Você está na página 1de 50

CURSO DE

REFRIGERAÇÃO E AR
CONDICIONADO
5
ENVIO 10

PROIBIDA A REPRODUÇAO, TOTAL OU PARCIAL DESTA OBRA, POR QUALQUER MEIO OU METODO SEM AUTORIZAÇÃO POR ESCRITO DO EDITOR
© TODOS OS DIREITOS FICAM RESERVADOS.
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

CONDICIONAMENTO DO AR
Muitas pessoas acreditam que o condiciona- final, tem no ar condicionado e no controle da
mento do ar é simplesmente, resfriar o ar, porém, umidade, um fator que garante os objetivos pro-
isso não é certo nem correto. Essa operação deve postos. Como exemplo de comparação, algumas
ser chamada de resfriamento confortável do ar. plantas industriais têm unidades de ar condicio-
O emprego correto do termo condicionamento do nado que produzem o frio equivalente a várias
ar significa o controle da temperatura, da circu- toneladas de gelo por dia.
lação, da umidade e das impurezas do ar que é
respirado e que nos rodeia. Em termos gerais, o
condicionamento completo do ar significa aque- TIPOS DE UNIDADES DE AR
cê-lo no inverno, resfriá-lo no verão, fazer com
que se espalhe pelo ambiente, renová-lo com ar
CONDICIONADO
externo, secá-lo quando a umidade é muito alta,
umedecê-lo quando o ar está muito seco e filtrá- As instalações para condicionamento do ar são
lo para eliminar o pó e as bactérias que se en- basicamente de dois tipos:
contram no meio ambiente. - Unidades centrais
Considerando o que foi dito anteriormente, po- - Equipamentos individuais
demos observar as enormes possibilidades que
tem o ar condicionado para garantir o nosso con- As centrais de condicionamento de ar para casas,
forto e a nossa saúde, tanto na vida do lar como escritórios, fábricas, teatros, etc., têm a unidade
no trabalho. que aquece, esfria, filtra, umedece e recircula o ar,
Durante muito tempo as casas, escritórios e lo- muito compacta, geralmente localizada no porão
cais de trabalho foram aquecidos durante o in- ou em outra habitação, e dela sai a tubulação
verno para torná-los mais confortáveis. Porém, so- necessária para os pontos que devem ser
mente nos últimos anos, esses locais puderam climatizados.
ser resfriados, tornando a temperatura mais agra- Os equipamentos individuais têm a mesma fina-
dável durante os meses de verão. lidade, porém, eles ficam localizados em um com-
Com o aparelho de ar condicionado, também partimento único, com ótimo acabamento, para
pode ser controlada a umidade, que afeta, e mui- poder serem fixados no próprio local a ser condi-
to, o conforto das pessoas durante o verão. cionado.
Mediante processos muito simples também Alguns desses aparelhos possuem uma resistên-
pode ser eliminado o pó em até um 98%. A propa- cia para ser utilizada no inverno, e atualmente,
gação de muitas doenças contagiosas pode ser existem unidades reversíveis que utilizam uma
eliminada, ou diminuída, utilizando-se esses apa- válvula reversora. Este tipo de unidade será visto
relhos de ar condicionado. mais adiante.
Se consideramos que uma pessoa respira por
dia, uma quantidade de ar equivalente a cinco
vezes o peso dos alimentos e da água que conso-
me, é fácil entender a importância que tem a qua-
lidade do ar que entra em nosso corpo.
Hoje, muitas fábricas instalam ar condiciona-
do, com o intuito de aumentar o rendimento, a
saúde e conforto do pessoal e assim, melhorar a
qualidade e reduzir os custos de seus produtos.
Locais tais como gráficas, padarias, fábricas de
tintas, de têxteis, de doces, de farinhas e outros
locais onde o produto deve ser manufaturado com
grande velocidade e obter uma ótima qualidade

2
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

O sistema de ar condicionado pode ser classifi-


cado em: EVAPORADOR
- Direto. VÁLVULA DE
- Indireto. EXPANSÃO
CIRCULAÇÃO DE
No sistema direto, o evaporador ou serpentina AR
de refrigerante, é o encarregado do esfriamento CONDENSADOR
e está em contato direto com o ar a ser climati-
zado. Nas pequenas unidades, tais como equipa-
mentos individuais, o sistema direto é o mais utili-
zado. COMPRESSOR
No sistema indireto, o ar é esfriado por uma
serpentina onde circula água previamente resfri-
ada. O sistema indireto é utilizado nas grandes ins- SISTEMA DE ESFRIAMENTO DIRETO
talações por sua segurança, pois o evaporador por
onde circula o refrigerante químico, não está em
contato com os dutos de ar.
Se ocorrer um vazamento de refrigerante, ele não
será arrastado pelo fluxo de ar, e assim, evita-
se a poluição do ambiente.

ESFRIAMENTODOAR
TORRE DE
RESFRIAMENTO
O procedimento mais simples de esfriamen- CAIXA DE
to o ar, consiste no emprego de unidades CONTROLE
refrigeradoras muito semelhantes às que
foram estudadas até agora em sistemas de
refrigeração. Realmente, tudo o que foi visto
e explicado sobre os princípios de funciona-
FORÇA
mento dos aparelhos de refrigeração, pode MOTRIZ
ser aplicado nas unidades de ar condicio- FIOS ELÉTRICOS
FIOS
nado. ELÉTRICOS
FLUXO
Algumas instalações empregam gelo para DE AR
esfriar o ar, fazendo-o passar através de uma
TERMOSTATO
câmara cheia desse elemento.
Em outras situações e quando se dispõe
de grandes quantidades de água fria, ela é FIOS
ELÉTRICOS
forçada a passar pelo interior de uma FIOS
ELÉTRICOS
serpentina e o ar circula trocando calor com INTERRUPTOR
BOMBA E
ela. Este sistema é muito econômico. DE CORTE
MOTOR
FORÇA MOTRIZ
Para esfriar o ar diretamente com o siste-
ma de refrigeração, é colocado um evapora-
dor, tipo seco, na rota do ar e deste modo,
quando passa através das aletas desse tro- UNIDADE CENTRAL DE CONDICIONAMENTO DE AR
cador de calor, ele é resfriado.

Os evaporadores ou serpentinas de esfriamento Outro modo de esfriar e limpar o ar, é fazer que
de ar, têm grandes superfícies ou áreas de contato, ele passe através de água fria e atomizada. Nes-
por causa da superfície das aletas, desta forma o tas unidades, é produzida uma fina cortina d’água
metal, já frio, retira o calor existente no ar do e através dela, o ar é forçado obtendo o seu esfri-
ambiente. amento.

3
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

4.-Vapor superaquecido: é aquele vapor que se


COMPOSIÇÃO DO AR encontra a uma temperatura superior ao ponto
de ebulição do líquido com o qual foi formado.
O ar é uma mistura mecânica de gases e vapor
de água e está composto principalmente de:

- Vapor de Água : Relativo


ARCONDICIONADO
- Nitrogênio : 78%
- Oxigênio : 21%
Corretamente empregado, o termo Ar Condicio-
- Bióxido de carbono : 1%
nado significa, controlar:
Hidrogênio, Hélio, Neón, Argônio
1.- A Temperatura (18ºC a 25ºC)
De acordo com estes componentes poderíamos
2.- A Circulação (Injeção e Exaustão)
mencionar:
3.- A Pureza (98%)
4.- A Umidade (35% a 65%)
- Ar Seco (Ar sem vapor de água) e
- Ar (mistura natural de ar seco e vapor de água)
Do ar que respiramos e no qual vivemos
Visto que todo ar em estado natural contém
certa quantidade de vapor de água, não existe
em realidade o “ar seco”. Porém, o conceito de
TIPOS DE AR CONDICIONADO
ar seco, é muito útil, já que simplifica muito os
I. Tipo Comercial:
cálculos psicrométricos.
Poderíamos dizer que a composição do ar seco,
1.- Sistema Unitário compacto (janela)
é idêntica em todas as partes, porém, a quanti-
2.- Sistema Split (mini central)
dade de vapor de água no ar varia de acordo a
região em particular e às condições climatológi-
cas, já que a quantidade de vapor de água no ar
II. Tipo Industrial:
resulta principalmente, da evaporação de água
da superfície dos rios, lagos, oceanos, etc.
1.- Sistema Direto (Centrais)
Poderíamos dizer então, que a umidade atmos-
2.- Sistema Indireto (Chiller)
férica (conteúdo de vapor de água na atmosfe-
ra), é maior naquelas regiões localizadas perto
de grandes massas de água e menor em regiões
áridas.

CARACTERÍSTICAS DO AR

1.- Umidade: é a presença de vapor de água na


atmosfera.

2.-Ar Saturado: é o que possui a quantidade


máxima de vapor de água que pode conter com
sua temperatura correspondente.

3.-Vapor Saturado: é aquele que se encontra à


mesma temperatura e pressão do líquido com o
qual foi formado.

4
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

rador são de tubos aletados e resfriados por ar


SISTEMA UNITÁRIO forçado. O elemento de expansão consiste num
COMPACTO tubo capilar. O conjunto de todos estes elemen-
tos se encontra dimensionado num gabinete me-
tálico de ótimo acabamento.
(Equipamento de janela)
Estas unidades podem ser apenas Ciclo Frio ou
Este sistema se caracteriza por ser uma unidade Quente/Frio, com resistências elétricas, para usar
compacta de refrigeração, que possui um filtro de os equipamentos no inverno, este sistema tem o
ar e um moto-ventilador de duplo eixo, com duas inconveniente de secar demais o ar e ter um alto
ventoinhas, uma chamada “Centrífuga ou Turbina” consumo elétrico. Nas unidades mais modernas se
que dá para o interior da habitação e outra utiliza um sistema que faz o equipamento Ciclo
chamada “Helicoidal ou Axial” que dá para a parte Reverso, usando para isto uma peça chamada
externa da habitação. Válvula Reversora. Desta forma se consegue
também o aquecimento nos sistemas Split e nas
Tanto a unidade condensadora como o evapo- Centrais de Ar Condicionado.

