O que a flor tem a ver com o fruto?


1. a) Estão representados 9 óvulos.
b) São necessários 9 grãos de pólen para haver a fecundação dos óvulos dessa flor.
2. A produção de frutos vai diminuir.
3. Isso vai acontecer porque muitos insetos polinizadores morrerão. Portanto, não levarão o grão de pólen até o estigma
das flores.
4. Fruto carnoso: abacateiro.
Fruto seco: feijoeiro.
Fruto com uma semente: abacateiro.
Fruto com várias sementes: feijoeiro.
Fruto comestível pelo homem: abacateiro
Semente comestível pelo homem: feijoeiro
5. Aumentar as chances de a semente ser levada pelo animal que come o fruto para algum lugar distante da planta-mãe.
Isso aumenta a área de dispersão da espécie.
6. Frutos carnosos: uva, manga, melancia e tomate.
Frutos secos: coco, ervilha e amendoim em casca.
7.
D C

A B

8. Uma vantagem é a formação de um pomar em que as árvores têm a mesma qualidade e uma boa produtividade.
Ou seja, o pomar terá qualidade uniforme e bom volume de produção.
Soluções da atividade
1. São semelhantes: o caule, a raiz e as primeiras folhas.
2. A parte branca do feijão ficou roxa (ou azul).
3. As duas metades de cada semente ficam murchas.

Aula 25 - Por que podamos as árvores?


1. a) A auxina alonga as células, portanto vai estimular o crescimento vertical do vegetal, já que agirá principalmente nas
regiões próximas ao ápice.
b) Haverá mais auxina no ponto A, já que ele está mais próximo da área onde a auxina é produzida. Conforme a auxina
vai sendo transportada, ela é consumida pelos tecidos por onde passa.
2. A auxina inibe a formação de galhos, pois estes crescem somente quando o ápice é retirado.
3. Conforme a planta cresce verticalmente, o ápice se afasta cada vez mais da base do caule. E a base recebe cada vez menos
auxina (por estar muito distante de onde ela é produzida). Com a diminuição da auxina, os galhos na base começam a
crescer.
4.

5. Se a planta produzir mais flores, deverá produzir mais laranjas, como vimos na Aula 24.
6. Não há necessidade de cortar o galho todo, apenas as extremidades, onde a auxina é produzida.
7. A estaca mergulhada em auxina formará raízes mais rapidamente, facilitando a fixação no solo e a absorção de sais
minerais.
8. a) Direito (lado exposto à luz).
b) Esquerdo (lado em que a auxina não foi destruída).
c) Direito.
9. A planta precisa de luz para a fotossíntese, por isso é vantajoso que ela cresça em direção à luz.
10. Uma maçã madura demais vai produzir muito etileno e este poderá atingir as maçãs próximas, estragando-as também.
11. A giberelina. Porque o número de folhas é o mesmo, só o espaço entre as folhas é menor.




#
















































































1. Com uma tesoura, destaque esta página e cole-a numa cartolina ou num papelão.

2. Recorte as figuras como está indicado.



3. Monte as soluções da atividade da Aula 22.




#









A U L A

43
Gabaritos das aulas
26 a 50

Aula 26 – Por que as plantas precisam da luz?

1. A fotossíntese ocorre nas folhas da maioria das plantas. Em casos específicos


de plantas que não têm folhas ou que as folhas são reduzidas, a fotossíntese
pode ocorrer no caule. A planta da Figura 2 possui muitas folhas e, portanto,
é este o local que você deve ter assinalado como resposta.
2. O esquema da Figura 3 mostra a quebra das ligações da molécula de água.
+
Os produtos desta quebra são: hidrogênios livres (H ) e oxigênio (O2). Este
último se forma a partir da quebra de duas moléculas de água, liberando dois
átomos de oxigênio.
3. A quebra da molécula de água ou a formação do NADPH a partir do NADP
e de hidrogênios livres.
4.

