Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Í N D I C E
Apresentação 3
Exercícios 12
Análise Horizontal 14
Análise Vertical 14
Bibliografia 27
Existem três tipos de pessoas: as que deixam acontecer, as que fazem acontecer e as que
perguntam o que aconteceu. (John M. Richardson Jr.)
3
APRESENTAÇÃO
Para executar corretamente suas atividades, o analista financeiro tem que ter conhecimento
dos princípios e das convenções contábeis, saber escriturar os fatos administrativos
responsáveis pela gestão do patrimônio da empresa, conhecer os mecanismos de apuração do
resultado do exercício, saber elaborar as demonstrações contábeis e conhecer profundamente
a estrutura de cada uma delas.
Quanto maiores forem os seus conhecimentos de contabilidade, maior será sua facilidade
para analisar, interpretar e emitir opiniões sobre essas peças.
A análise de balanços inicia-se a partir das demonstrações financeiras, nas quais o analista
coleta dados, adequando-os para os cálculos de quocientes, índices ou coeficientes, que serão
depois interpretados.
O analista trabalha com dados concretos, aplicando fórmulas de acordo com a sua
experiência contábil e, a partir disso, é capaz de avaliar o presente com base no passado e
projetar o futuro, fundamentando-se sempre no desempenho dos últimos períodos
analisados.
a) A interna é efetuada dentro da empresa por seus próprios funcionários, e visa munir de
informações administradores e diretores, auxiliando-os nas tomadas de decisão. Por
trabalharem na própria empresa, os analistas não encontram dificuldades na coleta de dados
para executarem suas tarefas.
b) A Externa é executada fora da empresa objeto de análise, e seu objetivo é informar aos
interessados acerca da situação econômica ou da estabilidade da empresa para concretização
de negócios, concessões de créditos e financiamentos. É executada por profissional externo e
nesse caso o analista tem em mãos somente as demonstrações financeiras publicadas pela
empresa, além de alguns esclarecimentos adicionais, constantes dos relatórios ou das notas
explicativas que acompanham as demonstrações.
Público investidor: as pessoas físicas e jurídicas que investem em ações, antes de optarem
por uma empresa ou outra, devem efetuar, elas mesmas ou por intermédio de corretoras de
valores, análise dos balanços das empresas nas quais pretendem investir. O maior interesse
dos investidores é conhecer a rentabilidade das ações.
5
2ª etapa – Coleta de dados: extração de valores das demonstrações financeiras, como total
do ativo circulante, total do ativo permanente, total do patrimônio líquido, valor das vendas
líquidas etc.
Processos de Análises são técnicas utilizadas pelos analistas de balanços para obtenção de
conclusões acerca da situação econômica e financeira da entidade ou de outros aspectos
relacionados com o patrimônio, de acordo com os interesses dos usuários.
Através de estudos e interpretação de dados extraídos das demonstrações financeiras, a
Análise de Balanços tem por finalidade prestar informações sobre a situação econômico e
financeira da entidade, para que as pessoas interessadas possam tomar decisões.
Os principais processos de análises, também conhecidos por técnicas de análise, são:
Este é o processo de análise mais utilizado pelos analistas de Balanços, porque oferece
visão global da situação econômica e financeira da entidade.
Os índices são extraídos das demonstrações financeiras através de confrontos entre contas
ou grupos de contas.
Com base nos dados do Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado a seguir vamos
calcular alguns índices:
PATR. LÍQUIDO
Investimentos 42.000 48.250 Capital Social 485.320 485.320
Imobilizado 777.850 718.340 Reservas de Capital 115.280 165.130
Intangível(Patentes) 22.210 20.410 Reservas de Lucros 171.380 89.850
842.060 787.000 771.980 740.300
20X1 20X0
Receita Líquida 8.254.850 7.454.930
( - ) CMV (3.247.720) (3.128.470)
= Lucro Bruto 5.007.130 4.326.460
( - ) Despesas Operacionais (4.513.450) (3.973.950)
= Lucro Operacional 493.680 352.510
+ Receitas Financeiras 24.500 25.200
( - ) Despesas Financeiras (447.623) (321.353)
= Lucro Antes do I.R. 70.557 56.357
( - ) Provisão para I.R. (21.167) (16.907)
= Lucro Líquido 49.390 39.450
8
ÍNDICES DE LIQUIDEZ
AC 330.440
------ ---------- = 1,44
PC 228.970
AC - E 330.440 – 110.400
----------- ----------------------- = 0,96
PC 228.970
Com este índice observamos que, se a empresa parasse de vender, conseguiria pagar $
0,96 de cada $ 1,00 de suas dívidas.