Serpentina de tubo aletado


Condensador ou evaporador

Ventilador
Helicoidal o
Exterior Axial
M/C Tubo Capilar
M/V

Ventilador
Centrífuga
ou turbina

Serpentina de
Interior
tubo aletado
Evaporador ou
condensador

Filtro de Ar

5
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

6
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

no recinto a climatizar e está composto por um


SISTEMA SPLIT evaporador de tubo aletado, insuflado por ar for-
çado através de um ventilador de tipo centrífugo
(Separado) ou turbina, e um filtro de ar.
A unidade condensadora, por outro lado, se lo-
Este sistema se utiliza em todos aqueles casos caliza no exterior do recinto a climatizar e é es-
em que o ambiente a ser aclimatado, não possui friada por ar forçado através de um ventilador do
saída ao exterior, por exemplo: corredores sub- tipo Helicoidal ou Axial.
terrâneos, etc, e consiste em separar o equipa- A comunicação do gabinete interno e a unida-
mento em duas partes, um gabinete interno e a de condensadora, se consegue através do pro-
unidade condensadora externa. longamento das tubulações de alta e baixa pres-
são, cuja extensão varia de 7 até uns 20 metros
Nestes sistemas o gabinete interno se localiza aproximadamente.

Gabinete interior

Serpentina aletada
Condensador ou
evaporador

Ventilador centrífugo
M/V
ou turbina
Filtro de ar

Tubo capilar

Tubulação de alta
e baixa pressão

Unidade condensadora

M/V
Tubulação de alta
e baixa pressão

M/C

Serpentina de tubo aletado


Evaporador ou condensador

7
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

bos de tubo aletado e esfriados por ar forçado),


SISTEMA DIRETO filtros de ar, pulverizadores (quando tem) e ven-
tiladores, tudo condicionado num conjunto com-
(Centrais) pacto, que se localiza no exterior do local a ser
climatizado.
O sistema direto recebe este nome, já que é o A insuflação e exaustão do ar se realiza por
evaporador quem esfria diretamente o ar, força- meio de uma rede de dutos, que se instala acima
do a passar através da serpentina. do forro. A distribuição do ar às habitações, se
realiza por meio dos chamados “difusores”.
As centrais de ar condicionado estão compos-
tas pela unidade condensadora, evaporador, (am-

Sistema direto

Forro Rede de dutos


Difusores

Extração de ar Sala de reuniões

Central de ar condicionado

Injeção de ar

Ventilador Serpentina de tubo aletado


Cortagotas Evaporador ou condensador
Filtro de ar Pulverizadores

8
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

9
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

interna das habitações a climatizar e são coman-


SISTEMA INDIRETO dadas por um termostato e uma válvula solenóide.

(Chiller) O aquecimento no inverno se pode conseguir


mediante uma caldeira que esquenta a água e a
Chiller é um sistema que esfria a água, fazendo bombeia até os Fan Coill, ou através de uma re-
com que ela circule ao redor do evaporador e em sistência elétrica instalada diretamente neles.
seguida impulsiona a água fria por meio de bombas
injetoras até os “Fan Coill”. O sistema indireto recebe este nome, já que o
evaporador não esfria o ar, e sim a água, e é a
O Fan Coill está composto por uma serpentina água fria que de forma indireta esfria o ar das
de tubo aletado, esfriado por ar forçado e que habitações.
possui um filtro de ar. Estes se localizam na parte

(CHILLER)
Evaporador
FAN COILL

V.E.T.

M/V VS
BI
T

F
S
A.S.
Comp. M/V

DL
Condensador

Unidade condensadora

10
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

FORMA CORRETA DE ESFRIAR O AR


Quando é necessário condicionar o ar de um
prédio com a finalidade de
melhorar o conforto e a

PULVERIZADOR

AQUECEDORA
TELA D’ÁGUA

RESFRIADORA
SERPENTINA
saúde dos seus morado-

SERPENTINA
VENTILADOR
res, se deve ter cuidado

FILTRO
para que ele não fique de-
masiado frio, ou seja, que
a temperatura não fique
muito diferente da exter-
na.
É evidente que o ar fres- ENTRADA DE AO DUTO
co é mais confortável e AR
são que o ar quente, no
verão, porém não é conve-
niente que as pessoas re-
cebam um choque térmico

AO CIRCUITO DE
REFRIGERAÇÃO
TUBULAÇÃO

TUBULAÇÃO
DE VAPOR
ao saírem ou entrarem no

D’ÁGUA
prédio. Isto significa que a
diferença de temperatura
do ar exterior e o interior
não pode ser muito gran-
ESQUEMA QUE MOSTRA COMO FILTRAR, UMIDIFICAR OU SECAR O AR
de, sendo que, geralmen-
te, uma diferença de 10º
C entre ambas temperatu-
ras é suficiente para deixar o local
confortável.
A temperatura do corpo humano é
de, aproximadamente, 37º C e esse
calor é desenvolvido pela combus-
tão dos alimentos consumidos com
o oxigênio que entra em nosso corpo
quando respiramos. Dito com outras
palavras, o corpo humano é seme-
lhante a uma casa com lareira, e
contém o seu próprio sistema de
aquecimento.
Quando a temperatura do ambien-
te é inferior à do corpo, o calor é
transmitido ao ar por radiação. Se
o ambiente onde estamos, tem uma
temperatura superior à do nosso
corpo, esse calor não pode ser FIGURA INFERIOR DE UM CONDICIONADOR DE AR INDIVIDUAL OU DE JANELA
transmitido por radiação, e a trans-
ferência será feita por transpiração.
A velocidade com que é feita esta troca de calor
e o controle da temperatura do corpo são feitos
pelo que é conhecido como metabolismo.

11
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Uma pessoa normal, quando está des-


cansando, perde cerca de 100 calorias ZONA DE CONFORTO
por hora. Quando é feito algum exercício
físico leve, a quantidade de calorias
perdida aumenta para 150 por hora.
Agora, se o exercício for pesado, a perda
pode atingir 200 e até 250 calorias por
hora. Este calor é fornecido pelas pessoas
ao meio ambiente, e deve ser considera-
do durante o projeto do sistema de ar con-
dicionado que será utilizado.
Embora, na hora de fazer esses cálcu-
los, deva ser considerado o valor médio
da temperatura externa, nunca se deve
UMIDADE DO AR
permitir que essa diferença de tempera-
turas seja superior aos 10º C. Zona de confort.
Como exemplo, 21º C no interior de um
cômodo pode ser considerado como con-
fortável, durante o inverno, porém, no verão, quan- transpiração do corpo humano, ou seja, impede
do a temperatura externa é de 35º C, o interior a evaporação que garante a queda da tempera-
do local deve ter, no mínimo, 26º C. Esta queda tura do corpo.
de temperatura, deverá ser considerada confor- Por isso, as condições de conforto ideal dos
tável se for mantida uma umidade correta do ar locais habitados por pessoas, são obtidas com
interno. dois elementos muito importantes: a temperatu-
Algumas regiões, no verão, têm uma umidade ra e a umidade do ar no local que está sendo
que pode atingir valores muito altos, dando uma condicionado.
insuportável sensação de calor. Isso se deve a O gráfico mostra a zona de conforto, e ela vai
que a umidade do meio ambiente não permite a dos 30º C com umidade de 30%, aos 20º C com
umidade de 70%.

PESO DO VAPOR D’ÁGUA, COM AR SATURADO, EM g/m3

GRAUS GRAMAS GRAUS GRAMAS GRAUS GRAMAS GRAUS GRAMAS


CENTÍGRADOS CENTÍGRADOS CENTÍGRADOS CENTÍGRADOS

-5 3,4 20 17,2 45 65,4 70 198


0 4,8 25 23,0 50 83 75 241
5 6,8 30 30,3 55 104 80 293
10 9,4 35 39,6 60 130 85 353
15 12,8 40 51,1 65 161 90 423

NOTA: Se sabe que um litro d’água pesa um quilograma e pode ser observado por um fato muito
interessante: o ar de um cômodo de tamanho normal pode conter mais de quatro litros de água,
durante um dia quente e uma umidade relativa muito alta. O ar de um cômodo de tamanho
regular pesa uns 77 quilogramas (kg).