5. Os átomos que formam a glicose são: carbono (C), hidrogênio (H) e oxi-
gênio (O). Por isso, de forma mais abreviada, escrevemos a fórmula da glicose
como C6H12O6.
6. O gás carbônico (CO2) fornece os átomos de carbono (C) e de oxigênio (O) no
processo de síntese da glicose. Como são necessários seis carbonos para a
formação da glicose, devem participar da reação seis moléculas de gás
carbônico.
7.
8. A quantidade de oxigênio produzida aumenta com o aumento da intensida- A U L A
de luminosa porque em intensidades luminosas mais altas, as reações da
fotossíntese ocorrerão com maior eficiência, fazendo com que seus produtos
sejam produzidos em maior quantidade. Entre os produtos da fotossíntese 43
está o oxigênio.
9. O formato da linha encontrada no gráfico da Figura 8 é curvo.
10. O volume de oxigênio aumenta mais no primeiro trecho da curva, já que no
segundo trecho, embora a intensidade luminosa continue aumentando, o
volume de oxigênio liberado tende a se estabilizar.
11. O segundo trecho da curva representa a estabilização do rendimento da
fotossíntese, pois o volume de oxigênio liberado por minuto apresenta um
aumento pequeno, indicando que a velocidade e a eficiência das reações da
fotossíntese chegaram a um limite.
12.

13. Os seres vivos que não são capazes de transformar a energia luminosa em
energia química devem ingerir glicose, aminoácidos e ácidos graxos por
meio da alimentação, ou seja, devem se alimentar de componentes vegetais
e animais que fornecem estes elementos. Os seres humanos fazem parte do
grupo dos seres vivos que precisam ingerir alimentos para sobreviver.

Aula 27 – Irrigar a horta com o sol a pino?

1. A fileira de água irá se movimentar na direção do papel de filtro.


2. A Solução 2.
3. Menos água.
4. Para igualar a concentração, a água se movimenta da solução menos concen-
trada para a solução mais concentrada.
5. Alta.
6. Como o lado com fita adesiva não se distende, ele tende a ficar curvado para
dentro.
7. Aberto.
8. Fechados.
9. Abertos.
10. Na presença de luz as células dos estômatos fazem fotossíntese, produzindo
glicose. Por osmose, essas células ficarão cheias de água e o estômato se
abrirá.
11. Por volta do meio-dia, a temperatura deve estar muito alta. Portanto, essa
planta deve estar transpirando mais do que absorvendo, o que provoca o
fechamento dos estômatos.
12. Na ausência de luz a glicose se transforma em amido, que não gera osmose.
Nesse caso, os estômatos estão fechados.
13. De manhã, pois, se a transpiração está alta, a absorção também estará.
A U L A Aula 28 – Por que os peixes não se afogam?

43 1.
2.
No modelo b, pois a distância a ser percorrida pelos gases é menor.
a) Da água para a célula.
b) Da célula para a água.
3. Lagos, mares, solo úmido, proximidades de rios e lagos.
4. A diferença de concentração de gás carbônico entre as células e o ambiente
externo. Há mais gás carbônico nas células do que no ambiente que rodeia o
animal.
5. a) Sapo.
b) Os anfíbios complementam a respiração pulmonar através das trocas de
gases ocorridas pela pele fina, úmida e altamente vascularizada.
6. Quando inspiramos, o diafragma e os músculos intercostais se contraem,
provocando um aumento de volume da caixa torácica. O ar entra então nos
pulmões para encher esse espaço suplementar.
7. Não, o sistema traqueal fornece oxigênio diretamente aos tecidos, não
havendo necessidade de sangue para o transporte.
8. Respiração pulmonar. A pele da cascavel é muito grossa para permitir as
trocas gasosas. Vivendo em ambiente terrestre, a cascavel não poderia
respirar com o auxílio de brânquias, pois elas se colariam umas nas outras,
impossibilitando as trocas gasosas.

Aula 29 – Tem um gambá no galinheiro!

