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Trabalho de investigação

Tema: Estruturas Geológicas


I.Foliações;
II.Lineações;
III.Juntas e
IV.Veios.

Ítens por abordar:


- Generalidades;
- Mecanismo de formação;
- Ambientes de formação relacionado a estrutura, e possível rochas envolvidas;
-Mineralizações associadas a estrutura;
-Métodos de pesquísa e minaração nestas estruturas;

OBSERVAÇÃO: O trabalho deve ser realizado por grupos de 4 estudantes no máximo.


Data de entrega: 27/09/2019, apresentação e defesa 30/09 á 04/10/2019. 1
Disciplina: Geologia Estrutural

Cursos: Engenharia de Minas


e de Processamento Mineral

TEMA:
Tensão (Stress) em Rochas

Apresentado por: Pedro Saca

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2.3 CAUSAS DE TENSÕES EM ROCHAS
• As tensões são causadas devido a forças que são exercidas
sobre os materiais rochosos.

• Uma ampla variedade de processos físicos exercem


tensões sobre rochas.

• Por exemplo, a gravidade exerce constantemente tensões


para baixo em todas as rochas.

• Em grande escala , o movimento horizontal das placas


exerce tensões laterais ( horizontais ) e verticais em rochas.

• A acumulação de camadas espessas de sedimentos pode


exercer uma pressão sobre as rochas subjacentes.

• As variações das condições de pressão e temperatura, que


causam expansão térmica ou dilatação dos materiais
rochosos. 5
2.4 DIFERENTES ABORGENS DE TENSÃO EM ROCHAS

• Em geologia estrutural estudamos os materiais geológicos


que foram deformados no passado e nunca se observa
directamente a tensão ou a força responsável pela mesma.

• A tensão assim como a força, também é uma grandeza


vectorial e tem importância fundamental para a geologia
estrutural, pois sua magnitude, sua direção e seu sentido
são factores condicionantes da deformação das rochas.

• As tensões são descritas em vários campos tais como a


engenharia mecânica, engenharia geológica e ciências de
materiais e o que difere estes campos com a geologia
estrutural é o seguinte: em geologia estrutural tem-se o
corpo já deformado e infere-se a tensão que causou a
mesma, enquanto nestes campos induz-se a tensão para
causar deformação.
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2.4 DIFERENTES ABORGENS DE TENSÃO EM ROCHAS (Cont.)

Fig.1_Diferentes abordagens de tensões (Engenharia v Geologia Estrutural)


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2.5 TIPOS DE TENSÕES

• O conhecimento do estado de tensões em maciços rochosos


é de fundamental importância em diversos problemas nos
campos da engenharia civil, mineira e do petróleo, assim
como também na geologia e geofísica.

• As tensões in situ podem ser divididas em tensões naturais,


também chamadas primitivas, e tensões induzidas.

A- tensões naturais são aquelas que ocorre nas rochas como


resultado de uma complexa interação entre as acções de
processos gravitacionais (peso das camadas sobrejacentes),
tectônicos (actuação de placas litosféricas), variação de
energia térmica e processos físico-químicos (recristalização
de minerais, absorção de água e do lençol freático, etc).

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2.5 TIPOS DE TENSÕES (Cont.)
• Daí que as tensões naturais podem ser divididas em
tensões gravitacionais, tensões tectônicas e tensões
residuais.

• As tensões gravitacionais resultam do peso da coluna da


rocha sobrejacente por unidade de área em um ponto
específico no maciço rochoso.

• As tensões de origem tectônica estão associadas aos


diversos ambientes e fenômenos que ocorrem com o
movimento relativo das placas litosféricas (na suas bordas e
no seu interior).

 As tensões tectônicas podem ser activas (devido ao


contínuo movimento das placas tectônicas), e
remanescentes (devido a eventos tectônicos passados os
quais têm sido parcialmente activados por processos
naturais).
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2.5 TIPOS DE TENSÕES (Cont.)

• As tensões residuais são definidas como o estado de tensões


que ainda permanece no maciço rochoso depois que o
mecanismo original tenha deixado de existir (término do
mecanismo que lhe deu origem).