12
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

RETIRANDO A UMIDADE DO AR uma espécie de nuvem. As unidades de ar condi-


cionado condensam a umidade e ela vira água,
A quantidade de umidade no ar é chamada de sendo que ela é captada por recipientes e desvi-
umidade relativa. Este termo significa a porcen- ada por pequenas mangueiras até o exterior.
tagem de umidade, tomando como base o total A porcentagem de umidade relativa pode ser
de água que o ar pode acumular quando fica sa- ajustada ou regulada com muita precisão.
turado. O ponto de saturação depende da tem- Existem dispositivos que controlam circuitos
peratura. Quanto mais quente estiver o ar, maior elétricos com a finalidade de fornecer a quanti-
quantidade de umidade poderá receber antes de dade de água atomizada ideal para o ambiente
ficar saturado. Lembre que a umidade, neste pon- fechado ou condicionado.
to, começa a se transformar em gotas d’água.
Por exemplo, o ar com 17º C está saturado
quando contém 1,1 grama de água por metro cú- UMEDECENDO O AR
bico. O ar a 21º C fica saturado quando tem 18,3
gramas de água por metro cúbico e aos 28º C, Durante os meses de inverno, o ar externo é
terá 27,5 gramas de água. frio e seco ( a umidade relativa é baixa). Como
Na página anterior, foi mostrada uma tabela em os sistemas de aquecimento dos prédios e lares
que para cada valor de temperatura, há o corres- estão trabalhando, a umidade desses locais é
pondente peso de água por metro cúbico. muito baixa para ser considerada confortável ou
A quantidade real de umidade que há em cada saudável aos seres humanos.
volume de ar é conhecido como umidade absolu- Este ar seco, absorve com grande velocidade a
ta. Por exemplo, independente da temperatura, umidade do corpo, começando pela boca, gargan-
se o ar contém 15 gramas de umidade por metro ta, nariz e pulmões, deixando os tecidos secos e
cúbico, pode ser dito que esta é sua umidade propensos a serem atacados por micróbios.
absoluta. Muitas doenças típicas do inverno podem ser re-
A umidade relativa do ar é fornecida em por- duzidas ou eliminadas se o ar que respiramos
centagem, do total de umidade de saturação a for umedecido na quantidade certa.
uma certa temperatura. Umedecer ou adicionar água ao ar pode ser
Como exemplo, o ponto de saturação do ar a feito mediante jatos d’água muito finos. Algumas
25º C, é de 23 gramas por metro cúbico, se o vezes, o ar é obrigado a passar através de telas
peso dessa umidade é de 11,5 gramas, então, a ou esponjas encharcadas com água.
umidade relativa deverá ser de 50%. Se o ar, a Em algumas casas, os radiadores de calor ou
essa mesma temperatura, pesa 16,1 gramas por aquecedores têm bandejas ou recipientes com
metro cúbico, então, sua umidade relativa é de água para que o ar aquecido que circula ao redor
70%. destes dispositivos gere a umidade necessária.
A umidade relativa do ar de um dia quente, pode Lembre-se que o ar é uma espécie de esponja
ficar entre 70% e 80%. Isto nos da uma sensação e como ela, pode conter uma certa quantidade
de calor muito desagradável, ou como se diz co- de água e depois, ficar saturada.
mumente, o dia está muito pesado.
A umidade relativa correta para se ter uma sen-
sação confortável, fica entre 35% e 65%, que
em média é de 50%.
O excesso de umidade pode ser retirado facil-
mente, fazendo passar esse ar por serpentinas
refrigeradas ou através de uma cortina d’água
atomizada. Todos nos sabemos que quando o ar
é resfriado, a umidade vira água, ou seja, ela é
condensada.
Se o ar carregado de água é resfriado até o pon-
to de orvalho, o vapor d’água se transformará em

13
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

PORCENTAGEM DE UMIDADE RELATIVA

Termômetro úmido Diferença entre as temperaturas dos dois termômetros

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0 100 81 64 48 36 25 14 6
1 100 82 66 52 39 28 18 10
2 100 83 67 54 42 31 21 13 8
3 100 84 69 56 44 34 25 17 9 3
4 100 84 70 57 46 36 27 20 13 7
5 100 85 71 59 48 39 30 23 16 10 5
6 100 85 72 61 50 41 33 25 19 13 8
7 100 86 73 62 52 43 35 28 22 16 11
8 100 87 74 64 54 37 30 24 18 13
9 100 87 75 65 55 47 39 26 21 16
10 100 88 76 66 57 49 41 35 29 23 18
11 100 88 77 67 58 50 43 37 31 26 21
12 100 88 78 68 60 52 45 38 33 28 23
13 100 89 79 69 61 53 46 40 35 30 25
14 100 89 79 70 62 55 48 42 36 31 27
15 100 89 80 71 63 56 49 43 38 33 29
16 100 90 80 72 64 57 51 45 40 35 30
17 100 90 81 73 65 58 52 46 41 36 32
18 100 90 81 73 66 59 53 48 42 38 33
19 100 91 82 74 67 60 54 49 44 39 35
20 100 91 82 75 68 61 55 50 45 40 36
21 100 91 83 75 68 62 56 51 46 42 38
22 100 91 83 76 69 63 57 52 47 43 39
23 100 92 84 76 70 64 58 53 48 44 40
24 100 92 84 77 70 65 59 54 49 45 41
25 100 92 84 77 71 65 60 55 50 46 42
26 100 92 85 78 72 66 61 56 51 47 43
27 100 92 85 78 72 67 61 56 52 48 44
28 100 92 85 79 73 67 62 57 53 49 45
29 100 93 86 79 73 68 63 58 54 50 46
30 100 93 86 80 74 68 63 59 54 50 47

14
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

INSTRUMENTOS
A umidade relativa do ar pode ser checada por
meio de um instrumento chamado higrômetro e
seu aspecto é semelhante ao da figura. Este apa-
relho tem um ponteiro que se desloca sobre uma
escala. Esse movimento é ocasionado por fios
de cabelo que se dilatam com a umidade alta e
se contraem, quando a umidade é muito baixa.
Outro método para determinar, com maior exa-
tidão, a umidade relativa do ar é o emprego do
psicrômetro. Este aparelho consiste num ter- HIGRÔMETRO
mômetro de bulbo seco e outro de bulbo úmi-
do. Os dois termômetros são instalados no
mesmo suporte. ALTO BAIXO
O termômetro de bulbo seco, é carregado CABELO HUMANO
com álcool ou mercúrio. O termômetro de
bulbo úmido é semelhante, porém, com uma
pequena diferença: o bulbo está envolto em
um feltro molhado com água à mesma tem-
peratura ambiente.
Quando o conjunto é girado, a umidade do
feltro se evapora e isto esfria o bulbo, crian-
do uma diferença de temperaturas entre am-
bos termômetros. A velocidade da evapora-
ção depende da umidade relativa do ar, ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO DE UM HIGRÔMETRO
no momento em que é feito o teste.
Quanto mais baixa é a umidade relati-
va, maior será a velocidade da evapo-
ração, e maior será a diferença de tem- FELTRO
peratura entre ambos termômetros. ÚMIDO
Ambas leituras são feitas no mesmo TERMÔMETRO DE BULBO ÚMIDO
instante e usando uma tabela especi-
al, é possível determinar a umidade re- TERMÔMETRO DE BULBO SECO
lativa do ar. Não é necessário dizer que
o feltro somente pode ser molhado com
água, qualquer outro líquido afetaria a PSICRÔMETRO
leitura do aparelho.
Na página anterior podemos ver uma tabela que tem o número 5 na parte superior. O valor
para calcular a umidade relativa, usando a leitu- encontrado é 49 ou seja que, a umidade relativa
ra feita com o instrumento. Quando não é possí- do ambiente é de 49%.
vel o uso da tabela, existem gráficos que têm a Outro psicrômetro muito utilizado em lares e
mesma finalidade. escritórios é o de parede. Seu funcionamento é
Nela pode ser vista, à esquerda, a coluna "Ter- semelhante ao anterior, porém, como ele é fixo,
mômetro Úmido" e na parte superior, a "Diferen- deve ser colocado num local onde o fluxo do ar
ça entre as leituras", de 0 até 10 graus. condicionado passe através dele.
O uso da tabela é o seguinte:
Considere que a temperatura do bulbo úmido é
de 10º C e do seco 15º C. A diferença entre as
duas leituras é 5º C. Na coluna esquerda e a
partir do valor 10, nos deslocamos até a coluna

15
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

GRÁFICOPSICROMÉTRICO
Conhecer e poder interpretar um gráfico
psicrométrico é de fundamental importância
para projetar um sistema de ar condicionado,
pois nele os fatores principais são as propri-
edades do ar durante o seu esfriamento ou
aquecimento.
Este gráfico serve para o estudo das pro-
priedades do ar e da água que há no ambien- TERMÔMETRO
te, assim como a quantidade de calor, peso DE BULBO
e umidade relativa. Para poder utilizar o grá- TERMÔMETRO ÚMIDO
fico, é necessário definir alguns parâmetros: DE BULBO
SECO
Temperatura do bulbo seco (BS): É a tem-
peratura que tiramos do ar ambiente com um FELTRO
termômetro simples. ÚMIDO
Temperatura do bulbo úmido (BU): É a tem-
peratura que tiramos do ar ambiente com um
termômetro comum que incorpora um feltro
empapado em água e instalado no bulbo. PSICRÔMETRO DE PAREDE EM GRAUS FARENHEIT

Umidade relativa (UR): É um valor que se


obtém quando se conhece a temperatura do bul-
bo seco e do bulbo úmido. Ela indica a porcenta-
gem de água que existe no ar.

Umidade absoluta (UA): É o peso de água, em


gramas, contida em um quilograma de ar. É
expressada em g/kg.

Ponto de orvalho (PO): É a temperatura na qual


o vapor d’água contido no ar se precipita em for-
ma de nuvem ou neblina. Pode se dizer que nes-
se ponto, o ar está saturado e não admite mais
água.

Calor sensível: É o calor que é necessário so-


mar ou retirar do ar para mudar sua temperatura.

Calor latente: É o calor da água que existe no


ar.

Calor total: É a soma do calor latente e o sen-


sível. É medido em calorias/kg de ar.
Volume específico (Vesp): É a relação entre o
peso e o volume do ar, expressado em metro cú-
bico/kg.

16
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Na figura superior, são mostradas as linhas que


limitam o gráfico da curva de saturação. A linha
horizontal (BS), está dividida em graus centígra- HR = 100 %
dos e seu valor corresponde à temperatura do

UMIDADE ABSOLUTA: g DE ÁGUA POR kg DE AR


bulbo seco. A linha vertical, corresponde à umi-
dade absoluta (UA) e está dividida em gramas CURVA DE
de água por quilograma de ar. Finalizando, a cur- SATURAÇÃO
va marcada como HR = 100% é chamada como
curva de saturação. Lembre que quando o ar está
saturado, sua umidade relativa é de 100%.
Vejamos, agora, um exemplo prático para po-
der interpretar este gráfico. Suponha que quere-
mos saber qual é a quantidade de água contida
numa certa quantidade de ar com temperatura
de 25º C. Primeiro, localizamos essa temperatu-
ra na coluna BS. Logo depois, seguimos, desse
ponto, na vertical até que cortar a curva UR. No
ponto de interseção, projetamos uma paralela à
linha BS até que a linha UA seja cortada. Neste
exemplo, o valor obtido é de 20 g/kg.
Continuando com este procedimento, também TEMPERATURA DO BULBO SECO
é possível saber a quantidade de água por quilo-
grama de ar com diferentes valores de umidade CURVA DE SATURAÇÃO
relativa. Para isso, o gráfico psicrométrico con-
tém varias linhas curvas, como pode ser obser-
vado na figura inferior, para diferentes valores
de umidade relativa. Com a ajuda dessas curvas,
é possível determinar a quantidade de água con- HR = 100 %
tida em um quilograma de ar a 25ºC.
Para poder fazer esta pesquisa, mantemos o

UMIDADE ABSOLUTA: g D’ÁGUA POR kg DE AR


procedimento anterior: procuramos o valor de 25º
C e projetamos sua vertical até que ela corte a
curva da umidade relativa selecionada. Depois, CURVA DE
traçamos uma linha horizontal e paralela à coor- SATURAÇÃO
denada BS, até que cortar a escala UA. Como
exemplo, se temos uma UR de 20%, a quantida-
de de água por quilograma deverá ser de 4,4 g/
kg. Se à UR for de 60%, a quantidade de água
deverá ser de 12,1 g/kg, etc.