Para cada $1,00 de dívidas a empresa possui apenas $ 0,85 de valores a receber.
9
ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO
Este índice sugere que a participação de terceiros é de 38% dos recursos totais
investidos na empresa.
Para cada $ 1,00 de Capital de Terceiros, há $ 1,64 de Capital Próprio como garantia.
ÍNDICES DE ATIVIDADE:
Fornecedores 154.850
---------------------- = --------------------- = 17,16
CMV (3.247.720)/360
Este índice revela que a margem de lucro da atividade (ou operacional) é de 6%.
LL 49.390
-------- ------------- = 0,064 x 100 = 6,4%
PL 771.980
Principais Indicadores
Índices Fórmulas
Composição do Endividamento
Grau de Endividamento PC+ELP / AT
Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros PL / ET
Partic. do Capital de Terc. em Relação ao Cap. Próprio ET / PL
Composição do Endividamento PC / ET
Imobilização do Patrimônio Líquido AP / PL
Imobilização dos Recursos não Correntes AP/PL + ELP
Liquidez
Liquidez Geral AC+RLP / PC+ELP
Liquidez Corrente AC / PC
Liquidez Seca AC-E / PC
Liquidez Imediata D / PC
Rentabilidade
Margem Bruta LB / V
Margem Operacional LO / V
Margem Líquida LL / V
Rentabilidade do Ativo LL / AT
Rentabilidade do Patrimônio Líquido LL / PL
Atividades
Giro dos Estoques Estoque / CMV
Prazo Médio de Recebimentos CR / Receita Líquida
Prazo Médio de Pagamentos Fornecedores/ CMV
Giro do Ativo V / AT
12
Legendas
AT – Ativo Total
ET – Exigível Total
V – Vendas
EM – Estoque Médio
CR – Contas a Receber
CMV- Custo das Mercadorias Vendidas
AC = Ativo Circulante
LB = Lucro Bruto
LL = Lucro Líquido
PC = Passivo Circulante
ELP = Exigível a Longo Prazo
LO = Lucro Operacional
D = Disponibilidades
RLP = Realizável a Longo Prazo
E = Estoques
EXERCÍCIOS:
1. Aproximando-se o fim do ano de 2000, avaliações feitas Pela Cia Petrópolis S/ª
indicavam um Lucro Líquido de cerca de $ 49.000, enquanto o Balanço era o seguinte:
Pede-se: Com base nas informações dadas, compute os seguintes índices e porcentagens
antes e depois das transações ocorridas.
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
Caixa 200 Fornecedores 100
Duplicatas a Receber 300 Impostos a Recolher 1.000
Estoques 500 Outras Obrigações 100
1.000 1.200
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo
Títulos a Receber 100 Financiamentos 1.400
Patrimônio Líquido
Investimentos 1.000 Capital 400
Imobilizado 500 Lucros Acumulados 100
Marcas e Patentes 500 500
2.000
Com base no Balanço da Empresa Comercial Sigma, faça uma análise e responda às
seguintes questões:
A análise horizontal tem por finalidade demonstrar a evolução dos itens das demonstrações
financeiras ao longo dos anos.
Um observador menos atento certamente ficaria satisfeito com a evolução crescente dos lucros.
Entretanto, uma análise horizontal e mais cuidadosa revelaria os seguintes crescimentos compostos
para Receitas e Custos:
As receitas crescem 7% cumulativamente, a cada ano. As despesas crescem 8% e o lucro apenas
5%.