B- As tensões induzidas são o resultado da redistribuição das


tensões primarias devido á perturbações das rochas causadas
pelo homem, ou seja, é o estado de tensão decorrente da
redistribuição de tensões preexistentes devido à perturbação
dos maciços com a implantação de obras de engenharia.

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2.6 ESTUDO DE ACTUAÇÃO DE TENSÕES EM ROCHAS
• O estudo da actuação da tensão sobre corpos é realizado de
forma analítica, decompondo-se cada vector inicial em mais
vectores, com orientações normais e paralelas a um dado
plano. Por exemplo a figura 2 mostra a análise das tensões
que actuam sobre um cubo ideal de material sólido, de acordo
com Hobbs et al. (1976).

Figura 2 - Análise das tensões sobre um cubo de material sólido (Modif. Hobbs et al.
1976). (a) Tensões que actuam sobre as faces do cubo. (b) Decomposição das
pressões em componentes ortogonais e paralelos às faces do cubo. (c) Associação
dos componentes ao sistema cartesiano de coordenadas (x1, x2, x3). 11
2.6 ESTUDO DE ACTUAÇÃO DE TENSÕES EM ROCHAS (Cont.)

• Como ilustração do conceito de tensão, considera-se um


corpo sólido, em equilíbrio, sujeito a um certo número de
acções (forças externas), conforme a Fig. 1a.

• As tensões que actuam sobre as faces de um cubo (Fig. 1a)


podem ser decompostas em três componentes ortogonais, um
normal e dois paralelos à face do cubo (Fig. 1b).

• Considerando-se as arestas do cubo como eixos de um


sistema de coordenadas cartesianas (x1, x2, x3) e
denominando-se cada componente como σ ( variando de σ1 a
σ3, por serem três os eixos), o sistema pode ser representado
como na figura 1c.

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2.7 DIFERENTES TIPOS DE TENSÕES ACTUANTES EM ROCHAS
• As rochas podem estar sujeitas a diferentes tipos de tensões,
como ilustra-se a seguir.

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2.8 ESTADO DE TENSÃO

• O estado de tensão é aproximação ou simplificação das


cargas sobre o corpo, a fim de que a tensão produzida em um
sistema estrutural seja analisada em um plano simples.

• Daí que um estado de tensão pode expressar‐se segundo


duas componentes: tensão normal e tensão de cisalhamento.

• Tensão normal: orientada perpendicularmente ao plano


considerado. Pode ser considerada compressiva ou
distensiva.

• Forças compressivas: conduzem à redução do volume da


rocha na direcção paralela à actuação das forças e ao seu
alongamento na direcção perpendicular. Podem provocar o
dobramento e o aparecimento de falhas no material.

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2.8 ESTADO DE TENSÃO (Cont.)
• Forças distensivas: conduzem ao alongamento
(estiramento) da rocha, na direcção paralela à actuação das
forças. Podem provocar também o aparecimento de falhas no
material.

• Tensão de cisalhamento: está associadas a movimentos


paralelos das rochas em sentidos contrários e podem provocar
dobramentos e o aparecimento de falhas no material.

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2.9 COMPORTAMENTO DAS ROCHAS FRENTE À TENSÃO
• O comportamento das rochas em relação à tensão que lhes é
aplicada é variável e depende do tipo de rocha, das condições
de pressão e temperatura a que a rocha está sujeita, aquando
da actuação da tensão, do tempo geológico e da intensidade
da tensão.

• Os materiais, quando sujeitos a tensões, apresentam


diferentes comportamentos de natureza frágil e de natureza
dúctil.

• Uma mesma rocha, sujeita a condições de pressão e


temperatura distintas, pode apresentar comportamentos
diferenciados.

• Comportamento frágil – as rochas fracturam facilmente,


quando são sujeitas a tensões, em condições de baixa pressão
e de baixa temperatura. Este comportamento relaciona-se com
a formação de falhas.
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2.9 COMPORTAMENTO DAS ROCHAS FRENTE À TENSÃO (Cont.)

• Comportamento dúctil – as rochas sofrem alterações


permanentes de forma e/ou volume, sem fracturarem, em
condições de elevada pressão e elevada temperatura. Este
comportamento relaciona-se com a formação de dobras.