TEMPERATURA DO BULBO SECO


CURVAS DE UMIDADE RELATIVA

17
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Outras linhas que aparecem no gráfico psicro-


métrico, são apresentadas na figura superior des-
ta página e elas correspondem aos diferentes
valores de temperatura do bulbo úmido. Por isso, HR = 100 %

UMIDADE ABSOLUTA: G D’AGUA POR kg DE AR


para poder determinar a umidade relativa, conhe-
cendo as temperaturas BS e BU, devemos fazer
o seguinte procedimento:

Suponha que com o psicrômetro, são obtidos


os seguintes valores:
Temperatura BS = 25º C
Temperatura BU = 20º C
Esses valores devem ser localizados na coor-
denada BS e na curva BU.

Se procura a interseção das linhas desses dois


valores, sendo que o ponto de corte é sobre a
curva UR = 60%. Se essas duas linhas de tem-
peratura se cortam em um ponto onde não há
curva de UR, deve ser considerado um valor
médio entre duas linhas de UR.
TEMPERATURA DO BULBO SECO
Terminando e para completar o gráfico psicro-
LINHAS DE TEMPERATURA DO BULBO ÚMIDO
métrico, pode ser observada na figura inferior,
valores de calor total e linhas de volume especí-
fico.

UMIDADE ABSOLUTA: G DE ÁGUA POR kg DE AR

TEMPERATURA DO BULBO SECO


GRAFICO DE CALOR TOTAL E LINHAS
DE VOLUME ESPECÍFICO

18
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

PSICROMETRIA
A psicrometria é uma ciência muito interes- CALOR TOTAL

UMIDADE ABSOLUTA:
g D’ÁGUA POR kg DE
sante, porém, o nosso interesse neste capítu-
lo, está na sua aplicação no condicionamento
do ar.

AR.
Agora passemos à análise dos processos
básicos do condicionamento e será explicado
como podem ser utilizados os diferentes gráfi-
cos psicrométricos para resolver problemas. CURVA
DE Vesp.
SATURAÇÃO
CARACTERÍSTICAS DO AR
TEMPERATURA DO BULBO SECO EM ºc
O processo de aquecimento, esfriamento,
umedecimento ou a retirada de umidade, que ESQUEMA DE UM GRÁFICO PSICROMÉTRICO COM AS SETE
são parte das funções do condicionamento do PROPRIEDADES DA MISTURA DO AR COM O VAPOR D’ÁGUA. SE
ar, modificam suas características a partir do DUAS PROPRIEDADES SÃO CONHECIDAS E O PONTO DO ESTADO
estado no ponto inicial até atingir o segundo INICIAL FICA DETERMINADO, PODEM SER OBTIDAS AS OUTRAS
ponto do gráfico, que é a condição desejada. CINCO PROPIEDADES.
Há cinco procedimentos ou processos pos-
síveis:
1) De calor sensível constante, indicado por
temperatura do bulbo seco constante.
2) De calor latente constante, indicado por
umidade e ponto de orvalho constante.
3) De calor total constante, indicado por tem-
peratura do bulbo úmido constante.
4) De umidade absoluta constante, onde to-
dos os outros fatores são modificados.
5) Qualquer combinação dos pontos anterio-
res.
Cada um dos pontos anteriores serão vistos
com exemplos.

ANÁLISEPSICROMÉTRICA
INTERPRETAÇÃO DE UM GRÁFICO PSICROMÉTRICO
No gráfico psicrométrico são representadas
as sete propriedades de mistura do ar e do
vapor d’água.
Elas são:
Temperatura do bulbo seco (BS)
Temperatura do bulbo úmido (BU)
Umidade absoluta (UA)
Umidade relativa (UR)
Temperatura do ponto de orvalho (PR)
Calor total (CT)
Volume específico (Vesp)

19
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Na figura superior da página anterior é mostra-


do um gráfico psicrométrico completo para
temperaturas normais, com os valores utilizados,
geralmente, na prática do condicionamento do
ar e para a pressão atmosférica normal de 760
mm de mercúrio.
Se são conhecidas duas das sete propriedades
de uma mistura de ar e vapor d’água, as outras
podem ser obtidas, de forma imediata através
do gráfico. Como exemplo para poder ler o gráfi-
co, suponha que num psicrômetro são obtidas
as seguintes leituras:
Bulbo seco = 35º C e bulbo úmido = 24,5º C. AQUECIMENTO SEM UMIDADE
Para poder obter as outras cinco propriedades
psicrométricas do ar, veja a figura onde as condi- dada pelo ponto A. Se observa que o calor total
ções estão representadas pelo ponto A. inicial (CT) é = 2,1 kcal/kg. Se continuamos com
Checando o gráfico inferior da página 2, poderá a linha horizontal de umidade absoluta constan-
ser obtida a umidade relativa = 43%. Se segue a te até o final, podemos ler: temperatura do bulbo
linha horizontal para a direita, até atingir a escala úmido = 17,3º C; temperatura do ponto de orva-
de umidade absoluta, ela será = 15,3 gramas de lho = 3º C e umidade relativa = 8%. Isto é repre-
vapor d’água por quilograma de ar. sentado pelo ponto B da figura. Para obter o va-
Se continuamos com a mesma linha, porém à lor final de calor, seguimos a linha do bulbo úmi-
esquerda, até a linha de saturação, obteremos: do = 17,3º C até a escala de calor total e obtere-
temperatura do ponto de orvalho = 20º C. mos o calor total final (CT) = 12,1 kcal/kg.
Se as linhas de volume específico são corta-
das, é possível obter: 0,85 e 0,9 m3/kg. Isto sig- AQUECIMENTOCOMUMIDADE
nifica que o volume específico médio é = 0,895
O bom condicionamento do ar durante o inver-
m3/kg. Podemos encontrar o calor total seguin-
no necessita de umidade durante o processo de
do a linha do bulbo úmido para a esquerda e aci-
aquecimento. Geralmente, água é fornecida para
ma, até a linha de saturação e da escala de calor
manter a umidade relativa entre 40% e 50%, no
total. Se deduz que para a condição dada no
interior do espaço que está sendo condiciona-
início: calor total = 17,9 kcal por kg de ar seco.
do.
Exemplo:
AQUECIMENTO SEM UMIDADE Há necessidade de aquecer o ar que se encon-
É o processo que acontece nos sistemas de tra a uma temperatura de bulbo seco = 5º C e
aquecimento que não estão equipados com umi- uma umidade relativa = 30% até 40º C. É neces-
dificador. Este é um processo de calor latente sário adicionar água para manter essa umidade
constante, ou um processo de umidade absolu- relativa em 30%. Também é necessário saber a
ta constante, onde a temperatura do ponto de quantidade de calor e umidade que devem ser
orvalho permanece a mesma. Isto significa que adicionadas por quilograma de ar.
somente calor sensível é agregado ao ar. Primeiro deve ser obtido o ponto A do estado
Exemplo: inicial, com um calor total inicial = 2,1 kcal/kg, e
O ar é aquecido inicialmente a 1,5º C (bulbo uma umidade absoluta = 1,6 g/kg. Seguimos a
seco); umidade relativa = 70% até 40º C. linha da umidade relativa = 30% até sua interse-
É necessário obter a temperatura do bulbo úmi- ção com a linha de temperatura do ponto de or-
do, temperatura do ponto de orvalho e a umida- valho = 40º C, para determinar o ponto B, ou
de relativa do ar e o calor adicionado por quilo- estado inicial. Se lê calor final = 18,6 kcal/kg e
grama de ar. umidade absoluta = 14,1 g/kg.
Vejamos o gráfico psicrométrico na parte supe- Calor adicionado = 18,6 - 2,1 = 16,5 kcal/kg
rior desta página. Primeiro, localizamos a condi- Água adicionada = 14,1 - 1,6 = 12,5 r/kg
ção do estado inicial no gráfico. Esta situação é

20
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

REFRIGERAÇÃOCOMUMIDADE
Este processo é o inverso ao aquecimento
com umidade constate descrito anteriormen-
te. O processo é ilustrado pelo deslocamento
do ponto B a partir do ponto A, no gráfico que
aparece na figura superior desta página. So-
mente deve ser eliminado o calor sensível do
ar, enquanto não for atingido o ponto de orva-
lho.

