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Os deícticos
Para que o discurso tenha coerência, um dos factores determinantes é o da sua adequação a uma situação de
comunicação (contexto situacional).
Os dois elementos envolvidos na produção de qualquer enunciado - locutor e interlocutor - inserem-se num
tempo e num espaço determinados e partilham (ou não) de um universo de referência - o mundo extralinguístico:
É a partir do triângulo - eu/aqui/agora - que se estabelece um depois ("amanhã"), num determinado lugar ("lá")
em relação a um determinado universo de referência partilhado pelo interlocutor (" aquilo que tu sabes").
Os deícticos - do grego deixis ("mostração") - são elementos linguísticos que, nâo tendo um valor referencial
próprio, permitem situar o enunciado em relação a um tempo, a um espaço, aos sujeitos e às circunstâncias diversas
da comunicação, conferindo, assim, coerência ao texto.
DEÍCTICOS (QUADRO-SÍNTESE)
Quadro organizado tendo por base "Deixis e pragmática linguística", de Fernanda Irene Fonseca (1996), in Introdução à Linguística Geral e Portuguesa, org.
de Isabel Hub Faria et alii, Caminho, e Dicionário Terminológico para consulta em linha, DGIDC, 2008
Directamente relacionado com a deixis pessoal, distinguimos a deixis social, que diz respeito ao uso
das formas de tratamento, que marcam as relações de proximidade de distância entre os interlocutores:
-tratamento por "tu" (Tu chegas sempre atrasado.);
-tratamento por "você" (Você foi muito inconveniente.)-,
-tratamento na 3.a pessoa (O senhor/A senhora deseja mais alguma coisa?);
- vocativos (ó meu amor, minha senhora, senhor director).
Há ainda a referir a deixis textual, que demarca e organiza o tempo e o espaço do próprio texto (oral
ou escrito): a tese antes exposta; como ficou dito no capítulo anterior; como se demonstrou; veremos seguidamente; isso que
disseste...