1. 1, 1 e 2
2. Gambás, galinhas, galinhas, gambás, galinhas, gambás.
3. A população de presas cresceria até os limites de espaço, alimento etc.
4. Esta pergunta admite várias respostas possíveis, entre elas a de que a
população de veados pode diminuir devido à presença de um parasita, ou
pela competição por comida, competição por espaço etc.
5. As duas espécies apresentam alguns itens alimentares que são iguais.
6. a) Aproximadamente 40;
b) Aproximadamente 25;
c) 80;
d) Aproximadamente 45;
e) P. aurelia.
7. a) O número de indivíduos de P.aurelia é quase igual a P.caudatum.
b) O número de indivíduos de P.aurelia é maior do que P.caudatum.
c) O número de indivíduos de P.aurelia é maior do que P.caudatum.
d) O número de indivíduos de P.aurelia é maior do que P.caudatum.
e) O número de indivíduos de P.aurelia torna-se estável e P.caudatum fica
igual a zero.
8. a) Competição intra-específica.
b) Competição interespecífica.
c) Competição intra-específica.
9. a) plantas ® peixe ® ariranha
b) folhas ® mico ® mocho
c) roseira ® lagarta ® pardal ® gato
10. Aumentaria a quantidade de lagartas.
11. A quantidade de plantas diminuiria devido ao excesso de lagartas.
12. capim ® boi ® homem
13. Todos são vegetais.
14. a) Aranha e mosca, aranha e formiga. A U L A
b) As aranhas não são competidoras, pois cada espécie come um tipo de
alimento: uma come mosca e a outra come formiga.
c) Sim, aranhas da mesma espécie são competidoras, pois de acordo com 43
esse texto elas comeriam os mesmos tipos de alimentos.

Aula 30 – Comer o milho ou a galinha que comeu o milho?

1. Fotossíntese.
2. Os animais que comem vegetais não podem aproveitar a energia que foi gasta
na respiração desses vegetais.
3.

4.

5. A cada nível trófico, parte da energia vai sendo gasta com a respiração,
diminuindo a quantidade disponível para os níveis seguintes.
6.

7. Seria um consumidor quaternário.


8. Os consumidores primários.
9.

10.

11. É melhor o fazendeiro comer primeiro a galinha, pois se demorar para comê-
la, terá que dar a ela o milho para mantê-la viva. O milho, se for dado para
a galinha, não fornecerá ao fazendeiro a mesma quantidade de energia.
12. Comendo o milho estamos aproveitando melhor a energia assimilada pelos
produtores por meio da fotossíntese. Se comêssemos a galinha, uma parte
dessa energia assimilada e transferida para a galinha teria sido gasta com sua
respiração.
A U L A 13. Capim ® preá ® cobra ® gavião

43
14. a) As sementes.
b) Quatro (carunchos, aves, homens e pulgas).
c) Consumidores quaternários.
15. a) São grilos, preás e bois.
b) Consumidor primário.
c) Consumidor secundário, terciário e quaternário.

Aula 31 – A lagarta acabou com o meu feijão!

1. a) Lagarta; b) Bicho-mineiro; c) Vaca


2. a) As abelhas morreriam.
b) Não produziriam frutos, pois não existiriam polinizadores.
3. Vespa.
4. O lagarto.
5. DDT.
6. Tesourinha.
7. a) (H); b) (C); c) (P); d) (H); e) (P).
8. a) soja ® lagartas ® besouros
b) O inseticida pode acabar com os besouros e, após algum tempo, as lagartas
voltam a atacar em maior número.
c) Liberar na lavoura os besouros criados em laboratório.
9. Utilizar um fungicida.
10. a) Evitar o contato do defensivo agrícola com a pele, os olhos e as mãos,
protegendo-se com o uso de macacão, óculos e luvas; não fumar, beber ou
comer enquanto estiver trabalhando com defensivos; não desentupir bicos
com a boca; aplicar o produto a favor do vento.
b) Existe risco para o gado, pois o DDT contamina o solo e a pastagem
utilizada por ele. Após um tempo, o DDT se acumulará na gordura e no
sangue do animal.
c) Porque ao parasitarem os ovos de borboletas, estes não se transformarão
em lagartas. Conseqüentemente, não haverá ataque de lagartas à lavoura.

Aula 32 – Os ajudantes invisíveis

1. Devolvem água, sais minerais e gás carbônico.


2. A roseira.
3. No processo chamado fotossíntese.
4. Sim.
5. Quando o pássaro comer a lagarta.
6. Serão os decompositores.
7. Sim.
8. a) São: oxigênio e gás carbônico.
b) São: água e sais minerais.
9. Resposta pessoal. Encontram-se pequenos animais, restos de vegetais e de
animais, fungos e bactérias decompositores, entre outros.
10. A U L A

43

11.

