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I.

MÉTODOS DE EXPLORAÇÃO MINEIRA

I.1. MINERAÇÃO A CÉU ABERTO

I.1.1. INTRODUÇÃO

Um método de exploração é a organização da progressão, em função do tempo, do conjunto das


bancadas no interior da fossa última. Este conceito toma em consideração a morfologia do
jazigo.

Além deste conceito, a classificação dos métodos de exploração a céu aberto pode ser baseada
nos meios usados para deslocar os estéreis ou mais, pela escolha do material (no caso de
exploração por dragas ou com pás).

Assim notamos que os métodos de exploração a céu aberto não se beneficiam das denominações
relativamente universais, como no caso das minas subterrâneas.

Nesta displina, limitar-nos-emo por distinguir duas categorias dos métodos de exploração a cêu
aberto:

1. Classificação tendo em conta a morfologia do jazigo e;

2. Classificação tendo em conta os meios de deslocação dos estéreis.

I.1.2. MÉTODO DE EXPLORAÇÃO BASEADO NA MORFOLOGIA DO JAZIGO

Este método pode ser classificado em dois níveis:

1. Os jazigos em forma de filão ou montão (acumulação), jazigos semi-levantados e


levantados;

2. Os jazigos tabulares (horizontais e subhorizontais).

No primeiro caso, trata-se de jazigos com estéreis justapostos (misturados) que geralmente
afloram nos terrenos duros, ou dos jazigos com capeamentos superficiais (jazigos de Cu, Fe, ...,
etc.). No segundo trata-se seja dos jazigos sem estéreis de capeamento (calcário, pórfiro ou
porfido – rochas feldspáticas por decorração), seja dos jazigos com capeamentos superficiais
(lenhite, carvão).
I.1.2.1. Método por bancada (em cava)

No caso dos jazigos em filão ou em montão, a exploração desenvolve-se em vertical e comporta


os minérios e os estéreis a retirar por mais que afunda a cava.

É um método geralmente denominado escavação global. Trata-se de uma grande fossa cujo
perfil é constituido pelas bancadas. Cada dobra é representada em plano por uma curva fechada.
Fig.1 em anexo.

Estes tipos de exploração possuem duas particularidades:

I. A execução dos trabalhos representa um carácter irreversível, porque a evolução é fixada


por um estudo preliminar da fossa final tal que será praticamente impossível de se afastar
devido ao quociente de capeamento importante caso queira extrair uma parte de
mineralização não contida no projecto da fossa final pré-estabelecida.

II. O quociente de capeamento sendo em função da profundidade de exploração e da


morfologia do jazigo, suas variações podem ser importantes entre duas fases de
exploração sucessivas.

Em consequência a planificação da produção mineira é um dos problemas delicados deste tipo de


exploração. Este método exige a construção de entulhos externos não longe do campo de mina.

I.1.2.2. Método de exploração por cortes (secções) sucessivas

No caso de jazigos horizontais ou subhorizontais, também a exploração se desenvolve


horizontalmente e luta-se para diminuir a distância de transporte de estéreis, colocando-os na
fossa logo que acabar a exploração do minério.

Este entulhamento pode ser executado seja por um único engenho (escavadeira, draga de
descobertura) seja por meio de camiões basculantes (basculantes associados ao buldozer) ou por
outros engenhos de deslocação de estéreis. Fig. 2 no anexo.

Este método é chamado de método por secções sucessivas, quer dizer os terrenos de capeamento
da demanda de minério são deslocados e depositados atrás onde o minério ja foi removido.
Opera-se então uma deslocação progressiva da trincheira em relação a si mesmo.
I.1.3. MÉTODOS DE EXPLORAÇÃO BASEADOS NOS MEIOS DE DESLOCAÇÃO
DOS ESTÉREIS.

Os meios usados para a deslocação dos estéreis determinam os principais parâmetros num
método de exploração à cêu aberto:

 Altura e o número de bancadas dos estéreis e dos minérios;

 A largura das plataformas de trabalho;

 O número de rampas para o transporte;

 O número das frentes de enfraquecimento, a ordem e o sistema de deslocação das frentes


de trabalho e;

 A quantidade de reservas descobertas e preparadas.

Assim distingue-se cinco (5) métodos de exploração a cêu aberto que se baseam no modo de
transporte dos estéreis numa carreira com formação de entulhos internos ou externos:

I.1.3.1. Método sem transporte

Este método pode ser seja simples, seja com entulhamento importante.

No primeiro caso, trata-se de um entulhamento realizado directamente com escavador usado para
a retirada do capeamento, enquanto que no segundo caso, trata-se das formações potentes de
estéreis. É preciso um escavador suplementar no entulho para repartir a rocha desejada por um
escavador de capeamento.

Os escavadores usados podem ser as pás mecânicas ou as draglines. O método sem transporte
pode ser usado nas seguintes condições:

Camadas horizontais ou subhorizontais de potência limitada com capeamento de dureza


intermédia;

Camadas de inclinação média (semi-levantadas) que se encontram nos terrenos moles e com
fraca profundidade, isto conduz a deslocar o estéril em duas ou mais vezes por meio do
escavador.
I.1.3.2. Método com o uso de um engenho de transferência

O método é usado quando o desaterro é depositado nos entulhos internos por meio dos engenhos
de transferência móveis (santerelle, pontes de transferência) e o engenho de exploração sendo um
escavador de múltiplos godés (alcatruzes).

O método serve para a exploração de camadas horizontais e subhorizontais moles, ternas e de


grande potência.

I.1.3.3. Método especial

É um método cujos desaterros são evacuados por meio dos engenhos seguintes: Scrapers,
monitores e bombas, gruas, comboeiros com stackers (entulhadores).

Os dois primeiros tipos de engenhos são usados no caso de exploração de camadas horizontais e
subhorizontais não consolidados e móveis, enquanto os dois últimos são usados quando a
camada mineralizada possui uma forte inclinação e encontra-se nos terrenos duros, usa-se
scrapers.

Uma outra classificação deste método depende da natureza da lavra:

 Lavra de plácers;

 Lavra de petróleo e gases combustíveis;

 Lavra de sais solúveis e suspensóides;

 Lavra de enxofre;

 Lavra submarina;

 Lavra in situ, etc.

I.3.3.4. Método com transporte dos desaterros (estéreis).

É um método usado para todas as formas de jazigos (horizontais , semi-levantados e levantados)


para todos os tipos de dureza do capeamento e usando todos tipos de escavadores.
O transporte dos desaterros efectua-se por diversos engenhos de transporte que podem ser
camiões basculantes, comboeiros a banda.

I.1.3.5. Métodos mistos

Este método é usado no caso da exploração das camadas horizontais ou pouco inclinadas, com
potência limitada e capeamento não consolidado, móveis ou de dureza média.

Os desaterros retirados das bancadas superiores onde se usa os escavadores de todos os tipos, são
transportados nas diversas unidades de transporte até ao entulho interno ou externo, enquanto
que os desaterros tirados das bancadas inferiores, onde se usa os escavadores a obra de trabalho
de grande dimensão, estes desaterros são rejeitados nos entulhos internos por meio dos
escavadores e nos entulhos externos por meio dos engenhos de transferência.

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