REFRIGERAÇÃO SEM UMIDADE


A climatização durante o verão é o exemplo
deste processo. Teoricamente, primeiro se es-
AQUECIMENTO COM UMIDADE
fria a mistura do ar e o vapor d’água, se elimi-
na o calor sensível ao longo de uma linha de
umidade absoluta constante até atingir a linha
de saturação. A eliminação do calor é o resul-
tado da condensação do vapor d’água, retiran-
do assim, água do ar, ao mesmo tempo que
segue reduzindo a temperatura do bulbo seco
e o processo se afasta da linha de saturação
na segunda fase. A refrigeração pode ser obti-
da fazendo que o ar passe através das aletas
de uma serpentina que contenha água fria ou
uma chuva de água atomizada, com sua tem-
peratura muito inferior à temperatura do ponto
de orvalho do ar que se quer condicionar.
Este processo é desenvolvido ao longo de
uma linha de temperatura do bulbo úmido cons-
tante. É aproveitado nos jatos d’água que são
usados para limpar o ar do sistema de ventila-
ção. Como o calor total é constante, somente
PROCESSO DE AQUECIMENTO COM UMIDADE RELATIVA
pode haver refrigeração sensível se é aumen-
CONSTANTE INTERPRETADO COM GRÁFICO PSICROMÉ-
tado o calor latente, ou seja, o conteúdo de
TRICO
umidade. O calor sensível é empregado duran-
te a evaporação de mais água. A temperatura
do bulbo seco é reduzida, a temperatura do bul- O ponto do estado inicial é o A . Observe que a
bo úmido permanece constante e a umidade ab- linha de temperatura do bulbo úmido = 20,9º C e
soluta e a relativa são aumentadas. a umidade absoluta = 6,8 g/kg. Calor total cons-
tante significa temperatura do bulbo úmido cons-
Exemplo: tate, de maneira que é suficiente seguir a linha
Se faz passar ar com uma temperatura do bulbo de temperatura do bulbo úmido até sua interse-
seco = 40º C, umidade relativa = 15%, que entra ção com a curva de umidade relativa = 90%. As-
em um pulverizador de água e sai com umidade sim pode ser obtido o ponto do estado final B.
relativa = 90%. Suponha que o processo é de Veja que a temperatura do bulbo seco diminui
calor constante, encontre a temperatura do bulbo até os 21,5º C e a umidade absoluta final é =
seco e a quantidade de água adicionada por qui- 14,6 g/kg. Água adicionada = 14,6 - 6,8 = 7,8 g/
lograma de ar. kg.

21
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

REFRIGERAÇÃOCOMCALOR
CONSTANTE
A condição inicial está representada pelo
ponto A da figura. Nesse gráfico, pode ser
lido que a umidade absoluta inicial = 28,2
g/kg. Se segue a linha da temperatura do
bulbo úmido = 32,5º C até a escala de ca-
lor total inicial = 27 kcal/kg.

A primeira fase do processo é de refrige-


ração sensível e é realizada sobre a linha
de umidade absoluta constante. Aqui, co-
meça a segunda fase e o processo segue
a linha de saturação até atingir à tempe-
ratura de 18º C e se chega ao ponto de
estado final C. Sobre essa linha, as tem- REFRIGERAÇÃO COM CALOR TOTAL CONSTANTE
peraturas do bulbo úmido, bulbo seco e
ponto de orvalho são iguais. No ponto C, As superfícies das serpentina devem ser man-
se tem umidade absoluta final = 13,1 g/kg e um tidas com uma temperatura inferior à desejada
calor total final = 12,5 kcal/kg. para o ar que sai. Dito de outra maneira, o ponto
de orvalho do aparelho deve ser inferior ou mais
Calor retirado = 27 - 12,5 = 14,5 kcal/kg baixo que o ponto de orvalho do ar.
Água retirada = 28,2 - 13,1 = 15,1 g/kg Nas serpentinas com quatro fileiras de aletas,
a superfície fria entra em contato com o 80% do
Deve ficar entendido que no processo acima ar que a atravessa. Se ela tem seis fileiras de
descrito, a trajetória ABC é teórica e baseia-se aletas, esse valor pula ao 92%.
na hipótese de que o ar entra em contato físico
real com a superfície fria das aletas ou da água. O ponto de orvalho pode ser definido como a
temperatura média da superfície da serpentina.
Esta situação se cumpre de forma satisfatória
nos pulverizadores que estão bem desenhados,
porém, no caso da serpentina, a maior parte do
ar que a atravessa, faz isso sem contato real com
sua superfície. Parte desse ar, então, jamais atin-
ge a temperatura de orvalho e o verdadeiro pro-
cesso, neste caso, está representado pela curva
AC, ou linha tracejada.

PONTO DE ORVALHO DO APARELHO


Antes foi dito que as serpentinas de refrigera-
ção não entram em contato direto com todo o ar
que passa através delas. A conseqüência é que
a temperatura do ar que sai não é tão baixa como
a do aparelho. Devido a isto, se pode falar de
dois pontos de orvalho:
1) Ponto de orvalho do ar
2) Ponto de orvalho do aparelho.

22
30 35 40 45

25

23
22
CT = CALOR TOTAL = KCAL/KG DE AR SECO

21
20
25
20

19
18
17
16
15
15

14
20

13
12
0,90 m
3

23
11
%
90

%
por K

80

10
%

10
g. de

15 70 % iva
at
ar

ido 60 rel 10

9
úm de Tem
o ida
seco

ulb % p. d
e
um

8
deb 50 bul
. de bo
mp % úm
40 ido
Temp. de bulbo úmido e temp. de saturação

Te

7
UA

6
0 %
-1 30

5
0,85

5
%

4
20

2
3
5

2
0 %

1
10
UA = UMIDADE ABSOLUTA = GR/KG DE AR SECO

0,80
-5

0
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

0
-5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

BS = TEMPERATURA DO BULBO SECO EM º C


CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

CONDICIONADOR CENTRAL formam uma rede de distribuição pelo prédio todo.


Outra função que cumprem as unidades de ar
Se conhecemos as condições iniciais de um condicionado é a de permitir a entrada de ar do
ambiente que deve ser condicionado e os valo- exterior e que misturado com o ar condicionado,
res da temperatura e umidade desejados, o grá- satisfaz as necessidades de ventilação.
fico psicrométrico permitirá determinar as calo-
rias por quilograma que devem ser fornecidas ou
retiradas do ambiente, assim como também, a Distribuição
quantidade de água que se deve adicionar ou
retirar do ar. O condicionamento de um prédio não é outra
Este gráfico é fundamental para o projeto do coisa que o controle do ar e o seu fornecimento
equipamento de ar condicionado central, como é aos ambientes fechados. Também, o ar condici-
mostrado na figura. Nela, pode ser observado que onado que é fornecido deve ser devidamente dis-
junto com a serpentina há um pulverizador, caso tribuído dentro do espaço que se quer climati-
seja necessário adicionar água e assim, poder zar, com a finalidade de controlar de forma con-
aumentar a percentagem de umidade relativa. veniente a temperatura e a umidade de todo o
Para que este equipamento funcione como aque- local. O fornecimento e a distribuição do ar deve
cedor, podemos colocar em seu interior uma ser- ser realizada sem correntes de ar nem barulhos
pentina de aquecimento, que recebe vapor d’água incômodos.
de uma caldeira não desenhada na figura.
Para poder distribuir o ar é necessária uma sé-
rie de condutos ou dutos de ar condicionado que

AR DE RETORNO
PULVERIZADOR OFICINA
SERPENTINA DE REFRIGERAÇÃO

CÂMARA PARA MISTURAR


O AR DE RETORNO COM
AR EXTERNO
À TUBULAÇÃO
D’ÁGUA
TORRE DE
RESFRIAMENTO

MÁQUINAS DE REFRIGERAÇÃO BOMBA D’ÁGUA DO


CONDENSADOR
Diagrama de um sistema industrial de condicionamento de ar,
com ilustração de seus componentes essenciais.
Observe a câmara onde o ar externo se mistura com o ar de retorno.

24
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Condutos tão condicionados, devem ser isolados para evi-


tar a troca de calor.
Chama-se de condutos ou dutos à tubulação
que permite dirigir e distribuir o ar condicionado Os dutos devem ser o mais herméticos possível
nos locais que corresponde. e assim evitar a perda de ar.

Estes componentes são feitos, geralmente, Os dutos cilíndricos permitem um fluxo de ar


com chapas galvanizadas e as partes finais são mais suave, porém, às vezes o arranjo interno
unidas por meio de braçadeiras. Também pode do local exige dutos quadrados ou retangulares.
ser utilizado alumínio e ultimamente é muito uti-
lizado o duto feito com material plástico, o que A troca da seção do duto, ou seja, a união de
representa um toque colorido na área em que é dutos de diferente tamanho, deve ser realizada
instalado. A figura mostra alguns detalhes da com uma redução máxima de 1:7.
construção de uma instalação com dutos feitos
em chapa galvanizada. A instalação geralmente Todas as reduções devem ficar no sentido do
é feita por pessoal treinado pela própria fábrica fluxo.
da unidade de refrigeração. A seguir fornecemos
uma lista de instruções para ser usadas durante Todos os diafragmas, divisores e uniões elás-
a instalação da rede de distribuição: ticas devem ser instaladas de forma que não apre-
sentem algum obstáculo ao fluxo do ar.
Utilizar divisores e orientadores do fluxo bem
fixados Nas aberturas de descarga ou sucção do venti-
lador ou forçador deve ser instalada um «fole»
Os dutos devem estar bem fixos à estrutura do que evite a transmissão de vibrações.
prédio
Devem ser feitas tampas de inspeção e limpeza
Os dutos que atravessam locais que não es- ao longo dos dutos.

DIVISOR

DOIS METODOS DE DERIVAÇÃO

25
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Os dutos devem ser feitos com chapas que te- Os joelhos com ângulo muito pequeno deverão
nham uma espessura apropriada e de acordo com incorporar aletas orientadoras.
o seu tamanho. Os dutos de grandes dimensões
devem ter nervos ou reforços e assim garantir Quando forem feitas derivações, elas deverão
sua resistência. manter o fluxo principal do ar.

Os dutos grandes que ficam suspensos, devem Na figura aparecem dois métodos corretos de
ser reforçados com cantoneiras. derivação.

FO
RN AR SAÍDA
EC DE UNIDADE DE
IM CONDICIONAMENTO AR DE AR
EN MIS
FO TO DO AR TU
RA
RN AR DO
EC DE
IM
EN AQUECIMENTO
TO

RESFRIAMENTO SAÍDA DE AR

SISTEMA DE DUTOS PARA VÁRIAS PARTES DE UM PRÉDIO

26
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

“MÉTODOS DE DERIVAÇÃO”

Diafragma divisor

27
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

“DERIVAÇÕES PARA DUTOS REDONDOS”

28
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

“CONEXÃO DE DUTOS DE VENTILAÇÃO”

Lona (15 cms aprox.) Duto


Ventilador

Ventilador típico de ar condicionado (Turbina


de aletas múltiplas curvas)

29
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

“Passagem do ar através da rede de dutos”

Mudança no formato ou diâmetro


aumentam a resistência

Mudanças de direção
apresentam maior
resistência

Controles de fluxo
Fricção e turbulência
aumentam a fricção
mesmo em trechos retos
Ventilador
Grades de proteção
aumentam a fricção

"DIFUSORES"
Estes são construídos em diferentes tamanhos e modelos, e são as grades encarregadas de distri-
buir e dirigir o ar, até o recinto a climatizar.