12.

13. b)

Aula 33 – Até quando uma população pode crescer?

1. A cadeia alimentar que aparece no parágrafo que inicia a aula é:


milho ® roedor ® cobra
2. População é o conjunto de indivíduos da mesma espécie que ocupam uma
mesma área.
3. a) Passaram a fazer parte da população, após um mês, os indivíduos que
nasceram e os que imigraram, somando um total de 22.
b) Deixaram de fazer parte da população os indivíduos que morreram e os
que emigraram, somando um total de 22.
c) Após um mês, a população de roedores continuou com 80 indivíduos.
d) Não houve crescimento populacional, pois o número de indivíduos
permaneceu constante.
4. a) Passados três meses, a população de lagartos tinha 225 indivíduos.
b) Houve crescimento populacional, pois o número de indivíduos aumen-
tou.
5. a) Após seis meses, a população da espécie de ave considerada tinha 185
indivíduos.
A U L A b) Não houve crescimento populacional; pelo contrário, a população dimi-
nuiu de tamanho.

43 6. a) P. Houve emigração. Os ratos saíam da gaiola para procurar outras fontes


de alimento, já que a ração fornecida não era suficiente.
b) I. Como o alimento era insuficiente, a mortalidade deve ter aumentado,
e não diminuído.
c) I. A escassez de alimento não provoca aumento da natalidade, já que
as condições ambientais interferem no sentido de diminuir o número
de indivíduos da população.
d) I. A população de ratos não pode ter aumentado no interior da gaiola,
já que aumentou a emigração.
7. a) P. Em uma situação de superpopulação, é provável que mudanças
hormonais tenham diminuído a fertilidade das fêmeas, ocasionando um
decréscimo na natalidade.
b) I. A mortalidade aumenta em situações de superpopulação, em conse-
qüência da falta de espaço e das alterações comportamentais (aumento da
agressividade e aparecimento de canibalismo).
c) P. A disputa pelo espaço provoca mudanças no comportamento que
deixam os indivíduos mais agressivos.
d) P. A mortalidade cresce em situação de superpopulação. No caso dos
filhotes, ela pode ser provocada por alterações de comportamento que le-
vam as fêmeas a abandonar a prole.
e) I. A população não continuou crescendo, pois várias alterações provoca-
ram um aumento significativo da mortalidade.
8. A população de roedores do sítio do Seu José tem o seu crescimento
controlado pela atividade predatória das cobras.
9. A população do bicho-mineiro, a praga que ataca o café, pode ser controlada
pela população de vespinhas. Esta última parasita o bicho-mineiro e não
permite que sua população cresça muito prejudicando a lavoura do café.
10. A população de gafanhotos aumentou pois havia mais alimento disponível.
11. A população de pardais também aumentou, porque os gafanhotos que lhes
servem de alimento agora encontram-se em maior número.
12. Com o aumento da mortalidade dos pardais, a população de gafanhotos
aumentará, já que os pardais são seus predadores.
13. A população de roseiras diminuirá, porque um maior número de gafanhotos
utilizará suas folhas como fonte de alimento.
14. Em I o número de indivíduos está aumentando, o que significa que este é o
período de crescimento populacional. Já em II há uma estabilização do
crescimento, indicando que a população alcançou o equilíbrio, pois o número
de indivíduos permanece constante.

Aula 34 – Por que as vacas mastigam o tempo todo?

1. Celulase.
2.
3. Esôfago, rúmen, retículo e esôfago novamente. A U L A
4.

43

5. Aumenta a superfície de contato entre o alimento e a enzima, facilitando a


digestão.
6. Ficando bastante tempo no rúmen, quase todo alimento chega a ser digerido
pelas enzimas dos microrganismos.
7. A celulase atua melhor na segunda vez porque é quando o alimento está mais
triturado.
8. Proteínas e microrganismos.
9. Não contaria com a glicose, resultado da digestão feita pelos microrganis-
mos, com os ácidos orgânicos e a vitamina B que eles produzem e com as
proteínas e os constituintes dos próprios microrganismos.
10. Aproveitamento da celulose que os vegetais contêm, vitaminas, proteínas e
ácidos orgânicos produzidos pelos microrganismos.
11. Sim.
12. Sim.
13. Sim.