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2.9 COMPORTAMENTO DAS ROCHAS FRENTE À TENSÃO (Cont.)
• A temperatura, assim como a pressão é superior em
profundidade, pelo que os materiais nestas circunstâncias são
mais plásticos do que na superfície.

• Na superfície, tanto a pressão como a temperatura são


menores, pelo o que os materiais geológicos apresentam um
comportamento frágil.

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2.10 ELIPSIDE DE TENSÃO (STRESS)
• Elipsóide de tensão é uma figura geométrica construída a
partir de três eixos com dimensões directamente proporcionais
às intensidades dos 3 eixos principais de tensão (σ1, σ2 e σ3).

• Nestes diagramas as linhas mostram a contínua variação na


orientação da tensão principal, considerando que σ1 (Smax)
sempre e perpendicular a σ3 (Smin).
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2.10 ELIPSIDE DE TENSÃO (Cont.)
• Assim, em cada ponto do objecto geológico o campo de
tensão e representado por um sistema de eixos representados
pela letra (grega) " σ“, onde σ1 > σ2 > σ3 (ordem decrescente
de tensão).

• O campo de tensão é caracterizado pelos eixos σ1, σ2 e σ3


cuja representação gráfica é o elipsóide de tensão. (Nota: é
um campo físico, portanto não representa um objecto
concreto).

• Em geral no interior de um grande corpo geológico, a


orientação da tensão varia de lugar para lugar, dependendo de
varios factores (espessura da crusta, comportamento do
material, natureza de estruturas, existência de
descontinuidades). 20
2.10.1 ESTADOS ESPECIAIS DE TENSÃO

• Tensão Uniaxial: só uma tensão principal é diferente de


zero, as restantes duas são iguais a zero (σ1 > 0, σ2 = σ3 = 0);

• Tensão Biaxial: uma das tensões principais é igual a zero e


as outras duas são diferente de zero (σ1 > σ2; σ3 = 0);

• Tensão triaxial: as três tensões principais são diferentes de


zero (σ1 > σ2 > σ3);

• Tensão Axial: duas das três tensões principais são iguais


(σ1 > σ2 = σ3);
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2.10.2 CONVERSÃO DO SINAL DE TENSÃO
• Conversão para σ tensões normais: os valores positivos de
tensão normal são associados por convenção à extensão ou
distensão e valores negativos à compressão.
• Em Geologia, a compressão é mais comum na terra por
causa da elevada pressão confinante.

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2.10.2 CONVERSÃO DO SINAL DE TENSÃO

• A tensão de cisalhamento (τ) está associada a movimento


paralelos das rochas em sentidos contrários. Sendo assim
tenta girar o objecto no sentido horário ou anti-horário.

• Neste caso se girar no sentido horário a tensão de


cisalhamento (τ) será negativa e no sentido anti-horário será
positiva.

• Os valores de tensão cisalhante (τ) são considerados em


módulo; o facto de serem positivos ou negativos se relaciona
com aspectos geométricos, mas há uma relação de simetria
que não interfere nas interpretações.

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2.11 COMPONENTES DE TENSÃO (NORMAL E CISALHAMENTO)

• Para que se entenda o conceito de tensão, é necessário que


se entenda o conceito de força. Porque as forças que actuam
numa rocha produzem um conjunto de tensões que são
responsáveis pela deformação da mesma.

• O dinamismo interno da Terra pode manifestar‐se, não


apenas na forma de vulcões e sismos, mas através da
deformação das rochas originada por tensões que afectam a
sua forma e/ou volume.

• No interior da Terra as forças são provenientes, em parte, da


gravidade actuando sobre cada elemento das rochas,
mantendo a coesão da litosfera. E o deslocamento relativo
entre as placas produz uma força de resistência. Esta mesma
força actuará sempre que houver movimento relativo entre
blocos rochosos internos às placas, sendo a responsável pela
geração das estruturas geológicas.
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2.11 COMPONENTES DE TENSÃO (NORMAL E CISALHAMENTO)
• Imagine uma força (F) actuando sobre uma superfície (A)
podendo ser divididaCURSOS:
Geologia Estrutural
em Engenharia
força denormal (Fn), que actua
Minas e de Processamento Mineral - ISPT
perpendicularmente à superfície e força de cisalhamento (Fs),
que actua paralelamente à superfície (figura abaixo).