Gabinete interior

Vista Frontal Vista Lateral

30
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

CONSIDERAÇÕES SOBRE OS DUTOS


CONDIÇÕES PARA A DISTRIBUIÇÃO
Para se ter um bom condicionamento de ar é
necessário que ele seja fornecido em cada cô-
DOARCONDICIONADO
modo na quantidade certa e de acordo com um
projeto feito de antemão. O planejamento do sis- Podemos estudar agora a distribuição do ar
tema de distribuição do ar condicionado é funda- condicionado, depois dele ter sido descarrega-
mental para obter os resultados previstos. São do no local que se quer condicionar. Esta análi-
empregados diferentes tipos de sistemas de du- se inclui a distribuição no cômodo, e os tipos de
tos e eles incluem: saídas e sua localização.
O sistema convencional, no qual existe um duto
principal que sai da unidade condicionadora e Temperatura
ramais que se dirigem para os cômodos. Cada O sistema de distribuição de ar condicionado
duto tem as dimensões que correspondem a deve ser projetado para que ele mantenha a tem-
quantidade de ar que devem transportar. Os peratura do local dentro dos limites aceitáveis.
dutos devem ser instalados no forro ou no po- Num local fechado é permitida uma diferença de
rão. temperatura de 1º C entre diferentes pontos.
O sistema de alta velocidade é utilizado nos Num grupo de divisões que fazem parte do mes-
prédios com muitos cômodos. O ar condicionado mo cômodo, é possível uma ter uma diferença
é dirigido por meio de dutos com diâmetro de temperatura de 1,7º C entre elas. Geralmen-
pequeno e a grande velocidade até as saídas te, as variações de temperatura são mais acei-
individuais ou trocadores que misturam o ar con- táveis quando é feito o aquecimento, do que
dicionado com o ar exterior. durante o resfriamento.
O sistema perimétrico é utilizado em casas re- Os picos de temperatura são sentidos de forma
sidenciais. Eles utilizam pequenas saídas de ar mais nítida do que simples variações de tempe-
em cada cômodo. As saídas são instaladas ao ratura. Consideramos como picos de temperatu-
longo de toda a parede. Alguns especialistas in- ra ou flutuações, aquelas que dependem do con-
sistem em que este tipo de distribuição garante trole de temperatura da unidade de condiciona-
um melhor e mais uniforme condicionamento do mento do ar. Elas, também, são acompanhadas
ambiente. com grandes quantidades de ar sob velocidade
Sistemas que utilizam a laje para o fornecimento variável.
do ar condicionado, através de tubos instalados
no próprio piso. Direção
A figura mostra como deve ser dirigido o ar em
função do pessoal e de sua posição normal de
trabalho.
Aceitável
Aceitável

Boa
Boa Deficiente

Deficiente Deficiente

DIREÇÃO DO AR

31
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Velocidade
A tabela mostra a velocidade do ar mais apropriada em locais fechados e inclui as reações das
pessoas atingidas pelo fluxo e velocidade do ar.

TABELA DE VELOCIDADE DO AR
NA ZONA OCUPADA DO CÔMODO
Velocidade Reação Aplicação
do ar (m/s)

O a 0,08 Queixas de ar parado Nenhuma

0,12 Boa Comercial

0,12 a 0,25 Boa, velocidade do Comercial


ar alta

0,35 Ruim. Papéis voam Nenhuma

0,4 Favorável. Velocidade máxima Armazém ou loja


para pessoas em movimento.

0,4 a 1,5 Favorável. Ideal para fábricas Indústria

32
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

VELOCIDADES MÁXIMAS RECOMENDADAS EM PÉS / MIN.

Aplicação Duto Principal Ramificações

Insuflação Retorno Insuflação Retorno

Apartamentos 1000 800 600 600


Auditórios 1300 1100 1000 800
Bancos 2000 1500 1600 1200
Quartos de Hospital 1500 1300 1200 1000
Quartos de Hotel 1500 1300 1200 1000
Indústrias 3000 1800 2200 1500
Bibliotecas 2000 1500 1600 1200
Salas de Reuniões 2000 1500 1600 1200
Escritórios 2000 1500 1600 1200
Residências 1000 800 600 600
Restaurantes 2000 1500 1600 1200
Armazéns 2000 1500 1600 1200
Teatros 1300 1100 1000 800

Quando o Nível de Ruído é crítico use os valores para ramificações

33
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

ALCANCE
É a distância horizontal que percorre, uma cor-
rente de ar, desde sua saída. A distância é medi-
da da saída até o ponto que se quer atingir e
com uma velocidade máxima de 0,25 m/s e a
uma altura de 2,1 m sobre o nível do piso. O
alcance ou distância é proporcional à velocidade
do ar primário na saída, sendo que é
independente da diferença de temperaturas entre
o ar fornecido e o ar do cômodo.

QUEDA DISPERSÃO COM DEFLETORES RETOS 19º.

Queda ou elevação é a distância vertical que


atinge o ar da saída até o ponto que se quer con-
dicionar.

INDUÇÃO
É o arrasto de ar do cômodo que deve ser cli-
matizado, ocasionado pelo ar condicionado a
partir de sua saída. O ar que atinge a boca de
saída é chamado de primário e o ar que entra no
cômodo e é misturado com o ar do ambiente é
conhecido como secundário. A corrente de ar que
se forma assim, ou seja, a mistura do ar primário
com o secundário, é chamada de ar total.

DISPERSÃO COM DEFLETORES


DIFUSÃO CONVERGENTES.
A difusão é o ângulo da corrente de ar depois
de sua saída do duto. Podemos diferenciar aqui,
a dispersão horizontal e vertical. A primeira é o
ângulo que atinge o fluxo de ar desde sua saída
até o ponto central do cômodo. A dispersão ver-
tical é a obtida no seu plano vertical. Por exem-
plo, as saídas que têm defletores
perpendiculares ao duto, produzem uma
dispersão de 19º, tanto no plano horizontal como
no vertical, dependendo da localização do
defletor.

34
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

retorno, sendo que seu uso como saída não é


muito freqüente. Às vezes ele contém uma persi-
ana usada como válvula de controle do fluxo.

Com defletor fixo


Este tipo de grade é utilizada em locais em que
a direção do ar não é muito importante.

Com defletor ajustável


Este tipo de grade é a mais conveniente para
fixar nas paredes laterais. Como é feita com de-
fletores ajustáveis ou direcionais, tanto na verti-
cal como na horizontal, os erros cometidos du-
rante a instalação ou até móveis trocados de po-
DISPERSÃO COM DEFLETORES DIVERGENTES sição podem ser corrigidos de forma rápida mu-
dando a posição do defletor.

TIPOS DE DEFLETORES OU GRADES LOCALIZAÇÃO DAS SAÍDAS


Furada O arranjo interior, a construção do prédio e as
possibilidades do pó atingir o cômodo, afetam e
As grades localizadas nas saídas do ar condi- influem na montagem e localização das saídas.
cionado têm um pequeno efeito direcional. A con- Embora sejam superadas todas as limitações an-
seqüência é que seu uso fica reduzido à entrada tes mencionadas, os princípios que regem a dis-
de ar da unidade de refrigeração ou do fluxo de tribuição do ar e o fato de que são afetados pelo
fluxo, a queda de pressão, a capacidade e a cir-
culação do ar que queremos climatizar, criam ou-
tras limitações no projeto original.
A corrente de ar descendente numa parede fria
ou numa janela, pode atingir velocidades
superiores a um metro por segundo, incomodan-
do os ocupantes e se isso não for corrigido, dará
lugar a reclamações do pessoal.
Outros fatores que devem ser considerados,
quando é selecionada a localização de uma saí-
da, é o efeito das superfícies, quentes ou frias.
Quando é necessário aquecer o local, uma saída
localizada perto de uma janela, aquece a superfí-
cie e dá sensação de bem-estar.
As saídas ou difusores localizados no forro,
podem ser aplicados nos dutos isolados, expos-
tos ou ocultos.
Mesmo que as saídas sejam colocadas nesses
dutos, expostos e isolados, raramente elas for-
DISPERSÃO COM DEFLETORES RETOS necem o ar diretamente para baixo, a não ser
FORMANDO ÂNGULO quando a mistura ocorre antes do ar atingir o
espaço ocupado.

35
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

NO FORRO OBSTÁCULO

A característica principal deste tipo de saída é


que pode ser produzida uma grande quantidade
de ar por metro quadrado de superfície do chão,
com o mínimo deslocamento sobre a zona que
está ocupada por pessoas e sem problemas de
correntes de ar. Como a velocidade de descarga
é muito baixa, a recirculação também é pouca.
A CORRRENTE DE AR 2 TEM ALCANCE SUPE-
Geralmente, o ar pode ser fornecido com uma RIOR À CORRENTE DA SAÍDA 1.
velocidade de 0,08 m/s.
SAÍDA DE AR NA PAREDE COM OBSTÁCULO
Um duto projetado para um forro perfurado é NO FORRO.
igual que o projetado para um forro convencio-
nal. Não se pode confiar nos painéis do forro para
poder obter uma distribuição apropriada, já que
eles não podem dirigir o ar de forma que toda a
área seja atingida pelo ar condicionado. Os pai-
néis furados permitem a difusão do ar dinâmico
e ao mesmo tempo, atingir temperaturas muito
diferentes entre si, no mesmo local, assim como
também no nível do chão.