Aula 35 – Como o berne aparece no boi?

1. Parasitas são organismos que se alimentam de substâncias que retiram de


outros organismos vivos.
2. a) (I), porcos.
b) (E), seres humanos.
c) (E), cachorros.
d) (I), bois.
3. a) O berne é um parasita interno.
b) A mosca-varejeira transporta os ovos da mosca do berne até o boi.
4. a) Alimentando-se de tecido e líquidos do corpo do boi.
b) Sim, perda de peso e febre.
c) Não.
5. a) Benéfica.
b) Prejudicial.
6. a) Efeitos negativos.
b) Efeitos positivos.
7. a) Desfávorável para a população de parasitas e desfavorável para a de
hospedeiros, pois, ao eliminar-se a população de hospedeiros, reduz-se a
população de parasitas.
b) A princípio parece desfavorável para a população de hospedeiros, mas,
caso não fossem infectados pelo vírus, morreriam de fome pela falta de
alimento. Assim, os parasitas favorecem a população de hospedeiros, por
meio da regulação de sua população.
A U L A c) Favorável para a população de parasitas e indiferente para a de hospedei-
ros, pois as crianças não sofreram prejuízos significativos e os piolhos

43 8.
conseguiram se espalhar pelo ambiente.
a) + +
b) + 0
c) + -

Aula 36 – Classificando os seres vivos

1. Resposta pessoal.
2. Leite, margarina e frango, na geladeira. Arroz, feijão, açúcar e pó de café em
um dos armários. Laranja e banana na fruteira. Sabão em pedra, água
sanitária e detergente no outro armário.
3. Reposta pessoal.
4. Deve-se assinalar a árvore, a samambaia e o musgo.
5. Minhoca, vespa, borboleta, gafanhoto, lagostim, carrapato e caramujo.
a) Minhoca.
b) Caramujo.
c) Vespa, borboleta, gafanhoto, lagostim, carrapato.
6. Peixe, sapo, jacaré, cobra, beija-flor, cachorro e boi.
a) Peixe
b) Sapo.
c) Jacaré.
d) Beija-flor.
e) Cachorro e boi.
7. Correspondem aos estados.
8. Correspondem às cidades.
9. Correspondem aos bairros.
10. Correspondem às ruas.
11. Correspondem aos números das casas.
12. Do homem.
13. Carrapatos e aranhas pertencem ao grupo dos aracnídeos. Pulgas e vespas
pertencem ao grupo dos insetos.

Aula 37 – O mar está morrendo!

1. a) Poluído. b) Poluído. c) Não poluído.


2. fitoplâncton ® zooplâncton ® peixe ® homem
3. Fitoplâncton.
4. Iriam desaparecer, pois o 1º nível morre.
5. - desperdício de combustível;
- falta de peixe e outros frutos do mar;
- redução do valor turístico do local.
6. Qualquer disfunção motora, sensorial etc. (cegueira, encefalite, retardo
mental).
7. O aluno deverá comentar como o derramamento de petróleo afeta a cadeia
alimentar diminuindo os recursos do mar para o homem. (Resposta pessoal)

Aula 38 – Por que o sol queima a nossa pele?

1. São: pálpebra, coxa e planta do pé.


2. As pessoas A e B, uma vez que continuam com a camada germinativa intacta.
3. Terão maior perda de líquidos pelo ferimento as pessoas B e C, porque A U L A
perderam a camada espinhosa, onde existem substâncias impermeáveis que

4.
impedem a saída de líquidos da pele.
A pessoa C. 43
5. a)
6. Isto ocorre porque as pessoas negras possuem grande quantidade de melanina
na pele e estão mais protegidas dos efeitos nocivos da radiação UV.
7. a)
8. As pessoas que não tomam sol produzem menor quantidade de vitamina D.
A ausência dessa vitamina no nosso corpo faz com que o depósito de cálcio
nos ossos seja pequeno e, por conseguinte, terão maior risco de fraturas
ósseas.
9. c)

Aula 39 – Por que ferver a água antes de beber?

1. Ingerir soro caseiro.


2.