Por outro lado, o reflexo da evolução dos itens em seu sentido horizontal também condiciona a
análise vertical. De fato, o lucro representa 33,3% das vendas em 20x6, 32,7% em 20x7, 32,1 em
20x8, 31,3 em 20x9 e 30,8 em 20xx. Um decréscimo lento, mas “seguro”, portanto.
ANÁLISE VERTICAL
A análise vertical é aquela através da qual se compara cada um dos elementos do conjunto em
relação ao total do conjunto. Ela evidencia a porcentagem de participação de cada elemento do
conjunto
A “Cia Beta S/A”, assim apresentava a evolução dos grupos do Ativo em relação ao Ativo Total
Dentre os grandes itens, nota-se diminuição da participação do Disponível Sobre o Ativo Total.
Os estoques sofrem acréscimo de 18% para 19%, e para 25% em 20x8, decrescendo ligeiramente
sua participação em 20x9, ao nível de 24%, porém acima do nível inicial. Seria preciso investigar
o porquê disso e com quais fundos foi aumentada a participação do estoque. Em parte, talvez, isso
tenha sido possível pela melhor administração do Disponível.
Vejamos o que ocorre com os Recebíveis a Curto Prazo: diminuem bastante de 20x6 a 20x7,
passando de 27% para 20%. Sofrem decréscimo brutal em 20x8, qual deverá ser investigado
quanto às verdadeiras causas. Mantêm-se baixos em 20x9. Estes dois últimos valores podem ser
indicativos de que a empresa praticamente não vendeu a prazo.
20X8 20X9
A análise vertical é extremamente reveladora, neste caso. Verifica-se que até o item "Lucro
Operacional" a empresa manteve e até melhorou o desempenho, em relação a 20x8. De fato, o
custo das vendas que representava 50% das mesmas diminuiu para 47%, aumentando, portanto, a
participação do lucro em vendas. Entretanto, verifica-se acréscimo percentual das Despesas
16
Operacionais, as quais passam de 32% para 34%. Interessante notar que, dentro do grupo Despesas
Operacionais, seus componentes mantêm as participações com relação ao total. Por algum motivo,
a empresa não conseguiu controlar as despesas operacionais globais ao mesmo nível percentual de
20x8. Isto foi quase o suficiente para anular a vantagem obtida no custo das vendas.
No item Despesas Financeiras verifica-se o fator primordial que fará o desempenho da empresa
empobrecer, pelo menos no que se refere ao DR. Passaram de 3%, porcentagem razoável, para 7%
das vendas, bastante alta, embora não alarmante. Quais os motivos desta mudança? É preciso
investigar em profundidade, tentando alterar o comportamento. Em conseqüência da piora no item
Despesas Financeiras, todos os demais relacionamentos se deterioram. De um lucro líquido de
13% sobre as vendas passamos para 10%, embora em valores absolutos permaneçam iguais.
EXEMPLO:
Demonstração de Resultados
RELATÓRIO DE ANÁLISE:
Uma primeira avaliação da empresa é baseada no DRE, em particular com a ajuda da
coluna variação, que foi acrescentada para favorecer a análise. Assim, o faturamento
aumentou em 10,7%, o Lucro Bruto em 15,7%, o Lucro da Atividade em 40% e o
Resultado Líquido cresceu 25,2%, enquanto o CMV e os custos operacionais aumentaram
mais lentamente. O aspecto negativo parece localizado nos custos financeiros, que
aumentaram 39,3%. Por outro lado, o crescimento do Ativo no mesmo período foi de
somente 5,2%, sugerindo que a empresa tenha melhorado a eficiência com que usa seus
ativos.
RELATÓRIO DE ANÁLISE
CONCEITO
Relatório de Análise é um documento, elaborado pelo analista de balanços, que contém as
conclusões resultantes do desenvolvimento do processo de análise.