As instalações que empregam saídas no forro


são geralmente, menos propensas a reclamações
PISO
por parte das pessoas que se encontram no cô-
modo que está sendo condicionado. Para evitar SAÍDA NA PAREDE PERTO DO CHÃO.
correntes de ar incômodas, deve ser considera-
do o seguinte:

ALCANCE VELOCIDADE RECOMENDADA NA SAÍDA


APLICAÇÃO VELOCIDADE
Selecionar difusores ou saídas (m/s)
do forro, com alcance médio. Uma
distância de propulsão muito gran- Estúdio de rádio 1,5 - 2,5
de pode criar problemas de dife- Residência 2,5 - 4
rentes tipos. Isso não ocorre quan- Apartamento 2,5 - 4
do a distância é relativamente Igreja 2,5 - 4
curta.
Cômodo de hotel 2,5 - 4
Teatro 2,5 - 4
Escritório 2,5 - 4
Sala de cinema 5
Oficina pública 5 - 6,5
Loja comercial, andar superior 7,5
Loja comercial, entrada principal 10

36
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Barulho Na lateral
Uma coisa muito importante e que afeta o re- Geralmente as saídas laterais são localizadas
sultado final de um bom projeto de instalação de na parte superior da parede, quando o forro esti-
ar condicionado é o nível de ruído nas saídas. A ver livre de obstáculos. Se existem obstáculos
tabela seguinte fornece as velocidades mais re- tais como vigas, madeiras, aparelhos de luz, etc.
comendadas e que garantem níveis de ruído acei- as saídas de ar devem ser colocadas de forma
táveis em diferentes tipos de aplicações. que o fluxo do ar de saída não seja afetado no
seu trajeto horizontal. Também podem ser utili-
zados defletores para orientar o ar na direção
correta. Lembre-se que a velocidade que atinge
esse ar deve ser controlada para que ele não
crie desconforto nas pessoas que habitam a área
condicionada. As saídas laterais que ficam perto
do chão são muito adequadas para o
aquecimento, mas não para o arrefecimento do
local.

37
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

“Circuito elétrico de um condicionador de ar “ciclo-frio” com relé voltimétrico.”

P.T. M/C
C

P T
Linha

5 2
P1 L1
4
3 2 1
T
Capacitor
de Capacitor
Capacitor Arranque Permanente
Permanente
T

M/V C
P

Conexões do seletor

L1 – 3 = Ventilação Baixa
L1 – 2 = Ventilação Alta
L1 – 3 – P1 = Frio – Baixo
L1 – 2 – P1 = Frio – Alto

Cada vez que um compressor necessita, para arrancar, de um capacitor de partida, deve se usar um
Relé Voltimétrico, que tem por missão desconectar o capacitor de arranque uma vez que o motor
tenha entrado em funcionamento.

38
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

O Relé Voltimétrico tem seu funcionamento nor- auxilia a bobina de partida. Arranca então o moto-
mal fechado (contatos 1-2) e abre, quando sua ventilador com velocidade baixa.
bobina é energizada (contatos 5-2). O contato nº
4 é somente uma ponte de conexões. A segunda conexão do seletor será L 1-2, varia
somente a velocidade do ventilador (velocidade
O moto-ventilador, funciona com um capacitor alta)
do tipo permanente, isto significa que durante
todo o tempo de marcha, ambas as bobinas A terceira conexão será L 1-3 P 1: é energizado
estão energizadas. o ponto comum do compressor e também o con-
tato nº 5 do relé voltimétrico.
Da rede de alimentação elétrica chega à ponte
de conexões do seletor uma linha que energiza o Arranca desta forma o compressor e o equipa-
ponto comum das bobinas de trabalho e partida mento começa a funcionar em frio com velocida-
do moto-ventilador, também conecta o termosta- de baixa. Como permanece energizada a bobina
to e o contato nº 4 do relé voltimétrico, que ener- do relé, se abre o contato (1-2) normalmente fe-
giza de forma direta a bobina de trabalho do com- chado, desconectando o capacitor de arranque e
pressor. Do contato nº 4 do relé, também se ener- desta maneira o compressor permanece traba-
gizam os capacitores permanente e de arranque, lhando durante todo o tempo de marcha com
que têm por missão auxiliar a bobina de partida ambas bobinas energizadas; a de trabalho de for-
do compressor. ma direta e a de partida com o capacitor perma-
nente.
A primeira conexão do seletor será L 1-3, ener-
gizando toda a bobina de trabalho do moto-venti- A última conexão será L1- 2- P1: idêntica à an-
lador e também o capacitor permanente que terior, mas agora com velocidade alta.

39
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

“Circuito elétrico de um condicionador de ar “frio-calor” com válvula reversora


e descongelamento automático”

M/V

P
C
M/C
T
V.S.
P
Capacitor C
Permanente
T
P.T.

Capacitor
2
Permanente

T.S. T
N.C.
1 3

Calor
Frío
2 4 5 3

Linha

Conexões do Seletor

L1 – 2 = Ventilação Alta
L1 – 4 = Ventilação Baixa
L1 – 2 – 5 = Frio – Alto
L1 – 4 – 5 = Frio – Baixo
L1 – 2 – 3 = Calor - Alto
L1 – 4 – 3 = Calor - Baixo

40
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Antes de mais nada devemos esclarecer que A terceira conexão será L1 –2–5, o termostato
este circuito trabalha com dois termostatos: conecta os contatos “1 – 2”, energizando a bobi-
na de trabalho do compressor e o capacitor per-
Um termostato frio / calor de três contatos manente que auxilia a bobina de partida e desta
onde: 2 é comum, 1 é frio e 3 é calor. O outro é forma arranca o compressor em frio com veloci-
um termostato de segurança cujo funcionamento dade alta.
é normalmente fechado e abre quando seu bulbo
sensor detecta o congelamento da serpentina A quarta posição do seletor será L1 – 4-5, idên-
externa, quando este atua como evaporador, fato tica à anterior mas agora em frio com velocidade
que ocorre no inverno. baixa.

Por outro lado a válvula reversora atua somen- A quinta posição do seletor será L1-2-3, o ter-
te quando sua bobina é energizada, desta forma mostato agora conectará os contatos “2-3”, li-
inverte o ciclo, e o equipamento começa a ope- gando novamente o compressor; mas ao mesmo
rar em calor. tempo o contato nº3 do termostato termina por
energizar o outro extremo da solenóide da válvu-
Agora passaremos a analisar as conexões do la, imediatamente então a válvula reversora in-
controle seletor: verte o ciclo, partindo o equipamento em calor
Da rede de alimentação elétrica chega à ponte com velocidade alta.
de conexões do seletor, uma linha que energiza
o ponto comum do compressor, passando pelo Finalmente a última conexão será L1- 4-3, na
termostato de segurança normalmente fechado qual varia somente a velocidade, quer dizer, ca-
e energizando um extremo do solenóide da vál- lor com velocidade baixa.
vula reversora e o comum do moto-ventilador.
Quando o equipamento opera em calor e a tem-
A primeira conexão do Seletor será L1 – 2, ener- peratura externa é próxima a 0ºC, é comum que
gizando a bobina de trabalho do ventilador e tam- se bloqueie a serpentina externa (evaporador) o
bém o capacitor permanente que auxilia a bobina que é percebido pelo bulbo do termostato de se-
de partida. Arranca assim o ventilador com gurança; este imediatamente abre seus conta-
velocidade alta. tos, desenergizando o moto-ventilador e a válvula
solenóide, invertendo assim o ciclo, e se realiza
A segunda conexão do seletor será L1 – 4, vari- o descongelamento automático. Uma vez ocorri-
ando somente a velocidade do ventilador (velo- do isto, o bulbo do termostato volta a fechar seus
cidade baixa). contatos energizando novamente o moto-ventila-
dor e a válvula solenóide, e o equipamento volta
a inverter o ciclo para funcionar em calor.

41
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

“Circuito Elétrico de um Condicionador de Ar “Frio – Calor”


com Resistência Elétrica”.

P.T.

T P
C D.F.
M/V
Resistencia
M/C P
C
Capacitor T
Permanente
3
2 Capacitor
1 Permanente

3 5 2 4

L1

Conexões do Seletor

L1 – 4 = Ventilação Baixa
L1 – 2 = Ventilação Alta
L1 – 4 – 5= Frio - Baixa
L1 – 2 – 5= Frio - Alto
L1 – 4 – 3= Calor - Baixo
L1 – 2 – 3= Calor - Alto

A figura mostra um equipamento de ar condicionado do tipo Frio – Calor com resistência (circuito
elétrico).
No painel de controle, encontraremos o seletor e o termostato Frio – Calor de três contatos: 2
comum – 1 frio e 3 calor.

42
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

O compressor do circuito é do tipo que traba-


O seletor serve para ligar e desligar o aparelho lha com capacitor permanente e o protetor tér-
e para selecionar frio ou calor. mico é o encarregado de protegê-lo, em caso de
um aumento da corrente (amperagem) ou em
Já o termostato é o encarregado de controlar a caso de aumento da temperatura deste, que su-
temperatura da habitação e permite também exe- pere a temperatura normal de trabalho. O prote-
cutar a troca de frio (para a época de verão) ao tor térmico vai conectado ao ponto comum do
calor (para a época de inverno), dependendo da compressor, para assim proteger ambas as bo-
temperatura ambiente. binas (partida e trabalho).
O circuito é alimentado por 220 volts, uma fase,
A primeira conexão do seletor é para que o um neutro e terra.
equipamento opere em ventilação, sem produzir
mudança de temperatura, para isto, na hora de
girar o seletor se forma uma ponte interna entre “CONDICIONADORES PARA FRIO E
os contatos L1 – 4, funcionando apenas o moto- CALOR”
ventilador em baixa velocidade.
A segunda conexão do seletor será L1 – 2, vari-
Existem no mercado condicionadores domésti-
ando somente a velocidade do moto-ventilador
cos que podem utilizar-se tanto no verão como
(velocidade alta).
no inverno, são os denominados Frio-Calor.
A terceira conexão do seletor será L1 – 4-5, li-
gando o compressor em frio com velocidade bai-
Estão compostos por um equipamento frigorífi-
xa.
co convencional, como os estudados anterior-
A quarta conexão do seletor será L1-2-5, idên-
mente, e uma fonte de calor que pode ser uma
tica à anterior mas agora será frio com velocidade
resistência elétrica, ou em equipamentos mais
alta.
modernos por um sistema denominado “válvula
A quinta posição do seletor será L1 4-3, liga o
reversora”.
equipamento em calor com velocidade baixa.