3. Com o despejo de esgotos nesse rio.


4. Saneamento básico ou construção de uma fossa adequada, tratar o doente,
ferver ou clorar a água, lavar bem os alimentos.
5. Saneamento básico ou construção de uma fossa adequada, tratar o doente,
ferver ou clorar a água, lavar bem os alimentos.

Aula 40 – Samba, suor e cerveja!

1. a) neurônio receptor ® cérebro


b) neurônio de reação ¬ cérebro
2. a) O neurônio excitatório está provocando o aumento da sensação de medo.
b) O neurônio inibitório está inibindo o aparecimento da sensação de medo.
c) O neurônio excitatório.
d) O neurônio inibitório.
e) O neurônio excitatório.
f) O neurônio inibitório.
A U L A 3.

43

4. a) A substância X não tem utilidade para o organismo, já que é excretada em


grandes quantidades.
b) A substância Z é importante para o funcionamento do organismo, pois
toda a porção de Z que foi filtrada é reabsorvida.
c) A substância Z pode ser a glicose, já que a glicose não é eliminada pela urina
devido à sua importância para o funcionamento do organismo.
d) A substância X pode ser a uréia.
e) A substância Y pode ser a água, pois uma parte é excretada enquanto o
restante é reabsorvido no túbulo renal.
5. No esquema A, a presença do ADH agindo nos túbulos renais indica que há
pouca água no sangue, tendo o ADH a função de aumentar a reabsorção e,
conseqüentemente diminuir a eliminação de água pela urina.
No esquema B, a ausência da ação do ADH no túbulo renal indica que há
bastante água no sangue, não sendo necessário o aumento da reabsorção.
6. Você deve ter circulado com a caneta azul: euforia, desinibição, aumento da
disposição e autoconfiança, alegria, diminuição da sensação de medo.
7. Você deve ter circulado com caneta vermelha: sonolência, dificuldade de
coordenação motora, falta de equilíbrio, depressão.
8. Você deve ter circulado com lápis: vontade de urinar persistente.
9. a) A uréia, entre as substâncias citadas, é a que aparece em maior quantidade
na urina porque ela não tem utilidade para o funcionamento do organismo
e pode tornar-se tóxica quando acumulada em grandes quantidades.
b) Você estudou, na Aula 1, que a glicose é uma importante fonte de energia
para a realização de trabalho muscular e reações químicas de manutenção do
organismo. Por isso, ela não é eliminada pela urina. A perda de glicose
significaria um desperdício de energia por parte do nosso corpo.
c) O sódio é fundamental para o funcionamento dos neurônios e de muitas
outras células do nosso corpo. Sua importância é facilmente percebida
quando comparamos a quantidade de sódio que é eliminada pela urina com
a quantidade reabsorvida que retorna à corrente sangüínea. Apenas o
excesso de sódio será eliminado.
Aula 41 – Por que não bebemos água do mar? A U L A

1.
2.
Salgado.
Dentro das células. 43
3.
SUBSTÂNCIAS DISSOLVIDAS DENTRO DA CÉLULA FORA DA CÉLULA

sódio pequena concentração grande concentração


cloro pequena concentração grande concentração
potássio grande concentração pequena concentração
magnésio grande concentração pequena concentração

4. Aumenta.
5.

6. Osmose.
7. a) Tende a sair.
b) Difusão
8.

9. Eliminação de sal.
10. a) Não.
b) Houve uma perda de 350 ml.
11. Uma desidratação.
12. Aumenta.
13. a) A baleia, pois ganhou 350 ml de água.
b) A baleia, pois o macaco perde 350 ml de água.
A U L A Aula 42 – O manguezal