Para que o Relatório de Análise de Balanços seja inteligível por leigos, não devem apresentar
dados como quocientes, coeficientes ou números-índices, os quais devem ser traduzidos em
informações. Suponhamos os seguintes indicadores:
QUOCIENTES QUOCIENTES-
INDICADORES QUOCIENTES MULTIPLICADORES PADRÃO
POR 100
Liquidez Geral 1,42 142% 1,20
18
Liquidez Corrente 1,70 170% 1,35
Liquidez Seca 1,54 154% 1,25
Veja como esses dados não devem ser relatados:
Situação de Liquidez – O Quocientes de Liquidez Geral foi de 1,42 ou 142%, indicando que a
empresa possui recursos, no seu Ativo Circulante mais Realizável a Longo Prazo, no valor de R$
142 para cada R$ 100 de Passivo Circulante mais Exigível a Longo Prazo, estando acima do
Quociente-padrão de seus concorrentes, que é de 1,20; o Quociente de Liquidez Corrente é de 1,70
ou de 170%, indicando que a empresa possui, no Ativo Circulante, recursos no valor de R$ 170
para cada R$ 100 de dívidas a curto prazo, evidenciando a existência de Capital Circulante Líquido
e operando acima do Quociente-padrão alcançado por seus concorrentes, que é de 1,35; o
Quociente de Liquidez Seca é de 1,54 ou 154%, mostrando que a empresa possui disponibilidades
mais direitos de conversibilidade garantida de R$ 154 para cada R$ 100 de dívidas a curto prazo,
estando também operando acima do padrão de seus concorrentes, que é de 1,25.
Situação de Liquidez – A empresa encontra-se bem estruturada sob o ponto de vista de solvência,
possuindo solidez financeira suficiente para cobrir seus compromissos de curto e de longo prazo,
uma vez que opera com todos os Quocientes de Liquidez acima do padrão de seus concorrentes.
O analista deve anexar ao Relatório de análise de Balanços os documentos que comprovam os
resultados da análise. Esses documentos poderão variar em quantidade e espécie, de acordo com a
profundidade dos exames efetuados. Normalmente, a um relatório breve, devem ser anexados o
Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício e um mapa contendo os
indicadores utilizados (Quocientes de Estrutura de Capitais, Liquidez, Rentabilidade e de
Atividade) além dos quocientes-padrão.
Tabela de indicadores:
RELATÓRIO
Após a análise e a interpretação das demonstrações financeiras da empresa Polinésia S.A. relativas
aos exercícios de x1 e x2, apresentamos as seguintes informações:
Situação Financeira
a) Endividamento – A empresa apresenta alto grau de endividamento, uma vez que os
Quocientes de Estrutura de Capitais se encontram acima dos quocientes alcançados por Empresas
que exercem o mesmo ramo de atividade.
No período abrangido pela análise, a empresa não apresentou Capital Circulante Próprio,
trabalhando com Capitais de Terceiros em proporções maiores que os Capitais Próprios,
insuficientes para financiar o Ativo Permanente, revelando que a empresa encontra-se em
mãos de terceiros. Houve considerável melhora no grau de endividamento no exercício de
x2 em relação ao de x1, revelando tendências de breve recuperação.
Situação Econômica
Rentabilidade – A situação econômica no exercício de x2 foi melhor que no exercício de x1. Em
x2, os Quocientes de Rentabilidade encontram-se acima dos Quocientes –padrão Medianos de
seus concorrentes. A boa rentabilidade alcançada no exercício de x2 decorre o esforço efetuado
pela empresa no sentido de reverter o alto grau de endividamento apresentado no exercício
de x1.
Ass.:_______________________________
Analista
20
QUADRO C
R E L A T Ó R I O
Introdução:
Situação Financeira
Endividamento:
Liquidez:
Situação Econômica
Rentabilidade:
Conclusão
21
BIBLIOGRAFIA
HERRMAN JR. F. Análise de Balanços para a Administração Financeira. Ed. Atlas, 2004.
NÉLIO, D.P. Introdução à Contabilidade Gerencial. Ed. Makron Books. São Paulo, 2002.
OLIVEIRA, Luís Martins de. Controladoria. Ed. Futura, São Paulo, 1998.