Finalmente a última conexão será L1- 2-3, que


Válvula Reversora
varia somente a velocidade, ou seja, calor com
É um dispositivo que aproveita parte dos com-
velocidade alta.
ponentes do equipamento para produzir frio ou
calor. No verão absorve calor da habitação e o
Todo este funcionamento descrito anteriormen-
entrega ao exterior. No inverno o equipamento
te é considerando que o moto-ventilador, a re-
transfere calor do exterior para a habitação a
sistência e o compressor, sejam alimentados
fim de aquecê-la.
com uma linha que sai da ponte de conexões do
seletor energizado da rede de alimentação
Aparentemente aqui temos uma contradição,
elétrica.
já que falamos de transferir calor do exterior no
inverno, quando justamente faz frio. Isto ocorre,
Quem vai definir se o termostato conecta com
por causa que o calor flui sempre dos corpos mais
a resistência (contatos 2-3) ou com o compres-
quentes para os mais frios, portanto, enquanto
sor (contatos 2-1), vai ser a estação do ano e
a serpentina externa estiver a temperatura menor
também, é claro, a temperatura ambiente da ha-
que o ar, este poderá ceder calor (não confundir
bitação.
calor com temperatura). Portanto, enquanto se
mantiverem as mencionadas condições de tem-
Em série com a resistência se encontra um pro-
peratura do ar em relação à serpentina externa,
tetor térmico que tem por objetivo evitar o aque-
podemos considerar o ar externo como uma fon-
cimento excessivo da resistência de
te de calor. Esta é a razão pela qual o sistema
aquecimento, desligando-a quando se produz
“válvula reversora” apresenta um “elevado ren-
uma diminuição anormal do fluxo de ar ou
dimento em calorias produzidas, em relação a
simplesmente quando falha o moto-ventilador.
cada watt

43
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

consumido”. “O calor gerado é 3 a 4 vezes Quando se corta a corrente da bobina, a mola


superior ao que se obtém consumindo igual recupera sua posição normal e empurra a válvu-
potência por uma reistência elétrica”. la que ao mesmo tempo provoca a inversão do
fluxo de gás no circuito de refrigeração. As figu-
Como inconveniente, se pode assinalar que a ras ilustram o esquema explicado.
“válvula reversora” tem um limite de temperatu-
ra (ao redor de 0ºC), abaixo da qual não funcio-
na, pois não se pode extrair calor do ar se este VÁLVULAREVERSORA
está a uma temperatura igual ou menor que a
serpentina externa. Os diversos tipos de válvulas estão classifica-
A válvula reversora está formada por três com- dos por modelos e para diferentes capacidades
ponentes que são: de refrigeração. Servem para operar automatica-
mente nos sistemas de ar condicionado.
1. Válvula de quatro vias
2. Válvula de três vias Estas válvulas reversoras de 4 vias estão her-
3. Bobina solenóide meticamente construídas para operar grandes
diferenças de pressões; têm um desviador dire-
cional de 2 posições.
FUNCIONAMENTO DA VÁLVULA Este mecanismo é controlado pela bobina so-
lenóide fixada sobre uma válvula auxiliar de 3
REVERSORA vias que integra o corpo principal da válvula.

Nas figuras 1 e 2 podemos ver o ciclo que com- A válvula inverte instantaneamente o ciclo,
pleta o gás no inverno e verão. segundo o sentido de fluxo das pressões, pois
opera através da diferença entre alta e baixa
No primeiro caso a válvula conecta a serpenti- pressão do sistema.
na interna com o “tubo de alta” do compressor, Na figura 1 se indica a passagem de gás refri-
aquecendo a parte interna do recinto; e o "tubo gerante através do corpo principal da válvula e
de baixa" com a serpentina externa; é através permite observar o desviador.
desta, que o refrigerante absorve calor do ar ex-
terno, necessário para sua evaporação. No ciclo calor, a bobina solenóide ao energizar-
se aciona a haste da válvula piloto:
Neste caso a bobina solenóide está energiza-
da, ou seja, que existe tensão em seus contatos. O conduto esquerdo se fecha com uma válvula-
Se estando o equipamento em aquecimento in- agulha, ficando assim aberto o condutor direito;
terno, desconectamos intencionalmente algum a diferença de pressões criada entre as duas
dos fios que conectam a bobina solenóide, vere- câmaras “a” e “b” da válvula principal pela ação
mos que o sistema inverte a circulação e come- do piloto, faz que instantaneamente se deslizem
ça a esfriar o ambiente. Isto é o que representa os pistões movendo o desviador, mudando o sen-
a figura 2, que ilustra o circuito no ciclo verão. tido de circulação do refrigerante. Em seguida as
duas pequenas recâmaras igualam as pressões.
Esta mesma inversão é realizada pela chave Esta ação pode ser invertida novamente pela ação
seletora quando selecionamos para operar na da válvula piloto acionada pelo controle de
posição inverno ou verão. A inversão se produz temperatura.
devido a que a bobina solenóide funciona atrain-
do um núcleo que mantém a válvula reversora Os equipamentos com válvula reversora têm
em posição de trabalho, e atua vencendo a re- um termostato frio /calor de três contatos que
sistência de uma mola. controla automaticamente a refrigeração ou aque-
cimento segundo se queira.

44
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Solenoide
energizado

Tubo de baixa
pressão

Cada pistão tem um


orifício de escape
"a"

"b"

Compressor

Serpentina interna trabalha


como condensador Serpentina externa
trabalha como evaprador

Tubo capilar

Figura Nº1 - Ciclo de aquecimento da válvula reversora

45
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Solenoide
desenergizado

Tubo de baixa pressão

Válvula reversora
"b"

"a"

Compressor

Serpentina interna trabalha Serpentina externa trabalha


como evaporador como condensador

Tubo capilar

Figura Nº 2 - Ciclo de refrigeração da válvula reversora

46
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

“Recirculação do Ar”
Até agora temos falado do ventilador centrífugo considerando-o como um recirculador do ar ambien-
tal. Ou seja, que o ar absorvido pelo mesmo, volta a ser insuflado novamente ao recinto através da
serpentina interna da unidade.

RECIRCULAÇÃO DO AR

“Extração do Ar”
A maioria dos equipamentos contam com um sistema mecânico que nos permite duas opções a
mais. Uma delas consiste em enviar parte do ar absorvido ao exterior , através de uma janela acionada
por meio de uma chave de comando. Desta forma se consegue extrair parte do ar viciado contido no
recinto.

FIGURA 2 - EXAUSTÃO DO AR

47
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

“Renovação de Ar”
Outra variante consiste em introduzir ar externo que se mistura com o interno através de uma aber-
tura que possui o equipamento, para este fim, e que também é comandada do painel de controle.

RENOVAÇÃO DO AR

“Circuito Elétrico de uma Mini Central de Ar Condicionado”


Neste circuito, a força se controla por meio de chaves contactoras junto aos motores, sejam estes
monofásicos ou trifásicos.

O controle se realiza com uma tensão de 24 volts, o que se consegue por meio de um transformador.
O termostato é do tipo ambiental eletrônico, ou seja, sem bulbo.

48
ABREVIATURAS
IF - MOTOR DO VENTILADOR INT.
MOTOR DO IFR - RELE DO VENTILADOR INT.
COMPRESSOR
M- CONTACTOR
OL - SOBRECARGA

CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO


HP - INTERRUPTOR DE ALTA PRESSÃO
CAPAC. DE

EMB PPAL
MARCHA EM
BA
LP - INTERRUPTOR DE BAIXA PRESSÃO
UX

SIMBOLOS
INTERRUPTOR DE DESCONEXÃO
VERMELHO

VENTILADOR
PRETO

CAPAC. DE FUSíVEL

PPAL
EXTERIOR DO
MARCHA TERMINAL IDENTIFICAVEL
EMB MOTOR
AUX OTRAS CONEXÕES
CAPACITOR
ENROLAMENTO DE MOTOR
49

PRETO
AZUL TRANSFORMADOR
VERMELHO
AMARELO
AMARELO
INTERRUPTOR
AMARELO
BOBINA

CONTACTO - NORMALMENTE ABERTO


LIGAÇÃO
CONTACTO - NORMALMENTE FECHADO
AUTOM. VENT
TERMOSTATO
ESFR. INTERIOR FIAÇÃO
DO TECNICO (FORÇA)
DA FABRICA (FORÇA)
CARGA EXTERNA DO TECNICO (CONTROLES)
(30 VA. MAX.) DA FABRICA (CONTROLES)

NOTA: AREAS SOMBREADAS INDICAM LOCALIZAÇÃO DA FIAÇÃO DO TECNICO


CIRCUITO COMPLETAMENTE ENERGIZADO

ABREVIATURAS
OF - MOTOR DO VENTILADOR EXT.
IF - MOTOR DO VENTILADOR INT.
M- CONTACTOR
IFR - RELE DO VENTILADOR INT.

SIMBOLOS
CAPAC. DE EM
MARCHA BA

EMB PPAL
UX INTERRUPTOR DE DESCONEXÃO

FUSÍVEL
CAPAC. DE MOTOR DO TERMINAL IDENTIFICAVEL
MARCHA COMPRESSOR

OTRAS CONEXÕES

CAPACITOR

ENROLAMENTO DE MOTOR
IFR

50
TRANSFORMADOR

INTERRUPTOR

24 V. BOBINA

LIGAÇÃO VENT.
CONTACTO - NORMALMENTE ABERTO
AUTOM.
TERMOSTATO CONTACTO - NORMALMENTE FECHADO
INTERIOR
ESFR.
CABLEADO
DO TECNICO (FORÇA)
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

DA FABRICA (FORÇA)
DO TECNICO (CONTROLES)
DA FABRICA (CONTROLES)

Você também pode gostar