43 1. População é um termo que designa um grupo de indivíduos pertencentes à


mesma espécie e que vive num mesmo local.
2. (N) água salgada; (V) peixes; (N) areia; (N) luz; (V) algas verdes; (N) rochas;
(V) estrela-do-mar.
3. a) E; b) C; c) P; d) E; e) P; f) C.
4. a) adaptação para solo instável; c) adaptação para germinação; b) adaptação
para solo com pouco teor de oxigênio.
5. A garça deve ficar na copa ou raiz das árvores, a ostra na raiz, o peixe na água
e o caranguejo no solo ou raiz.
6. a) Os detritívoros do manguezal e das águas costeiras.
b) Sim, pois ele pode se alimentar de um detritívoro de águas costeiras que,
por sua vez, se alimentou de detritos originados do manguezal.
7. As populações diminuiriam, pois as fêmeas coletadas estariam portando
ovos. Conseqüentemente, não haveria renovação das populações, causando
uma redução destas.
8. Evitar a captura na época da reprodução. Além disso, evitar a coleta de ani-
mais jovens, que não teriam tempo para se reproduzir e deixar descendentes.
9. As aves teriam que procurar outro local para a construção de seus ninhos.
10. Sem as árvores do manguezal não há folhas, e sem elas não há detritos.
11. Sem os detritos do mangue, os detritívoros do manguezal não teriam
alimento e morreriam. Sem eles, os carnívoros do manguezal acabariam
morrendo. Os detritívoros das águas costeiras teriam uma quantidade menor
de detritos para se alimentar e poderia haver uma diminuição de suas
populações. Com uma diminuição do número de detritívoros das águas
costeiras, haveria uma diminuição dos carnívoros.

Aula 43 – Os inseticidas sempre funcionam?

1. O jumento e a égua não são da mesma espécie, pois não produzem descen-
dentes férteis.
2. Essas borboletas não pertencem à mesma espécie, pois não conseguiriam se
acasalar já que têm épocas reprodutivas diferentes.
3. São da mesma espécie, pois produzem descendentes férteis.
4. Os sensíveis.
5. Os resistentes.
6. Era resistente.
7. Tornou-se predominantemente resistente ao inseticida.
8. Não.
9. Resistência.
10. As bactérias sensíveis ao antibiótico foram sendo eliminadas com a aplica-
ção, mas as bactérias que eram resistentes não foram afetadas e continuaram
se reproduzindo. Atualmente a proporção de bactérias resistentes ao anti-
biótico é muito maior e, por isso, esse medicamento não tem muita eficácia.
11. Resposta pessoal.
12. Resposta pessoal.
13. A mariposa clara.
14. Resposta pessoal.
15. Resposta pessoal.
16. Mariposa escura.
Aula 44 – Eu preciso pescar para comer? A U L A

1. Carne bovina e frango podem ser encontrados em mercados ou açougues e,


muitas vezes, nas feiras livres. Os legumes e verduras você pode encontrar 43
no mercado, na feira ou mesmo na horta do seu quintal. O feijão, o arroz, a
farinha e o macarrão podem ser comprados no mercado.
2. As máquinas, as técnicas de irrigação e fertilização do solo, o desenvolvimen-
to de pesticidas, o melhoramento genético de várias plantas comestíveis
foram algumas das contribuições que a industrialização e a tecnologia
trouxeram para a agricultura, além de inúmeras outras.
3. O desenvolvimento do transporte rodoviário, ferroviário e aéreo agilizou
muito a chegada dos alimentos em regiões distantes aos locais de produção.
4. São produzidos a partir de frutas: os doces, as geléias, as compotas e as frutas
secas. A partir dos cereais podemos fazer: macarrão, farinha, pão ou até carne
a partir da soja. Com o leite é possível produzir: queijos, manteiga e iogurtes.
5. Os alimentos podem ser conservados quando são enlatados, refrigerados,
desidratados ou ainda com o uso de substâncias conservantes.
6. O avanço mais importante da construção civil que permitiu o aproveitamen-
to do espaço nas grandes cidades foi a construção de edifícios.
7. Contribuíram para a cura e prevenção de doenças a vacina e o antibiótico
principalmente, além da descoberta de outros medicamentos, de técnicas
cirúrgicas etc.
8. a) A curva padrão de crescimento populacional da Aula 33 representa um
período inicial de crescimento acentuado e uma segunda fase de equilíbrio,
na qual a população não apresenta mudanças drásticas no seu tamanho.
Já a curva de crescimento da população humana não atinge o equilíbrio,
sendo o crescimento cada vez maior.
b) É no período do homem industrial que a população humana apresenta um
maior crescimento populacional. Isto se deve principalmente aos avanços da
medicina na cura e prevenção de doenças e ao aumento da produção,
distribuição e conservação dos alimentos.
c) No período em que a população humana está aumentando muito de
tamanho, a natalidade é muito maior do que a mortalidade.