• Esta figura (Hobbs, et., 1976), mostra secções de cubos,


onde uma força de intensidade F age perpendicularmente à
face do cubo de área A. Cortando o cubo existe um plano P,
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cuja normal forma um ângulo ϴ com F.
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EXEMPLO SOBRE COMPONENTES DE TENSÃO

• Exemplo: Se temos um plano com uma superfície de 100 m 2


e sobre este plano actua uma força de 10 3 N. A direcção da
acção da força faz um ângulo de 30o com a normal.

• Calcule:

a) A tensão normal.
b) A tensão cisalhamento.

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2.12 DIAGRAMA OU CÍRCULO DE MOHR
• O círculo de Mohr é um método grafico desenvolvido por
Christian Otto Mohr em 1988, que permite a representação do
estado de tensões num ponto.

• Para melhor descrever o estado de tensões de um corpo no


momento de sua ruptura, Mohr desenvolveu um diagrama
cartesiano, denominado de diagrama de Mohr, o qual tem uma
grande aplicação prática.

• É uma representação cartesiana da tensão (σ), decomposta


em grandezas vectoriais a partir de um corpo rochoso quando
submetido a tensão.

• O círculo de Mohr tem seu centro no eixo das abcissas. Desta


forma, ele pode ser construido quando se conhecem as duas
tensões principais (σ1 e σ3), ou as tensões normal (σn) e de
cisalhamento (τs) em dois planos quaisquer.
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2.12 DIAGRAMA OU CÍRCULO DE MOHR (Continuação)

• Diagrama ou círculo de Mohr acima, mostra o ponto (P)


que representa um plano qualquer, orientado a um ângulo
(θ) em relação a (σ3).

• Salientar que as tensões normal e de cisalhamento variam


em função do ângulo de orientação do plano.

• O estado de tensões de um corpo é descrito por um círculo.


A partir da observação do gráfico, pode-se extrair os valores
das tensões actuantes no momento do fracturamento, bem
como as relações geométricas entre as tensões e as
estruturas geradas.

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EXEMPLO DE EXERCÍCIO SOBRE O CÍRCULO DE MOHR
• Exemplo: Use a figura abaixo para determinar a tensão
normal e de cisalhamento máximo, nos planos 1, 2 e 3 e plote
os resultados no diagrama de Mohr.
σ1

2 3 1

o
90 σ3
o
45 32o

• Sabendo que os ângulos (ϴ) são de 32o, 45o e 90o para os


planos 1, 2 e 3 respectivamente. Os valores de σ 1 e σ3 são de
100 Mpa e 20 Mpa respectivamente.
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(Cont.)
2 - Colocar no sistema de eixo σ, τ os pontos Tx e Ty cujas
coordenadas são os valores (σx e τx) e (σy e τy) da seguinte
maneira: encontrar o 1o par (σx, τx) e marca-se a abcissa σx de
acordo com o seu sinal (σ > 0 distenção, σ <0 compressão) e a
ordenada τx, encontrando-se o ponto Tx. De seguida encontrar
o 2o par (σy, τy) ou seja o ponto Ty. (Traça-se a circunferência).

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(Cont.)
3. Com Tx e Ty acham-se o centro da circunferência.

EXEMPLO SOBRE REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS PLANOS DE


TENSÃO NO CÍRCULO DE MOHR
• Exemplo: Um certo plano foi medido o seu estado de tensão,
σn = 1.2 kbar e τs = -0.6 kbar. Um outro plano perpendicular
foi medido a um estado de tensão σn = 0.6 kbar e τs = 0.6
kbar. Assumindo que uma das tensões principais é paralela a
intersecção dos dois planos. Use o círculo de Mohr para
determinar:
a) Quais são os valores de σ1 e σ3.

b) Qual é o ângulo entre σ1 e a normal do 1o plano.

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