Aula 45 – Perpetuando a espécie!

1. Os óvulos estão na coluna da esquerda, e os espermatozóides na coluna da


direita.
2. Resposta provável: não; num ambiente muito grande, a chance de encontro
pode ser pequena.
3. Resposta provável: não.
4. a) O macho identifica a fêmea com seu ventre inchado, voltado para cima.
b) O macho dança em ziguezague.
c) O macho leva a fêmea até o ninho.
d) O macho dá pequenos golpes na cauda da fêmea, que libera os óvulos.
5. Seria mais provável no caso do esganagato, porque a liberação dos espermato-
zóides se dá sobre os óvulos eliminados.
6. O peixe esganagato deve produzir menos gametas porque, com o comporta-
mento que tem, aumenta a probabilidade de encontro dos gametas.
7. Sexuada.
8. Externa.
9. Sim, os dois animais, macho e fêmea, liberam os gametas simultaneamente.
A U L A Aula 46 – Cuidando dos filhotes!

43 1.
2.
3.
Fecundação externa.
Diminuirá o número de larvas e, conseqüentemente, o número de adultos.
Diminuiria a população de golfinhos, devido à morte dos filhotes.
4. O parasitismo, a falta de alimento e as catástrofes ambientais, entre outros.
5. a)
6. b)

Aula 47 – Por que preciso de insulina?

1. Elas engordam, pois o excesso de carboidratos é transformado em gordura,


que é armazenada nos tecidos adiposos.
2. As células perdem água para o exterior, na tentativa de alcançar o equilíbrio
osmótico.
3.

4. ( I ) 1 hora após uma refeição.


( G ) durante um longo período de exercícios físicos.
5. É a glicose.
6. a) É a insulina.
b) É o glucagon.
7. a) Uma pessoa com glicemia elevada.
8. A alta concentração de glicose no sangue faz com que haja uma eliminação
exagerada de água pelos rins, provocada pela capacidade osmótica desse
açúcar. Assim, a pessoa ingere grande quantidade de água para repor a
eliminada na urina.
9. Os diabéticos possuem problemas de metabolismo dos carboidratos, das
gorduras e das proteínas.

Aula 48 – Como produzimos a insulina?

1. Qualquer resposta que inclua a combinação das letras A, C, G e U.


2. AGA – serina
CGU – alanina
AAA – fenilalanina
CAU – valina
3. AAC – UUG
GUG – CAC
AGU – UCA
CAA – GUU
CGU – GCA
4. AGU, GUG, AAC, CAA, CUU, CGU.
5. Serina, histidina, leucina, valina, glutamina, alanina.
6. SER–HIS–LEU–VAL–GLU–ALA
7. SER–HIS–LEU–VAL–GLU–ALA
8. UCA CAC UUU GUU GAA GCA
9. AGU, GUG, AAA, CAA, CUU, CGU.
10. Serina, histidina, fenilalanina, valina, glutamina, alanina. A U L A
11. SER–HIS–FEN–VAL–GLU–ALA
12. Diferente.
43
Aula 49 – As bactérias operárias

1. Guanina, citosina e adenina são bases que constituem o RNA e o DNA. Já a


uracila é constituinte apenas do RNA, e a timina é constituinte apenas do
DNA.
2. Bases do DNA Bases do RNA
A U
T A
C G
G C

3. AAUCGGAUGGCAACG
4. Vai se duplicar e estará presente nas células resultantes da reprodução das
bactérias.
5. Estará sendo sintetizada a insulina humana.
6. a) Os plasmídios conterão o mesmo segmento de DNA considerado.
b) AAC AAU GUG CAA CAU
c) Leucina, leucina, histidina, valina e valina.

Aula 50 – A evolução das espécies

1. a) Bípede
b) Carnívoro; os grandes dentes caninos mostram que o animal comia carne
e necessitava de dentes caninos grandes e fortes para matar a presa e rasgar
a carne.
2. a) Lisina, lisina, asparagina, lisina.
b) Não, continuará a mesma.
c) Lisina, lisina, lisina, lisina.
3. Qualquer troca de base na molécula de DNA.

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